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Licenciamento-Ambiental-1-P

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LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
 
 
2 
 
2 
 
 
 
 
FACULESTE 
 
A história do Instituto Faculeste, inicia com a realização do sonho de um grupo 
de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e 
Pós-Graduação.Com isso foi criado a Faculeste, como entidade oferecendo serviços 
educacionais em nível superior. 
A Faculeste tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no 
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além 
de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
3 
 
3 
SUMÁRIO 
 
LICENCIAMENTO AMBIENTAL ................................................................................. 4 
PROJETOS ....................................................................................................................... 5 
AS CONTRIBUIÇÕES DA INFORMÁTICA NA ELABORAÇÃO DE PROJETOS ... 6 
O DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS AMBIENTAIS NA ESCOLA ................... 8 
A IMPORTÂNCIA DE PLANEJAR ............................................................................. 10 
O USO DO GEOPROCESSAMENTO – SIG’S ............................................................ 17 
AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA – AAE ............................................... 19 
LICENCIAMENTO AMBIENTAL ............................................................................... 22 
NÍVEL FEDERAL ......................................................................................................... 23 
COMPETÊNCIAS PARA O LICENCIAMENTO ........................................................ 26 
AS ETAPAS DO LICENCIAMENTO E SEUS PRAZOS DE VALIDADE SÃO: ...... 28 
NÍVEL ESTADUAL ...................................................................................................... 30 
O EXEMPLO DA AMAZÔNIA .................................................................................... 33 
NÍVEL MUNICIPAL ..................................................................................................... 33 
PRINCIPAIS ATIVIDADES PASSÍVEIS DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL .... 36 
MARKETING VERDE ................................................................................................. 36 
ATUAÇÃO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL ............................................................. 40 
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 43 
 
 
 
 
4 
 
4 
LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
 
Em decorrência da 
interferência do homem na natureza 
surge a necessidade de uma 
educação ambiental voltada para a 
preservação e ao mesmo tempo 
utilização racional dos recursos 
naturais. Partindo dessa premissa, os 
cursos de especialização, voltados à 
área ambiental, objetiva formar 
profissionais que estejam aptos a 
ingressar nas práticas pedagógicas, 
prestar consultoria, desenvolver projetos, trabalhar na área de planejamentos e 
licenciamentos ambientais, através do conhecimento da legislação voltada para o meio 
ambiente e dos problemas decorrentes do uso e ocupação do solo. 
Introduzimos esta apostila que tratará dos projetos, planejamento e 
licenciamentos ambientais, instrumentos de extrema importância para a preservação e 
utilização responsável, racional e sustentada do meio ambiente com vistas a legarmos 
aos nossos descendentes, se não uma vida saudável, pelo menos com chances de 
sobrevivência. 
Há que se concordar com Dias (2003) quando infere que a falta de planejamento 
adequado na utilização dos recursos naturais, acarretará a médio prazo, no esgotamento 
desses recursos, que muitas vezes são irrecuperáveis ou se dá num espaço de tempo 
muito longo. 
Assim, embora o planejamento seja uma condição necessária, não é suficiente 
para nortear a prática ambiental; é fundamental incluir a perspectiva da sustentabilidade 
da atividade em todas as suas dimensões (a sociocultural, a econômica e a ambiental) 
para que o desenvolvimento se dê contemplando todos os setores da sociedade. 
Temos também os projetos que mediante objetivos específicos, metas 
estabelecidas e prazos determinados, auxiliam sobremaneira no manejo sustentável do 
ambiente, servindo também como instrumento para aulas de educação ambiental. 
 
 
5 
 
5 
No Brasil, a avaliação de impacto ambiental e o licenciamento de atividades 
efetivas ou potencialmente poluidoras constituem instrumentos para a execução da 
Política Nacional de Meio Ambiente. Apresentaremos, em detalhes, todos os passos 
necessários para obter o licenciamento que nada mais é do que obrigação legal prévia à 
instalação de qualquer empreendimento ou atividade potencialmente poluidora ou 
degradadora do meio ambiente e possui como uma de suas mais expressivas 
características a participação social na tomada de decisão, por meio da realização de 
Audiências Públicas como parte do processo. 
Faremos também, análises nos níveis federal, estadual e municipal, por acreditar 
ser de extrema valia para os profissionais que atuam em atividades que envolvem o 
meio ambiente. 
Desejamos a todos uma boa leitura, ressaltando que essa apostila é uma 
compilação e que o assunto não se esgota aqui. 
PROJETOS 
Quando desejamos estabelecer políticas de planejamento e gestão temos como 
instrumento essencial a identificação das prioridades e para seu sucesso, é fundamental 
uma gestão dos projetos voltados à inovação, bem como, o estabelecimento de uma 
metodologia congruente com esta proposta. 
Assim, um projeto pode ser entendido como um conjunto de ações, realizadas de 
forma coordenada por uma organização temporária, na qual são alocados os insumos 
necessários para alcançar um objetivo em um determinado prazo. Nesse conceito, os 
projetos possuem um ciclo de vida, no qual as técnicas de administração, voltadas para 
o planejamento, organização e execução, são planejadas e praticadas, com o objetivo de 
possibilitar o controle das atividades neles inseridas. 
Segundo a NBR 10.006 (ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas), 
Projeto é um “Processo único, consistindo de um grupo de atividades coordenadas e 
controladas com datas para início e término, empreendido para alcance de um objetivo 
conforme requisitos específicos, incluindo limitações de tempo, custo e recursos.” 
Na área educacional e ambiental, os projetos têm como objetivos, colaborar na 
formação de pessoas que ajam com responsabilidades, autonomia e criatividade, assim 
como construir uma consciência crítica e fomentar conhecimentos sobre ela, além de 
usar seus recursos com sabedoria. 
 
 
6 
 
6 
Nossa prioridade em termos de projetos é mostrar algumas contribuições do uso 
das novas tecnologias da informação e comunicação (TIC) na elaboração dos mesmos, 
exemplificando com alguns projetos que podem ser desenvolvidos no âmbito da 
educação. 
 AS CONTRIBUIÇÕES DA INFORMÁTICA NA ELABORAÇÃO DE 
PROJETOS 
A globalização e a competição acirrada entre as organizações e mesmo entre os 
povos, levaram o mundo a um avanço tecnológico que influenciou sobremaneira nas 
transformações socioeconômicas e culturais de um povo, levando, consequentemente, a 
refletir sobre possíveis e necessárias mudanças de atitude. 
É preciso romper com os modelos do passado e buscar novas alternativas, 
estratégias de desenvolvimento e proteção ao meio ambientee de educação para o 
desenvolvimento de atitudes necessárias à consecução da sustentabilidade. Mas, para 
que as gerações futuras possam ter opções, a geração atual deve começar a agir agora, e 
a agir unida. 
Segundo Oliveira (2007), torna-se necessário também o desenvolvimento de um 
trabalho de conscientização no sentido de superar o individualismo e o egoísmo, 
pautando-se nos valores da solidariedade, da cooperação, do respeito, do compromisso 
com o coletivo, da participação e da responsabilidade social. 
A Educação, por conseguinte, não pode furtar-se como campo científico e 
prática social complexa de contemplar a vertente ambiental na consecução e no 
redimensionamento epistêmico de seus postulados e operacional de suas práticas 
(matrizes curriculares), visto que, o meio ambiente não existe desvinculado das ações, 
ambições e necessidades humanas e o desenvolvimento refere-se à nossa participação 
no sentido de melhorar o lugar que ocupamos. 
Assim, segundo Oliveira (2007), verificamos que existe uma necessidade 
premente de se educar a população para que se possa preservar o meio ambiente e, 
claro, a vida. Um dos caminhos mais rápidos para essas ações está concentrado no uso 
da informatização nos meios educacionais, como forma de agilizar o processo de 
divulgação e conscientização dos direitos e deveres de cada cidadão. É preciso ser 
interdisciplinar utilizando a informática, o direito ambiental e as escolas como 
instrumentos para reter a ação destruidora predominante nos últimos anos. 
 
 
7 
 
7 
Nesse contexto, o uso das novas tecnologias surge como contributo à prática da 
educação ambiental no processo de aprendizagem nas escolas, auxiliando na elaboração 
de diagnósticos e projetos. 
Sobre as redes digitais de informação e conhecimento, sabemos que elas 
apresentam quatro características fundamentais: 
1. Armazenam, tratam e disponibilizam seu conteúdo de modo instantâneo, através 
de meios digitais, como computadores pessoais (PC) individuais ou conectados 
em redes de trabalho (networks); 
2. Exigem mínima manutenção, como atualização de conteúdo e adoção de 
mecanismos padronizados de gerenciamento de ambientes virtuais; 
3. Permitem tradução de seu conteúdo para variados suportes, bem como sua 
utilização por diversos recursos multimídia, a exemplo de saídas de áudio e 
vídeo simultâneas propiciadas pelos CDs interativos; 
4. Grande facilidade de ligações internas entre os elos das redes. 
Esta última característica, mais do que as precedentes, traz implicações diretas 
sobre a criação de ambientes virtuais de aprendizagem para educação de adultos, pelos 
quais educadores de regiões e países com diversificado nível de experiência e de 
conhecimento sobre a abordagem de questões ambientais na educação podem interagir 
em profícuos intercâmbios de informações e na realização de projetos de conhecimento 
integrados e de benefícios mútuos em diversos contextos socioeducativos. 
Assim, no cruzamento das múltiplas oportunidades ensejadas pelas redes de 
informação e conhecimento, com os princípios e experiências da Educação Ambiental 
surge o caminho para a construção de novas práticas interdisciplinares e 
multirreferenciadas, na medida em que a emergência e consolidação dessas redes 
ampliam o diálogo e os mecanismos de troca de capital cultural capazes de reduzir, 
sensivelmente, o fato de que, até o atual momento histórico, segundo Maturana e 
Varella (1995), “a vida cultural dos diferentes povos da terra esteja centrada na defesa 
das fronteiras de suas certezas particulares”. 
Conforme Leal Filho (2003), a informática aplicada ao estudo do ambiente 
facilita este processo de leitura dos dados, tornando-o mais ágil e eficaz. 
Infelizmente, de acordo com Oliveira (2007), a informática ambiental no Brasil 
ainda está engatinhando e parte do problema é a falta de pessoal qualificado. No Brasil, 
 
 
8 
 
8 
seriam necessárias muitas pessoas treinadas, dispersas pelo País, para se trabalhar de 
forma efetiva nessa área, pois a informática ambiental é uma grande aliada da proteção 
ambiental e representa, sem dúvida, uma tecnologia limpa. Ela reduz gastos com 
viagens, evita o uso de centenas de milhares de documentos escritos, poupa tempo e, 
ainda, ajuda a melhorar a eficiência de qualquer ação, pois informações complexas 
podem ser relacionadas e disponibilizadas em minutos, em vez de dias ou semanas. Um 
exemplo é o cruzamento dos índices de incêndios com ciclos de chuva, que pode ser 
apurado em segundos hoje em dia, enquanto que, no passado, levava-se algum tempo 
para relacionar as informações. 
Nesse contexto, o uso do computador deve ser encarado por educadores e 
educandos como facilitador do acesso ao conhecimento, inerente a formação da 
cidadania e não restringi-lo apenas à transmissão e memorização de informações, pois 
ele: 
 Permite a interação com diferentes formas de representação simbólica; 
 Pode ser uma importante fonte de informação do mesmo modo que fontes 
tradicionais; 
 Possibilita a comunicação entre as pessoas do mundo todo, diminuindo a 
distância de tempo e de espaço; 
 Permite ainda, a criação de ambientes de aprendizagem em que os alunos 
possam pesquisar, fazer antecipações e simulações, confirmar ideias prévias, 
experimentar, criar soluções e construir novas formas de representação mental. 
Projetos desenvolvidos na área ambiental, usando as novas tecnologias, com 
certeza vai de encontro às expectativas de melhor aproveitamento do uso da informática 
na educação, pois, propiciam novas dinâmicas de trabalho através de temas de interesses 
comuns aos educandos, ao mesmo tempo em que o uso do computador como uma 
inovação tecnológica é incorporado ao processo educacional como um meio e não como 
um fim. 
 O DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS AMBIENTAIS NA ESCOLA 
Conforme Vieira (2008), a Educação é a base para o desenvolvimento de um 
país, pois através dela as pessoas têm subsídios para exigir seus direitos e cumprir os 
seus deveres, ou seja, as pessoas têm condições de desempenhar o seu papel de cidadãs. 
 
 
9 
 
9 
Os artigos 1º e 2º da Lei 9.795/99, que dispõe sobre educação ambiental e 
institui a política nacional de educação ambiental, definem educação ambiental como os 
processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, 
conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do 
meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua 
sustentabilidade, sendo um componente essencial e permanente da educação nacional, 
devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do 
processo educativo, em caráter formal e não-formal. 
A Educação Ambiental não entra nesse processo, ao contrário da educação 
tradicional, somente como um meio de passar informações. Ela leva a tomada de 
consciência e daí, à mudanças de comportamento e atitudes em relação aos problemas 
ambientais. 
Em se tratando de educação ambiental, essa pode vir a ser o principal 
instrumento para que transformações profundas ocorram assegurando a convivência 
democrática, sustentável e harmônica entre os seres vivos e o meio ambiente, 
funcionando como uma rede de transmissores de conhecimentos envolvendo família, 
vizinhos, amigos, como se fosse realmente uma corrente. 
Segundo Vieira (2008), a educação ambiental se baseia na premissa de que é na 
reflexão sobre a ação individual e coletiva em relação ao meio ambiente que se dá o 
processo de aprendizagem. 
Antes de falarmos dos projetos que podem ser desenvolvidos nas escolas, vamos 
enumerar, conforme Dias (1999), os objetivos fundamentais da Educação ambiental: 
1. Despertar a consciência e sensibilizar frente às questões pertinentes à relação 
sociedade/meio-ambiente; 
2. Dotar de conhecimentos sobre essas questões; 
3. Estimular a mudança de comportamentos e propiciar informações sobrecomo 
realizar a mudança de comportamento de outras pessoas em um programa de 
educação ambiental; 
4. Desenvolver habilidades através da apresentação de programas de educação 
ambiental e de exercícios práticos; 
5. Preparar os futuros profissionais para participarem ativamente nas atividades 
que visam resolver problemas ambientais e melhorar a qualidade ambiental e de 
 
 
10 
 
10 
vida da população, e para serem fomentadores da participação dos demais 
integrantes dos grupos sociais em que atuarem. 
Segundo os PCN`s (BRASIL, 1998), um projeto básico para educação ambiental 
tem como objetivo geral oferecer meios efetivos para que cada aluno compreenda os 
fatos naturais e humanos e desenvolva suas potencialidades, adotando posturas pessoais 
e comportamentos sociais que lhe permitam viver numa relação construtiva consigo 
mesmo e com o meio ambiente, colaborando para que a sociedade seja ambientalmente 
sustentável e socialmente justa; protegendo, preservando todas as manifestações de vida 
no planeta e garantindo as condições para que ela prospere em toda a sua força, 
abundância e diversidade. 
Através de pesquisas de diferentes formas de destruição da natureza, exposição 
de atividades desenvolvidas pelos alunos e construção de painéis ou maquetes com 
informações sobre o meio ambiente, passeatas pelo bairro onde está inserida a escola e, 
claro, utilizando multimídia, os professores podem trabalhar interdisciplinarmente os 
conteúdos, envolvendo professores de diversas disciplinas. 
Com certeza será proporcionado ao educando embasamento para formar 
conceitos relacionados ao meio ambiente; sensibilizar-se-ão para construir uma 
sociedade mais consciente e solidária na forma de uso dos recursos naturais, perceberão 
que o combate ao desperdício, o uso racional dos recursos são necessários para a 
manutenção da qualidade de vida, dentre outros. 
A IMPORTÂNCIA DE PLANEJAR 
 
 
 
11 
 
11 
 
 
Segundo Santos (2004), planejamento é um processo que leva ao 
estabelecimento de um conjunto coordenado de ações, pelo governo ou pela direção de 
uma escola, por exemplo, visando à consecução de determinados objetivos. 
Segundo Ansarah (2001, p. 66), o planejamento "consiste em um conjunto de 
atividades que envolvem a intenção de estabelecer condições favoráveis para alcançar 
objetivos propostos. Ele tem como objetivo o aprisionamento de facilidades e serviços 
para que uma comunidade atenda seus desejos e necessidades". Planejamento 
ambiental, por conseguinte, seria a planificação de ações com vistas a recuperar, 
preservar, controlar e conservar o meio ambiente natural de determinada região, onde 
podemos incluir parques, unidades de conservação, cidades, regiões, etc. 
Segundo Floriano (2004, p. 39), a nível macro, a Conferência das Nações Unidas 
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento acontecida no Rio de Janeiro, conhecida 
como ECO-92, estabeleceu 27 princípios que ligam meio ambiente e desenvolvimento, 
criando as principais diretrizes globais para proteção ambiental em relação ao 
desenvolvimento. A Agenda 21 é um programa, composto de vários planos 
representados pelos seus capítulos, para adoção de medidas e ações que venham a 
auxiliar no desenvolvimento da civilização de forma sustentada em suas dimensões 
sociais e econômicas, prevendo a conservação e gestão dos recursos para o 
desenvolvimento, o fortalecimento do papel dos principais grupos envolvidos e os 
meios para implementação do programa. A Conferência determina que a Agenda 21 
seja implementada em cada país que deve elaborar seu próprio plano (Agenda 21 
 
 
12 
 
12 
Nacional) e, quando necessário, cada unidade de divisão política de cada nação deve ter 
sua própria agenda. A Agenda 21 é, portanto, um programa para o planejamento estatal 
em cascata atingindo todos os níveis em relação ao desenvolvimento e preservação 
ambiental com o objetivo de melhoria da qualidade de vida e sustentabilidade da 
civilização como um todo. 
Como política pública, a questão fica um pouco mais complexa, uma vez que é 
preciso fazer o levantamento de dados de determinada região onde se pretende fazer o 
planejamento, envolvendo algumas variáveis. 
Para Santos (2004) o planejamento ambiental de uma região, visando integrar 
informações, diagnosticar ambientes, prever ações e normatizar seu uso através de uma 
linha ética de desenvolvimento, necessita de um estudo detalhado e preciso do meio 
físico, biótico e socioeconômico da região, utilizando como subsídio, o zoneamento 
ecológico-econômico (ZEE) que ajuda inclusive na definição de áreas prioritárias ao 
planejamento ambiental. 
Assim, somente conhecendo detalhadamente tudo que existe em determinada 
área e usando de práticas de manejo que não agridem o meio ambiente será possível 
assegurar a perpetuação da produtividade dos ecossistemas para as futuras gerações. 
É nesse sentido que as administrações públicas precisam desenvolver um 
modelo de gestão que assegure a preservação e o manejo adequado do meio ambiente. 
Concordando com Schneider (2000, p. 2), acreditamos que o papel das 
administrações públicas municipais na preservação do meio ambiente deve envolver a 
compreensão de ecossistema, dos mecanismos utilizados para conhecimento do meio 
ambiente, tais como o EIA/RIMA (Estudo dos Impactos Ambientais e Relatório dos 
Impactos Ambientais), a legislação e as políticas existentes e façam uso de todos, 
inclusive repassando sua metodologia de trabalho para as escolas, as quais podem 
contribuir na preservação através do desenvolvimento de projetos educativos. 
Citamos acima o EIA/RIMA, pois bem, a confecção do Estudo dos Impactos 
Ambientais, é de extrema importância para a fase do planejamento em relações às ações 
que envolvem o meio ambiente. 
Partindo do entendimento de que Impacto Ambiental é a alteração no meio ou 
em algum de seus componentes por determinada ação ou atividade e, que essas 
alterações precisam ser quantificadas, pois apresentam variações relativas, podendo ser 
 
 
13 
 
13 
positivas ou negativas, grandes ou pequenas, o estudo desses impactos ambientais tem 
como objetivo principal, avaliar as consequências de algumas ações, para que possa 
haver a prevenção da qualidade de determinado ambiente que poderá sofrer a execução 
de certos projetos ou ações, ou logo após a implementação dos mesmos. 
O EIA permite analisar e compreender a questão da proteção e preservação do 
ambiente e o crescimento e desenvolvimento econômico. 
É possível encontrar, desde grandes áreas impactadas devido ao rápido 
desenvolvimento econômico, sem o controle e manutenção dos recursos naturais, 
levando à escassez de água ou poluição, bem como, áreas impactadas por causa do 
subdesenvolvimento, que traz como consequência a ocupação urbana indevida em áreas 
protegidas e a falta de saneamento básico. 
Assim, o EIA avalia para planejar. Para Soares (2008), isso permite que 
desenvolvimento econômico e qualidade de vida possam caminhar juntos. 
Quatro pontos básicos são premissas do EIA para que depois se faça um estudo e 
avaliação mais específica. São eles: 
1. Desenvolver uma compreensão daquilo que está sendo proposto, o que será feito 
e o tipo de material usado; 
2. Compreensão total do ambiente afetado. Que ambiente (biogeofísico e/ou 
socioeconômico) será modificado pela ação; 
3. Prever possíveis impactos no ambiente e quantificar as mudanças, projetando a 
proposta para o futuro; 
4. Divulgar os resultados do estudo para que possam ser utilizados no processo de 
tomada de decisão. 
O EIA também deve atender à legislação expressa na lei de Política Nacional do 
Meio Ambiente. São elas: 
1. Observar todas as alternativas tecnológicas e de localização do projeto, levando 
em conta a hipótese da não execução do projeto. 
2. Identificar e avaliar os impactos ambientais gerados nas fases de implantação e 
operação das atividades. 
3. Definir os limitesda área geográfica a ser afetada pelos impactos (área de 
influência do projeto), considerando principalmente a “bacia hidrográfica” na 
qual se localiza; 
 
 
14 
 
14 
4. Levar em conta, planos e programas do governo, propostos ou em implantação 
na área de influência do projeto e se há a possibilidade de serem compatíveis. 
Soares (2008) lembra ainda que é imprescindível que o EIA seja feito por vários 
profissionais, de diferentes áreas, trabalhando em conjunto, ponderando que esta visão 
multidisciplinar é rica para que o estudo seja feito de forma completa e de maneira 
competente, de modo a sanar todas as dúvidas e problemas. 
Para o mesmo autor mencionado anteriormente, na sequência ao estudo dos 
impactos ambientais, temos o RIMA - Relatório de Impacto Ambiental - que reflete 
todas as conclusões apresentadas no Estudo dos Impactos Ambientais. Deve ser 
elaborado de forma objetiva e possível de se compreender, ilustrado por mapas, 
quadros, gráficos, enfim, por todos os recursos de comunicação visual. Deve também, 
respeitar o sigilo industrial (se esse for solicitado) e pode ser acessível ao público. Para 
isso, deve constar no relatório: 
1. Objetivos e justificativas do projeto e sua relação com políticas setoriais e 
planos governamentais; 
2. Descrição e alternativas tecnológicas do projeto (matéria-prima, fontes de 
energia, resíduos etc.); 
3. Síntese dos diagnósticos ambientais da área de influência do projeto; 
4. Descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação da atividade e dos 
métodos, técnicas e critérios usados para sua identificação; 
5. Caracterização da futura qualidade ambiental da área, comparando as diferentes 
situações da implementação do projeto, bem como a possibilidade da não 
realização do mesmo; 
6. Descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras em relação aos impactos 
negativos e o grau de alteração esperado; 
7. Programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos; 
8. Conclusão e comentários gerais. 
Segundo Lisboa (2008), o EIA/RIMA está vinculado à Licença Prévia, por se 
tratar de um estudo prévio dos impactos que poderão vir a ocorrer, com a instalação 
e/ou operação de um dado empreendimento. A exigência do EIA/RIMA é definida por 
meio da integração dos parâmetros: tipologia, porte e localização do empreendimento. 
 
 
15 
 
15 
O EIA/RIMA deverá ser elaborado por uma equipe técnica multi e 
interdisciplinar que se responsabilize pelos diversos assuntos referentes aos meios 
físico, biológico e socioeconômico da área onde será instalado o empreendimento. 
Portanto, para a sua análise, o órgão ambiental deverá, também, formar uma equipe 
constituída por diversos profissionais, com correspondência em termos da 
especificidade da formação da equipe do proponente, e, se necessário, até 
interinstitucional. 
Por ser um instrumento democrático de planejamento, durante a análise do 
EIA/RIMA, além da participação da população diretamente junto ao órgão ambiental, 
pode-se realizar as audiências públicas. Essas significam o momento mais importante de 
participação e manifestação da comunidade envolvida e/ou das organizações que as 
representam. Nessa ocasião é apresentado o conteúdo do EIA/RIMA, com o objetivo de 
esclarecer dúvidas e acolher críticas e sugestões sobre o empreendimento. 
A realização da audiência pública se dá sob a responsabilidade do órgão 
ambiental, e é obrigatória quando requisitada pelo Ministério Público, por entidade civil 
com assento no Conselho Estadual do Meio Ambiente ou por solicitação assinada por 
mais de 50 cidadãos. 
Após realização de quantas audiências forem solicitadas, vistoria da área a ser 
instalado o empreendimento, análise de toda a documentação pertinente e reuniões 
técnicas executadas pelo órgão ambiental, é elaborado um parecer final. Esse parecer 
pode exigir complementações para melhor entendimento do estudo, pode autorizar o 
licenciamento prévio do projeto ou pode indeferi-lo. 
Segundo Lisboa (2007), os principais empreendimentos sujeitos à exigência de 
estudo e respectivo relatório de impacto ambiental conforme previsto na Resolução n.º 
001/86 são: 
 Rodovias; 
 Ferrovias; 
 Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos; 
 Aeroportos; 
 Oleodutos, gasodutos, minerodutos; 
 Troncos coletores e emissários de esgoto sanitários; 
 Linha de transmissão de energia elétrica acima de 230 kw ; 
 
 
16 
 
16 
 Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como, barragem 
para fins hidrelétricos, acima de 10 MW, de saneamento ou de irrigação; 
 Abertura de canais para navegação, drenagem e irrigação; 
 Retificação de cursos d’água; 
 Abertura de barras e embocaduras; 
 Transposição de bacias, diques; 
 Extração de combustível fóssil; 
 Extração de minério; 
 Aterros sanitários; 
 Processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos; 
 Usinas de geração de eletricidade, acima de 10 MW; 
 Complexo e unidades industriais e agroindustriais; 
 Distritos industriais e zonas estritamente industriais; 
 Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100 hectares 
ou menores, quando forem áreas significativas em termos percentuais ou de 
importância do ponto de vista ambiental; 
 Projetos urbanísticos, acima de 100 hectares ou em áreas consideradas de 
relevante interesse ambiental; 
 Qualquer atividade que utilizar carvão vegetal, derivados ou produtos similares, 
em quantidade superior a 10 t/dia; 
 Projetos agropecuários que contemplem áreas acima de 1000 hectares ou 
menores quando forem áreas significativas em termos percentuais ou de 
importância do ponto de vista ambiental; e nos casos de empreendimentos 
potencialmente lesivos ao Patrimônio Espeleológico Nacional. 
Embora sejam dois documentos distintos, servem como instrumento de 
Avaliação de Impacto Ambiental – AIA, parte integrante do processo de licenciamento 
ambiental. Sucintamente, no EIA é apresentado o detalhamento de todos os 
levantamentos técnicos e no RIMA é apresentada a conclusão do estudo. Essa exigência 
teve como base a Lei Federal n.º 6.938/81, que instituiu a Política Nacional de Meio 
Ambiente, regulamentada pelo Decreto Federal n.º 99.274/90, tornando-se uma 
exigência nos Órgãos Ambientais brasileiros a partir da Resolução do CONAMA n.º 
001 de 23/01/86. 
 
 
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17 
Adiante serão tratados detalhes de outros instrumentos, inclusive da AIA, 
quando discutirmos sobre o licenciamento ambiental. 
O USO DO GEOPROCESSAMENTO – SIG’S 
Podemos definir um Sistema de Informações Geográficas – SIG – como um 
conjunto de ferramentas para coleta, armazenagem, recuperação, transformação e 
apresentação de dados espaciais sobre o mundo real para um conjunto particular de 
objetivos. 
São sistemas informatizados, necessitando de um hardware com periféricos, tais 
como plotadora, impressora, scanner e procedimentos apropriados para implementar as 
tarefas desejadas. São designados para usar dados espaciais, podendo realizar operações 
de manipulação e análise nesses dados, chamados de dados geográficos. Em outras 
palavras, o SIG é composto por: 
 Equipamentos: software e banco de dados; 
 Pessoal (capacitado a planejar, implementar e operar o sistema); 
 Uma instituição. 
O SIG utiliza uma classe particular de dados espaciais: os dados 
georreferenciados que são aqueles que descrevem fatos, objetos e fenômenos do globo 
terrestre associados à sua localização sobre a superfície terrestre, num certo instante ou 
período de tempo, ou seja, possuem três dimensões: temporal, temática e espacial. 
Características temáticas são normalmente referidas como atributos e são 
associadas aos elementos espaciais para fornecer informação adicional sobre os 
mesmos. A localização geográfica, por outro lado, é uma característica inerente à 
informação e indispensável para sua análise. 
Para serem usadospelo SIG, os dados precisam de uma referência espacial 
matemática. Um objeto qualquer (como um rio ou uma montanha), somente poderá ser 
localizado se puder ser descrito em relação a outros objetos cujas posições sejam 
previamente conhecidas, ou se tiver sua localização determinada em uma rede coerente 
de coordenadas. Vários são os sistemas de referenciamento, mas existem dois grandes 
grupos: 
A) SISTEMA DE COORDENADAS GEOGRÁFICAS OU TERRESTRES 
– neste grupo, cada ponto da superfície terrestre é localizado na interseção de um 
 
 
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18 
paralelo com um meridiano, sendo sua representação dada por um valor de latitude e 
longitude; 
B) SISTEMA DE COORDENADAS PLANAS OU CARTESIANAS – 
baseiam-se em um conjunto de linhas equidistantes e retangulares, que formam uma 
grade ou quadrícula sobre o qual o fenômeno geográfico é determinado e depois 
representado graficamente. 
Segundo Alves, Vieira e Andrade (2004), esse referenciamento é imprescindível 
para elaboração de qualquer projeto, pois a escolha de um sistema inadequado de 
referenciamento pode comprometer usos futuros do SIG. 
Abaixo, temos um modelo de SIG usada como ferramenta para o planejamento. 
 
 
 Onde os SIGs podem ser aplicados? Eles servem para responder perguntas que 
incluem questões sobre localização, padrões, tendências e condições. Por exemplo: 
 Onde se encontram as áreas agricultáveis de uma determinada região? 
 Onde deveriam ser implantadas áreas de preservação ambiental? 
 Quais seriam as implicações ambientais caso uma determinada decisão fosse 
tomada? 
 
 
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Três eixos compõem o SIG: onde (localização), o quê (qual o fenômeno) e 
quando (o tempo). 
 No quadro abaixo temos exemplos de análises espaciais executadas pelo SIG. 
 
 
 
 
Os SIG’s podem ser usados tanto para diagnóstico quanto para prognóstico, 
podendo gerar mapas de risco e potencial ambiental, auxiliando sobremaneira no 
planejamento ou no combate a eventos que ocorrem na natureza modificada pela ação 
do homem, como por exemplo: gerenciar recursos agrícolas, planejar microbacias 
hidrográficas, avaliar aptidão agrícola das terras. Enfim, zonear áreas de forma mais 
eficiente, substituindo métodos tradicionais de análise, quase sempre onerosos e de 
manipulação mais difícil, é uma das grandes vantagens da utilização dos SIG`s. 
AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA – AAE 
De acordo com SEMAD-MG (2009), a Avaliação Ambiental Estratégica – AAE 
– é um processo de identificação de impactos ambientais e de alternativas que os 
minimizam na implantação de políticas e projetos governamentais. Geralmente, a 
avaliação é utilizada na elaboração das propostas dessas ações estratégicas, 
sistematizando os resultados e sua utilização para tomadas de decisões ambientalmente 
sustentáveis. 
Conforme SEMAD-MG (2009), a AAE é elaborada de forma pública e 
participativa, baseando-se nos princípios da avaliação de impactos que regem os 
 
 
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Estudos de Impacto Ambiental (EIA/RIMA). Tem, no entanto, o objetivo de analisar a 
ação estatal em todos os seus aspectos, servindo de subsídio na tomada de decisões ao 
disponibilizar informações sobre as possíveis consequências ambientais das ações 
governamentais, bem como, das alternativas mitigadoras. Sendo que as avaliações 
iniciais serão executadas nos setores de mineração, geração de energia, agronegócio e 
saneamento. 
Segundo a SEMAD (2008), no caso de Minas Gerais, os órgãos que compõem o 
Sistema Estadual de Meio Ambiente – SEMAD, FEAM, IEF, IGAM – são os 
responsáveis pela análise das propostas das AAE. A SEMAD estimula as Avaliações 
Ambientais Estratégicas na implantação de políticas públicas setoriais com impactos 
sobre o meio ambiente, tendo em vista a possibilidade de estabelecer ações 
governamentais a longo prazo. 
No processo de Avaliação Ambiental Estratégica, a participação do público é um 
princípio fundamental. O Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), 
juntamente com os Conselhos Setoriais e os Comitês de Bacia acompanharão o 
trabalho, determinando objetivos e conteúdos, identificando e fornecendo informações 
para a realização da AAE, avaliando e propondo sugestões para o aperfeiçoamento das 
análises e propostas. 
De acordo com SEMAD (2008), a coordenação da elaboração da Avaliação 
Ambiental Estratégica é realizada pelos Núcleos de Gestão Ambiental (NGA), criados 
em 2003, pelo Decreto n° 43.372, estão implantados em cada uma das Secretarias de 
Estado, com representação no Plenário do Copam. Os Núcleos executam ainda o 
assessoramento dos Secretários de Estado, informando sobre as decisões do Copam que 
tenham alguma interferência sobre as políticas e ações das secretarias. 
Sugere-se a leitura da Cartilha lançada pelo governo de Minas Gerais com o 
título: “Regularização ambiental integrada: orientação ao empreendedor”, a qual consta 
nas referências bibliográficas, pois ela fornece em detalhes os passos para a 
regularização ambiental. 
Se pensarmos em nível federal, a Gerência de Instrumentos de Avaliação 
Ambiental (GAIA) tem como objetivo oferecer subsídios para apoiar o Ministério do 
Meio Ambiente na consolidação de sua política de inserção da temática ambiental nas 
 
 
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políticas setoriais, públicas ou privadas, relacionadas ao licenciamento ambiental e aos 
instrumentos de avaliação ambiental. 
A gerência tem por atribuição desenvolver estudos e metodologias de avaliação 
de impacto ambiental, visando a implementação do licenciamento ambiental, bem 
como, estimular sua aplicação pelos demais setores de desenvolvimento na formulação 
de suas estratégias de planejamento e investimento. 
A fim de cumprir sua missão, portanto, a GAIA atua principalmente com os 
instrumentos de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA); de Avaliação Ambiental 
Estratégica (AAE); de Avaliação Ambiental Integrada de Bacias Hidrográficas (AAIB); 
de Gestão Ambiental Integrada; de Licenciamento de Cadeias Produtivas; de abordagem 
do componente social na avaliação ambiental; e de apoio à Gerência de Política para o 
Licenciamento Ambiental, colaborando na formulação e no desenvolvimento de 
propostas de trabalho e de análises de propostas de novas regulamentações. 
Resumidamente, a importância da avaliação ambiental estratégica é a seguinte: 
 Apoiar a decisão em nível estratégico; 
 Integrar os princípios da sustentabilidade nos processos de formulação de 
políticas e de planejamento; 
 Discutir alternativas enquanto as opções estratégicas ainda estão em aberto; 
 Considerar processos cumulativos, visão integrada no território. 
 
 
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 LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
 
 
Na definição do Ministério do Meio Ambiente – MMA (2009), o licenciamento 
ambiental é o procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental autoriza a 
localização, instalação, ampliação e operação de empreendimentos e atividades 
utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras 
ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental. 
De acordo com Dallagnol (2006), o licenciamento ambiental é uma forma de 
intervenção estatal na atividade privada, através do exercício do poder de polícia. É um 
procedimento administrativo vinculado, através do qual são verificadas as condições 
para o desenvolvimento e a operação de empreendimentos passíveis de causarem danos 
ambientais. 
No artigo 23 da Constituição Federal de 1988, encontramos que é dever 
constitucional do Estado, em todas suas esferas, proteger o meio ambiente, atribuindo-
lhe (além de particulares, leia-se coletividade) a responsabilidade de defesa e 
preservação. No art. 225: 
todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso 
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder 
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes 
e futuras gerações.( artigo 225, parágrafo1°, inciso VI, da Constituição 
Federal) 
 
 
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23 
Nesse sentido e mesmo antes da promulgação da CF de 1988, como bem nos 
lembra Dallagnol (2006), o licenciamento ambiental já era um dos instrumentos de que 
dispunha o Poder Público para fazer cumprir os princípios da Política Nacional do Meio 
Ambiente, de acordo com o art. 9º, inciso IV, da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. 
Como vantagens do licenciamento ambiental, temos o estabelecimento de 
condições e limites para o exercício de determinadas atividades, permitindo somente 
aquelas que tenham impacto ambiental reduzido ou dentro de padrões admitidos. Pelo 
lado do Direito, observa-se claramente que ele é a materialização mais clara do 
princípio da precaução, sendo esse o principal princípio orientador das políticas públicas 
ambientais. 
O licenciamento ambiental é uma obrigação legal prévia à instalação de qualquer 
empreendimento ou atividade potencialmente poluidora ou degradadora do meio 
ambiente, e possui como uma de suas mais expressivas características a participação 
social na tomada de decisão, por meio da realização de audiências públicas como parte 
do processo. 
NÍVEL FEDERAL 
Essa obrigação é compartilhada pelos Órgãos Estaduais de Meio Ambiente e 
pelo IBAMA, como partes integrantes do SISNAMA (Sistema Nacional do Meio 
Ambiente). O IBAMA atua, principalmente, no licenciamento de grandes projetos de 
infraestrutura que envolvem impactos em mais de um estado e nas atividades do setor 
de petróleo e gás na plataforma continental. 
As principais diretrizes para a execução do licenciamento ambiental estão 
expressas na Lei 6.938/81 e nas Resoluções CONAMA nº 001/86 e nº 237/97. Além 
dessas, o Ministério do Meio Ambiente emitiu recentemente o parecer nº 312, que 
discorre sobre a competência estadual e federal para o licenciamento, tendo como 
fundamento a abrangência do impacto. 
Segundo MMA (2008), a Diretoria de Licenciamento Ambiental é o órgão do 
Ibama responsável pela execução do licenciamento em nível federal e vem realizando 
esforços na qualificação e na reorganização do setor de licenciamento, além de 
disponibilizar aos empreendedores módulos de: abertura de processo; atualização de 
dados técnicos do empreendimento; solicitação de licença e envio de documentos e 
boletos de pagamento de taxas do licenciamento em formato on-line. 
 
 
24 
 
24 
Pretende-se que o sistema informatizado agilize os trabalhos e as comunicações 
inerentes ao processo de licenciamento e permita maior visibilidade e transparência para 
os processos de licenciamento em tramitação no Ibama. 
No Brasil, a avaliação de impacto ambiental e o licenciamento de atividades 
efetivas ou potencialmente poluidoras constituem instrumentos para a execução da 
Política Nacional de Meio Ambiente, Lei nº 6.938, editada em 31 de agosto de 1981. A 
avaliação de impacto ambiental é ainda matéria constitucional, prevista no Art. 225, 
§ 1º, Inciso IV da Constituição Federal de 1988, que determina a realização de estudo 
prévio do impacto ambiental para a instalação no país de obras ou atividades 
potencialmente causadoras de significativa degradação do meio ambiente, como vimos 
no tópico anterior. 
De acordo com MMA (2008), a normatização brasileira sobre avaliação de 
impacto ambiental e licenciamento não caracteriza fato isolado no cenário ambiental, 
derivando antes de um processo histórico mais amplo, cujas origens remontam à 
emergência da consciência ecológica mundial e à realização da 1ª Conferência das 
Nações Unidas sobre Meio Ambiente, em 1972, na Suécia. Motivada, entre outros 
fatores, pela degradação da qualidade ambiental nos países desenvolvidos, sob o efeito 
cumulativo da poluição industrial, bem como, pela ausência de marcos regulatórios 
internacionais e pela crítica aos padrões de desenvolvimento estabelecidos – 
consubstanciada no 1º Relatório do Clube de Roma, Os Limites do Crescimento – a 
Conferência das Nações Unidas significou um divisor de águas no tratamento das 
questões de cunho ambiental, até então, inseridas no contexto mais pragmático do 
desenvolvimento econômico indiscriminado. 
Segundo MMA (2008), a Declaração de Estocolmo, documento resultante da 
Conferência de 1972, afirmou como princípios básicos a conciliação entre 
desenvolvimento e proteção ambiental e a salvaguarda dos recursos naturais em 
benefício das gerações atuais e futuras, destacando o papel do planejamento racional 
como instrumento para a consecução de tais finalidades. De Estocolmo resultou, ainda 
no ano de 1972, a criação de um mecanismo institucional para tratar das questões 
ambientais no âmbito das Nações Unidas: o Programa das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente (PNUMA), com sede em Nairóbi, Quênia. 
 
 
25 
 
25 
No Brasil, os desdobramentos da Conferência de Estocolmo não tardaram a 
repercutir e, já na década de 70, projetos de grande vulto, sob o crivo de organismos 
multilaterais de financiamento, foram submetidos à Avaliação de Impacto Ambiental, 
caso da Usina Hidrelétrica de Sobradinho, primeiro empreendimento a sofrer uma 
avaliação ambiental no Brasil, no ano de 1972. As experiências em avaliação de 
impacto ambiental sucederam-se na década de 70, culminando na consagração dessas 
como instrumento da Política Nacional de Meio Ambiente, Lei nº 6.938/81, em 
associação ao licenciamento das atividades utilizadoras dos recursos ambientais, 
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras. 
Conforme MMA (2008), no âmbito da Lei nº 6.938/81 foi instituído o Conselho 
Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, órgão responsável pelo estabelecimento de 
normas e critérios para o licenciamento ambiental. Considerando a necessidade de se 
estabelecerem definições, responsabilidades, critérios básicos e diretrizes para o uso e 
implementação da avaliação de impacto ambiental, o CONAMA publicou, em 23 de 
janeiro de 1986, a Resolução nº 001, submetendo o licenciamento ambiental de 
determinadas atividades modificadoras do meio ambiente à elaboração de estudo de 
impacto ambiental e respectivo relatório de impacto ambiental/EIA/RIMA. 
A evolução das experiências de licenciamento nos órgãos de meio ambiente do 
país, breve demonstrou a necessidade de revisão dos procedimentos e critérios 
utilizados no sistema de licenciamento, dando ensejo à publicação, em 19 de dezembro 
de 1997, da Resolução do CONAMA nº 237 que regulamentou, em normas gerais, as 
competências para o licenciamento nas esferas federal, estadual e distrital, as etapas do 
procedimento de licenciamento, entre outros fatores a serem observados pelos 
empreendimentos passíveis de licenciamento ambiental. 
A Resolução CONAMA nº 237/97 conferiu ainda ao órgão ambiental a 
competência para a definição de outros estudos ambientais pertinentes ao processo de 
licenciamento, verificando-se que o empreendimento não é potencialmente causador de 
significativa degradação ambiental. 
Segundo MMA (2008), no ano seguinte, a edição da Lei nº 9.605, de 12 de 
fevereiro de 1998, Lei de Crimes Ambientais, elevou à condição de crime àquelas 
condutas lesivas ao meio ambiente, provenientes da não observância da regulamentação 
afetada ao licenciamento ambiental. Foram constituídos em crime ambiental a 
 
 
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construção, reforma, ampliação, instalação ou funcionamento, em qualquer parte do 
território nacional, de estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, 
sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes ou contrariando as 
normas legais e regulamentares pertinentes ao licenciamento (Art. 60 da Lei nº 
9.605/98). A criminalização das práticas danosas ao meio ambiente, incorporada ao 
sistema de licenciamento ambiental, constitui marco representativo no processo de 
responsabilização social e consolidação institucional do licenciamento como efetivo 
instrumento de gestão ambiental. 
 COMPETÊNCIAS PARA O LICENCIAMENTO 
 
Como vimosacima no âmbito do Sistema Nacional do Meio Ambiente – 
SISNAMA, é o Conselho Nacional do Meio Ambiente/CONAMA, órgão consultivo e 
deliberativo do SISNAMA, o responsável pelo estabelecimento de normas e padrões 
para o meio ambiente ecologicamente equilibrado, devendo os Estados, o Distrito 
Federal e os municípios, na esfera de suas competências e áreas de jurisdição, propor 
normas supletivas, complementares e padrões relacionadas a qualidade ambiental. 
Para a repartição das competências de licenciamento ambiental entre os órgãos 
integrantes do SISNAMA foi adotado como fundamento o conceito de significância e 
abrangência do impacto ambiental direto, decorrente do empreendimento ou atividade. 
 
 
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Ao IBAMA, atribuiu-se a responsabilidade pelo licenciamento daqueles 
empreendimentos e atividades considerados de significativo impacto de âmbito nacional 
ou regional (Art. 4º da Resolução do CONAMA nº 237/97), quando: 
I - localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; no 
mar territorial; na plataforma continental; na zona econômica exclusiva; em terras 
indígenas ou em unidades de conservação do domínio da União; 
II - localizados ou desenvolvidos em dois ou mais Estados; 
III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais do País 
ou de um ou mais Estados; 
IV- destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e 
dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em 
qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de 
Energia Nuclear - CNEN; 
V- bases ou empreendimentos militares, quando couber, observada a legislação 
específica. 
Aos órgãos estaduais e distrital de meio ambiente foi determinada a competência 
para o licenciamento dos seguintes empreendimentos e atividades (Art. 5º da Resolução 
CONAMA 237/97): 
I - localizados ou desenvolvidos em mais de um Município ou em unidades de 
conservação de domínio estadual ou do Distrito Federal; 
II - localizados ou desenvolvidos nas florestas e demais formas de vegetação 
natural de preservação permanente relacionadas no artigo 2º da Lei nº 4.771, de 15 de 
setembro de 1965, e em todas as que assim forem consideradas por normas federais, 
estaduais ou municipais; 
III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais de um 
ou mais Municípios; 
IV - delegados pela União aos Estados ou ao Distrito Federal, por instrumento 
legal ou convênio. 
Cabe aos municípios a competência para o licenciamento ambiental de 
empreendimentos e atividades de impacto ambiental local e daquelas delegadas pelo 
Estado por instrumento legal ou convênio. 
 
 
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28 
Como já falamos, o processo de avaliação de impacto ambiental é revestido de 
caráter público. Nesse sentido, incorpora a participação social, por meio da realização 
de consultas públicas que balizam o processo decisório sobre a viabilidade ambiental de 
empreendimentos e atividades potencialmente poluidores. 
A audiência pública é a forma de consulta pública usual no processo de 
licenciamento e tem por objetivo a divulgação para a sociedade das informações sobre o 
projeto e discussão do RIMA, que reflete as conclusões do EIA – Estudo de Impacto 
Ambiental. Dependendo do tipo de empreendimento e seu impacto, podem ser 
realizadas uma ou várias audiências públicas com a finalidade de informar, esclarecer e 
coletar subsídios junto à sociedade sobre o empreendimento ou atividade em processo 
de licenciamento. 
A Licença Ambiental, conforme definido pela Resolução do CONAMA nº 
237/97, é: 
o ato administrativo, pelo qual o Poder Público, via órgão ambiental competente, 
estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental a serem cumpridas 
pelo empreendedor para a implantação de empreendimentos ou atividades utilizadoras 
dos recursos naturais, efetiva ou potencialmente poluidoras. (CONAMA nº 237/97). 
AS ETAPAS DO LICENCIAMENTO E SEUS PRAZOS DE VALIDADE SÃO: 
De acordo com o IBAMA (2002), o licenciamento ambiental se realiza em um 
só nível de competência, compreendendo fases distintas, caracterizadas, de modo geral, 
pela emissão sucessiva ou isolada de três tipos básicos de Licenças: 
 LICENÇA PRÉVIA (LP) – é a licença concedida na fase preliminar do 
planejamento, do empreendimento ou atividade, aprovando sua localização, 
concepção e atestando sua viabilidade ambiental; com validade de até cinco 
anos. 
 LICENÇA DE INSTALAÇÃO (LI) – é a licença que autoriza a instalação do 
empreendimento ou atividade; com validade de até seis anos. 
 LICENÇA DE OPERAÇÃO (LO) – é a licença que autoriza a operação do 
empreendimento ou atividade, cumpridas as restrições e condicionantes das 
licenças anteriores e resguardadas as medidas de controle ambiental do projeto; 
validade mínima de quatro anos e máxima de 10 anos, podendo o órgão 
 
 
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ambiental estabelecer prazos de validade específicos para essa Licença, na 
ocorrência de empreendimentos ou atividades que, por sua natureza e 
peculiaridade, estejam sujeitos a encerramento ou modificações em prazos 
inferiores. 
Segundo IBAMA (2002), para a concessão das diferentes modalidades de 
Licença (LP, LI, LO), o órgão ambiental competente, em função das peculiaridades da 
atividade ou empreendimento, pode estabelecer prazos de análise diferenciados. O prazo 
máximo de análise a ser observado é de 6 meses, ressalvados os casos em que houver 
EIA/RIMA e/ou audiência pública, quando o prazo de análise é estendido para 12 
meses. 
Segundo MMA (2008), a contagem do prazo de análise prevista é suspensa 
quando solicitada ao empreendedor a elaboração de estudos ambientais complementares 
e esclarecimentos adicionais. O empreendedor deve atender, em até 4 meses, às 
requisições do órgão ambiental, sob pena de arquivamento de seu pedido de licença. 
Enfim, para o MMA (2008), o licenciamento ambiental é um importante 
instrumento de gestão da Política Nacional do Meio Ambiente. Por meio dele, a 
administração pública busca exercer o necessário controle sobre as atividades humanas 
que interferem nas condições ambientais. Dessa forma tem, por princípio, a conciliação 
do desenvolvimento econômico com o uso dos recursos naturais, de modo a assegurar a 
sustentabilidade dos ecossistemas em suas variabilidades físicas, bióticas, socioculturais 
e econômicas. Deve, ainda, apoiar-se a outros instrumentos de planejamento de políticas 
ambientais, como a avaliação ambiental estratégica; avaliação ambiental integrada; bem 
como, por outros instrumentos de gestão – zoneamento ecológico econômico, planos de 
manejo de unidades de conservação, planos de bacia, etc. 
O licenciamento é um poderoso mecanismo para incentivar o diálogo setorial, 
rompendo com a tendência de ações corretivas e individualizadas ao adotar uma postura 
preventiva, mas pró-ativa, com os diferentes usuários dos recursos naturais. 
Os procedimentos de licenciamento ambiental nos Estados e na área federal são 
variados, devido à diversidade e especificidade das atividades/empreendimentos 
passíveis de licenciamento. Minas Gerais, Amazonas e Rio de Janeiro serão nossos 
exemplos de licenciamento a nível estadual, mas no último capítulo são 
disponibilizados sites eletrônicos e endereços dos diversos órgãos ligados ao IBAMA e 
 
 
30 
 
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meio ambiente de maneira geral, para consulta a licenciamento ambiental, projetos e 
legislação pertinente, em todos os estados brasileiros. 
NÍVEL ESTADUAL 
Em Minas Gerais, as atribuições do licenciamento ambiental e da Autorização 
Ambiental de Funcionamento (AAF) são exercidas pelo Conselho Estadual de Política 
Ambiental (Copam), das Unidades Regionais Colegiadas (URCs), das 
Superintendências Regionais de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 
(Suprams), que representa a Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), o 
Instituto Mineiro deGestão das Águas (Igam) e o Instituto Estadual de Florestas (IEF). 
Para a regularização ambiental, considera-se a tabela abaixo: 
 
De acordo com o IBAMA , a regularização ambiental de um empreendimento 
não termina, entretanto, com a obtenção da Licença de Operação (LO) ou da AAF. O 
fato de ter obtido um ou outro desses diplomas legais significa que o empreendimento 
atendeu a uma exigência legal, mas a manutenção da regularidade ambiental pressupõe 
 
 
31 
 
31 
o cumprimento permanente de diversas exigências legais e normativas, explícitas ou 
implícitas na licença ambiental ou na AAF. 
Em Minas Gerais, os estudos ambientais solicitados durante o processo de 
licenciamento ambiental são: 
 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA): deve ser elaborado por 
equipe multidisciplinar, com o objetivo de demonstrar a viabilidade ambiental 
do empreendimento ou atividade a ser instalada. Foi instituído pela Resolução 
Conama 01/86, sendo solicitada durante a LP. 
 RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA): explicita as 
conclusões do EIA e que necessariamente sempre o acompanha. À semelhança 
do EIA, o Rima deve ser elaborado por equipe multidisciplinar, redigido em 
linguagem acessível, devidamente ilustrado com mapas, gráficos e tabelas, de 
forma a facilitar a compreensão de todas as consequências ambientais e sociais 
do projeto por parte de todos os segmentos sociais interessados, principalmente 
a comunidade da área diretamente afetada. 
 RELATÓRIO DE CONTROLE AMBIENTAL (RCA): exigido em caso de 
dispensa do EIA/Rima. É por meio do RCA que o empreendedor identifica as 
não conformidades efetivas ou potenciais decorrentes da instalação e da 
operação do empreendimento para o qual está sendo requerida a licença. 
 PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL (PCA): documento por meio do 
qual o empreendedor apresenta os planos e projetos capazes de prevenir e/ou 
controlar os impactos ambientais decorrentes da instalação e da operação do 
empreendimento para o qual está sendo requerida a licença, assim como, para 
corrigir as não conformidades identificadas. O PCA é sempre necessário, 
independente da exigência ou não de EIA/Rima, sendo solicitado durante a LI. 
 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO AMBIENTAL DO 
SISTEMA DE CONTROLE E DEMAIS MEDIDAS MITIGADORAS 
(RADA): tem a finalidade de subsidiar a análise do requerimento de revalidação 
da LO, de acordo com o artigo 3º, inciso I da Deliberação Copam 17/96. O 
procedimento de revalidação da LO tem por objetivo fazer com que o 
desempenho ambiental do empreendimento seja formalmente submetido a uma 
avaliação periódica. Esse período é sempre aquele correspondente ao prazo de 
 
 
32 
 
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vigência da LO vincenda. A revalidação da LO é também a oportunidade para 
que o empreendedor explicite os compromissos ambientais voluntários 
porventura assumidos, bem como, algum passivo ambiental não conhecido ou 
não declarado por ocasião da LP, ou da LI, ou da primeira LO, ou mesmo por 
ocasião da última revalidação. 
Para Firjan (2004), no Estado do Rio de Janeiro, os principais documentos 
exigidos para licenciamento ambiental são: 
 Memorial descritivo do processo industrial da empresa; 
 Formulário de Requerimento preenchido e assinado pelo representante legal; 
 Cópia do CPF e Identidade do representante legal que assinar o requerimento; 
 Cópias dos CPFs e Registros nos Conselhos de Classe dos profissionais 
responsáveis pelo projeto, construção e operação do empreendimento; 
 Cópias do CPF e Identidade de pessoa encarregada do contato entre a empresa e 
o órgão ambiental; 
 Cópias da Procuração, do CPF e da Identidade do procurador, quando houver; 
 Cópia da Ata da eleição da última diretoria, quando se tratar de sociedade 
anônima, ou contrato social registrado, quando se tratar de sociedade por cotas 
de responsabilidade limitada; 
 Cópia do CNPJ- Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica; 
 Cópias do registro de propriedade do imóvel ou de certidão de aforamento ou 
cessão de uso; 
 Cópia da Certidão da Prefeitura indicando que o enquadramento do 
empreendimento está em conformidade com o a Lei de Zoneamento Municipal; 
 Cópia da Licença ambiental anterior, se houver; 
 Guia de Recolhimento (GR) do custo de Licença. A efetuação do pagamento e 
custo da taxa referente deverá ser orientada pelo órgão; 
 Planta de Localização do empreendimento. Poderá a empresa anexar cópia de 
mapas do Guia Rex ou outros mapas de ruas, indicando sua localização; 
 Croquis ou planta hidráulica, das tubulações que conduzem os despejos 
industriais, esgotos sanitários, águas de refrigeração, águas pluviais etc. A 
representação dessas tubulações deverão ser apresentadas com linhas em cores 
ou traços diferentes. 
 
 
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O EXEMPLO DA AMAZÔNIA 
Conforme MMA (2007), a implantação do Sistema de Licenciamento Ambiental 
em Propriedade Rural na Amazônia é parte de uma ampla estratégia elaborada e 
executada nos últimos três anos pelo Ministério do Meio Ambiente. Tal estratégia foi 
definida no âmbito de um processo de consulta aos governos estaduais e aos setores 
organizados da sociedade civil, conduzido pela Secretaria de Coordenação da Amazônia 
e ao qual se deu o nome de Agendas Positivas. 
Sua finalidade é conter o desmatamento e, ao mesmo tempo, tornar viável a 
implantação de um modelo econômico que valorize a permanência da floresta em pé e 
promova melhores condições de vida para a população amazônica. 
Segundo MMA (2007), a eficiência do Sistema de Licenciamento Ambiental em 
Propriedade Rural foi testada com sucesso no Estado do Mato Grosso que, com o apoio 
do Ministério do Meio Ambiente, o adotou em 1999. No primeiro ano de 
funcionamento, esse sistema reduziu em 24% a taxa de desmatamento no Estado e em 
53% o número de focos de calor registrados no período. Em parceria com os órgãos de 
meio ambiente e os Ministérios Públicos estaduais, o Ministério do Meio Ambiente 
implantará o Sistema de Licenciamento Ambiental em Propriedade Rural em todos os 
estados da Amazônia. 
 NÍVEL MUNICIPAL 
Segundo Schneider (2000) o Sistema Municipal de Proteção Ambiental, 
geralmente, é composto por órgão da prefeitura e entidades do município. Poderá 
integrar entidades de pesquisa e fundações responsáveis pela pesquisa em recursos 
naturais, proteção e melhoria da qualidade ambiental, pelo planejamento, controle, 
fiscalização das atividades que afetam o meio ambiente e aplicação de normas a ele 
pertinentes, e pelas ações não governamentais. 
O Sistema Municipal de Proteção Ambiental deverá conter: 
 Conselho Municipal do Meio Ambiente, órgão superior do Sistema, de caráter 
consultivo, deliberativo e normativo, responsável pela aprovação e 
acompanhamento da implantação da Política Municipal do Meio Ambiente, bem 
como, dos demais planos afetos à área; 
 
 
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 A Secretaria, Diretoria, Departamento ou Seção de Meio Ambiente do 
Município, responsável pelo meio ambiente, como órgão central (unidade 
administrativa); 
 As demais Secretarias Municipais e organismos da administração direta e 
indireta, assim como, as instituições governamentais e não governamentais com 
atuação no município. 
 Os órgãos responsáveis pela gestão dos recursos ambientais, preservação e 
conservação do meio ambiente e execução da fiscalização das normas de 
proteção ambiental, como órgãos executores. 
Segundo Dallagnol (2006), juridicamente, o licenciamento ambiental é o 
instrumento básico da Política Municipal de Gestão e Saneamento Ambiental e tem por 
objetivo a prévia redução dos impactos ambientais causados pelos empreendimentos e 
atividades, de forma a assegurar um meio ambiente equilibrado e a qualidade de vida da 
população. Não há dúvidas de que esse controle é a base do conceito de 
desenvolvimento sustentável, que nada mais é do que o equilíbrio entre 
desenvolvimento econômico e a preservação do meio ambiente. 
Como já foi afirmado,o licenciamento ambiental é o exercício do poder de 
polícia, um controle prévio à atividade privada e ação que se antecipa à produção do 
dano ambiental. 
De acordo com Dallagnol (2006), no caso do município e à luz do Direito, 
mesmo que o município detenha competência legislativa, apenas para complementar ou 
suplementar a legislação federal e estadual, no que couber (art. 24, inciso VI, c/c art. 30, 
incisos I e II, todos da CF), sua competência executiva, ou administrativa, em matéria 
de proteção ao meio ambiente e combate a poluição, é plena, por força do art. 23, VI, da 
Constituição Federal. 
Para o mesmo autor, citado anteriormente, apesar do artigo 10 da lei nº 6.938/81 
determinar ser necessário prévio licenciamento por órgão estadual competente, 
integrante do SISNAMA, o Município tem plena legitimidade para realizar o 
licenciamento ambiental em relação àquelas atividades que tenham impacto local, desde 
que conte com a estrutura administrativa adequada, inclusive com a implementação do 
Conselho Municipal do Meio Ambiente e corpo técnico capacitado, além da existência 
da legislação municipal pertinente que legitime sua atuação. Nesse sentido, o Estado e a 
 
 
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União têm competência plena para licenciar apenas aqueles empreendimentos cujo 
impacto ultrapasse o âmbito local ou regional, respectivamente, e competência 
suplementar, no caso de não existir a estrutura municipal adequada, tanto legal e 
administrativa como também operacionalmente, para promover o licenciamento 
ambiental, nos casos de empreendimentos com impacto local. 
Na resolução 237/97 do CONAMA, artigo 6º, foram estabelecidas as atribuições 
dos municípios no licenciamento de atividades de impacto local, sendo que o artigo diz 
o seguinte: 
Compete ao órgão ambiental municipal, ouvidos os órgãos competentes da 
União, dos Estados e do Distrito Federal, quando couber, o licenciamento ambiental de 
empreendimentos e atividades de impacto local e daqueles que lhe forem delegados pelo 
Estado por instrumento legal ou convênio. (Resolução 237/97 CONAMA, artigo 6º, 
1997) 
O importante, de acordo com Firjan (2004), ao final deste tópico, é entendermos 
que: 
 O processo de Licenciamento Ambiental, apesar de ser constituído de várias 
etapas e exigências, é uma obrigação legal; 
 este processo pode ser simplificado quando as empresas buscam trabalhar com o 
órgão ambiental desde o início, buscando de forma transparente as soluções para 
o desenvolvimento de suas atividades, respeitando o meio ambiente; 
 o real objetivo da criação deste instrumento, o processo Licenciamento 
Ambiental por órgãos ambientais, é a conciliação do desenvolvimento das 
atividades humanas com o respeito ao meio ambiente. 
 
 
 
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PRINCIPAIS ATIVIDADES PASSÍVEIS DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
 
Atividades agropecuárias – têm impactos variados como, por exemplo: 
métodos de cultivo inadequados, podem ocasionar, entre outros danos, o desmatamento, 
a degradação dos solos, a salinização e desertificação de áreas, a contaminação dos 
ecossistemas por agrotóxicos, além de emissões de CH4 para a atmosfera devido às 
queimadas. 
Os meios de transporte – rodovias e ferrovias podem ocasionar impactos 
ambientais relacionados a alterações na socioeconomia regional, pressão sobre 
comunidades rurais e áreas sensíveis (indígenas, culturais, históricas e turísticas), 
modificações em sistemas naturais de drenagem e desequilíbrio ecológico advindo de 
mudanças nos ecossistemas locais. 
Atividades de energia, mineração, exploração de petróleo, extração mineral e 
vegetal, sistemas de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto e resíduos 
sólidos são outros exemplos de atividades passíveis de licenciamento ambiental devido 
às mudanças que provocam no meio ambiente. 
MARKETING VERDE 
Para falarmos de marketing verde, é preciso relembrar alguns conceitos 
importantes como marketing que é uma função fundamental em qualquer organização 
voltada para identificação das necessidades, carências e valores de um mercado alvo, ou 
seja, o que o cliente quer, tendo que satisfazê-lo com rapidez, qualidade e eficiência. 
Dentro de um cenário em que as tendências se voltam para a busca da qualidade 
de vida, surgiu a necessidade de desenvolver produtos e serviços chamados 
 
 
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ecologicamente corretos e voltados para a satisfação de um público exigente. Assim 
nasceu o marketing verde. 
Segundo Lavorato (2009) marketing verde, trata-se de um nicho (pequeno 
segmento da sociedade) crescente do mercado. É considerado nicho porque é ainda 
incipiente, o que determina baixo volume de produção e consumo, e é crescente, porque 
está dentro da necessidade urgente de melhores indicativos de qualidade de vida. O 
Nicho verde é um segmento específico do mercado que valoriza produtos e serviços 
ecologicamente corretos por conhecer, compreender e não aceitar as consequências das 
atividades extrativistas e não sustentáveis que provocam o esgotamento de recursos 
naturais para as atuais e próximas gerações. 
O marketing verde é um sinal de que a humanidade (mesmo que ainda numa 
parcela muito pequena) está se conscientizando que o planeta precisa ser “usado” com 
cautela. A população crescente, um estilo de vida extrativista (recursos não-renováveis) 
e poluidor (descartável) determinam um rápido esgotamento de tudo aquilo que nos 
proporciona vida (água, ar, solo, fauna e flora) e qualidade de vida (petróleo, minerais, 
energia, espaço, etc.). 
De acordo com Lavorato (2009), nesse contexto, o marketing verde possui as 
seguintes fundamentações: 
 LEI DA OFERTA E DA PROCURA: Vivemos num modelo econômico que 
acelera o esgotamento de recursos naturais vitais e não vitais: 
- Produção extrativista (matéria prima) X Recursos Naturais finitos. 
- Produção Massa (alta produção de resíduos) X Recursos Naturais 
Contaminados (poluição). 
- Consumo Massa (Alta Produção descarte) X Espaços reduzidos (volume de 
lixo). 
 LEIS PROTECIONISTAS: As leis são determinadas pela sociedade, segundo 
suas necessidades e valores. No caso do meio ambiente, desde 1992 (ECO 92), o 
mundo está atento e interessado. Vários outros encontros, debates e acordos 
mundiais têm se estabelecidos. Como exemplo, temos o Protocolo de Kyoto que 
determina índices de redução na emissão de CO2 na atmosfera. Este 
posicionamento global de preservação ambiental se traduz em incentivo à 
adoção de novos hábitos de produção e consumo. A legislação, as políticas de 
 
 
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importação, campanhas e procedimentos, incentivam e impõem a mudança de 
valores. 
 INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS: Por outro lado, o acesso à tecnologias mais 
limpas e a própria tecnologia de informação e difusão de conhecimentos 
agilizam processos e mudanças de hábitos e atitudes. Hoje, já se reconhece a 
receptividade da atual geração por uma nova ordem de consumo. 
 NOVOS MERCADOS: O nicho verde trabalha com tendências atuais e futuras, 
com novos hábitos de consumo, novos produtos e novos mercados. Cada 
Geração avança 1(um) passo em comparação a anterior. Nos próximos 20 anos, 
teremos decisões mais precisas, escolhas mais responsáveis. Hoje, já temos nas 
prateleiras opções de produtos ecológicos como o alimento orgânico, produtos 
reciclados, carros menos poluidores, equipamentos elétricos com menor 
consumo de energia, detergentes biodegradáveis, serviços de coleta seletiva de 
lixo, etc. 
 CONSUMO RESPONSÁVEL: embora façamos parte do ecossistema com 
uma participação muita pequena (somos uma das espécies) temos, porém, 
grande poder de interferência positiva e/ou negativa e não podemos e nem 
queremos deixar como marca registrada da interferência humana no planeta, o 
lixo e a poluição, pois seremos os responsáveis por nossa própria destruição. 
Eis assim, a necessidade de investimento em produtos e serviços ecologicamente 
corretos que ajudarão a equilibrar nossascontas com o planeta. 
Contabilmente, passivo são as obrigações das empresas com terceiros, sendo que 
tais obrigações, mesmo sem uma cobrança formal ou legal, devem ser reconhecidas. 
O passivo ambiental representa os danos causados ao meio ambiente, 
representando, assim, a obrigação, a responsabilidade social da empresa com aspectos 
ambientais. Nessa proposta, no balanço patrimonial de uma empresa, é incluído, através 
de cálculos estimativos, o passivo ambiental (danos ambientais gerados), e no ativo 
(bens e direitos) são incluídos as aplicações de recursos que objetivem a recuperação do 
ambiente, bem como, investimentos em tecnologia de processos de contenção ou 
eliminação de poluição. 
A identificação do passivo ambiental está sendo muito utilizada em avaliações 
para negociações de empresas e em privatizações, pois a responsabilidade e a obrigação 
 
 
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da restauração ambiental podem recair sobre os novos proprietários. Ele funciona como 
um elemento de decisão no sentido de identificar, avaliar e quantificar posições, custos 
e gastos ambientais potenciais que precisam ser atendidos a curto, médio e a longo 
prazo. Deve ser ressaltado, porém, que o passivo ambiental não precisa estar 
diretamente vinculado aos balanços patrimoniais, podendo fazer parte de um relatório 
específico, discriminando-se as ações e esforços desenvolvidos para a eliminação ou 
redução de danos ambientais. Essa metodologia vem sendo seguida por empresas do 
mundo inteiro. 
Créditos de Carbono são certificados que autorizam o direito de poluir. O 
princípio é simples. As agências de proteção ambiental reguladoras emitem certificados 
autorizando emissões de toneladas de dióxido de enxofre, monóxido de carbono e 
outros gases poluentes. As empresas recebem bônus negociáveis na proporção de suas 
responsabilidades. Cada bônus, cotado em US$, equivale a uma tonelada de poluentes. 
Quem não cumpre as metas de redução progressiva estabelecidas por lei, tem que 
comprar certificados das empresas mais bem sucedidas. O sistema tem a vantagem de 
permitir que cada empresa estabeleça seu próprio ritmo de adequação às leis ambientais. 
Esses certificados podem ser comercializados através das Bolsas de Valores e de 
Mercadorias. 
Segundo Lavorato (2009), há várias empresas especializadas no 
desenvolvimento de projetos que reduzem o nível de gás carbônico na atmosfera e na 
negociação de certificados de emissão do gás espalhadas pelo mundo se preparando 
para vender cotas dos países subdesenvolvidos e países em desenvolvimento que, em 
geral, emitem menos poluentes para os que poluem mais. Enfim, preparam-se para 
negociar contratos de compra e venda de certificados que conferem aos países 
desenvolvidos o direito de poluir. 
 
 
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ATUAÇÃO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
 
O profissional que atua com educação ambiental não precisa ser necessariamente 
um professor, entretanto, é no campo da educação que ele encontra espaço para 
desenvolver projetos que levem à conscientização necessária que tanto precisamos para 
proteger e usar racionalmente os recursos da natureza. Nesse caminho, segundo Pires 
(1998, p.54) citado por Vidal (2004, p. 165), a escola: 
enquanto ensino formal, ainda apresenta-se contraditória, pois, assim como 
ela ainda reproduz as condições sociais e econômicas, também, deve buscar 
uma forma de capacitação para a apropriação dos meios para a compreensão 
e transformação da sociedade em que está inserida, portanto, ela deveria levar 
a educação a ser um meio de transformação social e a partir daí, poderia 
incentivar transformações ambientais rumo à sustentabilidade. (PIRES, 1998, 
. 54 apud VIDAL, 2004, p.165) 
Para Guareschi (2002, p. 110), citado por Vidal (2004, p. 181) de nada adiantam 
belos discursos, cheios de propósitos e palavras libertadoras, se a prática é dominadora. 
Mas se numa escola, educadores e educandos se propuserem a vivenciar e promover 
novas relações sociais, baseadas na igualdade, no respeito, no diálogo, então sim, essa 
sociedade começa a mudar. As pessoas que se acostumam a uma prática democrática 
vão levar essa prática às outras situações sociais em que elas vivem, como: às igrejas, às 
famílias, aos locais de trabalho, entre outros. 
Em se tratando de Educação Ambiental, ela deve ser constantemente crítica e 
aberta a novos questionamentos e Vidal (2004, p. 176) salienta que: 
 
 
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Os educadores ambientais precisam estar cientes de que [...] essa cidadania 
planetária só pode ser exercida pelos segmentos sociais que não estão sendo 
excluídos neste processo de mudanças. Delega assim aos educadores o papel 
de agente e formador de [...] agentes que contribuirão no processo de 
transformação deste atual modelo de sociedade e da lógica dominante das 
mudanças em curso, entendendo que os homens se definem por seu agir entre 
os outros homens, influindo no mundo que os cerca [e que] esta capacidade 
de agir em meio à diversidade de ideias e posições é a base da convivência 
democrática e do exercício de cidadania. (VIDAL, 2004, p.176) 
Voltando a questão para o trabalho da interdisciplinaridade, esse é necessário e 
recomendado, buscando unir profissionais ligados às áreas da educação, como também 
da Biologia, Artes, Ecologia, Geografia, História, Matemática, Português, enfim, todos 
aqueles que trabalham como professores das disciplinas básicas nas escolas de Ensino 
Fundamental e Médio, sendo disseminadores ou multiplicadores desses conhecimentos 
que serão inseridos na vida cotidiana de todos os indivíduos. 
Sem dúvida, a educação tem um importante papel no processo de construção de 
uma sociedade mais justa, e considera-se a interdisciplinaridade como eixo central da 
sua prática. Isso supera a concepção da Educação Ambiental voltada ao tarefismo 
naturalista, tratando de contemplar especificamente problemas ambientais, relacionados 
com o meio natural. 
A prática da Educação Ambiental se dá na ação interdisciplinar. A Educação 
Ambiental não será condicionada a recortes teóricos fechados, mas em seu caráter 
interdisciplinar em função de que sua prática, na forma considerada, evoca a interseção 
de inúmeras áreas do conhecimento. 
O documento da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e 
Cultura (Unesco), 1977 – Educating for a Sustentainble Future – mostra que uma 
premissa básica para a educação é a interdependência das variadas formas de vida e 
salienta a relação dessa ótica educacional com a construção de uma nova ética. 
Segundo Cascino (1999) apud Vidal (2004), é papel da ação interdisciplinar, 
desenvolver através de seu educador/orientador, a transmissão e reconstrução de 
conteúdos, relacionando-os e desenvolvendo a partir daí o processo interdisciplinar, 
imbuído de muitas outras tarefas. Não se trata de simples cruzamento de ‘coisas’ 
parecidas; trata-se, bem ao contrário, de construir diálogos fundados na diferença, 
abraçando concretamente a riqueza derivada da diversidade. 
 
 
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A interdisciplinaridade permite, através de sua ação educativa, que o ser humano 
seja percebido em sua complexidade, incorporando o ambíguo. A ambiguidade é uma 
categoria explorada por Fazenda (1998) e Cascino (1999) apud Vidal (2004), cujo 
exercício nos remete à diversidade. O trabalho de construção conceitual interdisciplinar 
visa ao exercício pleno da ambiguidade nas questões da educação. 
Voltando à interdisciplinaridade, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais 
(1997, p. 24), essa questiona a segmentação entre os diferentes campos de 
conhecimento, produzida por uma abordagem que não leva em conta a inter-relação e a 
influência entre eles — questiona a visão compartimentada (disciplinar), da realidade 
sobre a qual a escola, tal como é conhecida, historicamente se constituiu. 
Já a transversalidade diz respeito à possibilidade de se estabelecer, na prática 
educativa, uma relação entre aprender

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