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Comunicação e Linguagem (3)

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2013
ComuniCação e 
Linguagem
Prof.ª Cláudia Suéli Weiss
Prof.ª Elisabeth Penzlien Tafner
Prof.ª Estela Maris Bogo Lorenzi
Copyright © UNIASSELVI 2013
Elaboração:
Prof.ª Cláudia Suéli Weiss
Prof.ª Elisabeth Penzlien Tafner
Prof.ª Estela Maris Bogo Lorenzi
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
469.07
W429c Weiss, Cláudia Suéli
 Comunicação e linguagem / Cláudia Suéli Weiss; Elisabeth 
Penzlien Tafner; Estela Maris Bogo Lorenzi. Indaial : Uniasselvi, 2013.
 
 181 p. : il 
 
 ISBN 978-85-7830-733-2
 1. Língua portuguesa – Estudo e ensino. I. Centro Universitário 
Leonardo da Vinci.
 
III
apresentação
Linguagem e comunicação são partes integrantes de nossas vidas, 
indispensáveis não somente para a aquisição de conhecimentos, nas mais 
diversas áreas do saber, bem como para a participação nos diferentes 
contextos sociais. 
O ritmo em que desenvolvemos nossas atividades é cada vez mais 
acelerado, daí a necessidade de uma comunicação eficaz tanto nas relações 
pessoais como nas interpessoais. E não somos apenas nós que vivemos nesta 
rotina, a sociedade também é caracterizada pelo ritmo frenético das mudanças, 
especialmente no mundo dos negócios. Com a integração apressada das 
diversas mídias, o perfil das organizações tanto empresariais como sociais 
vem se alterando significativamente. 
É preciso reconstruir este cenário em que tais modificações ocorrem, 
porque na verdade a comunicação e a linguagem funcionam como um ícone, 
que liga diferentes culturas e, inclusive, tendências. Tentar situá-las à revelia 
deste contexto, amplo e complexo, implica esgotar o seu conteúdo e o seu 
poder de persuasão.
Na Unidade 1 analisaremos a origem, a importância, as funções 
e as formas que a linguagem e a comunicação apresentam. Saber a real 
funcionalidade do processo de comunicação, utilizando recursos que 
enfatizam a intenção do que o emissor quer compartilhar, reforça tanto a boa 
comunicação das empresas e/ou instituições para com seus clientes, como 
também gera um diferencial no profissional que partilha destas informações.
Na Unidade 2 trataremos dos textos que compõem os documentos 
(em especial os que você utiliza no seu dia a dia profissional), descreveremos 
sua função, definiremos sua estruturação, apresentaremos modelos e 
características. A compreensão de coesão e coerência textual também é parte 
integrante desta unidade, pois escrever é uma habilidade que pode ser 
aperfeiçoada diariamente.
Na Unidade 3 abordaremos os tópicos de gramática, no que se refere 
ao uso correto da pontuação, classes gramaticais e expressões, pois, já que 
estamos falando de linguagem e comunicação no âmbito profissional, o 
conhecimento e o uso das regras gramaticais contribuem para uma boa 
entrevista ou análise do seu currículo. Então, para que a escrita e a comunicação 
sejam mais eficazes, devemos conhecer o vocabulário e as regras que são 
aceitas pela nossa comunidade linguística. 
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades 
em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o 
material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato 
mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação 
no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir 
a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
Caro(a) acadêmico(a), esperamos que ao final deste caderno, a 
partir dos conhecimentos adquiridos, você possa interagir com maior 
segurança em relação ao uso da língua portuguesa, nas modalidades falada 
e/ou escrita, em situações formais ou informais, tanto corriqueiras como 
profissionais. Para tanto, este Caderno de Estudos contém textos, reflexões, 
ideias, imagens, dicas funcionais e questões pertinentes ao uso adequado da 
língua portuguesa.
Bons estudos!
Prof.ª Cláudia Suéli Weiss
Prof.ª Elisabeth Penzlien Tafner
Prof.ª Estela Maris Bogo Lorenzi
UNI
V
VI
VII
UNIDADE 1 – LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA 
 DAS FUNÇÕES COGNITIVAS ................................................................................ 1
TÓPICO 1 – LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL .................................. 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 PARTICULARIDADES DA LINGUAGEM .................................................................................... 5
3 LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL ...................................................................................... 7
3.1 A LINGUAGEM NÃO VERBAL .................................................................................................. 10
3. 2 A LINGUAGEM VERBAL ............................................................................................................ 11
4 PARTICULARIDADES DA LÍNGUA FALADA E LÍNGUA ESCRITA ................................... 13
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 14
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 16
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 17
TÓPICO 2 – COMUNICAÇÃO: PROCESSOS E ELEMENTOS ................................................... 19
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 19
2 O PAPEL DA COMUNICAÇÃO NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS .................................... 19
2.1 TIPOS DE COMUNICAÇÃO ........................................................................................................ 22
3 ELEMENTOS DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO ................................................................ 24
3.1 EMISSOR .......................................................................................................................................... 24
3.2 RECEPTOR ...................................................................................................................................... 25
3.3 MENSAGEM ................................................................................................................................... 25
3.4 CANAL DE COMUNICAÇÃO ....................................................................................................25
3.5 CÓDIGO ........................................................................................................................................... 25
3.6 REFERENTE .................................................................................................................................... 26
4 BARREIRAS A UMA COMUNICAÇÃO EFICAZ ........................................................................ 26
4.1 REDUNDÂNCIA ............................................................................................................................ 28
4.2 RUÍDO .............................................................................................................................................. 29
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 31
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 32
TÓPICO 3 – A LINGUAGEM E SUAS PARTICULARIDADES ................................................... 35
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 35
2 NÍVEIS DE LINGUAGEM ................................................................................................................. 35
2.1 NÍVEL CULTO OU FORMAL ....................................................................................................... 35
2.2 NÍVEL INFORMAL ........................................................................................................................ 36
2.3 ADEQUAÇÃO NO USO DAS VARIEDADES LINGUÍSTICAS .............................................. 37
2.4 GÍRIAS .............................................................................................................................................. 38
3 A LINGUAGEM PARTICULAR DE UMA PROFISSÃO ............................................................ 39
3.1 LINGUAGEM TÉCNICA OU JARGÃO ...................................................................................... 40
4 A LINGUAGEM E SUAS FUNÇÕES ............................................................................................... 40
4.1 FUNÇÃO EMOTIVA ...................................................................................................................... 42
4.2 FUNÇÃO REFERENCIAL ............................................................................................................. 43
4.3 FUNÇÃO APELATIVA .................................................................................................................. 43
sumário
VIII
4.4 FUNÇÃO FÁTICA .......................................................................................................................... 44
4.5 FUNÇÃO METALINGUÍSTICA ................................................................................................... 45
4.6 FUNÇÃO POÉTICA ....................................................................................................................... 46
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 47
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 49
UNIDADE 2 – A ESTRUTURA TEXTUAL ........................................................................................ 51
TÓPICO 1 – O TEXTO E SUA INTENÇÃO ...................................................................................... 53
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 53
2 A CONSTRUÇÃO DO TEXTO: COESÃO E COERÊNCIA ........................................................ 54
2.1 COESÃO ........................................................................................................................................... 54
2.1.1 Mecanismos de coesão .......................................................................................................... 54
2.2 COERÊNCIA ................................................................................................................................... 56
3 PARÁGRAFO ....................................................................................................................................... 60
3.1 A ESTRUTURAÇÃO DO PARÁGRAFO ..................................................................................... 61
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 63
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 64
TÓPICO 2 – OS DIVERSOS TEXTOS ................................................................................................ 67
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 67
2 CARACTERÍSTICAS DOS TEXTOS ............................................................................................... 67
3 A NARRAÇÃO ..................................................................................................................................... 68
4 A DESCRIÇÃO ..................................................................................................................................... 72
5 A ARGUMENTAÇÃO ......................................................................................................................... 73
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 77
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 78
TÓPICO 3 – O ESTUDO DO TEXTO: LEITURA, INTERPRETAÇÃO E GÊNEROS ............... 79
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 79
2 A LEITURA E A INTERPRETAÇÃO TEXTUAL ............................................................................ 80
2.1 O MAIOR DESAFIO DAS INSTITUIÇÕES: A COMUNICAÇÃO INTERNA ...................... 80
3 OS MODELOS TEXTUAIS ................................................................................................................ 82
3.1 RELATÓRIOS .................................................................................................................................. 83
3.1.1 Partes do relatório .................................................................................................................. 84
3.1.2 Aplicação ................................................................................................................................. 84
3.2 MEMORANDO ............................................................................................................................... 86
3.2.1 Estrutura do memorando ..................................................................................................... 86
3.3 ATA ................................................................................................................................................... 89
3.3.1 Escritura e modelo ................................................................................................................. 89
3.4 OFÍCIO ............................................................................................................................................. 90
3.4.1 Elaboração e modelo............................................................................................................. 91
3.5 REQUERIMENTO .......................................................................................................................... 93
3.5.1 Escritura e modelo ................................................................................................................. 93
3.6 E-MAIL ............................................................................................................................................. 94
3.6.1 Linguagem e dicas na elaboração de um e-mail formal .................................................. 94
3.7 CIRCULAR ...................................................................................................................................... 96
3.7.1 Modelo ..................................................................................................................................... 96
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 98
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 99
IX
UNIDADE 3 – A GRAMÁTICA E SUAS PARTES ........................................................................... 101
TÓPICO 1 – AS CLASSES DE PALAVRAS ....................................................................................... 103
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 103
2 AS CARACTERÍSTICAS DE CADA CLASSE ............................................................................... 103
2.1 SUBSTANTIVO ............................................................................................................................... 104
2.2 ADJETIVO ........................................................................................................................................ 107
2.3 ADVÉRBIO ...................................................................................................................................... 109
2.4 NUMERAL ....................................................................................................................................... 110
2.5 ARTIGO ............................................................................................................................................ 111
2.6 PREPOSIÇÃO .................................................................................................................................. 113
2.7 CONJUNÇÃO ................................................................................................................................. 114
2.8 INTERJEIÇÃO ................................................................................................................................. 115
2.9 VERBO .............................................................................................................................................. 116
2.10 PRONOMES .................................................................................................................................. 125
2.10.1 Os pronomes de tratamento ............................................................................................... 131
3 COLOCAÇÃO PRONOMINAL ........................................................................................................ 131
3.1 PRÓCLISE ........................................................................................................................................ 132
3.2 MESÓCLISE ..................................................................................................................................... 132
3.3 ÊNCLISE .......................................................................................................................................... 133
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 134
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 136
TÓPICO 2 – PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN ........................................... 137
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 137
2 O EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO ............................................................................ 137
2.1 O PONTO ......................................................................................................................................... 138
2.2 DOIS-PONTOS ................................................................................................................................ 139
2.3 O PONTO E VÍRGULA .................................................................................................................. 140
2.4 A VÍRGULA ..................................................................................................................................... 141
2.5 O PONTO DE INTERROGAÇÃO ................................................................................................ 145
2.6 O PONTO DE EXCLAMAÇÃO .................................................................................................... 146
2.7 AS RETICÊNCIAS .......................................................................................................................... 146
2.8 AS ASPAS ......................................................................................................................................... 147
2.9 O TRAVESSÃO ................................................................................................................................ 147
2.10 O ASTERISCO ............................................................................................................................... 148
2.11 OS PARÊNTESES .......................................................................................................................... 149
2.12 COLCHETES ................................................................................................................................. 149
3 A ACENTUAÇÃO DAS PALAVRAS ............................................................................................... 150
3.1 A CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A TONICIDADE DAS SÍLABAS ......................... 151
4 CRASE .................................................................................................................................................... 154
5 HÍFEN .................................................................................................................................................... 155
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 160
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 162
TÓPICO 3 – LÍNGUA PORTUGUESA: DÚVIDAS PERTINENTES NA ESCRITURA 
 DE UM TEXTO ................................................................................................................. 163
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 163
2 AMBIGUIDADE .................................................................................................................................. 163
3 ESTRANGEIRISMOS .........................................................................................................................165
4 PLEONASMO ....................................................................................................................................... 167
5 EXPRESSÕES ........................................................................................................................................ 168
X
5.1 USO DOS PORQUÊS ...................................................................................................................... 168
5.2 USO DE MAU E MAL .................................................................................................................... 169
5.3 USO DE SENÃO E SE NÃO .......................................................................................................... 170
5.4 USO DE MAIS E MAS .................................................................................................................... 170
5.5 USO DO HÁ E A ............................................................................................................................. 171
5.6 USO DE AONDE E ONDE ............................................................................................................ 172
5.7 USO DE A FIM E AFIM ................................................................................................................. 172
5.8 USO DE DEMAIS E DE MAIS ...................................................................................................... 172
5.9 USO DE AO ENCONTRO DE E DE ENCONTRO A ................................................................ 173
5.10 USO DE ACERCA DE E HÁ CERCA DE .................................................................................. 173
5.11 USO DE A PRINCÍPIO E EM PRINCÍPIO ................................................................................ 173
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 174
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 176
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................ 177
1
UNIDADE 1
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: 
REFLEXÕES ACERCA DAS 
FUNÇÕES COGNITIVAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade você será capaz de:
• identificar as particularidades e a importância da língua escrita e falada;
• entender os processos e os elementos da comunicação;
• refletir e adequar o uso da linguagem em diferentes situações;
• conhecer e diferenciar as funções da linguagem, bem como compreender a 
importância de cada uma no processo comunicativo;
• identificar e apresentar soluções para os problemas relacionados às falhas 
comunicativas no cotidiano profissional.
Esta unidade está dividida em três tópicos que visam auxiliar você na 
compreensão da origem e importância da linguagem e da comunicação. 
Ao final de cada tópico apresentamos atividades a fim de consolidar seus 
conhecimentos sobre a temática.
TÓPICO 1 – LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
TÓPICO 2 – COMUNICAÇÃO: PROCESSOS E ELEMENTOS
TÓPICO 3 – A LINGUAGEM E SUAS PARTICULARIDADES
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
1 INTRODUÇÃO
Expressar-se de maneira competente na língua materna é uma necessidade 
inegável para o bom desempenho de atividades que envolvam a palavra. Portanto, 
uma primeira reflexão merece atenção: qual é a distinção de linguagem e língua? 
De maneira geral, linguagem é usar a língua para comunicar-se com as 
pessoas. De acordo com Terra (1997), damos o nome de linguagem a todo sistema 
de sinais convencionais que nos permite realizar atos de comunicação. Existem 
várias linguagens, a dos surdos, a que você fala, a dos sinais de trânsito, a das 
bandeiras em corridas de automóveis, entre outras. 
 Língua, por sua vez, refere-se ao conjunto de expressões e palavras que 
são usadas por um determinado povo, sendo esta munida de regras para o uso 
adequado.
 [...] língua não se confunde com linguagem; é somente uma parte 
determinada, essencial dela, indubitavelmente. É, ao mesmo tempo, um 
produto social da faculdade de linguagem e um conjunto de convenções 
necessárias adotadas pelo corpo social para permitir o exercício dessa 
faculdade nos indivíduos. (SAUSSURE, 1972, p. 17)
De acordo com Terra (1997, p. 13), a definição de língua é: “[...] a linguagem 
que utiliza a palavra como sinal de comunicação.” Entendemos então que a língua 
é um aspecto da linguagem e pertence a um grupo de indivíduos; estes, por sua 
vez, concretizam a língua através da fala. 
 
Podemos dizer que no ato da comunicação não utilizamos somente um 
conjunto de palavras faladas e/ou escritas, mas também imagens, gestos, cores e 
sinais. Observe:
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
4
FIGURA 1 – COMUNICAÇÃO
FONTE: Disponível em: <http://comunicadm.blogspot.com/2010/04/comunicacao-
com-sinais-de-libras.html>. Acesso em: 13 dez. 2011.
Temos, como exemplo de gestos e sinais, o alfabeto de Libras. A seguir você 
pode observar a importância das cores na comunicação.
FIGURA 2 – A COR NA COMUNICAÇÃO
FONTE: Disponível em: <http://midiassociaisblog.com/index.php/
entenda-o-significado-das-cores-na-comunicacao.html>. Acesso em: 
13 dez. 2011.
TÓPICO 1 | LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
5
ATENCAO
Caro(a) acadêmico(a), você pode visualizar este Caderno de Estudos colorido no 
AVA, menu Material Interativo.
A cor é muito explorada pelos publicitários, pois é um elemento que causa 
distintas sensações. Elas são fundamentais na representação de logomarcas e 
produtos de empresas.
Para compartilhar a essência da empresa e/ou corporação e provocar a percepção da 
marca nos consumidores, é necessário fazer um estudo das cores mais adequadas para o seu negócio. 
A logomarca precisa causar impacto, ser lembrada e reconhecida perante os diversos públicos 
das empresas. Este é o grande desafio dos designers: criar marcas que se destaquem entre 
tantos concorrentes.
NOTA
Além disso, é preciso adequar a linguagem para as diferentes situações, ou 
seja, dependendo do lugar, do momento e das pessoas com quem nos comunicamos, 
faz-se necessária a adequação da linguagem. É com base nessas questões que 
convidamos você, acadêmico(a), a aprofundar seus estudos nos tópicos seguintes.
Como vimos, a linguagem não é somente um conjunto de palavras – faladas 
ou escritas –, mas de gestos e imagens. A linguagem possui particularidades que 
vão além de somente substantivo, adjetivo, verbo, pronomes e/ou preposições. 
Sendo assim, não nos comunicamos apenas pela fala ou escrita, não é verdade? 
Alguma vez você já tentou comunicar-se sem utilizar um verbo? Faça o teste e você 
vai perceber o quão difícil é obter algo coerente. A seguir veremos a distinção entre 
linguagem verbal e linguagem não verbal. Antes, porém, leia o texto que segue de 
Ricardo Ramos, Circuito Fechado. 
2 PARTICULARIDADES DA LINGUAGEM
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
6
CIRCUITO FECHADO
 
Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, 
espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água 
fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, 
calça, meias, sapatos, telefone, agenda, copo com lápis, caneta, blocos de notas, 
espátula, pastas, caixa de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, 
cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, 
relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. 
Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras,esboços de anúncios, fotos, cigarro, 
fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, 
fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, 
cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo. xícara. Maço de cigarros, 
caixa de fósforos. Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, 
revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, gravata, paletó. Carteira, 
níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de 
fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. 
Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, 
externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, 
fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, 
jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. 
Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, 
copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. 
Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, 
cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.
FONTE: RAMOS, Ricardo. Disponível em: <http://www.ricardoramos.org.br/>. Acesso em: 13 
dez. 2011.
Nesta crônica, você observou que o autor elaborou a mensagem utilizando 
apenas substantivos.
ATENCAO
Se você quiser conhecer um pouco mais sobre o escritor Ricardo Ramos e sua obra, 
acesse o site <http://www.ricardoramos.org.br/>.
TÓPICO 1 | LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
7
3 LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL
A comunicação é essencial nas relações, sejam elas pessoais, empresariais 
e/ou educacionais. Apesar de poder ser realizada de várias maneiras, só existe 
comunicação quando a mensagem é recebida com o mesmo valor com que ela foi 
transmitida. Tanto a linguagem verbal quanto a não verbal têm um papel muito 
importante na comunicação. Para tanto, torna-se imprescindível que as duas estejam 
em concordância, para que a comunicação seja coerente. 
 
A linguagem humana é um processo altamente complexo. Podemos afirmar 
que ela está presente nas diversas situações de comunicação. Por exemplo:
FIGURA 3 – NA CONVERSA DAS PESSOAS
FONTE: Disponível em: <http://ravenasilvapsique.blogspot.com/>. 
Acesso em: 15 ago. 2011.
FIGURA 4 – EM PLACAS DE SINALIZAÇÃO
FONTE: Disponível em: <http://www.portaldecarapicuiba.com/
servicos/placas-de-sinalizacao-carapicuiba/>. Acesso em: 15 ago. 
2011.
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
8
FIGURA 6 – NAS MENSAGENS PUBLICITÁRIAS
FONTE: Disponível em: <http://promoview.com.br/evento/117135-
uniasselviassevim-realiza-semana-de-publicidade/>. Acesso em: 15 ago. 
2011.
FIGURA 7 – NA DANÇA
FONTE: Disponível em: <http://blog.uniasselvi.com.br/>. Acesso em: 15 ago. 2011.
FIGURA 5 – EM LIVROS, JORNAIS E REVISTAS
FONTE: Disponível em: <http://deixapramimquesoucanhota.blogspot.
com/2011/02/marketing-iergs-uniasselvi.html>. Acesso em: 15 ago. 2011.
TÓPICO 1 | LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
9
FIGURA 8 – NOS GESTOS
FONTE: Disponível em: <http://bocaberta.org/2008/03/gestos-e-
confusoes.html>. Acesso em: 15 ago. 2011.
FIGURA 9 – NA EXPRESSÃO FISIONÔMICA
FONTE: Disponível em: <http://blog.uniasselvi.com.br/tag/sorriso>. 
Acesso em: 15 ago. 2011.
FIGURA 10 – NOS CÓDIGOS CIENTÍFICOS
FONTE: Disponível em: <http://www.grupoescolar.com/pesquisa/
compostos-inorganicos.html>. Acesso em: 15 ago. 2011.
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
10
Todas as situações mencionadas demonstram a capacidade humana de se 
comunicar utilizando as linguagens não verbais e verbais. Vamos conhecê-las?
3.1 A LINGUAGEM NÃO VERBAL
A linguagem não verbal é aquela que não utiliza palavras para comunicar. 
Então, como ela ocorre? Ela é estabelecida por meio de gestos, sons, cores, imagens, 
entre outras. Os sinais de trânsito, por exemplo, demonstram que a mensagem é 
repassada através das cores. A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) efetiva-se 
através dos gestos. 
 
Muitas vezes, a linguagem não verbal serve como reforço para aquilo que 
dizemos: em determinados momentos, com a fala, utilizamos outros recursos 
para reforçar nossa mensagem. Podemos citar, como exemplo, as histórias em 
quadrinhos, pois o conteúdo da fala da personagem é reafirmado através da 
imagem. Nas propagandas publicitárias também fica evidente a importância e a 
função da linguagem não verbal. 
Segundo Terra (1997, p. 12), “[...] a linguagem não verbal é aquela que 
utiliza para atos de comunicação outros sinais que não as palavras”. 
Vamos conhecer mais sobre a linguagem não verbal através das figuras que 
seguem:
FIGURA 11 – PROIBIDO FUMAR
FONTE: Disponível em: <http://alunacriativa.wordpress.com/
category/uncategorized/page/2/>. Acesso em: 10 out. 2011.
TÓPICO 1 | LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
11
FIGURA 12 – ADEUS À CIDADE
FONTE: Disponível em: <http://concretoverde.blogspot.com/2010/09/
charges.html>. Acesso em: 10 out. 2011.
Entendemos facilmente a mensagem que cada figura quer transmitir, não 
é mesmo? A linguagem não verbal, então, apesar de não utilizar as palavras, é 
capaz de efetivar um ato comunicativo. Agora, convido você a conhecer as 
particularidades da linguagem verbal.
3. 2 A LINGUAGEM VERBAL
Podemos definir como linguagem verbal aquela em que as palavras são os 
sinais utilizados para os atos comunicativos. O termo “verbal” vem do latim verbale 
e significa palavra. Sendo assim, é por meio de palavras – linguagem verbal – que 
expressamos desejos, sentimentos, ordens, opiniões, revelando nossas opiniões e 
expondo nosso raciocínio. 
Segundo Nicola (2009, p. 126), “[...] a linguagem verbal é aquela que utiliza 
a língua (falada ou escrita).” A linguagem verbal pode ser abordada sob duas 
modalidades: a língua escrita e a oral. 
Veremos a seguir algumas charges que exemplificam a linguagem verbal.
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
12
FIGURA 13 – LINGUAGEM VERBAL
FONTE: Disponível em: <http://sustentabilizandomundo.blogspot.com/2010/09/
charge.html>. Acesso em: 5 out. 2011.
FIGURA 14 – LINGUAGEM VERBAL
FONTE: Disponível em: <http://mafalda-portugues.blogspot.com/2010/03/
analise-da-charge-no-tocante-ao.html>. Acesso em: 5 out. 2011.
Você já encontrou dificuldades em colocar no papel algo que na linguagem 
oral consegue transmitir sem dificuldades? Acreditamos que sua resposta foi sim. 
Então, vamos aprofundar nossos estudos?
TÓPICO 1 | LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
13
Vimos que língua é um sistema de representação constituído por palavras e 
por regras que se combinam, permitindo que expressemos uma ideia, uma ordem, 
emoção, enfim, um enunciado de sentido completo que estabelece comunicação. 
Tais regras e palavras são comuns aos membros de uma sociedade; sendo assim, a 
língua pertence a toda comunidade. 
A fala, por sua vez, se concretizará a partir do uso que o falante faz da 
língua. No momento em que efetivamos o processo de comunicação, o fazemos 
através da fala ou da escrita. Se analisarmos a história da humanidade ou a nossa, 
podemos perceber que primeiro falamos e depois escrevemos. Adquirimos a fala 
naturalmente, porém a escrita nos é ensinada. Sendo assim, na fala o significante é 
sonoro e, na escrita, é gráfico. 
Caro(a) acadêmico(a), ao transmitirmos uma mensagem percebemos que a 
fala e a escrita adquirem algumas particularidades, não é mesmo? Quando falamos 
da importância da língua escrita, esta reside nas suas próprias características se 
comparada à língua falada. A língua oral possui diversosrecursos, como entonação 
da voz, expressão fisionômica, gestos, além de ser mais espontânea. A escrita 
requer mais atenção, pois não é uma simples representação do que se fala. Em 
todas as línguas as pessoas escrevem e falam de maneira distinta, porém podemos 
efetivar a comunicação tanto num enunciado falado quanto em um escrito.
Perceba que não escrevemos conforme falamos, nem falamos conforme 
escrevemos. O humorista Jô Soares, em uma entrevista à revista “VEJA” (1990), 
fez o seguinte comentário: "Português é fácil de aprender porque é uma língua 
que se escreve exatamente como se fala”. Ele brinca com a diferença entre a fala e 
a escrita, observe:
4 PARTICULARIDADES DA LÍNGUA FALADA E LÍNGUA ESCRITA
Pois é. U purtuguêis é muinto fáciu di aprender, purqui é uma língua qui 
a genti iscrevi ixatamenti cumu si fala. Num é cumu inglêis qui dá até vontadi di 
ri quandu a genti discobri cumu é qui si iscrevi algumas palavras. Im purtuguêis 
não. É só prestátenção. U alemão pur exemplu. Qué coisa mais doida? Num bate 
nada cum nada. Até nu espanhol qui é parecidu, si iscrevi muinto diferenti. Qui 
bom qui a minha língua é u purtuguêis. Quem soubé falá sabi iscrevê.
FONTE: Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/portugues/lingua-escrita-e-oral-nao-se-fala-
como-se-escreve.jhtm>. Acesso em: 10 out. 2011. 
Na linguagem falada podemos detectar mais facilmente se estamos sendo 
entendidos ou não. A linguagem é mais espontânea, a coesão se dá por meio 
de gestos, entonação da voz, expressão fisionômica, entre outros. Há também a 
presença de elementos que mantêm a conversação aberta, como, por exemplo, 
“você entendeu?”, “está claro?”, “você concorda?”. 
A modalidade escrita difere da falada em diversos fatores. Segundo Terra 
(1997), a escrita representa um estágio posterior de uma língua, tanto que muitas 
pessoas utilizam a língua sem saber utilizar a forma escrita.
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
14
Apesar de a linguagem falada ser mais utilizada, na comunicação é a escrita 
que adquire maior importância para as teorias gramaticais, pois se considera que 
a última possui aspecto de maior permanência. Há um dizer dos antigos romanos: 
“verba volant; scripta manent”, que se traduz: “as palavras voam, aquilo que está 
escrito permanece”. 
Mas como explicar essa possível superioridade? Saussure (1972 apud 
TERRA, 1997) nos apresenta uma possível explicação.
Mas como se explica tal prestígio da escrita?
1º Primeiramente, a imagem gráfica das palavras nos impressiona como um 
objeto permanente e sólido, mais adequado do que o sim para construir a 
unidade da língua através dos tempos [...]
2º Na maioria dos indivíduos, as impressões visuais são mais nítidas e 
duradouras que as impressões acústicas; dessarte eles se apegam, de preferência 
às primeiras. A imagem gráfica acaba por impor-se à custa do som.
3º A língua literária aumenta ainda mais a importância imerecida da escrita. 
Possui seus dicionários, suas gramáticas; é conforme o livro e pelo livro que se 
ensina na escola; a língua aparece regulamentada por um código; ora, tal código 
é ele próprio uma regra escrita, submetida a um uso rigoroso: a ortografia, e eis o 
que confere à escrita uma importância primordial. Acabamos por esquecer que 
aprendemos a falar antes de aprender a escrever, e inverte-se a relação natural. 
4º Por fim, quando existe desacordo entre a língua e a ortografia, o debate é 
sempre difícil de resolver por alguém que não seja o linguista; mas como este 
não tem voz em capítulo, a forma escrita tem, quase fatalmente, superioridade; 
a escrita se arroga, nesse ponto, uma importância a que não tem direito.
FONTE: Saussure (apud TERRA, 1997, p. 14)
Depois de apresentadas as observações de Saussure, vejamos como Ulisses 
Infante descreve as particularidades de cada modalidade: falada e escrita. Para 
tanto, leia a leitura complementar que segue. 
LÍNGUA FALADA E LÍNGUA ESCRITA
A língua falada mantém uma profunda vinculação com as situações em que 
é usada. A comunicação oral normalmente se desenvolve em situações em que o 
contato entre os interlocutores é direto: na maioria dos casos, eles estão em presença 
um do outro, num lugar e momento que, por isso, são claramente conhecidos. 
LEITURA COMPLEMENTAR
TÓPICO 1 | LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
15
Dessa forma, quando conversam sobre determinado assunto, elaboram mensagens 
marcadas por fatos da língua falada. O vocabulário utilizado é fortemente alusivo: 
o uso de pronomes como eu, você, isto, isso, aquilo ou de advérbios como aqui, 
cá, já agora, lá possibilita indicar os seres e fatos envolvidos na mensagem sem 
nomeá-los explicitamente. Note que as palavras desse tipo causam problemas de 
compreensão se não tivermos como detectar a que se referem.
Na língua escrita, a elaboração da mensagem requer uma linguagem menos 
alusiva. O uso de pronomes e certos advérbios, eficientes e suficientes na língua 
falada, obedece a outros critérios, pois essas palavras passam principalmente a 
relacionar partes do texto entre si e não mais a designar dados da realidade exterior. 
Em seu lugar, vemo-nos obrigados a utilizar formas de referência mais precisas, como 
substantivos e adjetivos, capazes de nomear e caracterizar os seres. A língua escrita, 
assim, demanda um esforço maior de precisão: devem-se indicar datas, descrever 
lugares e objetos, bem como identificar claramente os interlocutores no caso de 
representação de diálogos. Toda essa elaboração gera textos cuja compreensão não 
depende do lugar e do tempo em que são produzidos ou lidos: como a língua escrita 
busca ser suficiente em si mesma, redator e leitor não precisam mais da proximidade 
física para que a mensagem se transmita satisfatoriamente. 
Não pense, entretanto, que qualquer uma dessas formas de língua é 
menor ou pior do que a outra: são apenas diferentes, cada uma delas apropriada 
a uma forma de comunicação. 
Até agora, falamos da diferença essencial entre língua escrita e língua 
falada. Dessa diferença se originam outras, igualmente importantes e, em alguns 
casos, tão significativas que se pode mesmo falar na existência de dois códigos 
distintos: o código falado e o código escrito, cada um com suas regras próprias de 
funcionamento. Vejamos algumas delas.
A língua falada se concretiza por meio da emissão dos sons da língua, os 
fonemas. Na escrita, utilizam-se as letras, que não mantêm uma correspondência 
exata com os fonemas: há letras que representam fonemas diferentes (a letra X, 
por exemplo, em exame, xadrez e sintaxe); há fonemas representados por mais de 
uma letra (chave, por exemplo); há até casos em que a letra não representa nenhum 
fonema (h em homem, por exemplo). Fatos como esses fazem com que a ortografia 
se torne às vezes complexa; ora, óbvio que essa questão afeta diretamente o manejo 
da língua escrita, tendo reduzida influência sobre o código falado. 
FONTE: INFANTE, Ulisses. Do texto ao texto: curso prático de leitura e redação. São Paulo: 
Scipione, 1998. p. 31.
16
RESUMO DO TÓPICO 1
Vamos rever o conteúdo apresentado neste primeiro tópico:
• Linguagem é o uso da língua para comunicar-se com os pares.
• A linguagem humana é um processo complexo e está presente em diversas 
situações.
• Língua refere-se ao conjunto de expressões e palavras que são usadas por um 
determinado povo.
• A língua não é uniforme.
• Não utilizamos somente um conjunto de palavras – faladas e escritas – para nos 
comunicar, mas também gestos, expressão fisionômica, entre outros elementos.
• Faz-se necessário adequar a linguagem de acordo com os momentos de uso.
• A fala concretiza-se a partir do uso que o falante faz dela.
• A linguagem verbal é aquela que utiliza palavras para efetivar o ato comunicativo.
• A linguagem não verbal é aquela que não utiliza palavras,efetiva-se através de 
gestos, cores, sinais e imagens.
• A linguagem não verbal não é menos importante que a verbal e, portanto, 
complementam-se.
• Na linguagem oral a comunicação ocorre acompanhada da entonação de voz, 
expressão fisionômica e gestos.
• Não falamos conforme escrevemos. Não escrevemos conforme falamos. 
• A fala antecede a escrita.
17
AUTOATIVIDADE
1 Elabore, com suas palavras, um comentário sobre a temática: A importância 
da comunicação.
 
2 Sobre a presença de linguagem verbal e não verbal em seu cotidiano, indique 
uma situação de ocorrência para cada. 
3 Sobre a linguagem escrita e a linguagem oral, aponte três particularidades 
de cada.
LINGUAGEM ESCRITA LINGUAGEM ORAL
18
19
Vive-se num mundo globalizado, recheado de situações incertas. A 
sociedade é caracterizada pelo ritmo frenético das mudanças, seja por uma nova 
geografia (ou nova geopolítica) ou pela acelerada integração das mídias. E, neste 
contexto, a comunicação tem seu valor. E só poderão fazer o diferencial as empresas 
e/ou instituições que aprenderem a se comunicar, a trabalhar de forma interligada, 
somando forças e gerando o “saber fazer” na sua equipe. Condição essencial para 
que os resultados se aperfeiçoem e se transformem num diferencial, visto que 
se vive numa época em que a competitividade é demasiadamente acirrada em 
qualquer organização.
Convidamos você, acadêmico(a), a explorar o vastíssimo campo da 
comunicação em seus variados aspectos. Temos ainda por objetivo estudar a 
questão da comunicação e os diversos conceitos que a envolvem, além de analisar 
os elementos que a completam. Faremos, também, algumas reflexões sobre a sua 
importância nas relações interpessoais.
TÓPICO 2
COMUNICAÇÃO: PROCESSOS E ELEMENTOS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
2 O PAPEL DA COMUNICAÇÃO NAS RELAÇÕES 
INTERPESSOAIS
A capacidade comunicativa não é privilégio dos seres humanos; ela é 
bastante complexa e pode ser encontrada em outros momentos da vida animal, 
nas aves, nos peixes, nos mamíferos e outros. Em sua etimologia, Marques de Melo 
(1975, p. 14) lembra que “[...] comunicação vem do latim ‘communis’, comum. O que 
introduz a ideia de comunhão, comunidade”. Contudo, se falamos em “processo 
de comunicação”, cabe também uma rápida verificação no termo “processo”. Berlo 
(1991, p. 33) o descreve como “[...] qualquer fenômeno que apresente contínua 
mudança no tempo”, ou “qualquer operação ou tratamento contínuo”. 
Entendê-lo implica relacioná-lo com a linguagem, a cultura e a tecnologia. 
Quanto à linguagem, Tattersall (2006, p. 73) afirma que “[...] se estamos 
procurando um único fator de liberação cultural que abriu caminho para a cognição 
simbólica, a invenção da linguagem é a candidata mais óbvia”. 
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
20
Quanto à cultura e tecnologia, nos parece essencial concordar com Mayr 
(2006, p. 95), ao sugerir que “Uma pessoa do século XXI vê o mundo de maneira 
bem diferente daquela de um cidadão da era vitoriana” e que “Essa mudança teve 
fontes múltiplas, em particular os incríveis avanços da tecnologia”. 
Souza Brasil (1973), mais ousado, interpreta a cultura como subordinada à 
comunicação. E sabe-se que um subordinado, geralmente, identifica-se com o seu 
superior.
Logo, caro(a) acadêmico(a), podemos dizer que comunicação é uma ação 
pela qual os indivíduos trocam entre si informações, sentimentos ou experiências. 
É através dela, por exemplo, que podemos alcançar sinergia dentro de uma 
organização, visto que ela nos permite unir forças e atuar de maneira a cooperar e 
colaborar obtendo resultados positivos por meio do trabalho em equipe. 
Quando nos comunicamos partilhamos algo e, por este ato de compartilhar 
ou comunicar, conhecemos e somos conhecidos. E, se somos conhecidos e 
conhecemos, estamos vivendo em relação, por isso a qualidade da nossa existência 
humana depende, e muito, de nossos relacionamentos.
 
A comunicação não pode ser confundida com a simples transmissão 
unilateral de informações. A comunicação humana exige a participação, no 
mínimo, de duas pessoas. Assim, ela só existe quando se estabelece entre mais de 
uma pessoa. Quando há um bloqueio, a mensagem não é captada e a comunicação 
é interrompida, pois, segundo Penteado (1997, p. 5), “[...] se um indivíduo fala e 
ninguém ouve, o processo da comunicação humana não se completou”. Existindo 
esse problema, a diferença de significado do que foi captado de uma mensagem 
e o que o transmissor queria exatamente dizer é o ícone que pode atrapalhar o 
elo comunicativo. 
Acredita-se, acadêmico(a), que praticamente todas as relações humanas 
e interpessoais abrangem a comunicação, pois ela é um veículo de significados 
que pode influenciar, inclusive, nossos comportamentos. Vamos entender melhor? 
Cada pessoa produz significados próprios diante dos acontecimentos ou das mais 
variadas situações e, ao expressá-los, acrescenta algo de sua personalidade, por 
isso os significados que damos às experiências são desfigurados, enriquecidos ou 
empobrecidos através da comunicação. 
A comunicação nas relações interpessoais pode ser entendida, de 
uma forma mais simplificada, como sendo uma atividade caracterizada pela 
transmissão e recepção de informações entre indivíduos ou, ainda, como o 
modo pelo qual se constroem e se interpretam significados a partir das trocas de 
experiências. Enfim, o processo de comunicação é marcado por um procedimento 
resultante de uma interação social. 
TÓPICO 2 | COMUNICAÇÃO: PROCESSOS E ELEMENTOS
21
Então, caro(a) acadêmico (a), só há comunicação quando, de alguma forma, 
o conteúdo da mensagem é interpretado e internalizado pelo receptor, ou seja, 
quando é notada uma resposta em decorrência da mensagem. Enviar um e-mail 
ou deixar uma mensagem gravada no celular, por exemplo, não representa 
exatamente o comunicar, mas, sim, transmitir uma informação. Só haverá uma 
comunicação completa se, de alguma forma, o receptor indicar ao emissor que 
recebeu a informação que lhe foi emitida. E isso só acontecerá caso uma nova ação 
desencadeie significação, ou seja, um sinal de retorno for identificado. 
A linguagem é um elemento essencial para que o processo de interação 
aconteça, pois é a partir do significado dos sinais que as pessoas atribuem sentido 
às atividades. Desse modo, o processo de comunicação implica retorno ou feedback 
para as interações sociais. O resultado da comunicação pode ser aquele que o 
emissor pretendia (ou não). Se for o que pretendia, houve comunicação eficaz. 
E, como processo interativo de troca de mensagens, o emissor atua sempre 
simultaneamente com o receptor e vice-versa.
ATENCAO
Afinal, você sabe o que é feedback? É uma palavra de origem inglesa, que já 
pertence ao nosso idioma, isto é, ela foi aportuguesada e, segundo o Dicionário Houaiss (2009), 
significa a informação que o emissor (o que envia a mensagem) obtém da reação do receptor, 
e que serve para avaliar os resultados da transmissão.
No entanto, os significados atribuídos a uma mensagem dependem das 
características pessoais de quem a envia, de quem a recebe e do contexto da 
interação social. A cada mensagem o receptor agrega determinado significado, o 
qual poderá ou não corresponder à intenção do emissor. Assim, constata-se que a 
comunicação tem um procedimento imperfeito, dependendo do grau de eficácia 
com as variáveis que intervêm na interpretação de significados. 
Além disso, devemos ter em mente que, nas relações interpessoais, a 
comunicação está, também, atrelada aos movimentos corporais que podem 
exprimir o positivo ou o negativo do que se sente em relação ao outro. Conforme 
Parry (1976), os gestos que desenvolvemos podem transmitir muitas informações, 
principalmente relativas ao nível social, à competência, à segurança e àfranqueza.
 Entretanto, acredita-se que a maior barreira para a comunicação 
interpessoal é a nossa tendência automática de julgar, avaliar, aprovar ou não o 
comportamento ou a opinião de outra pessoa ou de um grupo. 
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
22
Então, acadêmico(a), você acredita que exista alguma maneira de solucionar 
ou amenizar esta barreira? Certamente há! Quando ouvimos com atenção, esta 
tendência é minimizada. Isto significa que devemos analisar a ideia expressa e a 
atitude de interpretação da outra pessoa, devemos perceber como ela aborda o 
assunto do qual se está falando. 
Você precisa ser capaz de ver o ponto de vista do outro, assim os seus 
próprios conceitos serão reavaliados. Agindo desta maneira, a emoção não será mais 
o ápice da discussão, as diferenças serão diminuídas e aquelas que permanecerem 
serão racionalmente compreensíveis, e a comunicação se estabelecerá.
A clara e efetiva comunicação é essencial para os relacionamentos e em 
muitas outras realizações humanas. Comunicar-se bem e de forma favorável 
é uma questão de prática diária. A falta ou deficiência de comunicação nos 
relacionamentos, sejam pessoais, profissionais ou sociais, pode afetar em níveis 
variados todas as áreas da vida ou ocasionar desgaste e até angústia. Praticar a arte 
da boa comunicação é valioso: é, acima de tudo, agregar maturidade pessoal que 
trará bons resultados para muitos segmentos de sua vida. 
2.1 TIPOS DE COMUNICAÇÃO
Caro(a) acadêmico(a), vimos a importância da comunicação para a 
sobrevivência de uma organização e/ou instituição. Entretanto, para que esta tenha 
sucesso, é necessário que os tipos de comunicação sejam entendidos com atenção, 
pois, como você já estudou até aqui, a comunicação é um processo de interação 
no qual compartilhamos mensagens, ideias, sentimentos e emoções, podendo 
influenciar o comportamento das pessoas que, por sua vez, reagirão a partir de 
suas vivências, crenças, valores, história de vida e cultura.
No cotidiano profissional utilizamos a comunicação para o desempenho de 
nossas atividades, o que nos traz muitos benefícios se seu uso for consciente, pois 
a boa comunicação tende a facilitar o alcance dos nossos objetivos, independente 
da área em que atuamos.
As pessoas podem comunicar-se pelo Código Morse, pela escrita, por gestos, 
pelo telefone, e-mail, internet etc.
UNI
TÓPICO 2 | COMUNICAÇÃO: PROCESSOS E ELEMENTOS
23
Assim, você pode notar que existem vários tipos de comunicação. Ela pode 
ser direta, indireta, formal ou não, unilateral ou bilateral. Vamos observar alguns 
conceitos: 
A comunicação formal, segundo Rüdiger (1998), é uma transmissão oficial 
feita através das vias de diálogo que existem no organograma de uma empresa e/
ou instituição. Geralmente é feita por escrito e devidamente documentada através 
de correspondências ou formulários.
Já a comunicação informal é a desenvolvida espontaneamente através 
da estrutura sem formalidades e fora dos canais de comunicação estabelecidos 
pelo organograma de uma empresa e/ou instituição. Segundo Gomes, Cardoso e 
Dias (2011), esta conduz mensagens que podem ou não ser relativas às atividades 
profissionais. Através dela pode-se conseguir mais rapidamente mensurar 
opiniões e insatisfações dos colaboradores, ao ter uma ideia mais ampla do clima 
organizacional e da reação das pessoas aos processos de mudança.
Quando pensamos na comunicação unilateral, temos que ter em mente 
que é estabelecida de um emissor para um receptor, e este último é passivo. Como 
deixam claro Gomes, Cardoso e Dias (2011), pertencem a este grupo os locutores 
de uma rádio, da televisão, o cartaz de parede com mensagens publicitárias e de 
propaganda ou aquele que pronuncia uma palestra ou um discurso. 
A comunicação bilateral exige reciprocidade entre o emissor e o receptor. É o 
que acontece nas conversas, nos diálogos, nas entrevistas, enfim, onde há uma troca 
de mensagens, mencionam Gomes, Cardoso e Dias (2011). Este tipo de comunicação 
permite que se estabeleça, entre emissor e receptor, uma troca de papéis.
 Existe ainda a comunicação direta, na qual duas ou mais pessoas estão cientes 
do que se quer fazer; está muito claro o que se pretende.
A comunicação indireta pode ser definida como a que o emissor está consciente do que 
pretende, embora o receptor não esteja. Neste tipo de comunicação há a persuasão, que influi 
no pensamento do outro sem que este perceba.
NOTA
Há de se considerar que a utilização dos diversos tipos de comunicação em 
uma empresa e/ou instituição não garante a sua eficácia. Portanto, antes de iniciar 
um comunicado, é sensato perguntar-se: 
• O que e a quem quero comunicar? 
• Que causas e finalidades tenho ao transmitir este conteúdo?
• Este conteúdo é justo para que eu consiga persuadir o receptor?
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
24
Partindo destas questões, observe o esquema a seguir elaborado por Harold 
Lasswell (1902-1978), que representa o ato comunicativo:
FIGURA 15 – ESQUEMA LINEAR DE COMUNICAÇÃO DE LASSWELL
FONTE: Disponível em: <http://raquelcamargo.com/blog/tag/lasswell/>. Acesso em: 19 dez. 2011.
A diretora-geral de informação da Agência Angola Press (ANGOP), Luísa 
Damião, afirmou em entrevista à Rádio Luanda em 30 de março de 2011 que “o uso correto 
da comunicação, através da transmissão de mensagens adequadas e eficazes, é capaz de 
promover mudanças de atitudes na sociedade”.
NOTA
Caro(a) acadêmico(a), existem alguns elementos que são fundamentais 
para que haja comunicação. Assim, podemos afirmar que estes elementos, na 
maioria das vezes, são utilizados sem que nós percebamos, alguns; porém, são 
identificados, pois sem eles não haveria como comunicar-se. Quer saber como? É 
o que veremos a seguir.
3 ELEMENTOS DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
Nas diversas situações de comunicação, seja falada, escrita ou até mesmo 
nos sinais de trânsito, você está interagindo com o mundo e com os demais à sua 
volta. Assim, o ato comunicativo engloba alguns elementos básicos, tais como: 
emissor, receptor, mensagem, canal de comunicação, código e referente.
3.1 EMISSOR
É o remetente, ou seja, o que envia uma mensagem, e pode ser uma pessoa 
ou um grupo, um órgão, uma empresa, um canal de televisão, um site na internet 
e assim por diante.
Em conformidade com Penteado (1997, p. 4):
TÓPICO 2 | COMUNICAÇÃO: PROCESSOS E ELEMENTOS
25
Ninguém se comunica consigo mesmo. O clássico exemplo do 
faroleiro ilustra esse princípio: – Na solidão em que vive, o processo 
da comunicação humana somente se completa quando o facho de luz – 
transmissor – atinge o navio que passa – receptor. Enquanto o facho de 
luz não é percebido de bordo, não existe comunicação humana.
 Cabe, ainda, lembrar que geralmente o emissor analisa o nível de 
conhecimento de seu público-alvo antes de emitir uma mensagem.
3.2 RECEPTOR
É o destinatário da mensagem, isto é, para quem a mensagem foi ou será 
enviada. Pode ser para uma pessoa ou para um público-alvo, ou ainda um animal 
ou uma máquina, como o computador.
3.3 MENSAGEM
É o objeto de comunicação, ela é estabelecida pelo conteúdo das informações 
transmitidas. A mensagem é o elo dos dois pontos do circuito; é o objeto da 
comunicação humana e sua finalidade (PENTEADO, 1997). Chamamos ainda de 
mensagem o que o emissor transmite e o que o receptor recebe.
3.4 CANAL DE COMUNICAÇÃO 
Meio pelo qual a mensagem pode circular: jornal, revista, televisão, rádio, 
folheto, fôlder, outdoor e o próprio ar. 
Concordamos com Penteado (1997, p. 5) quando menciona o exemplo: 
“Suponhamos que alguém – o receptor – encontre uma garrafa numa praia deserta 
e que dentro dessa garrafa exista uma mensagem [...]”. Nesta situação, percebemos 
um canal de comunicação, pois omesmo cumpriu seu papel, que é o de transportar 
uma mensagem.
3.5 CÓDIGO
O código é o meio através do qual a mensagem é transmitida, isto é, através 
da fala, da escrita, dos gestos ou das imagens. De acordo com Penteado (1997, p. 
5), “[...] um pedaço de papel coberto de rabiscos não é uma mensagem, porque é 
ininteligível, não pode ser percebido pela inteligência”. Em suma, pode-se dizer 
que é o conjunto de elementos com significado aceitos pelo emissor e receptor.
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
26
3.6 REFERENTE
O referente é o contexto ou a situação a que a mensagem remete ou, ainda, 
é a situação na qual emissor e receptor estão inseridos. Assim, a linguagem irá 
adquirir diversas funções, como a de emocionar, informar, persuadir, fazer refletir, 
entre outras.
Existem dois tipos de referente: o situacional, formado pelos elementos que 
situam o emissor e o receptor e pelas circunstâncias da transmissão da mensagem; 
e o textual, formado pelos elementos de todo o contexto linguístico. 
Agora que você conhece os elementos da comunicação, veja como eles 
podem ser representados, observando o esquema a seguir:
FIGURA 16 – ESQUEMA DA COMUNICAÇÃO
FONTE: Disponível em: <http://www.ggte.unicamp.br/minicurso/video/texto/Modulo1/
mod001tela001.htm>. Acesso em: 23 ago. 2011.
comunicação
Emissor
conceito codificação
(linguagem)
mensagem
reação
conceito
Receptor
decodificação
(linguagem)
É importante ressaltar, portanto, que a comunicação deve ser simples, 
direta, lógica e adaptada ao público-alvo, pois só se sabe verdadeiramente o que se 
disse depois de ouvir a resposta ao que se disse. Para que isto aconteça, o emissor 
deve ser um bom observador e ouvinte; a mensagem deve ser clara, precisa e com 
uma informação de retorno, já que a comunicação serve para informar, persuadir, 
motivar, educar, integrar os indivíduos na sociedade, distrair, divertir e muito mais.
4 BARREIRAS A UMA COMUNICAÇÃO EFICAZ
Conforme vimos, se analisarmos o ato da comunicação, vale ressaltar que 
ela é um tanto dificultada já entre pessoas próximas, com laços afetivos, pois há 
uma tendência de dispensar tolerância, paciência e cuidado com o que vai ser 
falado ou ouvido.
TÓPICO 2 | COMUNICAÇÃO: PROCESSOS E ELEMENTOS
27
Em uma instituição ou empresa, onde a afetividade é praticamente 
imperceptível ou, por muitas vezes, inexistente, conclui-se que a comunicação 
tende a ser mais complexa ainda. Entretanto, Pimenta (2004) diverge deste ponto 
de vista. No seu entender, a neutralidade e a racionalidade, características do 
ambiente empresarial, tendem a facilitar a comunicação, uma vez que as emoções 
e a passionalidade, às vezes exageradas das relações familiares, podem servir 
como empecilhos.
Em muitas situações os deslizes que suscitam estes problemas são 
involuntários, os indivíduos os cometem sem perceber, seja por uma questão 
de hábitos adquiridos ou por referências culturais e familiares. É imprescindível 
pensar bem antes de falar, agir e ter sempre em mente que, em uma empresa 
ou instituição, as opiniões e percepções serão sempre suscetíveis a discussões e 
confusão, principalmente quando se trabalha com grupos heterogêneos. Então, 
conhecer alguns tipos de barreiras, segundo Rüdiger (1998), que podem gerar 
falhas à boa comunicação é essencial. Vejamos: 
A distração é um elemento de alta capacidade de embaralhar a recepção 
correta de uma informação, é uma ligação inesperada. 
A presunção não enunciada acontece quando o emissor pressupõe que 
o receptor já saiba o significado, porém não o sabe. Assim, as informações são 
perdidas.
A apresentação confusa é a falta de ordem e coerência que dificultam o 
entendimento das informações. 
A representação mental pode causar confusão, pois o receptor obtém os 
dados e constrói uma imagem do que está sendo dito. Uma voz carinhosa, por 
exemplo, chama a atenção do receptor, o que pode distorcer a mensagem. 
A credibilidade, que é a autoridade das pessoas, tem um peso muito 
grande na hora do recebimento de uma informação.
A distância física é a probabilidade decrescente de as pessoas se 
comunicarem quando a distância é significativa entre elas. 
A defensidade acontece quando temos um conceito sobre o emissor e a 
defensiva impede a comunicação.
A limitação do receptor, que é o grau cultural ou a forma de encarar 
situações e os interesses que temos, limita a capacidade de entender o que é 
proposto. 
Diante do exposto, ainda se pode acrescentar um último tipo de barreira 
que efetivamente dificulta a condição de uma boa comunicação, a autossuficiência. 
E podemos concordar com Penteado (1997, p. 71) quando diz:
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
28
Para a comunicação humana, a autossuficiência, com todas as suas 
consequências, significa obstáculo por vezes intransponível: é 
impossível para qualquer pessoa começar a aprender o que ela julga 
que já sabe. O sucesso do aprendizado depende da disposição em se 
admitir que não se sabe (PENTEADO, 1997, p. 71).
Além destes, podemos ainda destacar outros tipos de barreiras que podem 
gerar falhas à boa comunicação: a redundância e o ruído.
Quem tem autossuficiência é autossuficiente. Mas, afinal, caro(a) acadêmico(a), você 
sabe o que é ser uma pessoa autossuficiente? Segundo o Dicionário Houaiss (2009), é aquele 
que tem a capacidade de viver sem depender de outrem; independente, ou capaz de atender às 
próprias necessidades de consumo, sem necessitar de recorrer à importação de produtos.
NOTA
4.1 REDUNDÂNCIA
A redundância na comunicação acontece quando o emissor transmite uma 
informação repetindo-a. Se você prestar atenção, muitas informações retratam 
redundâncias sintáticas, quando falamos “subir para cima”, por exemplo; 
redundâncias gestuais, quando apontamos o polegar para cima para dizer 
positivo, ou redundâncias tonais, quando exclamamos: “Estou morto de fome!”, 
entre outras. Por vezes, a redundância se faz necessária para que uma mensagem 
mostre perceptibilidade, como também para nos livrarmos de possíveis ruídos. 
Bem, estes você estudará logo mais. 
Pode-se dizer, então, que redundância é toda a parte da mensagem que não 
traz nenhuma informação nova, isto é, refere-se a um excesso ou a um pleonasmo. 
A redundância se associa à contenção da informação. 
Ei, você lembra o que é pleonasmo?
O pleonasmo pode ser tanto uma figura quanto um vício de linguagem. Ele é uma redundância, 
proposital ou não, numa expressão, enfatizando-a. Mas não se preocupe, no Tópico 3 da 
Unidade 3, Língua Portuguesa: dúvidas pertinentes na escritura de um texto, você encontrará 
uma explicação completa, ok?
NOTA
TÓPICO 2 | COMUNICAÇÃO: PROCESSOS E ELEMENTOS
29
4.2 RUÍDO
De modo mais informal, o ruído ou a interferência é tudo o que afeta a 
transmissão da mensagem. São fatores que surgem ou que se colocam entre o 
emissor e o receptor no processo de comunicação. 
 
A interferência ou ruído é criado por todos os fatores que, embora não 
pretendidos pela fonte, acrescentam-se ao sinal durante o processo de transmissão 
(RÜDIGER, 1998). 
Se você falar em voz muito baixa, se efetuar erros de codificação, se você 
estiver nervoso, se faltar com a atenção, se faltar energia elétrica, se manchar o papel 
que contém a informação, certamente ocorrerão ruídos num contexto de comunicação. 
Para que todas essas informações fiquem claras, observe o esquema a seguir:
FIGURA 17 – ESQUEMA DE RUÍDO NA COMUNICAÇÃO
FONTE: Adaptado de: <http://www.ceismael.com.br/oratoria/Importancia-da-
comunicacao.htm>. Acesso em: 20 ago. 2011.
Ruído
ReceptorEmissor
Mensagem
Então, o bom senso é palavra de ordem dentro das relações comunicativas 
profissionais. Para tanto, cabe a cada um a constante autoanálise com relaçãoao comportamento e à postura diante do grupo e das situações comunicativas 
que exercemos.
Caro(a) acadêmico(a), após esta etapa de estudos, quando você se 
comunicar, tente minimizar as barreiras para uma comunicação eficaz. E para 
tanto, observe algumas dicas: 
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
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• utilize uma linguagem apropriada e direta; 
• forneça informações claras e completas;
• use canais múltiplos para estimular os vários sentidos do receptor; 
• comunique-se face a face;
• ouça ativamente; e 
• tenha empatia. 
Para você visualizar como a comunicação funciona, observe o esquema de 
Shannon e Weaver: 
FIGURA 18 – O MODELO DE SHANNON-WEAVER DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO 
FONTE: Adaptado de: SHANNON, C. E.; WEAVER, W. The mathematical theory of 
communication. Urbana: University of Illinois Press, 1949. p. 5, 98. Disponível em: <http://
www.ceismael.com.br/oratoria/comunicacao-interpessoal.htm>. Acesso em: 25 ago. 2011.
ATENCAO
Para você aprofundar seus conhecimentos com relação à comunicação e sentir-
se mais autoconfi ante nesse processo, leia: RIBEIRO, Lair. Comunicação global: a mágica da 
infl uência. Rio de Janeiro: Objetiva, 1993. Você vai aprender muito numa leitura divertida e de 
fácil acesso!
31
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você estudou que:
• A comunicação não pode ser confundida com a simples transmissão unilateral 
de informações, ela só existe quando se estabelece entre duas ou mais pessoas.
• Todas as relações humanas e interpessoais abrangem comunicação, pois ela é um 
veículo de significados que pode, inclusive, influenciar nossos comportamentos.
• A comunicação nas relações interpessoais pode ser entendida, de uma forma mais 
simplificada, como uma atividade caracterizada pela transmissão e recepção de 
informações entre indivíduos.
• A comunicação formal é a comunicação oficial endereçada através dos canais de 
diálogo existentes no organograma de uma empresa ou de uma instituição.
• A comunicação informal é aquela desenvolvida espontaneamente através da 
estrutura sem formalidades e fora dos canais de comunicação.
• Há seis elementos no processo de comunicação, que são: o emissor (remete a 
informação); o receptor (o destinatário da mensagem); a mensagem (o objeto 
de comunicação); o canal de comunicação (o meio pelo qual a mensagem pode 
circular); o código (o meio através do qual a mensagem é transmitida) e o 
referente (o contexto, a situação e os objetos reais a que a mensagem remete).
• A comunicação deve ser simples, direta, lógica e adaptada ao público-alvo, pois 
só se sabe verdadeiramente o que se disse depois de ouvir a resposta ao que se 
disse, o chamado feedback.
• A redundância acontece quando o emissor transmite uma informação 
repetindo-a, em vez de transmiti-la com clareza.
• O ruído ou a interferência é tudo o que afeta a transmissão de uma mensagem.
32
AUTOATIVIDADE
1 Duas pessoas conversam ao telefone celular. A pessoa que está ouvindo, porém, 
não consegue entender o que a outra está dizendo, pois o seu aparelho apresenta 
um pequeno defeito. O ruído, neste processo de comunicação, está no:
a) ( ) Código.
b) ( ) Canal.
c) ( ) Emissor.
d) ( ) Receptor.
e) ( ) Mensagem.
2 Observe e responda:
FIGURA 19 – CASCÃO E CEBOLINHA
FONTE: SOUSA, Maurício de. 2003. Disponível em: <http://enadepucrs.uni5.net/enadepucrs/
wpcontent/uploads/2006/COMUNICACAO_SOCIAL.pdf>. Acesso em: 19 dez. 2011.
A tirinha ilustra elementos do processo de comunicação que você já 
estudou. A partir do que foi visto, e com relação à tirinha, julgue os itens a 
seguir.
I - A voz da personagem Cascão é um canal de comunicação.
II - A personagem Cebolinha desempenha o papel de receptor da mensagem.
III - A forma como o diálogo entre Cascão e Cebolinha se desenvolveu indica 
que houve um ruído no processo de comunicação.
IV- É possível encontrar na tirinha os seguintes elementos: fonte, código, mensa-
gem, canal e receptor. 
33
Estão corretos apenas os itens:
a) ( ) I e III.
b) ( ) I e IV.
c) ( ) II e III.
d) ( ) II e IV.
e) ( ) III e IV.
3 Diga quais são as barreiras para uma comunicação eficaz e explique-as.
34
35
TÓPICO 3
A LINGUAGEM E SUAS PARTICULARIDADES
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Abordamos no Tópico 1 que a linguagem possui peculiaridades. A língua é 
de domínio público e concretiza-se através do uso individual da fala. 
Cada falante a utiliza conforme suas necessidades de comunicação, seu 
grau de escolaridade, sua faixa etária, ou sua região, daí a dizer que a língua 
possui variedades. 
Você, ao imitar alguém, já acabou por reproduzir algumas palavras que 
são características da pessoa imitada? Podemos dizer que a diversidade dessa 
utilização ocorre devido a inúmeros fatores ou níveis, assunto a ser abordado 
neste tópico.
2 NÍVEIS DE LINGUAGEM
Uma das variantes a ser estudada diz respeito aos níveis de linguagem. No 
processo de comunicação torna-se imprescindível que o falante (emissor) faça a 
seleção das variantes da língua, ou seja, as formas adequadas para cada situação, 
considerando alguns aspectos, tais como: o que dizer, para quem dizer, em que 
lugar e como dizer. 
A partir disso, analisaremos distintos níveis de linguagem. Vamos conhecer 
quais são e em que momento utilizar cada um?
Esse nível de fala, como o próprio nome sugere, é utilizado em situações 
formais. A linguagem culta deve ser utilizada pelos meios de comunicação escrita, 
como jornais, revistas, livros etc. O nível culto se caracteriza pelo uso mais apurado 
do vocabulário e o cuidado com as regras gramaticais. Em situações de cerimônia, 
também deve ser usada a linguagem formal. 
O fragmento a seguir apresenta linguagem em nível formal.
2.1 NÍVEL CULTO OU FORMAL
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UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
A memória paulista está em risco. Um levantamento inédito produzido 
pelo Sistema Estadual de Museus (SISEM), órgão ligado à Secretaria de Estado 
da Cultura de São Paulo, mostra que 86% dos 415 museus paulistas têm, ao 
menos, um problema grave.
Faltam políticas de conservação do acervo, cuidados de climatização, 
reservas técnicas, funcionários e, em alguns casos, visitantes – porque há 
instituições fechadas ao público. O diagnóstico mostra a situação em que se 
encontram documentos e peças importantes para a história de São Paulo. Se 
bem utilizado [o levantamento], pode indicar quais medidas urgentes devem 
ser tomadas pelos responsáveis dos museus.
FONTE: Disponível em: <http://noticias.r7.com/sao-paulo/noticias/86-dos-museus-paulistas-tem-
problemas-20110918.html>. Acesso em: 22 set. 2011.
A espontaneidade é característica presente neste nível de linguagem. No 
dia a dia, em situações informais, as pessoas não estão atentas ao que é certo ou 
errado, segundo a linguagem padrão. Elas se comunicam com maior liberdade e 
necessitam, muitas vezes, de agilidade na transmissão da mensagem. 
Geralmente nos diálogos encontramos exemplos da linguagem coloquial. 
O texto que segue, O Poeta na Roça, de Patativa do Assaré, reproduz o nível 
informal. Observe:
2.2 NÍVEL INFORMAL
O poeta da roça
Sou fio das mata, cantô da mão grossa,
Trabaio na roça, de inverno e de estio.
A minha chupana é tapada de barro,
Só fumo cigarro de paia de mio.
Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argum menestré, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola,
Cantando, pachola, à percura de amô.
Não tenho sabença, pois nunca estudei,
Apenas eu sei o meu nome assiná.
Meu pai, coitadinho! Vivia sem cobre,
E o fio do pobre não pode estudá.
TÓPICO 3 | A LINGUAGEM E SUAS PARTICULARIDADES
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Meu verso rastero, singelo e sem graça,
Não entra na praça, no rico salão,
Meu verso só entra no campo e na roça
Nas pobre

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