Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO ELISABETE ANA DA SILVA Esta disciplina apresenta conceitos relativos ao ato de comunicação e seus processos, considerando a importância que têm para o ser humano e sua interação social. DeDessa forma, observaremos as características especícas tanto da comunicação oral como da comunicação escrita e da comunicação não verbal, estimulando o estudo dos signos linguísticos e dos signos visuais, a m de ampliar a competência comunicativa dos alunos por meio da observação dos elementos da comunicação e das funções da linguagem, o que pode levar à produção de atos comunicativos com maior eciência, tanto no aspecto pessoal quanto no prossional. TTambém é alvo de consideração a importância da leitura e da interpretação de texto, assim como a necessidade da ampliação de repertório cultural na esfera individual. Ambos ajudam na conquista de maior autonomia quanto ao reconhecimento de procedimentos de leitura que permitam desenvoltura e compreensão de sentidos dos diversos tipos textuais com os quais temos contato diariamente, além das intenções comunicativas de seus produtores. COM UNICAÇÃO E EXPRESSÃO GRUPO SER EDUCACIONAL COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO ELISABETE ANA DA SILVA © Ser Educacional 2019 Rua Treze de Maio, nº 254, Santo Amaro Recife-PE – CEP 50100-160 *Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal. Imagens de ícones/capa: © Shutterstock Presidente do Conselho de Administração Diretor-presidente Diretoria Executiva de Ensino Diretoria Executiva de Serviços Corporativos Diretoria de Ensino a Distância Autoria Projeto Gráfico e Capa Janguiê Diniz Jânyo Diniz Adriano Azevedo Joaldo Diniz Enzo Moreira Elisabete Ana da Silva DP Content DADOS DO FORNECEDOR Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão. SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 2 20/09/2019 16:28:14 Boxes ASSISTA Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações comple- mentares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado. CITANDO Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa relevante para o estudo do conteúdo abordado. CONTEXTUALIZANDO Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato; demonstra-se a situação histórica do assunto. CURIOSIDADE Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto tratado. DICA Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado. EXEMPLIFICANDO Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto. EXPLICANDO Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da área de conhecimento trabalhada. SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 3 20/09/2019 16:28:14 Unidade 1 - Processos de comunicação oral, escrita, não verbal, leitura e interpre- tação de textos Objetivos da unidade ........................................................................................................... 12 A comunicação e a sua importância para o ser humano ............................................. 13 A linguagem ...................................................................................................................... 15 Os signos ........................................................................................................................... 17 Os processos de comunicação ..................................................................................... 19 Os elementos da comunicação ..................................................................................... 20 As funções da linguagem ............................................................................................... 22 Competência comunicativa ........................................................................................... 26 Os ruídos na comunicação ............................................................................................ 27 Tipos de comunicação ........................................................................................................ 29 A comunicação verbal ................................................................................................... 29 A comunicação oral ....................................................................................................... 31 A comunicação escrita .................................................................................................. 31 A comunicação não verbal ............................................................................................ 32 Os signos visuais ............................................................................................................. 33 Leitura e interpretação de textos ...................................................................................... 33 Procedimentos de leitura ............................................................................................... 34 Sintetizando ........................................................................................................................... 36 Referências bibliográficas ................................................................................................. 38 Sumário SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 4 20/09/2019 16:28:14 Sumário Unidade 2 - Comunicação escrita, expressão, diversidade linguística e coesão textual Objetivos da unidade ........................................................................................................... 41 Elaboração de respostas..................................................................................................... 42 As conversações ............................................................................................................. 43 Denotação e conotação ................................................................................................. 44 Comandos de questão e elaboração de respostas ................................................... 48 Respostas subjetivas e objetivas .................................................................................. 49 Comunicação e expressão ................................................................................................. 50 Texto e textualidade ........................................................................................................ 51 Tipos de discurso e o contexto ..................................................................................... 52 Diversidade linguística ................................................................................................... 53 Variantes linguísticas e estilo ........................................................................................ 53 Composição ........................................................................................................................... 54 Planejamento e organização de textos ....................................................................... 55 Tema ................................................................................................................................... 55 Coesão textual ...................................................................................................................... 56 Tipos de coesão textual .................................................................................................. 58 A referência textual – relações anafóricas e catafóricas ....................................... 59 Recursos da coesão textual ..........................................................................................61 Sintetizando ........................................................................................................................... 64 Referências bibliográficas ................................................................................................. 66 SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 5 20/09/2019 16:28:14 Sumário SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 6 20/09/2019 16:28:14 Sumário SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 7 20/09/2019 16:28:14 LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 8 SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 8 20/09/2019 16:28:14 Cara(o) aluna(o), Esta disciplina apresenta conceitos relativos ao ato de comunicação e seus processos, considerando a importância que têm para o ser humano e sua in- teração social. Dessa forma, observaremos as características específi cas tanto da comunica- ção oral como da comunicação escrita e da comunicação não verbal, estimulando o estudo dos signos linguísticos e dos signos visuais, a fi m de ampliar a competên- cia comunicativa dos alunos por meio da observação dos elementos da comunica- ção e das funções da linguagem, o que pode levar à produção de atos comunicati- vos com maior efi ciência, tanto no aspecto pessoal quanto no profi ssional. Também é alvo de consideração a importância da leitura e da interpreta- ção de texto, assim como a necessidade da ampliação de repertório cultural na esfera individual. Ambos ajudam na conquista de maior autonomia quanto ao reconhecimento de procedimentos de leitura que permitam desenvoltura e compreensão de sentidos dos diversos tipos textuais com os quais temos contato diariamente, além das intenções comunicativas de seus produtores. LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 9 Apresentação SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 9 20/09/2019 16:28:14 Àquele que faz da língua materna o objeto de sua atividade profi ssional, contribuindo para que o estudante em formação tome-a como instrumento para a expressão daquilo que carrega em sua alma. A Professora Elisabete Ana da Silva é especialista em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) em 2002 e possui Bachare- lado e Licenciatura em Letras – Curso de Língua Portuguesa e Literatura Portu- guesa pela Pontifícia Universidade Cató- lica (PUC) em 1985. É professora de Língua Portuguesa (gra- mática, redação, literatura e interpreta- ção de texto), ministrando aulas no En- sino Fundamental II, no Ensino Médio e no Curso de Magistério desde 1986 jun- to à rede particular de ensino, em São Paulo. Também é docente nos cursos de Pedagogia e Recursos Humanos em Centros Universitários, ministrando au- las de Leitura e Produção Textual. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1186750490003710 LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 10 A autora SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 10 20/09/2019 16:28:15 PROCESSOS DE COMUNICAÇÃO ORAL, ESCRITA, NÃO VERBAL, LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 1 UNIDADE SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 11 20/09/2019 16:28:32 Objetivos da unidade Tópicos de estudo Conceituar a comunicação e apresentá-la como mecanismo de interação humana; Evidenciar os conceitos relativos aos processos de comunicação; Demonstrar a importância do conhecimento dos processos de comunicação para a eficiência da comunicação em geral; Ressaltar a importância da análise dos elementos que envolvem a comunicação oral, escrita e não verbal; Enfatizar a importância dos conhecimentos e da aplicação dos conceitos e elementos da comunicação em sociedade; Evidenciar mecanismos dos processos de comunicação que auxiliam a leitura e interpretação de textos. A comunicação e a sua impor- tância para o ser humano A linguagem Os signos Os processos de comunicação Os elementos da comunicação As funções da linguagem Competência comunicativa Os ruídos na comunicação Tipos de comunicação A comunicação verbal A comunicação oral A comunicação escrita A comunicação não verbal Os signos visuais Leitura e interpretação de textos Procedimentos de leitura LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 12 SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 12 20/09/2019 16:28:32 A comunicação e a sua importância para o ser humano A necessidade de transmitir mensagens e encontrar formas de levá-las aos demais é inerente ao ser humano desde o início de sua vida, ou seja, o ato da comunicação sempre se fez presente em todos os momentos da existência humana como forma de expressar desejos, realizá-los e transformar a realida- de circundante. Comunicar-se, desse modo, é algo primordial para a vida de qualquer pes- soa e, entendendo que isso ocorre constantemente, deveria ser um processo de completa efi ciência e sucesso crescente para todos. Todavia, não é isso que acontece na prática, pois encontramos indivíduos que, devido a fatores natu- rais ou culturais, carregam em si enormes difi culdades de comunicação que culminam com entraves para suas vidas e realização de seus interesses, sejam eles pessoais ou profi ssionais. Dessa forma, é necessário conhecer os processos que envolvem a comu- nicação a fi m de que tenhamos nossas necessidades e anseios concretizados da melhor maneira, levando-nos a episódios de satisfação diante dos aconte- cimentos diários. A comunicação humana é extremamente rica, resultante de nosso inter- câmbio entre os diferentes grupos sociais com os quais interagimos. Em outras palavras, a comunicação é o ato ou efeito de interagir, transmitindo e receben- do mensagens por meio de uma determinada linguagem, que pode ser escrita, falada, não verbal ou visual. EXPLICANDO A palavra comunicação, do latim communicatio, representa o ato de re- partir, distribuir e tornar comum; de communis, público, geral, compartido por vários. A palavra notícia, do latim notitia, signifi ca informação, conhe- cimento; tornar conhecido, de notus, ser conhecido famoso etc. Durante a maior parte do nosso cotidiano, buscamos formas de levar ao outro, ou seja, repartir com os demais, nossos pensamentos e nossas ideias e, apesar do termo comunicação parecer algo que faz parte da modernidade, o que se apre- senta como moderno é o aparecimento constante das novas formas de sua ocor- rência, o que leva a diferentes formas de linguagem com as quais precisamos lidar. LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 13 SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 13 20/09/2019 16:28:33 Desde a demonstração de desconforto de qualquer natureza, expresso pela criança que acaba de nascer por meio do choro e obtendo como resposta sons, carinhos e expressões faciais de sua mãe, até a manifestação dos nossos mais complexos raciocínios, buscamos o domínio dos processos de comunica- ção, paulatinamente, a partir de nossas experiências e descobertas. Em todos os instantes, em quaisquer que sejam os eventos dos quais par- ticipamos, ocorre a comunicação social e precisamos produzir mensagens que possam ser interpretadas e termos a capacidade de interpretar aquelas que recebemos em um processo de troca, ou seja, de interação, que pode estar carregado de maior ou menor complexidade. As mensagens que produzimos, em sua maioria, podem ser ouvidas, fala- das, lidas ou escritas em comportamentos de comunicação verbal; mas tam- bém podem adotar formas não verbais, compostas por expressões faciais, mo- vimentos corporais das mãos, dos braços, da cabeça, dentre outros. Assim, escolhemos, intencionalmente ou não, atitudes e formas de comu- nicação de acordo com nossos interesses e nossas possibilidades, dentro dos contextos dos quais participamos. É possível perceber, então, que o ato comunicativo carrega em si a tentati- va de mudança de realidade, ou seja, tem como objetivo influenciar os demais, manipulando essa realidade de acordo com os interesses, fazendo uso de determinada linguagem; por exemplo, o bebê chora para conseguir de sua mãe a ati- tude de acabar com seu desconforto; essa respondeao choro com afagos, cuidados e alimentação, na tentativa de acabar com o desconforto da criança e a sua própria insatis- fação nesse contexto. Interesse Linguagem Comunicação Alteração ou não da realidade circundante DIAGRAMA 1. A COMUNICAÇÃO E A ALTERAÇÃO DA REALIDADE LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 14 SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 14 20/09/2019 16:28:33 A linguagem Em termos gerais, a linguagem corresponde ao código escolhido para a expressão de nossas ideias e o envio de nossas mensagens. Seu domínio e de suas várias formas de expressão depende de aspectos ligados não só ao desenvolvimento pessoal como também a questões sociais e culturais. CITANDO Conjunto das palavras e dos métodos de combiná-las, usado e compre- endido por uma comunidade; capacidade de expressão de ideias; meio sistemático de expressão de ideias ou sentimentos com o uso de marcas, sinais ou gestos convencionados; qualquer sistema de símbolos e sinais, código; linguajar (HOUAISS, 2004, p. 458). Assim, a linguagem está na base das situações comunicacionais. Se ocorre a comunicação, é porque há alguma forma de linguagem, que pode se apresen- tar por meio de sinais diversos, sons, elementos gestuais executados esponta- neamente ou intencionalmente, ou sinais estabelecidos por convenção, como a escrita, dentre outros. É pela linguagem que os sujeitos se comunicam entre si, valendo-se de sis- temas de sinais, em sua maioria, padronizados, aprendidos e reconhecidos so- cialmente. De acordo com os estudiosos Rabaça e Barbosa, autores do livro Dicionário de Comunicação, publicado em 1987, ela é um fato exclusivamente humano, um método de comunicação racional de ideias, emoção e desejos por meio de símbolos produzidos de maneira deliberada, ou seja, a linguagem é todo siste- ma que se coloca a serviço da comunicação entre os indivíduos, possibilitando, assim, a transmissão de conhecimentos e de aspectos culturais, permitindo o funcionamento efi ciente e o controle dos grupos sociais. Consta em nossos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) que “a lin- guagem é a capacidade humana de articular signifi cados coletivos e compar- tilhá-los [...]. A principal razão de qualquer ato de linguagem é a produção de sentido” (1999, p. 125 apud TERRA; NICOLA, 2008, p. 25). Desse modo, o uso da linguagem e a produção de sentido garantem a comunicação e sua efi cácia dentro de uma comunidade linguística e, portanto, devem ser alvo de estudos nas diferentes instituições de ensino do país. LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 15 SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 15 20/09/2019 16:28:33 EXPLICANDO Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) são elaborados pelo Governo Federal e têm como objetivo nortear professores, diretores e coordena- dores da rede particular e pública de ensino, mostrando diretrizes e o que precisa ser ensinado em cada disciplina, cada nível e ano escolar. Segundo Hoijer (1982, p. 289, apud CAMPEDELLI; SOUZA, 2002, p. 9): A linguagem é de tal forma parte de nossas atividades diárias que muitos podem considerá-la um fato mais ou menos natural e automático, como respirar ou piscar. Evidentemente, se nos detivermos a pensar no assunto, verificamos que nada há de au- tomático em relação à linguagem. [...] Uma sociedade sem linguagem não poderia empreender a não ser as mais simples atividades cooperativas [...], não teria meios de assegurar a continuidade do comportamento e da aprendiza- gem necessária à criação da cultura. Sendo assim, entendemos que tudo o que o ser humano alcan- çou com o crescimento cultural está ligado à linguagem, pois ela possibilita a existência da cultura e a transmis- são de conhecimentos de geração para geração. Evidencia-se, assim, o grau de importância da lin- guagem e da comunicação para o ser humano, consi- derando toda e qualquer esfera da qual faça parte, seja familiar, profissional ou social. DIAGRAMA 2. A LINGUAGEM POSSIBILITANDO CULTURA E PROGRESSO PARA O SER HUMANO Linguagem Sentido e comunicação Cultura Progresso LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 16 SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 16 20/09/2019 16:28:33 Os signos Cabe à Linguística, ciência que estuda a linguagem humana, a estrutura das línguas e suas origens, seu desenvolvimento e sua evolução (HOUAISS, 2004, p. 458), o estudo dos signos, termo como são denominados os sinais ou símbolos utilizados para a linguagem e que, dependendo da forma de utilização, podem apresentar mais de uma interpretação. Segundo Vilela e Koch (2001, p. 17): signos são entidades em que sons ou sequências de sons – ou as suas correspondências gráfi cas – são ligados com signifi cados ou conteúdos. [...] Os signos são assim instrumentos de comunica- ção e representação, na medida em que, com eles, confi guramos linguisticamente a realidade e distinguimos os objetos entre si. Dessa forma, entendemos que os signos linguísticos, por exemplo, têm a responsabilidade de representar nossas ideias na forma de palavras quando os produzimos oralmente ou na escrita e os associamos a ideias específi cas, ou seja, usamos os signos para realizar substituições; segundo Pignatari (1993), para Charles Sanders Peirce (1839 – 1914), fundador da Semiótica, “signo, ou ‘representante’, é toda coisa que substitui outra, representando-a para alguém sob certos aspectos e em certa medida”. EXPLICANDO Semiótica é a ciência que estuda a relação entre os signos, linguísticos ou não, e seus signifi cados, semiologia. Infere-se, então, que vários elementos podem ser signos. Ainda, é preciso evidenciar que o signo é algo que guarda uma dupla ideia, pois há um estímulo físico ou material, as letras, os sons, as imagens, os gestos, entre outros, e uma ideia, um conceito atrelado a esses elementos; e temos, então, respectivamente, um signifi cante e um signifi cado. Um exemplo de signifi cante corresponde às palavras, sejam escritas ou fa- ladas, e as ideias ou conceitos associados a elas correspondem ao signifi cado. De acordo com Saussure (2012, p. 106), “o signo linguístico une não uma coisa e uma palavra, mas um conceito a uma imagem acústica [...]”, ressalta LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 17 SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 17 20/09/2019 16:28:33 ainda que “o signo linguístico é uma entidade psíquica de duas faces, que pode ser representada [...]”; desse modo, podemos analisar essas ideias a partir do exemplo demonstrado na Figura 1. Figura 1. Exemplo de signo linguístico. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 19/08/2019. (Adaptado). Figura 2. Significante x significado. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 19/08/2019. (Adaptado). c – a – s – a (letras): significante (estímulo físico) Casa O exemplo de signo linguístico dado permite-nos verificar a existência de: • Significante: sequência sonora: /kaza/ ou representação gráfica: casa; • Significado (conceito): construção destinada à habitação. Em um sistema de comunicação visual, por exemplo, também podemos ve- rificar a relação entre significante e significado, conforme mostra a Figura 2. Mensagem Signo Significante (estímulo físico) Significado (ideia, conceito) Proibido fumar LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 18 SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 18 20/09/2019 16:28:33 Segundo Vanoye (1972, p. 30), “o signo é convencional. Entre o signifi cante e o signifi cado não há outro liame senão o proveniente de um acordo implícito ou explícito entre os usuários”. Ressalte-se que vínculo que provoca a união entre o signifi cante e o signifi - cado, resultando em signo, é arbitrário, ou seja, não é opcional para o falante, não depende de sua livre escolha; porém, o princípio da arbitrariedade do sig- no não é contestado por ninguém. Ao integrante de determinada comunidade linguística cabe o aprendizado e o domínio sobre as linguagens usadas em seu grupo, dominando o conheci- mento sobre os diversos signos utilizados por ele paraque possa melhor co- municar-se. Os processos de comunicação Em nossos estudos, a língua é entendida como um sistema de comunica- ção verbal, um idioma; um conjunto de palavras e de regras que as combinam, usado por uma determinada comunidade linguística como principal meio de comunicação e de expressão, falado ou escrito. Diariamente, como usuários da língua, a usamos com diferentes fi ns, tentan- do expressar nossos sentimentos, opiniões e necessidades, materiais ou não, pois precisamos realizar diversas tarefas, como comprar e vender, discutir, argu- mentar, veicular informações de categorias distintas. Em suma, precisamos nos comunicar com os demais, caso contrário, nossa existência será afetada. No entanto, acreditar que o constante uso do sistema de comunicação verbal e o simples envio de uma mensagem resultará em uma comunicação efetiva não correspondente à realidade, pois há elementos que precisam ser observados para que o processo comunicativo seja efi caz e a comunicação seja estabelecida. Isso quer dizer que somente há a ocorrência da comunicação se uma mensagem passada for compreendida pelo receptor; ou seja, se o fa- lante enviar uma mensagem, mesmo que seja para outro participante da mesma comunidade linguística. Caso o segundo não entenda o conteúdo dessa mensagem, não ocorrerá sua assimilação e o processo comunicativo não se efetivará. LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 19 SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 19 20/09/2019 16:28:33 Assim, faz-se necessário que compreendamos como se dá o processo co- municativo e os elementos nele envolvidos, para que tenhamos consciência de como ocorre a integração entre eles e como a comunicação é efetivada. Os elementos da comunicação O estudioso de linguística russo Roman Jakobson (1896 – 1982) é o responsável pela teoria que defi ne os elementos da comunicação e sua relação nos atos discur- sivos, ou seja, nas situações comunicativas em geral, observando as intenções dos indivíduos envolvidos no processo; de acordo com sua teoria, utilizamos funções específi cas, conforme nossas intenções durante o ato da comunicação. Assim, a partir dos estudos de Jakobson, temos o esquema da teoria da comunicação, conforme mostra o Diagrama 3. DIAGRAMA 3. TEORIA DA COMUNICAÇÃO Emissor Código Canal Contexto Mensagem Receptor Desse modo, em síntese, temos: • A mensagem – informação trans- mitida; • O emissor ou remetente – quem transmite a mensagem; • O receptor – quem recebe a men- sagem; • O canal – o meio empregado para o envio da mensagem; • O código – sistema de sinais em- pregado no envio da mensagem; • O referente ou contexto – o objeto ou a situação a que a mensagem se refere. Observemos o cartaz da campanha na Figura 3. LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 20 SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 20 20/09/2019 16:28:39 Figura 3. Cartaz de campanha comunitária. Fonte: Prefeitura de Cabreúva, 2018. Ao analisarmos os elementos da comunicação envolvidos no cartaz dessa campanha comunitária, encontramos: • A mensagem – a informação transmitida – a ocorrência de uma campanha nacional de vacinação; • O emissor ou remetente – quem transmite a mensagem – o governo esta- belecido ou os órgãos competentes; • O receptor – quem recebe a mensagem – a população em geral e respon- sáveis por menores de um a quatro anos; • O canal – o meio empregado para o envio da mensagem – o cartaz veicula- do por meio dos diferentes meios de comunicação; • O código – sistema de sinais empregado no envio da mensagem – há a ocorrência do código verbal, no caso, a língua portuguesa, aliado ao código não verbal, ou seja, as imagens ilustrativas; • O contexto – a necessidade da vacinação e a consequente proteção da saúde de crianças. Ainda, a autora Vanessa Loureiro Correa, em seu livro Língua Portuguesa: da oralidade à escrita, publicado em 2009, afirma que há outros estudiosos que acrescentam informações à inicial teoria da comunicação, diferenciando o emissor da fonte da mensagem, sendo que a fonte corresponde ao seu ponto de partida, pois em alguns contextos comunicativos podemos perceber que a fonte (de onde se origina a mensagem) e o emissor (quem envia a mensagem) são distintos, como no seguinte exemplo: LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 21 SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 21 20/09/2019 16:28:40 Diante das novas regras, o diretor solicitou ao gerente que ela- borasse um comunicado, em seu nome, para os funcionários, esclarecendo-os em relação às novas determinações. Nesse caso, a fonte da mensagem é o diretor, que elaborou as novas regras, portanto, a mensagem partiu dele; sendo que quem a transmite é o gerente, as- sim, ele é o emissor, uma vez que passa a mensagem do diretor aos funcionários. Evidencie-se que, ao mencionarmos o código, devemos observar que se tra- ta do conjunto de sinais estruturados e usados por uma comunidade linguística e pode ser verbal, fazendo uso de palavras, escritas ou faladas, ou não verbal, fazendo uso de sinais, cores, desenhos, dentre outros recursos, como foi ob- servado no cartaz da campanha de vacinação. Ainda, outros termos são usados em correspondência, ou seja, o emissor também é chamado de locutor, codifi cador ou remetente; e o receptor tam- bém é conhecido como destinatário, decodifi cador ou locutário. As funções da linguagem Considerando os fatores envolvidos no ato da comunicação, ou seja, emissor, receptor, mensagem, canal, referente e código, e as intenções do emissor da men- sagem, predominam um ou mais desses fatores, estabelecendo-se o uso das fun- ções da linguagem. Ainda, é importante ressaltar, conforme afi rma Jakobson: [...] embora distingamos seis aspectos básicos da linguagem, di- fi cilmente lograríamos, contudo, encontrar mensagens verbais que preenchessem uma única função. A diversidade reside não no monopólio de alguma dessas diversas funções, mas numa diferente ordem hierárquica de funções. A estrutura verbal de uma mensagem depende basicamente da função predominante ( JAKOBSON, 2010, p. 157). Sendo assim, iniciando o estudo das funções da linguagem, é preciso evi- denciar que elas devem ser observadas como de predominância, uma não ex- cluindo outra. Inicialmente, observamos que prevalece determinada função a partir da ênfase dada ao elemento da comunicação, a saber: • Quando a ênfase é encontrada no emissor, temos a função emotiva (ou expressiva). Ela ocorre quando o fator mais importante é o próprio remetente LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 22 SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 22 20/09/2019 16:28:40 da mensagem e o assunto refere-se sobre quem fala (ou quem escreve), predo- minando o uso de verbos e pronomes em primeira pessoa e sinais de pontua- ção como reticências e pontos de exclamação, além do uso de onomatopeias (palavras que imitam sons) e interjeições. No exemplo a seguir, trecho de um poema escrito por Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa, denomi- nado Há metafísica bastante em não pensar em nada, da obra O Guardador de Rebanhos, estão destacadas das marcas textuais mencionadas (verbos conju- gados em primeira pessoa: penso, sei, adoecesse, pensaria, tenho; e os prono- mes de primeira pessoa: eu, mim, minha): O que penso eu do mundo? Sei lá o que penso do mundo! Se eu adoecesse pensaria nisso. Que ideia tenho eu das cousas? Que opinião tenho sobre as causas e os efeitos? ASSISTA Antônio Abujamra interpreta um trecho deste poema neste vídeo, cujo arquivo original pertence ao programa Provo- cações. Assista-o para entender melhor as entonações usadas quando uma mensagem tem função emotiva. • Quando a ênfase é encontrada na mensagem, temos a função poética, predo- minando a valorização da mensagem em si mesma, observando-se o cuidado com sua elaboração e o uso de recursos de estilo, tais como trocadilhos, figuras de estilo, repetições, jogos de sons, disposição de palavras no papelou mesmo pelo uso de um texto esteticamente bonito. Assim, verificamos que a mensagem está centrada na própria mensagem, com manipulações que dão novas dimensões às palavras. No Poema Sujo a seguir, de Ferreira Gullar, é possível observar a sonoridade expres- sa pela escolha e pela repetição das palavras e de fonemas consonantais: turvo turvo a turva mão do sopro contra o muro escuro menos menos menos que escuro menos que mole e duro menos que fosso e LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 23 SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 23 20/09/2019 16:28:40 muro: [menos que furo escuro mais que escuro: claro como água? Como pluma? Claro mais que claro claro: coisa alguma e tudo (ou quase) um bicho que o universo fabrica e vem sonhando [desde as entranhas. • Quando a ênfase é encontrada no referente, temos a função referencial. Nesse caso, há predomínio da informação, que é o elemento mais importante no texto, também chamada de referente; por isso a função é chamada de refe- rencial: refere-se ao conteúdo da mensagem, ao que é dito. É a linguagem do objeto e da terceira pessoa, conforme pode ser visto no artigo “Desmatamento no Brasil”, publicado no site Escola Kids: O desmatamento no Brasil foi iniciado a partir do processo de coloni- zação implementado pelos portugueses. Desde então, boa parte da vegetação do país foi devastada. O Brasil conta com seis tipos diferentes de florestas: a Mata Atlântica, a Caatinga, o Cerrado, a Mata de Araucária, o Pantanal e a Floresta Amazônica. Dentre eles, apenas a Floresta Amazônica possui um re- lativo grau de preservação, apesar do aumento do desmatamento nos últimos anos. A floresta do Brasil que mais sofreu com a devastação foi a Mata Atlântica. Como ela se encontra no litoral do país, acabou se tornan- do o primeiro local para a ocupação da sociedade. Com isso, estima- -se que restam apenas 7% da vegetação original da Mata Atlântica. • Quando a ênfase é encontrada no receptor, temos a função apelativa (ou conativa). Neste caso, tudo se concentra no receptor com o objetivo de alterar seu comportamento. Como característica principal temos o emprego do verbo no imperativo. Pode ser facilmente observada em campanhas publicitárias ou textos instrucionais (manual, sermão, guia, receita culinária etc.). Como exem- plo, podemos utilizar uma receita culinária, que se utiliza dos verbos leve, pin- gue, adicione, deixe, abaixe, jogue etc., todos no modo imperativo: Doces caramelados Ingredientes: LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 24 SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 24 20/09/2019 16:28:40 - 2 xícaras de açúcar - 1 xícara de água - 2 colheres de sopa de vinagre branco Modo de preparo: Leve ao fogo o açúcar e a água, deixando ferver até o ponto de bala mole (pingue a calda em uma xícara com água para verifi- car o ponto). Adicione o vinagre e deixe no fogo até ficar com cor de champagne (no ponto de quebrar). Abaixe o fogo ao mí- nimo. Jogue os doces um a um na calda, retire-os e coloque-os sobre superfície untada com manteiga. • Quando a ênfase é encontrada no canal, temos a função fática, ocorrendo o estabelecimento do canal com expressões que iniciam um contato, sendo que em alguns momentos busca prolongá-lo ou determina a sua finalização, conforme mostra o trecho da música Sinal Fechado, de Paulo César Batista Faria: - Olá! Como vai? - Eu vou indo. E você, tudo bem? - Tudo bem! Eu vou indo, correndo pegar meu lugar no futuro… E você? - Tudo bem! Eu vou indo, em busca de um sono tranquilo… Quem sabe? - Quanto tempo! - Pois é, quanto tempo! - Me perdoe a pressa, é a alma dos nossos negócios! [...] • Quando a ênfase é encontrada no código, temos a função metalinguísti- ca, que ocorre com a prática de explicar um código usando o mesmo código. No trecho do poema Nasce um poeta, de Ferreira Gullar, o poeta fala de verso, de poema e do próprio poeta, usando para isso esse mesmo gênero textual: Nasce um poeta No princípio era o verso alheio Disperso em meio às vozes LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 25 SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 25 20/09/2019 16:28:40 e às coisas o poeta dorme sem se saber ignora o poema que não tem nada a dizer Sendo assim, o indivíduo que integra a comunidade linguística, de acordo com sua intencionalidade, escolhe as funções da linguagem que melhor podem atender às suas necessidades de comunicação. Para tal, precisa dominar esse uso, através do desenvolvimento de competências específi cas. Competência comunicativa Competência comunicativa é a capacidade do integrante de uma comunidade linguística de fazer uso da linguagem com propriedade, ou seja, com o conhecimen- to, conseguindo se apropriar dos seus mecanismos em favor de seu ato comunica- tivo e adaptando-o às diferentes situações vivenciadas para atingir seus objetivos. Em linhas gerais, essa competência diz respeito à capacidade do usuário da língua conseguir não apenas produzir textos adequados às situações específi cas, mas também à capacidade de compreender outros textos produzidos, conseguin- do dominar e utilizar os mecanismos da língua em situações reais de comunicação. Dentre as necessidades existentes para o desenvolvimento da competência comunicativa está a capacidade de fazer uso do código estabelecido e a capacida- de de sua descodifi cação. Segundo Chalhub (1998, p. 11-12): [...] código é a organização dos elementos que compõem um con- junto com regras de permissão e de proibição que determinam o modo de ocorrência da combinação desses sinais físicos. Por exemplo, convencionou-se que no código da língua portuguesa não é possível começar palavras com três consoantes, já no in- glês essa regra não existe: through. É claro que a mensagem re- quer um contexto para se referir, um referente, um “sobre o que fala”, o assunto em torno do qual a mensagem está organizada. Observa-se que o código é o resultado de “uma convenção, uma norma, um consenso segundo o qual se controla a relação entre signifi cante e signifi cado. De- LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 26 SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 26 20/09/2019 16:28:40 codifi car é entender o código”, conforme Campedelli e Souza (2002, p. 22). É preci- so evidenciar, entretanto, que a decodifi cação ocorre com maior facilidade quando o falante domina o código comum, considerando seu uso por meio da linguagem denotativa, ou seja, aquela usada de forma objetiva, linear, sem intenção literária; com a ocorrência do uso por meio da linguagem conotativa, mais elaborada, car- regada de subjetividade e expressividade, com intenção literária, podem ocorrer difi culdades para a descodifi cação. Assim, o usuário precisa se apropriar da norma estabelecida para que consiga ter sucesso em seus atos comunicativos, desde que não encontre entraves para isso. Os ruídos na comunicação A comunicação adequada é aquela que se concretiza sem que ocorram mal-entendidos, atingindo objetivos defi nidos pelos interlocutores, ou seja, o emissor e o receptor da mensagem, portanto, “[...] é bidimensional. Para que ela ocorra, é necessário que haja resposta e validação das mensagens ocorri- das” (SILVA, 2002, p. 18), isso quer dizer que é preciso que emissor e receptor se entendam efetivamente. No entanto, a comunicação adequada encontra difi culdades em muitos mo- mentos, pois dentro do seu processo muitos estímulos são realizados, contan- do com o conjunto de ideias, valores e experiências individuais, muitas vezes os sinais são lidos não só de modo denotativo, mas também conotativo. Lembrando que o uso da linguagem denotativa dirige o sujeito do ato co- municativo para a realidade, já o uso da linguagem conotativa leva-o a outras interpretações, o que pode causar interferências quanto à decodifi cação. Além disso, ocorrem também as chamadas mensagens quentes, que são aquelas que transmitem um grande número de informações, com um alto grau dedefi nição, de formalização, de rigidez e de tensão, devendo acontecer exi- gência e esforço para sua decodifi cação e tornando-se pouco atraentes para os interlocutores. Em contrapartida e temos as chamadas mensagens frias, cujas características evidenciam-se pelo uso de uma linguagem mais objetiva e com poucas informações, sem rigor e mais descontraída, exigindo pouco esforço de seus destinatários para sua decodifi cação. LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 27 SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 27 20/09/2019 16:28:40 Por outro lado, mesmo que os interlocutores tenham um repertório que lhes possibilite transitar por mensagens de qualquer uma dessas caracterís- ticas, podem ocorrer interferências que impossibilitem que a mensagem não seja totalmente recebida ou não conquiste a resposta aguardada. Nesse caso, podem ocorrer os chamados ruídos. O processo comunicativo pode enfrentar fatores que atrapalham sua efeti- vação, tais como: • Ruídos – quaisquer intervenções que atrapalhem a difusão da mensagem, como um som alto ou baixo, um aparelho de televisão ou rádio ligados, roupas ou outros elementos que chamem a atenção do interlocutor, dentre outros; • Entropia – a ocorrência de uma mensagem desordenada, causando ausên- cia de sentido; • Redundância – a ocorrência da repetição da mesma mensagem com ou- tras palavras. Nesse caso, pode haver a crença de que o interlocutor não tem domínio sobre o assunto, não sendo capaz de compreen- der a mensagem enviada. Ainda, é possível inferir que vários podem ser os fa- tores que se transformam em ruídos, atrapalhando a comunicação, tais como de ordem física, como dificul- dades relativas aos sentidos, auditivas ou visuais; de características psicológicas, como o enfrentamento de problemas de ordem emocional, não permitindo que o interlocutor preste atenção à mensagem enviada; de deficiências quanto ao reper- tório de um dos falantes, como as de ordem semântica, ou seja, dificuldades de entendimento do vocabulário. EXPLICANDO Semântica: ramo da linguística que estuda a evolução e as alterações sofridas pelo significado das palavras no tempo e no espaço; diz respeito ao significado das palavras. Desse modo, é necessário que os interlocutores estejam atentos, também, às suas condições e a do contexto em que se encontram para que o ato comu- nicativo não seja prejudicado por elementos de interferência, causando pro- blemas para a comunicação. LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 28 SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 28 20/09/2019 16:28:40 A comunicação verbal A comunicação verbal é aquela que utiliza como código a língua, oralmen- te ou por escrito, para expressar ideias e impressões, representando coisas e seres em geral, ou seja, quando o ser humano faz uso da linguagem verbal e de sua língua. Entende-se por língua o sistema de representação constituído por pala- Tipos de comunicação Os meios de comunicação são de grande relevância para o processo comu- nicativo, ou seja, os canais escolhidos para passarmos as informações, sejam eles com uso de palavras, gestos, expressões faciais ou corporais, objetos ou roupas utilizadas, entre outros, são fundamentais para a interação entre os interlocutores, além da atenção que o receptor dá a qualquer um deles. Correa (2009, p. 27-28) evidencia a necessidade dos interlocutores terem em seus repertórios e experiências vividas que lhes permitam compreender os signos presentes em vários atos comunicativos, pois devem ligar, devido a experiências prévias, os mesmos objetos a suas representações. Considerando que o conjunto organizado de signos nos apresenta o código, podemos encon- trar os seguintes tipos de códigos: • Comportamentais – são aqueles que ocorrem quando o emissor usa seu próprio corpo por meio de gestos e expressões faciais; • Artefatuais – são aqueles que compreendem os objetos e seus arranjos utilizados pelo emissor, como roupas, acessórios, móveis etc.; • Espaço-temporais – correspondem àqueles que usam o tempo e o espaço como propósito de comunicação, como o ritmo de determinada música, a loca- lização das pessoas em uma determinada cena etc.; • Mediadores – correspondem àqueles que podem ser transmitidos por meios impessoais de comunicação, como por meio da escrita ou de gráfi cos. Observando-se essas classifi cações, é possível perceber que a comunica- ção pode ocorrer não só com o uso das palavras, mas também com o uso de elementos não verbais, ocorrendo, então, diferentes tipos de comunicação: a verbal, a não verbal e a mista. LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 29 SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 29 20/09/2019 16:28:40 vras e regras de combinação e uso comuns aos membros de uma determi- nada sociedade ou comunidade linguística. Ao fazer uso da língua, um determinado membro de uma comunidade linguís- tica realiza o ato de fala, que é um ato individual e que depende de várias circuns- tâncias. Segundo Terra e Nicola (2008, p. 30), essas circunstâncias dependem: [...] do que vai ser falado e de que forma, da intencionalidade, do contexto, de quem fala e para quem se está falando. No entanto, o falante vale-se de um código já convencionado e instituído antes de ele nascer, ou seja, a criatividade de seu uso individual está limitada à estrutura da língua e às possibilidades que ela oferece. O arranjo das palavras, sua articulação e combinação num enunciado tex- tual falado ou escrito que concretiza uma ideia que faz sentido para os interlo- cutores envolvidos compreende a comunicação verbal, sendo que cada falante deve buscar elementos que contribuam para o sucesso comunicativo. DIAGRAMA 4. A FALA, A LINGUAGEM E A LÍNGUA Fala: uso individual do código verbal Linguagem verbal: sistema composto por signos linguísticos Língua: código verbal de determinada comu- nidade linguística LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 30 SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 30 20/09/2019 16:28:40 A comunicação oral A comunicação oral baseia-se no uso da linguagem e da fala com inten- ções comunicativas, visando a transmissão de informações, a persuasão ou, por vezes, o entretenimento ou distração do interlocutor. Em princípio, o emissor deve ter clareza de suas intenções comunicativas, do domínio que tem sobre o conteúdo da mensagem e do domínio que apresenta sobre os usos da língua, do código e da linguagem de sua comunidade linguística. A ocorrência de uma comunicação não efetiva pode estar relacionada a uma fala inadequada ao contexto ou ao interlocutor, o que pode demonstrar as difi culdades que o emissor tem quanto ao uso e domínio da linguagem como um todo, comprometendo não apenas o ato comunicativo como o pres- tígio desse emissor como falante. Dessa forma, fi ca evidente a necessidade que o emissor tem de procurar desenvolver cada vez mais sua comunicação oral, pois pode não atingir seus objetivos dentro do processo comunicativo, sofrendo prejuízos por não se fazer entender de forma adequada. A comunicação escrita Como já verifi camos, o uso da língua, no processo de comunicação, pode se efetivar em enunciados falados ou escritos. Portanto, temos duas formas de inte- ração social com o uso da linguagem verbal, baseadas na oralidade ou na escrita. A linguagem falada é adquirida naturalmente, o signifi cante (representa- ção material do signo) é sonoro, apresentado pelo conjunto de sons que cha- mamos de fonemas – fonema é a menor unidade sonora de uma língua, com valor distintivo. Na escrita, o signifi cante é gráfi co, pois usamos conjuntos de letras, ou seja, representações gráfi cas dos sons da língua. Assim, a modalidade escrita precisa ser aprendida. Desse modo, existem particularidades que devem ser observadas durante a produção de enunciados, ocorrendo marcas da escrita e marcas da oralida- de que as caracterizam, tais como dependência ou não do contexto vigente, necessidade ou não do planejamentosobre a produção da fala, predomínio LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 31 SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 31 20/09/2019 16:28:40 A comunicação não verbal Entende-se que a linguagem humana apresenta um sistema organizado de sinais que, por vezes, é associado apenas à linguagem verbal, mas é preciso res- saltar que a linguagem apresenta um conceito mais extenso, como um sistema que permite a expressão ou a representação de pensamentos. Portanto, é preciso acatar a ideia de haver diferentes linguagens ao nosso redor, que podem estar associadas ou não à linguagem verbal. Considerando essas diferentes linguagens, observamos a comunicação não verbal como aquela que utiliza códigos diferentes da palavra para a expressão das ideias, explorando linhas, cores, formas e luminosidade, como a pintura, desenhos retratando seres, ações, situações e rituais, bem como a linguagem das libras, a utilização de emoticons em ferramentas de comunicação digital, dentre outras inú- meras possibilidades. Assim, encontramos a comunicação não verbal com o uso do próprio corpo, por meio de gestos faciais ou corporais, como ocorre com a dança, a música, a fotografi a, a arquitetura, a pintura, o desenho, os quadrinhos e as charges. Ocorrendo a associação entre comunicação verbal e comunicação não-verbal, temos a comunicação mista, ou linguagem mista, como se apresenta no demons- trado na Figura 4. de frases curtas ou longas, infl uência ou não das convenções etc. Ainda, o tipo de registro empregado, informal ou culto, pode estar presen- te em uma modalidade ou outra, dependendo da intencionalidade do falante e o interlocutor envolvido no ato comunicativo. Figura 4. Texto de linguagem mista (verbal e não verbal). Fonte: Cultura Mix, [s.d.]. Acesso em: 11/08/2019. LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 32 SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 32 20/09/2019 16:28:41 A associação entre comunicação verbal e comunicação não verbal está presen- te em várias mensagens do nosso cotidiano, como cartazes luminosos em ruas de comércio, campanhas publicitárias ou comunitárias, principalmente com a inten- ção de chamar a atenção do receptor da mensagem, causando-lhe impressões sensoriais diversas e explorando signos visuais. Os signos visuais Os signos visuais são componentes básicos dos códigos, que possibili- tam a expressão de uma ideia em substituição a determinados objetos. Um condutor de veículo e um pedestre entendem que um sinal ver- melho signifi ca que devem parar sua ação e que um sinal verde indica que podem prosseguir, conforme se convencionou. Assim, sinal ver- melho ou sinal verde são signos visuais. Além disso, é importante destacar que o signo visual pode assumir diferentes representações, tais como: • Icone – signo que apresenta relação de semelhança ou analogia com o objeto a que se refere, como a planta de uma casa, um diagrama; • Índice – signo que mantém uma relação natural causal ou de contiguidade física com o objeto a que se refere, como fumaça, que indica fogo, uma pegada, que indica a passagem de alguém; • Símbolo – signo que se fundamenta numa convenção social e que, por isso, mantém uma relação convencional com o objeto a que se refere, ocorrendo a ar- bitrariedade com o signo linguístico, como a pomba branca, que representa a paz, a auréola, representação de santidade, de inocência. Leitura e interpretação de textos A sociedade letrada coloca diariamente o falante da língua em contato com variados tipos de textos, desafi ando-o a interpretar de modo adequado o signi- fi cado de cada um deles, assim como as intenções de seus emissores. Da mesma forma, a escrita também faz parte de nossas vidas em diferentes circunstâncias, para expor nossas ideias, pedir informações, manifestar nossas opiniões, para manter contatos diversos, seja de modo informal, como ocorre LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 33 SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 33 20/09/2019 16:28:41 geralmente com o uso das redes sociais, ou em situações de maior exigência formal, como no meio profi ssional ou escolar, em situações de avaliação. Sendo assim, as atividades de leitura e escrita complementam-se e, em todas as situações nas quais precisamos lidar com textos escritos, precisamos lidar com estruturas específi cas e sermos capazes de fazer uso da linguagem adequa- da a uma situação de interlocução diante de um interlocutor específi co; portanto, como leitores, também precisamos reconhecer esses elementos para a efi cácia de nossa interpretação e entendimento dos textos aos quais somos expostos. Procedimentos de leitura A leitura está presente em nossas vidas, pois encontramos constantemente ao nosso redor textos de diversos gêneros, como cartazes, outdoors, notícias em jornais, revistas e meios eletrônicos, e-mails, rótulos de produtos, propagandas, dentre outros exemplos. Alguns desses textos exigem que confrontemos o conjunto de informações que carregam com as informações presentes em nossa realidade, comprovando sua veracidade, como notícias, artigos e outros gêneros que pertencem à esfera jornalística; para isso, é necessário que tenhamos um repertório de conhecimen- tos, repertório esse que precisamos enriquecer de forma constante e paulatina e que não pode estar restrito aos bancos escolares. Nesse sentido, é importante nossa ciência sobre alguns procedimentos de leitu- ra a fi m de que consigamos ler nas entrelinhas, ou seja, o que não está escrito ex- plicitamente, pois frequentemente completamos as informações fornecidas pelos textos com outras das quais dispomos em nossa bagagem de informações, realizan- do deduções que acabam contribuindo para a construção dos sentidos dos textos. Entre esses procedimentos, destacam o trabalho com os pressupostos, ou seja, a percepção de uma ideia, uma circunstância, um juízo ou fato considerado como antecedente necessário de algo que foi dito em determinado texto. Em ou- tras palavras, o produtor do texto, ao elaborá-lo, conta com a ideia de que o leitor carrega em si uma determinada bagagem para poder entender o que foi dito. Em outros momentos, para a leitura, precisamos perceber aquilo que está im- plícito, ou seja, temos que ir além do que foi dito, revelando aquilo que fi cou su- bentendido ou sugerido pelo texto, dependendo da capacidade do leitor de resga- LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 34 SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 34 20/09/2019 16:28:41 tar informações evocadas pelo contexto, confrontando com dados estabelecidos pelo próprio texto. A inferência, importante para o trabalho com os pressupostos, demonstra a necessidade de recuperação de algo para a compreensão do sentido do texto a partir de pistas fornecidas, exigindo o uso de raciocínio e confrontação de dados para atingir uma determinada conclusão. Ainda, as autoras Maria Luiza Marques Abaurre e Maria Bernadete Marques Abaurre, no livro Produção de texto – interlocução e gêneros, publicado em 2009, men- cionam a ocorrência da intertextualidade, relação que se estabelece entre diferen- tes textos no que se refere a conteúdo, forma, ou conteúdo e forma. Nesse caso, o reconhecimento das relações de intertextualidade dependem do repertório adquiri- do pelo leitor para perceber que o produtor do texto faz menção a outro. Assim, percebemos que a leitura e a interpretação de textos são desafios que só podem ser superados por quem se dispõe a ser um bom leitor, buscando um repertório cultural que seja ampliado a todo instante, a fim de que, com maior facilidade, possa perceber as informações que enriquecem os textos e exigem que seus leitores percebam o trabalho dos produtores com a exploração de informa- ções que contam com a pressuposição, a observação dos implícitos, as inferências e o uso de relações de intertextualidade. LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 35 SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 35 20/09/2019 16:28:41 Sintetizando Nessaunidade, vimos que a comunicação é algo inerente ao ser humano e pri- mordial para sua desenvoltura dentro da sociedade. O ato comunicativo tem como objetivo o envio de mensagens de acordo com a intencionalidade do emissor da men- sagem. Para a construção de suas mensagens, o ser humano faz uso da linguagem, base das situações comunicacionais e, se ocorre a comunicação, isso quer dizer que houve uma produção que apresentou sentido para o receptor dessa mensagem. Os estudos sobre linguagem denotam que se trata de um conjunto de sinais, compreendendo sistemas de códigos, através dos quais os seres humanos co- municam-se entre si, fazendo uso de signos, que apresentam arbitrariedade, pois não cabe ao indivíduo sua alteração, mas com os quais precisa aprender a lidar para validar sua fala e a expressão de suas ideias. Os signos são compostos por dois elementos: o significante e o significa- do. Ao integrante de uma comunidade linguística cabe aprender e dominar as diversas formas de linguagem usadas em seu grupo para compreender as mensagens e produzi-las com sucesso. Os estudos sobre teoria da comunicação evidenciam que ela apresenta ele- mentos que se tornam mais ou menos importantes, dependendo da intenção de cada integrante da comunidade linguística, sendo eles o emissor, o receptor, o código usado, a mensagem em si, o canal para seu envio e o contexto em que o ato comunicativo ocorre. Devido à relevância que se apresenta diante do emissor da mensagem, ocorre a exploração das funções da linguagem, ou seja, função emotiva (com foco no emissor), função poética (com foco na elaboração da mensagem), refe- rencial (com foco na informação, no referente), função apelativa (com foco no receptor), função fática (com foco no canal, no veículo usado para a mensagem) e função metalinguística (com foco no próprio código). Fazer uso desses ele- mentos e perceber seus usos e as intenções do emissor fazem parte da compe- tência comunicativa do falante de determinada língua. As barreiras encontradas durante o ato comunicativo são conhecidas como ruídos, que podem ocorrer em comunicações verbais, aquelas que fa- zem uso das palavras, faladas ou escritas; ou em comunicações não verbais, que fazem uso de imagens. LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 36 SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 36 20/09/2019 16:28:41 Dessa forma, esses estudos visam a busca da eficácia quanto à produção de sentidos das mensagens e a decodificação dessas, com participação positiva e confiante do integrante da comunidade linguística em seus atos comunicativos. LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 37 SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 37 20/09/2019 16:28:41 Referências bibliográficas ABAURRE, M. L. M.; ABAURRE, M. B. M. Produção de texto – interlocução e gêneros. São Paulo: Moderna, 2009. ALVAREZ, D.; BARRACA, R. SENAC. DN. Introdução à comunicação e artes. Rio de Janeiro: Ed. Senac Nacional, 1997, v. II. AUTÔMATO. In: HOUAISS, A.; VILLAR, M. S. Minidicionário Houaiss da por- tuguesa. 2. ed. rev. e aum. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004. BLIKSTEIN, I. Técnicas de comunicação escrita. São Paulo: Ática, 1992. BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN): Ensino Médio. Brasília: MEC/SEMTEC, 1999. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/setec/arqui- vos/pdf/BasesLegais.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2019. CAMPEDELLI, S. Y.; SOUZA, J. B. Produção de textos e usos da linguagem: curso de redação. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2002. CAMPEDELLI, S. Y.; SOUZA, J. B. Literaturas Brasileira e Portuguesa – Teo- ria e texto: volume único. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. CORREA, V. L. Língua Portuguesa: da oralidade à escrita. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2009. CHALHUB, S. A metalinguagem. São Paulo: Ática, 1998. CUNHA, A. G. Dicionário etimológico da língua portuguesa. 4. ed. Edição revisada pela nova ortografia. Rio de Janeiro: Lexikon, 2010. ESCOLA KIDS. Desmatamento no Brasil. 23 abr. 2013. Disponível em: <ht- tps://escolakids.uol.com.br/geografia/desmatamento-no-brasil.htm>. Aces- so em: 23 ago. 2019. FARIA, P. C. B. Sinal Fechado. Foi Um Rio Que Passou Em Minha Vida. Odeon, 1970. GULLAR, F. Nasce um poeta. Disponível em: <https://www.passeiweb.com/ estudos/livros/muitas_vozes>. Acesso em: 09 ago. 2019. GULLAR, F. Poema sujo. Disponível em: <https://www.passeiweb.com/es- tudos/livros/poema_sujo>. Acesso em: 09 ago. 2019. INFANTE, U. Do texto ao texto – curso prático de leitura e redação. São Paulo: Scipione, 1998. JAKOBSON, R. Linguística e comunicação. 22. ed. São Paulo: Cultrix, 2010. MARTINS, D. S.; ZILBERKNOP, L. S. Português instrumental. 19. ed. Porto LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 38 SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 38 20/09/2019 16:28:41 Alegre: SAGRA, 1997. PESSOA, F. O Guardador de Rebanhos. São Paulo: companhia de bolso, 2005. PGM 643 – O guardador de rebanhos. Postado por TV Cultura Digital. (0min. 54s.). son. color. port. Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=zoZ3q7ON5wA&t=27s>. Acesso em: 23 ago. 2019. PIGNATARI. D. Informação linguagem comunicação. São Paulo, Cultrix, 1993. RABAÇA, C. A.; BARBOSA, G. G. Dicionário de comunicação. São Paulo: Áti- ca, 1987. ROSA, J. Campanha de vacinação contra sarampo e poliomielite começa nes- se sábado (4). Prefeitura Municipal de Cabreúva, 31 jul. 2018. Disponível em: <https://www.cabreuva.sp.gov.br/noticias+home/campanha+de+vaci- nacao+contra+sarampo+e+poliomielite+comeca+nesse+sabado+4.aspx>. Acesso em: 23 ago. 2019. SAUSSURE, F. Curso de linguística geral. 28. ed. São Paulo: Cultrix, 2012. SILVA, M. J. P. S. Comunicação tem remédio – a comunicação nas relações interpessoais em saúde. São Paulo: Loyola, 2002. TERRA, E.; NICOLA, J. Práticas de linguagem & produção de textos. São Paulo: Scipione, 2008. VANOYE, F. Usos da linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1972. VILELA. M.; KOCH. I. V. Gramática da língua Portuguesa. Coimbra: Alme- dina, 2001. LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 39 SER_FILM_CEEXP_UNID1.indd 39 20/09/2019 16:28:41 COMUNICAÇÃO ESCRITA, EXPRESSÃO, DIVERSIDADE LINGUÍSTICA E COESÃO TEXTUAL 2 UNIDADE SER_FILM_CEEXP_UNID2.indd 40 20/09/2019 11:41:12 Objetivos da unidade Tópicos de estudo Demonstrar a importância da elaboração de respostas com características objetivas ou subjetivas, ressaltando a necessidade de adequação dessas quanto aos contextos e aos interlocutores envolvidos; Apresentar os conceitos de denotação e conotação, evidenciando seus usos de acordo com as intenções dos falantes da língua; Conceituar os diferentes níveis de linguagem, evidenciando as diferenças linguísticas existentes na língua; Ressaltar a importância do planejamento para a elaboração de textos; Demonstrar a importância da ampliação de repertório para composição de textos de características diversas, abordando temas diversos; Conceituar coesão textual, evidenciando mecanismos de coesão e demonstrando recursos oferecidos pela língua para garantir a concatenação e a organização de ideias em textos escritos. Elaboração de respostas As conversações Denotação e conotação Comandos de questão e ela- boração de respostas Respostas subjetivas e obje- tivas Comunicação e expressão Texto e textualidade Tipos de discurso e o contexto Níveis de linguagem Diversidade linguística Variantes linguísticas e estilo Composição Planejamento e organização de textos Tema Coesão textual Tipos de coesão textual A referência textual – relações anafóricas e catafóricas Recursos da coesão textual LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 41 SER_FILM_CEEXP_UNID2.indd 41 20/09/2019 11:41:12 Elaboração de respostas Em nossos atos de comunicação, ocorram eles oralmente ou por escrito, em muitos momentos, somos levados à necessidade de elaborar uma resposta, aqui entendida como aquilo que se diz ou é escrito para responder a uma pergunta. Inicialmente,é preciso que se entenda que a elaboração de uma resposta compreende a organização de um texto e, como tal, deve seguir alguns princí- pios, e responder a algo não pode ocorrer de forma automática; como produ- ção de texto, a resposta deve ter clareza e deve ser organizada, de modo que o interlocutor perceba que há um começo, um meio e um fi m bem esboçados. Em qualquer ato de interlocução, trabalhamos com os chamados elementos da comunicação, são eles: a mensagem em si, ou seja, a informação transmiti- da; o emissor, aquele que emite uma mensagem; o receptor, aquele que recebe a mensagem; o canal, ou seja, o meio escolhido para o envio da mensagem; o código, que compreende o sistema de sinais empregados no envio da mensa- gem; o referente, objeto ou situação a que a mensagem se refere. Além da necessidade do conhecimento do código escolhido, da escolha de um canal adequado e que não possua interferências (chamadas de ruídos em comu- nicação), nossos interlocutores dependem da clareza, da organização e da expres- são dos nossos pensamentos para a compreensão das mensagens enviadas. No momento em que elaboramos uma resposta, somos os emissores que querem conquistar a compreensão de nossa mensagem e, levando em conta nossos receptores, o contexto em que nos encontramos, nosso domínio sobre o conteúdo a que se refere a pergunta feita e a forma como organizamos nos- sos pensamentos, haverá facilidade ou não para que o receptor compreenda o que desejamos com o envio da mensagem. Também, precisamos lembrar que “o destinatário da comunicação não é um receptor passivo, mas um intérprete que decodifi ca e compreende a mensagem de acordo com sua experiência humana e cultural” (ALVAREZ; BARRACA, 2002, p. 47); isto quer dizer que, durante o processamento da mensagem enviada, pode ocorrer um afastamento entre a intenção do emissor e o entendimento da parte do receptor. Por isso, os indicadores enviados precisam ser claros para quem recebe a informação, no entanto, é preciso ressaltar que o repertório de conhe- cimentos também pode interferir no processo, pois os esquemas mentais e os LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 42 SER_FILM_CEEXP_UNID2.indd 42 20/09/2019 11:41:12 conhecimentos adquiridos têm caráter bastante individualizados. Se a situação do ato comunicativo é direta, através do diálogo, o emissor pode contar com a comunicação não verbal, usando gestos e expressões, ou até mesmo reformulando a mensagem. CITANDO Ora, quando falamos com alguém, não é só a palavra que está comunican- do, e sim, a soma de gestos, a intensidade da voz, as expressões faciais etc. Além disso, uma conversa se constrói no momento que está ocorren- do. Tanto é que sentimos que nosso interlocutor não está entendendo bem. Sabemos que tanto os produtores de mensagens quanto os destinatários são, na verdade, intérpretes, ambos sujeitos ativos na comunicação, que realmente só ocorre quando se dá a troca entre eles, quando interagem efetivamente ao ato de comunicação (ALVAREZ; BARRACA, 2002, p. 47). Entretanto, se o ato comunicativo ocorre através da escrita, o emissor deve fazer todo o possível para que a mensagem não tenha a necessidade de ser refeita, pois nem sempre poderá contar com essa oportunidade. Ao se deparar com um raciocínio desorganizado e sem clareza, o receptor não conta com as pistas necessárias para o entendimento da informação envia- da e, mesmo que compreenda o código escolhido, terá difi culdades para chegar à compreensão do enunciado pelo emissor, ou até mesmo não chegará a ela. Em situações de avaliação, comuns na esfera escolar, por exemplo, o pro- fessor depende da clareza e da organização da resposta elaborada pelo aluno para sua avaliação. Desse modo, o sucesso comunicativo de uma resposta está atrelado aos cuidados que envolvem sua elaboração, quanto à forma como é elaborada e quanto ao seu conteúdo. As conversações As conversas costumam ter características mais ou menos informais, envol- vendo nossas esferas de atividades, entre amigos, entre colegas de trabalho, nos ambientes de estudo e, sejam os falantes portadores de formação escolar ou não, a comunicação pode ocorrer observando a fala e algumas formas bá- sicas de comunicação. Especifi camente, as conversações envolvem acordos e negociações para as LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 43 SER_FILM_CEEXP_UNID2.indd 43 20/09/2019 11:41:12 tocas de turnos de interlocução, isto é, unidades que compreendem a parti- cipação de cada um, auxiliando na formulação de textos dialogais, mas nem sempre um interlocutor toma a palavra ao término da enunciação do outro. Por vezes, ocorrem interrupções. Terra e Nicola (2008) ressaltam características particulares dos textos con- versacionais como: • Emprego de linguagem verbal e de linguagem não verbal, com a utilização de entonações, expressões faciais, gestos, olhares, movimentos, e até as rou- pas, postura, penteados e adereços contribuem de alguma forma; • Emprego de expressões fáticas, ou seja, aquelas que enfocam o canal de comunicação, com uso de frases interjetivas, como “Certo?”, “Tudo bem?”, “Cla- ro!”, entre outras; • Negociação constante para a troca de turnos de fala, muitas vezes natural- mente, outras de forma sutil e, às vezes, de modo grosseiro. Assim, em situação de comunicação oral, a elaboração de respostas está sujeita às características dos textos dialogais ora mencionados, cabendo aos interlocutores a sua observação. Denotação e conotação Segundo Saussure (2012), a língua é a parte social da linguagem e o indi- víduo não pode modifi cá-la sozinho, uma vez que ela existe por conta de um “contrato” entre todas as pessoas que fazem parte da comunidade em questão. Apesar disso, ele também afi rma que a fala é sempre individual e que a língua é necessária para que a fala produza seus efeitos. A utilização da fala e da linguagem dependem das competências comunicativas dos participantes do ato comunicativo, formulando enunciados (emissor/falante) ou atribuindo-lhes signifi cados (receptor/ouvinte ou leitor). Além disso, a ideologia e a cultura dos interlocutores também se evidenciam na formulação e na leitura que fazem dos enunciados. Somam-se ao processo as infl uências de aspecto psi- cológico dos indivíduos no momento exato do ato comunicativo, tais como humor e capacidade de tolerância, que podem interferir tanto na enunciação quanto na interpretação, além da formulação dos enunciados, de modo que permitam ao interlocutor o reconhecimento de suas formas (TERRA; NICOLA, 2008). LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 44 SER_FILM_CEEXP_UNID2.indd 44 20/09/2019 11:41:12 Desse modo, encontramos, no que se refere à fala em sua produção, seja oral ou escrita, dois mecanismos que participam do processo de escolha e seleção das palavras e que interferem na organização e na combinação das mesmas, conforme a determinação do falante e seus objetivos: a denotação e a conotação. A utilização desses recursos depende das competências comuni- cativas dos interlocutores. Entendemos por denotação a relação direta de significado que um nome estabelece com um objeto da realidade. O uso denotativo de uma palavra re- fere-se ao seu uso literal, restrito e objetivo, com o significado normalmente encontrado nos dicionários. Por outro lado, a conotação faz referência a algo que uma palavra ou coisa sugere, como se fosse uma ampliação do significado “comum”. O uso conota- tivo de um termo exige que o interlocutor faça associações com elementos de seu repertório, para que encontre sentido no enunciado. O uso conotativo de um termo indica que o falante tem intenção literária e subjetiva. DIAGRAMA 1. DIFERENCIANDO DENOTAÇÃO DE CONOTAÇÃO Denotação ConotaçãoSentidoliteral Sentido figurado Observe o trecho do poema de Carlos Drummond de Andrade (1902 – 1987), poeta e contista brasileiro: A noite dissolve os homensA noite desceu. Que noite! Já não enxergo meus irmãos. E nem tão pouco os rumores que outrora me perturbavam. A noite desceu. Nas casas, nas ruas onde se combate, nos campos desfalecidos, a noite espalhou o medo e a total in- compreensão. LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 45 SER_FILM_CEEXP_UNID2.indd 45 20/09/2019 11:41:12 A noite caiu. Tremenda, sem esperança... Os suspiros acusam a presença negra que paralisa os guerreiros. E o amor não abre caminho na noite. A noite é mortal, completa, sem reticências, a noite dissolve os homens, diz que é inútil sofrer, a noite dissolve as pátrias, apagou os almirantes cintilantes! nas suas fardas. A noite anoiteceu tudo... O mundo não tem remédio... Os suicidas tinham razão. Aurora, entretanto eu te diviso, ainda tímida, inexperiente das luzes que vais ascender e dos bens que repartirás com todos os homens. Sob o úmido véu de raivas, queixas e humilhações, adivinho-te que sobes, vapor róseo, expulsando a treva noturna. O triste mundo fascista se decompõe ao contato de teus dedos, teus dedos frios, que ainda se não modelaram mas que avançam na escuridão como um sinal verde e peremptório. [...] Considerando o sentido denotativo da palavra “noite”, encontramos seu signifi- cado no dicionário como tempo que transcorre entre o poente e o nascer do sol. No entanto, o poeta faz uso do termo “noite” sob outros aspectos, abraçando o sentido conotativo, que ainda depende da contextualização quanto às preocupações apre- sentadas no momento de criação do poema. “A noite dissolve os homens” é uma metáfora sobre os horrores do avanço nazifascista, sobre o totalitarismo que trouxe perseguições políticas em nosso país e o medo e a solidão do eu-lírico. Também se evidencia o uso da palavra “aurora”, que o dicionário apresenta como a claridade que precede o nascer do sol e no texto pode ser entendida como a esperança diante dos problemas percebidos pelo eu-lírico. Verifica-se, então, que os recursos usados causam uma transformação nos LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 46 SER_FILM_CEEXP_UNID2.indd 46 20/09/2019 11:41:12 significados das palavras, provocando alteração do pensamento, pois os ele- mentos da linguagem são desviados de seu uso normal, criando uma lingua- gem nova (CAMPEDELI; SOUZA, 2003). Assim, percebemos que o sucesso na comunicação e o uso que o indivíduo faz da língua em seus processos comunicativos dependem não só do domínio do código estabelecido entre os falantes e dos elementos da comunicação, mas também da competência comunicativa dos interlocutores, da ideologia, da cul- tura, do aspecto psicológico, das intenções e da seleção das palavras durante o uso, trabalhando com os mecanismos de seleção e combinação de signos, que não são aleatórios, pois estão relacionados à intenção do falante. DIAGRAMA 2. FATORES QUE INTERFEREM NO SUCESSO DA COMUNICAÇÃO Referente, mensagem, código, canal Intenção e contexto Interlocutor: competência linguística, ideologia, cultura, aspecto psicológico, repertório Falante: competência comunicativa, ideologia, cultura, aspecto psicológico, uso da língua – denotação ou conotação LÍNGUA PORTUGUESA/COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 47 SER_FILM_CEEXP_UNID2.indd 47 20/09/2019 11:41:12 Comandos de questão e elaboração de respostas Muitas vezes, em processos de avaliação, principalmente nos ambientes escolares, o indivíduo não alcança êxito por não conseguir elaborar respostas que correspondam às questões que lhe são propostas, mesmo tendo se pre- parado para elas. Uma resposta deve ser completa, como uma produção que deve fazer sentido para o interlocutor, além de apresentar início, meio e fi m bem delineados. O coman- do de uma questão corresponde ao verbo ao redor do qual a pergunta se concen- tra, aparecendo geralmente no modo imperativo, como uma ordem, mas também pode estar subentendido, não aparecendo explicitamente. Desse modo, é relevante que se compreenda bem os comandos de questão e se obedeça a eles. Observando que, quando se menciona discurso próprio, isso quer dizer que se deve utilizar suas palavras, sem cópias de trechos motivadores ou outros, obe- decendo aos padrões da norma culta, principalmente em situações de avaliação. “Analise” Solicita um raciocínio associado ao conteúdo pedido na questão e exige discurso próprio. “Compare” É preciso escolher e desenvolver os aspectos comuns e opostos entre os seres comparados. Não se deve simplesmente apresentar uma defi nição de cada elemento; exige discurso próprio. “Diferencie” Também exige discurso próprio, exigindo que se limite a mostrar os aspectos em que os seres são diferentes entre si; não corresponde a defi nir. “Explique” Exige discurso próprio e solicita o desenvolvimento de um raciocínio. Lembrando que explicar não corresponde a exemplifi car: explicar através de exemplos é um recurso inválido usado apenas para escon- der a incapacidade de argumentação do indivíduo. “Justifi que” É feita a partir de uma afi rmativa dada e a resposta deve ser coerente com essa afi rmativa. Também exige discurso próprio. “Transcreva” Não se tratando de discurso próprio, visto que o que se solicita é a cópia de algum item ou trecho, deve-se colocar entre aspas o trecho a ser transcrito. Para maior clareza, a resposta deve começar com expressões como: “O trecho é...”, “O verso é...” etc. Solicita um raciocínio associado ao conteúdo pedido na questão e Solicita um raciocínio associado ao conteúdo pedido na questão e Solicita um raciocínio associado ao conteúdo pedido na questão e É preciso escolher e desenvolver os aspectos comuns e opostos entre Solicita um raciocínio associado ao conteúdo pedido na questão e É preciso escolher e desenvolver os aspectos comuns e opostos entre os seres comparados. Não se deve simplesmente apresentar uma Solicita um raciocínio associado ao conteúdo pedido na questão e É preciso escolher e desenvolver os aspectos comuns e opostos entre os seres comparados. Não se deve simplesmente apresentar uma Solicita um raciocínio associado ao conteúdo pedido na questão e É preciso escolher e desenvolver os aspectos comuns e opostos entre os seres comparados. Não se deve simplesmente apresentar uma Também exige discurso próprio, exigindo que se limite a mostrar os Solicita um raciocínio associado ao conteúdo pedido na questão e exige discurso próprio. É preciso escolher e desenvolver os aspectos comuns e opostos entre os seres comparados. Não se deve simplesmente apresentar uma defi nição de cada elemento; exige discurso próprio. Também exige discurso próprio, exigindo que se limite a mostrar os aspectos em que os seres são diferentes entre si; não corresponde a Solicita um raciocínio associado ao conteúdo pedido na questão e exige discurso próprio. É preciso escolher e desenvolver os aspectos comuns e opostos entre os seres comparados. Não se deve simplesmente apresentar uma defi nição de cada elemento; exige discurso próprio. Também exige discurso próprio, exigindo que se limite a mostrar os aspectos em que os seres são diferentes entre si; não corresponde a Solicita um raciocínio associado ao conteúdo pedido na questão e exige discurso próprio. É preciso escolher e desenvolver os aspectos comuns e opostos entre os seres comparados. Não se deve simplesmente apresentar uma defi nição de cada elemento; exige discurso próprio. Também exige discurso próprio, exigindo que se limite a mostrar os aspectos em que os seres são diferentes entre si; não corresponde a Exige discurso próprio e solicita o desenvolvimento de um raciocínio. Solicita um raciocínio associado ao conteúdo pedido na questão e exige discurso próprio. É preciso escolher e desenvolver os aspectos comuns e opostos entre os seres comparados. Não se deve simplesmente apresentar uma defi nição de cada elemento; exige discurso próprio. Também exige discurso próprio, exigindo que se limite a mostrar os aspectos em
Compartilhar