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REFERÊNCIA: ANCONA-LOPEZ, M. Contexto geral do diagnóstico psicológico. In: TRINCA, W. (Org.) Diagnóstico Psicológico – a prática clínica. São Paulo: EPU, 1984, p.1-13. Texto 1 O capítulo em questão aborda sobre a temática do diagnóstico psicológico (psicodiagnóstico) do qual se utiliza de conceitos, teorias científicas e técnicas das ciências humanas a Psicologia. No Brasil o psicodiagnóstico é de uso exclusivo do psicólogo regulamentado por lei (ANCONA-LOPEZ, 1984, p.2). Há inúmeras teorias/abordagens em psicologia cada qual com sua concepção de homem e métodos, a atuação do profissional em psicologia vária conforme a teoria adotada para sua prática. Inicialmente foram desenvolvidos três modelos de psicodiagnóstico o modelo médico o qual influenciou as práticas psicológicas com enfoque nos sintomas, aplicação de testes e o uso da classificação nosológica para identificação de características patológicas. O modelo psicométrico avaliava e classificava através de testes e medidas a capacidade intelectual, aptidões e dificuldades em crianças de forma individualizada, o que ampliou a atuação do psicólogo no âmbito escolar e contribuiu para o ingresso no campo organizacional, por exemplo, em recrutamento e seleção. O modelo behaviorista desenvolveu-se com um olhar positivista, o objeto de estudo precisa ser observável e mensurável, portanto, o comportamento é controlado por eventos ambientais, ou seja, é uma ciência aplicada e uma prática direcionada a análise e modificação do comportamento. Devido às concepções filosóficas sobre mente-corpo, um novo conceito foi estabelecido não havendo uma dicotomia entre mente-corpo. A subjetividade é marcada como algo individual e singular do qual é constituído através de nossas vivências sociais e culturais, um mundo das ideias, o modo único de ser de cada indivíduo. Diante dessa forma de pensar novas teorias surgiram como a Psicologia Fenomenológico-existencial, literalmente o estudo dos fenômenos, uma correlação entre o sujeito e o mundo, para essa abordagem os dados obtidos através do psicodiagnóstico contribuem de forma significativa para obtenção do autoconhecimento, uma forma de criar estratégias em conjunto com o paciente para direcionar o tratamento. No Humanismo o homem encontra-se em um processo de vir a ser, inacabado, a pessoa possui recursos dentro de si para autocompreensão, o que significa para esses teóricos que o psicodiagnóstico é algo artificial, minimizando os conhecimentos técnicos, delegando força para a relação entre cliente e terapeuta. Outra corrente que atribuiu significação particular ao comportamento humano foi a Psicanálise com os conceitos de consciente e inconsciente, utilizando da linguagem para a abordagem dos conflitos psíquicos e seus sintomas. Influenciou a prática do psicodiagnóstico com o estudo da personalidade por meio de observações técnicas e técnicas projetivas, uma parcela considerável de teste de personalidade são de base psicanalítica. A junção da teoria e a prática são conhecidas como Práxis, conforme Ancona- Lopez (1984), Na prática da Psicologia Clínica visa-se, basicamente, a aliviar o sofrimento psíquico do cliente. Na prática do psicodiagnóstico, o objetivo é organizar os elementos presentes no estudo psicológico, de forma a obter uma compreensão do cliente a fim de ajudá-lo (ANCONA-LOPEZ, 1984, p.11). Diante desse pressuposto, a atuação do psicólogo na aplicação do psicodiagnóstico é pautada na aplicação de seus conhecimentos teóricos em acordo com os objetivos da teoria/abordagem escolhida para sua atuação profissional. Também cabe ao psicólogo observar o contexto de sua atuação, por exemplo, clínica, instituições, e a realidade socioeconômica e cultural, são contextos que podem impactar sua atuação. São alguns desafios da profissão, mas o pensamento crítico e a compreensão da sua função social ajudarão o profissional a uma contribuição efetiva a sociedade.
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