FICHAMENTO - PSICODIAGNÓSTICO - ANCONA-LOPEZ, Prática psicológica e as estratégias inovadoras - Desafios no Psicodiagnóstico Infantil.

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REFERÊNCIA: ANCONA-LOPEZ, M. Prática psicológica e as 
estratégias inovadoras. In: RAMOS, C.; SILVA, G. G.; SOUZA, S. 
(Org.) Práticas psicológicas em instituições: uma reflexão sobre 
os serviços-escola. São Paulo: Vetor Editora, 2006, p.27-34. 
 
ANCONA-LOPEZ, S., TCHIRICHIAN, R. F. M. Desafios no 
Psicodiagnóstico Infantil. In: ANCONA-LOPEZ, S. (Org.) 
Psicodiagnóstico Interventivo: Evolução de Uma Prática. São 
Paulo: Cortez Ed., 2013, p. 226- 239. 
 
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A prática do psicodiagnóstico interventivo observa o contexto histórico e a 
realidade do público assistido, crenças, valores, configuração familiar, situação 
socioeconômica, acesso a educação e as violências que os permeiam. 
Alguns encaminhamentos são realizados por instituições de ensino (escolas) 
com queixa de dificuldades de aprendizagem. Ao centralizar a problemática no aluno, 
comete-se o equivoco de negligencia-lo, isentando a escola de suas 
responsabilidades no processo de ensino-aprendizagem. A investigação deve 
integrar as esferas do mundo, da família e do aluno para compreensão da 
problemática como um todo. 
A participação dos pais durante o processo contribui para uma reflexão e 
construção de um pensamento crítico, para reconhecer o que cabe a cada envolvido 
(pessoas/instituições) como responsabilidade, e assim proporcionar 
mudanças/intervenções, conforme a realidade na qual os pacientes estão inseridos. 
O psicólogo irá se deparar no psicodiagnóstico com diferentes configurações 
familiares, por exemplo, famílias monoparentais (mães solos), avós guardiões, 
homoparentais, entre outras. É imprescindível despir-se de preconceitos e dos 
constructos teóricos dos quais não apresentem formas de compreender, respeitar e 
acolher esses grupos distintos. O Atendimento de pais em grupos proporciona um 
ambiente de identificação e trocas, elucidando que seu caso não é um evento isolado 
e que outras pessoas passam ou passaram pelo mesmo. O psicólogo no 
psicodiagnóstico poderá se deparar com casos de violência, por exemplo, violência 
doméstica, violência sexual, violência em relação a álcool e drogas, situações 
complexas dais quais a partir de uma escuta ativa e do acolhimento proceder para a 
compreensão e auxílio psicológico daqueles que estão envolvidos ao compartilharem 
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seus sofrimentos e com o auxílio do psicólogo encontrar uma forma de lidar com a 
sua realidade. 
O saber prático da psicologia tem como paradigmas um conjunto de crenças e 
valores dos quais se têm uma determinada visão do mundo, o que compõem uma 
rede complexa de conexões entre os paradigmas, teorias, conceitos e formas de 
produzir o conhecimento. As crenças e valores (paradigmáticos) diferem de um 
contexto para outro, estabelecendo um modo único, singular de significar a vida, dos 
quais influenciam nas estruturações dos grupos sociais e na constituição da 
subjetividade, orientando a organização da uma sociedade. 
A ciência psicológica foi apresentada como o conhecimento que solucionaria 
os problemas da humanidade. Inicialmente baseado em paradigmas cientificistas, 
como o behaviorismo (método experimental), depois passa a ciências naturais e 
humanas. Mostrando que os paradigmas acompanham um dado tempo e uma dada 
época. Conforme citado por ANCONA-LOPEZ e TCHIRICHIAN (2013), 
 
Na vida concreta, conforme os valores e as crenças vão se transformando, 
reconfigurando-se, os paradigmas mudam. Isso significa que há uma interação 
constante entre os paradigmas e os atos humanos. Por um lado os paradigmas 
são referência silenciosa para os atos e, na medida em que eles não podem 
conter todas as possibilidades de ação que vão se dando, os paradigmas 
começam a mudar (ANCONA-LOPEZ; TCHIRICHIAN, 2013, p.29). 
 
 As mudanças de pressuposto contribuíram para uma nova prática da 
psicologia clínica, apresentando novos modelos de trabalhar a família, evitando 
individualizar a criança assistida. A busca de novos conhecimentos permite observar 
as mudanças no mundo, o que constitui um novo sujeito, ou seja, um novo conceito 
de homem, atuante de diferentes maneiras. Cabe à ciência psicológica buscar 
recursos científicos e tecnológicos para compreender e acompanhar as mudanças da 
contemporaneidade, e desenvolver novas possibilidades junto ao cliente, estar 
sempre em movimento.