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17/01/24, 07:10Organismos e Acordos Internacionais
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DEFINIÇÃO
Apresentação dos conceitos de comércio internacional, organismos multilaterais, globalização e acordos
internacionais.
PROPÓSITO
Conhecer os principais organismos multilaterais, assim como suas funções e estrutura.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Definir o contexto histórico e as razões teóricas que justificam a existência de instituições internacionais
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multilaterais de comércio
MÓDULO 2
Definir os principais fatores e controvérsias envolvendo a globalização, a forma como ela afeta a relação
entre os países e o papel dos acordos e organismos internacionais nesse ecossistema
INTRODUÇÃO
Trataremos dos organismos e acordos internacionais, que surgem para coordenar e auxiliar o comércio
internacional.
No primeiro módulo, vamos falar sobre o contexto histórico e as teorias que fundamentam as instituições
multilaterais de comércio. Além disso, vamos elencar diversas instituições e debater sobre a
globalização no segundo módulo.
MÓDULO 1
 Definir o contexto histórico e as razões teóricas que justificam a existência de instituições
internacionais multilaterais de comércio
INSTITUIÇÕES INTERNACIONAIS
MULTILATERAIS DE COMÉRCIO: CONTEXTO E
TEORIAS
Há uma série de argumentos teóricos que, às vezes, favorecem o livre comércio ou algum grau de
protecionismo. Ao mesmo tempo, há motivos para que esses argumentos sejam dificilmente aplicáveis,
tendo consequências distributivas que podem inviabilizar a sua implantação.
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Considerando a proliferação de casos de excesso de protecionismo, fica ainda mais difícil de acreditar
que a teoria de comércio possa efetivamente ser usada para a elaboração de políticas econômicas no
“mundo real”.
No entanto, apesar de todos os argumentos de economia política que mostram como a abertura
comercial pode ser difícil, de fato, houve uma liberalização comercial em vários países ao longo do
último século.
A integração comercial aumentou muito nas últimas décadas, ainda que haja dúvidas sobre a
capacidade dessa expansão de se manter por muito mais tempo.
NESSE SENTIDO, QUAL FOI A FÓRMULA MÁGICA DE
ECONOMIA POLÍTICA QUE OCORREU NESSE
PERÍODO PARA QUE A LIBERALIZAÇÃO
OCORRESSE? AFINAL, CONSIDERANDO AS
DIFICULDADES POLÍTICAS, DISTRIBUTIVAS E DE
IMPLANTAÇÃO DAS POLÍTICAS COMERCIAIS, ERA
ESPERADO QUE NUNCA HOUVESSE AVANÇO
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NESSAS ÁREAS.
RESPOSTA
Parte significativa desse avanço pode ser explicada pelas rodadas internacionais de negociação. Desde o fim
da Segunda Guerra Mundial, várias instituições internacionais têm surgido, com o objetivo de promover a
solução pacífica de conflitos e a negociação diplomática.
O surgimento dessas organizações abre espaço para que haja uma racionalização maior da relação entre os
países. Além das questões políticas envolvidas nesse processo, certamente, afetam-se as negociações
comerciais entre as nações.
Ao longo das últimas décadas, foi possível que os países chegassem a acordos em que, mutuamente,
reduziriam suas barreiras alfandegárias e não alfandegárias, ao passo que também diminuiriam os
incentivos dados às indústrias locais.
AGORA PENSE. O QUE AS ORGANIZAÇÕES
INTERNACIONAIS TÊM QUE FACILITA A
NEGOCIAÇÃO COMERCIAL?
Para entender esse problema, precisamos nos debruçar sobre os elementos estratégicos da política
comercial.
TEORIA DAS INSTITUIÇÕES MULTILATERAIS DE COMÉRCIO
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As tarifas comerciais aplicadas no país doméstico, em algumas situações, geram uma transferência de
renda do resto do mundo para o país doméstico.
Isso faz com que a adoção de medidas protecionistas possa gerar retaliação por parte dos outros
países.
Ao fim desse processo, chegamos a uma situação em que nenhuma das partes tem incentivos para
reduzir o seu grau de protecionismo. Afinal, a parte que reduzir protecionismo primeiro acabará
prejudicando a sua indústria local e transferindo rendimentos diretamente à indústria do país estrangeiro.
Em outras palavras, temos uma situação muito parecida com a que, em teoria dos jogos, se denomina:
DILEMA DO PRISIONEIRO
Esta é uma situação gerada por um jogo no qual há dois suspeitos, que têm a opção de confessar, ou
não, o crime que se investiga. No caso, ambos são culpados.
Os prisioneiros estão em salas separadas, de modo que não há qualquer possibilidade de comunicação,
negociação ou conluio entre eles.
Se nenhum dos dois confessar, ambos saem livres. Nesse cenário, eles têm o maior retorno possível.
Se um deles confessar, mas o outro não, aquele que confessa acaba se tornando um delator e tendo a
pena perdoada. Ele sai melhor do que se não tivesse confessado, pois sai do interrogatório com a
consciência tranquila. Se ambos confessarem, ambos cumprem a pena integral.
A PERGUNTA QUE FICA É: QUAL DECISÃO OS
SUSPEITOS TOMARÃO?
Para responder a essa pergunta, precisamos recorrer aos conceitos de equilíbrio em teoria dos jogos.
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O mais aplicado a esse tipo de problema é o equilíbrio de Nash, no qual observamos que o equilíbrio é a
situação em que cada jogador, dada a estratégia dos demais jogadores, não se arrepende da decisão
tomada.
VOLTEMOS AO NOSSO EXEMPLO, PARA APLICAR O
CONCEITO DE EQUILÍBRIO DE NASH A ELE.
Se um prisioneiro não confessar, a melhor estratégia para o outro é confessar. Se um prisioneiro
confessar, a melhor estratégia para o outro é, também, confessar. Logo, para este jogo, o equilíbrio é
que ambos os prisioneiros confessem.
Nesse caso, é interessante perceber que o equilíbrio de Nash ocorre em um ponto que não é o melhor
resultado possível do jogo para ambos. Ou seja, considerando que esse seja o resultado real do jogo,
pode-se dizer que ambos os envolvidos perdem a oportunidade de melhorar seu bem-estar, pois há
outra estratégia que levaria os jogadores a um ótimo de Pareto em relação ao equilíbrio de Nash.
 COMENTÁRIO
Se os suspeitos pudessem conversar e negociar uma saída (e prestar o depoimento em conjunto),
provavelmente escolheriam não confessar. Contudo, os incentivos que cada um deles encontra,
individualmente, na solução do problema, levam ambos a confessarem o crime.
Situação semelhante ocorre no comércio internacional. A solução de escolher a via do protecionismo, da
guerra comercial, pode ser um equilíbrio de Nash:
Enquanto todos os países estiverem escolhendo o protecionismo, ou a guerra comercial, a melhor
escolha para um país isolado é, também, proteger a sua economia local.
Contudo, essa não é a melhor situação para os países em conjunto. Caso fosse possível que todos
abrissem as suas economias, a eficiência econômica global aumentaria.
Claro que, além da negociação, é necessário haver instâncias onde se possa verificar o cumprimento
dos acordos firmados. Como no caso dos prisioneiros, não bastaria que ambos negociassem uma
solução (pois ambos teriam incentivos para desviar da solução negociada).
Para que o ótimo de Pareto fosse atingido, eles precisariam prestar o depoimento em conjunto, de modo
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comércio é muito bem-vinda, funcionando como um mecanismo de coordenação e informação entre os
países.
CONTEXTO HISTÓRICO DAS INSTITUIÇÕES
MULTILATERAIS DE COMÉRCIO
Historicamente, a redução de tarifas, como uma política de comércio, remonta à década de 1930.
Naquela época, os EUA editaram um normativo aumentando vertiginosamente as tarifas alfandegárias
de uma série de produtos. Após esse aumento, o governo reconheceu que a medida foi excessiva, pois
o fluxo de comércio diminuiu sensivelmente com ela.
Contudo, reverter esse aumento de tarifas se tornou uma tarefa muito difícil, pois toda tarifa beneficiava
os produtores de alguma região. Como consequência, havia bastante resistência no congresso para que
as tarifas fossem voluntariamente reduzidas.
Era necessário que os produtores que perderiam com a redução tarifária fossem compensados. Como
alternativa de recompensa a esses produtores, o governo americano começou a negociar reduções de
tarifas que fossem bilaterais.
Dessa forma, os EUA reduziriam a proteção de seu mercado doméstico, mas os países parceiros
comerciais dos americanos deveriam, também, reduzir os custos de importação.
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MAS E AS RELAÇÕES QUE CADA UM DELES TEM COM
OUTROS PAÍSES?
Uma dificuldade desse tipo de acordo, no entanto, é que cada um dos dois parceiros que está
negociando tem relações comerciais com muitos outros países do mundo. Consequentemente, as
negociações bilaterais têm efeitos secundários, muitas vezes, bastante relevantes. Vale destacar que,
geralmente, eles envolvem vantagens e desvantagens para países que não fizeram parte do acordo.
Como forma de ter negociações comerciais que levassem melhor em consideração a complexidade do
comércio internacional, foram propostas as negociações multilaterais, a ocorrerem em um organismo
internacional que nunca saiu do papel (a Organização de Comércio Internacional).
Entre a proposta da Organização de Comércio Internacional e a criação da Organização Mundial do
Comércio, após algumas décadas, um grupo de 23 países se reuniu (em 1974) para instituir o que ficou
conhecido como Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio (GATT).
Este pacto estabeleceu regras gerais para a condução da política comercial nos países. Ele permanece
em vigor até hoje e funciona de forma coordenada com a OMC.
O sistema estabelecido para proteção do comércio tem dois componentes principais: incentivos ao livre
comércio e desincentivos ao protecionismo.
Para desestimular o protecionismo, as tarifas comerciais em um país podem ser vinculadas. Uma vez
vinculadas, elas não podem subir (a menos de circunstâncias específicas que envolvam a negociação e
anuência dos demais membros). A maior parte delas, nos países desenvolvidos, já está vinculada, assim
como uma proporção significativa das tarifas dos países em desenvolvimento.
O sistema, também, impõe limites às restrições não tarifárias ao comércio. Em linhas gerais, evita-se a
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criação de novas quotas de importação, assim como se trabalha pela conversão das quotas de
importação em tarifas.
Para incentivar a abertura comercial, são feitas rodadas de negociação envolvendo diversos países
simultaneamente. Já ocorreram oito rodadas desde 1947, cada qual cobrindo um conjunto de países e
temas ligados ao comércio de bens e, mais recentemente, (tentativamente) serviços:

1947
Rodada Genebra, envolvendo 23 países;
1ª RODADA
Rodada Annecy (1949), envolvendo 13 países;


2ª RODADA
Rodada Torquay (1950 a 1951), envolvendo 38 países;
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3ª RODADA
Rodada Genebra (1955-1956), envolvendo 26 países;


4ª RODADA
Rodada Dillon (1960-1961), envolvendo 26 países;
5ª RODADA
Rodada Kennedy (1964-1967), envolvendo 62 países;


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6ª RODADA
Rodada Tóquio (1973-1979), envolvendo 102 países;
7ª RODADA
Rodada Uruguai (1986-1993), envolvendo 123 países;


8ª RODADA
Rodada Doha (2001-2010?), envolvendo 149 países.
As cinco primeiras rodadas cobriram, unicamente, questões tarifárias. Os encontros eram organizados
de forma que os países poderiam fazer várias reuniões bilaterais e negociar uma série de mudanças na
sua política comercial de uma só vez.
Assim, se um país fosse fazer concessões que beneficiassem mais de um participante, ele poderia
negociar contrapartidas com todos os envolvidos.
A partir da sexta rodada, a pauta dos encontros só foi se expandindo. Na Rodada Kennedy (1964-1967),
já foram tratados temas associados ao antidumping. Somente nessa rodada, as tarifas médias foram
reduzidas em torno de 35%. Vários setores tiveram reduções de tarifa da ordem de 50%.
Na Rodada Tóquio (1973-1979), foram discutidas medidas não tarifárias e cláusulas de habilitação.
Na Rodada Uruguai (1986-1993), foram discutidos os temas: tarifas, agricultura, serviços, propriedade
intelectual e investimento. Agendada para terminar em 1990, a Rodada Uruguai produziu seu resultado
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somente em 1993, com um amplo acordo em que os países-membros assumiram diversos
compromissos relativos a mercado e a produtos.
O pacto foi assinado em 1994 e ratificado pelos principais países — inclusive com tensos debates
políticos domésticos, como ocorreu no caso dos EUA.
Como resultado dessa rodada, a agenda de liberalização do comércio avançou e, também, ocorreram
algumas reformas administrativas importantes. A tarifa média imposta pelos países desenvolvidos caiu
mais de 40% nessas negociações.
Contudo, vale destacar que a base de comparação já estava mais baixa, por conta do sucesso na
redução das tarifas obtido nas rodadas anteriores.
Além da redução tarifária, foram discutidos avanços em dois setores críticos: agrícola e têxtil. O setor
agrícola é alvo de intensas políticas comerciais em todo o mundo, por diversas razões.
Como resultado da Rodada Uruguai, os subsídios agrícolas foram reduzidos em 36% e as exportações
subsidiadas em 21%. Quotas de importação, comumente adotadas no Japão, foram substituídas por
tarifas alfandegárias vinculadas.
A Rodada Uruguai ainda previu o fim do Acordo Multifibras em um horizonte de dez anos, eliminando as
restrições quantitativas no setor têxtil. Como parte do resultado dessa política, houve um aumento
vertiginoso na exportação dessa área para os países desenvolvidos, notadamente os EUA e os países
europeus.
A China foi, em grande parte, beneficiada pela medida. Evidentemente, essa mudança foi alvo de
intensos debates políticos ao longo dos anos.
A grande reforma administrativa promovida com a Rodada Uruguai foi a criação da Organização Mundial
do Comércio, a OMC.
Até à criação da OMC, o GATT tinha um secretariado, em Genebra, que basicamente organizava as
obrigações referentes ao acordo. Além da questão administrativa, a criação da OMC, uma organização
internacional permanente voltada ao comércio, representa um grande avanço institucional em relação ao
GATT, que era um acordo temporário entre países.
Além disso, a criação da OMC permitiu:
A revisão das regras de comércio internacional de serviços, que não eram muito relevantes na
época da assinatura do GATT, mas se tornaram importantes ao longodo tempo. A revisão dessas
se concretizou na instituição do Acordo Geral sobre Comércio de Serviço (GATS).
A incorporação dos mecanismos internacionais de proteção ao comércio partindo do pressuposto
de que as economias globais estão cada vez menos dependentes do capital físico para produzir
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seus bens e serviços, e cada vez mais dependentes do capital intelectual. A incorporação desses
elementos se concretizou no Acordo sobre os Aspectos Comerciais da Propriedade Intelectual
(TRIPS).
A OMC também exerce um papel essencial na resolução de disputas entre os países. Afinal, mais do
que estabelecer as regras, é importante ter mecanismos para saber se elas foram violadas e apurar se
isso, de fato, ocorreu.
Antes da OMC, havia mecanismos para garantir o cumprimento das regras do GATT em tribunais
internacionais, mas esses mecanismos eram mais burocráticos e menos efetivos do que poderiam ser.
Na OMC, as controvérsias são tipicamente resolvidas em menos de um ano e envolvem painéis de
especialistas, apelações e recursos.
NO CASO DA APURAÇÃO DE UMA VIOLAÇÃO DAS
REGRAS DA OMC, O QUE ACONTECE?
Como todos os organismos internacionais, a OMC não dispõe de meios diretos para forçar um país a
cumprir os acordos internacionais vigentes. No entanto, ela dispõe de legitimidade para, diante de uma
violação do pacto estabelecido, autorizar o país afetado a retaliar o país que descumpriu as normas
vigentes.
Apesar das dificuldades inerentes ao avanço da agenda, pode-se dizer que a Rodada Uruguai constitui
um caso concreto em que a liberalização comercial reduziu os benefícios de pequenos grupos de
produtores e beneficiou consumidores espalhados no mundo inteiro.
A proteção comercial no setor têxtil sempre foi uma das mais relevantes para a economia americana,
assim como a proteção da produção agrícola é muito importante para o Japão e diversos países
europeus.
Conseguir implantar mecanismos que ataquem esses privilégios e distribuam os ganhos aos
consumidores é uma grande realização da rodada de diálogo multilateral. Nesse sentido, apesar de
todas as dificuldades políticas envolvendo a liberalização comercial, essa não é uma agenda perdida.
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Embora sejam estimativas sempre controversas, há quem defenda que os efeitos da Rodada Uruguai
são superiores a US$200 bilhões/ano. Em contraposição ao sucesso da Rodada Uruguai, temos a
Rodada Doha, a maior rodada de negociações comerciais da história.
RODADA DOHA
Ela começou em 2001, aparentemente terminou por volta de 2010 e, pela primeira vez desde o início do
GATT, não gerou nenhum acordo comercial.
Parte da ausência de um novo acordo comercial vem da sequência de sucessos obtida nas negociações
anteriores. Com reduções tarifárias algumas vezes entre 30% e 50% em uma única etapa, as rodadas
anteriores reduziram significativamente o volume de protecionismo no mundo.
Nesse sentido, sobrou menos protecionismo a combater. Além disso, o próprio combate ao
protecionismo mostrou seus retornos decrescentes de escala: enquanto havia muitas distorções a
eliminar, era mais fácil avançar do que agora.
ESTIMATIVAS DO BANCO MUNDIAL SUGEREM QUE
MESMO UMA RODADA DE NEGOCIAÇÕES
AMBICIOSA EM DOHA PODERIA AUMENTAR O PIB
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MUNDIAL EM SOMENTE 0,18%.
O principal setor em que se concentram proteções comerciais relevantes é a agricultura, que é
politicamente bastante sensível. Ao mesmo tempo, os mecanismos para evitar a elevação das restrições
ao comércio continuam em prática, de modo que a agenda comercial global permanece em um ponto de
alta liberalização.
Zonas de Livre Comércio e União Aduaneira
Neste vídeo, abordaremos os Acordos de Comércio Preferencial.
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VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. SOBRE O GATT E A OMC, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA:
O GATT surgiu após a OMC, em 1974.
Todas as rodadas de negociação do GATT geraram acordos que acabaram por tornar o comércio mais
livre em todo o mundo.
A OMC foi criada na Rodada do Uruguai, em 1995, e representou um avanço institucional importante à
agenda estabelecida no GATT.
Apesar dos avanços nos mecanismos de negociação para liberar o comércio entre países, ainda não há
mecanismos eficazes para se garantir que os acordos pactuados sejam cumpridos.
2. SOBRE OS ACORDOS DE COMÉRCIO PREFERENCIAL, ASSINALE A
ALTERNATIVA CORRETA:
A) Toda zona de livre comércio é também uma união aduaneira.
B) A instituição de zonas de livre comércio sempre melhora a eficiência de uma economia.
C) O GATT proíbe acordos de comércio preferencial que não resultem na liberação do comércio.
D) O MERCOSUL é uma união monetária.
MÓDULO 2
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 Definir os principais fatores e controvérsias envolvendo a globalização, a forma como ela afeta a
relação entre os países e o papel dos acordos e organismos internacionais nesse ecossistema
INSTITUIÇÕES MULTILATERAIS
Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, várias instituições multilaterais surgiram com o objetivo de
aproximar os países, buscando soluções diplomáticas para os problemas de coordenação que surgem
na política internacional.
ENTRE AS DIVERSAS INSTITUIÇÕES CRIADAS, A
PRINCIPAL É A ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES
UNIDAS (ONU).
Fundada, em 1945, por cinquenta e um países (entre eles o Brasil), em substituição à Liga das Nações,
a ONU tem a missão de fomentar a paz entre as nações, cooperar com o desenvolvimento sustentável,
monitorar o cumprimento dos Direitos Humanos e das liberdades fundamentais, e organizar reuniões e
conferências em prol desses objetivos.
Atualmente, a ONU tem mais de 180 países-membros. Além dela, há diversas outras organizações
internacionais, que se dividem em diversos tipos (com e sem vinculação com o Sistema ONU de
agências).
LIGA DAS NAÇÕES
Liga das Nações - Foi uma organização internacional, idealizada em 28 de abril de 1919, em Versalhes,
nos subúrbios de Paris, onde as potências vencedoras da Primeira Guerra Mundial se reuniram para
negociar um acordo de paz. Sua última reunião ocorreu em abril de 1946.
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Há órgãos do Alto Comissariado das Nações Unidas:
Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR);
Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos (ACNUDH).
Fundos:
Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA);
Fundo Monetário Internacional (FMI);
Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA);
Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Organizações internacionais:
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO);
Organização Internacional para as Migrações (OIM);
Organização Internacional do Trabalho (OIT);
Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI);
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS);
Organização Mundial da Saúde (OMS);
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Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO);
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO);
Organizaçãodos Estados Americanos (OEA).
Programas de desenvolvimento:
Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-HABITAT);
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD);
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA);
Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS).
Escritórios:
Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNDRR);
Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC);
Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS);
Centros, comissões, grupos financeiros, entidades e uniões:
Centro de Informações das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio);
Centro de Excelência contra Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP);
Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL);
Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD);
Grupo Banco Mundial (BM);
Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres
(ONU Mulheres);
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União Internacional de Telecomunicações (UIT).
Evidentemente, a quantidade de organismos internacionais criada desde 1945 estabelece uma agenda
forte em torno do que se convencionou chamar de globalização, ainda que esse seja um fenômeno
anterior às grandes guerras mundiais.
GLOBALIZAÇÃO E ORGANISMOS
INTERNACIONAIS: CONTROVÉRSIAS E
DESAFIOS
Nesse sentido, a agenda de liberalização comercial, que ampliou largamente as trocas entre países ao
longo das últimas décadas, está inserida em um contexto mais amplo: ela, ao mesmo tempo, é
influenciadora e influenciada pela agenda internacional.
Em diversas localidades, a globalização é considerada uma agenda negativa. Apesar de todos os
ganhos de comércio que já estudamos, a globalização é, muitas vezes, vista como uma ameaça à
soberania nacional dos países, ou como uma forma de os países ricos aumentarem os mecanismos de
exploração de países pobres (seja com mão de obra mais barata ou com recursos naturais).
Crescentemente, uma narrativa antiglobalização tem sido construída também nos países ricos, centrada
em práticas xenofóbicas e em defesa de empregos, produção e cultura nacionais.
Todos os debates em torno da agenda de globalização recaem sobre os organismos internacionais. Por
isso, a discussão da relação entre a globalização e o comércio é essencial para que possamos entender
melhor o papel da OMC no mundo contemporâneo, e as ameaças que estão postas à liberalização
comercial das últimas décadas.
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EXPLORAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
UM DOS GRANDES DEBATES DA GLOBALIZAÇÃO
DO COMÉRCIO ENVOLVE A QUESTÃO DOS BAIXOS
SALÁRIOS.
Países em desenvolvimento estão, atualmente, bastante especializados na produção de manufaturas.
Em particular, as têxteis localizadas nos países de renda mais baixa da África e da Ásia.
Na produção dessas mercadorias, é comum que aos trabalhadores sejam pagos salários de valores
muito inferiores aos do mundo desenvolvido. Não somente isso, como, muitas vezes, as condições de
trabalho desses lugares são absolutamente deploráveis.
A esse respeito, veja alguns aspectos importantes:
VANTAGEM COMERCIAL
CONDIÇÕES DE TRABALHO
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VANTAGEM COMERCIAL
Até a década de 1990, grande parte do debate em torno desses fatos se centrava na questão sobre
como essas condições de trabalho geravam uma vantagem comercial excessiva para os países em
desenvolvimento. Ou seja: era um debate sobre a proteção da indústria dos países importadores,
especialmente os mais rico.
CONDIÇÕES DE TRABALHO
Desde meados da década de 1990, em grande parte com a ajuda de movimentos estudantis, o debate
em torno desses fatos começou a mudar de epicentro: em vez de se questionar as eventuais vantagens
que o produtor estrangeiro teria sobre o produtor nacional, começou-se a questionar a aceitação em
tolerar que trabalhadores estrangeiros estivessem naquelas condições.
Esses fatos geraram um grande debate no mundo desenvolvido. Considerando o ambiente institucional
e as normas trabalhistas dos países desenvolvidos:

Seria aceitável importar produtos de localidades onde os padrões mínimos de segurança do trabalho
não eram respeitados?
Seria razoável permitir regulamentos tão distintos de fornecedores locais e estrangeiros para a produção
dos bens consumidos no país?

Tais ideias começaram a fomentar movimentos antiglobalização, que cresceram até o ponto de levar ao
fracasso a tentativa de diversos países em estabelecer uma rodada de negociação entre a Rodada do
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Uruguai e a Rodada de Doha, em 1999.
Na época, os movimentos antiglobalização defendiam exatamente que a OMC estaria atacando a
soberania nacional dos países e prejudicando os trabalhadores do mundo subdesenvolvido.
O Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial também enfrentaram problemas parecidos com os
eventos antiglobalização, que têm crescido desde então.
O grande argumento por trás dessa visão de mundo é que o comércio internacional deixava os
trabalhadores do mundo subdesenvolvido em uma condição extremamente precária, de baixos salários
e pouca proteção no emprego.
Nesse sentido, o comércio internacional não estaria beneficiando as pessoas, e sim as prejudicando. Tal
debate, originalmente centrado na China, tem sido progressivamente desviado para as nações mais
pobres do Sudeste Asiático e do subcontinente indiano.
O que essa análise ignora é que os países subdesenvolvidos têm condições econômicas muito
precárias e, nesse sentido, o que a teoria econômica sugere é que os trabalhadores dessas localidades
estariam piores, na ausência de comércio internacional.
No caso, vale destacar, não somente os trabalhadores das empresas que exportam, mas também os
consumidores dos países que importam estariam piores.
Uma alternativa a esses problemas seria a inclusão de cláusulas de proteção salarial e de condições de
trabalho nos acordos comerciais. São as chamadas cláusulas sociais da OMC. Tal possibilidade
possibilitaria que a expansão do comércio viesse acompanhada de ganhos constantes e reais para os
trabalhadores do mundo em desenvolvimento.
Contudo, existe risco significativo de que uma negociação dessa natureza abra margem para que os
países ampliem seu protecionismo. Afinal, em vez de aumentar as tarifas de importação, eles poderiam
negociar condições de trabalho irreais para as economias em desenvolvimento e acabar por retirá-las do
mercado global.
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EXPLORAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS
Além das questões salariais, o ambiente institucional dos países em desenvolvimento favorece a
exploração excessiva de recursos naturais para competir no mercado global. Nesse sentido, a
globalização também tem preocupações de caráter ambiental.
Ao derrubar uma floresta para atender a uma demanda global por produtos florestais, os países em
desenvolvimento estão gerando externalidades negativas que acabam por afetar todos os outros países.
A narrativa da China como refúgio de poluição (pollution haven) também se enquadra nesse debate.
POLLUTION HAVEN
A hipótese do paraíso da poluição postula que, quando grandes nações industrializadas buscam
estabelecer fábricas ou escritórios no exterior — geralmente — buscam a opção mais barata em termos
de recursos e mão de obra que oferece o acessoà terra e ao material de que necessitam.
É importante notar que a ausência de regulação ambiental adequada é um problema apartado da
globalização. Países altamente protecionistas sem tal regulação podem causar tanto ou mais dano ao
meio ambiente do que países globalizados.
Os acordos comerciais, também, poderiam incluir cláusulas de proteção ambiental. Contudo, esse tipo
de inclusão ainda é controverso.
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Quem a defende argumenta que as cláusulas de proteção ambiental diminuiriam as externalidades
negativas geradas pelo crescimento econômico excessivo.

Já o outro grupo teme que essa seja uma ação protecionista com o objetivo de retirar do mercado
indústrias em desenvolvimento que deixariam de ter condições de competir se tivessem que cumprir as
exigências ambientais de países desenvolvidos.
A agenda climática é uma das que mais tem crescido ao redor do mundo, em grande parte por causa
dos riscos climáticos que se acumula para as próximas décadas.
Como parte significativa da poluição vem da produção de bens e serviços, existe uma relação entre o
consumo e a poluição. Logo, com o comércio internacional favorecendo essa relação, existiria outra
entre o comércio e o meio ambiente.
Porém, essa discussão ignora que o enriquecimento de um país, geralmente, vem acompanhado de
maior preocupação ambiental e, consequentemente, uma tendência a causar menos impacto ambiental
por unidade de produto gerada.
O crescimento também permite aos países endurecer a sua política ambiental e ter um controle melhor
dos recursos naturais disponíveis.
Na prática, existe evidência empírica de que crescimento e poluição estão relacionados por meio de
uma curva chamada curva ambiental de Kuznets:
 Figura 1 – Curva ambiental de Kuznets
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A PARTIR DA ANÁLISE DA CURVA AMBIENTAL DE
KUZNETS, O QUE PODEMOS CONCLUIR?
VER COMENTÁRIO
Ela estabelece que o dano ambiental causado pelo crescimento de um país é aumenta gradativamente
até determinado ponto, a partir do qual esse dano começa a diminuir.
Países pobres que estejam em desenvolvimento tendem a aumentar seu grau de poluição, enquanto
países ricos tendem a se desenvolver, aumentando sua eficiência no uso dos recursos naturais.
Consequentemente, uma análise mais cuidadosa dos efeitos da liberalização comercial sobre a poluição
pode indicar a existência de efeitos ambíguos:
OS IMPACTOS DEPENDEM DE CADA PAÍS E SUA
POSIÇÃO ORIGINAL NA CURVA AMBIENTAL DE
KUZNETS.
No líquido, considerando que a China é um dos maiores vencedores da globalização, os efeitos dessa
sobre o meio ambiente possivelmente são negativos, ainda que eles tenham retirado milhões de
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chineses da pobreza extrema ao longo das últimas décadas.
Contudo, a curva ambiental de Kuznets nos mostra que essa situação não vigorará sempre.
Um aspecto ambiental que escapa à curva de Kuznets é que o comércio internacional promova a
existência de refúgios de poluição (pollution havens). Diversas indústrias têm como subproduto uma
série de produtos altamente tóxicos, cujo descarte é extremamente caro e sujeitos a regulações
bastante restritivas.
O que a globalização de certo modo facilita é que as empresas desses setores procurem países onde
possam descartar esses resíduos tóxicos de maneira mais barata, seja por conta da menor regulação,
seja por conta de vantagens naturais daquela região.
Considerando as externalidades negativas que o descarte de produtos tóxicos pode ter na natureza,
essa é uma questão com potencial para trazer diversos problemas para a agenda comercial.
Em paralelo, a agenda comercial, também, trouxe algumas esperanças para a agenda ambiental, com a
possibilidade de instauração dos créditos de carbono. Os créditos de carbono seriam uma espécie de
imposto colocado sobre as importações dos países que falharem no cumprimento de regras mínimas de
proteção ambiental.
Ainda que a adoção da economia de carbono seja limitada a alguns países — o que naturalmente
limitaria o potencial dessa iniciativa de conter as emissões de gases nocivos para a nossa atmosfera —
uma possibilidade abre para que o comércio internacional possa internalizar no preço das mercadorias
os danos ao meio ambiente causados pela sua produção.
Com isso, pode-se criar um sistema de incentivos econômicos que torne economicamente rentável a
adoção das tecnologias verdes.
Ainda que haja muito a avançar nessa agenda, os créditos de carbono representam uma possibilidade
de prover incentivos reais para a redução dos danos ambientais do crescimento econômico.
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HOMOGENEIZAÇÃO DA DIVERSIDADE CULTURAL
Os aspectos culturais são também objeto de controvérsia nas negociações comerciais. Afinal, a
integração comercial, de certa maneira, aumentou a homogeneidade de gostos musicais, moda e
produção cinematográfica, diminuindo a proeminência e relevância da produção cultural local.
Essa perda de diversidade cultural pode ser vista como uma externalidade negativa da globalização. E
nesse sentido, poderiam ser pensadas políticas públicas para corrigir a falha de mercado.
Contudo, o debate da correção dessa falha de mercado se torna ainda mais complexo que os anteriores,
pois envolve a promoção estatal de um ou outro tipo de produção artística e cultural.
A PMC é uma ameaça à soberania?
Neste vídeo, falaremos sobre a OMC e a soberania nacional.
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VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste tema, conhecemos os principais organismos multilaterais, bem como estudamos suas funções e
analisamos sua estrutura.
No primeiro módulo, desenhamos um panorama histórico dos organismos internacionais multilaterais de
comércio. Destacamos não apenas seu surgimento, mas sua importância e evolução.
No segundo módulo, elencamos esses organismos e debatemos sobre a globalização, considerando os
efeitos do comércio internacional nos dias de hoje. Vimos que diversas agendas políticas e ambientais
podem afetar o comércio entre países, e que organismos multilaterais podem agir de forma eficiente
para intermediar e regular esse comércio.
 PODCAST
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AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
KRUGMAN, P.; MELITZ, M.; OBSTFELD, M. Economia internacional. 10. ed. São Paulo: Pearson,
2015.
EXPLORE+
Visite os sites dos principais organismos internacionais e acordos multilaterais estudados (OMC; GATT;
MERCOSUL; NAFTA; ONU) para conhecer melhor a atuação de cada um no mundo contemporâneo.
Leia sobre os principais organismos internacionais do Sistema Nações Unidas, no site da ONU no Brasil.
CONTEUDISTA
Livio Ribeiro
 CURRÍCULO LATTES
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