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FACULDADE- UNITAU DE TAUBATÉ CURSO – LICENCIATURA EM PEDAGOGIA LELIANE DO PRADO SILVA TOZETO AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL TAUBATÉ 2020 LELIANE DO PRADO SILVA TOZETO AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura em Pedagogia da faculdade UNITAU de Taubaté, como requisito para obtenção do grau de graduação em Licenciatura em Pedagogia. Orientador: Fabrizia de Souza Carrijo TAUBATÉ 2020 LELIANE DO PRADO SILVA TOZETO AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura em Pedagogia da Faculdade UNITAU de Taubaté, como requisito para obtenção do grau de Licenciatura em Pedagogia. Aprovado em de julho de 2020. BANCA EXAMINADORA __________________________________ PROF. FACULDADE UNITAU DE TAUBATÉ ORIENTADOR __________________________________ PROF. FACULDADE UNITAU DE TAUBATÉ __________________________________ PROF. FACULDADE UNITAU DE TAUBATÉ A minha família, razão de minha existência. A Deus. Agradeço a meu orientador pela paciência e grandes ensinamentos. “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.” Cora Coralina RESUMO Este estudo objetivou analisar as possibilidades da compreensão da afetividade no processo de ensino e aprendizagem com base na percepção dos docentes de educação infantil. A presente pesquisa objetivou analisar os desafios e dilemas enfrentados por todos aqueles que lidam com a educação, especialmente no ensino infantil. Neste momento de transformações na educação, cabe refletirmos sobre a importância do trabalho docente na formação integral da criança de modo saudável para que se tornem sujeitos autônomos, criativos, capazes de tomar decisões. Alguns dos caminhos a percorrer para chegar lá foram verificar qual a importância da afetividade na educação infantil, analisar como a afetividade pode influenciar na qualidade do ensino, bem como, buscar práticas educativas, indicar as manifestações afetivas e por fim apontar os benefícios da afetividade. Para tanto, foi utilizado como método para coleta de dados a pesquisa bibliográfica, através do estudo sobre a dificuldade na aprendizagem no ensino infantil. A partir da análise de dados foi possível perceber a importância da afetividade no processo de aprendizagem e que das características citadas da afetividade é o auxilio indispensável no desenvolvimento motor e cognitivo no ensino infantil. A formação docente inicial e continuada, a dinâmica e a integração da pratica pedagógica na educação infantil se impõe como maior desafio da afetividade educacional. Enfim, por meio de todo estudo realizado e apresentado foi possível afirmar que a afetividade pode auxiliar a aprendizagem na educação infantil, impulsionar o desenvolvimento emocional e intelectual, dessa forma obter um desenvolvimento integral da criança de maneira saudável e contribuir para o desenvolvimento social. Palavras-Chaves. Educação Infantil. Desenvolvimento. Aprendizagem. Afetividade. ABSTRACT This study aimed to analyze the possibilities of understanding affectivity in the teaching and learning process based on the perception of early childhood teachers. This research aimed to analyze the challenges and dilemmas faced by all those who deal with education, especially in early childhood education. In this moment of transformations in education, it is necessary to reflect on the importance of teaching work in the integral formation of children in a healthy way so that they become autonomous, creative subjects, capable of making decisions. Some of the ways to go to get there were to verify the importance of affectivity in early childhood education, analyze how affectivity can influence the quality of teaching, as well as seek educational practices, indicate affective manifestations and finally point out the benefits of affectivity. For this purpose, bibliographic research was used as a method for data collection, through the study on learning difficulties in early childhood education. From the data analysis it was possible to perceive the importance of affectivity in the learning process and that of the mentioned characteristics of affectivity was the indispensable aid in motor and cognitive development in early childhood education. Initial and continuing teacher training, dynamics and the integration of pedagogical practice in early childhood education imposes itself as the greatest challenge of educational affectivity. Finally, through all the study carried out and presented, it was possible to affirm that affectivity can help learning in early childhood education, boost emotional and intellectual development, thus obtaining a comprehensive development of the child in a healthy way and contributing to social development. Keywords: Child education. Development. Learning. Affection SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14 1.1 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 16 1.2 OBJETIVO GERAL.............................................................................................. 17 1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 18 2 VISÃO SOBRE PRÁTICA PEDAGÓGICA ............................................................ 19 2.1 PRATICA PEDAGÓGICA NA ATUALIDADE NA ATUALIDADE ........................... 21 2.2 AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL E PRATICA PEDAGÓGICA ............. 23 2.3. A INDISSOCIABILIDADE ENTRE BRINCAR, CUIDAR E EDUCAR. ................ 24 3 AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL ........................................................... 26 3.1 ASPECTOS HISTÓRICOS SOBRE DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA CRIANÇA .................................................................................................................. 28 3.2 DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA CRIANÇA ............................................... 30 4 CONHECENDO A AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL ............................. 31 4.1 TIPOS DE AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL ........................................ 34 5 PAPEL DA AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL EM RELAÇÃO AO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA CRIANÇA .................................................... 36 5.1 CONHECENDO A MEDIAÇÃO NA APRENDIZAGEM ........................................ 38 6 METODOLOGIA .................................................................................................... 40 7 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 43 8 RESULTADO DE DISCUSSÃO ............................................................................. 45 9 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 48 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 49 14 1 INTRODUÇÃO A afetividade é uma importante ferramenta para fomentar a aprendizagem de maneira saudável. Influencia significativamente no desenvolvimento emocional e intelectual,visto que nos primeiros anos de vida a afetividade é predominante. Tanto que, a afetividade tem um papel crucial no desenvolvimento do sujeito, estando presente em todas as dimensões na nossa formação como sujeito, o meio em que vivemos condiciona nossa evolução positivamente ou negativamente, assim se faz necessário a afetividade na aprendizagem e na relação professor e aluno. Dessa forma, a afetividade possibilita a aprendizagem significativa na educação infantil. Com isso, quando a relação afetiva entre professor e aluno é auspicioso o desenvolvimento integro da criança é indubitável, com o intuito de favorecer o desenvolvimento intelectual e emocional, pois é importante que a criança se sinta acolhida e feliz na escola para que ela possa querer aprender. Diante dos dilemas e transformações na educação, um fator que permanece relevante é a aprendizagem significativa nas instituições escolares. É a área de Educação que se apresenta como responsável para melhorar essa realidade garantindo a formação inicial e continuada do docente em concordância com os objetivos da aprendizagem contemporânea, gerando menores conflitos internos e possibilitando a efetiva aprendizagem na educação infantil que pode ser definida com o desenvolvimento global da criança. Os objetivos da compreensão da afetividade visam fomentar o desenvolvimento global do indivíduo. Isso porque o processo de ensino e aprendizagem só acontece em meio às interações e convívios sociais que levados a via afetivas alcançará o desenvolvimento motor, intelectual e emocional. Um dos passos a ser realizado para alcançar o objetivo geral da pesquisa é apontar de que forma a compreensão da afetividade auxilia a aprendizagem. Depois uma das etapas importantes é analisar como a relação afetiva pode influenciar na qualidade do ensino, em seguida buscar prática educativas, indicar as manifestações afetivas e apontar os benefícios da afetividade. Diante dos direitos das crianças está a educação gratuita e de qualidade, cabendo à educação infantil o desenvolvimento integral de forma conjunta com a 15 família e a comunidade. Para isso a escola deve ser um espaço de aquisição e ampliação dos diversos saberes. Um dos meios a percorrer está na pratica pedagógica na educação infantil, através da compreensão da afetividade. Para a realização do presente trabalho foram utilizadas pesquisas bibliográficas. A pesquisa fundamentou-se em publicações científicas sobre a compreensão da afetividade na aprendizagem da educação infantil. O estudo bibliográfico foi desenvolvido de forma exploratória, envolvendo o processo de ensino-aprendizagem, a educação infantil e a formação integral do aluno. O trabalho de conclusão de curso estrutura-se em cinco capítulos, apresentando-se no primeiro a visão da prática pedagógica acerca da afetividade baseado em vários autores, além de apresentar a prática pedagógica na atualidade, afetividade na educação infantil e a indissociabilidade entre brincar, cuidar e educar. No segundo capítulo, trataremos sobre a afetividade na educação infantil, acerca da formação integral e aspectos históricos sobre o desenvolvimento da criança. No terceiro capitulo compreenderemos melhor sobre a afetividade e sua importância no desenvolvimento infantil e os tipos de afetividade. No quarto capítulo, abordaremos o papel da afetividade em relação ao desenvolvimento e mediações na aprendizagem e por último, no quinto capítulo, o papel da afetividade na Educação Infantil em relação ao desenvolvimento integral. 16 1.1 JUSTIFICATIVA Essa pesquisa se justifica no sentido de buscar a compreensão da afetividade como uma ferramenta que auxilie os profissionais da área de educação e colabore para o desenvolvimento global do aluno. A afetividade afeta a maneira como a criança interpretará o mundo, assim as vivências constituem a história do indivíduo e podem refletir de maneira positiva ou negativa, portanto e imprescindível à compreensão da afetividade na educação infantil para formar cidadãos que acreditem em seu potencial e contribuem com o avanço da sociedade com sabedoria e responsabilidade. O que fomentou a realização deste trabalho foi entender que o processo de ensino e aprendizagem é complexo e que pode até não ser bem sucedido. Assim sendo apresenta definições e estratégias necessárias para prática pedagógica com base nos princípios da afetividade. 17 1.2 OBJETIVO GERAL O presente trabalho tem como objetivo geral apontar de que forma a compreensão da afetividade auxilia a aprendizagem na educação infantil, com a finalidade de demonstrar a vantagem do desenvolvimento emocional e intelectual nas instituições de ensino infantil. 18 1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Verificar qual a importância da afetividade na educação infantil; Analisar como a relação afetiva pode influenciar na qualidade do ensino; Buscar práticas educativas; Indicar as manifestações afetivas; Apontar os benefícios da afetividade; 19 2 VISÃO SOBRE PRÁTICA PEDAGÓGICA Pode-se dizer que a prática pedagógica deve buscar caminhos transformadores integrando o conhecimento teórico e a prática. Neste contexto, para Veiga (2015) fica claro que o trabalho pedagógico deve ser dinâmico e considerar os conhecimentos prévios do aluno e a realidade a qual está inserido e objetivar avanços e progressos significativos. Consequentemente o professor deve se dispor a criar estratégias de ensino conforme as necessidades de cada aluno. A característica principal dessa prática é o não rompimento da unidade entre teoria e prática. A prática pedagógica tem um caráter criador e tem como ponto de partida e chegada, a prática social, que define e orienta sua ação. Procura compreender a realidade sobre a qual vai atuar e não aplicar sobre ela uma lei ou um modelo previamente elaborado (Veiga, A Prática pedagógica do professor de didática, 2015, p. 21). O autor deixa claro que a melhor maneira de compreender esse processo é considerar que a teoria e a prática são indissociáveis no desenvolvimento do conhecimento. Conforme citado acima não se trata de um processo mecânico, seja porque considera a realidade de cada instituição escolar, seja porque analisa cada aluno individualmente. Julgo pertinente trazer à tona a reflexão sobre a profissão docente e a construção da identidade, tomando a escola como contexto de investigação e espaços privilegiados para formação. O segredo da competência depende do saber aprender, do nunca parar de aprender, de aprender antes de tudo a aprender. A ideia de que alguns sabem e outro não aos poucos vem sendo substituída pelo conceito que capaz é aquele que sabe aprender, conhecer permanentemente. Fazer um curso é apenas um ponto de partida. Os bons fazem curso complementares. É preciso abrir o horizonte do conhecimento. (Paviani, 2003, p. 54) . . Conforme citado acima por Veiga(2015) a prática pedagógica busca transformar a qualidade do ensino, através de mecanismos que colaborem para uma formação docente, onde o conhecimento é concebido como algo inacabado e se constrói nas experiências vivenciadas e na disposição e flexibilidade do professor de 20 aprender com as novas situações. Logo, o planejamento do educador deve apresentar estratégias que transformem conhecimentos em aprendizagens relevantes para a vida do aluno. Ora, em tese, a dificuldade na aprendizagem nas escolas, então, deve ser direcionada a pratica pedagógica reflexiva. Caso contrário, o ensino será reduzido à mera reprodução e memorização. Como bem nos assegura (Figueiredo-Nery, 2013, p. 54) "[...] estudos sugerem uma forte ligação entre as atividades lúdicas e o desenvolvimento da criatividade, especialmente em crianças durante os primeiros anos de formação escolar [...]". O desenvolvimento da criança, por exemplo, pode ser frustradacaso a efetividade da aprendizagem ocorra sem considerar a afetividade no processo de mediação, podendo interferir na autonomia, na criatividade e em outros aspectos pessoais e profissionais, fazendo com que a criança não se desenvolva de maneira saudável. Nosso envolvimento com a questão da afetividade remonta a década de 1970, com os estudos de Carl Rogers. Tínhamos clareza de que, em nossas atividades educacionais, principalmente na sala de aula, não era só o cognitivo que deveria ser considerado, mas também o afeto, e o investimento nesse aspecto favoreciam as relações interpessoais e, portanto, o acesso ao conhecimento (Almeida & Mahoney, 2007, p. 15). Dessa forma, quando as escolas consideram que a afetividade contribui na aprendizagem obtém-se grandes avanços em outras dimensões, sendo assim ela deve permear a relação professor e aluno. Conforme explicado acima, o que importa é o desenvolvimento integral da criança, portanto, é possibilitar a transformação na qualidade do ensino. Essa, porém, é uma tarefa que implica reflexão da prática pedagógica. Vê-se, pois, que os docentes devem avaliar o processo de ensino e considerar a realidade social. O autor deixa claro que é preciso ressaltar que todos devem aprender a aprender, pois o homem se constrói dia a dia, infelizmente, ainda hoje o conhecimento é tido como algo pronto de forma mecânica. Por final, a prática da afetividade é uma importante ferramenta no processo de desenvolvimento ora que deve se analisar a contribuição da afetividade na educação infantil. 21 2.1 PRATICA PEDAGÓGICA NA ATUALIDADE NA ATUALIDADE A pratica pedagógica deve ser transformadora e considerar a realidade a qual o aluno está inserido, dessa forma o docente deve estar disposto a aprender no seu cotidiano encarando os novos obstáculos como aprendizado. Com bem nos assegura (Barretos & Santos, 2019) é na articulação dos saberes e da pratica que o professor constrói e adquire novos caminhos para o aprendizado, tornado um profissional aberto a novos desafios impostos. Do ponto de vista de (Veiga, A prática pedagógica do professor de didática, 1989) os professores preconizam uma didática que contribua para efetivação de uma pratica pedagógica reflexiva e critica, onde a escola não se separa da realidade, dessa forma afirmam que ação docente deve ser complementada com a participação ativa dos alunos. A principal característica dessa prática é a indissociabilidade da teoria e pratica, procurando compreender a realidade inserida e não aplicar sobre ela um modelo pronto. É preciso, porém, ir mais além para efetivar a aprendizagem. É exatamente o caso da pratica pedagógica reflexiva, conforme explicado acima. Por todas essas razões, é necessário buscar estratégias para efetiva aprendizagem, é notório que isso resulta da reflexão e avaliação da pratica pedagógica. O que importa, portanto, é modificar a maneira de ensinar. Essa, porém, é uma tarefa social. Vê-e, pois, que todos os envolvidos devem se comprometer com os objetivos na educação. Conforme afirma (Franco, 2016), para uma aula se tornar pratica pedagógica deve existir a intencionalidade e buscar praticas que tornem a aprendizagem significativa e para isso deve haver reflexão continua e coletiva dos envolvidos no processo ensino- aprendizagem e assegurar que a proposta seja concedida a todos, buscando ferramentas que efetivem a proposta . De acordo com (Baltazar, Moretti, & Balthazar, 2006, p. 47). Evidentemente, a criança chega à escola levando consigo aspectos constitucionais e vivência familiar, porém o ambiente escolar será também uma peça fundamental em seu desenvolvimento. Esses três elementos- aspectos constitucionais, vínculos familiar e ambiente escolar -constituirão o tripé do processo educacional. 22 A melhor maneira de compreender esse processo é considerar que o desenvolvimento emocional saudável é a mola propulsora para o processo de ensino- aprendizagem. Não se trata de transmitir conteúdos, seja porque esse processo depende do motivo pelo qual a criança busca o conhecimento, seja porque o aluno deve ser ativo na aprendizagem. Julgo pertinente trazer à tona a necessidade da aprendizagem significativa considerando o lúdico como ferramenta indispensável na aprendizagem infantil. 23 2.2 AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL E PRATICA PEDAGÓGICA Grandes estudiosos basearam sua pesquisa na importância da afetividade no desenvolvimento infantil, afirmando que o desenvolvimento cognitivo e motor se desenvolvem consequentemente dos estímulos afetivos e que a infância e o alicerce para o desenvolvimento do sujeito. "As pesquisas wallonianas sobre afetividade trouxeram contribuições para questões relativas à atenção e ao interesse das crianças nas atividades escolares" (Almeida A. R., 2008, p. 149) Como bem nos assegura (Almeida & Mahoney (orgs), 2004), pode-se dizer que quanto mais investir no desenvolvimento infantil, melhores condições essa criança terá como adulto. Neste contexto, fica claro que a infância é à base da construção do sujeito. É preciso, porém, ir mais além e considerar que a criança tratada com afeto tem mais chances de se desenvolver emocionalmente e intelectualmente. Por todas essas razões, conforme explicado acima, a educação infantil deve ser relevante, é notório que isso resulta de sujeitos capazes de interferir com sabedoria nas questões sociais. O que importa, portanto, é uma educação transformadora. Essa, porém, é uma tarefa que todos os envolvidos devem se responsabilizar. Vê-se, pois, que a educação é o caminho da transformação da nossa realidade social. Não apenas porque nessa etapa do desenvolvimento os aspectos emocionais desempenham um papel fundamental, mas porque, além disso, constituem a base ou a condição necessária para qualquer progresso nos diferentes âmbitos do desenvolvimento infantil. Tudo na Educação Infantil é influenciado pelos aspectos emocionais: desde o desenvolvimento psicomotor, até o intelectual, social e o cultural (Zabalza, 2009, p. 51). Conforme explicado acima, o que importa, portanto, é a criança sentir segura e acolhida no processo de ensino e aprendizagem. Essa, porém, é uma tarefa que envolve professor, escola e família. Vê-se, pois, que a emoção é a base para se construir todos os desenvolvimentos. É preciso ressaltar que a criança deve sentir prazer ao aprender. 24 2.3. A INDISSOCIABILIDADE ENTRE BRINCAR, CUIDAR E EDUCAR. É notório que a criança se desenvolve constantemente e que o meio pode influenciar de forma significativa para fomentar capacidades e habilidades, portanto o brincar é uma importante ferramenta para os educadores, possibilitando o desenvolvimento motor, afetivo e cognitivo. "É nos jogos e brincadeiras que a criança aprende a elaborar e resolver conflitos que vivência ou vivenciará no seu dia a dia" (De Biasi, 2018, p. 37). Grandes estudiosos ressaltam a importância do lúdico no desenvolvimento infantil. Como bem nos afirma (Jesus, 2010) o brincar não só proporciona a aprendizagem ao educando, como permite ao professor desenvolver sua percepção e conhecer um pouco mais sobre as crianças e suas necessidades, tornando possível avaliar o conhecimento e o desenvolvimento já adquirido de cada aluno, possibilita criar estratégias que propicie a efetivação da aprendizagem de forma cognitiva e afetiva. Conforme explicado acima, é importante ressaltar que a brincadeira e as atividades lúdicas são consideradas importantes ferramentas para o desenvolvimento integral da criança, mas, em cima disso, o lúdico deve ser preservado nas práticas pedagógicas. Finalmente, pais e educadores estão cada dia mais conscientes dos benefícios e da indissociabilidade de brincar, cuidar e educar. Ora, nesse sentido, a brincadeira proporciona alegria e divertimento no processo ensino-aprendizagem.Essa versão não é a única pela qual cabe dizer que esse triple estimula a autonomia das crianças na busca de soluções, descobrindo novas estratégias para evoluir e colaborar socialmente. Pois, ao brincar a criança expressa seus anseios, a maneira como está percebendo o mundo que a cerca e principalmente está vivenciando a sua infância. Reconhecendo-se em um meio e como parte dele, criando a própria brincadeira e interagindo com todos que a rodeiam. Além de ter suas necessidades satisfeitas, que são: adquirir novos conhecimentos, habilidades, pensamentos e entendimentos coerentes e lógicos. (De Biasi, 2018, p. 13). 25 Por fim, podemos chegar à conclusão de que a brincadeira e o lúdico são importantes ferramentas no desenvolvimento da criança. Logo, são indiscutíveis os benefícios que o afeto na relação professor-aluno proporciona na educação infantil, tornando a aprendizagem em um momento agradável que assegure a criança a criar e descobrir novos caminhos, ampliar seus conhecimentos e a se socializar. Nesse sentido, é possível compreender a inerência de brincar, cuidar e educar. 26 3 AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL Segundo (Almeida A. R., 2008) não podemos achar que o desenvolvimento cognitivo é dissociado do desenvolvimento emocional, uma educação que se preocupa com o desenvolvimento integral do sujeito não se preocupa apenas com o desenvolvimento de conteúdos, pois o desenvolvimento pleno só é possível com a integração do desenvolvimento afetivo. Sendo assim o professor deve considerar a afetividade como uma importante ferramenta do seu trabalho de educador. [...] Em primeiro lugar, estudar a afetividade é antes de tudo um fator componente da personalidade que tem sido esquecido pela literatura. Respaldados no fato que o compromisso da escola é com desenvolvimento da personalidade infantil, não se pode considerar que estamos promovendo- a, se apenas cuidamos do aprendizado intelectual. Acreditamos que tratar a afetividade e a inteligência como domínios funcionais estanques é desconsiderar o indivíduo em sua amplitude (Almeida A. R., 2008, p. 147). Conforme citado acima, a afetividade é inerente no desenvolvimento da personalidade infantil, nesse contexto fica claro que trabalhar o desenvolvimento intelectual isoladamente do desenvolvimento emocional é negligenciar o trabalho docente. O mais importante é constatar que as dimensões afetivas, motoras e cognitivas são indissociáveis. Não é exagero afirmar que essa teoria tem um papel importante na aprendizagem. O autor deixa claro em todo esse processo pode se dizer que a afetividade também é responsável pela construção da sociedade. A compreensão da reciprocidade entre afetividade e a inteligência é a mola propulsora para uma discussão proveitosa acerca das relações afetivas na sala de aula. Não basta aceitar a afetividade como um aparato das relações com o conhecimento. É necessário entende-la como uma companheira fiel da inteligência; afirmar sua ausência é desconhecer a relação afetiva- inteligência no desenvolvimento-humano (Almeida A. R., 1999, p. 16). Conforme citado acima por (Almeida A. R., 1999) a afetividade contribui na educação infantil, trata-se inegavelmente das relações afetivas, cognitivas e motoras. Seria um erro, porém, enfatizar aspectos cognitivos esquecendo os aspectos afetivos. Assim se reveste de particular importância o estudo da emoção na educação infantil. Sob essa ótica, ganha particular relevância a reciprocidade entre tais dimensões para evolução plena do sujeito. Em tese, a afetividade faz com que a criança sinta-se acolhida e segura, o que proporciona um desenvolvimento saudável e prepara assim a criança para o 27 desenvolvimento cognitivo. Como bem nos assegura (Almeida A. R., 1999, p. 52) a afetividade pode ser considerada fundamental no desenvolvimento intelectual. Caso contrário, o desempenho do aluno será afetado de forma negativa. Não se trata de contato físico. Muitos professores reduzem a afetividade ao beijo e ao abraço. É importante considerar que saber ouvir, respeitar, conhecer e admirar, por exemplo, são manifestações de afeto, seja porque é inconcebível uma educação sem afetividade, seja nesse caso estimulador da aprendizagem. É evidente que há um compromisso da escola com desenvolvimento pleno da criança. Pode-se dizer que desenvolver a aprendizagem de forma lúdica contribui para uma aprendizagem significativa e fortalece os vínculos afetivos entre professor e aluno. Neste contexto, para (Ferlin, 2012) fica claro que uma prática motivadora possibilita a interação entre professor e aluno. O mais preocupante, contudo, é constatar que alguns educadores resistem à mudança descartando um trabalho mais dinâmico. Nesta proposta, destacamos a criança como ser historicamente situado, com capacidade de colocar-se no mundo de forma crítica, para transformá-lo e ser por ele modificado. O desenvolvimento de atividades centradas no prazer e no caráter lúdico possibilita o refinamento progressivo das habilidades motoras especificamente humanas e que fazem parte da cultura corporal da criança como: jogos, brincadeiras, danças etc., visando o desenvolvimento do potencial emocional, afetivo, cognitivo e motor (Ferlin, 2012, p. 14). O autor deixa claro que é preciso, porém, ir mais além transformando a aprendizagem em prazer. É exatamente o caso das atividades lúdicas. Por todas essas razões, brincar, jogar, rodas de conversa é notório que isso resulta no desenvolvimento cognitivo, motor e afetivo, conforme explicado acima. O que importa, portanto, é modificar a forma de ensinar. Essa, porém, é uma tarefa que cabe ao docente reflexivo. Vê-se, pois, que o educador só tem a ganhar por estabelecer uma relação menos formal com a criança, contribuindo com o processo de integração com o grupo e de socialização, auxiliando no desenvolvimento. 28 3.1 ASPECTOS HISTÓRICOS SOBRE DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA CRIANÇA O desenvolvimento da criança e a educação infantil tiveram visões diferentes e tiveram mudanças ao longo dos anos, as primeiras creches surgiram quando as mulheres tiveram a necessidade de trabalhar, então as creches foram compreendidas como um lugar onde as mães com menos condições que precisavam trabalhar deixavam seus filhos para ser "cuidado" no sentido de suprir necessidades como alimentação e higiene e não havia intencionalidade educacional. Conforme afirma (Andrade, 2010), as primeiras experiências do atendimento em creches no início do século XX revelaram seu caráter assistencial e custodial, voltados ao atendimento de crianças e famílias empobrecidas. Neste contexto, fica claro que a criança tinha sua infância negada e que as instituições não passavam de um depósito para proteger as crianças das más influencias. Em todo esse processo ocorreu negligência quanto ao desenvolvimento infantil. Assim, preocupa o fato de que muitos ainda tem o conceito assistencialista em relação as instituições infantis, isso porque as crianças devem ser considerada com sujeitos de socialização e que as instituições prestam assistência a família contemporânea no sentido amplo de cuidar e educar , possibilitando a formação da criança como ser social. De acordo com (Campos, 2016) a Educação Infantil devem estar organizada na inerência do cuidar e educar, atendendo a todas as necessidades das crianças, a percepção de suas emoções, o cuidado com a higiene pessoal o acolhimento e o afeto devem ser inerentes na Educação Infantil promovendo o desenvolvimento emocional e intelectual. A origem desse quadro é facilmente encontrada na construção da nossa sociedade. Não restam dúvidas de que durante séculos a educação no sentido de conhecimento era apenas para a elite, aos menos favorecidos cabiam instituições assistencialistas no sentido de cuidar e proteger sem nenhum compromissocom o desenvolvimento intelectual e emocional, conforme explicado acima, o que resultou, hoje, em uma desigualdade social ainda maior. Cabe apontar que, apesar de avanços na educação, a realidade explicita um quadro bem distinto do esperado, pois infelizmente muitas metas foram traçadas, mas não foram alcançadas. Diante do 29 exposto, então, é preciso transformar a educação, dessa forma, as crianças são a esperança para um futuro melhor. . O importante na efetivação dessa identidade institucional é que a creche seja um espaço de educação de qualidade, permitindo vivências e experiências educativas, comprometida com os direitos fundamentais da criança e garantindo a promoção da cidadania. Considerando o quadro legal que legitima a educação infantil como direito das crianças de 0 a 6 anos e redimensiona o papel das creches e pré-escolas, muitos embates e desafios se fazem presentes, visto a historicidade da dicotomia existente entre o proclamado nas leis e o efetivado na realidade brasileira (Andrade, 2010, p. 147), Por fim, podemos chegar à conclusão de que as instituições de educação infantil deve se comprometer juntamente com a família e a comunidade com o desenvolvimento integral da criança. Logo, é indiscutível os benefícios que se tem perante a sociedade ao considerar os primeiros anos da criança. Nesse sentido, é possível dizer que a criança é um sujeito social e que as creches e pré-escolas tem um papel fundamental na construção da criança para se tornar um sujeito capaz de refletir, criar e agir com sabedoria em beneficio da sociedade. 30 3.2 DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA CRIANÇA O desenvolvimento integral da criança acontece quando o desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo ocorre em concordância de maneira harmoniosa tornando a criança em um sujeito com autonomia, capaz de criar, refletir e agir com sabedoria diante dos problemas individuais e sociais. (Carvalho, Salles, & Guimarães (Orgs), 2002) afirma que a educação infantil deve integrar o cuidar e educar, desenvolvendo todas as habilidades e potencialidades, no sentido do conhecimento reflexivo, transformador e critico, e cuidar preparando o para as demais etapas da vida e assim assumir papeis sociais. Na visão de (Pacífico, Abramowiez, Bueno, & Neves (orgs), 2015) a qualidade do ensino infantil só pode ser alcançada com a harmonização das dimensões fundamentais ao processo de aprendizagem. A gestão, formação de professores, organização do espaço, relação família-escola, sendo todas indispensáveis e de igual significado para um promoção de um ensino que atenda as necessidades do ensino infantil. É preciso, porém, ir mais além. A escola deve ser um ambiente acolhedor e agradável para que a criança sinta prazer e segurança. É exatamente o caso da organização do espaço e das demais dimensões indispensáveis para garantir o desenvolvimentos da habilidades e potencialidades da criança, conforme explicado acima. Por todas essas razões as relações de afeto e o ambiente é fundamental, é notório que isso resulta de benefícios no processo ensino-aprendizagem. Vê-se, pois, que a criança deve se sentir segura e amada para um desenvolvimento saudável. A LDB regulamentou e definiu a educação infantil como primeira etapa da educação básica (art.21/1) e afirmou que essa instituições tem por finalidade o desenvolvimento integral da criança até 5 anos de idade em seus aspectos físicos, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade (art.29) (Craidy, 2009, p. 25). Por fim, podemos chegar à conclusão de que as instituições de ensino infantil deve oferecer uma estrutura que possibilite as práticas pedagógicas permitindo o desenvolvimento integral. Logo, é indiscutível os benefícios de um ensino de qualidade para o desenvolvimento da criança como sujeito. Nesse sentido, a escola deve oferecer um ambiente aconchegante e relações afetivas que proporcione experiências e que fomente a criatividade, a reflexão, e a autonomia. 31 4 CONHECENDO A AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL O desenvolvimento da criança e a educação nem sempre recebeu a atenção que recebe hoje. A criança antes considerada como um sujeito em espera tinha sua infância roubada e negligenciada. Com o passar dos anos a criança é reconhecida como um ser social, capaz de crescer, aprender e evoluir, englobando características cognitivas e emocionais na aprendizagem. A educação das crianças teve início com o fato de as mulheres de classe menos favorecida precisarem trabalhar nas indústrias no ano de 1930. Ao longo dos anos, depois de muita luta e retrocessos, a educação Infantil se consolidou na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, sendo considerada a primeira etapa da educação básica. Segundo (Pineda, Queiroz, & Villena, 2013) após o reconhecimento da promulgação da LDB as pesquisa na área de educação de crianças menores de 7 anos tem avançado conquistando seu espaço. Então a partir da LDB nº 9.394/96 a educação infantil teve como finalidade o desenvolvimento integral da criança, englobando aspectos sociais, culturais, físicos, intelectuais e psicológicos, complementando a ação da família e escola. Conforme citado por Moral et al (2013) as creches e pré-escolas devem cumprir o objetivo de cuidar e educar de maneira articulada e qualitativa, conforme definido no artigo 30 da lei. Com base no autor (Kramer, Leite, & Nunes, 2007) a partir desse marco histórico na legislação, as políticas públicas de educação infantil foram tomando caminhos menos nebulosos e mais definidos. Como por exemplo, a preocupação com a formação dos docentes, para atuar com sabedoria nessa etapa de grande desenvolvimento, sendo assim a formação pedagógica deve ser pautada na compreensão da afetividade no processo de ensino-aprendizagem. A inclusão da Educação Infantil na BNCC foi mais uma importante conquista, definindo um conjunto progressivo de aprendizagem que devem ser desenvolvidas e garantidas a todos os alunos. Conforme mostra a ilustração abaixo: 32 Podemos perceber na ilustração acima os eixos estruturantes da prática pedagógica e as competências gerais da educação, garantindo os seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento assegurados na Educação Infantil. De acordo com (Prado & Vidal, 2002), considerando as particularidades da faixa etária compreendida entre zero e seis anos, a proposta educativa do Referencial Curricular de Educação Infantil enfatiza a construção da identidade, autonomia da criança e o seu conhecimento de mundo. A elaboração e aprovação de alguns documentos nortearam o caminho da aprendizagem infantil, considerando as relações sociais e as brincadeiras como importante ferramenta para o desenvolvimento integral da criança. Em 1998 o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (RCNEI) foi considerado um grande avanço na época com a finalidade de orientar os conteúdos e objetivos, porém não centralizavam a construção da identidade da criança. Em 2009 as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI) avançam colocando como foco a formação social da criança, considerando a criança como sujeito que constrói cultura, que aprende ao brincar e imaginar, observando e experimentando, enfatizando as interações sociais e as brincadeiras na construção do currículo. 33 Em dezembro de 2017 foi aprovada e homologada a Base Nacional Curricular (BNCC) com o objetivo de contribuir no avanço da compreensão de como a criança aprende, baseando um currículo no direito e aprendizagem definidos, partindo do pressuposto que a criança aprende por meio as experiências. Hoje a Educação Infantil é considerada a base para a formação do sujeito, e fundamental para o desenvolvimento harmonioso da emoção e da inteligência. Sendo assim, o contextohistórico mostra os avanços na educação infantil. Podemos perceber conforme citado acima que esse quadro remete a compreensão de relações harmoniosas e um ambiente aconchegante e estimulador na Educação Infantil. Não é exagero afirmar que a afetividade na Educação Infantil é relevante nos documentos educacionais que direcionam a prática pedagógica. 34 4.1 TIPOS DE AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL Ao falar sobre o conceito de afetividade não há como deixar de citar a infância, pois só assim poderemos compreender sua verdadeira origem e suas primeiras manifestações e sua inerência com o desenvolvimento cognitivo. "As primeiras manifestações afetivas da criança estão, portanto, ligadas tanto ás funções vegetativas (viscerais) como as proprioceptivas (musculares)" (Almeida & Mahoney (orgs), 2004, p. 62). Na opinião de Almeida (2008) Pode-se dizer que as primeiras manifestações afetivas são basicamente orgânicas até as diferenciadas como as emoções, os sentimentos e paixões. Neste contexto, fica claro que a afetividade está ligada ao bem estar e mal estar, identificada em duas etapas, a primeira de base orgânica ligada à sensibilidade interoceptivas, propioceptivas e exteroceptivas, e a outra de base mais social que envolve a sensibilidade ao outro. A melhor maneira de compreender esse processo é considerar que a afetividade tem raízes na vida orgânica conforme explicado acima. Não se trata de estancar as dimensões afetivas e cognitivas, seja porque, a atividade emocional é simultaneamente social e biológica seja porque a consciência afetiva é a forma pela qual o psiquismo emerge da vida orgânica. Julgo pertinente trazer á tona compreender que a criança através das necessidades orgânicas de conforto ou desconforto expressam seus primeiros movimentos se comunicando com o meio consequentemente a mediação é à base do desenvolvimento. Uma educação que segue rumo ao desenvolvimento da totalidade do indivíduo está mais além de princípios que defendem propostas pedagógicas e currículos que apenas se ocupam das competências básicas, dos conteúdos e das formas de transmissão da instrução de cada nível. O homem de hoje e de sempre nunca se desenvolveu plenamente sem o concurso do desenvolvimento afetivo. Desenvolver a totalidade humana deve ser a prática de uma educação que se diz humanista e libertadora. (Almeida A. R., 2008, p. 147). Portanto, torna-se evidente que a compreensão da afetividade contribui na aprendizagem. Vê-se, pois, que o compromisso da escola é com o desenvolvimento total da criança. Logo, é indiscutível o fato que não podemos nos preocupar apenas 35 com o desenvolvimento intelectual na formação da criança como sujeito sem considerar a afetividade na prática pedagógica. 36 5 PAPEL DA AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL EM RELAÇÃO AO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA CRIANÇA A nossa história é marcada por uma educação baseada na transmissão de conteúdos desconsiderando as relações sociais e as vivências do homem, uma educação onde o aluno que memoriza e reproduz o conteúdo e tido como bom aluno. Bem nos (Moll, 2009) que com o passar dos anos foi constatado que a educação baseada apenas em conteúdos e no desenvolvimento da inteligência não era o suficiente para formação do sujeito social, é necessário aprender a compreender o mundo em sua totalidade. A dicotomia entre a razão e emoção levou Henri Wallon na década de 1990 a colocar como base da teoria no desenvolvimento humano a integração afetiva, motora e cognitiva, o que possibilitou a compreensão da afetividade no processo ensino- aprendizagem (Almeida & Mahoney, 2007). Segundo Piaget a criança estabelece uma relação de interação com o meio desde o nascimento, e é nessa relação com o mundo físico e social que a criança desenvolve a dimensão cognitiva, assim a inteligência é inerente ao desenvolvimento afetivo, dessa forma o aluno entusiasmado com a aprendizagem terá mais facilidade para adquirir o conhecimento (FERREIRA, 2017). As pesquisas de Wallon também contribuíram para a compreensão da afetividade na aprendizagem. O autor deixa claro que o período escolar é um momento de intensa atividade intelectual que implica memorização e a memória depende também das condições afetivas (Ferreira, 2017, p. 21). Leite e Falcin também recorre à teoria Walloniana e à vygotskiana para fundamentar sua pesquisa sobre a importância da afetividade nas relações professor-aluno e aluno e objetos de conhecimento. Ressaltam que a natureza da relação do professor com seus alunos e com seus objetivos de conhecimento não é somente cognitiva, mas também afetiva e isto se relaciona com as condições de ensino e aprendizagem (Souza & Bussab (orgs), 2006, p. 11). A educação infantil é responsável pela etapa de maior desenvolvimento, sendo o alicerce na formação da criança como sujeito, a escola tem um papel fundamental no desenvolvimento, devendo ser um espaço agradável que estimule a aprendizagem, conforme explicado acima. Nesse sentido é preciso que o professor de educação infantil compreenda de que maneira a afetividade contribui na aprendizagem, e que através de brincadeiras e jogos, rodas de leitura a criança expressa à maneira como 37 veem o mundo, permitindo o docente a conhecer melhor a peculiaridade de cada aluno. Segundo (De Biasi, 2018) é nos jogos e nas brincadeiras que a criança aprende a elaborar e resolver conflitos que vivência ou vivenciará no seu dia a dia. Conforme afirma (De Biasi, 2018) a infância é uma fase privilegiada na qual a criança está se conhecendo e conhecendo o seu meio social, passando a interpretar o mundo e as regras estabelecidas através das brincadeiras e a mediação do professor assegura a interação da criança com todos que a rodeiam, satisfazendo suas necessidades como o desenvolvimento das habilidades, entendimentos coerentes e ampliação do conhecimento. Dessa forma incentivam à curiosidade e estimulam a criança à procura de novas descobertas, onde ela interage, buscando soluções para problemas apresentados, descobrindo caminhos, desenvolvendo-se como ser social, colaborando, assim, para um crescimento sadio e encontrando o equilíbrio no dia a dia (Jesus, 2010, p. 05). Por fim, podemos chegar à conclusão de que a afetividade é intrínseca do desenvolvimento infantil. Logo, é indiscutível o afeto na prática pedagógica infantil, conforme citado acima. Nesse sentido, é compreender que o brincar é próprio da criança e não é possível compreender seu desenvolvimento sem apreender o papel da afetividade no desenvolvimento integral da criança. 38 5.1 CONHECENDO A MEDIAÇÃO NA APRENDIZAGEM Mediar é possibilitar o aluno a prender, deixando que ele por si só concretize a aprendizagem, o papel do professor na mediação então é despertar a curiosidade e promover caminhos que promovam à aprendizagem, diferentemente de transmitir conhecimentos prontos e definidos, a mediação tem a aprendizagem como algo inacabado (Sampaio & Sampaio, 2009). Documentos oficiais, mundialmente conhecido, como o Relatório Jacques Delors, sobre a Educação no século XXI da UNESCO, enfatizam que a aprendizagem é construtiva no decorrer da vida, devendo basear em quatro pilares: aprender a fazer, aprender a conhecer, aprender a viver juntos e aprender a ser, assim a escola não deve privilegiar uma educação baseada em adquirir conhecimentos acabados , negligenciando as potencialidades da criança. Conforme verificado por (Sampaio & Sampaio, 2009) trata-se inegavelmente de desenvolver a autonomia, a criatividade e a reflexão do sujeito desde a infância, seria um erro, porém, atribuir o conhecimento como algo acabado. Assim, reveste-se de particular importância a mediação na educação infantil. Sob essa ótima, ganha particular relevância a relação professor-aluno. É importante ressaltar quea aprendizagem deve ser significativa, mas, em cima disso, experimentar soluções para os problemas cotidianos. Finalmente, a educação está tomando direções que considerem o aluno ativo na aprendizagem. Nesse sentido, o professor deixa de ser o detentor do conhecimento. Essa versão não é a única pela qual cabe dizer que o sujeito aprende ao longo da vida e reconstrói seus saberes através de novas experiências conforme explicado acima. Diante de tudo isso, pudemos compreender que o professor tem um papel fundamental na formação da criança, servindo como guia nesse processo como um parceiro mais experiente. Muito mais que falar, seu papel é ouvir e observar as estratégias que os pequenos utilizam, qualificando dessa forma, as experiências vividas por eles. Nesse sentido cabe ao educador entender a criança não como um ser passivo, alienado, mas como protagonista capaz de pensar, criar e recriar novas possibilidades em suas experiências (Ostetto, 2008, p. 57). Sendo assim a mediação acontece quando o professor leva o aluno à curiosidade, fomentando a aprendizagem, nesse momento o professor deve analisar o conhecimento prévio do aluno e avaliar o aluno e a si próprio para analisar novas estratégias se necessário para que a aprendizagem seja efetivada. Nesse momento a afetividade se torna fundamental, pois o professor deve se atentar ao 39 comportamento, expressões e emoções durante o processo de aprendizagem, considerando os fatores que contribuem ou impedem que a criança evolua. 40 6 METODOLOGIA De acordo com (Souza, Santos, & Dias, 2013) a pesquisa tem o objetivo de contribuir com a solução de um determinado problema, sendo um procedimento intenso e minucioso, mediante a utilização de procedimentos científicos. "A pesquisa básica objetiva gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais.” (Dias, 2013, p.64). Devido a utilização de fontes bibliográficas para fins didáticos utilizarei como natureza da pesquisa básica. Pesquisa exploratória: "[...] tem por finalidade proporcionar mais informações sobre o assunto [...]" (Souza, Santos, & Dias, 2013, p. 64). Na pesquisa foi desenvolvido um estudo minucioso com o intuito de esclarecer, desenvolver e modificar o conceito na educação de forma a orientar a fixação do objetivo, formulando hipóteses precisa com vista na formulação do problema. Assim a pesquisa foi classificada como exploratória baseada em fontes bibliográficas e descritivas através de levantamento de referencias teóricas. A análise de dados da pesquisa exploratória é especificamente qualitativa. “A abordagem qualitativa parte do fundamento de que é uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, uma interdependência viva entre o sujeito e o objeto, [.].” (Souza, Santos, & Dias, 2013, p. 64). Devido o levantamento de referenciais de fontes bibliográfica ter sido a base da pesquisa será utilizada a abordagem qualitativa, conforme citado acima. Dessa forma devido à pesquisa ser baseada na hipótese de solucionar problema, tem o raciocínio hipotético-devolutivo, para chegar à solução viável da questão levantada. "Pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos.” (Souza, Santos, & Dias, 2013, p. 66). Caracterizou-se a pesquisa como bibliográfica por se fazer uso de fontes já elaboradas, fundamentada nas contribuições da teoria de diversos autores conceituados já publicados recolhendo informações e conhecimentos em livros, artigos, científicos sobre a importância da compreensão da afetividade e sua 41 contribuição na aprendizagem no ensino de educação infantil. Dessa forma cada informação foi analisada e seleciona cuidadosamente. Como apoio para coleta de dados utilizou-se o levantamento bibliográfico preliminar baseado na formulação do problema, elaborando um plano provisório sobre o assunto, buscando fontes, realizando leitura para formular o resumo através de fichamentos. Com esse tipo de resumo foi possível colher as informações mais relevantes sobre o tema para estruturar a pesquisa apresentada. “São chamados dados secundários por se tratarem de “dados de segunda mão”“. Cumpre ressaltar que essa expressão não tem caráter pejorativo, apenas indica que são dados disponíveis e que não foram coletados especificamente para o nosso trabalho em particular. (Prodanov & Freitas, 2013, p. 102) . Para a realização do presente pesquisa utilizou-se fontes de dados secundários, como jornais, registros estatísticos, periódicos, livros, cartas etc. Primeiramente eu fiz uma pré -pesquisa sobre o tema em discussão, separei os autores com maior relevância colhendo informações que serviram de base para prosperar no assunto no decorrer do presente trabalho apresentado. Elaborei o fichamento através de resumo de livros e artigos e demais fontes bibliográficas, de forma a ampliar o conhecimento já adquirido no decorrer dos estudos na graduação. O estudo foi composto por literaturas baseada no tema, indexada nos bancos de dados Google livros, Sciello, biblioteca digital. Quanto à amostra, os artigos foram selecionados de acordo a relevância no tema focando na contribuição para aprendizagem, totalizando 28 artigos. Dessa forma foram selecionados os livros com teorias que atendia responder a questão levantada, publicadas no período de 1989 a 2019, no idioma português. A pesquisa possui um grau de confiabilidade baseado em autores relevantes. É preciso destacar que grande parte da pesquisa foi baseada em autores que descreveram a importância da afetividade baseada na teoria de Piaget, Vygotsky e Wallon. Muitos outros autores contribuíram para engrandecer e suceder a pesquisa. Portanto foram selecionadas literaturas visando efetivar a pesquisa, tendo em vista a clareza na compreensão da afetividade na educação infantil. Dessa forma o objetivo geral foi responder de que forma a afetividade pode contribuir na 42 aprendizagem, refletindo sobre a prática pedagógica e os benefícios na relação harmoniosa professor-aluno, escola-família no ambiente escolar. 43 7 REVISÃO DE LITERATURA Afetividade afeta de forma direta o desenvolvimento interferindo na aprendizagem. Sabe-se que a criança que se sente acolhida e convive em um meio harmonioso tem mais facilidade ao aprender. Por esse motivo a compreensão da afetividade na pratica pedagógica tem sido considerada para auxiliar a aprendizagem. Os estudos de (Almeida A. R., 2008) baseadas na teoria de Wallon mostram que a afetividade precede e promovem o desenvolvimento intelectual, e que a inteligência apenas não é o suficiente para um desenvolvimento saudável, considerando assim a afetividade como essencial para formação do sujeito. Considerando que o compromisso da escola é com a formação da personalidade infantil não se pode considerar apenas o desenvolvimento intelectual, sendo fundamental a integração da escola com a família. A melhor maneira de compreender esse processo é considerar que o desenvolvimento do sujeito na sua totalidade não pode ser efetivado se pensar apenas no desenvolvimento intelectual, conforme mencionado pelo autor. Não se trata de desconhecer que ao período escolar é uma fase de intensa atividade intelectual, seja porque a criança se constrói pelas mediações, seja porque o conhecimento não é algo que deva ser obtido pronto sem significado com a sua realidade. Julgo pertinente trazer á tona a compreensão da afetividade como mola propulsora na aprendizagem. (Jesus, 2010) Afirma em seus estudos que grandes estudiosos e pesquisadores passaram a analisar a brincadeira e jogos como ferramenta para avançar na aprendizagem, concluindo que a afetividade contribui na aquisição do conhecimento, permitindo que os educadores conheçamum pouco mais sobre seus alunos e necessidades, obtendo um ponto de partida para promover a aprendizagem de forma cognitiva e afetiva. É preciso, porém, ir mais além e compreender o papel da escola e da família no desenvolvimento da criança. É exatamente o caso de conhecer a realidade vivenciada por cada aluno conforme mencionado pelo autor. Por todas essas razões, o professor deve compreender que ser professor é muito mais que transferir conteúdo 44 é notório que isso resulta não somente no desenvolvimento cognitivo, mas em sujeitos que se preocupam com o bem estar do próximo. O professor, portanto é um mediador responsável pelos significados que a objetos terá para o aluno, sendo assim o docente deve motivar despertar a curiosidade e promover caminhos que efetive a aprendizagem de maneira agradável aos educandos, tornando a aprendizagem construtiva e significativa, desenvolvendo a reflexão, a criatividade e autonomia desde a infância. (Sampaio & Sampaio, 2009). É importante ressaltar que a qualidade no ensino infantil resultará em um adulto virtuoso, mas, em cima disso, é relevante o papel do professor conforme mencionado pelo autor acima. Finalmente, a educação infantil é reconhecida como a primeira etapa da educação básica. Ora-a criança deixa de ser um adulto em espera, nesse sentido, a infância passa a ser vista como base na formação do sujeito. Essa versão não é a única pela qual cabe dizer que a educação infantil deve ser concebida por meios afetivos. Como resultado da pesquisa pode se afirmar que a afetividade é um aspecto central na aprendizagem, contribuindo para o desenvolvimento das dimensões afetivas, motoras e cognitiva. Dessa forma a educação infantil ganha relevância por ser à base do desenvolvimento e uma etapa de grandes descobertas e conhecimentos, nesse sentido o papel da escola e as relações família e escola devem ser considerada como beneficio para a criança. O professor que se dispõe em conhecer a realidade na qual o aluno é inserido e suas necessidades compreendem que educar não é apenas transmitir conteúdos e sim preparar a criança para a vida social e que para tanto precisa considerar as emoções e expressões no processo ensino e aprendizagem, contribuindo não apenas para o desenvolvimento sadio de seus alunos, mas colabora para uma nova história da nossa sociedade amenizando desigualdade e conflitos sociais. 45 8 RESULTADO DE DISCUSSÃO Este estudo teve o objetivo de auxiliar profissionais da área de educação a compreender a importância da afetividade no desenvolvimento infantil, para então minimizar as dificuldades no processo ensino-aprendizagem. Demostrar os impactos positivos e negativos que a relação professor e aluno podem desenvolver. Fazer com que o docente reflita sobre a prática pedagógica e sobre a disposição de aprender a aprender diante das novas situações que surgem em sala de aula e os benefícios da afetividade na aprendizagem. Isso porque (Goldani, Costa, & Togatlian, 2010) as relações humanas formam a essência do objeto, o autor deixa claro, é através da mediação deita pelo outro que o objeto ganha significado e sentido, sendo assim a mediação pode marcar positivamente ou negativamente o objeto em questão. Dessa forma pode se afirmar que na aprendizagem estão envolvidos não só aspectos cognitivos, mas também os afetivos. Pode-se afirmar que não há desenvolvimento sem a interação com o outro e com o meio social. No estudo em questão a afetividade na educação infantil se torna relevante por ser a base do desenvolvimento, é um momento do início da vida escolar da criança e para muitas a primeira vez que ela se separa da família, logo o ambiente escolar deve apresentar uma referência de acolhimento, alegria e carinho na memória da criança, de maneira que ela se sinta entusiasmada ao aprender e estar no ambiente escolar. Vale ressaltar que a infância é uma fase de grandes descobertas e conhecimentos. E que as experiências vividas são marcadas pelas interações sociais, por exemplo, a relação entre professor- aluno, aluno-aluno. A infância é, portanto a base para formação não somente intelectual, mas também emocional, dessa forma os educadores devem estar atentos a fatores que fomente ou dificulte a aprendizagem. Por esse motivo, conforme explicado acima (Goldani, Costa, & Togatlian, 2010) alunos que apresentam uma relação saudável entre os colegas e professores, se sentem mais confortáveis e aprendem com maior facilidade e aqueles que possuem 46 o sentimento de rejeição ou conflitos com os professores, possuem referencias negativas ao ambiente escolar, desenvolvendo a desvalorização social, acarretando em dificuldades na aprendizagem e impactos emocionais. Pode se observar os benefícios da afetividade tanto a professor quanto para aluno. Ao se dispor a refletir de como a criança se desenvolve e valorizar os momentos de interação com a criança de maneira lúdica possibilita ao professor conhecer melhor as peculiaridades e necessidades de cada aluno, obtendo assim o ponto de partida. Dessa forma o professor consegue despertar a curiosidade do aluno, onde a criança é ativa no processo de aprendizagem, buscando soluções para os problemas apresentados, desenvolvendo suas habilidades e competências através de novas experiências além de fortalecer os vínculos entre professor e aluno e fomentar a aprendizagem. Cabe destacar, por exemplo, que ao educar com docilidade ampliamos os vínculos na relação com os educandos, permitindo conhecer melhor os conflitos vivenciados, podendo assim interferir com sabedoria, no seu desenvolvimento com ser social e nos seus valores morais. Por esse motivo, conforme explicado acima (Goldani, Costa, & Togatlian, 2010) o professor deve se preparar para além de suas funções técnicas, ele precisa se capacitar para assuntos que envolvam questões morais e éticas, indispensáveis na formação do aluno. Pode constatar-se que a relação afetiva influência na qualidade do ensino. O professor que se preocupa apenas com a transmissão de conteúdo sem considerar as vivências e experiências prévias do aluno não pode compreender a raiz de problemas apresentados na aprendizagem, negligenciando o desenvolvimento da criança e por muitas vezes afetando as demais etapas da vida escolar e social. Muitos alunos, mesmo que ainda crianças chegam à escola afetados por um ambiente familiar desestruturado. Vale ressaltar, por exemplo, que muitos alunos vão a escola para comer, muitos não recebem carinho dos pais, e a escola é a segunda família a qual a criança tem a oportunidade de aprender não somente conteúdos, mas valores morais e éticos que irá preparar essa criança para avançar não somente como sujeito para competir no 47 mercado de trabalhado, mas também como sujeito capaz de se preocupar com o bem estar do próximo. Por esse motivo, conforme explicado acima Arantes (2003) Vale lembrar que diante da questão das emoções no ambiente escolar, não deve ser restringida à compreensão e ao controle é preciso, portanto ir mais além é preciso que a escola reflita sobre as possibilidades que ela pode oferecer. O resultado da pesquisa teve como base a interpretação de leitura e revisão literária aprofundada das teorias e discussões acerca da afetividade, dos mais conhecidos livros sobre a compreensão da afetividade e de autores que visam ressaltar as teorias do desenvolvimento infantil, por exemplo, Piaget Vygotsky e Wallon. A pesquisa mostra que a relação da afetividade com a aprendizagem garante ao aluno um ensino de qualidade e significativa. Muitas crianças se deparam com conflitos e dificuldades sociais desde a infância resultando em problemas com a aprendizagem, nesse sentido despertar a afetividade impulsiona o desejo de aprender e querer ser uma pessoa melhoro que indica que as criançaaprendem melhor com a afetividade, pode se afirmar que a afetividade é o ponto central da aprendizagem e que o ambiente e as relações interferem no desenvolvimento nas dimensões motoras, cognitivas e afetivas. “O homem de hoje e de sempre nunca se desenvolveu plenamente sem o concurso do desenvolvimento afetivo.” (Almeida A. R., 2008, p. 147). À vista disso é possível afirmar que para ser um educador não basta se preocupar somente com conteúdos, é preciso ir mais além e querer transformar, querer proporcionar um futuro melhor para cada aluno, não deixar que as dificuldades na área de educação limitem seu trabalho como docente. É preciso, porém conhecer cada aluno profundamente para compreender os seus anseios e necessidades, é preciso querer fazer o novo acontecer. 48 9 CONCLUSÃO O desenvolvimento da presente pesquisa permitiu analisar as possibilidade da compreensão da afetividade no processo de ensino e aprendizagem, verificar qual a importância da afetividade na educação infantil, analisar como a afetividade pode influenciar na qualidade do ensino, bem como buscar práticas educativas, indicar as manifestações afetivas e por fim apontar os benefícios da afetividade. Em tese, muitos professores não compreendem a necessidade da afetividade no desenvolvimento infantil, por não compreender usam a autoridade em sala para disciplinar o aluno, negligenciando o desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo, pois há que se compreender que o professor é um mediador, responsável pela significação que o aluno terá do objeto a partir da mediação que ele receberá. Logo pode se afirmar que a afetividade é o ponto central do desenvolvimento infantil, sendo assim o ambiente escolar, as relações sociais e as experiências ali vividas terão grande influência na compreensão do mundo para a criança. Nesse sentido, a compreensão da afetividade contribui para uma aprendizagem motivadora e significativa, onde o aluno aprende com prazer e compreendem o porquê aprender. 49 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Almeida, A. R. (1999). Emoção na sala de aula. campinas: Papirus. Almeida, A. R. (2008). A vida afetiva da criança. Alagoas: Edufal. Almeida, L. R., & Mahoney (orgs), A. A. (2004). Em Constituição da pessoa na proposta de Henri Wallon. São Paulo: Loyola. Almeida, L. R., & Mahoney, A. A. (2007). Afetividade e Aprendizagem: Contribuições Henri Wallon. São Paulo: Edições Loyola. Andrade, L. B. (2010). Em Educação Infantil: Discurso, Legislação e Práticas Institucionais. São Paulo: Cultura Acadêmica. Baltazar, J. A., Moretti, L. H., & Balthazar, M. C. (2006). 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