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PROF. MENDELSSON RAINER MACEDO NEVES PROF. JULIO PANSIERE ZAVARISE PROF. CINDY HELLEN SEIXAS BONFATI BIOENERGIA E BIOMASSA Coordenador(a) de Conteúdo Carla Simone Grassmann Projeto Gráfico e Capa Arthur Cantareli Silva Editoração André Morais de Freitas Design Educacional Vanessa Graciele Tiburcio Revisão Textual Sarah Mariana Longo Carrenho Cocato Ilustração Andre Luis Azevedo da Silva; Geison Ferreira da Silva Organizador de Donteudo Mendelsson Rainer Macedo Neves; Julio Pansiere Zavarise; Cindy Hellen Seixas Bonfati Fotos Shutterstock Impresso por: Bibliotecária: Leila Regina do Nascimento - CRB- 9/1722. Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a). Núcleo de Educação a Distância. RAINER, Mendelsson; PANSIERE, Julio; SEIXAS; Cindy. Bioenergia e Biomassa / Mendelsson Rainer Macedo Neves; Julio Pansiere Zavarise; Cindy Hellen Seixas Bonfati . - Indaial, SC: Arqué, 2023. 264 p. ISBN papel 978-65-6083-340-1 ISBN digital 978-65-6083-341-8 “Graduação - EaD”. 1. Bioenergia 1 2. Biomassa 2 3. EaD. I. Título. CDD - 662.88 EXPEDIENTE Universidade Cesumar - UniCesumar. U58 FICHA CATALOGRÁFICA RECURSOS DE IMERSÃO Utilizado para temas, assuntos ou conceitos avançados, levando ao aprofundamento do que está sen- do trabalhado naquele momento do texto. APROFUNDANDO Professores especialistas e convidados, ampliando as discussões sobre os temas por meio de fantásticos podcasts. PLAY NO CONHECIMENTO Utilizado para agregar um conteúdo externo. Utilizando o QR-code você poderá acessar links de vídeos, artigos, sites, etc. Acres- centando muito aprendizado em toda a sua trajetória. EU INDICO Este item corresponde a uma proposta de reflexão que pode ser apresentada por meio de uma frase, um trecho breve ou uma pergunta. PENSANDO JUNTOS Utilizado para desmistificar pontos que possam gerar confusão sobre o tema. Após o texto trazer a explicação, essa interlocução pode trazer pontos adicionais que contribuam para que o estudante não fique com dúvidas sobre o tema. ZOOM NO CONHECIMENTO Uma dose extra de conheci- mento é sempre bem-vinda. Aqui você terá indicações de filmes que se conectam com o tema do conteúdo. INDICAÇÃO DE FILME Uma dose extra de conheci- mento é sempre bem-vinda. Aqui você terá indicações de livros que agregarão muito na sua vida profissional. INDICAÇÃO DE LIVRO 3 105 163 215 U N I D A D E 3 BIOGÁS COMO FONTE DE ENERGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .106 PROCESSOS MICROBIOLÓGICOS DE DEGRADAÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA . . . .134 U N I D A D E 4 APLICABILIDADE DAS TECNOLOGIAS AVANÇADAS PARA PRODUÇÃO DE BIOGÁS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .164 PROCESSOS NA GERAÇÃO DE ENERGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .190 U N I D A D E 5 COMBUSTÍVEIS PROVENIENTES DE FONTE ORGÂNICA UTILIZADOS NA PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .216 TECNOLOGIAS DE TRANSFORMAÇÃO DA BIOMASSA EM ENERGIA . . . . . . . . . . .244 5U N I D A D E 1 CENÁRIO DOS BIOCOMBUSTÍVEIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 35U N I D A D E 2 LEGISLAÇÃO E AS NORMAS DE BIOCOMBUSTÍVEIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 IMPACTOS QUÍMICOS NO PROCESSO DE GERAÇÃO POR BIOCOMBUSTÍVEIS; TECNO- LOGIAS APLICADAS AOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO DOS BIOCOMBUSTÍVEIS . . . 70 4 CAMINHOS DE APRENDIZAGEM MINHAS METAS CENÁRIO DOS BIOCOMBUSTÍVEIS PROF. MENDELSSON RAINER MACEDO NEVES Avaliar o estado atual da produção e do uso de biocombustíveis no Brasil. Avaliar os impactos ambientais de diferentes tipos de biocombustíveis, incluindo seu poten- cial de redução de emissões de gases de efeito estufa. Investigar a viabilidade econômica da produção e do uso de biocombustíveis, incluindo os custos e benefícios de diferentes métodos de produção. Explorar as implicações sociais e éticas da produção e do uso de biocombustíveis, incluindo questões relacionadas ao uso da terra, à segurança alimentar e ao acesso à energia. Comparar e contrastar a sustentabilidade de diferentes tipos de combustíveis, incluindo biocombustíveis de primeira e segunda geração. Examinar as estruturas políticas e regulatórias que regem a produção e o uso de biocom- bustíveis e identificar oportunidades de melhoria. Investigar tecnologias de biocombustíveis novas e emergentes e avaliar seu potencial para enfrentar os desafios existentes e impulsionar a inovação no campo. T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 1 6 INICIE SUA JORNADA O que você sabe sobre os biocombustíveis? Você acha que eles têm potencial de desempenho frente aos combustíveis fósseis? O cenário dos biocombustíveis é um importante tema de discussão no con- texto das energias renováveis e do desenvolvimento sustentável. Eles são pro- duzidos a partir de fontes biológicas renováveis, como plantas, algas e resíduos orgânicos. A produção e o uso deles têm o potencial de reduzir significativamente as emissões de gases de efeito estufa e a dependência de fontes de energia não renováveis (PHILIPPI JÚNIOR; REIS, 2016). Muitos países estão promovendo a produção de biocombustíveis, como etanol e biodiesel, como forma de reduzir sua dependência de combustíveis fósseis. No entanto, a sua produção requer grandes quantidades de terra, água e outros recur- sos que poderiam ser usados para a produção de alimentos (RIBEIROS, 2020). Isso levou à preocupações de que a expansão da produção de biocombustíveis poderia levar a uma redução na quantidade de terra disponível para a produção de alimentos, o que poderia resultar em escassez de alimentos e aumento de preços. Além disso, a sua produção também pode levar à degradação ambiental e à perda de biodiversidade, principalmente, em áreas onde a terra é convertida de habitats naturais para uso agrícola. Além disso, também há preocupações com a sustentabilidade das matérias- -primas utilizadas para a produção de biocombustíveis. Por exemplo, algumas matérias-primas, como o óleo de palma, estão associadas ao desmatamento e à perda de habitat, o que pode ter um impacto negativo no meio ambiente e nas comunidades locais (VENTURINI; LORA, 2020). Isso criou uma situação problemática complexa e desafiadora em que pre- cisamos equilibrar os benefícios dos biocombustíveis como forma de combater a mudança climática contra os potenciais impactos negativos na segurança ali- mentar, no uso da terra e na biodiversidade. Requer uma avaliação cuidadosa dos trade-offs envolvidos e o desenvolvimento de práticas sustentáveis de produção de biocombustíveis que minimizem os impactos negativos sobre o meio ambiente e a segurança alimentar. UNICESUMAR 7 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 DESENVOLVA SEU POTENCIAL VISÃO GERAL DOS BIOCOMBUSTÍVEIS No contexto da Matriz Energética Brasileira, os biocombustíveis desempe- nham um papel significativo na matriz energética renovável do país, sendo o Brasil um dos maiores produtores de biocombustíveis do mundo. O uso deles reduziu uma certa parte da dependência do país de combustíveis fósseis, e se espera que desempenhe um papel mais significativo no futuro. Os dois biocombustíveis principais, etanol e biodiesel, são usados atualmente na matriz energética do Brasil. O etanol é produzido, principalmente, a partir da cana-de-açúcar, que é a matéria-prima mais eficiente e econômica para a produ- ção de etanol. Já o biodiesel é produzido a partir de diversas fontes, como soja, óleo de palma, girassol e gorduras animais (PHILIPPI JÚNIOR; REIS,2016). O Governo brasileiro implementou políticas de incentivo à produção e ao consumo de biocombustíveis, como o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), com o objetivo de aumentar o seu uso e a sua produção para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, incentivar a inovação tecnológica e sustentar o desenvolvimento rural. Você está interessado(a) em aprender mais sobre energia renovável e fontes e combustíveis sustentáveis? Se sim, convido você a ouvir nosso podcast, em que exploramos o mundo dos biocombustíveis. PLAY NO CONHECIMENTO VAMOS RECORDAR? Tenha uma visão dos bastidores de um dos mais conhecidos biocombustíveis, o etanol! Você conhecerá as nove etapas necessárias para produzi-lo e terá a percepção da experiên- cia de trabalho na indústria de biocombustíveis! . 8 https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/19274 https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/19465 O Brasil é líder mundial na produção de etanol, com capacidade anual de produção de, aproximadamente, 30 bilhões de litros de etanol, o que representa, aproximadamente, 50% do consumo total de gasolina, tornando-nos um dos países com maior proporção etanol-gasolina do mundo. As usinas de açúcar são responsáveis por quase toda a produção de etanol no Brasil por meio de proces- sos eficientes e sustentáveis. O País também possui uma grande capacidade de produção de biodiesel, com produção anual chegando a 6 bilhões de litros em 2021, o que representa, aproximadamente, 13% do consumo de diesel aqui. A Análise de Conjuntura dos Biocombustíveis é uma publi- cação anual realizada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que consolida os fatos mais relevantes referentes aos biocombustíveis que ocorreram no ano anterior à sua publicação. O documento tem como objetivo auxiliar na compreensão dos fatores que impactam esse segmento e estimular a discussão sobre o tema. EU INDICO UNICESUMAR 9 https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/19467 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 A Matriz Energética Brasileira é composta, principalmente, por energias re- nováveis, com destaque para os biocombustíveis na geração de energia elétrica ou, mesmo, térmica. As demais formas de energias renováveis dentro da matriz energética brasileira incluem hidráulica, eólica e solar, que representam 30,7%, 8,6% e 2,4% da matriz energética do País, respectivamente (RIBEIROS, 2020). Em 2020, o consumo de energia primária do Brasil foi de, aproximadamente, 282,9 Mtep (milhões de toneladas equivalentes de petróleo), dos quais cerca de 43% da energia consumida foi proveniente de biocombustíveis (EPE, 2022). Os biocombustíveis são utilizados, principalmente, no setor de transportes, sendo o etanol o biocombustível mais utilizado, representando em torno de 39% de todos os combustíveis líquidos consumidos no País, e o biodiesel represen- tando, aproximadamente, 13%. Um dos principais benefícios dos biocombustíveis na matriz energética brasileira é a capacidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa. A subs- tituição de combustíveis fósseis por biocombustíveis reduziu significativamente a pegada de carbono do Brasil no setor de transportes, e as energias renováveis da Matriz Energética Brasileira ajudaram o país a evitar cerca de 450 milhões de toneladas de emissões de dióxido de carbono (CO2) desde 2003. O Brasil está comprometido a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos níveis de 2005 até 2025, sendo o setor de transportes um dos principais se- tores visados por essa redução (EPE, 2022). VOCÊ SABE RESPONDER? Quais são os desafios existentes para o cenário dos biocombustíveis no Brasil? Apesar do impacto positivo dos biocombustíveis na Matriz Energética Brasileira, o setor enfrenta diversos desafios. Um dos maiores desafios é a competição entre a produção de alimentos e combustíveis, principalmente, no que diz respeito à indústria da cana-de-açúcar, que é a principal matéria-prima para a produção de etanol. Essa produção requer grandes quantidades de terra, água e outros recursos, tornando-se essencial equilibrar a produção de energia com segurança alimentar e sustentabilidade ambiental. 1 1 Outro desafio significativo para a indústria brasileira de biocombustíveis é a infraestrutura de transporte. O setor de transporte do Brasil tem investido fortemente em infraestrutura baseada em gasolina e diesel, o que representa desafios para a adoção de biocombustíveis como etanol e biodiesel (DONATO, 2012). O Programa Nacional de Biocombustíveis tem estimulado a inovação tec- nológica em construtoras e empresas de engenharia brasileiras para a construção de centros de distribuição de etanol e dutos para o transporte nacional de etanol. Você conhece o RenovaBio e a sua política de biocombustíveis? O RenovaBio é uma política de biocombustíveis implementada no Brasil em 2018, que tem como objetivo promover o uso de biocombustíveis e reduzir as emissões de gases de efeito estufa no país, estabelecendo metas para a quantidade de biocombustíveis que deve ser produzida e consumida pelas distribuidoras de combustíveis (RIBEIROS, 2022). Nesse programa, os distribuidores de combustíveis são obrigados a comprar uma determinada quantidade de biocombustíveis, aos quais é atribuída uma pontuação de intensidade de carbono com base em suas emissões de gases de efeito estufa durante todo o seu ciclo de vida. A pontuação de intensidade de carbono leva em consideração fatores como a quantidade de terra e água usada para produzir o biocombustível, bem como a quantidade de energia necessária para transportá-lo e processá-lo. O programa também inclui incentivos para distribuidores de combustíveis superarem suas metas e para produtores de biocombustíveis melhorarem a inten- sidade de carbono de seus produtos. Isso é feito por meio da emissão de créditos RenovaBio, que podem ser comprados e vendidos em sistema de mercado. Espera-se que essa política tenha impactos significativos na indústria brasi- leira de biocombustíveis, que é uma das maiores do mundo. Espera-se aumentar a demanda por biocombustíveis e estimular investimentos no setor, além de re- duzir as emissões de gases de efeito estufa do setor de transporte. No geral, o programa RenovaBio é uma importante iniciativa política que demonstra o compromisso do Brasil em reduzir suas emissões de gases de efeito estufa e promover o desenvolvimento sustentável. Na Figura 1, o gráfico apre- senta a média da Nota de Eficiência Energético-Ambiental (NEEA) das unidades certificadas para cada biocombustível, assim como o range entre os valores mí- nimo e máximo até junho de 2021. O biodiesel e o biometano se mantêm com as notas mais elevadas (EPE, 2022). UNICESUMAR 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 gC O 2e q/ M J Biodiesel Biometano Etanol anidro Etanol hidratado 58,9559,86 77,38 85 75 65 55 45 35 65,72 25 Figura 1 - Gráfico da Nota de Eficiência Energética-Ambiental das unidades certificadas Fonte: EPE (2022, p. 46). Descrição da imagem: a figura ilustra um gráfico da Nota de Eficiência Energética-Ambiental das unidades certificadas. No gráfico de barras, estão dispostos os biocombustíveis no eixo horizontal, sendo represen- tado cada um por uma barra de cada cor. No eixo vertical do gráfico, está um intervalo de valores de 25 a 85 gCO2eq/MJ.O biodiesel, representado por uma barra na cor laranja, apresenta um valor médio de 65,72 gCO2eq/MJ. O biometano, representado por uma barra na cor roxa, apresenta um valor médio de 77,38 gCO2eq/MJ. O etanol anidro, representado por uma barra vermelha, apresenta um valor médio de 59,86 gCO2eq/MJ. O etanol hidratado, representado por uma barra na cor verde, apresenta um valor médio de 58,95 gCO2eq/MJ. Energia e Sustentabilidade. Editora: Manole Autor: Arlindo Philippi Jr Sinopse: O livro Energia e Sustentabilidade, escrito por Arlindo Philippi Júnior e Lineu Belico dos Reis, aborda a temática da energia e sua relação com a sustentabilidade. Ao longo daobra, são discutidos temas como a Matriz Energética Brasileira, as tecnologias disponíveis para a produção de energia limpa, a importância da eficiência energética, as políticas públicas relacionadas à energia e ao meio ambiente, dentre outros. INDICAÇÃO DE LIVRO 1 2 Concluindo, o crescimento dos biocombustíveis na Matriz Energética Brasileira reflete uma tendência mundial em direção a fontes renováveis de energia. Embo- ra o Brasil tenha feito progresso significativo na mudança para fontes de energia renováveis, como os biocombustíveis, desafios significativos permanecem. Garantir um equilíbrio sustentável entre a produção de alimentos e combustíveis e investir em infraestrutura para promover a adoção de biocombustíveis será fundamental para manter a posição do País. COMBUSTÍVEIS E BIOCOMBUSTÍVEIS Combustíveis e biocombustíveis são substâncias usadas para alimentar máquinas e veículos. Os combustíveis são, normalmente, derivados de recursos não reno- váveis, como petróleo bruto, gás natural e carvão, enquanto os biocombustíveis são produzidos a partir de recursos renováveis, como matéria vegetal e animal (VENTURINI; LORA, 2020). Exploraremos os diferentes tipos de combustíveis e biocombustíveis, as suas propriedades e o seu impacto no meio ambiente. Os combustíveis são substâncias que sofrem uma reação de combustão para liberar energia na forma de calor ou eletricidade. Existem vários tipos de com- bustíveis, entre eles: 1. Combustíveis fósseis: são combustíveis derivados dos restos de orga- nismos mortos que foram enterrados por milhões de anos. Os combus- tíveis fósseis mais comuns incluem petróleo bruto, carvão e gás natural. Assista à aula que preparamos sobre os principais dados relacionados aos biocombustíveis no Brasil divulgados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). EM FOCO UNICESUMAR 1 3 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 O carvão é um combustível fóssil sólido e preto formado a partir dos restos de plantas que cresceram em pântanos há milhões de anos. É usado, principal- mente, para gerar eletricidade, mas, também, é usado para produzir aço e outros produtos industriais. O petróleo bruto é um combustível fóssil líquido formado a partir de restos de plantas e animais marinhos antigos. É refinado em gasolina, óleo diesel, combustível para aviação e outros produtos usados para alimentar veículos e aquecer edifícios. Também é usado para produzir plásticos, fibras sintéticas e outros produtos. O gás natural é um combustível fóssil gasoso formado a partir de restos de plantas e animais marinhos antigos. É composto, principalmente, por metano e é frequentemente encontrado em associação com depósitos de petróleo. É usado para gerar eletricidade e aquecer residências e empresas, além de ser usado como combustível para veículos. 1 4 Uma das principais desvantagens dos combustíveis fósseis é que eles são recur- sos não renováveis. Uma vez esgotados, não podem ser substituídos. Além disso, a extração, o transporte e a queima deles podem causar danos ambientais signi- ficativos, incluindo poluição do ar e da água e liberação de gases de efeito estufa. 2. Combustíveis nucleares: são materiais usados para gerar energia nu- clear. O combustível nuclear mais comum é o urânio, que passa por um processo chamado de fissão nuclear para liberar energia. A energia nu- clear é uma fonte controversa de energia devido a preocupações sobre a segurança dos reatores nucleares e o descarte de resíduos radioativos. 3. Combustíveis renováveis: são produzidos a partir de recursos renová- veis, como matéria vegetal e materiais residuais. Os combustíveis reno- váveis mais comuns incluem etanol, biodiesel e hidrogênio. Os biocombustíveis são combustíveis produzidos a partir de recursos renováveis, como matéria vegetal e resíduos animais. Eles são uma alternativa mais susten- tável aos combustíveis fósseis, porque podem ser reabastecidos e não produzem tantos gases de efeito estufa. Existem dois tipos principais de biocombustíveis: UNICESUMAR 1 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 Etanol O etanol é um biocombustível à base de álcool produzido pela fermentação de milho, cana-de-açúcar ou outras culturas. É comumente usado como aditivo de gasolina para aumentar os níveis de octanagem e reduzir as emissões. O etanol tem sido criticado por seu impacto nos preços dos alimentos e pelo impacto ambiental de produzir grandes quantidades de safras para combustível em vez de alimentos. Biodiesel O biodiesel é um biocombustível à base de diesel feito de óleo vegetal, gordura animal ou óleo de cozinha reciclado. Pode ser usado em motores a diesel sem qualquer modi�cação e produz menos emissões do que o combustível diesel tradicional. No entanto, a produção de biodiesel ainda pode ter impacto nos preços dos alimentos e no uso da terra. Além desses biocombustíveis, também existem tecnologias emergentes, como biocombustíveis à base de algas e etanol celulósico, que têm potencial para ser mais sustentáveis e eficientes do que os biocombustíveis tradicionais (RIBEIROS, 2020). Apesar dos combustíveis e biocombustíveis serem substâncias que po- dem ser queimadas para a liberação de energia, existem algumas diferenças importantes entre eles: FONTE Os combustíveis são, normalmente, derivados de fontes fósseis, como petróleo, carvão e gás natural, enquanto os biocombustíveis são feitos de matéria orgâni- ca, como colheitas, resíduos ou algas. RENOVÁVEIS VS. NÃO RENOVÁVEIS Os biocombustíveis são, geralmente, considerados mais sustentáveis do que os combustíveis tradicionais, porque são derivados de fontes renováveis, enquanto os combustíveis fósseis são não renováveis e finitos. 1 6 Portanto, combustíveis e biocombustíveis são essenciais para fornecer energia à sociedade moderna, mas também têm impactos ambientais e sociais signi- ficativos. Os combustíveis fósseis são recursos não renováveis que contribuem para as mudanças climáticas e outros problemas ambientais. Os biocombustí- veis são uma alternativa mais sustentável, mas sua produção também pode ter um impacto negativo nos preços dos alimentos e no uso da terra (FERREIRA; LEITE, 2010). À medida que avançamos em direção a um futuro mais sustentável, é impor- tante continuar a desenvolver e melhorar combustíveis alternativos e biocom- bustíveis que sejam eficientes e ecologicamente corretos. EMISSÕES DE CARBONO A queima de combustíveis fósseis libera carbono que está armazenado na Terra há milhões de anos, aumentando a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera e contribuindo para as mudanças climáticas. Em contraste, os biocombustíveis são considerados neutros em carbono ou mesmo negativos em carbono, porque as plantas usadas para produzi-los absorvem dióxido de car- bono da atmosfera à medida que crescem. DENSIDADE DE ENERGIA Os combustíveis fósseis, normalmente, têm uma densidade de energia mais alta que os biocombustíveis, o que significa que podem produzir mais energia por unidade de volume ou peso. DISPONIBILIDADE Os combustíveis fósseis estão amplamente disponíveis e podem ser facilmente transportados e armazenados, enquanto os biocombustíveis geralmente são mais localizados e podem exigir infraestrutura específica para produção e distribuição. UNICESUMAR 1 7 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 TIPOS DE BIOCOMBUSTÍVEIS Existem dois tipos principais de biocombustíveis: o biodiesel e o etanol. O biodie- sel e o etanol são dois combustíveis alternativos populares que estão sendo cada vez mais usados em todo o mundo (VENTURINI; LORA, 2020). Ambos os combustí- veis são feitos de recursos renováveis e são considerados ecologicamente corretos. O biodiesel é um combustível feito de óleos vegetais ou gorduras animais, que são quimicamente convertidos em um combustível que pode ser usado em mo- tores a diesel. É um dos tipos mais comuns de biocombustíveis e pode ser usado em uma variedade de motores a diesel sem modificações (PHILIPPI JÚNIOR; REIS, 2016). Tem características de desempenho semelhantesao combustível diesel tradicional, mas emite menos gases de efeito estufa e menos poluentes nocivos. O biodiesel também é biodegradável e não tóxico, o que o torna uma alternativa mais segura ao diesel derivado do petróleo. O processo de produção do biodiesel é feito por meio de um processo quí- mico chamado transesterificação. Esse processo envolve a mistura de um óleo vegetal ou uma gordura animal com um álcool, normalmente, metanol ou etanol, e um catalisador, geralmente, hidróxido de sódio ou hidróxido de potássio. A reação resultante converte as gorduras e os óleos em biodiesel e glicerina (PHI- LIPPI JÚNIOR; REIS, 2016). Na Figura 2, mostra-se o processo simplificado de produção do biodiesel: 1 8 O processo de produção do biodiesel envolve as seguintes etapas: BiodieselCaracterização Física e Química Metanol + NaOH Puri�cação Glicerina Separação de fases Reação de Transesteri�cação Óleos e Triglicerídios Figura 2 - Processo de fabricação do biodiesel. / Fonte: Philippi Júnior e Reis (2016, [s. p.]). Descrição da imagem: a figura ilustra um fluxograma de uma conexão que ocorre entre blocos. Os blocos apre- sentam a seguinte ligação sequencialmente representada por setas: Óleos e Triglicerídeos, seta esquerda para baixo ligada ao bloco Metanol + NaOH, seta para baixo ligada à Reação de Transesterificação, seta esquerda para baixo ligada à Caracterização Física e Química. O bloco Metanol + NaOH tem uma seta à direita ligada ao bloco Reação de Transesterificação. O bloco Reação de Transesterificação está ligado com seta à direita aos blocos Glicerina e seta para baixo ao Biodiesel. No bloco Glicerina, está escrito, em cima, Separação de fases. Entre os blocos Biodiesel e Reação de Transesterificação, está escrito Purificação. O bloco Biodiesel tem uma seta à esquerda ligada ao bloco Caracterização Física e Química. PRÉ-TRATAMENTO O primeiro passo é remover todas as impurezas e água da matéria-prima — óleo vegetal, gordura animal ou óleo de cozinha reciclado — para garantir um produto de alta qualidade. TRANSESTERIFICAÇÃO A segunda etapa envolve a reação da matéria-prima com um álcool — geral- mente, metanol — e um catalisador — geralmente, hidróxido de sódio ou hidróxido de potássio — para produzir biodiesel e glicerina. A reação ocorre em um reator, e a mistura resultante é, então, deixada assentar para que a glicerina possa ser removida. UNICESUMAR 1 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 Uma vez concluído o processo de produção, o biodiesel pode ser misturado ao diesel de petróleo para produzir uma mistura de biodiesel. O biodiesel apresenta várias vantagens sobre o combustível diesel tradicional. É renovável, de produção nacional e reduz, em até 80%, as emissões de gases de efeito estufa. Também, é biodegradável, não tóxico e mais seguro de manusear do que o óleo diesel à base de petróleo. Uma das principais desvantagens do biodiesel é que ele tem um custo mais elevado em comparação ao óleo diesel derivado do petróleo. Além disso, pode ter menor conteúdo de energia, resultando em eficiência de combustível ligei- ramente menor. Há, também, uma oferta limitada de matéria-prima, o que pode elevar os preços. O etanol é um biocombustível feito de milho, cana-de-açúcar ou outra biomassa que é fermentada para criar um álcool que pode ser misturado à gasolina e usado em veículos. É um líquido claro e incolor que pode ser usado como aditivo de combus- tível ou combustível autônomo em veículos com motores especialmente projetados. O etanol é biodegradável e tem menos emissões do que a gasolina tradicional. O processo de produção do etanol de cana é, normalmente, feito por meio de um processo chamado fermentação. Esse processo envolve a conversão de açúcar ou amido de milho ou outra biomassa em etanol e dióxido de carbono. O etanol resultante é, então, destilado para remover as impurezas. Na Figura 3, mostra-se o processo de fabricação do açúcar e etanol de cana: LAVAGEM A terceira etapa envolve a lavagem do biodiesel para remover quaisquer impure- zas remanescentes, como sabão ou excesso de catalisador. Isso, normalmente, é feito usando água e uma pequena quantidade de ácido ou base. SECAGEM A etapa final envolve a secagem do biodiesel para remover qualquer água restante. Isso, geralmente, é feito usando um vácuo ou um agente de secagem, como gel de sílica. 2 1 Cana Limpeza, preparação e moagem ou difusão Bagaço Filtração Tratamento químico (nem sempre) Fermentação Destilação Desidratação Torta de Filtro Vinhaça Álcool hidratado Álcool anidro Melaço Evaporação Cozimento/cristalização Centrifugação Secagem Açúcar Processo Matéria-prima Resíduo/coproduto Produto Figura 3 - Processo de fabricação do açúcar e etanol de cana / Fonte: Philippi Júnior e Reis (2016, [s. p.]). Descrição da imagem: a figura ilustra um fluxograma de uma conexão que ocorre entre blocos, com uma legenda de três cores representando o processo em tons de cinza e preto para alguns blocos. O cinza mais claro se refere ao processo da matéria-prima, o cinza mais escuro se refere ao processo de resíduo/coproduto, e o preto se refere ao processo do produto. Os blocos apresentam a seguinte ligação, sequencialmente representada por setas, com início no bloco Cana, com tom cinza-claro: seta para baixo, Limpeza, preparação e moagem ou difusão ligado ao bloco Bagaço, seta à esquerda (em tom cinza-escuro) e seta para baixo, bloco Tratamento químico (nem sempre), seta para baixo ligada ao bloco Filtração, seta para a esquerda ligada aos blocos Torta de filtro (em tom cinza- -escuro), seta para esquerda e para baixo, Evaporação, seta para a direita e para baixo, Fermentação. A partir do bloco Evaporação, tem-se seta para baixo ligada ao Cozimento/cristalização, seta para baixo, Centrifugação, seta para baixo, Secagem, seta para baixo, Açúcar (em tom de preto). A partir do bloco Centrifugação, tem-se seta para a direita ligada ao bloco Melaço (em tom cinza-escuro), seta para a direita ligada ao bloco Fermentação. A partir do bloco Fermentação, tem-se seta para baixo ligada ao bloco Destilação, seta para a direita ligada a dois blocos Vinhaça (em tom cinza-escuro), seta para a direita, Álcool hidratado (em tom preto). A partir do bloco Destilação, tem-se seta para baixo ligada ao bloco Desidratação, seta para baixo ligada ao bloco Desidratação, seta para a direita ligada ao bloco Álcool anidro (em tom de preto). A produção de etanol de cana-de-açúcar é o processo de conversão do caldo ou melaço da cana-de-açúcar em etanol, que é usado como biocombustível. O processo, geralmente, envolve as seguintes etapas: UNICESUMAR 2 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 COLHEITA DA CANA-DE-AÇÚCAR A cana-de-açúcar é colhida com máquinas ou cortada manualmente com facões. EXTRAÇÃO A cana-de-açúcar é, então, transportada para uma usina, onde é esmagada para extrair o caldo. O suco é filtrado para remover quaisquer sólidos. FERMENTAÇÃO O suco é misturado com leveduras ou outros microrganismos em tanques de fermentação. A levedura consome os açúcares do suco e produz etanol e dióxido de carbono. DESTILAÇÃO A mistura de etanol e água é destilada para separar o etanol da água. O processo de destilação envolve o aquecimento da mistura para vaporizar o etanol, que é, então, condensado em um líquido. DESIDRATAÇÃO O etanol é purificado, usando peneiras moleculares ou outros métodos para re- mover qualquer água restante. ARMAZENAMENTO E TRANSPORTE O produto final, o etanol anidro, é armazenado em tanques e transportado para as distribuidoras de combustíveis. O subproduto do processo de produção do etanol da cana-de-açúcar, chamado de bagaço, pode ser usado como fonte de energia para abastecer a usina de pro- dução ou vendido como fonte de combustível. Além disso, o líquido que sobra do processo de fermentação, chamado de vinhaça, pode ser usado como adubo para as lavouras. 2 2 Há, ainda, o processo de fabricação do etanol de milho com moagemúmida, mostrado na Figura 4, que envolve várias etapas, entre elas: LIMPEZA Os grãos de milho são limpos para remover qualquer sujeira, pedras ou outras impurezas. IMERSÃO O milho limpo é embebido em água por várias horas para amolecer os grãos e torná-los mais fáceis de moer. MOAGEM O milho amolecido é moído em uma pasta usando uma máquina de moagem. A pasta contém amido de milho, proteína, fibra e outros componentes. SEPARAÇÃO A pasta é, então, separada em dois componentes: um líquido chamado de "mash" e um sólido chamado de "grãos de destilaria". O mosto contém o amido de milho e outros componentes solúveis, enquanto os grãos de destilaria contêm fibras e proteínas. COZIMENTO O mosto é cozido em alta temperatura para quebrar o amido em açúcares mais simples. ADIÇÃO DE ENZIMAS Enzimas são adicionadas ao mosto cozido para converter os açúcares complex- os em glicose. UNICESUMAR 2 3 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 O etanol resultante pode ser usado como aditivo de combustível, na produção de desinfetantes para as mãos ou em outras aplica- ções industriais. Os grãos dos destiladores também podem ser usados como ração animal. FERMENTAÇÃO A levedura é adicionada ao mosto, e a mistura é deixada fermentar por vários dias. Durante a fermentação, a levedura consome a glicose e produz etanol e dióxido de carbono. DESTILAÇÃO A mistura fermentada é destilada para separar o etanol da água e outras impurezas. DESIDRATAÇÃO O etanol é desidratado para remover qualquer água restante e aumentar a con- centração de etanol. DESNATURAÇÃO Finalmente, uma pequena quantidade de desnaturante é adicionada ao etanol para torná-lo impróprio para consumo humano e evitar que as pessoas o bebam. 2 4 Milho Germe Fibra Glúten Vinhaça Etanol Óleo de milho Maceração Separação do germe Moagem e peneiramento Separação do amido Hidrólise do amido Fermentação Destilação Re�no do óleo Figura 4 - Processo de fabricação do etanol a partir de milho com moagem úmida Fonte: Philippi Júnior e Reis (2016, [s. p.]). Descrição da imagem: a figura ilustra um fluxograma de uma conexão que ocorre entre blocos. Os blocos apresentam a seguinte ligação sequencialmente, com início no bloco Milho: seta para baixo, Maceração, seta para baixo, Separação do germe, seta para a esquerda ligada ao bloco Germe, seta para a direita, Refino do óleo, seta para baixo, Moagem e peneiramento. A partir do bloco Refino do óleo, tem-se uma seta para a direita ligada ao bloco Óleo de milho. Segundo o fluxo sequencial, temos: Moagem e peneiramento, seta para baixo, Separação do amido, seta para baixo, Hidrólise do amido, seta para baixo, Fermentação, seta para baixo, Destilação. A partir do bloco Moagem e peneiramento, tem-se uma seta para a esquerda ligada ao bloco Fibra. A partir do bloco Separação do amido, tem-se uma seta para a esquerda ligada ao bloco Glúten. A partir do bloco Destilação, têm-se uma seta para a esquerda ligada ao bloco Vinhaça e uma seta para a direita ligada ao bloco Etanol. Como vantagem, o etanol é renovável, de produção nacional e reduz, em até 40%, as emissões de gases de efeito estufa. Também, é biodegradável, não tóxico e pode ser usado como aditivo de combustível para aumentar os níveis de octanagem na gasolina. Uma das principais desvantagens do etanol é que ele pode ser corrosivo para motores e sistemas de combustível. Isso significa que os veículos devem ser especialmente projetados para lidar com misturas de etanol mais altas. O etanol também tem um conteúdo energético menor em comparação com a gasolina, o que pode resultar em menor eficiência de combustível. Além disso, a produção de etanol requer grandes quantidades de água e energia, o que pode afetar o abas- tecimento de água local e contribuir para as emissões de gases de efeito estufa. UNICESUMAR 2 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 Energia e meio ambiente. Editora: Cengage Learning Autor: Roger Hinrichs, Merlin Kleinbach, Lineu Dos Reis. O livro Energia e Meio Ambiente, escrito por Roger A. Hinrichs e Merlin Kleinbach, é uma obra que explora a inter-relação entre as questões energéticas e ambientais. A obra apresenta uma visão geral sobre os diversos tipos de energia utilizados no mundo, como combustíveis fósseis, renováveis e nucle- ares, bem como seus impactos ambientais. INDICAÇÃO DE LIVRO Conhecer os detalhes sobre os biocombustíveis que são produzidos no Brasil é importante para monitorarmos como a indústria está reagindo ao cenário de energias renováveis. O Brasil é um dos países que mais utiliza os biocombustíveis. A implantação de políticas públicas é importante para o desenvolvimento da cadeia produtiva. Por essa razão, indico a leitura deste artigo escrito no Caderno Setorial ETENE — Biocombustíveis: biodiesel e etanol EU INDICO Assista à aula que preparamos sobre os tipos de combustíveis e a sua produção. Dê o play. EM FOCO 2 6 https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/19468 Portanto, o biodiesel e o etanol são dois combustíveis renováveis que oferecem vários benefícios em relação aos combustíveis fósseis tradicionais. Ambos os combustíveis reduzem as emissões de gases de efeito estufa e são produzidos in- ternamente. Entretanto, cada combustível possui suas vantagens e desvantagens, e a sua utilização dependerá de fatores como disponibilidade, custo e compati- bilidade com os motores dos veículos. IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DOS BIOCOMBUSTÍVEIS Como você sabe, os biocombustíveis são produzidos a partir de matéria orgânica, como plantações, dejetos de animais e algas, que podem ser usados como substi- tutos dos combustíveis fósseis tradicionais. Embora os biocombustíveis tenham o potencial de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e a dependência do petróleo estrangeiro, eles também podem ter impactos socioambientais posi- tivos e negativos (FERREIRA; LEITE, 2010). Impactos Socioambientais Positivos dos Biocombustíveis ■ Redução das emissões de gases de efeito estufa: têm o potencial de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, o que pode ajudar a mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Quando comparados aos combustí- veis fósseis tradicionais, os biocombustíveis emitem significativamente menos dióxido de carbono e outros poluentes nocivos para a atmosfera. ■ Fornecer fontes alternativas de energia: oferecem uma alternativa aos combustíveis fósseis, que são finitos e contribuem para a poluição am- biental. Ao diversificar as fontes de energia, os biocombustíveis podem ajudar a criar um sistema energético mais sustentável e resiliente. ■ Apoiar economias rurais: podem criar novos mercados para agricul- tores e comunidades rurais, proporcionando oportunidades econômicas para aqueles que vivem em regiões agrícolas. Ao apoiar agricultores e empresas locais, os biocombustíveis podem ajudar a estimular o cresci- mento econômico e o desenvolvimento nas áreas rurais. ■ Aumentar a segurança energética: podem ajudar a reduzir a depen- dência do petróleo estrangeiro ao fornecer uma fonte de combustível pro- duzida internamente. Isso pode ajudar a aumentar a segurança energética e reduzir as tensões geopolíticas relacionadas aos recursos energéticos. UNICESUMAR 2 7 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS NEGATIVOS DOS BIOCOMBUSTÍVEIS ■ Competição por terra: a produção de biocombustíveis pode competir com a produção de alimentos e outros usos da terra, levando à conversão de habitats naturais e ao desmatamento. Isso pode resultar na perda de bio- diversidade, degradação do solo e outros impactos ambientais negativos. ■ Uso da água: a produção de biocombustíveis pode exigir grandes quan- tidades de água, principalmente, em regiões áridas. Isso pode resultar em escassez de água, o que pode ter impactos negativos nas comunidades e nos ecossistemas locais. ■ Produção com uso intensivo de recursos: a produção de biocombus- tíveis requer recursos significativos, incluindo energia, água e terra. Isso pode resultar em degradaçãoambiental, especialmente, se esses recursos não forem geridos de forma sustentável. ■ Preocupações com a segurança alimentar: os biocombustíveis podem contribuir para a insegurança alimentar ao competir com a produção de alimentos por terras e recursos. Isso pode resultar em preços mais altos dos alimentos e acesso reduzido a alimentos para populações vulneráveis. Embora os biocombustíveis possam reduzir as emissões de gases de efeito estufa e proporcionar benefícios econômicos, eles também podem levar a mudanças no uso da terra, uso da água, problemas de segurança alimentar, conflitos sociais e balanço energético negativo. 2 8 NOVOS DESAFIOS O ambiente profissional de atuação em biocombustíveis envolve uma rede com- plexa de cientistas, engenheiros, formuladores de políticas, investidores e outros profissionais que trabalham juntos para desenvolver, produzir e promover os bio- combustíveis como uma alternativa viável aos combustíveis fósseis tradicionais. Esse campo é multidisciplinar, exigindo conhecimentos em áreas como Química, Biologia, Engenharia Química, Engenharia Mecânica, agricultura e Ciências Ambientais. Profissionais nessa área podem trabalhar para agências governamentais, instituições acadêmicas, empresas privadas ou organizações sem fins lucrativos. Algumas das principais responsabilidades nesse campo incluem o desenvol- vimento de novas tecnologias para a produção de biocombustíveis, a otimização do desempenho dos processos de biocombustíveis existentes, a realização de pesquisas sobre os impactos ambientais e econômicos dos biocombustíveis e a comunicação dos benefícios e das desvantagens dos biocombustíveis aos formu- ladores de políticas e ao público. Os profissionais dessa área devem estar atualizados com os últimos avanços científicos e tecnológicos, bem como com as mudanças nas políticas e regu- lamentações governamentais relacionadas aos biocombustíveis. Eles também devem ser capazes de colaborar efetivamente com colegas de diversas origens e comunicar ideias complexas para uma ampla gama de públicos. UNICESUMAR 2 9 VAMOS PRATICAR 1. O Brasil é reconhecidamente beneficiado pelas suas condições de solo e clima (carac- terísticas edafoclimáticas), que permitem diversas fontes de biomassa prosperarem de forma abrangente. Diante de tão profícua oferta, a bioenergia é vista como uma das alternativas mais promissoras para o futuro energético sustentável, para o quê seu cultivo deve continuar ocorrendo em áreas que respeitem a preservação das florestas nativas e que estejam de acordo com o arcabouço legal de proteção ao meio ambiente. Fonte: BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Empresa de Pesquisa Energética Plano Nacional de Energia 2050. Brasília: Ministério de Minas e Energia, 2020. Sobre os biocombustíveis, assinale a alternativa correta: a) Os biocombustíveis são produzidos a partir de combustíveis fósseis. b) Os biocombustíveis emitem mais gases de efeito estufa do que os combustíveis fós- seis. c) Os biocombustíveis são uma fonte renovável de energia. d) Os biocombustíveis não são adequados para uso em transporte. e) Os biocombustíveis não têm impacto nos preços dos alimentos. 2. A bioenergia corresponde à energia produzida a partir da biomassa, assim como os biocombustíveis. Isso inclui o álcool combustível, produzido a partir da cana-de-açú- car e usado como combustível nos automóveis. O biodiesel é definido pela American Society for Testing Materials (ASTM) como um combustível líquido sintético, originário de matéria-prima renovável e constituído por mistura de ésteres alquílicos, de ácidos graxos de cadeias longas, derivados de óleos vegetais ou gorduras animais. Fonte: PEREIRA JÚNIOR, A.; REIS, L. B. dos. Energia e sustentabilidade. São Paulo: Manole, 2016. Sobre os processos de produção e uso do biodiesel e etanol, analise as afirmativas a seguir: I - O biodiesel é produzido a partir de óleos vegetais e gorduras animais, enquanto o etanol é produzido a partir de açúcares fermentáveis. II - O biodiesel emite menos gases de efeito estufa do que o etanol. III - O biodiesel tem um conteúdo energético maior que o etanol. 3 1 VAMOS PRATICAR É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 3. A utilização da biomassa ocorre através de rotas tecnológicas diversas, nas quais são consideradas características dos insumos, como poder calorífico, estado físico e apli- cação. Tradicionalmente, o país aproveita energeticamente, de forma direta, a lenha, o bagaço da cana-de-açúcar, a lixívia, resíduo do setor de papel e celulose, e cascas de arroz através da combustão. Através da transformação em biocombustíveis, os açúcares da cana dão origem ao etanol, e os óleos de culturas oleaginosas, como a soja e o algodão, e os sebos ou gorduras animais, são insumos para o biodiesel e diesel renovável. Fonte: BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Empresa de Pesquisa Energética Plano Nacional de Energia 2050. Brasília: Ministério de Minas e Energia, 2020. As diferenças entre combustíveis e biocombustíveis refletem tensões ideológicas e eco- nômicas mais profundas entre a indústria tradicional de combustíveis fósseis e o setor emergente de energia renovável, com essas tensões podendo moldar a trajetória do de- senvolvimento futuro e a política energética. Sobre as diferenças entre combustíveis e biocombustíveis, assinale a alternativa correta: a) Os combustíveis são derivados de fontes não renováveis, enquanto os biocombustí- veis são derivados de fontes renováveis. b) Os combustíveis têm maior densidade de energia do que os biocombustíveis. c) Os biocombustíveis emitem mais gases de efeito estufa do que os combustíveis tra- dicionais d) Tanto os combustíveis como os biocombustíveis têm impactos ambientais seme- lhantes. e) Os biocombustíveis são mais caros de produzir do que os combustíveis tradicionais. 3 1 REFERÊNCIAS DONATO, V. Logística para a Indústria do Petróleo, Gás e Biocombustíveis: estudo das redes logísticas estruturadas para atuarem em sistemas complexos de produção. São Paulo: Érica, 2012. EPE. Análise de Conjuntura dos Biocombustíveis: ano 2021. Brasília: EPE: Ministério de Minas e Energia, 2022. (Nota Técnica EPE/DPG/SDB/2022/02). Disponível em: https:// www.epe.gov.br/sites-pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/PublicacoesArquivos/ publicacao-688/NT-EPE-DPG-SDB-2022-02_Analise_de_Conjuntura_dos_Biocombusti- veis_2021.pdf. Acesso em: 12 maio 2023. FERREIRA, H. S.; LEITE, J. R. M. Biocombustíveis: fonte de energia sustentável: considera- ções jurídicas, técnicas e éticas. São Paulo: Saraiva, 2010. PHILIPPI JÚNIOR, A.; REIS, L. B. dos. Energia e Sustentabilidade. São Paulo: Manole, 2016. RIBEIRO, M. F. S. Sistemas de Bioenergias. São Paulo: Contentus, 2020. VENTURINI, O. J.; LORA, E. E. S. Biocombustíveis. São Paulo: Interciência, 2020. 3 2 1. Os biocombustíveis são uma fonte renovável de energia. Eles são derivados de materiais vegetais e animais que podem ser reabastecidos naturalmente, ao contrário dos com- bustíveis fósseis, que são recursos finitos. 2. A afirmativa I é verdadeira, pois o biodiesel é produzido a partir de óleos vegetais e gordu- ras animais, por meio de um processo químico chamado transesterificação; enquanto o etanol é produzido a partir de açúcares fermentáveis, por meio de um processo chamado fermentação. Ambos os processos envolvem o uso de recursos renováveis. A afirmativa II é verdadeira, pois o biodiesel emite menos gases de efeito estufa do que o etanol. O biodiesel produz cerca de 60% menos gases de efeito estufa do que o diesel de petróleo; enquanto o etanol produz cerca de 35% menos gases de efeito estufa do que a gasolina. O biodiesel também tem uma intensidade de carbono menor que o etanol, o que significa que emite menos dióxido de carbono por unidade de energia produzida. A afirmativa III é falsa, pois o etanol tem um conteúdo energético maior que o biodiesel. O biodieseltem um conteúdo energético menor porque contém mais átomos de oxigênio por molécula do que o etanol, o que reduz sua densidade energética. 3. Feedback: os combustíveis, como carvão, petróleo e gás natural, são recursos não reno- váveis formados ao longo de milhões de anos a partir de matéria orgânica decomposta. Por outro lado, os biocombustíveis, como o etanol e o biodiesel, são derivados de fontes renováveis, como matéria vegetal, algas e até resíduos como óleo de cozinha. CONFIRA SUAS RESPOSTAS 3 3 UNIDADE 2 MINHAS METAS LEGISLAÇÃO E AS NORMAS DE BIOCOMBUSTÍVEIS PROF. MENDELSSON RAINER MACEDO NEVES Avaliar a eficácia das políticas de promoção da produção e uso de biocombustíveis, incluindo seu impacto na produção e consumo de biocombustíveis. Examinar a sustentabilidade da produção e uso de biocombustíveis, incluindo os impactos am- bientais, sociais e econômicos dos biocombustíveis, bem como os critérios de sustentabilidade usados para governar sua produção e uso. Identificar as melhores práticas e lições aprendidas com as políticas e experiências de diferentes países e regiões, e usar essas informações para o desenho e implementação de futuras políticas e iniciativas. Avaliar o impacto das políticas de biocombustíveis em várias partes interessadas, incluindo produtores de biocombustíveis, consumidores e meio ambiente, e identificar quaisquer conse- quências ou compensações. Identificar a conformidade dos produtores de biocombustíveis com a legislação e os padrões nacionais e identificar áreas onde a fiscalização regulatória pode ser fortalecida. Aprender a aplicação da legislação e normas nacionais na regulamentação da produção e uso de biocombustíveis, incluindo seu impacto no meio ambiente, economia e bem-estar social. Analisar os impactos socioambientais dos produtores de biocombustíveis em nível nacional, e identificar estratégias para minimizar os impactos negativos. T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 2 3 6 INICIE SUA JORNADA Existem duas questões no âmbito das políticas e das normas que envolvem o uso de biocombustíveis. Você sabe quais são esses fatores? Para isso, pense so- bre as seguintes perguntas: quais fatores devem ser levados em consideração na formulação de políticas para o uso de biocombustíveis no cenário mundial? Como essas políticas podem ser desenhadas para garantir resultados sustentáveis e equitativos? Quais são as principais leis e normas que regem a produção e uso de biocombustíveis em diferentes países? Como essas leis e normas variam em termos de impactos ambientais, sociais e econômicos? Saiba que a criação de políticas para o uso de biocombustíveis no cenário mundial requer a consideração de vários fatores, como os potenciais impactos ambientais, sociais e econômicos da produção e uso de biocombustíveis. Essas políticas devem ser desenhadas para garantir que os biocombustíveis sejam pro- duzidos e usados de forma sustentável e equitativa, levando em consideração fatores como uso da terra, segurança alimentar, recursos hídricos e emissões de gases de efeito estufa. Para atingir esses objetivos, os formuladores de políticas devem se envolver com uma série de partes interessadas, incluindo produtores, consumidores e organizações da sociedade civil, e devem adotar uma aborda- gem baseada na ciência para avaliar a sustentabilidade da produção e uso de biocombustíveis. Além disso, políticas devem ser desenhadas para promover a inovação e o investimento em pesquisa, bem como para apoiar o desenvol- vimento de tecnologias de biocombustíveis mais sustentáveis e eficientes. Em última análise, o sucesso das políticas para o uso de biocombustíveis no cenário mundial dependerá de sua capacidade de equilibrar os benefícios potenciais dos biocombustíveis com seus riscos e compensações potenciais e de promover resultados sustentáveis e equitativos para todas as partes interessadas (RIBEIRO, 2020; VENTURINI; LORA, 2020). As leis e normas que regem a produção e uso de biocombustíveis variam consideravelmente entre diferentes países e regiões. Alguns países estabeleceram estruturas legais robustas para a produção de biocombustíveis, que incluem regu- lamentações sobre questões como uso da terra, fornecimento de matéria-prima, emissões de gases de efeito estufa e uso da água. Nos Estados Unidos, por exem- plo, o Renewable Fuel Standard (RFS) determina que uma certa porcentagem dos combustíveis para transporte deve vir de fontes renováveis, incluindo bio- UNICESUMAR 3 7 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 combustíveis, e estabelece metas anuais específicas para a produção de biocom- bustíveis (PHILIPPE JÚNIOR, 2016). Outros países adotaram uma abordagem mais cautelosa em relação à produ- ção de biocombustíveis, reconhecendo os potenciais impactos ambientais, sociais e econômicos da produção em larga escala de biocombustíveis. Por exemplo, a União Europeia implementou critérios de sustentabilidade para biocombustí- veis, que exigem que os biocombustíveis atendam a certos padrões ambientais, incluindo reduções de emissões de gases de efeito estufa, e não contribuam para o desmatamento ou outros impactos ambientais negativos. Da mesma forma, no Brasil, o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) estabe- leceu normas para garantir a sustentabilidade da produção de biocombustíveis, incluindo requisitos para o uso de matérias-primas sustentáveis e cumprimento de padrões ambientais e sociais (PHILIPPE JÚNIOR, 2016). Em geral, as leis e normas que regem a produção e uso de biocombustíveis são essenciais para garantir que os biocombustíveis sejam produzidos e usados de maneira sustentável e socialmente responsável e podem desempenhar um papel importante na mitigação dos impactos ambientais, sociais e econômicos dos biocombustíveis. No entanto, ainda há muito debate e controvérsia sobre as estruturas legais e regulatórias apropriadas para a produção de biocombustíveis e para equilibrar os objetivos concorrentes de promover energia renovável e ga- rantir o desenvolvimento sustentável. Você está curioso sobre as leis e regulamentos que regem a produção e o uso de biocombustíveis? Quer aprender sobre os impactos ambientais e sociais dos biocombustíveis e sobre como podemos garantir que os biocombustíveis sejam pro- duzidos de forma sustentável e responsável? Então, você não vai querer perder este podcast sobre política e legislação de biocombustíveis! PLAY NO CONHECIMENTO 3 8 https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/19275 DESENVOLVA SEU POTENCIAL POLÍTICAS DOS BIOCOMBUSTÍVEIS NO MUNDO Os biocombustíveis estão se tornando uma opção cada vez mais popular para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e diminuir a dependência de combustíveis fósseis. No entanto, sua produção e uso devem ser cuidadosamente regulados para garantir que sejam sustentáveis e ecologicamente corretos. É aqui que entram as políticas que utilizam biocombustíveis no cenário mundial. VAMOS RECORDAR? Um dos maiores programas brasileiros de biocombustíveis é o RenovaBio, uma política de Estado que reconhece o papel estratégico de todos os biocombustíveis na matriz en- ergética brasileira no que se refere à sua contribuição para a segurança energética, a previsibilidade do mercado e a mitigação de emissões dos gases causadores do efeito estufa no setor de combustíveis. Este vídeo, disponibilizado pelo Ministério de Minas e Energia, lhe ajudará a relembrar o programa. UNICESUMAR 3 9 https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/19275 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 Os padrões de combustíveis renováveis são uma das políticas mais comuns usadas para promover a produção e o uso de biocombustíveis. Esses padrões exigem que uma certa porcentagem de biocombustíveis seja misturada à gasolina e ao diesel, normalmente variando de 5% a 20%. Padrões de combustíveis reno- váveis foram implementados em muitos países ao redor do mundo, incluindo Estados Unidos, Brasil e União Europeia (DONATO, 2012). Outra opção de política sãoos incentivos fiscais e subsídios que fomentam a produção e o uso de biocombustíveis. Essas políticas podem ajudar a tornar os biocombustíveis economicamente mais competitivos com os combustíveis fós- seis tradicionais, incentivando seu uso e produção. Em alguns casos, as políticas também promovem o desenvolvimento de novas tecnologias de biocombus- tíveis, como biocombustíveis avançados que podem ser produzidos a partir de culturas não alimentares ou resíduos (RIBEIRO, 2020). VOCÊ SABE RESPONDER? É importante considerar os potenciais impactos socioambientais da produção de biocombustíveis? A produção de biocombustíveis pode levar a mudanças no uso da terra, des- matamento, esgotamento dos recursos hídricos e outros impactos negativos na biodiversidade e nos serviços ecossistêmicos. Como resultado, as políticas que utilizam biocombustíveis também devem considerar as implicações sociais e ambientais de sua implementação. Um exemplo de política que considera esses impactos é o programa brasilei- ro RenovaBio, que visa aumentar o uso de biocombustíveis no Brasil, garantindo que sua produção seja sustentável e ambientalmente correta. O programa usa uma abordagem baseada no mercado, com os produtores de biocombustíveis receben- do créditos com base na economia de emissões de gases de efeito estufa de seus biocombustíveis. Isso incentiva a produção de biocombustíveis mais sustentáveis e incentiva a inovação na indústria desse setor (VENTURINI; LORA, 2020). 4 1 Compreender as políticas que usam biocombustíveis no cenário mundial requer uma abordagem multidis- ciplinar que leve em consideração questões econômi- cas, ambientais e sociais. As políticas devem equili- brar a necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e a dependência de combustíveis fósseis com os impactos potenciais da produção de biocom- bustíveis. Ao fazer isso, podemos criar políticas que promovam a produção e uso sustentável de biocom- bustíveis , minimizando seus impactos negativos. Tarifas Internacionais como Barreiras à Exportação de Biocombustíveis. Editora: Dialética Autor: Fabiano dos Reis Taino O livro Tarifas Internacionais como Barreiras à Exportação de Biocombustíveis Brasileiros é uma obra que analisa as barreiras tarifárias impostas por outros países à exportação de biocombustíveis brasileiros. A obra apresenta uma análise minuciosa sobre as tarifas impostas por países como Estados Unidos e União Europeia, que impõem tarifas elevadas aos biocombustíveis importados, enquanto seus próprios biocombustíveis são subsidiados. Além disso, o livro discute as possíveis medidas que o Brasil pode tomar para combater essas barreiras, incluindo ações diplomáticas e estratégias de diversificação de mercados. INDICAÇÃO DE LIVRO Criar políticas que promovam a produção e uso sustentável de biocombustíveis Modelo da Europa A União Europeia (UE) tem estado na vanguarda do desenvolvimento de polí- ticas e regulamentações de biocombustíveis, destinadas a promover a produção e o uso de biocombustíveis sustentáveis. As políticas de biocombustíveis da UE são projetadas para reduzir a depen- dência de combustíveis fósseis e mitigar as mudanças climáticas, aumentando a participação de energia renovável no setor de transporte. A Diretiva de Energia UNICESUMAR 4 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 Renovável da UE (RED) é a principal estrutura regulatória para promover o uso de biocombustíveis na UE. O RED determina que pelo menos 10% dos com- bustíveis de transporte devem vir de fontes renováveis até 2020 e 14% até 2030. Para atingir essas metas, a UE estabeleceu um sistema de certificação que garante a sustentabilidade dos biocombustíveis. O sistema exige que os biocombus- tíveis atendam a rígidos critérios de sustentabilidade, incluindo redução de emissões de gases de efeito estufa, proteção da biodiversidade e respeito aos direitos humanos. O sistema de certificação também inclui um mecanismo para rastrear e monitorar a sustentabilidade dos biocombustíveis ao longo da cadeia de abastecimento. As políticas de biocombustíveis da UE têm sido bem-sucedidas na promoção da produção e uso de biocombustíveis. Em 2019, a UE produziu 17,3 bilhões de litros de biocombustíveis, representando cerca de 5,6% do consumo total de combustível para transporte. O uso de biocombustíveis também ajudou a reduzir as emissões de gases de efeito estufa do setor de transporte. Segundo a Agência Europeia do Ambiente, a utilização de biocombustíveis poupou cerca de 24 milhões de toneladas de emissões de CO2 em 2017. No entanto, as políticas de biocombustíveis da UE enfrentam críticas de grupos ambientais, que argumentam que alguns biocombustíveis não são sustentá- veis e podem causar impactos ambientais e sociais negativos. Por exemplo, al- guns biocombustíveis são produzidos a partir de culturas que competem com as culturas alimentares por terra e recursos hídricos, levando ao desmatamento e à perda de biodiversidade. O uso de biocombustíveis também pode aumentar os preços dos alimentos e ameaçar a segurança alimentar em algumas regiões. Para lidar com essas preocupações, a UE revisou suas políticas de biocom- bustíveis para promover a produção e o uso de biocombustíveis avançados, pro- duzidos a partir de culturas não alimentares e resíduos. O RED revisado, adotado em 2018, estabelece uma meta de pelo menos 3,5% de biocombustíveis avançados até 2030 (PHILIPPI JÚNIOR; REIS, 2016). As políticas de biocombustíveis da UE desempenharam um papel signi- ficativo na promoção da produção e uso de biocombustíveis sustentáveis. No entanto, a UE precisa continuar a refinar suas políticas de biocombustíveis para atender às preocupações de grupos ambientais e promover a produção de bio- combustíveis avançados. 4 2 Modelo nas Américas Os países das Américas desenvolveram várias políticas para promover o uso de biocombustíveis e diminuir a dependência de combustíveis fósseis. Essas políticas variam em suas abordagens, mas todas têm o mesmo objetivo de reduzir as emis- sões de carbono e aumentar a segurança energética. No Brasil, maior produtor mundial de etanol de cana-de-açúcar, o governo implementou o programa RenovaBio em 2017. Esse programa estabelece metas para a redução de emissões de gases de efeito estufa de combustíveis de transporte, com incentivos para os produtores que superam essas metas. O programa também promove o uso de biocombustíveis avançados, que têm emissões ainda menores do que os biocombustíveis tradicionais. Os Estados Unidos também implementaram políticas para incentivar o uso de biocombustíveis. O Padrão de Combustível Renovável – do inglês, Renewab- le Fuel Standard (RFS) – foi promulgado em 2005 e expandido em 2007 para exigir que um certo volume de combustível renovável seja misturado à gasolina e ao diesel a cada ano. O RFS também inclui incentivos para a produção de bio- combustíveis avançados. No Canadá, o governo estabeleceu metas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa do transporte, incluindo uma redução de 30% até 2030. O país tam- bém implementou um Regulamento de Combustíveis Renováveis, que exige um mínimo de 5% de conteúdo renovável na gasolina e 2% no diesel combustível. O México estabeleceu uma meta de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 22% até 2030, e implementou uma Estratégia de Bioenergética para promover a produção e o uso de biocombustíveis. A estratégia inclui incentivos fiscais para a produção de biocombustíveis, bem como a exigência de uma quan- tidade mínima de biocombustíveis a serem misturados à gasolina e ao óleo diesel. Na América do Sul, a Argentina implementou uma Lei de Biocombustíveis, que exige que uma certa porcentagem de biocombustíveis seja misturada ao diesel e à ga- solina. O país também oferece incentivos fiscais para a produção de biocombustíveis. As políticas que promovem o uso de biocombustíveis nas Américas mostraram resultados promissores na redução das emissões de gases de efeitoestufa e na pro- moção da segurança energética. Embora cada país tenha sua própria abordagem, o objetivo comum de reduzir a dependência de combustíveis fósseis e promover fontes de energia sustentáveis é uma prioridade compartilhada. UNICESUMAR 4 3 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 Modelo na Ásia Na Ásia, vários países implementaram políticas de biocombustíveis para incen- tivar o desenvolvimento e uso de biocombustíveis. Essas políticas geralmente incluem mandatos, incentivos e regulamentos para promover a produção e o uso de biocombustíveis. Um exemplo notável é a Tailândia, que implementou uma política de mis- tura de etanol e gasolina. Essa política existe desde 2007 e exige que a gasolina vendida no país contenha pelo menos 10% de etanol. A política ajudou a reduzir a dependência da Tailândia do petróleo importado e apoiou o crescimento de uma indústria doméstica de biocombustíveis (PHILIPPI JÚNIOR; REIS, 2016). Outro exemplo é a Indonésia, que implementou um mandato de biodiesel que exige que o óleo diesel contenha no mínimo 20% de biodiesel. A política visa reduzir a dependência do país do petróleo importado e apoiar as eco- nomias rurais por meio do desenvolvimento de uma indústria doméstica de biocombustíveis. Além de mandatos e regulamentos, alguns países da Ásia também implemen- taram incentivos para estimular o desenvolvimento e uso de biocombustíveis. Por exemplo, o governo japonês oferece incentivos fiscais para a produção e uso de biocombustíveis, enquanto o governo indiano oferece subsídios para a produção de biocombustíveis a partir de culturas não alimentares. No entanto, a implementação de políticas de biocombustíveis na Ásia não foi isenta de desafios. Uma questão importante é o impacto potencial da produção de biocombustíveis na segurança alimentar e no uso da terra. Para lidar com essas preocupações, alguns países implementaram políticas para promover o uso de culturas não alimentares para a produção de biocombustíveis. Uma questão importante é o impacto potencial da produção de biocombustíveis na segurança alimentar e no uso da terra. Outro desafio é a falta de infraestrutura para distribuição e uso de biocombustíveis. Em muitos países, há um número limitado de postos de abaste- cimento de biocombustíveis e veículos que podem funcionar com biocombustíveis. 4 4 Apesar desses desafios, espera-se que o desenvolvimento e a implementação de políticas de biocombustíveis na Ásia continuem nos próximos anos. À medida que os países buscam reduzir as emissões de gases de efeito estufa e melhorar a segurança energética, é provável que os biocombustíveis desempenhem um papel cada vez mais importante na matriz energética da região. Ciclo da Vida das Políticas de Biocombustíveis A primeira etapa do ciclo de vida das políticas de biocombustíveis é a fase de desenvolvimento e implementação. É aqui que governos, formuladores de políticas e outras partes interessadas trabalham juntos para estabelecer políticas e regulamentações que regem a produção e o uso de biocombustíveis. Isso pode envolver a realização de pesquisas e análises para determinar os possíveis impac- tos ambientais, sociais e econômicos dos biocombustíveis, bem como identificar as formas mais eficazes de promover seu uso. Uma vez que as políticas e regulamentos tenham sido estabelecidos, a próxi- ma etapa é a implementação. Isso pode envolver o fornecimento de incentivos para a produção e uso de biocombustíveis, como créditos fiscais ou subsídios, bem como o estabelecimento de metas para a quantidade de biocombustíveis que devem ser produzidos ou usados. Os governos também podem trabalhar com as partes interessadas do setor para estabelecer padrões e esquemas de certificação para garantir a sustentabilidade e a qualidade dos biocombustíveis (FERREIRA; LEITE, 2010). A terceira etapa do ciclo de vida das políticas de biocombustíveis é o monitoramento e a avaliação. Essa é uma fase crucial, pois permite que os formula- dores de políticas avaliem a eficácia de suas políticas e façam os ajustes ou melhorias necessários. O mo- nitoramento e a avaliação podem envolver a coleta de dados sobre a produção e uso de biocombustíveis, bem como a avaliação de seus impactos ambientais, sociais e econômicos. Essas informações podem ser usadas para refinar políticas e regulamentos para garantir que eles alcancem os objetivos pretendidos (FERREIRA; LEITE, 2010). Um dos principais desafios no ciclo de vida das políticas de biocombustíveis é equilibrar os interesses conflitantes de várias partes interessadas. Por exemplo, Permite que os formuladores de politicas avaliem a eficacia de suas politicas UNICESUMAR 4 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 os formuladores de políticas devem equilibrar a necessidade de promover o uso de biocombustíveis com preocupações sobre seus impactos potenciais na segu- rança alimentar, uso da terra e biodiversidade. Eles também devem equilibrar os interesses de diferentes setores da economia, como agricultura, transporte e energia (FERREIRA; LEITE, 2010). Outro desafio é garantir que as políticas de biocombustíveis sejam adaptá- veis às mudanças nas circunstâncias. À medida que surgem novas tecnologias e pesquisas científicas, os formuladores de políticas devem ser capazes de ajustar suas políticas para refletir essas mudanças. Eles também devem ser capazes de responder a fatores externos, como flutuações nos preços da energia, mudan- ças na demanda do consumidor e mudanças nos padrões do comércio global. O ciclo de vida das políticas de biocombustíveis envolve um processo complexo e dinâmico de desenvolvimento, implementação, monitoramento e avaliação. Políticas eficazes de biocombustíveis devem equilibrar os interesses conflitantes de várias partes interessadas, ao mesmo tempo em que são adaptáveis às mudanças nas circunstâncias. Ao entender o ciclo de vida das políticas de bio- combustíveis, os formuladores de políticas e outras partes interessadas podem trabalhar juntos para desenvolver políticas e regulamentações que promovam a produção e o uso sustentável de biocombustíveis, ao mesmo tempo em que abordam os principais desafios ambientais, sociais e econômicos. Descubra como as políticas de biocombustíveis são criadas e avaliadas ao longo do seu ciclo de vida! Aprofunde ainda mais seus conhecimentos sobre como o uso final de biocombus- tíveis pode afetar a eficácia da política de biocombustíveis em reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Assista a este vídeo informativo agora e aprofunde saiba mais sobre esse importante tema para o futuro da energia renovável no Brasil! EM FOCO 4 6 LEGISLAÇÃO PARA BIOCOMBUSTÍVEIS NO BRASIL O Brasil tem sido pioneiro na adoção de biocombustíveis como fonte de energia renovável para o transporte. Desde a década de 1970, o país utiliza o etanol, derivado da cana-de-açúcar, como combustível para veículos, e consolidou-se como líder mundial na produção de biocombustíveis. O governo brasileiro tem promovido ativamente o uso de biocombustíveis por meio de uma série de medidas legislativas e regulatórias, visando impulsionar a indústria nacio- nal de biocombustíveis e reduzir a dependência do país de combustíveis fósseis importados. Nesta seção, veremos mais de perto a história da legislação de bio- combustíveis no Brasil, as regulamentações atuais que regem a produção e uso de biocombustíveis e as perspectivas futuras para a indústria desse setor no país. Biocombustíveis. Editora: Interciência Autor: Electo Eduardo Silva Lora, Osvaldo José Venturini. O livro Biocombustíveis apresenta uma ampla análise sobre a produção e uso de biocombustíveis no Brasil e no mundo. No primeiro volume, os autores apresentam uma visão geral sobre a produção de biocombustíveis no Brasil e no mundo, incluindo a evolução da produção e dos mercados, além das tecnologias empregadas. Também são abordados temas como políticas públicas, regulamentação e certificação de biocombustíveis. INDICAÇÃO DELIVRO UNICESUMAR 4 7 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 Histórico da Legislação dos Biocombustíveis no Brasil A primeira Lei de Biocombustíveis no Brasil, a lei 4.239, foi promulgada em 1963 para promover o uso do etanol como combustível no setor de transporte. A lei estabeleceu um programa nacional de álcool e incentivou a produção e o consumo de etanol. Na década de 1970, o Brasil experimentou um forte aumento nos preços do petróleo, o que levou a um crescente interesse em biocombustíveis como fonte alternativa de energia. Em 1975, o governo brasileiro lançou o Programa Na- cional do Álcool (Proálcool), que visava substituir 10% da gasolina por etanol até 1980. O programa foi bem-sucedido e, em 1985, o etanol representou mais de 50% do combustível usado em veículos leves no Brasil (VENTURINI, 2020). Na década de 1990, o Brasil continuou a expandir sua indústria de biocom- bustíveis, com foco particular no biodiesel. Em 2004, o governo brasileiro pro- mulgou a Lei 11.097, que instituiu o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB). A lei estabeleceu metas para a mistura obrigatória de biodiesel com óleo diesel, começando com uma mistura de 2% em 2008 e au- mentando para 5% até 2013 (VENTURINI, 2020). Visa aumentar o uso de biocombustíveis no setor de transportes Em 2009, o Brasil promulgou a lei 12.249, que estabeleceu a Política Nacional de Biocombustí- veis (RenovaBio), que visa aumentar o uso de bio- combustíveis no setor de transportes , estabelecendo metas para a mistura obrigatória de biocombustíveis à gasolina e ao óleo diesel. A política também oferece incentivos à produção e consumo de biocombustíveis e estabelece um sistema de certificação para garantir a sustentabilidade da produção de biocombustíveis. Na Figura 1, temos o histórico do etanol no Brasil. 4 8 15 32 Ca na -d e- aç úc ar c he ga a o Br as il tr az id a pe lo s po rt ug ue se s do su do es te a si át ic o 19 08 H en ry F or d la nç a o Fo rd T , m ov id o a ga so lin a, q ue ro se ne ou e ta no l. 19 31 D ec re to 1 9. 71 7 es ta be le ce a ad iç ão d e 5% d e et an ol an id ro n a ga so lin a 19 73 Pr im ei ra c ris e do p et ró le o 19 75 Pr im ei ra fa se d o Pr oá lc oo l ( m an da to s e su bs íd io s) 19 78 Se gu nd a fa se d o Pr oá lc oo l (in ce nt iv os � sc ai s pa ra pr od uç ão d e et an ol e ve íc ul os E 10 0) *S eg un da cr is e do Pe tr ól eo * 19 79 Fi at 1 47 , p rim ei ro c ar ro m ov id o a et an ol , c he ga ao m er ca do . 19 86 Co nt ra ch oq ue do p et ró le o (U $ 10 /b ar ril ) 19 89 D ec lín io d o Pr oá lc oo l 19 92 Ri o 92 . D es en vo lv im en to su st en tá ve l. Pr im ei ro e st ud o so br e o pa pe l d o et an ol n a re du çã o da e m is sã o de G EE 19 95 Br as il to rn a- se o m ai or ex po rt ad or d e aç úc ar do m un do 19 97 Pr ot oc ol o de K yo to . Ac or do p ar a re du çã o da e m is sã o de G EE 20 03 Ca rr os F le x Fu el 20 15 CO P 21 e o A co rd o de P ar is 20 17 Re no va Bi o 20 19 H íb rid o Fl ex . A To yo ta la nç a o pr im ei ro v eí cu lo h íb rid o �e x do m un do n o m od el o Co ro lla *P an de m ia do C ov id -1 9* 20 21 Pa ct o de G la sg ow 20 20 In íc io d a co m er ci al iz aç ão do s CB IO 20 22 G ue rr a Rú ss ia x U cr ân ia Fi gu ra 1 - Li nh a do t em po d o et an ol n o B ra si l/ Fo nt e: N un es Jú ni or (2 0 2 2 , p . 4 9 ). D es cr iç ão d a im ag em : a fi gu ra m os tr a um a lin ha d o te m po d o et an ol n o B ra si l. D e fo rm a se qu en ci al : “ 1 5 3 2 - Ca na -d e- aç úc ar c he ga a o B ra si l t ra zi da p el os p or tu gu es es d o su de st e as iá ti co ”; “1 9 0 8 - H en ry F or d la nç a o Fo rd T , m ov id o a ga so lin a, q ue ro se ne o u et an ol ”; “1 9 3 1 - D ec re to 1 9 .7 1 7 e st ab el ec e a ad iç ão d e 5 % d e et an ol a ni dr o na g as ol in a” ; “ 1 9 7 3 - Pr im ei ra c ris e do p et ró le o” ; “ 1 9 7 5 - Pr im ei ra f as e do P ro ál co ol (m an da to s e su bs íd io s) ; “ 1 9 7 8 - Se gu nd a fa se d o Pr oá lc oo l ( in ce nt iv os fi sc ai s pa ra p ro du çã o de e ta no l e v eí cu lo s E1 0 0 )” ; “ 1 9 7 9 - Fi at 1 4 7 , p rim ei ro c ar ro m ov id o a et an ol , c he ga a o m er ca do ”; “S eg un da c ris e do p et ró le o” ; “ 1 9 8 6 - Co nt ra ch oq ue d o pe tr ól eo (U $ 1 0 /b ar ril )” ; “ 1 9 8 9 - D ec lín io d o Pr oá lc oo l”; “ 1 9 9 2 - R io 9 2 . D es en vo lv im en to s us te nt áv el . P rim ei ro e st ud o so br e o pa pe l d o et an ol n a re du çã o da e m is sã o de G EE ”; “1 9 9 5 - B ra si l t or na -s e o m ai or e xp or ta do r de a çú ca r do m un do ”; “1 9 9 7 - Pr ot oc ol o de K yo to . A co rd o pa ra re du çã o da e m is sã o de G EE ”, “2 0 0 3 - Ca rr os F le x Fu el ”; “2 0 1 5 - CO P 2 1 e o A co rd o de P ar is ”; “2 0 1 7 - R en ov aB io ”; “2 0 1 9 - H íb rid o Fl ex . A T oy ot a la nç a o pr im ei ro v eí cu lo h íb rid o fl ex d o m un do n o m od el o do C or ol la ”, “2 0 2 0 - In íc io d a co m er ci al iz aç ão d os C B IO ”, “P an de m ia d o Co vi d- 1 9 ”; “2 0 2 1 - P ac to d e G la sg ow ”; “2 0 2 2 - G ue rr a R ús si a x U cr ân ia ”. UNICESUMAR 4 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 O RenovaBio tem sido elogiado como modelo para a legislação de biocombus- tíveis na região. Outros países da América Latina manifestaram interesse em adotar políticas semelhantes. No entanto, também houve críticas à política, prin- cipalmente em relação à falta de clareza em torno do sistema de certificação de sustentabilidade e preocupações sobre o potencial impacto ambiental da expansão da produção de biocombustíveis. Programas de Biocombustíveis no Brasil Neste tópico, vamos explorar de forma aprofundada os programas de biocom- bustíveis no Brasil, que são iniciativas importantes para a promoção da susten- tabilidade e redução da emissão de gases de efeito estufa no setor de transportes. A regulamentação atual dos biocombustíveis no Brasil foi estabelecida em 2004, com a introdução do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB) e do Programa Nacional do Álcool (Proálcool). Esses programas visam promover o uso de biocombustíveis no país e reduzir a dependência de combustíveis fósseis importados. VOCÊ SABE RESPONDER? Quais são as principais medidas regulatórias que serão adotadas para incenti- var a produção e o uso de biocombustíveis no país? O PNPB obriga o uso de biodiesel no óleo diesel, com um aumento gradual da porcentagem de biodiesel misturado ao diesel ao longo do tempo. Atualmente, a proporção da mistura é de 13% de biodiesel (B13). O programa também estabelece normas técnicas para produção, controle de qualidade e distribuição de biodiesel. O Proálcool foi lançado na década de 1970 em resposta à crise do petróleo, com o objetivo de reduzir a dependência do país em relação ao petróleo impor- tado. O programa promove o uso do etanol como combustível para veículos, com uma mistura de até 27% de etanol (E27) na gasolina. O programa tem sido muito bem-sucedido, com o etanol respondendo por mais de 40% do consumo de combustível no Brasil (VENTURINI, 2020). 5 1 Além desses programas,
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