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LICITACOESECONTRATOSADMINISTRATIVOSPRATICO-1680289339

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1
Licitações e Contratos
Conceitual e Prático
PROFESSOR BRUNO FURMAN
2
MESA DIRETORA
9ª LEGISLATURA
Presidente: Dep. Antonio Andrade (PTB)
1º Vice-Presidente: Cleiton Cardoso (PTC)
2º Vice-Presidente: Léo Barbosa (SD)
1º Secretário: Dep. Jair Farias (MDB)
2º Secretário: Dep. Valdemar Júnior (MDB)
3º Secretário: Dep. Vanda Monteiro (PSL)
4º Secretário: Dep. Amália Santana (PT)
Ficha Técnica
Ebook - LICITAÇÕES E CONTRATOS - CONCEITUAL E PRÁTICO
Autor: PROFESSOR Bruno Furman
Revisão Pedagógica e EAD: Prof. Dr. Wender Antônio da Silva
Proibida a reprodução total ou parcial sem a autorização da editora.
A distribuição e download deste e-book são gratuitos dentro da plataforma,
no entanto, sua comercialização e/ou redistribuição é terminantemente proibida.
©️ Copyright 2022 – Istud Ltda ME
Estamos em um processo de transição, a lei 8.666/93 depois de 30 anos será “aposentada” 
e o protagonismo passará para lei 14.133/21 que trouxe a modernização dando prioridade 
ao processo eletrônico, a padronização dos instrumentos, a orientação e definições de di-
retrizes básica com foco na desburocratização e celeridade nas compras e contratações.
Em relação ao planejamento, a governança e a gestão agora assumem papel principal 
nas licitações e contratos, pois serão os norteadores aos gestores, aos agentes da con-
tratação, aos fiscais de contrato, as empresas licitantes e para população em geral.
A plenitude da nova lei estará estabelecida a partir de 1º de abril de 2023, e não é mentira, 
o Governo Federal já informou que o sistema comprasnet tem prazo final para licitações
nos moldes antigos.
Nesse curso, vamos analisar, fazer os comparativos entre as leis de compras e con-
tratações, assim como examinar passo a passo cada instrumentos necessários para in-
strução processual em conformidade com os modelos da Advocacia Geral da União.
Então vamos desfrutar desse conhecimento.
Boa aula. 
Bruno Furman 
Esp. Auditoria pública
INTRODUÇÃO DO PROFESSOR E 
DO CURSO DE LICITAÇÕES 
E CONTRATOS CONCEITUAL E 
PRÁTICO
SUMÁRIO
UNIDADE I – NOÇÕES GERAIS ......................................................... 7
DO DEVER DE LICITAR ..........................................................................................7
1.1 FUNDAMENTAÇÃO LEGAL ...........................................................................7
DA VIGÊNCIA E O REGIME DE TRANSIÇÃO ............................................9
DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO ............................................................................10
1.A QUEM SE APLICA? ............................................................................................10
DOS PRINCÍPIOS ......................................................................................................14
UNIDADE II - DA CONTRATAÇÃO DIRETA ................................... 23
1. LICITAÇÃO PÚBLICA É A REGRA, E A CONTRATAÇÃO
DIRETA, A EXCEÇÃO (ART. 37, INCISO XXI DA CF/88). .....................23
2. DAS MODALIDADES DE CONTRATAÇÃO DIRETA .........................23
3. DO PROCESSO DE CONTRATAÇÃO DIRETA ...................................24
4. DA INEXIGIBILIDADE ........................................................................................25
5. DA DISPENSA DE LICITAÇÃO ......................................................................28
6. DA CONTRATAÇÃO DIRETA INDEVIDA DA HIPÓTESES
DE DISPENSA DE LICITAÇÃO ...........................................................................30
UNIDADE III - DA FASE PREPARATÓRIA ..................................... 32
DA FASE PREPARATÓRIA ....................................................................................32
UNIDADE IV - DAS MODALIDADES DE LICITAÇÃO .................. 40
1. DAS MODALIDADES LICITATÓRIAS .........................................................40
1.1 PREGÃO .....................................................................................................................41
1.2 CONCORRÊNCIA ................................................................................................41
1.3 CONCURSO ............................................................................................................41
1.4 LEILÃO .......................................................................................................................41
2. DO DIÁLOGO COMPETITIVO ........................................................................42
2.1 CONCEITO ..............................................................................................................42
2.2 HIPÓTESES DE CONTRATAÇÃO PELA MODALIDADE DIÁLOGO 
COMPETITIVO ..............................................................................................................42
2.3 VISÃO GERAL DE ESTUDIOSOS ..............................................................43
UNIDADE V - DOS PROCEDIMENTOS AUXILIARES .................. 46
1. DOS PROCEDIMENTOS AUXILIARES .....................................................46
UNIDADE VI -DA LICITAÇÃO ........................................................... 50
1. DOS OBJETIVOS DA LICITAÇÃO ................................................................50
UNIDADE VII -DO JULGAMENTO ................................................... 59
1. DOS CRITÉRIOS DE JULGAMENTO ..........................................................59
UNIDADE VIII – DA HABILITAÇÃO ................................................. 61
1. TIPOS DE HABILITAÇÃO (ART. 62 DA LEI 14.133/21) ........................61
UNIDADE IX - DAS IMPUGNAÇÕES, DOS PEDIDOS 
DE ESCLARECIMENTO E DOS RECURSOS ................................... 65
1. IMPUGANAÇÃO ......................................................................................................65
DOS RECURSOS .........................................................................................................66
UNIDADE X - DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS ............... 68
1. DA FORMALIZAÇÃO DOS CONTRATOS.................................................68
DA DURAÇÃO DOS CONTRATOS ...................................................................69
DA ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS ...............................................................71
DAS HIPÓTESES DE EXTINÇÃO DOS CONTRATOS ...........................72
UNIDADE XI - DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS .................... 75
1. CONTRATAÇÃO DIRETA ..................................................................................75
DO PREGÃO ..................................................................................................................76
RITO PROCEDIMENTAL ........................................................................................76
DA INVERSÃO DE FASES .....................................................................................76
L I C I T A Ç Õ E S E C O N T R A T O S C O N C E I T U A L E P R Á T I C O
6
L I C I T A Ç Õ E S E C O N T R A T O S
7
UNIDADE I – NOÇÕES GERAIS
DO DEVER DE LICITAR
1.1 FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
Quanto à fundamentação legal das normas vigentes que tratam sobre licitações e contratos, é 
relevante destacar: 
LICITAÇÃO E CONTRATOS (QUADRO-RESUMO)
Previsão constitucional:
Normas Gerais (nacionais):
Normas específicas (suplementar)
Ausência de norma específica
Dos regulamentos editados pela 
União para execução da nova lei 
de licitações
Art. 37, inciso XXI da CF/88;
Lei Federal nº 14.133/2021
Lei Federal nº 14.133/2021
Art. 184 da Lei Federal nº 
14.133/2021
Art. 187 da Lei Federal nº 
14.133/2021
Previsão constitucional. 
Inicialmente, é importante registrar que o dever obrigacional de licitar está 
previsto na Constituição Federal de 1988, por meio do art. 37, inciso XXI e do Art. 
22, inciso XXVII.Vejamos:
“Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, 
serviços, compras e alienações serão contratados mediante 
processo de licitação pública que assegure igualdade de condições 
a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações 
de pagamento,mantidas as condições efetivas da proposta, nos 
termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação 
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das 
obrigações”.
L I C I T A Ç Õ E S E C O N T R A T O S C O N C E I T U A L E P R Á T I C O
8
Nos termos do Art. 22, inciso XXVII da CF/88, compete privativamente 
à União legislar sobre normas gerais de licitação e contratação, em 
todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, 
autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas 
públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 
1°, III; 
Normas Gerais (nacionais)
Pois bem. Em cumprimento à esta disposição constitucional, o art. 1º da Lei 
Federal nº 14.133/2021, esclarece que:
Esta lei dispõe sobre normas gerais de licitação e contratação para 
as Administrações Públicas diretas, autárquicas e fundacionais da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Em síntese, a nova lei de licitações reproduz muitas disposições presentes na 
Lei Federal 8.666/93, considerada por grandes juristas como um compilado de 
leis, decretos, portarias, instruções normativas e principais acórdãos do Tribunal 
de Contas da União sobre licitações e contratos administrativos. 
Da ausência de norma específica
Nos termos do Art. 184 da Lei Federal 14.133/21, aplicam-se as disposições 
desta Lei, no que couber e na ausência de norma específica, aos convênios, 
acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e 
entidades da Administração Pública, na forma estabelecida em regulamento do 
Poder Executivo federal.
Das normas editadas pela união para a execução da lei de licitações
Art. 187. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão 
aplicar os regulamentos editados pela União para execução desta 
Lei.
L I C I T A Ç Õ E S E C O N T R A T O S
9
DA VIGÊNCIA E O REGIME DE TRANSIÇÃO
1. Da vigência
Quanto à vigência, o artigo 193 da Lei n. 14.133/2021 esclarece que ela entrou
em vigor na data em que fora sancionada e publicada.
2. Do regime de transição
Em síntese, o regime de transição constitui o período de convivência entre a Lei
n. 14.133/2021 e a Lei Federal nº 8.666/93.
De acordo com a Lei n. 14.133/2021, uma vez sancionada e 
publicada, esta conviverá por dois anos com as leis que compõem o 
regime antigo 
1.A Lei n. 8.666/1993- norma geral;
2. Lei n. 10.520/2002, que trata da modalidade pregão;
3. Regime Diferenciado de Contratações Públicas, dispositivos da
Lei nº 12.462/2001 
3. Das licitações sob o regime antigo iniciadas e não concluídas no biênio
As licitações iniciadas serão de acordo com os seus regimes. Todavia, os agentes 
públicos devem ficar atentos ao prazo previsto para o fim do regime de transição 
contido no artigo 193 da Lei n. 14.133/2021, eis que há tempo suficiente para 
concluir todos os procedimentos. 
4. O regime de transição dos contratos
O caput do artigo 190 da Lei n. 14.133/2021 preceitua que o 
contrato assinado antes da entrada em vigor da lei nova continua 
seguindo o regime antigo, até porque se configura como ato jurídico 
perfeito, não podendo ser alterado pela lei nova, como reconhece o 
artigo 6º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. Daí 
que, tudo que foi contratado até a publicação da lei nova, segue o 
regime antigo, baseado na Lei n. 8.666/1993.
L I C I T A Ç Õ E S E C O N T R A T O S C O N C E I T U A L E P R Á T I C O
10
Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais de licitação e contratação 
para as Administrações Públicas diretas, autárquicas e fundacionais 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e abrange: 
I– Os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, dos 
Estados e do Distrito Federal e os órgãos do Poder Legislativo dos 
Municípios, quando no desempenho de função administrativa; 
II– Os fundos especiais e as demais entidades controladas direta 
ou indiretamente pela Administração Pública. 
§ 1º Não são abrangidas por esta Lei as empresas públicas, as
sociedades de economia mista e as suas subsidiárias, regidas pela 
Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016, ressalvado o disposto no art. 
178 desta Lei.
Lei 14.133/21 (nova lei de licitações) Aplicação:
Administrações Públicas diretas, 
autárquicas e fundacionais da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, e abrange:
I- Os órgãos dos Poderes Legislativo e
Judiciário da União, dos Estados e do
Distrito Federal e os órgãos do Poder
Legislativo dos Municípios, quando no
desempenho de função administrativa;
Atenção!
As empresas públicas e as sociedades 
de economia mista, bem como as suas 
subsidiárias, estão sujeitas à Lei nº 
13.303/2016 (Lei das Estatais). Todavia, 
aplica-se disposições expressas da 
nova lei de licitação e contratos (Lei n º 
14.133/21), nas seguintes ocasiões: i. 
Critérios de desempate; ii. Normas pe-
nais; iii. Pregão. 
II- Os fundos especiais e as demais
entidades controladas direta ou
indiretamente pela Administração
Pública.
DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO 
1.A quem se aplica?
Quanto à aplicação, vejamos o que diz o art. 1º da Lei Federal nº 14.133/21:
Para melhor elucidação do tema, vejamos o esquema abaixo:
L I C I T A Ç Õ E S E C O N T R A T O S
11
DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO (ENTES PÚBLICOS DA FEDERAÇÃO)
Aplica-se à:
Abrange:
Situações 
especiais
Administrações públicas diretas |
Autárquicas | Fundacionais
1.Repartições Públicas Sediadas
no Exterior
As contratações realizadas no âmbito das 
repartições públicas sediadas no exterior 
obedecerão às peculiaridades locais e aos 
princípios básicos estabelecidos nesta Lei, 
na forma de regulamentação específica a ser 
editada por ministro de Estado.
I-Condições decorrentes de acordos
internacionais aprovados pelo Congresso
Nacional e ratificados pelo Presidente da
República;
II - Condições peculiares à seleção e à contratação 
constantes de normas e procedimentos das 
agências ou dos organismos, desde que: 
a) Sejam exigidas para a obtenção do empréstimo 
ou doação;
b)Não conflitem com os princípios
constitucionais em vigor; c) sejam indicadas no
respectivo contrato de empréstimo ou doação
e tenham sido objeto de parecer favorável do
órgão jurídico do contratante do financiamento
previamente à celebração do referido contrato;
As contratações relativas à gestão, direta e 
indireta, das reservas internacionais do País, 
inclusive as de serviços conexos ou acessórios 
a essa atividade, serão disciplinadas em ato 
normativo próprio do Banco Central do Brasil, 
assegurada a observância dos princípios 
estabelecidos no caput do art. 37 da Constituição 
Federal.
2. Nas licitações e contratações
que envolvam recursos
provenientes de empréstimo
ou doação oriundos de
agência oficial de cooperação
estrangeira ou de organismo
financeiro de que o Brasil seja
parte, podem ser admitidas:
3. Reservas Internacionais Do
País
União | Estados |Distrito Federal| Municípios
União| Estados | Distrito Federal
Municípios
Fundo especial nada mais é do que uma dotação 
de recurso (dinheiro) direcionada a uma 
finalidade específica.
Os órgãos dos Poderes Legislativo e 
Judiciário
Órgãos do Poder Legislativo dos 
Municípios, quando no desempenho 
de função administrativa. 
Fundos especiais
Entidades controladas (que não tenham a natureza de empresa estatal, mas que sejam 
controladas pela Administração Pública). Obs: não há clareza de indicação sobre a 
natureza jurídica dessas entidades.
L I C I T A Ç Õ E S E C O N T R A T O S C O N C E I T U A L E P R Á T I C O
12
2. Das empresas públicas e sociedades de economia mista
As empresas públicas e as sociedades de economia mista, bem como as suas 
subsidiárias, estão sujeitas à Lei nº 13.303/2016 (Lei das Estatais). Todavia, aplica-
se disposições expressas da nova lei de licitação e contratos (Lei n º 14.133/21), 
nas seguintes ocasiões: i. Critérios de desempate; ii. Normas penais; iii. Pregão.FUNDAMENTO LEGAL
FUNDAMENTO LEGAL
Critérios de desempate
Aplicação integral
Normas penais
Pregão
Art. 60 (conforme art. 55, III, da Lei das 
Estatais, combinado com o previsto no art. 
189 da Lei 14.133/2021);
I- Alienação e concessão de direito real de uso de bens;
II- Compra, inclusive por encomenda;
III- Locação;
IV- Concessão e permissão de uso de bens públicos;
V- Prestação de serviços, inclusive os técnico-
profissionais especializados;
VI- Obras e serviços de arquitetura e engenharia;
VII- Contratações de tecnologia da informação e de
comunicação.
Art. 178 (Título XI da Parte Especial do 
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 
1940 – Código Penal).
Art. 32, IV, da Lei das Estatais, combinado 
com o previsto no art. 189 da Lei 
14.133/2021
3. Das modalidades de contratos abrangidos pela Lei nº 14.133/21.
Quanto às modalidades de contratos abrangidos pela Lei nº 14.133/21, o art. 
2º aduz: 
13
Aplicação subsidiaria
Não se aplica
I– Concessão e permissão de serviços públicos.
II– Parcerias entre o Poder Público e o terceiro 
setor (as chamadas organizações da sociedade 
civil).
III– Serviços de publicidade com agências de 
propaganda.
I- Contratos de operação de crédito e gestão da
dívida pública;
II- Contratações sujeitas à legislação própria.
L I C I T A Ç Õ E S E C O N T R A T O S C O N C E I T U A L E P R Á T I C O
14
PRINCÍPIOS
GERAIS
ART. 5º DA LEI 14.433/21:
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
DA VINCULAÇÃO AO EDITAL 
IGUALDADE
COMPETITIVIDADE
CELERIDADE
ECONOMICIDADE
Legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, 
da eficiência, do interesse público, da probidade administrativa, 
da igualdade, do planejamento, da transparência, da eficácia, da 
segregação de funções, da motivação, da vinculação ao edital, 
do julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, 
da competitividade, da proporcionalidade, da celeridade, da 
economicidade e do desenvolvimento nacional sustentável.
À Administração Pública só é lícito fazer aquilo que a lei 
determina ou, no mínimo, autoriza.
“O procedimento licitatório é regido pelo princípio do 
formalismo e pela vinculação ao instrumento convocatório, 
devendo todas as fases do certame obedecer rigorosamente o 
edital, sob pena de nulidade”.
O princípio da igualdade está consagrado expressamente no 
caput do artigo 5º da Constituição Federal, que reza: “Todos são 
iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”.
Joel de Menezes explica que: O princípio da competitividade 
tem a ver com a própria natureza das licitações públicas, 
que é a seleção da proposta mais vantajosa para a 
Administração Pública. Quanto mais propostas houver, maior a 
competitividade instalada e, por consequência, maior a chance 
de seleção de uma proposta satisfatória. Significa, em síntese, 
que os procedimentos licitatórios devem ser estruturados e 
conduzidos visando à atração do maior número possível de 
interessados, de modo a garantir a competitividade.
Exige dos agentes públicos eficiência no trâmite dos certames 
licitatórios e das contratações públicas.
A Administração deve buscar, desde a fase de planejamento, 
o melhor desempenho, com a finalidade de adotar não só o
procedimento licitatório mais adequado (se for o caso de licitar), 
mas de promover a contratação do objeto que realmente
reflete a necessidade da administração.
Em outra ótica, o princípio da economicidade pode ser entendido 
como o dever dos agentes públicos de sempre atuar visando 
o resguardo do erário público, seja por meio da supressão de
etapas inúteis nos procedimentos licitatórios, seja na busca por
um preço menor nos contratos por ela assinados;
Do fracionamento da licitação
“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO POPULAR. LICITAÇÃO NA MODALIDADE 
TOMADA DE PREÇO. ALEGADO FRACIONAMENTO. EXCEÇÃO 
PREVISTA NA PARTE FINAL DO § 5º, DO ART. 23 DA LEI N. 
DOS PRINCÍPIOS 
L I C I T A Ç Õ E S E C O N T R A T O S
15
SEGREGAÇÃO DE FUNÇÕES 
(Art. 7º, § 1º da Lei 14.433/21)
DO JULGAMENTO OBJETIVO, 
DA IGUALDADE E DA 
IMPESSOALIDADE
MOTIVAÇÃO 
8.666/93. INOCORRÊNCIA DE PREJUÍZO AO ERÁRIO. REVERÊNCIA 
AOS PRINCÍPIOS DA COMPETITIVIDADE E DA ECONOMICIDADE. 
PRECEDENTES DA CORTE. IMPROCEDÊNCIA DA POSTULAÇÃO 
INICIAL. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. É 
vedado, como regra geral, o fracionamento da licitação, 
quando este servir de pretexto para modificar o regime 
jurídico da licitação, admitindo-se-o, no entanto, quando não 
impuser onerosidade à Administração, sendo-lhe vantajoso, 
nem houver impedimento de ordem técnica, ou seja, quando 
‘parcelas de natureza específica possam ser executadas por 
pessoas ou empresas de especialidade diversa daquela do 
executor da obra ou serviço (§ 5º, do art. 23, da Lei n. 8.666/93)’” 
(TJSC, Apelação Cível 0063123-79.2008.8.24.0023. Relator: Des. 
João Henrique Blasi. Data: 08/10/2019).
A autoridade máxima do órgão ou da entidade, ou a quem as 
normas de organização administrativa indicarem, observar o 
princípio da segregação de funções, vedada a designação do 
mesmo agente público para atuação simultânea em funções 
mais suscetíveis a riscos, de modo a reduzir a possibilidade de 
ocultação de erros e de ocorrência de fraudes na respectiva 
contratação.
Em outras palavras, o princípio da segregação de funções 
nos revela que as licitações não devem ser conduzidas de 
forma centralizada, ou seja: uma única autoridade identifica a 
necessidade de licitação, elabora o edital e julga as propostas 
apresentadas selecionando a mais vantajosa. Pelo contrário, 
com efeito, as licitações são procedimentos complexos, 
compostos por diversos agentes espalhados por diversas 
repartições.
A Administração Pública não deve lançar critérios dúbios, 
mas em todas as descrições deve estar claro, de forma 
uniforme, os critérios de julgamento das licitações públicas por 
ela lançadas.
Finalmente, o princípio da motivação prescreve que todos 
os atos proferidos pela Administração Pública no contexto das 
licitações e das contratações públicas devem ser motivados, 
fundamentados.
Do princípio do planejamento
Inicialmente, é importante aclarar que o planejamento não é uma faculdade 
aos agentes públicos, mas um dever jurídico. Com efeito, os agentes responsáveis 
devem realizar um planejamento adequado, suficiente, tecnicamente e 
materialmente satisfatório ao interesse público envolvido. 
L I C I T A Ç Õ E S E C O N T R A T O S C O N C E I T U A L E P R Á T I C O
16
“Em sentido amplo é possível afirmar que planejamento é um 
processo que visa determinar a direção a ser seguida para se alcançar 
determinado resultado. Possibilita a percepção da realidade fática de 
certa situação, a avaliação das alternativas e dos possíveis caminhos 
a serem trilhados. Trata-se, pois, de um processo de avaliação e 
deliberação prévia que organiza e racionaliza ações, antevendo 
resultados, e que tem por escopo atingir, da melhor forma possível, 
os objetivos predefinidos.
Para as contratações, constitui atividade estratégica dirigida a 
permitir a execução eficiente da ação pública, ou seja, possibilitar 
a aplicação da melhor alternativa existente para a satisfação da 
necessidade com o menor dispêndio burocrático (tempo, recursos 
humanos, entre outros) e financeiro. 
No ambiente público o planejamento apresenta-se como 
ferramenta indispensável à concretização das atividades da máquina 
estatal que visam ao atingimento do interesse público. Em sede 
de licitações não poderia ser diferente. O planejamento material, 
concreto e eficaz de uma licitação tem tamanha importância a ponto 
de ser possível sustentar que se trata de fator determinante para 
o sucesso ou fracasso da competição e da própria contratação
almejada”.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, explica que: 
Ademais, para realização de planejamento adequado, é necessária a participação 
de diversos agentes, onde deverão ser adotadas todas as providências técnicas 
e administrativas.
Quais os benefícios práticos do planejamento adequado?
•Definição precisa da necessidade;•Condições da execução do contrato;
•Estimativa do preço de referência (avaliação de custos);
•Correta definição do objeto e suas especificações, indispensáveis para
satisfazer a necessidade da administração;
•Evitar falhas na execução.
Do erro grosseiro
O Decreto nº 9.830/18, por meio do Art. 12, aduz: 
O agente público somente poderá ser responsabilizado por suas 
decisões ou opiniões técnicas se agir ou se omitir com dolo, direto 
ou eventual, ou cometer erro grosseiro, no desempenho de suas 
funções. Já o § 1º, do mesmo artigo, conceitua como erro grosseiro 
aquele manifesto, evidente e inescusável praticado com culpa grave, 
caracterizado por ação ou omissão com elevado grau de negligência, 
imprudência ou imperícia.
L I C I T A Ç Õ E S E C O N T R A T O S
17
Pois bem. A falta de planejamento tem sido uma das maiores causas de 
responsabilização dos agentes públicos. Com efeito, mais a frente, os elementos 
constitutivos do tema serão devidamente aprofundados. 
DOS AGENTES PÚBLICOS
Da autoridade máxima do órgão ou da entidade
Nos termos do Art. 7º da nova lei de licitações, caberá à 
autoridade máxima do órgão ou da entidade, ou a quem as normas 
de organização administrativa indicarem, promover gestão por 
competências e designar agentes públicos para o desempenho das 
funções essenciais à execução desta Lei que preencham os seguintes 
requisitos:
I-Sejam, preferencialmente, servidor efetivo ou empregado público
dos quadros permanentes da Administração Pública;
II-Tenham atribuições relacionadas a licitações e contratos ou
possuam formação compatível ou qualificação atestada por
certificação profissional emitida por escola de governo criada e
mantida pelo poder público;
II - Não sejam cônjuge ou companheiro de licitantes ou contratados
habituais da Administração nem tenham com eles vínculo de
parentesco, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, ou de
natureza técnica, comercial, econômica, financeira, trabalhista e civil.
Por sua vez, o § 1º do mesmo artigo, aduz que: a autoridade deverá 
observar o princípio da segregação de funções, vedada a designação 
do mesmo agente público para atuação simultânea em funções mais 
suscetíveis a riscos, de modo a reduzir a possibilidade de ocultação 
de erros e de ocorrência de fraudes na respectiva contratação. Já o 
§ 2º, assevera: o disposto no caput e no § 1º deste artigo, inclusive
os requisitos estabelecidos, também se aplica aos órgãos de
assessoramento jurídico e de controle interno da Administração.
Do agente da contratação
Nos termos do art. 8º da nova Lei de Licitações, a licitação será 
conduzida por agente de contratação, pessoa designada pela 
autoridade competente, entre servidores efetivos ou empregados 
públicos dos quadros permanentes da Administração Pública, para 
tomar decisões, acompanhar o trâmite da licitação, dar impulso 
ao procedimento licitatório e executar quaisquer outras atividades 
necessárias ao bom andamento do certame até a homologação.
O agente de contratação será auxiliado por equipe de apoio e 
responderá individualmente pelos atos que praticar, salvo quando 
induzido a erro pela atuação da equipe.
As regras relativas à atuação do agente de contratação e da 
equipe de apoio, ao funcionamento da comissão de contratação e à 
atuação de fiscais e gestores de contratos de que trata esta Lei serão 
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18
estabelecidas em regulamento, e deverá ser prevista a possibilidade 
de eles contarem com o apoio dos órgãos de assessoramento jurídico 
e de controle interno para o desempenho das funções essenciais à 
execução do disposto nesta Lei.
Bens ou serviços especiais
Em licitação que envolva bens ou serviços especiais, desde que observados os requi-
sitos estabelecidos no art. 7º da lei, o agente de contratação poderá ser substituído 
por comissão de contratação formada por, no mínimo, 3 (três) membros, que re-
sponderão solidariamente por todos os atos praticados pela comissão, ressalvado 
o membro que expressar posição individual divergente fundamentada e registrada
em ata lavrada na reunião em que houver sido tomada a decisão.
Em licitação que envolva bens ou serviços especiais cujo objeto não seja rotineira-
mente contratado pela Administração, poderá ser contratado, por prazo determina-
do, serviço de empresa ou de profissional especializado para assessorar os agentes 
públicos responsáveis pela condução da licitação.
Pregão
Em licitação na modalidade pregão, o agente responsável pela condução do 
certame será designado pregoeiro.
L I C I T A Ç Õ E S E C O N T R A T O S
19
CONDUÇÃO DA LICITAÇÃO
Agente da contratação
Comissão 
da contratação
Comissão da 
contratação
Todas as 
modalidades (regra)
Diálogo 
competitivo
Bens e serviços 
especiais
Servidor efetivo ou empregado 
do quadro permanente.
I.Tem que ser por comissão;
II. Pelo menos três membros;
III. Servidores efetivos ou
empregados do quadro
permanente (obrigatório).
• Tem que ser por comissão;
• Pelo menos três membros;
• Servidores efetivos ou
empregados do quadro
permanente (obrigatório).
Banca 
Do leiloeiro
oficial ou servidor
Nota 
Proposta 
Técnica
Leilão
I. Atribui notas para a proposta
técnica;
II. Mínimo de três membros;
III. Servidores efetivos,
empregados públicos / ou
terceirizados especialistas.
I. Leiloeiro oficial: seleção via
credenciamento ou licitação na
modalidade pregão;
II. Servidor designado: o legislador
não definiu critérios objetivos de
seleção.
QUADRO- RESUMO:
L I C I T A Ç Õ E S E C O N T R A T O S C O N C E I T U A L E P R Á T I C O
20
Nos termos do Art. 9º da Lei 14.133/21, é vedado ao agente 
público designado para atuar na área de licitações e contratos, 
ressalvados os casos previstos em lei:
I- Admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos que praticar, situações
que:
a) Comprometam, restrinjam ou frustrem o caráter competitivo do
processo licitatório, inclusive nos casos de participação de sociedades 
cooperativas;
b) Estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade,
da sede ou do domicílio dos licitantes;
c) Sejam impertinentes ou irrelevantes para o objeto específico do
contrato;
II- Estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal,
trabalhista, previdenciária ou qualquer outra entre empresas brasileiras 
e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local 
de pagamento, mesmo quando envolvido financiamento de agência 
internacional;
III- Opor resistência injustificada ao andamento dos processos e,
indevidamente, retardar ou deixar de praticar ato de ofício, ou praticá-lo 
contra disposição expressa em lei.
Das vedações aos agentes públicos
L I C I T A Ç Õ E S E C O N T R A T O S
21
DAS DEFINIÇÕES
A nova lei de licitações e contratos nos traz um rol extenso de definições no art. 
6º, aos quais devem ser conhecidos profundamente para o melhor desempenho 
dos agentes públicos. Vejamos alguns:
COMPRA
BENS E 
SERVIÇOS 
COMUNS:
BENS E 
SERVIÇOS 
ESPECIAIS:
OBRA
SERVIÇO DE 
ENGENHARIA:
SERVIÇO
Aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só 
vez ou parceladamente, considerada imediata aquela com prazo de 
entrega de até 30 (trinta) dias da ordem de fornecimento;
Aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade podem ser 
objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais 
de mercado;
Aqueles que, por sua alta heterogeneidade ou complexidade, não 
podem ser descritos na forma do inciso xiii do caput deste artigo, 
exigida justificativa prévia do contratante;
Obra: toda atividade estabelecida, por força de lei, como privativa 
das profissões de arquiteto e engenheiro que implica intervenção no 
meio ambiente por meio de um conjunto harmônico de ações que, 
agregadas, formam um todo que inova o espaço físico da natureza 
ou acarreta alteração substancial das características originais de bem 
imóvel;
Toda atividade ou conjunto de atividades destinadas a obter 
determinada utilidade, intelectualou material, de interesse para a 
Administração e que, não enquadradas no conceito de obra a que se 
refere o inciso XII do caput deste artigo, são estabelecidas, por força 
de lei, como privativas das profissões de arquiteto e engenheiro ou de 
técnicos especializados, que compreendem:
a) serviço comum de engenharia: todo serviço de engenharia
que tem por objeto ações, objetivamente padronizáveis em termos 
de desempenho e qualidade, de manutenção, de adequação e 
de adaptação de bens móveis e imóveis, com preservação das 
características originais dos bens;
b) serviço especial de engenharia: aquele que, por sua alta
heterogeneidade ou complexidade, não pode se enquadrar na 
definição constante da alínea “a” deste inciso;
Atividade ou conjunto de atividades destinadas a obter determinada 
utilidade, intelectual ou material, de interesse da administração
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SERVIÇOS E 
FORNECIMENTOS 
CONTÍNUOS:
SERVIÇOS NÃO 
CONTÍNUOS OU 
CONTRATADOS 
POR ESCOPO:
NOTÓRIA 
ESPECIALIZAÇÃO:
DOS SERVIÇOS
 TÉCNICOS 
ESPECIALIZADOS 
DE NATUREZA 
PREDOMINANTE-
MENTE
INTELECTUAL:
SERVIÇOS 
CONTÍNUOS 
COM REGIME 
DE DEDICAÇÃO 
EXCLUSIVA DE 
MÃO DE OBRA
Serviços contratados e compras realizadas pela administração 
pública para a manutenção da atividade administrativa, decorrentes 
de necessidades permanentes ou prolongadas;
Aqueles que impõem ao contratado o dever de realizar a prestação 
de um serviço específico em período predeterminado, podendo ser 
prorrogado, desde que justificadamente, pelo prazo necessário à 
conclusão do objeto;
Qualidade de profissional ou de empresa cujo conceito, no campo 
de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, 
experiência, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica 
ou outros requisitos relacionados com suas atividades, permite inferir 
que o seu trabalho é essencial e reconhecidamente adequado à plena 
satisfação do objeto do contrato;
Aqueles realizados em trabalhos relativos a:
A) Estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos e projetos
executivos;
B) Pareceres, perícias e avaliações em geral;
C) Assessorias e consultorias técnicas e auditorias financeiras e
tributárias;
D) Fiscalização, supervisão e gerenciamento de obras e serviços;
E) Patrocínio ou defesa de causas judiciais e administrativas;
F) Treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
G) Restauração de obras de arte e de bens de valor histórico;
H) Controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e ensaios
de campo e laboratoriais, instrumentação e monitoramento de 
parâmetros específicos de obras e do meio ambiente e demais 
serviços de engenharia que se enquadrem na definição deste inciso;
Aqueles cujo modelo de execução contratual exige, entre outros 
requisitos, que: 
A)Os empregados do contratado fiquem à disposição nas
dependências do contratante para a prestação dos serviços;
B) O contratado não compartilhe os recursos humanos e materiais
disponíveis de uma contratação para execução simultânea de outros 
contratos;
C) O contratado possibilite a fiscalização pelo contratante quanto
à distribuição, controle e supervisão dos recursos humanos alocados 
aos seus contratos
L I C I T A Ç Õ E S E C O N T R A T O S
23
UNIDADE II - DA CONTRATAÇÃO 
DIRETA
1. LICITAÇÃO PÚBLICA É A REGRA, E A CONTRATAÇÃO
DIRETA, A EXCEÇÃO (ART. 37, INCISO XXI DA CF/88).
Como já aprendemos, a Constituição Federal de 1988, por meio do art. 37, 
inciso XXI, determina: 
“Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, 
serviços, compras e alienações serão contratados mediante proces-
so de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos 
os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pa-
gamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos 
da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação téc-
nica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das 
obrigações”.
Joel de Menezes Niebuhr, explica que:
 “contratação sem licitação pública costuma ser chamada de con-
tratação direta, porque a Administração Pública contrata direta-
mente, sem antes realizar a licitação pública. Em geral, a contratação 
direta dá-se por duas maneiras, por meio de inexigibilidade, quando 
a competição é inviável, e de dispensa, quando a competição é viáv-
el, porém a realização da licitação importaria prejuízos ao interesse 
público” 1..
2. DAS MODALIDADES DE CONTRATAÇÃO DIRETA
Quanto as modalidades de contratação direta contida na Lei 14.133/21, temos:
1 Nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos / Joel de Menezes Niebuhr et al. 2. ed. Curitiba: Zênite, 
2021. 1. 283p
MODALIDADES DE 
CONTRATAÇÃO DIRETA 
Inexigibilidade de licitação 
Licitação dispensável
Licitação dispensada
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CONTRATAÇÃO DIRETA
Modalidade 
Inexigibilidade
Licitação 
dispensável
(Art. 75)
Licitação 
dispensada
(art. 76, I e II)
Características
1. Comprovada a inviabilidade de competição;
2. Rol do art. 74 é exemplificativo;
3. Pode ser utilizado com qualquer objeto? Sim.
1. O objeto da contratação pode ser licitado. Todavia, 
há autorização do legislador para que não ocorra a 
licitação;
2. O rol previsto no art. 75 é taxativo;
3. Pode ser utilizado em qualquer objeto? Sim.
1. Ao contrário da dispensável, aqui, expressamente, 
o legislador determina que não seja licitado.
Ou seja: não há margem de discricionariedade dos
agentes públicos. Portanto, sua natureza é vinculativa;
2. Em quais situações? Quando da alienação de
bens.
3. DO PROCESSO DE CONTRATAÇÃO DIRETA
Nos termos do Art. 72 da nova lei de licitações, o processo de 
contratação direta, que compreende os casos de inexigibilidade 
e de dispensa de licitação, deverá ser instruído com os seguintes 
documentos:
I - Documento de formalização de demanda e, se for o caso, estudo 
técnico preliminar, análise de riscos, termo de referência, projeto 
básico ou projeto executivo;
II- Estimativa de despesa, que deverá ser calculada na forma
estabelecida no art. 23 desta Lei;
III- Parecer jurídico e pareceres técnicos, se for o caso, que demonstrem 
o atendimento dos requisitos exigidos;
IV- Ddemonstração da compatibilidade da previsão de recursos
orçamentários com o compromisso a ser assumido;
V- Comprovação de que o contratado preenche os requisitos de
habilitação e qualificação mínima necessária;
VI- Razão da escolha do contratado;
VII- Justificativa de preço;
VIII- Autorização da autoridade competente.
Parágrafo único. O ato que autoriza a contratação direta ou o
extrato decorrente do contrato deverá ser divulgado e mantido à 
disposição do público em sítio eletrônico oficial.
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25
4. DA INEXIGIBILIDADE
4.1 Hipóteses 
4.1.1 Do Fornecedor exclusivo (art. 74, I da Lei 14.133/21) 
O Art. 74 da Nova Lei de Licitações, aduz: 
É inexigível a licitação quando inviável a competição, em especial 
nos casos de: I - aquisição de materiais, de equipamentos ou de 
gêneros ou contratação de serviços que só possam ser fornecidos 
por produtor, empresa ou representante comercial exclusivos; Como 
comprovar a exclusividade? 
O § 1º do artigo 74 da Lei n. 14.133/2021, de forma clara, esclarece 
os meios de comprovação da exclusividade do fornecedor. são 
eles: (a) atestado de exclusividade; (b) contrato de exclusividade; 
(c) declaração do fabricante; (d) outro documento idôneo capaz
de comprovar que o objeto é fornecido ou prestado por produtor,
empresa ou representante comercial exclusivos.
Existe alguma vedação nestes procedimentos? 
Sim. é vedada a preferência por marca específica. 
4.1.2 Da contratação de profissional do setor artístico, diretamente ou 
por meio de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica 
especializada ou pela opinião pública;
São características essenciais a serem destacadas nesta modalidade para a 
regularidade da contratação: 
(1) profissional dequalquer setor artístico consagrado;
(2) Nos termos do art. 74, § 2º, não há possibilidade de contratação direta por
inexigibilidade por meio de empresário com representação restrita a evento ou 
local específico (exclusiva para o réveillon, carnaval etc.). 
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Da 
inexigibilidade 
de licitação 
para a 
contratação 
de serviços 
técnicos 
especializados.
Requisitos 
mínimos 
legais:
Quais 
são 
estes 
serviços? 
Conceito 
de notória 
especialização
Vedações 
expressas: 
1. O objeto tem que ser serviço técnico especializado 
de natureza predominantemente intelectual;
2. O profissional ou a empresa prestadora do
serviço deve ter notória especialização. 
Nos termos do art. 6, XVIII, os serviços técnicos 
especializados de natureza predominantemente intelectual 
são aqueles realizados em trabalhos relativos a:
A) Estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos e
projetos executivos;
B) Pareceres, perícias e avaliações em geral;
C) Assessorias e consultorias técnicas e auditorias
financeiras e tributárias;
D) Fiscalização, supervisão e gerenciamento de obras e
serviços;
E) Patrocínio ou defesa de causas judiciais e
administrativas;
F) Treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
G) Restauração de obras de arte e de bens de valor
histórico; 
H) Controles de qualidade e tecnológico, análises, testes
e ensaios de campo e laboratoriais, instrumentação e 
monitoramento de parâmetros específicos de obras e do 
meio ambiente e demais serviços de engenharia. 
Considera-se o profissional ou a empresa cujo con-
ceito no campo de sua especialidade, decorrente de 
desempenho anterior, estudos, experiência, publi-
cações, organização, aparelhamento, equipe técni-
ca ou outros requisitos relacionados com suas ativi-
dades, permita inferir que o seu trabalho é essencial 
e reconhecidamente adequado à plena satisfação do 
objeto do contrato.
O art. 74, inciso III c/c o § 3º, expressamente, veda:
1.A inexigibilidade para serviços de publicidade e
divulgação;
2.Subcontratação de empresas ou a atuação
de profissionais distintos daqueles que tenham 
justificado a inexigibilidade; 
4.1.3 Da contratação dos serviços técnicos especializados de natureza 
predominantemente intelectual com profissionais ou empresas de notória 
especialização.
L I C I T A Ç Õ E S E C O N T R A T O S
27
4.1.4 Do credenciamento 
Nos termos do art. 74, inciso IV é possível realizar a inexigibilidade 
de licitação de objetos que devam ou possam ser contratados por 
meio de credenciamento.
A pergunta é: o que é credenciamento? 
Credenciamento: processo administrativo de chamamento público em que 
a Administração Pública convoca interessados em prestar serviços ou fornecer 
bens para que, preenchidos os requisitos necessários, credenciem-se no órgão 
ou na entidade para executar o objeto quando convocados.
Isso significa dizer que, no credenciamento, todos os interessados que 
atenderem aos requisitos exigidos serão credenciados e, por isso, não haverá 
competição entre eles. 
ATENÇÃO! 
O estudo aprofundado do credenciamento será realizado quando estivermos 
tratando das dos procedimentos auxiliares.
4.1.5 Aquisição ou locação de imóvel cujas características de instalações e 
de localização tornem necessária sua escolha.
As aquisições ou locação de imóvel cujas características de instalações e 
de localização tornem necessária sua escolha, com efeito, são hipóteses de 
inexigibilidade de licitação, nos termos do art. 74, § 5º da Lei 14.133/21. 
Todavia, são requisitos essenciais para regularidade processual:
I.Avaliação prévia do bem, do seu estado de conservação, dos custos
de adaptações, quando imprescindíveis às necessidades de utilização, 
e do prazo de amortização dos investimentos;
II.Documento que atesta a inexistência de imóveis públicos vagos
e disponíveis que atendam ao objeto;
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5. DA DISPENSA DE LICITAÇÃO
Das hipóteses
A dispensa de licitação se divide em: (a) licitação dispensável; (b) dispensa de 
licitação. Considerando que o rol de hipóteses de licitação dispensável, previsto 
no art. 75, com efeito, é extenso, nosso curso vai focar em algumas das situações 
mais cotidianas enfrentadas pelos gestores públicos. 
Dos critérios de avaliação para decisão do gestor público
Como se viu anteriormente, a dispensa de licitação é uma decisão discricionária 
da autoridade pública competente, da qual deve avaliar bem as situações postas. 
Marçal justem filho, cita alguns critérios de análise para a decisão dos agentes 
públicos responsáveis avaliar o cabimento das hipóteses de dispensa1 sob o 
ângulo da manifestação de desequilíbrio na relação custo benefício: 
a) Custo econômico da licitação – quando o custo for superior ao
benefício dela extraível;
b) Custo temporal da licitação – quando a demora puder acarretar a
ineficácia da contratação;
c) Ausência de potencialidade de benefício em decorrência da
licitação;
d) Função extraeconômica da contratação, por realização de outros
fins estatais.
a. Dispensa em razão do valor da futura contratação (art. 75, inciso I e II)
Maria Sylvia Zanella, Di Pietro2, ensina que: 
O estabelecimento de hipóteses de dispensa de licitação em razão 
do valor da futura contratação leva em conta os custos da realização 
do procedimento licitatório. 
Ainda, esclarece que a realização de procedimento seletivo 
com custo maior que o objeto do futuro contrato atenta contra 
a economicidade e o próprio interesse público, uma vez que as 
exigências formais da contratação direta permitem atender, de 
forma mais simplificada, aos objetivos da licitação (notadamente, 
buscar ampla competitividade em razão do princípio da isonomia 
e buscar a melhor proposta). Desta forma, existe no valor definido 
pelo legislador uma presunção absoluta que o custo da licitação é 
maior do que o valor estabelecido na lei para a dispensa.
1 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos: Lei 8.666/93. 18. ed. rev., atual. e ampl. 
São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2019. p. 479. 
2 Di Pietro, Maria Sylvia Zanella. Licitações e Contratos Administrativos (p. 137). Forense. Edição do Kindle 
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29
DISPENSA EM RAZÃO DO VALOR DA FUTURA CONTRATAÇÃO
R$ 100.000,00 
R$ 50.000,00
Obras e serviços de engenharia ou serviços de 
manutenção de veículos automotores.
Outros serviços e compras.
Dos critérios de aferição dos valores para efeito de contratação direta
Nos termos do art. 75 da Lei 14.133/21, o gestor deverá observar 
o somatório do que for despendido no exercício financeiro pela
respectiva unidade gestora (art. 75, § 1º, inciso I) e também o
somatório da despesa realizada com objetos de mesma natureza,
entendidos como tais aqueles relativos a contratações no mesmo
ramo de atividade (art. 75, § 1º, inciso II).
Da licitação deserta e licitação fracassada (art. 75, III)
A distinção do adequado enquadramento desta hipótese de dispensa pode ser 
resumida na forma a seguir: 
I- Licitação deserta: quando a administração pública abre a
licitação, mas não há a participação de interessados; 
II- Licitação fracassada: ocorre nas situações em que todos os
licitantes foram desclassificados ou inabilitados do certame.
Quais são os critérios de regularidade que devem ser demonstrados nos 
documentos da instrução processual? 
Nos termos do inciso III do art. 75, para regularidade da contratação, 
os autos devem estar instruídos com documentos que demonstrem 
que foram mantidas todas as condições definidas em edital de 
licitação realizada há menos de 1 (um) ano, quando se verificar que 
naquela licitação: 
a) Não surgiram licitantes interessados ou não foram apresentadas
propostas válidas;
b) As propostas apresentadas consignaram preços manifestamente
superiores aos praticados no mercado ou incompatíveis com os
fixados pelos órgãos oficiais competentes;L I C I T A Ç Õ E S E C O N T R A T O S C O N C E I T U A L E P R Á T I C O
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6.DA CONTRATAÇÃO DIRETA INDEVIDA DA HIPÓTESES
DE DISPENSA DE LICITAÇÃO
O Art. 73 da Nova Lei de Licitações, aduz: Na hipótese de 
contratação direta indevida ocorrida com dolo, fraude ou erro 
grosseiro, o contratado e o agente público responsável responderão 
solidariamente pelo dano causado ao erário, sem prejuízo de outras 
sanções legais cabíveis.
Dos Crimes em Licitações e Contratos Administrativos
Contratação direta ilegal: 
Art. 337-E da Nova Lei de Licitações, aduz: Admitir, possibilitar ou 
dar causa à contratação direta fora das hipóteses previstas em lei: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Patrocínio de contratação indevida: 
Art. 337-G. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado 
perante a Administração Pública, dando causa à instauração de 
licitação ou à celebração de contrato cuja invalidação vier a ser 
decretada pelo Poder Judiciário: Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 
3 (três) anos, e multa.
Fraude em licitação ou contrato
Art. 337-L. Fraudar, em prejuízo da Administração Pública, licitação 
ou contrato dela decorrente, mediante: 
I- Entrega de mercadoria ou prestação de serviços com qualidade ou
em quantidade diversas das previstas no edital ou nos instrumentos
contratuais;
II-Fornecimento, como verdadeira ou perfeita, de mercadoria
falsificada, deteriorada, inservível para consumo ou com prazo de
validade vencido;
III- Entrega de uma mercadoria por outra;
IV- Alteração da substância, qualidade ou quantidade da mercadoria
ou do serviço fornecido;
V-Qualquer meio fraudulento que torne injustamente mais onerosa
para a Administração Pública a proposta ou a execução do contrato:
Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa.
Do erro grosseiro
O DECRETO Nº 9.830, DE 10 DE JUNHO DE 2019, que Regulamenta 
o disposto nos art. 20 ao art. 30 do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de
setembro de 1942, que institui a Lei de Introdução às normas do
Direito brasileiro, por meio do Art. 12, aduz: O agente público somente 
L I C I T A Ç Õ E S E C O N T R A T O S
31
poderá ser responsabilizado por suas decisões ou opiniões técnicas 
se agir ou se omitir com dolo, direto ou eventual, ou cometer erro 
grosseiro, no desempenho de suas funções.
Por sua vez, o § 1º do mesmo artigo, conceitua: Considera-se erro 
grosseiro aquele manifesto, evidente e inescusável praticado com 
culpa grave, caracterizado por ação ou omissão com elevado grau de 
negligência, imprudência ou imperícia.
Já o § 2º, do mesmo artigo, teM- se firmado que: Não será 
configurado dolo ou erro grosseiro do agente público se não restar 
comprovada, nos autos do processo de responsabilização, situação 
ou circunstância fática capaz de caracterizar o dolo ou o erro grosseiro.
Por fim, o § 3º, do mesmo artigo esclarece: O mero nexo de 
causalidade entre a conduta e o resultado danoso não implica 
responsabilização, exceto se comprovado o dolo ou o erro grosseiro 
do agente público. 
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32
UNIDADE III - DA FASE 
PREPARATÓRIA 
DA FASE PREPARATÓRIA
Nos termos do § 1º do art. 23 da nova lei de licitações, no processo 
licitatório para aquisição de bens e contratação de serviços em 
geral, conforme regulamento, o valor estimado será definido com 
base no melhor preço aferido por meio da utilização dos seguintes 
parâmetros, adotados de forma combinada ou não:
I - a descrição da necessidade da contratação fundamentada 
em estudo técnico preliminar que caracterize o interesse público 
envolvido;
II - a definição do objeto para o atendimento da necessidade, por 
meio de termo de referência, anteprojeto, projeto básico ou projeto 
executivo, conforme o caso;
III - a definição das condições de execução e pagamento, das 
garantias exigidas e ofertadas e das condições de recebimento;
IV - o orçamento estimado, com as composições dos preços 
utilizados para sua formação;
V - a elaboração do edital de licitação;
VI - a elaboração de minuta de contrato, quando necessária, que 
constará obrigatoriamente como anexo do edital de licitação;
VII - o regime de fornecimento de bens, de prestação de serviços 
ou de execução de obras e serviços de engenharia, observados os 
potenciais de economia de escala;
VIII - a modalidade de licitação, o critério de julgamento, o modo 
de disputa e a adequação e eficiência da forma de combinação 
desses parâmetros, para os fins de seleção da proposta apta a gerar 
o resultado de contratação mais vantajoso para a Administração
Pública, considerado todo o ciclo de vida do objeto;
IX - a motivação circunstanciada das condições do edital, tais como 
justificativa de exigências de qualificação técnica, mediante indicação 
das parcelas de maior relevância técnica ou valor significativo do 
objeto, e de qualificação econômico-financeira, justificativa dos 
critérios de pontuação e julgamento das propostas técnicas, nas 
licitações com julgamento por melhor técnica ou técnica e preço, e 
justificativa das regras pertinentes à participação de empresas em 
consórcio;
Nos termos do Art. 18, a fase preparatória do processo licitatório é caracterizada 
pelo planejamento e deve compatibilizar-se com o plano de contratações anual 
de que trata o inciso VII do caput do art. 12 desta Lei, sempre que elaborado, e 
com as leis orçamentárias, bem como abordar todas as considerações técnicas, 
mercadológicas e de gestão que podem interferir na contratação, compreendidos:
L I C I T A Ç Õ E S E C O N T R A T O S
33
1.2 Do planejamento da contratação
Princípio do planejamento tem duplo conteúdo jurídico
Nos termos do art. 18 da Lei 14.133/21, a fase preparatória do processo 
licitatório é caracterizada pelo planejamento e deve compatibilizar-se com o plano 
de contratações anual, sempre que elaborado, e com as leis orçamentárias, bem 
como abordar todas as considerações técnicas, mercadológicas e de gestão que 
podem interferir na contratação.
Joel de Menezes Niebuhr, comenta que 
o planejamento foi elevado a princípio das licitações e dos contratos, 
em conformidade com o caput do artigo 5º da Lei n. 14.133/2021, 
e o legislador houve por bem dedicar à fase preparatória, em que 
ocorre o planejamento, um capítulo inteiro da nova Lei, o Capítulo 
II do Título II. Bem se vê que o planejamento das licitações e dos 
contratos foi bastante realçado na Lei n. 14.133/2021, constituindo-
se num dos seus pilares fundamentais.
Depois, afirma duras críticas quanto ao fato de que a Lei n. 
14.133/2021 encampou em linhas gerais do fluxo procedimental para 
o planejamento contido nestas instruções normativas federais, pelo
que a origem é bem identificada: plano anual de contratações (inciso
VII do artigo 12 ), estudo técnico preliminar (inciso I do artigo 18),
termo de referência ou projetos (inciso II do artigo 18), orçamentação
(inciso III do artigo 18), análise de riscos (inciso X do artigo 18) e
aprovação jurídica (artigo 52).
X - a análise dos riscos que possam comprometer o sucesso da 
licitação e a boa execução contratual;
XI - a motivação sobre o momento da divulgação do orçamento da 
licitação, observado o art. 24 da Lei.
José Anacleto Abduch, explica que o princípio do planejamento tem duplo 
conteúdo jurídico : 
(1) Dever legal do planejamento. A partir deste princípio, se pode
deduzir que a Administração Pública deverá planejar toda a licitação 
e toda a contratação pública. 
(2) Dever jurídico de realizar um planejamento adequado. Não é
a realização de qualquer planejamento que atenderá dito princípio. 
O planejamento que se exige é aquele que seja eficaz e eficiente, e 
que se ajuste a todos os outros princípios, regras e valores jurídicos 
previstos na Constituição Federal e na Lei. O dever jurídico é de 
um planejamento adequado, suficiente, tecnicamente correto e 
materialmente satisfatório. Este planejamento adequado pressupõe 
a adoção de todas as providências técnicas e administrativasvoltadas a identificar com precisão a necessidade a ser satisfeita com 
a execução do contrato, a correta definição do objeto ou solução 
técnica, e a precisa estimativa do preço de referência, bem como 
todas as demais definições indispensáveis para configurar de modo 
eficaz e eficiente a licitação e o contrato.
L I C I T A Ç Õ E S E C O N T R A T O S C O N C E I T U A L E P R Á T I C O
34
1.2 Do plano anual das contratações 
1.2.1 O plano anual das contratações é uma faculdade ou dever?
De acordo com as disposições da Lei nº 14.133/2021 que tratam do assunto em 
questão, a elaboração do plano de contratações anual constituiu uma faculdade 
e não um dever.
Isso fica claro, por exemplo, quando o art. 12 da lei prevê no seu 
inciso VII que, no processo licitatório, observar-se-á que, a partir de 
documentos de formalização de demandas, os órgãos responsáveis 
pelo planejamento de cada ente federativo poderão (e não deverão), 
na forma de regulamento, elaborar plano de contratações anual, 
com o objetivo de racionalizar as contratações dos órgãos e 
entidades sob sua competência, garantir o alinhamento com o seu 
planejamento estratégico e subsidiar a elaboração das respectivas 
leis orçamentárias. 
1.2.2 O que é o Plano Anual de contratações?
O Plano Anual de Contratações é o documento que consolida todas as 
contratações que o órgão ou entidade pretende realizar ou prorrogar, no ano 
seguinte ao da sua elaboração, e contempla bens, serviços, obras e soluções de 
tecnologia da informação .
Esse entendimento se apoia no Art. 18 da Lei Federal nº 14.133/21, 
que aduz: “a fase preparatória do processo licitatório é caracterizada 
pelo planejamento e deve compatibilizar-se com o plano de 
contratações anual de que trata o inciso VII do caput do art. 12 desta 
Lei, sempre que elaborado, e com as leis orçamentárias, bem como 
abordar todas as considerações técnicas, mercadológicas e de gestão 
que podem interferir na contratação”. 
Na essência, com o plano de contratações anuais projeta-se todas as licitações 
e contratações para o ano, divide-se por tipos ou categorias, verifica-se a 
compatibilidade com o orçamento, define-se prioridades e estabelece-se uma 
espécie de calendário .
ATENÇÃO!
O art. 12, § 1º da Lei Federal nº 14.133/21, dispõem que o plano “deverá 
ser divulgado e mantido à disposição do público em sítio eletrônico 
oficial e será observado pelo ente federativo na realização de licitações 
e na execução dos contratos.”
L I C I T A Ç Õ E S E C O N T R A T O S
35
1.2.3 Da Instrução Normativa nº 01/19, da Secretaria de Gestão do 
Ministério da Economia
Aos gestores que se interessam em se aprofundar no tema, é importante 
analisar o conteúdo da Instrução Normativa nº 01/19, da Secretaria de Gestão do 
Ministério da Economia, fonte de inspiração para os entes federativos.
1.3 orçamento estimativo 
O Art. 23, determina que o valor previamente estimado da 
contratação deverá ser compatível com os valores praticados pelo 
mercado, considerados os preços constantes de bancos de dados 
públicos e as quantidades a serem contratadas, observadas a 
potencial economia de escala e as peculiaridades do local de execução 
do objeto.
1.3.1 Parâmetros de preço
Aquisição 
de bens e 
contratação 
de serviços em 
geral
Nos termos do § 1º do art. 23 da nova lei de licitações, no 
processo licitatório para aquisição de bens e contratação de 
serviços em geral, conforme regulamento, o valor estimado será 
definido com base no melhor preço aferido por meio da utilização 
dos seguintes parâmetros, adotados de forma combinada ou não:
I - composição de custos unitários menores ou iguais à mediana 
do item correspondente no painel para consulta de preços ou 
no banco de preços em saúde disponíveis no Portal Nacional de 
Contratações Públicas (PNCP);
II - contratações similares feitas pela Administração Pública, 
em execução ou concluídas no período de 1 (um) ano anterior 
à data da pesquisa de preços, inclusive mediante sistema de 
registro de preços, observado o índice de atualização de preços 
correspondente;
III - utilização de dados de pesquisa publicada em mídia 
especializada, de tabela de referência formalmente aprovada pelo 
Poder Executivo federal e de sítios eletrônicos especializados ou 
de domínio amplo, desde que contenham a data e hora de acesso;
IV - pesquisa direta com no mínimo 3 (três) fornecedores, 
mediante solicitação formal de cotação, desde que seja 
apresentada justificativa da escolha desses fornecedores e que 
não tenham sido obtidos os orçamentos com mais de 6 (seis) 
meses de antecedência da data de divulgação do edital;
V - pesquisa na base nacional de notas fiscais eletrônicas, na 
forma de regulamento.
L I C I T A Ç Õ E S E C O N T R A T O S C O N C E I T U A L E P R Á T I C O
36
Obras e serviços 
de engenharia
O § 2º do artigo 23 da Lei n. 14.133/2021, esclarece que no 
processo licitatório para contratação de obras e serviços de en-
genharia, conforme regulamento, o valor estimado, acrescido do 
percentual de Benefícios e Despesas Indiretas (BDI) de referência 
e dos Encargos Sociais (ES) cabíveis, será definido por meio da uti-
lização de parâmetros na seguinte ordem:
I - Composição de custos unitários menores ou iguais à medi-
ana do item correspondente do Sistema de Custos Referenciais 
de Obras (Sicro), para serviços e obras de infraestrutura de trans-
portes, ou do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices 
de Construção Civil (Sinapi), para as demais obras e serviços de 
engenharia;
II - utilização de dados de pesquisa publicada em mídia espe-
cializada, de tabela de referência formalmente aprovada pelo 
Poder Executivo federal e de sítios eletrônicos especializados ou 
de domínio amplo, desde que contenham a data e a hora de aces-
so;
III - contratações similares feitas pela Administração Pública, 
em execução ou concluídas no período de 1 (um) ano anterior à 
data da pesquisa de preços, observado o índice de atualização de 
preços correspondente;
IV - pesquisa na base nacional de notas fiscais eletrônicas, na 
forma de regulamento.
1.3.2 Em que momento se deve proceder ao orçamento?
Joel de Menezes Niebuhr, comenta que 
pela redação dos dispositivos da Lei n. 14.133/2021 é um tanto 
quanto confuso precisar o momento em que se deve proceder ao 
orçamento. De acordo com ordem dos incisos do artigo 18, o proces-
so inicia com o estudo técnico preliminar, depois termo de referên-
cia/projetos e, na sequência, o orçamento estimado. A lógica confir-
maria essa sequência: primeiro define-se exatamente o que se quer 
e depois vai-se apurar o preço desse objeto no mercado. Sem definir 
o objeto é difícil apurar preços, porque, por óbvio, os preços variam
conforme as variações dos objetos.
No entanto, o inciso VI do § 1º do artigo 18 exige que o estudo 
técnico preliminar já apresente “estimativa do valor da contratação, 
acompanhada dos preços unitários referenciais, das memórias de 
cálculo”. Quer dizer que o documento que dá a largada na etapa 
preparatória já pressupõe o orçamento, porque estimativa simples . 
1.3.3 Do orçamento sigiloso 
O artigo 24 da Lei n. 14.133/2021, afirma que: “Desde que justificado, o orçamento 
estimado da contratação poderá ter caráter sigiloso, sem prejuízo da divulgação 
do detalhamento dos quantitativos e das demais informações necessárias para a 
L I C I T A Ç Õ E S E C O N T R A T O S
37
elaboração das propostas, e, nesse caso, o sigilo não prevalecerá para os órgãos 
de controle interno e externo (inciso I);
2. Do Estudo técnico Preliminar, termo de referência, anteprojeto, projeto
básico ou projeto executivo
2.1 Da definição da necessidade
Nos termos do art. 18 da Lei 14.133/21, a fase preparatória do processo 
licitatório é caracterizada pelo planejamento. Pois bem. O inciso I do mesmo 
artigo, prescreve que a descrição da necessidade da contratação deverá está 
fundamentada em estudo técnico preliminar que caracterize o interesse público 
envolvido. Já o inciso II, aindado mesmo artigo, aduz que a definição do objeto 
para o atendimento da necessidade, será realizada em outro momento, por 
meio de termo de referência, anteprojeto, projeto básico ou projeto executivo, 
conforme o caso. 
Para facilitar a compreensão do tipo de documento que deve ser elaborado na 
definição do objeto para o atendimento da necessidade, elaboramos o quadro a 
seguir:
Documento
Termo de 
referência
Projeto 
básico
Projeto 
executivo 
Anteprojeto
Critérios
1. Utilizado para bens e serviços;
2. Requisitos mínimos: art. 8, inciso XXIII
1. Utilizado para obras e serviços;
2. Requisitos mínimos: Art. 8 inciso XXV
1. Documento que demonstra os elementos para a
execução completa da obra, detalhando ainda mais as 
soluções contidas no projeto básico
2. requisitos mínimos: art. 8, inciso XXVI.
1. Documento preliminar com subsídios para o projeto
básico, utilizado no regime de contratação integrada (§ 2º 
do artigo 46 da Lei n. 14.133/2021).
2. requisitos mínimos: art. 8, inciso XXIV
L I C I T A Ç Õ E S E C O N T R A T O S C O N C E I T U A L E P R Á T I C O
38
ESTUDO TÉCNICO PRELIMINAR (ART. 8, XX DA LEI 14.133/21)
Documento constitutivo da primeira etapa do planejamento de uma contratação 
que caracteriza o interesse público envolvido e a sua melhor solução e dá base 
ao anteprojeto, ao termo de referência ou ao projeto básico a serem elaborados 
caso se conclua pela viabilidade da contratação;
Requisitos obrigatórios
(§ 1º do artigo 18 da Lei n. 14.133/2021)
O estudo técnico preliminar deverá evidenciar o problema a ser resolvido e
a sua melhor solução, de modo a permitir a avaliação da viabilidade técnica e 
econômica da contratação, e conterá os seguintes elementos:
I - descrição da necessidade da contratação, considerado o 
problema a ser resolvido sob a perspectiva do interesse público;
II - demonstração da previsão da contratação no plano de 
contratações anual, sempre que elaborado, de modo a indicar o seu 
alinhamento com o planejamento da Administração;
III - requisitos da contratação;
IV - estimativas das quantidades para a contratação, acompanhadas 
das memórias de cálculo e dos documentos que lhes dão suporte, 
que considerem interdependências com outras contratações, de 
modo a possibilitar economia de escala;
V - levantamento de mercado, que consiste na análise das 
alternativas possíveis, e justificativa técnica e econômica da escolha 
do tipo de solução a contratar;
VI - estimativa do valor da contratação, acompanhada dos preços 
unitários referenciais, das memórias de cálculo e dos documentos 
que lhe dão suporte, que poderão constar de anexo classificado, se 
a Administração optar por preservar o seu sigilo até a conclusão da 
licitação;
VII - descrição da solução como um todo, inclusive das exigências 
relacionadas à manutenção e à assistência técnica, quando for o 
caso;
VIII - justificativas para o parcelamento ou não da contratação;
IX - demonstrativo dos resultados pretendidos em termos de 
economicidade e de melhor aproveitamento dos recursos humanos, 
materiais e financeiros disponíveis;
X - providências a serem adotadas pela Administração previamente 
à celebração do contrato, inclusive quanto à capacitação de servidores 
ou de empregados para fiscalização e gestão contratual;
XI - contratações correlatas e/ou interdependentes;
XII - descrição de possíveis impactos ambientais e respectivas 
medidas mitigadoras, incluídos requisitos de baixo consumo de 
energia e de outros recursos, bem como logística reversa para 
desfazimento e reciclagem de bens e refugos, quando aplicável;
XIII - posicionamento conclusivo sobre a adequação da contratação 
para o atendimento da necessidade a que se destina.
L I C I T A Ç Õ E S E C O N T R A T O S
39
3. Da elaboração do edital de licitação e da minuta de contrato
3.1 Das orientações acerca dos requisitos legais da elaboração do edital
licitatório.
O Art. 25 da nova lei de licitações, explicita que o edital deverá, ao mínimo, 
conter o objeto da licitação e as regras relativas à convocação, ao julgamento, à 
habilitação, aos recursos e às penalidades da licitação, à fiscalização e à gestão 
do contrato, à entrega do objeto e às condições de pagamento.
Chama atenção o § 1º do mesmo artigo, ao prever que: “sempre que o objeto 
permitir, a Administração adotará minutas padronizadas de edital e de contrato 
com cláusulas uniformes.”
Importante! 
O inciso IX do artigo 18 da Lei n. 14.133/2021, demanda:
Art. 18 [...] inc. IX: a motivação circunstanciada das condições do 
edital, tais como justificativa de exigências de qualificação técnica, 
mediante indicação das parcelas de maior relevância técnica ou 
valor significativo do objeto, e de qualificação econômico-financeira, 
justificativa dos critérios de pontuação e julgamento das propostas 
técnicas, nas licitações com julgamento por melhor técnica ou 
técnica e preço, e justificativa das regras pertinentes à participação 
de empresas em consórcio”
3.2 Da definição das condições de execução e pagamento, das garantias 
exigidas e ofertadas, das condições de recebimento. 
É de suma importância a adequada definição das condições de execução, haja 
vista que, o princípio da vinculação ao instrumento convocatório, reza que as 
exigências editalícias devem ser cumpridas integralmente, ressalvadas aquelas 
consideradas ilegais. Em outras palavras, as falhas na descrição das reais condições 
de execução e pagamento, são questões que podem causar problemas na hora 
da execução da licitação. 
Essa mesma linha de entendimento deve ser seguida nas definições das 
garantias exigidas e ofertadas, bem como nas condições de recebimento.
Sem a necessidade de aprofundamento, nosso alerta está nas situações práticas 
vividas pelos agentes públicos pelas falhas cometidas no instrumento do edital e 
dos documentos de planejamento da contratação. 
L I C I T A Ç Õ E S E C O N T R A T O S C O N C E I T U A L E P R Á T I C O
40
UNIDADE IV - DAS 
MODALIDADES DE LICITAÇÃO
1. DAS MODALIDADES LICITATÓRIAS
Considera-se “modalidade licitatória” a forma de realização do procedimento. 
Logo, a partir de tal definição, cada modalidade representaria um procedimento 
próprio, com estrutura operacional prefixada1.
Quais são as modalidades de licitação, segundo a nova lei de licitações? 
De acordo com o Art. 28 da nova lei de licitações (Lei nº 14.133/21), 
são modalidades de licitação:
I - Pregão;
II - Concorrência;
III - Concurso;
IV - Leilão;
V - Diálogo competitivo.
1Di Pietro, Maria Sylvia Zanella. Licitações e Contratos Administrativos (p. 66). Forense. Edição do Kindle.
Principais inovações da nova lei de licitações acerca das 
modalidades licitatórias 
1. A nova lei extinguiu as modalidades licitatórias da tomada de preços
e o convite, previstas na Lei n. 8.666/1993.
2. Criou a modalidade denominada diálogo competitivo.
3. Disciplinou o pregão, modalidade prevista na Lei n. 10.520/2002,
junto das demais modalidades.
L I C I T A Ç Õ E S E C O N T R A T O S
41
1.1 PREGÃO
1.2 CONCORRÊNCIA
1.3 CONCURSO
1.4 LEILÃO
Modalidade de licitação obrigatória para aquisição de bens e serviços comuns, 
cujo critério de julgamento poderá ser o de menor preço ou o de maior desconto 
(art. 6º, XLI).
Modalidade De Licitação Para Contratação De Bens E Serviços Especiais E De 
Obras E Serviços Comuns E Especiais De Engenharia, Cujo Critério De Julgamento 
Poderá Ser: 
A) Menor Preço;
B) Melhor Técnica ou Conteúdo Artístico;
C) Técnica e Preço;
D) Maior Retorno Econômico; Maior Desconto” (Art. 6º, Xxxviii)
Modalidade de licitação para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, 
cujo critério de julgamento será o de melhor técnica ou conteúdo.
Modalidade de licitação para alienação de bens imóveis ou de bens móveis 
inservíveis ou legalmente apreendidos a quem oferecer o maior lance” (art. 6º, XL)
Assim como na Lei nº 8.666/1993, tem-se na nova lei de licitações as premissas 
de cabimento das modalidades “leilão” (para alienação de bensda Administração) 
e “concurso” (para seleção de trabalho de natureza técnica, científica ou artística 
mediante concessão de prêmio ou remuneração ao vencedor).
Uma distinção da nova lei de licitações com a lei 8.666/93, reside no fato de 
que, com a Lei nº 14.133/2021, o “leilão” passa a ser a modalidade absoluta para 
alienação de bens da Administração, sejam móveis ou imóveis, independentemente 
do valor estimado ou da forma de transferência ou aquisição do patrimônio pela 
Administração.
Diálogo competitivo
modalidade de licitação para contratação de obras, serviços e compras 
em que a Administração Pública realiza diálogos com licitantes previamente 
selecionados mediante critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou 
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42
ATENÇÃO!
1. É vedada a criação de modalidades ou a combinação entre as
modalidades citadas (§ 2º do artigo 28 da Lei n. 14.133/2021)
2. A definição da modalidade de licitação deverá ser feita em razão de
seu objeto, não havendo mais restrições de valores como prevê o artigo 23 
da Lei nº 8.666/1993.
mais alternativas capazes de atender às suas necessidades, devendo os licitantes 
apresentar proposta final após o encerramento dos diálogos (art. 6º, XLII) 
2.1 CONCEITO
2.2 HIPÓTESES DE CONTRATAÇÃO PELA MODALIDADE 
DIÁLOGO COMPETITIVO
2. DO DIÁLOGO COMPETITIVO
Modalidade de licitação para contratação de obras, serviços e compras 
em que a Administração Pública realiza diálogos com licitantes previamente 
selecionados mediante critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou 
mais alternativas capazes de atender às suas necessidades, devendo os licitantes 
apresentar proposta final após o encerramento dos diálogos (art. 6º, XLII)
Nos termos dos incisos I e II do art. 32 da Lei nº 14.133/2021: A 
modalidade diálogo competitivo é restrita a contratações em que a 
Administração:
I - vise a contratar objeto que envolva as seguintes condições:
a) Inovação tecnológica ou técnica;
b) Impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua necessidade
satisfeita sem a adaptação de soluções disponíveis no mercado; e
c) Impossibilidade de as especificações técnicas serem definidas com
precisão suficiente pela Administração;
II - Verifique a necessidade de definir e identificar os meios e as 
alternativas que possam satisfazer suas necessidades, com destaque 
para os seguintes aspectos:
a) A solução técnica mais adequada;
b) Os requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já definida;
c) A estrutura jurídica ou financeira do contrato;
L I C I T A Ç Õ E S E C O N T R A T O S
43
2.3 VISÃO GERAL DE ESTUDIOSOS
Rafael Sérgio de Oliveira, grandes estudiosos do tema, assevera que: 
A novidade é o diálogo competitivo, cujo escopo é a adjudicação 
de contratos dotados de complexidade técnica, jurídica ou financeira. 
Trata-se de um instituto oriundo do Direito Europeu cujo foco inicial 
foi incentivar os Estados-Membros da União Europeia a promoverem 
parcerias público-privadas, as PPP’s. A ideia subjacente nessa 
modalidade de licitação é a de que o setor privado pode contribuir 
para as soluções públicas. Por isso, ele é apropriado para aquelas 
situações nas quais o poder público sabe da sua necessidade, mas não 
sabe como supri-la. No diálogo competitivo, o objeto da contratação 
é concebido no curso da licitação. [...] Essa modalidade é apta para 
casos complexos, sendo, por isso, de aplicação restrita. Na Europa, 
poucos são os países que se valem dessa espécie de procedimento, 
apesar de o terem positivado no seu direito interno. Ele é bastante 
utilizado na Inglaterra e na França .1 
1 OLIVEIRA, Rafael Sérgio de. 10 tópicos mais relevantes do projeto da nova Lei de Licitação e Contrato. Observatório da Nova Lei de Licitações, 
dez. 2020. Disponível em: <http://www.novaleilicitacao.com.br/2020/12/18/10-topicos-mais-relevantes-do-projeto-da-nova-lei-de-licitacao-e-
-contrato/>. Acesso em: 15 abr. 2021.
Procedimento do diálogo competitivo
É estruturado, basicamente, em três etapas distintas:
1ª Etapa Realização da seleção prévia dos candi-
datos aptos a participar do certame, con-
forme critérios de qualificação previamente 
estabelecidos em edital. Por força do inci-
so I, § 1º, do art. 32 da Lei nº 14.133/2021, 
o procedimento inicia-se com a divulgação
do edital, contendo, necessariamente, as
“necessidades e as exigências” da Adminis-
tração, a fim de que o mercado compreen-
da os termos do diálogo e, assim, manifeste
interesse na participação. O mesmo inciso
I estabelece o prazo mínimo de divulgação
do ato convocatório de 25 (vinte e cinco) dias
úteis. Frise-se que “os critérios empregados
para pré-seleção dos licitantes deverão ser
previstos em edital, e serão admitidos todos
os interessados que preencherem os requi-
sitos objetivos estabelecidos” (art. 32, § 1º, II,
da NLL).
Pré-seleção
L I C I T A Ç Õ E S E C O N T R A T O S C O N C E I T U A L E P R Á T I C O
44
2ª Etapa
3ª Etapa
Concluída a qualificação prévia dos 
candidatos, inicia se o diálogo com os 
licitantes pré-selecionados. Na fase de 
diálogo, os candidatos devem ser tratados 
de forma isonômica, sendo vedado à 
Administração “revelar a outros licitantes 
as soluções propostas ou as informações 
sigilosas comunicadas por um licitante sem 
o seu consentimento” (art. 32, § 1º, IV). Será
vedada a “divulgação de informações de
modo discriminatório que possa implicar
vantagem para algum licitante” (art. 32, §
1º, III). Da leitura do inciso VII do § 1º do art.
32, admite-se que a etapa de diálogo seja
seccionada em fases sucessivas, “caso em
que cada fase poderá restringir as soluções
ou as propostas a serem discutidas”.
Após a declaração de conclusão do diálogo, 
como antecedente da etapa de julgamento 
das propostas, deverá a Administração 
“iniciar a fase competitiva com a divulgação 
de edital contendo a especificação da 
solução que atenda às suas necessidades e 
os critérios objetivos a serem utilizados para 
seleção da proposta mais vantajosa e abrir 
prazo, não inferior a 60 (sessenta) dias úteis, 
para todos os licitantes pré-selecionados” 
apresentarem suas propostas (§ 1º, VIII). A 
seleção da proposta vencedora dar-se-á de 
acordo com critérios divulgados no edital 
referente à fase competitiva, “assegurada 
a contratação mais vantajosa como 
resultado”. Cumpre salientar que o inciso 
IX do § 1º admite, na fase de julgamento 
das propostas, que a Administração solicite 
“esclarecimentos ou ajustes às propostas 
apresentadas, desde que não impliquem 
discriminação nem distorçam a concorrência 
entre as propostas”.
Diálogo
Etapa
L I C I T A Ç Õ E S E C O N T R A T O S
45
ATENÇÃO!
O diálogo competitivo, será conduzido por uma “comissão de 
contratação” composta de, no mínimo, três servidores efetivos, 
admitida a contratação de profissionais para assessoramento 
técnico de tal comissão (art. 32, § 1º, XI). 
Nestas situações, os profissionais contratados deverão assinar 
termo de confidencialidade e abster-se de atividades que possam 
configurar conflito de interesses.
L I C I T A Ç Õ E S E C O N T R A T O S C O N C E I T U A L E P R Á T I C O
46
UNIDADE V - DOS 
PROCEDIMENTOS AUXILIARES
1. DOS PROCEDIMENTOS AUXILIARES
Nos termos do Art. 78, são procedimentos auxiliares das licitações 
e das contratações regidas por esta Lei:
I - Credenciamento;
II - Pré-qualificação;
III - Procedimento de manifestação de interesse;
IV - Sistema de registro de preços;
V - Registro cadastral.
§ 1º Os procedimentos auxiliares de que trata o caput deste artigo
obedecerão a critérios claros e objetivos definidos em regulamento.
§ 2º O julgamento que decorrer dos procedimentos auxiliares das
licitações previstos nos incisos II e III do caput deste artigo seguirá o 
mesmo procedimento das licitações.
Os procedimentos auxiliares podem ser divididos em dois grupos:
• Os que resultam na contratação de um licitante
(credenciamento e o Sistema de Registro de Preços);
• Os que antecedem

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