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Inserir Título Aqui Inserir Título Aqui Fundamentos da Engenharia Ambiental Engenharia Ambiental – Contextualização Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Me. Daniela Debone Revisão Textual: Prof. Me. Luciano Vieira Francisco Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos: • Aspectos Essenciais da Engenharia Ambiental; • Perfil Profissional; • Mercado de Trabalho e Áreas de Atuação; • Responsabilidades Civil e Criminal; • Considerações Finais. Fonte: iStock/Getty Im ages Objetivos • Abordar os principais aspectos da prática profissional, áreas de atuação, mercado de trabalho e responsabilidades dos profissionais da área de Engenharia Ambiental; • Provocar a reflexão sobre o perfil e papel desses profissionais na sociedade. Caro Aluno(a)! Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas. Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”. No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Bons Estudos! Engenharia Ambiental – Contextualização UNIDADE Engenharia Ambiental – Contextualização Contextualização Os profissionais da área de Engenharia Ambiental possuem a importante função de agregar tecnologia, desenvolvimento e meio ambiente, sempre objetivando a miti- gação e solução de impactos ambientais causados por atividades antrópicas. O caráter interdisciplinar e multiprofissional da Engenharia Ambiental permite a construção da carreira em diferentes áreas, do setor público ou privado, tais como in- dústria, construção civil, prestação de serviços, consultoria, ensino e pesquisa. Dessa forma, os profissionais dessa área devem dominar de maneira integrada as dimensões ecológicas, socioeconômicas, tecnológicas e científicas, além de estarem bem preparados para atuar em diferentes campos da sociedade, tendo em vista o de- senvolvimento sustentável e controle ambiental. 6 7 Aspectos Essenciais da Engenharia Ambiental Iniciando as discussões sobre os aspectos essenciais da área de Engenharia Am- biental, vale destacar as ideias dos autores de um livro que será muito citado na cons- trução do conteúdo das próximas unidades, Introdução à Engenharia Ambiental, de Benedito Braga e colaboradores (2005). Vejamos: “A Engenharia Ambiental deve ser capaz de enfrentar o desafio da nova ‘engenhosidade’: tornar possível a contínua evolução tecnológi- ca baseada em princípios de gestão integrada”. De acordo com esta ideia, os profissionais da Engenharia Ambiental possuem a importante função de agregar conhecimento, desenvolvimento, tecnologia e meio ambiente, visando à mitigação e solução de impactos ambientais causados por atividades antrópicas. Atividades antrópicas: são todas aquelas decorrentes da ação humana. Em seguida, este mesmo trecho finaliza a ideia dizendo sobre como deveria ser o perfil do profissional perante o contexto do atual momento em que vivemos: “O século XXI exige um tipo de profissional que, sem perder esta sua vocação principal, consiga agregar conhecimento para que tal realização se dê segundo a boa prática da ecoeficiência”. (BRAGA et al., 2005) O século XXI é marcado por grandes avanços tecnológicos, científicos e descober- tas inovadoras; vivemos mutações rápidas e frequentes, exigindo do profissional múlti- plas habilidades e adaptabilidade para conquistar o seu espaço no mercado de trabalho e para enfrentar os diversos desafios da carreira. Diante deste cenário, estas são algumas das exigências aos profissionais: • Comunicação – saber se expressar de forma clara e objetiva, ser diplomático(a), educado(a) e saber ouvir; • Liderança – capacidade de inspirar, motivar e estimular as pessoas; • Inovação – estar aberto(a) ao mundo que vivemos, compreendendo-o, a fim de não perder as oportunidades que são apresentadas a todo momento; • Curiosidade/aprendizagem – a aprendizagem deve ser constante. Neste proces- so, a curiosidade tem papel importantíssimo. Leia, questione, pesquise; • Ge, N, Te – refere-se aos profissionais que sabem conectar Gente, Negócios e Tecnologia. Saber trabalhar em equipe, ter visão estratégica e sempre estar por dentro das novas tecnologias. 7 UNIDADE Engenharia Ambiental – Contextualização Figura 1 – “Pensar fora da caixa” é um conceito intrínseco às exigências citadas Fonte: iStock/Getty Images Em vista disso, o caráter interdisciplinar e multiprofissional da área de Engenharia Ambiental permite que os profissionais possam construir as suas carreiras em diferen- tes ramos do setor público ou privado, tais como indústria, construção civil, prestação de serviços, consultoria, ensino e pesquisa. Os profissionais da Engenharia Ambiental devem dominar, de maneira integrada, as dimensões ecológicas, socioeconômicas, tecnológicas e científicas, além de estarem bem preparados para atuar em diferentes campos da sociedade, tendo em vista o de- senvolvimento sustentável e controle ambiental. Reconhecida como uma das áreas que mais cresce no País, a Engenharia Am- biental é um ramo profissional bastante recente, quando comparada às outras “en- genharias”. Por outro lado, o conflito entre o desenvolvimento econômico e a pers- pectiva ambiental é histórico, bastante antigo. Atualmente, a crise ambiental global que presenciamos é reflexo das ações antrópi- cas insustentáveis, que não respeitaram o equilíbrio natural, com a retirada de recursos naturais mais intensa que a capacidade de regeneração do meio ambiente. O começo da preocupação ambiental teve início apenas entre as décadas de 1960 e 1970, época marcada pela Conferência de Estocolmo, a primeira grande reunião promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para discutir as questões sobre degradação ambiental global. Em 1987, a Comissão Mundial sobre Meio Am- biente e Desenvolvimento publicou o Relatório Brundtland, dando origem ao termo desenvolvimento sustentável. De acordo com o Relatório Brundtland, desenvolvimento sustentável refere-se a [...] procurar satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades; significa possibilitar que as pesso- as, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvol- vimento social e econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da Terra e preservando as espécies e os habitats naturais. 8 9 Na década de 1990, a Rio 92 – ou Cúpula da Terra – chamou a atenção mundial para a necessidade de uma aliança entre todos os povos em defesa da sociedade sus- tentável, e como resultado foram estabelecidas medidas gerais a serem seguidas, tais como a Convenção Quadro sobre Mudança de Clima, a Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Declaração sobre Conservação e Uso Sustentável de Todos os Tipos de Florestas e a Agenda 21. Leia sobre a história da questão ambiental no artigo que aborda o assunto de maneira bastante interessante, intitulado A evolução histórica da questão ambiental, escrito por Valderi Leite. Disponível em: https://goo.gl/FQjNDR. A busca pelo equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a responsabilidade ambiental motivou a constituição de diferentes habilitaçõesprofissionais relacionadas ao meio ambiente, com as mais variadas denominações, tais como Gestão Ambiental, Biologia Ambiental, Engenharia Agrícola e Ambiental, Segurança do Trabalho e Meio Ambiente, entre outras. Nesse contexto, a área de Engenharia Ambiental, desenvolvida a partir das Enge- nharias Civil e Sanitária, foi, então, reconhecida por meio da Portaria n.º 1.693 do Ministério da Educação, de 5 de dezembro de 1994. Considerada interdisciplinar e multiprofissional, a área de Engenharia Ambiental envolve os mais variados profissionais de diferentes ramos, desde que apresentem interesse em crescer e atuar nas atividades relacionadas ao meio ambiente, visando, principalmente, à solução de impactos ambientais. Assim, estão qualificados para atuar nesse mercado de trabalho os graduados em Arquitetura, Agronomia, Ciências Biológicas, Engenharia, Física, Gestão Ambiental, Geologia, Geografia, Meteorologia, Oceanografia, Química, Tecnologia Ambiental e demais formações afins (Figura 2). Figura 2 – Os profi ssionais da área de Engenharia Ambiental devem dominar de maneira integrada as dimensões ecológicas, socioeconômicas, tecnológicas e científi cas, sempre objetivando o controle ambiental e desenvolvimento sustentável Fonte: iStock/Getty Images 9 UNIDADE Engenharia Ambiental – Contextualização Perfil Profissional Com o mercado de trabalho cada vez mais exigente e competitivo, você já parou para pensar qual é o perfil esperado dos profissionais que atuam na área de Engenha- ria Ambiental? O que as organizações buscam ao contratar um profissional? Nancy Malschitzky (2004) descreve as necessidades que os profissionais devem adquirir para ampliar a condição de empregabilidade: Os profissionais precisam estar aptos do ponto de vista técnico, ge- rencial e intelectual, humano e social para solucionar com rapidez problemas cada vez mais sofisticados e específicos. Torna-se vital, portanto, a obtenção de novos conhecimentos, múltiplas habilida- des e boa reputação para que o profissional possa oferecer e vender seus serviços e empresariar seus talentos. Os conceitos de empre- gabilidade à luz de vários autores, leva a entender que o indivíduo é responsável pelo seu autodesenvolvimento e, é fundamental a preo- cupação pelo desenvolvimento de uma nova estratégia de mudança de postura pessoal e profissional. Nos dias atuais, independentemente da área escolhida, procura-se profissionais com habilidades técnicas. Entretanto, esta não é a única característica que garantirá uma vaga de emprego. Busca-se pontos diferenciais, tais como saber inovar, criar alternativas que contribuam para o crescimento da organização, atuar na solução de problemas e ter aptidão de influenciar positivamente o ambiente ao qual está inserido. Leia sobre transformações e exigências do mercado de trabalho no artigo intitulado Empregabilidade como a nova realidade do mercado de trabalho. Disponível em: https://goo.gl/c1y5kL. Neste contexto, espera-se que os profissionais que atuam na área de Engenharia Ambiental tenham sólido conhecimento científico e tecnológico, sendo capazes de so- lucionar problemas, coordenar grandes projetos e trabalhar em equipe. Cada profissio- nal deve atuar sempre de maneira ética, com o objetivo de mitigar danos ambientais e promover o desenvolvimento sustentável. Mais especificamente, são competências, habilidades, atitudes e valores dos profissio- nais da Engenharia Ambiental: • Ter consciência de suas responsabilidades dentro da realidade atual de seu país e perante as medidas a serem adotadas na promoção do bem-estar da sociedade; • Preparar-se para atuar em diferentes campos da sociedade; • Dominar, de maneira integrada, as dimensões ecológicas, socioeconômicas, tec- nológicas e científicas; • Ter uma abordagem interdisciplinar, ética, crítica e interativa diante de soluções de problemas; • Tomar decisões baseadas em análises de viabilidade operacional, econômica, so- cial e ambiental, objetivando o desenvolvimento sustentável; 10 11 • Buscar, analisar, gerar, compartilhar e aplicar conhecimento científico e tecnoló- gico para a elaboração, implantação, o gerenciamento, a orientação e coordena- ção de projetos, programas e serviços ambientais; • Pesquisar, elaborar e propor soluções que permitam o equilíbrio entre as diversas atividades antrópicas e o meio ambiente, recorrendo à tecnologia e às diferentes áreas de conhecimento, com o adequado suporte da legislação; • Compreender e traduzir as necessidades de indivíduos, grupos sociais e comuni- dades, pautando a sua conduta profissional com responsabilidade social e ambien- tal, justiça, respeito, diálogo e solidariedade. Refletindo um pouco sobre o perfil esperado para os profissionais envolvidos na área de Engenharia Ambiental, podemos, então, discutir sobre os seus principais encargos. Geralmente, as atividades exercidas pelos profissionais desta área são referentes à administração, gestão e ordenamento ambientais e ao monitoramento e mitigação de impactos ambientais. Como exemplo, temos a Resolução do Conselho Federal de Química (CFQ) n.º 259, de 16 de janeiro de 2015, que acolhe os profissionais da Engenharia Ambiental e define as atribuições daqueles que atuam nas áreas de Química, Meio Ambiente e do Saneamento Ambiental. De acordo com este documento, são atribuições de tais profissionais: • Vistoriar, emitir relatórios, pareceres periciais, laudos técnicos, e realizar serviços técnicos relacionados às atividades tecnológicas concernentes às áreas de meio ambiente, sanitária e de recursos naturais; • Coordenar, orientar, supervisionar, dirigir e assumir a responsabilidade técnica das atividades envolvidas nos processos de gestão ambiental, gerenciamento ambiental e de suas respectivas técnicas; • Exercer o magistério na Educação de níveis Médio e Superior, respeitada a legislação específica, e participar do desenvolvimento de pesquisas e extensão, sendo as ativida- des exercidas nas áreas de meio ambiente, sanitária e de recursos naturais; • Executar análises químicas, físico-químicas, químico-biológicas e toxicológicas das matérias-primas, dos insumos, produtos intermediários e finais resultantes das tecnologias sanitárias e ambientais e no controle de qualidade dos proces- sos químicos envolvidos, utilizando somente os tradicionais métodos gravimé- tricos e volumétricos; • Executar análises químicas, físico-químicas, químico-biológicas e toxicológicas das matérias-primas, dos insumos, produtos intermediários e finais resultantes das tecno- logias sanitárias e ambientais, e controle de qualidade dos processos químicos envol- vidos, utilizando as técnicas e os métodos instrumentais; • Gerir as atividades técnicas utilizadas nos processos e nas operações de tratamen- to e disposição final de águas, efluentes e resíduos sólidos; • Planejar, conduzir e efetuar o controle de qualidade de todos os processos quími- cos, físico-químicos e bioquímicos utilizados nas etapas de tratamento para reuso de água destinada à indústria, abastecimento e também para o reuso de efluentes líquidos e gasosos; 11 UNIDADE Engenharia Ambiental – Contextualização • Efetuar a inspeção das atividades, zelando pelo cumprimento das normas sanitárias e ambientais dos padrões de qualidade; • Planejar, conduzir e gerenciar as operações unitárias da área de Engenharia Quí- mica utilizadas em todas as etapas das engenharias sanitária e ambiental; • Conduzir a aquisição, montagem e manutenção de máquinas e equipamentos de implementos do saneamento e meio ambiente e supervisionar a instrumentação de controle das máquinas existentes nas instalações do sistema; • Realizar as atividades de estudo, planejamento, elaboração de projetos, espe- cificações de equipamentos e instalações nas áreas sanitária e ambiental, sem- pre que a organização curricular do curso indicar que o profissional egresso do mesmo possua os devidos conhecimentos das áreas das Engenharias Química, Sanitária e Ambiental.Mercado de Trabalho e Áreas de Atuação Diante das diferentes atividades que podem ser exercidas pelos profissionais de Engenharia Ambiental, o mercado de trabalho é considerado cada vez mais promis- sor, uma vez que abrange diferentes ramos do setor público ou privado. Neste sentido, devido ao aumento da demanda por profissionais de meio ambiente, a Engenharia Ambiental está se destacando e ganhando muito espaço nos mercados de tra- balho nacional e internacional. Assim, observamos inúmeras oportunidades em empresas públicas, privadas ou de economia mista, órgãos governamentais, organizações sociais de interesse público e organizações não governamentais, tendo como exemplos: • Empresas privadas que precisam de profissionais para manter as atividades liga- das à gestão ambiental ou à sustentabilidade, tais como Dupont Brasil, Akzo Nobel, Braskem, Sanofi, Natura, Alcoa, Bunge, Amanco, Danone, Bayer, Basf, AES Eletropaulo, Itaú, Santander e outras; • Construtoras que desenvolvam projetos ambientais e civis, tais como MRV Enge- nharia, Vegus, JJO Construtora e Incorporadora e outras; • Empresas públicas, de economia mista, autarquias, tais como Petrobras, Transpetro, Fundação Nacional de Saúde, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodi- versidade; companhias de gestão dos recursos hídricos, Agência Nacional de Águas, companhias de saneamento, agências reguladoras e outras; • Órgãos ligados à legislação e fiscalização ambiental, tais como Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Ministérios do Meio Ambiente, das Cidades, Público; secretarias estaduais e municipais do meio ambiente e outros; • Diversas consultorias que atuam em diferentes projetos ambientais, tais como abastecimento/tratamento de água, tratamento de esgotos sanitários e indus- triais, resíduos sólidos urbanos e industriais, recuperação de áreas contaminadas e degradadas, estudos de impacto ambiental, certificação ambiental, licencia- mento ambiental, tecnologias limpas de produção, fontes de energia renovável e outros. 12 13 Além desses ambientes de trabalho que possibilitam o exercício das diferentes atividades envolvidas com a área de Engenharia Ambiental, é importante lembrar também das oportunidades nas áreas de ensino e pesquisa. O mercado de trabalho em ascensão e o caráter interdisciplinar e multiprofissio- nal da área de Engenharia Ambiental permitem que o profissional possa conquistar o seu espaço e enfrentar os desafios da carreira em diferentes áreas de atuação, geralmente referentes às grandes áreas de gestão ambiental, geotecnia ambiental, recursos energéticos, recursos hídricos e tecnologia ambiental. Na grande área de gestão ambiental, podemos destacar os seguintes campos de atuação: • Licenciamento ambiental, Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (Rima) – são instrumentos de proteção ambiental que objetivam diagnosticar, identificar e analisar possíveis impactos ambientais e propor medidas mitigadoras. As atividades técnicas associadas abrangem vários campos do conhecimento e demandam uma equipe multidisciplinar. EIA/Rima são elaborados no processo de licenciamento ambiental de atividades efetivas ou potencialmente poluidoras; • Auditoria ambiental – o profissional envolvido com auditoria e certificação am- biental fornece serviços que orientam e preparam as organizações na tomada de decisão, controle do desempenho ambiental e melhoria contínua, fazendo o levantamento de requisitos legais e a implantação de Sistemas de Gestão Ambiental (SGA), de acordo com as normas e os padrões internacionais para certificação, tais como a norma ABNT ISO 14.001:2015; • Planejamento ambiental – muitas organizações demandam profissionais da En- genharia Ambiental para gerenciar processos e mecanismos de sistematização de ações que visam atingir metas e objetivos de caráter sustentável; • Recuperação de áreas contaminadas e degradadas – os profissionais da Engenharia Ambiental são muito procurados também para coordenar projetos de recuperação de áreas danificadas ou inteiramente destruídas por atividades antrópicas, geralmente relacionadas à mineração, ao desmatamento e à dispo- sição de resíduos. Na grande área de geotecnia ambiental, podemos destacar principalmente a aná- lise do subsolo e das águas subterrâneas: • Demanda por profissionais capacitados em atuar com aplicações técnicas que vi- sam à prevenção, ao controle ou à remediação da contaminação do subsolo e das águas subterrâneas; deslizamentos de massas de solo; erosão e assoreamento em áreas urbanas e rurais; caracterização geotécnica de resíduos, rejeitos e estéreis. Na grande área de recursos energéticos, podemos destacar a avaliação do potencial energético e a coordenação de projetos: • Os profissionais da Engenharia Ambiental também são procurados para atua- ção na avaliação do potencial energético, estudos das mudanças climáticas e coordenação de projetos para implantação de diferentes fontes renováveis de energia, tais como biomassa, hidráulica, eólica e solar; • Os profissionais também podem se especializar na orientação e aplicação do Siste- ma de Certificação Leed – Leadership in Energy and Environmental Design. 13 UNIDADE Engenharia Ambiental – Contextualização Na grande área de recursos hídricos, podemos destacar os seguintes campos de atuação: • Abastecimento/tratamento de água – demanda profissionais para atuação di- reta ou indireta em projetos, obras e na operação de sistemas de abastecimento e tratamento de águas e nas Estações de Tratamento de Água (ETA); • Tratamento de esgotos sanitários e industriais – procura profissionais para atuação direta ou indireta em projetos, obras e na operação de sistemas de tra- tamento de esgotos e águas residuais de origem doméstica ou industrial e nas Estações de Tratamento de Esgoto (ETE); • Drenagem urbana – este campo de atuação basicamente demanda por profis- sionais especializados em gerenciamento da água da chuva que escoa no meio urbano, para minimizar os prejuízos causados por inundações e possibilitar o desenvolvimento urbano de forma articulada e sustentável. Na grande área de tecnologia ambiental, podemos destacar os seguintes campos de atuação: • Bioprocessos e biotecnologia – desenvolvimento de processos que permitam agre- gar valores aos recursos naturais existentes, objetivando a concepção de produtos e serviços às diferentes indústrias, tais como as de alimentos, farmacêutica, cosméticos, química, agropecuária e outras; • Pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias – os profissionais da Enge- nharia Ambiental podem se capacitar ao desenvolvimento industrial e comercial de tecnologias que possam contribuir com a mitigação dos impactos ambientais causados por ações antrópicas. Responsabilidades Civil e Criminal Todos os profissionais, independentemente da área de atuação, estão sujeitos às responsabilidades ligadas ao exercício da profissão, tais como as responsabilidades técnica ou ético-profissional, trabalhista, civil e penal, de modo que cada qual inde- pende das demais e pode resultar de fatos ou atos distintos. Os profissionais que, no exercício de suas atividades, agirem com negligência, imprudên- cia ou imperícia, têm a obrigação legal de cobrir os prejuízos. Assim, temos alguns exemplos de responsabilidades civis dos profissionais envolvidos com a Engenharia Ambiental: • Responsabilidade contratual – pelo contrato firmado entre as partes para a execução de determinado trabalho, sendo fixados os direitos e as obrigações de cada parte; • Responsabilidade pela solidez e segurança da construção – pelo Código Civil brasileiro, o profissional responde pela solidez e segurança da obra durante cinco anos; é importante, pois, que a data do término da obra seja documentada de forma oficial. Se, entretanto, a obra apresentar problemas de solidez e segurança e, por meio de perícias, ficar constatado o erro do profissional, este seráresponsabilizado, independentemente do prazo transcorrido, conforme jurisprudência existente; 14 15 • Responsabilidade pelos materiais – a escolha dos materiais a serem empregados na obra ou serviço é da competência exclusiva do profissional. Logo, por medida de pre- caução, tornou-se habitual fazer a especificação desses materiais por meio do memorial descritivo, determinando o tipo, a marca e peculiaridade, entre outras características, todas dentro dos critérios exigíveis de segurança. Quando o material não estiver de acordo, com a especificação, ou dentro dos critérios de segurança, o profissional deve rejeitá-lo, sob pena de responder por qualquer dano futuro; • Responsabilidade por danos a terceiros – é muito comum, na construção civil, a constatação de danos a vizinhos, em virtude da vibração de estaqueamentos, funda- ções, quedas de materiais e outros fatores. Os danos resultantes desses incidentes devem ser reparados, pois cabe ao profissional tomar todas as providências necessá- rias para que seja preservada a segurança, saúde e o sossego de terceiros. Cumpre destacar que os prejuízos causados são de responsabilidade do profissional e do pro- prietário, solidariamente, podendo o lesado acionar tanto um como o outro. A res- ponsabilidade estende-se, igualmente de forma solidária, ao subempreiteiro, naquilo em que for autor ou coautor da lesão. Além disso, é muito importante enfatizar as responsabilidades penais ou criminais de todos os profissionais que trabalham na área ambiental. Atividades que possam causar de- sabamento, incêndio, intoxicação e/ou contaminação são consideradas crimes. Além das diferentes atividades que ultrapassam os limites estabelecidos por Lei, muitas condutas que ignoram as normas ambientais também são entendidas como crimes. Nesta perspectiva, alguns artigos da Lei dos crimes ambientais podem exem- plificar essas condutas e as suas respectivas consequências: • Artigo 52 – penetrar em unidades de conservação conduzindo substâncias ou instru- mentos próprios para a caça ou exploração de produtos ou subprodutos florestais, sem licença da autoridade competente; pena: detenção, de seis meses a um ano, e multa; • Artigo 55 – executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a compe- tente autorização, permissão, concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida; pena: detenção, de seis meses a um ano, e multa; • Artigo 64 – promover a construção em solo não edificável, ou em seu entorno, assim considerado em razão de seu valor paisagístico, ecológico, artístico, tu- rístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade competente ou em desacordo com a concedida; pena: detenção, de seis meses a um ano, e multa; • Artigo 69-A – elaborar ou apresentar, no licenciamento, concessão florestal ou qualquer outro procedimento administrativo, estudo, laudo ou relatório ambien- tal total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por omissão; pena: reclu- são, de três a seis anos, e multa. Portanto, cabe ao profissional da área de Engenharia Ambiental, no exercício de sua profissão, prognosticar todas as situações que possam ocorrer a curto, médio e longo prazos, a fim de evitar questionamento judicial e ação penal, frente à sua atuação. Leia mais sobre a Lei n.º 9.605/98 e os diferentes tipos de crimes ambientais em: https://goo.gl/R1fj9d. 15 UNIDADE Engenharia Ambiental – Contextualização Considerações Finais Nesta Unidade foram abordados os aspectos fundamentais da prática dos profissio- nais da área de Engenharia Ambiental, tais como perfil profissional, áreas de atuação e mercado de trabalho. Discutimos que, cada vez mais, são exigidas características diferenciadas para que o profissional conquiste o seu espaço no mercado de trabalho, tais como saber inovar, criar alternativas que contribuam ao crescimento da organização, atuar na solução de problemas e ter aptidão de influenciar positivamente o ambiente ao qual está inserido. Vimos que os profissionais envolvidos com a Engenharia Ambiental podem atuar em diferentes áreas, tais como na recuperação de espaços contaminados e degradados, nos estudos de impacto ambiental e licenciamento ambiental, na certificação ambiental, audi- toria ambiental, no gerenciamento e planejamento ambiental. Discutimos também que, de acordo com as responsabilidades civil e penal, cabe ao profissional da área de Engenharia Ambiental, no exercício de sua profissão, prognosti- car todas as situações que possam ocorrer a curto, médio e longo prazos, a fim de evitar questionamento judicial e ação penal, frente a sua atuação. Assim, todos os profissionais envolvidos com a Engenharia Ambiental devem de- sempenhar, de maneira ética, a função de agregar tecnologia, desenvolvimento e meio ambiente, tendo em vista a mitigação e solução de impactos ambientais causados por atividades antrópicas. 16 17 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites Administradores As oito competências do profissional do século XXI. https://goo.gl/qar1Fw O Eco A Lei de crimes ambientais. https://goo.gl/R1fj9d Vídeos Bombeamento de água com energia solar: o que você precisa saber https://youtu.be/eiofsK8q-Pw Engenharia Ambiental Engenharia Ambiental segundo a Agicom Metodista. https://youtu.be/94RUfWTTZ4w 17 UNIDADE Engenharia Ambiental – Contextualização Referências AS 8 COMPETÊNCIAS DO PROFISSIONAL DO SÉCULO XXI. Administradores Mídias Digitais, 27 abr. 2017. Disponível em: <https://www.administradores.com. br/noticias/carreira/as-8-competencias-do-profissional-do-seculo-xxi/118547>. Acesso em: 28 mar. 2018. BORTOLI et al. Responsabilidade civil e criminal do engenheiro ambiental. [S.l.]: Apeam, 2014. BOSCOV, M. E. G. Geotecnia ambiental. 2. ed. [S.l.]: Oficina de Textos, 2008. BRAGA, B. et al. Introdução à Engenharia Ambiental: o desafio do desenvolvimento sustentável. 2. ed. [S.l.: s.n.], 2005. BRASIL. Lei federal n.º 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 (Lei de crimes am- bientais). Brasília, DF, 1998. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/ Leis/L9605.htm>. Acesso em: 2 abr. 2018. BRUNDTLAND, G. H. Nosso futuro comum: comissão mundial sobre meio ambiente e desenvolvimento. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 1991. CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA. [Site oficial. Brasí- lia, DF, 20--]. Disponível em: <http://www.confea.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start. htm?tpl=home>. Acesso em: 29 mar. 2018. CONSELHO FEDERAL DE QUÍMICA. 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