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Livro de Economia

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FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 1
“A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma ação integrada de suas atividades educacionais, visando à 
geração, sistematização e disseminação do conhecimento, 
para formar profissionais empreendedores que promovam 
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e 
cultural da comunidade em que está inserida.
Missão da Faculdade Católica Paulista
 Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
 www.uca.edu.br
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma 
sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, 
salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a 
emissão de conceitos.
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 3
CONCEITOS ECONÔMICOS BÁSICOS
NECESSIDADE DE ESCOLHA E CUSTO DE 
OPORTUNIDADE
DIFERENÇAS ENTRE MACRO E 
MICROECONOMIA
FLUXOS DO SISTEMA ECONÔMICO
DEMANDA
OFERTA
EQUILÍBRIO DE MERCADO
ELASTICIDADE
ESTRUTURAS DE MERCADO: CONCORRÊNCIA 
PERFEITA E MONOPÓLIO
OLIGOPÓLIO E COMPETIÇÃO MONOPOLÍSTICA
FUNDAMENTOS DA MACROECONOMIA
QUANTIFICANDO A RENDA NACIONAL: PIB
MOEDA
INFLAÇÃO
POLÍTICA MONETÁRIA
POLÍTICA FISCAL
SUMÁRIO
AULA 01
AULA 02
AULA 03
AULA 04
AULA 05
AULA 06
AULA 07
AULA 08
AULA 09
AULA 10
AULA 11
AULA 12
AULA 13
AULA 14
AULA 15
AULA 16
05
12
16
21
25
32
37
39
46
52
57
60
69
73
78
81
ECONOMIA
ANA LÍVIA CAZANE
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 4
3
INTRODUÇÃO
Olá, Aluno(a)! É um prazer tê-lo conosco nesta disciplina.
Sou a Professora Ana Lívia Cazane e atuo como docente de graduação e pós-
-graduação na área de Economia desde 2011, quando fazia meu mestrado. 
Talvez você se pergunte O PORQUÊ DE ESTUDARMOS ECONOMIA neste curso. 
A resposta é muito simples: porque a Economia nos ensina a administrar os 
recursos (mão de obra, matérias-primas e terra, dentre outros) que uma so-
ciedade possui, o que a torna interessante para todos.
Quantas vezes você já ouviu termos como inflação, crise econômica, desem-
prego, aumento ou diminuição das taxas de juros? Todas essas questões 
estão inseridas no âmbito econômico, e trabalharemos ao longo desta dis-
ciplina para que, ao final do curso, você saiba como lidar com todos esses 
assuntos, uma vez que o objetivo deste livro é trazer a você as principais 
noções dessa ciência. 
Acrescento que estudar e compreender a ciência econômica é uma forma de 
aumentar significativamente os conhecimentos sobre o Brasil e sobre o mun-
do, bem como nos permite exercer a cidadania de maneira melhor e mais 
efetiva. Além do mais, contribui para a tomada de decisões nos negócios, já 
que a realidade econômica permeia os mais diferentes aspectos da vida e da 
sociedade.
O conteúdo da Economia pode ser muito fascinante. Se você for curioso, in-
teressado e aplicado, poderá enriquecer sua vida pessoal e profissional por 
meio deste conteúdo, pois estará trabalhando um assunto de extrema impor-
tância em nosso dia a dia. 
Para contextualizar o assunto, primeiramente vamos conhecer os conceitos eco-
nômicos básicos (oferta, demanda, mercado) a fim de que você possa estabele-
cer relações entre a economia e o seu cotidiano. Na sequência, vamos estudar 
as Estruturas de Mercado com o objetivo de compreender como o mercado se 
organiza, identificando as estruturas que organizam os mercados e apontando 
suas características e consequências. Também trabalharemos a parte Macroe-
conômica, Produto Interno Bruto e as Políticas Fiscais e Monetárias.
Bom estudo!
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 5
AULA 01 
CONCEITOS 
ECONÔMICOS 
BÁSICOS
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 6
5
Em nosso dia a dia, nos deparamos com várias questões de economia. Atualmente, o conhecimento sobre o assunto é muito necessário, uma vez que grande parte dos problemas da sociedade está ligada a proble-
mas de natureza econômica. Porém, apesar de a maioria das pessoas partici-
parem ativamente da economia, poucas possuem conhecimento teórico que 
possibilite analisar os problemas econômicos. 
Em “Conceitos Econômicos Básicos”, trataremos dos principais elementos da 
análise econômica. O objetivo é introduzir você, aluno(a), na discussão des-
ses conceitos que são fundamentais para o desenvolvimento eficiente da 
disciplina.
A palavra ECONOMIA vem do grego “oiko”, que significa “casa”, e “nomos”, 
que significa “norma, lei”. Assim, OIKONOMOS seria a administração da casa, 
aquele que administra o lar, ou ainda, administração da coisa pública (Vas-
concelos, 2011).
A ciência econômica está classificada entre as ciências humanas. O seu cam-
po de atuação é o estudo de como são empregados os fatores de produção 
para a obtenção de riquezas e como essas são distribuídas e consumidas 
pela sociedade. 
De acordo com Passos e Nogami (2003), a economia é uma ciência social, 
pois se ocupa do comportamento humano e estuda como as pessoas e as 
organizações na sociedade se empenham na produção, troca e consumo de 
bens e serviços.
Uma definição muito prática de economia é utilizada por Hall e Lieberman., 
De acordo com esses autores, economia é o estudo da escolha sob condições 
de escassez. 
Mais detalhadamente, a economia estuda a maneira como se administram os 
recursos escassos com o objetivo de produzir bens e serviços e distribuí-los 
para seu consumo entre os membros da sociedade (Troster e Mochon).
ANOTE ISSO
“Economia é o estudo da escolha sob condições de escassez”.
HALL E LIEBERMAN
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 7
6
Essas definições contêm diversos conceitos importantes, que serão discuti-
dos a seguir:
Fonte: Desenvolvido pela autora
RECURSOS X NECESSIDADES
Em qualquer sociedade, os recursos produtivos ou fatores de produção (mão 
de obra, terra, matérias-primas, dentre outros) são limitados. Por outro lado, 
as necessidades humanas são ilimitadas e sempre se renovam por força do 
próprio crescimento populacional e do contínuo desejo de elevação do pa-
drão de vida. Independentemente do grau de desenvolvimento do país, ne-
nhum deles dispõe de todos os recursos necessários para satisfazer todas 
as necessidades da coletividade. Tem-se então um problema de escassez: 
recursos limitados contrapondo-se a necessidades humanas ilimitadas (VAS-
CONCELLOS, TONETO JUNIOR e SAKURAI, 2015).
Diante da escassez de recursos, toda sociedade deve, portanto, escolher en-
tre alternativas de produção e de distribuição dessa produção. É fácil imagi-
nar que, se os recursos fossem ilimitados, a Economia perderia seu sentido, 
mas a realidade não é assim, e a sociedade precisa tomar decisões quanto à 
melhor utilização de seus recursos (VASCONCELLOS, TONETO JUNIOR e SAKU-
RAI, 2015).
NECESSIDADE HUMANA > RECURSOS OU FATORES
Vamos detalhar um pouco mais esses conceitos: “Necessidade Humana” é 
todo desejo que envolva a escolha de um bem econômico – sobrevivência 
ou bem-estar. Pode ser dividida em “Necessidade Primária” e “Necessidade 
Secundária”
 • Primária = alimento, habitação, vestuário, saúde
 • Secundária = transporte, educação, segurança, comunicação, lazer, cultura.
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7
As necessidades humanas variam no tempo e no espaço e estão sujeitas a 
influências culturais e inovações tecnológicas.
Fonte: Desenvolvido pela autora
Por outro lado, para suprir as necessidades humanas, produzimos bens e 
serviços. Para isso usamos os “Recursos” que são os elementos básicos uti-
lizados na produção de bens e serviços. São denominados também como 
fatores de produção.
Tradicionalmente, esses fatores se dividem em três categorias: terra, traba-
lho e capital.
Cada Recurso (ou Fator) de produção possui um tipo de remuneração, que 
depois será utilizada para satisfazer as necessidades humanas:
Recursos x Remuneração
FATOR DE PRODUÇÃO REMUNERAÇÃO
Mão de Obra Salários
Capital Financeiro Juros
Recursos Naturais e máquinas Aluguéis
Capacidade Empresarial LucrosFonte: Desenvolvido pela autora
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PROBLEMA DE ESCASSEZ
Os recursos produtivos (mão de obra, terra, matérias primas, dentre outros) 
são limitados em qualquer sociedade. Porém, as necessidades humanas são 
ilimitadas e sempre se renovam por força do próprio crescimento populacio-
nal e do contínuo desejo de elevação do padrão de vida. 
Independentemente do grau de desenvolvimento do país, nenhum deles dis-
põe de todos os recursos necessários para satisfazer todas as necessidades 
da coletividade.
Tem-se então um problema de escassez: recursos limitados contrapondo-se 
a necessidades humanas ilimitadas. 
ANOTE ISSO
Tendo em conta essa situação, parece estranho à economia abordar 
a escassez como um problema universal, isto é, como um problema 
que afeta todas as nações. Isso se deve em razão de a economia 
considerar o problema como de escassez relativa, uma vez que os 
bens e serviços são escassos em relação ao desejo dos indivíduos
Bens escassos: são aqueles que nunca se têm em quantidade suficiente para 
satisfazer os desejos dos indivíduos.
Fonte: Desenvolvido pela autora
ISTO ESTÁ NA REDE
Vídeo: ECONOMIA ANIMADA - O QUE É ECONOMIA:
Descubra, em bom português, o que os economistas tanto estudam.
https://www.youtube.com/watch?v=mJsncXWcc-E
Da quantidade limitada de recursos produtivos associada às necessidades 
ilimitadas do homem, originam-se quatro questões econômicas fundamen-
tais que norteiam boa parte da ciência econômica: o que produzir, quanto 
produzir, como produzir e, finalmente, para quem produzir (VASCONCELLOS, 
TONETO JUNIOR e SAKURAI, 2015). 
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9
QUESTÕES ECONÔMICAS 
BÁSICAS E CONTEXTO HISTÓRICO
Vamos analisar essas questões: O quê e quanto produzir? Como produzir? 
Para quem produzir?
 • O quê e quanto produzir: dada a escassez de recursos de produção, a socie-
dade terá de escolher, dentro do leque de possibilidades de produção, quais 
produtos serão produzidos e as respectivas quantidades a serem fabricadas;
 • Como produzir: a sociedade terá de escolher ainda quais recursos de pro-
dução serão utilizados para a produção de bens e serviços, dado o nível 
tecnológico existente. A concorrência entre os diferentes produtores acaba 
decidindo como serão produzidos os bens e serviços. Os produtores esco-
lherão, entre os métodos mais eficientes, aquele que tiver o menor custo de 
produção possível;
 • Para quem produzir: a sociedade terá também de decidir como seus mem-
bros participarão da distribuição dos resultados de sua produção. A distri-
buição da renda dependerá não só da oferta e da demanda nos mercados 
de serviços produtivos, ou seja, da determinação dos salários, das rendas da 
terra, dos juros e dos benefícios do capital, mas também da repartição inicial 
da propriedade e da maneira como ela se transmite por herança.
Para os autores Vasconcellos, Toneto Junior e Sakurai (2015), o tratamento 
dessas questões depende da forma do sistema de produção adotado, ou 
seja, da forma da organização econômica. 
Pode-se definir um sistema de produção, ou sistema econômico como o mo-
delo de organização econômica de uma sociedade com base no qual se orga-
niza a produção, a distribuição e o consumo de todos os produtos e serviços 
que, em última instância, são consumidos visando o aumento de bem-estar. 
De modo geral, os sistemas econômicos contemporâneos podem ser classifi-
cados em dois grandes grupos: o sistema socialista (de economia centraliza-
da ou planificada) e o sistema capitalista (ou economia de mercado). 
No sistema socialista, a produção é gerida pelo governo (o Estado), predo-
minando a propriedade pública dos recursos de produção. No século XX, 
até o início dos anos 1990, esse sistema prevaleceu em várias economias 
e teve como líder a antiga União Soviética. Atualmente, poucas economias 
adotam esse sistema fielmente, com destaque para Cuba e Coreia do Norte 
(VASCONCELLOS, TONETO JUNIOR e SAKURAI, 2015). 
Por sua vez, no sistema capitalista, o funcionamento da economia é regido 
pelo mercado, ou seja, pela livre interação entre produtores e consumidores, 
predominando (mas não somente existindo) a propriedade privada dos fa-
tores de produção e a livre iniciativa na sua utilização. Ainda que importante 
do ponto de vista conceitual, na prática, essa discussão tem tido destaque 
cada vez menor no debate econômico. A China, por exemplo, que adota um 
sistema socialista de produção, tem, ao longo das últimas décadas, adotado 
uma série de medidas de estímulos a uma economia de mercado, sendo, por 
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10
isso, chamada informalmente de “socialismo de mercado” ou “capitalismo de 
Estado” (VASCONCELLOS, TONETO JUNIOR e SAKURAI, 2015). 
Caros(as) alunos(as), gostaria neste momento de destacar que, embora tenha 
um objetivo bem definido e um núcleo próprio de análise, a Economia se 
relaciona fortemente com outras áreas de conhecimento. 
O início do estudo da Economia coincidiu com os grandes avanços das ciên-
cias físicas e biológicas nos séculos XVIII e XIX. A construção do núcleo cien-
tífico inicial da Economia se deu com base nas chamadas concepções orga-
nicistas (biológicas) e mecanicistas (físicas). Segundo o grupo organicista (da 
Biologia), a Economia se comportaria como um órgão vivo. Essa é a origem de 
importantes termos econômicos, como órgãos, funções, circulação e fluxos. 
Segundo o grupo mecanicista (da Física), as leis da Economia se comporta-
riam como algumas leis da Física, o que explica o uso de termos como está-
tica, dinâmica, aceleração e velocidade, por exemplo. Além da influência da 
Física e da Biologia, do fato de a Economia estudar indicadores ou unidades 
de medida associadas a quantidades e preços, e muitas vezes estabelecer 
relações entre essas variáveis (por exemplo, de que forma os preços afetam 
a quantidade consumida de certo produto), surge a necessidade de empre-
garmos métodos matemáticos e estatísticos. A Matemática e a Estatística 
permitem expressar de modo sintético importantes conceitos e relações de 
Economia, tornando possível formalizar o entendimento de questões essen-
ciais sob a forma de modelos analíticos VASCONCELLOS, TONETO JUNIOR e 
SAKURAI, 2015).
Outra interação importante ocorre entre a Economia e a Ciência Política, pois 
esta determina boa parte das instituições sobre as quais se desenvolverão 
as atividades econômicas. O sistema econômico em um regime democrático 
funciona de maneira diferente de num regime ditatorial, uma vez que neste 
a autoridade política tende a sofrer menos oposição e ter mais poder para 
colocar em prática as políticas almejadas. Já́ num regime democrático, os 
diferentes segmentos da sociedade podem opinar e interferir direta ou in-
diretamente sobre as ações do governo. Além disso, grupos políticos podem 
atuar representando o interesse de grupos específicos da população, e não 
o interesse da coletividade, e, assim, fazer com que determinada política go-
vernamental não atinja o melhor resultado do ponto de vista da sociedade 
como um todo (VASCONCELLOS, TONETO JUNIOR e SAKURAI, 2015).
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AULA 02 
NECESSIDADE 
DE ESCOLHA E CUSTO 
DE OPORTUNIDADE
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12
Na vida, somos forçados a escolher continuamente. Quando optamos por 
algo, temos que renunciar outras coisas.
Alimento Saudável x Alimento Industrializado 
 
Como os recursos disponíveis são escassos, somente se pode satisfazer uma 
necessidade se se deixa de satisfazer outra. Não há recursos materiais, tra-
balho ou capital suficientes para produzir tudo que as pessoas desejam. Por 
isso, é necessário escolher entre as diferentes opções que se apresentam.
Esse problema é enfrentado pelos governos, famílias e empresas.
Quando decidem gastar ou produzir, governos, famílias ou empresas estão 
renunciando a outras possibilidades. A opção que se deve abandonar para 
poder produzir ou obter outra coisa se associa, em economia,ao conceito de 
Custo de Oportunidade (CO).
Em outras palavras, de acordo com Vasconcellos, Toneto Junior e Sakurai 
(2015), intuitivamente o custo de oportunidade pode ser entendido como o 
benefício gerado por aquilo do qual se abre mão ao se realizar uma escolha. 
Justamente por isso, o custo de oportunidade também é chamado “custo 
implícito” ou “custo alternativo”. Suponha, por exemplo, que um indivíduo 
pode escolher consumir um bem X ou um bem Y e opta pelo Y. Como abdi-
cou do consumo do X, o benefício gerado por esse bem representa o custo 
de oportunidade por ter optado por Y. Naturalmente, estamos assumindo 
que o benefício gerado por Y é maior do que o gerado por X, caso contrário, 
ele teria optado por X. De qualquer modo, o conceito de custo de oportu-
nidade reflete a ideia de que toda escolha envolve uma renúncia, que deve 
ser considerada nas decisões de todos os agentes, sejam eles produtores 
ou consumidores.
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ANOTE ISSO
O custo de oportunidade de um bem ou serviço é a quantidade de 
outros bens ou serviços que se deve renunciar para obtê-lo.
Exemplificando, o conceito de CO implica também fazer trocas compensató-
rias, por exemplo: em 1945, 55% da capacidade industrial mundial era voltada 
para armamentos – foi escolhido produzir armas ao invés de alimentos. 
Outro conceito complementar ao CO é o Trade-off, que define uma situação 
de escolha conflitante, ou seja, quando uma ação para a solução de um pro-
blema acarreta inevitavelmente outros.
A visão de Vasconcellos (2014) é interessante para complementar esse tema. 
O autor faz a seguinte reflexão:
A economia parte do princípio de que os recursos são escassos diante do 
conjunto de necessidades que tentamos satisfazer, que é sempre crescen-
te. Sendo assim, como esta ciência poderia ajudar a sociedade a escolher 
os melhores usos para esses recursos?
A resposta é que o papel da economia é mostrar-nos quais são os custos 
e benefícios associados a cada escolha. Ou seja, poderíamos afirmar que 
a chamada abordagem econômica não é outra coisa senão uma análise de 
custo-benefício aplicada às decisões da sociedade.
Assim, se uma empresa decidir se deve ou não lançar um produto novo, de-
verá avaliar quais serão os custos adicionais associados a este projeto, porto 
que precisará contratar mão de obra, comprar mais insumos, mais matérias-
-primas, etc. (VASCONCELLOS, 2014). Além disso, a empresa deverá garantir 
que seu proprietário receba pelo menos o rendimento equivalente à melhor 
aplicação que poderia realizar com seus recursos financeiros que estaria in-
vestido no lançamento desse produto novo. Ou seja, além dos custos explíci-
tos anteriores, a empresa deverá incluir como despesa, ainda que implícita, o 
custo de oportunidade de seu acionista.
Além disso, ainda de acordo com Vasconcellos (2014), também será importan-
te estimar o aumento de receitas (benefícios) que as vendas desse produto 
significarão para a empresa. Assim, se os custos superam os benefícios adi-
cionais, sua decisão deverá ser não lançar o produto e vice-versa se a relação 
custo-benefício for positiva. Esse tipo de análise configura o que se chama 
de análise de viabilidade econômica de um projeto, uma das principais apli-
cações práticas da abordagem de custo-benefício que caracteriza a ciência 
econômica.
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 15
14
Contudo, a utilização da abordagem custo-benefício não tem por que ficar 
restrita às decisões econômicas individuais (microeconômicas), e também 
pode ser usada para analisar a conveniência de realizar uma determinada 
política macroeconômica. Assim, por exemplo, o aumento das transferências 
de renda (Bolsa Escola, Bolsa Família, aumentos reais do salário mínimo, 
benefícios da previdência social) praticado durante os governos Fernando 
Henrique e Lula ajudou a reduzir a desigualdade da distribuição de renda 
brasileira, uma das mais perversas do mundo. Isso certamente poderia ser 
considerado um benefício para a sociedade brasileira tanto em termos éticos 
como no tocante à estabilidade política e social. Todavia, essas transferên-
cias fazem parte do gasto do governo, o que leva o setor público a aumentar 
impostos e a se endividar para poder financiá-las. O aumento dos impostos 
reduz a capacidade de compra das famílias, inclusive no campo daquelas 
que recebem as transferências, e o maior endividamento público diminui o 
crédito disponível para famílias e empresas, elevando a taxa de juros, e se 
constituindo em importantes custos para a sociedade.
Em síntese, qualquer decisão, seja ela individual (microeconômica) ou coletiva 
(macroeconômica), implicará custos e benefícios para a sociedade, indepen-
dentemente de se esses últimos serão maiores que os primeiros e vice-versa 
(VASCONCELLOS, 2014). Como afirmou certa vez Milton Friedman, famoso econo-
mista norte-americano, “em economia não existe almoço grátis”.
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 16
AULA 03 
DIFERENÇAS 
ENTRE MACRO E 
MICROECONOMIA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 17
16
Esta disciplina aborda duas questões principais: a micro e a macroeconomia. 
Essa divisão facilita a compreensão dos conceitos. Convém então explicar as 
principais diferenças dessas duas abordagens.
Os problemas econômicos podem ser vistos e analisados sob duas ópticas 
que se complementam: a microeconomia e a macroeconomia.
 • Microeconomia: ocupa-se da análise do comportamento das unidades eco-
nômicas como as famílias, ou consumidores, e as empresas. Estuda também 
os mercados em que operam os demandantes e ofertantes de bens e servi-
ços. A perspectiva microeconômica considera a atuação das diferentes uni-
dades econômicas como se fossem unidades individuais.
A microeconomia é aquela parte da teoria econômica que estuda o compor-
tamento das unidades, tais como os consumidores, as indústrias e empresas 
e suas inter-relações.
 • Macroeconomia: parte dos fundamentos microeconômicos para o estudo do 
desenvolvimento global da economia, ou seja, estuda e analisa a economia 
como um todo. Assim, são considerados a renda nacional, o desemprego, 
a inflação, a balança de pagamento e as taxas de câmbio e o crescimento 
econômico.
A macroeconomia estuda o funcionamento da economia em seu conjunto. 
Seu propósito é obter uma visão simplificada da economia que, porém, ao 
mesmo tempo, permite conhecer e atuar sobre o nível da atividade econômi-
ca de um determinado país ou de um conjunto de países.
ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
Aluno, veja na prática a diferença entre o estudo da macro e da mi-
croeconomia:
• Em micro, você pode estudar por que há trabalhadores desem-
pregados em um determinado segmento.
• Em macro, você estudará o que determina o índice de desempre-
go em um país.
• Em micro, você pode estudar por que o preço do milho aumenta 
se os fazendeiros têm uma safra ruim e uma colheita menor que 
a normal.
• Em macro, você irá estudar por que todos os preços podem estar 
subindo à taxa de 5% ao ano.
• Em micro, você pode estudar como um banco individualmente 
tenta obter lucro.
• Em macro, você estudará como todo o sistema bancário opera.
Interessante, não é?
Observe como os conceitos se complementam!
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 18
17
Alunos(as), nas próximas aulas, aprofundaremos a Teoria Microeconômica, 
que consiste principalmente na análise de demanda, oferta e estruturas de 
mercado.
A análise microeconômica, ou Teoria dos Preços, como parte da Ciência Eco-
nômica, preocupa-se em explicar como se determina o preço dos bens e ser-
viços, bem como dos fatores de produção. O instrumental microeconômico 
também procura responder a questões aparentemente triviais como, por 
exemplo: porque, quando o preço de um bem se eleva, a quantidade deman-
dada desse bem deve cair ceteris paribus.
ANOTE ISSO
Utilizaremos com bastante frequência a expressão ceteris paribus, 
que significa “tudo o mais mantido constante”. Como um fenômeno 
econômico é normalmente influenciado por vários fatoresao mes-
mo tempo, essa premissa é importante, pois permite analisar certo 
fenômeno atribuindo um foco específico ao seu elemento causador.
Entretanto, deve-se salientar que se a Teoria Microeconômica não é um ma-
nual de técnicas para a tomada de decisões do dia a dia, mesmo assim ela 
representa uma ferramenta útil para estabelecer políticas e estratégias, den-
tro de um horizonte de planejamento tanto no nível de empresas quanto no 
nível de política econômica.
Para complementar essa definição, trago os autores Vasconcellos, Oliveira 
e Barbieri (2011). De acordo com esses autores, a microeconomia fornece o 
instrumental de análise que é empregado por praticamente todos os ramos 
do pensamento econômico dominante. Ela fornece uma base teórica para 
as disciplinas de economia aplicada, tais como: Economia do Setor Público, 
Economia da Saúde, Economia da Educação, Economia do Trabalho, Economia 
Agrícola, Economia Internacional, Economia do Meio Ambiente, etc. Três prin-
cípios caracterizam a elaboração da teoria microeconômica:
a. Pressupõe-se que a economia é composta por unidades tomadoras de deci-
são ou agentes econômicos. Essas unidades são usualmente (mas não neces-
sariamente) classificadas em dois grandes grupos: as firmas, que tomam de-
cisões relativas à produção de bens e serviços, e os consumidores, que, como 
o nome sugere, tomam decisões concernentes ao consumo desses bens e 
serviços. Um consumidor pode ser entendido tanto como um indivíduo isola-
do quanto como uma família que toma decisões de consumo coletivamente. 
As firmas são normalmente interpretadas como pessoas jurídicas vinculadas 
à produção de bens e serviços; 
b. A cada unidade decisória é atribuída uma função-objetivo, que se supõe per-
seguida coerentemente. Frequentemente (mas também não necessariamen-
te), assume-se que cada consumidor tem por objetivo escolher o padrão de 
consumo que lhe é preferido a todos os outros padrões acessíveis, e que a 
firma tem por objetivo a obtenção de lucro máximo; 
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 19
18
c. Por último, presume-se que o sistema econômico oferece limites para a obten-
ção dos objetivos perseguidos pelos agentes econômicos. Esses limites con-
sistiriam na escassez relativa dos recursos produtivos ou fatores de produção 
diante das necessidades dos agentes. Essa última hipótese adotada é chama-
da, notadamente nos livros de introdução à economia, de lei da escassez (que 
vimos em aulas anteriores) (VASCONCELLOS, OLIVEIRA e BARBIERI, 2011).
Em nível de empresas, a análise microeconômica pode subsidiar as seguintes 
decisões:
 • Política de preços da empresa;
 • Previsões de demanda e de faturamento;
 • Previsões de custos de produção;
 • Decisões ótimas de produção (escolha da melhor alternativa de produção, 
isto é, da melhor combinação de fatores de produção),
 • Avaliação e elaboração de projetos de investimentos (análise custo-benefí-
cio da compra de equipamentos, ampliação da empresa, etc.);
 • Política de propaganda e publicidade (como as preferências dos consumido-
res podem afetar a procura do produto);
 • Localização da empresa (se a empresa deve situar-se próxima aos centros 
consumidores ou aos centros fornecedores de insumos);
 • Diferenciação de mercados (possibilidades de preços diferenciados, em dife-
rentes mercados consumidores do mesmo produto).
Em nível de política econômica, a Teoria Microeconômica pode contribuir na 
análise e tomada de decisões das seguintes questões:
 • Efeitos de impostos sobre mercados específicos;
 • Política de subsídios (nos preços de produtos como trigo e leite, ou na com-
pra de insumos como máquinas, fertilizantes, etc.);
 • Fixação de preços mínimos na agricultura
 • Controle de preços;
 • Política salarial;
 • Política de tarifas públicas (água, luz, etc.);
 • Política de preços públicos (petróleo, aço, etc.);
 • Leis antitrustes (controle de lucros de monopólios e oligopólios).
Como se observa, são decisões necessárias ao planejamento estratégico das 
empresas e à política e programação econômica do setor público.
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19
Fonte: Desenvolvido pela autora
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AULA 04 
FLUXOS 
DO SISTEMA 
ECONÔMICO
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21
Caro(a) Aluno(a), para que você possa entender adequadamente as discus-
sões das próximas aulas, explicarei um conceito importante. 
No lugar de “produto” ou “serviço”, por algumas vezes vou usar um único ter-
mo mais genérico: “bem”. Assim, toda vez que mencionarmos “demanda pelo 
bem X”, não importa saber se “X” é sorvete, automóvel ou atendimento médi-
co. O objetivo é simplificar a discussão dizendo que X é um bem consumido 
por alguém e produzido por outro. Isso será́ suficiente para entendermos as 
discussões das próximas aulas.
Esta aula tem como objetivo discutir o funcionamento do “mercado”, um dos 
mecanismos mais importantes do nosso cotidiano.
Uma economia de mercado funciona através de fluxos de bens e também 
através de fluxos monetários, pois como sabemos, é preciso pagar por bens! 
Para entender o funcionamento do sistema econômico, vamos supor uma 
economia de mercado que não tenha interferência do governo (por enquan-
to, para simplificarmos) nem transações com o exterior (economia fechada).
Os agentes econômicos são as famílias e as empresas. As famílias são pro-
prietárias dos fatores de produção e os fornecem às unidades de produção 
(empresas) no mercado dos fatores de produção. As empresas, pela combi-
nação dos fatores de produção, produzem bens e serviços e os fornecem às 
famílias no mercado de bens e serviços.
A esse fluxo de fatores de produção, bens e serviços denominamos fluxo real 
da economia.
Podemos representar o fluxo de um sistema econômico de forma bem sim-
plificada. Para maior entendimento, ambos os grupos (família e empresas) in-
teragem em dois tipos de mercado: mercado de bens e mercado de recursos.
Representação gráfica da Circulação e fluxo no Sistema Econômico:
Fonte: Adaptado de Dallagnol (2008, p.36)
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22
Podemos perceber que o funcionamento do fluxo monetário, representado 
por linhas contínuas, ocorre a partir das empresas que contratam, junto às 
famílias, os fatores de produção, trabalho, capital, etc. Ao mesmo tempo, a 
empresa organiza os fatores de produção de que agora dispõe e começa a es-
tabelecer o fluxo real quando ocorre a oferta de bens e serviços produzidos.
Os fluxos se encontram no mercado e têm uma sequência. Começa com a 
necessidade das empresas com relação aos fatores de produção que con-
seguem com as famílias. As famílias, por sua vez, necessitam oferecer fato-
res de produção às empresas, pois necessitam de recursos financeiros para 
poderem adquirir os bens e serviços de que necessitam. Estando as famí-
lias com recursos financeiros em mãos, adquirem os bens e serviços de que 
necessitam, e esgotam ou diminuem a quantidade desses bens e serviços 
no mercado, fazendo com que as empresas voltem a contratar os fatores de 
produção com as famílias e, assim, começar novamente o ciclo do fluxo do 
sistema econômico.
Devemos deixar claro a simplicidade do exemplo exposto, uma vez que, em 
muitos casos, há a intervenção do governo e também a participação do mer-
cado externo, o que não foi adequado colocar no fluxo justamente para faci-
litar o raciocínio.
MERCADO
Mercado é o encontro entre vendedores e compradores. Um mercado pode 
estar em qualquer lugar, na esquina de uma rua ou no outro lado do mundo, 
ou bem perto, como o telefone ou os classificados do jornal. Não precisa ser 
um lugar fixo. Nele, estão presentes os fundamentos da procura e da oferta, 
que representam os interesses de consumidores e produtores (ou vendedo-
res).
Ou seja, Mercado é toda instituição social na qual bens e serviços são troca-
dos livremente. Em geral, o mercado ocorre conforme questões normativas 
(ou legais), mas mesmo o mercado ilegal é um mercado – o comércio de 
produtos piratase até́ o contrabando de drogas e armas ocorrem por via do 
mercado. 
A existência de um mercado é condição básica para a Demanda e a Oferta.
A oferta e a demanda são forças básicas de funcionamento de uma economia 
capitalista, sendo que a oferta representa o desejo de vender por parte dos 
vendedores e a demanda, por sua vez, representa o desejo de comprar por 
parte dos compradores.
Nas sociedades contemporâneas, as compras ocorrem mediante o uso de 
moeda como meio de troca. Como veremos nas aulas sobre macroeconomia, 
uma das funções da moeda é justamente servir como intermediário das tro-
cas. Contudo, nada impede que dois agentes realizem trocas diretas entre 
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produtos ou serviços, como ocorria na antiguidade, por meio do escambo. 
De acordo com Vasconcellos, Toneto Junior e Sakurai (2015), seja com a in-
termediação da moeda ou por trocas diretas, o mercado é o mecanismo que 
permite a interação entre agentes econômicos e a realização de todas essas 
transações. É justamente por permitir e facilitar a ocorrência dessas transa-
ções que o mercado é uma instituição importante para o funcionamento da 
economia, e quanto mais rápido e mais simples o mercado funcionar, mais 
transações serão realizadas, e consequentemente mais produção e renda a 
sociedade tende a gerar.
ANOTE ISSO
CONCEITOS IMPORTANTES!
1. Bens: são todas as coisas úteis que satisfazem as necessidades 
humanas. Nesse sentido, a casa é um bem que satisfaz a neces-
sidade que o homem tem de abrigar-se; o pão satisfaz a necessi-
dade de se alimentar, etc. Observe que aquilo que não é útil para 
uma pessoa pode ser útil para outras. É o caso do cigarro que, 
embora seja prejudicial à saúde, é útil e satisfaz a necessidade 
de fumar do fumante. Logo, em termos econômicos, o cigarro é 
um bem! 
2. Preço: é a expressão monetária do valor de um bem ou serviço. 
Os bens se dividem em não econômicos (abundantes ou livres) e 
econômicos (raros ou escassos). Os bens são ditos “não econôm-
icos” se a eles não se puderem atribuir preços e, portanto, não for 
possível transacioná-los no mercado. É o caso do ar que se respi-
ra, da luz solar, das águas dos rios, etc. Os bens econômicos, ao 
contrário, são raros, e há que se negociar para adquiri-los. Essa 
negociação lhes confere um preço e se processa no mercado. 
3. Mercado: é o contexto (e não o local) em que compradores 
(do lado da procura) e vendedores (do lado da oferta) realizam 
transações. Alternativamente, pode-se dizer que o mercado é a 
interação entre as forças de oferta e de procura.
Fonte: VASCONCELLOS, TONETO JUNIOR E SAKURAI, 2015.
Aluno(a), para compreender perfeitamente este mecanismo, nas próximas au-
las trabalharemos dois conceitos básicos e que, invariavelmente, se referem 
ao mercado: a demanda e a oferta. Posteriormente, falaremos do conceito de 
equilíbrio, que representa o resultado da interação entre demanda e oferta.
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AULA 05 
DEMANDA
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25
Para entender a demanda eu quero que você pense como um consumidor.
Em termos intuitivos, a demanda (você pode usar “procura” ou, de forma 
mais rigorosa, função demanda) é definida como a quantidade de certo bem 
que os consumidores desejam adquirir. 
Vasconcellos (2014) define demanda (ou procura) como a quantidade de cer-
to bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir em determinado 
período de tempo. 
Existe uma regra, conhecida como LEI DA DEMANDA.
ANOTE ISSO
LEI DA DEMANDA: Tudo o mais permanecendo constante (ceteris 
paribus), quando o preço de um bem aumenta, a quantidade deman-
dada cai.
A relação quantidade/preço procurada pode ser representada por uma esca-
la de procura, conforme a apresentada a seguir:
ALTERNATIVA DE PREÇO (R$) QUANTIDADE DEMANDADA
1,00 12.000
3,00 8.000
6,00 4.000
8,00 3.000
10,00 2.000
Fonte: Desenvolvido pela autora
De acordo com a lei geral da demanda, ceteris paribus, há uma relação ne-
gativa entre a quantidade adquirida de um bem e seu preço. Esse compor-
tamento pode ser observado na tabela acima e também no gráfico a seguir.
Fonte: Desenvolvido pela autora
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Esse gráfico deve ser estudado com bastante atenção, pois é a representação 
clássica da demanda. Apresenta um exemplo hipotético: o eixo Y (ordenada) 
representa os diferentes preços (por unidade) e o eixo X (abscissa) representa 
as quantidades demandadas de um bem - que pode ser chocolate, smartpho-
nes ou tratamento médico, por exemplo. A relação entre essas duas variáveis 
é estabelecida pela linha do gráfico, e é justamente essa linha que recebe o 
nome de demanda. Neste nosso exemplo, note que se o preço unitário do bem 
for R10$, a quantidade demandada será igual a 2.000 unidades, ao passo que 
se o preço unitário desse mesmo bem cair para R8$, a quantidade demanda 
se elevará em 1.000 unidades, e se o preço cair para R3$, a quantidade 
demandada será igual a 8.000 unidades. Assim, note que a demanda tem 
inclinação negativa, refletindo o fato de que a quantidade procurada de certo 
produto se eleva conforme há redução de seu preço, ceteris paribus.
Aluno(a), observe que o gráfico apresenta apenas a relação negativa entre 
as diferentes quantidades demandadas em diferentes níveis de preço de um 
mesmo bem. Entretanto, na teoria microeconômica, a demanda é determi-
nada por uma série de fatores que influenciam a escolha do consumidor, 
entre os quais o preço do próprio bem, o preço de outros bens substitutos ou 
complementares e a renda do consumidor.
Ou seja, a procura depende de variáveis que influenciam a escolha do consu-
midor. Para estudar a influência isolada dessas variáveis, utiliza-se a hipótese 
do ceteris paribus, ou seja, analisa-se cada uma dessas variáveis isolada-
mente, supondo que as demais permaneçam fixadas.
Complementando esse conceito, de acordo com Pinho e Vasconcellos (1998), 
a escolha do consumidor é influenciada por algumas variáveis que em geral 
serão as mesmas que influenciarão sua escolha em outras ocasiões. Dessa 
forma, costuma-se apresentar quatro determinantes de procura individual:
VARIÁVEIS QUE 
INFLUENCIAM A DEMANDA:
Fonte: Desenvolvido pela autora
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Detalharemos agora, aluno(a), cada uma dessas variáveis.
Observe que já discutimos a variável “preço do bem” no tópico anterior, e ob-
servamos que quando o preço de um bem aumenta, a quantidade demanda cai.
Agora trabalharemos com o critério “renda”. Em geral, é fácil imaginar que 
quando a renda de uma pessoa cai, a quantidade demandada consequen-
temente diminui. De acordo com a teoria econômica, existem três casos que 
descrevem o efeito de variações na renda: 
 • Bem normal: a demanda por um bem aumenta conforme a renda dos agen-
tes aumenta (por exemplo, é o caso da maior parte dos bens que você̂ conhe-
ce, como roupas, viagens, etc.); 
 • Bens inferiores: neste caso, um aumento da renda leva os indivíduos a con-
ter a aquisição desse bem. É o caso de itens de consumo mais simples que, 
a partir de certo nível de renda, podem ser trocados por outros de melhor 
qualidade (salsicha ou carne de segunda, por exemplo); 
 • Bens de consumo saciado: aqueles cujo consumo não aumenta nem diminui 
conforme a renda se altera. São itens que, em determinada quantidade, são 
suficientes para suprir a demanda do agente, como fósforos ou sal, por exem-
plo (VASCONCELLOS, TONETO JUNIOR E SAKURAI, 2015).
Acompanhe nas próximas figuras o efeito de um aumento da renda sobre a 
demanda de acordo com Vasconcellos, Toneto Junior e Sakurai (2015):
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Há um ponto importante a ser salientado e que normalmente causa confusão. 
Note que o gráfico continua tendo o preço do bem A no eixo, e a quantidade de-
mandada do bem A no eixo X. Contudo, ao alterarmos a renda dos agentes, há 
um deslocamento da demanda, indicando que, para qualquer nível de preços, 
os indivíduos almejamconsumir uma quantidade maior do bem A em função 
do aumento da renda. Isso ocorre porque ha ́uma alteração em uma variável 
que afetou a demanda (no caso, a renda), mas que não esta ́representada nem 
no eixo X nem no eixo Y. Tomando o caso do bem normal como exemplo, o au-
mento da renda deslocou a demanda para a direita. Se a renda do indivíduo ti-
vesse sofrido queda, teríamos um deslocamento da demanda para a esquerda; 
então, para qualquer nível de preço, o consumidor desejaria consumir menos 
desse bem (VASCONCELLOS, TONETO JUNIOR E SAKURAI, 2015).
Aluno, já trabalhamos os fatores “preço” e “renda”, agora vamos focar nosso 
estudo no fator “preço de outros bens”.
Os preços de outras mercadorias podem influenciar a quantidade demanda-
da de uma mercadoria de duas maneiras. 
Em primeiro lugar, duas mercadorias podem se prestar aproximadamente à 
mesma finalidade. Um exemplo disso seriam duas cervejas de marcas dife-
rentes. Embora um consumidor possa ter preferência por uma marca ou por 
outra, ele normalmente está́ disposto a trocar de marca se houver um bom 
motivo para isso. Esse bom motivo pode ser o preço relativo das duas cerve-
jas. Quando dois produtos se prestam à mesma finalidade, dizemos que eles 
são bens substitutos. Outros exemplos de bens substitutos são carne de boi 
e carne de frango, viagens por via aérea e viagens por via terrestre, e assim 
por diante (VASCONCELLOS, OLIVEIRA e BARBIERI, 2011).
Um exemplo bem próximo do nosso cotidiano é a possibilidade de se utilizar 
álcool no lugar da gasolina em automóveis flex, ou então a possibilidade 
de ir de um local a outro usando ônibus, metrô ou táxi, por exemplo. Para o 
primeiro desses exemplos, um aumento no preço do álcool tende a provocar 
diminuição em seu consumo, elevando, por sua vez, o consumo de gasolina. 
Aqui há uma relação positiva entre a demanda por um bem e o preço do 
seu substituto. Dito de outra forma, se o preço de um substituto aumenta, a 
demanda pelo bem A também irá aumentar.
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Em segundo lugar, há mercadorias que são consumidas conjuntamente, 
como, por exemplo, camisas sociais e gravatas, combustível para automóvel 
e pneus de automóveis, pão e manteiga, café e açúcar, etc. Dizemos que es-
sas mercadorias são bens complementares. Imagine agora duas mercadorias, 
C e D. Um aumento no preço da mercadoria D fará com que a quantidade 
demandada desta se reduza. De outro modo, uma vez que a mercadoria C é 
consumida juntamente com a mercadoria D, caso o preço da mercadoria C 
não se altere, a quantidade demandada desta deve diminuir (VASCONCELLOS, 
OLIVEIRA e BARBIERI, 2011). 
Computadores e softwares, por exemplo, representam um caso bastante co-
nhecido, dado que a aquisição do primeiro normalmente leva à aquisição 
do segundo. Dessa forma, caso o preço dos computadores caia, é natural 
considerar que ocorra um aumento na demanda de computadores, assim 
como um aumento na demanda por softwares. Outro exemplo é o caso do 
turista que viaja ao Brasil para ver os jogos olímpicos e demanda os servi-
ços de hotelaria para se hospedar. Assim, passagem aérea e hospedagem 
em hotéis são bens complementares. Esse exemplo nos auxilia a estabelecer 
uma relação negativa entre a demanda por um bem e o preço de seu bem 
complementar. Isto é, se o preço do bem A subir, então a demanda por ele e 
seus complementares irá cair.
Veja nas figuras abaixo o efeito do aumento no preço de um produto sobre a 
demanda do outro, de acordo com Vasconcellos, Toneto Junior e Sakurai (2015):
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Agora, por fim, vamos analisar outros fatores, como “gosto e preferência dos 
consumidores”. De acordo com Vasconcellos, Toneto Junior e Sakurai (2015), 
os principais são discutidos a seguir:
 • Fatores culturais: a demanda por certos bens é tipicamente influenciada por 
fatores que, a princípio, não são puramente econômicos. Entre outros, pode-
mos citar a religião como fator social relevante que define o comportamento 
de consumo dos agentes, como a não ingestão de carne bovina na Índia, por 
exemplo; 
 • Fatores sazonais: o consumo de certos produtos ou serviços pode variar em 
função do calendário. Durante a Semana Santa, por exemplo, há um aumento 
expressivo no consumo de carne de peixe e uma queda significativa no de 
carne vermelha (graficamente, a demanda por peixe sofreria um desloca-
mento para a direita, ao passo que a demanda por carne vermelha sofreria 
um deslocamento para a esquerda, em seus respectivos mercados).Você̂ já 
deve ter notado que a movimentação na praça de alimentação de um sho-
pping center é muito maior nos fins de semana do que nos demais dias. 
Também já deve ter tido problemas para encontrar um técnico que conserte 
seu ar-condicionado no verão, quando a demanda por esse tipo de serviço 
aumenta muito; 
 • Fatores geográficos e climáticos: fatores climáticos e geográficos também 
influem no comportamento de demanda dos agentes por certo produto. O 
consumo de vinho tende a ser maior em regiões frias do que em regiões mais 
quentes de um país, por exemplo; 
 • Outros fatores econômicos: além dos já mencionados, a disponibilidade de 
crédito e a taxa de juros influenciam a decisão dos agentes em adquirir aque-
les bens que, tradicionalmente, são comprados a prazo, como automóveis, 
imóveis e eletrodomésticos. Além desses, podemos destacar o efeito de cam-
panhas de publicidade, que podem fazer os consumidores se sentirem mais 
atraídos a adquirir determinado bem.
ANOTE ISSO
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AULA 06 
OFERTA
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Para entender a oferta, eu quero que você pense como um vendedor.
Pode-se conceituar oferta como as várias quantidades que os produtores 
desejam oferecer ao mercado em determinado período de tempo.
De acordo com Vasconcellos, Toneto Junior e Sakurai (2015), oferta (ou função 
oferta) é definida como a quantidade de um bem que os produtores (firmas) 
desejam produzir e oferecer aos consumidores.
Assim como no caso da demanda, existe uma relação entre o preço do bem 
e a quantidade que as empresas estão dispostas a produzir e oferecer aos 
consumidores. Diferentemente da função demanda, contudo, a função oferta 
estabelece uma relação positiva entre quantidade ofertada e nível de preços, 
ceteris paribus (VASCONCELLOS, TONETO JUNIOR e SAKURAI, 2015). 
Quanto mais alto é o preço de mercado, maiores quantidades os vendedores 
estarão dispostos a oferecer. Quanto mais baixo é o preço, menores quanti-
dades os vendedores estarão dispostos a oferecer. 
É a lei da oferta!
ANOTE ISSO
LEI DA OFERTA: as quantidades ofertadas variam diretamente 
com os preços. A quantidade ofertada de um bem diminui quando 
seu preço cai.
Diferentemente da função demanda, a função oferta mostra uma correlação 
direta entre a quantidade ofertada e nível de preços, ceteris paribus. É cha-
mada Lei Geral da Oferta.
Podemos expressar uma escala de oferta de um bem X, ou seja, dada uma 
série de preços, quais seriam as quantidades ofertadas a cada preço:
PREÇO (R$) QUANTIDADE OFERTADA
1,00 1.000
3,00 5.000
6,00 9.000
8,00 11.000
10,00 13.000
Fonte: Desenvolvido pela autora
A figura a seguir apresenta um exemplo hipotético para o mesmo bem con-
siderado até aqui: assim como no caso da demanda, o eixo Y (ordenada) 
representa os diferentes preços, mas o eixo X (abscissa), agora, representa as 
quantidades ofertadas.
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A relação entre essas duas variáveis é estabelecida pela linha do gráfico, e é 
justamente essa linha que recebe o nome de função oferta, ou simplesmente 
oferta.
Em nosso exemplo, note que se o preço unitário do bem for R$6, a quanti-
dade ofertada pela empresa será igual a 9.000 unidades, ao passo que se o 
preço unitário do mesmo bem se elevar para R$8, a quantidade ofertada será 
de 11.000 unidades.
Fonte: Desenvolvido pela autora
A relação positiva entre a quantidade ofertada de um bem e seu preço sedeve ao fato de que, ceteris paribus, o aumento no preço de mercado es-
timula as empresas a elevar a produção e/ou estimula a entrada de novas 
empresas, aumentando a quantidade do bem ofertada aos consumidores 
(VASCONCELLOS, TONETO JUNIOR e SAKURAI, 2015).
Vasconcellos (2014) explica que além do preço do bem, a oferta de um bem 
ou serviço é afetada pelos custos dos fatores de produção (matérias-primas, 
salários, preço da terra), por alterações tecnológicas e pelo aumento do nú-
mero de empresas no mercado. Parece claro que a relação entre a oferta e o 
custo dos fatores de produção seja inversamente proporcional. Por exemplo, 
um aumento dos salários ou do custo das matérias-primas deve provocar, 
ceteris paribus, uma retração da oferta do produto. A relação entre a oferta 
e nível de conhecimento tecnológico é diretamente proporcional, dado que 
melhorias tecnológicas promovem melhorias da produtividade no uso dos 
fatores de produção e, portanto, aumento da oferta. Da mesma forma, há 
uma relação direta entre a oferta de um bem ou serviço e o número de em-
presas ofertantes do produto no setor.
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VARIÁVEIS QUE 
INFLUENCIAM A OFERTA:
Fonte: Desenvolvido pela autora
Assim como no caso da demanda, o gráfico de oferta do bem também re-
presenta somente a relação entre o preço e a quantidade ofertada. Contudo, 
existem outros fatores importantes que influenciam a decisão das empresas 
sobre a quantidade a ser produzida. Além do preço, a oferta de um produto 
ou serviço é influenciada pelo custo dos insumos e dos fatores de produção 
(matérias-primas e salários, por exemplo), por alterações tecnológicas e pelo 
aumento do número de empresas no mercado.
Detalharemos agora, aluno(a), cada uma dessas variáveis.
Observe que já discutimos a variável “preço do bem” no tópico anterior e 
observamos que quando o preço de um bem aumenta, a quantidade ofertada 
também aumenta.
Sobre a variável “tecnologia”, destaco que o avanço tecnológico exerce gran-
de influência sobre a capacidade produtiva das empresas. A Revolução In-
dustrial, que modernizou as técnicas produtivas, o advento da internet, que 
tornou mais fácil e barata a comunicação, e o aumento da geração de ener-
gia por fontes renováveis (como a eólica, entre outras) são bons exemplos 
do aumento da produtividade das empresas. Outro fator significativo para a 
expansão da produção das empresas é o investimento em capital humano, 
como o treinamento e o aumento do nível de escolaridade dos trabalhado-
res, por exemplo. Todas essas medidas permitem que as empresas tenham 
melhores condições de aumentar a produção dos bens consumidos pelos 
agentes (VASCONCELLOS, TONETO JUNIOR e SAKURAI, 2015). 
Veja graficamente como acontece o impacto do aumento de produtividade 
das empresas sobre a oferta, de acordo com Vasconcellos, Toneto Junior e 
Sakurai (2015).
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Alunos(as), vejam bem o que está ilustrado na figura acima, a melhora tec-
nológica causa um deslocamento do gráfico para a direita, quer dizer, seja 
qual for o nível de preços, as empresas são capazes de produzir uma maior 
quantidade de bens, sejam eles produtos ou serviços. Repare também que ao 
alterarmos a produtividade das empresas, houve um deslocamento de toda 
a oferta no gráfico.
Essa mesma figura pode ser usada para representar uma redução no “preço 
dos insumos” porque se a matéria-prima fica mais barata, por exemplo, as 
empresas podem adquirir maiores quantidades desse item sem pressionar 
seus custos totais e, assim elevar sua produção para qualquer niv́el de preços 
do bem produzido. Outro fenômeno que também seria representado pelo 
deslocamento para a direita da função oferta seria a “entrada de novas em-
presas” no mercado do bem, ou seja, com mais firmas produzindo esse bem, 
para qualquer niv́el de preços existiria uma maior quantidade disponível aos 
consumidores.
Resumindo:
Determinantes da oferta individual:
 • PREÇO: preço alto, venda lucrativa; quantidade oferecida é grande.
 • PREÇO DOS INSUMOS: preço de insumo aumenta, produção torna-se menos 
lucrativa; a quantidade oferecida diminui.
 • TECNOLOGIA: avanços tecnológicos reduz os custos de fabricação da empresa 
e aumenta-se a quantidade oferecida.
 • NOVAS EMPRESAS: com mais firmas produzindo, esse bem existiria uma 
maior quantidade disponível aos consumidores
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AULA 07 
EQUILÍBRIO 
DE MERCADO
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Relacionando, agora, consumidores e produtores com seus respectivos planos 
de consumo e produção, isto é, com suas respectivas curvas de demanda e 
oferta em um mercado específico, podemos analisar como acontece a interação 
entre os agentes. Observem que, isoladamente, nem a curva de demanda, nem 
a curva de oferta poderiam nos dizer até onde podem chegar os preços ou em 
que medida os planos dos consumidores e dos produtores são compatíveis. 
Para isso, deve-se realizar um estudo conjunto de ambas as curvas. 
De acordo com Vasconcellos (2011), a interação das curvas de demanda e de 
oferta determina o preço e a quantidade de equilíbrio de um bem ou serviço 
em um dado mercado. O preço de equilíbrio é aquele em que coincidem os 
planos dos demandantes ou consumidores e dos ofertantes ou produtores.
Exemplo:
Conforme a explicação de Vasconcellos (2011), na intersecção das curvas de 
oferta e demanda, teremos o preço e a quantidade de equilíbrio, isto é, o 
preço e a quantidade que atendem às aspirações dos consumidores e dos 
produtores simultaneamente.
Se a quantidade ofertada se encontrar abaixo daquela de equilíbrio, teremos 
uma situação de escassez do produto. Haverá uma competição entre os con-
sumidores, pois as quantidades procuradas serão maiores que as ofertadas. 
Formar-se-ão filas, o que forçará́ a elevação dos preços, até atingir-se o equi-
líbrio, quando as filas cessarão. 
Analogamente, se a quantidade ofertada se encontrar acima do ponto de 
equilíbrio, haverá um excesso ou excedente de produção, um acúmulo de 
estoques não programado do produto, o que provocará uma competição en-
tre os produtores, conduzindo a uma redução dos preços, até que se atinja o 
ponto de equilíbrio. 
Como se observa, quando há competição tanto de consumidores como de 
ofertantes, há uma tendência natural no mercado para se chegar a uma si-
tuação de equilíbrio estacionário – sem filas e sem estoques não desejados 
pelas empresas. Desse modo, se não há obstáculos para a livre movimenta-
ção dos preços, ou seja, se o sistema é de concorrência pura ou perfeita, será́ 
observada essa tendência natural de o preço e a quantidade atingirem de-
terminado nível desejado tanto pelos consumidores como pelos ofertantes.
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AULA 08 
ELASTICIDADE
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Caros(as) alunos, agora abordaremos o conceito de Elasticidade. 
Elasticidade é uma medida de como compradores e vendedores reagem a 
uma mudança nos preços, ela nos permite analisar a oferta e a demanda com 
muito mais precisão.
Quando o preço de um produto ou serviço aumenta, a quantidade deman-
dada diminui. Contudo, para prever o efeito do aumento do preço no gasto 
total, devemos saber também em que proporção a quantidade diminui. A 
quantidade demandada de alguns produtos, como o sal, não é muito sensí-
vel as mudanças de preço. De fato, mesmo que o preço do sal duplicasse ou 
caísse pela metade, a maioria das pessoas dificilmente alteraria a quantida-
de consumida. Para outros produtos, entretanto, a quantidade demandada é 
extremamente sensível às alterações de preço (FRANK, BERNANKE, 2012).
ELASTICIDADE-PREÇO 
DA DEMANDA
De acordo com Frank e Bernanke (2012), a elasticidade-preço da demanda 
para um produto é a medida da sensibilidade da quantidade demandada 
deste produto às variações no seu preço. Formalmente, a elasticidade-pre-
ço da demanda para um produto é definida como a variação percentual na 
quantidade demandada resultantede uma mudança de 1% em seu preço. Por 
exemplo, se o preço da carne diminuir 1% e a quantidade demandada au-
mentar 2%, então a elasticidade-preço da demanda da carne será́ igual a – 2.
Ainda de acordo com os autores Frank e Bernanke (2012), embora essa defini-
ção esteja se referindo à sensibilidade da quantidade demandada a uma mu-
dança de 1% no preço, ela também pode ser adaptada para outras variações 
de preço, desde que sejam relativamente baixas. Nestes casos, calcula-se 
a elasticidade-preço da demanda como a variação percentual na quantida-
de demandada dividida pela correspondente variação percentual no preço. 
Assim, se uma redução de 2% no preço da carne bovina leva a um aumento 
de 6% na quantidade de carne bovina demandada, a elasticidade-preço da 
demanda por carne de bovina seria de:
variação percentual na quantidade demandada = 6% = -3
 variação percentual no preço -2% 
Assim, a elasticidade-preço da demanda sempre negativa (ou zero), por-
que as mudanças nos preços sempre serão inversamente proporcionais às 
alterações da quantidade demandada. Assim, por conveniência, descarta-
mos o sinal negativo e falamos da elasticidade-preço em termos de valor 
absoluto. A demanda para um produto será chamada de elástica se o va-
lor absoluto de sua elasticidade-preço for maior que 1; de inelástica, se o 
valor absoluto de sua elasticidade-preço for menor que 1; e, finalmente, a 
demanda terá elasticidade unitária se o valor absoluto de sua elasticida-
de-preço for igual a 1.
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Veja essa representação na figura abaixo:
Fonte: (FRANK, BERNANKE, 2012)
ANOTE ISSO
TIPOS DE ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA
1. Inelástica: A quantidade demandada não responde com muita 
intensidade a alterações nos preços
2. Elástica: A quantidade demandada responde com muita inten-
sidade a alterações nos preços
3. Unitária: A quantidade demandada muda na mesma proporção 
que o preço se altera
Vejamos agora um exemplo:
ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
Vamos falar de pizzas!
Quando o preço da pizza é de $1 por fatia, os compradores desejam 
adquirir 400 fatias por dia, mas quando o preço diminui para $0,97 
por fatia, a quantidade demandada aumenta para 404 fatias por dia. 
Com base no preço original, qual é a elasticidade-preço da deman-
da por pizza? 
A demanda por pizza é elástica com relação ao preço? 
A redução no preço de $1 para $0,97 é um decréscimo de 3%, o au-
mento na quantidade demandada de 400 para 404 fatias é um au-
mento de 1%. A elasticidade-preço da demanda por pizza é, então, 
(1%)/(3%) = 1/3. Assim, quando o preço inicial da pizza for de $1, a 
demanda por pizza não será elástica, mas sim, inelástica.
Fonte: (FRANK, BERNANKE, 2012)
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FATORES QUE AFETAM A 
ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA
Para o economista Wall (2015), o valor da elasticidade depende de vários fatores:
 • A disponibilidade de substitutos de consumo. Quanto mais numerosos e mais 
próximos forem os substitutos disponíveis, mais elástica será́ a demanda. En-
tão, uma pequena porcentagem de mudança no preço de X pode gerar uma 
grande porcentagem de mudança na quantidade demandada de X à medida 
que os consumidores adotam ou rejeitam esses substitutos de consumo. 
 • A natureza da necessidade satisfeita pelo produto. Quanto mais possível 
classificar a necessidade como um luxo, mais sensíveis ao preço os consumi-
dores tenderão a ser e mais elástica será a demanda. Quanto mais básica ou 
premente a necessidade, menos sensíveis ao preço os consumidores tende-
rão a ser e menos elástica será a demanda. 
 • O período de tempo. Quanto mais longo o período de tempo, mais elástica 
será a demanda (os consumidores levam algum tempo para ajustar seus pa-
drões de consumo a uma mudança no preço). 
 • A proporção da renda gasta no produto. Quanto maior a proporção da renda 
gasta no produto, mais elástica a demanda tende a ser. É mais provável que 
o consumidor note uma porcentagem de mudança no preço de um produto 
se esse produto tiver um papel importante em seu padrão de gastos totais, o 
que influenciará suas futuras intenções de compra. 
 • O número de usos disponíveis para o produto. Quanto maior a flexibilidade 
do produto em termos do número de usos aos quais ele pode se destinar, 
mais elástica será a demanda. É claro que quanto maior o número de usos 
disponível para o produto, mais produtos substitutos estarão disponíveis.
ANOTE ISSO
A elasticidade-preço da demanda para um produto ou serviço ten-
de a ser maior quando os substitutos para este produto são mais 
facilmente encontrados, quando a parcela do produto no orçamento 
do consumidor é maior e quando os consumidores têm mais tempo 
para se ajustar às alterações de preço.
Entender os fatores que regem a elasticidade-preço da demanda é neces-
sário não apenas para compreender o comportamento do consumidor, mas 
também para construir uma política pública eficiente. Considere, por exem-
plo, o debate sobre como os impostos afetam o tabagismo entre adolescen-
tes (FRANK, BERNANKE, 2012).
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ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
Um imposto mais alto sobre o cigarro pode reprimir o tabagismo 
entre os adolescentes? 
Os consultores contratados pela indústria do tabaco têm feito repre-
sentações no Congresso norte-americano contra as altas taxas que 
incidem sobre os cigarros como forma de frear o tabagismo entre os 
jovens. Esses consultores testemunharam que a principal razão de 
os jovens fumarem é que seus amigos fumam, e eles concluíram que 
os impostos teriam um pequeno efeito. O depoimento dos consul-
tores faz sentido econômico? 
Os consultores estão quase certos quanto ao fato de a influência dos 
amigos ser o determinante mais importante do tabagismo entre os 
adolescentes. Todavia, isto não significa que os altos impostos sobre 
os cigarros tenham um pequeno impacto nas taxas de tabagismo na 
adolescência. Como a maioria dos adolescentes tem pouco dinheiro 
para gastar à vontade, o cigarro constitui uma parcela significativa 
no orçamento típico de um jovem fumante. A elasticidade-preço da 
demanda está, então, longe de ser desprezível. Pelo menos para 
alguns adolescentes fumantes, um alto imposto tornaria o ato de 
fumar financeiramente inacessível. E, mesmo entre aqueles que po-
dem financiar os altos preços, pelo menos alguns preferem gastar 
seu dinheiro em outras coisas, em vez de pagar os preços altos. 
Dado que o imposto afetaria pelo menos alguns fumantes adoles-
centes, o argumento dos consultores começa a cair por terra. Se o 
imposto detiver ao menos um pequeno número de fumantes, direta-
mente, como efeito do preço do cigarro, ele também irá deter outros 
indiretamente, ao reduzir o número de amigos que fumam. E aque-
les que param de fumar por esses efeitos indiretos não irão, por sua 
vez, influenciar outros a fumar, e assim por diante. Logo, mesmo se 
o efeito direto do aumento do imposto sobre o cigarro em fumantes 
adolescentes for pequeno, os efeitos cumulativos serão extrema-
mente grandes. O simples fato de que a pressão dos amigos pode 
ser o principal determinante para que os adolescentes fumem não 
significa que impostos mais altos sobre os cigarros não terão um im-
pacto significativo no número de adolescentes que fumam.
Fonte: (FRANK, BERNANKE, 2012)
ELASTICIDADE-PREÇO DA OFERTA
Do lado do comprador no mercado, utilizamos a elasticidade-preço da de-
manda para medir a sensibilidade da quantidade demandada às alterações 
de preço. Do lado do vendedor no mercado, uma medida semelhante é a 
elasticidade-preço da oferta, definida como a variação percentual na quan-
tidade ofertada que ocorre em resposta a uma alteração de 1% no preço. Por 
exemplo, se um aumento de 1% no preço do amendoim leva a um aumento 
de 2% na quantidade ofertada, a elasticidade-preço da oferta de amendoim 
é 2 (FRANK, BERNANKE, 2012).
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variação percentual na quantidadeofertada
 variação percentual no preço
O segredo para prever se a oferta de um produto será elástica em relação 
ao preço é saber os termos sobre os quais as unidades adicionais dos insu-
mos envolvidos na produção desse produto podem ser adquiridas. De acordo 
com os autores Frank e Bernanke (2012), os fatores a seguir (dentre outros) 
influenciam a maneira como insumos adicionais podem ser adquiridos pelo 
produtor. Ou seja, esses fatores são importantes porque em geral, quanto 
mais fácil for a aquisição das unidades adicionais desses insumos, maior 
será a elasticidade-preço da oferta. 
 • Flexibilidade de insumos: À medida que a produção de um bem necessita de 
insumos que também são úteis para a produção de outros produtos, é relati-
vamente fácil desviar insumos extras de seus usos atuais, tornando a oferta 
daquele bem relativamente elástica em relação ao preço. Assim, o fato de a 
produção da limonada necessitar de mão de obra com um mínimo de habili-
dade significa que muitos trabalhadores poderiam migrar para a produção de 
limonada se isso fosse uma oportunidade rentável. Uma cirurgia cerebral, por 
exemplo, requer uma mão de obra treinada e especializada, o que significa 
que até mesmo um grande aumento no preço não elevaria a oferta disponí-
vel, exceto no longo prazo. 
 • Mobilidade de insumos: Se os insumos podem ser facilmente transportados 
de um lado para o outro, um aumento no preço de um produto em um mer-
cado permitirá que um produtor daquele mercado adquira os insumos de 
outros mercados. Por exemplo, a oferta de produtos agrícolas nos Estados 
Unidos torna-se mais elástica em relação ao preço pelo fato de milhares de 
trabalhadores rurais migrarem para o norte durante a época do cultivo. A 
oferta de entretenimento é, da mesma forma, mais elástica pelo fato de os 
artistas gostarem de estar na estrada. Pessoas que trabalham em circos, can-
tores, comediantes e até mesmo dançarinos exóticos normalmente passam 
um tempo considerável longe de casa. Para a maioria dos produtos, a elasti-
cidade-preço da oferta aumenta cada vez que uma nova rodovia é construída 
ou quando a rede de telecomunicações é aperfeiçoada; ou mesmo quando 
outra descoberta facilita encontrar e transportar os insumos de um lugar 
para outro.
 • Capacidade de produzir insumos substitutos: Os insumos necessários para 
a produção de diamantes lapidados incluem diamantes brutos, mão de obra 
especializada, máquinas especiais de corte e de polimento. Com o tempo, 
pode aumentar o número de pessoas com as habilidades necessárias, assim 
como a quantidade de maquinário especializado. O número de diamantes 
brutos nas jazidas é provavelmente fixo, assim como os terrenos em Manhat-
tan, mas diferentemente dos terrenos em Manhattan, o aumento dos preços 
encoraja os mineradores a investir os esforços necessários para encontrar 
uma quantidade maior desses diamantes. Ainda assim, a oferta de pedras 
naturais tende a ser relativamente inelástica por causa da dificuldade de 
aumentar o número de cristais de diamantes. Está próximo o dia em que os 
fabricantes de pedras preciosas poderão produzir pedras de diamante sin-
téticas idênticas às reais. De fato, já existem pedras sintéticas que conse-
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guem enganar até mesmo joalheiros muito experientes. A introdução de um 
substituto sintético perfeito aumentaria a elasticidade-preço da oferta de 
diamantes (ou, de qualquer forma, a elasticidade-preço da oferta de pedras 
preciosas que têm características semelhantes aos diamantes).
 • Tempo: Como leva algum tempo para os produtores trocarem uma atividade 
por outra e como leva tempo para montar novas máquinas e fábricas e treinar 
a mão de obra, a elasticidade-preço da oferta será́ maior para a maioria dos 
produtos no longo prazo do que no curto prazo. No curto prazo, a incapacida-
de de um fabricante de aumentar os estoques existentes de equipamentos 
e mão de obra qualificada tornam impossível expandir sua produção além 
de um determinado limite. Contudo, se o problema fosse a falta de gerentes, 
novos MBAs podem ser treinados em apenas dois anos. Ou, se o problema for 
a falta de consultoria jurídica, novos advogados podem ser treinados em três 
anos. No longo prazo, as empresas sempre podem comprar novos equipa-
mentos, construir novas fábricas e contratar mão de obra qualificada adicio-
nal. As condições que deram origem à curva de oferta perfeitamente elástica 
de limonada, no exemplo discutido anteriormente, também são atendidas 
para muitos outros produtos no longo prazo. Se um produto pode ser copiado 
(no sentido de que qualquer empresa adquire o design e outras informações 
técnicas necessárias para produzi-lo) e se os insumos necessários à sua pro-
dução forem utilizados em proporções consideravelmente fixas e estiverem 
disponíveis a preços de mercado fixos, então a curva de oferta no longo prazo 
para aquele produto será́ horizontal. Contudo, muitos produtos não atendem 
a essas condições e suas curvas de oferta permanecem com uma inclinação 
ascendente, mesmo no longo prazo (FRANK, BERNANKE, 2012).
ANOTE ISSO
Elasticidade-Preço da Oferta
• Elasticidade-Preço da oferta mede o aumento ou diminuição, em 
percentagem, da quantidade ofertada devido a uma mudança 
percentual nos preços
• Mede o quanto a quantidade ofertada por um bem muda devido a 
uma mudança no preço daquele bem
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AULA 09 
ESTRUTURAS 
DE MERCADO: CONCORRÊNCIA 
PERFEITA E MONOPÓLIO
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Pretendemos estudar nesta e nas próximas aulas os mais diversos tipos de 
mercado de uma economia. Esses mercados estão organizados de manei-
ra diferente graças a dois fatores principais: número de firmas produtoras 
atuando no mercado e homogeneidade ou diferenciação dos produtos.
Para apresentar as estruturas de mercado, teremos quatro partes principais: 
a primeira parte, chamada CONCORRÊNCIA PERFEITA explica que neste tipo 
de estrutura existem muitos compradores e vendedores vendendo produ-
tos essencialmente iguais. A segunda parte, fala sobre o MONOPÓLIO, que é 
quando uma única empresa vende um produto que não possui substitutos. 
Na sequência, explicamos o OLIGOPÓLIO, ou seja, quando poucas empresas 
oferecem produtos similares. E, por fim, discorreremos sobre a COMPETIÇÃO 
MONOPOLÍSTICA, uma estrutura de mercado que possui algumas caracterís-
ticas de competição e outras de monopólio.
A partir da demanda e da oferta de mercado são determinados o preço e a 
quantidade de equilíbrio de um dado bem ou serviço. O preço e a quantida-
de, entretanto, dependerão da particular forma ou estrutura desse mercado, 
ou seja, se ele é competitivo, com muitas empresas produzindo um dado 
produto, ou concentrado em poucas ou em uma única empresa, e se os pro-
dutos são homogêneos ou diferenciados. Dependerão também dos objetivos 
dos empresários, ou seja, se desejam maximizar lucros a curto prazo, ou se 
pretendem maximizar inicialmente sua participação no mercado, para afastar 
concorrentes, etc. 
Na análise das estruturas de mercado, avaliam-se os efeitos da oferta e da 
demanda, tanto no mercado de bens e serviços como no mercado de fatores 
de produção. 
As estruturas do mercado de bens e serviços serão apresentadas a seguir.
CONCORRÊNCIA PERFEITA
Um mercado perfeitamente competitivo tem as seguintes características:
Existem muitos 
compradores e 
vendedores.
Os bens oferecidos 
são essencialmente 
os mesmos (bens 
homogêneos).
As empresas podem 
entrar livremente no 
mercado
Fonte: Desenvolvido pela autora
Como resultado de suas características em um mercado perfeitamente competitivo:
 • As ações de um único comprador ou vendedor não tem efeito no preço de mercado
 • Cada comprador e vendedor aceita o preço de mercado como dado
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O fato de existirem muitas empresas pequenas, cada uma vendendo um pro-
duto idêntico, significa que os consumidores veem os produtosno mercado 
como substitutos perfeitos. Não há custo de transação (como os custos de ir 
à loja); se uma empresa cobrar um preço levemente superior ao das outras, 
os consumidores vão rejeitá-la e comprarão na empresa que oferece o preço 
mais baixo. Em um mercado perfeitamente competitivo, todos cobram o mes-
mo preço pelo bem, e esse preço é determinado pela interação de todos os 
compradores e vendedores no mercado (BAYE, 2010).
Alunos(as), observem que há dois extremos nos mercados. Num deles, está o 
monopólio, no qual apenas uma firma vende um bem, e não possui similares 
que o substituam. 
No outro extremo, está a concorrência perfeita, na qual muitas firmas ven-
dem bens que são substitutos perfeitos entre si. A maioria dos mercados fica 
entre esses dois extremos.
Analisando cada extremo, é possível combinar suas características para fazer 
previsões sobre o rumo que um determinado mercado está́ tomando (WES-
SELS, 2006).
ANOTE ISSO
Em um mercado de concorrência perfeita muitas firmas vendem 
bens que são substitutos perfeitos entre si.
MONOPÓLIO
Nesta seção, consideraremos o extremo oposto da concorrência perfeita, o 
monopólio.
Enquanto uma firma competitiva é “tomadora de preço”, a firma monopolista 
é “fazedora de preço”.
Uma firma é considerada monopolista se:
É a única vendedora 
de um produto
O produto não tem um 
substituto (similar)
Fonte: Desenvolvido pela autora
Segundo Baye (2010), ao determinar se um mercado é caracterizado por mo-
nopólio, é importante especificar o mercado relevante para o produto. Por 
exemplo, empresas concessionárias de serviços são monopólios locais em 
que apenas uma empresa oferece o serviço a dada região. Para se assegurar 
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disso, existem praticamente tantas empresas concessionárias quanto exis-
tem cidades no mundo, mas as concessionárias não competem diretamen-
te contra outras por consumidores. Os substitutos por serviços elétricos em 
uma cidade são poucos, e, a não ser que mudem para uma cidade diferente, 
os consumidores devem pagar o preço pelos serviços locais ou ficar sem ele-
tricidade. É nesse sentido que uma companhia concessionária é um mono-
pólio no mercado local.
Ainda de acordo com o autor, quando alguém pensa em um monopólio, nor-
malmente tem em mente uma empresa muito grande. No entanto, isso não 
é necessariamente verdadeiro; a consideração relevante é se existem outras 
organizações vendendo substitutos próximos para o bem em determinado 
mercado. Por exemplo, um posto de gasolina em uma pequena cidade a vá-
rias centenas de quilômetros de outro posto de gasolina é um monopolista 
naquela cidade. Em uma cidade grande, existem muitos postos de gasolina, 
de forma que o mercado de gasolina não é caracterizado como monopólio.
Vasconcellos (2011) explica que para que existam monopólios, deve haver 
barreiras que praticamente impeçam a entrada de novas firmas no mercado. 
Essas barreiras à entrada podem advir das seguintes condições: 
 • Monopólio puro ou natural / economias de escala: ocorre quando o mer-
cado, por características próprias, exige elevado volume de capital. As em-
presas já́ instaladas operam com grandes plantas industriais, com elevadas 
economias de escala e custos unitários bastante baixos, o que possibilita a 
cobrança de preços relativamente baixos por seu produto, o que acaba sen-
do uma grande barreira para a entrada de novos concorrentes; os custos de 
produção são tão altos que um único produtor é mais eficiente que vários 
pequenos produtores.
 • Um monopólio natural existe quando uma única firma pode suprir um bem 
para todo um mercado de forma mais eficiente que duas ou mais firmas.
 • O monopólio natural surge principalmente quando há ganhos de escala 
substanciais durante a produção.
Em algumas situações, o governo pode oferecer a um indivíduo ou a uma 
empresa o direito de monopólio. Por exemplo, uma cidade pode impedir que 
outra empresa concessionária venha a competir com a companhia de ser-
viços local. Outro exemplo é o poder de monopólio potencial gerado pelo 
sistema de patentes.
 • Patentes: Licença exclusiva dada pelo governo para a produção de um bem. 
Enquanto a patente não cai em domínio público, a empresa é a única que 
detém a tecnologia apropriada para produzir aquele determinado bem.
 • Patentes e direitos de propriedade são dois exemplos de licenças dadas pelo 
governo autorizando que apenas uma única firma produza em um mercado.
 • A racionalidade por trás do oferecimento de poder do monopólio a um novo 
inventor é baseada no seguinte argumento: invenções demandam muitos 
anos e consideráveis somas de dinheiro para serem desenvolvidas. Uma 
vez que uma invenção se torna pública, na ausência de um sistema de pa-
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tente, outras organizações poderiam produzir o produto e competir com o 
indivíduo ou com a empresa que o desenvolveu. Como essas organizações 
não tiveram de despender recursos desenvolvendo o produto, poderiam 
obter maiores lucros do que o desenvolvedor original. Na ausência de um 
sistema de patentes, haveria um incentivo reduzido por parte das empresas 
em desenvolver novas tecnologias e produtos (BAYE, 2010).
 • Controle de matérias-primas básicas: Posse de um insumo-chave, por exem-
plo, o controle das minas de bauxita pelas empresas produtoras de alumínio.
 • Embora a posse de um insumo-chave seja uma das razões para o aparecimen-
to de monopólio, na prática, monopólios raramente surgem por esse motivo.
LEGISLAÇÃO ANTITRUSTE
Caro aluno(a), preste atenção, Legislação antitruste é um conjunto de leis 
destinadas a controlar o poder dos monopólios.
As leis antitrustes dão ao governo algumas formas de promover a competição:
 • Permitem ao governo impedir fusões
 • Permitem ao governo dividir empresas
 • Permitem ao governo impedir que empresas façam atividades que tornem o 
mercado menos competitivo
 • O governo pode ainda regular o preço cobrado pelo monopólio.
ISTO ESTÁ NA REDE
União Europeia multa Google em € 2,4 bilhões por monopólio em 
compras online
União Europeia impôs multa recorde ao buscador por abusar de sua 
posição dominante ao favorecer sua ferramenta de compras online, 
o Google Shopping. (Leia a matéria completa no link abaixo) 
Fonte: O Estado de S. Paulo - 27/06/2017
http://link.estadao.com.br/noticias/empresas,google-e-multado-em-2-4-bil-
hoes-de-euros-por-favorecimento-em-compras-online,70001865813
Monopólios e Oligopólios (como veremos no próximo tópico) são imperfei-
ções do mercado, portanto, temos algumas políticas governamentais para 
impedir o chamado “PODER DE MONOPÓLIO”. 
Poder de Monopólio é quando um produtor ou grupo de produtores aumenta 
os preços ou diminui a qualidade ou a variedade de produtos ou serviços 
com a finalidade de aumentar os lucros.
Em resposta a essas imperfeições ou falhas de funcionamento do mercado, 
normas jurídicas possibilitaram que a atuação do governo na economia fosse 
cada vez mais abrangente.
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As leis de defesa da concorrência surgiram nos Estados Unidos no fim do 
século XIX, naquele período, empresas de pequeno porte passaram a ser ab-
sorvidas por outras maiores, que passaram a limitar a oferta e encarecer o 
preço dos bens e serviços.
Desde 1960, o Brasil possui uma extensa legislação que procura coibir abusos 
do poder econômico em defesa da concorrência e da proteção aos consumi-
dores, contudo, esse conjunto de normas até meados dos anos de 1990 tinha 
sido pouco eficaz devido aos altos níveis de proteção à indústria nacional e 
aos elevados índices de inflação. Em consequência, o Estado brasileiro fez 
durante muitos anos a opção pelo controle de preços.
Esse cenário mudou a partir de 1988, com a Constituição Federal, na qual se 
encontram os princípios básicos da atuação do Estado na economia e, a par-
tir dessa base legal, foi promulgada a lei n. 8884, de 11 de junho de 1994, que 
criou o SBDC – SISTEMA BRASILEIRO DE DEFESA DA CONCORRÊNCIA.

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