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METODOLOGIA METODOLOGIA DO ENSINO DO ENSINO DEDE HISTÓRIAHISTÓRIA Professora Professora Me. Me. Priscilla Priscilla Campiolo Campiolo Manesco PManesco Paixãoaixão GRADUAÇÃOGRADUAÇÃO PEDAGOGIAPEDAGOGIA MARINGÁ-PRMARINGÁ-PR 20122012 Reitor:Reitor: Wilson de Matos Silva Wilson de Matos Silva Vice-Reitor:Vice-Reitor: Wilson de Matos Wilson de Matos Silva FilhoSilva Filho Pró-Reitor de Administração:Pró-Reitor de Administração: Wilson de Matos Silva FilhoWilson de Matos Silva Filho Presidente da Presidente da Mantenedora:Mantenedora: Cláudio FerdinandiCláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a DistânciaNEAD - Núcleo de Educação a Distância Diretoria do NEAD:Diretoria do NEAD: Willian Victor Kendrick de Matos SilvaWillian Victor Kendrick de Matos Silva Coordenação Pedagógica:Coordenação Pedagógica: Gislene Miotto Catolino RaymundoGislene Miotto Catolino Raymundo Coordenação de Marketing:Coordenação de Marketing: Bruno JorgeBruno Jorge Coordenação ComercialCoordenação Comercial: Helder Machado: Helder Machado Coordenação de Tecnologia:Coordenação de Tecnologia: Fabrício Ricardo LazilhaFabrício Ricardo Lazilha Coordenação de Curso:Coordenação de Curso: Márcia Maria Previato de SouzaMárcia Maria Previato de Souza Supervisora Supervisora do Núcleo de do Núcleo de Produção de MaProdução de Materiais:teriais: Nalva Aparecida da Rosa MouraNalva Aparecida da Rosa Moura Capa e Editoração:Capa e Editoração: Daniel Fuverki Hey, Fernando Henrique Mendes, Jaime de Daniel Fuverki Hey, Fernando Henrique Mendes, Jaime de Marchi Junior, Luiz Fernando Rokubuiti eMarchi Junior, Luiz Fernando Rokubuiti e Thayla Daiany Guimarães CripaldiThayla Daiany Guimarães Cripaldi Supervisão de Materiais:Supervisão de Materiais: Nádila de Almeida Nádila de Almeida ToledoToledo Revisão Textual e Normas:Revisão Textual e Normas: Cristiane de Oliveira Alves, GabrCristiane de Oliveira Alves, Gabr iela Fonseca Tofanelo, Janaína Bicudo Kikuchi, Jaquelinaiela Fonseca Tofanelo, Janaína Bicudo Kikuchi, Jaquelina Kutsunugi e Maria Fernanda Canova Vasconcelos.Kutsunugi e Maria Fernanda Canova Vasconcelos. Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central - CESUMARFicha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central - CESUMAR CENTRO UNIVERSITÁRCENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo IO DE MARINGÁ. Núcleo de Educaçãode Educação a a distância:distância: C397 C397 Metodologia Metodologia do do ensino ensino de de história/ história/ Priscilla Priscilla Campiolo Campiolo Ma-Ma- nesco Paixão - Maringá - PR, 2012.nesco Paixão - Maringá - PR, 2012. 228 228 p.p. “Graduação “Graduação em em Pedagogia Pedagogia - - EaD”.EaD”. 1. Metodologia de ensino. 2. Ensino superior. 3. História.1. Metodologia de ensino. 2. Ensino superior. 3. História. 4.EaD. I. Título.4.EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 372.89CDD - 22 ed. 372.89 CIP CIP - - NBR NBR 12899 12899 - - AACR/2AACR/2 “As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir dos sites“As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir dos sites PHOTOS.COM e SHUTTERSTOCK.COMPHOTOS.COM e SHUTTERSTOCK.COM”.”. v. Guedner, 1610 - Jd. Aclimação -v. Guedner, 1610 - Jd. Aclimação - (44) 3027-6360(44) 3027-6360 - CEP 87050-390 - Maringá - Paraná - www.cesumar.br - CEP 87050-390 - Maringá - Paraná - www.cesumar.br NEAD - Núcleo de Educação a Distância - bl. 4 sl. 1 e 2 -NEAD - Núcleo de Educação a Distância - bl. 4 sl. 1 e 2 - (44) 3027-6363 -(44) 3027-6363 - ead@cesumar.br - www.ead.cesumar.br ead@cesumar.br - www.ead.cesumar.br METODOLOGIA DO ENSINO DEMETODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIAHISTÓRIA Professora Me. Priscilla Campiolo Manesco PaixãoProfessora Me. Priscilla Campiolo Manesco Paixão 55METODOLMETODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | OGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | Educação a DistânciaEducação a Distância APRESENTAÇÃO DO REITORAPRESENTAÇÃO DO REITOR Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos.Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades paraA busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para liderança e solução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência noliderança e solução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho.mundo do trabalho. Cada um de nós tem uma grande responsabilidade: as escolhas que fizermos por nós Cada um de nós tem uma grande responsabilidade: as escolhas que fizermos por nós e pelose pelos nossos fará grande diferença no futuro.nossos fará grande diferença no futuro. Com essa visão, o Cesumar – Centro Universitário de Maringá – assume o compromissoCom essa visão, o Cesumar – Centro Universitário de Maringá – assume o compromisso de democratizar o conhecimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dosde democratizar o conhecimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros.brasileiros. No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreasNo cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimentodo conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” –, o Cesumar busca a integração do ensino-pesquisa-ex-de uma sociedade justa e solidária” –, o Cesumar busca a integração do ensino-pesquisa-ex- tensão com as demandas institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica quetensão com as demandas institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consciência social e política e, por fcontribua para o desenvolvimento da consciência social e política e, por f im, a democratizaçãoim, a democratização do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade.do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade. Diante disso, o Cesumar almeja ser reconhecido como uma instituição universitária de referên-Diante disso, o Cesumar almeja ser reconhecido como uma instituição universitária de referên- cia regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de compe-cia regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de compe- tências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; consolidação da extensãotências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; consolidação da extensão universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfaçãouniversitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrativa; compromisso socialacadêmica e administrativa; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como tambémde inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relacionamento permanente com os egressos, incentivando a educaçãopelo compromisso e relacionamento permanente com os egressos, incentivando a educação continuada.continuada. Professor Wilson de Matos SilvaProfessor Wilson de Matos Silva Reitor Reitor 66 METODOLMETODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | OGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | Educação a DistânciaEducação a Distância Caro aluno, “Caro aluno, “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a suaensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a produção ou a sua construçãosua construção” (FREIRE, 1996, p. 25). Tenho a certeza de que no Núcleo de” (FREIRE, 1996, p. 25). Tenho a certeza de que no Núcleo de Educação a Distância do Cesumar, você terá à sua disposição todasas condições para seEducação a Distância do Cesumar, você terá à sua disposição todas as condições para se fazer um competente profissional e, assim, colaborfazer um competente profissional e, assim, colaborar efetivamente para o desenvolvimento daar efetivamente para o desenvolvimento da realidade social em que está inserido.realidade social em que está inserido. Todas as atividades de estudo presentes neste material foram desenvolvidas para atender oTodas as atividades de estudo presentes neste material foram desenvolvidas para atender o seu processo de formação e contemplam as diretrizes curriculares dos cursos de graduação,seu processo de formação e contemplam as diretrizes curriculares dos cursos de graduação, determinadas pelo Ministério da Educação (MEC). Desta forma, buscando atender essasdeterminadas pelo Ministério da Educação (MEC). Desta forma, buscando atender essas necessidades, dispomos de uma equipe de profissionais multidisciplinares para que,necessidades, dispomos de uma equipe de profissionais multidisciplinares para que, independente da distância geográfica que você esteja, possamos interagir e, assim, fazer-seindependente da distância geográfica que você esteja, possamos interagir e, assim, fazer-se presentes no seu processo de ensino-aprendizagem-conhecimento.presentes no seu processo de ensino-aprendizagem-conhecimento. Neste sentido, por meio de um Neste sentido, por meio de um modelo pedagógico modelo pedagógico interativointerativo, possibilitamos que, efetivamente, possibilitamos que, efetivamente,, você construa e amplie a sua rede de conhecimentos. Essa interatividade será vivenciadavocê construa e amplie a sua rede de conhecimentos. Essa interatividade será vivenciada especialmente no ambiente virtual de especialmente no ambiente virtual de aprendizagem – AVaprendizagem – AVA – no A – no qual disponibilizamos, além doqual disponibilizamos, além do material produzido em linguagem dialógica, aulas sobre os cmaterial produzido em linguagem dialógica, aulas sobre os conteúdos abordados, atividades deonteúdos abordados, atividades de estudo, enfim, um mundo de linguagens diferenciadas e ricas de possibilidades efetivas paraestudo, enfim, um mundo de linguagens diferenciadas e ricas de possibilidades efetivas para a sua aprendizagem. Assim sendo, todas as atividades de ensino, disponibilizadas para o seua sua aprendizagem. Assim sendo, todas as atividades de ensino, disponibilizadas para o seu processo de formação, têm por intuito possibilitar o desenvolvimento de novas competênciasprocesso de formação, têm por intuito possibilitar o desenvolvimento de novas competências necessárias para que você se aproprie do conhecimento de forma colaborativa.necessárias para que você se aproprie do conhecimento de forma colaborativa. Portanto, recomendo que durante a realização de seu curso, você procure interagir com osPortanto, recomendo que durante a realização de seu curso, você procure interagir com os textos, fazer anotações, responder às atividades de autoestudo, participar ativamente dostextos, fazer anotações, responder às atividades de autoestudo, participar ativamente dos fóruns, ver as indicações de leitura e realizar novas pesquisas sobre os assuntos tratados,fóruns, ver as indicações de leitura e realizar novas pesquisas sobre os assuntos tratados, pois tais atividades lhe possibilitarão organizar o seu processo educativo e, assim, superar ospois tais atividades lhe possibilitarão organizar o seu processo educativo e, assim, superar os desafios na construção de cdesafios na construção de conhecimentos. Para finalizar essa mensagem de boas-vindas, lheonhecimentos. Para finalizar essa mensagem de boas-vindas, lhe estendo o convite para que caminhe conosco na Comunidade do Conhecimento e vivencieestendo o convite para que caminhe conosco na Comunidade do Conhecimento e vivencie a oportunidade de constituir-se sujeito do seu processo de aprendizagem e membro de umaa oportunidade de constituir-se sujeito do seu processo de aprendizagem e membro de uma comunidade mais universal e igualitária.comunidade mais universal e igualitária. Um grande abraço e ótimos momentos de construção de aprendizagem!Um grande abraço e ótimos momentos de construção de aprendizagem! Professora Gislene Miotto Catolino RaymundoProfessora Gislene Miotto Catolino Raymundo Coordenadora Pedagógica do NEAD- CESUMAR Coordenadora Pedagógica do NEAD- CESUMAR 77METODOLMETODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | OGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | Educação a DistânciaEducação a Distância APRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃO Livro:Livro: METODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIAMETODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA Professora Professora Me. PMe. Priscilla Campiolo Manesco riscilla Campiolo Manesco PaixãoPaixão Prezado aluno,Prezado aluno, Acredito que uma breve apresentação da minha pessoa se faça necessário para que vocêAcredito que uma breve apresentação da minha pessoa se faça necessário para que você possa compreender o motivo que me possa compreender o motivo que me levou a escrever este material que faz parte da disciplinalevou a escrever este material que faz parte da disciplina de METODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA.de METODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA. Desde criança sempre gostei muito de crianças e de ensinar. Minha primeira experiência foiDesde criança sempre gostei muito de crianças e de ensinar. Minha primeira experiência foi com meus próprios irmãos. Ajudei-os a descobrir o mundo letrado, ensinando-lhes a ler ecom meus próprios irmãos. Ajudei-os a descobrir o mundo letrado, ensinando-lhes a ler e escrever por meio dos gibis que tínhamos em casa, quando ainda cursava o 1° grau comoescrever por meio dos gibis que tínhamos em casa, quando ainda cursava o 1° grau como chamávamos. Pela manhã estudava e a tarde ajudava as “tias” como eram denominadas aschamávamos. Pela manhã estudava e a tarde ajudava as “tias” como eram denominadas as professoras nas turmas do pré-escolar.professoras nas turmas do pré-escolar. Quando então cheguei ao 2° grau, não pensei duas vezes, fui logo cursar o Magistério. AQuando então cheguei ao 2° grau, não pensei duas vezes, fui logo cursar o Magistério. A experiência foi fantástica e depois disso nunca mais saí da escola. Da Educação Infantil aoexperiência foi fantástica e depois disso nunca mais saí da escola. Da Educação Infantil ao Ensino Superior, pude experimentar de tudo um pouco.Ensino Superior, pude experimentar de tudo um pouco. Sou apaixonada pela educação e isto não é um discurso barato desses que a “gente” compraSou apaixonada pela educação e isto não é um discurso barato desses que a “gente” compra em qualquer lugar. Tem qualquer lugar. Tenho orgulho em enho orgulho em dizer que SOU PROFESSORA. E mais dizer que SOU PROFESSORA. E mais ainda, a História,ainda, a História, especificamente, me fascina.especificamente, me fascina. Nesta perspectiva, este material foi desenvolvido especialmente para você. É destinadoNesta perspectiva, este material foi desenvolvido especialmente para você. É destinado a estudar o Ensino de História enquadrado na Educação Infantil e anos iniciais do Ensinoa estudar o Ensino de História enquadrado na Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental.Fundamental. Cabe lembrar que na Educação Infantil não temos a disciplina específica de História, aCabe lembrar que na Educação Infantil não temos a disciplina específica de História, a disciplina faz parte do eixo NATUREZA E SOCIEDADE. E com as mudanças ocasionadasdisciplina faz parte do eixo NATUREZA E SOCIEDADE. E com as mudanças ocasionadas pelo Ensino Fundamental de 9 anos, também passamos a entender os anos iniciais de umapelo Ensino Fundamental de 9 anos, também passamos a entender os anos iniciais de uma forma mais abrangente.forma mais abrangente. O ponto de partida de qualquer trabalho voltado para o ensino-aprendizagem de HistóriaO ponto de partida de qualquer trabalho voltado para o ensino-aprendizagem de História envolve considerar o repertório dos alunos,ou seja, todo o conhecimento que eles trazemenvolve considerar o repertório dos alunos, ou seja, todo o conhecimento que eles trazem consigo que denominamos conhecimento prévio, senso comum ou mesmo conhecimentoconsigo que denominamos conhecimento prévio, senso comum ou mesmo conhecimento 88 METODOLMETODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | OGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | Educação a DistânciaEducação a Distância cotidiano. Isto porque as crianças participam de inúmeros espaços de convívio, em que secotidiano. Isto porque as crianças participam de inúmeros espaços de convívio, em que se socializam, produzem e reproduzem uma infinidade de socializam, produzem e reproduzem uma infinidade de regras, valores, hábitos e costumes.regras, valores, hábitos e costumes. Além do convívio familiar, do bairro, da escola, das festas, da Igreja, ainda contam com osAlém do convívio familiar, do bairro, da escola, das festas, da Igreja, ainda contam com os meios de comunicação e informação como a televisão, o rádio, o jornal, o cinema e o maismeios de comunicação e informação como a televisão, o rádio, o jornal, o cinema e o mais adorado de todos, a internet.adorado de todos, a internet. Em outras palavras, devemos considerar nossos alunos como sujeitos que possuem umEm outras palavras, devemos considerar nossos alunos como sujeitos que possuem um repertório cultural enorme e que exercem a cidadania constantemente. Assim, é fundamentalrepertório cultural enorme e que exercem a cidadania constantemente. Assim, é fundamental que, nós professores, possamos desenvolver o interesse destas pessoas pelo conhecimentoque, nós professores, possamos desenvolver o interesse destas pessoas pelo conhecimento histórico por meio dos mais variados recursos, cada qual exigindo as diversas habilidadeshistórico por meio dos mais variados recursos, cada qual exigindo as diversas habilidades cognitivas: da observação à análise, passando pela identificação, interpretação e compreensão.cognitivas: da observação à análise, passando pela identificação, interpretação e compreensão. É fundamental, ainda, desenvolvÉ fundamental, ainda, desenvolver o interesse pelas várias formas de acesso ao er o interesse pelas várias formas de acesso ao conhecimentoconhecimento histórico pelas diferentes fontes e linguagens. Cada um deles exigindo dos alunos diversashistórico pelas diferentes fontes e linguagens. Cada um deles exigindo dos alunos diversas habilidades.habilidades. Aqui não vamos apresentar cada uma das unidades, pois isto você descobrirá ao longo de suaAqui não vamos apresentar cada uma das unidades, pois isto você descobrirá ao longo de sua leitura e estudo. Procuramos sim, dar uma visão geral da disciplina e, como costumava dizerleitura e estudo. Procuramos sim, dar uma visão geral da disciplina e, como costumava dizer aos alunos do Esnino Fundamental, lançar um desafio: ao final de sua leitura, quero que aos alunos do Esnino Fundamental, lançar um desafio: ao final de sua leitura, quero que você,você, asism como eu, possa se sentir apaixonado pela asism como eu, possa se sentir apaixonado pela História.História. SUMÁRIOSUMÁRIO UNIDADE IUNIDADE I O ENSINO DE HISTÓRIAO ENSINO DE HISTÓRIA A A HISTÓRIA HISTÓRIA TEM TEM “HISTÓRIA” “HISTÓRIA” 1616 A A PÓS-MOPÓS-MODERNIDADE DERNIDADE E E SUAS SUAS IMPLICAÇÕEIMPLICAÇÕES S 2727 EIS EIS AÍ AÍ UM UM TEMA TEMA PARA PARA NOSSA NOSSA REFLEXÃO REFLEXÃO 3939 A A HISTÓRIA HISTÓRIA COMO COMO DISCIPLINA DISCIPLINA ESCOLAR ESCOLAR 4040 QUAL QUAL HISTÓRIA HISTÓRIA DEVE DEVE SER SER ENSINADA? ENSINADA? 4545 UNIDADE IIUNIDADE II TENDÊNCIAS E PERSPECTIVAS DO ENSINO DE HISTÓRIATENDÊNCIAS E PERSPECTIVAS DO ENSINO DE HISTÓRIA MUDANÇAS MUDANÇAS E E PERMANÊNCIAS PERMANÊNCIAS NOS NOS MÉTODOS MÉTODOS DA DA HISTÓRIA HISTÓRIA ESCOLAR ESCOLAR 5656 CONCEPÇÕES CONCEPÇÕES DE DE CONTEÚDOS CONTEÚDOS ESCOLARES ESCOLARES E E DE DE APRENDIZAGEM APRENDIZAGEM 6262 A A FORMAÇÃO FORMAÇÃO DE DE CONCEITOS CONCEITOS 7744 A A FORMAÇÃFORMAÇÃO O DO DO PROFESSPROFESSOR OR DE DE HISTÓRIA HISTÓRIA E E O O COTIDIANO COTIDIANO DE DE SALA DE SALA DE AULA AULA 8282 UNIDADE IIIUNIDADE III A UTILIZAÇÃO DOS DOCUMENTOS HISTA UTILIZAÇÃO DOS DOCUMENTOS HISTÓRICOS EM SALÓRICOS EM SALA DE AULAA DE AULA HISTORIADORES E PROFESSORES: DIFERENTES USOS DAS FONTES HISTÓRICASHISTORIADORES E PROFESSORES: DIFERENTES USOS DAS FONTES HISTÓRICAS 100100 A A ANÁLIANÁLISE SE DIDÁDIDÁTICA TICA DE DE UMA UMA FONTE FONTE HISTÓRICA HISTÓRICA 103103 DOCUMENTOS DOCUMENTOS ESCRITOS ESCRITOS E E NÃO NÃO ESCRITOS ESCRITOS 107107 A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO POR INTERMÉDIO DAS FONTES HISTÓRICASA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO POR INTERMÉDIO DAS FONTES HISTÓRICAS 111818 UNIDADE IVUNIDADE IV A PRÁTICA PEDAGÓGICA E O ENSINO DE HISTÓRIAA PRÁTICA PEDAGÓGICA E O ENSINO DE HISTÓRIA EFETIVEFETIVANDO A AANDO A APRENDIZAGEM: O PLANEJAMENTO COMO O PRENDIZAGEM: O PLANEJAMENTO COMO O PONTO DE PARTIDPONTO DE PARTIDAA 130130 CULCULTURA TURA AFRO-BRAFRO-BRASILEIRA ASILEIRA E E INDÍGENA INDÍGENA 152152 AVAVALIAÇÃO ALIAÇÃO COMO PROCESSO COMO PROCESSO DE DE MELHORIMELHORIAS AS DA DA AÇÃO AÇÃO DOCENTE E DOCENTE E DISCENTE DISCENTE 172172 UNIDADE VUNIDADE V HISTÓRIA: A CIÊNCIA DO HOMEM NO HISTÓRIA: A CIÊNCIA DO HOMEM NO TEMPOTEMPO O O TEMPO: TEMPO: CACATEGORIA TEGORIA ESSENCIAL ESSENCIAL PARA PARA PENSAR PENSAR A A HISTÓRIA HISTÓRIA 194194 O O TEMPO TEMPO COMO COMO APRENDIZAGEM APRENDIZAGEM SOCIAL SOCIAL 195195 IDENTIFICIDENTIFICANDO ANDO OS OS DIFERENTEDIFERENTES S TIPOS TIPOS DE DE TEMPO TEMPO 201201 AS AS NOÇÕES NOÇÕES TEMPORAIS TEMPORAIS DA DA CRIANÇA CRIANÇA 203203 O O TRABALHO TRABALHO COM COM LINHAS LINHAS DO DO TEMPO TEMPO 212122 CONCLUSÃO 221CONCLUSÃO 221 REFERÊNCIAS 223REFERÊNCIAS 223 UNIDADE IUNIDADE I O ENSINO DE HISTÓRIAO ENSINO DE HISTÓRIA Professora Me. Priscilla Campiolo Manesco PaixãoProfessora Me. Priscilla Campiolo Manesco Paixão Objetivos de AprendizagemObjetivos de Aprendizagem • • Buscar peBuscar pelas orilas origens dgens da pala palavra Históavra História, coria, compreendendo mpreendendo seus diseus diversos sentidversos sentidos.os. • • Discutir o Discutir o ensino de ensino de História num História num momento de momento de crise de crise de paradigmas paradigmas que hora que hora atraatra-- vessamos.vessamos. • • Entender Entender questões questões epistemológicas epistemológicas do conhdo conhecimento ecimento histórico histórico e a e a problemática problemática dodo conhecimento no ensino de História.conhecimento no ensino de História. Plano de EstudoPlano de Estudo A seguirA seguir, apresentam-se os , apresentam-se os tópicos que você tópicos que você estudará nesta unidade:estudará nesta unidade: • • A A História História tem tem “história”“história” • • A A pós-modernidade pós-modernidade e e suas suas implicaçõesimplicações • • A A História História como como disciplina disciplina escolar escolar • • Qual Qual História História deve deve ser ser ensinada?ensinada? 1515METODOLMETODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | OGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | Educação a DistânciaEducação a Distância INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO Para iniciarmos nossas discussões, teremos que nos remeter à Para iniciarmos nossas discussões, teremos que nos remeter à origem da palavra História, istoorigem da palavra História, isto porque tudo tem uma história, um começo, uma origem. A História não poderia ser diferente.porque tudo tem uma história, um começo, uma origem. A História não poderia ser diferente. É por isso que É por isso que dizemos que a História tem história.dizemos que a História tem história. Partiremos da definição da Partiremos da definição da palavra História, buscando suas origens e definições. Depois, nospalavra História, buscando suas origens e definições. Depois, nos remeteremos à História enquanto disciplina eremeteremos à História enquanto disciplina escolarscolar.. Talvez neste momento você já esteja pensando que estudar tal disciplina seja um tantoTalvez neste momento você já estejapensando que estudar tal disciplina seja um tanto monótono. Mas, tenho certeza que ao final deste material você se dará conta do quanto émonótono. Mas, tenho certeza que ao final deste material você se dará conta do quanto é prazeroso estudar uma disciplina que por muito tempo ficou relegada a um segundo plano.prazeroso estudar uma disciplina que por muito tempo ficou relegada a um segundo plano. A História é uma disciplina que faz parte das chamadas “humanidades”, termo pelo qual osA História é uma disciplina que faz parte das chamadas “humanidades”, termo pelo qual os franceses designam estudos humanos superiores. Mas, por muito tempo teve negado os seusfranceses designam estudos humanos superiores. Mas, por muito tempo teve negado os seus foros de ciência, sendo considerada uma disciplina de segunda categoria.foros de ciência, sendo considerada uma disciplina de segunda categoria. Lembremo-nos que no Brasil dos séculos XIX e XX, a educação escolar se limitou a ensinarLembremo-nos que no Brasil dos séculos XIX e XX, a educação escolar se limitou a ensinar a “ler, escrever e contar”. A ênfase do trabalho docente restringia-se à “alfabetização”, naa “ler, escrever e contar”. A ênfase do trabalho docente restringia-se à “alfabetização”, na maioria das vezes compreendida como aquisição da leitura, da escrita e do domínio das quatromaioria das vezes compreendida como aquisição da leitura, da escrita e do domínio das quatro operações matemáticas. Assim, raramente havia lugar para o Ensino de História. Dessa forma,operações matemáticas. Assim, raramente havia lugar para o Ensino de História. Dessa forma, os resultados nesta área do conhecimento têm sido pouco significos resultados nesta área do conhecimento têm sido pouco significativos ou, quando não, nulos.ativos ou, quando não, nulos. No entanto, compreendemos a alfabetização como a capacidade de leitura não só do texto,No entanto, compreendemos a alfabetização como a capacidade de leitura não só do texto, mas também da experiência humana vivida por todos, e como construção da própria história.mas também da experiência humana vivida por todos, e como construção da própria história.Nesta perspectiva, entendemos leitura\esNesta perspectiva, entendemos leitura\escrita não somente como a crita não somente como a habilidade mecânica, mashabilidade mecânica, mas como uma manifestação de cidadania. Estudar as informações históricas a parcomo uma manifestação de cidadania. Estudar as informações históricas a partir da realidadetir da realidade social com o objetivo de desenvolver o raciocínio histórico deve constituir o objeto das aulas desocial com o objetivo de desenvolver o raciocínio histórico deve constituir o objeto das aulas de História. Há vários encaminhamentos na defesa da disciplina.História. Há vários encaminhamentos na defesa da disciplina. Paul Valéry (18Paul Valéry (187171-1-1945) 945) considerava tal disciplina considerava tal disciplina um dos um dos produtos mais perprodutos mais perigosos do igosos do cérebrocérebro 1616 METODOLMETODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | OGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | Educação a DistânciaEducação a Distância humano, saber indigno de ser valorizado.humano, saber indigno de ser valorizado. A partir da filosofia histórica de Karl Marx (1818-1883), a História recebeu o seu devido valor,A partir da filosofia histórica de Karl Marx (1818-1883), a História recebeu o seu devido valor, sendo considerada uma ciência que se inicia onde as outras terminam e que possui um valorsendo considerada uma ciência que se inicia onde as outras terminam e que possui um valor intrínseco, em si mesma, capaz de oferecer um repertório de reflexão às outras ciências,intrínseco, em si mesma, capaz de oferecer um repertório de reflexão às outras ciências, exatas ou biológicas. E, ainda, comunicar-se e interagir com as outras ciências humanas eexatas ou biológicas. E, ainda, comunicar-se e interagir com as outras ciências humanas e sociais, num processo de enriquecimento recíproco. Isto porque, não desmerecendo associais, num processo de enriquecimento recíproco. Isto porque, não desmerecendo as demais disciplinas, a História fascina e é capaz de transformar o sujeito, por isto dizemos quedemais disciplinas, a História fascina e é capaz de transformar o sujeito, por isto dizemos que cabe a ela cabe a ela “formar “formar um cidadão crítico, reflexivo e atuante”um cidadão crítico, reflexivo e atuante”.. Portanto, caro acadêmico de Pedagogia, podemos afirmar que a História tem história e quePortanto, caro acadêmico de Pedagogia, podemos afirmar que a História tem história e que sua aplicação como disciplina escolar passa psua aplicação como disciplina escolar passa por uma revisão que lhe confere um grande or uma revisão que lhe confere um grande valorvalor na atualidade.na atualidade. Os escritos de Ambroise Paul Toussaint Jules Valéry nos remetem a uma crítica que fica noOs escritos de Ambroise Paul Toussaint Jules Valéry nos remetem a uma crítica que fica no passado, baseada naqueles que desconsideravam a História pelo seu método indutivo, quepassado, baseada naqueles que desconsideravam a História pelo seu método indutivo, que partem do singular e como tal não chega a leis gerais.partem do singular e como tal não chega a leis gerais. A HISTÓRIA TEM “HISTÓRIA”A HISTÓRIA TEM “HISTÓRIA” Nas três dimensões básicas do tempo, passado, presente e futuro, a História tem seu destaque.Nas três dimensões básicas do tempo, passado, presente e futuro, a História tem seu destaque. Marc Bloch (1886-1Marc Bloch (1886-1944), um dos fundadores da escola 944), um dos fundadores da escola dosdos Annales Annales francesa, definiu a história francesa, definiu a história F F o o n n t t e e : : P P H H O O T T O O S S . . C C O O M M 1717METODOLMETODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | OGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | Educação a DistânciaEducação a Distância como a ciência do homem no tempo. Este historiador, vítima dos nazistas, foi executado porcomo a ciência do homem no tempo. Este historiador, vítima dos nazistas, foi executado por não concordar em por sua história a serviço dos ideais de seus torturadores, e merece todonão concordar em por sua história a serviço dos ideais de seus torturadores, e merece todo relevo por ter participado relevo por ter participado da revisão de conceitos e da revisão de conceitos e métodos, a chamada Nova História.métodos, a chamada Nova História. Para saber mais sobre a chamada Nova História vale a leitura da obra:Para saber mais sobre a chamada Nova História vale a leitura da obra: A escrita da HistóriaA escrita da História do his- do his- toriador Peter BURKE (org.) toriador Peter BURKE (org.) São Paulo: Editora São Paulo: Editora UNESPUNESP, 1992, 360p., 1992, 360p. O livroO livro A Esc A Escrita da Históriarita da História, de Peter Burke, publicado originalmente em 1991, discute as mudanças, de Peter Burke, publicado originalmente em 1991, discute as mudanças ocorridas na historiograa a partir do surgimento da corrente chamada ocorridas na historiograa a partir do surgimento da corrente chamada Nova História. Para isso, váriosNova História. Para isso, vários novos temas da história, entre eles, a história das mulheres, o renascimento da narrativa, a histórianovos temas da história, entre eles, a história das mulheres, o renascimento da narrativa, a história oral etc., merecem capítulos especiais. Os modos de escrever a História são o ponto central da obra.oral etc., merecem capítulos especiais. Os modos de escrever a História são o ponto central da obra. O autor, tentando denir a História Nova, observa que a mesma se originou associada à Escola deO autor, tentando denir a História Nova, observa que a mesma se originou associada à Escola de Annales e que, além de lutar por uma história total, opõe-se totalmente ao paradigma tradicionaldaAnnales e que, além de lutar por uma história total, opõe-se totalmente ao paradigma tradicional da historiograa.historiograa. Peter BurkePeter Burke De acordo com Burke, a Nova História diferencia-se da De acordo com Burke, a Nova História diferencia-se da tradicional em seis pontos: o tradicional em seis pontos: o paradigma tradi-paradigma tradi- cional diz respeito somente à história política, a Nova História, como dito anteriormente, preocupa-secional diz respeito somente à história política, a Nova História, como dito anteriormente, preocupa-se com uma história total, onde tudo é histórico; a história tradicional pensa na história como narraçãocom uma história total, onde tudo é histórico; a história tradicional pensa na história como narração dos grandes fatos, a nova preocupa-se em analisar as estruturas; a tradicional olha de cima, a nova,dos grandes fatos, a nova preocupa-se em analisar as estruturas; a tradicional olha de cima, a nova, de cima, de baixo e de outros ângulos possíveis; documentos ociais são os que interessam ao para-de cima, de baixo e de outros ângulos possíveis; documentos ociais são os que interessam ao para- digma tradicional, o paradigma da Nova História aceita qualquer espécie de documento; o historiadordigma tradicional, o paradigma da Nova História aceita qualquer espécie de documento; o historiador 1818 METODOLMETODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | OGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | Educação a DistânciaEducação a Distância tradicional explica por meio da vontade do indivíduo histórico, a Nova História preocupa-se com ostradicional explica por meio da vontade do indivíduo histórico, a Nova História preocupa-se com os movimentos sociais, as tendências; e, nalmente, o paradigma tradicional considera a História umamovimentos sociais, as tendências; e, nalmente, o paradigma tradicional considera a História uma ciência objetiva, o paradigma novo não crê na possibilidade de uma objetividade total.ciência objetiva, o paradigma novo não crê na possibilidade de uma objetividade total. Peter Burke também observa que a História Nova não é assim tão nova e que já houve tentativas se-Peter Burke também observa que a História Nova não é assim tão nova e que já houve tentativas se- melhantes anteriormente, também nota que a Nova História apresenta problemas relativos à denição,melhantes anteriormente, também nota que a Nova História apresenta problemas relativos à denição, posto que os historiadores estão avançando em um posto que os historiadores estão avançando em um território não familiar, estão pouquíssimo habitua-território não familiar, estão pouquíssimo habitua- dos a relacionar acontecimentos e estruturas, quotidiano e mudança, visão de cima e visão de baixo.dos a relacionar acontecimentos e estruturas, quotidiano e mudança, visão de cima e visão de baixo. Problemas relativos ao uso fontes também são apontados, essas novas fontes precisariam de umaProblemas relativos ao uso fontes também são apontados, essas novas fontes precisariam de uma nova crítica, de um novo método de trabalho. Por m, Burke também percebe problemas de explicanova crítica, de um novo método de trabalho. Por m, Burke também percebe problemas de explica-- ção e de síntese, e diz ção e de síntese, e diz que a explicação estrutural, apesar de aumentar a que a explicação estrutural, apesar de aumentar a interdisciplinaridade, muitasinterdisciplinaridade, muitas vezes não toma conta do uxo do vezes não toma conta do uxo do tempo, o qual é uma tempo, o qual é uma das preocupações do historiador, além disso,das preocupações do historiador, além disso, está cada vez mais difícil conseguir uma síntese, em decorrência da profusão de diferentes objetos.está cada vez mais difícil conseguir uma síntese, em decorrência da profusão de diferentes objetos. O último capítulo do livro,O último capítulo do livro, A História A História dos Acontecimentos dos Acontecimentos e e o o Renascimento Renascimento da da NarrativaNarrativa, também, também escrito por Burke, está intimamente ligado à discussão referente aos métodos de explicação históricaescrito por Burke, está intimamente ligado à discussão referente aos métodos de explicação histórica propostos pelo paradigma da Nova História. Percebendo o retorno da forma narrativa à historiograa,propostos pelo paradigma da Nova História. Percebendo o retorno da forma narrativa à historiograa, o autor discute o grau de narratividade na historiograa contemporânea e observa alguns debateso autor discute o grau de narratividade na historiograa contemporânea e observa alguns debates existentes ao redor do tema, apontando as principais tendências. Burke volta a falar sobre o debateexistentes ao redor do tema, apontando as principais tendências. Burke volta a falar sobre o debate entre paradigma tradicional e Nova História, entre paradigma tradicional e Nova História, partindo em seguida para a discussão iniciada partindo em seguida para a discussão iniciada na décadana década de sessenta – principalmente estadunidense – ligada à narrativa. Destaca as idéias de Kracauer,de sessenta – principalmente estadunidense – ligada à narrativa. Destaca as idéias de Kracauer, Hayden White entre outros.Hayden White entre outros. BURKE, Peter: “A escrita da História”BURKE, Peter: “A escrita da História” O autor observa que o recurso à narrativa muitas vezes é essencial para a apreensão do uir temO autor observa que o recurso à narrativa muitas vezes é essencial para a apreensão do uir tem -- poral; entretanto, conclui que a narrativa tem de ser outra, não a narrativa tradicional, mas sim umaporal; entretanto, conclui que a narrativa tem de ser outra, não a narrativa tradicional, mas sim uma 1919METODOLMETODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | OGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | Educação a DistânciaEducação a Distância forma de narrativa que consiga escapar forma de narrativa que consiga escapar da supercialidade do acontecimentalismo, mas que da supercialidade do acontecimentalismo, mas que tambémtambém escapa da rigidez temporal de escapa da rigidez temporal de um discurso analítico. um discurso analítico. Para tanto, é necesPara tanto, é necessário densicar a narrati-sário densicar a narrati- va, e para isso, Burke apresenta quatro soluções encontradas nas obras de outros historiadores: ava, e para isso, Burke apresenta quatro soluções encontradas nas obras de outros historiadores: a micro-narrativa, narração da história de populares no tempo e no espaço, observando a presençamicro-narrativa, narração da história de populares no tempo e no espaço, observando a presença das estruturas; utilizar várias vozes a m de captar os conitos e as permanências; redigir de trásdas estruturas; utilizar várias vozes a m de captar os conitos e as permanências; redigir de trás para frente, mostrando o peso do passado; e, nalmente, encontrar o relacionamento dialético entrepara frente, mostrando o peso do passado; e, nalmente, encontrar o relacionamento dialético entre acontecimento e estrutura. Burke aposta na primeira solução, não por preferência, mas por observaracontecimento e estrutura. Burke aposta na primeira solução, não por preferência, mas por observar que a mesma já está crescendo.que a mesma já está crescendo. A obra de Burke mostra-se sobremaneira interessante para pensarmos os novos caminhos da A obra de Burke mostra-se sobremaneira interessante para pensarmos os novos caminhos da históriahistória e os novos caminhos da produção histórica. Além de apresentar novas tendências discutidas por es-e os novos caminhos da produção histórica. Além de apresentar novas tendências discutidas por es- pecialistas, traz uma teoria da apresentação do trabalho histórico, uma teoria que não exclui as teoriaspecialistas, traz uma teoria da apresentação do trabalho histórico, uma teoria que não exclui as teorias de longo alcance, mas que pensa a História de modo literário, sem esquecer das estruturas.de longo alcance, mas que pensa a História de modo literário,sem esquecer das estruturas. In:In: Renato Pignatari PereiraRenato Pignatari Pereira renato_pignatari@klepsidra.netrenato_pignatari@klepsidra.net Quarto Ano - História/USPQuarto Ano - História/USP download - burke.rtf - 8KBdownload - burke.rtf - 8KB Fonte: <http://Fonte: <http://www.klepswww.klepsidra.net/klepsidra10/burke.html>. Acesso em: 31 idra.net/klepsidra10/burke.html>. Acesso em: 31 maio 2011.maio 2011. Parece claro que se todos os homens pudessem perceber a realidade vivida e compará-laParece claro que se todos os homens pudessem perceber a realidade vivida e compará-la com aquela que estão vivendo, seriam mais conhecedores de seus destinos.com aquela que estão vivendo, seriam mais conhecedores de seus destinos. Existe uma libertação potencial no conhecimento do que passamos, a informar o nossoExiste uma libertação potencial no conhecimento do que passamos, a informar o nosso presente. É a nossa experiência posta a serviço de nossos “acertos” em nossas escolhas depresente. É a nossa experiência posta a serviço de nossos “acertos” em nossas escolhas de vida. É por isso que existe a necessidade de conhecer a vida. É por isso que existe a necessidade de conhecer a “história” que a disciplina histórica nos“história” que a disciplina histórica nos oferece, a sucessão de fatos passados forneoferece, a sucessão de fatos passados fornecendo exemplos a serem imitados ou rejeitadocendo exemplos a serem imitados ou rejeitados.s. Este resgate parcial da História como uma “mestra” da vida ainda persiste como um dos meiosEste resgate parcial da História como uma “mestra” da vida ainda persiste como um dos meios mais eficazes para educar as novas gerações e a elas apresentar o que o passado humanomais eficazes para educar as novas gerações e a elas apresentar o que o passado humano tem a oferecer de didático.tem a oferecer de didático. Gosto muito de citar a introdução da obra do historiador Leandro Karnal, “Gosto muito de citar a introdução da obra do historiador Leandro Karnal, “História na salaHistória na sala 2020 METODOLMETODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | OGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | Educação a DistânciaEducação a Distância de aula: conceitos, práticas e propostasde aula: conceitos, práticas e propostas” para pensarmos sobre os sentidos da palavra” para pensarmos sobre os sentidos da palavra História.História. Para o historiador, podemos entender o exercício profissional da História de muitas formas.Para o historiador, podemos entender o exercício profissional da História de muitas formas. Ele também faz opção pelo diálogo entre o passado e o presente. Isto porque não podemosEle também faz opção pelo diálogo entre o passado e o presente. Isto porque não podemos reconstruir um passado exatamente como era, tampouco podemos nos remeter ao passadoreconstruir um passado exatamente como era, tampouco podemos nos remeter ao passado com “os olhos do com “os olhos do presente”presente”, ou melhor, com “pré, ou melhor, com “pré-conceito”. Uso o termo desta maneira, por-conceito”. Uso o termo desta maneira, porqueque definimos o “pré” como sendo algo definimos o “pré” como sendo algo que antecipa o que está por que antecipa o que está por virvir, assim olhamos o passado, assim olhamos o passado com a concepção que temos do presente.com a concepção que temos do presente. O passado existe e isto é inegável. Porém, quem lança o olhar sobre ele faz o O passado existe e isto é inegável. Porém, quem lança o olhar sobre ele faz o recorte, escolhe,recorte, escolhe, dimensiona e narra este passado, é um sujeito do tempo presente. Para ilustrar tal afirmação,dimensiona e narra este passado, é um sujeito do tempo presente. Para ilustrar tal afirmação, Karnal nos conta uma ficção.Karnal nos conta uma ficção. Imaginemos uma menina de 15 anos que esteja no seu baile de debutantes (será queImaginemos uma menina de 15 anos que esteja no seu baile de debutantes (será que ainda existem no século XXI?). Vestida de branco, emocionada, ela vive um momentoainda existem no século XXI?). Vestida de branco, emocionada, ela vive um momento muito especial. Música, amigas, um possível namorado, comida e muitos fatos paramuito especial. Música, amigas, um possível namorado, comida e muitos fatos para guardar e comentar. A festa é densamente fotografada e filmada. Passados dez anos,guardar e comentar. A festa é densamente fotografada e filmada. Passados dez anos, nossa protagonista ficcional chegou aos 25. Ela olha os filmes e as fotos e podenossa protagonista ficcional chegou aos 25. Ela olha os filmes e as fotos e pode vir a considerar tudo de extremo mau gosto. Abrindo o álbum em meio a suspiros,vir a considerar tudo de extremo mau gosto. Abrindo o álbum em meio a suspiros, poderia dizer: “Por que não fiz uma viagem com esse dinheiro?”. Passado mais meiopoderia dizer: “Por que não fiz uma viagem com esse dinheiro?”. Passado mais meio século do baile, eis nossa personagem aos 65 anos. Já de cabelos brancos, ela abreséculo do baile, eis nossa personagem aos 65 anos. Já de cabelos brancos, ela abre o álbum amarelado e comenta com seus netos: ”Olhem como eu era bonita! Que noiteo álbum amarelado e comenta com seus netos: ”Olhem como eu era bonita! Que noite maravilhosa foi aquela” (2004, p. 8).maravilhosa foi aquela” (2004, p. 8). Na ilustração, podemos verificar que Na ilustração, podemos verificar que houve um fato: o baile de debutantes, mas o olhar que sehouve um fato: o baile de debutantes, mas o olhar que se lança sobre o fato muda conforme a concepção de mundo e do tempo em que o sujeito estálança sobre o fato muda conforme a concepção de mundo e do tempo em que o sujeito está inserido.inserido. Assim, podemos verificar que a palavra História pode ser entendida sob três sentidos comoAssim, podemos verificar que a palavra História pode ser entendida sob três sentidos como afirma Glénisson (1961):afirma Glénisson (1961): •• Realidade histórica: conjunto dos fenômenos pelos quais se manifestou, se manifesta ouRealidade histórica: conjunto dos fenômenos pelos quais se manifestou, se manifesta ou se manifestará a vida da humanidade; a realidade objetiva do movimento do mundo e dasse manifestará a vida da humanidade; a realidade objetiva do movimento do mundo e das coisas.coisas. 2121METODOLMETODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | OGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | Educação a DistânciaEducação a Distância •• Conhecimento histórico: a observação subjetiva da realidade pelo historiador.Conhecimento histórico: a observação subjetiva da realidade pelo historiador. •• Obra histórica: o registro da observação da realidade feita pelo historiador em um relatoObra histórica: o registro da observação da realidade feita pelo historiador em um relato escrito.escrito. Se pudéssemos, desta maneira, estabelecer um comparativo entre a ficção e os sentidosSe pudéssemos, desta maneira, estabelecer um comparativo entre a ficção e os sentidos da palavra História teríamos a realidade histórica como sendo o baile de debutantes; oda palavra História teríamos a realidade histórica como sendo o baile de debutantes; o conhecimento histórico sendo o olhar subjetivo da protagonista da história e as lentes daconhecimento histórico sendo o olhar subjetivo da protagonista da história e as lentes da filmadora e da máquina fotográfica como sendo a obra histórica.filmadora e da máquina fotográfica como sendo a obra histórica. A representação do passado e do que consideramos importante representar éA representação do passado e do que consideramos importante representar é um processo constante de mudança. Se a memória muda sobre fatos concretos eum processo constante de mudança. Se a memória muda sobre fatos concretos e protagonizados por nós, tprotagonizados por nós, também muda para fatos mais amplos. A História está envolvidaambém muda para fatos mais amplos. A História está envolvida em um fazer orgânico: é viva e mutável. Um livro sobre uma guerra escrito há cemem um fazer orgânico: é viva e mutável. Um livro sobre uma guerraescrito há cem anos continua válido como documento, mas é muito provável que a visão de quem oanos continua válido como documento, mas é muito provável que a visão de quem o escreveu esteja superada. Por superação entendemos o que não é mais compartilhadoescreveu esteja superada. Por superação entendemos o que não é mais compartilhado pela maioria (KARNAL, 2004, p. 8).pela maioria (KARNAL, 2004, p. 8). Para Karnal (2004), o “fazer histórico”, ou seja, ensinar História está submetido a duasPara Karnal (2004), o “fazer histórico”, ou seja, ensinar História está submetido a duas transformações constantes: do objeto em si e da ação pedagógica. Isto porque as novastransformações constantes: do objeto em si e da ação pedagógica. Isto porque as novas descobertas arqueológicas, os debates metodológicos, as novas documentações mudamdescobertas arqueológicas, os debates metodológicos, as novas documentações mudam constantemente; o fazer histórico é mutável no tempo, sendo assim, mudam-se tambémconstantemente; o fazer histórico é mutável no tempo, sendo assim, mudam-se também seus agentes e a ação pedagógica não pode ficar presa ao passado, pelo contrário, precisaseus agentes e a ação pedagógica não pode ficar presa ao passado, pelo contrário, precisa acompanhar tais mudanças sociais e de acompanhar tais mudanças sociais e de mentalidade.mentalidade. 2222 METODOLMETODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | OGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | Educação a DistânciaEducação a Distância VOCÊ TAMBÉM PODE LER A OBRAVOCÊ TAMBÉM PODE LER A OBRA HISTÓRIA NA SALA DE AULA/CONCEITOS, PRÁTICAS EHISTÓRIA NA SALA DE AULA/CONCEITOS, PRÁTICAS E PROPOSTASPROPOSTAS, NA ÍNTEGRA., NA ÍNTEGRA. Autor Autor : Leandro Karnal: Leandro Karnal FormatoFormato: Brochado 216 páginas: Brochado 216 páginas DataData de publicação: 2003/01 de publicação: 2003/01 Editor Editor : Contexto do Brasil: Contexto do Brasil ISBNISBN: 85-7244-216-2: 85-7244-216-2 EAN13EAN13: 9788572442169: 9788572442169 Número de páginasNúmero de páginas: 216: 216 SinopseSinopse A presente obra é, antes de tudo, uma declaração de amor ao ofício de ensinar História. Catorze pro-A presente obra é, antes de tudo, uma declaração de amor ao ofício de ensinar História. Catorze pro- ssionais reconhecidos da área unem suas experiências e concepções em um livro que lança novasssionais reconhecidos da área unem suas experiências e concepções em um livro que lança novas luzes sobre o trabalho luzes sobre o trabalho do professordo professor, tanto do ensino fundamental quanto do e, tanto do ensino fundamental quanto do ensino médio. nsino médio. O livro é,O livro é, também, um libelo em deftambém, um libelo em defesa das aulas de História, que, em tempos esa das aulas de História, que, em tempos de informação instantânea e altade informação instantânea e alta competitividade prossional, corre o risco de perder espaço para disciplinas tidas como mais práticas ecompetitividade prossional, corre o risco de perder espaço para disciplinas tidas como mais práticas e úteis na preparação do estudante para o mercado úteis na preparação do estudante para o mercado de trabalho. Não podemos abrir mão de de trabalho. Não podemos abrir mão de apresentarapresentar nossos jovens ao patrimônio cultural da humanidade. E qual é nossos jovens ao patrimônio cultural da humanidade. E qual é o papel do professor senão estabelecero papel do professor senão estabelecer uma articulação entre o patrimônio cultural da humanidade e o universo cultural do aluno?uma articulação entre o patrimônio cultural da humanidade e o universo cultural do aluno? Fonte:<http://www.editoracontexto.com.br>. Acesso em: 31 maio. Fonte:<http://www.editoracontexto.com.br>. Acesso em: 31 maio. 2012011.1. 2323METODOLMETODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | OGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | Educação a DistânciaEducação a Distância Exercitando a História, remetemo-nos ao passado para entender o presente. Parece que estaExercitando a História, remetemo-nos ao passado para entender o presente. Parece que esta é a definição mais aceita pelos historiadores. Mas, de onde e de quando vem esta origem?é a definição mais aceita pelos historiadores. Mas, de onde e de quando vem esta origem? Os gregos (ateniensOs gregos (atenienses em particular) foram os primeiros a utilizar o teres em particular) foram os primeiros a utilizar o termomo histor histor para representar para representar quem aprende pelo olhar e, mais tarde, a palavra se estendeu ao testemunho, ou seja, quemquem aprende pelo olhar e, mais tarde, a palavra se estendeu ao testemunho, ou seja, quem testemunhou acontecimentos ou a realidade.testemunhou acontecimentos ou a realidade. Aquele que é por muitos considerado o Pai da História - Heródoto de Halicarnasso (484 - 425)Aquele que é por muitos considerado o Pai da História - Heródoto de Halicarnasso (484 - 425) - foi uma espécie de repór- foi uma espécie de repórter que viajou pelo mundo conhecido, realizou pesquisas acerca daster que viajou pelo mundo conhecido, realizou pesquisas acerca das guerras entre gregos e persas que aconteciam em seu tempo e até procurou por causas queguerras entre gregos e persas que aconteciam em seu tempo e até procurou por causas que explicassem a vitória helênica pexplicassem a vitória helênica perante um exército muito mais armado e numeroso. Os erante um exército muito mais armado e numeroso. Os persaspersas contavam com um exército predominantemente mercenário, mas os gregos (atenienses,contavam com um exército predominantemente mercenário, mas os gregos (atenienses, principalmente) combatiam em causa própria, eram todos patriotas, movidos pelo fervor deprincipalmente) combatiam em causa própria, eram todos patriotas, movidos pelo fervor de defender a sua terra dos invasores. Combater com o coração lhes deu a grande vantagem,defender a sua terra dos invasores. Combater com o coração lhes deu a grande vantagem, e além de seus e além de seus generais serem grandes estragenerais serem grandes estrategistas, os tegistas, os persas tinham um epersas tinham um excesso dexcesso de confiança em seus armamentos e poder de sua esquadra.confiança em seus armamentos e poder de sua esquadra. F F o o n n t t e e : : < < p p t t . . w w i i k k i i p p e e d d i i a a . . o o r r g g / / w w i i k k i i / / H H e e r r ó ó d d o o t t o o > > F F o o n n t t e e : : < < h h t t t t p p : : / / / / w w w w w w . . p p e e r r s s i i a a . . t t e e m m p p l l o o d d e e a a p p o o l l o o . . n n e e t t > > 2424 METODOLMETODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | OGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | Educação a DistânciaEducação a Distância Com o tempo o termo História passou a significar pesquisa e os resultados dessa pesquisaCom o tempo o termo História passou a significar pesquisa e os resultados dessa pesquisa eram reunidos em uma obra histórica.eram reunidos em uma obra histórica. Segundo Glénisson Segundo Glénisson (1(1961, p.961, p.1313), esta maneira de ), esta maneira de encarar os encarar os estudos históricos parece estudos históricos parece ter-seter-se consagrado na época do historiador Políbio, no século II a.C. “com a reserva de que, como oconsagrado na época do historiador Políbio, no século II a.C. “com a reserva de que, como o saber histórico daqueles tempos não conhecia o saber histórico daqueles tempos não conhecia o rigor atualmente exigido, associando-se aindarigor atualmente exigido, associando-se ainda a fábulas e as lendas” a precisão dos fatos cedia lugar a um termo empregado para definir aa fábulas e as lendas” a precisão dos fatos cedialugar a um termo empregado para definir a disciplina, qual seja o disciplina, qual seja o de “narrativa”de “narrativa”.. O mesmo Glénisson nos adverte que, “hoje, ao pronunciarmos a palavra História”, temosO mesmo Glénisson nos adverte que, “hoje, ao pronunciarmos a palavra História”, temos de diferenciá-la entre “três sentidos possíveis: o de realidade histórica [...], de conhecimentode diferenciá-la entre “três sentidos possíveis: o de realidade histórica [...], de conhecimento histórihistórico e [..co e [...] de obra históric.] de obra histórica” (1a” (1961, pp.961, pp.13-1413-14), assim como ilust), assim como ilustramos a firamos a ficção da pcção da personersonagemagem em seu dia do baile de debutantes (KARNAL, 2004).em seu dia do baile de debutantes (KARNAL, 2004). Isto significa que existe um conjunto de fenômenos a ser estudado na vida passada daIsto significa que existe um conjunto de fenômenos a ser estudado na vida passada da humanidade, a história representando a observação deste movimento pelo historiador que,humanidade, a história representando a observação deste movimento pelo historiador que, em seguida, registra tais observações em seu relato de cunho científico numa obra histórica.em seguida, registra tais observações em seu relato de cunho científico numa obra histórica. Por este ângulo, podemos definir a Por este ângulo, podemos definir a palavra História como sendo:palavra História como sendo: • • A A ciência que ciência que estuda estuda as as mudanças mudanças e e as as permanênciaspermanências.. • • O O processo de processo de transformtransformação ação onde onde todos todos os os homens homens são são agentes.agentes. • • A A narração metódica dos narração metódica dos fatos mais fatos mais relevantes ocorridos na relevantes ocorridos na vida dos vida dos povos, em povos, em particular,particular, e na vida da humanidade, em geral.e na vida da humanidade, em geral. • • O conjunto O conjunto de conhde conhecimentos ecimentos (cultura) ad(cultura) adquiridos quiridos por intermédpor intermédio da io da tradição etradição e/ou por /ou por meiomeio dos documentos, relativos à evolução, ao passado da humanidade.dos documentos, relativos à evolução, ao passado da humanidade. A História atualmente é considerada uma ciência e tem seu devido valor reconhecido nosA História atualmente é considerada uma ciência e tem seu devido valor reconhecido nos meios acadêmicos, escolares entre outros. Essa estuda as mudanças e as permanências dosmeios acadêmicos, escolares entre outros. Essa estuda as mudanças e as permanências dos fatos e acontecimentos por meio de um método próprio, buscando fatos e acontecimentos por meio de um método próprio, buscando compreender os caminhoscompreender os caminhos 2525METODOLMETODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | OGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | Educação a DistânciaEducação a Distância traçados por um povo específico ou pela humanidade em geral. E ainda, busca a cultura dastraçados por um povo específico ou pela humanidade em geral. E ainda, busca a cultura das sociedades para entendê-las.sociedades para entendê-las. Costumo citar o antropólogo Darci Ribeiro para compreendermos o conceito de cultura. EleCostumo citar o antropólogo Darci Ribeiro para compreendermos o conceito de cultura. Ele trata o assunto de um jeito divertido e de fácil compreensão por meio da literatura infantiltrata o assunto de um jeito divertido e de fácil compreensão por meio da literatura infantil ““Noções das CoisasNoções das Coisas””.. CULTURACULTURA Chama-se cultura tudo o que é feito pelos homens, ou resultado do trabalho deles e de seus pensa-Chama-se cultura tudo o que é feito pelos homens, ou resultado do trabalho deles e de seus pensa- mentos. Por exemplo, uma cadeira está na mentos. Por exemplo, uma cadeira está na cara que é cultural porque foi feita cara que é cultural porque foi feita por alguém. Mesmo umpor alguém. Mesmo um banquinho mais vagabundo, que mal se põe em pé, é uma coisa cultural. É cultura, também, porquebanquinho mais vagabundo, que mal se põe em pé, é uma coisa cultural. É cultura, também, porque feita pelos homens, uma galinha. Sem a intervenção humana, que criou os bichos domésticos, asfeita pelos homens, uma galinha. Sem a intervenção humana, que criou os bichos domésticos, as galinhas, as vacas, os porcos, os cabritos, as cabras não existiriam. Só haveria animais selvagens (...)galinhas, as vacas, os porcos, os cabritos, as cabras não existiriam. Só haveria animais selvagens (...) Uma casa qualquer, ainda que material, é claramente um produto cultural, porque é feita pelos ho-Uma casa qualquer, ainda que material, é claramente um produto cultural, porque é feita pelos ho- mens. A mesma coisa se pode dizer de um prato de sopa, de um picolé ou de um diário. Mas estasmens. A mesma coisa se pode dizer de um prato de sopa, de um picolé ou de um diário. Mas estas são coisas de cultsão coisas de cultura material, que ura material, que se podem ver, medir, pesar.se podem ver, medir, pesar. Há também, para complicar, as coisas de cultura imaterial, impropriamente chamadas de espiritualHá também, para complicar, as coisas de cultura imaterial, impropriamente chamadas de espiritual – muití – muitíssimo mais ssimo mais complicadas. A fala, por complicadas. A fala, por exemplo, que exemplo, que se revela se revela quando a quando a gente conversa, gente conversa, e quee que existe independente de qualquer boca falante, é criação cultural. Aliás, a mais importante. Sem a fala,existe independente de qualquer boca falante, é criação cultural. Aliás, a mais importante. Sem a fala, os homens seriam uns macacos, porque não poderiam os homens seriam uns macacos, porque não poderiam se entender uns com os outros, para se entender uns com os outros, para acumularacumular conhecimentos e mudar o mundo como temos mudado.conhecimentos e mudar o mundo como temos mudado. A fala está aí, onde existe gente, para qualquer um aprender. Aprende-se, geralmente, a da mãe. SeA fala está aí, onde existe gente, para qualquer um aprender. Aprende-se, geralmente, a da mãe. Se ela é uma índia, aprende-se a falar a fala dos índios, dos Xavantes, por exemplo. Se ela é carioca,ela é uma índia, aprende-se a falar a fala dos índios, dos Xavantes, por exemplo. Se ela é carioca, professora, mora na Tijuca, a gente aprende aquele português lá dos tijucanos. Mas, se você trocarprofessora, mora na Tijuca, a gente aprende aquele português lá dos tijucanos. Mas, se você trocar a lhinha da índia pela lhinha da professora, e criar, bem ali, na praça Saens Peña, ela vai crescera lhinha da índia pela lhinha da professora, e criar, bem ali, na praça Saens Peña, ela vai crescercomo uma menina qualquer, tijucana, dali mesmo. E vice-versa, o mesmo como uma menina qualquer, tijucana, dali mesmo. E vice-versa, o mesmo ocorre se a lha da profes-ocorre se a lha da profes- sora for levada para a aldeia Xavante: ela vai crescer lá, como uma xavantinha perfeita – falando asora for levada para a aldeia Xavante: ela vai crescer lá, como uma xavantinha perfeita – falando a língua Xavante e xavanteando muito bem, sem nem saber que há tijucanos.língua Xavante e xavanteando muito bem, sem nem saber que há tijucanos. Além da fala, temos as crenças, as artes, que são criações culturais, porque inventadas pelos homensAlém da fala, temos as crenças, as artes, que são criações culturais, porque inventadas pelos homens e transmitidas uns aos outros através das gerações. Elas se tornam visíveis, se manifestam, atravése transmitidas uns aos outros através das gerações. Elas se tornam visíveis, se manifestam, através das criações artísticas, ou de ritos e práticas – o batizado, o casamento, a missa -, em que a gente vêdas criações artísticas, ou de ritos e práticas – o batizado, o casamento, a missa -, em que a gente vê os conceitos e as idéias religiosas ou artísticas se realizarem. Essa separação de coisas cósmicas,os conceitos e as idéias religiosas ou artísticas se realizarem.Essa separação de coisas cósmicas, 2626 METODOLMETODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | OGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | Educação a DistânciaEducação a Distância coisa vivas, coisas culturais, ajuda a gente de alguma coisa vivas, coisas culturais, ajuda a gente de alguma forma? Sei não. Se não ajuda, diverte. forma? Sei não. Se não ajuda, diverte. É melhorÉ melhor que decorar um dicionário, ou que decorar um dicionário, ou aprender datas. Você não acha?aprender datas. Você não acha? Trechos retirados de Trechos retirados de RIBEIRO, Darcy.RIBEIRO, Darcy. Noções das CoisasNoções das Coisas. São Paulo: FTD, 1995, p.34.. São Paulo: FTD, 1995, p.34. Para quem já lê rapidinhoPara quem já lê rapidinho “Quem descobre uma planta nova, mesmo uma plantinha à-toa, muito sem graça e sem serventia,“Quem descobre uma planta nova, mesmo uma plantinha à-toa, muito sem graça e sem serventia, pode pôr seu nome nela. Mas precisa ser em latim, para as gentes do mundo inteiro fazerem de contapode pôr seu nome nela. Mas precisa ser em latim, para as gentes do mundo inteiro fazerem de conta que entendem.”que entendem.” “Infelizmente, os povos do mundo ainda guerreiam demais. Tudo guerra suja. Não há guerra limpa.“Infelizmente, os povos do mundo ainda guerreiam demais. Tudo guerra suja. Não há guerra limpa. Sempre quem guerreia está querendo tirar alguma coisa do outro, que não quer entregar.”Sempre quem guerreia está querendo tirar alguma coisa do outro, que não quer entregar.” NOÇÕES DE COISASNOÇÕES DE COISAS De Darcy RibeiroDe Darcy Ribeiro Ilustrações: ZiraldoIlustrações: Ziraldo O livro “O livro “Noções de CoisasNoções de Coisas” tem o título certo. Fala de tudo que existe no mundo com todo o humor” tem o título certo. Fala de tudo que existe no mundo com todo o humor e sabedoria de Darcy Ribeiro. E com as ilustrações sempre geniais do Ziraldo. É difícil resumir aqui,e sabedoria de Darcy Ribeiro. E com as ilustrações sempre geniais do Ziraldo. É difícil resumir aqui, em poucas linhas, este livrão em todos os sentidos, mas para você ter uma idéia, veja só os nomesem poucas linhas, este livrão em todos os sentidos, mas para você ter uma idéia, veja só os nomes de alguns capítulos: números, micróbios, planetas, cocô e ovos, eletricidade, caretas, seres, matéria,de alguns capítulos: números, micróbios, planetas, cocô e ovos, eletricidade, caretas, seres, matéria, poluição, unhas e barbas... e por aí vai. Ficou curioso? Ainda bem. Este é um livro ótimo até parapoluição, unhas e barbas... e por aí vai. Ficou curioso? Ainda bem. Este é um livro ótimo até para adultos. Você pode ler muitas vezes. E tem tantas frases engraçadas e interessantes, que deu umadultos. Você pode ler muitas vezes. E tem tantas frases engraçadas e interessantes, que deu um trabalhão para escolher. Daí escolhi duas!trabalhão para escolher. Daí escolhi duas! Editora: FTDEditora: FTD Fonte: <http://Fonte: <http://www.diverwww.divertudo.com.br/dicas3.htm>. Acesso em: 01 tudo.com.br/dicas3.htm>. Acesso em: 01 jun. 2011.jun. 2011. 2727METODOLMETODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | OGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | Educação a DistânciaEducação a Distância Na relação entre a visão do geral Na relação entre a visão do geral e o saber do singular está a e o saber do singular está a pedra angular dos conhecimentospedra angular dos conhecimentos históricos promovidos pelo historiador. A relação racional então obtida pelo método indutivo,históricos promovidos pelo historiador. A relação racional então obtida pelo método indutivo, segundo Lakatos (1990), vai da conexão ascendente do particular para o geral, e é o produtosegundo Lakatos (1990), vai da conexão ascendente do particular para o geral, e é o produto visado por aquele que, segundo visado por aquele que, segundo Marc Bloch (19Marc Bloch (1976)76), se dedica , se dedica ao “ofício” de historiar e sempreao “ofício” de historiar e sempre começa pelo “ídolo” das origens, partindo do passado para o presente e, depois, em relaçãocomeça pelo “ídolo” das origens, partindo do passado para o presente e, depois, em relação inversa, do presente para o passado.inversa, do presente para o passado. Finalmente temos de lembrar alguns comentários que dão o valor aos conhecimentosFinalmente temos de lembrar alguns comentários que dão o valor aos conhecimentos históricos: “o proveito que se poderá tirar do conhecimento certo do passado, para prejulgarhistóricos: “o proveito que se poderá tirar do conhecimento certo do passado, para prejulgar acontecimentos análogos ou idênticos, a brotar futuramente no fundo comum da naturezaacontecimentos análogos ou idênticos, a brotar futuramente no fundo comum da natureza humana” (GLÉNISSON, 1961, p. 17) ou: “a história é o estudo da ação humana ao longo dohumana” (GLÉNISSON, 1961, p. 17) ou: “a história é o estudo da ação humana ao longo do tempo, concomitantemente ao estudo dos processos e tempo, concomitantemente ao estudo dos processos e dos eventos ocorridos no dos eventos ocorridos no passado”passado”.. A aula de História “nasce da própria História”, pois a “análise da dimensão temporal dasA aula de História “nasce da própria História”, pois a “análise da dimensão temporal das reflexões sociais” é o grande objetivo da disciplina. Isto equivale a considerar a história umareflexões sociais” é o grande objetivo da disciplina. Isto equivale a considerar a história uma “construção coletiva”“construção coletiva”. . É para essa direção que Nemi e Martins (É para essa direção que Nemi e Martins (1996) apontam quando fazem1996) apontam quando fazem um comentário didático: “as aulas de história para crianças das séries iniciais do Ensinoum comentário didático: “as aulas de história para crianças das séries iniciais do Ensino Fundamental têm por base essa concepção de vida”, qual seja a “busca” de uma transformaçãoFundamental têm por base essa concepção de vida”, qual seja a “busca” de uma transformação “constante e possível” (1996, p.25). E esse aprimoramento do saber oferecido pela história“constante e possível” (1996, p.25). E esse aprimoramento do saber oferecido pela história como um instrumento de cidadania só pode ser obtido se confrontarmos as experiências docomo um instrumento de cidadania só pode ser obtido se confrontarmos as experiências do passado com as do presente, sempre visando a um futuro melhor passado com as do presente, sempre visando a um futuro melhor e de maior qualidade de e de maior qualidade de vidavida para todos.para todos. A PÓS-MODERNIDADE E SUAS IMPLICAÇÕESA PÓS-MODERNIDADE E SUAS IMPLICAÇÕES A julgar pelas reflexões de estudiosos atuais, cientistas humanos distribuídos entreA julgar pelas reflexões de estudiosos atuais, cientistas humanos distribuídos entre filósofos (SERRES, 1999), historiadores (HOBSBAWM, 1995), sociólogos (DE MASI, 2001),filósofos (SERRES, 1999), historiadores (HOBSBAWM, 1995), sociólogos (DE MASI, 2001), administradores (DRUCKER, 1993) entre outros, estamos em transição administradores (DRUCKER, 1993) entre outros, estamos em transição entre duas sociedades,entre duas sociedades, duas épocas.duas épocas. 2828 METODOLMETODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | OGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | Educação a DistânciaEducação a Distância Aquela que estamos ultrapassando se convencionou chamar, segundo alguns, de SociedadeAquela que estamos ultrapassando se convencionou chamar, segundo alguns, de Sociedade Industrial, oriunda da Revolução Industrial de 1760 na Inglaterra.Industrial, oriunda da Revolução Industrial de 1760 na Inglaterra. A sociedade do século XXI, que estará plenamente configurada só daqui a algumas décadas,A sociedade do século XXI, que estará plenamente configurada só daqui a algumas décadas, segundo Drucker (1993), terá novos nomes: Pedagógica para Serres (1999), Pós-industrialsegundo Drucker (1993), terá novos nomes: Pedagógica para Serres (1999), Pós-industrial para De Masi (2001), Pós-capitalista para Drucker (1993), ou do Conhecimento segundo apara De Masi (2001), Pós-capitalista paraDrucker (1993), ou do Conhecimento segundo a maioria dos educadores. Será uma nova sociedade formada sob a base de novos valoresmaioria dos educadores. Será uma nova sociedade formada sob a base de novos valores e visando a um novo tipo de intelectual de ação profissional, qual seja o “trabalhador doe visando a um novo tipo de intelectual de ação profissional, qual seja o “trabalhador do conhecimento”.conhecimento”. Essa pós-modernidade é considerada a condição sociocultural e estética do capitalismoEssa pós-modernidade é considerada a condição sociocultural e estética do capitalismo contemporâneo, também denominado pós-industrial ou financeiro.contemporâneo, também denominado pós-industrial ou financeiro. F F o o n n t t e e : : P P H H O O T T O O S S . . C C O O M M Embora o uso do termo pós-moderno tenha se tornado corrente, há controvérsias quanto aoEmbora o uso do termo pós-moderno tenha se tornado corrente, há controvérsias quanto ao seu significado e pertinência. Essas controvérsias resultam da dificuldade de se examinaremseu significado e pertinência. Essas controvérsias resultam da dificuldade de se examinarem processos em curso com suficiente distanciamento e, principalmente, de se perceber comprocessos em curso com suficiente distanciamento e, principalmente, de se perceber com clareza os limites ou os sinais de rclareza os limites ou os sinais de ruptura nesses processos.uptura nesses processos. Esse termo apresentado por Peter Drucker em sua obra sobre a Esse termo apresentado por Peter Drucker em sua obra sobre a sociedade pós-csociedade pós-capitalista porapitalista por (1993) diz respeito a um novo tipo de trabalhador que será necessário e mesmo líder, nesse(1993) diz respeito a um novo tipo de trabalhador que será necessário e mesmo líder, nesse novo tipo de sociedade que está em gestação.novo tipo de sociedade que está em gestação. 2929METODOLMETODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | OGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | Educação a DistânciaEducação a Distância O que diferenciará esta nova categoria da antiga, quais serão seus atributos, competências eO que diferenciará esta nova categoria da antiga, quais serão seus atributos, competências e valores necessários? José Esteve (2004), diante de tantas mudanças, constata que está emvalores necessários? José Esteve (2004), diante de tantas mudanças, constata que está em curso uma terceira revolução educacional.curso uma terceira revolução educacional. O ponto de partida dessa nova sociedade pedagógica e da revolução educacional nelaO ponto de partida dessa nova sociedade pedagógica e da revolução educacional nela embutida começou com a chamada revolução tecnológica, iniciada em 1945 com invençõesembutida começou com a chamada revolução tecnológica, iniciada em 1945 com invenções como o computador, e ampliada em 1970, irradiando-se como o computador, e ampliada em 1970, irradiando-se para o mundo.para o mundo. A tecnologia mudou o mundo e trouxe a necessidade de um novo tipo de educação adeA tecnologia mudou o mundo e trouxe a necessidade de um novo tipo de educação adequadaquada à formação de à formação de um novo trabalhadorum novo trabalhador, sob novas exigências vindas do Estado como aquele que, sob novas exigências vindas do Estado como aquele que dita as políticas educacionais.dita as políticas educacionais. A História como instrumento de A História como instrumento de preparo dos futuros preparo dos futuros cidadãos, visava principalmente que estescidadãos, visava principalmente que estes educandos fossem engajados na socieeducandos fossem engajados na sociedade para o exercício de uma profissão.dade para o exercício de uma profissão. Nas chamadas operações mentais (da leitura, memorização Nas chamadas operações mentais (da leitura, memorização à análise e síntese) a ênfase eraà análise e síntese) a ênfase era para a segunda etapa, a decorativa. Talvez por isso, a História guarda até hoje esse rançopara a segunda etapa, a decorativa. Talvez por isso, a História guarda até hoje esse ranço que alguns ainda consideram válido, de ser uma disciplina que depende exclusivamente daque alguns ainda consideram válido, de ser uma disciplina que depende exclusivamente da memória.memória. Fonte: <pt.wikipedia.org/wiki/Graciliano_Ramos>Fonte: <pt.wikipedia.org/wiki/Graciliano_Ramos> 3030 METODOLMETODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | OGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA | Educação a DistânciaEducação a Distância Podemos lembrar a obra “Podemos lembrar a obra “InfânciaInfância” de Graciliano Ramos. Publicada em 1945, “” de Graciliano Ramos. Publicada em 1945, “InfânciaInfância” ” éé uma autobiografia de uma autobiografia de Graciliano Ramos que prova ser poGraciliano Ramos que prova ser possívssível uma obra el uma obra somar os elementossomar os elementos pessoais com os sociais. Muito do que o pessoais com os sociais. Muito do que o autor confessa em suas memórias são problemas queautor confessa em suas memórias são problemas que afetaram não só a ele mesmo, mas também o seu meio. “Sua dor é também a dor do nossoafetaram não só a ele mesmo, mas também o seu meio. “Sua dor é também a dor do nosso mundo”.mundo”. O primeiro aspecto que nos chama a atenção é a descrição de Graciliano Ramos como umaO primeiro aspecto que nos chama a atenção é a descrição de Graciliano Ramos como uma criança oprimida e humilhada, pois é um ser fraco diante dos adultos, mais fortes. Este é umcriança oprimida e humilhada, pois é um ser fraco diante dos adultos, mais fortes. Este é um dos temas centrais de sua visão de mundo: a opressão. Constatamos tal afirmação quandodos temas centrais de sua visão de mundo: a opressão. Constatamos tal afirmação quando retrata que em determinado tempo de sua vida escolar os personagens históricos começaramretrata que em determinado tempo de sua vida escolar os personagens históricos começaram a fazer parte de a fazer parte de seu dia a dia, ele não coseu dia a dia, ele não compreendia o motivo de tal ênfase, mas quem era elempreendia o motivo de tal ênfase, mas quem era ele para questionar o “mestre”, então fingia que aprendia e para questionar o “mestre”, então fingia que aprendia e o professor fingia o professor fingia que ensinava.que ensinava. “O conteúdo cívico era intencionalmente funcional e pouc“O conteúdo cívico era intencionalmente funcional e pouco reflexivo, mais prático do que teóro reflexivo, mais prático do que teórico”ico”,, com isso intentando “adaptar o aluno a uma sociedade em vez de ajudá-lo a compreender ecom isso intentando “adaptar o aluno a uma sociedade em vez de ajudá-lo a compreender e questionar o meio questionar o meio social em que social em que vive” (NEMI; MARTINS,vive” (NEMI; MARTINS,1996, p.22). Era impor1996, p.22). Era importante “estudar”tante “estudar” e reproduzir o que e reproduzir o que foi ensinado, “criticar” (no sentido da reffoi ensinado, “criticar” (no sentido da reflexãolexão) nunca, como fa) nunca, como fazem notar oszem notar os autores estudados.autores estudados. Hoje, a Sociedade dita do conhecimento, pretende que ocorram invenções, fruto da criatividadeHoje, a Sociedade dita do conhecimento, pretende que ocorram invenções, fruto da criatividade provocada no aluno pelo professor e na sociedade como um todo em virtude do saber.provocada no aluno pelo professor e na sociedade como um todo em virtude do saber. Para isto é preciso que se Para isto é preciso que se ultrapasse a fase da memorultrapasse a fase da memorização e se desenvolvam as habilidadesização e se desenvolvam as habilidades cognitivas como bem nos lembra Bloom. Este estudioso liderou um grupo formado pelacognitivas como bem nos lembra Bloom. Este estudioso liderou um grupo formado pela American Psychological American Psychological AssociationAssociation para criar uma “classificação de objetivos de processos para criar uma “classificação de
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