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Cuidado integral ao paciente nas doenças infecto-parasitárias

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CUIDADO INTEGRAL AO 
PACIENTE NAS DOENÇAS 
INFECTO-PARASITÁRIAS 
Lisiane Silveira Zavalhia
Medidas de biossegurança
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: 
 � Reconhecer o conceito de biossegurança.
 � Identificar as principais estratégias de ação definidas pelo Ministério 
da Saúde em relação à biossegurança.
 � Descrever ações de biossegurança empregadas no exercício de ati-
vidades em enfermagem.
Introdução
O profissional da enfermagem está constantemente exposto a uma 
diversidade de riscos. A segurança nos ambientes que envolvem os 
serviços de assistência à saúde deve ser tratada como prioridade. Nesse 
contexto, a biossegurança tem um papel essencial. Suas ações devem 
ser bem reconhecidas e rigorosamente cumpridas, voltadas sempre para 
a proteção dos profissionais, dos pacientes e do meio ambiente.
Neste capítulo, você vai reconhecer os conceitos de biossegurança, 
conhecer os principais riscos envolvidos, conhecer os equipamentos de 
proteção individual (EPIs) e os equipamentos de proteção coletiva (EPCs), 
identificar as principais estratégias de ação definidas pelo Ministério da 
saúde em relação ao tema, além de conhecer as ações de biossegurança 
empregadas no exercício das atividades da enfermagem.
Biossegurança
O profissional da enfermagem está constantemente exposto a uma diversidade 
de riscos. A segurança nos ambientes que envolvem os serviços de assistência 
à saúde deve ser tratada como prioridade.
Na década de 1980, a ênfase sobre segurança biológica envolvia primor-
dialmente a proteção para riscos físicos e químicos e patologias infecciosas. 
Com o aumento de infecções virais por HIV, hepatite B e hepatite C, o cuidado 
com essa segurança aumentou e começou a se ter maior preocupação sobre 
a prevenção, sobre a exposição e sobre como ocorria a transmissão dessas 
patologias. Quando se teve conhecimento de como se davam as formas de 
transmissão dessas patologias, foi vista a necessidade de implementação de 
medidas de biossegurança nos ambientes de trabalho para aumentar a proteção 
de todos os envolvidos: pacientes, profissionais e ambiente.
A palavra biossegurança define um conjunto de ações voltadas para pre-
venir, controlar, atenuar ou eliminar riscos ligados às atividades que venham 
interferir ou comprometer a qualidade de vida, a saúde humana e o meio 
ambiente. As ações de biossegurança são essenciais para a promoção e a 
manutenção do bem-estar e para a proteção à vida. Elas envolvem técnicas, 
metodologias, dispositivos e equipamentos.
Apenas no ano de 1995 surgiu a primeira Lei de Biossegurança, a Lei nº 
8.974. Dessa forma, foi criada a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança 
(CTNBio), que trata da saúde do trabalhador, do meio ambiente e também 
da biotecnologia.
A Lei nº 8.974 foi revogada pela Lei nº 11.105, que institui normas de 
segurança e métodos para fiscalizar atividades envolvendo organismos ge-
neticamente modificados (OGMs) e derivados, objetivando proteger a saúde 
humana, animal e vegetal, bem como proteger o meio ambiente. Essa Lei cria 
o Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS), descreve que toda instituição 
que utilizar técnicas e métodos de engenharia genética ou realizar pesquisas 
com OGM e seus derivados tem como dever criar uma Comissão Interna de 
Biossegurança (CIBio), reestruturar a CTNBio, além de dispor sobre a Política 
Nacional de Biossegurança (PNB).
Biossegurança: aplicações
Algumas palavras que serão tratadas neste capítulo devem ser conceituadas 
para um melhor entendimento. Conceitua-se perigo como qualquer compo-
nente, seja químico, físico ou biológico, que possa causar efeito adverso à 
saúde humana, animal e ambiental. Já o risco pode ser conceituado como 
sendo a probabilidade de ocorrer um efeito adverso que decorra da exposição 
a uma situação de perigo.
Caracteriza-se como um agente de risco qualquer componente de natureza 
física, química ou biológica que venha a comprometer a saúde do homem, 
dos animais e do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. 
Dessa forma, a avaliação de riscos é essencial para implantar uma ação em 
biossegurança (BRUNO, 2014). 
Medidas de biossegurança2
A avaliação de risco pode ser definida como um conjunto de procedimentos 
ou métodos, por meio dos quais é concebível identificar e avaliar a probabilidade 
de ocorrência de efeitos adversos (BRASIL, 2010).
Os riscos podem ser categorizados como a seguir.
 � Riscos físicos: podem ser causados pela exposição a fatores como 
temperaturas extremas, radiações, ruídos, vibrações, pressões anormais, 
entre outros, caracterizados como riscos causados pela exposição a 
algum tipo de energia, nesse grupo pode-se citar calor, frio, ruídos, 
radiações, pressões anormais e vibrações.
 � Riscos químicos: podem ser causados pela exposição a agentes químicos 
como solventes, medicamentos, produtos químicos, corantes, com-
bustíveis, cáusticos, voláteis, explosivos, irritantes, entre outros. Esse 
grupo de risco tem extrema importância, pois acidentes com substâncias 
químicas, além de muito perigosos, estão entre os mais comuns.
 � Riscos biológicos: podem ser causados pela presença de microrganismos 
que podem gerar patologias graves aos seres humanos. 
 � Riscos ergonômicos: podem ser causados por alterações psicofisiológicas 
no trabalhador, causando-lhe desconforto ou interferindo em sua saúde, 
como o levantamento e o transporte manual de peso, o ritmo excessivo 
de trabalho, a repetitividade, o transporte e a descarga de materiais, a 
postura inadequada de trabalho, entre outras.
 � Risco de acidentes: são considerados quando ocorre um evento indese-
jado que resulte em lesão pessoal ou dano material, como queimaduras, 
cortes e perfurações.
A Norma Regulamentadora nº 32 (NR-32) aborda a se-
gurança e a saúde no trabalho em estabelecimentos de 
saúde. Fique atento a ela e leia na íntegra acessando o link 
a seguir ou o código ao lado.
https://qrgo.page.link/CEZre
3Medidas de biossegurança
Classes de riscos de agentes biológicos
Importante salientar que existem diversos tipos de agentes biológicos, tanto 
humanos quanto animais, e que eles são categorizados em classes de risco 
conforme seus critérios de patogenicidade: alteração genética ou recombi-
nação gênica, estabilidade, virulência, modo de transmissão, endemicidade, 
consequências epidemiológicas, disponibilidade de profilaxia e terapêutica 
existente e eficaz. 
Os agentes biológicos são classificados em classes de 1 a 4 (BRASIL, 2017):
 � Classe de risco 1: encontram-se nesta classe de risco os agentes bioló-
gicos que não causam patologias nos homens ou nos animais adultos 
sadios. Exemplo: Lactobacillus sp. 
 � Classe de risco 2: encontram-se nesta classe de risco os agentes bio-
lógicos capazes de provocar patologias no homem ou nos animais. 
Apresentam potencial limitado de propagação na comunidade e de 
disseminação no meio ambiente. Exemplo: Schistosoma mansoni e 
vírus da rubéola. 
 � Classe de risco 3: encontram-se nesta classe de risco os agentes bioló-
gicos que apresentam capacidade de transmissão por via respiratória 
e que causam patologias humanas ou animais, potencialmente letais. 
Apresentam risco de se disseminarem na comunidade no meio am-
biente, podendo se propagar de pessoa a pessoa. Exemplo: vírus da 
imunodeficiência humana (HIV). 
 � Classe de risco 4: encontram-se nesta classe de risco os agentes bioló-
gicos com alto poder de transmissibilidade por via respiratória ou de 
transmissão desconhecida. São capazes de causar patologias humanas 
e animais de alta gravidade, com alta capacidade de disseminação na 
comunidade e no meio ambiente. Exemplo: vírus ebola.
Observe a seguir o Quadro 1.
Medidas de biossegurança4
Fonte: Adaptado de Brasil (2017).
Classe de risco
Risco 
individual
Risco à 
coletividade
Profilaxia ou 
terapia eficaz
1 Baixo Baixo Existe
2 Moderado Baixo Existe
3 Elevado Moderado Usualmente 
existe
4 Alto Alto Ainda nãoexiste
Quadro 1. Classes de risco dos agentes biológicos de acordo com o risco individual, o 
risco para coletividade e a disponibilidade de profilaxia e terapêutica
Estratégias de ação de biossegurança
No nosso país, a Lei de Biossegurança (Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005), 
aprovada pelo Congresso Nacional, revogou a Lei nº 8.974, de 5 de janeiro 
de 1995, objetivando regulamentar a produção e a comercialização de OGMs 
e a pesquisa com o uso de células-tronco. Essa mesma Lei deu origem ao 
CNBS, composto por Ministros de Estados da Justiça, da Saúde e do Meio 
Ambiente, além de criar a CTNBio, formada por cientistas e que estabelece 
algumas diretrizes sobre a PNB (RODRIGUES et al., 2018).
No âmbito do Ministério da Saúde, a biossegurança é tratada pela Comis-
são de Biossegurança em Saúde (CBS) (Portaria nº 1.683, de 28 de agosto de 
2003), que tem como objetivo definir as estratégias de atuação, avaliação e 
acompanhamento das ações envolvidas na biossegurança (BRASIL, 2003).
As infecções hospitalares constituem um grande problema de saúde pú-
blica e, considerando o fato de que a prevenção e controle destas envolvem 
medidas voltadas para a qualificação de assistência hospitalar, o Ministério 
da Saúde institui o Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH), 
que objetiva a redução máxima da incidência e da gravidade das infecções 
hospitalares. O PCIH foi estabelecido pela Lei Federal nº 6.4318 e mantido 
por meio da Portaria MS nº 2.616, de 12 de maio de 1998.
5Medidas de biossegurança
Dessa forma, os hospitais devem compor uma Comissão de Controle de 
Infecção Hospitalar (CCIH). Essa comissão deverá ser composta por profis-
sionais da área de saúde, de nível superior, como consultores e executores. Os 
consultores representarão o serviço médico, os profissionais da enfermagem, 
a farmácia, o laboratório de microbiologia e a administração. Já os executores 
deverão ser compostos por pelo menos dois técnicos de nível superior da 
área de saúde (um dos membros executores deve ser, preferencialmente, um 
enfermeiro) (AGOSTINHO; MOURA; CZARNABAY, 2012).
O Ministério da Saúde, no ano de 2010, publicou as Diretrizes Gerais para 
o Trabalho em Contenção com Agentes Biológicos. Essas diretrizes objeti-
vam atender às necessidades básicas de biossegurança de modo a orientar as 
atividades com agentes biológicos em regime de contenção, visando prover 
procedimentos seguros, tanto para serviços de saúde quanto para promover 
a segurança dos profissionais e usuários expostos a esses agentes (BRASIL, 
2010).
Barreiras de contenção 
Destinam-se à proteção dos profissionais da saúde contra os agentes contami-
nantes por meio do uso adequado de EPIs, EPCs e também da adoção das boas 
práticas de laboratório (BPLs) e da vacinação correta. O uso dos EPIs e EPCs 
promovem a redução ou a eliminação da exposição da equipe de trabalho, de 
outras pessoas e do meio ambiente àqueles agentes potencialmente perigosos.
Existe uma norma do Ministério do Trabalho e Emprego, a Norma Regu-
lamentadora nº 6 (NR-6), que claramente estabelece que o empregador tem 
o dever de adquirir e fornecer os EPIs ao trabalhador, orientá-lo e treiná-lo 
para o seu uso correto, armazenamento e conservação, além de dever realizar 
periodicamente a higienização e a manutenção e, em caso de dano e/ou extravio, 
realizar a substituição dele.
Veja a seguir os EPIs comumente conhecidos e utilizados.
 � Avental/jaleco: deve ser utilizado por todos os profissionais em am-
biente de saúde. Recomenda-se que seja confeccionado em algodão, 
com manga longa, punho sanfonado, na altura dos joelhos e utilizado 
sempre fechado/abotoado. É recomendado que esse avental não seja 
utilizado fora do ambiente de trabalho nem guardado ou lavado junto 
com roupas pessoais. 
Medidas de biossegurança6
 � Luvas: devem ser utilizadas por todos os profissionais em ambientes de 
saúde que manipulem amostras biológicas e reagentes e que trabalhem 
com lavagem de materiais, manipulação de resíduos de saúde, transporte 
e estocagem de produtos químicos ou em qualquer atividade com risco 
conhecido e atendimento ao paciente. Essas luvas sempre devem ser 
descartadas corretamente, após o uso ou manipulação de algum agente 
biológico, ou quando sua integridade estiver comprometida. Sua fabri-
cação pode ser em diferentes materiais e a escolha de cada uma deve 
atender às atividades a serem desenvolvidas.
 � Máscaras e respiradores: são utilizados para promover a proteção de 
boca e nariz contra respingos e/ou inalação de partículas em aerossol 
e substâncias químicas que venham a ser voláteis e tóxicas.
 � Óculos de proteção: são utilizados para proteger os olhos contra res-
pingos de material biológico, substâncias químicas e outras partículas.
 � Sapatos: o uso de sapatos é recomendado para evitar respingos de subs-
tâncias ou materiais biológicos, derramamento de líquidos e impacto de 
objetos diversos, cacos vidros e materiais perfurocortantes, protegendo 
assim a saúde do profissional. Importante saliente que estes, devem 
ser fechados, não podendo ser utilizados chinelos, sandálias e outros 
calçados que sejam abertos.
 � Cabelos: recomenda-se que os profissionais da saúde mantenham seus 
cabelos presos, evitando que entre em contato com algum material no 
momento de trabalho, evitando acidentes.
 � Touca: nos ambientes hospitalares e laboratoriais, além de ser recomen-
dado que os cabelos fiquem presos, conforme o tipo de atividade a ser 
desenvolvida, os cabelos necessitam também ser protegidos por toucas. 
As toucas protegem os cabelos de possíveis agentes contaminantes 
que possam existir no local e evitam que os cabelos contaminem uma 
área estéril.
Os EPCs têm o propósito de proteger o meio ambiente e a saúde e a inte-
gridade dos indivíduos de determinada área. O seu uso pode ser em rotinas, 
ou em situações emergenciais, logo, estes devem ser instalados em locais de 
fácil acesso e devidamente sinalizados. Os principais EPCs são:
 � autoclaves;
 � cabine de segurança química;
 � capelas de segurança biológica;
 � chuveiros de emergência;
7Medidas de biossegurança
 � estufas;
 � extintores de incêndio;
 � kit de primeiros socorros;
 � lava-olhos.
No ano de 2018, a Anvisa emitiu uma nota técnica de 
extrema relevância para os profissionais dos serviços de 
saúde. Ela aborda orientações gerais para a higiene das 
mãos em serviços de saúde. Confira na íntegra a Nota 
Técnica nº 01/2018 acessando o link a seguir ou o código 
ao lado.
https://qrgo.page.link/q86uz
A biossegurança na enfermagem
Em termos cronológicos, podemos observar que, antigamente, as doenças se 
propagavam com maior facilidade, num cenário de recursos precários ou até 
mesmo inexistentes, estruturas sem preparo e também pela falta de conheci-
mento sobre a ampla gama de microrganismos envolvidos nos processos de 
saúde e doença.
Quando falamos do âmbito da enfermagem, é importante lembrar-se de 
uma figura muito importante historicamente, a enfermeira Florence Nightin-
gale, que fez feitos muitos significativos no que se trata ao estabelecimento 
do conceito da preparação formal para o exercício de enfermagem. Alguns 
artigos a referem, inclusive, como sendo a fundadora da enfermagem moderna. 
Ela atentou para as condições do paciente e do meio em que estava inserido e 
descreveu estratégias de cuidado para o paciente que incluíam individualização, 
limpeza e distanciamento de leitos nas enfermarias.
Florence e mais 38 enfermeiras foram trabalhar no hospital da base de 
Scutari em Constantinopla, no ano de 1854, e chegaram a ser responsáveis 
por 1500 pacientes. Durante o conflito entre a Rússia e as forças aliadas de 
Inglaterra, França e Turquia, o número de pacientes variava entre 3 e 4 mil 
pacientes, incluindo feridos de guerra. As condições hospitalares eram pre-
Medidas de biossegurança8
cárias, não havia sanitários, bacia, sabão nem toalhas. Os eitos e as roupas de 
cama não eram suficientes e as pessoas se alimentavam com as mãos.Essas 
precariedades refletiam numa taxa de mortalidade de 42%. A enfermeira 
Florence tomou iniciativas de grande impacto nas taxas de mortalidade, me-
lhorou as condições sanitárias, gerou assistência e conforto aos seus pacientes 
além de abrir cozinhas e lavanderias, assim, a taxa de mortalidade reduziu 
significativamente para 2,2% (FONTANA, 2006).
Florence constatou que os pacientes com patologias semelhantes apre-
sentavam melhora se colocados em ambientes separados de outros pacientes 
com doenças distintas, uma demonstração de como eram evitadas as formas 
contaminações cruzadas. Enfatizou e lutou pela necessidade de ambientes 
assépticos nos hospitais e esclareceu como se dava a transmissão da infec-
ção principalmente por contato com substâncias orgânicas. Como proposta 
de melhorias, organizou treinamento para as profissionais da enfermagem, 
que abordava temas sobre limpeza e desinfecção e orientou a construção de 
hospitais que pudessem possibilitar maior isolamento entre os pacientes.
E embora, não existissem ações bem estabelecidas e normas de biossegu-
rança, é possível perceber que o uso de boas práticas na saúde denota diferenças 
significativas. Uma grande preocupação atual são as infecções hospitalares, e 
pensar na sua prevenção é extremamente importante. Estas podem ser evitadas 
por meio de hábitos como a lavagem correta das mãos, no correto processo de 
esterilização de materiais e na correta execução de procedimentos no paciente. 
As medidas de biossegurança devem ser rigorosamente seguidas, espe-
cialmente pelos profissionais da enfermagem e pelos médicos, os quais tra-
balham constantemente com o contato direto com o paciente, além dos outros 
profissionais que também convivem no ambiente hospitalar e manejam com 
amostras biológicas potencialmente contaminantes (AGOSTINHO; MOURA; 
CZARNABAY, 2012).
Acesse o link a seguir e conheça mais sobre a Resolução nº 50, que dispõe sobre o 
Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de 
projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde.
https://qrgo.page.link/u1R1A
9Medidas de biossegurança
Medidas de precaução
No intuito de bloquear a transmissão de microrganismos para evitar a comina-
ção do profissional, do paciente, meio ambiente e do ambiente de trabalho, se 
faz necessário utilizar algumas medidas de precaução padrão (OPPERMANN; 
PIRES, 2003). Veja a seguir quais são.
 � Lavagem das mãos: a correta lavagem das mãos é medida de extrema 
importância para bloquear a transmissão de microrganismos e tentar 
assim evitar a contaminação cruzada. A lavagem de rotina, com água 
e sabão, elimina não somente a sujidade, mas também microrganismos. 
As mãos devem ser lavadas antes de iniciar qualquer atividade e logo 
após concluir.
 � Manipulação de materiais e instrumentos: materiais e instrumentos 
são fontes de transferência de microrganismos tanto para pacientes 
quanto para o ambiente, pois estão em contato com fluídos como san-
gue, secreção e excreções. Esses instrumentos que são reutilizados 
contam com uma rotina de reprocessamento, então é imprescindível 
que o profissional analise se estes estão em condições limpas e de 
desinfecção/esterilização antes de iniciar sua rotina de trabalho e de 
entrar em contato. O profissional também deve se certificar de que os 
materiais descartáveis estão sendo utilizados da maneira adequada e 
também sendo descartados corretamente.
 � Manipulação de perfurocortantes: a manipulação desses materiais 
exige muita atenção, pois podem causar acidentes. Eles devem ser 
descartados da maneira correta em caixas rígidas e impermeáveis que 
devem estar posicionadas próximas ao operador. Uma orientação é 
que as agulhas nunca devem ser recapadas, removidas com as mãos, 
entortadas ou quebradas. 
 � Ambiente e equipamentos: as unidades de saúde contam como rotinas 
de limpeza e desinfecção de superfícies do ambiente e de equipamentos 
e estas devem ser rigorosas. O profissional da saúde deve colaborar na 
supervisão e atentar se estas estão sendo seguidas. 
Medidas de biossegurança10
Como supracitado neste capítulo, os profissionais da saúde estão em constante contato 
com agentes de riscos de 1 a 4. Por exemplo, o profissional da enfermagem deve estar 
atento ao atendimento do paciente com tuberculose, pois ele pode estar em contato 
e manipulando um agente de classe de risco 3, que pode causar patologias graves no 
indivíduo, além de expor outras pessoas ao contágio, podendo propagar-se de uma 
pessoa infectada para outra. O profissional deve ter extrema atenção às normas de 
biossegurança na manipulação desse paciente.
AGOSTINHO, L. de A.; MOURA, C. M.; CZARNABAY, D. Introdução à profissão: biomedicina. 
Porto Alegre: SAGAH, 2012.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. 
Diretrizes gerais para o trabalho em contenção com agentes biológicos. 3. ed. Brasília, 
DF: Ministério da Saúde, 2010. Disponível em: https://www.riscobiologico.org/lista/
DiretrizesGeraisContencaoAgentesBiologicos_2010.pdf. Acesso em: 20 maio 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. 
Classificação de risco dos agentes biológicos. 3. ed. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2017. 
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/classificacao_risco_agen-
tes_biologicos_3ed.pdf. Acesso em: 20 maio 2019.
BRASIL. Portaria nº 1.683, de 28 de agosto de 2003. Brasília, DF, 2003. Disponível em: http://
www.vertic.org/media/National%20Legislation/Brazil/BR_Portaria_1.683_2003.pdf. 
Acesso em: 20 maio 2019.
BRUNO, A. N. (Org.). Biotecnologia I: princípios e métodos. Porto Alegre: Artmed, 2014. 
(Série Tekne).
FONTANA, R. T. As infecções hospitalares e a evolução histórica das infecções. Revista 
Brasileira de Enfermagem, v. 59, n. 5, p. 703-706, 2006. Disponível em: http://www.scielo.
br/pdf/reben/v59n5/v59n5a21.pdf. Acesso em: 20 maio 2019.
OPPERMANN, C. M.; PIRES, L. C. Manual de biossegurança para serviços de saúde. Porto 
Alegre: PMPA/SMS/CGVS, 2003.
RODRIGUES, W. G. et al. Ética geral e jurídica. Porto Alegre: SAGAH, 2018.
11Medidas de biossegurança
Leituras recomendadas
ANDRADE, G. B. et al. Biossegurança: fatores de risco vivenciados pelo enfermeiro no 
contexto de seu trabalho. Revista Online de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online, 
v. 10, n. 2, p. 565-571, 2018. Disponível em: http://seer.unirio.br/index.php/cuidadofun-
damental/article/view/6462. Acesso em: 20 maio 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Biossegurança em saúde: prioridades e estratégias de ação. 
Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2010. (Série B. Textos Básicos de Saúde). Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/biosseguranca_saude_prioridades_estra-
tegicas_acao.pdf. Acesso em: 20 maio 2019.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria n. 25, de 29 de dezembro de 1994. 
Brasília, DF, 1994. Disponível em: http://bit.ly/2LTLeMj. Acesso em: 20 maio 2019. 
STAPENHORST, F. F. et al. Bioética e biossegurança aplicada. Porto Alegre: SAGAH, 2017.
Medidas de biossegurança12

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