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NUTRIÇÃO CLÍNICA E DIETOTERAPIA II

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Prévia do material em texto

Professor(a) Me. Tatiane dos Santos A. Gonçalves
NUTRIÇÃO CLÍNICA
E DIETOTERAPIA II
REITORIA Prof. Me. Gilmar de Oliveira
DIREÇÃO ADMINISTRATIVA Prof. Me. Renato Valença 
DIREÇÃO DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Me. Daniel de Lima
DIREÇÃO DE ENSINO EAD Profa. Dra. Giani Andrea Linde Colauto 
DIREÇÃO FINANCEIRA Eduardo Luiz Campano Santini
DIREÇÃO FINANCEIRA EAD Guilherme Esquivel
COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Me. Jeferson de Souza Sá
COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
COORDENAÇÃO DE PLANEJAMENTO E PROCESSOS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA EAD Profa. Ma. Sônia Maria Crivelli Mataruco
COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS Luiz Fernando Freitas
REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling 
 Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
 Caroline da Silva Marques 
 Eduardo Alves de Oliveira
 Jéssica Eugênio Azevedo
 Marcelino Fernando Rodrigues Santos
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Bruna de Lima Ramos
 Hugo Batalhoti Morangueira
 Vitor Amaral Poltronieri
ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz 
DE VÍDEO Carlos Firmino de Oliveira 
 Carlos Henrique Moraes dos Anjos
 Kauê Berto
 Pedro Vinícius de Lima Machado
 Thassiane da Silva Jacinto 
 
FICHA CATALOGRÁFICA
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP
G635n Gonçalves, Tatiane dos Santos A.
 Nutrição clínica e dietoterapia II / Tatiane dos Santos A.
 Gonçalves. Paranavaí: EduFatecie, 2024.
 134 p.: il. Color.
 
 1. CDietoterapia. 2. Dieta na doença. 3. Nutrição. I. Centro
 Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação a Distância.
 III. Título. 
 
 CDD: 23. ed. 615.854
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577
As imagens utilizadas neste material didático 
são oriundas do banco de imagens 
Shutterstock .
2023 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie.
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva
dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da 
obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la 
de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
https://www.shutterstock.com/pt/
3
Professor(a) Me. Tatiane dos Santos A. Gonçalves
• Nutricionista pela Universidade Paranaense — UNIPAR;
• Especialista em Nutrição Clínica e Funcional, Mestre em Ciência Animal com 
ênfase em Produtos Bioativos;
• Docente e Orientadora de estágio em Nutrição Clínica;
• Docente nos cursos da área da Saúde e Gastronomia modalidade EAD — UNI-
PAR;
• Docente nos cursos de pós-graduação na área de Nutrição e Educação Física 
modalidade EAD — UNIPAR;
• Docente no curso de pós-graduação Fisiologia do exercício e Reabilitação 
cardiovascular na modalidade presencial — UNIPAR;
• Nutricionista clínica.
Nutricionista com experiência de 13 anos na área clínica, com foco em emagreci-
mento e mudança de composição corporal, baseada na nutrição funcional. Na docência há 
8 anos com oportunidade de ministrar todas as disciplinas específicas do curso de nutrição 
na área clínica, orientar e supervisionar estágio na área clínica e hospitalar.
CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/5973957688161580
AUTOR
http://lattes.cnpq.br/5973957688161580
4
Caro (a) aluno (a), estamos prestes a dar um novo rumo ao conhecimento da Die-
toterapia, essa área tão rica e ampla que faz de nós, nutricionistas, profissionais únicos.
Na unidade I trataremos das principais doenças que afetam o fígado, o pâncreas e 
os rins. Você verá que é muito importante estudar a doença a fundo para entender como os 
nutrientes podem agir e melhorar o estado geral do paciente em qualquer condição. Esta 
primeira unidade é muito importante, pois serão percebidos alguns padrões importantes 
para as próximas condutas a seguir.
Na unidade II seguiremos discutindo no mesmo padrão, entendendo a doença e 
aplicando a dietoterapia, agora nas doenças pulmonares como: doença pulmonar obstruti-
va crônica, fibrose cística e tuberculose. Aposto que está se perguntando: o que a nutrição 
pode fazer por uma doença respiratória? Resposta: TUDO! Afinal o oxigênio e os nutrientes 
são o que nos mantêm de pé. Ficou curioso né? Então passa na unidade II para descobrir 
como fazer isso.
Na unidade III começaremos a andar pelo caminho conturbado do câncer, cuidados 
paliativos, AIDS e doenças hematológicas. Tenho certeza de que não imaginava que a 
nutrição se encaixaria aqui também, e digo mais, é peça fundamental. Chegando aqui você 
já terá notado alguns pontos em comum em várias condutas e esta unidade em especial te 
prepara para a unidade IV. Você não perde por esperar!
E finalmente, na unidade IV falaremos sobre o paciente séptico, traumatizado, gran-
de queimado e bariátrico. Fique calmo, não é tudo isso em um mesmo paciente, mesmo 
sendo humanamente possível, mas vocês perceberão que esta unidade IV completa todas 
as outras três. Isso porque, é “o pulo do gato” para resolver os dilemas das condutas que 
muitas vezes nos deparamos na prática.
Todas as informações contidas aqui são baseadas em diretrizes nacionais e in-
ternacionais para todas as doenças que citei acima. Meu desejo é que você “mergulhe 
de cabeça” nesse conteúdo; desenvolva o pensamento crítico e a capacidade de tomar 
decisões rápidas. Aproveite, foi elaborado com muito carinho! Vamos lá? Te espero na 
próxima página, excelente aprendizado!
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
5
UNIDADE 4
Dietoterapia no Paciente Crítico e 
Cirurgia Bariátrica
Dietoterapia na Oncologia, Cuidados Paliativos, Síndrome 
da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e Anemias Carenciais
UNIDADE 3
Dietoterapia nas Doenças Pulmonares
UNIDADE 2
Dietoterapia nas Doenças Hepáticas, 
Biliares e nas Doenças Renais
UNIDADE 1
SUMÁRIO
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
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Plano de Estudos
• Dietoterapia nas doenças hepáticas e biliares;
• Dietoterapia nas doenças renais.
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar as doenças hepáticas, biliares e 
renais;
• Compreender as diferentesformas de adaptar a conduta 
dietoterápica em cada situação, considerando todas as 
características do paciente;
• Estabelecer a importância da dietoterapia no tratamento, 
prevenção e prognóstico de um paciente com doença hepática, 
biliar e renal.
Professor(a) Me. Tatiane dos Santos A. Gonçalves
DIETOTERAPIA NAS DIETOTERAPIA NAS 
DOENÇAS HEPÁTICAS, DOENÇAS HEPÁTICAS, 
BILIARES E NAS BILIARES E NAS 
DOENÇAS RENAISDOENÇAS RENAIS1UNIDADEUNIDADE
INTRODUÇÃO
7DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS HEPÁTICAS, BILIARES E NAS DOENÇAS RENAISUNIDADE 1
Caro (a) aluno (a), 
Você está prestes a conhecer melhor o que a nutrição pode fazer nas doenças 
mais comuns do fígado e dos rins. Aposto que você conhece ou já ouviu falar de hepatite, 
colelitíase, esteatose, doença renal crônica e aguda, talvez o que você ainda não conheça 
é a função da nutrição e dos nutrientes nessas doenças e acima de tudo, o papel do nu-
tricionista, nessas situações. Nesta unidade você vai aprender como montar uma conduta 
para um paciente que tenha uma ou mais de uma dessas doenças e vai se surpreender 
com o poder que os nutrientes têm no tratamento, prevenção e na qualidade de vida desses 
pacientes. Aqui você encontrará também as funções e quantidades do carboidrato, proteína 
e lipídios nestas doenças, pois mesmo sendo os macronutrientes que prescrevemos para 
pacientes saudáveis eles também entram aqui. Agora com suas funções olhadas mais de 
perto e encaixadas perfeitamente com o que precisa ser ajustado no estado nutricional 
do paciente, independente da patologia que ele tenha. No que diz respeito às vitaminas, 
minerais e antioxidantes não será diferente, é o momento de explorarmos tudo de melhor 
e todas as funções desses nutrientes, pois essa é alma da nutrição, usar o alimento em 
todas as suas possibilidades para trazer saúde! Sendo assim, leia tudo com muita calma e 
atenção, não tenha pressa, pare, pesquise, demore o tempo que for, mais não saia dessa 
unidade com dúvidas sobre o que fazer com um paciente com doenças no fígado ou no rim, 
pode chegar, tudo o que foi escrito aqui, foi pensando em você.
DIETOTERAPIA NAS 
DOENÇAS HEPÁTICAS
E BILIARES1
TÓPICO
8DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS HEPÁTICAS, BILIARES E NAS DOENÇAS RENAISUNIDADE 1
1.1 Hepatite
Este termo refere-se a um processo inflamatório das células hepáticas, também 
conhecidas como hepatócitos e a causa dessa doença é variada, vai desde uma infecção 
por fungo, bactéria, vírus até ervas, ou fármacos que podem causar toxicidade ao fígado, 
dentre todas essas causas a infecção viral é a mais comum (OLIVEIRA; SILVA, 2018).
Essas infecções podem se tornarem graves e culminar em necrose do fígado, a 
qual é a morte das células hepáticas. As hepatites mais comuns causadas por vírus são: a 
Hepatite A, B, C e E (GOMES, et al, 2012).
1.1.2 Objetivos da dietoterapia 
O fígado sem dúvida é um dos órgãos mais importantes do organismo, ele faz parte 
do metabolismo, da síntese do armazenamento dos macronutrientes e micronutrientes, 
enfim, tudo passa pelo fígado. E a atenção nutricional com o paciente com hepatite garante 
que a doença não piore, porque um fígado inflamado tem suas funções prejudicadas, e se 
isso for associado ao consumo excessivo de carboidrato simples e gordura saturada, in-
gestão de álcool, alimentação inadequada e baixo consumo de frutas, verduras e legumes, 
poderá potencializar os efeitos prejudiciais da hepatite (OLIVEIRA; SILVA, 2018).
Ainda de acordo com os autores acima, os objetivos da dietoterapia são manter 
o estado nutricional do paciente, dentro da normalidade, ou seja, na eutrofia e manter a 
qualidade da dieta para garantir a recuperação das células do fígado.
9DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS HEPÁTICAS, BILIARES E NAS DOENÇAS RENAISUNIDADE 1
1.1.3 Lipídios
Para pacientes com hepatite crônica é aconselhável estimular o consumo de uma 
dieta baixa em lipídios, uma vez que a ingestão de grande quantidade de gorduras pode 
provocar doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) (SOLGA, et al., 2004). É 
preciso estar atento à quantidade de gordura na dieta, pois como o metabolismo lipídico 
ocorre no fígado quando o órgão está inflamado, uma dieta hiperlipídica aumenta o estresse 
oxidativo. Sendo assim, é indicado uma dieta 
normolipídica (25-35% do valor calórico total [VCT]) para não gerar sobrecarga no 
fígado e atender as necessidades de lipídios para garantir as funções básicas do corpo 
(OLIVEIRA; SILVA, 2018).
Não foi definido um consenso sobre a quantidade de lipídio a ser ingerida nas hepa-
tites, seja ela aguda ou crônica, utiliza-se a Diretriz Brasileira sobre dislipidemia e prevenção 
da aterosclerose que indica que a oferta de lipídios seja < 7% do VCT de ácidos graxos sa-
turados, <10% de ácidos graxos poli-insaturados <20% de ácidos graxos monoinsaturados, 
menos de 200mg de colesterol e suplementação de ômega 3. Em casos de triglicerídeos 
elevados (hipertrigliceridemia) considerados graves quando os níveis de triglicerídeos en-
contram-se > 500mg/dL e não cedem ao tratamento medicamentoso (SPOSITO, 2007).
Um estudo realizado por Freire et al. (2016) mostrou que a suplementação de ôme-
ga 3 pode reduzir a resistência à insulina em pacientes infectados com o vírus da hepatite 
C. Dessa forma, paciente com Hepatite C e resistência à insulina, tem maior propensão à 
progressão da doença.
1.1.4 Peso corporal e carboidratos
A resposta ao tratamento fica comprometida quando o paciente apresenta resis-
tência à ação da insulina, esse processo faz com que o vírus cresça com maior facilidade, 
contribuindo para o desenvolvimento de fibrose e acúmulo de gordura no fígado (esteatose 
hepática) (HARRISON, 2006).
Como você pode perceber, caro aluno, a redução gradual do peso também é fundamen-
tal neste tratamento, uma vez que o acúmulo de gordura pode ocasionar resistência à insulina e 
aumentar a inflamação, promovendo o aumento da fibrose hepática (GONÇALVES, 2023)
Também é muito importante destacar para você que a Sociedade Brasileira de 
Diabetes (SBD), 2015, relata que a Diabetes Melittus tipo 2 (DM-2) e a resistência à in-
sulina (RI) acontecem com muita frequência em pacientes com essas patologias, sendo 
assim, a conduta que deve ser empregada para tratar esse paciente deve considerar esse 
prognóstico. A SBD preconiza que o plano alimentar para esses casos sejam normoglicídi-
10DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS HEPÁTICAS, BILIARES E NAS DOENÇAS RENAISUNIDADE 1
cos, ou seja, a quantidade considerada normal de carboidrato, contendo entre 50 a 60%, 
sempre priorizando o consumo de carboidrato complexo e de baixo índice glicêmico (IG). 
Orienta ainda a reduzir a quantidade de carboidratos simples, aqueles que encontramos 
nos açúcares, doces, alimentos e bebidas ricos em frutose e glicose e também nas farinhas 
refinadas. Para mais, ainda conforme a Sociedade Brasileira de Diabetes, a ingestão de 
açúcar simples deve ser menor que 10% do valor energético total.
Mas muita atenção! Enquanto profissionais, indicando isso para o paciente, não 
podemos causar nenhum tipo de terrorismo ou restrição desnecessária, pensem sempre 
na qualidade e nos nutrientes que esse paciente precisa para se nutrir, lidar com essa 
inflamação e com a fibrose. E lembre-se, sem extremismo com o carboidrato, não precisa 
colocar uma dieta hipoglicídica (quantidade abaixo da recomendada) só porque o paciente 
tem diabetes ou hepatite, você vai adequar o tipo do carboidrato, alto ou baixo IG, dentro 
da quantidade recomendada (GONÇALVES,2023).
1.1.5 Antioxidantes
O uso de antioxidantes ameniza a progressão da doença, foi isso que Farias et al. 
(2012) verificou no seu estudo, suplementando 800 mg de vitamina E, 500 mg de vitamina 
C, e 40 mg/ dia de zinco por seis meses, para pacientes com hepatite C, que estavam 
divididos em dois grupos: um recebia a terapia medicamentosa padrão e o outro não, e eles 
chegaram à seguinte conclusão: houve proteção antioxidante para todos osgrupos.
O zinco é muito importante para o tratamento dessa doença, isso, por atuar na 
resposta virológica, ou seja, está na linha de frente no combate há hepatite C, já que é uma 
infecção viral e atua com um importante componente na regressão da fibrose das células 
hepáticas (GRÜIGREIIFF; REINHOLD, 2010).
Não posso deixar de citar a Vitamina A que também é um antioxidante que deve 
receber sua atenção na hora de montar um plano alimentar para o paciente com hepatite, 
pois é muito comum nesse paciente, principalmente se a doença for crônica, acontecer uma 
redução na concentração de retinol, o qual é a forma ativa da vitamina A dentro do orga-
nismo. Isso acontece porque o fígado é o principal local onde a vitamina A é armazenada e 
liberada para outros tecidos (PERES et al., 2011; DE PAULA; RAMALHO; BRAULIO, 2010).
 No entanto, não é porque essa deficiência pode acontecer que você vai suple-
mentar seu paciente de qualquer maneira, é preciso ter cautela ao se fazer isso, visto que 
é possível que haja a diminuição de uma proteína chamada proteína transportadora de 
retinol, a diminuição dessa proteína, pode provocar toxicidade hepática por retinol (PERES; 
COELHO; DE PAULA, 2014).
11DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS HEPÁTICAS, BILIARES E NAS DOENÇAS RENAISUNIDADE 1
 Pense comigo, de que adianta suplementar um monte de vitamina A ou retinol se 
o transporte desse nutriente não existe? É obvio que o retinol vai se acumular no fígado! 
Então fique muito atento quando o assunto for suplementação. Na tabela 1 estão descritas 
as recomendações nutricionais gerais para paciente com hepatite (GONÇALVES, 2023).
TABELA 1. RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA PACIENTES COM HEPATITE
Energia (calorias) 
Avaliar o estado nutricional e a perda de peso para definir o valor 
enérgico total (VET)
Pacientes com hepatite C obesos: dieta hipocalórica (20 a 25 kcal/
kg/P)1
Pacientes eutróficos2: dieta normocalórica (25 a 30 kcal/kg/P)
Pacientes desnutridos ou em risco nutricional: dieta hipercalórica 
(30 a 35 kcal/kg/P)
Gordura total (lipídios) 25% a 35% do VET
Ácidos graxos saturados ≤ 7% do VET
Ácidos graxos poli-insaturados ≤ 10% do VET
Ácidos graxos monoinsaturados ≤ 20% do VET
Carboidratos 
50% a 60% do VET 
Preferir carboidratos de baixo IG
Evitar alimentos e bebidas que tenham sacarose e frutose na com-
posição (as frutas não se enquadram)
Proteínas 15% do VET (sempre analise as gramas por quilo de peso se esta-rão adequadas)
Colesterol < 200mg
Vitaminas, minerais e
antioxidantes
Sempre verificar a necessidade de suplementação analisando a 
frequência de ingestão alimentar dos alimentos fonte e também por 
meio de avaliação de exames laboratoriais.
1 - Kcal/kg/P: quilocalorias por quilo de peso do paciente 
2 - Paciente eutrófico: paciente que está com o peso e o estado nutricional adequado.
Fonte: Adaptado de Oliveira e Silva, 2018.
 Caro aluno, é importante destacar que quando encontramos recomendações nutri-
cionais de carboidrato, proteínas e lipídios, expressas em porcentagem, devemos sempre 
considerar a quantidade desses macronutrientes em gramas por quilo de peso (g/kg), pois 
é comum a porcentagem estar adequada ao VET, mas as g/kg, não se adequarem, então 
em suas condutas sempre olhe os dois parâmetros (GONÇALVES, 2023).
1.2 Esteatose hepática ou doença hepática gordurosa (DHG)
Tenho certeza de que você já ouviu falar sobre a esteatose hepática ou doença he-
pática gordurosa, que significa o acúmulo de gordura no fígado, no entanto, se é a primeira 
vez que você lê este último termo (doença hepática gordurosa), quero te dizer que ele é 
mais apropriado para nomear esse tipo de doença. Isso porque, ela pode ser classificada 
como doença hepática gordurosa alcoólica, que é causada pelo abuso do consumo exage-
12DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS HEPÁTICAS, BILIARES E NAS DOENÇAS RENAISUNIDADE 1
rado de bebidas alcoólicas (DHGA) e doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) 
que acontece mesmo sem o consumo de álcool (OLIVEIRA; SILVA, 2018).
1.2.1 Objetivos da dietoterapia
Quando atendemos um paciente com DHG, independente da causa, é muito im-
portante manter os níveis de insulina dentro de parâmetros normais, para que se evite o 
acúmulo de mais gordura no fígado, também é importante melhorar o perfil das lipoproteí-
nas, principalmente HDL, reduzir o estresse oxidativo por meio do aumento da oferta de 
antioxidantes, diminuir o estado pró-inflamatório, ou seja, evitar alimentos que estimulam a 
inflamação, e diminuir a lipogênese (aumento das células de gordura) (RUSU et al., 2015).
1.2.2 Recomendações nutricionais para DHGA
Como já vimos, a DHGA apresenta-se quando há o consumo excessivo de álcool, 
os prejuízos causados por essa doença podem variar desde um acúmulo de gordura nos 
hepatócitos, também conhecido como esteatose, que é a primeira manifestação do consu-
mo excessivo de álcool no fígado, ou uma hepatite alcoólica que pode evoluir para fibrose, 
cirrose e desenvolvimento de carcinoma hepatocelular (câncer de fígado) (EUROPEAN 
ASSOCIATION FOR THE STUDY OF THE LIVER, 2012; XU et al., 2014)
O que é muito comum nesse tipo de paciente, é a desnutrição proteico-calórica, cau-
sada pelo consumo insuficiente de calorias e proteínas, com isso também pode provocar a 
deficiência de vitamina A e D, tiamina (b1), piridoxina (b6), folato (b9), e zinco. A desnutrição 
proteico-calórica aumenta diretamente a mortalidade causada por essa doença, que pode 
chegar até 80% (OLIVEIRA; SILVA, 2018).
A desnutrição é multifatorial e aumenta diretamente a mortalidade nesses pacientes, 
pois não é somente o peso que é afetado, mas também todos os outros sistemas do corpo. 
Temos o péssimo hábito de pensar em desnutrição somente como algo que afeta o peso, 
mas todo o resto do corpo (intestinos, órgãos, sistema imune) depende desses nutrientes 
que não chegam (GONÇALVES, 2023).
Pensando nos sintomas, a ingestão reduzida de calorias se dá por causa da falta 
de apetite, também chamada de anorexia, promovidas pelas calorias vazias do álcool. Já 
a redução na absorção de nutrientes acontece de maneira secundária a outras alterações, 
como, por exemplo, diminuição da integridade do intestino, ou seja, o intestino “permite” que 
qualquer substância entre, ou diminui a capacidade para absorver determinadas vitaminas 
e minerais pelo fato de não ter a acidez adequada para isso. Também uma diminuição na 
atividade do pâncreas, que é o órgão responsável por produzir as enzimas que vão digerir 
13DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS HEPÁTICAS, BILIARES E NAS DOENÇAS RENAISUNIDADE 1
os macronutrientes, e consequente influenciar na absorção de vitaminas e minerais, essa 
diminuição na absorção também pode ser causada pela redução da bile e das enzimas 
intestinais (OLIVEIRA; SILVA, 2018; GONÇALVES, 2023).
Caro estudante, como pode perceber, a desnutrição calórico-proteica, é o fator 
mais preocupante no paciente com DHGA, começa bem lentamente no sistema digestório, 
que vai perdendo sua capacidade de absorção e até que essa perda seja vista a olho 
nu, o paciente já teve vários prejuízos à saúde, por isso a importância de uma avaliação 
constante nesse tipo de caso (GONÇALVES, 2023).
Para o tratamento da DHGA a eliminação da ingestão do álcool é a intervenção 
mais importante, mas pensando em intervenção nutricional, devemos sempre nos preocu-
par primeiro com a ingestão adequada de nutrientes, principalmente para evitar e corrigir as 
possíveis deficiências de vitaminas e minerais (OLIVEIRA; SILVA, 2018).
Com relação à quantidade calórica para DHGA é recomendável 25 a 40 kcal/kg/P 
sendo que 50% a 60% sejam destinados para os carboidratos, as proteínas devem atender 
de 1 a 1,5g/kg/P e os lipídios ficam entre 20% a 30% (SINGAL; CHARLTON, 2012).
Desse modo, você vai perceber que as recomendações nutricionais para a grande 
maioria das doenças vão ser as mesmas que aquelas indicadas a população saudável, 
sendo assim quando você estiver na prática,e não encontrar recomendação específica 
para determinada doença, utilize sempre as recomendações da Recommended Dietary 
Allowance (RDA) ou em português, Ingestão Dietética Recomendada, que inclusive pas-
saram por atualização no ano de 2023. Na tabela 2 estão descritas as recomendações 
nutricionais para indivíduos com DHGNA (GONÇALVES, 2023).
TABELA 2: RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA INDIVÍDUOS COM DOENÇA HEPÁTICA 
GORDUROSA NÃO ALCOÓLICA
Energia (calorias) 25 a 40 kcal/kg/dia1
Carboidrato 50% a 60% do VCT2
Proteína 1 a 1,5g/kg/dia3
Lipídio 20% a 30% do VCT4
Fluídos (líquidos) 40 a 50mL/kg/dia5
Tiamina 100mg/dia6
Ácido fólico 1mg/dia6
Vitamina D 50.000UI três vezes na semana
Vitamina A 10.000 UI/dia ou 25.000 três vezes na semana
Vitamina E 400 UI/dia
Sódio 90 mEq/ dia7
14DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS HEPÁTICAS, BILIARES E NAS DOENÇAS RENAISUNIDADE 1
Ferro Suplementar em caso de deficiência8
Cálcio 1200 a 1500 mg/dia
Zinco 220 mg duas vezes ao dia
1 – Utilizar o peso atual, em caso de edema considerar o peso seco, ou seja, descontar do peso bruto, o peso 
equivalente ao edema avaliado. Pacientes classificados como obesos, devem ter 75% das suas necessida-
des basais atendidas, no caso de pacientes com ascite, que é um edema generalizado, considerar 110% das 
necessidades basais
2 – É indicado que se monitore a glicemia para evitar aumento da glicose sanguínea e com isso influenciar na 
ação da insulina e também, cuidar com a qualidade do carboidrato ingerido.
3 – Pacientes com grau 3 ou 4 de encefalopatia hepática (uma complicação da doença hepática grave que 
causa danos cerebrais) ou que apresentem qualquer risco de desenvolver essa doença, devem iniciar a 
ingestão de proteínas em 0,6 a 0,8g/kg/dia e ir aumentando gradativamente e os aminoácidos de cadeia 
ramificada (valina leucina e isoleucina) são recomendados para indivíduos com encefalopatia aguda.
4 – Recomenda-se restringir o uso de lipídios em pacientes com esteatorreia (diarreia com gordura) e usar 
triglicerídeo de cadeia média, lembrando que a qualidade dos lipídios a serem ingeridos também é muito 
importante, deve priorizar ácidos graxos mono e poli-insaturados.
5 – Restringir a ingestão de líquidos para 1L a 1,5L/dia se o sódio no soro for <125 mEq/L.
6 – devem ser administrados pelo menos duas semanas após o período de hospitalização.
7 – Caso haja retenção de líquidos, sempre avaliar cada situação.
8 – Acompanhar por exames bioquímicos para analisar a real necessidade de suplementação.
Fonte: Adaptado de Singal e Charlton, 2012.
Caro aluno, como pode notar, apesar de existir uma recomendação com uma quan-
tidade do nutriente a ser seguida, ainda sim existem exceções que devem ser analisadas 
a cada sintoma que o paciente apresentar, então não existe algo fixo, mas sim uma base, 
um ponto de partida com o qual traçamos nossas condutas levando sempre em conta o pa-
ciente como um todo. Portanto, para ter segurança na hora de prescrever é necessário ter 
conhecimento de tudo o que acontece no corpo do seu paciente, pois tudo ali dependendo 
dos nutrientes que o ele ingere (GONÇALVES, 2023).
1.2.3 Recomendações nutricionais para DHGNA
Esse tipo de doença hepática é um pouco mais complicada que a anterior, pelo 
fato desse acúmulo de gordura surgir no fígado sem o consumo excessivo de álcool, essa 
patologia tem uma abrangência maior, já que pode variar desde uma esteatose simples 
até uma esteato-hepatite não alcoólica (EHNA) com ou sem fibrose, já imaginou isso? Um 
fígado com esteatose e hepatite ao mesmo tempo, e ainda podendo apresentar fibrose? 
Será que sobra alguma célula intacta para cumprir a função do fígado? Este é um fígado 
bem sobrecarregado (OLIVEIRA; SILVA, 2018).
A DHGNA tem relação direta com a obesidade e geralmente os pacientes apresen-
tam DM-2 consequência do excesso de gordura no corpo. A ingestão em excesso de refrige-
rante, xaropes de milho rico em frutose, carboidratos processados, ácidos graxos saturados 
e uma alimentação com grande quantidade de carne vermelha contribuem fortemente para 
o desenvolvimento dessa doença (NSEIR; HELLOU; ASSY, 2014). Além disso, a inatividade 
15DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS HEPÁTICAS, BILIARES E NAS DOENÇAS RENAISUNIDADE 1
física também é um fator agravante, diante do exposto, a mudança no estilo de vida é a 
primeira intervenção a ser adotada no tratamento da DHGNA (OLIVEIRA; SILVA, 2018).
Por esse motivo, a dieta DASH (dietary approach to stop hipertension) e a dieta 
do mediterrâneo têm sido indicadas para o tratamento das DHGNA pelo fato de possuírem 
uma quantidade reduzida em gorduras, e as fontes de gordura que fazem parte dessa dieta, 
são prioritariamente de ácidos graxos mono e poli-insaturados, ou seja, são as famosas 
“gorduras boas” (HERNANDEZ-RODAS; VALENZUELA; VIDELA, 2015).
Com relação à quantidade de carboidratos, a recomendação é de 45% a 60% do 
VET, desde que seja em sua maioria carboidratos não refinados, já os lipídios, é recomen-
dado a ingestão de 20% a 35% preferindo os ácidos graxos mono e poli-insaturados, pois 
estes contribuem para reduzir o colesterol e triglicerídeos, e é claro que não pode ficar de 
fora o ômega 3, a recomendação é que a ingestão seja feita preferencialmente por meio 
de peixes, toda semana, mas também pode ser feita a ingestão de 2 a 4g/dia se o paciente 
apresentar um triglicerídeo ≥ 500mg/dia, referente às proteínas são poucas as literaturas 
que abordam sobre o assunto, no entanto, recomenda-se 20% do VET na forma desse 
macronutriente (OLIVEIRA et al., 2016).
Os autores citados acima afirmam que a indicação do consumo de fibras deve ser 
entre 20g a 40g/dia, sendo indicada a ingestão de 5 a 15g de fibras solúveis, principalmente 
a pectina que está presente nas frutas, aveias e feijões, lembrando que não é recomendado 
suplementar fibra se a alimentação supre a necessidade desse nutriente.
Caro Aluno, é muito comum cairmos na tentação de achar que uma dieta restrita 
em nutriente ou calorias pode ser uma conduta mais assertiva para um resultado mais 
rápido, mas deixa eu te contar que esse não é o melhor caminho, LaBrecque et al., (2014) 
diz que a restrição moderada nas calorias e a mudança na composição de macronutrientes 
apresentam melhores resultados, quando comparadas a uma dieta de baixo valor calórico. 
Entendam que quando reduzimos calorias, automaticamente a quantidade de alimentos no 
plano alimentar também diminui, fazendo com que a quantidade de vitaminas e minerais 
seja insuficiente, então que fique bem claro, o caminho mais óbvio, nem sempre é o mais 
assertivo (GONÇALVES, 2023).
Diante disso, recomenda-se que para pacientes com DHGNA seja restringido o 
consumo de açúcar para 10% do VET, e a frutose (presente em refrigerantes e produtos 
refinados) é responsável por aumentar o acúmulo de gordura no fígado e o aumento de 
triglicerídeos no plasma, além do mais a frutose está envolvida no dano oxidativo, ou seja, 
ela aumenta o estresse oxidativo (mais uma vez, não estou falando da frutose das frutas. 
Essa frutose originária das frutas, para causar dano, teríamos que consumir um caminhão 
16DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS HEPÁTICAS, BILIARES E NAS DOENÇAS RENAISUNIDADE 1
de melancia de uma vez). Dessa menina, a resistência à insulina, o estresse oxidativo e 
o consumo excessivo de glicose aumenta as chances de desenvolver uma doença car-
diovascular, as quais são muito comuns nesse tipo de paciente (HERNANDEZ-RODAS; 
VALENZUELA; VIDELA, 2015).
A suplementação com vitamina E de 800UI/dia deve ser a primeira alternativa para 
pacientes adultos, não diabéticos e com diagnóstico de esteato-hepatite diagnosticada 
por biópsia, mas atenção, isso não é recomendado para pacientes diabéticos e pacientes 
que tenha DHGNA que não foi diagnosticada por biópsia. Mesmo que os resultados sejam 
animadores e promissores não se aplica a todos os pacientes e os estudo clínicos são 
limitados e com curto tempo de duração (OLIVEIRA; SILVA,2018).
Caro aluno, quando pensamos em recomendação nutricional para qualquer tipo de 
doença é extremamente necessário associarmos o estudo da fisiopatologia desta doença, 
ou seja, entender como ela acontece e o que ela causa no organismo, assim, conhecendo 
os nutrientes conseguiremos encaixar exatamente o que o corpo precisa para se recuperar 
daquela doença e voltar ao seu estado normal. Logo, no caso da DHGNA ficou bem claro 
que o estresse oxidativo é acentuado, nesse caso é muito importante adicionar os antioxi-
dantes, além das vitaminas e minerais como, por exemplo, o resveratrol e a antocianina. 
Na tabela 3 você encontrará os nutrientes recomendados para doença hepática gordurosa 
não alcoólica (GONÇALVES, 2023).
TABELA 3: RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA PACIENTES COM DOENÇA HEPÁTICA 
GORDUROSA NÃO ALCOÓLICA 
Energia 25 kcal/kg/dia
Carboidratos 45% a 60% do VET
Açúcar <10% do VET 
Lipídios
Gordura saturada
20% a 35% do VET
7% a 10% do VET
5% a 10% do VET
15% a 20% do VET
2 a 4 g/dia se triglicerídeos forem >500mg/dL
200 a 300 mg/dia
<1% do VET
Proteína 20% do VET
Líquidos 40 a 50 mL/kg/dia
Vitamina E 800UI/dia1
1- Quantidade indicada para pacientes não diabético com esteato-hepatite não alcoólica diagnosticada por 
biópsia.
Fonte: Adaptada de Oliveira et al., 2016; Rusu, et al, 2015.
17DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS HEPÁTICAS, BILIARES E NAS DOENÇAS RENAISUNIDADE 1
1.3 Colelitíase
Também conhecida como cálculos biliares, essa doença atinge mais mulheres do 
que homens e em aproximadamente 75% dos pacientes os cálculos biliares (aquelas pedri-
nhas que se formam na vesícula) são constituídas de colesterol e o restante, por pigmentos, 
os conhecidos cálculos de pigmento, formado principalmente por bilirrubina conjugada (a 
bilirrubina é o pigmento que “sobra” das hemácias quando elas são quebradas e esse 
pigmento é eliminado pelo fígado, por meio da bile) (SILBERNAGL, 2016).
A colelitíase também pode ser conhecida como colecistite crônica calculosa, in-
clusive esse é um termo mais atualizado para se utilizar, e ela é uma das doenças mais 
comuns do sistema digestório, tenho certeza de que você conhece alguém que já retirou 
a vesícula por causas dessas pedrinhas, pois o tratamento é justamente esse, remoção 
cirúrgica da vesícula biliar (COELHO; NASSIF; CAMPOS, 2002).
Nos casos de colelitíase a dietoterapia tem como objetivo diminuir o risco de for-
mação de pedras na vesícula e amenizar os sintomas naqueles que já desenvolveram a 
doença (OLIVEIRA; SILVA, 2018). Analisando como essa doença surge e se apresenta no 
organismo, nós enquanto nutricionistas devemos focar na prevenção dessa doença, pois 
uma vez instalada, o principal tratamento é cirúrgico, logo, nos resta fazer um belo traba-
lho de prevenção analisando os níveis de colesterol dos pacientes e ficando muito atento 
aqueles que já possuem este marcador elevado por longo tempo, pois como vimos acima, 
a maior parte dos cálculos biliares são formados por colesterol (GONÇALVES, 2023).
1.3.2 Recomendações nutricionais para colelitíase
E mais uma vez ela aparece por aqui, sim, a obesidade, ela está associada a maior 
risco de colelitíase, a perda de peso diminui o risco de colelitíase. No entanto, uma perda 
de peso maior que 1,5Kg por semana pode levar a formação de pedras ou aumentar o risco 
de uma colelitíase assintomática (MUST et al., 1999), isso pode acontecer, pois a perda 
de peso rápida está associada a uma dieta restritiva que leva a deficiência de nutrientes 
que são importantes para que o colesterol e a bilirrubina não se acumulem sob a forma de 
cristais, ou seja, mantenha seu curso normal (GONÇALVES, 2023).
Também é indicado que se consuma ácidos graxos mono e poli-insaturados, pois 
estão associados a um risco reduzido de formação de pedra na vesícula, além de um maior 
consumo de frutas e verduras (SCAGGION, 1998).
Quando o paciente estiver passando por um quadro agudo de colelitíase, diferentes 
recomendações são indicadas de acordo com os sintomas que o paciente apresenta:
18DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS HEPÁTICAS, BILIARES E NAS DOENÇAS RENAISUNIDADE 1
• Vômito: não deve ingerir dieta via oral, nesse caso é muito importante avaliar a 
frequência com que esse sintoma aparece e cuidar da hidratação.
• Sem vômitos, mas com a presença de dores: primeiro dia recomenda-se dieta 
líquida restrita, para avaliar a tolerância do paciente a essa textura. Já a partir 
do segundo dia é indicado uma dieta hiperlipídica (quantidade reduzida em gor-
duras), hipopurínica (quantidade reduzidas em purinas que é uma substância 
encontrada em alimentos fontes de proteínas que quando metabolizados, se 
transformam em ácido úrico) Hipocolesterínica (quantidade reduzida em coles-
terol), fracionamento aumentado e volume diminuído para se oferecer refeições 
pequenas para não sobrecarregar o sistema digestório e a consistência pode ser 
definida segundo a tolerância do paciente podendo variar desde líquida até sólida 
(OLIVEIRA; SILVA, 2018).
É muito comum pacientes que removeram a vesícula apresentarem diarreia porque 
eles não têm mais a vesícula para armazenar a bile e alguns podem apresentar maior difi-
culdade na digestão dos lipídios e alguns sintomas podem aparecer em decorrência disso, 
como náuseas, eructações, flatulência e indigestão (COELHO; NASSIF; CAMPOS, 2002).
Caro aluno, como você pode analisar, dificilmente conseguiremos reverter uma 
colelitíase, só com cirurgia mesmo, nosso trabalho aqui é identificar os sintomas e tratá-los, 
identificar as predisposições do paciente e evitá-las! Mas para nos ajudar, existem algumas 
recomendações que nos auxiliarão nesse caminho:
• Dieta com baixo teor de gordura e consistência normal.
• Os lipídios desse plano alimentar devem ser distribuídos proporcionalmente 
ao longo do dia, ou seja, evite que uma refeição fique carregada de gordura 
e a seguinte sem nada de gordura. E não se esqueça de priorizar os mono e 
poli-insaturados.
• As gorduras de adição devem ser restritas.
• Referente ao preparo dos alimentos, é indicado que prefira alimentos grelhados 
e assados, evitando o consumo de frituras.
• Evitar carnes gordurosas, molhos e preparações à base de gordura, maionese, 
chantilly.
• Evitar frutas e sementes oleaginosas: abacate, nozes, castanhas, amendoim, 
amêndoas (PEMBERTON; GASTINEAU, 1988).
Talvez essa última orientação pode ter deixado você um pouco confuso, mas cal-
ma, deixa eu te explicar: esta orientação está considerando a recomendação principal que 
é uma dieta baixa em gordura, mas sabemos que uma dieta baixa em gordura não é uma 
19DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS HEPÁTICAS, BILIARES E NAS DOENÇAS RENAISUNIDADE 1
dieta sem gordura, e também sabemos que devemos priorizar os ácidos graxos mono e 
poli-insaturados, com isso podemos pensar assim: se meu paciente está em crise, eu não 
vou colocar abacate no café da manhã, castanha no lanche da manhã e abacate no lanche 
da tarde, é óbvio que isso não é a melhor escolha, mas não é por isso que deixaremos 
de oferecer esse tipo de alimento só porque ele é rico em gordura, muito pelo contrário, 
vamos analisar cada detalhe do caso desse paciente e colocar as quantidades necessárias 
para que ele se recupere ou se adeque a sua nova alimentação sem a vesícula biliar. Já 
está passando da hora de moldarmos nosso olhar enquanto profissionais que levará essas 
orientações para pessoas leigas, não existe nada permitido 100% ou proibido 100%, tudo 
é questão de olhar para seu paciente e ver o que ele realmente precisa, e transformar essa 
necessidade em alimentação (GONÇALVES, 2023).
DIETOTERAPIA NAS 
DOENÇAS RENAIS2
TÓPICO
20DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS HEPÁTICAS, BILIARES E NAS DOENÇAS RENAISUNIDADE 1
2.1 Doença renal aguda 
Também conhecida como insuficiência renal aguda, mas o termo lesão renal aguda 
é mais atualizado para designar essa doença que acomete os rins, ela atinge diferentes fai-
xas etárias e pode ter vários desfechos dependendo dagravidade e da duração do evento 
(LEWINGTON; CERDÁ; METHA, 2013). É caracterizada pelo declínio rápido e repentino 
das funções dos rins, isso faz com que metabólitos (substâncias que “sobram” do meta-
bolismo e que precisam ser eliminados) se cumulem no sangue, assim como as toxinas e 
medicamentos (ZAMBELLI, 2021). Ainda de acordo com esse autor os sintomas pode ser 
muito variados, pode acontecer anúria, que é quando o indivíduo não consegue urinar, ou 
até mesmo um aumento no volume de urina a ser eliminado ao longo dia.
Caro aluno, você vai perceber que esse autor será muito citado a partir de agora, pois 
trata-se da diretriz atualizada para terapia nutricional para pacientes com doença renal. Ainda 
de acordo com Zambelli (2021), existem alguns pontos na definição dos nomes da doença 
renal aguda que devem ser considerados: a injúria renal aguda (IRA) é uma subcategoria da 
doença renal aguda (DRA), que acontece quando o indivíduo perde a função dos rins por até 
três meses, passado esse tempo é classificado como doença renal crônica (DRC).
2.1.2 Objetivos da dietoterapia
Os objetivos da dietoterapia para doença renal aguda são, prevenir a desnutri-
ção proteico-calórica, uma vez que os rins diminuem a capacidade reabsorção, isso faz 
com que muita proteína se perda, e dependo do estágio da doença em que o paciente se 
21DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS HEPÁTICAS, BILIARES E NAS DOENÇAS RENAISUNIDADE 1
encontre, será necessário um consumo reduzido de proteínas. Também será necessário 
oferecer um aporte proteico adequado para manter o equilíbrio metabólico, reestabelecer 
a função imunológica adequada e diminuir a resposta inflamatória e o estresse oxidativo 
(MARTÍNEZ; RIERA; JIMENEZ, 2001).
Caro aluno, como você pode observar, mais uma vez estamos diante de uma doen-
ça, em que o uso adequado dos antioxidantes fará toda diferença (GONÇALVES, 2023).
2.1.3 Recomendações nutricionais para doença renal aguda.
Os autores Oliveira e Silva (2018) trazem um resumo em formato de compara-
ção das diretrizes nacionais e internacionais para pacientes com doença renal aguda. No 
entanto, ao comparar esses valores com a diretriz atualizada para este tipo de paciente, 
publicada pela BRASPEN em 2021, achei mais conveniente trazer para vocês os dados 
atualizados de 2021 por Zambelli (2021).
A recomendação de energia ou calorias para pacientes com IRA é de 20 a 30 kcal/
kg/dia de peso seco ou peso ideal, só lembrando que o peso seco é aquele que o edema 
(inchaço) é descontado, e no caso de pacientes com obesidade, nós trabalharemos com 
o peso ideal (que é aquele obtido multiplicando a altura ao quadrado pelo IMC médio). Em 
casos de estresse grave a recomendação é de 25 a 30 kcal/kg/dia. Na fase inicial da doen-
ça aguda recomenda-se um plano alimentar hipocalórico que seja <70% das necessidades 
e evoluir para 80% a 100% da meta em três dias, essa adaptação e evolução devem ser 
graduais (ZAMBELLI, 2021).
O catabolismo proteico, ou seja, a quebra acelerada das proteínas é a marca re-
gistrada de IRA, pois o metabolismo dos aminoácidos são alterados e vários aminoácidos 
não essenciais (o nosso corpo produz), se transformam em condicionalmente essenciais, 
na tentativa de suprir a falta dos aminoácidos essenciais, que são aqueles que nosso 
organismo não produz (CANO et al., 2006).
As recomendações de proteínas para pacientes hipercatabólicos, (pacientes que 
estão perdendo muita massa magra e peso rapidamente) que apresentam IRA e que não 
estão fazendo terapia de reposição renal (TRR) (também conhecida como hemodiálise) 
é de 1,3 a 1,5g/kg/dia, caso o paciente esteja em TRR intermitente a recomendação é de 
1,5g/kg/dia. No entanto, se a TRR for contínua, a quantidade diária de ingestão de proteína 
passa a ser de 1,7 a 2,5g/kg. As proteínas não devem ser restringidas naqueles pacientes 
hipercatabólicos visando o retardamento do início da TRR, no entanto, podem ser controla-
das para aqueles não hipercatabólicos e sem indicação de TRR e com recomendação em 
torno de 0,8 a 1,0g/kg/dia (ZAMBELLI, 2021).
22DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS HEPÁTICAS, BILIARES E NAS DOENÇAS RENAISUNIDADE 1
A TRR contínua pode promover perdas de aminoácidos de 10g a 15g por dia, pois 
durante o processo, a membrana que faz o papel dos rins, acaba filtrando uma quantidade 
maior de proteína do sangue, o que não permite que esses aminoácidos retornem para a 
corrente sanguínea, situação parecida pode acontecer nos casos de dialise peritoneal, que 
é um processo onde o peritônio do paciente é utilizado como “filtro” da diálise, nesses casos 
a perda pode variar de 18g a 20g/dia (MARTINEZ; RIERA; JIMENEZ, 2001).
Pacientes com IRA podem apresentar deficiência de antioxidantes, estado pró-in-
flamatório e imunocompetência prejudicada, ou seja, a capacidade do sistema imune fica 
comprometida (OLIVEIRA; SILVA, 2018).
As vitaminas hidrossolúveis são reduzidas, a ativação da vitamina D fica prejudica-
da o que em alguns casos resulta em hiperparatireoidismo secundário (CANO et al., 2006), 
que é uma condição que afeta a paratireoide aumentando a produção do PTH que por sua 
vez estimula a retirada de cálcio dos ossos, fazendo com que ele se acumule na corrente 
sanguínea (GONÇALVES, 2023). Você já imaginou a bagunça que vira o metabolismo? 
Falta Vitamina D, mexe no metabolismo do cálcio, desbalanceia o metabolismo de magné-
sio, porque esse é trio que mantém o cálcio no lugar, agora imagina tudo isso acontecendo 
ao mesmo tempo que o catabolismo dos aminoácidos está a milhão, os rins não respondem 
e o indivíduo não está se alimentando adequadamente, é para isso que vocês têm que 
olhar, para o todo, para tudo! (GONÇALVES, 2023).
É necessário ter atenção aos níveis de potássio, pois a hipercalemia grave, aquela 
diagnosticada pelo potássio sérico acima 6,5 mmol/L, pois pode levar à morte súbita, sendo 
assim se faz necessário suspender suplementos à base de potássio, assim como medica-
mentos que diminuam sua excreção urinária, lembrando que como nutricionistas, jamais 
faremos qualquer tipo de indicação ou intervenção no tratamento medicamentoso, sempre 
indicaremos ao paciente procurar orientação médica para isso, também é recomendado 
que se diminua a quantidade de potássio ingerido por meio da dieta (METHA et al., 2015). 
É importante deixar claro que qualquer ajuste na alimentação ou na suplementação de um 
paciente com IRA deve ser feita mediante a avaliação dos exames bioquímicos e sempre 
avalie o estado individual e nutricional de cada paciente (GONÇALVES, 2023).
2.2 Doença renal crônica (DRC)
Esta doença é definida por alterações estruturais e funcionais nos rins que durem 
por mais de três meses que afetam a saúde do indivíduo, esta doença tem uma classifi-
cação que é definida pela taxa de filtração glomerular (TFG) e a categoria de albuminuria, 
que a quantidade de albumina que está sendo eliminada na urina, a avaliação adequada 
23DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS HEPÁTICAS, BILIARES E NAS DOENÇAS RENAISUNIDADE 1
desses parâmetros é que vai definir o prognóstico e a periodicidade do acompanhamento 
deste paciente (OLIVEIRA; SILVA, 2018).
2.2.1 Objetivos da dietoterapia
O principal objetivo na DRC, de maneira geral, é garantir a nutrição equilibrada 
para melhorar a qualidade de vida, evitar a desnutrição que é comum nesses pacientes e 
tratando de maneira precoce sempre que necessário (OLIVEIRA; SILVA, 2018).
No tratamento conservador, que é aquele onde nenhum tipo de TRR foi iniciado, o 
principal objetivo é diminuir o acúmulo de nitrogênio sanguíneo, lembrando que o nitrogênio 
vem da proteína, e controlar as doenças que possam ser secundárias a esse processo 
como a hipertensão e o diabetes, e o mais importante, devemos retardar ao máximo a 
perda da função renal (MITCH; KLAHR 2008).
Quando o paciente já está em TRR, o objetivo principal é a adequação dos exames 
laboratoriais e o ganho de peso interdialítico, que é o peso queo paciente deve ganhar 
entre uma sessão de TRR e outra, além do alcance e da manutenção do estado nutricio-
nal adequado. No caso de pacientes que estão utilizando a diálise peritoneal, o consumo 
adequado de proteínas se destaca como objetivo principal e a redução do consumo de 
carboidratos simples também, uma vez que durante o processo, o peritônio pode absorver 
uma quantidade maior de glicose (OLIVEIRA; SILVA, 2018).
 Mas independentemente de qual for a TRR ou tempo de tratamento, é importante 
controlar fatores de risco cardiovasculares, uma vez que esta é a principal causa de morte 
nos pacientes com DRC (OLIVEIRA; SILVA, 2018).
2.2.3 Recomendações nutricionais para doença renal crônica
De acordo com Zambelli (2021), a recomendação de calorias é de 25-35kcal/kg/
dia para pacientes metabolicamente estáveis, ou seja, para aqueles que mesmo fazendo 
algum tipo de TRR, levam “vida normal”. Para estes autores o termo estável refere-se aos 
parâmetros: idade, sexo, atividade física, estado nutricional, estágio da DRC e outras co-
morbidades que possam estar associadas, ou seja, mais uma vez voltamos ao ponto: cada 
paciente deve ser avaliado individualmente e todos os fatores devem ser considerados.
Zambelli (2021) também afirma que a indicação do consumo de proteínas para 
adultos que esteja nos estágios de 3-5 (classificado pela taxa de filtração glomerular), é de 
0,6 a 0,8/dia com a quantidade energética adequada, ou seja, uma dieta normocalórica. A 
variação mais baixa é recomendada para a preservação da função renal naqueles pacien-
tes que não apresentam risco de desnutrição. Para pacientes com diabetes, desnutrição, 
24DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS HEPÁTICAS, BILIARES E NAS DOENÇAS RENAISUNIDADE 1
idade avançada ou outras comorbidades, é recomendado valores maiores de proteína por 
dia. No caso de pacientes adultos com doença renal crônica no estágio 5 que esteja em 
hemodiálise ou diálise peritoneal, a indicação é de 1,2g/kg/dia de proteínas em uma dieta 
hipocalórica. A suplementação de 0,3-0,4g/kg/dia de aminoácidos essenciais, para pacien-
tes nos estágios 4-5 da DRC diminui o risco da falência renal, a eliminação de proteína na 
urina, também conhecida como proteinúria e promove efeitos benéficos em complicações 
metabólicas sem prejuízos ao estado nutricional.
Referente à ingestão de fósforo, para adultos com DRC nos estágios 3-5 em diálise, 
esta mesma diretriz indica que ingestão alimentar deve ser ajustada para manter os níveis 
desse mineral adequado na corrente sanguínea. A restrição só vai acontecer se os níveis 
ficarem acima do recomendado no sangue ou no caso de aumento do cálcio e o PTH, 
lembra deles né? Lembrem-se também que a falta da vitamina D faz parte desse processo 
também. A alimentação deve considerar o fósforo dos alimentos e aquele que é adicionado 
em produtos industrializados, nada pode ficar de fora, pois se tratando de paciente renal, 
tudo muda muito rápido. No caso da ingestão de potássio, seguem as mesmas orientações 
que aquelas descritas para o fósforo, deve ser ingerido a quantidade suficiente para manter 
os níveis séricos dentro da normalidade, já ingestão de sódio por meio de alimentos deve 
ser <2,3g/dia e deve ser considerado as intervenções farmacológicas aplicáveis, mas se 
tratando de paciente renal, o melhor a se fazer é monitorar os valores séricos e fazer os 
ajustes de acordo com esse parâmetro (ZAMBELLI, 2021).
Como disse anteriormente, essa diretriz é base mais confiável para se fixar uma 
conduta para o paciente com doença renal, seguindo nessas informações Zambelli (2021) 
mostra que a utilização de suplementos via oral é recomendado somente quando o paciente 
não tem capacidade de ingerir a quantidade de calorias e nutrientes por meio de alimentos, 
e também com risco nutricional, o único impedimento para a utilização desse tipo de suple-
mento é se o paciente precisar de alguma alteração específica de nutrientes que a fórmula 
do suplemento não consiga atender. Sobre a nutrição enteral, o autor reforça que ela é 
indicada quando o paciente está em estágio 3 da DRC, em diálise e não consegue ingerir a 
quantidade adequada de nutrientes e calorias por meio da alimentação e suplementação e 
apresente risco de desnutrição, da mesma forma, deve-se priorizar fórmulas que atendam 
às necessidades metabólicas do paciente.
25DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS HEPÁTICAS, BILIARES E NAS DOENÇAS RENAISUNIDADE 1
Apesar das recomendações nutricionais descritas em tabelas serem baseadas em estudos e opinião de 
especialistas, as decisões e diagnósticos clínicos devem sempre ser baseados no julgamento profissional de 
acordo com as individualidades de cada paciente, a partir disso, utilizar as recomendações de quantidade 
de nutrientes indicada para situação, sempre adaptando a necessidade adequada do paciente (ZABELLI, 
2011). Caro aluno, não existe “receita de bolo”, existe a tua conduta diante de cada situação, para isso é 
importante estudar muito para ter embasamento para uma boa decisão (GONÇALVES, 2023).
Fonte: Gonçalves (2023).
Sabia que era muito comum aparecer crenças populares sobre o tratamento das hepatites? Por exemplo, se 
uma pessoa estivesse com essa doença, era orientado que consumisse suspiro e chá de picão. Essas pesso-
as acreditavam que um fígado inflamado produzia menos glicose e com isso poderia haver uma queda no 
açúcar do sangue. Já o picão era indicado por reduzir a icterícia (popular amarelão) característica comum 
de uma doença hepática. Tudo isso era feito sem orientação médica ou nutricional. Agora imaginem, tudo 
o que falamos até aqui, sobre a importância de se escolher o tipo do carboidrato e evitar principalmen-
te carboidrato simples, as pessoas fazem ao contrário, piorando a condição nutricional (OLIVEIRA; SILVA, 
2018). Mesmo sendo “apenas chás” é necessário ter cuidado e ler a respeito das ações e contraindicações 
do consumo de cada um deles, pois alguns tipos de chás são hepatotóxicos, um deles, o popular chá-verde, 
mesmo ainda havendo a necessidade de mais estudos para definir uma quantidade segura para se ingerir, 
é necessário cautela na indicação da quantidade. É um paradoxo, na verdade, pois o chá-verde tem efeito 
hepatoprotetor e também hepatotóxico, o que vai definir o efeito da dose do chá, é a quantidade e o estado 
geral do paciente (MANZZANTI et al., 2009).
26DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS HEPÁTICAS, BILIARES E NAS DOENÇAS RENAISUNIDADE 1
A nutrição é muito ampla e abrangente, principalmente no que tange à dietoterapia. 
Ficou claro com o conteúdo estudado nesta unidade o papel importante das vitaminas e 
minerais e também dos antioxidantes, pois de todas as doenças estudadas aqui, cada uma 
delas desenvolve um processo inflamatório no corpo; por isso, é extremamente importante 
garantir o aporte necessário das vitaminas A, D, E, C e do complexo B, assim como dos 
minerais zinco e magnésio é a base para se tratar doenças que desempenham algum papel 
inflamatório no corpo.
Ficou evidente também que o papel do carboidrato, da proteína e do lipídio foram 
além das suas funções básicas, eles fazem parte de uma grande teia metabólica que liga 
todos os sistemas e hormônios. Espero que você, a partir de agora, possa olhar para esses 
macronutrientes com outros olhos e que na próxima vez que for prescrever olhe além das 
gramas que ele representa no plano alimentar.
Mas que fique muito claro, não é porque não citei outros nutrientes que eles devem 
ficar de fora, cada paciente deve ser analisado na sua individualidade e o estudo é infinito, 
mas faça isso sempre visando buscar o domínio sobre o conhecimento daquilo que se 
propor a trabalhar, caso seja com pacientes hepatopatas ou renal que você seja referência 
naquilo que faz, este foi o primeiro passo agora é com você, continue estudando, lendo e 
aprendendo, é isso que te fará um profissional de sucesso.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
27DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS HEPÁTICAS, BILIARES E NAS DOENÇASRENAISUNIDADE 1
Caro aluno, como você pode perceber, a doença renal crônica e aguda merece sua 
atenção, pois vários fatores podem influenciar principalmente na quantidade de nutrientes 
para pessoas com essa patologia. Sem assim A diretriz da BASPEN merece muito sua 
atenção, e por esse motivo, deixo-a aqui como dica de material complementar.
ZAMBELLI, Clarissa Martins Saraiva Figueira. et al. Diretriz BRASPEN de Terapia 
Nutricional no Paciente com Doença Renal. Braspen J, v. 36, n. Supl 2, p. 1, 2021.
LEITURA COMPLEMENTAR
MATERIAL COMPLEMENTAR
28DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS HEPÁTICAS, BILIARES E NAS DOENÇAS RENAISUNIDADE 1
FILME/VÍDEO
• Título: Doenças hepáticas.
• Ano: 2020.
• Sinopse: Nessa aula você encontrará toda a parte da fisiologia 
e anatomia do fígado, assim como as principais doenças que aco-
metem esse órgão, e ralação dos macronutrientes nas doenças do 
fígado.
• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=-yoWv9EgFyI.
LIVRO
• Título: Dietoterapia nas doenças do Adulto.
• Autor: Aline Marcadenti de Oliveira e Flávia Moraes da Silva.
• Editora: Rubio.
• Sinopse: Esse livro traz de maneira didática desde a fisiopa-
tologia de cada doença até as recomendações nutricionais para 
todas as doenças especificadas. Todo o embasamento do livro é 
baseado nas diretrizes nacionais e internacionais. Sem dúvida é 
um excelente material de consulta e embasamento para a prática 
clínica.
WEB
• A Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (SB-
NPE) atende médicos, nutricionistas, enfermeiros, farmacêuticos, 
estudantes. Neste site você encontrará a referência para nutrição 
clínica.
• Link do site: https://www.braspen.org/.
https://www.youtube.com/watch?v=-yoWv9EgFyI
https://www.braspen.org/
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Plano de Estudos
• Doença pulmonar obstrutiva crônica;
• Insuficiência respiratória aguda (IRPA) e síndrome da angústia 
respiratória aguda (SARA);
• Fibrose cística;
• Tuberculose (TB).
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar as principais doenças pulmonares;
• Compreender os tipos de diferentes condutas no tratamento das 
doenças pulmonares;
• Estabelecer a importância da atuação do nutricionista e a 
importância dos nutrientes no tratamento e recuperação do 
paciente portado de doenças pulmonares.
Professor(a) Me. Tatiane dos Santos A. Gonçalves
DIETOTERAPIA DIETOTERAPIA 
NAS DOENÇAS NAS DOENÇAS 
PULMONARESPULMONARES2UNIDADEUNIDADE
INTRODUÇÃO
30DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS PULMONARESUNIDADE 2
Caro aluno, prepare-se para mergulhar num universo diferente, tenho certeza de 
que terminarão essa unidade com um pensamento diferente sobre os pulmões, sua impor-
tância no metabolismo e sua ralação com a alimentação. Você enxergará como as doenças 
pulmonares podem causar não somente falta de ar, mas também pode aumentar os riscos 
de desnutrição, má digestão e má absorção.
Você descobrirá que a falta de oxigênio no corpo leva à perda de massa magra 
(entende agora por que o personal pede para você respirar?). Isso em uma pessoa saudável 
já é complicado, agora imagina toda essa confusão, num corpo extremamente inflamado, 
com dificuldades de colocar oxigênio e nutrientes na corrente sanguínea? Já mudou o olhar 
não é mesmo? Pensa comigo: basicamente do que nossa célula precisa para gerar energia? 
Glicose, que pode vir do carboidrato, lipídio ou proteína, oxigênio, que chega ao nosso corpo 
por meio dos pulmões e as vitaminas e minerais, que com a glicose, recebemos por meio do 
alimento, que foi digerido, absorvido, e conseguiu chegar a até na célula para gerar energia. 
A partir de agora quero que seja detalhista. Pense no processo que o nutriente faz 
para conseguir realizar sua função. Se pensarmos bem, todos eles precisam de oxigênio; 
logo a segunda pergunta que paira na sua cabeça agora acaba de ser respondida: o que 
doenças pulmonares têm a ver com nutrição, já que na maioria delas o tratamento, é medi-
camentoso? Tem tudo a ver! Logo mais, você aprenderá um pouco mais sobre DPOC, IRpA, 
SARA, fibrose cística e tuberculose, querem saber o que amarra todas essas doenças na 
conduta nutricional? Te conto nas próximas páginas, vem comigo.
31DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS PULMONARESUNIDADE 2
DOENÇA PULMONAR 
OBSTRUTIVA CRÔNICA1
TÓPICO
1.1 Fisiopatologia
A doença pulmonar obstrutiva crônica, se trata, na verdade, de um grupo de doenças 
que afetam o pulmão, e elas pode ser dividida em obstrutivas e restritivas. Quando a doença 
é chamada de obstrutiva, estamos falando de uma obstrução parcial ou completa da traqueia, 
brônquios ou bronquíolos. Já na doença restritiva, o paciente apresenta uma redução da ex-
pansão de parênquima pulmonar, ou seja, a capacidade respiratória diminui (KUMAR, 2010).
Enfisema e bronquite crônica são frequentemente classificadas como um único 
grupo de doenças chamado de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), isso acontece 
porque geralmente os pacientes com bronquite apresentam enfisema e vice-versa. Na 
bronquite acontece um estreitamento das vias aéreas e paralisação da atividade dos cílios, 
já no enfisema os danos causados aos alvéolos, são irreversíveis (KUMAR, 2010).
No entanto, a DPOC não compromete somente os pulmões, essa doença também con-
segue alterar metabolismo, estado nutricional, pode causar inflamação sistêmica e disfunção 
muscular esquelética. Isso sem contar que os medicamentos utilizados para tratar essa doença 
podem afetar a função muscular e gástrica, além da função hormonal (CUPPARI, 2014). 
1.2 Objetivos da dietoterapia
Caro aluno, não pense que por se tratar de pulmões e doenças respiratórias que 
a nutrição não se encaixa aqui, muito pelo contrário, o papel dos alimentos, é fundamen-
tal para que o paciente se recupere rápido. Sabia que a alterações no metabolismo e no 
estado nutricional de um paciente com DPOC, começa pela perda de peso? E que essa 
32DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS PULMONARESUNIDADE 2
situação se apresenta em pelo menos 60% dos pacientes? E a redução de peso nesses 
pacientes é associada ao aumento da morbidade de mortalidade, independente do grau de 
obstrução do fluxo de ar que está chegando nos pulmões, sentiram o quanto a dietoterapia 
é importante para a recuperação desses pacientes? (CUPPARI, 2014).
Sabendo disso podemos traçar o primeiro objetivo da dietoterapia: adequar a 
ingestão energética, pode até parecer algo simples, mas é extremamente importante o 
profissional olhar para essa questão de consumo calórico, pois com o aumento das inter-
leucinas 1 e 2, o gasto energético aumenta, principalmente o metabolismo dos aminoáci-
dos, e adivinhem o que acontece? Catabolismo proteico. E como você já sabe, o sistema 
respiratório também precisa dos seus músculos, funcionando de maneira adequada, para 
conseguir nutrir nosso corpo com oxigênio, que por sua vez é essencial para geração de 
energia. Consegue entender porquê é tão importante o aporte calórico em um paciente com 
DPOC? Não ignore isso! (OLIVEIRA; SILVA, 2018; CUPPARI, 2014).
Seguindo o mesmo raciocínio citado logo acima, podemos trazer outro objetivo mui-
to importante a ser considerado no tratamento desse paciente:garantir a ingestão proteica 
para promover a manutenção da força, da massa magra e da função muscular respiratória, 
também é ideal manter a massa corporal adequada, ou seja, manter um peso adequado, 
mas sempre atento à massa magra, estabilizar a perda de peso, caso haja, mas acima de 
tudo, minimizar a perda de massa magra. O ideal é que o IMC seja maior que 25 kg/m2 para 
que o paciente não corra risco nutricional, mas fique atento à composição corporal desse 
paciente (OLIVEIRA; SILVA, 2018).
Mesmo sendo pouco específico para a determinação dos compartimentos corpo-
rais, massa magra e massa gorda, o IMC ainda é muito utilizado como marcador de perda 
ou depleção, caso o IMC esteja abaixo de 15 kg/m2 nas mulheres ou 16 kg/m2 nos homens, 
é usado como critério para depleção de massa magra.
Caro aluno, gostaria de lembrá-lo que na possibilidade de utilizar um método que per-
mita avaliar a quantidade de massa magra e massa gorda, ao invés do IMC, é aconselhável 
utilizar para se ter um diagnóstico mais preciso. Mas não é só de IMC que se faz a avaliação 
do estado nutricional de um paciente com DPOC, é importante também avaliar a história 
alimentar e os marcadores bioquímicos específicos para essa doença (CUPPARI, 2014).
1.3 Recomendações e terapia nutricional
Existem dois tipos de recomendações nutricionais para pacientes com DPOC, uma 
delas é baseada na definição generalizada, o gasto energético e o macronutrientes são 
33DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS PULMONARESUNIDADE 2
indicados conforme o estado nutricional do paciente. A segunda forma, é definida conforme 
o estágio da doença (OLIVEIRA; SILVA, 2018; CUPPARI, 2014).
Caro aluno, na prática nos depararemos com essas situações e a dúvida bate: 
duas formas? Qual delas é a “certa”? A resposta é que, não existe fórmula certa ou errada, 
o melhor a se fazer é considerar as duas condutas, olhar para seu paciente e tirar o melhor 
que existe em cada uma delas, visando a melhora do estado nutricional e recuperação do 
paciente na totalidade.
Como você viu, ficou bem claro a importância de se garantir o aporte energético 
adequado, mas afinal, como podemos fazer isso? Conheçamos agora a primeira maneira de 
se determinar o gasto energético. Pensando em excelência na avaliação e na determinação 
do gasto energético basal (GEB), é claro que a calorimetria indireta (CI) é o padrão ouro, 
mas como sabemos é um método caro e não disponível para todos os locais e pacientes, 
então as equações de determinação do GEB vem bem a calhar. Dentre as inúmeras equa-
ções que temos para determinar o gasto energético, aquela definida por Harris e Benedict 
é a mais indicada para pessoas com patologias. No caso de pacientes com DPOC, os 
valores obtidos nessa equação são bem parecidos com os resultados avaliados por CI. 
Recentemente uma equação foi validada para determinar o GEB de pessoas com DPOC:
GEB (kcal/dia) = 443,3 + [18,15 x MCM (kg)]
Onde: 
MCM: massa corporal magra.
Não existe um consenso formado a respeito da determinação do gasto energético 
total (GET), com tudo tem sido utilizado valores entre 1,49 e 1,78, como fator injúria ou fator 
lesão. Esse valor é multiplicado pelo GEB para obtenção do GET (CUPPARI, 2014).
Agora falemos de recomendação de macronutrientes para pacientes com DPOC 
conforme o estado nutricional, esses dados vocês encontram na tabela 1.
TABELA 1 - RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA PACIENTES COM DOENÇA PULMONAR 
OBSTRUTIVA CRÔNICA
Estado nutricional Recomendações nutricionais
Eutrofia
Adequar para a manutenção do peso, utilizando:
50 a 60% de carboidratos
25 a 30% de lipídios
15 a 20% de proteínas
Pode-se utilizar proteína até 1,5g/kg/dia 
Desnutrição Adequar para o ganho de peso, aumentando o valor energético em 500 a 1000 kcal/dia 
Obesidade Adequar para a perda de peso, diminuindo o valor energético em 500 kcal/dia em relação ao GET
Fonte: Adaptado de Cuppari, 2014.
34DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS PULMONARESUNIDADE 2
Como disse há pouco, existem duas recomendações para DPOC, agora trataremos 
das recomendações que consideram a gravidade da doença, como parâmetro de indicação 
de consumo dos macronutrientes e energia.
A oferta de energia para DPOC estável, chega até 1,3 vez a taxa metabólica basal, 
ou seja, nesse tipo de recomendação é possível que se aumente quase 1 vez e “meia” a 
taxa metabólica basal ou GEB (PLANAS, et al., 2005).
No caso de paciente com exacerbação aguda da DPOC, que se caracteriza por 
aumento da dispneia (dificuldade de respirar), aumento da tosse crônica e/ou aumento do 
volume e/ou purulência do escarro, é necessário um cuidado maior, visto que essa condi-
ção vem acompanhada de desequilíbrio no balanço nitrogenado, causado pela diminuição 
da ingestão energética e aumento do gasto energético do paciente, consequência do seu 
estado geral (VERMEEREN; SCHOLS; WOUTERS, 1997).
As necessidades energéticas podem chegar à 40 a 45 kcal/peso/dia e a recomen-
dação de proteínas de atinge até 1,5g/kg/dia, isso fará com que diminua as chances de 
deficiências e deleção. Mas fique atento, esses valores são alvos e devem ser atingidos de 
maneira lenta e gradual, sempre monitorados por parâmetros metabólicos, como glicemia e 
CO2, a fim de garantir uma boa evolução no quadro da doença (SHERBAUM; FURST,2000; 
SBNPE; SBN, 2011).
Sabemos que dietas ricas em carboidratos simples, aumentam a produção de CO2 e 
afeta o quociente respiratório, ou seja, interfere na forma como nosso corpo utiliza os substra-
tos energéticos, que são eles carboidrato, proteína e lipídio. Se lembram disso? Para a glicose 
virar ATP no ciclo de Krebs ela precisa de oxigênio, e no final desse processo longo, sobra CO2, 
que precisa ser eliminado pela respiração, que adivinhem só, está comprometida pela DPOC. 
Bem, explicado os pormenores desse processo, entenda que não há indicação de restrição de 
carboidratos para esse tipo de paciente, ressalto que é muito importante pensar na qualidade 
do carboidrato, pois afinal, não é porque a recomendação indica até 60% de carboidrato que 
vamos colocar tudo isso de carboidrato de má qualidade, lembre-se de priorizar as fibras e 
prestarem atenção no índice glicêmico desses alimentos (ANKER et al., 2006)
Alguns estudos relatam que dietas hiperglicídicas causam menos desconforto res-
piratório quando comparadas às dietas hiperlipídica (SHERBAUM; FURST, 2000; SBNPE; 
SBN, 2011). Então, as recomendações para lipídios e carboidratos para pacientes com 
DPOC, segue aquelas indicadas para indivíduos saudáveis (OLIVEIRA; SILVA, 2018).
O uso de suplementos orais ricos em carboidratos e com baixas concentrações 
de gordura, oferece energia de maneira rápida para o músculo, promovendo melhora na 
reabilitação do paciente (FERREIRA et al., 2012).
35DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS PULMONARESUNIDADE 2
Caro aluno, quero ressaltar que cada caso deve ser avaliado e a utilização de 
suplementação de ser feita de maneira individualizada para qualquer tipo de paciente, com 
ou sem patologias associadas.
No quadro 1, mostro para você alguns sintomas que podem estar associados à 
DPOC e como tratá-los, lembrem-se de sempre buscar a melhor intervenção observando o 
estado geral do seu paciente.
QUADRO 1 - INTERVENÇÃO AOS SINTOMAS APRESENTADOS POR PACIENTES PORTADORES 
DE DPOC DURANTE A TERAPIA NUTRICIONAL
Anorexia
Oferecer:
Alimentos com alto teor energéticos
Alimentos preferidos pelo paciente
Aumentar o fracionamento das refeições ao longo do dia
Aumentar o teor energético das refeições acrescentando gordura de 
boa qualidade
Saciedade
precoce
Oferecer alimentos com alto teor energético
Consumir líquidos, uma hora após a refeição
Observar a temperatura dos alimentos, estando frios, podem reduzir 
a sensação de plenitude gástrica)
Dispneia/
cansaço
Repouso antes da refeição
Usar broncodilatadores antes das refeições (prescrito somente por 
médicos) 
Realizar higiene brônquica, se necessário
Comer devagar
Respirar com os lábios entreabertos
Preferir refeiçõescom pequenos volumes
Aumentar a densidade energética das refeições
“Empachamento” 
Tratar os períodos de falta de ar o mais breve possível, para evitar 
a deglutição de ar
Consumir refeições em menor quantidade e mais frequentes
Comer lentamente, mastigando bem os alimentos
Constipação
intestinal 
Incentivar a prática orientada de exercícios físicos
Aumentar o consumo de fibras totais (25 a 30g/dia e líquidos cerca 
de1,5L/dia
Fonte: Apatado de Rogers e Donahoe, 1996; Lembo e Camiler, 2003; Bleser et al, 2005.
Ainda existe a possibilidade de o paciente não conseguir alcançar as necessidades 
nutricionais alimentando-se somente por via oral, nesses casos é recomendado a utilização 
da nutrição enteral (NE), tendo como objetivo, evitar a perda de peso e a depleção da 
massa muscular. Para pacientes que não podem utilizar a NE ou ainda para aqueles que 
apresentam má absorção, é indicado a nutrição parenteral (ROGERS; DONAHOE, 1996).
E é claro que não poderia deixar de fora os micronutrientes que se destacam no 
tratamento da DPOC:
36DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS PULMONARESUNIDADE 2
• Vitamina A: diferenciação de células epiteliais.
• Carotenoides: atividade antioxidante e redução da peroxidação lipídica.
• Vitamina C: é a substância mais abundante no líquido extracelular do pulmão, 
é capaz de eliminar os radicais superóxido que são formados durante o estresse 
oxidativo e contribui para a regeneração das membranas celulares.
• Vitamina E: quebra a cadeia de peroxidação lipídica, reação que representa a 
principal defesa das membranas celulares contra os danos oxidativos.
• Vitamina D: regula a expressão de genes em células do músculo liso brônquico, 
ou seja, ajuda na regeneração das células brônquicas. A deficiência dessa vitami-
na pode aumentar os níveis de metaloproteinases que estimulam a inflamação, 
podendo alterar a estrutura pulmonar.
Relacionado às quantidades de ingestão dessas vitaminas, é recomendado seguir 
a Recomended Dietary Alloowances (RDA) para indivíduos, a Estimated Average Reque-
riments (EAR) para populações ou grupos populacionais e a Tolerable Upper intake level 
(UL) para análise dos limites máximos permitidos para cada nutriente. Lembrem-se, como 
nutricionistas podemos prescrever vitaminas e minerais respeitando os valores dispostos 
na Dietary Reference Intakes (DRI), que inclusive, passou por atualização no ano de 2023 
(NATIONAL ACADEMIES OF SCIENCES, ENGINEERING AND MEDICINE et al., 2023).
Caro aluno, entendo que pode ser desafiador tomar decisões sobre a melhor con-
duta, quando se tem várias opções para se considerar, tenha sempre em mente o “todo” 
do seu paciente. No caso da DPOC, temos 2 opções de recomendação, o que aconselho a 
fazer, olhe o estado nutricional do paciente, a gravidade da doença e decida qual deles pre-
cisa de mais atenção primeiro, tendo em mente que o mais importante para esse paciente 
é não piorar a capacidade respiratória e não perder massa magra.
37DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS PULMONARESUNIDADE 2
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA 
(IRpA) E SÍNDROME DA ANGÚSTIA 
RESPIRATÓRIA AGUDA (SARA)2
TÓPICO
2.1 Fisiopatologia
 A IRpA é uma das causas mais comuns de internamento em terapia intensiva ca-
racterizado por um distúrbio onde o nível de oxigênio fica perigosamente baixo no sangue 
e o CO2 fica muito elevado. Pode ser causada por doenças que obstruem as vias aéreas, 
lesionam o tecido pulmonar ou ainda que enfraquecem os músculos que controlam a res-
piração. Os pacientes nessa condição sentem falta de ar, a pele pode ficar com coloração 
azulada, que é a consequência da falta da oxigenação dos tecidos ou ainda podem se 
sentirem sonolentos e confusos (BHAKTI, 2022).
 A insuficiência respiratória aguda é uma emergência médica que pode resultar de 
uma doença pulmonar que já existe e piorou de repente, ou de uma doença pulmonar grave 
que se desenvolveu em uma pessoa saudável. Este último caso podemos classificar como 
síndrome da angústia respiratória aguda. A insuficiência respiratória crônica é um problema 
respiratório contínuo que pode resultar de uma doença pulmonar que já está ali por muito 
tempo como, por exemplo, a DPOC (BHAKTI, 2022).
Caro aluno, como pode ver, é de extrema importância conhecer a fisiopatologia da 
doença para traçar uma conduta alinhada à melhora do paciente. Veja que agora estamos 
falando de outra doença pulmonar, mas como a doença se desenvolve nos leva aos mes-
mos pontos discutidos na DPOC.
Frequentemente, os pacientes com IRpA desenvolvem desnutrição e catabolismo 
devido à doença (CARMONA; MARTÍNEZ; GARCÍA, 2011).
38DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS PULMONARESUNIDADE 2
Não podia deixar de mencionar aqui outro grupo de doença respiratória que tem um 
desfecho parecido com a IRpA, no entanto, com causas diferentes, logo o foco nutricional 
é o mesmo, estou falando da SARA.
A SARA é resultante de várias doenças pulmonares que causam acúmulo de líqui-
dos nos pulmões e redução dos níveis de oxigênio no sangue. O paciente nessa condição 
sente falta de ar, geralmente a respiração é curta e rápida, a pele pode apresentar cianose 
(cor azulada ou arroxeada) e o coração e o cérebro podem ter diminuição do funcionamen-
to. A SARA também é emergência médica e pode surgir em pessoas que já tiveram doença 
pulmonar ou pessoas com pulmões saudáveis, é mais comum em adultos, mas também 
pode ser apresentar em crianças. Essa doença é classificada como leve, moderada e grave, 
a determinação da intensidade do agravamento é definida de acordo com a quantidade de 
oxigênio que pode ser administrada nesse em cada nível (BHAKTI, 2022).
Caro aluno, como pudemos perceber, há muitas semelhanças entre a IRpA e a 
SARA, as duas doenças diminuem perigosamente o nível de oxigênio no sangue, a diferen-
ça é o mecanismo que leva a isso. O que é importante para nós como profissionais é avaliar 
esse paciente de maneira individualizada, entendendo o que a doença pode fazer no corpo 
dele e colocar os nutrientes para trabalharem a favor da sua recuperação.
2.2 Objetivos da dietoterapia
O fato da IRpA e a SARA terem causas diferentes, mas desfechos parecidos, nos 
objetivos e nas recomendações tratarei da IRpA, mas saiba que essas recomendações 
também poderão ser aplicadas para SARA.
Sendo assim, terapia nutricional procura principal fornecer suporte que previna ou 
minimize os efeitos catabólicos evitando a sobrecarga calórica para o paciente poder ter 
uma recuperação (CARMONA; MARTÍNEZ; GARCÍA, 2011).
Assim como na DPOC, na IRpA e na SARA, o ajuste do aporte energético é mui-
to importante, pois já sabemos da principal característica desses tipos de insuficiência 
respiratória: catabolismo. Para isso é necessário garantir pelo menos de 50 a 60% das 
necessidades energéticas. Também é necessário garantir o aporte proteico adequado para 
restaurar a força muscular, principalmente dos músculos respiratórios. E um dos objetivos 
mais importante, para a completa recuperação do paciente é: contribuir para a retirada da 
ventilação mecânica (OLIVEIRA; SILVA, 2018).
39DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS PULMONARESUNIDADE 2
2.3 Recomendações nutricionais
Não existe uma recomendação específica sobre qual a melhor via a ser utilizada 
para suporte nutricional, ou seja, via oral, enteral ou parenteral, nem sobre o tempo de início 
da terapia (DOIG, et al.,2018).
O que fazer então para decidir qual a melhor via para o paciente? Sugiro que olhe o 
estado nutricional do paciente, avaliem o consumo calórico e então sigam a orientação de 
indicação de uso de terapia oral, enteral ou parenteral. Quando não temos algo específico 
para alguma doença, o melhor a fazer é voltar para a base, retornar ao básico, que nesse 
caso é: quando utilizo terapia nutricional enteral? Quando utilizo terapia nutricional parente-
ral? Quando mantenho a via oral? Gostaria de lembrá-lo que não decidimos isso sozinhos, 
mas sempre em conjunto com a equipe multidisciplinar, contudo, sempre devemos

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