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A3 – Alfabetização e Letramento Para termos uma educação de qualidade, precisamos conhecer nossos alunos e os contextos aos quais estão inseridos, pois ao conhecer suas especificidades, podemos atuar de maneira mais eficiente e respeitosa. No caso de Rita, nota-se uma grande dificuldade com o aprendizado da leitura e escrita, o que se pode atribuir em grande parte ao seu déficit de atenção, problema notado pela sua profissional psicopedagoga. Também é possível notar que a aluna se esforça muito para acompanhar os colegas, prestando atenção nas aulas e sentando-se próxima às professoras, o que nos leva a perceber que o problema não é falta de esforço da discente. Para que haja uma aprendizagem significativa, a docente deve tomar medidas a fim de facilitar seu aprendizado. Como Rita é filha única e é citado que passava por momentos solitários, a professora deve tentar fazer a aproximação entre os alunos, pois como estudado por Vygotsky em seu socioconstrutivismo, a partir da interação se constrói a aprendizagem, e Rita pode aprender muito com os colegas mais experientes através dessa interação, além de sentir-se mais à vontade em momentos de leitura para a sala de aula. Como a garota possui dificuldades de concentração, a profissional deve utilizar-se de explicações e instruções breves e claras, trazendo o conteúdo de aprendizagem relevante à vida da criança, encaixando-se em seu contexto de vida. Para que haja maior interesse, a profissional deve sair da “mesmice” de um ensino tradicional de aprendizagem passiva, trazendo metodologias ativas, como a aprendizagem por meio de discussões, debates, pesquisas, experimentos e artes (teatro, música, pintura). Deste modo, há uma maior fixação do aprendizado e maior interesse, pois quando os alunos são os protagonistas desse processo e estão ativamente envolvidos, há um aprendizado muito mais significativo. No processo de construção de um ensino mais inclusivo, a professora pode utilizar diferentes métodos, como a “gamificação”, com o objetivo de ensinar de uma forma lúdica e divertida, onde há uma grande interação entre os alunos. Além de sempre incentivar e elogiar em suas pequenas conquistas, com o intuito de melhorar uma autoestima frágil causada pelas dificuldades presentes. É ideal que a docente teste diferentes estilos de aprendizagem para saber com qual a aluna consegue reter melhor o conteúdo estudado, fornecendo experiências multissensoriais, englobando a visão, audição e o tato (cinestesia). O método fônico, por exemplo, pode ser de grande utilidade para ajudar a compreender a relação entre os fonemas e grafemas, fazendo-a ir além das sílabas. Como citado por Paulo Freire, “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção", é preciso quebrar a barreira que impede o aluno de se ver e se colocar como o protagonista da aquisição do conhecimento. A sala de aula precisa ser vista como um local seguro, repleto de reflexões, ideias e diferentes estímulos, respeitando sempre o tempo de aprendizado de cada indivíduo.