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UNIVERSIDADE PAULISTA “MARQUÊS DE SÃO VICENTE” CURSO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA CIVIL TRABALHO DE CONCLUSÃO ALICE DOS SANTOS SILVA EDUARDO SILVA EMANUELA MIKAELA PINHO DA SILVA JULIANA DE SOUZA MENDES LAÍS GONÇALVES RODRIGUES WILTON CARLOS ARAUJO CONCRETO COM ADIÇÃO DE ALUMINATO DE ESTRÔNCIO PARA OBTER A CARACTERÍSTICA DE FOSFORESCÊNCIA São Paulo 2019 ALICE DOS SANTOS SILVA RA: C5332A0 Turma: EC0P13 EDUARDO SILVA RA: C520012 Turma: EC0P13 EMANUELA MIKAELA PINHO DA SILVA RA: C54JDB7 Turma: EC0P13 JULIANA DE SOUZA MENDES RA: C541FD3 Turma: EC0Q13 LAÍS GONÇALVES RODRIGUES RA: C50BFC7 Turma: EC0Q13 WILTON CARLOS ARAUJO RA: C5332D5 Turma: EC0Q13 CONCRETO COM ADIÇÃO DE ALUMINATO DE ESTRÔNCIO PARA OBTER A CARACTERÍSTICA DE FOSFORESCÊNCIA Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do título de Graduação em Engenharia Civil apresentado na Universidade Paulista - Campus Marquês, sob orientação do Professor Márcio Bartholomei. São Paulo 2019 SILVA, Alice dos Santos; SILVA, Eduardo; DA SILVA, Emanuela Mikaela Pinho; MENDES, Juliana de Souza; RODRIGUES, Laís Gonçalves; ARAUJO, Wilton Carlos. Engenharia Civil: Trabalho de Conclusão de Curso, São Paulo, 2019. Atividade Prática Supervisionada – Universidade Paulista “Marquês de São Vicente”, São Paulo, 2019. Orientadores: Márcio Bartholomei. 1- Concreto Fosforescente 1.1 Concreto 1.2 Aluminato de Estrôncio 1.2.1 Fosforescência . ALICE DOS SANTOS SILVA RA: C5332A0 Turma: EC0P13 EDUARDO SILVA RA: C520012 Turma: EC0P13 EMANUELA MIKAELA PINHO DA SILVA RA: C54JDB7 Turma: EC0P13 JULIANA DE SOUZA MENDES RA: C541FD3 Turma: EC0Q13 LAÍS GONÇALVES RODRIGUES RA: C50BFC7 Turma: EC0Q13 WILTON CARLOS ARAUJO RA: C5332D5 Turma: EC0Q13 CONCRETO COM ADIÇÃO DE ALUMINATO DE ESTRÔNCIO PARA OBTER A CARACTERISTICA DE FOSFORESCÊNCIA Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do título de Graduação em Engenharia Civil apresentado na Universidade Paulista - Campus Marquês, sob orientação do Professor Márcio Bartholomei. Aprovado em: BANCA EXAMINADORA ____________________________________/___/____ Profº Márcio Bartholomei Universidade Paulista – UNIP ____________________________________/___/____ Profº Leonardo Ermesto Universidade Paulista – UNIP ____________________________________/___/____ Profº Universidade Paulista – UNIP ____________________________________/___/____ Profº Universidade Paulista – UNIP ____________________________________/___/____ Profº Universidade Paulista – UNIP DEDICATÓRIA Dedicamos este trabalho acadêmico a todos que acreditaram e nos impulsionaram a finalizar este projeto. Aos nossos familiares que nos apoiaram para que o mesmo fosse concluído com sucesso, e aos mestres pela paciência e dedicação em nos guiar para o caminho correto ao longo dessa jornada. AGRADECIMENTOS Agradecemos primeiramente a Deus por ser a base das nossas conquistas; Aos nossos pais e amigos, que estiveram presentes durante essa etapa repleta de desafios e desavenças, e incentivaram para que chegássemos a conclusão de mais um objetivo; Ao nosso orientador Márcio Bartholomei, pelos ensinamentos e orientações para que alcançássemos os resultados do desafio proposto neste trabalho acadêmico e aos demais professores e mestres que nos prestaram suporte durante toda a graduação; Ao técnico do laboratório Joaquim Feitosa, pela paciência e atenção em nos auxiliar durante a execução dos testes granulométricos e realização do traço do concreto; Especialmente ao senhor Celso Sernaglia, pelo auxilio na realização do teste de compressão, e ao senhor Atílio Valentim, da Luminstant, por nos disponibilizar a substância em pó fosforescente utilizada neste projeto; Todos foram de suma importância para que conseguíssemos alcançar os objetivos dispostos no decorrer deste trabalho, por esse motivo estarão eternizados na dissertação deste projeto. RESUMO Este trabalho apresenta o estudo com relação a adição do elemento Aluminato de Estrôncio dopado de Európio e co-dopado de Disprósio para a obtenção de características fosforescente no concreto. Os principais objetivos desse trabalho são: analisar se a adição do componente não afeta a resistência do concreto e se a luminescência do mesmo atende a norma do corpo de bombeiros com relação a sinalização noturna. Palavra-chave: Concreto, Aluminato de Estrôncio, Fosforescência. ABSTRACT This work presents the study with respect to the addition of the element of strontium Dopontium aluminate of Europium and Co of Dysprosio to obtain phosphorescent characteristics in the concrete. The main objectives of this work are: to analyze whether the addition of the componente does not affect the strength of the concrete and whether the luminescence of it meets the standard of the fire brigade in relation to night signs. Keywords: Concrete, Strontium Aluminate, Phosphorescence. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Figura da tabela de teores dos componentes do Cimento Portland Branco ............ 38 Figura 2 – Figura da tabela de exigências químicas ................................................................. 38 Figura 3 – Figura da tabela de exigências físicas e mecânicas ................................................. 38 Figura 4 – Figura da tabela das classes de resistência do Cimento Portland Estrutural ........... 39 Figura 5 – Figura da tabela de classificação da agressividade ambiental ................................. 49 Figura 6 – Figura da tabela da massa mínima por amostra de ensaio ...................................... 52 Figura 7 – Diagrama de Jablonski - 1935 ................................................................................. 60 Figura 8 – Diagrama de Jablonski modificado ......................................................................... 61 Figura 9 – Processo de absorção, fluorescência e fosforescência ............................................ 63 Figura 10 – Pó de aluminato de estrôncio ................................................................................ 66 Figura 11 – Pó de aluminato de estrôncio com características fosforescentes ......................... 66 Figura 12 – Cimento branco ..................................................................................................... 66 Figura 13 – Adição de pigmento ao cimento branco ................................................................ 66 Figura 14 – Mistura homogênea ............................................................................................... 67 Figura 15 – Mistura úmida ....................................................................................................... 67 Figura 16 – Mistura seca ........................................................................................................... 67 Figura 17 – Pasta fosforescente ................................................................................................ 68 Figura 18 – Dosagem de pasta .................................................................................................. 69 Figura 19 – Mistura de pasta ao cimento branco ...................................................................... 69 Figura 20 – Pesagem do cimento branco .................................................................................. 70 Figura 21 – Pesagem do pigmento em pó (10%) ......................................................................71 Figura 22 – Fosforescência do pigmento a 10% ....................................................................... 71 Figura 23 – Pesagem do pigmento em pó (20%) ...................................................................... 71 Figura 24 – Fosforescência do pigmento a 20% ....................................................................... 71 Figura 25 – Pesagem do pigmento em pó (30%) ...................................................................... 72 Figura 26 – Fosforescência do pigmento a 30% ....................................................................... 72 Figura 27 – Pesagem do pigmento em pó (40%) ...................................................................... 72 Figura 28 – Fosforescência do pigmento a 40% ....................................................................... 72 Figura 29 – Pesagem do pigmento em pó (50%) ...................................................................... 73 Figura 30 – Fosforescência do pigmento a 50% ....................................................................... 73 Figura 31 – Comparação de luminescência das amostras ........................................................ 73 Figura 32 – Pesagem da areia ................................................................................................... 75 Figura 33 – Pesagem da areia seca ........................................................................................... 75 Figura 34 – Pesagem de peneiras .............................................................................................. 76 Figura 35 – Areia no agitador ................................................................................................... 76 Figura 36 – Figura da tabela 2 da NBR 7211:2005 .................................................................. 78 Figura 37 – Recipiente quadrado .............................................................................................. 81 Figura 38 – Recipiente cheio de areia ....................................................................................... 81 Figura 39 – Frasco de chapman com 200 ml de água ............................................................... 82 Figura 40 – Frasco de chapman com 200 ml de água e areia ................................................... 83 Figura 41 – Peneiras para teste de granulometria de brita ........................................................ 86 Figura 42 – Agitador mecânico ................................................................................................ 86 Figura 43 – Figura da tabela 6 da NBR 7211:2005 .................................................................. 88 Figura 44 – Figura da tabela 2 de Oliveira (2007, pag. 04) ...................................................... 91 Figura 45 – Recipiente vazio .................................................................................................... 91 Figura 46 – Recipiente cheio .................................................................................................... 91 Figura 47 – Determinando a massa específica da brita ............................................................ 92 Figura 48 – Especificações técnicas do fabricante ................................................................... 94 Figura 49 – Especificações técnicas do fabricante ................................................................... 94 Figura 50 – Condições de preparo do concreto segundo a norma ............................................ 96 Figura 51 – Figura da tabela 6 da norma referente ao desvio padrão ....................................... 96 Figura 52 – Figura de ábaco de curva de Abrams do cimento ................................................. 97 Figura 53 –Decantação do pigmento no escuro ...................................................................... 102 Figura 54 –Pigmento misturado com a água .......................................................................... 102 Figura 55 –Decantação do pigmento na claridade .................................................................. 102 Figura 56 – Pesagem da areia ................................................................................................. 105 Figura 57 – Pesagem do cimento ............................................................................................ 105 Figura 58 – Pesagem do pó de aluminato de estrôncio .......................................................... 105 Figura 59 – Pesagem de brita .................................................................................................. 105 Figura 60 – Materiais em betoneira. ....................................................................................... 105 Figura 61 – Primeiro teste de slump ....................................................................................... 106 Figura 62 – Segundo teste de slump ....................................................................................... 107 Figura 63 – Corpos de prova preenchidos .............................................................................. 107 Figura 64 – Corpos de prova imersos em água ...................................................................... 108 Figura 65 – Fôrmas para moldagem dos corpos de prova ...................................................... 109 Figura 66 – Corpos de prova moldados .................................................................................. 110 Figura 67 – Armazenamento dos corpos de prova ................................................................. 110 Figura 68 – Máquina de compressão dos corpos de prova ..................................................... 111 Figura 69 – CP1 Convencional – 3 dias. ................................................................................ 112 Figura 70 – CP2 Convencional – 3 dias ................................................................................. 112 Figura 71 – CP3 Convencional – 3 dias ................................................................................. 112 Figura 72 – CP3 Fosforescente – 3 dias ................................................................................. 112 Figura 73 – CP1 Convencional – 7 dias. ................................................................................ 112 Figura 74 – CP2 Convencional – 7 dias ................................................................................. 112 Figura 75 – CP3 Convencional – 7 dias ................................................................................. 112 Figura 76 – CP1 Fosforescente – 7 dias ................................................................................. 113 Figura 77 – CP2 Fosforescente – 7 dias ................................................................................. 113 Figura 78 – CP1 Convencional – 28 dias. .............................................................................. 113 Figura 79 – CP2 Convencional – 28 dias ............................................................................... 113 Figura 80 – CP3 Convencional – 28 dias ............................................................................... 113 Figura 81 – CP1 Fosforescente – 28 dias ............................................................................... 113 Figura 82 – CP2 Fosforescente – 28 dias ............................................................................... 113 Figura 83 – CP3 Fosforescente – 28 dias ............................................................................... 113 Figura 84 – Figura de gráfico dos estados de luminescência ................................................. 116 Figura 85 – Figura de tabela de tempo de atenuação .............................................................. 116 Figura 86 – Figura de gráfico com estimativa de atenuação ..................................................117 Figura 87 – Preço de referência para a execução do concreto ................................................ 118 Figura 88 – Teste com tinta fosforencente ............................................................................. 119 Figura 89 – Teste com a pasta fosforescente .......................................................................... 120 Figura 90 – Exsudação da pasta fosforescente ....................................................................... 120 Figura 91 – Teste com o pigmento em pó .............................................................................. 121 Figura 92 – Produtos Luminstant ........................................................................................... 121 Figura 93 – Luminância das amostras .................................................................................... 122 Figura 94 – Amostra de concreto fosforescente ..................................................................... 122 Figura 95 – Amostra exposta por 5 min ................................................................................. 123 Figura 96 – Amostra exposta por 10 min ............................................................................... 123 Figura 97 – Figura de tabela de período de atenuação do brilho da amostra ......................... 123 Figura 98 – Figura da tabela de luminescência do corpo de prova em função do tempo ....... 124 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Custos da realização do protótipo a base de pó fosforescente. ............................... 67 Tabela 2 – Custos da realização do protótipo a base de tintas fosforescente. .......................... 68 Tabela 3 – Custos da realização do protótipo a base de pasta fosforescente. ........................... 69 Tabela 4 – Peneiras utilizadas em teste de agregado miúdo. .................................................... 74 Tabela 5 – Primeira determinação de granulometria. ............................................................... 77 Tabela 6 – Segunda determinação de granulometria ................................................................ 77 Tabela 7 – Tabela granulométrica da areia completa. .............................................................. 78 Tabela 8 – Tabela da areia para curva de granulométrica ........................................................ 79 Tabela 9 – Tabela granulométrica para módulo de finura. ....................................................... 80 Tabela 10 – Classificação da areia. ........................................................................................... 81 Tabela 11 – Classificação das peneiras. ................................................................................... 85 Tabela 12 – Peso retido em determinação de M1. .................................................................... 87 Tabela 13– Peso retido em determinação de M2. ..................................................................... 87 Tabela 14 – Tabela de granulometria da brita completa ........................................................... 88 Tabela 15 – Tabela da brita para curva granulométrica. .......................................................... 89 Tabela 16 – Tabela de % retida da brita. .................................................................................. 90 Tabela 17 – Abatimento X Tolerância ...................................................................................... 95 Tabela 18 –Cópia da tabela de Ambrozewicz (2012, p. 165) ................................................... 98 Tabela 19 – Cópia da tabela de Ambrozewicz (2012, p. 166) .................................................. 99 Tabela 20 – Resultados parciais do traço. .............................................................................. 101 Tabela 21 – Quantificação dos materiais. ............................................................................... 102 Tabela 22 – Concreto com pigmento (3 cilindros). ................................................................ 104 Tabela 23 – Concreto sem pigmento (9 cilindros). ................................................................. 104 Tabela 24 – Concreto com pigmento (4 cilindros). ................................................................ 108 Tabela 25 – Custo para a execução de 1m³ de concreto fosforescente. .................................. 117 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Curva granulométrica do agregado miúdo. ........................................................... 79 Gráfico 2 – Curva granulométrica do agregado graúdo. .......................................................... 89 Gráfico 3 – Resistência a compressão dos corpos de prova sem pigmento. ........................... 114 Gráfico 4 – Resistência a compressão dos corpos de prova com pigmento. .......................... 114 Gráfico 5 – Resistência média a compressão dos corpos de prova. ....................................... 115 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABCP Associação Brasileira do Cimento Portland ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ACBM Center for Advanced Cement-Based Materials ASTM American Society for Testing and Materials DIN Instituto Alemão para Normalização CP Cimento Portland CP I Cimento Portland Comum CP II Cimento Portland Composto CP II Cimento Portland de Alto Forno CP IV Cimento Portland Pozolânico CP V-ARI Cimento Portland de Alta Resistência Inicial DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte NBR Norma Brasileira LISTA DE NORMAS NBR NM 67:1998 – Determinação da Consistência pelo Abatimento do Tronco do Cone ABNT NBR 5.732:1991 – Cimento Portland Comum ABNT NBR 5.733:1991 – Cimento Portland de Alta Resistência Inicial ABNT NBR 5.734:1989 – Peneiras para Ensaio com Telas de Tecido Metálico ABNT NBR 5.739:2007 – Concreto – Ensaio de Compressão de Corpos de Prova Cilíndricos ABNT NBR 6.118:2010 – Projeto de estruturas de concreto – Procedimento ABNT NBR 7.211:2005 – Agregados para Concreto – Especificação ABNT NBR 7.215:1996 – Cimento Portland – Determinação da Resistência à Compressão ABNT NBR 7.217:1987 – Agregados – Determinação da composição granulométrica ABNT NBR 7.222:2011 – Concreto e Argamassa- Determinação da Resistência à Tração por Compressão Diametral de Corpos de Prova Cilíndricos ABNT NBR NM-ISO 7.500-1:2016 - Materiais metálicos - Calibração e verificação de máquinas de ensaio estático uniaxial – Parte 1: Máquinas de ensaio de tração/ compressão - Calibração e verificação do sistema de medição da força ABNT NBR 9.776:1987 – Agregados – Determinação da Massa Específica de agregados miúdos por meio do frasco Chapman – Método de Ensaio ABNT NBR 11.581:1991 – Cimento Portland – Determinação do Tempo de Pega ABNT NBR 12.142:2010 – Concreto – Determinação da Resistência a Tração na Flexão em Corpos de Prova ABNT NBR 12.655:2006 – Concreto de cimento Portland: Preparo, controle, recebimento e aceitação ABNT NBR 12.989:1993 – Cimento Portland Branco ABNT NBR 12.990:1993 – Cimento Portland - Determinação da Brancura ABNT NBR 13.116:1994 – Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação ABNT NBR 13.434-5:2005 – Sinalização de Segurança Contra Incêndio e Pânico DIN 67.510-1:2002 – Fotoluminescência LISTA DE FÓRMULAS E EQUAÇÕES 1: 𝑎 ∶ 𝑏 ∶ 𝑎 𝑐 (1) 1 𝛾𝑐 ∶ 𝑎𝑟 𝛾𝑎𝑟 ∶ 𝑏𝑟 𝛾𝑏𝑟 ∶ 𝑎 𝑐 (2) 1 ∶ 𝑎𝑟 𝛾𝑎𝑟 ∶ 𝑏𝑟 𝛾𝑏𝑟 ∶ 𝑎 𝑐 (3) 𝑓𝑐𝑡,𝑚 = 0,3 . 𝑓𝑐𝑘 . 2 3 (4) 𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑖𝑛𝑓 = 0,7 . 𝑓𝑐𝑡,𝑚 (5) 𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑠𝑢𝑝 = 1,3 . 𝑓𝑐𝑡,𝑚 (6) 𝐸𝑐𝑖 = 5600 . 𝑓𝑐𝑘 1 2 (7) 𝐸𝑐𝑠 = 0,85 . 𝐸𝑐𝑖 (8) 𝐸𝑄𝑈𝐴ÇÃ𝑂 = 𝐴 + 𝐵 . 𝐴𝐵∗ . 𝐴𝐵 + ℎ𝑣 (9) 𝑀𝐹 = Σ 100 (10) 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑈𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎 = 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑅𝑒𝑎𝑙 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝐴𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 (11)γ = 500 𝐿 − 200 (12) ℎ = 𝑀𝑚𝑜𝑙ℎ𝑎𝑑𝑎− 𝑀𝑠𝑒𝑐𝑎 𝑀𝑠𝑒𝑐𝑎 𝑋 100 (13) 𝐶𝑉 = 1 − 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑈𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝐸𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑎 (14) 𝐹𝑐𝑗 = 𝐹𝑐𝑘 + 1,65 𝑋 𝑆𝐷 (15) 𝐶 = 𝐶𝐴 𝑎 𝑐 (16) 𝐶𝐵 = 𝑉𝐶 𝑋 𝑀𝐶 (17) 𝑉𝑚 = 1 − 𝑐 γ𝑐 + 𝐶𝑏 γ𝑏 + 𝐶𝑎 γ𝑎 (18) 𝐶𝑚 = 𝛾𝑚 X 𝑉𝑚 (19) 𝑇𝑟𝑎ç𝑜 = 𝐶𝑐 𝐶𝑐 ∶ 𝐶𝑚 𝐶𝑐 ∶ 𝐶𝑏 𝐶𝑐 ∶ 𝐶𝑎 𝐶𝑐 (20) 𝐶𝑝 = 𝐶𝑚 X 50 100 (21) 𝑉 = ℎ ∗ 𝜋 ∗ 𝑟2 (22) SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO................................................................................................................ 26 1.1 Justificativa ................................................................................................................ 27 1.2 Objetivo Geral ........................................................................................................... 28 1.3 Objetivo Específico.................................................................................................... 29 1.4 Aspectos Metodológicos da Pesquisa ....................................................................... 30 2 CIMENTO FOSFORESCENTE .................................................................................... 31 2.1 Como surgiu o cimento fosforescente ...................................................................... 31 3 CIMENTO ........................................................................................................................ 32 3.1 Cimento Portland ...................................................................................................... 32 3.2 Fabricação .................................................................................................................. 32 3.3 Propriedades .............................................................................................................. 33 3.3.1 Finura ............................................................................................................... 33 3.3.2 Densidade ........................................................................................................ 33 3.3.3 Tempo de pega ................................................................................................. 34 3.3.4 Resistência ....................................................................................................... 34 3.4 Tipos de cimento ........................................................................................................ 34 3.4.1 Cimento Portland comum ................................................................................ 34 3.4.2 Cimento Portland composto ............................................................................ 34 3.4.3 Cimento Portland de Alto Forno ...................................................................... 35 3.4.4 Cimento Pozolânico ......................................................................................... 35 3.4.5 Cimento Portland de Alta Resistância Inicial .................................................. 35 3.5 Cimentos especiais ..................................................................................................... 36 3.5.1 Cimentos aluminosos ....................................................................................... 36 3.5.2 Cimento Portland de baixo calor de hidratação ............................................... 36 3.5.3 Cimento para Poços Petrolíferos ..................................................................... 36 3.5.4 Cimento Portland Branco ................................................................................ 36 3.5.4.1 Clínquer Portland branco .................................................................. 37 3.5.4.2 Classes de resistências ....................................................................... 37 3.5.4.3 Exigências físico e mecânicas ............................................................ 38 3.5.4.4 Brancura ............................................................................................. 38 4 CONCRETO .................................................................................................................... 40 4.1 Origem do concreto ................................................................................................... 40 4.2 Concreto comum ....................................................................................................... 40 4.2.1 Fatores que influem na qualidade do concreto ................................................ 41 4.2.2 Manipulação adequada .................................................................................... 41 4.2.3 Consistência do concreto fresco ...................................................................... 41 4.2.4 Trabalhabilidade .............................................................................................. 42 4.2.5 Massa específica .............................................................................................. 42 4.2.6 Resistência mecânica ....................................................................................... 42 4.2.7 Durabilidade .................................................................................................... 42 4.2.7.1 Fator de água/cimento........................................................................ 43 4.2.8 Cura do Concreto ............................................................................................. 43 4.2.9 Retração ........................................................................................................... 43 4.2.10 Deformação .................................................................................................... 43 4.2.11 Influência da temperatura .............................................................................. 43 4.2.12 Traço do concreto .......................................................................................... 44 4.2.12.1 Traço em massa ................................................................................ 44 4.2.12.2 Traço em volume .............................................................................. 44 4.2.12.3 Traço em volume com o cimento em massa ..................................... 44 4.2.13 Tipos de concreto ........................................................................................... 45 4.2.13.1 Concreto de alto desempenho........................................................... 45 4.2.13.2 Concreto bombeado .......................................................................... 45 4.2.13.3 Concreto de pavimento rígido .......................................................... 45 4.2.13.4 Concreto pesado ............................................................................... 45 4.2.13.5 Concreto projetado ........................................................................... 46 4.2.13.6 Concreto leve .................................................................................... 46 4.2.13.7 Concreto fluído ................................................................................. 46 4.2.13.8 Concreto armado .............................................................................. 46 5 NORMAS TÉCNICAS DO CONCRETO(Concreto) .................................................. 47 5.1 Definições do concreto estrutural ............................................................................ 47 5.2 Definições dos estados limites ................................................................................... 47 5.3 Requisitos gerais de qualidade estrutural e avaliação da conformidade do projeto .............................................................................................................................. 48 5.4 Caracterização do Concreto ....................................................................................49 5.4.1 Massa específica .............................................................................................. 49 5.4.2 Resistência à compressão ................................................................................ 50 5.4.3 Resistência à tração .......................................................................................... 50 5.4.4 Módulo de elasticidade .................................................................................... 50 5.4.5 Segregação ....................................................................................................... 51 5.4.6 Abrasão ............................................................................................................ 51 5.4.7 Granulometria .................................................................................................. 51 5.4.7.1 Ensaio ................................................................................................. 52 6 LUMINESCÊNCIA ......................................................................................................... 54 6.1 Definição de luz ......................................................................................................... 54 6.2 Tipos de luminescência ............................................................................................. 54 7 FOTOLUMINESCÊNCIA ............................................................................................. 57 7.1 Fluorescência ............................................................................................................. 57 7.2 Fosforescência ............................................................................................................ 57 7.2.1 Definição .......................................................................................................... 57 7.2.2 História da fosforescência ................................................................................ 58 7.3 Reações de fosforescência e fluorescência ............................................................... 60 8 ALUMINATO DE ESTRÔNCIO .................................................................................. 64 9 DESENVOLVIMENTO EMPÍRICO ............................................................................ 66 9.1 Aplicação com cimento branco ................................................................................ 66 9.1.1 Pigmento em pó de aluminato de estrôncio ..................................................... 67 9.1.1.1 Custo ................................................................................................... 67 9.1.2 Tinta fosforescente ........................................................................................... 68 11.1.2.1 Custo ................................................................................................. 68 9.1.3 Pasta Fosforescente .......................................................................................... 68 9.1.3.1 Custo ................................................................................................... 69 10 DESENVOLVIMENTO ............................................................................................... 70 10.1 Determinando a dosagem do pigmento em pó em relação ao cimento............... 70 10.1.1 Dosagem a 10% ............................................................................................. 70 10.1.2 Dosagem a 20% ............................................................................................. 71 10.1.3 Dosagem a 30% ............................................................................................. 71 10.1.4 Dosagem a 40% ............................................................................................. 72 10.1.5 Dosagem a 50% ............................................................................................. 72 10.1.6 Resolução ....................................................................................................... 73 10.2 Elaboração do teste de granulometria dos agregados ......................................... 73 10.2.1 Teste de granulometria dos agregados miúdos .............................................. 73 10.2.1.1 Comparação granulométrica ........................................................... 77 10.2.1.2 Curva granulométrica ...................................................................... 78 10.2.1.3 Determinação da dimensão máxima característica ......................... 80 10.2.1.4 Determinação do módulo de finura .................................................. 80 10.2.1.5 Determinação da massa unitária ..................................................... 81 10.2.1.6 Determinação da massa específica .................................................. 82 10.2.1.7 Determinação do teor de umidade ................................................... 84 10.2.1.8 Determinação do coeficiente de vazios (CV) ................................... 84 10.2.2 Teste de granulometria dos agregados graúdos ............................................. 85 10.2.1.1 Curva granulométrica ...................................................................... 88 10.2.1.2 Determinação da dimensão máxima característica ......................... 90 10.2.1.3 Determinação do módulo de finura .................................................. 90 10.2.1.4 Determinação da massa unitária ..................................................... 91 10.2.1.5 Determinação da massa específica .................................................. 92 10.2.1.6 Determinação do coeficiente de vazios (CV) ................................... 93 10.3 Determinando o traço do concreto ........................................................................ 94 10.3.1 Características do cimento ............................................................................. 94 10.3.2 Características da areia .................................................................................. 94 10.3.3 Características da brita ................................................................................... 95 10.3.4 Características do concreto ............................................................................ 95 10.3.5 Abatimento .................................................................................................... 95 10.3.6 Definição do Sd (desvio padrão) ................................................................... 95 10.3.7 Cálculo do traço ............................................................................................. 96 10.3.7.1 Definição do Fcj ............................................................................... 96 10.3.7.2 Definição do fator água e cimento ................................................... 97 10.3.7.3 Definição do consumo de água ........................................................ 98 10.3.7.4 Definição do consumo de cimento .................................................... 98 10.3.7.5 Definição do consumo do agregado graúdo .................................... 99 10.3.7.6 Definição do consumo do agregado miúdo .................................... 100 10.3.7.7 Resultados do traço ........................................................................ 101 10.3.8 Execução do traço ........................................................................................ 103 10.3.9 Moldando os corpos de prova ...................................................................... 107 10.4 Determinando a resistência à compressão .......................................................... 109 10.4.1 Teste de resistência a compressão ............................................................... 111 10.4.1.1 Rompimento com 3 dias do concreto convencional ....................... 112 10.4.1.2 Rompimento com 3 dias do concreto fosforescente........................112 10.4.1.3 Rompimento com 7 dias do concreto convencional ...................... 112 10.4.1.4 Rompimento com 7 dias do concreto fosforescente ....................... 113 10.4.1.5 Rompimento com 28 dias do concreto convencional .................... 113 10.4.1.6 Rompimento com 28 dias do concreto fosforescente .................... 113 10.4.2 Resultado do teste de compressão ............................................................... 114 10.5 Determinando a capacidade de fotoluminescência ............................................ 115 10.5.1 Execução do teste ........................................................................................ 115 10.6 Custo da utilização do concreto fosforescente .................................................... 117 11 DISCUSSÃO DE RESULTADOS ............................................................................. 119 12 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 126 REFERÊNCIAIS .............................................................................................................. 127 ANEXO 1 ........................................................................................................................... 130 ANEXO 2 ........................................................................................................................... 132 ANEXO 3 ........................................................................................................................... 134 ANEXO 4 ........................................................................................................................... 136 26 1 INTRODUÇÃO O cimento fosforescente foi desenvolvido pelo professor e doutor em ciências José Carlos Rubio da Universidade Michoacana de São Nicolau de Hidalgo, até o momento da exposição de tal pesquisa foram necessários nove anos de estudo para comprovar sua eficácia, e até o momento da publicação deste material acadêmico de conclusão de curso, a empresa que adquiriu seus direitos de comercialização, segue realizando testes para melhorar o desempenho do material. As propriedades fosforescentes consistem de materiais que se alimentam de luz solar e, na ausência de luminosidade, irradiam luz própria. Partindo da pesquisa desenvolvida pelo professor, surgiu a ideia do grupo acadêmico de produzir um concreto com as mesmas características de luminosidade mencionadas. SANTOS (2016), diz que: “O concreto é composto de um material fosforescente capaz de opor-se à ação da radiação ultravioleta sem sofrer prematura deterioração, sendo assim, mantendo o seu desempenho mecânico por um período parecido ao do concreto convencional. Para que haja a aderência da característica de fosforescência no concreto desenvolvido pelo grupo acadêmico, será realizada a substituição do cimento Portland por cimento Portland Branco. Na combinação de agregados e aglomerantes para a formação do concreto, será substituído 50% da areia por aluminato de estrôncio, que com a absorção seletiva da radiação, os átomos entrarão em estado de excitação a partir do qual a energia restante é irradiada iniciando o processo de fosforescência. 27 1.1 Justificativa O concreto fosforescente permite uma ampla aplicabilidade em ambientes desfavorecidos de luz. Como em meios-fios de estradas e rodovias, sinalizações e até mesmo em projetos arquitetônicos. Nesse processo eliminamos a necessidade de utilização de tintas, que necessitam de reparos constantes, reduzindo custos de manutenção. No Brasil há muitas regiões com deficiência de iluminação, onde o concreto fosforescente, se aplicado, supriria essa deficiência, consequentemente aumentando a segurança de tais vias. 28 1.2 Objetivo Geral Verificar a utilização de aluminato de estrôncio para o ganho de propriedades de fosforescência no concreto. 29 1.3 Objetivos Específicos Realizar a análise química de diferentes possibilidades de composição do material, e atestar a resistência mediante ensaios laboratoriais. Realizar testes para a identificação da eficiência luminosa do concreto fosforescente desenvolvido. 30 1.4 Aspectos Metodológicos da Pesquisa Esse trabalho foi realizado a partir de revisão bibliográfica de livros de bibliotecas pública, particulares e da instituição de ensino UNIP, artigos, e endereços eletrônicos que tiveram suas datas de publicação de 1972 a 2018, além de consultas as normas técnicas NBR’s (Normas Brasileiras), ao DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte) e a ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), buscando aprofundar os conhecimentos em especificações dos materiais utilizados, concreto e cimento, para a conclusão do projeto. Serão realizados testes de resistência junto a empresas técnicas regularizadas, com o intuito de comprovar a eficácia dos materiais, além de verificar se o aditivo luminescente não afetará a resistência do concreto final. Encontrando assim o traço do concreto mais eficaz e resistente para o objetivo citado. 31 2 CIMENTO FOSFORESCENTE 2.1 Como surgiu o cimento fosforescente Segundo SANTOS (2016), o cimento fosforescente foi desenvolvido por pesquisadores do departamento de engenharia civil da Universidade Michoacana de San Nicolás de Hidalgo (UMSNH), no México. O material funciona como uma bateria: durante o dia, absorve a energia solar; e à noite, emite luz. Para chegar ao resultado das propriedades luminescentes, a equipe da UMSNH agregou elementos de sílica, resíduos industriais e hidróxido de sódio e potássio ao cimento branco. Os elementos alteraram a microestrutura do material, reduzindo a opacidade inerente ao cimento. Quando usado para a produção de concreto, o produto preserva suas propriedades e pode ser empregado na iluminação sustentável de edifícios, na sinalização de ciclovias e mobiliários urbanos, além de servir como efeito decorativo em ambientes internos e externos (SANTOS, 2016). 32 3 CIMENTO 3.1 Cimento Portland De acordo com AMBROZEWICZ (2012, p.76) o cimento Portland é uma denominação técnica do material conhecido como cimento na construção civil. O mesmo foi criado e patenteado em 1824 por Joseph Aspdin, um construtor inglês, na época era convencional a construção com uma pedra de cor acinzentada originaria da ilha de Portland, encontrada no Sul do País da Inglaterra. Como a invenção de Aspdin era semelhante com a pedra Portland na cor e na dureza foi patenteado com o nome de Cimento Portland. O material tem propriedades aglutinantes, sendo um pó fino que endurece com a ação da água, portanto um aglomerante hidráulico, que quando endurecido não se decompõe mais, mesmo sob a ação da água. Segundo a ASTM, cimento Portland é “um aglomerante hidráulico produzido pela moagem do clínquer, que consiste essencialmente de silicatos de cálcio hidráulicos, usualmente com uma ou mais formas de sulfato de cálcio como um produto de adição. Os clínqueres são nódulos de 5 a 25 mm de diâmetro de um material sintetizado, produzido quando uma mistura de matérias primas (farinha) de composição pré-determinada é aquecida a altas temperaturas” (AMBROZEWICZ, 2012, p.76). 3.2 Fabricação Perante BAUER (2000, p.35) os principais constituintes do cimento Portland são a cal (CaO), a sílica (SiO²), a alumina ou mais conhecida como óxido de alumínio (Al²O³), o oxido de ferro (Fe²O³), certa proporção de magnésia (MgO) e uma porcentagem pequena de anidrido sulfúrico (SO³), que é adicionado depois da calcinação que retarda o tempo da pega do produto. A cal, sílica, alumina e oxido de ferro,constituem cerca de 95% a 96% do total de análise. Porém existem outros constituintes de menor importância como óxido de sódio (Na²O), óxido de potássio (k²O), óxido de titânio (TiO²). A mistura dessa matéria prima em proporções convenientes, finamente pulverizada e homogeneizada, é submetida à ação do calor no forno produtor de cimento, a temperatura de fusão incipiente, que resulta na obtenção do clínquer. Nesse processo acontecem combinações químicas, essa análise resulta na determinação das proporções de óxidos inicialmente mencionadas. As propriedades do cimento estão diretamente relacionadas com as proporções dos silicatos e aluminatos, essa operação caracteriza a determinação da composição do potencial do cimento. Para os cálculos emprega-se o método de Bogue. 33 Neste método, o cálculo parte da proporção total da cal, deduzindo-se, a princípio, as parcelas necessárias à formação do sulfato de cálcio e a cal livre eventualmente encontrada. Determinam-se a seguir as proporções da cal necessária para a formação do ferro, aluminato de cálcio, aluminato tricálcico e de silicato bicálcico. O saldo na proporção original de oxido de cálcio é a seguir associado a proporção de silicato bicálcico calculada, resultando na determinação da proporção atual de silicato tricálcico. A sobra de silicato bicálcico constitui o teor desse composto no cimento (BAUER, 2000, p.36). 3.3 Propriedades 3.3.1 Finura Conforme BAUER (2000, p.38) é conhecida como finura a noção relacionada com o tamanho do grão do cimento, podendo ser definida de duas maneiras, pelo tamanho máximo, estabelecendo proporções especificas em peso do material retido no processo de peneiramento em malha de abertura especifica, e pelo valor da superfície específica (a soma da superfície dos grãos contidos em uma grama de cimento). A finura é o fator que comanda a velocidade da reação de hidratação do cimento, o que interfere na qualidade de pastas, argamassas e concretos. Segundo AMBROZEWICZ (2012, p.81) a finura do cimento influencia diretamente com a sua reação, então quanto mais fino for o cimento mais rápido será sua reação e sua resistência à compressão, além de diminuir a exsudação e aumentar a impermeabilidade, porém como a finura aumenta o calor de hidratação e retração, o concreto se torna mais vulnerável a fissuras. Essa verificação é obtida pelos ensaios de recepção dos produtos devendo estar dentro das especificações das normas NBR 5.732 e NBR 5.733. 3.3.2 Densidade Conforme BAUER (2000, p.38) a densidade do cimento Portland é 3,15g/cm³, podendo variar com valores inferiores, utiliza-se esse valor no cálculo de consumo do produto em misturas feitas com base nos volumes específicos dos constituintes. Já na pasta de cimento a densidade varia com relação ao tempo, aumentando à medida que progride o processo de hidratação, conhecido também como retração. 34 3.3.3 Tempo de Pega Perante AMBROZEWICZ (2012, p.81) o tempo de pega é o momento que a pasta de cimento adquire certa consistência que a deixa imprópria para uso. O tempo de pega é uma importante propriedade para determinar o prazo de aplicação da pasta. Esse tempo pode ser controlado através de uma adição de gesso (CaSO4. 2H²O) com moagem do cimento, onde se monitora pelo teor de óxido sulfúrico (SO³). Este processo ocorre através de um ensaio, conforme a NBR 11.581, conhecido como ensaio de tempo de pega de consistência normal do cimento. 3.3.4 Resistência BAUER (2000, p.44) nos diz que a resistência do cimento é determinada por corpos de prova realizados com argamassa, que definem a ruptura a compressão. A forma do corpo de prova e suas dimensões são definidas nas especificações da norma NBR 7.215 e 5.732, onde a NBR 7.215 descreve o processo a ser feito, e a NBR 5.732 define o tempo e a resistência a ser atingida. 3.4 Tipos de cimentos Existem diversos tipos de cimento, o que torna necessário conhecer os tipos mais utilizados e a indicação de cada CP (Cimento Portland). 3.4.1 Cimento Portland Comum O Cimento Portland Comum (CP I) é produzido sem quaisquer adições além do gesso, que é utilizado para auxiliar na pega (AMBROZEWICZ, 2012, p.83). Segundo a NBR 5732:1991 (p.2), o cimento comum é um aglomerante do tipo hidráulico, obtido através da trituração do clínquer, sendo adicionado durante o processo determinada quantidade de sulfato de cálcio. 3.4.2 Cimento Portland Composto Conforme AMBROZEWICZ (2012, p.83) o Cimento Portland Composto surgiu em 1991 no mercado brasileiro, depois de obter bons resultados na Europa, também denominado (CP II) possui uma composição intermediaria entre o Cimento Portland Comum e o Cimento Portland com adição de escória ou pozolana. Atualmente o mesmo corresponde aproximadamente 70% da produção industrial brasileira, substituindo o (CP I). 35 Quando agregado a composição do cimento comum materiais pozolânicos, escórias de alto-forno e materiais carbonáticos são chamados de cimento composto. (NBR 5732, 1991, p.2) 3.4.3 Cimento Portland de Alto Forno Segundo AMBROZEWICZ (2012, p.83) o Cimento Portland de Alto Forno, conhecido como CP III, é definido pela adição da escoria granulada de alto forno. A escória tem propriedades lentas, igualmente a sua hidratação que é muito lenta, impossibilitando o seu emprego, de forma que para utilização são adicionados ativadores físicos e químicos. Essa ativação se obtém com a finura resultante da moagem da escória conjuntamente ou separada com o clínquer. 3.4.4 Cimento Pozolânico Conforme AMBROZEWICZ (2012, p.84) nomeado (CP IV) este cimento é caracterizado através a adição de pozolana ao clínquer. A pozolana não reage com a água em seu estado natural, somente depois de moída a mesma reage com o hidróxido de cálcio em presença da água em temperatura ambiente, originando compostos de propriedades aglomerantes. O uso conveniente da pozolana nos concretos de Cimento Portland melhora muito a qualidade desse material como por exemplo, a trabalhabilidade. A mesma ainda tem capacidade de diminuir o calor de hidratação, aumentar a impermeabilidade, assim como a resistência aos ataques por águas sulfatadas, águas puras e águas do mar, diminuindo os riscos de reações álcali-agregado, a eflorescência por percolação de água e finalmente, os custos. De um modo geral, cerca de 20% a 40% do cimento utilizado nos concretos podem ser substituídos por pozolana sem diminuição da resistência mecânica final e com diversas melhorias na qualidade do produto. (BAUER, 2000, p.59) 3.4.5 Cimento Portland de Alta Resistência Inicial Em concordância com AMBROZEWICZ (2012, p.83) conhecido (CP V-ARI) tem como objetivo atingir altas resistências, já nos primeiros dias depois de sua aplicação. Isso ocorre devido a dosagem exclusiva de calcário e argila na produção do clínquer, onde também é feita uma moagem mais fina que o cimento para adquirir resistência elevadas com maior velocidade. 36 3.5 Cimentos Especiais 3.5.1 Cimento Aluminoso Conforme BAUER (2000, p.60) esse cimento foi inventado na França em 1913, e é o resultado do cozimento de uma mistura de bauxita e calcário, esse processo é feito com a fusão completa, e também pode ser conhecido como cimento fundido, tendo como objetivo uma resistência maior aos ataques químicos. Verificou-se que ele atingia altas resistências em pouco tempo: 31,5MPa em dois dias, 35,5MPa em sete dias e 40MPa em vinte e oito dias. É um cimento de pega lenta, iniciando-se estas duas horas após a mistura. Tem excelentes qualidades e resistências ao ataque de águas sulfatadas, mas, em outros meios considerados menos nocivos são, eventualmente, produzidas decomposições ainda mal explicadas. É um cimento de primeira qualidade, podendo resistir a temperaturas superiores a 1200°C e, em misturas com agregados convenientemente escolhidos,acima dos 1400°C. (BAUER, 2000, p.60) 3.5.2 Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação Com concordância de AMBROZEWICZ (2012, p.85) o Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação também conhecido como cimentos com taxas lentas de evolução de calor, geram 260J/g e 300J/g aos três e sete dias respectivamente seguindo a NBR 13.116, onde substitui qualquer um dos cinco tipos básicos de cimentos. É utilizado para estruturas de grandes portes que demandam mais volume de concreto. 3.5.3 Cimento para Poços Petrolíferos Segundo AMBROZEWICZ (2012, p.86) este tipo de cimento é especifico para poços petrolíferos, sendo utilizado na cimentação dos mesmos. Sua composição é feita de clínquer e gesso para retardar o tempo de pega, são tomadas precauções especiais que garantem a plasticidade em ambientes de elevadas pressões e temperaturas. 3.5.4 Cimento Portland branco DELLINGHAUSEN (2009) apud NEVILLE (1997) nos diz que a composição do Cimento Portland Branco tem baixíssimos teores de óxido de ferro e de magnésio, onde são empregados caulim e calcário. Para evitar a sua contaminação por cinzas de carvão é colocado óleo ou gás como combustíveis no forno. Este cimento possui maior teor de aluminato de cálcio (C³A), o que faz apresentar grande reatividade. O ferro é praticamente 37 ausente no cimento branco e atua como fundente por sua elevada temperatura de clinquerização. O Cimento Portland Branco se diferencia por sua coloração, e está classificado em dois subtipos: estrutural e não estrutural. O estrutural é aplicado em concretos brancos para fins arquitetônicos, com classe de resistência 25, 32 e 40, similares as dos demais tipos de cimento. Já o não estrutural não tem indicação de classes e é aplicado, por exemplo, em rejuntamento de azulejos e em aplicações não estruturais, podendo ser utilizado nas mesmas aplicações do cimento cinza. A cor branca é obtida a partir de matérias primas com baixos teores de óxidos de ferro e manganês, e, condições especiais durante a fabricação, tais como resfriamento e moagem do produto, e principalmente, utilizando o caulim no lugar da argila. O índice de brancura deve ser maior que 78%. Adequados aos projetos arquitetônicos mais ousados, o cimento branco favorece a escolha de cores, uma vez que pode ser associado por pigmentos coloridos (NBR 12.989:1993). Conforme DELLINGHAUSEN (2009) apud PASSUELO (2004) é de grande relevância a observação e monitoramento com os cuidados especiais desse cimento, desde a escolha dos materiais até o planejamento de sua execução, onde é indispensável precauções como a cura e os acabamentos finais. 3.5.4.1 Clínquer Portland Branco É um produto constituído principalmente de silicatos de cálcio com propriedades hidráulicas e com teores limitados de óxidos corantes, que garantem a brancura exigida para os Cimentos Portland Brancos (NBR 12.989, 1993, p.2). Conforme a NBR 12.989 (1993, p.2) o Cimento Portland Branco tem como adição materiais carbonáticos finamente divididos, sendo a maior parte de carbonato de cálcio ou carbonato de cálcio e magnésio. 3.5.4.2 Classes de resistências Perante NBR 12.989:1993 (p.2) as classes 25, 32 e 40 retratam os mínimos de capacidade de se opor a compressão aos 28 dias de idade, em MPa. As composições dos Cimentos Portland Brancos devem estar compreendidas entre os limites mostrados em tabela, referenciadas nas figuras 1 e 2, em relação a massa total do aglomerante. 38 Figura 1 – Figura da tabela de teores dos componentes dos Cimentos Portland Branco Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - NBR 12.989 (1993). Figura 2 – Figura da tabela de exigências químicas Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - NBR 12.989 (1993). 3.5.4.3 Exigências físicas e mecânicas O Cimento Portland Branco deve atender as exigências físicas e mecânicas, conforme figura 3. (NBR 12.989, 1993, p.3). Figura 3 – Figura da tabela de exigências físicas e mecânicas Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - NBR 12.989 (1993). 3.5.4.4 Brancura Os Cimentos Portland Brancos são testados para efeito de verificação da conformidade à brancura conforme o método da NBR 12.990. A brancura deve ser o elemento de um controle estatístico, dentro da hipótese de uma distribuição gaussiana, assegurando-se que o valor seja superior ou igual a 78% para o Cimento Portland Branco estrutural, e superior ou igual a 82% para o Cimento Portland Branco não estrutural, com 97% de probabilidade, isto é, a probabilidade dos limites não serem atingidos é de 3%. 39 Igualmente, em um controle diário durante qualquer período de seis meses consecutivos, não pode haver variação na brancura superior a 4% (NBR 12.989, 1993, p.5). Entre os testes de brancura há também as classes de resistência à compressão do cimento branco, mostrado em tabela conforme a figura 4. Figura 4 – Figura da tabela das classes de resistência do Cimento Portland Branco Estrutural Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - NBR 12989 (1993). 40 4 CONCRETO 4.1 Origem do concreto Segundo ANDRADE (2010 cap. 29 p.905) em 1989, a National Science Foundation nos Estados Unidos e o National Research Council no Canadá, aprovaram o apoio financeiro persuasivo, aos destacados programas ACBM Center for Advanced Cement- Based Materials na Universidade de Northwestern e Béton Canadá, em Sherbrooke, compreendendo que, o estudo do concreto deve estar dentro do conhecimento tático da “inteligência” de seus países considerando os recursos naturais, saúde, eletrônica, biotecnologia e outras. De acordo com ANDRADE (2010 cap. 29 p.905) o concreto surgiu no término do século XIX, e foi o material mais usado no século XX, tornando-o o segundo material mais consumido no mundo, incluindo o Brasil, perdendo somente para água. Revisando a história da humanidade em obras arquitetônicas e de engenharia, é importante evidenciar que houve inúmeras mudanças no aspecto de construção conforme as descobertas e desenvolvimentos de novos materiais estruturais contribuindo com a nação ao longo do tempo. 4.2 Concreto comum Segundo GRAZIANO (2005, p.15), o concreto tem particularidades plásticas admiráveis, por se adequar a qualquer forma, além disso, tem excelente resistência à compressão e ao fogo. GRAZIANO continua dissertando dizendo que uma de suas maiores vantagens é a durabilidade, e sua principal aplicação é em estruturas. Perante AMBROZEWICZ (2012, p.120) o concreto é um produto usado na construção civil, resultante da mistura de um aglomerante e, pelo menos, dois agregados, sendo respectivamente eles: o cimento, a pedra, a areia e a água. Após essa mistura, o concreto fresco obtém uma plasticidade permitindo sua moldagem, manuseio e transporte. As propriedades definidas nesse momento são: consistência, textura, trabalhabilidade, inteireza da massa, contenção da água e massa especifica. Lembrando-se que existem casos que são adicionados aditivos que mudam suas propriedades físicas e químicas do concreto. Para que o concreto seja resistente, durável, tenha um bom aspecto e seja econômico, levam-se em conta as seguintes análises: Propriedade de cada um dos materiais componentes do concreto; 41 Propriedades e fatores que podem alterar o concreto, como por exemplo, o clima, as impurezas etc.; A proporção correta para a execução cuidadosa da mistura; O controle técnico no modo de execução do concreto durante sua fabricação e após o endurecimento. 4.2.1 Fatores que influem na qualidade do concreto Em concordância com AMBROZEWICZ (2012, p.122) para obtenção das características principais do concreto, sendo elas: a facilidade do seu manuseio quando fresco, sua boa resistência mecânica, durabilidade e impermeabilidade quando endurecido, entreoutros, é preciso saber os fatores que influem em sua qualidade. Sendo eles sequencialmente: Qualidade dos materiais: um fator de grande influência, pois quando se utiliza um material de má qualidade, seja agregado graúdo, agregado miúdo ou aglomerante, o concreto perde aderência e resistência, perdendo, assim, sua qualidade. Ressaltando que materiais de boa qualidade resultam em um concreto de boa qualidade. Proporcionalmente adequado: para cada tipo de serviço a ser feito é considerado um tipo de traço para o concreto com proporções adequadas, sabendo exatamente a relação entre a quantidade de cimento e de agregados graúdos e miúdos, aglomerantes e água para determinada aplicação. 4.2.2 Manipulação adequada Depois da mistura, o concreto tem um tempo determinado para o seu transporte, lançamento em fôrmas e adensamento. O cálculo estrutural, a execução das fôrmas e a execução das armaduras, dependem de cada projeto em específico, sendo obrigatório seguir a norma de acordo com cada função. A concretagem é a parte final, e essa aplicação deve ser feita por profissionais qualificados e seguindo as especificações da norma NBR 6.118. 4.2.3 Consistência do concreto fresco Segundo AMBROZEWICZ (2012, p.127), a consistência é uma propriedade associada com o estado de fluidez da mistura, onde varia a facilidade de se deformar sobre 42 cargas e principalmente a quantidade de água aplicada a mistura. Essa consistência é essencial para manter a trabalhabilidade do concreto, sendo que durante a moldagem do concreto quando colocado em uma fôrma, não haja segregação. Para sua definição geralmente é utilizado o ensaio de abatimento (slump test), que acontece com a compactação do concreto em uma fôrma, onde após a retirada da fôrma, o concreto sofre um abatimento, cuja medida dada em centímetros é aderida como valor comparativo da consistência, esse procedimento só é valido com a aplicação da NBR 6.118. 4.2.4 Trabalhabilidade Conforme RECENA (2011, pg.15), a trabalhabilidade é determinada pela consistência e influenciada pelo traço. Ela pode ser modificada através do teor de água/materiais secos que variam entre agregados graúdos ou miúdos. Em um experimento é notável destacar que quanto maior a relação água/cimento, maior a relação entre areia/pedra, e pode-se observar que para uma maior trabalhabilidade é necessário uma granulometria contínua. 4.2.5 Massa especifica De acordo com AMBROZEWICZ (2012, p.140) a massa especifica é uma propriedade que varia de acordo com o adensamento, os tipos de agregados e a quantidade de vazios, tendo influência nos cálculos do peso próprio das estruturas que difere em cada projeto em específico. Em concreto usual a massa especifica é próximo de 2,3t/m³ a 2,5t/m³, para concreto leve 1,8t/m³ e para concreto pesado de 3,5t /m³ a 5,0t/m³. 4.2.6 Resistência mecânica Perante SOBRAL (2000, p.10), a resistência mecânica é a propriedade primordial do concreto, como seu uso é relativamente em estruturas, onde pode sofrer interferência de inúmeros fatores, como: fôrmas dos corpos de prova, idade existente em dias e relação entre água/cimento. O concreto comum resiste mal ao efeito de tração e cisalhamento, porém já existem diversos tipos de concretos que atendem a essa necessidade. 4.2.7 Durabilidade Segundo AMBROZEWICZ (2012, p.140) a durabilidade é uma de suas maiores vantagens, pois um concreto bem feito pode durar até séculos. Esse aspecto é relacionado 43 ao volume de vazios presentes no interior da massa, que deve ser mínimo, diminuindo a permeabilidade, o que ajuda a dificultar a penetração de resíduos agressivos. É permitido estabelecer uma relação de durabilidade com o fator de água/cimento. 4.2.7.1 Fator de água/cimento Conforme AMBROZEWICZ (2012, p.141), a definição do fator água/cimento, também conhecido pela sigla “a/c”, é uma etapa no processo de dosagem de suma importância, pois é vital na determinação das características mecânicas do concreto, e seu cálculo é essencial na definição do traço inicial do concreto, porém para sua determinação é necessário o resultado do experimento do teste de rompimento do corpo de prova com idade de 28 dias. 4.2.8 Cura do concreto Segundo relata FERRAZ (2016, p.218) esse processo tem como objetivo bloquear a evaporação da água associada ao traço, no começo do período de hidratação. 4.2.9 Retração Conforme AMBROZEWICZ (2012, p.146), a retração é uma deformação no concreto que não depende de carregamentos, onde o volume do concreto diminui desde o fim da cura até atingir o estado de equilíbrio ambiental, isso ocorre devido a perda do contato do concreto com o ar. Esse processo acontece rapidamente nos quatro primeiros meses, depois desse período o mesmo acontece lentamente. 4.2.10 Deformação Conforme NEVILLE (2013, p.83), existe duas maneiras de se causar uma deformação, a primeira causada pelo ambiente, ou seja, variação de condições climáticas, como, umidade e temperatura. A segunda maneira seriam as ações causadas por cargas externas, podendo obter uma deformação imediata dependendo da ação sofrida, ou uma deformação lenta. 4.2.11 Influência de temperatura Segundo AMBROZEWICZ (2012, p.146) a variação de temperatura tem uma ação de retardação no concreto, apesar de não se transmitir instantaneamente no mesmo, existe 44 um coeficiente de dilatação térmica definida pela NBR 6.118 para o concreto armado igual a 10⁻ ⁵ °C⁻ ¹. 4.2.12 Traço do concreto Conforme SOBRAL (2000, p.20) as proporções dos aditivos adicionados em sua fabricação com relação ao cimento indicam o traço do concreto. Esse traço pode ser apresentado nas seguintes maneiras: traço em massa, traço em volume, traço em volume com cimento em massa. 4.2.12.1 Traço em massa Esse traço define que todos os materiais são medidos em massa Exemplo: 1: 𝑎 ∶ 𝑏 ∶ 𝑎 𝑐 (1) Onde: 1 – Cimento (kg) a – Areia (kg) b – Brita (kg) a/c – Relação água cimento (kg) 4.2.12.2 Traço em volume Esse traço define que todos os materiais são medidos em volume, onde dividimos cada matéria com sua respectiva massa unitária. 1 𝛾𝑐 ∶ 𝑎𝑟 𝛾𝑎𝑟 ∶ 𝑏𝑟 𝛾𝑏𝑟 ∶ 𝑎 𝑐 (2) 4.2.12.3 Traço em volume com o cimento em massa 1 ∶ 𝑎𝑟 𝛾𝑎𝑟 ∶ 𝑏𝑟 𝛾𝑏𝑟 ∶ 𝑎 𝑐 (3) É preciso entender que a pasta é a combinação do cimento com a água, e argamassa é a combinação da pasta com agregado miúdo. Pois o concreto é o material de maior 45 importância na engenharia civil atualmente, tendo inúmeras aplicações, tais como: revestimentos, pavimentos, paredes, fundações, canalizações, estruturas etc. 4.2.13 Tipos de concreto 4.2.13.1 Concreto de alto desempenho Conforme AMBROZEWICZ (2012, p.124) esse concreto possui adição de minerais como sílica ativa, metacaulim e aditivos super plastificantes. O mesmo possui características excepcionais, onde sua aplicação é feita em obras especificas, como: em obras de recuperações e obras hidráulicas. Tendo como principais vantagens o prolongamento da durabilidade e da vida útil da obra, onde obtém um melhor rendimento nas áreas disponíveis. 4.2.13.2 Concreto bombeado De acordo AMBROZEWICZ (2012, p.124) esse concreto também é muito utilizado em obras civis, sua dosagem é adequada para a bomba de concreto, o que dispensa a utilização de pedras e sua segregação. Sua resistência varia de 10,0MPa a 40,0Mpa, dependendo da utilização, podendo ser aplicado em obras industriais, peças pré-moldadas e obras em geral. Os benefícios essenciais são a longevidade e excelência na entrega da obra, diminuição de gastos e tempo de realização de tarefas, além do rigoroso processo de qualidade vindo das usinas responsáveis pela fabricação do concreto. 4.2.13.3 Concreto de pavimento rígido Perante AMBROZEWICZ (2012, p.124) a principalexigência nesse concreto é a resistência à tração na flexão e a deterioração superficial, é de aplicabilidade e lançamento simples, podendo ser usado em estradas de vias urbanas. Suas maiores vantagens são: maior longevidade, diminuição de gastos e manutenção. 4.2.13.4 Concreto pesado De acordo AMBROZEWICZ (2012, p.120) a característica fundamental desse concreto é o aumento da densidade que varia entre 2.800kg/m³ e 4.500kg/m³, alcançada pela inclusão de agregados essenciais como a hematita. Podendo ser aplicado em contraposição em gasodutos, usinas nucleares e hospitais. Sua maior vantagem é ser um isolante radioativo. 46 4.2.13.5 Concreto projetado Conforme GRAZIANO (2005, p.16) é o concreto pneumaticamente transportado e lançado à alta velocidade, sobre uma superfície adequada, sendo compactado. Suas características dependem exclusivamente do processo do projeto de projeção utilizado. 4.2.13.6 Concreto leve Esse concreto possui densidade que varia de 400kg/m³ a 1800 kg/m³. Sua aplicação pode ser feita em enchimentos e normalização de lajes, pisos e produtos de vedação. As vantagens primordiais são a redução do peso próprio e seu isolamento termo acústico. (AMBROZEWICZ 2012, p.125). 4.2.13.7 Concreto fluido Segundo AMBROZEWICZ (2012, p.125) esse concreto tem como propriedade essencial a alta plasticidade ou fluidez. Para evitar a segregação durante seu processo usa-se a granulometria. 4.2.13.8 Concreto armado Conforme GRAZIANO (2005, p.15) o concreto armado é a combinação entre o concreto e o aço, pois o concreto comum possui uma boa resistência à compressão, porém não possui resistência à tração, juntando o aço que possui grande resistência à tração ao concreto, obtemos o concreto armado, com resistência elevada e durabilidade. Sua aplicação é geral e esse material é um dos mais usados nas obras civis. 47 5 NBR 6.118:2003 A norma NBR 6.118 (2003, p.1) predispõe requisitos básicos de exigência para o projeto estrutural em concreto, seja simples, armado ou protendido, exceto o de concreto leve, pesado ou outros com características especiais, sendo estes requisitos gerais a serem atendidos pelo projeto, além disso, existem os requisitos específicos para o projeto em cada etapa. 5.1 Definições do concreto estrutural Conforme a NBR 6.118 (2003, p.4) o concreto simples estrutural, não possui quaisquer tipos de armaduras, ou a quantidade é relativamente muito pequena que não atinge o mínimo exigido, tornando-as desprezíveis. O concreto armado possui comportamento nas estruturas que dependem da aderência do concreto com a armadura. A NBR 6.118 (2003, p.4) diz que a junta de dilatação, tem por finalidade reduzir as tensões internas impedindo a movimentação da estrutura, essencialmente na defluência de retração ou diminuição da temperatura, o que reduz a espessura em 25% na seção de concreto. 5.2 Definições dos estados limites Estado Limite Último (ELU): corresponde ao estado de colapso, e é determinante para a paralisação do uso da estrutura (NBR 6.118, 2003, p.4). Estado Limite de Formação de Fissuras (ELS-F): indica onde se iniciam as fissuras, sendo definida quando a tensão de tração máxima na seção for idêntica a fct,f. (NBR 6.118, 2003, p.5) Estado Limite de Abertura das Fissuras (ELS-W): quando as fissuras apresentam espaçamentos iguais aos máximos especificados no item 13.4.2 da norma NBR 6.118. Estado Limite de Deformações Excessivas (ELS-DEF): onde as deformações alcançam os limites determinados para o estado normal. (NBR 6.118, 2003, p.5) Estado Limite de Descompressão (ELS-D): estado no qual em um ou mais pontos sob a seção transversal a tensão normal é nula, não havendo tração no restante da seção. (NBR 6.118, 2003, p.5) 48 Estado Limite de Descompressão Parcial (ELS-DP): estado em que se garante a compressão na seção transversal, região onde existem armaduras ativas. (NBR 6.118, 2003, p.5) Estado Limite de Vibrações Excessivas (ELS-VE): condição em que as vibrações atingem os ápices definidos para a utilização normal da edificação. (NBR 6.118, 2003, p.5). 5.3 Requisitos gerais de qualidade estrutural e avaliação da conformidade do projeto O projeto estrutural deve proporcionar as informações necessárias para a execução da estrutura, com o objetivo de garantir a qualidade da execução de uma obra, com base em um determinado projeto, as medidas preventivas devem ser tomadas desde o início dos trabalhos. Essas medidas devem englobar a discussão e aprovação das decisões tomadas, a distribuição dessas e outras informações pelos elementos pertinentes da equipe multidisciplinar e a programação coerente das atividades, respeitando as regras lógicas de precedência (NBR 6.118, 2003, p.14). Conforme a NBR 6.118 (2003, p.13) para atender esses requisitos é preciso estar atento a qualidade da estrutura, perante as seguintes definições: capacidade de resistência, desempenho em serviço e durabilidade. A resistência do projeto se exemplifica em garantir que não haja a ruptura, garantindo a segurança da estrutura. O desempenho em serviço consiste em manter a estrutura em plenas condições de utilização, sem que apresente danos que possa comprometer a estrutura parcial ou totalmente. A durabilidade é a capacidade que a estrutura tem em resistir a esforços de influência ambientais previstas e definidas no projeto. A durabilidade das estruturas de concreto requerem cooperação e esforços coordenados de todos os envolvidos nos processos de projeto, construção e utilização, devendo, como mínimo, ser seguido o que estabelece a ABNT NBR 12.655, sendo também obedecidas as disposições com relação às condições de uso, inspeção e manutenção (NBR 6.118, 2003, p.15). Perante NBR 6.118 (2003, p.16), a agressividade do meio ambiente é relativa a ações físicas e químicas que agem sobre a estrutura de concreto, independentemente das 49 ações sofridas pelo projeto, deve ser considerada as informações mostradas em tabela, conforme a figura 5. Figura 5 – Figura da tabela de classificação da agressividade ambiental Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - NBR 6.118 (2003). O conjunto de projetos relativos a uma obra deve orientar-se sob uma estratégia explícita que facilite procedimentos de inspeção e manutenção preventiva da construção (NBR 6.118, 2003, p.20). 5.4 Caracterização do Concreto 5.4.1 Massa específica A massa específica normal do concreto definida pela norma NBR 6.118, são aquelas que, depois de secos em estufa, possuem massa específica (ρc) entre 2000kg/m³ e 2800kg/m³. Caso a massa específica real não tiver embasamento laboratorial, para efeito de cálculo, se pode utilizar para um concreto convencional o valor 2400kg/m³ e para o concreto armado 2500kg/m³. Quando se tem conhecimento da massa específica do concreto utilizado, considera-se como valor para a (ρc) do concreto armado à mesma do concreto convencional acrescida de 100kg/m³ a 150kg/m³ (NBR 6.118, 2003, p.22). 50 5.4.2 Resistência à compressão Perante NBR 6.118 (2003, p.22) quando a vida útil for desconhecida, as resistências remetem a mesma de 28 dias. A pressuposição da resistência à compressão média (fcmj), adequada a uma resistência (fckj) especificada, deve ser realizada conforme indicado na ABNT NBR 12.655. O avanço da resistência à compressão com relação à vida útil se obtém através de ensaios particularmente executados para o mesmo. 5.4.3 Resistência à tração A resistência à tração indireta (fct,sp) e a resistência à tração na flexão (fct,f) devem ser obtidas em ensaios realizados segundo a ABNT NBR 7.222 e a ABNT NBR 12.142, respectivamente. A resistência à tração direta (fct) pode ser considerada igual a 0,9 fct,sp ou 0,7 fct,f, porém na falta de ensaios para a aquisição de fct,sp e fct,f, pode ser analisado
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