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Reforma Tributária Aula 2 – O Imposto e a Contribuição sobre Bens e Serviços Prof. Dr. Jules Michelet Pereira Queiroz e Silva Brasília/DF, 8 de março de 2024 Roteiro do Curso 1 – Noções Gerais sobre a Reforma Tributária 2 – O Imposto e a Contribuição sobre Bens e Serviços 3 – Outros temas tratados na Reforma 4 – Desafios e Perspectivas Roteiro da Aula O Imposto e a Contribuição sobre Bens e Serviços 1. Hipótese cons;tucional 2. Não-cumulaNvidade 3. Equidade tributária: seleNvidade e cashback 4. Regime Geral 5. Regimes Especiais 6. Administração e Contencioso do IBS e CBS 7. Transição tributária 8. Transição fiscal Hipótese Cons,tucional “Quando afirmamos que a Constituição não criou tributos, estamos emprestando à frase um significado bem preciso. Reconhecemos que ela cuidou pormenorizadamente da tributação, traçando, inclusive, a norma padrão de incidência de cada uma das exações que poderão ser criadas pela União, pelos Estados, pelos Municípios e pelo Distrito Federal.” (CARRAZZA, Direito Constitucional Tributário, p. 583) Hipótese Cons3tucional "Art. 149-B. Os tributos previstos nos arts. 156-A [IBS] e 195, V, [CBS] observarão as mesmas regras em relação a: I - fatos geradores, bases de cálculo, hipóteses de não incidência e sujeitos passivos; II - imunidades; III - regimes específicos, diferenciados ou favorecidos de tributação; IV - regras de não cumulatividade e de creditamento. Hipótese Constitucional Seção V-A Do Imposto de Competência Compartilhada entre Estados, Distrito Federal e Municípios Art. 156-A. Lei complementar instituirá imposto sobre bens e serviços de competência compartilhada entre Estados, Distrito Federal e Municípios. § 1º O imposto previsto no caput será informado pelo princípio da neutralidade e atenderá ao seguinte: I - incidirá sobre operações com bens materiais ou imateriais, inclusive direitos, ou com serviços; [...] IV - terá legislação única e uniforme em todo o território nacional, ressalvado o disposto no inciso V; Hipótese Cons3tucional O que é uma operação? Interpretação econômica ou jurídica? Critério Jurídico “Assim, esse ICMS deve ter por hipótese de incidência a operação jurídica que, praticada por comerciante, industrial ou produtor, acarrete circulação de mercadoria, isto é, a transmissão de sua titularidade.” (CARRAZZA, ICMS, 2022) Critério econômico “[...] entendemos por circulação a série de operações que levam as mercadorias das fontes de produção até o consumo final, de acordo com a sua natureza e finalidades, agregando-lhes valor em cada etapa do percurso.” (COSTA, Alcides Jorge, ICM na Constituição e na Lei Complementar, 1978, pp. 86/87) Hipótese Constitucional Seção V-A Do Imposto de Competência Compartilhada entre Estados, Distrito Federal e Municípios Art. 156-A. Lei complementar instituirá imposto sobre bens e serviços de competência compartilhada entre Estados, Distrito Federal e Municípios. § 1º O imposto previsto no caput será informado pelo princípio da neutralidade e atenderá ao seguinte: II - incidirá também sobre a importação de bens materiais ou imateriais, inclusive direitos, ou de serviços realizada por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja sujeito passivo habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade; Hipótese Cons3tucional • A CF não fala de “operação” nesse caso, só de “importação”. • “Importação” é a promoção da entrada de bem importado do exterior no território nacional. Como “importar” direitos? • Incide IBS-Importação: • na importação de bem para aNvo fixo; • de bem para consumo da empresa. Hipótese Cons3tucional “[...] não incide o ICMS na operação de arrendamento mercantil internacional, salvo na hipótese de antecipação da opção de compra, quando configurada a transferência da titularidade do bem. Consectariamente, se não houver aquisição de mercadoria, mas mera posse decorrente do arrendamento, não se pode cogitar de circulação econômica.” [RE 540.829, rel. p/ o ac. min. Luiz Fux, j. 11-9- 2014, P, DJE de 18-11-2014, Tema 297.] É importação de serviço? É importação de direito? Hipótese Cons3tucional Seção V-A Do Imposto de Competência Compartilhada entre Estados, Distrito Federal e Municípios Art. 156-A. Lei complementar instituirá imposto sobre bens e serviços de competência compartilhada entre Estados, Distrito Federal e Municípios. § 8º Para fins do disposto neste artigo, a lei complementar de que trata o caput poderá estabelecer o conceito de operações com serviços, seu conteúdo e alcance, admitida essa definição para qualquer operação que não seja classificada como operação com bens materiais ou imateriais, inclusive direitos. [serviço como categoria residual] Hipótese Constitucional Seção V-A Do Imposto de Competência Compartilhada entre Estados, Distrito Federal e Municípios Art. 156-A. Lei complementar instituirá imposto sobre bens e serviços de competência compartilhada entre Estados, Distrito Federal e Municípios. § 1º O imposto previsto no caput será informado pelo princípio da neutralidade e atenderá ao seguinte: III - não incidirá sobre as exportações, assegurados ao exportador a manutenção e o aproveitamento dos créditos relativos às operações nas quais seja adquirente de bem material ou imaterial, inclusive direitos, ou serviço, observado o disposto no § 5º, III; [...] § 5º Lei complementar disporá sobre: [...] III - a forma e o prazo para ressarcimento de créditos acumulados pelo contribuinte; Hipótese Cons3tucional Seção V-A Do Imposto de Competência ComparVlhada entre Estados, Distrito Federal e Municípios Art. 156-A. Lei complementar insVtuirá imposto sobre bens e serviços de competência comparVlhada entre Estados, Distrito Federal e Municípios. § 1º O imposto previsto no caput será informado pelo princípio da neutralidade e atenderá ao seguinte: [...] XI - não incidirá nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita; Hipótese Cons3tucional Seção V-A Do Imposto de Competência Compartilhada entre Estados, Distrito Federal e Municípios Art. 156-A. Lei complementar instituirá imposto sobre bens e serviços de competência compartilhada entre Estados, Distrito Federal e Municípios. § 3º Lei complementar poderá definir como sujeito passivo do imposto a pessoa que concorrer para a realização, a execução ou o pagamento da operação, ainda que residente ou domiciliada no exterior. Hipótese Cons3tucional TÍTULO VIII DA ORDEM SOCIAL CAPÍTULO II DA SEGURIDADE SOCIAL SEÇÃO I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: [...] IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. V - sobre bens e serviços, nos termos de lei complementar. [...] § 16. Aplica-se à contribuição prevista no inciso V do caput o disposto no art. 156-A, § 1º, I a VI, VIII, X a XIII, § 3º, § 5º, II a VI e IX, e §§ 6º a 11 e 13. Roteiro da Aula O Imposto e a Contribuição sobre Bens e Serviços 1. Hipótese constitucional 2. Não-cumulatividade 3. Equidade tributária: seletividade e cashback 4. Regime Geral 5. Regimes Especiais 6. Administração e Contencioso do IBS e CBS 7. Transição tributária 8. Transição fiscal Base de Cálculo Seção V-A Do Imposto de Competência ComparNlhada entre Estados, Distrito Federal e Municípios Art. 156-A. Lei complementar insNtuirá imposto sobre bens e serviços de competência comparNlhada entre Estados, Distrito Federal e Municípios. § 1º O imposto previsto no caput será informado pelo princípio da neutralidade e atenderá ao seguinte: VIII - será não cumula;vo, compensando-se o imposto devido pelo contribuinte com o montante cobrado sobre todas as operações nas quais seja adquirentede bem material ou imaterial, inclusive direito, ou de serviço, excetuadas exclusivamente as consideradas de uso ou consumo pessoal especificadas em lei complementar e as hipóteses previstas nesta ConsNtuição; Base de Cálculo A neutralidade tributária é um princípio segundo o qual, idealmente, os tributos não devem influenciar nas decisões dos agentes econômicos. A não cumulatividade tem por objetivo garantir a neutralidade pelo impedimento da tributação em cascata. Base de Cálculo Art. 156-A. Lei complementar instituirá imposto sobre bens e serviços de competência compartilhada entre Estados, Distrito Federal e Municípios. § 5º Lei complementar disporá sobre: II - o regime de compensação, podendo estabelecer hipóteses em que o aproveitamento do crédito ficará condicionado à verificação do efetivo recolhimento do imposto incidente sobre a operação com bens materiais ou imateriais, inclusive direitos, ou com serviços, desde que: a) o adquirente possa efetuar o recolhimento do imposto incidente nas suas aquisições de bens ou serviços; ou b) o recolhimento do imposto ocorra na liquidação financeira da operação; Base de Cálculo Art. 9º [...] § 4º O produtor rural pessoa física ou jurídica que obtiver receita anual inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais), atualizada anualmente pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e o produtor integrado de que trata o art. 2º, II, da Lei nº 13.288, de 16 de maio de 2016, com a redação vigente em 31 de maio de 2023, poderão optar por ser contribuintes dos tributos de que trata o caput. § 5º É autorizada a concessão de crédito ao contribuinte adquirente de bens e serviços de produtor rural pessoa física ou jurídica que não opte por ser contribuinte na hipótese de que trata o § 4º, nos termos da lei complementar, observado o seguinte: I - o Poder Executivo da União e o Comitê Gestor do Imposto de Bens e Serviços poderão revisar, anualmente, de acordo com critérios estabelecidos em lei complementar, o valor do crédito presumido concedido, não se aplicando o disposto no art. 150, I, da Constituição Federal; e II - o crédito presumido de que trata este parágrafo terá como objetivo permitir a apropriação de créditos não aproveitados por não contribuinte do imposto em razão do disposto nocaput deste parágrafo. Base de Cálculo Art. 9º [...] § 5º É autorizada a concessão de crédito ao contribuinte adquirente de bens e serviços de produtor rural pessoa msica ou jurídica que não opte por ser contribuinte na hipótese de que trata o § 4º, nos termos da lei complementar, observado o seguinte: I - o Poder ExecuNvo da União e o Comitê Gestor do Imposto de Bens e Serviços poderão revisar, anualmente, de acordo com critérios estabelecidos em lei complementar, o valor do crédito presumido concedido, não se aplicando o disposto no art. 150, I, da ConsNtuição Federal; e [...] § 6º Observado o disposto no § 5º, I, é autorizada a concessão de crédito ao contribuinte adquirente de: I - serviços de transportador autônomo de carga pessoa ?sica que não seja contribuinte do imposto, nos termos da lei complementar; II - resíduos e demais materiais des@nados à reciclagem, reuNlização ou logísNca reversa, de pessoa msica, cooperaNva ou outra forma de organização popular. Base de Cálculo Art. 156-A. Lei complementar instituirá imposto sobre bens e serviços de competência compartilhada entre Estados, Distrito Federal e Municípios. § 7º A isenção e a imunidade: I - não implicarão crédito para compensação com o montante devido nas operações seguintes; II - acarretarão a anulação do crédito relativo às operações anteriores, salvo, na hipótese da imunidade, inclusive em relação ao inciso XI do § 1º, quando determinado em contrário em lei complementar. Base de Cálculo Art. 156-A. Lei complementar instituirá imposto sobre bens e serviços de competência compartilhada entre Estados, Distrito Federal e Municípios. § 5º Lei complementar disporá sobre: III - a forma e o prazo para ressarcimento de créditos acumulados pelo contribuinte; Base de Cálculo Art. 156-A. Lei complementar instituirá imposto sobre bens e serviços de competência compartilhada entre Estados, Distrito Federal e Municípios. § 5º Lei complementar disporá sobre: V - a forma de desoneração da aquisição de bens de capital pelos contribuintes, que poderá ser implementada por meio de: a) crédito integral e imediato do imposto; b) diferimento; ou c) redução em 100% (cem por cento) das alíquotas do imposto; Base de Cálculo Seção V-A Do Imposto de Competência ComparNlhada entre Estados, Distrito Federal e Municípios Art. 156-A. Lei complementar insNtuirá imposto sobre bens e serviços de competência comparNlhada entre Estados, Distrito Federal e Municípios. § 1º O imposto [IBS] previsto no caput será informado pelo princípio da neutralidade e atenderá ao seguinte: IX - não integrará sua própria base de cálculo nem a dos tributos previstos nos arts. 153, VIII, e 195, I, "b", IV e V, e da contribuição para o Programa de Integração Social de que trata o art. 239; [...] Art. 195 [...] § 17. A contribuição [CBS] prevista no inciso V do caput não integrará sua própria base de cálculo nem a dos tributos previstos nos arts. 153, VIII, 156-A e 195, I, "b", e IV, e da contribuição para o Programa de Integração Social de que trata o art. 239. Alíquotas As alíquotas do IBS • Serão fixadas em lei de cada ente federativo; • A cobrança do imposto observará a soma das alíquotas; • As alíquotas devem ser as mesmas para todas as operações, salvo exceção constitucional; • Proibição de concessão de incentivos fiscais, salvo exceção constitucional; • Resolução do Senado Federal fixará alíquota de referência para cada esfera federativa, que será aplicada se outra não houver sido estabelecida pelo próprio ente, ou quando o ente optar por vincular sua alíquota à de referência. A alíquota da CBS é fixada por lei ordinária federal. Alíquotas Qualquer alteração na legislação federal que reduza ou eleve a arrecadação do IBS: • deverá ser compensada pela elevação ou redução, pelo Senado Federal, da alíquota de referência, de modo a preservar a arrecadação das esferas federativas, nos termos de lei complementar; • somente entrará em vigor com o início da produção de efeitos do ajuste das alíquotas de referência Projeto de lei complementar em tramitação no Congresso Nacional que reduza ou aumente a arrecadação do imposto somente será apreciado se acompanhado de estimativa de impacto no valor das alíquotas de referência. Alíquotas • de 2027 a 2033, a alíquota de referência da CBS deve assegurar que a receita da União com essa contribuição e o Imposto SeleNvo seja equivalente à redução da receita do PIS, da Cofins, do IPI e do IOF-Seguros; • de 2029 a 2033, a alíquota de referência do IBS estadual deve assegurar que a receita dos Estados e DF com esse imposto seja equivalente à redução da receita do ICMS e dos fundos estaduais de infraestrutura decorrentes da exNnção gradual do ICMS, excluídas as receitas das contribuições criadas nos termos do art. 136 do ADCT [fundos de incenNvos fiscais] • de 2029 a 2033, a alíquota de referência do IBS municipal deve assegurar que a receita dos Municípios e DF com esse imposto seja equivalente à redução da receita do ISS. Roteiro da Aula O Imposto e a Contribuição sobre Bens e Serviços 1. Hipótese consNtucional 2. Não-cumulaNvidade 3. Equidade tributária: sele;vidade e cashback 4. Regime Geral 5. Regimes Especiais 6. Administração e Contencioso do IBS e CBS 7. Transição tributária 8. Transição fiscal Equidade Tributária Seletividade Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal insmtuir impostos sobre: [...] § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: [...] III - poderá ser selePvo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços; A seletividade em função da essencialidade exige que o ônus econômico do ICMS recaiasobre mercadorias ou serviços na razão direta de sua superfluidade e na razão inversa de sua necessidade, tomando-se como parâmetro o consumo popular. Daí que, a nosso sentir, as operações com gêneros de primeira necessidade (essenciais) e as prestações de serviços (de transporte transmunicipal ou de comunicação) de massa deveriam ser completamente isentadas de ICMS, já que em relação a elas o contribuinte não tem liberdade de escolha. (Roque Carrazza) Equidade Tributária Críticas à seletividade: anacronismo e arbitrariedade. Um dos fundamentos do IVA é a alíquota única, com poucas exceções. Crítica ao IVA é a regressividade. Como tratar a equidade tributária no IVA? Equidade Tributária Sistema de “IVA Personalizado”/ “IVA Pay” / Cashback Devolução ou compensação total ou parcial do IVA pago por grupos populacionais. Exemplos: Uruguai, Bolívia, Colômbia, Equador, Canadá, Singapura. O RS tem um exemplo de IVA Personalizado. Equidade Tributária Fonte: BID Equidade Tributária Art. 156-A [...] § 5º Lei complementar disporá sobre: [...] VIII - as hipóteses de devolução do imposto [IBS] a pessoas físicas, inclusive os limites e os beneficiários, com o objetivo de reduzir as desigualdades de renda; [...] § 12. A devolução de que trata o § 5º, VIII, não será considerada nas bases de cálculo de que tratam os arts. 29-A [Câmara de Vereadores], 198, § 2º [Saúde], 204, parágrafo único [Fundo de Combate à Pobreza], 212, 212-A, II [Fundeb], e 216, § 6º [Fundo de Cultura], não se aplicando a ela, ainda, o disposto no art. 158, IV, "b” [Parcela do IBS dos Municípios]. § 13. A devolução de que trata o § 5º, VIII, será obrigatória nas operações de fornecimento de energia elétrica e de gás liquefeito de petróleo ao consumidor de baixa renda, podendo a lei complementar determinar que seja calculada e concedida no momento da cobrança da operação. Equidade Tributária Art. 195 [...] § 18. Lei estabelecerá as hipóteses de devolução da contribuição prevista no inciso V do caput [CBS] a pessoas esicas, inclusive em relação a limites e beneficiários, com o objeUvo de reduzir as desigualdades de renda. § 19. A devolução de que trata o § 18 não será computada na receita corrente líquida da União para os fins do disposto nos arts. 100, § 15 [Precatórios], 166, §§ 9º, 12 e 17 [Emendas parlamentares], e 198, § 2º [SUS]. Roteiro da Aula O Imposto e a Contribuição sobre Bens e Serviços 1. Hipótese consNtucional 2. Não-cumulaNvidade 3. Equidade tributária: seleNvidade e cashback 4. Regime Geral 5. Regimes Especiais 6. Administração e Contencioso do IBS e CBS 7. Transição tributária 8. Transição fiscal Regime Geral O Regime Geral do IBS/CBS consiste na aplicação das regras expostas e da alíquota padrão. Além da alíquota padrão, há os casos de redução de alíquota, conforme previsão do art. 9º da EC 132. Regime Geral Art. 9º A lei complementar que instituir o imposto de que trata o art. 156-A [IBS] e a contribuição de que trata o art. 195, V, [CBS] ambos da Constituição Federal, poderá prever os regimes diferenciados de tributação de que trata este artigo, desde que sejam uniformes em todo o território nacional e sejam realizados os respectivos ajustes nas alíquotas de referência com vistas a reequilibrar a arrecadação da esfera federativa. § 1º A lei complementar definirá as operações beneficiadas com redução de 60% (sessenta por cento) das alíquotas dos tributos de que trata o caput entre as relativas aos seguintes bens e serviços: I - serviços de educação; II - serviços de saúde; III - dispositivos médicos; [o § 3º, II, autoriza também redução de 100%] IV - dispositivos de acessibilidade para pessoas com deficiência; [o § 3º, II, autoriza também redução de 100%] V - medicamentos; [o § 3º, II, autoriza também redução de 100%] Regime Geral Art. 9º A lei complementar que ins9tuir o imposto de que trata o art. 156-A [IBS] e a contribuição de que trata o art. 195, V, [CBS] ambos da Cons9tuição Federal, poderá prever os regimes diferenciados de tributação de que trata este ar9go, desde que sejam uniformes em todo o território nacional e sejam realizados os respec9vos ajustes nas alíquotas de referência com vistas a reequilibrar a arrecadação da esfera federa9va. § 1º A lei complementar definirá as operações beneficiadas com redução de 60% (sessenta por cento) das alíquotas dos tributos de que trata o caput entre as rela9vas aos seguintes bens e serviços: [...] VI - produtos de cuidados básicos à saúde menstrual; [o § 3º, II, autoriza também redução de 100%] VII - serviços de transporte público cole9vo de passageiros rodoviário e metroviário de caráter urbano, semiurbano e metropolitano; [o § 3º, I, autoriza também isenção] VIII - alimentos des9nados ao consumo humano; IX - produtos de higiene pessoal e limpeza majoritariamente consumidos por famílias de baixa renda; X - produtos agropecuários, aquícolas, pesqueiros, florestais e extra9vistas vegetais in natura; [...] Regime Geral Art. 9º A lei complementar que insmtuir o imposto de que trata o art. 156-A [IBS] e a contribuição de que trata o art. 195, V, [CBS] ambos da Consmtuição Federal, poderá prever os regimes diferenciados de tributação de que trata este armgo, desde que sejam uniformes em todo o território nacional e sejam realizados os respecmvos ajustes nas alíquotas de referência com vistas a reequilibrar a arrecadação da esfera federamva. § 1º A lei complementar definirá as operações beneficiadas com redução de 60% (sessenta por cento) das alíquotas dos tributos de que trata o caput entre as relamvas aos seguintes bens e serviços: [...] XI - insumos agropecuários e aquícolas; XII - produções arrsmcas, culturais, de eventos, jornalísmcas e audiovisuais nacionais, amvidades despormvas e comunicação insmtucional; XIII - bens e serviços relacionados a soberania e segurança nacional, segurança da informação e segurança cibernémca. § 2º É vedada a fixação de percentual de redução disPnto do previsto no § 1º em relação às hipóteses nele previstas. Regime Geral Casos de redução de 100% da alíquota: • produtos hortícolas, frutas e ovos; • serviços prestados por Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação (ICT) sem fins lucrativos; • automóveis de passageiros, conforme critérios e requisitos estabelecidos em lei complementar, quando adquiridos por pessoas com deficiência e pessoas com transtorno do espectro autista, diretamente ou por intermédio de seu representante legal ou por motoristas profissionais, nos termos de lei complementar, que destinem o automóvel à utilização na categoria de aluguel (táxi); • atividades de reabilitação urbana de zonas históricas e de áreas críticas de recuperação e reconversão urbanística. • serviços de educação de ensino superior nos termos do Programa Universidade para Todos (Prouni) [apenas CBS] Regime Geral Art. 9º [...] § 12. A lei complementar estabelecerá as operações beneficiadas com redução de 30% (trinta por cento) das alíquotas dos tributos de que trata o caput relativas à prestação de serviços de profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, desde que sejam submetidas a fiscalização por conselho profissional. Regime Geral Art. 8º Fica criada a Cesta Básica Nacional de Alimentos, que considerará a diversidade regional e cultural da alimentação do País e garanorá a alimentação saudável e nutricionalmente adequada, em observância ao direito social à alimentação previsto no art. 6º da Consotuição Federal. Parágrafo único. Lei complementar definirá os produtos desonados à alimentação humana que comporão a Cesta Básica Nacional de Alimentos, sobre os quais as alíquotas dos tributos previstos nos arts. 156-A e 195, V, da Consotuição Federal serão reduzidas a zero. Regime Geral Art. 9º [...] § 10. Os regimes diferenciados de que trata este arogo serão submeodos a avaliação quinquenal de custo-bene]cio, podendo a lei fixar regime de transição para a alíquota padrão, não observadoo disposto no § 2º, garanodos os respecovos ajustes nas alíquotas de referência. § 11. A avaliação de que trata o § 10 deverá examinar o impacto da legislação dos tributos a que se refere o caput deste arogo na promoção da igualdade entre homens e mulheres. Regime Geral Resumo das Alíquotas de IBS/CBS no Regime Geral: 1. Alíquota Básica 2. Alíquota Zero (reduzida em 100%) 3. Alíquota reduzida em 60% 4. Alíquota reduzida em 30% Roteiro da Aula O Imposto e a Contribuição sobre Bens e Serviços 1. Hipótese constitucional 2. Não-cumulatividade 3. Equidade tributária: seletividade e cashback 4. Regime Geral 5. Regimes Especiais 6. Administração e Contencioso do IBS e CBS 7. Transição tributária 8. Transição fiscal Regimes Especiais Os Regimes Especiais são aqueles que excepcionam outras regras da incidência do IBS/CBS que não apenas a alíquota. Regimes Especiais Art. 156-A [...] § 6º Lei complementar disporá sobre regimes específicos de tributação para: I - combus\veis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez [IBS/CBS Monofásicos], qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que: a) serão as alíquotas uniformes em todo o território nacional, específicas por unidade de medida e diferenciadas por produto, admiNda a não aplicação do disposto no § 1º, V a VII [alíquotas por ente e princípio do desNno]; b) será vedada a apropriação de créditos em relação às aquisições dos produtos de que trata este inciso desNnados a distribuição, comercialização ou revenda; c) será concedido crédito nas aquisições dos produtos de que trata este inciso por sujeito passivo do imposto, observado o disposto na alínea "b" e no § 1º, VIII; Regimes Especiais Art. 156-A [...] § 6º Lei complementar disporá sobre regimes específicos de tributação para: II - serviços financeiros, operações com bens imóveis, planos de assistência à saúde e concursos de prognósticos, podendo prever: a) alterações nas alíquotas, nas regras de creditamento e na base de cálculo, admitida, em relação aos adquirentes dos bens e serviços de que trata este inciso, a não aplicação do disposto no § 1º, VIII [não cumulatividade]; b) hipóteses em que o imposto incidirá sobre a receita ou o faturamento, com alíquota uniforme em todo o território nacional, admitida a não aplicação do disposto no § 1º, V a VII [alíquotas por ente e princípio do destino], e, em relação aos adquirentes dos bens e serviços de que trata este inciso, também do disposto no § 1º, VIII [não cumulatividade]; Regimes Especiais Art. 10 Para fins do disposto no inciso II do § 6º do art. 156-A da Constituição Federal, consideram- se: I - serviços financeiros: a) operações de crédito, câmbio, seguro, resseguro, consórcio, arrendamento mercantil, faturização, securitização, previdência privada, capitalização, arranjos de pagamento, operações com títulos e valores mobiliários, inclusive negociação e corretagem, e outras que impliquem captação, repasse, intermediação, gestão ou administração de recursos; b) outros serviços prestados por entidades administradoras de mercados organizados, infraestruturas de mercado e depositárias centrais e por instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, na forma de lei complementar; II - operações com bens imóveis: a) construção e incorporação imobiliária; b) parcelamento do solo e alienação de bem imóvel; c) locação e arrendamento de bem imóvel; d) administração e intermediação de bem imóvel. Regimes Especiais Art. 10 [...] § 1º Em relação às insVtuições financeiras bancárias: I - não se aplica o regime específico de que trata o art. 156-A, § 6º, II, da ConsVtuição Federal aos serviços remunerados por tarifas e comissões, observado o disposto nas normas expedidas pelas enVdades reguladoras; II - os demais serviços financeiros sujeitam-se ao regime específico de que trata o art. 156-A, § 6º, II, da ConsVtuição Federal, devendo as alíquotas e as bases de cálculo ser definidas de modo a manter, em caráter geral, até o final do quinto ano da entrada em vigor do regime, a carga tributária decorrente dos tributos exVntos por esta Emenda ConsVtucional incidente sobre as operações de crédito na data de sua promulgação, e a manter, em caráter específico, aquela incidente sobre as operações relacionadas ao fundo de garanVa por tempo de serviço, podendo, neste caso, definir alíquota e base de cálculo diferenciadas e abranger os serviços de que trata o inciso I deste parágrafo, não se lhes aplicando o prazo previsto neste inciso. Regimes Especiais Art. 156-A [...] § 6º Lei complementar disporá sobre regimes específicos de tributação para: III - sociedades cooperaUvas, que será optaovo, com vistas a assegurar sua compeoovidade, observados os princípios da livre concorrência e da isonomia tributária, definindo, inclusive: a) as hipóteses em que o imposto não incidirá sobre as operações realizadas entre a sociedade cooperaova e seus associados, entre estes e aquela e pelas sociedades cooperaovas entre si quando associadas para a consecução dos objeovos sociais; b) o regime de aproveitamento do crédito das etapas anteriores; Regimes Especiais Art. 156-A [...] § 6º Lei complementar disporá sobre regimes específicos de tributação para: IV - serviços de hotelaria, parques de diversão e parques temáticos, agências de viagens e de turismo, bares e restaurantes, atividade esportiva desenvolvida por Sociedade Anônima do Futebol e aviação regional, podendo prever hipóteses de alterações nas alíquotas, nas bases de cálculo e nas regras de creditamento, admitida a não aplicação do disposto no § 1º, V a VIII; Regimes Especiais Art. 156-A [...] § 6º Lei complementar disporá sobre regimes específicos de tributação para: V - operações alcançadas por tratado ou convenção internacional, inclusive referentes a missões diplomáticas, repartições consulares, representações de organismos internacionais e respectivos funcionários acreditados; Regimes Especiais Art. 156-A [...] § 6º Lei complementar disporá sobre regimes específicos de tributação para: VI - serviços de transporte coleovo de passageiros rodoviário intermunicipal e interestadual, ferroviário e hidroviário, podendo prever hipóteses de alterações nas alíquotas e nas regras de creditamento, admioda a não aplicação do disposto no § 1º, V a VIII. Regimes Especiais Compras Governamentais • DesVnação integral da arrecadação do IBS e da CBS ao ente federaVvo contratante; • Redução a zero das alíquotas dos demais entes e majoração equivalente de sua alíquota; • Lei complementar poderá reduzir uniformemente as alíquotas nessas operações e a criação de hipóteses em que essa regra especial de distribuição não se aplique. • A tributação das importações governamentais deve assegurar a igualdade de tratamento em relação às aquisições internas. Roteiro da Aula O Imposto e a Contribuição sobre Bens e Serviços 1. Hipótese constitucional 2. Não-cumulatividade 3. Equidade tributária: seletividade e cashback 4. Regime Geral 5. Regimes Especiais 6. Administração e Contencioso do IBS e CBS 7. Transição tributária 8. Transição fiscal Administração e Contencioso do IBS Como administrar um tributo transfederativo? Administração e Contencioso do IBS O Comitê Gestor é enodade pública sob regime especial, com independência técnica, administraova, orçamentária e financeira, responsável pela gestão integrada do IBS. Composto por 27 representantes dos Estados e 27 dos Municípios. Administração e Contencioso do IBS Compete ao CGIBS, na forma de Lei Complementar: • editar regulamento único e uniformizar a interpretação e a aplicação da legislação do imposto; • arrecadar o imposto, efetuar as compensações e distribuir o produto da arrecadação entre Estados, Distrito Federal e Municípios; • decidir o contencioso administraVvo. Compete às administrações tributárias e procuradorias dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: • fiscalização • lançamento• cobrança • representação administraVva • representação judicial Administração e Contencioso do IBS Na gestão financeira do IBS, cabe ao CGIBS: • Reter o montante equivalente ao saldo acumulado de créditos do imposto não compensados pelos contribuintes e não ressarcidos ao final de cada período de apuração e aos valores decorrentes do cashback; • Distribuir o produto da arrecadação do imposto, deduzida a retenção, ao ente federaovo de desono das operações que não tenham gerado creditamento. Administração e Contencioso do IBS Estados, DF e Municípios poderão definir hipóteses de delegação ou de compartilhamento de competências, cabendo ao Comitê Gestor a coordenação dessas atividades administrativas com vistas à integração entre os entes federativos. O CGIBS e a administração tributária da União poderão implementar soluções integradas para a administração e cobrança do IBS e da CBS. Administração e Contencioso do IBS Compete ao Superior Tribunal de JusUça decidir os conflitos entre entes federaovos, ou entre estes e o Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços, relacionados ao IBS e CBS. Roteiro da Aula O Imposto e a Contribuição sobre Bens e Serviços 1. Hipótese consNtucional 2. Não-cumulaNvidade 3. Equidade tributária: seleNvidade e cashback 4. Regime Geral 5. Regimes Especiais 6. Administração e Contencioso do IBS e CBS 7. Transição tributária 8. Transição fiscal Transição Tributária 2026 Alíquota teste de 1% (0,1% IBS e 0,9% CBS). Compensada com tributos federais ou ressarcida. 2027 Cobrança integral da CBS e exmnção do PIS/Cofins e IOF-Seguros. IPI reduz a zero, exceto para produtos que concorram com a ZFM. 2027-2028 IBS conmnua com alíquota teste, compensada com redução de 0,1% na alíquota da CBS. 2029-2032 IBS aumenta 10 p.p por ano, com redução proporcional do ICMS, ISS e seus benefícios fiscais. 2033 Extinção do ICMS e ISS e vigência integral do novo sistema. Transição Tributária Teto da Carga Tributária: média da receita dos tributos que serão extintos no período de 2012 a 2021, apurada como proporção do PIB. 2030: se a média da receita com a CBS e o Imposto Seletivo em proporção do PIB em 2027 e 2028 superar o teto de carga tributária da União, deve ser reduzida a alíquota para igualar os percentuais. 2035: se a média da receita com o IBS, a CBS e o Imposto Seletivo em proporção do PIB entre 2029 e 2033 superar o teto de carga tributária total, devem ser reduzidas as alíquotas de todos os entes para igualar os percentuais. Roteiro da Aula O Imposto e a Contribuição sobre Bens e Serviços 1. Hipótese consNtucional 2. Não-cumulaNvidade 3. Equidade tributária: seleNvidade e cashback 4. Regime Geral 5. Regimes Especiais 6. Administração e Contencioso do IBS e CBS 7. Transição tributária 8. Transição fiscal Transição Fiscal 2028 Não há transição, porque IBS é cobrado à alíquota teste. 2029-2077 Parte da arrecadação do IBS é retida e redistribuída na proporção da receita média de ICMS e ISS de cada estado e município. Começa com 80% em 2029, 90% em 2033 e depois é reduzida em 2 p.p. por ano até 2077. 2078 Vigência integral, ressalvado o seguro- receita. Transição Fiscal • Seguro-receita: 5% dos recursos não reodos para a transição, isto é, da parcela que será distribuída segundo o princípio do desono, servirão para equalizar a redução relaova de receita dos entes que mais sofrerem com a mudança do modelo. Lei complementar estabelecerá os critérios para a exonção gradaova, entre 2079 e 2098, desse mecanismo de equalização. • Durante a transição fiscal, é vedado aos estados, ao DF e aos municípios fixar alíquotas próprias de IBS inferiores às necessárias para garanor as retenções previstas para a transição e aquelas para o seguro-receita.
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