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Contextualização

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Fundamentos da 
Engenharia Ambiental
Engenharia Ambiental – Contextualização
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Daniela Debone
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• Aspectos Essenciais da 
Engenharia Ambiental;
• Perfil Profissional;
• Mercado de Trabalho 
e Áreas de Atuação;
• Responsabilidades Civil 
e Criminal;
• Considerações Finais.
Fonte: iStock/Getty Im
ages
Objetivos
• Abordar os principais aspectos da prática profissional, áreas de atuação, mercado de 
trabalho e responsabilidades dos profissionais da área de Engenharia Ambiental;
• Provocar a reflexão sobre o perfil e papel desses profissionais na sociedade.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o 
último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material 
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você 
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns 
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões 
de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e 
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de 
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de 
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de 
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
Engenharia Ambiental – Contextualização
UNIDADE 
Engenharia Ambiental – Contextualização
Contextualização 
Os profissionais da área de Engenharia Ambiental possuem a importante função 
de agregar tecnologia, desenvolvimento e meio ambiente, sempre objetivando a miti-
gação e solução de impactos ambientais causados por atividades antrópicas.
O caráter interdisciplinar e multiprofissional da Engenharia Ambiental permite a 
construção da carreira em diferentes áreas, do setor público ou privado, tais como in-
dústria, construção civil, prestação de serviços, consultoria, ensino e pesquisa.
Dessa forma, os profissionais dessa área devem dominar de maneira integrada as 
dimensões ecológicas, socioeconômicas, tecnológicas e científicas, além de estarem 
bem preparados para atuar em diferentes campos da sociedade, tendo em vista o de-
senvolvimento sustentável e controle ambiental.
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Aspectos Essenciais da 
Engenharia Ambiental
Iniciando as discussões sobre os aspectos essenciais da área de Engenharia Am-
biental, vale destacar as ideias dos autores de um livro que será muito citado na cons-
trução do conteúdo das próximas unidades, Introdução à Engenharia Ambiental, 
de Benedito Braga e colaboradores (2005). Vejamos:
“A Engenharia Ambiental deve ser capaz de enfrentar o desafio da 
nova ‘engenhosidade’: tornar possível a contínua evolução tecnológi-
ca baseada em princípios de gestão integrada”.
De acordo com esta ideia, os profissionais da Engenharia Ambiental possuem a 
importante função de agregar conhecimento, desenvolvimento, tecnologia e meio 
ambiente, visando à mitigação e solução de impactos ambientais causados por 
atividades antrópicas.
Atividades antrópicas: são todas aquelas decorrentes da ação humana.
Em seguida, este mesmo trecho finaliza a ideia dizendo sobre como deveria ser o 
perfil do profissional perante o contexto do atual momento em que vivemos:
“O século XXI exige um tipo de profissional que, sem perder esta 
sua vocação principal, consiga agregar conhecimento para que tal 
realização se dê segundo a boa prática da ecoeficiência”. (BRAGA 
et al., 2005)
O século XXI é marcado por grandes avanços tecnológicos, científicos e descober-
tas inovadoras; vivemos mutações rápidas e frequentes, exigindo do profissional múlti-
plas habilidades e adaptabilidade para conquistar o seu espaço no mercado de trabalho 
e para enfrentar os diversos desafios da carreira.
Diante deste cenário, estas são algumas das exigências aos profissionais:
• Comunicação – saber se expressar de forma clara e objetiva, ser diplomático(a), 
educado(a) e saber ouvir;
• Liderança – capacidade de inspirar, motivar e estimular as pessoas;
• Inovação – estar aberto(a) ao mundo que vivemos, compreendendo-o, a fim de 
não perder as oportunidades que são apresentadas a todo momento;
• Curiosidade/aprendizagem – a aprendizagem deve ser constante. Neste proces-
so, a curiosidade tem papel importantíssimo. Leia, questione, pesquise;
• Ge, N, Te – refere-se aos profissionais que sabem conectar Gente, Negócios e 
Tecnologia. Saber trabalhar em equipe, ter visão estratégica e sempre estar por 
dentro das novas tecnologias.
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UNIDADE 
Engenharia Ambiental – Contextualização
Figura 1 – “Pensar fora da caixa” é um conceito intrínseco às exigências citadas
 Fonte: iStock/Getty Images
Em vista disso, o caráter interdisciplinar e multiprofissional da área de Engenharia 
Ambiental permite que os profissionais possam construir as suas carreiras em diferen-
tes ramos do setor público ou privado, tais como indústria, construção civil, prestação 
de serviços, consultoria, ensino e pesquisa.
Os profissionais da Engenharia Ambiental devem dominar, de maneira integrada, 
as dimensões ecológicas, socioeconômicas, tecnológicas e científicas, além de estarem 
bem preparados para atuar em diferentes campos da sociedade, tendo em vista o de-
senvolvimento sustentável e controle ambiental.
Reconhecida como uma das áreas que mais cresce no País, a Engenharia Am-
biental é um ramo profissional bastante recente, quando comparada às outras “en-
genharias”. Por outro lado, o conflito entre o desenvolvimento econômico e a pers-
pectiva ambiental é histórico, bastante antigo.
Atualmente, a crise ambiental global que presenciamos é reflexo das ações antrópi-
cas insustentáveis, que não respeitaram o equilíbrio natural, com a retirada de recursos 
naturais mais intensa que a capacidade de regeneração do meio ambiente.
O começo da preocupação ambiental teve início apenas entre as décadas de 1960 
e 1970, época marcada pela Conferência de Estocolmo, a primeira grande reunião 
promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para discutir as questões 
sobre degradação ambiental global. Em 1987, a Comissão Mundial sobre Meio Am-
biente e Desenvolvimento publicou o Relatório Brundtland, dando origem ao termo 
desenvolvimento sustentável.
De acordo com o Relatório Brundtland, desenvolvimento sustentável refere-se a 
[...] procurar satisfazer as necessidades da geração atual, sem 
comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem 
as suas próprias necessidades; significa possibilitar que as pesso-
as, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvol-
vimento social e econômico e de realização humana e cultural, 
fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da Terra 
e preservando as espécies e os habitats naturais.
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Na década de 1990, a Rio 92 – ou Cúpula da Terra – chamou a atenção mundial 
para a necessidade de uma aliança entre todos os povos em defesa da sociedade sus-
tentável, e como resultado foram estabelecidas medidas gerais a serem seguidas, tais 
como a Convenção Quadro sobre Mudança de Clima, a Declaração do Rio de Janeiro 
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Declaração sobre Conservação e Uso 
Sustentável de Todos os Tipos de Florestas e a Agenda 21.
Leia sobre a história da questão ambiental no artigo que aborda o assunto de maneira 
bastante interessante, intitulado A evolução histórica da questão ambiental, escrito 
por Valderi Leite. Disponível em: https://goo.gl/FQjNDR.
A busca pelo equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a responsabilidade 
ambiental motivou a constituição de diferentes habilitaçõesprofissionais relacionadas 
ao meio ambiente, com as mais variadas denominações, tais como Gestão Ambiental, 
Biologia Ambiental, Engenharia Agrícola e Ambiental, Segurança do Trabalho e Meio 
Ambiente, entre outras.
Nesse contexto, a área de Engenharia Ambiental, desenvolvida a partir das Enge-
nharias Civil e Sanitária, foi, então, reconhecida por meio da Portaria n.º 1.693 do 
Ministério da Educação, de 5 de dezembro de 1994.
Considerada interdisciplinar e multiprofissional, a área de Engenharia Ambiental 
envolve os mais variados profissionais de diferentes ramos, desde que apresentem 
interesse em crescer e atuar nas atividades relacionadas ao meio ambiente, visando, 
principalmente, à solução de impactos ambientais.
Assim, estão qualificados para atuar nesse mercado de trabalho os graduados em 
Arquitetura, Agronomia, Ciências Biológicas, Engenharia, Física, Gestão Ambiental, 
Geologia, Geografia, Meteorologia, Oceanografia, Química, Tecnologia Ambiental e 
demais formações afins (Figura 2).
Figura 2 – Os profi ssionais da área de Engenharia Ambiental devem dominar de maneira 
integrada as dimensões ecológicas, socioeconômicas, tecnológicas e científi cas, 
sempre objetivando o controle ambiental e desenvolvimento sustentável
Fonte: iStock/Getty Images
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UNIDADE 
Engenharia Ambiental – Contextualização
Perfil Profissional
Com o mercado de trabalho cada vez mais exigente e competitivo, você já parou 
para pensar qual é o perfil esperado dos profissionais que atuam na área de Engenha-
ria Ambiental? O que as organizações buscam ao contratar um profissional?
Nancy Malschitzky (2004) descreve as necessidades que os profissionais devem 
adquirir para ampliar a condição de empregabilidade:
Os profissionais precisam estar aptos do ponto de vista técnico, ge-
rencial e intelectual, humano e social para solucionar com rapidez 
problemas cada vez mais sofisticados e específicos. Torna-se vital, 
portanto, a obtenção de novos conhecimentos, múltiplas habilida-
des e boa reputação para que o profissional possa oferecer e vender 
seus serviços e empresariar seus talentos. Os conceitos de empre-
gabilidade à luz de vários autores, leva a entender que o indivíduo é 
responsável pelo seu autodesenvolvimento e, é fundamental a preo-
cupação pelo desenvolvimento de uma nova estratégia de mudança 
de postura pessoal e profissional.
Nos dias atuais, independentemente da área escolhida, procura-se profissionais 
com habilidades técnicas. Entretanto, esta não é a única característica que garantirá 
uma vaga de emprego. Busca-se pontos diferenciais, tais como saber inovar, criar 
alternativas que contribuam para o crescimento da organização, atuar na solução de 
problemas e ter aptidão de influenciar positivamente o ambiente ao qual está inserido.
Leia sobre transformações e exigências do mercado de trabalho no artigo intitulado 
Empregabilidade como a nova realidade do mercado de trabalho. Disponível em: 
https://goo.gl/c1y5kL.
Neste contexto, espera-se que os profissionais que atuam na área de Engenharia 
Ambiental tenham sólido conhecimento científico e tecnológico, sendo capazes de so-
lucionar problemas, coordenar grandes projetos e trabalhar em equipe. Cada profissio-
nal deve atuar sempre de maneira ética, com o objetivo de mitigar danos ambientais e 
promover o desenvolvimento sustentável.
Mais especificamente, são competências, habilidades, atitudes e valores dos profissio-
nais da Engenharia Ambiental:
• Ter consciência de suas responsabilidades dentro da realidade atual de seu país e 
perante as medidas a serem adotadas na promoção do bem-estar da sociedade;
• Preparar-se para atuar em diferentes campos da sociedade;
• Dominar, de maneira integrada, as dimensões ecológicas, socioeconômicas, tec-
nológicas e científicas;
• Ter uma abordagem interdisciplinar, ética, crítica e interativa diante de soluções 
de problemas;
• Tomar decisões baseadas em análises de viabilidade operacional, econômica, so-
cial e ambiental, objetivando o desenvolvimento sustentável;
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• Buscar, analisar, gerar, compartilhar e aplicar conhecimento científico e tecnoló-
gico para a elaboração, implantação, o gerenciamento, a orientação e coordena-
ção de projetos, programas e serviços ambientais;
• Pesquisar, elaborar e propor soluções que permitam o equilíbrio entre as diversas 
atividades antrópicas e o meio ambiente, recorrendo à tecnologia e às diferentes 
áreas de conhecimento, com o adequado suporte da legislação;
• Compreender e traduzir as necessidades de indivíduos, grupos sociais e comuni-
dades, pautando a sua conduta profissional com responsabilidade social e ambien-
tal, justiça, respeito, diálogo e solidariedade.
Refletindo um pouco sobre o perfil esperado para os profissionais envolvidos na área 
de Engenharia Ambiental, podemos, então, discutir sobre os seus principais encargos.
Geralmente, as atividades exercidas pelos profissionais desta área são referentes 
à administração, gestão e ordenamento ambientais e ao monitoramento e mitigação 
de impactos ambientais.
Como exemplo, temos a Resolução do Conselho Federal de Química (CFQ) n.º 259, 
de 16 de janeiro de 2015, que acolhe os profissionais da Engenharia Ambiental e define 
as atribuições daqueles que atuam nas áreas de Química, Meio Ambiente e do Saneamento 
Ambiental. De acordo com este documento, são atribuições de tais profissionais:
• Vistoriar, emitir relatórios, pareceres periciais, laudos técnicos, e realizar serviços 
técnicos relacionados às atividades tecnológicas concernentes às áreas de meio 
ambiente, sanitária e de recursos naturais;
• Coordenar, orientar, supervisionar, dirigir e assumir a responsabilidade técnica 
das atividades envolvidas nos processos de gestão ambiental, gerenciamento 
ambiental e de suas respectivas técnicas;
• Exercer o magistério na Educação de níveis Médio e Superior, respeitada a legislação 
específica, e participar do desenvolvimento de pesquisas e extensão, sendo as ativida-
des exercidas nas áreas de meio ambiente, sanitária e de recursos naturais;
• Executar análises químicas, físico-químicas, químico-biológicas e toxicológicas 
das matérias-primas, dos insumos, produtos intermediários e finais resultantes 
das tecnologias sanitárias e ambientais e no controle de qualidade dos proces-
sos químicos envolvidos, utilizando somente os tradicionais métodos gravimé-
tricos e volumétricos;
• Executar análises químicas, físico-químicas, químico-biológicas e toxicológicas das 
matérias-primas, dos insumos, produtos intermediários e finais resultantes das tecno-
logias sanitárias e ambientais, e controle de qualidade dos processos químicos envol-
vidos, utilizando as técnicas e os métodos instrumentais;
• Gerir as atividades técnicas utilizadas nos processos e nas operações de tratamen-
to e disposição final de águas, efluentes e resíduos sólidos;
• Planejar, conduzir e efetuar o controle de qualidade de todos os processos quími-
cos, físico-químicos e bioquímicos utilizados nas etapas de tratamento para reuso 
de água destinada à indústria, abastecimento e também para o reuso de efluentes 
líquidos e gasosos;
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UNIDADE 
Engenharia Ambiental – Contextualização
• Efetuar a inspeção das atividades, zelando pelo cumprimento das normas sanitárias 
e ambientais dos padrões de qualidade;
• Planejar, conduzir e gerenciar as operações unitárias da área de Engenharia Quí-
mica utilizadas em todas as etapas das engenharias sanitária e ambiental;
• Conduzir a aquisição, montagem e manutenção de máquinas e equipamentos de 
implementos do saneamento e meio ambiente e supervisionar a instrumentação 
de controle das máquinas existentes nas instalações do sistema;
• Realizar as atividades de estudo, planejamento, elaboração de projetos, espe-
cificações de equipamentos e instalações nas áreas sanitária e ambiental, sem-
pre que a organização curricular do curso indicar que o profissional egresso do 
mesmo possua os devidos conhecimentos das áreas das Engenharias Química, 
Sanitária e Ambiental.Mercado de Trabalho e Áreas de Atuação
Diante das diferentes atividades que podem ser exercidas pelos profissionais de 
Engenharia Ambiental, o mercado de trabalho é considerado cada vez mais promis-
sor, uma vez que abrange diferentes ramos do setor público ou privado.
Neste sentido, devido ao aumento da demanda por profissionais de meio ambiente, a 
Engenharia Ambiental está se destacando e ganhando muito espaço nos mercados de tra-
balho nacional e internacional. Assim, observamos inúmeras oportunidades em empresas 
públicas, privadas ou de economia mista, órgãos governamentais, organizações sociais de 
interesse público e organizações não governamentais, tendo como exemplos:
• Empresas privadas que precisam de profissionais para manter as atividades liga-
das à gestão ambiental ou à sustentabilidade, tais como Dupont Brasil, Akzo 
Nobel, Braskem, Sanofi, Natura, Alcoa, Bunge, Amanco, Danone, Bayer, 
Basf, AES Eletropaulo, Itaú, Santander e outras;
• Construtoras que desenvolvam projetos ambientais e civis, tais como MRV Enge-
nharia, Vegus, JJO Construtora e Incorporadora e outras;
• Empresas públicas, de economia mista, autarquias, tais como Petrobras, Transpetro, 
Fundação Nacional de Saúde, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodi-
versidade; companhias de gestão dos recursos hídricos, Agência Nacional de Águas, 
companhias de saneamento, agências reguladoras e outras;
• Órgãos ligados à legislação e fiscalização ambiental, tais como Instituto Brasileiro 
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Ministérios do 
Meio Ambiente, das Cidades, Público; secretarias estaduais e municipais do meio 
ambiente e outros;
• Diversas consultorias que atuam em diferentes projetos ambientais, tais como 
abastecimento/tratamento de água, tratamento de esgotos sanitários e indus-
triais, resíduos sólidos urbanos e industriais, recuperação de áreas contaminadas 
e degradadas, estudos de impacto ambiental, certificação ambiental, licencia-
mento ambiental, tecnologias limpas de produção, fontes de energia renovável 
e outros.
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Além desses ambientes de trabalho que possibilitam o exercício das diferentes 
atividades envolvidas com a área de Engenharia Ambiental, é importante lembrar 
também das oportunidades nas áreas de ensino e pesquisa.
O mercado de trabalho em ascensão e o caráter interdisciplinar e multiprofissio-
nal da área de Engenharia Ambiental permitem que o profissional possa conquistar 
o seu espaço e enfrentar os desafios da carreira em diferentes áreas de atuação, 
geralmente referentes às grandes áreas de gestão ambiental, geotecnia ambiental, 
recursos energéticos, recursos hídricos e tecnologia ambiental.
Na grande área de gestão ambiental, podemos destacar os seguintes campos de atuação:
• Licenciamento ambiental, Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de 
Impacto ao Meio Ambiente (Rima) – são instrumentos de proteção ambiental 
que objetivam diagnosticar, identificar e analisar possíveis impactos ambientais e 
propor medidas mitigadoras. As atividades técnicas associadas abrangem vários 
campos do conhecimento e demandam uma equipe multidisciplinar. EIA/Rima 
são elaborados no processo de licenciamento ambiental de atividades efetivas ou 
potencialmente poluidoras;
• Auditoria ambiental – o profissional envolvido com auditoria e certificação am-
biental fornece serviços que orientam e preparam as organizações na tomada 
de decisão, controle do desempenho ambiental e melhoria contínua, fazendo 
o levantamento de requisitos legais e a implantação de Sistemas de Gestão 
Ambiental (SGA), de acordo com as normas e os padrões internacionais para 
certificação, tais como a norma ABNT ISO 14.001:2015;
• Planejamento ambiental – muitas organizações demandam profissionais da En-
genharia Ambiental para gerenciar processos e mecanismos de sistematização de 
ações que visam atingir metas e objetivos de caráter sustentável;
• Recuperação de áreas contaminadas e degradadas – os profissionais da 
Engenharia Ambiental são muito procurados também para coordenar projetos 
de recuperação de áreas danificadas ou inteiramente destruídas por atividades 
antrópicas, geralmente relacionadas à mineração, ao desmatamento e à dispo-
sição de resíduos.
Na grande área de geotecnia ambiental, podemos destacar principalmente a aná-
lise do subsolo e das águas subterrâneas:
• Demanda por profissionais capacitados em atuar com aplicações técnicas que vi-
sam à prevenção, ao controle ou à remediação da contaminação do subsolo e das 
águas subterrâneas; deslizamentos de massas de solo; erosão e assoreamento em 
áreas urbanas e rurais; caracterização geotécnica de resíduos, rejeitos e estéreis.
Na grande área de recursos energéticos, podemos destacar a avaliação do potencial 
energético e a coordenação de projetos:
• Os profissionais da Engenharia Ambiental também são procurados para atua-
ção na avaliação do potencial energético, estudos das mudanças climáticas e 
coordenação de projetos para implantação de diferentes fontes renováveis de 
energia, tais como biomassa, hidráulica, eólica e solar;
• Os profissionais também podem se especializar na orientação e aplicação do Siste-
ma de Certificação Leed – Leadership in Energy and Environmental Design.
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UNIDADE 
Engenharia Ambiental – Contextualização
Na grande área de recursos hídricos, podemos destacar os seguintes campos 
de atuação:
• Abastecimento/tratamento de água – demanda profissionais para atuação di-
reta ou indireta em projetos, obras e na operação de sistemas de abastecimento 
e tratamento de águas e nas Estações de Tratamento de Água (ETA);
• Tratamento de esgotos sanitários e industriais – procura profissionais para 
atuação direta ou indireta em projetos, obras e na operação de sistemas de tra-
tamento de esgotos e águas residuais de origem doméstica ou industrial e nas 
Estações de Tratamento de Esgoto (ETE);
• Drenagem urbana – este campo de atuação basicamente demanda por profis-
sionais especializados em gerenciamento da água da chuva que escoa no meio 
urbano, para minimizar os prejuízos causados por inundações e possibilitar o 
desenvolvimento urbano de forma articulada e sustentável. 
Na grande área de tecnologia ambiental, podemos destacar os seguintes campos 
de atuação:
• Bioprocessos e biotecnologia – desenvolvimento de processos que permitam agre-
gar valores aos recursos naturais existentes, objetivando a concepção de produtos e 
serviços às diferentes indústrias, tais como as de alimentos, farmacêutica, cosméticos, 
química, agropecuária e outras;
• Pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias – os profissionais da Enge-
nharia Ambiental podem se capacitar ao desenvolvimento industrial e comercial 
de tecnologias que possam contribuir com a mitigação dos impactos ambientais 
causados por ações antrópicas.
Responsabilidades Civil e Criminal
Todos os profissionais, independentemente da área de atuação, estão sujeitos às 
responsabilidades ligadas ao exercício da profissão, tais como as responsabilidades 
técnica ou ético-profissional, trabalhista, civil e penal, de modo que cada qual inde-
pende das demais e pode resultar de fatos ou atos distintos. 
Os profissionais que, no exercício de suas atividades, agirem com negligência, imprudên-
cia ou imperícia, têm a obrigação legal de cobrir os prejuízos. Assim, temos alguns exemplos 
de responsabilidades civis dos profissionais envolvidos com a Engenharia Ambiental:
• Responsabilidade contratual – pelo contrato firmado entre as partes para a execução 
de determinado trabalho, sendo fixados os direitos e as obrigações de cada parte;
• Responsabilidade pela solidez e segurança da construção – pelo Código Civil 
brasileiro, o profissional responde pela solidez e segurança da obra durante cinco 
anos; é importante, pois, que a data do término da obra seja documentada de forma 
oficial. Se, entretanto, a obra apresentar problemas de solidez e segurança e, por 
meio de perícias, ficar constatado o erro do profissional, este seráresponsabilizado, 
independentemente do prazo transcorrido, conforme jurisprudência existente;
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• Responsabilidade pelos materiais – a escolha dos materiais a serem empregados na 
obra ou serviço é da competência exclusiva do profissional. Logo, por medida de pre-
caução, tornou-se habitual fazer a especificação desses materiais por meio do memorial 
descritivo, determinando o tipo, a marca e peculiaridade, entre outras características, 
todas dentro dos critérios exigíveis de segurança. Quando o material não estiver de 
acordo, com a especificação, ou dentro dos critérios de segurança, o profissional deve 
rejeitá-lo, sob pena de responder por qualquer dano futuro;
• Responsabilidade por danos a terceiros – é muito comum, na construção civil, a 
constatação de danos a vizinhos, em virtude da vibração de estaqueamentos, funda-
ções, quedas de materiais e outros fatores. Os danos resultantes desses incidentes 
devem ser reparados, pois cabe ao profissional tomar todas as providências necessá-
rias para que seja preservada a segurança, saúde e o sossego de terceiros. Cumpre 
destacar que os prejuízos causados são de responsabilidade do profissional e do pro-
prietário, solidariamente, podendo o lesado acionar tanto um como o outro. A res-
ponsabilidade estende-se, igualmente de forma solidária, ao subempreiteiro, naquilo 
em que for autor ou coautor da lesão.
Além disso, é muito importante enfatizar as responsabilidades penais ou criminais de 
todos os profissionais que trabalham na área ambiental. Atividades que possam causar de-
sabamento, incêndio, intoxicação e/ou contaminação são consideradas crimes.
Além das diferentes atividades que ultrapassam os limites estabelecidos por Lei, 
muitas condutas que ignoram as normas ambientais também são entendidas como 
crimes. Nesta perspectiva, alguns artigos da Lei dos crimes ambientais podem exem-
plificar essas condutas e as suas respectivas consequências:
• Artigo 52 – penetrar em unidades de conservação conduzindo substâncias ou instru-
mentos próprios para a caça ou exploração de produtos ou subprodutos florestais, sem 
licença da autoridade competente; pena: detenção, de seis meses a um ano, e multa;
• Artigo 55 – executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a compe-
tente autorização, permissão, concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida; 
pena: detenção, de seis meses a um ano, e multa;
• Artigo 64 – promover a construção em solo não edificável, ou em seu entorno, 
assim considerado em razão de seu valor paisagístico, ecológico, artístico, tu-
rístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental, 
sem autorização da autoridade competente ou em desacordo com a concedida; 
pena: detenção, de seis meses a um ano, e multa;
• Artigo 69-A – elaborar ou apresentar, no licenciamento, concessão florestal ou 
qualquer outro procedimento administrativo, estudo, laudo ou relatório ambien-
tal total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por omissão; pena: reclu-
são, de três a seis anos, e multa.
Portanto, cabe ao profissional da área de Engenharia Ambiental, no exercício de sua 
profissão, prognosticar todas as situações que possam ocorrer a curto, médio e longo 
prazos, a fim de evitar questionamento judicial e ação penal, frente à sua atuação.
Leia mais sobre a Lei n.º 9.605/98 e os diferentes tipos de crimes ambientais em: 
https://goo.gl/R1fj9d. 
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UNIDADE 
Engenharia Ambiental – Contextualização
Considerações Finais
Nesta Unidade foram abordados os aspectos fundamentais da prática dos profissio-
nais da área de Engenharia Ambiental, tais como perfil profissional, áreas de atuação 
e mercado de trabalho.
Discutimos que, cada vez mais, são exigidas características diferenciadas para 
que o profissional conquiste o seu espaço no mercado de trabalho, tais como saber 
inovar, criar alternativas que contribuam ao crescimento da organização, atuar na 
solução de problemas e ter aptidão de influenciar positivamente o ambiente ao qual 
está inserido.
Vimos que os profissionais envolvidos com a Engenharia Ambiental podem atuar em 
diferentes áreas, tais como na recuperação de espaços contaminados e degradados, nos 
estudos de impacto ambiental e licenciamento ambiental, na certificação ambiental, audi-
toria ambiental, no gerenciamento e planejamento ambiental.
Discutimos também que, de acordo com as responsabilidades civil e penal, cabe ao 
profissional da área de Engenharia Ambiental, no exercício de sua profissão, prognosti-
car todas as situações que possam ocorrer a curto, médio e longo prazos, a fim de evitar 
questionamento judicial e ação penal, frente a sua atuação.
Assim, todos os profissionais envolvidos com a Engenharia Ambiental devem de-
sempenhar, de maneira ética, a função de agregar tecnologia, desenvolvimento e meio 
ambiente, tendo em vista a mitigação e solução de impactos ambientais causados por 
atividades antrópicas.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Administradores
As oito competências do profissional do século XXI.
https://goo.gl/qar1Fw
O Eco
A Lei de crimes ambientais.
https://goo.gl/R1fj9d
 Vídeos
Bombeamento de água com energia solar: o que você precisa saber
https://youtu.be/eiofsK8q-Pw
Engenharia Ambiental
Engenharia Ambiental segundo a Agicom Metodista.
https://youtu.be/94RUfWTTZ4w
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UNIDADE 
Engenharia Ambiental – Contextualização
Referências
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BOSCOV, M. E. G. Geotecnia ambiental. 2. ed. [S.l.]: Oficina de Textos, 2008.
BRAGA, B. et al. Introdução à Engenharia Ambiental: o desafio do desenvolvimento 
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