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COMÉRCIO 
EXTERIOR NO 
AGRONEGÓCIO
PROF. CLAUDIO ZANCAN
“A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma 
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à 
geração, sistematização e disseminação do conhecimento, 
para formar profissionais empreendedores que promovam 
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e 
cultural da comunidade em que está inserida.
Missão da Faculdade Católica Paulista
 Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
 www.uca.edu.br
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma 
sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, 
salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a 
emissão de conceitos.
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior
COMÉRCIO EXTERIOR NO 
AGRONEGÓCIO
PROF. CLAUDIO ZANCAN
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 3
SUMÁRIO
AULA 01
AULA 02
AULA 03
AULA 04
AULA 05
AULA 06
AULA 07
AULA 08
AULA 09
AULA 10
AULA 11
AULA 12
AULA 13
AULA 14
AULA 15
06
23
38
53
70
89
106
123
145
164
183
205
221
236
249
CONCEITOS ECONÔMICOS E FINANCEIROS 
RELACIONADOS AO COMÉRCIO 
INTERNACIONAL
REGIME DE COMÉRCIO INTERNACIONAL
ACORDOS REGIONAIS DE COMÉRCIO
SISTEMA BRASILEIRO DE COMÉRCIO EXTERIOR
TERMOS DE COMÉRCIO INTERNACIONAL
POLÍTICA BRASILEIRA DE EXPORTAÇÃO
EXPORTAÇÃO
SISCOMEX - SIMULANDO UMA EXPORTAÇÃO
POLÍTICA BRASILEIRA DE IMPORTAÇÃO
IMPORTAÇÃO
SIMULANDO UMA IMPORTAÇÃO
CARACTERIZAÇÃO E EVOLUÇÃO DO 
COMÉRCIO INTERNACIONAL DE BENS 
AGROPECUÁRIOS E ALIMENTOS
A DINÂMICA DE INSERÇÃO INTERNACIONAL DO 
AGRONEGÓCIO BRASILEIRO
PADRÕES DE COMPETITIVIDADE 
INTERNACIONAL
LOGÍSTICA INTERNACIONAL NO AGRONEGÓCIO
COMÉRCIO EXTERIOR NO 
AGRONEGÓCIO
PROF. CLAUDIO ZANCAN
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 4
INTRODUÇÃO
Toda pessoa, independentemente de onde mora, do nível de renda ou mesmo 
cultural, necessita de alguns bens essenciais à manutenção de sua vida, como abrigo, 
vestimentas e alimentos. Sem a combinação destes três bens essenciais, as condições 
de vida dessa pessoa estarão comprometidas. Cada um desses bens é produzido por 
um setor na economia. O setor econômico da construção civil constrói residências, 
que é a forma contemporânea de abrigo. O setor têxtil e de confecções, elaboram as 
vestimentas, sendo que o setor do agronegócio produz os alimentos.
Por produzir bens considerados essenciais à vida humana, esses três setores estão 
presentes em todos os países do mundo. Contudo, é justamente o setor que produz 
alimentos que assume uma posição de destaque. À medida em que apresenta grande 
diversidade de bens produzidos, uma estrutura de produção complexa/heterogênea 
e, igualmente, por ser uma atividade que ocupa grande quantidade da área territorial 
de todos os países.
Além disso, não podemos deixar de considerar que é grande a importância que 
a comercialização internacional de alimentos assume para o desenvolvimento de 
qualquer economia no cenário global. Por meio desse tipo de comércio, os países 
vendem excedentes produtivos e disponibilizam aos mercados consumidores, bens 
e serviços que ele não produz. Esta relação também é somada a interesses, acordos 
políticos e econômicos, deixando a interação entre países ainda mais complexa.
Entretanto, as práticas decorrentes da globalização dos mercados têm promovido 
profunda modificação nas formas de atuação empresarial e governamental, 
especialmente no tocante aos procedimentos adotados para fazer o comércio 
internacional acontecer no ambiente do Agronegócio. Essa integração econômica e 
comercial tem mostrado importância ao longo do tempo, desenvolvendo economias 
e proporcionando melhoria nas condições de vida da população de diversos países.
Nesta perspectiva, o Brasil vem se tornando um país especialista na produção 
e exportação de bens do agronegócio. Isso decorre, justamente, em virtude da 
abundância dos fatores naturais que nosso país detém. Principalmente, por ser 
considerado um especialista na produção, bem como, no fato de que grande parte 
da produção do agronegócio se destina aos mercados internacionais. Isso desperta 
para a necessidade de que universidades, centros de pesquisa, profissionais e outras 
COMÉRCIO EXTERIOR NO 
AGRONEGÓCIO
PROF. CLAUDIO ZANCAN
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 5
organizações relacionadas ao agronegócio e às transações internacionais tenham 
profundo conhecimento sobre o setor, peculiaridades e dinâmicas.
Para orientar este entendimento, este livro contribuirá para que os leitores 
compreendam os procedimentos, trâmites e fluxos que deverão ser seguidos por 
empresas do Agronegócio que objetivam comprar bens ou serviços de outros países, 
bem como, vender a produção para mercados estrangeiros. Por isso, os temas abordados 
aqui são úteis tanto para a compreensão da dinâmica das relações comerciais na arena 
internacional, quanto para a aplicação no cotidiano profissional.
No decorrer do estudo, você terá oportunidade de compreender os aspectos técnicos 
do comércio exterior, pois sem o conhecimento deles, não é possível atuar na área. 
O objetivo principal aqui é proporcionar conhecimentos gerais, relativos aos padrões 
internacionais do comércio, e quando devem ser utilizados, sem visar o esgotamento 
do assunto, mas sim, instigar e fomentar a pesquisa nesta temática.
Especificamente, são discutidos neste livro os seguintes temas:
• Conceitos Econômicos e Financeiros relacionados ao Comércio Internacional;
• Regime de Comércio Internacional;
• Acordos Regionais de Comércio (ARC);
• Sistema Brasileiro de Comércio Exterior;
• Termos de Comércio Internacional (INCOTERMS);
• Exportação e importação, aspectos regulatórios e operacionais;
• O que significa Comércio Internacional?;
• A dinâmica de inserção internacional do Agronegócio Brasileiro;
• Padrões de competitividade e logísticos do Agronegócio Brasileiro.
Vale ressaltar que a escolha destes temas foi realizada com o objetivo de trazer 
à discussão os aspectos mais relevantes que envolvem o Agronegócio e Comércio 
Internacional. Isso implica reconhecer que nem todas as áreas foram contempladas. 
No entanto, a compreensão dos conceitos, teorias, processos e relações apresentados 
nessa obra o qualifica a aprofundar o entendimento desse assunto tão rico e importante 
para a sociedade.
Por fim, desejo que este texto forneça uma base sólida para compreender as 
transações internacionais relacionadas ao agronegócio. Também espero que este 
arcabouço conceitual possibilite a expansão dos seus horizontes, motivando a busca por 
aperfeiçoamento profissional constante no desenvolvimento do comércio internacional.
COMÉRCIO EXTERIOR NO 
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AULA 1
CONCEITOS ECONÔMICOS E 
FINANCEIROS RELACIONADOS 
AO COMÉRCIO INTERNACIONAL
Nesta primeira aula, convido você a conhecer os pressupostos fundamentais da 
Economia e da Gestão Financeira Internacional. Estes conceitos básicos proporcionam 
o entendimento teórico necessário da estrutura econômica e financeira que envolvem 
todos os players1 que atuam no mercado internacional. Cenário este, que permeia as 
empresas do agronegócio brasileiro, bem como, envolve aqueles profissionais que 
atuam ou pretendem atuar neste fabuloso tabuleiro que envolve a gestão financeira 
do comércio internacional.
1.1 Gestão Financeira Internacional
O que significa Gestão Financeira Internacional? Se procurarmos no Buscador Google 
encontraremos esta definição como a mais representativa de todas:
“Gestão Financeira Internacional compreende o conjunto de 
processos, métodos e ações que permitem uma empresa 
controlar, analisar e planejar suas atividades financeiras 
internacionais (GOOGLE, 2021).
Neste início, peço que você pense o seguinte: toda empresa do agronegócio busca 
crescer e, de forma direta, ganhar mais dinheiro com o Comércio Internacional. A 
Gestão Financeira Internacional é o caminhoque possibilita isso a elas.
1 Player é uma palavra de origem inglesa e que é traduzida para o português como jogador ou 
tocador. Em negócios internacionais, player pode ser compreendido como uma pessoa física ou jurídica 
que estabelece relações de comércio no contexto internacional. 
COMÉRCIO EXTERIOR NO 
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Figura 1 – A Gestão Financeira Internacional
Fonte: GSTATIC, (2021) Disponível em: <https://gstatic.com/content/45.jpg> Acesso em: 23 out. 2021.
Para conhecer e dialogar com os principais conceitos que envolvem este tipo de 
gestão financeira, iniciaremos nosso estudo em Comércio Exterior explorando as 
escolas de pensamento que permeiam os principais pensadores e profissionais desta 
área de conhecimento.
É com base nestas escolas que você decidirá qual perspectiva econômica poderá 
ser adotada nas transações financeiras internacionais que são desenvolvidas no 
agronegócio brasileiro. 
Vamos lá?
1.1.1 Escolas de Investimento
Para Mello (2020) são duas as grandes escolas teóricas de investimentos que dão 
todo o suporte teórico para o desenvolvimento da Gestão Financeira Internacional: a 
Escola de Análise Fundamentalista e a Escola de Análise Técnica. 
O quadro a seguir ilustra as características de cada uma destas escolas:
https://files.oglobo.com/wp-content/uploads/232.jpg
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Análise Fundamentalista Análise Técnica
A análise fundamentalista baseia-se no estudo 
dos demonstrativos financeiros e das tendências 
futuras de desempenho econômico da empresa e 
do setor em que atua, para formular opiniões sobre 
o valor da ação da empresa analisada.
A análise técnica (ou análise grafista) examina 
o comportamento do preço das ações por meio de 
índices e gráficos de preços do próprio mercado, 
para captar tendências de alta (e comprar) ou baixa 
(e vender).
Quadro 1 – Características das Escolas Teóricas de Investimento 
Fonte: Adaptado de Mello (2020, 18)
A forma de analisar a perspectiva da gestão financeira a partir destas duas óticas 
teóricas apresentadas demonstram duas maneiras distintas que o gestor financeiro 
se depara ao operar no mercado internacional. A maneira fundamentalista, calcada 
em demonstrativos financeiros consolidados, ou a técnica, que opera, sobretudo, em 
movimentos de compra e venda em mercado de ações.
Importante destacar que a existência das diferentes características relatadas 
não atribui grau de superioridade ou inferioridade a qualquer uma delas. Ambas são 
poderosíssimas neste processo de gestão. Porém, cabe a você escolher a que mais 
se enquadra com o perfil da empresa gerenciada.
Para você que achava que era somente teoria e mais teoria: encara este desafio?
ISTO ESTÁ NA REDE
Sabe aquele momento em que lhe perguntam qual caminho de uma bifurcação 
seguir e você não tem ideia de qual deles é o melhor?
Muita gente já se deparou com essa situação no mundo dos investimentos 
financeiros e a dúvida está em escolher entre a análise técnica e a fundamentalista. 
O inusitado é que, depois de escolher um dos caminhos para seguir, você acaba 
percebendo que a outra opção também levaria ao mesmo lugar, visando sempre 
maiores ganhos para sua empresa. 
Entenda mais sobre quais são as bases de pensamento de cada escola de 
investimentos, suas diferenças e se elas podem se relacionar ou não.
Acesse e descubra muito mais informações em:
https://www.infomoney.com.br/colunistas/convidados/analise-tecnica-ou-
fundamentalista-como-tirar-proveito-das-duas-escolas/
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1.1.2 Ensinamentos Econômicos à Gestão Financeira Internacional
A Economia de Finanças, com foco no estudo do comportamento dos mercados 
financeiros, oferece valiosos ensinamentos para os gestores de finanças internacionais. 
Assim, neste instante vou apresentar os cinco conceitos básicos para o estudo das 
finanças internacionais. A importância do conhecimento destes conceitos, permeiam 
todo o entendimento que faremos neste curso de Comércio Internacional. Os conceitos 
são listados a seguir:
• Trade off entre risco e retorno;
• Arbitragem;
• Eficiência de Mercado;
• Precificação dos ativos de capital.
• Estrutura a termo das taxas de juros.
Como um bom profissional do Agronegócio você precisa conhecer estes conceitos 
de forma detalhada para o pleno desenvolvimento e sucesso nas relações de 
comércio internacional. Os dilemas que o gestor financeiro se depara nas negociações 
internacionais determinam a forma com que ele operará nos mercados externos.
Siga adiante!
1.1.2.1 Trade off entre risco e retorno
O primeiro conceito básico compreende a relação entre os conceitos de risco e 
retorno. Os economistas fazem uma distinção entre esses dois conceitos baseados 
nos dilemas listados a seguir, conforme observamos em Mello (2020, p. 68).
1o DILEMA
Em situações de risco, conhece-se a distribuição de probabilidades do evento 
futuro.
Um exemplo simples para seu entendimento, está na probabilidade que você, 
estudante de Agronegócios, possui em concluir esta disciplina de Comércio Exterior 
com excelente menção ao término do seu estudo. Ou ainda, a probabilidade que 
uma empresa americana possui de receber um calote internacional em uma relação 
comercial estabelecida com o governo do Afeganistão.
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2o DILEMA
Em situações de incerteza, não se conta com uma distribuição de probabilidades. 
Ou seja, se navega no escuro.
Em outro exemplo simples, podemos considerar as chances de que haja uma 
tempestade gigantesca de areia no cerrado brasileiro, especificamente, no Congresso 
Nacional, em Brasília, durante a posse do novo presidente brasileiro nas eleições de 
2022. Ou seja, se a relação comercial estabelecida entre duas empresas possui alta 
incerteza, qualquer coisa pode acontecer!
3o DILEMA
Existem maneiras técnicas para avaliar o risco e, em menor grau, a incerteza.
As pessoas no geral, inclusive você e eu, apresentam grande aversão ao risco. Para 
assumir maiores riscos, todos necessitamos de uma compensação maior. Não seria 
diferente no Comércio Internacional: quanto maior o risco, maior a taxa de retorno 
desejada por qualquer um dos participantes. 
Como exemplo, podemos imaginar o próprio processo do descobrimento do território 
brasileiro por meio dos europeus. Imaginem, naquela época, pessoas embarcavam 
em um frágil barco rumo ao total desconhecido no oceano Atlântico. Porém, a busca 
por uma grande compensação, envolvendo tesouros magníficos, financiaram e 
desenvolveram a navegação em diversas nações europeias neste período. Ou seja, 
os riscos de insucesso eram plenamente aceitáveis quando confrontados com as 
possibilidades de ganho.
Entre os investidores do Agronegócio brasileiro, a diversificação de carteiras de 
investimento é muito usada. Para as empresas, isso ocorre por meio do casamento 
de prazos ou de moedas, ou pela diversificação de clientes ou de fornecedores. Do 
mesmo modo, diversas operações de hedge2 para o câmbio e para as taxas de juros 
são utilizadas.
4o DILEMA
Relação entre risco e retorno.
2 Hedge é um instrumento de proteção que pode ser fundamental para empresas e investidores 
se protegerem contra os riscos provocados pelas oscilações do mercado financeiro. O objetivo, neste 
caso, é garantir um preço de compra ou venda futura, e não lucrar com a operação (ASSAF NETO, 
2008).
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Com toda a certeza este é o principal de todos os dilemas apresentados até agora. 
A taxa de retorno é o lucro obtido com o investimento realizado. Existem diferentes 
maneiras de calcular o lucro, principalmente para investimento em ações. O lucro, 
nesse caso, decorre da valorização da ação (que não representa um fluxode caixa), 
acrescida do dividendo pago (esse sim, um fluxo de caixa). O gráfico apresentado a 
seguir mostra o dilema risco-retorno para ações: 
Gráfico 1 – Dilema Risco-Retorno para ações
Fonte: Mello (2020, 69).
No gráfico apresentado, a reta AB mostra o percentual de poupança do investidor 
usado para o investimento em ações. À medida que o investidor compromete um 
percentual maior de seu portfólio com a compra de ações (indo de A para B), o retorno 
médio esperado sofre aumentos, mas o mesmo ocorre com o risco correspondente. 
Uma medida de risco muito utilizada em finanças é o desvio-padrão de uma distribuição 
normal de retornos.
Para informar e relembrar temos que o desvio-padrão é a quantidade média de 
variabilidade em um conjunto de dados qualquer. Ele informa, em média, o quão longe 
cada valor está da média. Um desvio padrão alto significa que os valores geralmente 
estão longe da média, enquanto um desvio padrão baixo indica que os valores estão 
agrupados perto da média (DAL-ZOT; CASTRO, 2015).
COMÉRCIO EXTERIOR NO 
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ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
No comércio internacional de produtos do agronegócio, muitas pessoas encaram 
o trading3 como novidade, ainda pouco conhecida. Entretanto, esta modalidade 
de negócios já está há vários anos presente no cenário do agronegócio brasileiro, 
não sendo poucos aqueles que transformaram o seu modo de vida em torno 
deste assunto. Há diversas fontes para se aprofundar no estudo sobre trading. 
Uma das principais é por meio do depoimento de especialistas desta área. Ao 
consultar opiniões “reais” de corretores e consultores sobre as principais operadoras 
do mercado, tem-se a possibilidade de ir muito mais além neste jogo financeiro. 
Assim, para ilustrar este conceito, é sugerido o acesso ao portal eletrônico: 
Trading no Brasil. Nesta plataforma digital é possível acessar pontos de vistas de 
profissionais que atuam diretamente neste mercado, e talvez mais importante do 
que isso, aprender técnicas, conhecimentos e valores que configuram a vida destes 
profissionais envolvidos em trading. 
Acesse: Trading no Brasil, no link http://www.tradingnobrasil.com/ e aprenda 
com base na experiência destes profissionais como você pode participar deste 
importante mercado.
1.1.2.2 Arbitragem
O segundo conceito essencial no estudo das finanças internacionais é a arbitragem.
Para Mello (2020, p. 70) a arbitragem é definida como: “a compra de ativos ou 
commodities em um mercado para uma revenda imediata em um outro mercado, a 
fim de se beneficiar de um diferencial de preços”.
Neste contexto, a arbitragem baseia-se na lei do preço único, segundo a qual os 
diferentes mercados que negociam o mesmo produto convergirão para um mesmo 
preço, existindo apenas diferenças equalizadoras (custos de transportes, diferenças 
de tributação e outros elementos de fricção). O pré-requisito é que haja troca de 
informação entre os mercados e a mobilidade de capitais. No mercado de câmbio, a 
arbitragem é fundamental.
Graças à arbitragem, existe uma regularidade na precificação das diferentes taxas 
de câmbio e o funcionamento do mercado cambial ocorre por meio de taxas cruzadas 
de câmbio. O processo de arbitragem pode envolver os seguintes elementos:
3 Trading é uma modalidade de investimento de curtíssimo prazo, que consiste na compra e venda de ações de alta liquidez. O que o 
formato traz é seu alto potencial para rendimentos em um só dia ou mesmo em minutos. As negociações do tipo trading acontecem online, por 
meio de uma plataforma chamada home broker, que realiza toda a operação remota e segura.
http://www.tradingnobrasil.com/
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• Aspectos fiscais;
• Transferência de riscos;
• Regulação governamental.
Um exemplo que ilustra bem o conceito de arbitragem no mercado de câmbio pode 
ser verificado na seguinte situação: 
Um profissional de Comércio Exterior da filial brasileira de uma grande empresa 
americana agroindustrial, decide fazer uma viagem internacional para visitar uma feira 
de exposições de agronegócios na Alemanha. No entanto, ao fazer a solicitação do 
pagamento com os custos da viagem, ele percebe que o prazo para esta solicitação 
estava encerrado. Ou seja, a empresa não aceitava mais os pedidos para o pagamento 
destes custos. Além disso, os custos da viagem seriam pagos em Euros.
Como ele acompanha o mercado internacional e a variação do valor das moedas 
internacionais, decide fazer a viagem pagando as despesas do próprio bolso. Para 
tanto, esse profissional realiza um processo triangular de arbitragem cambial, pois 
em anos anteriores, para investir, ele tinha comprado dólares americanos a um custo 
menor do que o atual, com seu salário pago em reais. 
Ao comprar dólares americanos com reais e depois trocar esses dólares por euros, o 
processo de arbitragem cambial ocorre na prática. Isso acontece com base nas taxas 
cruzadas de câmbio entre o Real e o Euro, pois possibilitam que os valores estejam 
relacionados, mesmo com diferentes valores nominais e tempos.
1.1.2.3 Eficiência de Mercado
O terceiro conceito fundamental para o estudo das finanças internacionais é 
a eficiência de mercado. Um mercado eficiente é aquele cujos preços das ações 
negociadas, prontamente, incorporam novas informações. Mello (2020) identifica a 
existência de uma hipótese subjacente nesse enfoque, identificada como hipótese das 
expectativas racionais. Ou seja, “as expectativas podem ser racionais, no sentido de 
uma avaliação de retornos futuros de um ativo, sob condições pensadas de avaliação 
de riscos” (MELLO, 2020, 69).
COMÉRCIO EXTERIOR NO 
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ANOTE ISSO
O pressuposto das expectativas racionais é um conceito econômico formulado 
pela primeira vez por John Muth, em 1961, e que se popularizou após a publicação 
de artigo assinado por Robert Lucas e Leonard Rapping em 1969, sobre salário 
real, emprego e inflação. O cerne desse conceito está baseado na hipótese 
de que os agentes econômicos utilizam toda a informação disponível sobre o 
atual comportamento e as previsões para o futuro da economia. Com base na 
experiência e nessas informações, os agentes antecipam de forma racional as 
atitudes e políticas futuras do governo, reagindo no presente em consonância com 
as expectativas formadas e anulando em algum grau a efetividade dessas políticas. 
A hipótese das expectativas racionais é considerada como o marco teórico da nova 
economia clássica e se tornou popular entre os economistas a partir da década de 
1970, sendo largamente utilizada em modelos e na análise macroeconômica. Ao 
tratar de aspectos de comportamento dos agentes, a hipótese das expectativas 
racionais lida também com o conceito de risco moral, motivando estudos nessa 
área e influenciando a chamada economia comportamental.
Fonte: WIKIPEDIA, 2021. https://pt.wikipedia.org/wiki/Expectativas_racionais 
1.1.2.4 Precificação dos ativos de capital
O quarto conceito essencial ao estudo das finanças internacionais é a precificação 
dos ativos de capital. Esse conceito se refere à maneira pela qual os valores mobiliários 
são avaliados em linha com os riscos e retornos antecipados. O modelo chamado 
Capital Asset Pricing Model (CAPM) é muito utilizado para fins de precificação e para 
guiar decisões financeiras. CAPM é a sigla para Capital Asset Pricing Model, que 
significa em português “Precificação de Ativos Financeiros”.
O CAPM parte do modelo de escolha da carteira desenvolvido por Harry Markowitz 
, em 1959. Neste modelo de Markowitz, um investidor escolhe uma carteira em um 
momento t - 1 que produza um retorno estocástico em t. O modelo admite que os 
investidores sejam avessos ao risco e que, ao escolherem entre carteiras, preocupem-se 
apenas com a média e a variação do retorno de seu investimento de um período. Ou 
seja, este modelo constitui umaforma de analisar e investigar as relações existentes 
entre o risco e o retorno esperado de um investimento (ASSAF NETO, 2008).
De acordo com o Modelo CAPM, é possível explicarmos o prêmio de risco – taxa 
esperada de retorno menos a taxa livre de risco – para cada ativo financeiro. Ou seja, 
o modelo CAPM é usado para montar carteiras de investimentos e para selecionar 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nova_economia_cl%C3%A1ssica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nova_economia_cl%C3%A1ssica
https://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9cada_de_1970
https://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9cada_de_1970
https://pt.wikipedia.org/wiki/Macroeconomia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Risco_moral
https://pt.wikipedia.org/wiki/Expectativas_racionais
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as ações que compõem o portfólio de investimentos. A interpretação do CAPM deve 
ser realizada através da avaliação do retorno que um ativo pode oferecer em relação 
ao seu risco intrínseco – isto é, o risco não-diversificável, que não depende, portanto, 
da atuação ou escolha do investidor. Um exemplo de cálculo do CAPM é verificado 
a seguir:
Calcule o retorno exigido para um investimento (Ri), sabendo que os títulos públicos 
pagam 9%, o mercado remunera a 10% e o beta CAPM é 1,5.
Cálculo: Ri = 9% + 1,5 (10% - 9%) = 10,5%.
Como é possível observar nesta equação acima, o beta tem influência sobre a 
diferença entre o retorno de mercado esperado e o retorno livre de risco, que é o 
prêmio pelo risco assumido. De outra forma: o prêmio é de 1% e o beta de 1,5 incidiu 
sobre esse prêmio, produzindo resultado de 1,5%, que, somado aos 9% do retorno 
livre de risco, chega aos 10,5%, conforme calculado pela fórmula (Fonte: adaptado 
de ASSAF NETO, 2008).
1.1.2.5 Estrutura a termo das taxas de juros
O quinto e último conceito trata da distribuição da dívida, ao longo dos anos, e de 
como se estabelecem juros de curto, médio e longo prazos. Os mercados financeiros 
utilizam, com frequência, estratégias com base no comportamento temporal das taxas 
de juros. Uma das operações mais utilizadas por tesourarias de bancos baseia-se, 
inclusive, na arbitragem entre diferentes curvas de yield4.
Uma maneira de representarmos a estrutura a termo das taxas de juros é pelas 
yield curves. A curva ilustra a dependência do retorno em relação ao prazo de seu 
vencimento. O gráfico a seguir mostra uma típica yield curve:
4 Yield curve é uma linha que traça os rendimentos, em termos de taxa de juros, de títulos com qualidade de crédito igual, mas com datas 
de vencimento diferentes. Essa expressão também pode ser denominada como curva a termo, curva de rendimentos ou, ainda, curva de juros 
(Fonte: ASSAF NETO, 2008).
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Gráfico 2 – Exemplo de yield curve
Fonte: Mello (2020, 73).
No gráfico, o eixo horizontal mostra o número de anos até o vencimento (n). No 
eixo vertical, apresenta-se a taxa de retorno esperada (y ou yield). Cada ponto da curva 
mostra o yield em relação aos anos, até o vencimento. Para construirmos a curva, em 
geral, comparamos as debêntures com diferentes prazos de vencimento (maturidade) 
e calculamos as taxas implícitas de retorno anual. 
1.2 Principais Funções da Gestão Financeira Internacional
Em linhas gerais, as funções da gestão financeira internacional referem-se ao 
planejamento estratégico e controle de todos os recursos financeiros envolvidos em 
uma operação de comércio internacional, ou seja: investimentos, despesas, avaliações 
de risco, pagamentos, patrimônio, fretes, seguros, entre outros (ASSAF NETO, 2008).
1.2.1 Gestão do Risco
Em nossos dias, a gestão do risco compreende um novo conceito e área de estudo, 
sendo que os profissionais atuantes no agronegócio brasileiro que se dedicam a essa 
qualificação estão entre aqueles que são muito disputados pelas empresas. Isso ocorre 
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porque a gestão do risco mostra, com clareza, aos administradores os riscos e retornos 
de qualquer decisão estratégica no nível tanto institucional quanto transacional.
Em uma melhor definição, a gestão de risco é “o conjunto de atividades coordenadas 
que têm o objetivo de gerenciar e controlar uma organização em relação a potenciais 
ameaças, seja qual for a sua manifestação”. Isso implica o planejamento e uso dos 
recursos humanos e materiais para minimizar os riscos ou, então, tratá-los (Fonte: 
ASSAF NETO, 2008).
No comércio exterior que envolve o contexto do agronegócio, a gestão de risco é o 
processo de identificar e administrar os riscos existentes em uma operação comercial. 
Essa é uma das tarefas mais importantes de qualquer gestor ou profissional de comércio 
exterior que atue na gestão financeira de uma fazenda ou agroindústria. 
Vale mencionar que no agronegócio há fatores de risco de diversas fontes, tanto do 
próprio sistema quanto relacionadas a fatores agronômicos, climáticos, de mercado e 
de estratégia organizacional. Qualquer evento incerto que possa impactar um negócio 
e ao qual é associada uma probabilidade de ocorrência, é considerado um fator de 
risco. Entende-se, portanto, o risco como incerteza.
Existem várias técnicas de gestão de risco, que se apoiam em diversos instrumentos 
do mercado, tal como operações de hedge em mercados futuros e de opções. As 
empresas agroindustriais que operam no mercado internacional, em adição ao padrão 
das normas de gestão de risco de empresas que operam em um mercado doméstico, 
têm de lidar com o risco. Entre os principais riscos observados, tem-se:
• Riscos do ambiente econômico;
• Riscos do ambiente político-legal;
• Riscos do ambiente cultural;
• Grande dívida externa;
• Governos instáveis;
• Tarifas ou outras barreiras comerciais;
• Corrupção;
• Entre outros.
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1.2.2 Risco Cambial e Sistemas de Flutuação
Basicamente, o risco cambial que determina o valor de uma moeda pode ser dividido 
em dois sistemas: sistema de flutuação livre e sistema de flutuação administrada ou 
também conhecido como “dirty floating”.
No sistema de flutuação livre, os governos e os bancos centrais não têm participação 
no controle do câmbio. Eles atuam na regulação do mercado para a minimização de 
fraudes, porém, não interferem na livre flutuação do valor das moedas. Ou seja, no 
sistema de câmbio flutuante, as operações de compra e venda de moedas funcionam 
sem controle por parte do governo. Dessa forma, o valor das moedas estrangeiras 
varia de acordo com a lei da oferta e demanda presente no mercado, flutuando para 
cima e para baixo.
Para Mello (2020), a vantagem desse sistema cambial é que ele se autorregula. 
Em outras palavras: as próprias forças de mercado se encarregam dessa tarefa de 
regulação, inibindo, via variação na taxa de câmbio, grandes deslocamentos de oferta 
ou demanda. Além disso, a taxa de câmbio é apenas um preço. Desse modo, as forças 
específicas de oferta e demanda de seu próprio mercado é que devem atuar, e não o 
conjunto da economia. Isso aumenta a eficiência de mercado na visão econômica e 
dos adeptos deste sistema. 
A grande desvantagem em se optar por uma taxa de câmbio flutuante é a 
imprevisibilidade que esse sistema proporciona para os atores do mercado. É sempre 
importante considerar que no comércio internacional, as taxas de câmbio flutuantes 
aumentam o risco das transações no mercado e, portanto, aumentam o custo de 
efetuar negócios com outros países.
Para Mello (2020), dois alertas precisam ser feitos: o primeiro é que o fato de o 
câmbio ser flutuante não significa que ele tenha de ser volátil todo o tempo, pois o 
sistema pode ser muito estável e previsível. O segundo é que a comunidade financeira 
internacional já desenvolveu mecanismos para administrar esse risco, entre eles, os 
derivativos de câmbio5.
5 Derivativosde câmbio são aplicações financeiras que derivam de outros valores e por isso têm esse nome. No mercado de câmbio, 
por exemplo, os derivativos são aplicações que derivam do valor do dólar. Há vários tipos de operações, mas três são mais conhecidas: mercado 
a termo, mercado futuro e mercado de opções (Fonte: ASSAF NETO, 2008).
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ISTO ESTÁ NA REDE
O câmbio flutuante é o padrão do mundo moderno e um dos pilares da política 
econômica brasileira. Nesse regime cambial, as cotações das moedas flutuam 
livremente conforme a oferta e demanda do mercado. Mas, isso não significa uma 
ausência total de interferência do governo, pois a maioria dos países (incluindo 
o Brasil) intervém em alguma medida para controlar oscilações bruscas da taxa 
de câmbio. Por isso, é importante que você entenda exatamente o que é, como 
funciona e quais são as vantagens do câmbio flutuante no Brasil e no mundo. 
Continue lendo e fortaleça seu repertório econômico.
Acesse:
https://www.capitalresearch.com.br/blog/investimentos/cambio-flutuante/
De outra forma, no sistema de flutuação administrada ou dirty floating, o câmbio 
flutua, porém, o governo ou Banco Central do país intervém comprando e vendendo 
moedas, de modo a influenciar a formação da taxa de câmbio. Essa intervenção tem por 
objetivo prevenir excessivas variações na taxa de câmbio, dando maior previsibilidade 
ao câmbio. 
No entanto, essa intervenção tem um problema: seu alvo são as taxas de câmbio que, 
naturalmente, não existiriam se as forças de demanda e oferta funcionassem livremente, 
de acordo com os fundamentos do mercado. Por isso, em determinadas situações, o 
sistema pode viabilizar taxas artificiais e distorcidas. Percebe-se, desta forma, que um 
dos motivos do uso do sistema de flutuação administrada é a possibilidade gerada pelo 
controle da depreciação da moeda do país, e assim, viabilizar condições superiores 
para as exportações.
Pois bem, em países com inflação elevada, pode ocorrer o efeito contrário, ou seja, o 
Banco Central administra o sistema de câmbio para valorizar a moeda nacional e, assim, 
diminuir os preços dos produtos importados. Assim, temos que o objetivo da flutuação 
administrada é o de suavizar a volatilidade no mercado de câmbio. Isso ocorre, porque 
uma grande flutuação no preço da moeda estrangeira pode gerar imensos prejuízos 
para a economia de qualquer país, entre eles: inflação, incerteza para administração 
dos negócios, fuga de capitais de investidores estrangeiros, entre outras coisas.
No Brasil, o sistema de câmbio flutuante foi adotado em 1999, durante a execução 
do Plano Real. Antes de aderir a esse regime, o país praticava o câmbio fixo, onde o 
valor do câmbio era fixado internamente. Com a mudança, o Brasil passou a operar 
no chamado câmbio flutuante sujo, no qual o Banco Central realizava intervenções 
https://www.capitalresearch.com.br/blog/investimentos/cambio-flutuante/
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eventuais para conter movimentos desordenados do mercado. Isso significa que, 
quando há alterações bruscas no valor de uma moeda, o Banco Central brasileiro 
entra em ação comprando ou vendendo reservas para manter o câmbio em um nível 
aceitável.
Exemplo desta situação é o atual valor do dólar que, em plenos anos de 2021, atinge 
sua cotação mais alta desde o Plano Real. Vale lembrar que quando o Plano Real foi 
lançado, em junho de 1994, o dólar era cotado a R$ 1. No momento que este texto 
está sendo escrito, este valor se aproxima de R$ 5,80. Que diferença!!!
Aprenda muito mais sobre o câmbio brasileiro, acessando este link:
https://www.bcb.gov.br/estatisticas/estatisticascambio
Figura 2 – O equilíbrio dos regimes cambiais
DREAMSTIME. Banco de imagens, 2021. Disponível em: <https://dreamstime.net/255.jpg> Acesso em: 23 out. 2021.
1.2.3 Gestão de Risco de Empresas atuantes no Comércio Exterior
Para Mello (2020), existem quatro mecanismos principais para administrar a gestão 
de risco para as empresas que operam no comércio exterior. Estes mecanismos são 
chamados de hedge e suas principais características são apresentadas no quadro a 
seguir.
https://files.oglobo.com/wp-content/uploads/232.jpg
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Descrição Características/exemplos
Internos: uma empresa que vende seu(s) 
produto(s) em diversos mercados pode 
selecionar moedas para fazer casamentos na 
mesma moeda entre custos e receitas.
A empresa BMW fabrica carros no Brasil, vende-os em 
dólares nos Estados Unidos e usa esses dólares para 
comprar auto partes no mercado norte-americano e 
enviá-las para o Brasil.
Contratos a termo: uma empresa compra 
moeda estrangeira no mercado a termo e fixa 
sua taxa de câmbio
É um mecanismo muito usado para cobrir o risco de 
exposição da transação, que compreende os fatores 
de incerteza do negócio que podem afetar o retorno 
de um negócio ou transação.
Contratos de futuros e de opções: esses 
contratos existem para poucas moedas, mas 
incluem o Brasil.
O mercado de futuros cria obrigações, enquanto o 
mercado de opções se baseia em direitos (e não 
obrigações) e dá maior flexibilidade para a decisão. 
É um mercado que exige maior atenção dos hedgers6.
swaps de moedas: as empresas fazem acordos 
umas com as outras, para trocar fluxos futuros 
de pagamento em moedas diferentes e fixam 
datas para a compensação e liquidação.
Pode ser feito em Bolsa ou mercado de balcão, ou 
ainda via operações diretas entre empresas.
Quadro 2 – Tipos de Hedge 
Fonte: Adaptado de Mello (2020)
Como estratégia de negócios, muitas empresas optam por operar em uma faixa de 
taxa de câmbio que ela acha mais provável de acontecer. No entanto, podem ocorrer 
surpresas.
ISTO ESTÁ NA REDE
As empresas exportadoras no estado de Pernambuco tem boa percepção sobre 
as oportunidades e riscos do comércio exterior. No entanto, a existência de fatores 
nacionais, conjunturais e regionais, inibem o melhor desempenho delas. Veja como 
essas empresas fazem a gestão de riscos internacionais, acessando:
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/4494/1/arquivo6111_1.pdf
1.2.4 Estabilidade da Taxa de Câmbio
Como o último grande ponto de preocupação para as empresas decididas em operar 
o mercado internacional, com toda a certeza, compreende a estabilidade da taxa de 
câmbio. O regime de livre flutuação, adotado no Brasil, como o nome indica, depende 
6 Hedger é a denominação do agente econômico que busca dar proteção no mercado de derivativos, ou seja, visa fixar antecipadamente 
o preço de uma mercadoria ou ativo financeiro de forma a neutralizar o impacto de mudanças no nível de preços.
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de forças de oferta e de demanda, que estão sempre se alterando. Portanto, não há 
surpresa alguma quanto à oscilação. O problema aparece quando essa oscilação é 
muito forte e muito rápida. Este movimento é chamado de overshooting.
Para Fortuna (2020, p. 341):
Overshooting significa uma reação exagerada, irracional, dos 
mercados de levar preços de um ativo a valores extremos e fora das 
expectativas mais otimistas. Overshootings ocorrem em momentos 
onde a carga emocional dos participantes do mercado é alta, o que 
ajuda a acentuar o movimento.
Da mesma forma, Mello (2020) argumenta que um mercado cambial pode se dividir 
em duas categorias: instável e estável. O mercado cambial instável acontece quando 
um distúrbio em uma taxa de câmbio de equilíbrio empurra a taxa de câmbio cada 
vez mais longe do equilíbrio. 
Por sua vez, o mercado cambial estável acontece quando um distúrbio em uma taxa 
de câmbio de equilíbrio conduz ao surgimento de forças automáticas que empurram 
a taxa de câmbio de volta para o nível de equilíbrio. Para esse mesmo autor, essas 
condições de equilíbrio estão relacionadasà inclinação das respectivas curvas de 
oferta e demanda por câmbio.
Inclusive, no caso brasileiro, com um regime de câmbio flutuante, o próprio mercado 
determina o novo nível de equilíbrio da taxa de câmbio. O problema é que esse processo 
de equilíbrio automático pode durar muito tempo, criando efeitos negativos sobre a 
macroeconomia, tais como incertezas, expectativas pessimistas, adiamento de decisões 
sobre entradas e saídas de capitais e fluxos comerciais no mercado externo, entre outros. 
A partir deste contexto, você consegue perceber alguma coincidência com decisões 
econômicas que o Brasil adota e você assiste diariamente nos noticiários?
Pois bem, neste capítulo abordamos os principais conceitos econômicos e financeiros 
relacionados ao Comércio Internacional, abordando aspectos teóricos e práticos, 
aplicados ao comércio internacional. A importância da compreensão dos conceitos 
financeiros está relacionada com visões de se perceber como o mercado internacional 
se comporta no atual contexto global, ou seja, o funcionamento das regras do jogo! No 
próximo capítulo, examinaremos os principais regimes internacionais que permitem 
a você entender ainda mais sobre a lógica formal e estrutural de atuação no cenário 
internacional de negócios.
Até lá!
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AULA 2
REGIME DE COMÉRCIO 
INTERNACIONAL
No primeiro capítulo, você conheceu os pressupostos fundamentais da Economia e 
da Gestão Financeira Internacional. Agora, você conhecerá a dinâmica de funcionamento 
do comércio internacional, especificamente, sobre o regime internacional de comércio. 
Você será orientado em dois momentos: no primeiro momento, tem-se o conceito básico 
que define o regime internacional de comércio. Em seguida, de forma retrospectiva 
e histórica, você verá como a estrutura do comércio internacional se organizou com 
o passar dos anos e, principalmente, como ela está estruturada hoje, em termos de 
instituições e regras.
2.1 Regimes Internacionais
O que entendemos por regimes internacionais? Entre vários pesquisadores do 
comércio internacional que estudam os regimes internacionais, Krasner (1983, p.1) 
afirma que:
Regimes internacionais são definidos como princípios, normas, 
regras e processos de tomada de decisão em torno dos quais as 
expectativas de atores convergem para uma determinada área de 
interesse.
Para esse mesmo autor, com finalidade de alcançar benefícios coletivos, os 
participantes operam as relações de comércio internacional equilibrando, de um lado, 
fatores básicos, entre eles: poder, interesse e valores. Do outro lado, comportamentos e 
expectativas, com a relação comercial. Ou seja, a relação comercial é automaticamente 
regulada para atender estas premissas básicas.
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Figura 1 – Os Regimes Financeiros Internacionais
Fonte: DREAMS TIME (2021) Disponível em: <https://fdreamstime.com/content/154.jpg> Acesso em: 23 out. 2021.
Por isso, quando se fala sobre os princípios e normas que regem o comércio 
internacional, é preciso voltarmos ao Acordo Geral de Comércio e Tarifas (GATT) e, 
a partir de 1995, à Organização Mundial do Comércio (OMC). Pois, foi e é por meio 
dessas instituições, que o regime internacional de comércio se constituiu ao longo 
de décadas, com: reuniões, rodadas de negociações, acordos entre signatários, entre 
outros assuntos que moldaram a estrutura regimental que vivenciamos em nossos 
dias. Assim, este segundo capítulo foi construído para apresentar como ocorreu a 
evolução das instituições que regulamentam o Comércio Internacional. Topa o desafio?
2.1.1 Bretton Woods e o Regime de Comércio Internacional
Para entendermos o cenário global deste período inicial de nosso estudo, que 
permeia e define os atuais procedimentos utilizados no Comércio Exterior, é importante 
saber que, tanto a Primeira, quanto a Segunda Grande Guerra Mundial, culminaram na 
implantação de uma nova ordem liberal e multilateral no mundo. Essa ordem, liderada, 
principalmente, pelos Estados Unidos. Com o final das guerras, houve a necessidade 
de se estabelecer bases de um sistema econômico e comercial de abrangência global, 
configurado e impulsionado por meio das vontades e anseios de países declarados 
como vencedores deste conflito.
Assim, em 1944, foi realizada nos Estados Unidos a Conferência de Bretton Woods, 
que culminou na criação de importantes instituições econômicas internacionais, como 
o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Internacional de Reconstrução e 
Desenvolvimento (BIRD) e o Acordo Geral de Comércio e Tarifas (GATT). Especificamente, 
o GATT foi formado por 23 países, representando um marco para o regime internacional 
de comércio. Até hoje, a OMC se baseia nas decisões, procedimentos, práticas e 
instituições estabelecidas neste início. O Brasil está entre os países participantes que 
firmaram o GATT (FABRINI; PRATES, 2019).
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Figura 2 – Registro histórico do Acordo de Bretton Woods
Fonte: OGLOBO (2021) Disponível em: <https://files.oglobo.com/content/232.jpg> Acesso em: 23 out. 2021.
Assim, como é impossível estudar e entender os regimes internacionais de comércio 
sem citar a Organização Mundial do Comércio (OMC) e como esta se liga historicamente 
ao GATT, é essencial que se inicie o entendimento destas relações a partir de uma 
perspectiva histórica. Preparado para aprender mais?
ISTO ESTÁ NA REDE
Acordo de Bretton Woods ou ainda “Acordos de Bretton Woods” é o nome com que 
ficou conhecida uma série de disposições acertadas por meio de países aliados 
em julho de 1944, na mesma cidade norte-americana que deu nome ao acordo, no 
estado de New Hampshire, no hotel Mount Washington. O objetivo de tal encontro de 
nações era definir os novos parâmetros que iriam gerir a economia mundial após a 
Segunda Guerra Mundial.
Quer saber mais? 
Descubra em:
https://www.infoescola.com/historia/acordo-de-bretton-woods/
2.1.1.1 Acordo Geral de Comércio e Tarifas (GATT)
O GATT foi fundado por meio da assinatura de 23 países. Esse número sempre 
aumentou, alcançando 123 países na Rodada do Uruguai, em 1989. É válido afirmar 
que o GATT levou à criação da OMC. Por meio de um conjunto de normas, negociadas, 
acordadas e ratificadas pelos países-membros, a atuação do GATT sempre foi no 
sentido de redução das barreiras comerciais e buscar a liberalização do comércio 
internacional.
Os 23 países que fundaram o GATT foram: África do Sul, Austrália, Birmânia, Bélgica, 
Brasil, Canadá, Ceilão, Chile, China, Cuba, Checoslováquia, Estados Unidos, França, 
https://files.oglobo.com/wp-content/uploads/232.jpg
https://www.infoescola.com/historia/acordo-de-bretton-woods/
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Países Baixos, Índia, Líbano, Luxemburgo, Nova Zelândia, Noruega, Paquistão, Reino 
Unido, Rodésia do Sul e Síria (OMC, 2021).
Uma das predisposições do sistema Bretton Woods, regido pelo GATT, era a obrigação 
de que os países signatários1 adotassem uma política monetária que mantivesse a 
taxa de câmbio indexada ao dólar, que por sua vez, baseava-se no valor do ouro, numa 
base fixa de 35 dólares por onça (FABRINI; PRATES, 2019). 
Desde a sua criação, o GATT passou por momentos políticos, econômicos e 
institucionais que favoreceram mais o liberalismo comercial, nos anos de 1960. Em 
outros períodos, de maior protecionismo por parte dos países, como nos anos de 1970, 
especialmente, em virtude das ascensões do Japão e da União Europeia no cenário 
internacional. Finalizado com a suspensão do sistema Bretton Woods, em 1971, pelo 
então presidente norte-americano Richard Nixon.
ANOTE ISSO
Um dos pilares de Bretton Woods, a conversibilidade dólar-ouro foi posta abaixo 
pelo presidentenorte americano Richard Nixon, em 1971, diante da grande 
demanda mundial por ouro. Na medida que o capitalismo se desenvolvia, a moeda 
dos Estados Unidos tornou-se o dinheiro hegemônico nas reservas mundiais e a 
referência de todo o sistema financeiro mundial. 
Apesar da instabilidade comercial mundial que vigorou durante a década de 1970, 
foi nos anos de 1980 que o GATT apresentou os primeiros sinais de insolvência. 
Principalmente, orientado por ondas de recessão econômica dos países, fortalecimento 
do processo de regionalização comercial, aumento de práticas protecionistas, ascensão 
das relações bilaterais e práticas discriminatórias (FABRINI; PRATES, 2019). 
Foi neste cenário de desequilíbrio que ocorreu, entre os anos de 1986 e 1994, 
a Rodada do Uruguai, regida ainda pelo GATT. Após aproximadamente sete anos 
de intensa negociação, embates, exigências e concessões, inaugurou-se uma nova 
ordem econômica internacional, comandada pela recém-criada Organização Mundial 
do Comércio, ou simplesmente, OMC.
Os países em desenvolvimento, em particular o Brasil, participaram de forma ativa 
nessas negociações, mais do que em qualquer uma das outras realizadas sob o 
1 País signatário significa que o país subscreveu a algum tipo de manifesto, contrato, acordo, carta ou outro documento, com o qual 
concorda com o conteúdo apresentado (FONTE: VAZQUEZ, 2015).
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sistema do GATT. Para Rego (1997), a Rodada do Uruguai trouxe à discussão temas 
contemporâneos como: política ambiental, condições e normas de trabalho, políticas 
de investimentos, políticas de concorrência, imigração, questões monetárias, comércio 
e desenvolvimento. Como resultado, foram estabelecidos novos acordos e medidas 
com vistas ao fortalecimento das relações multilaterais, tais como: um novo Acordo 
Geral de Tarifas e Comércio (GATT 94), Acordo Geral sobre Comércio de Serviços 
(GATS), Acordo sobre Investimentos (TRIMS), Acordo sobre Direito de Propriedade 
Intelectual (TRIPS), acordos para solução de controvérsias, medidas antidumping, de 
salvaguarda, compensatórias, entre outras.
Figura 3 – Rodada do Uruguai do GATT
Fonte: DIRCOM (2021) Disponível em: <https://dircom.org.br/content/232.jpg> Acesso em: 23 out. 2021.
A Rodada do Uruguai se encerrou em 15 de abril de 1994, com a assinatura do 
Tratado de Marrakesh, por 123 países. Com isso, a partir de 1995, a gestão do sistema 
multilateral do comércio passou a ser responsabilidade da OMC, objetivando a busca 
pelo livre comércio e a igualdade entre as nações. Para Iramina (2009, p. 18):
A OMC, diferentemente do GATT, constituiu-se, assim, em uma 
organização permanente, com personalidade, Regime internacional 
de comércio, jurídica própria, com o mesmo status jurídico e 
internacional das duas instituições do Bretton Woods, ou seja, o FMI 
e o Banco Mundial. 
Porém, em 1999, a primeira rodada de negociação liderada pela OMC foi impedida 
por uma série de manifestações contrárias à globalização e à própria OMC, que 
ficou conhecida como Batalha de Seattle. Este acontecimento trouxe à tona duas 
questões: a transparência da organização junto à sociedade civil e o equilíbrio entre 
os interesses dos países desenvolvidos e aqueles em desenvolvimento (FABRINI; 
PRATES, 2019).
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ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
No filme americano, intitulado: Battle in Seattle, com direção e roteiro de Stuart 
Townsend, lançado em 1999, dezenas de milhares de pessoas vão às ruas de 
Seattle, em protesto contra a Organização Mundial de Comércio. De início o 
protesto era pacífico, pedindo o fim das conferências da OMC, mas logo se tornou 
um motim. O resultado foi a classificação de estado de sítio, que fez com que o 
Departamento de Polícia e a Guarda Nacional adotassem uma postura de combate 
aos manifestantes. O drama e a ação são características marcantes deste filme. Por 
isso, vale a sugestão!
2.1.1.2 Objetivo, Valores e Estrutura institucional do GATT
Conforme visto até agora, o principal objetivo do GATT foi a diminuição de barreiras 
comerciais e a garantia de que países-membros tivessem acesso mais justo aos mercados 
internacionais. Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, que estão entre os principais 
idealizadores do GATT, acreditavam que uma série de normas e regras padronizariam 
as relações comerciais e minimizariam as chances de um movimento protecionista, 
como aquele dos anos de 1930. Além disso, essa cooperação comercial aumentaria a 
interdependência entre os países e contribuiria para a redução da probabilidade de novas 
guerras mundiais (REGO, 1997). Assim, três valores pautaram sua criação:
1. Restrição e/ou eliminação de práticas intervencionistas governamentais;
2. Multilateralização das relações políticas e comerciais dos Estados, e;
3. Liberalização do comércio mundial.
Conforme se percebe com base em registros históricos (OMC, 2021), o organograma 
do GATT foi inicialmente composto pelo Diretor-Geral, por meio de Assembleias das partes 
contratantes, Conselho de Representantes e Comitês. A Assembleia dos Países Signatários 
se reunia anualmente e se constituía como o órgão máximo do GATT. Na maioria dos 
casos, as decisões eram tomadas por consenso. Porém, quando havia a necessidade de 
votação, cada membro tinha o direito a um voto e as decisões eram obtidas por meio da 
maioria simples de votos.
Porém, conforme destacam Fabrini e Prates (2019), havia exceções: quando um 
dos países-membros solicitava que alguma regra ou norma do GATT fosse ignorada, 
especificamente, por aquela nação, a aprovação exigia dois terços dos votos. Além disso, 
para modificar cláusulas do princípio da nação mais favorecida, era exigida a unanimidade 
dos votos. 
Entre as assembleias, havia reuniões do Conselho dos Representantes. Este conselho 
era formado por representantes dos países-membros e eram autorizados a exercer ações 
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rotineiras e algumas situações que exigiam urgência. Os comitês eram compostos por 
pessoas técnicas e subdivididos por setores, e encarregados do planejamento e ações 
específicas de interesse dos países signatários. Finalmente, a Diretoria Geral, com sede 
em Genebra (ilustrada a seguir), composta de diretor e secretários, responsáveis pelo 
desenvolvimento do comércio internacional, pelas estatísticas, sendo local para referência 
dos membros. 
Figura 4 – Sede do GATT em Genebra, Suíça
Fonte: OMC (2021) Disponível em: <https://wto.org/image42.jpg> Acesso em: 23 out. 2021.
2.1.1.3 Rodadas de Negociações do GATT
Ao todo, durante o período de 1947 a 1993, foram realizadas oito rodadas de 
negociações entre os países participantes do GATT. O quadro a seguir resume essas 
rodadas de negociações. Vamos conhecer as principais informações de cada uma 
delas?
ANO LOCAL ASSUNTO COBERTO PAÍSES
1947 Genebra Tarifas 23
1949 Annecy Tarifas 13
1951 Torquay Tarifas 38
1956 Genebra Tarifas 26
1960-1961 Genebra – Rodada Dillon Tarifas 26
1964-1967 Genebra - Rodada Kennedy Tarifas e Medidas Antidumping2 62
1973-1979 Genebra – Rodada Tóquio
Tarifas, Barreiras não tarifárias3 e acordos 
jurídicos
102
1986-1994 Genebra – Rodada Uruguai
Tarifas, Barreiras não tarifárias, normas, 
serviços, propriedade intelectual, têxteis, 
agricultura, criação da OMC, entre outros
123
Quadro 1 – Informações sobre as Negociações do GATT
Fonte: Adaptado de OMC (2021).
2 
Antidumping são medidas que combatem a prática da exportação de mercadorias a um preço abaixo do valor de mercado (Fonte: VAZQUEZ, 2015). 
3 
 Barreiras não tarifárias são quaisquer mecanismos e instrumentos de política econômica que influenciam o comércio internacional sem o usode mecanismos 
tarifários. As quotas para importação são exemplos de barreiras não tarifárias (Fonte: REGO, 1997).
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Nota-se, a partir deste quadro, que entre os anos de 1947 e 1961, o assunto abordado 
nas rodadas de negociação foi, principalmente, as tarifas. Assim, era esperado que 
ações neste sentido conduzissem a uma redução significativa nas tarifas de comércio 
internacional entre os países-membros e, consequentemente, à consolidação da 
liberalização comercial. Ênfase observada nos anos posteriores!
ISTO ESTÁ NA REDE
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou estudo mostrando que o 
Brasil enfrenta uma tarifa média de importação mais elevada do que as sobretaxas 
que incidem sobre bens exportados por países com características geográficas 
ou econômicas semelhantes. Segundo o estudo intitulado: Barreiras tarifárias 
enfrentadas pelas exportações brasileiras: uma comparação internacional, o Brasil 
está sujeito a uma tarifa média de importação de 4,6%, enquanto na média dos 
outros 17 países analisados neste estudo, essa taxa é de 2,3%.
Acesse este link e descubra muito mais:
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/07/tarifa-de-importacao-enfrentada-
pelo-brasil-e-o-dobro-da-media-de-outros-paises-diz-cni.shtml
Os anos de 1960, representaram uma significativa ascensão dos países em 
desenvolvimento no comércio internacional, e este movimento trouxe à tona o assunto à 
Rodada Kennedy. Em homenagem ao presidente John F. Kennedy, dos Estados Unidos, 
esta rodada teve como objetivo aumentar as exportações dos Estados Unidos para os 
países da Comunidade Econômica Europeia. Além disso, os países em desenvolvimento 
passaram a exigir mais representatividade e poder junto ao GATT. Foi na Rodada 
Kennedy que, pela primeira vez, a União Europeia participou das negociações como 
um bloco, bem como, outros assuntos passaram a compor a agenda de negociações, 
tais como: barreiras não tarifárias, problemas relacionados ao comércio de produtos 
agrícolas, acordos antidumping e disposições a favor dos países em desenvolvimento 
(FABRINI; PRATES, 2019).
Posteriormente, os anos de 1970 se apresentaram como um marco para o comércio 
internacional e para a, até então, hegemonia norte-americana. Assim, a Rodada Tóquio 
iniciou, em 1973, em um cenário de ascensão econômica do Japão e da União Europeia. 
As negociações que ocorreram durante a Rodada de Tóquio foram as primeiras no 
sentido de discutir as chamadas barreiras não tarifárias.
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/07/tarifa-de-importacao-enfrentada-pelo-brasil-e-o-dobro-da-media-de-outros-paises-diz-cni.shtml
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/07/tarifa-de-importacao-enfrentada-pelo-brasil-e-o-dobro-da-media-de-outros-paises-diz-cni.shtml
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Assim, um dos grandes avanços para o regime internacional de comércio, oriundo 
desta rodada de negociação, foi a criação dos chamados códigos. Os códigos eram 
tratados que regulavam os procedimentos das barreiras não tarifárias. Além disso, 
houve a incorporação de um tratamento diferenciado e mais favorável para os países 
em desenvolvimento. Por outro lado, a Rodada Tóquio fracassou por não obter regras 
e normas claras para o comércio dos produtos agrícolas.
ANOTE ISSO
Acordos sobre barreiras técnicas ao comércio exterior: os regulamentos técnicos 
sobre os produtos variam de país para país e se forem elaborados de maneira 
arbitrária podem ser utilizados como medidas protecionistas. Portanto, o Acordo 
sobre Barreiras Técnicas ao Comércio procura garantir que as normas e os 
regulamentos técnicos não criem obstáculos ao comércio. Este acordo reconhece o 
direito de cada país em adotar normas que considerem adequadas para a proteção 
da saúde e da vida das pessoas, dos animais ou a preservação dos vegetais, do 
meio ambiente ou ainda dos interesses dos consumidores (FONTE: OMC, 2021).
Após alguns anos de negociações e expectativas, em 1986, foi fixada a pauta para 
uma nova rodada do GATT. Neste novo encontro seriam abordados os seguintes 
assuntos: agricultura, têxteis e subsídios (temas pendentes de outras rodadas) e o 
comércio de serviços, propriedade intelectual e investimentos (novos temas) (FABRINI; 
PRATES, 2019).
Como resultado, foi na Rodada Uruguai que a OMC foi criada. Essa rodada representou 
um marco para o regime internacional de comércio e, consequentemente, para o 
multilateralismo econômico. Pois, este evento culminou na substituição do GATT pela 
OMC. A criação da OMC, em 1o de janeiro de 1995, é considerada como a maior reforma 
do comércio internacional, desde o fim da Segunda Guerra Mundial (OMC, 2021). 
Assim, passaremos a última parte deste relato histórico, que trata sobre a criação 
da OMC e características associadas ao Comércio Internacional atual. Vamos lá?
2.1.2 A Organização Mundial do Comércio (OMC)
A Organização Mundial do Comércio (OMC) é um fórum econômico de caráter 
multilateral que atua no processo de liberalização do comércio internacional. É 
responsável por fazer a regulamentação das negociações que acontecem entre os 
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seus membros, mediante a elaboração de acordos, bem como, no estabelecimento de 
normas comuns a serem cumpridas. Tudo isto no sentido de criar condições favoráveis 
e justas à realização dos trâmites comerciais (GUITARRA, 2021).
Figura 5 – Logotipo da OMC
Fonte: OMC (2021) Disponível em: <https://wto.org/image418.jpg> Acesso em: 24 out. 2021.
Para Fabrini e Prates (2019) a alteração de GATT para OMC trouxe consigo alterações 
institucionais e regimentares significativas. Objetivando constitucionalizar regras 
comerciais internacionais, instituições e processos decisórios, à OMC foi atribuída 
responsabilidade sob novas áreas de atuação, como: agricultura, serviços, têxteis e 
propriedade intelectual.
Ainda, de acordo com esses mesmos autores, nesta mudança foi criada uma 
nova sistemática para resolução de conflitos que garantisse mais proteção aos direitos 
dos países-membros. Portanto, os fundamentos do GATT de garantir um comércio 
livre, previsível, pacífico e próspero, não foram alterados. Ao contrário, juntamente 
com a OMC, foram criadas novas ferramentas que reforçaram estes pilares (FABRINI; 
PRATES, 2019). São atribuições da OMC (OMC, 2021):
• Negociar regras para o comércio internacional de bens, serviços, propriedade 
intelectual e outras matérias que seus membros venham a acordar;
• Zelar pela adequada implementação dos compromissos assumidos;
• Servir de espaço para a negociação de novas disciplinas, e;
• Resolver controvérsias entre os países-membros. 
Em dias atuais, a organização conta com um total de 164 países-membros. Teve 
um orçamento para 2021 acima de 200 milhões de francos suíços. Possui uma equipe 
com mais de 600 funcionários. Está localizada em Genebra, na Suíça e, nesta presente 
https://files.oglobo.com/wp-content/uploads/232.jpg
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data (Outubro de 2021) é comandada pela nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala, eleita diretora-
geral da OMC desde 15/02/2021 (OMC, 2021).
2.1.2.1 Princípios da OMC
Os princípios da OMC representam a base fundamental do sistema de comércio 
multilateral, definição essa empregada pela própria organização. Assim, cinco princípios 
regem os acordos e as tomadas de decisão no âmbito da OMC. Conforme Guitarra 
(2021), são esses os princípios da OMC:
Não discriminação: fundamentado pela cláusula da nação mais favorecida. Não 
pode haverfavorecimento de um parceiro comercial em detrimento de outros. Quando 
um país oferece uma condição especial a outro, a exemplo da redução das tarifas de 
importação para um produto em específico, por exemplo, essa mesma condição deve 
ser ofertada aos demais países que integram a OMC e são parte das negociações. 
Além disso, bens importados devem ser tratados da mesma forma como são tratados 
os bens nacionais.
Proibição de restrições quantitativas: redução de barreiras comerciais, como cotas 
de importação, proibições no escopo das trocas internacionais e outras questões 
burocráticas e políticas protecionistas que possam travar as relações comerciais. Sua 
aplicação se dá de forma gradual, com maior prazo para as nações em desenvolvimento.
Previsibilidade: transparência na execução de políticas, na tomada de decisões e 
na adoção de tarifas, com o intuito de tornar o comércio estável e previsível.
Concorrência leal: proíbe a utilização de mecanismos que possam ser prejudiciais 
para algumas das nações que integram o grupo (dumping, subsídios) e para o comércio 
de forma mais ampla. Promove, assim, uma concorrência com condições mais justas 
a todos os seus membros, principalmente para os países em desenvolvimento.
Tratamento especial e diferenciado para países em desenvolvimento4: determinados 
acordos estabelecidos pela OMC promovem maior flexibilização de normas aos países 
com esse status, contando também com a colaboração dos países desenvolvidos, 
como quando é necessário que as nações em desenvolvimento adotem medidas 
tarifárias, por exemplo.
4 Países em desenvolvimento são aqueles que apresentam significativo crescimento econômico e social, industrialização recente e 
crescente, além de aumento expressivo no valor monetário dos bens produzidos (PIB) (FONTE: VAZQUEZ, 2015).
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ISTO ESTÁ NA REDE
Ouça este Podcast e descubra como a riqueza é medida entre os países para a 
formação da classificação dos países, segundo a riqueza. Conheça quais são os 
países mais ricos e os países mais pobres do mundo. Entenda também a situação 
do Brasil neste ranking.
Ouça em: 
https://brasilescola.uol.com.br/podcasts/paises-mais-e-menos-ricos-do-mundo.htm
2.1.2.2 Objetivos da OMC
Para Guitarra (2021), tendo em vista a intensificação das relações econômicas e 
comerciais em escala internacional, assim como o aprofundamento das diferenças de 
condições de negociação enfrentadas pelos países considerados em desenvolvimento 
face aos países desenvolvidos, que, em tese, possuem economias nacionais mais 
competitivas, a OMC surgiu em meados dos anos 1990 com o objetivo principal de 
liberalizar o comércio e supervisionar os trâmites econômicos e comerciais entre as 
nações que são membros da organização.
A principal função assumida pela OMC é a de garantir que o comércio ocorra 
da forma mais livre e previsível possível, procurando, assim, assegurar condições 
justas no momento das negociações e fechamento de acordos entre as nações. A 
organização atua tanto sobre as mercadorias físicas (bens) quanto sobre os serviços 
e a propriedade intelectual (OMC, 2021).
A partir desta função, a OMC disponibiliza em seu sítio eletrônico5, os objetivos de:
• Negociar a redução ou até mesmo a eliminação de tarifas de importação e 
quaisquer outras práticas protecionistas que possam representar um obstáculo 
ao comércio internacional.
• Desenvolver normas e regras de comércio internacional no âmbito dos seus 
membros, estabelecidas em comum acordo, assim como administrar e promover 
o monitoramento de sua aplicação.
• Garantir a transparência de acordos comerciais.
• Monitorar e revisar as políticas comerciais adotadas pelos países-membros.
• Solucionar disputas que possam surgir entre as nações que fazem parte do 
seu quadro.
• Estabelecer a cooperação com outros organismos e instituições internacionais.
5 www.wto.org 
http://www.wto.org/
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• Assistir tecnicamente e auxiliar na construção de capacidade dos países em 
desenvolvimento, criando condições mais favoráveis de negociação para essas 
economias nacionais e garantindo-lhes maior competitividade no âmbito do 
comércio internacional.
O trato aos países em desenvolvimento, que representam 30% dos membros da 
OMC, corresponde à garantia de maior tempo para cumprimento de acordos e ao 
estabelecimento de algumas determinações para garantir maior segurança no decorrer 
das negociações e também no acesso ao mercado internacional. Além dos objetivos 
listados acima, uma das funções da OMC é a de auxiliar no acesso daqueles países 
que ainda não fazem parte da organização, que, nos dias atuais, reúne mais de 80% 
das economias nacionais de todo o mundo (OMC, 2021).
2.1.2.3 A Rodada de Doha e as perspectivas atuais da OMC
Conforme percebemos em Silva (2004), em novembro de 2001, foi realizada a IV 
Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC). Esse tipo de 
encontro entre países se constitui na mais alta instância da OMC e, especificamente, 
essa conferência se deu em Doha, no Qatar. 
O objetivo era derrubar barreiras comerciais e facilitar o acesso aos mercados para 
incentivar o intercâmbio internacional. Os países mais fortes em agronegócios, entre 
eles o Brasil, queriam vender para os mais industrializados, e vice-versa. O principal 
problema da Rodada Doha, ou seja, do comércio mundial, é a preocupação de cada 
país nos efeitos de uma política liberalizante que supostamente trará desemprego em 
países que não estão aptos a concorrer de forma igual.
Esta rodada aconteceu porque as nações em desenvolvimento, como Brasil e Índia, 
queriam que a União Europeia e os Estados Unidos diminuíssem os incentivos oferecidos 
pelo governo aos produtores, proporcionando a redução dos custos de produção. Os 
países desenvolvidos queriam, em troca, a abertura aos produtos industrializados 
europeus e americanos. 
Todas estas questões foram discutidas nas rodadas em Cancún, Genebra, Paris e 
Hong Kong. Porém, até hoje, não há um consenso a respeito da abertura comercial. 
O quadro a seguir sintetiza as principais etapas que envolveram esta rodada:
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Etapas Descrição
Cancún 
(2003)
A conferência tinha como objetivo planejar um acordo concreto 
sobre os objetivos da rodada Doha. Esta rodada fracassou após 
quatro dias de discussão sobre subsídios agrícolas e acesso aos 
mercados. As quatro áreas-chave de negociação centraram-se 
em: agricultura, produtos industrializados, comércio de serviços e 
atualização de normas alfandegárias.
Genebra 
(2004)
Nesta conferência: Estados Unidos, União Europeia, Japão e Brasil 
concordaram em abolir subsídios às exportações, reduzir os 
subsídios agrícolas e diminuir as barreiras tarifárias. Nações em 
desenvolvimento concordaram em reduzir tarifas sobre produtos 
manufaturados, mas obtiveram o direito de proteger suas principais 
indústrias. O acordo também garantia alfândegas simplificadas e 
regras mais rígidas para ajudar o desenvolvimento rural. A redução 
dos subsídios por parte dos Estados Unidos e União Europeia, 
foram quase irrisórias! Houve outras conferências em Genebra 
(2006 e 2008).
Paris (2005) Esta conferência esteve centrada em alguns temas: a França 
afirmou que cortaria os subsídios aos agricultores, enquanto os 
Estados Unidos, a Austrália, a União Europeia, Brasil e Índia não 
conseguiram chegar a acordos sobre frango, carne bovina e arroz. 
A maioria dos pontos críticos eram pequenos assuntos técnicos, o 
que levou os negociadores a temerem que o acordo sobre temas de 
grande risco político fossem bem mais difíceis. Os EUA prometeram 
realizar grandes cortes nos subsídios agrícolas, desde que os 
parceiros comerciais, particularmente a União Europeia, fizessem o 
mesmo. Os europeus fizeram sua oferta, masa França se recusou a 
dar mais concessões.
Hong Kong 
(2005)
Nesta conferência os negociadores do comércio queriam conseguir 
progressos tangíveis antes do encontro da OMC, em Hong Kong. 
Estes negociadores esperavam a adesão ao acordo antes de 2007, 
quando expirava a legislação por decreto dos EUA. Sem decretos, 
era muito mais difícil obter a ratificação do senado dos EUA. Na 
declaração final da conferência foi estabelecida a data de 30 de 
abril de 2006. Porém, o acordo não foi assinado no prazo e as 
negociações foram suspensas.
Quadro 2 – Síntese da Rodada de Doha
Fonte: Adaptado de WIKIPEDIA (2021)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Agricultura
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ind%C3%BAstria
https://pt.wikipedia.org/wiki/Servi%C3%A7os
https://pt.wikipedia.org/wiki/Alf%C3%A2ndega
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Uni%C3%A3o_Europeia
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Subs%C3%ADdios_%C3%A0s_exporta%C3%A7%C3%B5es&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Barreira_tarif%C3%A1ria
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ajuda_ao_desenvolvimento
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rural
https://pt.wikipedia.org/wiki/Austr%C3%A1lia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Frango
https://pt.wikipedia.org/wiki/Carne_bovina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Arroz
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hong_Kong
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Após esta última conferência em Hong Kong, em 2007 surgiram alguns acordos 
bilaterais e a OMC achou adequada uma reabertura das negociações. Alguns países 
se retiraram antes do início da reunião, contudo. Em uma nova conferência da OMC, 
em Genebra, em julho de 2008, houve a reunião que seria considerada a definitiva. 
Entretanto, novamente nesta reunião, não houve avanço. O colapso foi atribuído à 
Índia, que se negou a abrir mão de um dispositivo que protegia seu mercado interno. 
Com isso, teve um desentendimento insolúvel com os Estados Unidos. 
Em dezembro de 2013 houve a reunião da OMC em Báli, na Indonésia, com a 
participação de 159 países. Nesta reunião, a OMC demonstrou interesse na retomada 
destas discussões da Rodada de Doha. No entanto, até o momento que este material 
está sendo escrito (Outubro de 2021), ainda não se constatou nenhum avanço positivo 
nesta perspectiva.
2.1.3 Síntese Evolutiva do Regime de Comércio Internacional
Dentro dos 47 anos de história do GATT, o regime internacional do comércio se 
fortaleceu e se edificou em um sistema multilateral caracterizado principalmente pelo 
liberalismo econômico. 
As rodadas de negociação que apoiaram a criação, ampliação e implementação 
das regras e normas internacionais de comércio totalizaram 8, desde Genebra, em 
1947, passando, posteriormente, por Annecy em 1949, Torquay em 1951, Genebra em 
1956, Genebra (Rodada Dillon) em 1960/61, Genebra (Rodada Kennedy) em 1964/67, 
Genebra (Rodada Tóquio) em 1973/79 e finalmente Genebra (Rodada Uruguai) em 1986. 
Apesar de a OMC ter sido criada em 1995, o sistema de regras e normas que 
a norteiam existe e vem sofrendo alterações desde os anos de 1940, quando da 
criação do GATT. Portanto, de 1948 até hoje, o regime internacional de comércio vem 
evoluindo no mesmo ritmo das alterações econômicas, sociais, ambientais, culturais 
e empresariais do mundo moderno.
Para entender ainda mais a dinâmica evolutiva que permeia o Comércio Internacional, 
no próximo capítulo, examinaremos os principais acordos regionais de comércio. 
Nesta visão, os acordos regionais serão capazes de demonstrar uma perspectiva 
mais aplicada e regionalizada das diretrizes básicas de regimes internacionais de 
comércio, vistos até agora.
Até breve!
https://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%A1li
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AULA 3
ACORDOS REGIONAIS 
DE COMÉRCIO
No primeiro capítulo, você conheceu os pressupostos fundamentais da Economia 
e da Gestão Financeira Internacional. No segundo, você foi convidado a conhecer a 
dinâmica de funcionamento do comércio internacional, especificamente, sobre o regime 
internacional de comércio. Agora, você é convidado a conhecer os acordos regionais 
de comércio. Os acordos regionais de comércio, vistos neste capítulo, são capazes 
de demonstrar uma perspectiva ainda mais tangível dos regimes internacionais de 
comércio explorados anteriormente.
3.1 Acordo Regional de Comércio ou Bloco Econômico?
O Acordo regional de comércio é também conhecido como bloco econômico, ou ainda, 
simplesmente, com a sigla: ARC. Ou seja, as diferentes literaturas que contemplam o 
estudo deste tema, no cenário do agronegócio, sejam de natureza organizacional ou 
econômica, referem-se ao mesmo objeto de observação. Neste capítulo, para manter 
sua concentração na leitura, utilizaremos todas as possibilidades de nomenclatura 
para citarmos e estudarmos este assunto. Tudo certo? Para Pereira (2008, p. 45):
Acordos Regionais de Comércio ou ARCs ´são arranjos transnacionais compostos 
por nações, geralmente, próximas geograficamente, que visam ampliação comercial 
e encontram neste tipo de arranjo uma forma mais segura e rápida para expansão 
internacional.
Neste tipo de arranjo organizacional, os países que fazem parte do acordo, também 
conhecidos como países-membros, esperam obter vantagens econômicas. Quando um 
ARC é firmado, como efeito prático, as barreiras comerciais entre os países-membros 
são favorecidas. Enquanto os demais países, permanecem sem alterações. Por meio 
deste incentivo, é projetado que as nações participantes de um ARC fortaleçam suas 
relações comerciais, bem como, incrementem no médio e longo prazos, investimentos 
externos e domésticos.
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Figura 1 – Acordos Regionais de Comércio – ARCs 
Fonte: WIKIPEDIA (2021) Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Acordo_comercial> Acesso em: 25 out. 2021.
A primeira característica importante dos acordos regionais é que eles geram 
apenas a liberalização comercial parcial. Ou seja, a abertura de comércio com alguns 
parceiros, mas não outros. Por um lado, tais acordos propiciam a criação de comércio 
e, logo, ganhos de bem-estar para os consumidores dos países envolvidos. Contudo, 
dependendo da estrutura tarifária anterior ao acordo, a exclusão de não parceiros mais 
eficientes levará a perdas de bem-estar global. Esses são os chamados conceitos 
de criação de comércio e desvio de comércio, tais como cunhados inicialmente por 
Jacob Viner, em 1950.
ANOTE ISSO
Jacob Viner era um economista canadense e é 
considerado um dos mentores inspiradores da escola 
de economia de Chicago na década de 1930. Viner foi 
um notável oponente de John Maynard Keynes durante 
a Grande Depressão. Embora concordasse com as 
políticas de gastos do governo promovidas por Keynes. 
Viner argumentou que a análise de Keynes era falha 
e não se sustentaria no longo prazo. Conhecido por 
sua modelagem econômica da empresa, incluindo as 
curvas de custo de longo e curto prazo, seu trabalho 
ainda é usado nos dias atuais.
Fonte: WIKIPEDIA (2021) Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/Jacob_Viner> 25 out. 2021.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Acordo_comercial
https://en.wikipedia.org/wiki/John_Maynard_Keynes
https://en.wikipedia.org/wiki/Great_Depression
https://en.wiktionary.org/wiki/firm
https://en.wikipedia.org/wiki/Jacob_Viner
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A segunda característica importante de um ARC é que a natureza do acordo é crucial 
para entender os seus efeitos redistributivos e, portanto, os conflitos distributivos 
inerentes. Acordos envolvendo menores efeitos redistributivos, entre países com 
dotação similar de fatores, têm maiores chances de sucesso e sustentabilidade no 
longo prazo, se o argumento de economia política for levado a sério. Isso não significa 
dizer que acordos entre países similarestambém não envolvam a quebra de monopólios 
e, portanto, a eliminação de rendas extraordinárias (rents1). 
Os acordos regionais passaram a acontecer com mais volume e intensidade com 
o fim da Segunda Guerra Mundial, pois era interesse dos Estados Unidos auxiliar na 
reconstrução e fortalecimento econômicos dos países Europeus por meio do incentivo à 
formação de acordos regionais, culminando com a criação da Comunidade Econômica 
Europeia, em 1958.
Nos dias de hoje, é difícil encontrar um país que não pertença a algum tipo de 
acordo em suas relações comerciais. Porém, a falta de normas e regras mais claras, 
faz com que abusos aconteçam. Por este motivo, os acordos regionais estão na 
pauta de discussão do Comitê de Acordos Regionais de Comércio (CARC), do Órgão 
de Solução de Controvérsias e na Rodada de Doha. 
No âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), os acordos regionais estão 
contidos no Art. XXIV do GATT. Nesta regulamentação, a OMC trata sobre os estágios 
de União Aduaneira e Área de Livre Comércio. Basicamente, o objetivo desta norma 
é possibilitar a investigação de casos de práticas desleais de preferências regionais 
e, surgindo abusos, o país-membro da OMC que se sentir prejudicado, pode requerer 
garantias compensatórias. Como um dos princípios fundamentais da OMC é garantir 
o livre comércio, a instituição deve zelar para que os processos de integração regional 
conduzam à facilitação do comércio entre as partes e não servem como barreiras ao 
comércio de nações que estejam fora do bloco (OMC, 2021).
O exemplo ilustrado na tabela a seguir é simples, mas serve para demonstrar na 
prática, como um acordo regional de comércio funciona. Suponha-se que três países 
(A, B e C) produzem automóveis aos custos de 35, 26 e 20 e que, no equilíbrio inicial, 
o país A impõe tarifa de 100% sobre as importações de B e C. Nesse caso, A produz 
carros domesticamente. Se A e B resolvem formar uma união aduaneira, o país A passa 
1 Rents ou Rent-seeking: uma empresa tem um comportamento “rent-seeking” quando ela empreende esforço, gastando tempo e/ou 
dinheiro, para tentar garantir uma renda econômica para si ou para seu grupo. Um exemplo é quando uma empresa vai ao governo. pedir proteção 
tarifária, tal empresa está gastando tempo e dinheiro para conseguir a renda desejada. Ela paga o salário de lobistas, investe em publicidade 
com o objetivo de cooptar a opinião pública à sua causa, gasta tempo em suas reuniões de diretoria para discutir a estratégia de abordagem das 
autoridades governamentais, eventualmente paga alguma propina a uma autoridade com alto poder de decisão, entre outros (FONTE: MENDES, 
2014).
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a importar de B, há criação de comércio, com aumento do excedente do consumidor, 
e não há destruição de comércio em relação à posição inicial.
Países
A B C
Custo de Produção 35 26 20
Preço País A (Tarifa 100%) 35 52 40
Preço País A (União A + B) 35 26 40
Preço País A (Tarifa 50%) 35 39 30
Tabela 1 – Exemplo de um Acordo Regional de Comércio
Fonte: Adaptado de Ferreira (2004)
Suponha-se, alternativamente, que o ponto de partida fosse uma tarifa de 50%. 
Nesse caso, A importa carros de C, ao preço de 30. Assim, uma união entre A e B 
destrói o comércio, à medida que o país passa a importar automóveis de um produtor 
menos eficiente (B). O excedente do consumidor aumenta, pois o preço cai de 30 
para 26. Contudo, o governo deixa de arrecadar $10. Assim, a perda líquida é de $6, 
devido ao acordo com B. Enquanto o efeito de bem-estar de acordos regionais sobre 
países-membros é ambíguo e depende das condições iniciais, o efeito sobre países 
não-membros é nulo ou negativo, como pode ser visto a partir do exemplo da tabela 
para o caso do país C.
3.1.1 Diferentes tipos de integração regional
Os ARCs podem ser classificados de acordo com os seus diferentes níveis 
de integração econômica, política e comercial. Essas características dependem, 
muitas vezes, não somente de uma opção dos países, mas da capacidade territorial 
e da infraestrutura disponível para conseguirem promover uma maior aproximação 
entre si. Desse modo, os ARCs podem ser classificados em: Zona de Livre Comércio, 
União Aduaneira, Mercado Comum, União Econômica e Monetária. O Quadro abaixo 
resume as características de cada um desses tipos de acordos regionais mencionados.
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Zona de Livre Comércio
Visa à diminuição ou total eliminação das tarifas impostas sobre produtos 
comercializados entre os países-membros. É considerado um acordo simples que 
se restringe ao campo comercial e tributário. Um exemplo é o NAFTA que, como 
veremos logo mais, é composto por Estados Unidos, México e Canadá.
União Aduaneira
Funciona nos mesmos termos de uma Zona Aduaneira, com o acréscimo de 
inserirem também a chamada Tarifa Externa Comum (TEC), que é uma taxa comercial 
padronizada para um grupo de países. Assim, todos os membros de um mesmo 
bloco adotam a mesma taxa de impostos alfandegários para países não membros, 
gerando uma maior cooperação nas relações comerciais e evitando a concorrência 
em nível regional. O Mercosul, como visto adiante, é um exemplo de bloco econômico 
que aplica a TEC entre os seus membros efetivos.
Mercado Comum
É um tipo de acordo que visa a livre circulação de mercadorias, bens e serviços 
entre os países. Em seu ponto máximo de desenvolvimento, um mercado comum 
também permite o livre deslocamento de pessoas sem restrições entre as regiões de 
fronteira. O único exemplo, na atualidade, de bloco com essas condições é a União 
Europeia, que também será explorada adiante em mais detalhes.
União Econômica e Monetária
É um mercado comum com o diferencial de, além de todas as características 
acima citadas, também apresentar uma moeda comum de utilização comercial e 
a consequente criação de um Banco Central unificado. A União Europeia, desde a 
criação do Euro, passou a ser considerada também como uma união econômica e 
monetária, embora nem todos os países-membros adotem a moeda do bloco.
Quadro 1 – Níveis de integração dos ARCs
Fonte: EscolaEducação (2021) Disponível em: <https://escolaeducacao.com.br/blocos-economicos-e-acordos-regionais/> Acesso em 26 out. de 2021.
Para a continuidade do nosso estudo, com base em Ferreira (2004), examinaremos 
a partir deste ponto, os tipos de ARCs, categorizados em: Acordos Norte-Norte, Acordos 
Sul-Sul e Acordos Norte-Sul. De forma específica, detalharemos características reais 
https://escolaeducacao.com.br/mapa-dos-estados-unidos/
https://escolaeducacao.com.br/mapa-do-canada/
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de três dos principais ARCs da atualidade: União Europeia, Mercosul e proposta de 
criação da ALCA e UNASUL. Vamos conhecê-los?
3.1.1.1 Acordos Norte-Norte
Acordos do tipo Norte-Norte induzem ganhos substanciais de eficiência pelos 
argumentos que respaldam o comércio intra-industrial, ou seja, obtenção de economias 
de escala e preferência por variedade (FERREIRA, 2004). O mais notável desses acordos, 
pela profundidade com que avançou na implementação, foi o Mercado Comum Europeu. 
Hoje, denominado União Europeia ou simplesmente, UE.
Fundada em 1957, a UE era formada inicialmente por Bélgica, França, Alemanha 
Ocidental, Itália, Holanda e Luxemburgo, com o objetivo explícito de livre fluxo de 
bens e fatores de produção. Reino Unido, Irlanda e Dinamarca juntaram-se em 1973; 
Grécia em 1981; Espanha e Portugal em 1986; Áustria, Finlândia e Suécia em 1995; e 
Chipre, República Checa, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Malta, Polônia, Eslováquia 
e Eslovênia em 2004. A UE aboliu tarifas mútuas em 1968, mas até 1992 uma grande 
quantidade de regulações impedia o livre-comércio e o livre fluxo de fatores entre 
os países signatários. A partir de 1992, começam a ser implementados esforçosno 
sentido de eliminar barreiras não-tarifárias. 
As barreiras não-tarifárias são classificadas por Ray (1998) em quatro tipos, quer 
sejam: barreiras fiscais, restrições quantitativas, restrições de acesso a mercados 
e fricções de natureza burocrática. Para um melhor entendimento, ainda conforme 
esse mesmo autor citado, as barreiras fiscais dizem respeito às estruturas tributárias 
diferenciadas entre os países. Tarifas podem subsistir disfarçadas na forma de 
tributação especial para produtos fabricados domesticamente. Alguns países, como 
a Irlanda, resistem à harmonização porque procuram atrair capital através de alíquotas 
de imposto de renda mais baixas, enquanto outros dão subsídios agrícolas substanciais 
(por exemplo, França) (RAY, 1998).
Restrições, sejam quantitativas ou de acesso a mercados, ocorrem na forma de 
regras para empresas estrangeiras, como quotas para participação em licitações, 
compras governamentais, entre outros. Fricções de natureza burocrática dizem respeito 
às exigências de documentação especial para produtos ou serviços fornecidos por 
não-residentes. 
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O exemplo da UE mostra que a eliminação de tarifas deve ser acompanhada por 
harmonização de práticas tributárias, adoção de políticas uniformes na direção de 
países não-membros, regulações sanitárias comuns, entre outros. Por sua vez, as 
barreiras a países não-membros são significativas. O caso mais conhecido diz respeito 
à política agrícola comum (PAC), que impede que produtos agrícolas entrem no mercado 
comum.
ISTO ESTÁ NA REDE
Quais são os efeitos da saída da UE que os britânicos já sentem?
Especialistas concordam: por conta da pandemia, a maioria dos britânicos ainda 
não vivenciou as principais mudanças do Brexit. No entanto, determinados 
consumidores e empresas já começaram a sentir alguns efeitos. 
Descubra quais são estes efeitos, acessando este link:
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-57057331
3.1.1.2 Acordos Sul-Sul
Para apresentar um exemplo de um acordo do tipo Sul-Sul, examinaremos o Mercosul. 
Em março de 1991, Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai assinaram o Tratado de 
Assunção para estabelecimento deste acordo. Esse ARC previa a redução automática 
de tarifas de importação dentro do bloco, um programa para eliminação de barreiras 
não-tarifárias, o estabelecimento de tarifas externas comuns, além da definição de 
uma política comercial comum entre os parceiros (MERCOSUL, 2021). 
Figura 2 – Logotipo do Mercosul
Fonte: InfoEscola (2021) Disponível em: <https://infoescola.com> Acesso em: 26 out. 2021.
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-57057331
https://files.oglobo.com/wp-content/uploads/232.jpg
https://files.oglobo.com/wp-content/uploads/232.jpg
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Além dos países signatários do Tratado de Assunção, a Venezuela aderiu ao 
Mercosul em 2012. No entanto, este país está suspenso desde dezembro de 20172, 
por descumprimento de seu Protocolo de Adesão. Em agosto de 2017, aplicou-se 
à Venezuela a Cláusula Democrática do Protocolo de Ushuaia, que condiciona a 
participação do bloco ao respeito da democracia. Todos os outros países da América 
do Sul estão incluídos no Mercosul, na qualidade de estados associados.
Em síntese, o Mercosul é uma união aduaneira, ou seja, possui desde 1995 uma 
tarifa externa comum (TEC). Contudo, argumentos macroeconômicos têm justificado 
o grande acúmulo de exceções, o que acabou suscitando a discussão em torno de 
sua transformação em uma área de livre-comércio (KUME; PIANI, 2001). Neste acordo 
são dois os grupos de produtos para os quais se permitiram exceções: o primeiro é 
composto por bens de capital (900 itens tarifários), informática e telecomunicações 
(200 itens). O segundo grupo, denominado Lista de Exceção Nacional, obedece a 
critérios discricionários fixados por meio de cada país-membro (FERREIRA, 2004). 
Assim, como na União Europeia, o Mercosul também tem uma administração e 
gestão própria. O Protocolo de Ouro Preto, constituído em 1994, além de estabelecer 
o bloco como pessoa jurídica, também estabeleceu sua estrutura.O Protocolo de Ouro 
Preto definiu a criação e as atribuições das instituições do Mercosul. Algumas das 
mais importantes, em que as decisões tomadas, são: Conselho do Mercado Comum 
(CMC), o Grupo Mercado Comum (GMC) e a Comissão de Comércio do MERCOSUL 
(CCM). Chagas e Meireles (2019), descrevem uma breve síntese de cada um destes 
órgãos, quais sejam:
• O Conselho do Mercado Comum é o órgão superior do Mercosul, cuja função é 
reger politicamente a integração dos países, sendo composto pelos Ministros 
das Relações Exteriores e pelos Ministros da Economia de países-membros. A 
Presidência do conselho é rotativa, com mandatos de seis meses, seguindo a 
ordem alfabética desses países.
• O Grupo Mercado Comum é o órgão executivo que deve se pronunciar perante 
as Resoluções obrigatórias para os Estados Parte. Tem como funções principais: 
formular ações, sempre com a integração econômica e comercial em vista; 
aprovar o orçamento e a prestação de contas anual; criar ou extinguir órgãos 
auxiliares dentro do bloco, entre outras. Integram este grupo quatro membros 
titulares e quatro suplentes por país, determinados pelos seus governos. Entre 
eles, devem constar necessariamente representantes dos Ministérios das 
2 Veja a decisão completa em:
https://www.mercosur.int/pt-br/decisao-sobre-a-suspensao-da-republica-bolivariana-da-venezuela-no-mercosul/ 
http://www.mercosul.gov.br/normativa
http://www.mercosul.gov.br/coordenadores-nacionais/grupo-mercado-comum-gmc
http://www.mercosul.gov.br/coordenadores-nacionais/grupo-mercado-comum-gmc
https://www.mercosur.int/pt-br/decisao-sobre-a-suspensao-da-republica-bolivariana-da-venezuela-no-mercosul/
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Relações Exteriores (coordenadores do grupo), dos Ministérios da Economia e 
dos Bancos Centrais.
• A Comissão de Comércio do Mercosul é um órgão decisório que analisa e presta 
assistência técnica ao Grupo Mercado Comum (GMC) sobre a política comercial 
do bloco. Deve zelar pela aplicação dos instrumentos de política comercial 
comum para o funcionamento do bloco, além de acompanhar e revisar os temas 
e matérias relacionados com as políticas comerciais comuns. A comissão é 
composta por quatro membros titulares e quatro suplentes de cada Estado 
Parte. A coordenação acontece por meio dos Ministérios das Relações Exteriores.
O Mercosul, atualmente, vem passando por um processo de modernização, 
caracterizado no maior dinamismo da negociação de acordos comerciais com terceiros. 
Além disso, podemos perceber na existência de tratativas de fortalecimento da vertente 
econômico-comercial do bloco. Ou seja, em dias atuais, se percebe que esse ARC busca 
resgatar a vocação original do bloco para a abertura e a integração com o mundo.
No sítio eletrônico do Mercosul3, especificamente, na agenda do bloco4, nota-se 
que seus coordenadores vem propondo e realizando ações que buscam resultados de 
relações comerciais com países extrabloco. Nota-se diferentes tratativas de aproximação 
comercial, citam-se os seguintes países: Israel, África do Sul, Índia, Egito, entre outros.
Os resultados positivos advindos das aproximações comerciais preconizadas por 
meio do Mercosul, em nossos dias, conforme informações oficiais (MERCOSUL, 2021), 
tem-se os seguintes:
3 
Ver em https://www.mercosur.int/pt-br/ 
4 
Ver em https://www.mercosur.int/pt-br/relacionamento-externo/red-de-acordos/ 
https://www.mercosur.int/pt-br/
https://www.mercosur.int/pt-br/relacionamento-externo/red-de-acordos/
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• Agenda Externa:
• Lançamento de negociações de acordos de livre comércio com o Canadá, 
Coreia do Sul e Singapura (2018);• Conclusão da negociação do Acordo de Associação entre o MERCOSUL e a 
União Europeia (2019);
• Conclusão da negociação do Acordo de Livre Comércio entre o MERCOSUL 
e a Associação Europeia de Livre Comércio (2019);
• Retomada das negociações de acordo de livre comércio com o Líbano (2019);
• Conclusão de diálogo exploratório com o Vietnã (2020).
• Econômico e comercial:
• Aprovação do Protocolo de Cooperação e Facilitação de Investimentos, que 
amplia a segurança jurídica e aprimora o ambiente para atração de novos 
investimentos na região (2017);
• Conclusão do acordo do Protocolo de Contratações Públicas do MERCOSUL, 
que cria oportunidades de negócios para as nossas empresas, amplia o 
universo de fornecedores dos nossos órgãos públicos e reduz custos para o 
governo (2017);
• Modernização no tratamento de questões regulatórias, com a aprovação do 
Acordo de Boas Práticas e Coerência Regulatória (2018);
• Assinatura do Acordo sobre Facilitação de Comércio do MERCOSUL (2019);
• Assinatura do Acordo para a Proteção Mútua das Indicações Geográficas dos 
Estados Partes do MERCOSUL (2019);
• Aprovação do Marco geral para as Iniciativas Facilitadoras de Comércio no 
MERCOSUL, relativas a regulamentos técnicos (2019);
• Conclusão da negociação de acordo sobre comércio eletrônico do MERCOSUL 
(2020).
• Institucional:
• Adoção do Orçamento MERCOSUL, que unifica os orçamentos dos órgãos do 
MERCOSUL (Secretaria do MERCOSUL, Secretaria do Tribunal Permanente de 
Revisão, Instituto Social do MERCOSUL e Instituto de Políticas Públicas em 
Direitos Humanos do MERCOSUL);
• Modernização dos métodos de trabalho com o crescimento do emprego de 
videoconferências ainda em 2019, assim como com a adoção da assinatura 
digital para aprovação de documentos do MERCOSUL;
• Entre outros, inclusive em cidadania, tal como a assinatura do Acordo de 
Cooperação Policial Aplicável aos Espaços Fronteiriços (2019) e o lançamento 
do Estatuto da Cidadania do MERCOSUL (2021).
Quadro 2 – Resultados recentes do Mercosul 
Fonte: MERCOSUL (2021) Disponível em: <https://www.gov.br/mre/pt-br/assuntos/mercosul/saiba-mais-sobre-o-mercosul/saiba-mais-sobre-o-mercosul> 
Acesso em 26 out. de 2021.
https://www.gov.br/mre/pt-br/assuntos/mercosul/saiba-mais-sobre-o-mercosul/saiba-mais-sobre-o-mercosul
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3.1.1.3 Acordos Norte-Sul
Conforme visto, o ARC do tipo Norte-Norte, explora a escala e preferências que induzem 
o comércio intra indústria. Por sua vez, os acordos do tipo Sul-Sul são determinados 
pelos mesmos fatores por trás do processo de substituição de importações. Veja o 
caso do Mercosul!
Porém, nos tipos de acordos Norte-Sul, tem-se uma perspectiva diferente, ou seja, 
esses acordos são motivados por padrões de comércio do tipo H-O. O que significa 
um padrão de comércio do tipo H-O?
Um padrão de comércio do tipo H-O enfatiza a interrelação entre 
dois fatores de produção em diferentes proporções em cada país e 
sua utilização na produção de bens diferentes. O ponto central do 
modelo, define que os países tendem a direcionar seus esforços para 
a produção dos bens que demandam os fatores em que esses países 
são abundantes, ou seja, o país deve produzir aquilo que tem mais 
fatores abundantes para a produção. Esse modelo é conhecido como 
Teoria da Dotação de Fatores ou Teoria da Proporção de Fatores 
(WIKIPEDIA, 2021).
Como exemplo, imagine a seguinte situação: um país "X" tem mais fatores abundantes 
para a produção de máquinas, já um país "Y" tem mais fatores abundantes para a 
produção de alimentos, nesse caso, o país "A" deverá produzir mais máquinas e o país 
"B" deverá produzir mais alimentos. A abundância do produto o torna mais barato, e 
portanto, é vantajoso para o país dar ênfase a esse tipo de produto e se destacar no 
mercado internacional.
De acordo com Ferreira (2004), neste padrão de comércio, do tipo H-O, embora seja 
o mais efetivo em termos de criação de comércio e de aproveitamento de vantagens 
comparativas, leva também a maiores impactos redistributivos do que os outros dois 
tipos de acordos regionais, o que torna acordos do tipo Norte-Sul difíceis de serem 
implementados. Esse mesmo autor destaca que:
Foi assim nas discussões em torno da incorporação de Portugal, 
Espanha, Grécia, Irlanda e, mais recentemente, dos países do Leste 
europeu à UE, foi assim quando da incorporação do México ao acordo 
Estados Unidos/Canadá para formar o Nafta e tem sido assim nas 
barganhas em torno da construção da Alca e do acordo Mercosul/
UE (FERREIRA, 2004, p. 32).
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Para exemplificarmos acordos do tipo Norte-Sul, exploraremos a proposição 
americana da Área de Livre Comércio das Américas – ALCA. Proposta por meio dos 
Estados Unidos, o principal objetivo era buscar a integração comercial do continente. 
Este bloco econômico seria integrado por 34 nações. Duas grandes potências globais 
estão localizadas na América (Estados Unidos e Canadá), além de países que possuem 
uma economia representativa no cenário mundial: Argentina, Brasil, Chile, México, 
entre outros. A única exceção seria Cuba, visto que esse país apresentava, no final 
dos anos de 1990, divergências ideológicas com os Estados Unidos.
ANOTE ISSO
As relações diplomáticas estabelecidas entre a República de Cuba e os Estados 
Unidos foram iniciadas em 27 de maio de 1902, quando o enviado americano, 
Herbert Goldsmith Squiers, apresentou as suas credenciais ao governo cubano, em 
Havana. Rompidas em 3 de janeiro de 1961, dois anos após a vitória da Revolução 
Cubana por Fidel Castro, foram restabelecidas em 17 de dezembro de 2014 
(FONTE: GOOGLE, 2021).
Em 1998, na cidade de Santiago, capital do Chile, foi realizada a primeira reunião 
para debater a criação da Alca. Nessa ocasião, ficou estabelecido que o bloco entraria 
em vigor a partir de 2005. Porém, vários pontos divergentes foram levantados em 
novas reuniões, tendo como consequência o fim das negociações. 
A possível criação da Alca é motivo de preocupação tanto para os países 
subdesenvolvidos (a maioria) quanto para os desenvolvidos (Canadá e Estados Unidos). 
Esse bloco visa estabelecer uma zona de livre comércio no continente americano, onde 
as tarifas alfandegárias seriam, paulatinamente, eliminadas, proporcionando, assim, 
a livre circulação de mercadorias, capitais e serviços. Entretanto, a livre circulação 
de pessoas e trabalhadores entre os países integrantes não seria permitida, pois o 
idealizador da Alca (EUA) não pretende intensificar a entrada de latino-americanos 
em seu território.
Nesse sentido, a maioria dos países da América Latina interpreta a criação da 
Alca como uma manobra dos Estados Unidos para a expansão de suas empresas 
transnacionais pelo continente. Porém, há opositores também nos EUA, alegando que 
o bloco econômico diminuiria o número de empresas no país, visto que muitas delas 
migrariam para outras nações americanas em busca de mão de obra barata. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Havana
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fidel_Castro
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Figura 3 – Manifestação contra a criação da ALCA
Fonte: Brasil Escola (2021) Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/alca.htm> Acesso em: 26 out. 2021.
ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
Em parceria com o Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais – São Paulo, a 
plataforma multimídia UM BRASIL reuniu dois especialistas para debater os rumos 
da política internacional brasileira e a agenda de comércio exterior para os próximos 
anos. Foram entrevistados o coordenador do Grupo de Análise da Conjuntura 
Internacional (GACInt) da USP, Alberto Pfeifer, e o coordenador da graduação em 
Relações Internacionais do Ibmec/RJ, José Niemeyer.
Na conversa mediadapor Jaime Spitzcovsky, os internacionalistas analisam o papel 
do agronegócio na pauta de exportações brasileira, o potencial de exportação do 
setor de serviços, as relações do Brasil com os seus principais parceiros comerciais, 
os acordos regionais e a entrada brasileira na Organização para Cooperação e 
Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Acesse a entrevista completa, neste link:
<https://www.youtube.com/watch?v=RCuCcvVlZ2s>
3.1.2 ARCs e o Brasil
O Brasil está em uma posição intermediária na economia internacional que engloba 
o continente americano. Visto que nosso país não é uma superpotência econômica, 
como Canadá ou Estados Unidos. Tão pouco, é um país de economia frágil, como várias 
nações do continente. Portanto, sua participação é motivo de grande preocupação, 
http://./%3Chttps://www.youtube.com/watch%3Fv=RCuCcvVlZ2s%3E
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podendo expandir e fortalecer a economia nacional ou gerar problemas de ordem 
socioeconômica, como o aumento do desemprego 
O futuro do Comércio Internacional aponta que, em uma economia globalizada, as 
relações comerciais de qualquer país tendem a se fortalecer em blocos econômicos. Outro 
aspecto observado no mercado internacional, capaz de interferir no desenvolvimento 
de uma nação, são as possíveis represálias impostas por países integrantes de ARCs 
específicos. Portanto, a participação do Brasil tem caráter estratégico sobre quais 
acordos ele deve fazer parte, bem como, as formas de atuação em cada um deles.
Porém, não podemos ignorar que grande parte da população latino-americana é 
contrária à formação da Área de Livre Comércio das Américas (FERREIRA, 2004). Nesse 
sentido, nota-se que países do continente americano, sendo que o Brasil não é exceção, 
têm procurado desenvolver alternativas em que todos possam ser beneficiados, como, 
por exemplo, o fortalecimento do Mercosul e da Comunidade Andina. 
Além disso, a criação da União das Nações Sul-Americanas (UNASUL) é uma forma 
de integrar as nações da América do Sul. Vale informar que a UNASUL é um bloco que 
visa fortalecer as relações comerciais, culturais, políticas e sociais entre as doze nações 
da América do Sul – Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, 
Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela –, além da participação, como observadores, de 
dois países da América Latina: México e Panamá (FRANCISCO, 2021). 
Esse projeto foi proposto em 2004, durante uma reunião de Chefes de Estado e 
de Governo dos países sul-americanos, realizada no Peru, na cidade de Cusco. Nessa 
ocasião, foi estabelecida a Comunidade Sul-Americana de Nações, que passou a ser 
chamada de União de Nações Sul-Americanas em 2007, durante um encontro para 
discutir questões energéticas do subcontinente 
O estabelecimento da UNASUL constitui grande importância para a integração 
desses países, pois, através da implantação de uma zona de livre comércio, haverá 
maior flexibilidade nas relações comerciais, circulação de pessoas e mercadorias. 
Outro aspecto relevante é a união dos dois blocos econômicos da América do Sul, o 
Mercosul e a Comunidade Andina (CAN). Além da possibilidade de criação de uma 
moeda única, denominada pacha5. 
No entanto, de forma restritiva, se tornou claro no ano de 2020 que a pandemia 
da COVID-19 e as medidas restritivas adotadas pelos diversos governos tiveram 
um impacto significativo no andamento das negociações comerciais brasileiras, 
culminando no cancelamento de rodadas negociadoras presenciais (BRASIL, 2021). 
5 Veja mais em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Moeda_única_sul-americana 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Moeda_%C3%BAnica_sul-americana
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Assim, não obstante as limitações decorrentes da realização de reuniões virtuais, o 
Brasil e o MERCOSUL lograram avançar em algumas frentes. Vale destacar o pacote 
comercial Brasil-Estados Unidos, formado por um Protocolo composto por anexos sobre 
Facilitação de Comércio, Boas Práticas Regulatórias e Anticorrupção, bem como, a 
evolução do Brasil no processo de adesão ao Acordo sobre Compras Governamentais 
da OMC. Temas esses, em desenvolvimento atual.
Para finalizar este tópico, temos a relação atual de países e blocos que o Brasil 
possui acordos comerciais vigentes (BRASIL, 2020), entre eles: Estados Unidos da 
América, União Europeia, Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), Coreia do 
Sul, Canadá , Singapura, Líbano, Vietnã, Indonésia, Paraguai, México, Uruguai, Países 
da América Central e Caribe, além dos países que formam o MERCOSUL. Detalhes 
específicos de cada acordo pode ser observado no documento denominado Anuário 
do Comércio Exterior Brasileiro, produzido por meio do Ministério da Economia6.
Por isso, tendo em vista os principais aspectos que permeiam os Acordos Regionais 
de Comércio que envolvem o nosso Brasil, no próximo capítulo, examinaremos a 
estrutura do Comércio Exterior Brasileiro. De forma específica, serão estudadas as 
principais instituições de comércio exterior. Além disso, serão analisadas as principais 
funções pelas quais cada uma destas instituições se tornam necessárias para o 
desenvolvimento do comércio internacional brasileiro.
Vejo você no próximo capítulo!
6 O Anuário do Comércio Exterior Brasileiro, ano 2020, pode ser encontrado no seguinte link: https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-
exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/publicacoes-secex/anuario/arquivos/anuario-comex-2020.pdf
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/publicacoes-secex/anuario/arquivos/anuario-comex-2020.pdf
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/publicacoes-secex/anuario/arquivos/anuario-comex-2020.pdf
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AULA 4
SISTEMA BRASILEIRO 
DE COMÉRCIO EXTERIOR
Neste capítulo, discutiremos a estrutura do Sistema Brasileiro de Comércio Exterior. 
Nossa estrutura é um pouco diferenciada quando comparada com a de outros países. 
Visto que, no Brasil, não há um órgão específico de Comércio Exterior. A gestão é feita 
de forma descentralizada, bem como, por áreas de competência, entre elas: Política de 
Comércio Exterior, Política Fiscal, Política Financeira, Políticas Bilaterais de Relações 
Internacionais. Portanto, neste capítulo, nossa compreensão será construída em duas 
frentes: na primeira frente, será evidenciado o aspecto histórico do comércio exterior 
brasileiro, em uma tentativa de compreender o funcionamento do atual sistema. Na 
segunda frente, identificaremos os principais órgãos governamentais que formam 
a estrutura do comércio exterior no Brasil. Por fim, este capítulo é finalizado com a 
apresentação de dados recentes do cenário brasileiro de comércio exterior, com ênfase 
em processos de exportação e importação ocorridos entre 2020-2021.
4.1 Aspectos conceituais e históricos
Afinal, o que significa um sistema de comércio exterior? Com base em Morini e 
Simões (2011), temos que:
O Sistema de Comércio Exterior compreende uma estrutura 
organizada de instituições e ferramentas, capazes de propiciara 
troca de produtos ou serviços entre um país e outro. Cada situação 
destas engloba uma série de procedimentos necessários para a sua 
execução. O Sistema de Comércio Exterior é o responsável por esta 
organização e funcionamento (MORINI; SIMÕES, 2011, p.45).
É importante mencionar que nos sistemas de comércio exterior é identificada a 
presença de vários termos, regras e normas nacionais das transações. Estas regras 
são de âmbito nacional, criadas para disciplinar e orientar tudo o que diz respeito 
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à entrada no país de mercadorias procedentes do exterior, no caso quando existe 
uma importação. Já na saída de mercadorias doterritório nacional, quando é uma 
exportação. Estas regras refletem diretamente em questões de ordem: Comercial, 
Tributária, Financeira, Administrativa e Aduaneira.
Para entendermos melhor como funciona o Sistema Brasileiro de Comércio Exterior, 
iniciaremos este capítulo, abordando as características de desenvolvimento deste 
tipo de comércio no Brasil, nos últimos 200 anos1. Para não tornarmos esta leitura 
demasiada e tediosa, agruparemos as principais características em vinte décadas, a 
partir de 1808. Vale destacar que estudar esse processo histórico é extremamente 
importante para entendermos melhor o funcionamento desta modalidade de comércio 
em nosso país, em nossos dias. Topa mais este desafio?
Década Principais características
1808-
1820
A corte portuguesa se estabeleceu no Brasil em 1808. Em 28 de janeiro daquele ano, 
foi publicada a Carta Régia de Abertura dos Portos brasileiros às Nações Amigas. Com 
isso, o Brasil passou a exercer autonomia inédita sobre seu próprio comércio exterior. 
1821-
1830 
O principal fato histórico desse período para os brasileiros foi a independência do país 
em 1822. O Brasil assinou o Tratado de Comércio com a Inglaterra, ato que revalidou os 
termos do Tratado de Comércio firmado entre Portugal e a Grã-Bretanha em 1810.
1831-
1840 
A terceira década do século XIX foi marcada, no Brasil, pelo aumento da demanda 
mundial pela borracha produzida na região amazônica. Entretanto, a balança comercial 
registra sucessivos déficits. Nesta década, o café começou a se destacar na pauta das 
exportações brasileiras. 
1841-
1850 
No ano de 1844 o governo brasileiro extinguiu o Tratado Comercial com a Grã-Bretanha. 
Esta medida aumentou o custo dos produtos importados, estimulando a instalação 
de algumas indústrias no país. As exportações de café aumentaram, mas a balança 
comercial ainda é desfavorável para o Brasil. 
1851-
1860 
Pela primeira vez o Brasil conseguiu diversificar os destinos de suas exportações, 
mas as importações continuaram concentradas na Grã-Bretanha. O primeiro saldo 
positivo da balança comercial foi obtido em 1860 graças ao café, que nesta década 
correspondia a 48,8% das exportações, seguido pelo açúcar (21,2%), algodão (6,2%), 
fumo (2,6%) e cacau (1%). 
1861-
1870 
Nesta década, o café e o algodão são os principais produtos exportados pelo Brasil. 
O total das exportações entre 1851 e 1860 é de 150 milhões de libras esterlinas, 
equivalentes a 11,8% do PIB e as importações somam 132 milhões de libras. O 
superávit comercial do período foi de 18 milhões de libras. 
1871-
1880 
Entre os anos de 1871 e 1880, os embarques brasileiros de café, açúcar, algodão, 
couros, borracha, cacau, mate e fumo, continuavam crescendo e representavam 95% de 
toda a pauta exportadora.
1 A publicação “Alfândegas Brasileiras” efetuada por meio do Ministério de Desenvolvimento foi publicada em 2008 e reedita em 2012, conta a história dos 
duzentos anos iniciais do comércio exterior brasileiro. A publicação está disponível neste link:
https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/acesso-a-informacao/institucional/memoria/livros/arquivos-e-imagens/livro-alfandegas-brasileiras-200-anos-2a-edicao-1.
pdf
https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/acesso-a-informacao/institucional/memoria/livros/arquivos-e-imagens/livro-alfandegas-brasileiras-200-anos-2a-edicao-1.pdf
https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/acesso-a-informacao/institucional/memoria/livros/arquivos-e-imagens/livro-alfandegas-brasileiras-200-anos-2a-edicao-1.pdf
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1881-
1890 
A balança comercial brasileira registrava sucessivos saldos positivos, contribuindo 
para um acúmulo de capital, que parte era direcionado para a expansão das atividades 
manufatureiras. Em maio de 1888, a Lei Áurea aboliu a escravidão no Brasil e em 15 de 
novembro de 1889 houve a proclamação da República.
1891-
1900 
O comércio exterior continua dependente do café, que constituía o setor mais dinâmico 
da economia e responde por mais de 60% das exportações brasileiras. Na região 
Amazônica intensificou-se a exploração da borracha, valorizada pela nascente indústria 
automobilística nos Estados Unidos.
1901-
1910 
Nesta década, iniciou-se uma longa fase de expansão do comércio exterior brasileiro. A 
Região Norte viveu o auge do ciclo da borracha e o Brasil respondia por 97% da produção 
mundial. Em 1906, foi colocado em prática o Acordo de Taubaté, para manter em alta o 
preço internacional do café e garantir os lucros dos cafeicultores. 
1911-
1920 
O acontecimento histórico que marca a segunda década do século XX é a Primeira Guerra 
Mundial. A entrada do Brasil na guerra coincide com uma crise no setor cafeeiro, que 
obrigou o governo a colocar em prática o segundo plano de valorização do produto. Os 
principais produtos de exportação eram café, açúcar, cacau, mate, fumo, algodão, borracha, 
couros e peles. 
1921-
1930 
A quebra da bolsa de Nova York, em 1929, provoca uma crise que se alastra pelo mundo 
e atinge em cheio a economia cafeeira brasileira. Isso coincide com uma extraordinária 
expansão das lavouras de café e o resultado foi uma oferta superior à demanda internacional. 
A solução encontrada pelo governo é a destruição dos estoques excedentes do produto. 
1931-
1940 
Os efeitos da quebra da bolsa de Nova York e da crise do setor cafeeiro comprometem 
o desempenho do comércio exterior brasileiro. No início desta década, grande parte da 
safra do grão se acumula em armazéns. A oferta continua muito maior que a demanda 
mundial e para contornar a crise do setor, o governo destruiu milhões de sacas de café. O 
algodão brasileiro desponta como o segundo principal produto de exportação. A política 
de substituição de importações favorece o desenvolvimento da indústria nacional. Nesta 
década, houve o início da Segunda Grande Guerra. 
1941-
1950 
Durante a Segunda Guerra Mundial, o intercâmbio comercial brasileiro era feito principalmente 
com os Estados Unidos. Com a guerra, os preços internacionais do café se tornam mais 
uma vez atrativos. A produção e a exportação desse produto volta a sua posição de 
destaque na economia nacional. 
1951-
1960 
Neste período, houve a diversificação da pauta exportadora brasileira e também dos destinos 
desses produtos. No início dos anos 50, a normalização das trocas internacionais já tinha 
feito com que o café voltasse a concentrar a maior parte das exportações nacionais, tendo 
os Estados Unidos como seu principal mercado.
1961-
1970 
Os anos JK foram bastante proveitosos para a indústria nacional, com sucessivos aumentos 
da produtividade, mas não houve avanços do comércio exterior brasileiro. Café, açúcar, 
algodão e minérios ainda são responsáveis por 70% da pauta exportadora do país. Na 
segunda metade da década, a participação de produtos manufaturados nas exportações 
brasileiras passou de 7% em 1965 para 30% em 1974.
COMÉRCIO EXTERIOR NO 
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1971-
1980 
Nesta década, a economia brasileira conseguiu crescer de forma considerável. O milagre 
econômico, iniciado em 1967, chegou a seu auge, com taxas de crescimento anual acima de 
11%. A participação dos produtos manufaturados na pauta exportadora brasileira aumentou 
em 47% de 1974 a 1979 e o Brasil conquistou novos mercados no Oriente Médio e na África. 
1981-
1990 
Brasil e Argentina assinaram a Ata de Buenos Aires, que fixou a data de 31 de dezembro 
de 1994 para início das atividades do Mercado Comum do Sul (Mercosul) e, no âmbito da 
Associação Latino-americana de Integração (Aladi), foi firmado o Acordo de Complementação 
Econômica N.º 14, que consolidou os protocolos de natureza comercial e propôs uma 
redução tarifária a partir de 1990. 
1991-
2000 
No início da década de 90, o Brasil implementou a abertura comercial com redução de 
tarifas de importação e reformulação dos incentivos às exportações. Os fluxos comerciaisse intensificaram e foi criado o Mercosul. Nesta década também foi instituída a Organização 
Mundial de Comércio (OMC), organismo multilateral responsável pela regulamentação do 
comércio.
A partir 
2000
A partir de 2000, o comércio exterior brasileiro aumentou num ritmo mais vigoroso. O 
crescimento econômico mundial, o aumento dos preços internacionais de produtos básicos, 
a diversificação dos mercados importadores e a maior produtividade da indústria nacional 
são fatores que favoreceram o dinamismo das exportações brasileiras, que passou a 
atingir sucessivos recordes”.
Quadro 1 – Síntese Histórica do Sistema Brasileiro de Comércio Exterior
Fonte: BRASIL (2008) Disponível em: <http://www.desenvolvimento.gov.br/comercioexterior> Acesso em 29 out. de 2021.
ISTO ESTÁ NA REDE
Está disponível no site do Ministério da Economia, para acesso livre, o conteúdo 
do DVD comemorativo dos 200 anos do comércio exterior brasileiro, lançado 
pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) em 
comemoração ao bicentenário do comércio exterior brasileiro, completado dia 28 de 
janeiro de 2008.
Todo o conteúdo do DVD foi desenvolvido a partir de uma pesquisa histórica feita 
pela equipe da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do MDIC sob a coordenação 
de professores do departamento de História da Universidade de Brasília (UnB) 
e com o apoio da Agência de Promoção das Exportações e Investimentos 
(Apex-Brasil). No texto histórico, é possível encontrar informações sobre os 
principais produtos exportados e importados a partir de 1808, fatos históricos 
que influenciaram o comércio exterior brasileiro, imagens, estatísticas e vídeos 
explicativos. Acesse este conteúdo em:
http://www.desenvolvimento.gov.br/comercioexterior
http://www.desenvolvimento.gov.br/comercioexterior
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4.2 Principais Órgãos do Comércio Exterior Brasileiro
Para identificarmos e conhecermos os atuais órgãos do comércio exterior no Brasil, 
temos que considerar a seguinte situação: a partir de 2016 e, culminando no governo 
Bolsonaro, tivemos uma reconfiguração total de órgãos e secretarias que atuavam 
tradicionalmente em assuntos sobre o comércio exterior Brasileiro. A nova estrutura 
de siglas e funções foram agrupadas no novo Ministério da Economia, em atuação 
a partir de 2019.
4.2.1 Ministério da Economia
Para você visualizar e entender melhor as mudanças que ocorreram recentemente 
nas estruturas do comércio exterior brasileiro, tem-se o organograma atual do Ministério 
da Economia (BRASIL, 2021). Note na parte tracejada em vermelho, que a partir de 
2019, esse ministério agrupou em sua estrutura os órgãos governamentais do comércio 
exterior brasileiro. É sobre estes novos órgãos que teceremos considerações nesta 
discussão!
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Figura 1 – Organograma do Ministério da Economia
Fonte: BRASIL (2021)
Disponível em: <https://www.gov.br/economia/pt-br> Acesso em: 28 out. 2021.
Conforme é percebido neste organograma, o Comércio Exterior Brasileiro foi 
reconfigurado por meio de uma nova secretaria: a Secretaria Especial de Comércio 
Exterior e Assuntos Internacionais (denominada SECINT). Esta secretaria foi dividida 
em três pastas, com as subsecretarias relacionadas, quer sejam:
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• Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exterior:
• Subsecretaria de Estratégia Comercial;
• Subsecretaria de Investimentos Estrangeiros;
• Subsecretaria de Financiamento ao Comércio Exterior.
• Secretaria de Assuntos Econômicos Internacionais:
• Subsecretaria de Instituições Internacionais de Desenvolvimento;
• Subsecretaria de Finanças Internacionais e Cooperação Econômica;
• Subsecretaria de Financiamento ao Desenvolvimento e Mercados 
Internacionais.
• Secretaria de Comércio Exterior:
• Subsecretaria de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior – SITEC;
• Subsecretaria de Operações de Comércio Exterior – SUEXT;
• Subsecretaria de Facilitação de Comércio Exterior – SUFAC;
• Subsecretaria de Negociações Internacionais – SEINT;
• Subsecretaria de Defesa Comercial e Interesse Público – SDCOM.
Quadro 2 – Nova Estrutura do Comércio Exterior Brasileiro
Fonte: Brasil (2021) Conduziremos nosso estudo desta estrutura, a partir de agora, abordando as três secretarias evidenciadas, quer sejam: Secretaria Executiva 
da Câmara de Comércio Exterior (SECAMEX), Secretaria de Assuntos Econômicos Internacionais (SAIN) e Secretaria de Comércio Exterior (SECEX).
Então, preparado para aprender mais?
A Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exterior (SECAMEX), anteriormente 
conhecida como CAMEX (Câmara de Comércio Exterior), tem a atribuição de formular, 
adotar, implementar e coordenar as políticas e atividades relativas ao comércio exterior 
brasileiro, à atração de investimentos estrangeiros diretos, a investimentos brasileiros 
no exterior, aos temas tarifários e não tarifários e ao financiamento às exportações 
com o objetivo de promover o aumento da produtividade e da competitividade das 
empresas brasileiras no mercado internacional2 (BRASIL, 2021).
Criada em 1995, originalmente, esta secretaria estava vinculada ao Conselho de 
Governo da Presidência da República. Porém, não tinha poderes deliberativos ou 
operacionais. Possuía um conselho de ministros, composto pelos principais ministérios 
que tratavam de temas afins ao comércio exterior neste período, sendo presidida 
pelo chefe da Casa Civil. Em 1998, com a criação do Ministério do Desenvolvimento, 
Indústria e Comércio (MDIC), a Câmara passou a integrar sua estrutura.
O Decreto nº 8.807, de 12 de julho de 2016, mudou um aspecto importante na 
institucionalidade da Camex, que passou então a ser presidida pelo Presidente da 
2 Ver Decreto Federal número 10.044 de 2019 e Lei 13.844, também, de 2019.
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República. Enquanto a Secretaria Executiva passou ao Ministério das Relações 
Exteriores (MRE). Em 2017, a Camex foi transferida novamente do MRE para o MDIC, 
que passou a indicar o secretário-executivo da Câmara.
Atualmente, a SECAMEX faz parte da estrutura administrativa do Ministério da 
Economia (ME), dispondo de um conjunto de colegiados e órgãos, que juntos são 
responsáveis por coordenar discussões e deliberações em torno dos principais pilares 
da política de comércio exterior brasileira. A SECAMEX é composta pelas seguintes 
unidades e endereços eletrônicos:
Unidades Endereços eletrônicos
Conselho de Estratégia Comercial https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-
br/assuntos/camex/colegiados/cec
Comitê Executivo de Gestão (GECEX) https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-
br/assuntos/camex/colegiados/gecex 
Secretaria Executiva https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-
br/assuntos/camex/se-camex 
Conselho Consultivo do Setor Privado 
(CONEX)
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-
br/assuntos/camex/colegiados/conex 
Comitê de Financiamento e Garantia 
das Exportações (COFIG)
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-
br/assuntos/camex/colegiados/cofig 
Comitê de Alterações Tarifárias (CAT) https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-
br/assuntos/camex/colegiados/cat 
Comitê de Defesa Comercial https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/
pt-br/assuntos/camex/colegiados/comite-de-defesa-
comercial 
Comitê Nacional de Facilitação de 
Comércio (CONFAC)
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/
pt-br/assuntos/camex/colegiados/comite-nacional-de-
facilitacao-de-comercio
Comitê Nacional de Investimentos 
(CONINV)
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-
br/assuntos/camex/colegiados/coninv
Grupo Assessor de Ombudsman3 de 
Investimentos Diretos
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/camex/investimentos-estrangeiros/
ombudsman-de-investimentos-diretos 
Ponto de Contato Nacional https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-
br/assuntos/camex/pcn 
Quadro 3 – Unidade e endereços eletrônicos da SECAMEX 
Fonte: Brasil (2021)
3 Ombudsman é um cargo profissional contratado por um órgão, instituição ou empresa com a função de receber críticas, sugestões 
e reclamações de usuários e consumidores, com o dever de agir de forma imparcial para mediar conflitos entre as partes envolvidas (GOOGLE, 
2021).
https://www.go/
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/camex/colegiados/gecex
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/camex/colegiados/gecex
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/camex/se-camex
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/camex/se-camex
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/camex/colegiados/conex
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/camex/colegiados/conex
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/camex/colegiados/cofig
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/camex/colegiados/cofig
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/camex/colegiados/cat
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/camex/colegiados/cat
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/camex/colegiados/comite-de-defesa-comercial
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/camex/colegiados/comite-de-defesa-comercial
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/camex/colegiados/comite-de-defesa-comercial
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/camex/investimentos-estrangeiros/ombudsman-de-investimentos-diretos
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/camex/investimentos-estrangeiros/ombudsman-de-investimentos-diretos
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/camex/investimentos-estrangeiros/ombudsman-de-investimentos-diretos
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/camex/pcn
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/camex/pcn
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A Secretaria de Assuntos Econômicos Internacionais (antigo SAIN) é um órgão 
singular do Ministério da Economia, subordinado à Secretaria Especial de Comércio 
Exterior e Assuntos Internacionais, bem como ao Ministro de Estado da Economia, 
para tratar de questões envolvendo a economia brasileira no seu relacionamento com 
os demais países, blocos econômicos e organismos internacionais. 
Esta secretaria presta assessoria técnica especializada em assuntos relativos à 
economia internacional com o objetivo de defender os interesses econômicos 
e financeiros do Brasil, fortalecendo sua participação nos processos decisórios 
internacionais, de forma a contribuir para o desenvolvimento sustentável do País. 
Algumas temáticas de preocupação desta secretaria são observadas na figura a seguir.
Figura 2 – Temas da Secretaria de Assuntos Econômicos e Internacionais
Fonte: BRASIL (2021) Disponível em: <https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/assuntos-economicos-internacionais> Acesso em: 
28 out. 2021.
Finalmente, temos a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX). Em síntese, essa 
Secretaria é encarregada de formular, implementar e administrar a política de comércio 
exterior brasileira. Criada no governo Itamar Franco pela Medida Provisória nº 309, de 
19 de outubro de 1992, subordinada ao Ministério da Indústria, Comércio e Turismo, 
a SECEX incorporou as principais atribuições do Departamento de Comércio Exterior 
(DECEX)4.
4 O Departamento de Operações de Comércio Exterior (DECEX) era o órgão responsável pela operacionalização das políticas da Secretaria 
de Comércio Exterior (Secex) e completa, em 2021, 21 anos de história, marcada por avanços, como a simplificação de procedimentos de exportação 
(GOOGLE, 2021).
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/assuntos-economicos-internacionais
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Conforme percebemos em Nassif (2009), posteriormente, por meio do Decreto nº 
1.757, de 26 de dezembro de 1995, o governo Fernando Henrique Cardoso, embora 
preservando essa estrutura ministerial, demarcava de forma mais precisa as áreas 
de atuação da SECEX, subdividindo-a nos departamentos de Operações de Comércio 
Exterior, de Negociações Internacionais, de Defesa Comercial e de Políticas de Comércio 
Exterior. Essa mudança institucional só pode ser melhor entendida se analisada à luz 
da condução do processo de liberalização comercial no Brasil após 1993.
Em linhas gerais, o cronograma inicial de abertura foi mantido até 1992. No entanto, 
nesse ano foram antecipadas reduções de tarifas aduaneiras previstas para 1993 
e 1994, reduzindo em seis meses o prazo para a conclusão da reforma comercial. 
Além disso, mesmo antes da implantação do Plano Real, em julho de 1994, a abertura 
comercial vinha-se subordinando à política de estabilização de preços.
Para Kume (1996, p.23):
No período de março a dezembro de 1994, durante a fase e nos 
primeiros meses de implantação do Plano Real, o instrumento 
tarifário foi utilizado intensamente como mecanismo para disciplinar 
os preços domésticos via aumento da competição externa.
A entrada em vigor, também de forma antecipada, da Tarifa Externa Comum (TEC) 
do Mercosul, em setembro de 1994, cuja vigência fora programada para ser introduzida 
apenas em janeiro do ano seguinte, acabou reduzindo significativamente o nível de 
proteção nominal de setores com forte participação nas importações brasileiras, como 
o automobilístico, o de eletrônica de consumo e o de química fina.
Esse conjunto de medidas de comércio aumentou a pressão protecionista por parte 
de diversos segmentos produtivos, bem como induziu ao incremento do número de 
petições de abertura de investigação para a aplicação dos instrumentos de defesa 
comercial externa (destacando-se os direitos anti-dumping). No primeiro caso, o governo 
procurou evitar a adoção de práticas generalizadas de proteção, elevando para 70% 
as alíquotas ad valorem apenas dos produtos cujas importações vinham exercendo 
maior peso na elevação dos déficits comerciais.
O aumento dos pedidos de investigação a respeito de prováveis práticas de dumping, 
de utilização de subsídios e/ou de aplicação de salvaguardas comerciais ensejou 
a criação, pela primeira vez no Brasil, de um órgão especialmente encarregado da 
defesa comercial. Nesse sentido, não seria exagerado afirmar que, no organograma 
COMÉRCIO EXTERIOR NO 
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da SECEX, a maior mudança foi a criação do Departamento de Defesa Comercial, 
uma vez que as atividades e funções dos demais departamentos já eram cumpridas, 
no passado, pelos órgãos intervenientes na política de comércio exterior brasileira, 
especialmente pela CACEX.
Nassif (2009) destaca que é preciso ressaltar, porém, que esse período de transição 
não poderia transcorrer sem sobressaltos. Sobretudo, em virtude do grande despreparo 
dos recursos humanos. Para esse mesmo autor, “cerca de um terço dos funcionários 
da antiga CACEX que continuou cedido pelo Banco do Brasil ao Ministério da Indústria, 
Comércio e Turismo para lidar com as controvérsias comerciais, típicas de uma 
economia em processo de liberalização” (NASSIF, 2009, p. 12).
Entretanto, desde a extinção da CACEX, o forte enxugamento do quadro de pessoal 
acabou tornando evidente que seria preciso não apenas aprimorar o grau de qualificação 
técnica, mas também aumentar o número de funcionários da SECEX, pelo menos até 
o limite compatívelcom uma gestão eficiente do comércio exterior brasileiro (KUME, 
1996).
4.2.2 Ministério das Relações Exteriores (MRE)
O MRE atua no comércio exterior brasileiro por dois meios: a promoção comercial 
das exportações e as negociações internacionais que contemplem assuntos que fazem 
parte da pauta de interesse político-nacional. Quanto à promoção comercial, um dos 
objetivos do MRE é promover a expansão e a diversificação comercial no exterior. Assim, 
auxilia as empresas que buscam informações ou apoio para a internacionalização de 
seus produtos ou serviços. Segundo Faro e Faro (2012, p. 22):
O MRE apoia a participação das empresas domésticas em feiras, 
congressos e eventos internacionais e coordena, em conjunto com 
outras entidades intervenientes no segmento, a realização de viagens 
e missões empresariais. Além disso, coleta e sistematiza dos dados 
relativos às oportunidades comerciais no cenário internacional, 
disponibilizando informações gerais acerca de mercados 
selecionados, objetivando, dessa maneira, orientar as ações do 
empresariado brasileiro.
Esta atuação é complementada por meio dos Setores de Promoção Comercial 
(SECOMs). Localizados em 104 Embaixadas e Consulados ao redor do mundo, os 
SECOMs fornecem assistência a empresas estrangeiras que desejam investir no Brasil 
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ou importar bens ou serviços nacionais. Além disso, no que tange às negociações 
internacionais, o MRE é parte integrante da defesa dos interesses políticos e comerciais 
do país internacionalmente. Por exemplo, é o MRE que participa das discussões no 
âmbito dos acordos de integração regional e inserção competitiva global.
ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
No último dia 17 de julho de 2021 foi realizado o Webinar "Sebrae no Mundo - 
Brasileiros no Japão". O evento foi transmitido na plataforma no Sebrae no Youtube 
e contou com a participação dos Consulados do Brasil em Hamamatsu, Nagoia e 
Tóquio, da Embaixada do Brasil em Tóquio e de empresários brasileiros no Japão.
O webinar foi o início de um projeto em parceria na área de empreendedorismo para 
a criação do "Portal Sebrae no Mundo" e tem por objetivo auxiliar os milhares de 
brasileiros residentes no Japão a montar o seu próprio negócio em terras nipônicas.
O gerente de Inovação do Sebrae, senhor Paulo Renato, com o tema O legado da 
pandemia: negócios digitais e as tendências do novo normal, explanou sobre as 
mudanças no comportamento do consumidor com a advento da internet e frente 
às mudanças enfrentadas pela pandemia. E como a pandemia antecipou mudanças 
que já estavam em curso. Por sua vez, o gerente de Políticas Públicas do Sebrae 
Nacional, senhor Silas Santiago, respondeu a algumas dúvidas frequentes de 
empreendedores no Japão que atuam na área do e-commerce para consumidores 
no Brasil.
Veja o material completo em:
https://www.youtube.com/watch?v=D527BxIv6UE
4.2.3 Órgãos anuentes
É verificado em Fabrini e Prates (2019), que órgãos anuentes compreendem outros 
órgãos que precisam intervir nos processos de importação e/ou exportação, aprovando 
ou consentindo determinados procedimentos. Esses mesmos autores listam 15 órgãos 
anuentes no comércio exterior brasileiro:
https://www.youtube.com/watch?v=D527BxIv6UE
COMÉRCIO EXTERIOR NO 
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• Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL; 
• Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA;
• Agência Nacional do Cinema – ANCINE;
• Comando do Exército – COMEXE;
• Departamento de Operações de Comércio Exterior – DECEX;
• Departamento de Polícia Federal – DPF; 
• Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM; 
• Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA; 
• Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP; 
• Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq; 
• Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – EBC; 
• Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO; 
• Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA; 
• Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – MCTI; e,
• Superintendência da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA.
Quadro 4 – Outros órgãos anuentes
Fonte: adaptado de Fabrini e Prates (2019)
Um exemplo para explicar este grande número de órgãos anuentes, está, por exemplo, 
nas exportações de armas e munições, que necessitam da anuência do Comando do 
Exército. Por sua vez, as exportações de castanha do Brasil para a União Europeia 
necessitam da anuência do MAPA. Também, a importação ou exportação de armas 
químicas precisa da autorização do MCTI, entre outros.
ISTO ESTÁ NA REDE
Acesse o artigo publicado na página digital Comex do Brasil, disponível no endereço:
https://www.comexdobrasil.com/acordo--brasil-e-chile-o-inicio-da-insercao-do-brasil-
no-cenario-inter-nacional/), 
Este texto reflete sobre a atual posição do Brasil no mercado internacional e os 
possíveis impactos do acordo com o Chile.
4.3 Cenário atual do Comércio Exterior Brasileiro
Com base no Monitor do Comércio Exterior Brasileiro, atualizado em outubro de 
2021, são vislumbrados dados atuais do Comércio Exterior Brasileiro, com base no 
https://www.comexdobrasil.com/acordo--brasil-e-chile-o-inicio-da-insercao-do-brasil-no-cenario-inter-nacional/)
https://www.comexdobrasil.com/acordo--brasil-e-chile-o-inicio-da-insercao-do-brasil-no-cenario-inter-nacional/)
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detalhamento dos dados disponibilizados com base no mês de Setembro de 2021. O 
quadro a seguir, resume esses dados de exportações e importações (BRASIL, 2021):
Período detalhado: Setembro de 2021
Exportações Importações
O volume das exportações caiu -2,3 %. 
Em relação a toda série histórica (atualmente 
contando com 285 meses), o volume total 
exportado alcançou o 12º maior resultado. 
Importantes mercados de destino foram 
responsáveis pela queda do volume total 
exportado, destacando-se as diminuições do 
volume exportado para América do Sul (-3,0 %), 
Ásia (Exclusive Oriente Médio) (-3,7 %), Oriente 
Médio (-5,1 %) e Europa (-6,9 %). Já as vendas 
externas aumentaram para América Central e 
Caribe (41,4 %), Oceania (9,9 %), América do 
Norte (5,3 %) e África (4,3 %).
O volume das importações cresceu 0,1 %. Este 
resultado foi o segundo crescimento consecutivo 
recente. Em relação a toda série histórica (atualmente 
contando com 285 meses), o volume total importado 
alcançou o 17 º maior resultado. O crescimento do 
volume dos bens com origem nos seguintes parceiros 
comerciais foram os principais responsáveis pelo 
aumento do volume total importado: Ásia (Exclusive 
Oriente Médio) (3,0 %), Europa (3,0 %) e Oriente Médio 
(0,2 %). Já o volume das compras externas caíram 
com origem em: África (-12,7 %), Oceania (-14,8 %), 
América Central e Caribe (-1,8 %), América do Sul 
(-2,5 %) e América do Norte (-5,8 %).
Quadro 5 – Dados do Comércio Exterior Brasileiro
Fonte: Brasil (2021) Disponível em: <https://balanca.economia.gov.br/balanca/IPQ/index.html> Acesso em 28 Out. 2021.
Finalmente, para terminarmos com dados atualizados do estudo do sistema 
brasileiro de comércio exterior, na sequência deste capítulo, são apresentados os 
dados detalhados de exportações e importações brasileiras, de setembro de 2021.
Esta compilação de dados foi extraída da ferramenta: Monitor do Comércio Exterior 
Brasileiro5. Essa nova ferramenta contém indicadores que permitem avaliar, de maneira 
simples, o desempenho do comércio exterior sob diversos ângulos e proporciona uma 
visão mais completa dos movimentos e tendências. 
Entre as novidades, o Monitor traz novos índices, como o quantum– que mede 
volumes comercializados – ajustado sazonalmente, o que permite uma observação 
mais acurada dos movimentos recentes, ao eliminar efeitos sazonais que afetam os 
fluxos de mercadorias, como períodos de safra,feriados e finais de semana. Assim, é 
possível observar os movimentos mais recentes e reais de exportação e importações por 
destino e origem e por grupos de produtos. As informações trazidas nesta ferramenta 
são analisadas mensalmente, de modo a proporcionar uma visão qualificada dos 
dados para os mais diversos públicos – desde pesquisadores até estudiosos mais 
pontuais da informação sobre o comércio exterior brasileiro.
5 Disponível em: https://balanca.economia.gov.br/balanca/IPQ/index.html 
https://balanca.economia.gov.br/balanca/IPQ/index.html
https://balanca.economia.gov.br/balanca/IPQ/index.html
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4.3.1 Dados Recentes da Exportação Brasileira
Conforme informações apresentadas no Quadro 5, o volume das exportações 
brasileiras caiu -2,3 % neste mês de Setembro de 2021, comparado com Agosto de 
2021. Em relação a toda série histórica, o volume total exportado alcançou o 12 º 
maior resultado, encontrando-se -13% abaixo do nível recorde alcançado em abril de 
2021 (BRASIL, 2021).
No maior nível da classificação por atividade econômica o desempenho do volume 
exportado foi o seguinte: queda de -9,1 % em Agropecuária, -9,6 % de queda na Indústria 
Extrativa e aumento de 1,3 % na Indústria de Transformação. Dos 20 ramos de atividades 
econômicas pesquisadas na Indústria de Transformação, 12 mostraram aumento 
de volume e 8 apresentaram resultados negativos. As influências positivas no total 
do volume exportado foram registradas em Fabricação de Produtos Químicos (19,8 
%), Fabricação de Produtos Têxteis (13,2 %), Fabricação de Máquinas, Aparelhos e 
Materiais Elétricos (12,6 %), Fabricação de Outros Equipamentos de Transporte, Exceto 
Veículos Automotores (6,8 %), Fabricação de Móveis (5,2 %), Fabricação de Máquinas 
e Equipamentos (4,8 %), Metalurgia (3,4 %), Fabricação de Produtos Farmoquímicos 
e Farmacêuticos (3,4 %), Confecção de Artigos do Vestuário e Acessórios (3,3 %), 
Fabricação de Produtos de Metal, Exceto Máquinas e Equipamentos (2,7 %), Fabricação 
de Produtos Alimentícios (0,6 %) e Fabricação de Veículos Automotores (0,1 %).
De outra forma, as seguintes atividades apontaram redução no volume exportado : 
Fabricação de Produtos Minerais Não-Metálicos (-9,9 %), Fabricação de Equipamentos 
de Informática, Produtos Eletrônicos e Ópticos (-5,3 %), Fabricação de Bebidas (-5,0 
%), Fabricação de Produtos Diversos (-4,6 %), Fabricação de Produtos de Madeira 
(-4,2 %), Fabricação de Celulose, Papel e Produtos de Papel (-4,2 %), Preparação de 
Couros e Fabricação de Artefatos de Couro, Artigos para Viagem e Calçados (-1,3 %) 
e Fabricação de Produtos de Borracha e Materiais Plásticos (0,1 %). 
O gráfico a seguir ilustra as exportações deste período de forma comparativa:
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Figura 3 – Exportações Quantum Dessazonalizada
Fonte: BRASIL (2021) Disponível em: https://balanca.economia.gov.br/balanca/IPQ/xnota.html. Acesso em 28 Out de 2021.
4.3.2 Dados Recentes da Importação Brasileira
Por sua vez, conforme informações apresentadas no Quadro 5, o volume das 
importações brasileiras cresceu 0,1 %. Este resultado foi o 2º crescimento consecutivo 
recente. Em relação a toda série histórica (atualmente contando com 285 meses), o 
volume total importado alcançou o 17º maior resultado, encontrando-se -6.1% abaixo 
do nível recorde alcançado em 7/ 2013 (BRASIL, 2021).
Entre as grandes categorias econômicas, os resultados do volume importado 
foram o seguinte: crescimento de 5,7 % em Bens de Capital; crescimento de 1,4 % 
em Bens Intermediários; crescimento de 0,5 % dos Bens de Consumo e diminuição de 
-14,3 % de Combustíveis e Lubrificantes. No maior nível da classificação por atividade 
econômica o desempenho do volume importado foi o seguinte: crescimento de 1,2 % 
em Agropecuária, 52,4 % de aumento na Indústria Extrativa e crescimento de 21,8 % 
na Indústria de Transformação.
Dos 21 ramos de atividades econômicas pesquisadas na Indústria de Transformação, 
14 mostraram aumento de volume. As influências positivas no total do volume importado 
foram registradas em Fabricação de Produtos de Madeira (36,1 %), Fabricação de Móveis 
(27,9 %), Fabricação de Produtos Têxteis (20,4 %), Fabricação de Produtos de Metal, 
Exceto Máquinas e Equipamentos (20,1 %), Fabricação de Produtos Diversos (15,4 %), 
Fabricação de Celulose, Papel e Produtos de Papel (11,7 %), Fabricação de Produtos de 
Borracha e Materiais Plásticos (10,2 %), Fabricação de Máquinas e Equipamentos (8,3 
%), Fabricação de Produtos Minerais Não-Metálicos (8,1 %), Fabricação de Máquinas, 
Aparelhos e Materiais Elétricos (7,2 %), Fabricação de Veículos Automotores (3,6 %), 
Confecção de Artigos do Vestuário e Acessórios (2,9 %), Fabricação de Produtos 
https://balanca.economia.gov.br/balanca/IPQ/xnota.html
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Químicos (1,3 %) e Fabricação de Equipamentos de Informática, Produtos Eletrônicos 
e Ópticos (0,8 %). O gráfico a seguir ilustra as importações deste período de forma 
comparativa:
Figura 4 – Importações Quantum Dessazonalizada
Fonte: BRASIL (2021) Disponível em: https://balanca.economia.gov.br/balanca/IPQ/xnota.html. Acesso em 28 Out de 2021.
Abordados os principais conceitos, instituições e características históricas do Sistema 
Brasileiro de Comércio Exterior, no próximo capítulo, examinaremos os principais 
Termos Internacionais de Comércio, também conhecidos como INCOTERMS. Esses 
termos tratam das normas padronizadas que regulam aspectos diversos do comércio 
exterior. Ou seja, os INCOTERMS são as regras que determinam quem paga o frete 
da mercadoria, qual é o ponto de entrega, quem deve fazer o seguro internacional, 
entre outras coisas. 
Interessante, não é mesmo? 
Vejo você no próximo capítulo!
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AULA 5
TERMOS DE COMÉRCIO 
INTERNACIONAL
INCOTERMS 
Neste capítulo são abordados os Termos de Comércio Internacional, também 
conhecidos por: INCOTERMS. Esses termos estabelecem de forma prática um conjunto 
padronizado de definições que determinam regras e práticas neutras de transações 
comerciais. O bom domínio desses termos é indispensável para que o negociador possa 
incluir todos os gastos oriundos de operações em Comércio Exterior. Assim, com base 
no entendimento correto e na atualização permanente destas regras internacionais 
que o comércio entre nações acontece na prática. Encara mais este desafio?
5.1 O que são INCOTERMS?
INCOTERMS é a abreviatura do inglês, International Commercial Terms. Em português, 
significa: Termos Internacionais de Comércio ou Termos do Comércio Internacional. Os 
INCOTERMS foram publicados pela primeira vez em 1936, pela Câmara do Comércio 
Internacional (CCI)1. Os termos sofreram alterações e emendas em 1953, 1967, 1976, 
1980, 1990, 2000, 2010 e 2020 (ICC, 2021). Para Vazquez (2015, p.248):
Os INCOTERMS compreendem normas padronizadas que regulam 
aspectos diversos do comércio internacional. Ou seja, esses 
termos definem as regras que determinam quem pagará o frete 
da mercadoria, o ponto de entrega e quem deve fazer o seguro, 
entre outras coisas.
As regras contidas nestes termos são explicadas por meio de três siglas formadas por 
três letras maiúsculas, por exemplo, CIF ou FOB. As siglas refletem as práticas comerciais 
dos contratos de venda de mercadorias. Já as regras descrevem, principalmente, tarefas, 
1 A Câmara Internacional do Comércio (International Chamber of Commerce – ICC) é uma organização internacional não governamental que trabalha para 
promover e assessorar o comércio internacional e a globalização (Fonte: ICC, 2021).
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custos e riscos envolvidosna entrega da mercadoria pelo vendedor ao comprador. Por 
serem facultativos nas transações internacionais, é importante compreender que esses 
termos afetam somente relações entre o vendedor e o comprador. Assim, eles não 
regulam as modalidades de transporte usados no comércio exterior. Os transportes 
são regulados por contrato específico.
Figura 1 – Logo INCOTERMS 2020
Fonte: ICC (2021)
Podemos vislumbrar os seguintes objetivos dos INCOTERMS, entre eles:
• Definir com precisão as condições de entrega dos bens e o momento da 
transferência dos riscos e das responsabilidades;
• Regular as condições de compra e venda e padronizar nomenclaturas e 
procedimentos;
• Definir quais os custos exatos contidos em cada um dos termos;
• Promover a harmonia dos negócios internacionais a partir da interpretação 
precisa dos termos usados;
• Viabilizar contratos realizados entre partes domiciliadas em países diferentes, 
com legislações, usos e costumes diversos, e;
• Definir responsabilidades e riscos, evitando disputas.
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ANOTE ISSO
A Câmara Internacional de Comércio (ICC) atualizou o seu aplicativo móvel 
Incoterms® 2020, tornando-o ainda mais conveniente e útil. Desde o primeiro 
lançamento em 2019, o aplicativo Incoterms® 2020 tem sido uma ferramenta vital 
para importadores e exportadores que procuram se manter atualizados com os 
termos do comércio internacional. Nesta nova versão, os usuários podem:
• Navegar nas descrições detalhadas de cada uma das regras;
• Aceder a conteúdo exclusivo encontrado apenas no aplicativo móvel da ICC, 
incluindo a introdução da publicação Incoterms® 2020;
• Aprender o que fazer e não fazer em cada uma das regras de comércio;
• Conectar-se com a rede global de especialistas da ICC para obter conselhos 
sobre as questões mais urgentes de cada uma das regras comerciais;
• Descobrir podcasts de uma gama de profissionais que revelam como as regras 
Incoterms® são usadas em todo o mundo, e;
• Comprar e aceder a recursos adicionais gratuitos de maneira a ajudar os 
comerciantes a trabalhar de maneira eficaz.
A Diretora de Comércio e Investimento da ICC, Emily O'Connor comentou também 
o lançamento da nova aplicação: “A principal prioridade da ICC era criar um 
recurso que tornasse as regras Incoterms® de fácil acesso e, mais importante, 
compreensíveis para todos. O novo aplicativo ICC Incoterms® 2020 tem uma 
abrangência ampliada comparativamente à versão anterior. Esta atualização traz 
uma série de recursos intuitivos que os usuários solicitaram, tornando-se ainda 
mais fácil para eles interpretarem cada um dos 11 termos comerciais ao fazer 
negócios, em qualquer parte do mundo”.
Este app está disponível em todo o mundo de modo gratuito. Qualquer um pode 
fazer o download desta aplicação em qualquer dispositivo móvel, por meio da Apple 
App Store para usuários iOS ou Google Play para usuários Android.
Neste capítulo, os INCOTERMS estudados são considerados a partir da última 
atualização efetuada por meio da Câmara Internacional de Comércio, em 2020 (ICC, 
2021). Constam onze INCOTERMS nessa última atualização, denominada: INCOTERMS® 
2020. Entre as alterações mais importantes:
• Delivered at Terminal passa para Delivered at Place Unloaded (DPU);
• FCA (Free Carrier) passa a permitir que os Conhecimentos de Embarque (Bills 
of Lading) sejam emitidos após o carregamento;
• CIF (Cost, Insurance and Freight) e CIP (Carriage and Insurance Paid to) 
estabelecem novos contratos de seguro normalizados;
https://2go.iccwbo.org/incoterms-2020-eng-config+book_version-eBook/
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• FCA (Free Carrier), DAP (Delivered at Place), DPU (Delivered at Place Unloaded) 
e DDP (Delivered Duty Paid) passam a ter em consideração que o comprador e o 
vendedor organizam o seu próprio transporte, em vez de utilizarem um terceiro. 
O quadro a seguir sintetiza os INCOTERMS® 2020, com base nas diferentes siglas 
e significados que os compõem:
SIGLA SIGNIFICADO
EXW
Ex Works 
Produto entregue na origem de produção com 
local de entrega nomeado
FCA
Free Carrier 
Produto entregue no transportador em local de 
entrega nomeado
FAS
Free Alongside Ship
Produto entregue livre ao lado do navio em porto 
de embarque nomeado
FOB
Free on board
Produto entregue livre a bordo do navio em porto 
de embarque nomeado
CPT 
Carriage Paid To 
Produto com transporte pago até o local de 
destino nomeado 
CIP 
Carriage And Insurance Paid To 
Produto com transporte e seguro pagos até o local 
de destino nomeado
CFR
Cost And Freight 
Produto com custo e frete pagos até o porto de 
destino nomeado
CIF
Cost Insurance And Freight 
Produto com custo, seguro e frete pagos até o 
porto de destino nomeado
DAP 
Delivered at Place 
Produto entregue no local de destino nomeado
DPU 
Delivered at Place Unloaded 
Produto entregue no local desembarcado em local 
de destino nomeado
DDP 
Delivered Duty Paid 
Produto entregue com direitos pagos em local de 
destino nomeado
Quadro 1 – INCOTERMS® 2020 – Siglas e significados 
Fonte: adaptado de ICC (2021)
Na sequência deste capítulo são detalhadas as principais características de cada 
um dos termos usados no comércio internacional.
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ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
O Aprendendo a Exportar Artesanato é um programa de incentivo à exportação 
integrante do Aprendendo a Exportar. Tem seu conteúdo voltado, especificamente, 
para o setor do artesanato. O objetivo é contribuir para o desenvolvimento 
do artesanato por intermédio da difusão da cultura exportadora, bem como, 
disponibilizar informações sobre como exportar artesanato junto aos artesãos e 
artesãs e suas entidades representativas.
Foi produzido mediante parceria entre o Ministério da Economia, representado 
pela Subsecretaria de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas, 
Empreendedorismo e Artesanato (SEMPE) e Subsecretaria de Facilitação de 
Comércio Exterior e Internacionalização (SUFAC), e a Universidade Federal da 
Paraíba (UFPB), representada pelo Projeto de Extensão Acadêmica Probex COMEX 
UFPB do Departamento de Economia/CCSA, com o apoio do Governo do Estado da 
Paraíba por meio do Programa de Artesanato Paraibano (PAP).
O tutorial é gratuito e pode ser encontrado no Portal Eletrônico do SISCOMEX.
Acesse o link abaixo e bons negócios!
http://siscomex.gov.br/aprendendo-a-exportar/aprendendo-a-exportar-artesanato/
5.1.1 INCOTERMS® 2020
Para melhor compreensão, os onze INCOTERMS® 2020 são definidos e descritos 
a partir de características e principais obrigações sobre custos e riscos envolvidos 
no transporte internacional, assumidos entre comprador e vendedor no processo 
comercial.
Preparado para aprendê-los? Vamos lá!
5.1.1.1 EXW ou Ex Works
EXW significa: na Origem. Quando uma operação comercial internacional ocorre 
acordada na modalidade “EXW”, significa dizer que o vendedor está colocando a 
mercadoria transacionada à disposição do comprador no ponto e local estabelecidos 
no contrato de compra e venda. O Vendedor não tem obrigação de carregar no veículo 
transportador, mas se o fizer, será por conta e risco do comprador. Cabe ao comprador 
contratar e custear o transporte, bem como, contratar e custear o seguro.
O risco de extravio ou avaria da mercadoria é do comprador a partir do momento 
em que a carga é colocada à disposição no local e data combinados. As obrigações 
http://siscomex.gov.br/aprendendo-a-exportar/aprendendo-a-exportar-artesanato/
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aduaneiras, quando for aplicável, não são da conta do vendedor (tanto no país do 
vendedor como no país do comprador ou terceiros países). 
A figura a seguir ilustra os custos e os riscos deste termo internacional de comércio, 
sendo que a cor azul engloba o vendedore a laranja, o comprador. O quadrado em 
preto é o produto negociado e o documento abaixo, as formalidades burocráticas na 
origem (exportação) ou destino (importação). Usaremos essa mesma legenda para 
os demais INCOTERMS® 2020 apresentados nesta discussão.
Figura 2 – EXW ou Ex Works
Fonte: Adaptado ICC (2021)
Sob o termo EXW, o comprador deverá desembaraçar as mercadorias para exportação. 
Assim, ele é o responsável por pagar todas as despesas incidentes, tais como direitos, 
taxas alfandegárias, despesas com despachantes. Além disso, cabe ao comprador 
o pagamento de quaisquer despesas ligadas à inspeção dos produtos, fiscalização 
das mercadorias, salvo se expresso de outra forma no contrato de compra e venda 
(VAZQUEZ, 2015).
Como visto, o EXW é o termo de menor responsabilidade para o vendedor e maior 
responsabilidade para o comprador. O vendedor poderá assistir o comprador a obter os 
documentos e mesmo a prestação de serviços, como a contratação do frete interno. 
Contudo, com base nesse termo, o comprador deverá reembolsar o vendedor por 
toda a despesa que este tiver assistência solicitada. Esse termo pode ser definido 
para uma transação comercial que utilize qualquer modo de transporte, entre estas: 
marítimo, aéreo, rodoviário ou ferroviário.
5.1.1.2 FCA ou Free Carrier
FCA significa: Livre no Transportador. Com base neste termo, o vendedor completa 
suas obrigações contratuais e encerra responsabilidades quando ocorrer a entrega 
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da mercadoria já desembaraçada para a exportação para o transportador nomeado 
pelo comprador, bem como, outra pessoa designada no contrato de compra e venda, 
em local nomeado do país de origem dos produtos. 
Esse termo pode ser utilizado em qualquer modalidade de transporte, inclusive o 
multimodal. Porém, tanto vendedor quanto comprador precisam especificar claramente 
o ponto que ocorrerá a entrega das mercadorias. Se o comprador não precisar 
exatamente este ponto no contrato, o vendedor poderá escolher, dentro do perímetro 
ou local destinado, onde o transportador deverá assumir a custódia das mercadorias. 
Esse local poderá ser a sede do vendedor.
Um exemplo da utilização deste termo, está no uso desta expressão: “FCA TECA 
Aeroporto Internacional de Viracopos/Campinas”. Em termos práticos, essa expressão 
significa que a mercadoria estará disponível ao comprador no representante do 
comprador (agente ou transportadora aérea), no Aeroporto Internacional de Viracopos, 
na cidade de Campinas, estado de São Paulo. Importante notar que o uso deste termo 
implica que uma companhia aérea de transporte ou marítima contratada para fazer 
o transporte é quem assume a responsabilidade da custódia da mercadoria que está 
em nome do comprador.
O quadro a seguir apresenta as principais obrigações e responsabilidades do 
comprador e do vendedor que negociam por meio desta opção de termo.
Comprador Vendedor
Pagar o preço compactuado no contrato.
Obter licença de importação.
Contratar transporte das mercadorias no local 
compactuando para entrega delas.
O comprador não é obrigado a fazer seguro.
Assumir a entrega das mercadorias.
Assumir todos os riscos de perdas e danos a 
partir do momento em que ela foi posta à sua 
disposição.
Notificar ao vendedor o nome da empresa de 
Transporte e o meio de transporte.
Pagar despesas de pre-inspeção de embarque, 
exceto quando haja mandado das autoridades 
do país de exportação.
Fornecer as mercadorias e fatura comercial em 
conformidade contratada.
Obter licença de exportação ou qualquer 
outra obrigação alfandegária necessária para 
exportação.
Desembaraçar as mercadorias para exportação.
Entregar mercadorias desembaraçadas ao 
transportador em local designado pelo comprador
Até a entrega das mercadorias ao transportador, 
toda responsabilidade é do vendedor.
Notificar o comprador quando as mercadorias 
forem entregues ao transportador.
Prestar assistência ao comprador para obtenção 
de quaisquer outros documentos necessários, sob 
expensas do comprador.
Quadro 2 – Obrigações/Responsabilidades em FCA
Fonte: adaptado de Vazquez (2015)
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Em suma, com a utilização de FCA, os bens são entregues ao transportador designado 
pelo comprador, no local por ele designado, já desembaraçados para a exportação e 
carregados, se o local designado for o domicílio do vendedor. Se o local designado não 
for o domicílio do vendedor, ele não é responsável pelo descarregamento naquele local.
5.1.1.3 FAS ou Free Alongside Ship
FAS significa: Livre ao lado do navio. Ou seja, o vendedor encerra suas obrigações 
no momento em que a mercadoria é colocada, desembaraçada para exportação, ao 
longo do costado do navio transportador indicado pelo comprador, no cais ou em 
embarcações utilizadas para carregamento da mercadoria, no porto de embarque 
nomeado pelo comprador. Esse INCOTERM é utilizado, somente, com a modalidade 
de transporte marítimo.
Se encontrarmos em um contrato comercial a expressão: FAS Santos, significa dizer 
que a mercadoria adquirida está à disposição do comprador estrangeiro no costado 
do navio indicado, no porto de Santos. Todas as despesas para colocar a mercadoria a 
bordo do navio são por conta do comprador. A figura a seguir exemplifica as obrigações 
dos riscos e custos envolvidos com a utilização desse termo:
Figura 3 – FAS ou Free Alongside Ship
Fonte: Adaptado ICC (2021)
5.1.1.4 FOB ou Free on Board
FOB significa livre a bordo do navio. Com o uso desse INCOTERM, o vendedor 
encerra suas obrigações e responsabilidades quando a mercadoria, desembaraçada 
para a exportação, é entregue, arrumada, a bordo do navio no porto de embarque, 
ambos indicados pelo comprador, na data ou dentro do período acordado.
Conforme registros de utilização dos INCOTERMS (ICC, 2021), FOB é a condição 
de venda mais utilizada nas práticas do Comércio Internacional, visto que representa 
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o preço da mercadoria sem frete ou seguro, somente com indicação do porto de 
embarque. Logo, esse INCOTERM é utilizado, exclusivamente, no transporte aquaviário 
(marítimo ou hidroviário interior).
Ressalta-se que a obrigação do vendedor de colocar a mercadoria a bordo do 
navio no tempo acordado é a essência do termo FOB. Por muitos anos, a murada do 
navio vem assumindo uma linha imaginária de fronteiras entre países. Com o advento 
dos INCOTERMS após 2010, essa condição não existe mais, ou seja, foi eliminada. 
Isso ocorre porque o termo FOB divide a responsabilidade e riscos do vendedor e do 
comprador, com a colocação da mercadoria a bordo e não somente a transposição 
da amurada do navio. O serviço de estivação (acomodação) da mercadoria é algo que 
deverá ser feito após a passagem pela murada do navio. Ou seja, ocorre por custos 
do vendedor (VAZQUEZ, 2015).
A figura a seguir, ilustra a utilização desse termo no comércio internacional:
Figura 4 – FOB ou Free on Board
Fonte: Adaptado ICC (2021)
Em suma, a utilização deste termo implica, na prática, que os bens são entregues 
pelo vendedor no exato momento em que eles são acomodados a bordo do navio, 
com os documentos de embarque desembaraçados para o processo de exportação 
acontecer.
ISTO ESTÁ NA REDE
Todas as pessoas que trabalham com comércio exterior precisam conhecer as 
diferenças entre frete FOB e CIF. Isso porque, enquanto alguns clientes querem a 
comodidade de receber a mercadoria adquirida em casa, outros preferem fazer o frete 
através de transportadoras e empresas de sua confiança. Para ajudar você a entender 
ainda melhor qual é a diferença entre frete FOB e CIF, acesse este link indicado:
https://www.remessaonline.com.br/blog/fob/
https://www.remessaonline.com.br/blog/fob/
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5.1.1.5CFR ou Cost and Freight
CFR significa: Custo e Frete. Isto implica que o vendedor entrega a mercadoria ao 
transportador a bordo do navio indicado pelo comprador, no porto de embarque. O 
vendedor deve contratar e pagar os custos e frete necessários para levar a carga ao 
porto de destino designado. O vendedor corre o risco de extravio até ao momento da 
entrega da mercadoria ao transportador. O risco é do comprador a partir do momento 
em que a carga passa a amurada do navio (ICC, 2021).
No que se refere ao transporte, o vendedor contrata e paga o transporte da carga 
do local de origem até ao local de destino. O contrato de transporte deve ser realizado 
nos termos usuais e pela rota usual para o tipo de carga. Portanto, o CFR apresenta 
pontos críticos, já que os riscos e custos são transferidos em locais diferentes. O 
seguro é do comprador, somente, a partir do momento em que a carga está carregada 
no navio. Antes disso, todas as obrigações e responsabilidades são do vendedor. Já 
os trâmites aduaneiros, o vendedor providencia e custeia toda a exportação. A figura 
a seguir, ilustra as obrigações de custos e riscos inerentes a esse termo, utilizado 
somente no transporte aquaviário (marítimo ou hidroviário interior):
Figura 5 – CFR ou Cost and Freight
Fonte: Adaptado ICC (2021)
Um exemplo da utilização desse termo pode ser compreendida na expressão: 
CFR AMSTERDÃ INCOTERMS 2020, que significa que o vendedor é responsável pela 
contratação do frete até o porto de Amsterdã, na Holanda. Os riscos do vendedor 
somente terminarão, nesta condição, com a entrega das mercadorias a bordo, no 
porto de embarque. 
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Em síntese, usar CRF implica que os bens são entregues pelo vendedor no exato 
momento em que eles cruzam a amurada do navio, também conhecido por meio do 
termo em inglês, ship’s rail, no porto de embarque, desembaraçados para a exportação, 
com o transporte principal pago até o porto de destino designado. Qualquer custo 
que ocorrer após a entrega a bordo é por conta do comprador. Portanto, o vendedor 
deverá fornecer ao comprador o documento usual de transporte para o porto de destino 
compactuado. Como ocorre em outros termos já apresentados e exemplificados neste 
capítulo, o vendedor deve avisar o comprador que as mercadorias foram colocadas 
a bordo do navio, conforme pactuado no contrato de compra e venda, caso o termo 
escolhido entre os parceiros comerciais seja o CFR.
5.1.1.6 CIF ou Cost, Insurance and Freight
CIF significa: Custo, Seguro e Frete. Esse termo implica que o vendedor entrega a 
mercadoria a bordo do navio ou providencia um documento to order2 que comprove 
que a mercadoria será entregue a bordo do navio indicado pelo comprador no contrato 
comercial. O risco de perda ou dano da mercadoria é passado assim que a mercadoria 
é colocada a bordo do navio (ICC, 2021).
A utilização desse INCOTERM significa, na prática, que o vendedor deve contratar 
e pagar os custos e frete necessários, desde o ponto de entrega até o ponto no porto 
de destino designado. Além disso, cabe ao vendedor contratar e custear o seguro, 
salvo se o contrário foi acordado ou é costume nesse tipo de negócio, indicando o 
comprador como beneficiário. Também, os trâmites aduaneiros na exportação são por 
conta do vendedor, quando aplicável, enquanto ele não tem obrigação na importação 
e trânsito por terceiros países. A figura a seguir ilustra a utilização deste INCOTERM 
em uma transação de comércio exterior:
Figura 6 – CIF ou Cost, Insurance and Freight
Fonte: Adaptado ICC (2021)
2 Um documento to order é um documento capaz de permitir a transferência de propriedade para um novo comprador. No CIF esse 
documento se justifica devido às múltiplas possibilidades de vendas que podem ocorrer com a mesma mercadoria, em especial commodities. 
(FONTE: VAZQUEZ, 2015).
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Para Vazquez (2015) esse INCOTERM têm dois pontos críticos, ou seja, a passagem 
dos riscos e dos custos ocorrem em pontos diferentes. Embora os contratos 
especifiquem o porto de destino, não costumam citar o porto de embarque. No porto 
de embarque é o local que os riscos passam do vendedor ao comprador. Se o porto 
de embarque representar custos operacionais mais baixos, no contrato comercial, as 
partes devem precisar o mais provável porto de embarque. Também, o porto de destino 
deve ser identificado corretamente do contrato de compra e venda, visto que a despesa 
de frete é por conta do vendedor até o porto final. Assim, o vendedor é estimulado a 
escolher com precisão o porto de destino. Se alguma despesa de descarregamento 
no destino for imputada ao vendedor este não poderá passar ao comprador, exceto 
se previsto em contrato.
Em suma, os bens são entregues pelo vendedor no exato momento em que eles 
cruzam a amurada do navio (ships’s rail), no porto de embarque, desembaraçados para 
exportação, com o transporte principal e o seguro pagos até o porto designado. Esse 
INCOTERM é utilizado, somente, quando se procede uma negociação aquaviária, seja 
marítima, fluvial ou lacustre.
5.1.1.7 CPT ou Carriage paid to
CPT significa: Transporte pago até o local designado. Com o CPT, é o vendedor 
quem se encarrega da exportação e transporte até o local combinado. O vendedor 
deve informar ao comprador quando a mercadoria foi entregue, enviar uma fatura 
e quaisquer outros documentos que tenham sido acordados. Dessa forma, o risco 
é do comprador quando a transportadora faz a retirada da mercadoria, no horário 
especificado no contrato. Também, é o comprador quem faz o seguro e cuida da 
importação da mercadoria. O INCOTERM CPT é multimodal, ou seja, pode ser 
usado para todas as formas de transporte. Aliás, é comum para o transporte de 
contêineres.
https://www.remessaonline.com.br/blog/exportacao-de-servicos/
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ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
Crise no Mar
Trabalhadores rurais dos setores de algodão e carne reclamam de frete caro e 
perda de oportunidades devido à demora dos envios, motivada pela demanda 
crescente de grandes exportadores, como Ásia, EUA e Europa.
O retorno das atividades comerciais após meses de paralisação devido à pandemia 
da Covid-19 veio mais forte do que o translado de mercadorias por contêineres e 
navios estava preparado para suprir, elevando o preço dos fretes e aumentando os 
prazos para a exportação e importação de produtos. Por causa disso, na semana 
passada, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) enviou um ofício ao ministro 
da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, pedindo ações de curto prazo para 
resolver esses problemas. A carta foi assinada também por entidades do setor.
Fonte: G1 NOTÍCIAS (2021)
Acompanhe os principais pontos desta carta, acessando o link:
https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2021/09/09/crise-no-mar-entenda-a-escassez-de-conteineres-que-afeta-produtores-do-mundo-
todo.ghtml
Entre as vantagens de usar o CPT, podemos destacar que ele pode ser utilizado em 
qualquer tipo de transporte, o que garante mais flexibilidade. Por exemplo, se você 
precisar que a carga seja transportada em um trajeto de avião e a outra por navio, 
poderá utilizar o CPT sem problemas. Outra vantagem para o comprador é que ele não 
precisa se preocupar com o todo o trabalho da contratação do frete para o despacho 
da mercadoria. Por outro lado, podemos destacar como desvantagem para quem está 
comprando, a impossibilidade de negociar os valores de fretes diretamente com os 
fornecedores. Isso porque, nessa negociação, ele poderia conseguir alguns descontos. 
Já para o vendedor a maior vantagem é que, ao arcar com mais responsabilidades, 
pode conseguir melhores preços na hora da venda da mercadoria. Em suma, usar o 
INCOTERM CPT significa que caberá ao vendedor entregar a carga ao transportador, 
no localacordado em seu país, e com transporte contratado e pago por ele para levar 
a mercadoria até o local de destino nomeado no exterior.
5.1.1.8 CIP ou Carriage and Insurance Paid to
CIP significa: Transporte e Seguros pagos até o local de destino designado. Conforme 
a definição encontrada no ICC (2021): 
https://g1.globo.com/tudo-sobre/tarcisio-gomes-freitas/
https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2021/09/09/crise-no-mar-entenda-a-escassez-de-conteineres-que-afeta-produtores-do-mundo-todo.ghtml
https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2021/09/09/crise-no-mar-entenda-a-escassez-de-conteineres-que-afeta-produtores-do-mundo-todo.ghtml
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Além de arcar com obrigações e riscos previstos para o Incoterm 
FCA, o vendedor contrata e paga o frete, custo e seguro relativos ao 
transporte de mercadoria até o destino combinado (ICC, 2021, p.12).
Na versão dos INCOTERMS de 2010 quando o comprador usava CIP, o vendedor 
era apenas obrigado a obter o seguro com cobertura mínima. Isso foi alterado na 
versão INCOTERMS de 2020, pois, atualmente, quando o comprador usa CIP, implica, 
na prática, que o vendedor é responsável por todos os riscos da operação, o que 
aumenta o nível do seguro e, consequentemente, o custo do prêmio a ser arcado pelo 
vendedor. Além disso, o termo CIP, na atual versão, exige do vendedor o desembaraço 
das mercadorias para exportação.
Se uma empresa de São Paulo vender suas mercadorias para um comprador europeu, 
com sede em Paris, usando o INCOTERM, CIP PARIS, por exemplo, significa que o 
exportador brasileiro cotou sua exportação com o preço da mercadoria, mais frete 
internacional e mais o seguro da mercadoria, do Aeroporto de Guarulhos, São Paulo, 
até Paris, França, por exemplo.
Assim como ocorre nos termos CPT, CFR ou CIF, já verificados neste capítulo, o 
vendedor cumpre suas obrigações quando a mercadoria é entregue ao transportador e 
não quando a mesma chega em seu destino final. Isso demonstra que o risco termina 
em um país (embarque) e os custos em outros (destino).
Esta situação deve ser muito bem planejada entre todos os participantes da 
transação. Visto que, conforme Vazquez (2015, p.45), “às vezes essa modalidade não 
é entendida pelos comerciantes e pode trazer confusão, e pior, disputas judiciais”. 
Isso ocorre porque o comprador pode imaginar que comprando CIP PARIS, seu risco 
começará somente quando a mercadoria chegar em Paris, em que ele a coletará no 
local definido. Conforme visto, isto é um grande engano, pois por meio da utilização 
desse termo os custos foram pagos, de fato, até Paris. No entanto, conforme no 
exemplo dado, os riscos foram transferidos pelo vendedor ainda em São Paulo, quando 
fez o embarque dos itens no aeroporto de Guarulhos. Este tipo de situação precisa 
estar muito claramente tipificada no contrato de compra e venda, com a finalidade 
de evitar futuras disputas judiciais.
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ANOTE ISSO
Qual é a diferença entre o INCOTERM CIP e CFR?
Diferente do CIP, que é multimodal, o CRF (Cost and Freight) só pode ser usado 
para transporte marítimo e fluvial. Nesse Incoterm, a transferência de risco ocorre 
após o carregamento da mercadoria no navio. Além disso, o vendedor arca com os 
custos até o momento em que a mercadoria é descarregada do barco nas docas. 
No entanto, o risco de perda ou dano, bem como quaisquer custos adicionais após 
a entrega são transferidos para o comprador.
5.1.1.9 DAP ou Delivered at Place
DAP significa: entregue no local de destino nomeado. Por meio deste termo, o 
vendedor completa suas obrigações e encerra sua responsabilidade quando coloca a 
mercadoria à disposição do comprador, na data ou dentro do período acordado, num 
local indicado no país de destino, pronta para ser descarregada do veículo transportador 
e não desembaraçada para importação. Para Vazquez (2015, p. 51), entrega no local 
significa:
O vendedor entrega a mercadoria quando a mesma é colocada 
à disposição do comprador no veículo transportador pronta para 
descarregar, no local de destino combinado. O vendedor assume 
todos os riscos no transporte da mercadoria até o local designado 
para entrega (pronta para descarregamento, no veículo transportador).
O INCOTERM DAP é utilizado em qualquer modalidade de transporte. Inclusive, por 
meio deste termo, comprador e vendedor poderão utilizar transportes próprios em 
trechos do deslocamento da mercadoria entre o local de origem e o local de chegada ou 
destino final. O quadro a seguir sintetiza as principais responsabilidades do comprador 
e do vendedor que estabelecem uma negociação por meio do termo DAP:
Comprador Vendedor
Burocracias alfandegárias e direitos na 
Importação no seu país;
Descarga da mercadoria no local 
destinado;
Junto com o exportador se 
responsabiliza pela inspeção e perícia na 
mercadoria.
Transporte dentro do país de origem e até o local de 
destino;
Embalagem, Identificação, Carregamento, burocracias 
alfandegárias e direitos de exportação, armazenamentos e 
as despesas com embarque;
Seguro no país de origem e Internacional;
Descarga, Manuseio e Armazenagem no País de destino;
Também deverá contratar seguro e transporte até o local 
destinado no país de destino.
Quadro 3 – Obrigações/Responsabilidades em DAP 
Fonte: adaptado de Vazquez (2015)
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Com base no quadro apresentado, vale ressaltar que DAP exige do vendedor o 
desembaraço aduaneiro para a exportação, quando aplicável. Porém, o vendedor não 
é responsável pelo desembaraço na importação. Tão pouco o vendedor é responsável 
pelas despesas ocorridas no evento e muito menos pelas exigências que tal desembaraço 
solicite ao comprador.
Entretanto, é muito difícil precisar os custos e riscos na chegada ao destino. 
Muitas empresas de transporte já embutem essas despesas de descarregamento na 
formação de seu custo de transporte. Assim, Vazquez (2015) recomenda que se faça, 
somente, a transação utilizando-se do termo DAP se a empresa vendedora possuir 
maior experiência de mercado. Pois, tal termo faz com que o vendedor assuma grande 
parte das responsabilidades no transporte e entrega da mercadoria. Sem contar que, 
caso o local de destino designado seja distante do porto, por exemplo, o vendedor 
precisará estruturar uma entrega dentro do país importador.
5.1.1.10 DPU ou Delivered at Place Unloaded
DPU significa: entregue no local de destino nomeado descarregado. Na prática, esse 
termo implica que o vendedor completa suas obrigações e encerra sua responsabilidade 
quando a mercadoria é colocada à disposição do comprador, na data ou dentro do 
período acordado, em local determinado no país de destino, descarregada do veículo 
transportador mas não desembaraçada para importação. O vendedor deve assumir 
todos os riscos e custos envolvidos para isso (BRASIL, 2021).
Esse termo substituiu o INCOTERM DAT (Delivery at Terminal), suprimido na revisão 
ocorrida em 2020. Com base nesta mudança, o risco é do vendedor até ao local e 
momento em que a mercadoria é colocada à disposição do comprador, descarregada 
no local de destino. As operações de descarga são por conta e risco do vendedor que 
também contrata e paga o transporte da carga do local de origem até ao local de 
destino. Quanto ao seguro, o vendedor não tem obrigação de segurar a carga. Assim, 
é importante ressaltar que este é o único termo em que o vendedor tem a obrigação 
de desembarcar a mercadoria na entrega.
Com base na legenda já utilizada neste capítulo, na qual a cor azul se refere ao 
vendedor e a cor laranja ao comprador, perceba na figura a seguir os custos e riscos 
de uma transação internacional que ocorre usando o termo DPU.
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Figura 7 – Custose Riscos no DPU
Fonte: Adaptado ICC (2021)
Como base nesta figura é clara a observação que, tanto custos, quanto riscos, 
são de responsabilidade do vendedor até a entrega descarregada da mercadoria em 
local combinado no país de destino. Além de arcar com os custos do transporte, o 
vendedor também se responsabiliza por eventuais avarias à carga durante o processo. 
Porém, o seguro não é obrigatório. O vendedor se responsabiliza apenas pelos trâmites 
aduaneiros de exportação, sendo aplicável para qualquer modo de transporte.
ANOTE ISSO
A substituição dos INCOTERMS DAT (Delivered at Terminal) por DPU (Delivered at 
Place Unloaded) significa que ao contrário do que acontecia com o DAT, no DPU 
não há dúvidas que o destino pode ser qualquer lugar (incluindo as instalações 
do comprador) e não apenas um terminal em sentido estrito. Ressalte-se que a 
única diferença entre o DPU e o Incoterm DPA (Delivered at Place) é que no DPU a 
mercadoria só é considerada entregue depois de descarregada pelo vendedor no 
local de destino. Assim, o vendedor deverá verificar as condições do lugar dado que 
o risco inerente à operação de descarga dos bens corre por conta dele.
5.1.1.11 DDP ou Delivered Duty Paid
DDP significa: Entregue com Direitos Pagos em local de destino nomeado.
Com o uso deste termo, o vendedor completa suas obrigações e encerra sua 
responsabilidade quando a mercadoria é colocada à disposição do comprador, na data 
ou dentro do período acordado, no local de destino designado no país importador, não 
descarregada do meio de transporte. O vendedor, além do desembaraço, assume todos 
os riscos e custos, inclusive impostos, taxas e outros encargos incidentes (BRASIL, 
2021).
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No que se refere às despesas de transporte, o vendedor contrata e paga o transporte 
da carga do local de origem até ao local de destino. Porém, não tem obrigação de 
segurar a carga. As obrigações do vendedor são aduaneiras, pois é ele que providencia 
os documentos e paga o desembaraço aduaneiro de exportação, de trânsito e de 
importação, bem como quaisquer outros tributos ou despesas. Este termo pode ser 
utilizado para qualquer meio de transporte.
Em outras palavras, no INCOTERM DDP (Delivered Duty Paid) o vendedor assume 
acima de tudo todas as responsabilidades e riscos do transporte, desde a origem 
até o endereço de destino estipulado pelo comprador. A figura a seguir ilustra bem o 
cenário de uma transação internacional, com o uso do DDP. Note, nesta figura, que a 
flecha vermelha, localizada em cima do caminhão, indica o local em que as obrigações 
e responsabilidades do vendedor são extintas.
Figura 8 – DDP ou Delivered Duty Paid
Fonte: Adaptado ICC (2021)
Conforme percebemos na figura ilustrada, esse termo é aquele que estabelece o 
maior grau de compromisso para o vendedor, na medida em que assume todos os 
riscos e custos relativos ao transporte e entrega da mercadoria no local de destino 
designado. Ou seja, o termo DDP é exatamente o oposto de EXW.
Em termos específicos, são pontuadas como responsabilidades do vendedor: 
Embalagem e Identificação, Carga, Transporte e Seguro no país de Origem, Direitos 
de Exportação, Inspeção, Peritagem e Burocracias Alfandegárias, Armazenamento e 
Despesas com Embarque, Transporte Internacional e Seguro de Transporte, Descarga, 
Manuseio e Armazenagem no Destino, Burocracias Alfandegárias e Direitos de 
Importação e Transporte e Seguro no país de Destino. Já o comprador possui como 
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responsabilidades: Descarga da Mercadoria no seu país, Autorização de retirada da 
mercadoria e possíveis custos de importação (ICC, 2021).
5.1.1.12 Quadro Resumo dos INCOTERMS® 2020
A figura abaixo resume todos os termos vistos neste capítulo.
Figura 9 – Resumo dos INCOTERMS® 2020
Fonte: ICC (2021)
Abordados os termos de comércio internacional como as regras que determinam as 
estruturas de obrigações e responsabilidades no comércio internacional, no próximo 
capítulo, este livro começará a prática do comércio exterior. Isso significa que o processo 
de exportação será contemplado em termos da política brasileira vivenciada neste 
início da década de 2020, processos e documentos de exportação e, principalmente, 
a utilização de simuladores. Ficou interessado? Nos vemos lá!
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AULA 6
POLÍTICA BRASILEIRA 
DE EXPORTAÇÃO
Neste capítulo serão abordadas características da Política Brasileira de Exportação. 
Assim, o cenário contemporâneo das exportações brasileiras projetado pelo Instituto 
de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) para o biênio 2020-21 é apresentado, 
contextualizando o momento atual que vivemos com as exportações brasileiras, 
dado a Pandemia do COVID-19. Também, serão apresentadas as principais razões 
que levam as empresas a adotarem um perfil exportador. Tudo isso, complementado 
com a sugestão de um plano de exportação. Este plano visa a instrumentalização 
operacional que esse processo exige das empresas que desenvolvem o Comércio 
Internacional. Preparado para mais esta etapa?
6.1 Contexto Recente das Exportações Brasileiras
O Brasil, com o restante da América Latina, passou por uma abertura econômica no 
fim dos anos 1980 e início dos 1990, num contexto internacional atrelado ao início do 
Consenso de Washington1, e no contexto doméstico, ligado ao fim da Ditadura Militar, 
ao agravamento da crise da dívida externa e ao fim das políticas de industrialização 
dirigida pelo Estado (BÉRTOLA; OCAMPO, 2015). Neste período, o Brasil derrubou grande 
parte das barreiras tarifárias e não-tarifárias vigentes (GREMAUD; DE VASCONCELLOS; 
TONETO JR., 2004).
1 O consenso de Washington foi uma recomendação internacional elaborada em 1989, que visava a propalar a conduta econômica 
neoliberal com a intenção de combater as crises e misérias dos países subdesenvolvidos, sobretudo os da América Latina (Fonte: Google, 2021).
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Figura 1 – Charge Consenso Washington
Fonte: Plataforma Brasil Escola UOL (2021) Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/> Acesso em: 3 nov. 2021.
Desde então, o Brasil passou por mudanças na estrutura produtiva e nos padrões de 
trocas internacionais. Dois processos históricos contribuíram para novas conformações 
de inserção do Brasil à economia global: o MERCOSUL e a ascensão da China. 
Mesmo que nem todos os objetivos do MERCOSUL tenham sido alcançados, houve 
crescimento do comércio entre os membros. Este comércio, apesar da presença de 
bens primários, possui forte participação de bens industrializados. Por outro lado, a 
ascensão chinesa e a grande demanda por commodities primárias pressionou os 
países latino-americanos rumo a um aumento da participação destes produtos na 
exportação (DE NEGRI; ALVARENGA, 2011).
Atualmente, o crescimento das exportações de bens intensivos em recursos naturais 
passou a ser uma oportunidade para algumas economias, mas há fortes receios, pois 
a reprimarização da pauta exportadora estaria associada à desindustrialização e à 
manutenção de um atraso estrutural da economia brasileira.
Tavares (1983, p. 46) argumenta que:
A economia brasileira seria estruturalmente vulnerável não apenas 
por esta heterogeneidade entre produção e consumo, mas também 
em função das oscilações dos preços dos poucos produtos 
exportáveis, além de destacar a deterioração dos termos de troca 
destas exportações.
A realidade dos países latino-americanos nesta fase agroexportadora e seus 
problemas para o desenvolvimento possuem amplo debate na literatura. Bulmer-
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Thomas (1995) fez um balanço das economias latino-americanas e concluiu que elas 
experimentaram crescimentosustentado pelas exportações de algumas commodities. 
Porém, este crescimento foi inferior ao dos países centrais, a não ser por exceções como 
Argentina e Uruguai, que decorreram de diferenciações dentro do modelo agroexportador, 
como: a diversificação das exportações, mesmo que primárias; certa sorte no fato de 
suas exportações primárias não terem as características típicas que conduziriam a 
uma tendência de deterioração de seus preços. Ou ainda, um relacionamento mais 
forte entre o setor exportador e os setores domésticos destas economias. 
Resta observarmos, com bastante atenção, que nos anos de 1980 chegou ao fim 
do consenso político sobre a industrialização dirigida pelo Estado. Parte das políticas 
de desenvolvimento foram encerradas e a economia brasileira passou por profundas 
transformações. Iniciou-se a perda de participação relativa da indústria na renda nacional 
e o crescimento dos bens primários na pauta de exportação. O setor agrícola brasileiro, 
com uma crescente capacidade de articulação política, deixou de ser discriminado 
negativamente, já que a proteção à indústria implicava em transferência de renda do 
setor primário ao secundário por meio de mecanismos como a apreciação cambial 
(HELFAND; BRUNSTEIN, 2000).
Parte dessa transformação pode ser atribuída a mudanças no cenário internacional. 
O crescimento econômico da Ásia e sua demanda por matérias-primas se tornou 
um incentivo para a concentração das estruturas produtivas latino-americanas em 
bens intensivos em recursos naturais, dadas as vantagens comparativas que a região 
desfruta. Esta reconfiguração da economia e do comércio brasileiro revitalizou o 
interesse pelos debates travados dos anos 1940 a 1960, tendo como foco a discussão 
sobre se a América Latina como um todo, e o Brasil em especial, está voltando ao 
modelo agroexportador. 
No próximo tópico, abordaremos o contexto atual das exportações brasileiras, com 
base nas projeções do IPEA (RIBEIRO et al., 2020), envolvendo o biênio 2020-2021, 
a respeito dos principais destinos de nossas exportações, bem como, produtos. O 
estudo usado como base sintetiza e projeta dados recentes sobre o comércio exterior 
brasileiro. Portanto, alguma diferença entre os valores projetados e os valores oficiais 
que são publicados, pode ocorrer.
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6.1.1 Projeções das Exportações Brasileiras Totais (2020-2021)
Para Ribeiro et al. (2020, p.13), o gráfico a seguir apresenta a trajetória das exportações 
brasileiras totais no biênio 2020-2021, projetadas para cenários otimistas, realistas 
e pessimistas. Esses cenários, conforme o IPEA, são projetados a partir de dados 
coletados por meio da Organização Mundial do Comércio (OMC), bem como do Fundo 
Monetário Internacional (FMI).
No cenário realista, as exportações cairiam 20,6% em 2020, recuando para US$ 
178,9 bilhões, e voltariam a crescer em 2021, à taxa de 9,5%, chegando a US$ 195,9 
bilhões. A perda acumulada no biênio seria de quase US$ 30 bilhões. No cenário 
otimista, Ribeiro et al. (2020, p.14), as exportações sofreriam queda de 17,7% em 2020, 
recuando para US$ 185,4 bilhões, e cresceriam em 2021, à taxa de 16,5%, chegando 
a US$ 216,1 bilhões. A perda acumulada no biênio seria da ordem de US$ 9 bilhões, 
e o montante exportado ficaria em um nível próximo do registrado em 2017. Por fim, 
no cenário pessimista, as exportações teriam redução de 29,8%, em 2020, para US$ 
158,3 bilhões, e cresceriam 12,0% em 2021, subindo para US$ 177,4 bilhões. A perda 
acumulada no biênio seria de US$ 48 bilhões, e o montante exportado seria o mais 
baixo desde 2009.
Gráfico 1 – Cenário das Exportações Brasileiras no Biênio 2020-21 (em US$ Bilhões)
Fonte: Adaptado de Ribeiro et al. (2020)
Com base neste gráfico, é importante ressaltar que a pandemia da Covid-19 trouxe 
consigo uma fortíssima redução da atividade econômica e do comércio internacional 
em todos os cenários projetados. Em uma avaliação final é possível concluir que:
• As exportações em 2020 recuarão para algum valor intermediário ao dos cenários 
realistas e otimistas apresentados. Isso implicaria algo entre US$180 bilhões 
(-20%) e US$ 200 bilhões (-11%).
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• Não se pode descartar que o valor pode ficar próximo das projeções feitas 
com base no cenário pessimista, desde que houvesse uma deterioração das 
condições da economia mundial muito além do que parece provável na data 
desta projeção (Abril de 2020) hoje (a queda do PIB mundial nesse cenário seria 
de 8,8%) ou uma redução muito grande dos preços de exportação.
6.1.2 Projeções das Exportações Brasileiras: Países e Regiões
Ribeiro et al. (2020, p.13) argumenta que as variações projetadas são bastante 
homogêneas entre os diferentes países e regiões. No cenário realista, a queda das 
exportações em 2020 varia entre -15,0% para a Índia e -22,4% para a União Europeia, e o 
crescimento em 2021 vai de 7,4% nos casos de Japão e México até 13,8% na China. No 
cenário otimista, as quedas em 2020 são um pouco menores do que as referentes ao 
cenário realista em todos os países. Já o crescimento em 2021 é maior em todos eles. 
Por sua vez, o cenário pessimista gera projeções de queda em 2020 bem maiores (entre 
26,5% e 31,6%) e, para 2021, as projeções são de crescimento maior do que o do cenário 
realista e menor do que o do cenário otimista. A tabela a seguir ilustra esta projeção:
Países/Blocos 2019
Cenário Realista Cenário Otimista Cenário Pessimista
2020 2021 2020 2021 2020 2021
Δ% Δ% Δ% Δ% Δ% Δ%
Exportações 225,4 -20,6 9,5 -17,7 16,5 -29,8 12,0 
China 65,8 -15,5 13,8 -14,2 18,6 -26,5 11,9 
União Europeia 35,9 -22,4 9,2 -18,3 16,0 -31,0 12,3 
Estados Unidos 29,7 -21,4 9,1 -18,2 16,7 29,6 12,0 
Argentina 9,8 -21,2 8,8 -19,0 15,9 -31,6 11,7 
Japão 5,4 -20,8 7,4 -17,9 14,3 -28,9 9,8 
México 4,9 -22,0 7,4 -19,6 16,7 -29,6 12,0 
Coreia do Sul 3,4 -17,5 7,8 -16,0 18,3 -28,9 12,8 
Canadá 3,4 -21,7 8,6 -18,2 16,7 -29,6 12,0 
Índia 2,8 -15,0 11,9 -14,2 18,6 -28,1 12,8 
América Latina 22,6 -20,8 7,8 -19,0 15,9 -31,2 11,7 
África 7,5 -17,8 8,5 -16,2 15,4 -27,9 12,1 
Oriente Médio 13 -18,8 8,4 -16,7 15,4 -27,9 12,1 
Demais países 21,1 -19,0 10,3 -17,5 16,9 -29,5 12,8 
Tabela 1 – Exportações Brasileiras: por Países/Regiões (US$ Bilhões)
Fonte: Adaptado de Ribeiro et al. (2020)
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Com base nesta tabela, nota-se que no cenário otimista, as quedas em 2020 são 
um pouco menores do que as referentes ao cenário realista em todos os países. 
Por sua vez, o crescimento em 2021 é maior em todos eles. O cenário pessimista 
gera projeções de queda em 2020 bem maiores e, para 2021, as projeções são de 
crescimento maior do que o do cenário realista e menor do que o do cenário otimista.
Em 2020, as exportações para a Índia e para a China teriam crescimento, contrastando 
com a forte queda das vendas para União Europeia, Estados Unidos, Argentina, Japão, 
México e demais países da América Latina. Países e regiões, atingidas fortemente 
pela Pandemia da Covid-19.
6.1.3 Projeções das Exportações Brasileiras: Produtos Centrais
Ainda, conforme percebemos em Ribeiro et al. (2020), no que se refere aos principais 
produtos exportados pelo Brasil, as estimativas são de redução em todos eles em 
2020 e de recuperação em 2021. Porém, com taxas bastante diferentes. No cenário 
realista, o complexo soja seria pouco afetado pela crise, com queda de apenas 0,5% 
nas exportações em 2020, seguida de crescimento de 13,0% em 2021. Trajetória 
semelhante ocorreria com o complexo carnes (-5,5% em 2020 e +11,5% em 2021) e 
com os demais produtos básicos (-4,7% e +10,9%). Isso se explica pelo desempenho 
relativamente mais favorável das economias da China e de outros países asiáticos 
nesta crise, e também se deve à menor sensibilidade da demanda de alimentosa 
variações na renda.
Em contrapartida, as exportações de petróleo teriam queda de quase 40% em 
2020 e recuperação parcial em 2021, com alta de 11,7%. Esse mau desempenho se 
deve à forte queda prevista na demanda de petróleo em função da crise e à redução 
dos preços internacionais dos produtos. Com efeito, as cotações do petróleo já se 
reduziram em cerca de 60% do início do ano até o início de abril. O minério de ferro 
também sofreria com a queda da demanda e dos preços, mas de forma menos drástica, 
prevendo-se redução de 15,0% das exportações brasileiras em 2020 e alta de 7,5% em 
2021. Quanto aos demais produtos semimanufaturados e manufaturados, a queda 
esperada em 2020 é de 18,4% e 17,2%, respectivamente, com recuperação apenas 
parcial em 2021 (ambos cresceriam 9,8%). 
Os resultados não mudam muito quando as projeções são feitas com base no 
cenário otimista. As quedas em 2020 são um pouco menores em todos os produtos 
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e as taxas de crescimento em 20201 são um pouco maiores. Como resultado, os 
valores exportados de todos os produtos em 2021 são mais elevados do que os 
previstos no cenário realista. Já no cenário pessimista, o quadro é bem pior, com 
quedas bastante elevadas em todos os produtos. O crescimento em 2021 mostra 
taxas parecidas com aquelas previstas no cenário realista, mas os valores exportados 
são bem menores, em função da maior queda em 2020. A tabela a seguir ilustra o 
desempenho dos produtos:
Produtos 2019
Cenário Realista Cenário Otimista Cenário Pessimista
2020 2021 2020 2021 2020 2021
Δ% Δ% Δ% Δ% Δ% Δ%
Exportações 225,4 -20,6 9,5 -17,7 16,5 -29,8 12,0 
Complexo carnes 15,8 -5,5 11,5 -3,6 15,9 -16,6 12,3 
Complexo soja 32,8 -0,5 13,0 1,4 18,1 -13,7 14,0 
Minério de ferro 22,7 -15,0 7,5 -14,5 8,8 -20,9 7,1 
Óleos brutos 24,2 -39,8 11,7 -38,8 14,2 -45,9 11,2 
Demais básicos 25,4 -4,7 10,9 -1,6 16,6 -15,7 12,4 
Tabela 2 – Exportações Brasileiras: Produtos Centrais (US$ Bilhões)
Fonte: Adaptado de Ribeiro et al. (2020)
6.2 Razões para Exportar: O que, para quem e como?
É possível identificarmos vários países que possuem economias dinâmicas e 
diversificadas, que apresentam uma participação percentual significativa na corrente 
mundial de comércio e que desenvolveram parques industriais e um universo empresarial 
diversificado e pujante. O que nem todos lembram é que vários destes países não 
possuem grandes mercados internos e que, para crescer e ampliar os negócios, suas 
empresas buscaram o caminho do comércio exterior.
O Brasil possui um grande mercado interno o que, sem dúvida, representou uma 
oportunidade e uma situação cômoda para muitas empresas, que preferiram priorizar 
o mercado doméstico e não chegaram a se interessar seriamente pelas exportações. 
Entretanto, mesmo neste cenário, cada vez mais, os empresários brasileiros começam 
a considerar as exportações como uma decisão estratégica importante para suas 
empresas e para o desenvolvimento de seus negócios. 
Perceberam que, ao exportar, a empresa adquire um diferencial de qualidade e 
competência, pois precisa adequar seus produtos aos padrões do mercado externo, 
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precisa gerenciar condições que não ocorriam anteriormente e obteriam ganhos de 
competitividade. A empresa que passa a exportar de forma sustentável, geralmente, 
obtém melhoria da sua imagem com fornecedores, bancos e clientes e isso se reflete, 
também, em suas operações no mercado interno. 
ANOTE ISSO
A internacionalização leva ao desenvolvimento da empresa, pois a obriga a se tornar 
mais moderna, seja para conquistar novos mercados, ou ainda, para preservar suas 
posições no mercado interno.
Atualmente, os avanços da tecnologia permitem comunicações imediatas com as 
mais distintas regiões do planeta, possibilitando que os mais diversos negócios sejam 
efetuados, diariamente, com empresas de variados e distantes países. No passado, a 
indústria nacional era protegida por barreiras que hoje já não existem. Isso faz com 
que empresas estrangeiras concorram com as empresas brasileiras dentro de nosso 
próprio país, o que exige que as empresas nacionais se tornem mais competitivas. 
Neste contexto, o comércio exterior adquire cada vez mais importância para as 
empresas que querem crescer de forma sustentável. Além disso, a diversificação 
de mercados, também, representa uma maior segurança com relação às crises que, 
temporariamente, podem surgir. Assim, as exportações, de modo geral, beneficiam 
o país como um todo, promovem o ingresso de divisas, a geração e manutenção de 
emprego e renda, o aumento na qualificação dos recursos humanos, a evolução e o 
crescimento do parque industrial e do universo empresarial como um todo.
6.2.1 O que Exportar?
Conforme identificado em Vazquez (2015), uma empresa pode exportar qualquer 
produto, não somente aquele fabricado a partir das suas linhas de produção internas. 
Dessa maneira, a empresa poderá ser uma exportadora ou (importadora) comercial 
e nada fabricar.
Interessante, não é mesmo? 
A concorrência local e global, derivada da integração e da globalização mundial dos 
mercados consumidores, proporciona às empresas brasileiras formas de aumentar a 
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qualidade de seus produtos via mercado externo. Entretanto, para algumas situações 
específicas, existirá a necessidade de adaptação dos produtos, em função de embalagens 
apropriadas, hábitos culturais e religiosos, costumes locais, atendimento a normas 
técnicas, entre outras possibilidades. 
Para ajudá-lo a refletir mais sobre a pergunta: o que exportar?, neste tópico, adotamos 
alguns pressupostos trazidos por Vazquez (2015), no quadro a seguir, que elenca sete 
cuidados que toda empresa brasileira (ou mundial) precisa considerar ao responder 
essa pergunta.
1o) Verificar se o produto atende às necessidades do mercado
2o) Verificar se o produto atende às necessidades específicas na fatura pro forma2
3o) Verificar se o produto apresenta vantagens para o mercado-alvo
4o) Verificar se o produto é compatível com o clima, se não fere sentimentos religiosos 
e não contraria hábitos locais
5o) Verificar se o sistema de pesos e medidas utilizado em seu produto atende às 
exigências do mercado a ser atingido
6o) Confirmar se o idioma utilizado na embalagem do produto é o do mercado local 
ou se o produto poderá ser comercializado com rótulo em português
7o) Checar se a embalagem é apropriada para o trânsito até a fronteira do país e no 
seu interior até a chegada ao destino
Quadro 1 – Cuidados sobre o que exportar 
Fonte: Vazquez (2015)
6.2.2 Para quem exportar?
Para responder a esta importante questão, precisamos considerar alguns aspectos, 
entre eles: a qualidade demandada no mercado-alvo, a importância estratégica do 
cliente, distância geográfica, custo de fretes, riscos cambiais e comerciais, instabilidade 
política, entre outros. Enfim, muitas variáveis influenciam nesta decisão. Para facilitar 
esta escolha, com base em Vazquez (2015), são citados no quadro a seguir, quatro 
pontos considerados fundamentais, quer sejam:
2 Fatura Pro Forma é o documento resultante do processo de negociação entre o exportador e o importador. Diferentemente da lista de 
preços ou do recebimento de uma simples solicitação de cotação, essa fatura indicará os detalhes acordados daquela compra específica, com 
todas as informações atinentes a ela. Veremos mais detalhes sobre a Fatura Pro Forma no próximo capítulo.
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Quem são os concorrentes no mercado-alvo? 
É muito importante saber quem são os concorrentes para a preparação da estratégia 
de conquista do mercado. Deve-se saber com quem a empresa estará competindo 
e quais são suas reais possibilidades.Como funciona o Sistema Cambial do país comprador?
Se o sistema cambial é centralizado, normalmente revela que o país tem dificuldade 
com sua balança de pagamentos. Isto pode incorrer em riscos políticos. O cliente 
paga em moeda local, mas o Banco Central não autoriza a conversão e remessa 
das divisas, entre outras coisas.
A Economia é fechada e o mercado fortemente protegido?
As barreiras não tarifárias, que obrigam a verdadeiros artifícios para atingir este 
mercado, não são um bom sinal. Mercados com medidas de proteção não tarifárias, 
economia fechada, são verdadeiras incertezas para o sucesso comercial. A sugestão 
é evitá-los!
A estabilidade Política é aceitável?
A instabilidade política projeta instabilidade econômica. Portanto, o seguro de crédito 
à exportação é essencial. Se for o caso, negocie os recebimentos por carta de crédito 
confirmada por banqueiro dos Estados Unidos, Canadá, da Europa e Japão. Na 
América Latina, solicite que os pagamentos sejam cursados dentro dos Convênios 
de Créditos Recíprocos. Se o país apresenta razoável estabilidade política e o seu 
cliente é pontual, tradicional, entre outros, a operação não deverá oferecer grandes 
riscos.
Quadro 2 – Questões Críticas para Decisão: Para Quem Exportar? 
Fonte: Vazquez (2015)
6.2.3 Como exportar?
Desde que a empresa esteja habilitada a fazer a exportação, com o Registro de 
Exportador e Importador (REI) emitido junto ao Sistema Integrado de Comércio Exterior 
(SISCOMEX), administrado pela Secretaria de Comércio Exterior e Receita Federal, o 
exportador tem condições de efetuar a exportação. Assim, poderá decidir, conforme 
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indica Vazquez (2015), sobre qual canal de vendas utilizará para atingir o seu mercado-
alvo, quer sejam:
Vendas Diretas ao Importador: o exportador/produtor venderá diretamente a seu 
comprador/importador, sem a intervenção de terceiros. Tal prática revela que o 
comprador já é tradicional cliente do exportador.
Vendas a outra empresa (Comercial Exportadora): o exportador/produtor poderá 
optar por vender a um terceiro (comercial exportador) que tratará de vender seu produto 
no exterior.
Vendas para Trading Companies3: as vendas a trading companies são equiparadas à 
exportação, como se o produtor/exportador tivesse feito a exportação. 
ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
O acordo comercial com Coreia do Sul terá impacto de R$ 416,8 bilhões no PIB até 
2040, prevê Secex: estudo foi publicado em agosto de 2021, com estimativas de 
alta para PIB, investimentos, salário real, exportações e importações totais, além de 
queda de preços ao consumidor.
A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia divulgou 
estudo de impacto para o acordo de livre comércio em negociação com a Coreia 
do Sul. As negociações Mercosul – Coreia do Sul foram lançadas em maio de 2018 
em Seul, na Coreia do Sul. As negociações envolvem compromissos de redução 
tarifária, maior integração entre os países via redução de barreiras não-tarifárias e 
compromissos regulatórios no comércio de serviços, em investimentos, propriedade 
intelectual e compras governamentais.
As estimativas da Secex apontam para impacto positivo do acordo em todas as 
variáveis macroeconômicas – PIB (0,37%), investimentos (1,02%), exportações 
(1,45%) e importações (1,77%) totais e salário real (0,41%) –, inclusive sobre os 
preços ao consumidor (-0,08%), que apresentam estimativa de queda. 
Em termos acumulados até 2040, os impactos estimados são de R$ 416,8 bilhões 
no PIB, R$ 286,8 bilhões nos investimentos, R$ 231,3 bilhões nas exportações e 
R$ 486,2 bilhões nas importações. A simulação também permite identificar efeitos 
setoriais decorrentes dos acordos, em que a maioria absoluta dos setores apresenta 
aumento de nível de produção, exportações e importações totais. Acesse este 
estudo na íntegra, no link a seguir:
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/
publicacoes-secex/serie-acordos-comerciais/arquivos/coreia-do-sul-estudo-de-impacto.pdf
3 Trading Companies são empresas que visam a facilitação do processo de importação e exportação de mercadorias entre negociantes 
em países distintos.
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/publicacoes-secex/serie-acordos-comerciais/arquivos/coreia-do-sul-estudo-de-impacto.pdf
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/publicacoes-secex/serie-acordos-comerciais/arquivos/coreia-do-sul-estudo-de-impacto.pdf
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6.3 Plano de Exportação
O processo de exportação propriamente dito, deve ser antecedido por um 
planejamento formal e estruturado. Os empreendedores brasileiros, infelizmente, não 
têm o hábito de desenvolver um planejamento estratégico antes de iniciar seu negócio. 
Este perfil pode estar associado ao tipo de empreendedorismo praticado aqui. Dados 
do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) (2018) mostram que no Brasil as pessoas 
empreendem mais por necessidade do que por oportunidade, e este perfil associa-
se diretamente com os conhecimentos e o tempo despendidos antes do início das 
operações comerciais. 
Um plano empresarial é útil para conhecer o cenário, nacional ou internacional, pelo 
qual uma empresa operará. Ou seja, serve como um norte, um caminho, pelo qual as 
ações futuras se guiarão e os resultados se tornarão mais previsíveis, minimizando, 
assim, os riscos e incertezas inerentes aos processos de empreender. Atualmente, no 
Brasil, os empreendedores que objetivam se lançar à internacionalização, dispõem de 
alguns meios que auxiliam na elaboração do plano de internacionalização. O caminho 
mais rápido é a contratação de um profissional com experiência, tanto em exportação 
como no desenvolvimento do plano de internacionalização. 
Porém, o desenvolvimento de um departamento de comércio exterior e a contratação 
de um profissional capacitado pode ser custoso para empresas em início de operação ou 
que ainda não possuem um mercado interno consolidado. Outra forma seria aproveitar 
oportunidades de treinamento e capacitação oferecidos por órgãos governamentais 
ou entidades privadas de serviço social, como por exemplo o Serviço Brasileiro de 
Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), a Agência Brasileira de Promoção de 
Exportações e Investimentos (APEX), entre outros. Independentemente da maneira ou 
do tipo de apoio contratado, o desenvolvimento de um plano de internacionalização é 
muito importante, pois nele estarão fixadas metas e objetivos de curto, médio e longo 
prazo, que guiarão as ações rumo à internacionalização. 
Soares (2004) propõe alguns tópicos que devem ser inseridos no plano de 
internacionalização, conforme apresentado no quadro a seguir:
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TÓPICO ITEM UTILIDADE
Sumário
Introdução 
Serve como referência básica para 
apresentação da empresa a potenciais 
clientes e parceiros comerciais, como 
agentes e distribuidores. Não deve conter 
informações confidenciais. 
Histórico da empresa 
Donos, sócios e acionistas 
Gerência e administração 
Produtos 
Serviços 
Localização 
Posição no mercado doméstico 
Introdução 
Visão e missão Serve como orientação geral dos valores 
da empresa. Deve ser utilizado para obter 
comprometimento de todos os envolvidos 
com o plano, dentro da empresa ou fora dela 
(prestadores de serviços e fornecedores) 
Objetivos da internacionalização 
Organização
Modelo de internacionalização Mostra como a empresa vai se organizar 
para a internacionalização em toda cadeia 
de produção e o papel de cada um dos 
responsáveis pela gerência e pelas decisões. 
Deve ser utilizado para evitar conflitos e/ ou 
lacunas gerenciais. 
Fornecedores 
Experiência internacional 
Recursos Humanos 
Mercados 
potenciaisPesquisa documental 
Mostra as características gerais de cada 
um dos mercados pré -selecionados. Tanto 
a pré-seleção quanto as demais informações 
são obtidas por meio da pesquisa em fontes 
secundárias. Serve para ter uma visão geral 
de cada mercado potencial e dos produtos 
concorrentes. Deve ser elaborado um capítulo 
completo para cada mercado selecionado. 
Ambiente político 
Ambiente econômico 
Tamanho do mercado 
Market share das importações 
Segmentos importantes 
Processo de compra 
Cadeia de marketing 
Descrição dos concorrentes 
Barreiras tarifárias e não tarifárias 
Acordos internacionais 
Tendências 
Outras informações relevantes 
Visão geral 
Produtos e 
serviços 
Adaptação do produto Serve para mostrar à produção e aos 
fornecedores o esforço de adaptação aos 
mercados externos selecionados.
Capacidade de produção 
Novos produtos 
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Estratégias 
Mercado(s)-alvo 
Mostra como a empresa vai se posicionar 
no(s) mercado(s) -alvo escolhido(s). Deve ser 
utilizado no planejamento de marketing e das 
vendas internacionais. Estas informações 
são confidenciais. 
posição competitiva externa 
Posicionamento do produto 
Preços 
Comunicação 
Logística e distribuição 
Vendas 
Perfil de intermediários e parceiros 
Questões legais 
Riscos 
Comerciais 
Serve para decidir se a pré-seleção dos 
mercados-alvo se sustentam diante dos 
riscos oferecidos por cada um deles e para 
precaução com relação a futuros problemas.
Cambiais 
Políticos 
Culturais 
Outros 
Implementação 
Fluxograma de atividades Serve para orientar os envolvidos (e incumbir 
ações práticas). Divisão das tarefas 
Orçamento 
Recursos 
Serve para verificar a necessidade de 
recursos, seu impacto nos custos e se eles 
estão disponíveis ou deverão ser financiados.
Custo das vendas 
Custos de marketing 
Outras despesas 
Quadro 3 – Plano de Internacionalização
Fonte: Adaptado de Soares (2004, p. 230)
Este roteiro de informações e análises é de grande utilidade para demonstrar a 
capacidade gerencial, produtiva e financeira da organização frente ao desafio da 
internacionalização. Além disso, pode ser uma importante ferramenta para angariar 
investimento junto às instituições públicas ou privadas de financiamento.
Trata-se de dados mais qualitativos, que possibilitarão aos gestores compreender os 
diferentes ângulos pelos quais o processo de exportação direta vincula-se. Realizando 
esta pesquisa, os empreendedores terão uma visão dos aspectos internos (capacidade 
humana, material, financeira e produtiva), aspectos externos (concorrentes, mercados 
potenciais e fornecedores), bem como aspectos institucionais relacionados às legislações, 
regulamentações, barreiras e incentivos ligados aos mercados que pretendem exportar. 
Assim, vencida esta etapa e estando mais conscientes e informados sobre os aspectos 
e impactos da internacionalização, o próximo passo é a análise financeira detalhada. A 
elaboração de um orçamento de longo prazo é essencial para o estabelecimento de limites 
inferiores e superiores aos investimentos e despesas necessárias para a exportação. 
Antes de iniciar esta etapa, é muito importante ter em mente que, antes da montagem 
de um orçamento para a internacionalização, a empresa precisa operar segundo uma 
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organização financeira sistemática. Ou seja, se a empresa não opera segundo um 
orçamento organizado de custos e investimento, gastos próprios e despesas pessoais 
dos sócios, é necessário, antes de mais nada, uma reorganização interna.
O quadro a seguir apresenta os tópicos necessários para a construção de um 
orçamento voltado à exportação direta. Ressaltando que, dependendo do tamanho e 
da estrutura da organização, alguns tópicos podem ser suprimidos ou outros podem 
ser incluídos.
ORÇAMENTO OU FONTES DE FINANCIAMENTO UTILIDADE
FONTES 2021 2022 2023 Permite saber se 
os recursos estão 
disponíveis ou se deverão 
ser buscados. 
Fonte A
Fonte B
Fonte C
CUSTO SOBRE VENDAS
COMISSÃO Permite elaborar preços 
de exportação de forma 
realista. 
Comissão A
Comissão B
Comissão C
CUSTOS ADMINISTRATIVOS
Seguros Permite inserir despesas 
não operacionaisBancos
Consultoria
CUSTOS OPERACIONAIS
Produção Permite elaborar o fluxo 
de caixa das exportações Transportes 
Documentação 
Seguros 
Despachante aduaneiro 
CUSTOS DE MARKETING
Agentes/distribuidores Permite saber quanto 
se pode investir na 
promoção do produto e, 
dessa forma, avaliar se a 
meta de vendas externas 
é factível. 
Propaganda 
Material promocional 
Viagens 
Comunicação 
Feiras 
Quadro 4 – Orçamento de Internacionalização 
Fonte: Adaptado de Soares (2004, p. 230)
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Finalmente, com o plano e o orçamento de internacionalização prontos e analisados, e 
a certeza do sucesso desse importante passo, é o momento de colocá-lo em ação e iniciar 
efetivamente o processo de implementação do plano que passa pelas seguintes etapas: 
seleção do mercado-alvo, definição das estratégias de marketing e logística, busca 
pelas oportunidades de negócios, identificação de parceiros nacionais e internacionais, 
estabelecimento de critérios para manutenção e controlar constantemente o orçamento 
planejado. O quadro abaixo detalha o que e como agir em cada uma dessas etapas.
ETAPA DESCRIÇÃO
Seleção do mercado-alvo 
Indica-se iniciar pelos mercados que contenham as menores 
distâncias (geográfica, cultural, tecnológica e temporal); e buscar 
por mercados que possuam acordos comerciais com benefícios 
tarifários ou não tarifários com o Brasil. 
Estratégias de marketing e logística 
Com o mercado-alvo escolhido, é possível definir: preço e condições 
de venda e de pagamento internacional; contratação do despachante 
aduaneiro; e estabelecimento dos custos logísticos nacionais e 
internacionais. 
Busca por oportunidades de 
negócios e parceiros 
Os negócios serão angariados por meio da participação em feiras e 
missões comerciais, pesquisas em bancos de dados de associações, 
embaixadas ou agências governamentais; e organizar uma agenda 
de visita própria com potenciais clientes e fornecedores. 
Identificação de critérios para 
manutenção dos negócios 
Promover avaliações periódicas do processo de internacionalização; 
e ouvir opiniões de terceiros envolvidos no processo. 
Controle do orçamento Seguir e respeitar o orçamento elaborado. 
Quadro 5 – Etapas da Internacionalização
Fonte: Adaptado de Soares (2004, p. 231)
ISTO ESTÁ NA REDE
A iniciativa do Governo Federal: Aprendendo a Exportar, tem seu conteúdo 
voltado para o aprendizado dos procedimentos operacionais da exportação, com 
abordagem de diversas áreas temáticas de interesse do exportador e características 
que possibilitam a usuários de diferentes níveis de conhecimento a obtenção de 
informações de acordo com o grau de interesse. 
Este conjunto de informações foi produzido com objetivo de contribuir para a 
difusão da cultura exportadora no país, buscando, principalmente, uma maior 
participação dos empresários das micro, pequenas e médias empresas, dispostos 
a iniciar sua caminhada rumo ao mercado internacional. A localização de temas 
e assuntos específicos poderá ser realizada nos menus de navegação ou, então, 
utilizando a busca do site, cujo campo está localizado no topo da página. 
Aproveite para se informar mais sobre o tema e acesse este site no link: 
http://siscomex.gov.br/aprendendo-a-exportar/
http://siscomex.gov.br/aprendendo-a-exportar/
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A partir deste momento, com o plano de internacionalização elaborado e implementado, 
o plano orçamentário como balizador dos investimentos e gastos, e um programa de 
manutenção dos negócios, a empresa pode, enfim, iniciar os processos de exportação.Portanto, no próximo capítulo, examinaremos os procedimentos operacionais formais 
da exportação, com as regras de cadastramento e documentos utilizados.
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AULA 7
EXPORTAÇÃO
Neste capítulo são abordados aspectos formais do processo de Exportação. É 
importante destacar que a partir de 2 de julho de 2018, o sistema do governo federal 
responsável por gerenciar estas operações, denominado Novoex, foi desligado. A partir 
daí, os novos registros de Comércio Exterior passaram a ser efetuados de forma 
exclusiva por meio do Portal Único Siscomex1. Junto com esse sistema apareceu uma 
diferente estrutura processual, orientada, sobretudo, por meio do Manual de Exportação 
via Declaração Única de Exportação (DU-E). Nesta direção, este capítulo contempla 
os principais aspectos operacionais de habilitação/cadastramento do exportador no 
sistema Siscomex, bem como, pontos que devem ser observados na DU-E. Interessou-
se por este assunto? Siga em frente!
7.1 Portal Único Siscomex
Afinal de contas, o que significa Siscomex? Conforme identificado no Portal Único 
do Siscomex (SISCOMEX, 2021), temos que:
O Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX) consiste em 
uma iniciativa de desburocratização do comércio exterior brasileiro, 
decorrente de compromisso assumido pelo Brasil na OMC, no âmbito 
do Acordo de Facilitação de Comércio, implantado sob o conceito de 
janela única do comércio exterior, ou seja, uma interface única entre 
governo e operadores de comércio Fonte: <http://siscomex.gov.br/> 
Acesso em 5 nov. de 2021.
A figura abaixo apresenta a interface desse sistema:
1 Acesse e conheça o Portal Único Siscomex em: http://siscomex.gov.br/ 
http://siscomex.gov.br/
http://siscomex.gov.br/
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Figura 1 – Interface do Portal Único Siscomex
Fonte: Siscomex (2021)
Esse sistema tem como objetivo central a facilitação do acesso aos serviços e 
também aos órgãos governamentais. Além disso, o portal é a ligação entre as empresas 
de comércio exterior, agentes aduaneiros, importadores e exportadores. Ou seja, o 
Siscomex é responsável por facilitar as exportações brasileiras e proporcionar a expansão 
do mercado externo. Entre as funcionalidades do Siscomex, são disponibilizados 
acessos para:
• Sistemas de Importação, Exportação, Cargas e Logística, Regimes Especiais e 
Cadastro e Habilitação;
• Legislação relacionada ao Comércio Exterior;
• Simuladores para Tratamento Administrativo da Exportação e Importação;
• Manuais que orientam sobre a elaboração da Declaração Única de Exportação 
(DU-E), requerimento de LPCO, Tratamento Administrativo na Exportação no 
Portal Único de Comércio Exterior, Manuais Aduaneiros, Manual de Habilitação 
no Siscomex, Manual de Despacho na Importação, Manuais Drawback Isenção 
e Suspensão, Manual Visão Integrada e Módulo Anexação Eletrônica de 
Documentos, Manual de Recepção de Certificados de Origem Digital (COD), 
Cartilha LI WEB e Catálogo de Produtos (DUimp);
• Fontes de informações sobre a temática e os serviços relacionados ao comércio 
exterior e perguntas frequentes.
Por que o Siscomex assume tamanha importância? A resposta é simples: o uso desse 
sistema é obrigatório nas operações de comércio exterior no Brasil. Os profissionais 
de comércio exterior não têm a opção de não utilizá-lo ou de utilizar outro recurso. 
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Além disso, o acesso ou cadastro no Siscomex se dá por meio de certificação digital. 
Por isso, caso a pessoa física ou jurídica precise de acesso ao sistema mas ainda 
não tenha uma certificação digital, precisará providenciar uma, como sendo a primeira 
coisa a ser feita para ter acesso ao sistema.
ANOTE ISSO
Para se registrar e começar a usar o sistema, pessoas físicas e jurídicas precisam 
realizar procedimentos distintos. No caso de pessoas físicas, há muitas situações 
onde o uso do Siscomex não é obrigatório. Para obter todas as informações 
necessárias, é importante consultar o Manual de Habilitação no Siscomex da 
Receita Federal. O manual de habilitação está disponível em:
http://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/habilitacao
Entre os órgãos que utilizam o Siscomex estão a Secretaria da Receita Federal, 
Secretaria de Comércio Exterior e Banco Central do Brasil. Todas as informações são 
integradas e podem ser consultadas em tempo real, pela internet. O Siscomex foi criado 
para informatizar todo o processo administrativo de exportações, tornando-o mais 
fácil, ágil e aumentando a transparência das atividades no setor. Com isso, empresas 
e órgãos fiscalizadores conseguem simplificar e padronizar as operações, diminuir o 
volume de documentos, reduzir os custos administrativos, entre outros.
Porém, é importante a compreensão de que o Siscomex não é uma ferramenta de 
gestão operacional, financeira ou administrativa. Também não permite que o profissional 
receba pagamentos pela ferramenta. Nesse caso, o profissional deve procurar um 
recurso específico para esse fim.
7.1.1 Ambiente de Operações do Portal Único Siscomex
Para acesso ao Siscomex, o usuário deve acessar o endereço:  www.portalunico.
siscomex.gov.br e selecionar a opção “Importador/Exportador", conforme figura a seguir.
https://www.remessaonline.com.br/blog/certificacao-digital-aprenda-como-obter-e-instalar/
http://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/habilitacao
http://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/habilitacao
http://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/habilitacao
https://portalunico.siscomex.gov.br/portal/
https://portalunico.siscomex.gov.br/portal/
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Figura 2 – Passo 1 no Acesso para Exportação via Siscomex
Fonte: Siscomex (2021)
Em seguida, o usuário deverá selecionar "importador/exportador/despachante".
Figura 3 – Passo 2 no Acesso para Exportação via Siscomex
Fonte: Siscomex (2021)
Após, surgirá a opção de acesso com certificado digital, conforme marcações em 
vermelho. O usuário deve então clicar nesta opção (acesso com certificado digital) e 
realizar sua autenticação.
Figura 4 – Passo 3 no Acesso para Exportação via Siscomex
Fonte: Siscomex (2021)
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7.1.2 Conceitos Padronizados no Siscomex
Para efeitos do disposto na Instrução Normativa n° 1.702, de 2017, que disciplina 
o despacho aduaneiro de exportação processado por meio de Declaração Única de 
Exportação (DU-E), é necessária a padronização no entendimento dos conceitos 
expressos no quadro a seguir:
Conceito Descrição
Declarante
Pessoa responsável por apresentar a DU-E e promover o despacho 
de exportação em nome próprio, se for o exportador, ou em nome de 
terceiro, quando se tratar de pessoa jurídica contratada para esse fim.
Despacho domiciliar
Aquele realizado em local solicitado pelo exportador, situado fora de 
recinto aduaneiro e sob sua responsabilidade.
Exportador
Qualquer pessoa que promova a saída de mercadoria do território 
aduaneiro.
Referência Única da Carga 
(RUC)
O identificador único e irrepetível servirá de base para o controle da 
armazenagem e movimentação de cargas para exportação.
Referência Única de Carga-
Master (MRUC)
O identificador único e irrepetível servirá de base para o controle 
da armazenagem e movimentação de cargas consolidadas para 
exportação.
Recepção de carga
a informação prestada pelo interveniente, referente às cargas por 
ele recebidas para despacho aduaneiro ou em trânsito aduaneiro de 
exportação.
Entrega de carga
Informação prestada pelo interveniente, referente às cargas por ele 
entregues a outro interveniente para trânsito aduaneiro, embarque ao 
exterior ou transposição de fronteira.
Consolidação decarga
Informação prestada pelo interveniente, referente ao agrupamento 
de cargas, por ele realizado, relativas a diferentes operações 
de exportação que tenham um mesmo destino, final ou para 
redistribuição, no exterior.
Unitização de carga
Informação prestada pelo interveniente, referente ao 
acondicionamento, por ele realizado, dos volumes soltos de uma 
carga a exportar em uma ou mais unidades de carga.
Manifestação de embarque
Informação prestada pelo transportador, referente às cargas por 
ele transportadas ou a serem transportadas para o exterior, ou em 
trânsito aduaneiro pelo território nacional.
Averbação de embarque Confirmação da saída dos bens exportados do País.
Evento
Registro eletrônico de uma ação ou situação relacionada com a nota 
fiscal eletrônica (NF-e).
Quadro 1 – Conceitos Básicos adotados no Siscomex
Fonte: Receita Federal (2021)
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=81483
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7.2 Declaração Única de Exportação DU-E
Como mencionado no início deste capítulo, o Siscomex é o sistema responsável 
por gerenciar o comércio exterior brasileiro. Assim, para o processo de exportação 
iniciar, um documento é apontado como principal: a Declaração Única de Exportação 
(DU-E). A Declaração Única de Exportação (DU-E) consiste em:
Um documento eletrônico que define o enquadramento da operação 
de exportação e subsidia o despacho aduaneiro de exportação. 
Compreende informações de natureza aduaneira, administrativa, 
comercial, financeira, fiscal e logística, que caracterizam a operação 
de exportação dos bens por ela amparados (Fonte: Portaria Conjunta 
RFB/SECEX nº 349, de 21 de março de 2017).
Neste contexto, vale ressaltar que a Instrução Normativa no. 1.702 de 21 de março 
de 2017 disciplinou o despacho aduaneiro de exportação processado por meio de 
Declaração Única de Exportação (DU-E) se estabeleceu, entre outros, que a Declaração 
Única de Exportação (DU-E) E é um documento eletrônico que:
• Contém informações de natureza aduaneira, administrativa, comercial, financeira, 
tributária, fiscal e logística, que caracterizam a operação de exportação dos bens 
por ela amparados e definem o enquadramento dessa operação; e,
• Serve de base para o despacho aduaneiro de exportação.
No que se refere à elaboração da DU-E, a referida Instrução Normativa define que 
a DU-E é formulada em módulo próprio do Portal Siscomex e consiste na prestação, 
pelo declarante ou seu representante, das informações necessárias ao controle da 
operação de exportação, de acordo com: a) a forma de exportação escolhida pelo 
exportador; b) os bens integrantes da DU-E; e, c) As circunstâncias da operação.
A DU-E tem como base a nota fiscal que ampara a operação de exportação, exceto 
nas hipóteses em que a legislação de regência dispensa a emissão desse documento 
e nas hipóteses de exportação com base em nota fiscal em papel ou sem nota fiscal. 
Neste último caso, todos os dados necessários à elaboração da DU-E devem ser 
fornecidos pelo declarante.
Em suma, conforme se percebe no Portal Único Siscomex, o novo processo de 
exportação, realizado por meio de Declaração Única de Exportação (DU-E), buscou 
adequar o controle aduaneiro e administrativo ao processo logístico das exportações, 
de maneira a realizá-los de maneira eficaz e segura.
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=81446&visao=anotado
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=81446&visao=anotado
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ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
Exportar produtos já foi um ato custoso e trabalhoso. No passado, era necessário, 
em alguns casos, providenciar três documentos para enviar produtos para fora do 
país. Entre eles estavam o registro de exportação, a declaração de exportação e a 
declaração simplificada de exportação. Para simplificar todo o processo, foi criada 
a Declaração Única de Exportação, além da substituição do extrato completo de 
exportação pela sua versão simplificada. Você quer saber mais sobre a Declaração 
Única de Exportação (DU-E) e o extrato simples de exportação? Então, acesse este 
link a seguir e amplie ainda mais o seu conhecimento!
https://logistica.pibernat.com.br/declaracao-unica-de-exportacao-2/
7.2.1 Formas de Exportação utilizando a DU-E
Com base no artigo 11 da Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil n° 
1.702, de 2017, o exportador poderá utilizar uma das formas a seguir elencadas para 
realizar o processo de exportação:
• Exportação própria: hipótese de exportação em que o declarante e o exportador 
da DU-E são a mesma pessoa (física ou jurídica). Para DU-E, distintos 
estabelecimentos de uma empresa não são considerados pessoas distintas. 
Dessa forma, uma DU-E de exportação por conta própria pode ser instruída com 
notas fiscais de diferentes filiais de uma mesma empresa.
• Exportação por meio de operador de remessa expressa ou postal: Hipótese de 
exportação em que declarante e exportador são pessoas distintas, sendo que o 
declarante da DU-E obrigatoriamente deve ser empresa de transporte expresso 
internacional ou os Correios.
• Exportação por conta e ordem de terceiro: Hipótese de exportação em que 
declarante e exportador são pessoas distintas, sendo que o declarante da DU-E 
será uma pessoa jurídica especificamente contratada para essa atividade, 
inclusive na qualidade de operador logístico. A exportação por conta e ordem 
de terceiro será permitida somente por meio de DU-E instruída com NF-e emitida 
pelo exportador (§ 2° do art. 13 da IN n° 1.702, de 2017). Esse tipo de operação 
independe de qualquer outro tipo de procedimento administrativo no Siscomex ou 
junto à RFB, nem mesmo a apresentação do contrato de prestação dos serviços.
https://logistica.pibernat.com.br/declaracao-unica-de-exportacao-2/
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=81483
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=81483
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=81483
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Figura 5 – Exemplo do Extrato Simplificado da DU-E 
Fonte: FAZCOMEX (2021)
7.2.2 Como anexar documentos na DU-E
A nota fiscal formulário (papel) e outros documentos que instruírem a DU-E, e aqueles 
exigidos em decorrência de acordos internacionais ou de legislação específica, deverão 
ser disponibilizados à RFB ou a outros órgãos ou agências da Administração Pública 
federal, conforme o caso, em meio digital, por meio da funcionalidade Anexação de 
Documentos Digitalizados.
Os documentos instrutivos da DU-E deverão ser disponibilizados à RFB nos casos 
de direcionamento a canal de conferência aduaneira diferente do canal verde (§ 1° do 
art. 18 da IN RFB n° 1.702, de 2017). Fica dispensada a exigência de apresentação 
em meio físico da NF-e ou do Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica (Danfe) 
(§ 2° do art. 18 da IN RFB n° 1.702, de 2017). 
https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/aduana-e-comercio-exterior/manuais/despacho-de-exportacao/topicos/entrega-e-recepcao-dos-documentos/documentos-de-instrucao-do-despacho-por-de/documentos-de-instrucao-do-despacho-por-de
https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/aduana-e-comercio-exterior/manuais/despacho-de-exportacao/topicos/entrega-e-recepcao-dos-documentos/documentos-de-instrucao-do-despacho-por-de/documentos-de-instrucao-do-despacho-por-de
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=81483
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=81483
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Figura 6 – Tela de Anexação do Siscomex
Fonte: Siscomex (2021)
Durante a elaboração da DU-E é possível anexar documentos. Contudo, primeiro 
deverá ser instalado o programa Assinador Serpro2. Caso seja necessário, é neste 
espaço que devem ser inseridos os documentos instrutivos obrigatórios do despacho 
de exportação, com exceção na Nota Fiscal Eletrônica e, bem como, outros documentos 
eventualmente exigidos pela legislação aduaneira. 
Por meio do botão anexar documentos, da ficha Anexação, o exportador ou declarante 
pode anexar documentos necessários à instrução do despacho ou exigidos pela 
fiscalização aduaneira.
7.2.3 O Módulo de Controle de Carga e Trânsito (CCT)
O módulo de Controle de Carga e Trânsito controla a localização da carga de 
exportação e sua movimentação entre os diversos intervenientes durante todo o 
despacho aduaneiro. A localização da carga no CCT é sempre definida:
2 Disponível em: https://www.serpro.gov.br/links-fixos-superiores/assinador-digital/assinador-serpro
https://www.serpro.gov.br/links-fixos-superiores/assinador-digital/assinador-serpro
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• CNPJ ou CPF do interveniente responsável pelo local onde ela se encontra;
• Código da unidade da Receita Federal (URF) com jurisdição aduaneira sobre 
esse local; e 
• Coordenadas geográficas deste local.
Assim, a todo momento e até que a DU-E/RUC ou MRUC esteja na situação CCE, 
a carga sempre estará sob a jurisdição de uma unidade da Receita Federal, sob a 
responsabilidade de um interveniente e em um determinado par de coordenadas. Como 
consequência, não é possível, por exemplo, entregar uma carga a um interveniente 
que não possua um CNPJ ou CPF (por exemplo, um estrangeiro). 
Outra importante observação é que o sistema trabalha com a lógica do interveniente 
que está executando a ação, ou seja, quando ocorre uma entrega de carga, esta 
permanece sob a jurisdição da mesma URF e nas mesmas coordenadas geográficas 
de quem entregou, mas muda o CNPJ/CPF do responsável, que passará a ser aquele 
de quem recebeu a carga. 
Pela mesma razão, quando ocorre uma recepção de carga, esta passa para a 
responsabilidade do CNPJ/CPF do recebedor e também para jurisdição da URF e 
para as coordenadas de onde ela se encontra. É essa mesma localização que irá 
determinar se será ou não necessário utilizar uma das formas de trânsito aduaneiro 
de exportação para completar a operação. 
A falta de compreensão total desses conceitos tem levado a erros frequentes, 
principalmente quando a carga não está sob a responsabilidade de um recinto aduaneiro. 
Quando a carga está com um recinto, o sistema automaticamente identifica a URF, o 
CNPJ e as coordenadas correspondentes. Entretanto, quando o interveniente não é um 
recinto, esses três elementos necessitam ser precisamente informados pelo usuário 
em algum momento, dependendo do tipo de operação que se pretende realizar. 
Por exemplo, um único dígito diferente ou a mais ou a menos nas coordenadas é 
suficiente para o sistema entender que a carga está em uma localização distinta da 
informada. Uma coordenada positiva em vez de negativa, por exemplo, pode indicar 
ao sistema que a carga se encontra do outro lado do mundo. Em outro exemplo, se 
porventura um transportador pretende enfatizar, consolidar ou transitar uma carga não 
estocada em recinto, ele precisa indicar corretamente a localização onde se realiza a 
operação, pois o sistema irá verificar se a(s) carga(s) está(ão) realmente nesse local. 
Se tudo estiver sendo feito como esperado, a localização no sistema e a localização 
https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/aduana-e-comercio-exterior/manuais/exportacao-portal-unico/introducao/local-do-despacho-de-exportacao-local-de-embarque-e-coordenadas-geograficas/coordenadas-geograficas
https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/aduana-e-comercio-exterior/manuais/exportacao-portal-unico/cce-carga-completamente-exportada
https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/aduana-e-comercio-exterior/manuais/exportacao-portal-unico/transito-aduaneiro-na-exportacao/manifestar-dat/formas-de-transito-aduaneiro-de-exportacao
https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/aduana-e-comercio-exterior/manuais/exportacao-portal-unico/transito-aduaneiro-na-exportacao/manifestar-dat/formas-de-transito-aduaneiro-de-exportacao
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física será a mesma, já que se espera que os registros no sistema reflitam fatos 
práticos de aplicação. Porém, na dúvida, o usuário deve consultar no estoque após-
ACD a localização (URF+CNPJ/CPF+coordenadas) exata onde se encontra a carga. 
Pela mesma razão, se ele tentar manifestar uma carga que não está na localização 
por ele indicada, o sistema criticará essa informação. 
7.2.3.1 Local de Despacho da Exportação
O local de despacho, refere-se a um recinto aduaneiro, bastando ao declarante indicar 
na DU-E o seu código do Siscomex, pois cada recinto onde se processa despacho de 
exportação está associado no sistema a uma URF de jurisdição, ao CNPJ do depositário 
e a um par de coordenadas geográficas. 
Observado o disposto no § 1º do art. 59 da IN RFB n° 1.702, de 2017, o despacho 
de exportação poderá ser realizado em:
a) Recintos aduaneiros de zona primária ou secundária;
b) Locais situados na zona primária, sob a responsabilidade de um operador 
portuário, de um transportador internacional ou da Secretaria da Receita Federal 
do Brasil (RFB), ou;
c) Qualquer local no território aduaneiro autorizado pela fiscalização aduaneira ou 
em legislação específica, sob a responsabilidade do exportador.
De outra forma, o despacho aduaneiro de exportação de petróleo e seus derivados, 
gás natural e seus derivados e biocombustíveis, tendo em vista a condição especial 
em que esses tipos de bem são extraídos/produzidos, faz-se, após prévia habilitação, 
na unidade da RFB de despacho mais próxima da área onde ocorrerá o embarque das 
mercadorias ou de outra unidade da RFB, a critério do Superintendente da Receita 
Federal do Brasil da Região Fiscal jurisdicionante sobre a unidade requerida (Instrução 
Normativa RFB n° 1.381, de 2013).
Nos casos excepcionais em que o despacho de exportação deva ocorrer fora de 
recinto, o declarante deve indicar essa condição na DU-E e ainda a URF com jurisdição 
sobre o local onde ele pleiteia que o despacho seja processado, o CNPJ ou CPF do 
responsável por esse local e suas correspondentes coordenadas geográficas. Nesses 
casos, sugere-se ainda indicar, nos campos próprios da DU-E, o endereço do local e 
um ponto de referência para encontrá-lo, a fim de facilitar a identificação do local 
https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/aduana-e-comercio-exterior/manuais/exportacao-portal-unico/copy3_of_introducao/consulta-de-estoque
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=81483
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=44307
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de despacho pela fiscalização aduaneira. O despacho aduaneiro de exportação para 
admissão no regime aduaneiro especial de Depósito Alfandegado Certificado (DAC) 
será processado no próprio recinto alfandegado que opere esse regime.
Na hipótese de despacho domiciliar, o exportador deverá indicar em campo próprio 
da DU-E não apenas tratar-se de despacho fora de recinto, mas também que se 
trata de despacho domiciliar. Enquanto o despacho fora de recinto não dispensa a 
recepção de carga pelo operador portuário ou transportador internacional, no despacho 
domiciliar, por sua vez, a carga já se encontra sob a responsabilidade do exportador 
e, consequentemente, é dispensada a recepção da carga para despacho.
A realizaçãodo despacho domiciliar é permitida ou exigida em legislação específica 
ou pela unidade da RFB com jurisdição sob o local onde se encontra a carga, que não 
necessariamente é o estabelecimento do exportador, podendo ser, por exemplo, no 
meio de uma rodovia federal. Entretanto, ela pode ser indeferida pelo Auditor-Fiscal 
da Receita Federal do Brasil, responsável pela conferência aduaneira da DU-E.
O deferimento para a realização de despacho domiciliar se dá de forma tácita, 
portanto, o exportador pode indicar livremente tratar-se de um despacho domiciliar 
e, se a DU-E se enquadrar em uma das hipóteses estabelecidas na legislação ou 
naquelas eventualmente autorizadas pela URF local para o despacho domiciliar, basta 
o Auditor Fiscal da Receita Federal prosseguir com o despacho. Caso contrário, ele 
registrou uma exigência para que o exportador cancele a DU-E e registre uma outra 
para despacho normal.
Para o deferimento do despacho domiciliar são considerados a natureza dos 
bens a exportar, as condições de higiene e de segurança do local indicado para a 
realização do despacho e a disponibilidade de mão de obra fiscal, além de outros 
critérios estabelecidos pelo chefe da unidade da RFB jurisdicionante. 
Nas hipóteses em que o despacho domiciliar se realizar no próprio local do embarque, 
devem ser indicadas como coordenadas geográficas do local do embarque as mesmas 
coordenadas da URF do local do despacho, a fim de permitir a entrega da carga ao 
transportador sem a necessidade de trânsito aduaneiro. Somente o chefe da unidade 
da Receita Federal do Brasil jurisdicionante pode estabelecer hipóteses em que o 
despacho de exportação seja realizado obrigatoriamente no domicílio do exportador. 
O despacho de exportação de cigarros e de bebidas, por exemplo, deverá, 
obrigatoriamente, ser realizado no estabelecimento industrial do exportador. Após o 
desembaraço, as mercadorias seguirão em trânsito aduaneiro até o local de embarque 
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para o exterior (art. 7° da Instrução Normativa RFB nº 1.155, de 2011 e art. 341 e 
343 do Decreto nº 7.212, de 2010). As despesas decorrentes do processamento do 
despacho domiciliar serão ressarcidas pelo exportador, na forma prevista na legislação 
de regência (§ 3° do art. 6° da IN RFB n° 1.702, de 2017).
ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
O Brasil é um dos maiores produtores de pedras preciosas e semipreciosas 
do mundo, tendo a União Europeia como um dos principais destinos para as 
exportações deste produto. Dentro de todos os minerais produzidos, o quartzo 
de ametista é tido como um dos principais para a economia brasileira. As pedras 
de ametista surgiram há aproximadamente 130 milhões de anos quando houve 
um derrame de lava de erupções vulcânicas. Toda esta riqueza está localizada na 
província vulcânica Paraná, que além de ser uma das maiores províncias basálticas 
continentais, também é favorecida por uma particularidade geológica. Está situada 
acima do grande aquífero Guarani, que, em decorrência de seu intenso fluido, mais 
íons foram transportados e uma maior quantidade de minerais de sílica foram 
depositados nos geodos ali existentes. Assim, compreender o mercado para a 
exportação destas pedras a União Europeia é vital para quem atua neste cenário. 
Aspectos mercadológicos inerentes ao produto, bem como, o estudo sobre o seu 
respectivo mercado produtor e comprador e a seleção dos mercados-alvo no 
bloco comercial escolhido, nesta visão, são de extrema importância. Quer conhecer 
mais sobre este mercado e os resultados deste estudo? Acesse: https://www.
brazilianjournals.com/index.php/BJB/article/view/18084/14628
7.2.3.2 Local de Embarque
O local de embarque informado em uma DU-E é definido pelo código da unidade 
local da RFB (URF) com jurisdição aduaneira sobre esse local e pelas coordenadas 
geográficas deste local. O local de embarque, em regra, é definido por uma URF, que 
jurisdiciona o local de saída da mercadoria do território nacional, bastando ao declarante 
indicar na DU-E seu código do Siscomex, pois cada unidade da RFB onde ocorre 
embarque de bens para o exterior está associada no sistema a um par de coordenadas 
geográficas e os recintos nela localizados têm essas mesmas coordenadas cadastradas 
no Siscomex. 
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=16127
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/decreto/d7212.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/decreto/d7212.htm
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=81483
https://www.brazilianjournals.com/index.php/BJB/article/view/18084/14628
https://www.brazilianjournals.com/index.php/BJB/article/view/18084/14628
https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/aduana-e-comercio-exterior/manuais/exportacao-portal-unico/introducao/local-do-despacho-de-exportacao-local-de-embarque-e-coordenadas-geograficas/coordenadas-geograficas
https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/aduana-e-comercio-exterior/manuais/exportacao-portal-unico/introducao/local-do-despacho-de-exportacao-local-de-embarque-e-coordenadas-geograficas/coordenadas-geograficas
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No caso de o embarque ocorrer em pontos de fronteira alfandegados ou portos e 
aeroportos de menor porte e que não sejam sede da URF de jurisdição, deve ser indicado 
na DU-E o código no Siscomex do recinto alfandegado onde ocorrerá o embarque da 
carga para o exterior e o sistema apropriará a URF e as coordenadas correspondentes. 
Também pode ser necessário indicar um recinto de embarque específico em portos 
de grande porte, onde cada recinto tem suas próprias coordenadas, distintas daquelas 
da URF de jurisdição. Se isso não for feito, pode ser que o embarque ocorra em local 
distinto daquele indicado na DU-E e esta não irá averbar automaticamente. 
A indicação de um recinto como local de embarque é menos suscetível a erros, 
mas, se o embarque ocorrer efetivamente em outro recinto e este tiver coordenadas 
distintas daquele, o exportador poderá ser obrigado a retificar o local de embarque 
na DU-E, a fim de permitir a averbação automática da sua declaração.
Outro aspecto importante a se observar é que alguns portos e aeroportos são 
jurisdicionados por URF fisicamente distantes de sua localização, havendo neles apenas 
um recinto subordinado à URF de jurisdição e onde se efetuará o embarque para o 
exterior. 
Por exemplo, o Porto de Aratu é jurisdicionado pela Alfândega do Porto de Salvador, 
que está situado a dezenas de quilômetros de distância. Assim, se o exportador indicar 
como local de embarque a URF Porto de Salvador, em vez do recinto do Porto de Aratu, 
o sistema interpretará que o local de embarque é em Salvador e, assim, não ocorrerá 
a averbação automática da DU-E. 
Quando a mercadoria, após seu desembaraço aduaneiro de exportação, for carregada 
em aeronave ou embarcação que faça percurso interno conjugada com outra que 
complemente a operação de transporte no percurso internacional, será considerado 
local de embarque aquele em que a mercadoria for carregada no veículo que fará a 
viagem internacional, mesmo que venha a escalar em outro ponto do território nacional.
ANOTE ISSO
O embarque antecipado de bens objeto de DU-E ainda não desembaraçada 
pode ser autorizado em diversas hipóteses previstas no art. 96 da IN RFB nº 
1702/17. Essa é uma situação especial de despacho de exportação, que se aplica 
principalmente nas exportações de granéis e de veículos. 
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7.2.3.3 Coordenadas Geográficas
As coordenadas geográficas desempenham um importante papel no controle de 
carga do Portal Único do Siscomex. Elas servem para definir os locais de despacho 
e embarque de uma operação de exportação e futuramente serão utilizadas tambémno controle do trânsito aduaneiro de exportação.
Todo recinto aduaneiro onde se processe o despacho de exportação ou que, por 
alguma razão, receba carga de exportação em trânsito com destino ao exterior deve 
ter suas coordenadas cadastradas na Tabela 61 do sistema Siscomex. Algumas URFs 
localizadas em zona primária também têm coordenadas próprias, cadastradas na 
Tabela 60 do Siscomex e podem ser indicadas como local de embarque, entretanto, 
se os recintos nela localizados não tiverem as mesmas coordenadas da URF, isso 
pode impedir a ocorrência do evento CCE e da consequente averbação da carga, pois 
o exportador pode indicar a URF como local do embarque e o transportador indicar 
o recinto, ou vice versa, e o sistema interpretará que são locais distintos. Assim, 
recomenda-se indicar um recinto de zona primária como o local do embarque. A fim 
de minimizar a possibilidade de erros, foram cadastradas as coordenadas geográficas 
apenas dos recintos onde foram registradas operações de exportação em 2015 e 2016 
e das URF situadas em zona primária, onde se efetuam embarques de exportação. 
Em razão desse critério inicial, em princípio, apenas novos recintos aduaneiros 
necessitarão ter suas coordenadas cadastradas. Nesse caso, quando o exportador 
tentar indicar como local de despacho ou embarque um recinto sem coordenadas, 
ou ele não o encontrará entre aqueles listados na tela de preenchimento da DU-Para 
atualizar as coordenadas de um recinto aduaneiro ou criar um novo recinto, a URF 
deve primeiramente efetuar algumas verificações:
• Confirmar que no recinto realmente está ou estará autorizado o processamento de 
despachos de exportação ou o recebimento de carga em trânsito de exportação.
• Verificar se o recinto se encontra fisicamente na mesma zona primária onde se 
encontra a URF à qual ele está jurisdicionado. Em caso afirmativo, em princípio 
devem ser cadastradas as mesmas coordenadas da URF. Como exceção, a URF 
pode entender conveniente impor maior controle sobre determinado recinto de 
sua zona primária, bastando, para tal fim, ela solicitar o cadastro de coordenadas 
próprias para o recinto, assim, todas as movimentações desde ou para esse 
recinto só serão permitidas sob regime de trânsito controlado pelo CCT.
• Se o recinto se encontra em zona secundária ou, se em zona primária, mas 
jurisdicionado a uma URF fora da zona primária, devem ser utilizadas as 
coordenadas do próprio recinto.
https://www.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/exportacao-portal-unico/cce-carga-completamente-exportada
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Confirmada a necessidade de sua atualização ou criação e identificadas as 
coordenadas geográficas a serem utilizadas, a URF solicitará a atualização ou criação 
do recinto na tabela 61 ao setor responsável pela manutenção das tabelas do Siscomex. 
A eventual atualização de coordenadas geográficas de uma URF deve ser providenciada 
de maneira similar.
7.2.3.4 Fluxo Básico da Exportação
O fluxo básico de exportação é o processo pelo qual todas as empresas devem 
passar ao exportar seus produtos ou serviços para o exterior. Esse processo deve ser 
realizado para organizar todas as etapas da exportação, dentro e fora das empresas, 
e permitir que consigam se planejar com relação ao futuro. Assim, a partir de tudo 
aquilo que foi discutido neste capítulo, a figura sugerida é capaz de representar o 
fluxo básico da exportação:
Figura 7 – Fluxo básico de exportação 
Fonte: Siscomex (2021)
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Com base em diversas instruções normativas da Receita Federal do Brasil, 
principalmente a 1.702/2017 e a 1.603/2015, este capítulo proporcionou o estudo 
dos principais aspectos operacionais para a prática do comércio internacional no 
Brasil. Principalmente, para obtenção da Declaração Única de Exportação (DU-E). 
Isto permite para o avanço desta discussão, no próximo capítulo, que o processo 
de exportação seja simulado. Então, com base na sugestão de etapas práticas de 
negociação do processo de exportação, bem como, a demonstração dos principais 
documentos utilizados nesse processo, o próximo capítulo é definido.
Preparado para esta discussão?
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AULA 8
SISCOMEX - SIMULANDO 
UMA EXPORTAÇÃO
Neste capítulo faremos a demonstração do uso do simulador Siscomex Exportação. 
O uso deste simulador é importante porque é por meio dele, que os procedimentos 
administrativos da exportação podem ser aprendidos por qualquer pessoa, sendo 
um exportador em potencial ou um estudante de Comércio Exterior. Para demonstrar 
a lógica de funcionamento desse simulador, ilustraremos um processo normal de 
exportação do produto doce de leite. O resultado desta simulação servirá de base 
para nossa discussão e aprendizado neste primeiro tópico. Adicionalmente, o fluxo do 
processo de exportação é examinado, bem como, exemplos de documentos utilizados 
neste processo são apresentados.
Pronto para mais este desafio?
8.1 Simulador Siscomex Exportação
O Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) é um portal eletrônico de 
controle do Governo Federal utilizado para realizar operações de comércio exterior e 
também funciona como um método de controle e registro de suas atividades. É neste 
sistema que estão integradas todas as informações relacionadas com as exportações 
que acontecem no país. Por isso, seu uso é obrigatório. 
Para proporcionar maior assertividade no uso do sistema Siscomex em operações 
de comércio exterior, bem como, proporcionar maior capacidade de planejamento 
da exportação, é muito importante verificar, previamente ao registro da DU-E, se a 
exportação pretendida será sujeita a necessidade de licenciamento, autorização ou 
certificação, ou até impedimento.
Nesta direção, tem-se no Siscomex um módulo de simulação, também conhecido 
como Simulador Siscomex Exportação. Esse módulo orienta o usuário sobre quais 
são os procedimentos administrativos que ele deve considerar como necessários 
para a realização da exportação, de acordo com o produto alvo da exportação. Com 
https://www.remessaonline.com.br/blog/siscomex-o-que-e-e-por-que-e-importante/
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o objetivo de apresentar como esta simulação acontece, são elencados dois passos 
fundamentais, quer sejam:
1o Passo: acessar a tela inicial do Siscomex em: http://siscomex.gov.br/ e depois 
clicar na função, simulador de exportação.
Na imagem a seguir, esta função está circulada em vermelho. Usaremos, a partir 
daqui, este mesmo padrão para as demais figuras, indicando qual botão está em 
destaque para o acionamento desta funcionalidade no simulador.
Figura 1 – Tela inicial do Siscomex
Fonte: Siscomex (2021)
Com o clique, é gerada a seguinte imagem no simulador:
Figura 2 – Simulador Siscomex Exportação 
Fonte: Siscomex (2021)
http://siscomex.gov.br/
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Note que nesta tela é possível fazer aplicação de filtros de consulta com base nos 
seguintes parâmetros: país, enquadramento, situação especial e Nomenclatura Comum 
do Mercosul (NCM). Ou seja, fornecendo um conjunto mínimo de informações, pode-
se verificar se a operação pretendida está sujeita a licenciamento ou não.
ISTO ESTÁ NA REDE
NCM é a sigla para Nomenclatura Comum do Mercosul. Toda e qualquer 
mercadoria que circula no Brasil deve ter o código NCM e este código deve ser 
informado no preenchimento da nota fiscal e outros documentos de comércio 
exterior. É importante você saber que independentemente de um produto ser 
importado ou comercializado dentro do país, é necessário que seja informado 
na nota fiscal eletrônica, NF-e, o código padrão dele que foi estabelecido pela 
Nomenclatura do Mercosul. Além de identificaro produto e a sua categoria, o 
código é fundamental para determinar os tributos envolvidos nas operações de 
exportação e importação e de saída de produtos industrializados, além de ser base 
para o estabelecimento de direitos de defesa comercial, de ser utilizada no âmbito 
do ICMS e na valoração aduaneira. 
A NCM obedece à seguinte estrutura de código: 0000.00.00. Ou seja, é um código 
de oito dígitos que corresponde ao produto. Cada um dos numerais representa algo 
diferente, conforme:
• Os dois primeiros caracterizam o produto (capítulo);
• Os dois números seguintes abrangem mais sobre a característica do produto 
(posição);
• O quinto e sexto definem a sua subcategoria (ou subposição);
• O sétimo o classifica item; e,
• O oitavo se refere ao subitem, que descreve especificamente do que se trata a 
mercadoria
Desde 1º de outubro de 2021 ocorreram algumas atualizações na tabela NCM. 
Alguns códigos foram incluídos na tabela NCM e outros códigos NCM foram 
extintos. Confira esta atualização no link a seguir:
http://siscomex.gov.br/informacoes/tratamento-administrativo-de-exportacao/
Com o conhecimento dos parâmetros possíveis de serem simulados, visto que cada 
um deles é detalhado em diversas possibilidades, dependendo do caso e do produto/
mercadoria exportada, a simulação pode ser realizada caso não exista nenhum fator 
restritivo.
http://siscomex.gov.br/informacoes/tratamento-administrativo-de-exportacao/
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2o Passo: Fazer a programação da simulação na tela do simulador.
Para efeito desta simulação, vamos considerar o tratamento administrativo de uma 
exportação para a África do Sul do produto Doce de Leite, com NMC 1901.90.20, sem 
nenhuma situação especial definida.
Figura 3 – Simulador Siscomex Exportação Programado
Fonte: Siscomex (2021)
Conforme os dados do produto usado no exemplo foi processado, o simulador 
retornou com a seguinte tela de resultado simulado a partir das variáveis programadas, 
com a mensagem do tratamento administrativo necessário.
Figura 4 – Resultado gerado na simulação
Fonte: Siscomex (2021)
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Observamos que na mensagem transcrita gerada neste simulador que o exportador 
de doce de leite, imaginado neste exemplo, precisa prestar atenção para alguns 
requisitos importantes, de cunho administrativo.
O primeiro desses requisitos é o órgão anuente envolvido. Neste exemplo: Ministério 
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ou simplesmente (MAPA). Essa observação 
é importante pois será esse ministério o órgão responsável por dar anuência ao 
certificado do produto pretendido para a exportação, em nosso exemplo, doce de leite. 
Isso ocorre porque sendo o doce de leite um produto de origem animal, demandará 
por um certificado com características fito/zoo/sanitárias.
O segundo requisito observado no resultado gerado desta simulação é o tipo de 
certificado necessário que será exigido no processo de exportação do doce de leite. 
Existem três modelos de certificados possíveis que envolvem o produto deste exemplo, 
quer sejam:
• Certificado de Venda Livre: é utilizado para informar ao país comprador que o 
produto tem livre venda no Brasil. Para solicitar a emissão deste certificado, o 
exportador precisa preencher requerimento padrão, entregando-os ao Serviço 
de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SIPOA) de sua jurisdição, via 
peticionamento eletrônico de usuário externo do SEI1.
• Certificado de Produto Exclusivo para Exportação: é emitido após autorização 
para a fabricação de um produto que não atende às regras brasileiras, e é 
elaborado exclusivamente para exportação. Para solicitar sua emissão, utiliza-se 
os mesmos procedimentos de solicitação do certificado de Venda Livre.
Certificado Sanitário Internacional: é emitido com base em uma Declaração de 
Conformidade de Produto para Alimentação Animal (DCPAA)2. Para solicitação, utiliza-
se também os mesmos procedimentos dos anteriores.
Uma vez percebido que o produto não possui maiores restrições, define-se o tipo 
de certificado pretendido. Neste caso do exemplo: usaremos o Certificado Sanitário 
Internacional, de forma específica, obteremos este certificado por meio de uma 
Declaração de Conformidade de Produto para Alimentação (DCPAA). 
O DCPAA é um documento emitido em idioma português e é apresentado pelo 
exportador à unidade de Vigilância Agropecuária do MAPA (VIGIAGRO), no ponto de 
egresso da mercadoria para a emissão do Certificado Sanitário Internacional. 
1 Disponível no link: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/insumos-agropecuarios/insumos-pecuarios/alimentacao-animal/
peticionamento-eletronico
2 Conheça as regras para emissão de DCPAA e de Certificados Sanitários Internacionais em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/
insumos-agropecuarios/insumos-pecuarios/alimentacao-animal/emissao-de-dcpoa-e-dcpoa-aa
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/insumos-agropecuarios/insumos-pecuarios/alimentacao-animal/peticionamento-eletronico
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/insumos-agropecuarios/insumos-pecuarios/alimentacao-animal/peticionamento-eletronico
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/insumos-agropecuarios/insumos-pecuarios/alimentacao-animal/emissao-de-dcpoa-e-dcpoa-aa
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/insumos-agropecuarios/insumos-pecuarios/alimentacao-animal/emissao-de-dcpoa-e-dcpoa-aa
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Um certificado do tipo DCPPA traz informações quanto:
• Conformidade do produto a ser exportado (tipo e controle de processamento, 
embalagens, análises laboratoriais realizadas no produto, origem das matérias-
primas de origem animal, entre outros);
• Condições sanitárias relativas aos animais que deram origem aos ingredientes 
de origem animal que eventualmente fazem parte do produto exportado;
• Status sanitário brasileiro referente às doenças de notificação obrigatória e 
quarentenárias.
A figura a seguir ilustra este tipo de certificado.
Figura 5 – Exemplo de DCPAA
Fonte: Siscomex (2021)
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O terceiro requisito administrativo observado no resultado projetado da simulação 
da exportação do doce de leite, compreende o tipo de despacho que será utilizado 
no processo de exportação. É importante ressaltar que o despacho de exportação é 
o procedimento mediante o qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo 
exportador em relação à mercadoria, aos documentos apresentados e à legislação 
específica, com vistas a seu desembaraço aduaneiro e a sua saída para o exterior. 
Toda mercadoria destinada ao exterior, inclusive a reexportada, está sujeita a despacho 
de exportação, com as exceções estabelecidas na legislação específica.
Para produtos que envolvem o agronegócio, existem duas possibilidades de se fazer 
o despacho de exportação, quer sejam: de forma comum ou com embarque antecipado. 
No caso de exportações que envolvem embarque antecipado, ou seja, aqueles 
embarques de bens objeto de uma DU-E ainda não desembaraçada, compreendidos 
nas hipóteses previstas no art. 96 da Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil 
nº 1702/17, geralmente, envolvendo exportações de granéis e de veículos, é solicitado 
o preenchimento do formulário E00104 identificado como: Certificado para Produtos 
de Origem Animal com Embarque Antecipado.
Como no nosso modesto exemplo, o doce de leite não é produto que possui as 
características apresentadas em um embarque antecipado (graneis ou veículos). Tão 
pouco, se enquadra nas hipóteses previstas na respectiva instrução normativa. O tipo 
de despacho utilizado, neste caso, seria o despacho comum. Assim, na orientação 
simulada se entende que o despacho seja efetuado com o uso do formulário EOO105: 
Certificação para Produtosde Origem Animal. 
A mensagem do simulador é finalizada, informando que em caso de consumo de 
bordo, o certificado não é exigido para este tipo de produto.
ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
Doce de Leite Vegano?
Se você é fã de doce de leite, provavelmente deve saber que a opção argentina 
é uma das mais famosas e amadas. Já pensou em experimentar essa versão, 
feita à base de plantas? Agora é possível! Em parceria com o Instituto Nacional 
de Tecnologia Industrial (INTI), a empresa argentina Las Quinas desenvolveu um 
produto semelhante ao doce de leite, feito somente com ingredientes vegetais.
Em entrevista ao site La Nacion, Ricardo Parra, fundador da Las Quinas, que é 
assessorado pelo instituto desde 2007 e atualmente exporta para Ásia, Europa e 
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Estados Unidos, destacou que todo o trabalho em conjunto para elaborar o doce de 
leite vegano foi primordial. Eles conseguiram um produto com maior vida útil, sem 
aditivos e seguindo as normas de segurança em todos os processos produtivos.
Com a proposta de oferecer aos consumidores um produto livre de origem animal, 
o doce de leite vegano foi feito a partir da combinação de nozes, leguminosas e 
oleaginosas. Como resultado, o teor total de proteína e sólidos é comparável ao do 
leite de vaca, permitindo assim alcançar atributos semelhantes ao do doce de leite 
sem a necessidade de adicionar amidos.
Para o desenvolvimento do novo produto, os especialistas do Instituto, 
acompanharam todos os processos, desde a seleção dos ingredientes, definição da 
tecnologia de processamento, até a primeira produção piloto.
Um diferencial do doce de leite vegano, além de um excelente alimento de valor 
nutricional, é também a embalagem. Para o produto foi elaborado um rótulo limpo, 
com poucos ingredientes, para que o cliente compreenda do que é feita a sua 
composição.
Quer saber + sobre o mercado vegano, acesse:
https://veganbusiness.com.br/doce-de-leite-vegano/
8.2 Documentos Básicos na Exportação
Após efetuada a simulação no Siscomex Exportação e verificando que não existem 
restrições legais que a impeçam, o exportador precisa formalizar e iniciar o processo. 
Neste tópico são apresentados os principais documentos exigidos para que esse 
processo de exportação possa ocorrer. Com objetivos diferentes, os exportadores 
devem ter conhecimento e familiaridade sobre todos os documentos para exportação. 
Portanto, na continuidade desta discussão, apresentaremos aqueles considerados 
mais importantes.
Preparado?
8.2.1 Fatura Pro-Forma ou Pro Forma Invoice
A Fatura Pro-Forma ou Pro Forma Invoice compreende a elaboração de uma cotação 
que permite o nascimento do pedido, razão pela qual se recomenda que este documento 
seja muito bem estruturado. Uma vez que qualquer deslize que possamos vir a cometer 
em sua elaboração provocará reflexos até o final daquela operação. É por isso que se 
diz esta máxima no ambiente profissional do comércio internacional: “as dificuldades 
https://veganbusiness.com.br/doce-de-leite-vegano/
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que enfrentamos em qualquer processo de exportação SEMPRE tiveram origem no 
momento da cotação”.
Porém, é difícil relacionar/sugerir todos os itens que devem ser abordados na 
elaboração desse documento, sendo que eles variam de acordo com o produto, mercado 
objetivado, condições usuais de comercialização e outros. O ideal para que possamos 
fazer uma conferência e ficarmos mais tranquilos, a fim de nos certificarmos de que 
nada deixou de ser abordado, é elencar os itens básicos que devem compor a Pro 
Forma, a saber:
• Descrição do produto;
• Modalidade ou condição da venda;
• Condição de pagamento;
• Embalagem;
• Volumes: máximos e mínimos;
• Transporte internacional;
• Seguro internacional;
• Preço;
• Prazo de entrega;
• Validade da cotação;
• Fontes de referência e demais documentos necessários.
Outro ponto de destaque diz respeito à necessidade de ser criada uma sequência 
numérica para figurar nesses documentos. Com respeito a essa sequência, costuma-
se orientar, em especial, o iniciante na atividade de comércio exterior para, salvo em 
momento de início de ano-calendário, na medida do possível, evitar que a primeira 
fatura Pro Forma receba a numeração um. É recomendado este cuidado para não 
deixar a ideia de que se trata de empresa principiante na atividade, inspirando com 
isso, preocupação desnecessária para o importador.
Admitindo-se que a fatura Pro-Forma resulte na efetivação de uma venda, com o 
recebimento do correspondente pedido, aqui terá início a operação de exportação, 
que deverá ser assim alinhada, em termos de sequência documental com os demais 
documentos anexados neste processo de exportação, principalmente com:
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Recebimento do Pedido
Este, após análise, será numerado (atribuindo-se o número de processo que predominará 
até o arquivamento final dos documentos) e serão remetidas ao cliente, no exterior, a 
confirmação e a informação de que será cumprido nas datas nele estabelecidas.
Romaneio ou Packing List
Ao se iniciar a preparação da mercadoria, nasce aquele que usualmente se denomina 
de o primeiro documento de uma exportação: Romaneio ou Packing List. Esse documento 
detalha a lista dos volumes e respectivos conteúdos, recebendo a mesma numeração 
atribuída ao processo. Além disso, o romaneio é necessário para que o embarque dos 
produtos seja possível. É um documento emitido pelo exportador, que apresenta todos 
os itens que serão embarcados e as respectivas informações. 
Assim, percebemos que o objetivo do romaneio é facilitar a identificação e localização 
de qualquer produto dentro de um lote, além de facilitar a conferência da mercadoria 
por parte da fiscalização, tanto no embarque como no desembarque. Não existe um 
modelo padrão para este Packing List, porém, no Brasil recomenda-se que contenha 
os seguintes elementos:
• Quantidade total de volumes (embalagem);
• Marcação dos volumes;
• Identificação dos volumes por ordem numérica; e,
• Espécie de embalagens utilizadas, seja caixa, pallet, entre outros, contendo peso 
líquido, peso bruto, dimensões unitárias e o volume total da carga.
Para ilustrar, note o modelo exemplificado na figura a seguir:
Figura 6 – Exemplo de Romaneio ou Packing List
Fonte: FAZCOMEX (2021) Disponível em: <https://www.fazcomex.com.br/blog/packing-list-ou-romaneio-de-carga-saiba-mais/> Acesso em 7 Nov. de 2021.
https://www.fazcomex.com.br/blog/packing-list-ou-romaneio-de-carga-saiba-mais/
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8.2.2 Fatura Comercial ou Invoice
A Fatura Comercial é um documento que substitui a nota fiscal no âmbito internacional. É 
um documento que servirá de base para o desembaraço alfandegário tanto no Brasil como 
no exterior. Ela reflete todas as condições de negociação entre o exportador e importador.
Na exportação brasileira, a Invoice é emitida após a confirmação de compra e antes da 
emissão da Declaração Única de Exportação (DUE) e faturamento. Esta fatura é emitida 
pelo próprio exportador, em inglês ou no idioma do país importador, em papel timbrado 
da empresa com a descrição Fatura Comercial (português), Factura Comercial (espanhol) 
ou Commercial Invoice (inglês).
Como a Fatura Comercial se trata do principal documento no comércio exterior, na figura 
abaixo estão listados todos os campos de uma Invoice, bem como, a legenda que identifica 
cada um deles. O objetivo de ilustrar a Fatura Comercial desta maneira é fazer com que 
você, leitor, identifique o local exato em que cada um destes campos está inserido, bem 
como, o tipo de informação que precisa ser preenchida de forma correta e sem rasuras.
Figura 7 – Campos de preenchimento da Fatura Comercial ou Invoice
Fonte: IBSolutions(2021) Disponível em: <https://ibsolutions.com.br/fatura-comercial-modelo-e-informacoes/> Acesso em 8 Nov. de 2021.
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Conforme os números que identificam os campos específicos na Invoice apresentada 
na figura, considere a seguinte legenda para identificar o local e ordem corretas de 
inserção das informações, necessárias neste documento:
1. Exporter: Dados completos do exportador (nome e endereço);
2. Date: Data de emissão da Fatura Comercial;
3. Invoice Number: Número de referência da Fatura Comercial. Número do documento;
4. Importer: Dados completos do importador (nome e endereço);
5. Terms of Payment: Forma de pagamento (Antecipado, à vista, a prazo e carta de crédito)
6. Mean of Transport: Modal de transporte (marítimo, aéreo, rodoviário, ferroviário ou aquaviário);
7. Port of Loading: Porto de embarque (porto, aeroporto ou ponto de fronteira);
8. Destination: Local de destino final sendo normalmente o endereço do importador. Pode ser também 
qualquer outro local designado pelo importador;
9. Quantity: Quantidade do produto. Atentar à unidade de medida podendo ser unidade, quilo, tonelada, 
kit e outros;
10. Net Weight: Peso líquido unitário do produto;
11. Code: Código do produto de referência do exportador e/ou importador;
12. Description of goods and HS Code: Descrição do produto e classificação fiscal (NCM);
13. Unit FOB price: Preço unitário do produto no local de embarque;
14. Total FOB price: Preço total do produto no local de embarque;
Quadro 1 – Campos de Preenchimento da Invoice
Fonte: elaborado pelo autor
Em suma, a Invoice é uma exigência legal para quem deseja exportar serviços e 
produtos para o exterior. Usada apenas para operações internacionais, essa fatura 
comercial funciona como o documento legal com todas as informações sobre a 
exportação e o importador. Muitas pessoas confundem com a função da nota fiscal, 
mas um documento não anula a necessidade do outro. Se qualquer empresa deseja 
expandir os negócios para o exterior, é necessário saber que a nota fiscal acompanha 
a Invoice. 
Além disso, é preciso ficar atento ao preenchimento correto de todas as informações, 
estar ciente da importância do documento e dos impostos previstos em transações 
internacionais. Afinal, a Invoice é um documento importante para ambos os lados de 
uma negociação e é essencial para que a contabilidade da empresa possa ter um 
controle correto do financeiro.
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Na hora de contabilizar as invoices, os contadores das empresas devem estar 
atentos ao fechamento de câmbio. Nesse momento, acontece a venda para o 
banco, por parte do exportador, da moeda estrangeira. Por exemplo, se você como 
exportador recebe US$ 10.000,00 (Dez mil dólares) e na data do câmbio o dólar 
estiver em R$5,38, o faturamento calculado é de R$ 53.816,00 (US$ 10.000,00 x 
R$5,38). A variação cambial é contabilizada até o dia do recebimento do serviço, 
mas o cálculo de faturamento é feito de acordo com a base no dia que foi feito o 
negócio.
8.2.3 Conhecimento de Embarque
Outro documento de grande relevância no processo de exportação é o Conhecimento 
de Embarque. O conhecimento de embarque, também conhecido pelo termo 
conhecimento de carga, é o nome do documento emitido pelo responsável pelo 
transporte a fim de descrever diversos dados importantes pertinentes à operação, 
como: embarcador; consignatário; tipo e quantidade de itens embarcados; locais de 
embarque e descarga (portos e aeroportos); dados do avião, ou navio, transportador 
e valor do frete. Apesar de ser um conceito amplo, o conhecimento de embarque 
possui três funções básicas: 
• Servir como um título de propriedade da mercadoria, lembrando que este 
documento é transferível e negociável;
• Atuar como recibo de entrega da carga ao transportador;
• Evidenciar o contrato de transporte entre o usuário e a companhia marítima 
que realizou a entrega.
O Conhecimento de Embarque precisa estar assinado pelo responsável pelo navio ou 
avião, admitindo que os itens descritos foram recebidos a bordo, com boas condições 
de preservação, no local mencionado e se comprometendo a entregá-las no destino 
acordado, mediante pagamento do frete.
É este documento que define a contratação da operação de transporte entre diferentes 
países, além de servir como um comprovante de que a mercadoria foi recebida. Ele 
constituirá a obrigação de que ela seja entregue em seu lugar de destino. Em outras 
palavras, é a prova de posse de propriedade da mercadoria.
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O quadro a seguir resume os principais:
Tipo Descrição
Embarque 
Marítimo
O conhecimento de embarque marítimo é chamado de Bill of Landing (ou BL) e 
também funciona como um contrato de transporte, título de crédito e comprovante 
de recebimento da carga. É emitido pela empresa responsável pelo transporte e 
deve conter a quantidade de vias originais que forem solicitadas pelo embarcador 
ou o necessário para prestar o serviço adequadamente, o que, em geral, ocorre em 
três vias. O pagamento é feito pelo embarcador e pode ser efetuado também em 
três modalidades diferentes: pré-pago, a pagar e pago no destino.
Multimodal
Chamado de Throughbill of Landing, esse tipo de conhecimento atende operações 
multimodais, ou seja, aquelas em que se contrata um armador e o transporte de 
um ponto a outro. Assim, o documento cobre toda a operação, mesmo em outros 
modais, e requer uma responsabilidade ainda maior do armador da carga.
Afretamento
O Charter Party Bill of Landing é o conhecimento baseado em afretamento. Ele é 
gerado para amparar um contrato de afretamento de um navio, ou seja, é o envio 
de uma carga única, por um contrato feito por um (ou poucos) embarcadores. Vale 
mencionar que ele não é emitido em caso de consignatários ou para situações 
de envios regulares.
Embarque aéreo
AWB
O Air Waybill (AWB) é um conhecimento emitido pela companhia aérea responsável 
pelo transporte ou pelo agente, nos casos em que as cargas não são consolidadas.
Embarque aéreo
MAWB
O Master Air Waybill (MAWB) é o documento emitido para a companhia quando a 
carga é consolidada pelo agente. Representa os volumes de todos os embarcadores 
que foram consolidados.
Embarque aéreo
HAWB
House Air Waybill (HAWB) é o conhecimento emitido pelo agente, voltado para 
cada embarcador, detalhando a relação de cargas que estão sendo enviadas e 
consolidadas no MAWB. 
Quadro 2 – Tipos de Conhecimento de Embarque 
Fonte: elaborado pelo autor
O conhecimento de embarque, em geral, pode ser composto por diversas vias, 
sendo mais comum que seja emitido em seis documentos: três negociáveis e três 
não negociáveis. As vias devem ser entregues ao embarcador/transportador para que 
sejam apresentadas ao banco e recebam o valor estipulado no crédito documentário. 
Depois disso, os documentos devem ser remetidos pelo banco ao importador, para 
que, então, este possa retirar suas mercadorias. Veja que as cópias das vias não 
negociáveis servem para informar a todos os agentes envolvidos e não têm validade 
para a retirada da mercadoria, tampouco para recebimento do valor estabelecido no 
crédito documentário. 
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Cada companhia de transporte pode ter seu próprio modelo de conhecimento de 
embarque, mas é preciso que os principais dados necessários sejam preenchidos 
adequadamente, como:
• nome e endereço da companhia de transporte;
• nome do exportador e do importador;
• porto de embarque e destino;
• nome da mercadoria
• total de volumes;
• volume cúbico e peso bruto;
• nome de quem deve ser notificado quando a mercadoria chegar ao seu destino;
• forma de pagamento do frete (“collet” ou “prepaid“);
• nome do agente da transportadora no porto deembarque (com assinatura e 
carimbo do responsável);
• carimbo do local de estiva do item transportado.
Por fim, é importante destacar que existe também o “Clean on Board“, mais conhecido 
pelo nome de conhecimento de embarque limpo. Trata-se de um documento que não 
registra nenhum defeito ou avaria na embalagem ou na mercadoria. Caso ocorra algum 
problema durante a operação, é necessário que uma observação seja feita para relatar 
a avaria, tornando o conhecimento “sujo”. Em suma, o conhecimento de embarque 
é necessário em todas as operações de envio de cargas — pelos modais marítimo 
ou aéreo, ou ambos — e qualquer falha na emissão, ou a falta dela, pode resultar em 
multas ou, até mesmo, na apreensão das mercadorias.
8.2.4 Apólice de Seguro de Transporte Internacional
Apólice de Seguro de Transporte Internacional é o documento emitido pelo seguro 
contratado pelo importador ou exportador para proteger a carga, a qual está sendo 
comprada ou vendida, de qualquer sinistro que possa ocorrer. Na exportação, pode 
ser uma obrigação junto ao comprador ou mesmo um serviço adicional oferecido 
pelo vendedor.
A manutenção da proteção das mercadorias é uma das maiores preocupações 
de gestores e responsáveis pelo setor de logística de empresas que trabalham com 
Comércio Exterior. Apesar do seguro para a carga não ser obrigatório, sua importância 
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é fundamental para que os parceiros comerciais tenham tranquilidade e proteção no 
caso de ocorrer algum sinistro com a carga e isso não prejudique seriamente seu 
negócio.
Dependendo da frequência de operações no comércio internacional, existem duas 
modalidades de contratação de seguro:
• Seguro avulso: para somente uma viagem isolada;
• Seguro apólice aberta: indicado para quem realiza mais de uma operação durante 
o mês. Geralmente são contratos de doze meses.
O seguro internacional de carga é uma forma de garantir mais segurança na cadeia 
de suprimentos e distribuição. As apólices podem ser para cargas em importação 
ou exportação e, dependendo da mercadoria e condições negociadas (Lembre dos 
INCOTERMS), podem ter coberturas integrais ou parciais como seguem:
• Cobertura básica ampla A: cobertura para quaisquer danos de causa externa, 
inclusive roubo da carga.
• Cobertura básica restrita B: garantia de prejuízo parcial e perda total da mercadoria 
em decorrência de acidente com veículo transportador (avião, caminhão, navio 
etc.) e pode ter a cobertura de roubo adicionada.
• Cobertura básica restrita C: cobre a perda total da mercadoria em decorrência 
de acidente com meio de transporte e pode ter a cobertura de roubo adicionada.
É importante ressaltar, porém, que a empresa tem total liberdade para inserir serviços 
adicionais em sua apólice de seguro de carga, de acordo com suas necessidades. 
Esses adicionais podem ser de inúmeros tipos e especificações:
• Frete e/ou de seguro;
• Despesas;
• Tributos (mercadorias exportadas);
• Lucros esperados;
• Mercadorias em devolução ou redespachadas;
• Embarques aéreos sem valor declarado (svd);
• Embarques em navios com denominação a avisar em viagens nacionais;
• Classificação de navios em viagens internacionais;
• Transbordo e desvio de rota;
• Riscos de greves;
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• Riscos de guerra para embarques aquaviários e aéreos;
• Prorrogação de prazo de duração dos riscos;
• Extensão de cobertura e abertura de volumes;
• Benefícios internos;
• Destruição;
• Mercadorias transportadas em veículos do segurado;
• Roubo (somente com a cobertura básica restrita – b);
• Extravio (somente com a cobertura básica restrita – b);
• Riscos de quebra (somente com a cobertura básica ampla – a).
Cada apólice de seguro de transporte é única, já que é feita em cima da operação do 
cliente, levando em consideração todos os aspectos da operação em si. Além disso, a 
cotação da seguradora costuma considerar diversos fatores. Entre eles, o tipo de veículo 
de transporte, o destino da entrega, os tipos de cobertura, o período de cobertura, se os 
produtos são perecíveis ou não, o tipo de embalagem das mercadorias, entre outros. 
Contudo, para falar sobre o cálculo de seguro de carga é preciso, inicialmente, 
mencionar a taxa Ad Valorem. Trata-se da taxa cobrada dentro da tabela de fretes e 
que representa o custo do seguro da carga. No caso de Apólices abertas, o cálculo é 
feito multiplicando-se o valor da carga transportada declarada no documento fiscal 
pela taxa do seguro, definida previamente. Ainda, para chegar ao valor final, soma-se 
a isso o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O preço do seguro pode variar 
de acordo com a distância, a rodovia percorrida e o peso do produto transportado. A 
figura a seguir ilustra, como exemplo, uma apólice de seguro de transporte:
Figura 8 – Exemplo de Apólice de Seguro de Transporte Internacional 
Fonte: FAZCOMEX (2021)
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De acordo com o Código Civil o documento obrigatório que deve ser emitido pelas 
seguradoras é a apólice. Assim sendo, não espere a emissão de uma Nota Fiscal da 
sua seguradora ou qualquer outro documento, como a cotação de preços.
8.2.5 Certificado de Origem
O Certificado de Origem é o documento (em papel ou digital) que assegura a origem 
da mercadoria, ou seja, ele certifica que a mercadoria foi elaborada utilizando os 
critérios de produção previamente estabelecidos, respeitando as regras de origem 
contidas no regime de origem. 
No comércio exterior, é utilizado basicamente para concessão de preferência tarifária 
resultante de um acordo comercial. O responsável pela emissão do Certificado de 
Origem sempre é o exportador, o qual deve enviar o documento ao importador para 
que este realize a operação de nacionalização da mercadoria.
Em geral, Federações de Comércio, Indústria e Agricultura e algumas Associações 
Comerciais são habilitadas para a emissão do Certificado de Origem3, com a 
apresentação dos seguintes documentos: Fatura Comercial, Declaração de Origem e 
Formulário do Certificado de Origem preenchido. 
A figura a seguir ilustra um exemplo de certificado de origem:
3 A última atualização da listagem das entidades está Portaria SECEX n. 39, de 9 de outubro de 2019, disponível em: https://www.in.gov.
br/web/dou/-/portaria-n-39-de-9-de-outubro-de-2019-221052920
https://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-39-de-9-de-outubro-de-2019-221052920
https://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-39-de-9-de-outubro-de-2019-221052920
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Figura 9 – Exemplo de Certificado de Origem Mercosul
Fonte: Siscomex (2021)
ISTO ESTÁ NA REDE
Certificado de Origem Digital (COD) – Situação atual em 16/08/2021
O Certificado de Origem Digital (COD) é um importante projeto concebido no âmbito 
da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), que propõe a substituição 
gradual do certificado de origem preferencial emitido em papel por um documento 
eletrônico em formato .xml, denominado Certificado de Origem Digital (COD), 
trazendo uma série de vantagens, em termos de celeridade, redução de custos, 
autenticidade e segurança da informação, destinado ao processo de certificação 
e validação da origem de mercadorias comercializadas entre os países. Veja o 
status de implementação com os países que o Brasil possui relações comerciais no 
Mercosul:
BRASIL E ARGENTINA
Em 2 de setembro de 2016 foi firmado Memorando de Entendimento entre Brasil e 
Argentina que normatizou a aceitação das assinaturas digitais entre os dois países 
no âmbito do COD. Brasil e Argentina iniciaram o Projeto Piloto no âmbito dos 
ACE 14 e ACE 18, em 10 de outubro de 2016, com prazo de término em 3 meses, 
prorrogado uma vez até 26 de fevereiro. Na prorrogação, determinou-se como meta 
a inclusão depelo menos 50 COD no sistema aduaneiro, com 95% de acertos, para 
cada um dos países. No Brasil, para cada entidade foi exigida a inclusão no sistema 
aduaneiro argentino de pelo menos 5 COD com acerto maior que 95%. Concluído 
o Piloto, o COD foi implementado com a habilitação de 10 entidades emissoras 
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brasileiras e duas entidades argentinas. Durante a IV Reunião da Comissão Bilateral 
de Produção e Comércio, em Buenos Aires, Argentina, nos dias 4 e 5 de abril de 
2017, foi assinada a Ata dando por finalizado o Projeto Piloto e definindo o dia 10 
de maio de 2017 para implantação do COD entre os dois países. Em 10 de maio 
de 2017, o COD foi implementado e a partir dessa data abarca as operações de 
exportação e importação que estiverem sob os Acordos de Complementação 
Econômica nos 14 (ACE 14 - Automotivo) e 18 (ACE 18 – Mercosul). Por força da 
Portaria Nº 4, de 8 de março de 2019, a emissão do COD, nos ACE 14 e ACE 18, 
tornou-se obrigatória a partir de 8 de abril de 2019. A emissão em papel só pode 
ocorrer em casos fortuitos ou de força maior, ou a pedido do país importador, 
devendo a SECEX ser necessariamente comunicada.
BRASIL E URUGUAI
A implantação do COD entre Brasil e Uruguai ocorreu em 9 de abril de 2018, com 
a publicação da Portaria Secex 18, de 6 de abril de 2018, encerrando os trâmites 
jurídicos necessários para o efetivo uso do COD com o referido parceiro brasileiro. 
Por força da Portaria Nº 36, de 3 de outubro de 2019, a emissão do COD, nos ACE 
02 e ACE 18, tornou-se obrigatória a partir de 21 de outubro de 2019. A emissão em 
papel só pode ocorrer em casos fortuitos ou de força maior, ou a pedido do país 
importador, devendo a SECEX ser necessariamente comunicada.
8.2.6 Carta de Crédito
Carta de Crédito (Letter of Credit – L/C) é uma modalidade de pagamento que possui 
regulação internacional, além da intermediação de um ou mais bancos, de forma a 
garantir a segurança da transação comercial entre exportador e importador. Assim 
como vimos anteriormente com os Termos de Comércio Internacional (INCOTERMS), a 
Carta de Crédito, também, é regulada por meio da Câmara Internacional do Comércio 
(ICC)4. 
Em outras palavras, a Carta de Crédito é um instrumento de financiamento comercial 
amplamente adotado o qual garante a entrega da mercadoria e o pagamento para 
compradores e vendedores, respectivamente. Para os vendedores, a Carta de Crédito 
não apenas garante que o pagamento seja feito prontamente e na íntegra, mas também 
reduz o risco de produção no caso de o comprador cancelar ou alterar um pedido. 
As Cartas de Crédito também oferecem aos vendedores a oportunidade de receber 
financiamento durante o período entre o envio das mercadorias e o recebimento do 
4 A publicação UCP600 da ICC é que traz a regulamentação da Carta de Crédito. 
Acesse em: https://www.iccbrasil.org/publicacoes/48/
http://www.mdic.gov.br/images/REPOSITORIO/secex/deint/coreo/PORTARIA_N_4_DE_8_DE_MARO_DE_2019_-_Dirio_Oficial_da_Unio_-_Imprensa_Nacional.pdf
http://www.mdic.gov.br/images/REPOSITORIO/secex/deint/coreo/PORTARIA_N_4_DE_8_DE_MARO_DE_2019_-_Dirio_Oficial_da_Unio_-_Imprensa_Nacional.pdf
https://www.iccbrasil.org/publicacoes/48/
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pagamento. Para os compradores, as Cartas de Crédito garantem que o vendedor 
honrará sua parte do negócio e fornecerá produtos ou serviços com prova documental. 
Cartas de Crédito também permitem que os compradores demonstrem solvência 
e controlem o período de tempo para o envio de mercadorias. O quadro a seguir 
demonstra o fluxo de uma Carta de Crédito em uma exportação.
1o) O importador, após já ter acertado os detalhes da negociação, procura seu banco (denominado 
“banco emissor”) para abrir crédito em nome do exportador, geralmente com a prestação de garantia.
2o) Após atendidas as exigências do banco emissor, este abrirá a Carta de Crédito e a enviará ao 
beneficiário por meio de outro banco (denominado “banco avisador”). Eventualmente pode acontecer 
de existir o compromisso adicional de um segundo banco, chamado de banco confirmador, o qual 
agiria como uma espécie de avalista, no sentido de garantir o crédito ordenado pelo importador junto 
ao banco emissor. 
3o) O banco do importador (emissor), então, comunica ao banco do exportador (avisador) a emissão 
da Carta de Crédito.
4o) O banco avisador informa ao exportador que o crédito já foi aberto nas condições determinadas 
e, portanto, pode dar início a produção ou providenciar a entrega da mercadoria. Nesta forma de 
pagamento, o vendedor (beneficiário), somente embarca a mercadoria após ter recebido do banco 
emissor um compromisso de pagamento, à vista ou a prazo, emitido por conta e ordem do comprador.
5o) Depois de embarcar a mercadoria, o exportador informa ao seu banco que já cumpriu sua parte 
no acordo e apresenta a documentação comprobatória. O banco emissor pagará o valor acordado 
assim que este lhe apresente os documentos que comprovem o exato cumprimento das exigências 
contidas na Carta de Crédito.
6o) Cumpridas todas as cláusulas da Carta de Crédito, o banco do importador libera o pagamento 
ao exportador e este remete os documentos ao banco emissor.
7o) A documentação necessária para efetuar o desembaraço aduaneiro é entregue ao importador 
o qual providencia a liberação da mercadoria.
Quadro 3 – Fluxo de uma Carta de Crédito
Conforme já mencionado, as Cartas de Crédito têm o objetivo de mitigar os riscos 
econômicos envolvidos nas negociações comerciais internacionais. É importante 
notar também que as leis brasileiras não normatizam as Cartas de Crédito, essa 
responsabilidade é apenas da Câmara de Comércio Internacional, a qual é composta 
por mais de 100 países.
É importante notar que na Carta de Crédito os bancos têm a responsabilidade de 
examinar e concluir sobre a veracidade da documentação apresentada pelo exportador, 
com relação ao que foi exigido pelo importador, assumindo a responsabilidade de 
honrar o pagamento do preço em nome deste último. Assim sendo, após a análise 
da instituição financeira, esta permitirá que a operação seja concretizada ou se a 
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garantias prestadas deverão ser utilizadas. A figura a seguir ilustra uma carta de 
crédito internacional.
Figura 10 – Exemplo de Carta de Crédito
Fonte: Siscomex (2021)
Em suma, para o exportador, a carta de crédito é uma das transações mais seguras. A 
carta de crédito de exportação garante que o exportador vai receber pela sua mercadoria 
em determinado prazo. O comprador também tem a segurança de que só terá que 
pagar a dívida, caso o exportador cumpra com todas as exigências determinadas no 
documento, incluindo prazo de entrega.
Vistos estes principais documentos utilizados no processo de exportação, no 
próximo capítulo, trataremos da importação. Com especificidade, abordaremos a 
política brasileira de importação.
Preparado para mais conhecimento?
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AULA 9
POLÍTICA BRASILEIRA 
DE IMPORTAÇÃO
Neste capítulo são abordadas características da Política Brasileira de Importação. 
Para este estudo, é fundamental mencionar que a partir do início de 1997, no Brasil, 
houve uma revolução na condução da política brasileira de importação: passamos 
a usar o sistema eletrônico chamado Siscomex Importação. A partir daí, a evolução 
do processo que orienta as importações brasileiras foi constante. Inclusive, em dias 
atuais, com a implementação do Novo Processo de Importação (NPI) e a Declaração 
Única de Importação (DUIMP1). Para entender esta lógica, abordamos com detalhes 
o fluxo deste processo, com informações operacionais, bem como, aquelas que 
perfazem o entendimento sobre como ocorre o cadastramento e a habilitação dos 
importadoresbrasileiros, especificamente, na obtenção da Licença de Importação 
(LI), do cadastramento do RADAR e do preenchimento da DUIMP. Vamos começar?
9.1 Estrutura de Importação Brasileira
Para entendermos como está organizada a estrutura brasileira de importação, é 
importante o entendimento de que as importações, em termos gerais de classificação, 
estão agrupadas em dois tipos: importações permitidas e importações não-permitidas 
(VAZQUEZ, 2015, p. 234).
• Importações Permitidas: são, em geral, processadas no Siscomex, podendo 
ser efetuadas pelo importador, por conta própria, mediante habilitação prévia, 
ou por intermédio de representantes credenciados, nos termos e condições 
estabelecidos pela Receita Federal do Brasil (RFB).
• Importações não-permitidas: podem ocorrer devido ao País de origem da 
mercadoria (por razões de ordem econômica, política ou social, ou em função 
de recomendações de organismos internacionais) ou devido à própria natureza 
1 Essa declaração constitui o documento principal do processo de importação, vinculando informações de outros módulos, tais quais: 
tratamento administrativo, licença de importação, controle de carga, conferência aduaneira, gerenciamento de risco, trânsito aduaneiro e pagamento 
centralizado de tributos (Fonte: Siscomex, 2021).
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da mercadoria que se pretenda importar (com o objetivo de preservar o meio 
ambiente, a saúde pública, entre outros).
Figura 1 – Importações Brasileiras
Fonte: Campo e Negocios (2021) Disponível em: <https://campoenegocios.com.br/> Acesso em 10 de Nov. 2021.
O sistema administrativo das importações permitidas se encontra disciplinado pela 
Portaria nº 23, de 14 de julho de 20112, compreendendo as seguintes modalidades:
• Importações Dispensadas de Licenciamento;
• Importações Sujeitas a Licenciamento Automático; e
• Importações Sujeitas a Licenciamento não Automático.
Como regra geral, as importações brasileiras estão dispensadas de licenciamento, 
devendo os importadores somente providenciar o registro da Declaração Única de 
Importação (DUIMP) no Siscomex, com o objetivo de dar início aos procedimentos de 
Despacho Aduaneiro junto à unidade local da Receita Federal do Brasil (RFB). 
As importações sujeitas a licenciamento ocorrem nos casos em que a legislação 
exija a autorização prévia de órgãos específicos da Administração Pública para a 
importação de determinadas mercadorias ou quando condições específicas devam ser 
observadas. Nesses casos, o importador deve formular uma Licença de Importação 
com a antecedência prevista na legislação.
Previamente à importação, o importador deverá sempre consultar o Sistema Integrado 
de Comércio Exterior (SISCOMEX) a fim de verificar se há exigência de tratamento 
administrativo para a operação que deseja realizar. Nesse sentido, o Simulador do 
Tratamento Tributário e Administrativo das Importações, disponibilizado pela Receita 
Federal do Brasil (RFB), também permite ao público simular uma situação com fins 
de verificar qual tratamento administrativo incidente sobre determinada mercadoria, 
eventual órgão de governo responsável pela emissão de licença de importação e o valor 
2 Disponível em: https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/portarias-secex/anos-
anteriores/portarias_secex_2011/portaria-secex-23-11-consolidada.pdf.
https://campoenegocios.com.br/
http://www.mdic.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=3175
http://www.receita.fazenda.gov.br/
http://www.receita.fazenda.gov.br/
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/portarias-secex/anos-anteriores/portarias_secex_2011/portaria-secex-23-11-consolidada.pdf
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/portarias-secex/anos-anteriores/portarias_secex_2011/portaria-secex-23-11-consolidada.pdf
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dos tributos incidentes sobre a operação, a partir de um valor aduaneiro informado. No 
entanto, o simulador é apenas ferramenta de referência, não vinculado ao tratamento a 
ser dado na operação real. Abordaremos o uso deste simulador adiante. Por enquanto, 
falaremos mais sobre o licenciamento das importações brasileiras.
9.2 Licenciamento de Importação no Brasil
Uma das estruturas que fundamentam a política brasileira de importação é o 
licenciamento das importações. A Licença de Importação (LI) é um documento por 
meio do qual o governo autoriza a importação realizada por uma empresa ou pessoa 
física, mediante verificação do cumprimento de normas legais e administrativas. Ela 
é necessária quando a importação que se pretende realizar está sujeita à anuência de 
um ou mais órgãos anuentes, como, por exemplo, ANVISA, MAPA, IBAMA, INMETRO, 
entre outros (BRASIL, 2021). 
Para registrar uma LI, empresas, cidadãos, fundações e organizações internacionais, 
governos municipais, estaduais ou mesmo, outras esferas e poderes do governo federal, 
responsáveis pelo processo de importação, precisam utilizar o sistema Siscomex. 
Este registro é gratuito, porém, a condição básica é de que o acesso a ele só pode ser 
efetuado mediante certificado digital3. A figura a seguir ilustra a tela inicial de acesso 
do Siscomex Importação.
Figura 2 – Panorama Inicial do Siscomex
Fonte: Siscomex (2021)
Ao acessar o sistema Siscomex Importação Web4, o usuário é direcionado para a 
tela acima, onde, clicando no ícone ‘Certificado Digital’, ele fará o login no sistema. 
Não há possibilidade de acesso utilizando o CPF e senha, é feito unicamente via 
3 Certificado digital é um documento eletrônico que contém dados sobre a pessoa física ou jurídica que o utiliza, servindo como uma 
identidade virtual que confere validade jurídica e aspectos de segurança digital em transações digitais (Fonte: Wikipedia, 2021).
4 Acesso em: http://www1.siscomex.receita.fazenda.gov.br/
http://www1.siscomex.receita.fazenda.gov.br/
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Certificação Digital, com a utilização de um Token5. Depois de efetuado o processo 
de login, o usuário é levado até a tela inicial do sistema. A figura a seguir ilustra esta 
tela inicial, com destaque (na cor vermelha) para os seguintes links: 1º) Informações 
Gerais, 2º) Menu Operações, 3º) Menu Ajuda; e 4º) Opção Sair.
Figura 3 – Tela Inicial Siscomex
Fonte: Siscomex (2021)
Os links sublinhados em vermelho, compreendem:
1) Informações Gerais: apresenta o nome e CPF do usuário ativo, bem como a 
contagem regressiva do tempo da sessão. Após decorridos 30 minutos, a sessão 
expirará e um novo login deverá ser realizado.
2) Operações: Operações – acesso às Funcionalidades do Sistema através de 
menu dinâmico, aberto ao clicar no ícone ‘Operações’ e movível livremente pela 
tela. Divide-se entre as operações existentes na importação de mercadorias 
no Brasil, a saber: Licenciamento de Importação, Declaração de Importação e 
Despacho de Importação. Cada um deles com seu funcionamento específico 
dentro do sistema.
3) Ajuda – Abre uma nova janela com ajuda online de Siscomex Importação.
4) Sair – Faz o logout no sistema.
5 Token é um dispositivo eletrônico gerador de senhas, geralmente sem conexão física com o computador, podendo também, em algumas 
versões, ser conectado a uma porta USB. Existe também a variante para smart cards e smartphones, que é capaz de realizar as mesmas tarefas 
do token. 
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Sempre que o usuário for elaborar uma nova solicitação de LI, abrir uma solicitação 
salva ou uma LI já existente (para, a partir dela, elaborar uma nova ou simplesmente 
para visualizar, editar ou corrigir seus erros), entre outros, será exibido um formulário, 
permitindo que se digite e/ou altere os dados, conformesua necessidade. Este formulário 
é composto basicamente de quatro abas, mostradas e descritas a seguir.
Figura 4 – Tela de Preenchimento de uma LI
Fonte: Siscomex (2021)
O botão “Salvar” grava a solicitação de LI. Lembrando que, para a solicitação ser 
salva, deve ter sido preenchido pelo menos a ‘Identificação da Solicitação de LI’ e o 
CPF, CNPJ ou Identificação do importador no grupo de dados Tipo do Importador, o que 
permitirá a sua recuperação posteriormente. Caso se deseje submeter a solicitação de 
LI para registro, basta utilizar a opção Registrar disponível no cabeçalho do formulário, 
onde será acionada a funcionalidade “Registrar LI”. 
O formulário também é provido de elementos facilitadores que auxiliarão no 
preenchimento da solicitação de LI, conforme a figura a seguir:
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Figura 5 – Tela de Elementos Facilitadores de uma LI
Fonte: Siscomex (2021)
As setas incluem ou excluem dados de uma lista. As setas para direita ou para baixo 
incluem um item na lista, enquanto as setas para esquerda ou para cima excluem um 
item selecionado da lista. Alguns campos do formulário contém uma lupa indicando 
que este campo possui assistente de preenchimento. Pode-se digitar o valor do campo 
ou clicar na lupa para abrir uma janela pop-up que permitirá a busca e escolha do 
valor desejado. Ao clicar neste valor, a janela pop-up fechará e o sistema preencherá 
o valor no campo automaticamente. Por fim, estão disponíveis duas setas no final do 
formulário que permitem a transição das abas citadas anteriormente.
9.2.1 Informações Básicas de Licenciamento de Importação
Na aba "Básicas", as informações são concernentes ao tipo de importador e dados 
auxiliares sobre a procedência da mercadoria a ser importada. Esta também conta 
com a "Identificação da Solicitação de LI", termo usado nas funcionalidades de busca 
para encontrar a solicitação de LI posteriormente.
Figura 6 – Aba de informações básicas
Fonte: Siscomex (2021)
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Além disso, esta aba disponibiliza um campo livre denominado “Informações 
Complementares”, no qual o importador pode registrar informações adicionais referentes 
à operação, que não estejam contempladas nos demais campos do licenciamento e 
sejam importantes para a análise do(s) órgão(s) anuente(s). 
ISTO ESTÁ NA REDE
Desde o início da pandemia, diversos setores econômicos no Brasil e no mundo se 
viram diante de uma turbulência jamais vivenciada nos últimos anos, o que ainda 
suscita incertezas e desafios para o futuro próximo. No comércio internacional 
também não foi diferente. Ao longo dos meses passados, os efeitos da crise foram 
sentidos de perto pelas empresas, e as previsões de importações e exportações 
para 2021, inevitavelmente, precisaram ser revistas. 
Para visualizar esta matéria completa e entender mais sobre o atual cenário de 
comércio exterior brasileiro, acesse este link a seguir e boa leitura:
https://digital.intermodal.com.br/modais/comex-o-cenario-das-importacoes-e-
exportacoes-para-2021
9.2.2 Informações do Fornecedor no Licenciamento de Importação
Na aba "Fornecedor", são informados o tipo de fornecedor e as informações relativas 
ao Exportador e ao Fabricante ou Produtor. Nesta aba foram incluídos campos para o 
importador fornecer mais informações acerca do exportador e do fabricante/produtor. 
Além do nome da empresa, deverão ser informados nome e e-mail do responsável, 
que será o ponto focal do fornecedor estrangeiro, no caso de necessidade de contato 
pelo órgão governamental.
https://digital.intermodal.com.br/modais/comex-o-cenario-das-importacoes-e-exportacoes-para-2021
https://digital.intermodal.com.br/modais/comex-o-cenario-das-importacoes-e-exportacoes-para-2021
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Figura 7 – Aba de informações sobre Fornecedor
Fonte: Siscomex (2021)
ANOTE ISSO
O processo de importação pode ser dividido em três fases: administrativa, fiscal e 
cambial. A fase administrativa se refere aos procedimentos e exigências de órgãos 
de governo prévios à efetivação da importação e variam de acordo com o tipo de 
operação e de mercadoria: trata-se do licenciamento das importações. A fase fiscal 
compreende o tratamento aduaneiro, por meio do despacho de importação, que é 
o procedimento mediante o qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo 
importador em relação às mercadorias importadas, aos documentos apresentados 
e à legislação específica, com vistas ao seu desembaraço aduaneiro. Essa etapa 
ocorre em recintos próprios, logo após a chegada da mercadoria no Brasil, e 
inclui o recolhimento dos tributos devidos na importação. Após a conclusão do 
desembaraço aduaneiro, a mercadoria é considerada importada e pode ser liberada 
para o mercado interno. Já a fase cambial diz respeito à operação de compra de 
moeda estrangeira destinada a efetivação do pagamento das importações (quando 
há esse pagamento) sendo processada por entidade financeira autorizada pelo 
Banco Central do Brasil a operar em câmbio.
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9.2.3 Informações da Mercadoria no Licenciamento de Importação
Na aba "Mercadoria", encontram-se os dados gerais da mercadoria, a condição 
e o seu destaque NCM. Nesta aba também são informados os dados relativos ao 
processo anuente, sobre o tipo de Drawback6 e a descrição detalhada da mercadoria. 
As principais configurações nesta aba são as seguintes: 
Figura 8 – Aba de informações sobre Mercadoria
Fonte: Siscomex (2021)
Com base na figura apresentada, O importador deverá selecionar, no campo 
“Tipo da Condição da Mercadoria”, se a importação é de material novo (“Nenhuma” 
- selecionada por padrão) ou usado (“Material Usado”). Caso se trate de material 
usado, o importador deverá selecionar o “Enquadramento Material Usado”, que pode ser 
“Admissão Temporária” ou “Nacionalização”. No caso de “Nacionalização”, o importador 
deverá selecionar o “Tipo de Operação”, com as seguintes opções: “ExTarifário”, “Linha 
de Produção”, “Máquinas para Reconstrução”, “Moldes e Ferramentas”, “Veículos com 
mais de 30 anos”, “Doação”, “Contêiner”, “Retorno de Mercadoria”, “Partes e Peças 
Recondicionadas”, “Máquinas e Equipamentos”, “Outros”. 
6 Drawback é um regime aduaneiro especial que consiste na suspensão ou isenção de tributos incidentes dos insumos importados e/
ou nacionais vinculados a um produto a ser exportado. Ele foi criado em 1996 pelo Governo Federal com o objetivo de trazer facilidades para 
empresas que trabalham com comércio exterior. 
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Figura 9 – Tipo de condição da Mercadoria
Fonte: Siscomex (2021)
Ao informar uma NCM que possua pelo menos um Destaque de Mercadoria 
cadastrado no “Tratamento Administrativo” do SISCOMEX, o campo “Destaque NCM” 
deverá ser preenchido na LI pelo importador. Neste caso, ao ser acionada a lupa 
existente nesse campo, o sistema disponibilizará uma tabela contendo o Código e a 
Descrição dos destaques vigentes para a NCM informada, bem como o código 999 
acompanhado da descrição “Sem destaque”. O importador deverá selecionar um dos 
destaques exibidos e utilizar a seta para incluí-lo no campo pertinente, à direita da 
lupa, só sendo permitidas inclusões de destaques compatíveis com a NCM informada, 
evitando, assim, erros de preenchimento. Caso a NCM não tenha destaque vigente, o 
referido campo ficará desabilitado. A figura a seguir ilustra esta condição, indicando 
em vermelho, a lógica de processamento.
Figura 10 – Destaque NCM
Fonte: Siscomex (2021)
Caso não seja uma importação amparada por Drawback, o importador deverá manter, 
no campo “Modalidade”, a opção “Não Tem Drawback” (selecionada por padrão). Se for 
importação amparada por Drawback,deverá ser selecionada a modalidade referente 
à operação que está sendo realizada (Suspensão Genérico, Suspensão não Genérico, 
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Isenção AC Web ou Isenção AC Papel). Nesta situação, deve ser fornecido o Número 
do AC (Ato Concessório) no campo, cujo tamanho é de 11 caracteres (algarismos) se 
for Drawback Suspensão e de 13 caracteres se for Drawback Isenção.
Figura 10 – Drawback na operação
Fonte: Siscomex (2021)
Para cada Produto da LI, devem ser prestadas as seguintes informações: “Unidade 
Comercializada”, “Peso Líquido em Kg”, “Quantidade na Unidade Comercializada”, 
“Quantidade na Medida Estatística”, “Valor no Local de Embarque”, “Valor Unitário na 
Condição de Venda”, “Especificação”. Após prestadas essas informações, deve-se clicar 
em “incluir”. Importante salientar que o “Peso Líquido em Kg” e o “Valor no Local de 
Embarque” são informações de cada item de produto que se pretenda importar. As 
informações de cada produto são apresentadas em um quadro-resumo, em que elas 
podem ser visualizadas, alteradas ou excluídas. 
A figura a seguir ilustra este quadro resumo, para a seguinte operação: importação 
de 100 camisas – cada uma custando 10,00 FOB e 11,00 CFR e pesando 0,1 kg. Os 
valores registrados são os seguintes: a) para o Peso Líquido em Kg: 10,0; b) para o 
Valor no Local de Embarque: 1.000,00; e c) para o Valor Unitário na Condição de venda: 
11,00. No quadro resumo estas informações são apresentadas, bem como o “Valor 
do Produto na Condição de Venda”, que é calculado pelo sistema.
Figura 11 – Quadro Resumo da LI
Fonte: Siscomex (2021)
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9.2.4 Informações da Negociação no Licenciamento de Importação
Na aba "Negociação", o importador deverá prestar informações relativas ao Regime de 
Tributação do Imposto de Importação, Fundamento Legal, Acordo Tarifário e Cobertura 
Cambial. Caso seja uma importação amparada por algum acordo no âmbito da ALADI, o 
importador deverá informar o código do Acordo. No caso de importação com cobertura 
cambial, o importador deverá informar a Modalidade de Pagamento ou a Instituição 
Financeira, de acordo com o prazo de pagamento. Caso seja uma importação sem 
cobertura cambial, o importador deverá informar o motivo, entre os disponibilizados 
pelo Sistema. A figura a seguir ilustra as informações requeridas.
Figura 12 – Registro de Tributação
Fonte: Siscomex (2021)
ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
O Drawback, instituído pelo Decreto-Lei nº 37, de 1966, e aperfeiçoado por diversas 
normas posteriores, é um regime aduaneiro especial que permite a suspensão 
ou eliminação de tributos incidentes na aquisição de insumos empregados na 
industrialização de produtos exportados. Existem três modalidades de drawback: 
suspensão, isenção e restituição de tributos. As duas primeiras são administradas 
pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), ao passo que a terceira é de 
competência da Receita Federal do Brasil (RFB). Dados estatísticos de 2019, 
demonstram totais de operações com drawback:
• Exportações: US$ 49,1 bilhões (21,8% do total exportado no Brasil);
• Importações: US$ 6,5 bilhões (3,6% do total importado no Brasil);
• Mercado Interno: US$ 943,7 milhões, (12,8% do total de insumos).
Quer saber +, acesse: https://www.fazcomex.com.br/blog/empresas-que-utilizam-
drawback/
https://www.fazcomex.com.br/blog/empresas-que-utilizam-drawback/
https://www.fazcomex.com.br/blog/empresas-que-utilizam-drawback/
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9.3 RADAR Siscomex
O Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros (RADAR 
Siscomex) é o cadastro da Receita Federal utilizado para controlar os acessos aos 
sistemas de comércio exterior de importação e por demais órgãos intervenientes, entre 
eles a ANVISA, o MAPA, INMETRO, IBAMA, interligando as informações entre todos 
envolvidos. Para que uma pessoa física ou jurídica possa operar no comércio exterior, 
ou seja, para que possa importar, é necessário que esteja habilitada no RADAR para 
credenciamento de representante legal e acesso ao sistema Siscomex.
O cadastro no sistema Radar da Receita Federal poderá ser requerido tanto 
por pessoas físicas como por pessoas jurídicas, desde que estejam com sua 
situação devidamente regular perante o fisco. Cabe salientar que existem algumas 
particularidades a serem observadas, assim como o procedimento de cadastramento 
varia ligeiramente de acordo com o tipo de solicitante e modalidade desejada, quer 
sejam (SISCOMEX, 2021):
Radar Expresso: trata-se de uma modalidade mais simples cuja habilitação costuma 
ser mais ágil, de forma totalmente digital, sem grandes exigências, desde que a empresa 
esteja com seu cadastro regular perante a Receita Federal, cabendo bem em casos 
específicos de pequenas empresas que desejam começar a operar no comércio exterior, 
com limite de U$ 50.000,00 por semestre na importação.
Radar Limitado: esta modalidade já é um pouco mais complexa, sendo o seu 
requerimento efetuado também de forma digital, porém, em alguns casos é solicitada a 
apresentação física de alguns documentos, entre eles os documentos que comprovem 
a origem de recursos financeiros para subsidiar a operação pretendida, sendo indicada 
para empresas de médio porte, as quais, na maioria das vezes, já se cadastraram na 
modalidade expressa e necessitaram de uma revisão de limite. O limite financeiro 
de que a empresa poderá transacionar no comex será estipulado de acordo com a 
capacidade da empresa, a qual será apurada pela Secretaria da Receita Federal através 
de um levantamento dos tributos pagos.
Radar Ilimitado: neste caso, o processo é semelhante à modalidade limitada, 
também via meio digital, podendo ser solicitado pelo fisco ou não os documentos 
comprobatórios, este é o tipo de radar indicado para empresas de grande porte, as 
quais, muitas vezes, já utilizavam o Limitado e excederam o limite, e neste caso a 
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Receita Federal também avalia o volume tributário e identifica se a empresa pode se 
enquadrar como ilimitada. 
Independentemente da habilitação solicitada, a Receita Federal avalia a capacidade 
de cada empresa e concede a habilitação de acordo com o seu porte. Note que após 
a publicação da IN 1893/2019, ambos os casos Limitado e Ilimitado passaram a ter 
suas solicitações via meio eletrônico, e somente em caso de seleção para apresentação 
de documentos é que se formaliza um pedido via processo administrativo junto ao 
e-CAC da Receita Federal.
9.4 Declaração Única de Importação (DUIMP)
Depois de verificarmos nos capítulos anteriores, que no processo de exportação 
brasileiro houve a implantação recente da Declaração Única de Exportação, neste tópico, 
também, abordaremos uma nova ferramenta da Política Brasileira de Importação que 
está em processo de implantação: a Declaração Única da Importação (DUIMP). Mas, 
o que significa DUIMP?
A Declaração Única de Importação (DUIMP) é o documento eletrônico 
que reúne todas as informações de natureza aduaneira, administrativa, 
comercial, financeira, tributária e fiscal pertinentes ao controle das 
importações pelos órgãos competentes da Administração Pública 
brasileira na execução de suas atribuições legais (RFB, 2021).
A DUIMP se torna importante no processo de importação brasileiro porque ela 
substitui documentos tradicionais de importação. Ou seja, esta declaração incorpora 
a Declaração de Importação (DI) e a Declaração Simplificada de Importação (DSI). 
Embora a DUIMP esteja ainda na forma de projeto-piloto, envolvendo apenas algumas 
empresas, sua implementação estimada para o início de 2022, visa englobar 40% do 
volume total importado no Brasil (SISCOMEX, 2021).
Esta declaração é obtida por meio do sistema Siscomex, no módulo importação.Para tanto, é necessário que o dirigente da empresa importadora ou o despachante 
aduaneiro responsável pelo procedimento de importação, possuam certificação digital 
para fazer a solicitação. Para efeito de exemplificação, são organizados na sequência 
deste tópico, procedimentos necessários no Siscomex para preenchimento desta 
declaração.
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Figura 13 – Aba de Identificação da DUIMP
Fonte: Siscomex (2021)
No campo Carga, o usuário deve digitar o número de identificação da carga relacionada 
à operação de importação. Uma vez que a DUIMP está em fase de projeto-piloto, são 
permitidas, por enquanto, apenas cargas marítimas e, por essa razão, deve-se preencher 
com o respectivo número do CE mercante7. Com a informação da identificação da carga, 
todas as demais informações, excetuando o valor do seguro, serão automaticamente 
preenchidas pelo sistema.
Figura 14 – Aba Carga na DUIMP
Fonte: Siscomex (2021)
Por sua vez, na aba Documentos da DUIMP são preenchidas as informações 
dos documentos instrutivos do despacho e, se houver, processos vinculados, sejam 
administrativos ou judiciais.
7 O CE Mercante constitui um método de controle fiscal para operações marítimas, que consiste em um conhecimento de carga informado 
de maneira eletrônica às autoridades aduaneiras.
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Figura 15 – Aba Documentos na DUIMP
Fonte: Siscomex (2021)
Para efeito de ilustração, a seguir, tem-se a aba item da DUIMP. Para incluir um 
produto na DUIMP, este procedimento precisa ser efetuado por meio da consulta 
de um produto já cadastrado no catálogo de produtos do Siscomex8. Ou ainda, o 
cadastro do produto pode ser criado no momento da elaboração da Declaração Única 
de Importação.
8 O Catálogo de Produto na importação é um módulo do Portal Siscomex. E tem como finalidade principal auxiliar o preenchimento das 
DUIMP, utilizando um banco de dados dos produtos e dos operadores estrangeiros presentes nas operações do importador. Esse banco de dados 
é gerido pelo próprio importador, atualizando-o com novos produtos ou novas informações dos produtos já cadastrados (Fonte: Siscomex, 2021).
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Figura 16 – Aba Item na DUIMP
Fonte: Siscomex (2021)
Finalmente, na tela de resumo da DUIMP o sistema mostrará um resumo com o 
somatório das principais informações da importação. A figura abaixo ilustra esta tela.
Figura 17 – Aba Resumo na DUIMP
Fonte: Siscomex (2021)
9.5 Fluxo Básico do Processo de Importação Brasileiro
Conforme visto neste capítulo, a partir da intenção de importar, o importador pode 
decidir por embarcar a carga diretamente (visto que a maior parte das importações 
brasileiras não requer licenciamento) ou registrar um pedido de licença para os órgãos 
anuentes, também conhecido como obtenção da LI. Os principais aspectos operacionais 
para registro da LI no sistema Siscomex foi efetuado no início desta discussão. Agora, 
no entanto, importa distinguir a licença de importação do Siscomex, um documento 
eletrônico específico (LI), do conceito de licença de importação. Considera-se licença 
de importação:
Todo procedimento administrativo que envolver a apresentação de 
um pedido ou de outra documentação diferente daquela necessária 
para fins aduaneiros ao órgão anuente competente, como condição 
prévia para a autorização de importações para o território aduaneiro, 
sendo ele processado pelo Siscomex ou não.
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Fica evidente nesta definição, que o fluxo do processo de importação é entendido 
no Brasil a partir da obtenção do documento eletrônico que contém a licença de 
importação, gerada a partir do sistema Siscomex. O pedido de licença no Siscomex, 
após exame pelos anuentes, pode ser deferido, caso a operação esteja em conformidade 
com as exigências legais para prosseguimento. Indeferido de forma motivada, em caso 
de operação proibida ou caso essa apresente alguma desconformidade insanável. Ou 
ainda, colocado em exigência, em caso de incorreção sanável de preenchimento ou 
necessidade de complementação de informação ou de apresentação de documentos 
comprobatórios da operação. 
Os pedidos de licença de importação feitos por meio do Siscomex cuja exigência 
não seja atendida pelo importador em 90 dias são automaticamente cancelados pelo 
sistema. Esta situação é mais recorrente nos casos em que o órgão anuente deve 
ser provocado pelo importador – em sistema próprio, via protocolo ou outras formas 
– para realizar sua análise. 
A maioria dos órgãos anuentes demanda que os importadores atendam a 
procedimentos de licenciamento preliminares ou concomitantes àquele do Siscomex, 
como, por exemplo, preenchimento de cadastros ou processos específicos, os quais 
podem gerar necessidade de pagamento de taxas para análise das informações 
prestadas. 
Executados tais procedimentos de licenciamento que envolvem, por exemplo, 
cadastro de importadores, fiscalizações ou certificações de produtos, o órgão anuente 
inicia a análise do pedido de licença de importação (LI). Em relação ao pedido de LI 
no Siscomex, a análise do órgão anuente pode se restringir aos dados prestados no 
próprio pedido e eventuais documentos de apoio ou abranger sua conferência em vista 
dos procedimentos prévios ou paralelos de licenciamento. Mesmo um licenciamento 
processado diretamente no Siscomex pode conter etapas executadas externamente a 
ele, como distribuição de cotas, investigação de origem, consultas públicas, fiscalizações 
e verificações de carga, a depender do órgão anuente e seu campo de atuação.
Com a chegada da mercadoria no Brasil e o registro da Declaração Única de 
importação (DUIMP) há o início da etapa de controle aduaneiro, realizada pela Receita 
Federal do Brasil (RFB), que inclui gestão de riscos, análise documental, conferência 
física da mercadoria, desembaraço aduaneiro, entre outras ações. Um único detalhe 
aqui: “com as informações validadas pelo sistema, os tributos federais são calculados e 
devem ser pagos antes de se prosseguir para o processo de análise de riscos e seleção 
das cargas” (RFB, 2021).
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De acordo com os parâmetros da Receita Federal do Brasil (RFB, 2021), as mercadorias 
cujas DUIMP sejam selecionadas para o canal verde não necessitam passar por 
exame documental nem por conferência física, salvo aquelas que, em decorrência 
de procedimento de análise de riscos tenham o canal alterado. As selecionadas para 
o canal amarelo passam por exame documental e as para canal vermelho ou cinza 
devem ser conferidas documental e fisicamente. A figura a seguir ilustra este fluxo 
de forma gráfica.
Figura 18 – Etapas e Procedimentos da Importação
Fonte: Siscomex (2021)
Em suma, quando existe uma LI no processo de importação, ela corresponderá a 
uma adição da DUIMP, havendo a migração automática da maior parte de seus dados, 
que serão posteriormente complementados pelo importador. As informações migradas 
ficam indisponíveis para alteração na adição da DUIMP. Caso o importador precise 
alterar, na DUIMP, alguma informação originária da LI, ou ainda, se as informações 
registradas diretamente na adição da DUIMP acarretarem em alteração nas condições 
da LI previamente concedida, o importador deverá requerer um pedido de retificação 
e, consequentemente, uma nova atuação dos órgãos anuentes. Para avançarmos 
ainda mais nessa discussão, no próximo capítulo, abordaremos mais informações 
sobre importação. Vejo você lá!
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AULA 10
IMPORTAÇÃO
Após termos vistos os procedimentos necessários para o cadastramento e 
habilitação dos importadores brasileiros,na obtenção da Licença de Importação (LI), 
no RADAR e no preenchimento da DUIMP, neste capítulo, veremos procedimentos que 
envolvem a continuidade do processo de importação, decorrentes destes acessos, 
bem como, da habilitação no Portal Único Siscomex. De forma detalhada, este capítulo 
apresenta aspectos específicos da importação com considerações a respeito: Fatura 
Pro Forma Invoice e cuidados necessários, Imposto de Importação (II), Imposto sobre 
Produtos Industrializados (IPI), Imposto de Circulação de Mercadorias (ICMS), Regime 
de Drawback, Regime Ex-Tarifário e incentivos fiscais para a importação. Para finalizar, 
são apresentados os principais conceitos que envolvem o processo de importação. 
Preparado?
10.1 O processo de Importação
Conforme definido em Oliveira (2021, p. 103):
O processo de importação compreende a entrada temporária ou 
definitiva em território nacional de bens ou serviços originários ou 
procedentes de outros países, a título oneroso ou gratuito. Esse 
processo é o ingresso seguido de internalização de mercadoria 
estrangeira no território aduaneiro. Em termos legais, a mercadoria 
só é considerada importada após sua internalização no país, por meio 
da etapa de desembaraço aduaneiro e do recolhimento dos tributos 
exigidos em lei.
A partir desta definição, nota-se que o processo de importação pode ser dividido 
em três fases: administrativa, fiscal e cambial.
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• A fase administrativa1 se refere aos procedimentos e exigências de órgãos de 
governo prévios à efetivação da importação e variam de acordo com o tipo de 
operação e de mercadoria: trata-se do licenciamento das importações.
• A fase fiscal compreende o tratamento aduaneiro, por meio do despacho de 
importação, que é o procedimento mediante o qual é verificada a exatidão dos 
dados declarados pelo importador em relação às mercadorias importadas, 
aos documentos apresentados e à legislação específica, com vistas ao seu 
desembaraço aduaneiro. Essa etapa ocorre em recintos próprios, logo após a 
chegada da mercadoria no Brasil e inclui o recolhimento dos tributos devidos 
na importação.
• A fase cambial diz respeito à operação de compra de moeda estrangeira destinada 
à efetivação do pagamento das importações (quando há esse pagamento), sendo 
processada por entidade financeira autorizada pelo Banco Central do Brasil a 
operar em câmbio. 
Estas duas últimas fases são abordadas neste capítulo detalhadamente. Porém, a 
negociação começa com a Fatura Pro Forma, portanto, vê-la-emos a seguir.
10.1.1 Fatura Pro Forma Invoice
Conforme visto no processo de Exportação, anteriormente, a Fatura Pro Forma 
Invoice compreende um documento resultante do processo de negociação entre o 
exportador e o importador, formalizando a negociação entre as partes envolvidas. 
Diferentemente da lista de preços ou do recebimento de uma simples solicitação de 
cotação, a Pro Forma indica os detalhes acordados de uma compra específica, com 
todas as informações relacionadas a ela. Derivado do inglês, Pro Forma Invoice, a 
emissão da fatura é fundamental para o fechamento do câmbio, no caso de pagamento 
antecipado ou modalidades que possuam carta de crédito. Além de ser o documento 
que formaliza a negociação entre as partes envolvidas.
A Fatura Pro Forma é emitida pelo próprio exportador, a pedido do importador, em 
papel timbrado da empresa com a descrição fatura pro-forma (português), factura 
pro forma (espanhol) ou pro-forma invoice (inglês). Sua emissão ocorre no início das 
negociações para poder formalizar as condições negociadas entre o exportador e 
importador. 
1 Esta fase já foi estudada no capítulo anterior, com a apresentação das rotinas de cadastramento do responsável pela importação e 
obtenção da Licença de Importação (LI).
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A legislação aduaneira brasileira não dispõe sobre quais são os dados obrigatórios 
na Fatura Pro Forma. Porém, é possível verificar algumas informações comuns em 
todas as Faturas Pro Forma: 
a) Dados do exportador (nome e endereço completos);
b) Dados do importador (nome e endereço completos);
c) Descrição dos itens comercializados, bem como sua quantidade, preço unitário, 
preço total e unidade comercializada;
d) Modalidade de transporte;
e) Previsão de embarque;
f) Incoterms;
g) Local de embarque;
h) Local de destino;
i) Peso líquido;
j) Peso bruto;
k) Tipo de embalagem / quantidade de volumes; e, 
l) Modalidade de pagamento.
Apesar de não possuir valor contábil ou jurídico, a Fatura Pro Forma exerce um 
papel importante nas operações de Comércio Exterior. Assim sendo, é recomendado 
solicitar sua emissão antes da realização de qualquer compra no exterior. Caso exista 
qualquer problema com a operação, a Fatura Pro Forma pode ser utilizada para provar 
qual era o acordado entre as partes. 
Caso o produto necessite de Licença de Importação (LI), o órgão competente poderá 
solicitar a Fatura Pro Forma para verificação do preço. Ela também pode ser solicitada 
na Receita Federal, em caso de processo de investigação de preço no decorrer ou 
após o despacho aduaneiro. Ou seja, enquanto a Fatura Pro Forma é o documento 
inicial, a Fatura Comercial é um dos documentos finais da operação, juntamente ao 
Conhecimento de Embarque e o Packing List, entre outros (OLIVEIRA, 2021).
10.1.1.1 Como analisar uma Fatura Pro Forma?
A Análise de uma fatura Pro Forma é essencial para que se garantam todos os 
termos negociados entre importadores e exportadores. Os principais pontos a serem 
analisados em uma Fatura Pro Forma são sugeridos no Check-List, a seguir.
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Item Descrição Sim Não
1 Exportador: nome completo, endereço e telefone 
2 Consignatário: nome completo, endereço, telefone e CNPJ 
3 Adquirente: nome completo, endereço, telefone e CNPJ 
4 Número da Pro Forma Invoice ou do contrato de venda
5 Data de emissão 
6 Fabricante: nome completo, endereço e telefone ou a expressão ‘SAME 
AS EXPORTER’ quando o fabricante for igual ao exportador 
7 Descrição dos produtos, com código e código NCM 
8 Quantidade de contêineres (com indicação do tamanho) 
9 Peso líquido e bruto por item 
10 País de origem e de aquisição
11 País de procedência 
12 Porto de embarque 
13 Porto de destino 
14 Preço unitário 
15 Preço total 
16 Moeda da operação 
17 Incoterms 
18 Forma de pagamento 
19 Previsão de data de embarque 
20 Dados bancários do exportador 
21 Assinado / identificação do signatário
Quadro 1 – Check-List para conferência na Pro Forma Invoice 
Fonte: SEBRAE (2021)
Além das informações já mencionadas que devem constar na Fatura Pro Forma, 
este documento também deve possuir dados específicos sobre a mercadoria a ser 
embarcada, tais como: número de lote ou número de série, por exemplo. Ou seja, a 
Fatura Pro Forma contém dados que permitam que a mercadoria seja identificada 
pelo comprador ou mesmo pela fiscalização, quando da chegada ao destino, podendo 
ser requisitada e servir de base durante todo o processo de importação. No entanto, 
erros podem incorrer no seu preenchimento, veja isto a seguir.
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10.1.1.2 Erros mais comuns na Fatura Pro Forma
Erros na emissão da Fatura Pro Forma podem gerar atrasos na negociação e, por 
consequência, nos embarques de importação. Veja os erros mais comuns. 
• Omissão da informação sobre o número da Fatura Pro Forma de referência do 
exportador;
• Ausência de informação da data estimada de embarque para fechamento 
antecipado de câmbio de importação e exportação;
• Omissão dos dados bancários (conta e banco) do fornecedor para envio do 
pagamento;
• Menção de dados incompletos ou inconsistência com demais documentos de 
importação e exportação;
• Falta de descriçãoda mercadoria, denominações próprias e comerciais, com a 
indicação dos elementos indispensáveis à sua perfeita identificação;
• Ausência ou menção de informações parciais sobre forma de pagamento e 
moeda de negociação;
• Falta de indicação ou informação incorreta sobre o INCOTERM (termo de 
negociação de venda) da operação;
• Necessidade de menção de cada espécie de mercadoria e se houver, o montante 
e a natureza das reduções e dos descontos concedidos ao importador;
• Omissão ou menção errônea sobre país de origem, procedência e aquisição; e,
• Inexistência ou identificação inválida sobre o emissor do documento.
A seguir, tem-se um exemplo de uma Fatura Pro Forma.
Figura 1 – Exemplo de uma Fatura Pro Forma
Fonte: Oliveira (2021)
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10.2.1 Aspectos Tributários envolvidos na Importação
Aqui, apresentaremos considerações sobre os principais tributos envolvidos em 
uma importação de mercadorias. Estes tributos envolvem o dia a dia das empresas 
nacionais que atuam neste contexto internacional e assumem enorme importância 
na formação do preço da mercadoria e na decisão da importação.
10.2.1.1 Imposto de Importação (II)
O primeiro tributo considerado compreende o Imposto de Importação ou II. O 
Imposto de Importação é um tributo federal que incide sobre mercadoria estrangeira 
e tem como fato gerador sua entrada no território nacional. A legislação básica que 
contempla este imposto é dada por meio do Decreto-Lei nº 37/19662 e no Regulamento 
Aduaneiro contido no Decreto nº 6.759/20093. De acordo com esta legislação, são 
considerados contribuintes do II:
• Importador: qualquer pessoa que promova a entrada de mercadoria estrangeira 
no território nacional;
• Destinatário de remessa postal internacional: indicado pelo respectivo remetente 
ou comprador de mercadoria entrepostada;
• Consignatário de mercadoria submetida ao entreposto aduaneiro: nacionalizar 
a mercadoria e promover o despacho aduaneiro para consumo em seu nome.
Ainda, conforme o entendimento da legislação mencionada, são considerados 
estrangeiros os equipamentos, as máquinas, os veículos, os aparelhos e os instrumentos, 
bem como as partes, as peças, os acessórios e os componentes, de fabricação nacional, 
adquiridos no mercado interno pelas empresas nacionais de engenharia, e exportados 
para a execução de obras contratadas no exterior, na hipótese de retornarem ao país.
Na mesma direção, também é considerada estrangeira a mercadoria nacional ou 
nacionalizada exportada que retornar ao país, salvo as exceções:
• Enviada em consignação e não vendida no prazo autorizado;
• Devolvida por motivo de defeito técnico, para reparo ou para substituição;
• Por motivo de modificações na sistemática de importação por parte do país 
importador;
2 Acesso em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1960-1969/decreto-lei-37-18-novembro-1966-375637-publicacaooriginal-1-pe.
html
3 Acesso em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6759.htm
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1960-1969/decreto-lei-37-18-novembro-1966-375637-publicacaooriginal-1-pe.html
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1960-1969/decreto-lei-37-18-novembro-1966-375637-publicacaooriginal-1-pe.html
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6759.htm
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• Por motivo de guerra ou de calamidade pública;
• Por outros fatores alheios à vontade do exportador.
O II também é chamado como tarifa aduaneira, direitos de importação, tarifa das 
alfândegas ou direitos aduaneiros. Esse é um tributo de competência da União, e assim 
se justifica porque se trata de um imposto com implicações no relacionamento do país 
com o exterior, e isso cabe ao Governo Federal, que precisa ter políticas uniformes 
e padronizadas em seu trato. Esse imposto possui grande importância no cenário 
externo tendo em vista as negociações de inúmeros tratados, visando a necessidade 
de integração dos países e a abertura econômica (OLIVEIRA, 2021).
ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
Apesar da reclamação dos importadores em relação às alíquotas do Imposto de 
Importação4, esse tributo possui função regulatória, não tendo objetivos fiscais, 
mas sim de regulação da atividade econômica. Até mesmo para poder exercer 
sua função, o Imposto de Importação não se sujeita ao princípio da anterioridade, 
podendo ser alterado no mesmo exercício financeiro pelo Poder Executivo. Como 
qualquer tributo, ele arrecada recursos para a União, mas muito pouco em relação 
ao total. Dados da Receita Federal dos últimos anos mostram que o montante 
recebido com o Imposto de Importação representa menos de 3% do total de 
tributos arrecadados. É o imposto de renda cobrado das pessoas físicas e jurídicas 
o tributo mais expressivo para a União (quase 30% do total) (RFB, 2021). Como 
exemplos da função regulatória do Imposto de Importação, pode-se citar as 
alterações em função da Pandemia da Covid-19, visualizadas nos endereços a 
seguir:
a) Lista dos produtos com imposto de importação zerado
https://www.fazcomex.com.br/blog/lista-dos-produtos-com-imposto-de-importacao-zerado
b) Importação de Arroz, Soja e Milho: Governo zera o Imposto de Importação
https://www.fazcomex.com.br/blog/governo-zera-imposto-de-importacao-soja-milho
c) Brinquedos: Governo reduz o Imposto de Importação
https://www.fazcomex.com.br/blog/brinquedos-governo-reduz-o-imposto-de-importacao
d) Importação de armas: Governo zera o Imposto de Importação
https://www.fazcomex.com.br/blog/importacao-de-armas-governo-zera-o-imposto-de-importacao
4 A relação das alíquotas do Imposto de Importação (II) é permanentemente atualizada e disponibilizada em: https://www.mercosur.int/
politica-comercial/ncm/, disponível para acesso público. Entre neste link e confira você mesmo!
https://www.fazcomex.com.br/blog/lista-dos-produtos-com-imposto-de-importacao-zerado
https://www.fazcomex.com.br/blog/importacao-de-armas-governo-zera-o-imposto-de-importacao
https://www.mercosur.int/politica-comercial/ncm/
https://www.mercosur.int/politica-comercial/ncm/
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De acordo com a legislação vigente, o Imposto de Importação não incidirá sobre:
• Mercadoria estrangeira que, corretamente descrita nos documentos de transporte, 
chegar ao país por erro inequívoco ou comprovado de expedição, e que for 
redestinada ou devolvida para o exterior;
• Mercadoria estrangeira idêntica, em igual quantidade e valor, e que se destine 
a reposição de outra anteriormente importada que se tenha revelado, após o 
desembaraço aduaneiro, defeituosa ou imprestável para o fim a que se destinava, 
desde que observada a regulamentação editada pelo Ministério da Fazenda (ou 
Economia);
• Mercadoria estrangeira que tenha sido objeto da pena de perdimento, exceto 
na hipótese em que não seja localizada, tenha sido consumida ou revendida;
• Mercadoria estrangeira devolvida para o exterior antes do registro da Declaração 
de Importação, observada a regulamentação editada pelo Ministério da Fazenda 
(ou Economia);
• Embarcações construídas no Brasil e transferidas por matriz de empresa 
brasileira de navegação para subsidiária integral no exterior, que retornem ao 
registro brasileiro, como propriedade da mesma empresa nacional de origem, 
entre outros.
10.2.1.2 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
O IPI é um imposto de competência da União. Este imposto incide tanto sobre produtos 
industrializados nacionais quanto sobre os produtos industrializados importados. O 
contribuinte do IPI vinculado à importação é o importador. O fato gerador do IPI, na 
importação, é o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira. De 
acordo com a legislação em vigor, ocorre o fato gerador do Imposto sobre Produtos 
Industrializados (IPI), tornando-se o imposto devidonas situações a seguir.
Na saída de produto de estabelecimento industrial ou equiparado a industrial:
• É considerado industrial o estabelecimento que executa qualquer das operações 
consideradas industrialização perante a legislação do IPI (transformação, 
beneficiamento, montagem, acondicionamento ou reacondicionamento, bem 
como, renovação), das quais resulte produto tributado, ainda que de alíquota 
0%, ou beneficiado com a isenção do imposto ou destinado à exportação.
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• A equiparação a industrial é dividida em duas categorias distintas: a equiparação 
obrigatória (por exemplo, estabelecimentos importadores) e a equiparação 
facultativa, em que a equiparação fica a critério do próprio contribuinte do 
imposto.
• Equiparar um estabelecimento comercial a um industrializador sem que a empresa 
realize qualquer processo produtivo é o mesmo que dizer que o comerciante 
passa a partir da equiparação a atuar como contribuinte do IPI, ficando a partir 
dessa data obrigado ao recolhimento do imposto e ao cumprimento de todas 
as obrigações acessórias próprias dos estabelecimentos industriais.
No desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira:
• O estabelecimento que importar produto do exterior será considerado contribuinte 
em relação ao fato gerador decorrente do desembaraço aduaneiro que realizar. 
Além disso, o importador também será considerado contribuinte, como equiparado 
a industrial, no momento em que der saída dos produtos por ele importados.
Não constitui fato gerador desembaraço aduaneiro de mercadorias:
• Enviada em consignação e não vendida no prazo autorizado; 
• Devolvida por defeito técnico, que exija sua devolução para reparo ou substituição;
• Por motivo de modificações na sistemática de importação por parte do país 
importador ou por motivo de guerra ou calamidade pública;
• Por outros fatores alheios à vontade do exportador.
O IPI incidente nas importações será calculado mediante aplicação das alíquotas, 
constantes da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados. Uma 
informação importante é que a TIPI5 apresenta tantos os produtos tributados, inclusive 
com alíquota 0, como também relaciona os produtos não tributados (OLIVEIRA, 2021).
10.2.1.3 Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)
O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é um imposto estadual 
cobrado em cima da circulação de mercadorias e bens importados de outros lugares. 
Por ser um imposto estadual, há algumas mudanças de estado para estado, como 
5 Acesso em: https://guiatributario.files.wordpress.com/2020/10/tipi-.pdf
https://guiatributario.files.wordpress.com/2020/10/tipi-.pdf
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o valor de alíquotas. Na prática ele é um imposto cobrado de forma indireta, ou seja, 
seu valor é adicionado ao preço do produto ou serviço prestado.
O valor do ICMS só é cobrado quando a mercadoria ou o serviço é prestado para o 
consumidor, que passa a ser o titular deste item ou do resultado da atividade realizada. 
Cada estado tem a responsabilidade de estipular a porcentagem a ser cobrada, 
assim cada localidade possui a sua própria tarifa, o que pode trazer dúvidas a quem 
comercializa produtos para outros estados.
Existem conceitos básicos com relação a este imposto que precisam ser considerados, 
quer sejam (FAZCOMEX, 2021):
• Fato gerador: o ICMS na importação tem seu fato gerador a ser considerado no 
momento do desembaraço aduaneiro da mercadoria. Podemos dizer que o fato 
gerador é o ponto central e relevante para identificar o momento de surgimento 
da obrigação tributária, identificar o sujeito passivo, os demais elementos da 
obrigação. É o momento que faz nascer o relacionamento jurídico entre o 
contribuinte e o Estado.
• Incidência: incide sobre a entrada de bem, ou mercadoria importada do exterior 
por pessoa física ou jurídica. Ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, 
ele incide em qualquer que seja sua finalidade. Incide também sobre o serviço 
prestado no exterior.
• Base cálculo: embora este imposto seja estabelecido por cada Estado, os 
regulamentos apresentam características tributárias semelhantes. Existe 
diferenciação em relação a algumas isenções e alíquotas, mas basicamente 
os seguintes termos valem para todo o Brasil. Um desses termos é a que 
na composição da base de cálculo do ICMS se deve considerar o valor da 
mercadoria que constam do documento de importação, acrescido do valor dos 
impostos de importação. Deve-se incluir também quaisquer outros impostos, 
taxas, contribuições e despesas aduaneiras. Uma curiosidade é que o próprio 
ICMS integra sua base de cálculo. Também, faz parte as despesas aduaneiras 
que, por sua vez, são aquelas efetivamente pagas à repartição alfandegária até 
o momento do desembaraço da mercadoria, incluindo as diferenças de peso, 
classificação, fiscal de mercadorias e multas por infrações.
O encontro de contas entre empresas contribuintes e empresas credoras do ICMS, 
pode ocorrer nas operações de importação por conta e ordem e de terceiros. Este 
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encontro, quando permitido pelo Regulamento do ICMS de cada Estado, ocorre mediante 
autorização prévia (Regime Especial) concedida pelo Estado. Uma vez autorizadas 
previamente, estas operações se tornam benéficas e seguras tanto para o credor do 
ICMS que reaverá os recursos, quanto para o contribuinte que reduzirá o seu custo 
com o ICMS da Importação (OLIVEIRA, 2021).
10.2.1.4 Regime Ex-Tarifário
Ex-Tarifário é a sigla utilizada no comércio exterior para Exceção Tarifária. É quando 
o governo concede redução do Imposto de Importação de itens para os quais não há 
produção no Brasil ou ela é insuficiente. O Ex-tarifário é uma exceção à Tarifa Externa 
Comum (TEC) e a condição essencial é a de que não haja produção nacional equivalente 
do produto beneficiado com o regime. Consiste na redução temporária da alíquota do 
imposto de importação de bens de capital (BK), de informática e telecomunicação (BIT), 
assim marcados na Tarifa Externa Comum do Mercosul (TEC), quando não houver a 
fabricação nacional equivalente. 
Este regime foi criado por Portaria Ministerial6, servindo para dar destaque a certas 
mercadorias classificáveis em determinados códigos tarifários da TEC. Tem objetivo 
de fazer com que tais mercadorias deixem de sofrer a incidência da alíquota normal do 
Imposto de Importação prevista na TEC. Com este regime, as mercadorias classificáveis 
no correspondente código tarifário passam a sofrer a incidência da alíquota reduzida, 
de acordo com o estipulado nesta portaria mencionada. Para fazer jus à alíquota mais 
benéfica do Ex-Tarifário, a mercadoria importada deve se identificar totalmente com 
aquela nele descrita.
Como apresentado, o regime de Ex-Tarifário consiste na redução temporária 
da alíquota do imposto de importação de bens de capital (BK), de informática 
e telecomunicação (BIT). Porém, a partir de 2020, o Ministério da Economia tem 
promovido a redução a 0% (zero), ao amparo do Ex-Tarifário. Sem a aplicação do 
regime, as importações de BK têm uma incidência de 14% de Imposto de Importação, 
e as de BIT 16%. 
Constitui-se como benefícios do Ex-Tarifário para o país a busca da promoção e 
atração de investimentos no país, uma vez que desonera o montante dos aportes 
direcionados a empreendimentos produtivos. Importância do regime de Ex-Tarifário:
6 Acesso em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l3244.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l3244.htm
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• Aumento da viabilidade de investimentos em bens de capital (BK) e de informática 
e telecomunicação (BIT) sem produção equivalente no país;
• Facilita o incrementoda inovação por parte de empresas de diferentes segmentos 
da economia, com a incorporação de novas tecnologias inexistentes no Brasil, 
refletindo num aumento da produtividade e competitividade do setor produtivo; e,
• Gera um efeito multiplicador de emprego e renda sobre diferentes áreas da 
economia nacional.
Para obtenção do Ex-Tarifário, são exigidas informações técnicas detalhadas do 
bem a ser importado, bem como da previsão de importação e ganho para o país. O 
pleito para concessão do regime especial de Ex-Tarifário deve estar acompanhado de 
informações relativas: à empresa ou entidade de classe pleiteante; aos dados técnicos 
sobre o produto e a operação de importação. Além desta possibilidade de redução 
do Imposto de Importação, temos na sequência, outra possibilidade muito utilizada: 
o Regime Aduaneiro de Drawback.
10.2.1.5 Regime Aduaneiro de Drawback7
Drawback é um regime aduaneiro especial que consiste na suspensão ou isenção de 
tributos incidentes dos insumos importados e/ou nacionais vinculados a um produto 
a ser exportado (OLIVEIRA, 2021). Foi criado em 1996 pelo Governo Federal com o 
objetivo de trazer facilidades para empresas que trabalham com comércio exterior. É 
um importante mecanismo de competitividade internacional e um dos regimes mais 
utilizados pelos exportadores brasileiros. 
O regime de Drawback poderá ser concedido a operação que se caracterize como:
• Transformação: exercida sobre matéria-prima ou produto intermediário, importe 
na obtenção de espécie nova;
• Beneficiamento: importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar 
o funcionamento, a utilização, o acabamento/aparência do produto;
• Montagem: consiste na reunião de produto, peças ou partes e de que resulte um 
novo produto ou unidade autônoma, ainda que sob a mesma classificação fiscal;
7 A mais recente regulamentação sobre Drawback foi feita por meio da Portaria Secex 44 de 24/07/2020, disponível em: https://www.
in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-44-de-24-de-julho-de-2020-268684638
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-44-de-24-de-julho-de-2020-268684638
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-44-de-24-de-julho-de-2020-268684638
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• Renovação ou recondicionamento: exercida sobre produto usado ou parte 
remanescente de produto deteriorado ou inutilizado, renove ou restaure o produto 
para utilização; e,
• Acondicionamento ou reacondicionamento: na alteração ou apresentação do 
produto, pela colocação de embalagem, ainda que em substituição da original, 
salvo quando a embalagem colocada se destine apenas ao transporte de produtos.
• A empresa interessada deverá comprovar mediante Laudo Técnico de Drawback 
e Estrutura de produtos, se estes forem solicitados pela SUEXT (Subsecretaria 
de Operações de Comércio Exterior).
Os principais benefícios do Drawback são fiscais e financeiros. Não havendo o 
recolhimento de tributos, há redução nos encargos e custos financeiros/fiscais, que 
influenciam diretamente no fluxo de caixa da empresa. Assim, a empresa beneficiária 
torna-se mais competitiva no mercado internacional, podendo melhorar seus principais 
pilares comerciais.
ISTO ESTÁ NA REDE
“Sem iniciativas governamentais para ampliar prazos, diante dos impactos 
da pandemia da Covid-19 no setor, exportadoras brasileiras que utilizam o 
drawback estimam perdas de mais de R$ 1,2 bilhão em 2021. O levantamento 
da Confederação Nacional da Indústria (CNI) é referente a 406 atos concessórios, 
dos quais 121 já venceram no primeiro semestre de 2021. A quantia é relativa 
à recomposição tributária pelos insumos que são incorporados aos bens para 
exportação. Para o setor produtivo, há risco de os prejuízos serem ainda maiores, 
uma vez que adesão ao regime é alta, acima de 2 mil empresas”. Quer saber mais? 
Acesse:
https://noticias.portaldaindustria.com.br/noticias/internacional/empresas-estimam-
prejuizos-de-mais-de-r-12-bi-sem-prorrogacao-de-prazos-para-exportacao/
Atualmente, existem três modalidades de drawback: suspensão, isenção e restituição 
de tributos (RFB, 2021). As duas primeiras são administradas pela Secretaria de 
Comércio Exterior – Secex. A terceira modalidade é de competência da Receita Federal 
do Brasil (RFB).
http://www.portaldaindustria.com.br/cni/
https://noticias.portaldaindustria.com.br/noticias/internacional/empresas-estimam-prejuizos-de-mais-de-r-12-bi-sem-prorrogacao-de-prazos-para-exportacao/
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A modalidade suspensão consiste na suspensão de tributos incidentes sobre a 
aquisição, no mercado interno ou via importação, de mercadorias para emprego ou 
consumo na industrialização de produto a ser exportado. Nesta modalidade, que é a 
mais utilizada no Brasil, a empresa beneficiária assume o compromisso de exportar os 
bens produzidos a partir dos insumos adquiridos ao amparo do regime, nas condições 
e prazos definidos na legislação (SISCOMEX, 2021). 
A figura a seguir ilustra esta modalidade de drawback.
Figura 2 - Drawback Suspensão
Fonte: FAZCOMEX (2021)
Por sua vez, a modalidade isenção possibilita a isenção ou redução de tributos 
incidentes na importação ou aquisição doméstica de mercadoria equivalente à 
empregada ou consumida na industrialização de produto previamente exportado, para 
reposição de estoques. Veja este esquema de drawback representado na figura a seguir.
Figura 3 - Drawback Isenção
Fonte: FAZCOMEX (2021)
O drawback de restituição, por fim, trata da restituição dos tributos pagos na 
importação de insumo importado e utilizado na produção de bem exportado. Esta 
modalidade é pouco utilizada, de modo que, atualmente, o regime de drawback 
compreende basicamente as modalidades suspensão e isenção.
Visto estas modalidades de drawback, é evidente para o leitor, que o regime de 
Drawback, independente de sua modalidade, é um regime tributário que tem alcance 
geral. Ou seja, sua utilização é possível desde a pequena indústria até as grandes 
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multinacionais. Pois, não discrimina qualquer segmento da indústria, nem distingue 
país de exportação ou importação (OLIVEIRA, 2021).
10.2.1.6 Incentivos e Guerra Fiscal nas Importações
O termo guerra fiscal representa o esforço competitivo entre os estados e o Distrito 
Federal para que a alocação de investimentos privados seja direcionada aos seus 
respectivos territórios. A principal vantagem usada neste conflito é a concessão de 
benefícios e incentivos fiscais.
A guerra fiscal de ICMS, por exemplo, é prática competitiva comum entre os estados 
brasileiros que buscam atrair empresas de outros territórios para o seu. Estes estados 
oferecem uma série de benefícios e incentivos fiscais de ICMS, como isenções, 
diferimentos, reduções de alíquotas, de base de cálculo, entre outros.
Geralmente, os benefícios fiscais são atribuídos na forma de concessões tributárias 
ou Tratamento Tributário Diferenciado (TTD). Sendo assim, como exemplos, a seguir, 
temos alguns dos benefícios fiscais presentes nos estados brasileiros, quer sejam:
Diferimento do ICMS via TTD Santa Catarina: Santa Catarina é referência em 
importação no Brasil e oferece o TTD 410. O incentivo é atribuído para empresas que 
desejam reduzir o ICMS na entrada de mercadorias no Brasil destinadas à revenda, 
com alíquota reduzida de 0,6% a 2,6%.
Diferimento do ICMS via TTD Espírito Santo: Existem duas TTD: INVEST e FUNDAP. 
O INVEST tem como objetivo o incentivo da importação dentro do estado. Mas, para 
ser beneficiado, as empresas devem se enquadrar em alguns critérios, como a geração 
de empregos, execução de projetos de interesse do estado, entre outros. Por sua 
vez, o FUNDAP(Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias) é voltado para 
empresas que possuem matriz ou filial no Espírito Santo e que também nacionalizam 
produtos dentro do estado.
Corredor de importação de Minas Gerais: Minas Gerais possibilita o diferimento 
(postergação do pagamento) do ICMS sobre operações de importação de mercadorias 
para revenda importadas por MG, além da redução da alíquota nas vendas em operações 
internas e interestaduais das mercadorias importadas destinadas à revenda. No 
processo de importação, para que o contribuinte tenha o benefício do regime especial, 
o desembaraço deve ocorrer, preferencialmente, dentro do estado. Porém, o contribuinte 
pode apresentar justificativa caso a ação ocorra fora de Minas Gerais.
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Paraná Competitivo8: O programa Paraná Competitivo trouxe importantes benefícios 
fiscais para as importações realizadas pelo estado, ampliando a abrangência dos 
benefícios concedidos. As medidas trazem redução do imposto ICMS de importação 
para os estabelecimentos que realizarem operações de revenda da mercadoria importada 
por meio de portos e aeroportos paranaenses, com desembaraço aduaneiro no Estado.
10.3.1 Fechamento de Câmbio nas Importações
Em uma transação normal de importação, o importador brasileiro compra os produtos 
e serviços em moeda estrangeira, que geralmente é o dólar. Logo, para conseguir pagar 
a sua compra, ele precisa passar por um processo chamado: fechamento de câmbio. 
Para Oliveira (2021) o fechamento de câmbio é uma parte essencial para os processos 
do comércio exterior. As transações de importação dependem de um valor contratado 
por ambas partes para negociação do pagamento em moeda estrangeira.
Mas o que significa fechamento de câmbio?
Para Vazquez (2015, p. 168):
O fechamento de câmbio é o processo de conversão de divisas 
estrangeiras (ou seja, moedas de outros países) em moeda nacional 
(no caso do Brasil, o Real). Esse processo é intermediado sempre 
pelo Banco Central do Brasil (Bacen), com a finalidade de fiscalizar e 
regulamentar o mercado.
As fiscalizações acontecem nos processos de importação e exportação. Por isso, 
todas as operações que envolvam câmbio devem estar registradas no Sistema de 
Informações do Banco Central (SISBACEN). Para operacionalização do fechamento 
de câmbio, o primeiro passo é entrar em contato com uma agência de câmbio 
autorizada pelo Banco Central. A partir desse contato, serão solicitadas documentações 
para intermediar o processo de importação e gerar um contrato para intermediar a 
comercialização. 
Quando é gerado um contrato de câmbio com todas informações prestadas. O 
fechamento de câmbio deverá acontecer de acordo com a necessidade dos clientes, 
taxa de juros em vigor e variações na taxa de câmbio. A vantagem de negociar um 
contrato sempre dará a possibilidade de o cliente optar por uma taxa que lhe agrade. Ou 
seja, pesquisar e comparar o agente é importante para o resultado final das transações 
internacionais. Principalmente com o impacto dos custos no processo de comércio.
Uma observação importante é que esse tipo de operação terá até 180 dias antes 
ou depois do embarque dos produtos para ser realizada. Assim, durante o processo 
8 Conheça mais sobre o programa Paraná Competitivo, acessando esse link sugerido:
http://www.fazenda.pr.gov.br/Pagina/Parana-Competitivo
https://www.suno.com.br/artigos/fundo-cambial/
https://www.suno.com.br/artigos/mercado-de-cambio/
https://www.suno.com.br/artigos/balanca-comercial/
http://www.fazenda.pr.gov.br/Pagina/Parana-Competitivo
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de importação ficará a critério do operador saber da relação de: variação do câmbio, 
taxa cambial e termos do contrato. 
 Para concluir uma transação, ou seja, liquidar o contrato de câmbio, a instituição 
responsável pela transferência e conversão das moedas entre exportadores e 
importadores, emitirá o Código Swift e transferirá o valor contratado.
ANOTE ISSO
Código Swift é um código que identifica instituições financeiras pelo mundo e 
permite o envio e o recebimento internacional de valores. O código Swift permite 
que contas de instituições financeiras internacionais se conectem ao mesmo 
sistema e a transferência de valores aconteça. Em uma importação, além do código 
Swift é necessário também o IBAN, que identifica a conta do cliente que irá receber 
as transferências internacionais.
10.4.1 Principais conceitos e siglas usados nas Importações
Na legislação brasileira são estipulados métodos específicos para as operações de 
importação, operações de exportação e para operações financeiras. 
Apresentamos no quadro a seguir os principais termos, procedimentos e métodos 
utilizados como conceitos na importação.
Conceito Descrição
Preços 
Independentes 
Comparados (PIC)
Definido como a média aritmética dos preços de bens, serviços e direitos, idênticos 
ou similares, apurado no mercado brasileiro, ou de outros países, em operações de 
compra e venda, em condições de pagamento semelhantes. 
Preço de Revenda 
menos Lucro 
(PRL)
Definido como a média aritmética preços de revenda dos bens, serviços ou direitos, 
diminuídos dos: descontos incondicionais concedidos; impostos e contribuintes 
sobre vendas; comissões e corretagens pagas; de margem de lucro.
Custo de 
Produção mais 
Lucro (CPL)
Definido como o custo médio de produção de bens, serviços ou direitos, idênticos 
ou similares, no país onde tiverem sido originalmente produzidos, acrescidos dos 
impostos e taxas cobrados pelo referido país, na exportação, e de margem de lucro 
de 20%, calculada sobre o custo apurado.
Conferência 
Aduaneira
Tem a finalidade de identificar o importador, verificar a mercadoria, determinar seu 
valor e classificação, e constatar o cumprimento de todas as obrigações, fiscais e 
outras, exigíveis em razão da importação. Pode ser realizada na zona primária ou na 
zona secundária, e deve ser feita na presença do importador ou seu representante.
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Desembaraço 
Aduaneiro
Uma vez concluída a conferência sem exigência fiscal ou outra dar-se-á o desembaraço 
aduaneiro da mercadoria. Não é desembaraçada a mercadoria sujeita a controles 
especiais, antes de cumpridas as exigências pertinentes. A entrega da mercadoria 
só ocorre após o desembaraço aduaneiro. Porém existem exceções. De acordo 
com a natureza da mercadoria, da operação de importação, e da via de transporte 
utilizada pode ser autorizada anteriormente ao desembaraço: nos casos de despacho 
ou entrega antecipada e de entrega fracionada.
Despacho 
Antecipado
É iniciado após a chegada da mercadoria à repartição aduaneira onde será 
processado. De acordo com a natureza da mercadoria, a qualidade do importador 
ou a via de transporte utilizada, é permitido o registro da declaração de importação 
antes da chegada da mercadoria.
Entrega 
Fracionada
No caso de partida que constitua uma só importação e que não possa ser transportada 
num único veículo, será permitido o seu fracionamento em lotes, devendo cada 
veículo apresentar seu próprio manifesto, e o conhecimento de carga do total da 
partida.
Entrega 
Antecipada
A entrega da mercadoria ao importador antes de totalmente realizada a conferência 
aduaneira, em situações de comprovada impossibilidade de sua armazenagem em 
local alfandegado ou, ainda, em outras situações justificadas, em vista da natureza 
da mercadoria ou de circunstâncias específicas da operação de importação. Por 
exemplo: na importação de produtos químicos ou material explosivo, por questões 
de segurança da repartição aduaneira, pode ser autorizada a entrega antecipada 
dos produtos.
Comprovante de 
Importação
Após o registro do desembaraço aduaneiro no Sistema, é emitido o comprovante de 
importação em via única, a ser entregue ao importador. Ocomprovante de importação 
não substitui a documentação fiscal exigida nos termos da legislação específica 
para efeito de circulação da mercadoria no território nacional. 
Revisão Aduaneira É o ato pelo qual a autoridade fiscal, após o desembaraço da mercadoria, reexamina 
o despacho aduaneiro, com finalidade de apurar a regularidade do pagamento do 
imposto e demais gravames devidos à Fazenda Nacional ou do benefício fiscal 
aplicado e da exatidão das informações prestadas pelo importador.
Mercadoria 
Abandonada
Mercadorias e bens que ficam na zona primária ou em recintos alfandegados 
por prazo acima do permitido na legislação aduaneira (90 dias), assim como as 
mercadorias provenientes de naufrágio ou outros acidentes cujos interessados não 
foram localizados, são considerados abandonados. A mercadoria ou bem abandonado 
sofre processo de perdimento e, após a aplicação da pena de perdimento, tem uma 
das destinações previstas na legislação, como a incorporação à Administração 
Pública ou a venda em leilão.
Vistoria Aduaneira É realizada antes da entrega da mercadoria, e tem a função de verificar ocorrência 
de avaria ou falta de mercadoria estrangeira na entrada no território aduaneiro, 
para identificar o responsável e apurar o crédito tributário dele exigível. Devem 
assistir à vistoria, obrigatoriamente, o depositário, o importador e o transportador; 
e facultativamente, o segurador ou qualquer pessoa que comprove legítimo interesse. 
Quadro 2 – Principais conceitos usados
Fonte: Adaptado de Oliveira (2021, p. 138).
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Observadas as diferentes características conceituais que envolvem o processo de 
importação, principalmente no que condiz a questão tributária e cambial, para o próximo 
capítulo, com o conhecimento apresentado e discutido até aqui, já temos condições 
de simular uma importação de mercadorias via sistema Siscomex e entender quais 
são as rotinas necessárias para torná-la real. Então, com base nesta simulação das 
etapas práticas do processo de importação, bem como, na demonstração dos principais 
procedimentos utilizados, nossa discussão avançará com a prática da importação por 
meio do Simulador de Importação Siscomex.
Estarei com você em mais esta etapa de seu aprendizado.
Até lá!
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AULA 11
SIMULANDO UMA IMPORTAÇÃO
Neste capítulo, simularemos o processo de importação com a sugestão de seis 
passos. Essa sugestão proporciona para pretensos importadores, conhecimentos de 
como esse processo acontece, em termos administrativos e tributários, a partir do 
momento que ele opta pela decisão de importar. A utilização de simuladores é de 
grande importância em qualquer operação de comércio exterior, visto que os principais 
tratamentos administrativos são orientados de forma correta, bem como, temos 
transparência na incidência da carga tributária nos produtos importados. Isto permite 
que o importador possa planejar seu processo de importação com altas probabilidades 
de obter sucesso na operação. Para importar é preciso definir o fornecedor no exterior, 
analisar os procedimentos operacionais, estar devidamente habilitado, entre outras 
características que fazem parte do processo e que tornam este tipo de operação a 
principal porta de acesso para o consumo global.
Está interessado em aprender mais? Vamos adiante com a sugestão dos principais 
passos da importação.
11.1 Passo um: Habilitação e demais registros
As pessoas físicas e jurídicas que estão interessadas em iniciar o processo de 
importação estão obrigadas à habilitação para atuar no comércio exterior e ter acesso 
ao Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), bem como, credenciar seus 
representantes para a prática de atividades relacionadas com o despacho aduaneiro, 
perante a Secretaria da Receita Federal (SRF). Esta habilitação é chamada de Sistema de 
Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros (RADAR). Os procedimentos 
de habilitação no RADAR são disciplinados pela Instrução Normativa da Receita Federal 
do Brasil (RFB) nº 1.288/2012 e Ato Declaratório COANA nº 33/2012, que implica para 
o importador, na prática, cadastramento nos seguintes sistemas:
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• Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) que constitui um sistema 
informatizado que integra as atividades de registro, acompanhamento e controle 
de comércio exterior, realizadas na Secretaria Especial de Comércio Exterior e 
Assuntos Internacionais (Secint), que funciona como vice-ministério, na atual 
estrutura do Ministério da Economia (ME), pela Secretaria da Receita Federal do Brasil 
(RFB) e pelo Banco Central do Brasil (Bacen), que são órgãos gestores do sistema, 
além de outros órgãos anuentes. Nesse sistema as operações de importação são 
registradas e analisadas on-line pelos órgãos gestores do sistema. A habilitação de 
empresas pode ser feita diretamente no Siscomex, a partir do cadastro efetuado 
junto à Secretaria da Receita Federal do Brasil.
• Registro de Exportadores e Importadores (REI), que constitui um cadastro da 
Secint no credenciamento do importador no processamento de operações de 
Comércio Exterior no Siscomex (exportação e importação). Essa inscrição é 
efetuada de forma automática quando ocorre a primeira operação de Comércio 
Exterior registrada por meio do sistema.
11.2 Passo dois: contato com o mercado internacional
Para definir de quem e de onde importar, deve-se pensar que essa decisão acontece 
no contexto de planejamento de necessidades empresariais. A estratégia deve ser bem 
elaborada, para analisar a quantidade do produto a ser importado, a periodicidade da 
importação, formas de pagamento, condições e tempo de transporte. Estas informações 
ajudam na seleção dos possíveis mercados a fornecer a mercadoria para o importador. 
Também, são necessárias algumas análises quanto aos países potenciais, tais como, 
a verificação de acordos comerciais com o Brasil e das alíquotas incidentes. Dados 
indispensáveis para compor o custo da importação do produto.
Após definir o país, a empresa importadora precisa avaliar qual o melhor fornecedor, 
dentro daquele país, para o produto que lhe interessa. A pesquisa pode ser feita por 
meio dos sites das empresas, repartições diplomáticas, contatos em feiras de negócios, 
entre outros. Em muitos casos, a empresa já dispõe de um provável fornecedor no 
exterior (OLIVEIRA, 2019).
Muitos fatores são fundamentais para a escolha do melhor fornecedor, entre eles:
• Capacidade produtiva;
• Preço;
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• Prazo;
• Condições para a entrega do produto no Brasil;
• Atuação e histórico no mercado interno e externo;
• Especificações do produto;
• Carteira de clientes;
• Idoneidade.
O contato inicial com o fornecedor escolhido pode ser feito por e-mail, carta, telefone 
ou até mesmo pessoalmente. Esse contato é fundamental para determinar a escolha 
do produto, o preço, a garantia, a logística e as condições. É conveniente solicitar ao 
exportador o envio de amostras, catálogos e sempre que possível, ter conhecimento 
prévio das instalações da fábrica. Com todos os pontos acordados entre as partes, o 
importador deve solicitar ao exportador a Fatura Pro Forma, que corresponde ao pedido, 
na qual constará os dados comerciais da transação, tais como: o preço, condições de 
venda e forma de pagamento. Este documento foi apresentado no capítulo anterior e 
está disponível para sua consulta, caso precise.
É de suma importância que na Fatura Pro Forma ocorra a definição da modalidade 
de transporte, bem como a forma de pagamento do frete, se ocorrerá pelo importador 
ou pelo exportador. Caso fique acordado que o exportador será responsável pelo 
frete, o conhecimento de embarque será emitidocomo Frete Prepaid1. Entretanto, se 
o importador ficar como responsável pelo frete, o conhecimento de embarque será 
emitido com o Frete Collect2.
11.3 Passo três: Análise do Produto
A análise do produto é fundamental para que não gere nenhum custo não planejado 
no processo de importação, tão pouco, penalidades administrativas e multas. A primeira 
etapa de qualquer análise de produto é a classificação fiscal da mercadoria, para 
enquadrar o produto a ser importado na Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). 
Após devidamente classificado à NCM, o importador precisa verificar se há alguma 
formalização ou restrição para entrada do produto no Brasil. A emissão de licença 
1 Este frete significa que será pago imediatamente após o embarque, para retirada do B/L. Normalmente, esse frete é pago no local ou 
país de embarque, podendo ser pago também no exterior.
2 O frete Collect indica que o destinatário do envio é responsável pelos custos de envio, bem como por quaisquer encargos acessórios 
que possam surgir ao longo do percurso.
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de importação e de certificação de origem, são exemplos de formalização/restrição, 
entre outros requisitos dispostos em normativos legais.
11.3.1 Classificação Fiscal de Mercadorias
A classificação fiscal de mercadorias é importante não somente para determinar os 
tributos envolvidos nas operações de importação, mas também para fins de controle 
estatístico e determinação do tratamento administrativo requerido para determinado 
produto.
O importador deve, a princípio, determinar ele próprio, ou por um profissional por ele 
contratado, a respectiva classificação fiscal do produto a ser importado. Para tanto, 
quem for fazer a classificação deve estar familiarizado com o Sistema Harmonizado de 
Designação e Codificação de Mercadorias e com as Regras Gerais para a Interpretação 
do Sistema Harmonizado, que podem ser pesquisadas por meio da Tarifa Externa 
Comum (TEC) ou da Tabela de Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI), nas 
Notas Explicativas do Sistema Harmonizado (NESH) e em Ementas de Pareceres e 
Soluções de Consulta publicadas em Diário Oficial da União (DOU) (SISCOMEX, 2021).
O Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias ou 
simplesmente: Sistema Harmonizado (SH), é um método internacional de classificação 
de mercadorias, baseado em uma estrutura de códigos e suas respectivas descrições. O 
SH foi criado para promover o desenvolvimento do comércio internacional, assim como 
aprimorar a coleta, a comparação e a análise das estatísticas do comércio exterior. 
Além disso, o SH facilita as negociações comerciais internacionais, a elaboração 
das tarifas de fretes e das estatísticas relativas aos diferentes meios de transporte 
de mercadorias e de outras informações utilizadas pelos diversos intervenientes no 
comércio internacional.
A composição dos códigos do SH, formado por seis dígitos, permite que sejam 
atendidas as especificidades dos produtos, tais como origem, matéria constitutiva e 
aplicação, em um ordenamento numérico lógico, crescente e de acordo com o nível 
de sofisticação das mercadorias (OLIVEIRA, 2019).
O Brasil, a Argentina, o Paraguai e o Uruguai adotam, desde janeiro de 1995, a 
Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), que tem por base o Sistema Harmonizado. 
Assim, dos oito dígitos que compõem a NCM, os seis primeiros são formados 
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pelo Sistema Harmonizado, enquanto o sétimo e oitavo dígitos correspondem a 
desdobramentos específicos atribuídos no âmbito do Mercosul.
11.3.2 Licença de Importação (LI)
Conforme a legislação vigente, no Brasil, a LI poderá ser efetuada de forma automática 
ou não automática. Em ambos os tipos dessas licenças são prestadas informações 
de natureza cambial, fiscal e comercial. Os procedimentos para obtenção da LI foram 
apresentados no capítulo anterior, envolvendo a política brasileira de importação. Em 
regra geral, as importações brasileiras estão dispensadas de licenciamento. Todavia, 
as hipóteses previstas de produtos sujeitos a licenciamento de importação, no atual 
cenário do comércio exterior brasileiro, excedem as importações dispensadas. Por 
este motivo, é importante ficar alerta.
11.3.2.1 Licenciamento automático3
Sempre condicionado à NCM do produto, o licenciamento automático ocorre quando 
não existe nenhuma exigência especial por parte dos órgãos anuentes. Sua obtenção 
se dará de forma automática pelo Siscomex. Ou seja, com a formulação da Declaração 
Única de Importação (DUIMP). O licenciamento automático poderá ser efetuado após 
o embarque da mercadoria no exterior, mas anteriormente ao despacho aduaneiro de 
importação.
11.3.2.2 Licenciamento não automático
Também condicionado à NCM do produto, o licenciamento não automático ocorre 
quando existem exigências, tais como autorizações por parte do órgão anuente para 
que possa embarcar a mercadoria e prosseguir com o processo de importação. Dentre 
os produtos relacionados no Siscomex, sujeitos a licenciamento não automático, 
destacam-se:
• Produtos sujeitos à obtenção de cotas tarifária e não tarifária;
• Sob amparo dos benefícios da Zona Franca de Manaus e das Áreas de Livre 
Comércio;
3 A fundamentação legal está nos artigos 14 e 16 da Portaria Secex nº 23/2011. Esta portaria pod e ser acessado, aqui: http://siscomex.
gov.br/legislacao/secex/
http://siscomex.gov.br/legislacao/secex/
http://siscomex.gov.br/legislacao/secex/
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• Produtos sujeitos à anuência do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico 
e Tecnológico (CNPq);
• Produtos originários de países com restrições constantes de Resoluções da 
Organização das Nações Unidas (ONU);
• Em substituição de mercadoria, nos termos da Portaria do Ministério da Fazenda 
nº 150/1982;
• Produtos sujeitos a medidas de defesa comercial e de bens idênticos aos sujeitos 
a medidas de defesa comercial, quando originários de países ou produtores 
não gravados.
O licenciamento não automático deverá ser efetuado previamente ao embarque da 
mercadoria no exterior. O pedido deverá ser registrado no Siscomex pelo importador 
ou por seu representante legal ou, ainda, por agentes credenciados pelo Decex4 e por 
meio da Receita Federal do Brasil (RFB).
O licenciamento não automático poderá ser efetuado após o embarque da mercadoria 
no exterior, mas anteriormente ao despacho aduaneiro, nas seguintes situações 
transcritas a seguir.
• Importações ao amparo dos benefícios da Zona Franca de Manaus e das 
Áreas de Livre Comércio, exceto quando o produto estiver sujeito a Tratamento 
Administrativo no Siscomex que exija o cumprimento da condição prevista;
• Mercadoria ingressada em entreposto aduaneiro ou industrial na importação;
• Importações sujeitas à anuência do CNPq;
• Importações de brinquedos;
• Importações de mercadorias sujeitas à anuência da Agência Nacional do Petróleo, 
Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), do Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento (MAPA) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), 
quando previsto na legislação específica; e,
• Nos casos de nacionalização de unidades de carga, código NCM 8609.00.00, seus 
equipamentos e acessórios, usados, desde que se trate de contêineres rígidos, 
padrão ISO/ABNT (International Organization for Standardization/Associação 
Brasileira de Normas Técnicas).
4 É o órgão responsável pela operacionalização das políticas da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O Decex administra o Sistema 
Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) e sua função é simplificar a operacionalidade do comércio exterior brasileiro e promover as exportações.
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A fundamentação legal deste tipo de licenciamento também estácontida na Portaria 
Secex nº 23/2011, artigos 15, 17 e 18 (SISCOMEX, 2021).
ISTO ESTÁ NA REDE
O que significa: Licença de Importação INMETRO? A licença de importação Inmetro 
é um documento eletrônico emitido no SISCOMEX, sistema da Receita Federal, 
para controle de operações de importação e exportação que contém dados sobre 
a mercadoria a ser importada. O Inmetro no comércio exterior opera como órgão 
anuente sobre o controle de alguns produtos. Brinquedos, rodas automotivas e 
seringas hipodérmicas são alguns exemplos de produtos amparados pelo órgão.
Para obter uma licença de importação Inmetro é necessário que tenham sido 
observados os processos de certificação de um fornecedor e do produto a ser 
importado, além da correta confecção do documento. Já, para determinar qual 
modelo de certificação a ser seguido para um produto, alguns fatores são levados 
em consideração. O nível de confiança e as características da matéria-prima são 
alguns deles.
A coleta de amostras do produto para posterior ensaio é o procedimento observado 
em qualquer modelo de certificação. Outros procedimentos também podem 
ser utilizados. Ensaios periódicos da mercadoria na fábrica ou no comércio, por 
exemplo, são procedimentos para atestar a conformidade dos produtos. 
Os procedimentos detalhados para obter este licenciamento podem ser 
encontrados no portal do Inmetro, disponível em:
http://www.inmetro.gov.br/
11.4 Passo quatro: Embarque no Exterior
Definidas as questões comerciais e as questões dos tratamentos administrativos, 
o importador pode autorizar o embarque da mercadoria no exterior. O exportador 
enviará, conforme as modalidades de pagamento acordadas, os documentos que 
darão a permissão ao importador para liberar a mercadoria na aduana brasileira, 
como: fatura comercial, packing list, certificado de origem, conhecimento de embarque, 
certificado fitossanitário, entre outros. Os principais documentos são apresentados 
nesta sequência.
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11.4.1 Fatura Comercial
A fatura comercial é o documento de natureza contratual que espelha a operação de 
compra e venda entre o importador brasileiro e o exportador estrangeiro. Tal documento, 
com a via original assinada de próprio punho pelo exportador, instruirá a Declaração 
Única de Importação (DUIMP).
A primeira via da fatura comercial será sempre a original, podendo ser emitida, 
assim como as demais vias, por qualquer processo. Será aceita como primeira via 
da fatura comercial, quando emitida por processo eletrônico, aquela da qual conste 
expressamente tal indicação.
A fatura deve conter as seguintes indicações (FISCOSOFT, 2014):
• Nome e endereço, completos, do exportador e do importador;
• Especificação das mercadorias em português ou em idioma oficial do Acordo Geral 
sobre Tarifas e Comércio, ou, se em outro idioma, acompanhada de tradução em 
língua portuguesa, a critério da autoridade aduaneira, contendo as denominações 
próprias e comerciais, com a indicação dos elementos indispensáveis à sua 
perfeita identificação;
• Marca, numeração e, se houver, número de referência dos volumes;
• Quantidade e espécie dos volumes;
• Peso bruto dos volumes, entendendo-se, como tal, o da mercadoria com todos 
os seus recipientes, embalagens e demais envoltórios;
• Peso líquido, assim considerado o da mercadoria livre de todo e qualquer 
envoltório;
• País de origem, como tal entendido aquele onde houver sido produzida a 
mercadoria ou onde tiver ocorrido a última transformação substancial;
• País de aquisição, assim considerado aquele do qual a mercadoria foi adquirida 
para ser exportada para o Brasil, independentemente do país de origem da 
mercadoria ou de seus insumos;
• País de procedência, assim considerado aquele onde se encontrava a mercadoria 
no momento de sua aquisição;
• Preço unitário e total de cada espécie de mercadoria e, se houver, o montante 
e a natureza das reduções e dos descontos concedidos ao importador;
• Frete e demais despesas relativas às mercadorias especificadas na fatura;
• Condições e moeda de pagamento; e Incoterm utilizado.
COMÉRCIO EXTERIOR NO 
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PROF. CLAUDIO ZANCAN
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11.4.2 Packing List ou Romaneio de Carga
O romaneio de carga é o documento de embarque que discrimina todas as 
mercadorias embarcadas ou todos os componentes de uma carga em quantas partes 
estiver fracionada. O romaneio tem o objetivo de dar a conhecer detalhadamente 
como a mercadoria está apresentada, a fim de facilitar a identificação e localização 
de qualquer produto dentro de um lote, além de facilitar a conferência da mercadoria 
por parte da fiscalização, tanto no embarque como no desembarque.
Contém comumente os seguintes elementos (SISCOMEX, 2021):
• Quantidade total de volumes (embalagem);
• Marcação dos volumes;
• Identificação dos volumes por ordem numérica; e
• Espécie de embalagens (caixa,pallet, entre outros) contendo peso líquido, peso 
bruto, dimensões unitárias e o volume total da carga.
O romaneio é exigível em situações em que é prática corrente sua emissão. A 
previsão normativa que exige apresentação do documento são as disposições do 
§ único do art. 553 do Regulamento Aduaneiro c/c inc. III do art. 18 da IN SRF nº 
680/06, em que se menciona que a declaração de importação será instruída com o 
romaneio de carga, quando aplicável.
A função básica do romaneio é a identificação de conjuntos de volumes, em regra, 
mercadorias embaladas. Em situações em que não é prática usual a emissão de tal 
documento, não há que se falar em instrução da Declaração de Importação com 
o romaneio e, por conseguinte, tampouco em imposição de multa. Exemplos de 
situações em que não é prática a emissão do romaneio de carga: granéis e cargas não 
embaladas que por si só se identificam como automóveis (nº do chassi) ou máquinas 
e equipamentos de grande porte (nº de série) (SISCOMEX, 2021).
A não-apresentação do romaneio de carga (packing-list) na instrução do despacho 
aduaneiro (em situações em que seja prática corrente sua emissão) enseja a aplicação 
da multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) prevista na alínea “e”, inciso VIII do art. 728 
do Regulamento Aduaneiro5.
5 Acesso em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6759.htm
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=15618
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=15618
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6759.htm
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Figura 1 – Packing List
Fonte: Siscomex (2021)
11.4.3 Conhecimento de Embarque
Conhecimento de Embarque é o documento emitido por conta do transportador, e nele 
deve constar o tipo e quantidade de mercadorias embarcadas, quem é o embarcador, 
ou consignatário, os portos (aeroportos) de embarque e descarga, o nome do navio 
(avião) transportador e o valor do frete.
O conhecimento de embarque deve ser assinado pelo comandante (capitão) do navio 
ou avião ou preposto expressamente autorizado para tanto. Admite-se o recebimento 
das mercadorias descritas a bordo do navio ou avião mencionado, em boa ordem e 
condições, no local ou porto mencionado, com a obrigação de entregá-las, no porto 
ou local de destino mencionado, nas mesmas condições recebidas, ao consignatário 
nomeado ou o portador do conhecimento de embarque, mediante o pagamento do frete.
O conhecimento de embarque (BL - Bill of Lading) é um dos documentos mais 
importantes do comércio exterior, emitido pela companhia responsável pelo transporte 
da mercadoria. O BL é um contrato de transporte, recibo de entrega da carga e a título 
de crédito. Veja um exemplo na figura a seguir.
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Figura 2 – Exemplo de Bill of Lading (BL)
Fonte: OLIVEIRA (2019)

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