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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro CEDERJ /UFRRJ Gabarito da 2ª Avaliação à Distância – AD2 – 1º. semestre de 2017 Disciplina: Fundamentos da Educação I Coordenadora: Liliane Barreira Sanchez PÓLO/CURSO:__________________________________________________________ ALUNO(A):_____________________________________________________________ Prezado (a) aluno (a), Nesta segunda AVALIAÇÃO À DISTÂNCIA deste semestre, desejamos obter dados sobre suas leituras, reflexões e análises dos conteúdos e temas estudados. Para tanto, solicitamos que você responda às questões sem copiá-las de outras fontes ou autores e explicitando amplamente os seus conhecimentos, exercitando e desenvolvendo seu potencial de compreensão e argumentação. Q U E S T ÃO (Vale 10 pontos) Fundamentando-se nos estudos referentes às aulas 10 e 11, analise a figura abaixo e discorra sobre a postura que a escola deve assumir diante da diversidade cultural presente nos diferentes contextos contemporâneos e, em especial, no ambiente das salas de aula? Qual deve ser a postura ética assumida pelos professores? A reflexão ética não deve ser dogmática, mas crítica, aberta a questionamentos acerca da formação dos valores de sociedades e grupos que apresentam costumes e comportamentos próprios e diversos, que mudam com as condições históricas. Sendo assim, uma possibilidade que tem sido apresentada como capaz de atenuar as diferenças de opinião e de crenças consiste em relativizar os valores. Tem-se aqui o argumento de que diferentes culturas ou comunidades adotam critérios diversos sobre o que é bom, o que exigiria que todos eles fossem validados, tendo em vista que fazem parte de tradições ou simplesmente se tornaram um hábito aceito consensualmente. Essa posição, contudo, também pode ser problemática e não se mostrar suficiente, nem apropriada para resolver questões do cotidiano. Se a adotarmos, corremos o risco de defender que compete a cada grupo social definir sua própria tábua de valores, não cabendo mais nada a ser dito sobre o assunto. Deste modo, a pluralidade cultural, levada ao seu limite, tornaria inócua a discussão, posto que parte da ideia de que cada comunidade torna-se o seu próprio parâmetro de avaliação. Porém, mesmo reconhecendo a diversidade de valores e as diferenças culturais, o professor deve tentar equacionar esses conflitos, deve adotar caminhos de ação para resolver as contradições que acontecem no espaço escolar. Fundamentalmente, deve procurar mediar e estimular o diálogo entre os grupos em conflito. Determinadas tomadas de decisões na escola exigem, muitas vezes, contrariar alguns interesses; não é possível satisfazer, o tempo todo, os diversos integrantes da instituição educacional. A convivência ética na escola (e na sociedade) está sujeita a alguns conflitos de difícil resolução, à medida que coloca em jogo diferenças culturais e mesmo valores antagônicos. Um caso exemplar envolvendo questões religiosas e profundas diferenças entre a cultura ocidental e a oriental ocorreu recentemente na França, mais exatamente no ano de 2004, quando foi aprovada uma lei que proíbe que seja utilizado qualquer símbolo religioso dentro dos estabelecimentos pedagógicos públicos. Assim, deixou de ser permitido que alunos e alunas portem adornos como o véu islâmico, o solidéu (“quipá”) judaico e o crucifixo cristão. Ora, se entendemos a escola como lugar privilegiado para a convivência das diferenças, não seria uma contradição privá-la da possibilidade de manifestação de crenças religiosas pessoais? A escola pública laica pretende se afirmar pela aceitação e respeito das diferentes crenças religiosas. Sendo assim, seria adequado proibir as manifestações e expressões das diversas crenças de cada sujeito? Quais seriam os limites entre liberdade e neutralidade, em se tratando de formação humana? Sem dúvida, a decisão francesa ainda vai gerar muita polêmica. Numa perspectiva ética, a escola deve assumir cada vez mais seu papel de pensar a conduta individual dentro de uma sociedade plural, na qual o que pode parecer certo para um, mostra-se inadequado para outro. O professor geralmente é um modelo de conduta a ser seguido. Ele deve tratar de ter uma prática coerente com seu discurso e teorias ensinadas. Assim, se ele fala em virtudes democráticas, em tolerância e em aceitação das diferenças, seria incongruente que se exaltasse com alunos barulhentos ou desatentos. Mas, também é preciso manter a ordem necessária no ambiente escolar para possibilitar a construção do conhecimento e garantir o processo de ensino-aprendizagem. Cabe àquele que é educador manter atitudes coerentes com os valores de uma convivência democrática e garantir a harmonia entre seus alunos, contribuindo para educá-los como cidadãos livres e cons- cientes de seus direitos e deveres. Nesse sentido, a escola deve ter um sólido compromisso com o aprimoramento do debate ético, de modo sistemático, sobre as ações e as condutas dos indivíduos em sociedade. Porque, antes de tudo, os valores morais são criações humanas e podem ser aprendidos e apreendidos. Não são aspectos comportamentais eternos, nem imutáveis. Não são “verdades absolutas”. Nesse sentido, a escola pode sugerir debates que busquem suprir a necessidade de desenvolver a capacidade de deliberar sobre nossos próprios modos de valorar, de construir parâmetros de conduta e convivência em sociedade, para que, nas relações humanas, possamos lidar com as diferenças de maneira natural.
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