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REDACAO TECNICA2022

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Prévia do material em texto

Página 1 
 
Redação Técnica 
 
 
 
 
Apresentação 
 
Escrever é uma habilidade cada vez mais requisitada nos dias atuais. Um bom texto 
possui características específicas, e acima de tudo necessita comunicar uma 
mensagem. Entretanto, existem diferenças entre a escrita geral, a escrita literária e a 
escrita técnica utilizada, principalmente, no âmbito das instituições e entre elas. 
 
 
Nos órgãos públicos, há padrões técnico-legais a serem seguidos na comunicação e 
este curso procurará abordá-los criando condições para que você seja capaz de: 
 
 
► Identificar-se como decisor linguístico, reconhecendo as implicações de tal 
postura na produção de textos técnicos. 
 
 
► Reconhecer as características específicas dos principais documentos oficiais de 
forma a utilizá-los com proficiência. 
 
 
► Ampliar os conhecimentos sobre as questões gramaticais que mais provocam 
dúvidas em redações técnicas, de maneira a reconhecer a importância do uso da 
norma culta em textos oficiais. 
 
 
► Exercitar habilidades para a obtenção de clareza, coerência e coesão textuais. 
Página 2 
 
É com “Z” ou 
com “S”? 
É com “X” 
ou “CH” ? 
 
É com “G” 
ou com “J”? 
Nós teremos três módulos: 
 
 
→Módulo1 - Texto e intenção 
→Módulo 2 - Redação técnica, científica e literária 
→Módulo 3 - Revisão gramatical 
 
 
Módulo 1 – Texto e intenção 
 
Neste módulo, você estudará sobre a importância de se desenvolver uma atitude 
decisiva ao redigir um texto, salientando quais são os aspectos favoráveis a uma boa 
decisão linguística. 
 
 
Este módulo está dividido em três aulas: 
 
→Aula1 – Decisor linguístico 
 
→ Aula 2 – Gêneros textuais 
 
→ Aula 3 – Os diferentes sentidos 
 
Aula1 – Decisor linguístico 
Fique atento, pois o que todos esperam de você ao escrever textos é que seja um 
bom decisor linguístico! 
Ser um bom decisor implica bom senso, capacidade crítica e conhecimento da 
língua. Veja por que... 
 
Página 3 
 
 
Mas será essa a única decisão que tem que ser tomada quando se escreve um texto? 
Especialmente o texto técnico? 
 
Para quem vou escrever? 
Qual é o meu objetivo? 
Que canal de comunicação utilizarei? 
Qual a melhor forma de comunicar o que quero? 
 
Mô, 
Chegarei tarde hj. 
Bjim. 
Mônica 
 
Eduardo, 
 
Seguem anexos os relatórios 
solicitados. Se houver alguma 
pendência, por favor, entre 
em contato. Atenciosamente. 
 
Mônica 
Decidir como se escreve uma palavra não é hoje um grande problema, não é? Existe 
o dicionário e o corretor ortográfico dos editores de texto para ajudar. 
 
 
Tomar uma decisão sob o ponto de vista linguístico é, acima de tudo, tornar-se capaz 
de fazer as melhores opções ao produzir um texto qualquer que seja ele. Nesse 
sentido, é preciso considerar a adequação daquele texto ao contexto específico da 
comunicação. É fundamental, portanto, refletir sobre questões como: 
 
 
Em relação à comunicação, é preciso, portanto, fazer escolhas as mais diversas, como 
a adequação ou a inadequação de uma dada forma linguística que se quer utilizar. O 
decisor é capaz de refletir criticamente sobre sua produção textual e realizar 
substituições quando tem dúvida. 
 
Veja a diferença entre escrever um bilhete para deixar um recado na geladeira de 
casa ou enviar um e-mail (mesmo que informal) a uma chefia, por exemplo. Veja: 
 
 
 
Página 4 
 
 
Mas criar 
qualquer coisa? 
 
Na redação técnica, em definitivo, 
a resposta é não. Criar aqui 
implica conhecer 
profundamente. 
 
É preciso conhecer a língua e seus princípios linguísticos, o que não pode ser 
confundido com o conhecimento superficial de regras gramaticais. No tocante a esse 
respeito, é preciso compreender que as regras só passam a ter valor quando 
aplicadas em nossa produção. 
O decisor linguístico reconhece e utiliza intencionalmente seu estilo pessoal de 
escrever, pois é capaz de criar, aplicando tal potencial de maneira diversa, pois leva 
em consideração as possibilidades que a língua lhe dá de compreender, analisar, 
sintetizar e posicionar-se criticamente, seja como leitor ou escritor de textos. 
 
 
A convivência com textos variados cria condições 
para que você se torne um decisor. Pois num mundo 
letrado como o nosso, os diversos gêneros textuais 
servem de modelo de escrita. 
É necessário diversificar as leituras em prol do nosso capital cultural. Reconhecer os 
diferentes gêneros e suas características ajuda a perceber, fundamentalmente, quais 
são os seus espaços de uso e, assim, se sentir mais à vontade para fazer as suas 
escolhas. 
 
Neste curso, espera-se que você se sinta como decisor linguístico capaz de, 
principalmente ao escrever textos técnicos, perceber que comunicar uma idéia não 
significa reproduzir modelos apenas. Mais do que isso, toda e qualquer forma de 
comunicação é uma atividade cognitiva complexa que nos leva a criar. 
 
 
 
 
 
A seguir, você verá como poderá tomar as decisões de que precisa. 
Página 5 
 
 
Dentre as possibilidades comunicativas sobre as quais você estudará, estão: 
ata, requerimento, ofício, exposição de motivos, relatório, memorando e 
circular. 
O que deve ser considerado na decisão linguística? 
 
Ao enviar mensagens, é fundamental definir: 
 
→ a informação que se quer transmitir. 
 
→ o canal de comunicação a ser utilizado. 
 
→ quais são os objetivos do texto, levando em conta o contexto. 
 
→ quais os recursos disponíveis que podem contribuir para essa decisão. 
 
→ que atitude deve-se ter ante a necessidade da decisão. 
 
Sempre que você der início à produção de um texto, inclusive textos técnicos, tenha 
em mente que você transmite informações e por isso, deve planejá-las e organizá-las 
de maneira a alcançar seu intento. 
 
 
Em cada caso, a finalidade do texto determinará o tipo de informação requerida, bem 
como o formato devido, tendo como registro linguístico adequado sempre o padrão 
culto da língua portuguesa. 
 
É preciso ainda conhecer seu interlocutor. Um especialista, por exemplo, necessitará 
de informações mais específicas e pormenorizadas, ao contrário do leigo, que deverá 
assimilar o conteúdo da mensagem de forma genérica, apesar da imprescindível 
clareza textual. 
 
No caso específico da redação técnica, na maior parte das vezes, prevalecem as 
relações comunicativas simétricas, em que os interlocutores apresentam as mesmas 
condições culturais ao se comunicarem e, por isso, as dificuldades são minimizadas, 
quando não são inexistentes. 
Página 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A partir das decisões iniciais sobre o que se vai falar e a quem, é preciso refletir sobre 
detalhes do que vai ser dito. Essa estruturação do texto pode ser mental ou 
escrita, como um esquema. Escolha a que melhor se adequa ao seu jeito de se 
organizar. Com esses elementos bem definidos, está na hora de escrever o texto. 
 
São inúmeras as dúvidas que surgem quando se escreve e isso acontece até com os 
mais experimentados escritores. É necessário, desta feita, ter à mão fontes de 
consulta que nos ajudem a solucionar tais questões, as quais não são só suas, mas de 
todos aqueles que se propõem a lutar com as palavras. 
 
Dentre os materiais para consulta, destacamos os seguintes: 
 
→Dicionários - convencionais (de significados), etimológicos, enciclopédicos, 
ortográficos. 
 
→ Gramáticas - normativas, descritivas, pedagógicas, são fontes de consulta de 
aprofundamento 
 
→ Manuais de redação e estilo - governamentais, jornalísticos, empresariais, são 
instrumentos de homogeneização da redação institucional. 
 
→ Obras e textos técnicos - constituem fontes de consulta que sustentam opiniões 
de especialistas. 
O texto deve ser produzido numa 
linguagem o mais neutra possível, 
visando atingir a totalidade dos 
indivíduos, 
realidade 
momento. 
adequando-se 
comunicativa 
à 
do 
 
Ao escrever textos, dirige-se a 
públicos diversos, constituídos por 
interlocutores de diferentesníveis 
cognitivos e sociais. 
Página 7 
 
 
“Reescrevo cada artigo, em média, 40 vezes. Releio 40 vezes, seria a frase mais correta 
porque na maioria das vezes só mudo uma ou outra palavra, troco a ordem de um 
parágrafo ou elimino uma frase, processo que leva praticamente um mês. No fundo, 
meus artigos são mais esculpidos do que escritos. Quarenta vezes é desnecessário 
para quem escreve numa revista menos abrangente, 20 das minhas releituras são 
devido a Veja, com seu público heterogêneo onde não posso ofender ninguém.” 
A releitura do texto 
 
Lembre-se que o corretor ortográfico do editor de texto é bastante útil, mas tem 
limitações próprias. Por isso, na dúvida, recorra às possíveis fontes de pesquisa e 
garanta a produção de um texto claro e correto. Os textos mostram quem você é e o 
quanto sabe, por isso capriche ao escrever. Não se deixe levar pela enganadora visão 
de que os textos ficam prontos e bem escritos logo em sua primeira versão. Stephen 
Kanitz assim escreve a esse respeito: 
 
 
Fonte: http://www.kanitz.com.br 
 
Calma! Não é uma sugestão que você reescreva documentos e outros textos 
quarenta vezes, mas que você os releia por duas vezes até ter a certeza de que sua 
produção está realmente boa. 
 
Pecados da língua 
 
Um hábito muito comum no ambiente de trabalho é recorrer aos colegas quando se 
tem dúvidas, mas isso nem sempre é a melhor receita, já que eles também podem 
estar errados, pois, como todas as pessoas, carregam suas dúvidas, limitações e vícios 
de linguagem. 
 
Numa publicação da revista Veja, Jerônimo Teixeira aponta os Pecados da Língua, 
os quais são imperdoáveis em textos orais ou escritos. Lembre-se de que, em textos 
escritos, nossos erros tomam enorme proporção, pois ficam registrados... 
http://www.kanitz.com.br/
http://www.kanitz.com.br/
Página 8 
 
 
Pecados da Língua 
 
Dez erros que comprometem a vida social e as pretensões profissionais de 
qualquer um. 
 
 
 
1. Houveram problemas. 
“Houve” problemas. Haver, no sentido de existir, é sempre 
impessoal. 
2. Se ele dispor de tempo. 
É um grave erro conjugar de forma regular os verbos derivados de 
ter, vir e pôr. Neste caso, o certo é “dispuser”. 
3. Espero que ele seje feliz e Vieram menas pessoas. 
Dois erros inadmissíveis. A conjugação de “seje” não existe. E “menos” não 
concorda com o substantivo, pois é advérbio e não adjetivo. 
4. Ela ficou meia nervosa. 
“Meio” nervosa. Os advérbios não têm concordância de gênero. 
5. Segue anexo duas cópias do contrato. 
Atenção para a concordância verbal e nominal. “Seguem anexas”. 
6. Este assunto é entre eu e ela. 
Depois da preposição, pronome oblíquo tônico: entre “mim” e ela. 
7. A professora deu um trabalho para mim fazer. 
Antes do verbo, usa-se o pronome pessoal, e não o obliquo: para “eu” fazer. 
8. Fazem dois meses que ele não aparece. 
O verbo fazer indicando tempo é impessoal: “faz” dois meses. 
9. Vou estar providenciando o seu pagamento. 
O chamado “gerundismo” não chega a ser um erro gramatical, mas é um vício 
insuportável. “Vou providenciar” é mais elegante. 
10. O problema vai ser resolvido a nível de empresa. 
 
O “febrão” do “a nível de” parece ter passado, mas ainda há quem utilize esta 
expressão pavorosa, Na frase em questão, “na” ou “pela” empresa são mais exatos e 
elegantes. 
Fonte: Veja On Line 
Página 9 
 
 
Existe uma pluralidade de discursos e de possibilidades para a organização 
de um texto. Antes estas possibilidades eram limitadas a consideração de que 
“textos” eram apenas aqueles que seguiam as características da narração, 
descrição e dissertação (era o que a escola ensinava, lembra?). 
Aula 2 – Gêneros textuais 
 
Uma das habilidades relacionadas à produção textual refere-se ao 
conhecimento do gênero textual. 
 
Nesta aula você será convidado a refletir sobre a natureza dos textos que circulam 
socialmente, e que se constituem como gêneros, para procurar definir o que é texto, 
o que o distingue de outros textos e, inclusive, se na oralidade, ou seja, quando se 
fala, também se está, ou não, produzindo textos. 
 
 
 
Hoje, a formação de um “escritor” crítico envolve outras práticas que passam 
pelo conhecimento das relações sociais à percepção de textos veiculados por 
meio de diferentes situações de interação. 
 
Carta 
 
Pense em um enunciado comum como “escrevi uma carta” e leia os textos a seguir: 
 
 
Texto 1 
 
Carta escrita pela escritora Clarice Lispector ao também escritor Lúcio Cardoso em 
1947. 
Página 10 
 
 
 
Berna, 23 de junho de 1947. 
Lúcio, 
Fiquei tão contente em receber seu livro e a cartinha. Li o livro imediatamente, 
e você bem sabe que alegria me dá ler coisas suas. Acho o livro lindo, e as 
mulheres de seus livros são as pecadoras mais violentas e inocentes... Durante 
toda a leitura espera-se que alguma coisa mortal suceda e que de repente, 
fique tranquilo, pastoral, e ainda assim perigoso – gosto tanto disso. A cena no 
anfiteatro é tão plástica e visível, na minha opinião um dos pedaços melhores 
do livro. Vejo, Lúcio, que você está cada vez melhor, e isso me alegra tanto na 
admiração e na amizade. Estou esperando a professora Hilda . Irmgard não me 
deu logo o livro só trouxe quando veio passar uns dias na Suíça. E depois não 
respondi logo, porque várias coisas pequenas e maiores sucederam. – Aqui 
nada de novo. Eu com o desejo permanente de voltar para o Brasil não sei 
quando vamos. Ou então de viajar sem cessar, mas sobretudo não ficar parada 
gratuitamente num lugar. No meio disso tudo felizmente veio a primavera e 
você não pode imaginar que boa notícia é a primavera depois de um inverno 
longuíssimo. Logo que ela chegou passei uns dias meio boba, tomando 
qualquer sol que aparecia, farejando flor onde tivesse nascido. Uma das coisas 
que faço na Europa é mudar de estação... 
(...) 
Se você quiser me mandar A professora Hilda, ficarei muito contente. Maury 
manda lembranças. Eu desejo muitas felicidades para você. 
Clarice. 
 
(LISPECTOR, Clarice. Correspondências. Rio de Janeiro: Rocco, 2002, p. 134.) 
 
 
Texto 2 
Carta escrita por um leitor do Jornal “Folha de São Paulo” à seção Painel do Leitor. 
 
 (Ao editor) 
São Paulo, 23/10/2007. 
 
Gostaria de elogiar a reportagem do “Folhateen” sobre o filme “Tropa de Elite”. 
Talvez tenha sido a única entre as que li que tratou o filme com a seriedade 
que o assunto merece. 
Jovens que viram e amaram o filme dizem que ele “mostra a realidade”. Mas fica 
claro na entrevista com Rodrigo Pimentel que o filme mostra só uma parte – 
editada e maquiada – da realidade, com a função de entretenimento, coisa que a 
maioria das pessoas que assiste ao filme não se dá conta. 
Acho complicado, no nosso país, de tantas diferenças sociais, um filme 
apresentar s guerra como solução para a violência, estigmatizar ONGs como 
amigos de traficantes e mostrar ações sociais como algo banal. 
Sou professora na comunidade de Paraisópolis – a segunda maior e menos 
violenta de São Paulo – e acredito sinceramente nas ações sociais das instituições 
Página 11 
 
ali presentes. 
Não seria ingênua de acreditar que a luta contra o tráfico prescinde das tropas de 
elite, mas acho que seria importante destacar que essas ações são apenas 
paliativas, e não a solução para esse problema. Andréia Morais 
(In: Folha de São Paulo, 24/10/2007, p. 3) 
 
Você acabou de ler dois textos cuja classificação, como gênero textual, é carta. 
 
 
E-mail 
 
Repare então que, como práticas sociocomunicativas, é possível a variação de um 
mesmo gênero quando se modificam a linguagem, as intenções dos participantes, os 
objetivos do locutor. Além disso, um gênero pode sofrer uma “transmutação”. Veja o 
exemplo. 
 
 
 
Como é possível perceber, o texto anterior é um e-mail enviado de Ana para Maria. O 
e-mail, gênero atualmente muito utilizado, não deixa de ser uma variação da carta. 
Página 12 
 
Assim, além do conteúdotemático e do estilo, um gênero se distingue também pela 
forma de sua composição. 
É possível constatar sem esforço, que não é fácil demarcar um número que limite os 
gêneros textuais na atualidade. Pode-se falar em gêneros diversos que vão do 
manual de instrução, da bula de remédio, carta-postal e telegrama ao texto científico, 
resenhas e artigos, além de textos literários, romances, poemas e crônicas, e de 
textos técnicos – requerimento, atas e ofícios; pensando ainda nos quadrinhos, nas 
charges, nas receitas de bolo, outdoors, nas letras das músicas, etc. 
O texto e seu contexto 
 
Os textos que circulam pelo mundo apresentam características e funções específicas 
e, logicamente, um público próprio. Essas características permitem que os aspectos 
de textualidade, tais como coesão e coerência, técnicas de elaboração e 
argumentação, impessoalidade no discurso, sejam abordados. 
 
O texto é resultado de uma interação entre sujeitos. O texto escrito terá sempre um 
destino, portanto, além das formas da língua, é preciso entender as condições de 
produção e todo o processo mental envolvido nessa construção. Assim, mais do que 
uma aprendizagem meramente conceitual e informativa, ao escrever, você terá a 
oportunidade de pensar o texto a partir de seu funcionamento, de seu uso, o que, 
claramente, reflete um contexto social e histórico. 
A enorme diversidade de atividades sociais que existem hoje em dia 
provocou o aparecimento de discursos bem específicos e, portanto, de diversos 
gêneros. 
 
Os diferentes gêneros 
 
Atualmente, há inúmeros gêneros, o que se tornou até mesmo difícil de mensurar. 
Assim, para executar um trabalho qualquer ou acessar uma situação de comunicação 
em que seja entendido e entenda, é preciso determinar qual o gênero e o tipo de 
discurso que são efetivamente necessários. 
Página 13 
 
 
Criar condições para que você possa pensar sobre a significação das palavras e 
suas possíveis construções é o propósito desta aula. 
Para aprender a produzir um texto que apresente certas características, é necessário 
entrar em contato com o “corpus” textual* deste gênero para que, em situações 
definidas, sirva sempre como referência. 
 
*“corpus” textual é um conjunto de textos selecionados que servirão de base para 
análise terminológica 
 
Na universidade determinados gêneros tais como o resumo, a resenha, o artigo são 
muito importantes para a produção do texto científico. Em determinadas profissões, 
como as executadas na área de segurança pública, é imprescindível o conhecimento 
dos elementos que estruturam, por exemplo, o texto técnico. 
 
Neste curso você entrará em contato com algumas proposições que buscam eliminar 
as situações artificiais apresentando passos para a produção específica de um 
gênero: o texto técnico. Antes disso, no entanto, pense um pouco sobre a linguagem, 
sobre a palavra , que será o elemento construtor desse gênero realizando os 
exercícios. 
Aula 3 – Os diferentes sentidos 
 
Um dos elementos “diferenciadores” dos gêneros textuais, além do estilo, da forma, 
do objetivo etc., reside no entendimento da significação das palavras e suas possíveis 
construções, pois nem sempre a linguagem apresenta um único sentido. A mesma 
palavra, empregada em contextos diferenciados, é capaz de ganhar novos sentidos, 
que podem ser figurados e podem vir carregados de valores. 
 
Página 14 
 
Observe a palavra “coração” nos textos a seguir: 
 
 
Anatomia do coração 
O coração localiza-se na cavidade torácica, no mediastino. Dois terços do seu 
volume estão situados à esquerda da linha sagital mediana. Esta posição, 
chamada de levocárdica, é a mais frequente. Variações na posição do coração em 
relação ao tórax podem ocorrer. A posição mesocárdica, ocorre quando a maior 
parte do seu volume está situada na porção mediana do tórax. A posição 
dextrocárdica ocorre quando grande parte de sua massa localiza-se no 
hemitórax direito. Estes termos são utilizados com frequência ao descrevermos 
as mal formações congênitas. 
A forma do coração é aproximadamente cônica, com a base voltada para 
trás e para a direita, e o ápice para a frente e para a esquerda. 
Há três faces no coração: a anterior ou esternocostal, sobre a qual os 
pulmões direito e esquerdo se sobrepõem, deixando exposta apenas uma 
pequena porção; a face inferior, que repousa sobre o diafragma, recebendo 
também o nome de face diafragmática; e a face lateral esquerda, formada 
principalmente pelo ventrículo esquerdo, que produz a impressão cardíaca na 
face medial do pulmão esquerdo. Estas faces são delimitadas pelas margens 
cardíacas. A direita é bem definida, sendo chamada de aguda, enquanto que a 
esquerda ou obtusa é pouco definida. Anteriormente, além dos pulmões, o 
coração relaciona-se também com o esterno, costelas e músculos intercostais; 
posteriormente com a aorta descendente, esôfago e veia ázigos; e lateralmente 
com os pulmões, hilos pulmonares, nervos frênicos e vagos. 
(In: http://www.manuaisdecardiologia.med.br/Anatomia/anatomia.htm) 
Repare que no plano do conteúdo, assim como no plano de expressão, a palavra 
“coração” no texto 1 aparece no seu sentido denotativo. Isto é, é tomada em seu 
sentido mais usual e sempre literal, com valor objetivo e constante. 
 
No entanto, leia o Texto 2, letra de uma música de Ivan Lins e, mais uma vez, busque 
a palavra “coração”. 
http://www.manuaisdecardiologia.med.br/Anatomia/anatomia.htm)
Página 15 
 
 
Amor 
(...) 
Vem me encantar 
Me tirar dos confins 
Fazer festa pra mim 
Vem coração 
Acender meus balões 
Minhas paixões 
 
(Ivan Lins / Vitor Martins) 
Vem afastar as assombrações 
Arejar meus porões 
Vem acalmar os meus vendavais 
Meus temores, meus ais 
(...)(http://mpbnet.com.br/musicos/olivia.hime/letras/desencanto.htm) 
 
 
 
Perceba que, ao significado de “coração”, são acrescidos outros significados que são 
resultantes de valores sociais, outras impressões e sentimentos, novas reações 
afetivas ou psicológicas que a palavra é capaz de evocar. “Coração” tem, no texto, o 
sentido de uma pessoa querida e, claro, como este sentido é subjetivo, conotativo, é 
capaz de mudar de uma época para outra e de uma cultura também para outra. 
 
Encontre agora, mais uma vez, em uma propaganda do Hospital Beneficência 
Portuguesa de São Paulo, a palavra coração. 
http://mpbnet.com.br/musicos/olivia.hime/letras/desencanto.htm)
http://mpbnet.com.br/musicos/olivia.hime/letras/desencanto.htm)
Curso Redação Técnica – Módulo 1 
SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 
Página 16 
 
 
Qual seria a analogia possível neste caso? 
O fato do coração representar, socialmente, os sentimentos humanos 
 
 
 
http://www.nossasaopaulo.org.br/nssp.index.asp 
 
 
Repare que no terceiro texto a palavra “coração” exibe um duplo significado. Pode 
apresentar o sentido denotativo - “colocamos o coração em tudo o que fazemos”: 
reporta-se ao coração como órgão pois o hospital é uma referência mundial em 
cardiologia; ou o sentido conotativo, curiosamente na mesma frase “colocamos o 
coração em tudo o que fazemos” pois alude a atitude de dedicação profunda de 
todos aqueles que trabalham no hospital. 
 
 
http://www.nossasaopaulo.org.br/nssp.index.asp
Curso Redação Técnica – Módulo 1 
SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 
Página 17 
 
Acepções 
■ substantivo masculino 
 
1 Rubrica: anatomia geral. 
órgão muscular oco, na cavidade torácica, que recebe o sangue das veias e o impulsiona 
para dentro das artérias; é dividido em duas partes (direito ou venoso, e esquerdo ou arterial) 
por um septo musculomembranoso, e cada metade contém uma câmara receptora (aurícula) 
e uma câmara ejetora (ventrículo) 
 
2 Derivação: por extensão de sentido. 
a parte anterior do tórax, onde se sente pulsar o coração; peito 
 
Ex.: levar a mão ao c. 
(...) 
 
6 Derivação: sentido figurado. 
a parte mais central ou mais profunda de algo; âmagoEx.: <o c. da floresta> <cresceu no c. de Ipanema> <o c. da alcachofra> 
(...) 
9 Derivação: sentido figurado. 
a parte mais íntima de um ser; o berço dos sentimentos, das emoções, do afeto, do ânimo, 
da coragem etc. 
 
Ex.: <as razões do c. escapam à lógica> <a novata conquistou o c. de todos> 
 
10 Derivação: por extensão de sentido, sentido figurado. 
lembrança, memória 
 
Ex.: aquelas férias ficaram no c. do menino 
 
11 Derivação: sentido figurado. 
pessoa a quem se ama 
 
12 Derivação: sentido figurado. 
qualidade de bom, generoso; bondade 
 
Ex.: mulher sem c. 
 
13 Derivação: sentido figurado. 
feitio moral; caráter, índole, temperamento 
Ex.: tem o c. obstinado dos fortes 
Gêneros textuais 
Se formos ao dicionário encontraremos (muitas vezes de forma não tão abrangente) 
algumas definições distintas para a palavra coração. Veja: 
 
Curso Redação Técnica – Módulo 1 
SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 
Página 18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Finalizando esta aula é importante esclarecer que uma das preocupações 
principais do curso é oferecer elementos para que você possa perceber a 
diferença entre a escrita geral, a escrita literária e a escrita técnica, pois só assim 
será capaz de desenvolver os textos técnicos de acordo com os padrões e as 
normas vigentes. 
 
(http://houaiss.uol.com.br/busca.jhtm?verbete=cora%E7%E3o&stype=k 
http://houaiss.uol.com.br/busca.jhtm?verbete=cora%E7%E3o&stype=k
http://houaiss.uol.com.br/busca.jhtm?verbete=cora%E7%E3o&stype=k
Curso Redação Técnica – Módulo 2 
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Módulo 2 - Redação técnica, científica 
e literária 
 
Neste módulo você aprenderá a identificar os elementos do texto técnico, científico, 
literário e correspondências oficiais, para produzi-los de acordo com as normas e 
padrões vigentes. 
 
Este módulo está dividido em duas aulas: 
 
→ Aula 1 – O texto técnico e seus elementos 
 
→ Aula 2 - Correspondência Oficial 
 
Aula 1 – O texto técnico e seus elementos 
 
Quando você estava ainda na escola deve ter aprendido a elaborar três tipos de 
textos – os narrativos, os descritivos e os dissertativos. Essa é a classificação 
tradicional, porém você estudou anteriormente que, a partir da conceituação desses 
“tipos”, temos uma infinidade de gêneros textuais. 
 
Na vida profissional, no entanto, as pessoas se deparam a todo o momento com a 
necessidade de produzir textos que, muitas vezes, não foram ensinados, outras 
espécies de composição que, muitas vezes, não ouviram sequer falar nas salas de 
aula por onde passaram, tais como: um manual de instrução, a descrição do 
funcionamento de aparelhos, relatórios, resumos e resenhas científicas, artigos, ou 
seja, outros gêneros de textos mais técnicos e científicos. 
 
Muitos autores falam em texto técnico ou científico como se estivessem sempre, 
aleatoriamente, entre um ou o outro. É possível dizer que: 
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A expressão redação técnica/científica será utilizada neste curso em um 
sentido mais amplo, pois estará definida apenas pelas características de 
linguagem e estruturação que lhes são comuns. 
 
A “oposição” que será apresentada em relação à redação literária obedecerá ao 
mesmo princípio de descrição e diferenciação de linguagens. 
 
Texto científico é o texto que revela pesquisa e rigor científico e têm como objetivo 
a publicação em revistas especializadas ou livros. O texto científico é representado 
pelas monografias, pelas teses, papers, resenhas e artigos científicos. 
 
Texto técnico é o texto mais relativo às profissões. É fundamental nas atividades 
empresariais e é representado pelas atas, memorandos, circulares, requerimentos, 
relatórios, avisos dentre tantos outros. 
 
Redações técnica/científica 
 
As redações técnica e científica vão apresentar características que são regidas pelos 
mesmos princípios básicos que orientam a estruturação de qualquer texto escrito, 
ou seja: clareza – coesão e coerência - correção, obediência às normas 
gramaticais, e objetividade. 
 
 
 
 
 
Assim, é possível definir uma “diferenciação” como a que aparece a seguir: 
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Redações técnica e literária 
 
As diferenças da redação de um texto técnico/ científico para a redação de um texto 
literário: 
 
 
 
Redação técnica/ científica 
 
Redação literária 
 
Precisão do vocabulário, a exatidão 
dos pormenores. 
Vocabulário de expressividade 
linguística, busca pela tradução da 
imaginação 
 
Imparcialidade e comunicabilidade: 
eficácia e a exatidão da 
comunicação 
 
Elaboração artística da frase, 
preocupação estética. Subjetividade e 
criação da ficção. 
 
Objetivo: esclarecer, informar 
 
Objetivo: entreter 
 
Traduz-se em objetividade 
 
Sobrecarrega-se de impessoalidade 
 
Abolição de construções dúbias ou 
que permitam mais de um 
significado 
 
Sentido figurado: uso de metáforas ou 
de frases que possam ter dupla 
significação 
 
Uniformidade na estrutura, na 
terminologia e no estilo. 
 
Multiplicidade de estruturas, 
terminologias e estilo. 
Linguagem denotativa 
Linguagem conotativa 
 
 
Função referencial 
 
Função poética - É importante distinguir 
as funções da linguagem. Consulte: 
http://www.brasilescola.com/redacao/as- 
funcoes-linguagem.htm 
http://www.brasilescola.com/redacao/as-
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Parabéns por adquirir um mouse sem fio da Microsoft, que inclui: 
 
1. Mouse sem fio 
2. Receptor (versão para desktops ou notebooks, dependendo do seu modelo 
de mouse) 
3. Uma ou mais pilhas para o mouse sem fio, dependendo do seu modelo de 
mouse. 
4. CD com o software de mouse Microsoft IntelliPoint 
5. Este Guia de Introdução 
(In: Guia de Introdução. Produtos de mouse sem fio da Microsoft. p. 18) 
 
Os elementos do texto técnico 
 
Veja agora os elementos que estão presentes na estruturação de um texto técnico. 
 
Os textos técnicos apresentam em sua estrutura dois elementos: A descrição de 
objeto e a descrição de processo. Veja cada um deles: 
 
Descrição de objeto – é uma representação verbal que irá qualificar um elemento 
apresentando suas características. 
Observe o exemplo: 
 
 
 
 
 
Descrição de processo – é a representação, também verbal do funcionamento de 
um elemento. A ênfase é dada na ação que é bem detalhada (no texto literário é a 
elaboração da narrativa, do suspense). O corpo de quase todos os relatórios técnicos 
é uma descrição de processo e exige conhecimento do assunto. Observe o exemplo: 
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Exemplo do mouse sem fio 
 
 
 
 
(In: Guia de Introdução. Produtos de mouse sem fio da Microsoft. p. 20) 
 
 
 
A descrição não é um processo exclusivo da estruturação do texto técnico. Com 
certeza ela pode ser também da literária. No entanto, veja a diferença, a partir da 
leitura de um 
fragmento do romance Senhora, de José de Alencar, transcrito abaixo. 
 
 
 
O que, então, distingue os textos é o objetivo, o estilo e o ponto de vista. A 
descrição que José de Alencar faz de Aurélia é muito diferente de qualquer 
outra descrição mais objetiva e informativa. 
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Seriam nove horas do dia. 
 
Um sol ardente de março esbate-se nas venezianas que vestem as 
sacadas de uma sala, nas Laranjeiras. 
A luz coada pelas verdes empanadas debuxa com a suavidade do 
nimbo o gracioso busto de Aurélia sobre o aveludado escarlate do 
papel que forra o gabinete. 
Reclinada na conversadeira com os olhos a vagar pelo crepúsculo 
do aposento, a moça parece imersa em intensa cogitação. O 
recolho apaga-lhe no semblante, como no porte,a reverberação 
mordaz que de ordinário ela desfere de si, como a chama sulfúrea 
de um relâmpago. 
Mas a serenidade que se derrama por toda a sua pessoa, se de 
alguma sorte desmaia a cintilação de sua beleza, a embebe de um 
fluido inefável de meiguice e carinho, que a torna irresistível. 
Seus olhos já não têm aqueles fulvos lampejos, que despedem nos 
salões, e que, a igual do mormaço crestam. Nos lábios, em vez do 
cáustico sorriso, borbulha agora a flor d’alma a rever os íntimos 
enlevos. 
Sombreia o formoso semblante uma tinta de melancolia que não 
lhe é habitual desde certo tempo, e que não obstante se diria o 
matiz mais próprio das feições delicadas. Há mulheres assim, a 
quem um perfume de tristeza idealiza. As mais violentas paixões 
são inspiradas por esses anjos de exílio. 
 
(In:http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_co 
mpletas/s/senhora) 
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_co
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O relatório é um documento no qual se expõe o relato de uma ocorrência, da 
execução de serviços, de fatos da administração pública ou privada, ou ainda o 
resultado de uma pesquisa ou investigação. 
Aula 2 - Correspondência oficial 
 
Os tipos de correspondência oficial são: relatório, ofício, ata, exposição de motivos, 
memorando, requerimento, e-mail e despacho, muito utilizado hoje em dia. Nesta aula você 
ficará sabendo como são elaboradas essas correspondências oficiais. 
 
Veja a seguir as características dos tipos de correspondência, começando pelo relatório: 
 
 
Relatório 
 
 
 
 
 
 
 
a quem se destina; 
 
sua periodicidade (regular ou eventual); e 
 
o que se quer comunicar(ocorrência, 
pesquisa). 
 
 
O texto do relatório, quando necessário, é acompanhado de gráficos, tabelas, 
ilustrações, mapas, diagramas... Enfim, tudo o que ajude a esclarecer ou detalhar as 
informações nele contidas. Muitas vezes, é encaminhado como anexo de um ofício a 
depender dos trâmites internos da instituição. 
 
Lembre-se que como aprendeu no módulo 1, você decide o que e como escrever. 
Por isso, antes de iniciar, planeje o conteúdo de seu relatório, sempre pensando: 
 
Um bom relatório traz todas as 
informações necessárias ao 
alcance de sua finalidade, que 
depende de aspectos como: 
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Lancei as informações essenciais para alcançar os objetivos previstos? Os dados 
são apresentados com correção e fidedignidade? 
 
O texto está claro, objetivo e coeso? Os fatos são narrados em ordem 
cronológica? 
 
Há correção textual? A linguagem está adequada ao contexto? 
 
A apresentação está adequada? Considerei os aspectos estéticos exigidos? 
 
Muito utilizado para os mais diversos fins, traz os assuntos em ordem cronológica, 
com títulos que orientam os eixos de apresentação. Este pode ser bem sintético ou 
mais detalhado. Um exemplo de relatório mais detalhado pode ser visto no site da 
Petrobrás. Confira em: http://www.portacurtas.com.br/relatorios/2007%5F1/ 
 
 
 
 
Ao concluir seu relato, releia o texto. Lembre-se da dica de Stephen Kanitz, revise seu 
texto e verifique: 
 
 
O relatório pode ser apresentado em diferentes formatos: 
 
Em tópicos 
 
 
 
Para quem vou escrever? 
Qual é o meu objetivo? 
Que canal de comunicação utilizarei? 
 
Qual a melhor forma de comunicar o que quero? 
http://www.portacurtas.com.br/relatorios/2007_1/
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Apresenta o assunto descrito detalhadamente e beneficia a análise profunda e 
minuciosa do tema relatado. Um exemplo deste tipo de relatório pode ser visto 
no site do Ministério da Justiça sobre o uso de celulares em presídios. Confira em: 
http://www.mj.gov.br/main.asp?Team=%7BDFCCBE36%2D4D36%2D4650%2DB6DA%2DE68546 
FD1E4E%7D 
 
É muito comum o uso de formulários pré estabelecidos para realização de 
relatórios, principalmente, no caso de relatórios regulares a serem preenchidos 
por diversos setores. Neste caso, cabe apenas o preenchimento das lacunas 
disponíveis, observando se as qualidades textuais das quais já falamos 
anteriormente. 
Em texto discursivo 
 
 
Partes do relatório 
 
 
 
As normas técnicas estabelecem como partes do relatório os seguintes itens: 
 
1. Título (identificação clara do relatório). 
 
2. Vocativo (a quem se dirige o relatório). 
 
 
 
 
4. Local e data. 
 
5. Assinatura. 
 
6. Anexos (quando necessário). 
http://www.mj.gov.br/main.asp?Team=%7BDFCCBE36%2D4D36%2D4650%2DB6DA%2DE68546
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Modelo de Relatório 
 
Relatório Síntese de Auditoria em Reforma de Prédio 
 
Em cumprimento à solicitação de auditoria no Prédio X, os auditores Fulano de Tal e 
Beltrano de Souza verificaram a veracidade das denúncias realizadas pelos 
condôminos proprietários dos apartamentos 1204 e 603 no que diz respeito ao 
desvio de dinheiro de obras realizadas no referido imóvel no período de maio a julho 
de 2007. No dia 30 de agosto de 2007, foram feitas nas dependências do prédio 
vistoria detalhada dos ambientes que passaram por reforma, dos projetos de reforma 
e dos documentos apresentados como comprovação de gastos. A partir desta 
análise, concluiu-se que: 
 
1 – Houve modificação nos projetos iniciais propostos pelo síndico em reunião no 
mês de fevereiro de 2007 e aprovados em assembléia. 
 
2 – O material de construção utilizado na obra é nitidamente inferior ao anunciado 
no projeto aos condôminos. 
 
3 – Os requisitos de segurança, durante a reforma, não foram atendidos, colocando 
em risco os moradores que circulavam pela área reformada. 
 
4 – A documentação trabalhista dos pedreiros contratados está irregular. 
 
5 – Não há recibos de todo o material comprado e apresentado nas planilhas de 
custo apresentadas. 
 
6 – Ao ser arguido a respeito do restante da documentação, o síndico recusou-se a 
prestar esclarecimentos. 
 
7 – Sugiro que sejam tomadas as medidas previstas em Regimento Interno do 
Condomínio e previstas em lei. 
 
8 – Cópias dos documentos analisados, os demonstrativos de falhas nas planilhas de 
custo e as análises da vistoria in loco foram encaminhados no próprio dia da visita 
aos solicitantes da auditoria. 
 
Brasília-DF, 10 de setembro de 2007 
 
Fulano de Tal Beltrano de Souza 
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Dentre os tipos de texto técnicos escritos, o ofício é, sem dúvida, um dos mais 
utilizados seja no serviço público ou em empresas privadas. É utilizado com as 
mais diversas finalidades, como troca de informações administrativas, 
solicitações, convites, agradecimentos, felicitações, estabelecimento de uma 
ordem, entre outras tantas possibilidades. 
 
Seu conteúdo é formal, exigindo um registro culto da linguagem. Como, 
geralmente, é dirigido a autoridades, é imprescindível a observação criteriosa ao 
tratamento exigido para cada cargo. 
 
O ofício pode ser um documento que encaminha anexos. Nesse caso, deve ser o 
mais objetivo possível, evitando explicações irrelevantes ao contexto. 
Ofício 
 
 
 
 
 
A carta apresenta as mesmas características de um ofício com a diferença de que é 
considerada documento semi-oficial. Quando multidirecionados (enviados a mais de 
uma pessoa) a um público interno e subordinado ao remetente, os ofícios e cartas 
assumem o caráter de circular. 
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Partes do ofício 
Partes do ofício 
 
1. Cabeçalho (com timbre ou nome da instituição). Nas repartições e empresas, 
é muito comum usar papel timbrado. 
2. Número de emissão do ofício, seguido de barra oblíqua e o ano da emissão.3. Local e data (o mês vem escrito por extenso). 
 
4. Assunto: sumário do assunto tratado no ofício. 
 
5. Vocativo: deve observar o pronome de tratamento adequado. 
 
6. Texto: dividido em parágrafos numerados à esquerda. 
 
7. Despedida: formal e objetiva. 
 
8. Assinatura: acompanhado do nome completo e do cargo do emissor. 
 
9. Destinatário: nome; cargo; local. No modelo do Manual de Redação da 
Presidência a seguir, dispensa-se essa parte do ofício 
 
Modelo de ofício 
 
O modelo a seguir consta do Manual de Redação da Presidência da República. No 
entanto, ao redigir ofícios e outros documentos técnicos, deve-se sempre verificar se 
a instituição em que se trabalha segue algum padrão ou manual próprio. 
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[Ministério] 
[Secretaria/Departamento/Setor/Entidade] 
5 cm [Endereço para correspondência] 
[Endereço - continuação] 
[Telefone e Endereço de Correio Eletrônico] 
 
 
Ofício n
o
 524/1991/SG-PR 
Brasília, 27 de maio de 1991. 
 
 
 
A Sua Excelência o Senhor 
Deputado [Nome] 
Câmara dos Deputados 
70.160-900 – Brasília – DF 
 
 
Assunto: Demarcação de terras indígenas 
 
Senhor Deputado, 
2,5 cm 
1. Em complemento às observações transmitidas pelo telegrama n
o
 154, de 24 
de abril último, informo Vossa Excelência de que as medidas mencionadas 
em sua carta n
o
 6708, dirigida ao Senhor Presidente da República, estão 
amparadas pelo procedimento administrativo de demarcação de terras 
indígenas instituído pelo Decreto n
o
 22, de 4 de fevereiro de 1991 (cópia 
anexa). 
3 2.Em sua comunicação, Vossa Excelência ressalva a necessidade de que – na 
definição e demarcação das terras indígenas – fossem levadas em 
consideração as características sócio-econômicas regionais. 
3. Nos termos do Decreto n
o
 22, a demarcação de terras indígenas deverá ser 
precedida de estudos e levantamentos técnicos que atendam ao disposto no 
art. 231, § 1
o
, da Constituição Federal. Os estudos deverão incluir os 
aspectos etno-históricos, sociológicos, cartográficos e fundiários. O exame 
deste último aspecto deverá ser feito conjuntamente com o órgão federal ou 
estadual competente. 
(297 x 210mm) 
1
,5
 c
m
 
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3,5 cm 
 
 
4. Os órgãos públicos federais, estaduais e municipais deverão 
encaminhar as informações que julgarem pertinentes sobre a área em estudo. 
É igualmente assegurada a manifestação de entidades representativas da 
sociedade civil. 
5. Os estudos técnicos elaborados pelo órgão federal de proteção 
ao índio serão publicados juntamente com as informações recebidas dos 
órgãos públicos e das entidades civis acima mencionadas. 
6. Como Vossa Excelência pode verificar, o procedimento 
estabelecido assegura que a decisão a ser baixada pelo Ministro de Estado da 
Justiça sobre os limites e a demarcação de terras indígenas seja informada de 
todos os elementos necessários, inclusive daqueles assinalados em sua carta, 
com a necessária transparência e agilidade. 
 
Atenciosamente, 
 
 
[Nome] 
[cargo] 
 
 
 
 
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/index.htm 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/index.htm
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É o documento que registra de modo objetivo, claro e fidedigno as ocorrências 
de uma reunião ou assembléia. A ata tem valor administrativo ou legal e, por 
isso, deve ser redigida de forma a não permitir qualquer modificação posterior. 
Para tanto, é preciso tomar alguns cuidados: 
Ata 
 
 
 
→ Se a ata for manuscrita deve ser escrita em livro destinado especificamente a 
esse fim, o qual deve ter termo de abertura e todas as páginas numeradas. Se for 
digitada, deve ser arquivada em pasta específica, sendo organizada por data. 
→ Deve ser redigida em linhas corridas sem parágrafos ou alíneas de maneira a 
ocupar todo o espaço da página, evitando espaços em que possa haver acréscimos 
ou alteração do texto. 
→ Não deve apresentar rasuras emendas ou uso de corretivo. Se houver erro no 
momento da redação, deve-se usar a palavra “digo” e apresentar a retificação ou 
apresentar errata ao final do texto. 
→ Não são admitidas abreviaturas de palavras ou expressões e os números 
devem vir escritos por extenso. Números extensos devem, ainda, vir em 
algarismos, entre parênteses. 
 
Partes da Ata 
 
Título (identifique a reunião). 
Data (escreva sempre por extenso). 
Local (indique o local onde está sendo realizada a reunião). 
Finalidade (diga qual o objetivo da reunião). 
Presidência (indique quem está presidindo a reunião). 
Discussão/votação e deliberações (escreva o que foi discutido, votado e aprovado). 
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Ao redigir uma ata, o mais importante é registrar com clareza todas as informações 
fundamentais discutidas na reunião! 
Encerramento (finalize a ata). 
Local, data e assinatura (assinam a ata todos os presentes ou o presidente e o 
secretário da reunião como seus representantes) 
 
 
 
Modelo de ata 
 
Ata da reunião extraordinária para aprovação de despesa 
imprevista pela Empresa X 
Ata da reunião extraordinária para aprovação de despesa imprevista, realizada pela 
diretoria colegiada e conselho fiscal da Empresa X em nove de março de dois mil e 
oito, no gabinete da Direção-Geral da empresa, em seu edifício-sede situado em 
Marília - São Paulo. A reunião foi presidida pelo Diretor-Financeiro, José Luz da 
Rocha, secretariada por Antônio Meira e contou com a presença do Diretor de 
Recursos Humanos, Marcelo Firmino, do Diretor de Operações, Afonso Quezada, e de 
todos os integrantes do Conselho Fiscal da empresa, à exceção do Sr. Rogério Meira, 
cuja ausência foi previamente justificada. Inicialmente foi lida e aprovada a ata da 
reunião anterior, à exceção da seguinte ressalva: onde constou ‘vinte mil unidades de 
matéria-prima’, leia-se ‘trinta mil unidades de matéria-prima’. Em seguida o Diretor- 
Financeiro solicitou ao Diretor de Operações que apresentasse suas estimativas de 
necessidade de realização de serviço extraordinário nas unidades fabris do estado do 
Paraná para o próximo trimestre, sendo atendido na forma de uma apresentação 
audiovisual que definiu os motivos para a realização de sete mil e duzentas horas 
extras por um total de mil e duzentos funcionários no período. Os aspectos 
relacionados à legislação trabalhista foram integralmente aprovados pelo Diretor de 
Recursos Humanos, e colocou-se em votação aberta junto ao conselho fiscal a 
disponibilização dos recursos para pagamento desta despesa não incluída no Plano 
Plurianual da Empresa X, resultando em aprovação unânime e imediata autorização 
de desembolso concedida ao Diretor-Financeiro. O Conselheiro Aníbal Pinheiro 
propôs a recomendação de que uma metodologia para estimativa de realização de 
serviço extraordinário seja incorporada a futuros planos plurianuais, tendo a moção 
sido aprovada por todos os presentes, e imediatamente incluída na pauta da próxima 
reunião ordinária da Diretoria Financeira. Nada mais havendo a tratar, foi lavrada por 
mim, Antônio Meira, a presente ata, assinada por todos os presentes acima 
nominados e referenciados. 
(Seguem assinaturas a partir do secretário que lavrou a ata) 
Curso Redação Técnica – Módulo 2 
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A exposição de motivos é, originalmente, um texto destinado a iniciar 
processo legislativo vinculado à elaboração de decretos ou leis, 
encaminhadas ao Chefe do Poder Executivo. Na exposição de motivos, o 
assunto deve ser resumido em itens e argumentado; a legislação citada deve 
ser transcrita e a conclusão deve ser clara e objetiva. 
Este documentodeve ser redigido a fim de fornecer as informações 
necessárias a fundamentar a tomada de decisões. Traz um preâmbulo à 
matéria em análise e não deve conter exposições doutrinais, nem pronunciar- 
se sobre o que não consta do texto que antecede. 
Fonte: http://www.efetividade.net/2007/09/13/modelo-de-ata-desempenhe-o- 
secretariado-de-reunioes-com-efetividade/ 
 
Exposição de Motivos 
 
 
 
 
 
 
Modelos de exposição de motivos 
 
- Exposição de Motivos Oficial: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EM No 35/MF 
 
SUBCHEFIA DE ASSUNTOS PARLAMENTARES 
 
 
Brasília, 15 de março de 2007. 
 
 
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, 
 
 
Tenho a honra de submeter à apreciação de Vossa Excelência o anexo projeto de lei, 
que regulamenta o parágrafo único do art. 116 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código 
http://www.efetividade.net/2007/09/13/modelo-de-ata-desempenhe-o-
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Tributário Nacional (CTN), com a redação dada pela Lei Complementar nº 104, de 10 de janeiro de 
2001. 
 
 
 
2. O art. 1º prevê a possibilidade de que a autoridade administrativa, para efeitos tributários, 
desconsidere atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do 
fato gerador de tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, excetuado 
as hipóteses de que trata o inciso VII do art. 149 do CTN. 
 
3. São passíveis de desconsideração os atos ou negócios jurídicos que visem reduzir o valor 
de tributo, evitar ou postergar o seu pagamento ou ocultar os reais elementos do fato gerador ou a 
real natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária. 
 
4. Estabelecem os arts. 2º a 5º os procedimentos a serem adotados pela administração 
tributária no tocante à matéria, suprindo exigência contida no parágrafo único do art. 116 do Código 
Tributário Nacional, 
 
5. Os arts. 2º, 3º e 4º determinam que a desconsideração do ato ou negócio jurídico será 
efetuada mediante ato da autoridade administrativa que instaurar o procedimento de fiscalização, fixa 
prazo para a autoridade administrativa proferir a decisão, bem como para o sujeito passivo recolher os 
tributos com encargos moratórios na hipótese de desconsideração. 
 
6. O art. 5º submete, na hipótese de desconsideração, o lançamento do crédito tributário ao 
processo administrativo de determinação e exigência do crédito tributário, estabelecido pelo Decreto 
nº 70.235, de 6 de março de 1972, de forma a preservar o princípio do contraditório e da ampla defesa. 
 
7. Finalmente, prevê o art. 6º a possibilidade de edição por parte da Secretaria da Receita 
Federal do Brasil de atos normativos necessários à aplicação dos aludidos procedimentos. 
 
Respeitosamente, 
 
GUIDO MANTEGA 
Ministro de Estado da Fazenda 
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- Exposição de Motivos – justificativa 
 
EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS 
 
Caros colegas, 
 
Esta coordenação do Curso de Engenharia Civil gostaria de ressaltar algumas 
mudanças realizadas na estrutura curricular do curso. 
 
O curso teve sua carga horária reduzida para 247 créditos e 3.810 horas, sem que 
tenha havido prejuízo ao curso, pelo contrário, a estrutura curricular está rica em 
componentes de conhecimentos necessários á atividade do engenheiro. Esta 
diminuição foi ocasionada em razão de retirada de algumas disciplinas e diminuição 
da carga horária de outras. 
 
Por outro lado, aumentou-se a carga obrigatória mínima para estágio curricular para 
150 hs, com 03 créditos. Além disso, o aproveitamento do estágio como disciplina 
optativa, em complementação da carga obrigatória, ficou com apenas 03 créditos. 
Isto porque entendemos que era demais o aluno fazer 360 hs de estágio e com isso 
receber 03 CR como obrigatório e 06 CR como optativa. 
 
Em atendimento às recomendações do MEC – Ministério de Educação, inserimos 
como componente curricular o Trabalho de Conclusão do Curso, com 03 créditos 
obrigatórios (não houve acréscimos de créditos na estrutura porque usamos os 
créditos poupados no estágio curricular), inclusive, é bom ressaltar que este foi um 
ponto de conceito negativo quando na avaliação do curso em novembro de 2004. 
 
Outro ponto merecedor de destaque no Projeto Político Pedagógico do curso está 
no aumento de créditos optativos a serem obrigatoriamente cursados pelos alunos 
concluintes. Na estrutura vigente, os concluintes teriam que cursar 22 créditos de 
optativas, agora esta obrigatoriedade cresceu para 26 créditos, pois entendemos que 
seria lamentável oferecermos várias disciplinas de conteúdo específico do curso e 
quase nenhum aluno se matricular nelas, em razão da pressa em se formar, 
perdendo, assim, uma grande oportunidade em aumentar seus conhecimentos. 
Atenciosamente, 
Ana Cristina Taigy 
Coordenadora do Curso de Engenharia Civil 
 
Fonte: http://www.ct.ufpb.br/ccgec/material_recebido/ppp/exposicao_de_motivos.htm 
http://www.ct.ufpb.br/ccgec/material_recebido/ppp/exposicao_de_motivos.htm
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Página 20 
 
 
Documento escrito de uso interno em instituições públicas e empresas que 
visa à comunicação de decisões, políticas ou instruções. Algumas 
organizações já trazem o modelo de memorando em impresso próprio. 
Ao se redigir memorandos, deve-se usar uma linguagem simples, direta e 
objetiva, sem rebuscamentos, tendo em vista que é dirigida a funcionários e 
não a autoridades como é o caso do ofício e da carta. 
 
O memorando deve ser feito em duas vias para que uma delas seja arquivada 
com data e assinatura indicativa de ciência. 
Memorando 
 
 
 
 
 
 
 
 
Partes do memorando 
Timbre da instituição. 
 
Número do memorando. 
 
Remetente. 
 
Destinatário. 
Indicação do assunto. 
Local e data. 
Texto. 
 
Despedida. 
 
Assinatura e cargo. 
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Timbre da instituição 
Modelo de Memorando 
 
4 cm 
 
 
 
 
Memorando n.º /07 
Local, de de 2007. 
 
 
De: Setor emitente 
 
Para: Setor e nome do destinatário 
Assunto: Modelo de Memorando 
 
 
 
2 cm 
Pronome de tratamento e cargo do destinatário, 
 
Memorando Memorando Memorando Memorando Memorando 
 
 
2 cm 
3 cm 
Memorando Memorando Memorando Memorando Memorando Memorando 
Memorando Memorando Memorando Memorando Memorando Memorando 
Memorando Memorando Memorando. 
 
Memorando Memorando Memorando Memorando Memorando 
Memorando Memorando Memorando Memorando Memorando Memorando 
Memorando. 
 
 
Cordialmente, 
 
 
(Nome do signatário) 
(Cargo) 
 
 
 
 
 
Órgão – Endereço Eletrônico 
Endereço 
2 cm 
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Documento no qual o interessado, após identificar e se qualificar, apresenta 
sua solicitação à autoridade competente. O requerimento possui 
características próprias e pode ser digitado ou manuscrito. Após o vocativo, 
deixam 
 
se aproximadamente dez espaços destinados ao despacho da autoridade 
competente, finalizando com pedido de deferimento à solicitação. É muito 
comum encontrar modelos prontos com espaço para o preenchimento 
apenas do conteúdo da solicitação. 
 
O abaixo 
 
assinado é um tipo de requerimento feito coletivamente. Mesmo sendo um 
requerimento, traz um espaçamento menor, tendo em vista que nele vão 
muitas assinaturas. 
Requerimento 
 
 
 
O requerimento, quando necessário, pode trazer outros documentos como anexo. 
Neste caso, isso deve ser indicado ao final. 
 
Partes do Requerimento 
 
Vocativo (acompanhado do cargo ocupado pelo destinatário). 
Texto (identificação do requerente; solicitação e sua justificativa). 
Encerramento (Nestes termos pede deferimento ou similar). 
Local e data. 
 
Assinaturado requerente. 
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Modelo de Requerimento 
 
Ao Sr. 
Nome do Destinatário 
Cargo ocupado 
 
 
REQUERIMENTO 
 
 
Nome do requerente, brasileiro, casado, brasiliense, portador do 
registro de identidade de n° 0X0.0X0 – S e do CPF n° 000.000.000-00, residente e 
domiciliado na cidade de Brasília, no endereço tal , vem respeitosamente requerer ao 
senhor que lhe seja concedido ....................................... 
 
Nestes termos 
pede deferimento. 
 
 
Brasília, de de 2007 
 
 
Nome do requerente 
Anexo: documento XXXX 
Curso Redação Técnica – Módulo 2 
SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 
Página 24 
 
Despacho 
É normalmente um texto curto para encaminhamento de processos que traz decisão 
proferida pela autoridade administrativa sobre questão submetida à sua apreciação, 
podendo ser favorável ou desfavorável à pretensão solicitada. 
 
Se for apresentado à parte do documento de origem (memorando, ofício, etc...) deve 
ser numerado, e constar número do documento de origem e a referência. Nestes 
casos, muitas vezes, configura-se mais longo e detalhado, como por exemplo em 
despachos publicados em Diário Oficial. 
 
Para evitar desnecessária emissão de novas comunicações, os despachos 
normalmente são dados no próprio documento, de forma manuscrita, e, no caso de 
falta de espaço, em folha de continuação. Esse procedimento permite formar uma 
espécie de processo simplificado, assegurando maior transparência à tomada de 
decisões, e permitindo que se construa um histórico do andamento do assunto 
tratado. 
 
Os despachos configuram-se como atos administrativos e podem constituir-se de 
uma palavra (Aprovo, Autorizo, Indefiro, etc), de duas palavras (De acordo, etc.) ou de 
muitas palavras. O fundamental é que esclareça com o que a autoridade está de 
acordo e qual a consequência disso. Nesse sentido, apresenta-se como: 
 
 Decisório: apresenta de forma conclusiva a decisão da questão suscitada, em 
resposta ao pedido formulado; 
 Interlocutório: apresenta encaminhamento da matéria para análise ou para 
outras providências que o caso concreto requeira. 
 
Partes do despacho: 
 Título: Despacho; 
 Texto: teor da decisão; 
 Data (dia, mês e ano); 
 Assinatura: nome e cargo ou função da autoridade que exara o despacho 
(carimbo). 
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Exemplos de Despacho: 
 
Exemplo 1 - Apresenta-se à parte de documento de origem: 
 
Fonte: http://www.datadez.com.br/content/legislacao.asp?id=69094 
 
 
Exemplo 2 - Apresenta-se, de forma manuscrita, no documento de origem: 
Despacho nº 67/2008 
20/8/2008 
 
DESPACHO CONFAZ Nº 67, DE 19 DE AGOSTO DE 2008 
DOU 20.08.2008 
Torna sem efeito o Despacho do Secretário-Executivo nº 63/08. 
 
O Secretário Executivo do Conselho Nacional de Política Fazendária - CONFAZ, no 
uso das atribuições que lhe são conferidas pelo inciso IX, do art. 5º do Regimento desse 
Conselho, torna sem efeito o Despacho do Secretário-Executivo nº 63, de 15 de agosto 
de 2008, que publicou o Protocolo ICMS 76/08, de 14 de agosto de 2008, que 
estabelece obrigatoriedade da Escrituração Fiscal Digital - EFD para os contribuintes 
mencionados, publicado no Diário Oficial da União do dia 18 de agosto de 2008, Seção 
1, páginas 18 a 88. 
 
MANUEL DOS ANJOS MARQUES TEIXEIRA 
Despacho 
Ao Departamento Pessoal, 
Para encaminhamento da solicitação do servidor de adiamento de férias. 
Em 15 de agosto de 2009. 
 
(Assinatura) 
(carimbo) 
http://www.datadez.com.br/content/legislacao.asp?id=69094
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A revolução eletrônica, embora muitos pensem que não, revalorizou a prática da 
escrita 
Um e-mail é rápido. Depois de enviado não é mais possível alterá-lo. E, caso haja 
erro, esse fica registrado. Os e-mails podem ser impressos, copiados e 
encaminhados. O que significa que podem se tornar públicos rapidamente. 
 
Não há rascunho, é verdade, mas é sempre possível revisá 
lo. Não há motivos para excluir o dicionário e a prática de revisão e releitura. 
Pensando nisso, é importante seguir algumas regras. 
E-mail 
 
 
 
 
 
 
 
Regras para a produção de um e-mail: 
 
1. Identifique sempre o assunto do seu e-mail. A linha de assunto deve ser objetiva e 
sintetizar o que você quer. 
 
2. Escreva sempre o nome de seu interlocutor. Se não fizer isto, a tendência é que ele 
pense não ser com ele. 
 
3. Combine letras maiúsculas e minúsculas, da mesma forma que na escrita comum. 
Cartas em papel não são escritas somente com letras maiúsculas; na Internet, 
escrever em maiúsculas é o mesmo que gritar! 
 
4. É boa prática deixar linhas em branco entre blocos de texto. Dessa forma, o texto 
fica organizado e mais fácil de ler. 
 
5. A linguagem do e-mail deve ser clara e objetiva. Redija textos sem erros 
gramaticais. 
Curso Redação Técnica – Módulo 2 
SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 
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6. A linguagem do e-mail deve ser adequada ao seu objetivo e ao seu interlocutor. 
Você usa o "vc", o "qdo", o "abs", “bjus”, “oieeee”, os símbolos "[]s", ":)" etc, quando 
escreve em situações muito informais. Portanto, não abrevie. 
7. A linguagem que você utiliza virtualmente é muito importante. O conteúdo das 
mensagens, o estilo da linguagem, a apresentação dos e-mails que você envia 
acabam por refletir qual é a sua imagem. 
 
8. Releia o que escreveu, revise, corrija, e assine antes de enviar. 
 
Referência: Manual de Netiqueta 
( http://www.icmc.sc.usp.br/manuals/netiqueta.html ) 
http://www.icmc.sc.usp.br/manuals/netiqueta.html
Curso Redação Técnica – Módulo 3 
SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 
Página 1 
 
 
As abreviaturas são formas reduzidas de apresentação de palavras. Ao contrário 
do que muitos pensam, o uso de abreviaturas segue a uma organização que 
merece ser observada. Na maior parte das vezes, as abreviaturas são 
apresentadas com letras maiúsculas, mas isso não ocorre sempre. 
Módulo 3 - Revisão gramatical 
Neste módulo você terá a oportunidade de rever pontos principais do estudo da 
gramática que contribuem para o uso da norma culta em textos oficiais. 
 
Este módulo está dividido em 4 aulas: 
 
→ Aula 1 – Siglas e abreviaturas 
 
→ Aula 2 – Acentuação gráfica 
 
→ Aula 3 – Utilização da crase 
 
→ Aula 4 – Emprego dos pronomes 
 
 
Aula 1 - Abreviaturas e siglas 
Abreviaturas 
 
 
Eis alguns pontos importantes: 
 
As abreviaturas são finalizadas com ponto final: 
Exemplo: p. (página) 
pp. (páginas) 
Exmo. (Excelentíssimo) 
 
No geral, abreviamos as palavras, retirando a sílaba inicial e a primeira letra da 
segunda sílaba: 
Exemplo: dic. (dicionário) 
lit. (Liturgia) 
Se a segunda sílaba iniciar por duas consoantes, escrevem-se as duas. 
Exemplos: carr. (carroceria) 
Restr. (restrição) 
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Importante! 
Em documentos oficiais, não se abrevia quando se dirige ao Presidente da 
República. 
Os nomes geográficos de estados e países não vêm acompanhados por 
ponto e trazem todas as letras maiúsculas. 
Os nomes dos meses são abreviados com as três letras iniciais, à exceção de 
maio que não é abreviado. 
Para saber mais consulte: 
Veja em: 
http://www.revisoeserevisoes.pro.br/lng/pt/gramatica_abreviaturas.php 
 
No plural, as letras maiúsculas de pronomes de tratamento se dobram: 
 
Exemplo: VV. SS. (Vossas Senhorias) 
SS. MM. (Suas Majestades) 
Maiúsculas dobradas indicam também o superlativo dos pronomes de tratamento: 
Exemplo: DD (Digníssimo) 
MM (Meritíssimo) 
 
Os acentos e hífens são mantidos quando são usadas as sílabas em que estão na 
abreviatura: 
 
Exemplo: Clín. (Clínica) 
m.-q.-perf.(Mais-que-perfeito) 
 
Símboloscientíficos dispensam o ponto final e não admitem s indicativo de plural, 
pois não são considerados abreviaturas: 
 
Exemplo: C (Carbono) 
h (hora ou horas) 
 
 
http://www.revisoeserevisoes.pro.br/lng/pt/gramatica_abreviaturas.php
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Sigla é a abreviatura formada de iniciais ou primeiras sílabas de expressões que 
representam instituição, órgão, departamento, setor, associações, etc. 
 
 
 
 
 
Siglas 
 
 
 
Muitas siglas são tão usadas no cotidiano que substituem de fato o próprio nome da 
instituição que representam: 
 
Exemplos: STF (Supremo Tribunal Federal) 
OIT (Organização Internacional do Trabalho) 
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) 
SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) 
 
No tocante à incorporação da sigla ao cotidiano comunicativo, é curioso observar 
que já são tratadas como palavra capaz de sofrer flexões de número e grau (na 
linguagem popular), bem como permite o surgimento de palavras novas, delas 
derivadas. Veja: 
 
Exemplos: APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais): APAES (plural) 
CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito): CPIzinha (diminutivo pejorativo) 
PT (Partido dos trabalhadores): petista (palavra derivada). 
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Você sabe o que significam as siglas abaixo? 
 
Se não souber, não se preocupe! Há inúmeros dicionários disponíveis para 
pesquisa de Siglas, tamanha é sua utilidade na comunicação atual. 
Eis um exemplo: http://www.siglas.com.br/?t=s&s 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Deve-se observar ainda como se grafam as siglas: 
Com todas as letras maiúsculas, siglas que têm até quatro letras: 
Exemplos: CES (Conselho Estadual de Saúde) 
MJ (Ministério da Justiça) 
UCB (Universidade Católica de Brasília) 
Com apenas a letra inicial maiúscula, siglas com cinco ou mais letras: 
Exemplos: Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) 
Unicamp (Universidade de Campinas) 
 
 
Dirigi-me ao CNPq para declarar meu apoio ao candidato que o Ibope indicou como 
possível vencedor na disputa proposta pela Unesco e que definiria o responsável por 
pesquisas em educação no Brasil. 
 
Importante! 
Em geral, ao utilizar uma sigla em um texto qualquer, inclusive no gênero 
epistolar, como a redação oficial que você estudou aqui, escreve-se inicialmente 
a expressão por inteiro e, entre parênteses, apresentamos a sigla. A partir da 
apresentação desta ao leitor do texto, pode-se utilizar, neste mesmo texto, 
apenas a sigla. 
http://www.siglas.com.br/?t=s&s
http://www.siglas.com.br/?t=s&s
Curso Redação Técnica – Módulo 3 
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Página 5 
 
 
O que vale de regra para um, muitas vezes serve de contra-regra para o outro. 
Acentuam-se oxítonas terminadas na vogal a (cajá), mas não se acentuam as 
paroxítonas terminadas em a (menina). 
 
Você sabe identificar a sílaba tônica das palavras? 
 
Como você pronuncia pernicioso? 
Aula 2 - Acentuação gráfica 
 
O português, assim como outras línguas neolatinas, apresenta acento gráfico. 
Atualmente, usamos apenas o acento agudo (´) e o circunflexo (^). O acento grave (`) 
restringe-se a marcar a ocorrência de crase. O maior critério utilizado para definir 
as regras de acentuação é a tonicidade. 
Lembre-se de que há cinco classificações para as palavras segundo sua sílaba tônica: 
proparoxítonas; paroxítonas; oxítonas; monossílabas tônicas e átonas. Acento tônico, 
no entanto, não implica acento gráfico. Para aprender a acentuar, não é necessário 
decorar qual o acento correto em cada palavra, mas refletir sobre o uso do acento e 
quando este se faz necessário. 
 
 
 
 
Sem dúvida, este é o primeiro passo para acentuar bem. 
 
 
Não decore! Pense! 
 
Pernicioso; pernicioso; pernicioso; pernicioso; pernicioso. 
Acento tônico, no 
entanto, não 
implica acento 
gráfico. 
Curso Redação Técnica – Módulo 3 
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De forma geral, acentuam-se as oxítonas que terminam em a, e, o, seguidas ou não 
de s, bem como as terminadas em em e ens. Dessa forma, não se acentuam as 
oxítonas terminadas em i e u, e em consoantes: maracujá (s), café (s), você (s), forró (s), 
paletó (s), armazém, armazéns, urubu, buriti, parar. 
 
São acentuados ainda os ditongos abertos eu, ei e oi das palavras oxítonas: troféu; 
papéis; herói. 
Classificação das palavras 
Veja as cinco classificações para as palavras de acordo com a sílaba tônica: 
 
Oxítonas (a sílaba tônica é a última) 
 
 
 
Paroxítonas (a silaba tônica é a penúltima) 
 
 
 
Acentuam-se as paroxítonas terminadas em: 
i (s), u (s): biquíni, tênis, bônus. 
l, n, r, x, ps: notável, hífen, fêmur, tórax, bíceps, fórceps. 
um, uns: fórum, álbuns. 
ão (s), ã (s): órfão; órfã, ímã, ímãs 
ditongo (s): falência, órfãos, pônei, áreas 
 
- Não são acentuadas as paroxítonas terminadas nas vogais a, e, o, seguidas ou não de s: 
carroça; grave; perfeito. 
- Não são acentuados os ditongos ei e oi da sílaba tônica das paroxítonas: ideia, 
assembleia e jiboia. 
- Não são acentuadas as palavras paroxítonas que são homógrafas: para (verbo ou 
preposição); pela (preposição ou verbo); pelo (substantivo ou verbo); pera (substantivo 
ou verbo); polo (substantivos). 
- Não são acentuados os hiatos ee e oo: creem; leem; enjoo e voo. 
 
 
Atenção: Os prefixos anti-, inter-, semi- e super-, embora paroxítonos, não são 
acentuados graficamente: anti-ibérico, inter-racial, semi-interno, super-requintado. 
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Acentuam-se todas as 
proparoxítonas: lírico, máquinas, 
tônicas, fôlego, perdêssemos, etc. 
 
Acentuam-se as monossílabas 
tônicas terminadas em a, e, o, 
seguidos ou não de s: más; mês; 
dá-lo e vê-lo. 
 
São pronunciadas com menos 
força e não são acentuadas. 
Exemplos: de, a, o , e, que, lhe, 
nos 
Proparoxítonas Monossílabas Tônicas 
(a sílaba tônica é a antepenúltima) 
 
 
 
 
 
Monossílabas átonas 
 
 
 
Outras regras 
 
Acentuam-se o i e o u tônicos dos hiatos, quando sozinhos ou seguidos de s: saída, 
miúdo, faísca. Nas palavras paroxítonas, não são acentuados o i e o u tônicos quando 
vierem depois de um ditongo: feiura; cheiinho. No entanto, se a palavra for oxítona e 
o i ou o u estiverem em posição final, seguidos ou não de s, tal vogal é acentuada: 
tuiuiú, tuiuiús, Piauí. 
 
Utiliza-se o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado do verbo 
poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3ª pessoa do singular. Pode é a forma do 
presente do indicativo, na 3ª pessoa do singular. Da mesma forma ocorre com o 
acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição. 
 
Exemplos: 
Marcos pôde contribuir de uma forma que hoje não pode mais. 
Ele deve pôr seu material no local indicado por mim. 
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Crase é a fusão ou contração de duas vogais idênticas numa só. A crase não 
aparece na linguagem oral, tendo em vista que apenas uma vogal é 
pronunciada, mas na linguagem escrita, é indicada pelo acento grave. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 3 – Utilização da crase 
 
 
 
Aqui, você se dedicará a estudar os casos de crase assinalados na escrita com acento 
grave que acontecem como nos exemplo a seguir: 
 
 
1 - Vamos à loja? 
a 
| 
prep. 
+a 
| 
art. 
2 - Vamos àquela loja? 
a 
| 
prep. 
+aquela 
| 
pronome 
3 - Esta é a loja à qual vamos? 
a 
| 
prep. 
+qual 
| 
pronome 
4 - Esta loja é próxima à lavanderia da avenida ? 
a 
| 
prep. 
+ a (=aquela) 
| 
pronome 
 
 
Em síntese, a crase acontece nos seguintes casos: 
 
preposição "a" + artigo feminino "a (s)"; 
 
Importante! 
Os verbos ter e vir recebem acento circunflexo na 3ªpessoa do plural do 
presente do indicativo: ele tem/ eles têm, ele vem/eles vêm. 
Os verbos derivados de ter e vir levam acento agudo na 3ª pessoa do singular 
e acento circunflexo na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo: ele 
detém/ eles detêm, ele intervém /eles intervêm. 
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Dirigi me à capital da república. 
 
Dica: ocorre a crase se os nomes femininos puderem ser substituídos por nomes 
masculinos, que admitam ao antes deles 
Exemplo: Vou à sala. Vou ao quarto. 
preposição "a" + "a" do pronome demonstrativo "aquele (s), "aquela (s)" e "aquilo"; 
preposição "a" + o "a (s)" de "a qual", "as quais"; 
preposição "a" + "a (s)" 
 
 
A utilização correta do acento grave depende, portanto, de se reconhecer quando é 
necessário o emprego de tais elementos (preposição e artigo, principalmente). 
Analise o enunciado a seguir: 
 
 
 
 
 
A forma verbal dirigir exige preposição, pois quem se dirige o faz a algum lugar. 
Neste caso, a capital da república, termo que exige o artigo a. 
 
Regra geral para o uso da crase 
Como regra geral, portanto, temos que: usa-se o acento grave diante de palavras 
femininas determinadas pelo artigo definido a ou as e subordinadas a termos que 
exigem a preposição a. 
 
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Casos específicos de uso do acento grave: 
 
→Na indicação de horas 
 
Estarei lá às nove horas. 
O relógio deverá ser adiantado à meia-noite. 
 
→Quando a palavra moda (ou maneira) estiver implícita 
 
Interpretava à Paulo Autran. 
Vestia-se à Michel Saviani. 
 
→Em locuções adverbiais constituídas de substantivo feminino plural 
Às vezes não sei o que lhe dizer. 
Disse-lhe às claras que não gostei de sua atitude. 
 
→Em locuções prepositivas e conjuntivas constituídas de substantivo feminino 
 
Estamos todos à mercê de sua decisão. 
Aprendemos à proporção que nos dedicamos. 
À medida que nos aproximávamos do local, mais impressionada ficava. 
 
Não se usa acento grave no a que precede: 
→Palavras no plural, precedidas apenas de preposição, inclusive numerais 
cardinais 
Assisti a duas sessões. 
Não me referia a crianças com estes problemas. 
Não irei a reuniões inúteis. 
 
→Substantivos masculinos Este 
suco cheira a vinho. 
Façam seu rascunho a lápis. 
→Verbos no infinitivo Pôs-se a 
defender o amigo tão logo iniciaram as acusações. 
Estou disposta a colaborar com a investigação. 
→Nomes de lugar que não admite artigo 
Vou a Roma concluir meu curso. 
Meus pais chegaram a Curitiba ontem. 
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Atenção: Se houver um modificador (adjunto adnominal), haverá crase: 
Vou à casa de meus avós. 
 
Atenção: haverá crase em qualquer outro caso: 
Vou à terra natal de meus pais. 
 
 
 
→O segundo termo de expressões que apresentam substantivos repetidos 
Estiveram frente a frente e nada resolveram. 
Revisaram o texto de ponta a ponta. 
 
→Artigos indefinidos 
Dirigiu-se a uma aluna sentada à direita do palco. 
Referia-me a uma pessoa mais velha. 
→Pronomes que não admitem artigo (pessoal, de tratamento, demonstrativo, 
indefinido e relativo): 
Entreguei a ela o material solicitado. 
Direi a Vossa Excelência quais são as necessidades da comunidade. 
Dediquei a esta obra meus melhores dias. 
Dirija-se a qualquer pessoa que esteja naquele balcão. 
Rezei a Nossa Senhora, a quem sou devota. Eis o 
homem a cuja obra admiro. 
→A palavra casa, quando esta não apresenta adjunto adnominal 
Retornei a casa para apanhar um agasalho. 
Voltei a casa, mas nada encontrei lá. 
 
 
→A palavra terra, como antônimo de a bordo 
Os navegantes foram informados de que estavam quase chegando a terra. 
 
 
Atenção: Se houver um modificador do nome, haverá crase: 
Vou à Roma dos grandes imperadores. 
Meus pais chegaram à Curitiba de seus sonhos. 
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Lembre-se de que temos ainda que observar o uso do há, forma verbal do verbo 
haver. Afora a conjugação comum no sentido de existir, é largamente utilizado 
para se referir a tempo passado: 
 
Há dias enviei tal relatório... Não o recebeste? 
É facultativo o uso de acento grave no a que precede: 
 
Nome próprio feminino não modificado por adjunto adnominal 
 
Entregue o envelope à Cecília. 
Pronome possessivo feminino 
Ele se referiu à sua redação. 
 
Palavra feminina antecedida da preposição até 
 
Eles me acompanharam até às duas horas. 
 
 
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A formalidade das redações oficiais requer o tratamento cerimonioso, o que 
não significa dizer rebuscado, erudito. Ao contrário, a tendência atual é a 
simplicidade. 
Nesse sentido, por exemplo, é que se dispensa o emprego do superlativo 
ilustríssimo para as autoridades que recebem o tratamento de Vossa 
Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do pronome de tratamento 
Senhor. Da mesma forma, não se deve utilizar indiscriminadamente o título de 
doutor. Deve-se ter o cuidado de usá-lo apenas para aqueles que tenham tal 
titulação ou, por uma questão cultural, para bacharéis em Medicina e Direito. 
Aula 4 - Emprego de pronomes 
Pronomes de Tratamento 
 
Entre os pronomes pessoais, encontram-se os pronomes de tratamento, os quais 
devem ser rigorosamente observados ao se redigir correspondências oficiais. Tais 
pronomes são escolhidos de acordo com o tratamento dado ao indivíduo a quem se 
dirige que, de forma geral, pode ser íntimo, respeitoso ou cerimonioso. 
 
 
 
Pronomes de tratamento 
 
Os pronomes de tratamento são considerados pronomes de segunda pessoa, mas a 
concordância com eles se faz na terceira pessoa: 
 
Vossa Excelência comunicou... 
 
Já no que diz respeito à concordância de gênero, a concordância considera a pessoa 
a que o pronome se refere: 
 
Vossa Excelência foi designada... (mulher) ou Vossa Excelência foi designado... 
(homem). 
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Usado para 
Diretores de Autarquias Federais, 
Estaduais e Municipais. 
Civis 
 
Vossa Excelência - V. Ex.a
 
Usado para 
Reitores de 
Universidade. 
Usado para 
 
Presidente da República, Senadores da 
República, Ministro de Estado, 
Governadores, Deputados Federais e 
Estaduais, Prefeitos, Embaixadores, 
Vereadores, Cônsules, Chefes das Casas 
Civis e Casas Militares. 
Vossa Excelência - V. Ex.a
 
Usado para 
Oficiais Generais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pode-se utilizar os pronomes de tratamento, escrevendo-os por extenso ou de forma 
abreviada. Apesar disso, a forma por extenso indica maior deferência, sendo obrigatória no 
caso de correspondência dirigida ao Presidente da República. Cabe ressaltar, no entanto, que 
qualquer forma de tratamento pode ser escrita por extenso, independentemente do cargo 
ocupado pelo destinatário. 
 
 
Autoridades de Estado 
 
 
 
 
 
 
Vossa Magnificência - V. M. 
 
 Vossa Senhoria - V. S.ª 
 
 
 
 
Judiciárias 
 
Vossa Excelência - V. Ex.a
 
 
 Meritíssimo Juiz - M. Juiz 
 
 
 
 
Militares 
 
 
Vossa Senhoria - V. S.a
 
Usado para 
Juízes de Direito. 
Usado para 
Outras patentes militares (até coronéis). 
Usado para 
Desembargador da Justiça, 
curador, promotor. 
 
Vossa deve ser usado ao nos dirigirmos diretamente à pessoa: "Vossa 
Excelência virá à reunião?"; 
Sua deve ser usado quando falamos a respeito da pessoa: "Sua Excelência 
estará conosco em breve”. 
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Veja outros pronomes de Tratamento: 
 
Autoridades Eclesiásticas 
 
Pronome de tratamento Abreviatura Usado para 
Vossa Santidade V. S. Papa 
Vossa Eminência Reverendíssima

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