Buscar

05 APOSTILA A HISTÓRIA DO PENSAMENTO ANTROPOLÓGICO

Prévia do material em texto

1 
 
 
A HISTÓRIA DO PENSAMENTO ANTROPOLÓGICO 
1 
 
 
 
Sumário 
 
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2 
INTRODUÇÃO ......................................................................................... 3 
Antropologia ............................................................................................. 4 
Antropologia e sociologia ......................................................................... 8 
Teoria do surgimento da Antropologia ................................................... 11 
Etnografia .............................................................................................. 25 
CONCLUSÃO ........................................................................................ 28 
REFERÊNCIA ........................................................................................ 29 
 
 
2 
 
 
 NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A Antropologia é uma ciência que se encarrega do estudo da diversidade 
cultural encontrada entre os seres humanos e estuda a relação entre indivíduos, 
e a relação de indivíduos com os seus meios envolventes, tendo como foco o 
conceito de cultura. 
A antropologia foi reconhecida recentemente (em termos históricos) como 
uma ciência autônoma. Todavia, antes disso, era identificada como um ramo da 
história natural e narrava a evolução do homem de acordo com o conceito 
civilizacional. 
Além disso, podemos dizer que este saber foi um instrumento de 
dominação (principalmente europeia, à época), uma vez que legitimava a 
dominação das metrópoles colonialistas sobre os povos conquistados. 
Esse fenômeno, chamamos de "Etnocentrismo Eurocêntrico", pois tinha a 
civilização europeia como medida para todos os aspectos civilizados. Destarte, 
foi assim que surgiu a classificação “primitivo, bárbaro e civilizado” para 
determinar os estágios evolutivos das civilizações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
Antropologia 
 
 
Antropologia é um ramo das ciências sociais que estuda o ser humano e 
a sua origem de maneira abrangente. Por meio de estudos sobre as 
características físicas, a cultura, a linguagem e as construções do ser humano, 
o antropólogo vai buscar determinar, com base em grupos sociais específicos, 
como se formaram os seres humanos a ponto de tornarem-se o que são em suas 
comunidades. 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
Conceito de antropologia 
A palavra antropologia tem origem no idioma grego, o radical “antropo” 
vem de antrophos (homem) e “logia” vem de logos (razão ou, em sentido 
específico, estudo). A antropologia é, ao traduzirmos a palavra ao pé da letra, 
o estudo do ser humano em seu aspecto mais amplo. 
Antropologia estuda as constituições do ser humano em suas origens e de 
maneira irrestrita. 
A antropologia busca compreender como o ser humano formou-se e 
tornou-se o que ele é. Portanto, o antropólogo busca as raízes do ser 
humano estabelecendo (como a história) um estudo do passado para 
compreender quais foram essas origens. Isso é feito de maneira física ou 
biológica, social, cultural e até linguística, dependendo de qual vertente da 
antropologia estudada e de qual método antropológico utilizado. 
 
 
 
 
6 
 
 
 
 
O que a antropologia estuda 
Os estudos antropológicos buscam compreender como os povos 
viveram, como os seres humanos formaram-se e como a cultura humana 
desenvolveu-se. Dessa maneira, o antropólogo busca o trabalho de imersão 
numa determinada sociedade, a fim de observar e traçar teorias sobre a 
constituição cultural ou física dos indivíduos daquela sociedade. 
Tipos de antropologia 
 
→ Concepção clássica de antropologia estabelecida a partir dos 
estudos europeus do século XIX e XX 
 Antropologia biológica ou física: é um estudo da formação do ser 
humano em seus aspectos físicos. Os antropólogos dessa vertente 
buscam, junto à biologia, determinar quais fatores levaram os seres 
humanos a desenvolver determinados atributos físicos em sociedades 
específicas. Dessa maneira, se um antropólogo está estudando uma 
aldeia indígena que tem características próprias, ele vai procurar saber 
quais fatores geográficos e biológicos levaram aquela tribo a desenvolver 
as suas características peculiares. 
 Antropologia cultural: é uma vertente mais ampla e busca compreender 
como se formaram as culturas dos diferentes grupos humanos, tomando 
cultura como um conjunto de hábitos, costumes, valores, religião, arte, 
culinária etc. 
7 
 
 
Lévi-Strauss, o antropólogo que fundou o estruturalismo.[1] 
 
→ Concepção estadunidense de antropologia, subdividida em quatro 
campos 
 Antropologia biológica ou física: consiste no mesmo estudo de 
antropologia biológica ou física da divisão europeia clássica. 
 Antropologia cultural: consiste no mesmo estudo de antropologia 
cultural da divisão europeia clássica. 
 Antropologia linguística: com base nos estudos da linguagem de uma 
sociedade, determina as origens daquele povo. Um importante 
antropólogo que deu os impulsos para o reconhecimento desse ramo da 
antropologia foi o alemão, radicado nos Estados Unidos, Franz Boas. No 
fim da primeira metade do século XX, o antropólogo belga Claude Lévi-
Strauss desenvolveu uma teoria que ficou conhecida como antropologia 
estruturalista, a qual se baseia na linguagem para determinar as 
estruturas similares das pessoas dentro de uma cultura. Apesar da 
importância de Boas, é com Lévi-Strauss que a antropologia passa a 
identificar na linguagem um objeto central de estudo. 
8 
 
 
 Arqueologia: busca compreender a formação do ser humano com base 
nos objetos materiais deixados por ele. Nesse sentido, o arqueólogo 
busca por armas, utensílios culinários, vestimentas, escritos e pinturas e 
utensílios em geral que possam expressar como os povos antigos viviam, 
o que permite elaborar teorias sobre o modo de vida e cultura dos seres 
humanos no passado. 
 
Antropologia e sociologia 
 
A antropologia surgiu como uma ferramenta da sociologia para 
compreender as diferenças étnicas dos seres humanos. No século XIX, nos 
estudos de história e geografia contemporâneos, a sociologia e a antropologia 
surgiram com um objetivo bem específico: servir como meios de auxílio para 
o capitalismo industrial. 
A expansão industrial que a Europa viveu no século XIX colocou uma 
nova necessidade para a economia europeia: a busca de recursos naturais que 
9 
 
 
serviriam de matéria-prima para a produção. Para satisfazer tal busca, as 
potências europeias, em especial a Inglaterra, a França e a Alemanha, iniciaram 
um novo processo de colonização dos países não desenvolvidos situados na 
África, na Oceania e na Ásia e que possuíam recursos naturaisem abundância. 
No século XV, durante o colonialismo europeu liderado, principalmente, 
por Portugal, Espanha e Inglaterra, as justificativas para a dominação das 
colônias e dos povos que lá viviam e a justificativa da escravidão davam-se pela 
religião: os europeus nutriam a crença de que eles deveriam colonizar os 
territórios pagãos e levar o cristianismo a esses lugares, pois isso seria o 
caminho para a salvação daqueles povos. 
Além disso, os europeus acreditavam que havia uma predestinação 
divina que os permitia dominar povos que, no seu ponto de vista, eram 
atrasados. Muitos navegantes que participaram desse primeiro movimento de 
colonização escreveram relatos considerados documentos antropológicos de 
um período pré-científico, ou seja, de quando a antropologia ainda não era uma 
ciência bem construída. 
No século XIX, a sociedade intelectual europeia não mais acreditava 
cegamente na religião, pois a ciência tinha tomado nela um lugar de destaque. 
Nesse momento de intensa colonização, para a obtenção de recursos para a 
indústria, os europeus tiveram que justificar as suas ações de maneira científica. 
Para tanto, surge um primeiro movimento da antropologia como parte dos 
estudos de sociologia que visava analisar e classificar os seres humanos de 
etnias diferentes. 
Os primeiros estudos antropológicos eram extremamente etnocêntricos, 
ou seja, analisavam as culturas diferentes com base no ponto de vista de uma 
pessoa imersa na cultura europeia. Com isso, os europeus visavam mostrar que 
sua cultura e seu desenvolvimento eram superiores aos das demais sociedades, 
colocando a colonização como um movimento necessário de civilização para 
aquelas sociedades que, nesse ponto de vista, eram atrasadas. 
Assim, a antropologia surge primeiro como uma parte da sociologia e, 
depois, torna-se uma ciência humana autônoma, relacionada fortemente com a 
sociologia, mas com suas especificidades. Podemos dizer que a sociologia 
10 
 
 
estuda a sociedade e analisa-a no tempo presente. Já a antropologia estuda o 
ser humano e analisa-o no passado para entender as suas formações mais 
primitivas. 
 
Antropologia evolucionista 
A antropologia evolucionista foi o primeiro movimento de estudos 
antropológicos liderado pelo antropólogo e biólogo inglês Edward Burnett Tylor 
e pelo geógrafo e biólogo Herbert Spencer. Para esses primeiros antropólogos, 
a teoria da evolução, de Charles Darwin (em alta na sociedade intelectual 
europeia do século XIX), poderia ser aplicada à formação das sociedades. 
Herbert Spencer foi bastante influenciado pelo pensamento de Charles Darwin. 
Dessa maneira, assim como os animais desenvolveram-se 
biologicamente, sendo que alguns evoluíram e ficaram mais aptos ao meio, a 
cultura também tinha evoluído porque alguns seres humanos, supostamente, 
teriam evoluído mais. Surge aí a noção etnocêntrica de raça, que alegava que 
algumas “raças humanas” eram superiores a outras. 
11 
 
 
Também surgem as noções de cultura superior e cultura inferior, sendo 
que o padrão de medida de tais era o da própria cultura europeia. Com isso, não 
causou espanto a ideia de que a cultura europeia desenvolvida pelo homem 
branco era superior e que as culturas desenvolvidas por povos de outras etnias 
eram inferiores. Para os evolucionistas ou darwinistas sociais, o fato de haver 
diferentes níveis hierárquicos de desenvolvimento cultural evidenciava a 
justificação da dominação dos povos “inferiores” pelos povos “superiores”. 
 
Teoria do surgimento da Antropologia 
 
A 
antropologia surguiu proximadamente no inicio do séc.XIX por causa do 
pensamento que imperava na época: o iluminismo era o sinal de que o homem 
poderia tudo e a máquina transformaria a matéria (ele pensou e transformou a 
realidade construindo a máquina). Darwin surgiu com a evolução das espécies, 
onde o homem se transformaria ao longo dos séculos: transformação biológica. 
As ciências humanas buscariam nas ciências biológicas o status cientifico. 
Darwin organizaria as idéias numa contemporaneidade e falava que as espécies 
evoluiriam, consequentemente a sociedade também. Os europeus olhavam para 
suas colônias e enxergavam nos colonos o que eles já foram um dia e pensavam 
12 
 
 
que a evolução chegaria a um ápice como se fosse uma pirâmide e os europeus 
estaria no topo e o resto do mundo na base. 
Com o tempo essas idéias foram caindo e já não de pensa mais assim, o 
sujeito agora é colocado no seu devido tempo, os trabalhos feitos pelos autores 
eram oriundos dos que já existiam na época, os primeiros antropólogos achavam 
que não precisavam ir a campo fazer seus trabalhos, pois eles se baseavam nos 
escritos trazidos pelos escrivões das naus e foi com base nesses escritos que 
melhoramos os conceitos da idéia de cultura atualmente. 
Quais eram as características do evolucionismo do pensamento 
cultural? 
 
 
O objeto a ser estudado era amplo e englobava quase tudo e por 
conseguinte o evolucionista estudava toda a sociedade. Morgan Tayler não 
pensava só na religiosidade, ele pensava num todo. A amplitude do objeto para 
o antropólogo era estudar aos poucos e não tudo de uma só vez para não sair 
um trabalho com erros ao ponto que era impossível estudar tudo ao mesmo 
tempo como objeto pelo evolucionista, afinal ele queria estudar a sociedade. O 
método evolucionista fazia comparações: 
1ª Fase da Evolução: Quais eram as características? Que objetos 
usavam? Eles eram nômades? 
2ª Fase da Evolução: Eles eram sedentários? Eles criaram núcleos 
familiares? 
13 
 
 
 CRITICAS: 
 Eles não olhavam para dentro da sociedade 
 Eles não criavam parâmetros externos 
 As características não eram comparadas 
 As sociedades eram diferentes, por isso não aceitavam essas diferenças 
 
A história é tratada como uma enciclopédia, uma marcação de tempo 
linear encaixado em assuntos, no evolucionismo era uma escada existente entre 
os patamares da sociedade, pois dizia que o tempo é fase da evolução (a mais 
evoluída) e perto (não importando o tempo ou data), sem se preocupar com os 
processos históricos. 
 
 
 
 
Leslie White comparava as culturas como fases: 
14 
 
 
barbárie → selvageria → civilização 
 
A base do pensamento evolucionista era europeu, os romanos não se 
encaixavam nesse perfil na antiguidade, pois pensavam ser os sujeitos na 
história; a evolução tiraria o sujeito das camadas inferiores e racionalizando-os, 
iriam para as camadas superiores. Para o civilizado, Deus era único e onipotente 
e daria alma ao civilizado (sujeito). 
ILUMINISMO: no homem foi diferente de todas as espécies por que ele 
pensa e acumula conhecimento cientifico, podendo assim aprovar e desaprovar 
pensamentos para melhorar o que já foi feito. 
 
 
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: foi o movimento iluminista, positivista que 
comprovou e aumentou a força, considerando o momento, o homem como 
sujeito e foi marcado pela transformação de Darwin e seu sistema evolutivo. 
15 
 
 
 
 
 
MARX: falava de previsões das passagens do comunismo positivista para 
um pensamento evolucionista, ao criar a dialética e a idéia de fases, ele 
comparava as sociedades primitivas; os autores contemporâneos questionavam 
as sociedades em que eles viviam, a questão mais importante era como 
acontecia o processo para se chegar aquela fase do processo e depois como 
fariam para sair daquela fase. A importância não era o acontecido e sim como 
tinha acontecido. 
A antropologia era tida como senso comum, social, dinâmica, regional e 
universal, determinante e determinada, partindo desse pressuposto, as teorias 
eram tratadas pela antropologia? 
 Qual foi o pensamento de introdução aos estudos históricos? 
 Quais foram as teorias filosóficas e sociológicas? 
16 
 
 
 O objeto do evolucionismo era o homem primitivo , esse era o 
pensamento básico do iluminismo? 
 
 
 
 
FUNCIONALISMO: eramtentativas que iriam contra o evolucionismo, a 
base do olhar era a sociedade e o corpo humano, não se fazendo mais uso do 
darwinismo, o funcionalismo retornaria no inicio da 1ª guerra mundial; pensava-
se que existia um organismo social igual a um corpo e o corpo humano seria 
como uma engrenagem que fazia acontecer: 
 
X¹: o coração fora do corpo não funciona. 
 
X²: o fígado sem o corpo não vale nada. 
 
 
A sociedade funcionaVA como uma engrenagem comparada as partes do 
corpo, cada membro move essa grande engenhosidade denominada sociedade, 
quando há uma falha em um dos membros, a sociedade perde com isso, é como 
17 
 
 
se retirassem algum órgão vital do corpo e ele padecesse, isso equivaleria a 
sociedade, ela não funciona se o corpo não estiver em perfeita harmonia. 
A função não esta no órgão ou no sujeito, mas na relação que eles mantém, 
movendo-se para todas as outras partes: 
 
X¹: pensar um uma sociedade que não existe como família: 
 como pensar numa sociedade sem relação parental? 
 como seria esse sujeito? 
 quem dominaria esse sujeito? 
 
 
 
18 
 
 
 
 
A família é um instituto com seus significados existentes em todas as 
sociedades; a religião assume o papel dessa “cosmopolização”, onde as 
explicações religiosas são baseadas em cima daquilo que não tem explicação. 
A função religiosa era vista como um comportamento daquilo que era colocado 
para as pessoas da maneira como elas viam o fato, foi um padrão criado do 
mundo associado com a ética social ligada a religiosidade, a partir disso a culpa 
passou a incorporar o pecado com aplicações culposas. 
 
 
 
 
O grande representante do funcionalismo foi Branislaw Malinovsky, 
tendo seus estudos baseados no evolucionismo que era pregado e foi de fato 
fazer seus estudos nas ilhas Trobriand estudar o “Kula”, uma espécie de sistema 
econômico de troca, sua missão era tentar entender como isso funcionava e 
19 
 
 
saber quais eram os aspectos culturais impostos por essas sociedades, bem 
como era a relação entre eles com a economia, os parentes, a religião e a cultura. 
 
 
 
 
Tanto Strauss como Malinovsky estudavam para um modelo final, pois 
não se podia partir para o campo com conclusões prévias, mas sair para o campo 
em contato com varias sociedades, só assim entenderiam como essas 
sociedades funcionavam. Strauss tentava explicar como funcionava o 
parentesco das varias sociedades diferentes. 
 
 
 
 
20 
 
 
 
 
Franz Boas planejava fazer seus trabalhos no campo das pesquisas, mas nunca 
o fez. 
A imagem dos socialistas era passada como a de máquinas instrumentais 
nas sociedades, subjugando-as, reconhecendo a colonização pelo 
conhecimento, os sociólogos e antropólogos começaram a fazer seus trabalhos 
para tentar entender como funcionava o povo japonês por exemplo: 
 
21 
 
 
 
 
Foram estudados vários japoneses para entendê-los, como eles eram, 
como eles pensavam nas questões sociológicas; o homem bomba se matava 
por pensar que era um herói, achando que se sua morte fosse honrosa, seria um 
homem abençoado e assim mataria os “infiéis”, não era um ato individual, mas 
sim um ato coletivo em prol da sociedade japonesa, nesse ínterim, isso faria 
sentido para eles. Para os ocidentais o estranhamento se dava por não entender 
como esse processo se dava e o que significava. As ciências das culturas 
tentavam explicar como funcionava esse pensamento e o poder exercido na 
antropologia e sociologia; em certas comunidades indígenas isso acontecia 
frequentente, as vezes se ganhava e as vezes se perdia, dizimando, matando e 
principalmente negociando os perdedores para ver quem ficaria com sua terras. 
Conhecer os povos já foi uma forma de dominação, sendo o avanço 
cientifico ao mesmo tempo um massacre, nesse caso a ciência serviu ao poder, 
a idéia central do funcionalismo era a função e o sistema ser estudado em 
pequenas partes para poder entender melhor o que estava se estudando, no 
estruturalismo, era o contrário, se estudava a sociedade para depois entende-la: 
22 
 
 
 
 
 
X: o fordismo foi baseado no estruturalismo. A “engrenagem” que não 
funcionasse direito seria substituída ou sofreria “sansão penal” e não se 
enquadrando, seria substituída; essa engrenagem teria que funcionar tal qual 
para frente. Só aprenderemos e desenvolveremos algo se formos pesquisar e 
aprender, na gramática e na linguagem já temos isso definido. 
A idéia mais importante do funcionalismo é a função, não exatamente nas 
instituições, mas nas relações, o estruturalismo e as outras teorias são 
chamados de teorias do equilíbrio, existe um equilíbrio social mesmo nesta 
disfunção, além de uma dinâmica, com isso não há desestruturação, mas sim 
subjetividade social. O homem hoje tem o poder de eliminar o que quiser na 
23 
 
 
sociedade se não o desejar. No estruturalismo e no funcionalismo a revolução 
foi um marco para esses movimentos: 
 - a cultura não morre, só se conseguiria isso destruindo os 
membros dessa sociedade. 
 - a língua brasileira é uma das mais diversas línguas e nela há 
incorporações sócios culturais, o que nos da singularidade por 
identidade são as leituras de certos lugares. 
 
 
 
Estruturalismo Funcionalismo: surgiu aproximadamente antes da 1ª 
Guerra Mundia em torno de 1914 (teve mais força na 2ª G M) e na 2ª Guerra 
Mundial em torno de 1930. 
O estruturalismo foi um período de desestabilidade social e político no 
mundo, ao terminar a 1ª Guerra Mundial os conflitos continuam e nesse 
momento surgiram as teorias para explicar esses fenômenos, tentando 
restabelecer o período de paz. Para isso utilizaram-se as idéias de Durkheim que 
falava dos fatos sociais mais usados pela historia, a força motriz de tudo isso 
seria o positivismo. 
Fato Social / Histórico não propiciava a possibilidade de se contra por, 
era supostamente incontestável, hoje é um acontecimento histórico, com 
múltiplas visões, porém cada um com sua versão: 
 
24 
 
 
 
 
X: protesto de caminhoneiros: para nós seria uma versão, para o sindicato seria 
outra. 
 
 Fato é o mesmo, mas a versão muda, tornando ela descritiva, pouco 
analítica e sem tolerância para outras versões. A a hipótese só pode ser 
aprovada se não for verdadeira e se não o fizer, essa é a idéia do 
positivista/evolucionista. A evolução é o fato, ou se tem ou não se tem, 
comparada com a fé, é uma coisa fechada. Toda vez que se parte de um 
pressuposto, ele deve ser enquadrado. A resposta positivista/evolucionista já 
vem pronta, ela passa a ser uma proposta de complemento a resposta, é a 
menor teoria e o maior método de trabalho chamado estrutural funcionalismo, 
quase chegam ao mesmo lugar, sendo uma questão de método e não de 
pensamento, é preciso pensar que a sociedade é sistêmica, é uma idéia de 
conjunto que reflete a sociedade na sua forma social. 
 
25 
 
 
Etnografia 
 
De forma simples, podemos definir a etnografia como o estudo descritivo 
das diversas culturas e etnias humanas. Um ensaio etnográfico é aquele em que 
o autor se propõe a descrever e interpretar os hábitos, costumes, valores e 
práticas de uma comunidade específica. Hoje, a etnografia é um método 
consagrado no campo da pesquisa antropológica, mas ele pode ser também 
apropriado por outras áreas do conhecimento como forma de investigar, em 
profundidade, comunidades e grupos humanos em suas particularidades. No 
entanto, a etnografia exige do pesquisador adotar uma série de procedimentos 
metodológicos muito específicos. Até o primeiro terço do século XX havia uma 
separação no trabalho etnográfico entre o sujeito observador e o pesquisador. 
Os antropólogos escreviam suas teorias sobre as diferentes culturas em seu 
próprio gabinete, partindo de relatos produzidos por viajantes e aventureiros que 
26 
 
 
entravam em contato com os povos nativos por motivos diversos, nunca 
estritamente relacionadosà pesquisa científica. A obra Argonautas do Pacífico 
Ocidental, etnografia clássica escrita por Bronislaw Malinowski (1884-1942) e 
publicada em 1922, representa o grande marco fundador da Antropologia 
moderna, que rompe com essa separação entre o observador em campo e o 
erudito em seu gabinete. 
Para conhecer a fundo a cultura dos trobriandeses - sociedade complexa 
que habitava o arquipélago das Ilhas Trobriand, hoje parte da Papua Nova Guiné 
- Malinowski passou praticamente três anos vivendo entre os nativos. O 
antropólogo polaco não só aprendeu a língua falada por esses nativos, como 
buscou incorporar ao máximo a sua cultura, participando ativamente do eventos 
especiais e também do dia a dia da comunidade. Esta metodologia, hoje parte 
fundamental de todo estudo etnográfico, ficou conhecida como observação 
participante. Nesta forma particular de observação, o pesquisador busca 
compreender a cultura do “outro” partindo de uma visão localizada no interior da 
comunidade pesquisada, isso é, de dentro. 
A ida a campo, no entanto, não se separa do estudo teórico. A etnografia 
envolve também conhecer as teorias antropológicas, de forma que o 
pesquisador deve “treinar” seu olhar para que, por exemplo, não reproduza 
interpretações etnocêntricas sobre a cultura que está estudando. Além disso, há 
uma série de procedimentos para a coleta de dados em campo e sua posterior 
análise. Nesta última etapa, que envolve a escrita etnográfica, se possível, o 
pesquisador deve novamente se afastar da comunidade pesquisada.Os 
resultados da pesquisa serão posteriormente compartilhados com a comunidade 
acadêmica. Muitos antropólogos também consideram essencial e desejável 
apresentar estes mesmo resultados para a comunidade que foi seu objeto de 
análise. 
O fazer etnográfico, no entanto, não mais se restringe apenas aos ensaios 
escritos. A Antropologia Visual, área que tem ganhado mais espaço com o 
desenvolvimento e a democratização das tecnologias de captura de imagem, 
busca retratar e interpretar a diversidade cultural humana a partir da produção 
de fotos (fotoetnografia) e vídeos (filmes etnográficos). Independentemente do 
formato que se apresenta, a etnografia cumpre um papel importante enquanto 
27 
 
 
esforço de compreender e retratar os diferentes povos, grupos e culturas a partir 
de um olhar que se preocupa com a autonomia destes sujeitos e o seu direito à 
diferença. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
A antropologia tem como objeto privilegiado de estudo costumes, crenças, 
hábitos, universo psíquico, mitos, rituais, processo histórico, linguagem, leis, 
relações de parentesco. Todos esses são aspectos subjetivos dos diferentes 
povos do planeta. 
O método antropológico consiste, basicamente, na prática da etnografia 
(descrição do trabalho de campo) e etnologia (síntese dos conteúdos descritos 
em campo). Deste modo, por meio da análise crítica, é possível interpretar os 
fenômenos descritos. 
Além disso, utiliza metodologias e conhecimentos comuns em pesquisas 
de outras áreas do conhecimento, tal como linguística, arqueologia, história, 
dentre outras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
REFERÊNCIA 
 
 NUNES, ROSSANO CARVALHO. EM INSTITUTO GRUPO VERITAS DE PESQUISA. 
ANTROPOLOGIA 
KEHOE, ALICE BECK (1998). HUMANS: AN INTRODUCTION TO FOUR-FIELD 
ANTHROPOLOGY. [S.L.]: PSYCHOLOGY PRESS 
MARTINS, PAULO; GUERRA, JULIANA (2013). «DURKHEIM, MAUSS E A 
ATUALIDADE DA ESCOLA SOCIOLÓGICA FRANCESA» 34 ED. SOCIOLOGIAS. 15: 186-
218. DOI:10.1590/S1517-45222013000300009. CONSULTADO EM 20 
JANEIRO 2020 
"MARXIST APPROACHES IN ANTHROPOLOGY" ANNUAL REVIEW OF ANTHROPOLOGY 
VOL. 4: 341-370 (VOLUME PUBLICATION DATE OCTOBER 1975) DOI: 
10.1146/ANNUREV.AN.04.100175.002013 VISITADO EM: 01/02/2016 
GLÓRIA, ALINE BÁO; FERREIRA, DANDARA; ARAÚJO, DÉBORA; FARIA, ANA 
CAROLINA DE. "A MEDICALIZAÇÃO E A CRIANÇA NAS ESCOLAS DE BELO 
HORIZONTE: UM ESTUDO A PARTIR DA EXPERIÊNCIA DAS ALUNAS DO CURSO DE 
PEDAGOGIA DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE 
MINAS GERAIS (FAE/UEMG)". TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO. 
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS, FACULDADE DE EDUCAÇÃO. BELO 
HORIZONTE. 2019. 
COHN, CLARICE. ANTROPOLOGIA DA CRIANÇA. RIO DE JANEIRO: JORGE ZAHAR 
ED., 2005. DISPONÍVEL EM: 
<HTTPS://EDISCIPLINAS.USP.BR/PLUGINFILE.PHP/4416101/MOD_RESOURCE/CONT
ENT/1/CLARICE%20COHN%20ANTROPOLOGIA%20DA%20CRIAN%C3%A7A.PDF>
. 
INGOLD, TIM. ANTROPOLOGIA NÃO É ETNOGRAFIA. IN: INGOLD, TIM. ESTAR VIVO 
- ENSAIOS SOBRE MOVIMENTO, CONHECIMENTO E DESCRIÇÃO. PETRÓPOLIS: ED. 
VOZES, 2015. 
LARAIA, ROQUE DE BARROS. CULTURA: UM CONCEITO ANTROPOLÓGICO. RIO DE 
JANEIRO: JORGE ZAHAR EDITOR, 1997 [1986]. 11ª EDIÇÃO. 
30 
 
 
MAGNANI, JOSÉ GUILHERME. ETNOGRAFIA COMO PRÁTICA E EXPERIÊNCIA, 
HORIZONTES ANTROPOLÓGICOS, V.15, N.32, 2009, P.129-156. 
MARCONI, MARINA DE ANDRADE; PRESOTTO, ZELIA MARIA NEVES. 
ANTROPOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO; SÃO PAULO: ATLAS, 2010. 7ª EDIÇÃO. 
CARDOSO OLIVEIRA, ROBERTO. O TRABALHO DO ANTROPÓLOGO: OLHAR, 
OUVIR, ESCREVER. REVISTA DE ANTROPOLOGIA, VOL. 39, NO. 1 (1996), PP. 13-37 
MALINOWSKI, BRONISLAW. ARGONAUTAS DO PACÍFICO OCIDENTAL. SÃO 
PAULO: EDITORA UBU, 2019

Continue navegando