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[Digite aqui] 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 3 2 CONCEITO DE BIOSSEGURANÇA ................................................................. 4 3 IMPORTÂNCIA DA BIOSSEGURANÇA ........................................................... 6 4 EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e EPCs (Equipamentos de Proteção Coletiva) ....................................................................................................... 7 4.1 Periodicidade de troca dos EPIs............................................................... 14 5 NOÇÕES SOBRE LEGISLAÇÃO ................................................................... 14 6 MAPA DE RISCO ........................................................................................... 15 7 RESÍDUOS SÓLIDOS .................................................................................... 22 7.1 Resíduos sólidos e meio ambiente ........................................................... 24 7.2 Descarte de resíduos sólidos ................................................................... 25 8 RISCOS AMBIENTAIS E MEDIDAS GERAIS DE PRECAUÇÃO ................... 25 8.1 Riscos físicos............................................................................................ 29 8.2 Riscos ergonômicos ................................................................................. 30 8.3 Riscos químicos ....................................................................................... 33 8.4 Riscos biológicos ...................................................................................... 35 9 PRECAUÇÕES PADRÃO ............................................................................... 37 9.1 Higienização Simples das Mãos ............................................................... 39 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 41 3 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 4 2 CONCEITO DE BIOSSEGURANÇA Fonte:image/jpeg A biossegurança é um conjunto de normas que tem como objetivo garantir a proteção da população, dos profissionais de saúde e do meio ambiente. Ela também existe para diminuir os riscos de acidentes laborais em estabelecimentos prestadores de serviços de saúde – como clínicas médicas e odontológicas, hospitais e laboratórios (PATRÍCIA, 2020). Biossegurança é a aplicação e a reflexão de princípios de segurança com o trabalhador e com o paciente, envolvidos no processo saúde-doença no contexto de uma instituição de saúde (SOUZA, 2016). Sua abordagem traz grandes reflexões aos profissionais que trabalham nas áreas mais críticas de um hospital, pois, encontram- se mais suscetíveis a contrair doenças sendo necessários debates periódicos relacionados à promoção de um ambiente de trabalho saudável (VALLE et al, 2012). No Brasil, a biossegurança é regulamentada pela lei 11.105, de 25 de março de 2005, que dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança, a qual contempla, além das questões ligadas a área da saúde e do trabalho, também aquelas ligadas ao meio ambiente e à biotecnologia (LAURA, 2012). O estudo da exposição ocupacional de trabalhadores da saúde aos riscos biológicos pode ser considerado recente e remete ao surgimento da epidemia da síndrome da imunodeficiência humana (AIDS), principalmente após o surgimento do primeiro caso de transmissão ocupacional por 5 esse vírus (MARKKANEN et al, 2015). Nesse sentido, a biossegurança, também voltada para a saúde do trabalhador, abrange o estudo desses riscos e se configura em uma área relativamente nova e incipiente para muitas categorias profissionais, a despeito da grande exposição destes, principalmente na área da saúde (GARBACCIO, 2014). Dada a sua importância para a manutenção da saúde dos profissionais, a biossegurança se apresenta como temática obrigatória em cursos de capacitação e exige uma constante qualificação dos profissionais (CARVALHO, 2013). No Brasil, existem duas vertentes da biossegurança: a legal e a praticada. A primeira está voltada à manipulação de organismos geneticamente modificados (OGMs) e de células tronco, regulamentada pela Lei no 11.105/05. A segunda, está relacionada aos riscos químicos, físicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes encontrados nos ambientes laborais, amparada principalmente pelas normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Resoluções da Agência Nacional de Vigilância em Saúde (ANVISA) e do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), entre outras (SANGIONI et al. 2013). A biossegurança envolve as mais diversas profissões e, na Enfermagem, possui singular importância, tendo em vista que as atividades desenvolvidas pelo profissional enfermeiro e por sua equipe, na realização de cuidados, permitem estar em contato direto com o paciente durante a assistência, o que os expõe a maior risco ocupacional (GYAWALI, 2013). A prestação de cuidados de Enfermagem de qualidade é de suma importância para garantir a segurança desses profissionais, bem como de toda a equipe e dos pacientes (EFSTATHIOU, 2011). Profissionais que atuam na Atenção Primária também estão expostos a elevados riscos advindos de sua atividade laboral no posto de saúde, como também no cuidado domiciliar, com destaque para o risco envolvendo material biológico, por exemplo: na realização de curativos contaminados e/ou na aplicação de medicamentos endovenosos. Assim, ignorar o tema seria desviar o olhar dos diversos riscos aos quais os profissionais se expõem, em um cenário de grande representatividade da saúde atual (CHOWDHURY, 2011). 6 3 IMPORTÂNCIA DA BIOSSEGURANÇA Alguns equipamentos de segurança já são bem conhecidos no universo dos profissionais de enfermagem, como luvas, toucas, aventais, máscaras, óculos e ademais objetos, isso tudo para facilitar e proteger o dia a dia deste profissional que está exposta aos mais diversos problemas. (TEIXEIRA, 2014). Para Dallagnol (2016), “A atuação da equipe de saúde diante dessa problemática é imprescindível na garantia de uma assistência resolutiva e de qualidade, minimizando danos que possam surgir em decorrência dos cuidados oferecidos ao paciente”. O que podemos observar é que se deve ter uma segurança adequada para os profissionais de saúde onde é de suma importância devido aos diversos riscos em seu ambiente de trabalho, que são capazes de acarretar acidentes e doenças. (METELLO et al., 2012). Temos que verificar que devido a uma falta de segurança adequadas principalmente no setor hospitalar muitos tipos de infecções podem ocorrer que representa um grande problema de abrangênciamundial que pode levar a um quadro de morbidade e letalidade que estão relacionado a procedimentos clínicos, realizados inadequadamente, além da magnitude relacionada ao paciente, temos a problemática de igual importância do profissional da área da saúde (PAS), que está em risco ocupacional permanente (SOARES et al, 2020). O conhecimento e o reconhecimento pelos profissionais das normas e dos riscos aos quais estão expostos são importantes para a redução dos índices de infecções ocupacionais, pois demonstram uma ancoragem em saberes apreendidos no campo prático, associados a arcabouço cientifico. Na Atenção Primária, os profissionais de saúde se expõem a micro-organismos pelas próprias características desse modelo de atenção à saúde. Muitos pacientes são atendidos sem diagnóstico, principalmente nas visitas domiciliares e, por não conhecerem o diagnóstico, muitos enfermeiros negligenciam o uso de EPI (VANBIJNEN et al, 2014). Os profissionais possuem dificuldade em convergir formação e atuação ou discurso e prática, representadas pela não utilização dos EPI, quando necessário. Percebe-se, em suas falas, que o uso dos EPI parece uma atividade apenas teórica, que não possui espaço em sua rotina de trabalho, ainda que seja largamente indicado 7 para precauções padrões. O uso de luvas, por exemplo, é recomendado em caso de exposição a fluidos biológicos, comum na Atenção Primária (NEW ZEALAND, 2014). Ao objetivarem percepções sobre sua prática profissional como isenta de riscos, a equipe considera supérfluo o uso de tais proteções e acaba por se expor durante atividades que fogem à rotina de trabalho ou em situações emergenciais. Esse ambiente, desencorajador ao uso de EPI, revela a importância do agir educativo, principalmente por parte dos gestores, tornando-se ávido por atividades educacionais que reforcem seu uso, com o intuito de mitigar esse impasse, visto que os profissionais possuem conhecimento de sua importância para uma prática profissional saudável, mas o percebem como distante (FARSI et al, 2012). 4 EPIS (EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL) E EPCS (EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA) Nas medidas de prevenção e proteção dos riscos ocupacionais e acidentes, faz-se necessário o uso de medidas de barreira, denominados Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs). Conforme recomendação da NR 32, os EPIs são equipamentos descartáveis ou não, que devem estar disponíveis nos locais de trabalho em quantidade suficiente aos trabalhadores, de acordo com o tipo de material infeccioso e a atividade desenvolvida, sendo os mais usados a máscara, as luvas, os óculos de proteção e o avental. Já os EPCs são disponibilizados para o uso do conjunto dos trabalhadores e, dentre estes, estão a caixa de perfurocortantes, cabines de segurança biológica e química, chuveiros de emergência e equipamentos de combate a incêndios (ROCHA et al, 2015). A utilização dos EPIs encontra-se regulamentada pelo Ministério do Trabalho através da NR-6 em que estão definidas as obrigações do empregador e do empregado. Segundo a NBR 14785, “esta norma foi criada pela ABNT como forma de proteção individual para quem trabalha em laboratórios clínicos e também para os seus pacientes. Seu objetivo é estabelecer especificações de segurança que possam ser aplicáveis aos laboratórios clínicos preservando a integridade de todos os envolvidos”. O uso consciente dos EPIs tem como finalidade evitar possíveis 8 acidentes envolvendo materiais biológicos, evitar a contaminação dos profissionais envolvidos direta e indiretamente com a manipulação de material biológico e principalmente a autoproteção. Sendo assim, a presente pesquisa corrobora a norma citada acima no que diz respeito ao uso consciente desses materiais visando à autoproteção dos profissionais, visto que todos identificaram a importância do uso dos mesmos (SILVA et al, 2016). Os riscos ocupacionais mais comuns no processo de trabalho em saúde, podem ser classificados em: químicos, causados por substâncias químicas nas formas líquida, sólida e gasosa; os físicos, provocados por radiação ionizantes e não ionizantes, vibrações, ruídos, eletricidade e altas temperaturas; os biológicos, que envolvem os diversos tipos de microrganismos; os ergonômicos, resultantes de posturas inadequadas, iluminação, mobiliário e ventilação precária; os psicossociais, decorrentes de relações interpessoais conflituosas, trabalhos noturnos, ritmos intensos de trabalho e os mecânicos advindos de condições do ambiente que podem conduzir ao acidente de trabalho (ESPINDOLA et al, 2012). Os EPIs são dispositivos utilizados pelos profissionais contra possíveis riscos que ameaçam a sua saúde ou segurança durante o exercício de sua atividade laboral, onde a empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente tais equipamentos, adequados ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento. Os EPCs são equipamentos que objetivam proteger o ambiente, a integridade dos trabalhadores ocupantes, além de promover a proteção dos produtos ou pesquisas desenvolvidas (BRASIL, 2010). A política em saúde do trabalhador caracteriza-se como um aspecto importante para a prevenção de acidentes, a qual tem como principal objetivo promover melhores condições de trabalho, para a melhoria da assistência prestada, qualidade de vida e saúde do trabalhador, visto que o conhecimento de situações de riscos ocupacionais e dos determinantes em saúde, permitem agregar valores ao profissional, realizando assim, uma atenção integral à saúde do trabalhador (RIBEIRO et al, 2015). A importância do conhecimento e utilização adequada dos equipamentos de proteção por partes dos profissionais de saúde, é apresentada por diferentes pesquisadores (REIS et al, 2013) devido a sua comprovada eficiência na garantia da 9 proteção e saúde dos trabalhadores, o que requer o desenvolvimento de ações de conscientização para a utilização desses equipamentos como meio de garantir o funcionamento satisfatório das diferentes atividades realizadas dentro de uma organização, assim como, prevenção e minimização da gravidade das possíveis lesões que possam ocorrer durante a assistência, porém o que se observa, é que a adesão ao uso do EPIs está intimamente relacionada à percepção que os profissionais têm acerca dos riscos a que estão expostos e da susceptibilidade a estes riscos. O conhecimento sobre as normas, procedimentos e condutas seguras no ambiente de trabalho da saúde, deve fazer parte da formação dos profissionais, porém o que se tem observado é que está sendo dada pouca ênfase no ensino da biossegurança, e quando esses profissionais já estão atuando, raramente ocorrem capacitações acerca desta temática. Porém esse conhecimento ultrapassa a abordagem de treinamento e imposição de normas, já que a cultura individual é um fator envolvido nesse processo, não bastando apenas ter conhecimento das medidas de proteção, se as mesmas não praticadas ou não se encontram disponíveis nos serviços. Tal situação reafirma a importância da temática, e o quanto torna-se fundamental para a formação, por apresentar forte impacto e influencia na prática assistencial (ROCHA et al, 2015). A adoção de equipamento de proteção individual deve ser realizada pela Unidade nas seguintes circunstâncias: a. sempre que as medidas de proteção coletiva (EPC) não oferecerem completa proteção contra os riscos de acidentes no trabalho ou de doenças profissionais. São exemplos de EPC: sistemas de ventilação ambiental, proteção contra incêndio e explosão, chuveiro de emergência, lava-olhos; b. enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; c. em situações de emergência; d. quando a atividade do empregado apresentar risco ocupacional em função do tipo de agente (químico, físicoou biológico), quantidade e tempo de exposição do empregado ao agente, sensibilidade individual do empregado e toxicidade do agente. Alguns exemplos de riscos no ambiente de trabalho: 10 a. físicos: ruídos, radiações ionizantes e não-ionizantes, frio, calor, pressões anormais, umidade; b. químicos: poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases, substâncias, compostos ou produtos químicos em geral; c. biológicos: bactérias, fungos, vírus, etc; d. ergonômicos: movimentos repetitivos, postura inadequada, etc. Pode-se exemplificar a presença de riscos de acidentes por: a. arranjo físico inadequado; b. máquinas e equipamentos sem proteção; c. iluminação inadequada; d. eletricidade; e. probabilidade de incêndio ou explosão; f. armazenamento de produtos de forma inadequada, como os agentes tóxicos ou resíduos químicos; g. presença de animais peçonhentos (BRASIL, 2013). Existem vários tipos de EPIs, cada qual com sua finalidade e modo de usar, com especificações muito particulares dependendo da atividade laboral a ser executada. Citam-se aqui alguns exemplos gerais: Luvas Fonte: image/jpeg 11 Destinadas à proteção das mãos, dedos e braços contra riscos mecânicos, térmicos e químicos. São confeccionadas em vários materiais, dependo da proteção desejada. Calçados, botas e botinas Fonte: image Destinados à proteção dos pés, dedos, e pernas contra riscos térmicos, umidade, produtos químicos, quedas e animais peçonhentos. Aventais, capas, calças e blusas Fonte: imagens.com Destinados à proteção do corpo em geral contra calor, frio, produtos químicos e umidade. 12 Óculos Fonte: cristofoli.com Destinados à proteção dos olhos contra partículas, luz intensa, radiação e respingos de produtos químicos. e. cintos de segurança: proteção contra quedas com diferença de nível. Máscaras Fonte: cristofoli.com Proteção da face contra partículas, respingos de produtos químicos e ainda proteção respiratória contra poeiras, névoas, gases e vapores. 13 Gorros Fonte: faikojalecos Proteção dos cabelos contra respingos de produtos químicos e proteção do ambiente contra partículas do cabelo. Capuz Fonte: image Proteção do crânio contra riscos térmicos, respingos de produtos químicos e contato com partes móveis de máquinas. 14 4.1 Periodicidade de troca dos EPIs Não há norma que indique o tempo de validade de EPIs, pois como é um item de proteção, a qualquer momento pode sofrer alguma alteração oriunda de um acidente. Assim, o EPI pode fazer seu papel, mesmo com minutos de utilização. Os Equipamentos de Proteção como luvas, calçados, aventais, capas de chuva, óculos sofrem desgaste natural decorrente do uso e muitas vezes, basta um exame visual para se notar que precisam ser trocados. Todo EPI deve passar por testes visuais que devem ser realizados diariamente; se apresentar qualquer deterioração que possa prejudicar seu desempenho e segurança, deve ser solicitada sua substituição junto à área de Segurança do Trabalho (BRASIL, 2013). 5 NOÇÕES SOBRE LEGISLAÇÃO O principal objetivo de um profissional da saúde inserido no meio ambiente hospitalar é prestar seus serviços de forma eficiente e com qualidade. Isso só é possível caso o ambiente seja adequado ao pleno exercício da atividade. E, quando se fala em um meio ambiente adequado ao pleno exercício das funções, cuida-se de um local de trabalho livre de riscos de acidentes, de riscos de contaminações e incidência de doenças ocupacionais – ou, não sendo possível eliminar tais riscos, tendo sua possibilidade de incidência diminuída (GOMES & MORAES, 2018). A NR n. 32/2002 traz diretrizes básicas com o intuito de implementar medidas que visam à segurança e à saúde dos trabalhadores do campo da saúde e daqueles que fazem assistência à saúde de modo geral. Conjuntamente com a NR n. 9/1978, que traz o programa de prevenção de riscos ambientais, a NR n. 32/2002 determina a necessidade de se criar um programa de prevenção de riscos ambientais voltado, neste caso específico, para riscos biológicos e químicos. No que tange aos riscos biológicos, determina a NR n. 32/2002: 32.2.2.1 da NR-32/2002. O PPRA, além do previsto na NR-09, na fase de reconhecimento, deve conter: 15 I. Identificação dos riscos biológicos mais prováveis, em função da localização geográfica e da característica do serviço de saúde e seus setores, considerando: a) fontes de exposição e reservatórios; b) vias de transmissão e de entrada; c) transmissibilidade, patogenicidade e virulência do agente; d) persistência do agente biológico no ambiente e) estudos epidemiológicos ou dados estatísticos; f) outras informações científicas (BRASIL, 2016) A finalidade desta norma é proporcionar cuidados a saúde dos profissionais de saúde estabelecendo medidas preventivas e equipamentos de proteção assegurando segurança e qualidade dos serviços prestados principalmente nas áreas de promoção e assistência à saúde (BRASIL, 2010) A NR 32 estabelece que os EPIs devam ser de fácil acesso e estar disponíveis para pronta substituição e que os empregadores sejam responsáveis pelo seu fornecimento. Faz-se necessário a conscientização sobre a utilização dos EPIs, a fim de proporcionar segurança e minimizar os riscos à saúde (BRASIL, 2014). 6 MAPA DE RISCO Fonte: images.slideplayer.com.br Conceito Mapa de riscos é a representação gráfica do reconhecimento dos riscos existentes nos locais de trabalho, por meio de círculos de diferentes tamanhos; e 16 cores. O seu objetivo é informar e conscientizar os trabalhadores pela fácil visualização desses riscos. É um instrumento que pode ajudar a diminuir a ocorrência de acidentes do trabalho; objetivo que interessa aos governantes e servidores. Importância Classificação dos riscos ambientais Os agentes que causam riscos à saúde dos trabalhadores e que costumam estar presente nos locais de trabalho são agrupados em cinco tipos: - agentes físicos; - agentes químicos; - agentes biológicos; - agentes ergonômicos; - agentes de acidentes. Cada um desses tipos de agentes é responsável por diferentes riscos ambientais que podem provocar danos à saúde ocupacional dos servidores. Para elaboração do mapa de riscos, consideram-se os riscos ambientais os seguintes: GRUPO I – AGENTES FÍSICOS São considerados agentes físicos as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruídos, vibração, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como, o infra-som e o ultra-som. • Riscos à saúde Ruídos: provocam cansaço, irritação, dores de cabeça, diminuição da audição (surdez temporária, surdez definitiva e trauma acústico), aumento da pressão arterial, problemas no aparelho digestivo, taquicardia, perigo de infarto, Vibrações: cansaço, irritação, dores nos membros, dores na coluna, doença do movimento, artrite, problemas digestivos, lesões ósseas, lesões dos tecidos moles, lesões circulatórias. Calor ou frio extremos: taquicardia, aumento da pulsação, cansaço, irritação, fadiga térmica, prostração térmica, choque térmico, perturbação das funções digestivas, hipertensão. 17 Radiações ionizantes: alterações celulares, câncer, fadiga, problemas visuais, acidentes do trabalho. Radiações não ionizantes: queimaduras, lesões na pele, nos olhos e em outros órgãos. É muito importante saber que a presença de produtos ou agentes no local de trabalho como, por exemplo, radiações infravermelhas, presentes em operações de fornos, de solda oxiacetilênica; ultravioleta, produzida pela solda elétrica; de raios laser podem causar ou agravar problemas visuais (ex. catarata, queimaduras, lesões na pele, etc.). Mas isto não quer dizer que, obrigatoriamente,existe perigo para a saúde, pois depende da combinação de muitas condições como a natureza do produto, a sua concentração, o tempo e a intensidade que a pessoa fica exposta a eles, por exemplo. Umidade: doenças do aparelho respiratório, da pele e circulatórias, e traumatismos por quedas. Pressões anormais: embolia traumática pelo ar, embriaguez das profundidades, intoxicação por oxigênio e gás carbônico, doença descompressiva. GRUPO II – AGENTES QUÍMICOS São considerados agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão. Os principais tipos de agentes químicos que atuam sobre o organismo humano, causando problemas de saúde, são: gases, vapores e névoas; aerodispersóides (poeiras e fumos metálicos). Aerodispersóides: ficam em suspensão no ar em ambientes de trabalho, podem ser poeiras minerais, vegetais, alcalinas, incômodas ou fumos metálicos: - Poeiras minerais: provêm de diversos minerais, como sílica, asbesto, carvão mineral, e provocam silicose (quartzo), asbestose (asbesto), pneumoconioses (ex.: carvão mineral, minerais em geral). 18 - Poeiras vegetais: são produzidas pelo tratamento industrial, por exemplo, de bagaço de cana de açúcar e de algodão, que causam bagaçose e bissinose, respectivamente. - Poeiras alcalinas: provêm em especial do calcário, causando doenças pulmonares obstrutivas crônicas, como enfisema pulmonar. - Poeiras incômodas: podem interagir com outros agentes agressivos presentes no ambiente de trabalho, tornando-os mais nocivos à saúde, - Fumos metálicos: provenientes do uso industrial de metais, como chumbo, manganês, ferro, etc., causando doença pulmonar obstrutiva crônica, febre de fumos metálicos, intoxicações específicas, de acordo com o metal. • Riscos à saúde Os gases, vapores e névoas podem provocar efeitos irritantes, asfixiantes ou anestésicos: Efeitos irritantes: são causados, por exemplo, por ácido clorídrico, ácido sulfúrico, amônia, soda cáustica, cloro, que provocam irritação das vias aéreas superiores. Efeitos asfixiantes: gases como hidrogênio, nitrogênio, hélio, metano, acetileno, dióxido de carbono, monóxido de carbono e outros causam dor de cabeça, náuseas, sonolência, convulsões, coma e até morte. Efeitos anestésicos: a maioria dos solventes orgânicos assim como o butano, propano, aldeídos, acetona, cloreto de carbono, benzeno, xileno, álcoois, tolueno, tem ação depressiva sobre o sistema nervoso central, provocando danos aos diversos órgãos. O benzeno especialmente é responsável por danos ao sistema formador do sangue. GRUPO III - AGENTES BIOLÓGICOS São considerados agentes biológicos os bacilos, bactérias, fungos, protozoários, parasitas, vírus, entre outros. Os riscos biológicos surgem do contato de certos microrganismos e animais peçonhentos com o homem em seu local de trabalho. Assim pode haver exposição a 19 animais peçonhentos como cobras e escorpiões, bem como as aranhas, insetos e ofídios peçonhentos. • Riscos à saúde Podem causar as seguintes doenças: Tuberculose, intoxicação alimentar, fungos (microrganismos causadores de infecções), brucelose, malária, febre amarela. As formas de prevenção para esses grupos de agentes biológicos são: vacinação, esterilização, higiene pessoal, uso de EPI, ventilação, controle médico e controle de pragas. GRUPO IV - AGENTES ERGONÔMICOS São os agentes caracterizados pela falta de adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas do trabalhador. Entre os agentes ergonômicos mais comuns estão: -trabalho físico pesado; -posturas incorretas; -posições incômodas; -repetitividade; -monotonia; -ritmo excessivo; -trabalho em turnos e trabalho noturno; -jornada prolongada. • Riscos à saúde Trabalho físico pesado, posturas incorretas e posições incômodas: provocam cansaço, dores musculares e fraqueza, além de doenças como hipertensão arterial, diabetes, úlceras, moléstias nervosas, alterações no sono, acidentes, problemas de coluna, etc. Ritmo excessivo, monotonia, trabalho em turnos, jornada prolongada, conflitos, excesso de responsabilidade: provocam desconforto, cansaço, ansiedade, doenças no aparelho digestivo (gastrite, úlcera), dores musculares, fraqueza, alterações no sono e na vida social (com reflexos na saúde e no 20 comportamento), hipertensão arterial, taquicardia, cardiopatias (angina, infarto), tenossinovite, diabetes, asmas, doenças nervosas, tensão, medo, ansiedade. GRUPO V - AGENTES DE ACIDENTES (MECÂNICOS) São arranjos físicos inadequados ou deficientes, máquinas e equipamentos, ferramentas defeituosas, inadequadas ou inexistentes, eletricidade, sinalização, perigo de incêndio ou explosão, transporte de materiais, edificações, armazenamento inadequado, etc. Essas deficiências podem abranger um ou mais dos seguintes aspectos: arranjo físico; edificações; sinalizações; instalações elétricas; máquinas e equipamentos sem proteção; equipamento de proteção contra incêndio; ferramentas defeituosas ou inadequadas; EPI inadequado; armazenamento e transporte de materiais; iluminação deficiente. • Riscos à saúde Arranjo físico: quando inadequado ou deficiente, pode causar acidentes e desgaste físico excessivo nos servidores. Máquinas sem proteção: podem provocar acidentes graves. Instalações elétricas deficientes: trazem riscos de curto circuito, choque elétrico, incêndio, queimaduras, acidentes fatais. Matéria prima sem especificação e inadequada: acidentes, doenças profissionais, queda da qualidade de produção. Ferramentas defeituosas ou inadequadas: acidentes, com repercussão principalmente nos membros superiores. Falta de EPI ou EPI inadequado ao risco: acidentes, doenças profissionais. Transporte de materiais, peças, equipamentos sem as devidas precauções: acidentes. Edificações com defeitos de construção a exemplo de piso com desníveis, escadas com ausência de saídas de emergência, mezaninos sem proteção, passagens sem a altura necessária: quedas, acidentes. Falta de sinalização das saídas de emergência, da localização de escadas e rotas de fuga, alarmes, de incêndios: falha no atendimento as emergências, acidentes. 21 Armazenamento e manipulação inadequados de inflamáveis e gases, curto circuito, sobrecargas de redes elétricas: incêndios, explosões. Armazenamento e transporte de materiais: a obstrução de áreas traz riscos de acidentes, de quedas, de incêndio, de explosão etc. Equipamento de proteção contra incêndios: quando deficiente ou insuficiente, traz efetivos riscos de incêndios. Sinalização deficiente: falta de uma política de prevenção de acidentes, não identificação de equipamentos que oferecem risco, não delimitação de áreas, informações de segurança insuficientes etc. comprometem a saúde ocupacional dos servidores. Fonte: BRASIL, 2015 A tabela abaixo exemplifica a caracterização dos riscos de acidentes de trabalho. Fonte: BRASIL, 2015 22 7 RESÍDUOS SÓLIDOS Para Vilela-Ribeiro et al. (2012), os Resíduos Sólidos da Saúde (RSS) denominados popularmente como lixo hospitalar são aqueles produzidos em unidades de saúde, constituídos de lixo comum e de resíduos infectantes ou de risco. Esses lixos possuem um grau de periculosidade, sendo o descarte correto o mínimo a se fazer para amenizar os riscos. Os resíduos sólidos de serviços,como aqueles gerados por prestadores de assistência médica, fazem parte de todas as áreas relacionadas ao atendimento populacional, incluindo a veterinária. Segundo ele, os resíduos que oferecem riscos – como objetos perfurocortantes, contaminados, produtos químicos perigosos, entre outros – necessitam de cuidados específicos, desde o acondicionamento, o transporte, o armazenamento, a coleta, o tratamento até a disposição final. Essa esfera é amparada pela Lei N° 12.305/2010, intitulada Lei de Resíduos Sólidos, como mecanismo de fomento à sustentabilidade ambiental no âmbito dos resíduos/rejeitos gerados pela produção e pelo consumo das pessoas, atribuindo aos seus produtores a responsabilidade pelo descarte adequado dos lixos. De acordo com Gessner et al. (2013), é necessário que os profissionais da área de saúde enfrentem essa problemática desenvolvendo competências e habilidades específicas já na graduação. Para esses autores, trata-se de um conhecimento técnico-científico imprescindível para a formação de profissionais éticos e responsáveis, dada a amplitude das questões que envolvem a produção e o gerenciamento dos Resíduos Sólidos da Saúde (RSS). Assim, compreende-se a formação do profissional como parte fundamental no processo de assimilação e de comprometimento com as causas ambientais, pois essa temática exige comportamentos éticos e morais estruturados de forma contundente. Segundo Araújo e colaboradores (2018), a atividade hospitalar é um amplo gerador de resíduos. Sendo assim, o maior objetivo do gerenciamento dos resíduos sólidos é minimizar os riscos à saúde da população interna e externa do estabelecimento da saúde. Devido à grande diversidade de estabelecimentos relacionados à saúde, torna-se inviável estabelecer parâmetros quanto à produção de RSS. Os resíduos provenientes da prestação de serviços de saúde a seres vivos 23 (humanos e animais), incluindo todas as atividades médicas de prevenção, diagnósticos, tratamento e análise, têm por objetivo prevenir possíveis impactos que possam afetar a população e o meio ambiente. De acordo com a Resolução nº 358 do CONAMA (2005), os resíduos da área de saúde são agrupados da seguinte forma: GRUPO A: resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de infecção. Esse grupo divide-se em A1 (descarte de vacinas de microorganismos, bolsas transfusionais, resíduos laboratoriais), A2 (resíduos provenientes de animais), A3 (peças anatômicas de ser humano), A4 (filtros de ar e gases aspirados de área contaminada, resíduos de tecido adiposo), A5 (Materiais perfuro cortantes provenientes de seres contaminados com príons); GRUPO B: resíduos que contenham substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. Nesse grupo, encontram-se os produtos hormonais, produtos antimicrobianos, imunomoduladores, resíduos e insumos farmacêuticos dos medicamentos controlados, resíduos de saneantes, desinfetantes, resíduos contendo metais pesados; reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes; GRUPO C: todo material resultante de atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de eliminação especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista. Fazem parte desse grupo quaisquer materiais resultantes de laboratórios de análises clínicas, nuclear e radioterapia que contenham radio nuclídeos em quantidade superior aos limites de eliminação; GRUPO D: resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. Enquadram-se nesse grupo papel de uso sanitário e fralda, resto alimentar de paciente, material utilizado em antissepsia, equipo de soro, resíduos provenientes das áreas administrativas, resíduos de varrição, jardins, resíduos de gesso provenientes de assistência à saúde; 24 GRUPO E: resíduos perfurocortantes ou escarificantes, tais como: lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, limas endodônticas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares, micropipetas; lâminas e lamínulas, espátulas, e os utensílios de vidro quebrados no laboratório (BRASIL, 2005). Ainda segundo essa resolução, o gerenciamento dos resíduos sólidos, desde a geração até a disposição final, de forma a atender aos requisitos ambientais e de saúde pública e saúde ocupacional, é de responsabilidade dos estabelecimentos prestadores de serviços de saúde. A resolução também aponta não haver prejuízo de responsabilização solidária de pessoas físicas e jurídicas que, direta ou indiretamente, causem ou possam causar degradação ambiental, em especial os transportadores e os operadores das instalações de tratamento e disposição final (ARAÚJO et al, 2018). 7.1 Resíduos sólidos e meio ambiente Muitas substâncias químicas e muitas formas de resíduos resultam em substâncias nocivas que representam perigos para a nossa vida e para a natureza que nos rodeia (PNU-MA, 2017). Frente a isso, Rampelotto et al, (2012) afirmam que a questão dos resíduos sólidos hospitalares caracteriza um dos fatores mais complexos da atualidade e que buscar soluções para essa problemática, começando na base de geração desses refugos, é um gesto de cidadania. Assim, é de importância ímpar minimizar os riscos patológicos à saúde humana através do manejo adequado de grandes volumes de “lixo hospitalar” que serão despejados no meio ambiente é inquestionável também a implantação de políticas de gerenciamento dos RSS nos diversos estabelecimentos de saúde, não apenas investindo na organização e na sistematização das fontes geradoras, mas, fundamentalmente, despertando uma consciência humana e coletiva voltada à própria vida e ao ambiente (ARAÚJO et al, 2018). A questão ambiental tem se tornado um determinante do processo saúde- doença. Com isso, é importante considerar a dimensão do meio ambiente perante as ações realizadas nos serviços de saúde, possibilitando e promovendo ações 25 estratégicas voltadas para o (re)pensar das práticas em saúde e de suas consequentes implicações para a sustentabilidade ambiental (MORESCHI et al., 2011). 7.2 Descarte de resíduos sólidos O descarte destes resíduos deve ser feito de maneira responsável; pois evitará a contaminação do ser humano e também a contaminação do meio ambiente: se descartado sem o prévio tratamento, em contato com o solo poderá contaminar o solo, os lençóis freáticos, as águas superficiais, as plantações de alimentos e, ainda, o próprio ar. E não se sabe, ainda, quanto tempo esse lixo demora para se decompor naturalmente. Para garantir que todo lixo hospitalar seja coletado, tratado e descartado de forma adequada, é necessário que os hospitais tenham plano de gerenciamento de lixo bem definidos; pois caso contrário, o descarte deste gerará muitos prejuízos (POZZETTI et al, 2017). Esses planos devem incluir protocolos, sistemas e processos de descarte desde a sua segregação (leito do paciente) até deixar a instalação para o descarte final. O treinamento sobre a coleta e destino deste lixo deve envolver desde o profissional que faz o atendimento da infecção até o descarte fora do hospital. Para desenvolver o plano de gerenciamento de lixo, os hospitais devem realizar uma coleta segura, observando a legislação municipal, estadual e federal, de descarte de resíduos, desenvolvendo listas dos lixos infectantes gerados em suas instalações e dos locais onde são gerados (POZZETTI et al, 2017). 8 RISCOS AMBIENTAIS E MEDIDAS GERAIS DE PRECAUÇÃO 26 Fonte: image.slidesharecdn.comOs profissionais da área de saúde vivem sob constante risco no ambiente hospitalar, uma vez que são expostos a uma diversidade de materiais biológicos. Portanto é interessante elencar a importância de práticas de biossegurança não só no campo profissional, como também no acadêmico, tendo em vista que os estudantes estão tão vulneráveis a acidentes ocupacionais, quanto os profissionais, por estarem em ambientes de prática. O manuseio de instrumentos perfurocortantes por estudantes da área da saúde é frequente na atividade acadêmica, o que os expõe ao risco de adquirir infecção. Recomenda-se que os mesmos adotem práticas de biossegurança, tais como: o uso de equipamentos de proteção individual (EPI’S) e o monitoramento da carteira de vacinação, para prevenir a contaminação por esses agentes com possíveis acidentes ocupacionais. (FALCÃO et al, 2018). A prevenção da exposição ao sangue ou a outros materiais biológicos é a principal medida para que não ocorra contaminação por patógenos de transmissão sanguínea nos serviços de saúde. Precauções básicas, ou precauções padrão são normatizações que visam reduzir a exposição aos materiais biológicos. Essas medidas devem ser utilizadas na manipulação de materiais médico-hospitalares e na 27 assistência a todos os pacientes, independente do diagnóstico de doença infecciosa. Recomenda-se o uso rotineiro de barreiras de proteção (luvas, capotes, óculos de proteção ou protetores faciais (FALCÃO et al, 2018). E dentre as recomendações específicas que devem ser seguidas, durante a realização de procedimentos que envolvam a manipulação de material perfurocortante, destacam-se a importância de: • Ter a máxima atenção durante a realização dos procedimentos; •Jamais utilizar os dedos como anteparo durante a realização de procedimentos que envolvam materiais perfurocortantes; • As agulhas não devem ser reencapadas, entortadas, quebradas ou retiradas da seringa com as mãos; • Todo material perfurocortante (agulhas, lâminas de bisturi, vidrarias, entre outros), mesmo que estéril, deve ser desprezado em recipientes resistentes à perfuração e com tampa; • Os coletores específicos para descarte de material perfurocortante não devem ser preenchidos acima do limite de 2/3 de sua capacidade total e devem ser colocados sempre próximos do local onde é realizado o procedimento. • Resíduos de serviços de saúde – Seguir a Resolução RDC nº 33 de 25 de fevereiro de 2003 publicado no DOU de 05/03/2003 – ANVISA/ MS2. Apesar de diversas fontes elencarem a importância da biossegurança, muitos profissionais e estudantes ainda não tem o conhecimento correto sobre tal assunto e ficam vulneráveis a exposição de materiais contaminados, então em casos de exposição a esses materiais por perfurocortantes, recomenda-se cuidado imediato com a área atingida. Logo, em casos de exposições percutâneas e cutâneas as medidas incluem lavagem exaustiva do local exposto com água e sabão (FALCÃO et al, 2018). Acidentes com perfurocortantes, segundo Simão et al. (2010), estão entre os principais responsáveis pela exposição dos profissionais de saúde ao risco de adquirir infecções graves. Visando proteger os profissionais de tais situações, Passos et al. (2013) citam que as normas de biossegurança vedamo reencape de agulhas após o uso e determinam que o descarte destes materiais deve ser realizado em recipiente 28 próprio, localizado próximo ao local de utilização. De acordo com os autores supracitados, a manipulação inadequada de perfurocortantes representa um risco de infecção para todos os trabalhadores do ambiente hospitalar, sejam estes profissionais de saúde ou não, como é o caso, por exemplo, daqueles que cuidam da limpeza. Portanto, as normas de segurança devem abranger e resguardar todos os funcionários. Conforme evidenciado por Luz e Beretta (2016), outro fator preocupante e recorrente da área hospitalar é a subnotificação dos acidente de trabalho (AT). Os autores evidenciam que a subnotificação ocorre, principalmente, pela autoavaliação do profissional envolvido, o qual não considera que a situação ou lesão representa um risco. O desconhecimento da obrigatoriedade da notificação do acidente, o ritmo excessivo de trabalho e o medo de demissão e/ou repreensão também estão entre as principais razões dos baixos índices de notificações de AT. Uma multiplicidade de fatores corrobora para que os acidentes não sejam devidamente notificados, dentre os quais pode-se citar a falta de conhecimento sobre os procedimentos administrativos, a complexidade do fluxograma da notificação, o medo dos resultados das sorologias exigidas, entre outros (PIRES et al, 2019). 29 8.1 Riscos físicos Fonte: valorcrucial.com.br Riscos Físicos são formas de energia que podem expor os trabalhadores, caracterizados mediante avaliações ambientais quantitativas, cujos agentes, podem ser: ruído, vibrações, pressões anormais, radiações ionizantes e não ionizantes, ultrassom e infrassom pelas Normas Regulamentadoras NR-09 e NR- 15. Souza et al. (2011) sugere que os riscos físicos apresentam a vantagem de serem medidos por equipamentos, e, consequentemente, evitados ou corrigidos com certa facilidade Dentre os diversos contextos dos modelos assistenciais do trabalho da equipe de Enfermagem, a UBS deve ser compatível tanto com as atividades da equipe Saúde da Família em seu trabalho na comunidade, quanto em relação às demandas espontâneas, dando respostas às necessidades de saúde dos indivíduos de sua área de abrangência e garantindo a continuidade dos cuidados na comunidade e nos domicílios sempre que necessários. Para tanto, os espaços sugeridos para essas UBS devem ser adequados à realidade local, ao 30 quantitativo da população adscrita, sua especificidade, e número de usuários, proporcionando um ambiente adequado à assistência à saúde ( BRASIL, 2010) Dentre os riscos físicos já classificados, a cor e a luminosidade apresentam-se como pontos importantes a serem discutidos, muitas vezes não levados em consideração no momento do planejamento das UBS, o que acarreta frequentemente em ambientes inadequados para o exercício das atividades laborais. A cor inadequada promove deficiência na iluminação do ambiente ou aumento de reflexão luminosa no espaço físico, provocando o excesso de informações, o que associada a baixa acuidade visual do trabalhador dificulta o exercício de suas funções (MARINELLI et al, 2016). 8.2 Riscos ergonômicos Fonte: image Ergonomia pode ser definida como o estudo das relações entre o homem e seu ambiente de trabalho, considerando fatores como o ambiente, fatores humanos, tecnologia, organização do trabalho, entre outros, objetivando manter o conforto e bem-estar físico e psicossocial do profissional. No Brasil a Norma Regulamentadora de nº17 rege tais princípios, estabelecendo parâmetros que norteiam a adaptação das condições de trabalho incluindo aspectos relacionados ao transporte e levantamento de carga, os mobiliários 31 e equipamentos, adequando-os às demandas psicológicas e fisiológicas do trabalhador, com vistas a proporcionar conforto e segurança (ALVES et. al. 2010). Os profissionais da saúde representam uma grande categoria profissional no mundo, que necessita ser valorizada. A equipe de enfermagem permanece 24h no ambiente hospitalar, atendendo a continuidade da assistência nas unidades de internação, configurando, na área da saúde, a classe profissional que mais se relaciona com o paciente, uma vez que realizagrande parte dos procedimentos à beira do leito. Tal fato predispõe o surgimento de risco de lesões na coluna durante a atividade laboral (VIEIRA & ALCÂNTARA, 2013). As lesões musculoesqueléticas configuram um importante problema de saúde pública no país, dentre as quais se podem destacar as queixas álgicas na coluna vertebral por sua característica incapacitante. Estudos relatam que 70% da população brasileira sofrerá de dores na coluna ao menos uma vez ao longo de sua vida e cerca de 1/3 da população brasileira alega que as suas atividades trabalhistas e relações familiares já foram acometidas pelas dores (VIEIRA & ALCÂNTARA, 2013). A dor lombar é insidiosa, debilitante e responsável por elevado grau de absenteísmo na categoria da enfermagem, pois, além de comprometer a qualidade da assistência prestada, reduz a produtividade, compromete a capacidade do trabalhador em desempenhar suas tarefas de maneira ágil, efetiva e também promove prejuízos nas relações familiares e sociais (SANTOS, et al., 2015). Grande parte das queixas dos profissionais de enfermagem está relacionada ao sistema osteomuscular, facultado principalmente à postura e fatores ergonômicos inadequados. Dentre os fatores analisados, pode-se citar o transporte e movimentação de pacientes, manutenção de posturas inadequadas, movimentos de torção e rotação da coluna, mobiliários ergonomicamente inadequados, entre outros. Neste contexto a ergonomia deve ser entendida como uma estratégia para reduzir problemas osteomusculares, logo, é de extrema importância que tais conceitos sejam difundidos entre profissionais de enfermagem objetivando promover uma consciência crítica de sua relação com o ambiente de trabalho (SOARES et al., 2013). 32 Uma estratégia eficiente e pouco onerosa capaz de difundir as orientações ergonômicas para a equipe de enfermagem é a educação em serviço. O enfermeiro possui diversas atribuições, entre elas está o seu papel educador na equipe. Educação em serviço é um método que pode ser definido como um processo educativo a ser aplicado nas relações humanas do trabalho, com o objetivo de desenvolver capacidades psicológicas, motoras, cognitivas e relacionais, contribuindo para um aperfeiçoamento profissional. Esta se dá no próprio ambiente institucional, desacatando-se em quatro áreas: orientações para introdução ao trabalho; treinamento; atualização; e aperfeiçoamento. Tal processo incita o pensar e o fazer, promove crescimento, organiza o processo de trabalho, problematizando a realidade e produzindo mudanças (FREIRE et al, 2017). Para minimizar tais problemas é necessário estudar os ambientes, os indivíduos e os equipamentos, fundamentando-se em princípios ergonômicos. A movimentação do paciente de forma segura, do ponto de vista ergonômico deve contar com o auxílio, sempre que possível, de materiais e equipamentos. Para tornar o ambiente de trabalho menos prejudicial é necessário o ensino desses procedimentos aliado ao planejamento prévio das ações e avaliação no local de trabalho. Partindo dessa premissa, foram desenvolvidas orientações básicas, tais como: • Realizar análise das condições físicas do paciente antes da mobilização para saber se o mesmo tem a capacidade de auxiliar durante o movimento; • Preparar o ambiente e os equipamentos, levando em conta aspectos ergonômicos relevantes que possam intervir no processo, atentando-se cuidadosamente para espaço físico necessário para realização do procedimento de forma segura, sem restrição de movimentos, observando se há necessidade de remoção de obstáculos, disposição de mobiliários e utilização de materiais e equipamentos auxiliares, se possível; • Orientar a equipe de enfermagem quanto à aspectos importantes na mecânica corporal, tais como: manter pés afastados e bem apoiados ao chão, manter coluna ereta, usar o próprio peso como contrapeso ao peso do 33 paciente, manter joelhos flexionados, realizar os movimentos de forma sincronizada e preferencialmente contar com o auxílio de outro profissional da equipe; • Outro fator relevante é o tipo de mobiliário, onde o ideal é que seja de altura regulável para que possam ser ajustados de acordo com o procedimento a ser realizado (FREIRE et al, 2017). Posturas inadequadas requerem maior força interna para executar uma tarefa. Uma boa postura é aquela que preserva as articulações em posição neutra: o centro de gravidade das partes do corpo envolvidas na execução da tarefa é alinhado verticalmente, passando o mais próximo possível dos eixos de rotação gerados pelas juntas. Para ser confortável e eficiente, os níveis operacionais devem ser reduzidos para que a tarefa não seja executada no limite (ou próximo a ele) da capacidade física, a fim de evitar a fadiga precoce ou mesmo graves danos à saúde do trabalhador (ABDALLA et at., 2014). Os profissionais que não recebem uma orientação sobre os princípios ergonômicos estão mais susceptíveis ao desenvolvimento de doenças relacionadas ao ofício como: stress, fadiga exaustão cognitiva e também ao desenvolvimento de agravos à saúde. Com isso, a diminuição dos riscos ergonômicos à saúde do trabalhador está em grande parte, relacionada com a disponibilidade dos profissionais em colocar em prática todos os cuidados e medidas de proteção, entendendo a importância das mesmas para sua própria saúde (SILVA, 2010). 8.3 Riscos químicos Os riscos químicos referem-se ao manuseio de gases e vapores anestésicos, antissépticos e esterilizantes, drogas citostáticas, entre outros; os riscos físicos se referem aos ruídos, vibrações, radiações ionizantes e não ionizantes temperaturas extremas, pressões anormais e umidade, iluminação inadequada e exposição a incêndios e choque elétricos; os riscos biológicos estão relacionados aos micro- organismos, bactérias, fungos, protozoários, vírus, materiais infectocontagioso dentre outros (LUCAS et al, 2018). 34 Fonte: image/jpeg Os riscos químicos estão presentes no contato com a poeira, fumaça, gases como oxigênio, líquidos de variadas natureza, medicamentos, hemocomponentes, quimioterápicos, que liberam aerossóis, dentre outros. Os trabalhadores de enfermagem muito se expõem a carga química quando manipulam meios e instrumentos de trabalho, medicamentos, soluções, desinfetantes, desincrustastes ou esterilizantes, antissépticos, quimioterápicos, ácidos para tratamento dermatológico, do contato com materiais de borracha (látex) (LUCAS et al, 2018). Ao analisar o conhecimentos dos profissionais de enfermagem sobre os riscos químicos Sulzbacher e Fontana (2013) relatam que em relação a exposição aos riscos químicos, verificou-se que 51,5% dos sujeitos reconhecem a exposição a esse risco ocupacional, sendo que, 41% associaram a exposição aos medicamentos, 23,5% aos produtos químicos, os quais não foram exemplificados, 11% não responderam. Além disso, o sangue foi citado por 7% dos respondentes como associados ao agente químico, reforçando o conhecimento deficiente sobre o risco ocupacional em evidência. Os autores relatam ainda que o hipoclorito de sódio foi um dos produtos químicos mais citados pelos sujeitos, em 18% das respostas. O hipoclorito de sódio é corrosivo e tóxico para a saúde humana e seu vapor pode levar a irritação dos olhos, nariz, garganta e pele (SULZBACHER E FONTANA, 2013). 35 8.4 Riscos biológicos Define-se como acidente de trabalho aquele que ocorre pela prestação de serviçoseja dentro da empresa ou a serviço da empresa, provocando assim danos à saúde como lesões corporais e até mesmo perturbação funcional, permanente ou temporária, que cause a morte, a perda ou a redução da capacidade para o trabalho (BRASIL, 2015). Fonte: image/png No que diz respeito aos acidentes de trabalho com material biológico (ATMB), a categoria profissional que mais apresenta riscos laborais relacionados a este tipo de acidente esta a equipe de enfermagem. Neste contexto, dos registros crescentes de acidentes de trabalho no Brasil, diversos estudos sobre o acidente de trabalho envolvendo o material biológico têm sido realizados em função da nocividade, que podem provocar risco de doenças, sequelas e até a morte de trabalhadores da equipe de enfermagem e com objetivo de identificar a principais causas que contribuem para essas ocorrências e sugerir medidas de segurança (CUNHA, 2017) O ATMB ocorre no ambiente laboral, quando o profissional entra em contato com materiais orgânicos, como, sêmen, líquor, sangue, entre outros, através das vias percutânea, mucosa e pele não íntegra que a partir desse contato o profissional de enfermagem fica exposto a vários tipos de patógenos no qual os de maior importância epidemiológica evidenciado em vários artigos são os seguintes: Vírus da Hepatite B 36 (HBV), da Hepatite C (HCV) e da Imunodeficiência Humana (HIV) (CORDEIRO et al, 2016 A prevenção de acidentes de trabalho envolvendo enfermeiros no âmbito hospitalar é sustentada pela Constituição Federal e pela Legislação trabalhista, que cita como deve ser feito o direcionamento após exposição a MB (material biológico) possui como intuito resguardar a saúde do trabalhador, minimizar os danos morais e financeiros do empregador, assegurando os direitos de ambas às partes. Neste contexto, percebe se que para a redução de ATMB deve seguir com medidas de prevenção como o uso de equipamento de segurança individual e coletiva na qual é estabelecida pela lei NR 32 Norma Regulamentadora que estabelece normas básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e a saúde dos trabalhadores em serviços de saúde (MACHADO et al, 2013). Os profissionais de saúde, em especial os da enfermagem estão mais propícios a exposição com material biológico (MB), principalmente aqueles com contaminação com sangue em função da manipulação constante com materiais perfuro cortantes, sendo um problema de saúde pública, pois os riscos de infecção por material biologicamente contaminado, possibilita a transmissão de algum agente patógeno pelo sangue, como nos casos das hepatites B e C e do HIV (LINS, 2016). Uma das circunstancia dos acidentes de trabalho com material biológico são à grande demanda das atribuições da equipe de enfermagem, sobrecarga de tarefas pelo excesso de pacientes podem ser circunstancias contribuintes para ATMB, bem como a falta de conhecimento e habilidade técnica para desenvolver procedimento podem contribuir para a exposição biológica, gerando assim um comportamento inadequado dos profissionais de enfermagem, além da falta de uso do equipamentos de proteção individual (EPI) no qual todos os estudos chamam atenção para medidas de prevenção (DONATELLI et al, 2015). Devido ao uso incorreto do Equipamento de segurança contribui para a prevalência de infecções hospitalares e riscos ocupacionais, portanto o uso correto da utilização do EPIs aliado ao conhecimento em relação ao uso do EPIs seja coletivo ou individual é indispensável para a segurança dos trabalhadores independente da área de atuação (LIMA et al, 2017). 37 A utilização de equipamento de proteção individual (EPI) ainda é um problema a ser considerado nas instituições de saúde, muita das vezes somente o uso de luvas para realização de procedimentos visto que a empresa deve fornecer material adequado porem analisando muitas das vezes a justificativa é que em situação de urgência e emergência não há tempo para o uso de EPI (VIEIRA et al, 2017). Nesta direção é muito importante desenvolver as ações de educação contínua em saúde, conscientização, interesse, participação ativa do enfermeiro nos cuidados laborais ao utilizar materiais ou métodos potencialmente infectantes, entre outros, portanto o programa de prevenção de acidentes de trabalho com agentes biológicos só se torna eficaz quando os próprios profissionais da enfermagem tornam-se multiplicadores da conscientização sobre os fatores de risco e passam a colocar em prática os métodos que orientam a prevenção (MACHADO et al, 2013). Neste sentido, este estudo torna se relevante no sentido de contribuir para gerar informações acerca da temática bem como possibilitar intervenções que possibilitem uma maior segurança no cotidiano laboral destes profissionais (Mendonça, 2020). 9 PRECAUÇÕES PADRÃO Fonte: IMAGE/JPEG 38 As precauções padrão são medidas básicas para prevenir a transmissão de infecções durante o atendimento ao paciente em todos os ambientes de cuidados à saúde e para todos os pacientes, independentemente de haver suspeita ou confirmação de infecção. Além de proteger o profissional contra risco ocupacional, as precauções padrão também se destinam à proteção dos pacientes contra possíveis agentes infecciosos transportados nas mãos dos profissionais ou equipamentos usados. Elas incluem higienização das mãos (HM); uso correto de equipamento de proteção individual (EPI) (luvas, avental, máscara, óculos de proteção e/ou protetor facial); e práticas de injeção segura (BRASIL, 2014). A essas precauções padrão, o Centers for Disease Control and Prevention (CDC) ainda acrescentou outras medidas: etiqueta de higiene respiratória ou tosse, práticas seguras de injeção e uso de máscaras de proteção para inserção de cateteres ou injeções envolvendo punção lombar (BRASIL, 2013). A maioria das infecções pode ser evitada a partir da adoção de medidas simples, como o uso de EPI, em cumprimento às medidas de assepsia e processamento adequado de artigos e superfícies, o que caracteriza o sistema de precauções e isolamento proposto pelo CDC (BRASIL, 2013). Esse sistema se baseia em três níveis, começando pelas precauções padrão e específicas baseadas no modo de transmissão e aplicadas a pacientes sob suspeita ou com diagnóstico confirmado de infecção ou colonização por microrganismos importantes. Estão listadas nesse tipo, as precauções de contato (com pele e/ou superfícies contaminadas) e as precauções respiratórias, seja por gotículas e/ou aerossóis. Existe um terceiro nível, chamado de precauções empíricas, indicadas para as síndromes clínicas que possuem importância epidemiológica, porém sem confirmação de etiologia (FARIA et al, 2019). Entretanto, além de adequado conhecimento das recomendações de prevenção e controle das infecções no que se refere aos modos de transmissão e prevenção da disseminação de microrganismos entre os profissionais de saúde, é indispensável a adesão do profissional, por meio do uso correto das medidas de precaução e isolamento (VALIM et al, 2015) Assim, com o objetivo de zelar pela boa saúde do paciente, os profissionais da equipe de saúde possuem papel essencial no 39 controle da infecção, adotando medidas de prevenção antes mesmo da internação, a fim de evitar hospitalizações desnecessárias (VALIM et al, 2017). Dessa forma, é importante que, além de possuir equipamentos necessários/ adequados, as instituições de saúde devem contar com profissionais capacitados para garantir os princípios técnicos e científicos concernentes ao controle das IHs, especialmente enfermeiros (VALIM et al, 2017). Ressalta-se que o enfermeiro se destaca por representar a equipe de enfermagem e estar presente 24 horas por dia no cuidado ao paciente. Diante do exposto, percebe-se que a utilização das precauções como um todo busca reduziro risco de exposição de pacientes e profissionais a patógenos causadores de infecção. Nesse sentido, enfermeiros e demais integrantes da equipe de enfermagem apresentam maior vulnerabilidade em função do tempo de contato com os pacientes, sendo-lhes exigido os conhecimentos necessários sobre os tipos de precauções indicados para uma assistência livre de danos (FARIA et al, 2019). 9.1 Higienização Simples das Mãos O hábito de lavagem e desinfecção das mãos é o primeiro método de controle de infecção e contaminação cruzada, pois relacionadas, é o mais simples e principal método de proteção a doenças. (NUNES, 2012). A higienização correta das mãos implica na diminuição de contaminação hospitalar e para a própria segurança do profissional. Faz-se importante ainda que seja feita a desinfecção das mãos com álcool 70% com a finalidade antibactericida e antimicrobiana. A obrigatoriedade da disponibilidade de álcool para a higienização das mãos fica a cargo da RDC Nº 42, de 25 de outubro de 2010 que regulamenta a obrigatoriedade de disponibilização de preparação alcoólica para higienização antisséptica das mãos, pelos serviços de saúde do país. Contudo a desinfecção antisséptica das mãos com penetração alcoólica não substitui a higienização das mãos, lavagem com água e sabão, sempre que as mãos se encontrarem com presença de sujidades visíveis a olho nu. (BRASIL, 2016). 40 Abaixo estão dispostas quadro a quadro na ilustração a forma correta de como realizar a higienização das mãos: Fonte: Portal Brasil 41 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABDALLA et. al., Postural biomechanical risks for nursing workersRiscos biomecânicos posturais em trabalhadores de enfermagem. Fisioter. mov. vol.27 no.3 Curitiba July/Sept. 2014 ALVES, R. et al. Abordagem Ergonômica no ambiente de trabalho. Revista eletrônica de enfermagem de centro de estudo de Enfermagem e Nutrição. 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