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Página 1 Redação Técnica Apresentação Escrever é uma habilidade cada vez mais requisitada nos dias atuais. Um bom texto possui características específicas, e acima de tudo necessita comunicar uma mensagem. Entretanto, existem diferenças entre a escrita geral, a escrita literária e a escrita técnica utilizada, principalmente, no âmbito das instituições e entre elas. Nos órgãos públicos, há padrões técnico-legais a serem seguidos na comunicação e este curso procurará abordá-los criando condições para que você seja capaz de: ► Identificar-se como decisor linguístico, reconhecendo as implicações de tal postura na produção de textos técnicos. ► Reconhecer as características específicas dos principais documentos oficiais de forma a utilizá-los com proficiência. ► Ampliar os conhecimentos sobre as questões gramaticais que mais provocam dúvidas em redações técnicas, de maneira a reconhecer a importância do uso da norma culta em textos oficiais. ► Exercitar habilidades para a obtenção de clareza, coerência e coesão textuais. Página 2 É com “Z” ou com “S”? É com “X” ou “CH” ? É com “G” ou com “J”? Nós teremos três módulos: →Módulo1 - Texto e intenção →Módulo 2 - Redação técnica, científica e literária →Módulo 3 - Revisão gramatical Módulo 1 – Texto e intenção Neste módulo, você estudará sobre a importância de se desenvolver uma atitude decisiva ao redigir um texto, salientando quais são os aspectos favoráveis a uma boa decisão linguística. Este módulo está dividido em três aulas: →Aula1 – Decisor linguístico → Aula 2 – Gêneros textuais → Aula 3 – Os diferentes sentidos Aula1 – Decisor linguístico Fique atento, pois o que todos esperam de você ao escrever textos é que seja um bom decisor linguístico! Ser um bom decisor implica bom senso, capacidade crítica e conhecimento da língua. Veja por que... Página 3 Mas será essa a única decisão que tem que ser tomada quando se escreve um texto? Especialmente o texto técnico? Para quem vou escrever? Qual é o meu objetivo? Que canal de comunicação utilizarei? Qual a melhor forma de comunicar o que quero? Mô, Chegarei tarde hj. Bjim. Mônica Eduardo, Seguem anexos os relatórios solicitados. Se houver alguma pendência, por favor, entre em contato. Atenciosamente. Mônica Decidir como se escreve uma palavra não é hoje um grande problema, não é? Existe o dicionário e o corretor ortográfico dos editores de texto para ajudar. Tomar uma decisão sob o ponto de vista linguístico é, acima de tudo, tornar-se capaz de fazer as melhores opções ao produzir um texto qualquer que seja ele. Nesse sentido, é preciso considerar a adequação daquele texto ao contexto específico da comunicação. É fundamental, portanto, refletir sobre questões como: Em relação à comunicação, é preciso, portanto, fazer escolhas as mais diversas, como a adequação ou a inadequação de uma dada forma linguística que se quer utilizar. O decisor é capaz de refletir criticamente sobre sua produção textual e realizar substituições quando tem dúvida. Veja a diferença entre escrever um bilhete para deixar um recado na geladeira de casa ou enviar um e-mail (mesmo que informal) a uma chefia, por exemplo. Veja: Página 4 Mas criar qualquer coisa? Na redação técnica, em definitivo, a resposta é não. Criar aqui implica conhecer profundamente. É preciso conhecer a língua e seus princípios linguísticos, o que não pode ser confundido com o conhecimento superficial de regras gramaticais. No tocante a esse respeito, é preciso compreender que as regras só passam a ter valor quando aplicadas em nossa produção. O decisor linguístico reconhece e utiliza intencionalmente seu estilo pessoal de escrever, pois é capaz de criar, aplicando tal potencial de maneira diversa, pois leva em consideração as possibilidades que a língua lhe dá de compreender, analisar, sintetizar e posicionar-se criticamente, seja como leitor ou escritor de textos. A convivência com textos variados cria condições para que você se torne um decisor. Pois num mundo letrado como o nosso, os diversos gêneros textuais servem de modelo de escrita. É necessário diversificar as leituras em prol do nosso capital cultural. Reconhecer os diferentes gêneros e suas características ajuda a perceber, fundamentalmente, quais são os seus espaços de uso e, assim, se sentir mais à vontade para fazer as suas escolhas. Neste curso, espera-se que você se sinta como decisor linguístico capaz de, principalmente ao escrever textos técnicos, perceber que comunicar uma idéia não significa reproduzir modelos apenas. Mais do que isso, toda e qualquer forma de comunicação é uma atividade cognitiva complexa que nos leva a criar. A seguir, você verá como poderá tomar as decisões de que precisa. Página 5 Dentre as possibilidades comunicativas sobre as quais você estudará, estão: ata, requerimento, ofício, exposição de motivos, relatório, memorando e circular. O que deve ser considerado na decisão linguística? Ao enviar mensagens, é fundamental definir: → a informação que se quer transmitir. → o canal de comunicação a ser utilizado. → quais são os objetivos do texto, levando em conta o contexto. → quais os recursos disponíveis que podem contribuir para essa decisão. → que atitude deve-se ter ante a necessidade da decisão. Sempre que você der início à produção de um texto, inclusive textos técnicos, tenha em mente que você transmite informações e por isso, deve planejá-las e organizá-las de maneira a alcançar seu intento. Em cada caso, a finalidade do texto determinará o tipo de informação requerida, bem como o formato devido, tendo como registro linguístico adequado sempre o padrão culto da língua portuguesa. É preciso ainda conhecer seu interlocutor. Um especialista, por exemplo, necessitará de informações mais específicas e pormenorizadas, ao contrário do leigo, que deverá assimilar o conteúdo da mensagem de forma genérica, apesar da imprescindível clareza textual. No caso específico da redação técnica, na maior parte das vezes, prevalecem as relações comunicativas simétricas, em que os interlocutores apresentam as mesmas condições culturais ao se comunicarem e, por isso, as dificuldades são minimizadas, quando não são inexistentes. Página 6 A partir das decisões iniciais sobre o que se vai falar e a quem, é preciso refletir sobre detalhes do que vai ser dito. Essa estruturação do texto pode ser mental ou escrita, como um esquema. Escolha a que melhor se adequa ao seu jeito de se organizar. Com esses elementos bem definidos, está na hora de escrever o texto. São inúmeras as dúvidas que surgem quando se escreve e isso acontece até com os mais experimentados escritores. É necessário, desta feita, ter à mão fontes de consulta que nos ajudem a solucionar tais questões, as quais não são só suas, mas de todos aqueles que se propõem a lutar com as palavras. Dentre os materiais para consulta, destacamos os seguintes: →Dicionários - convencionais (de significados), etimológicos, enciclopédicos, ortográficos. → Gramáticas - normativas, descritivas, pedagógicas, são fontes de consulta de aprofundamento → Manuais de redação e estilo - governamentais, jornalísticos, empresariais, são instrumentos de homogeneização da redação institucional. → Obras e textos técnicos - constituem fontes de consulta que sustentam opiniões de especialistas. O texto deve ser produzido numa linguagem o mais neutra possível, visando atingir a totalidade dos indivíduos, realidade momento. adequando-se comunicativa à do Ao escrever textos, dirige-se a públicos diversos, constituídos por interlocutores de diferentesníveis cognitivos e sociais. Página 7 “Reescrevo cada artigo, em média, 40 vezes. Releio 40 vezes, seria a frase mais correta porque na maioria das vezes só mudo uma ou outra palavra, troco a ordem de um parágrafo ou elimino uma frase, processo que leva praticamente um mês. No fundo, meus artigos são mais esculpidos do que escritos. Quarenta vezes é desnecessário para quem escreve numa revista menos abrangente, 20 das minhas releituras são devido a Veja, com seu público heterogêneo onde não posso ofender ninguém.” A releitura do texto Lembre-se que o corretor ortográfico do editor de texto é bastante útil, mas tem limitações próprias. Por isso, na dúvida, recorra às possíveis fontes de pesquisa e garanta a produção de um texto claro e correto. Os textos mostram quem você é e o quanto sabe, por isso capriche ao escrever. Não se deixe levar pela enganadora visão de que os textos ficam prontos e bem escritos logo em sua primeira versão. Stephen Kanitz assim escreve a esse respeito: Fonte: http://www.kanitz.com.br Calma! Não é uma sugestão que você reescreva documentos e outros textos quarenta vezes, mas que você os releia por duas vezes até ter a certeza de que sua produção está realmente boa. Pecados da língua Um hábito muito comum no ambiente de trabalho é recorrer aos colegas quando se tem dúvidas, mas isso nem sempre é a melhor receita, já que eles também podem estar errados, pois, como todas as pessoas, carregam suas dúvidas, limitações e vícios de linguagem. Numa publicação da revista Veja, Jerônimo Teixeira aponta os Pecados da Língua, os quais são imperdoáveis em textos orais ou escritos. Lembre-se de que, em textos escritos, nossos erros tomam enorme proporção, pois ficam registrados... http://www.kanitz.com.br/ http://www.kanitz.com.br/ Página 8 Pecados da Língua Dez erros que comprometem a vida social e as pretensões profissionais de qualquer um. 1. Houveram problemas. “Houve” problemas. Haver, no sentido de existir, é sempre impessoal. 2. Se ele dispor de tempo. É um grave erro conjugar de forma regular os verbos derivados de ter, vir e pôr. Neste caso, o certo é “dispuser”. 3. Espero que ele seje feliz e Vieram menas pessoas. Dois erros inadmissíveis. A conjugação de “seje” não existe. E “menos” não concorda com o substantivo, pois é advérbio e não adjetivo. 4. Ela ficou meia nervosa. “Meio” nervosa. Os advérbios não têm concordância de gênero. 5. Segue anexo duas cópias do contrato. Atenção para a concordância verbal e nominal. “Seguem anexas”. 6. Este assunto é entre eu e ela. Depois da preposição, pronome oblíquo tônico: entre “mim” e ela. 7. A professora deu um trabalho para mim fazer. Antes do verbo, usa-se o pronome pessoal, e não o obliquo: para “eu” fazer. 8. Fazem dois meses que ele não aparece. O verbo fazer indicando tempo é impessoal: “faz” dois meses. 9. Vou estar providenciando o seu pagamento. O chamado “gerundismo” não chega a ser um erro gramatical, mas é um vício insuportável. “Vou providenciar” é mais elegante. 10. O problema vai ser resolvido a nível de empresa. O “febrão” do “a nível de” parece ter passado, mas ainda há quem utilize esta expressão pavorosa, Na frase em questão, “na” ou “pela” empresa são mais exatos e elegantes. Fonte: Veja On Line Página 9 Existe uma pluralidade de discursos e de possibilidades para a organização de um texto. Antes estas possibilidades eram limitadas a consideração de que “textos” eram apenas aqueles que seguiam as características da narração, descrição e dissertação (era o que a escola ensinava, lembra?). Aula 2 – Gêneros textuais Uma das habilidades relacionadas à produção textual refere-se ao conhecimento do gênero textual. Nesta aula você será convidado a refletir sobre a natureza dos textos que circulam socialmente, e que se constituem como gêneros, para procurar definir o que é texto, o que o distingue de outros textos e, inclusive, se na oralidade, ou seja, quando se fala, também se está, ou não, produzindo textos. Hoje, a formação de um “escritor” crítico envolve outras práticas que passam pelo conhecimento das relações sociais à percepção de textos veiculados por meio de diferentes situações de interação. Carta Pense em um enunciado comum como “escrevi uma carta” e leia os textos a seguir: Texto 1 Carta escrita pela escritora Clarice Lispector ao também escritor Lúcio Cardoso em 1947. Página 10 Berna, 23 de junho de 1947. Lúcio, Fiquei tão contente em receber seu livro e a cartinha. Li o livro imediatamente, e você bem sabe que alegria me dá ler coisas suas. Acho o livro lindo, e as mulheres de seus livros são as pecadoras mais violentas e inocentes... Durante toda a leitura espera-se que alguma coisa mortal suceda e que de repente, fique tranquilo, pastoral, e ainda assim perigoso – gosto tanto disso. A cena no anfiteatro é tão plástica e visível, na minha opinião um dos pedaços melhores do livro. Vejo, Lúcio, que você está cada vez melhor, e isso me alegra tanto na admiração e na amizade. Estou esperando a professora Hilda . Irmgard não me deu logo o livro só trouxe quando veio passar uns dias na Suíça. E depois não respondi logo, porque várias coisas pequenas e maiores sucederam. – Aqui nada de novo. Eu com o desejo permanente de voltar para o Brasil não sei quando vamos. Ou então de viajar sem cessar, mas sobretudo não ficar parada gratuitamente num lugar. No meio disso tudo felizmente veio a primavera e você não pode imaginar que boa notícia é a primavera depois de um inverno longuíssimo. Logo que ela chegou passei uns dias meio boba, tomando qualquer sol que aparecia, farejando flor onde tivesse nascido. Uma das coisas que faço na Europa é mudar de estação... (...) Se você quiser me mandar A professora Hilda, ficarei muito contente. Maury manda lembranças. Eu desejo muitas felicidades para você. Clarice. (LISPECTOR, Clarice. Correspondências. Rio de Janeiro: Rocco, 2002, p. 134.) Texto 2 Carta escrita por um leitor do Jornal “Folha de São Paulo” à seção Painel do Leitor. (Ao editor) São Paulo, 23/10/2007. Gostaria de elogiar a reportagem do “Folhateen” sobre o filme “Tropa de Elite”. Talvez tenha sido a única entre as que li que tratou o filme com a seriedade que o assunto merece. Jovens que viram e amaram o filme dizem que ele “mostra a realidade”. Mas fica claro na entrevista com Rodrigo Pimentel que o filme mostra só uma parte – editada e maquiada – da realidade, com a função de entretenimento, coisa que a maioria das pessoas que assiste ao filme não se dá conta. Acho complicado, no nosso país, de tantas diferenças sociais, um filme apresentar s guerra como solução para a violência, estigmatizar ONGs como amigos de traficantes e mostrar ações sociais como algo banal. Sou professora na comunidade de Paraisópolis – a segunda maior e menos violenta de São Paulo – e acredito sinceramente nas ações sociais das instituições Página 11 ali presentes. Não seria ingênua de acreditar que a luta contra o tráfico prescinde das tropas de elite, mas acho que seria importante destacar que essas ações são apenas paliativas, e não a solução para esse problema. Andréia Morais (In: Folha de São Paulo, 24/10/2007, p. 3) Você acabou de ler dois textos cuja classificação, como gênero textual, é carta. E-mail Repare então que, como práticas sociocomunicativas, é possível a variação de um mesmo gênero quando se modificam a linguagem, as intenções dos participantes, os objetivos do locutor. Além disso, um gênero pode sofrer uma “transmutação”. Veja o exemplo. Como é possível perceber, o texto anterior é um e-mail enviado de Ana para Maria. O e-mail, gênero atualmente muito utilizado, não deixa de ser uma variação da carta. Página 12 Assim, além do conteúdotemático e do estilo, um gênero se distingue também pela forma de sua composição. É possível constatar sem esforço, que não é fácil demarcar um número que limite os gêneros textuais na atualidade. Pode-se falar em gêneros diversos que vão do manual de instrução, da bula de remédio, carta-postal e telegrama ao texto científico, resenhas e artigos, além de textos literários, romances, poemas e crônicas, e de textos técnicos – requerimento, atas e ofícios; pensando ainda nos quadrinhos, nas charges, nas receitas de bolo, outdoors, nas letras das músicas, etc. O texto e seu contexto Os textos que circulam pelo mundo apresentam características e funções específicas e, logicamente, um público próprio. Essas características permitem que os aspectos de textualidade, tais como coesão e coerência, técnicas de elaboração e argumentação, impessoalidade no discurso, sejam abordados. O texto é resultado de uma interação entre sujeitos. O texto escrito terá sempre um destino, portanto, além das formas da língua, é preciso entender as condições de produção e todo o processo mental envolvido nessa construção. Assim, mais do que uma aprendizagem meramente conceitual e informativa, ao escrever, você terá a oportunidade de pensar o texto a partir de seu funcionamento, de seu uso, o que, claramente, reflete um contexto social e histórico. A enorme diversidade de atividades sociais que existem hoje em dia provocou o aparecimento de discursos bem específicos e, portanto, de diversos gêneros. Os diferentes gêneros Atualmente, há inúmeros gêneros, o que se tornou até mesmo difícil de mensurar. Assim, para executar um trabalho qualquer ou acessar uma situação de comunicação em que seja entendido e entenda, é preciso determinar qual o gênero e o tipo de discurso que são efetivamente necessários. Página 13 Criar condições para que você possa pensar sobre a significação das palavras e suas possíveis construções é o propósito desta aula. Para aprender a produzir um texto que apresente certas características, é necessário entrar em contato com o “corpus” textual* deste gênero para que, em situações definidas, sirva sempre como referência. *“corpus” textual é um conjunto de textos selecionados que servirão de base para análise terminológica Na universidade determinados gêneros tais como o resumo, a resenha, o artigo são muito importantes para a produção do texto científico. Em determinadas profissões, como as executadas na área de segurança pública, é imprescindível o conhecimento dos elementos que estruturam, por exemplo, o texto técnico. Neste curso você entrará em contato com algumas proposições que buscam eliminar as situações artificiais apresentando passos para a produção específica de um gênero: o texto técnico. Antes disso, no entanto, pense um pouco sobre a linguagem, sobre a palavra , que será o elemento construtor desse gênero realizando os exercícios. Aula 3 – Os diferentes sentidos Um dos elementos “diferenciadores” dos gêneros textuais, além do estilo, da forma, do objetivo etc., reside no entendimento da significação das palavras e suas possíveis construções, pois nem sempre a linguagem apresenta um único sentido. A mesma palavra, empregada em contextos diferenciados, é capaz de ganhar novos sentidos, que podem ser figurados e podem vir carregados de valores. Página 14 Observe a palavra “coração” nos textos a seguir: Anatomia do coração O coração localiza-se na cavidade torácica, no mediastino. Dois terços do seu volume estão situados à esquerda da linha sagital mediana. Esta posição, chamada de levocárdica, é a mais frequente. Variações na posição do coração em relação ao tórax podem ocorrer. A posição mesocárdica, ocorre quando a maior parte do seu volume está situada na porção mediana do tórax. A posição dextrocárdica ocorre quando grande parte de sua massa localiza-se no hemitórax direito. Estes termos são utilizados com frequência ao descrevermos as mal formações congênitas. A forma do coração é aproximadamente cônica, com a base voltada para trás e para a direita, e o ápice para a frente e para a esquerda. Há três faces no coração: a anterior ou esternocostal, sobre a qual os pulmões direito e esquerdo se sobrepõem, deixando exposta apenas uma pequena porção; a face inferior, que repousa sobre o diafragma, recebendo também o nome de face diafragmática; e a face lateral esquerda, formada principalmente pelo ventrículo esquerdo, que produz a impressão cardíaca na face medial do pulmão esquerdo. Estas faces são delimitadas pelas margens cardíacas. A direita é bem definida, sendo chamada de aguda, enquanto que a esquerda ou obtusa é pouco definida. Anteriormente, além dos pulmões, o coração relaciona-se também com o esterno, costelas e músculos intercostais; posteriormente com a aorta descendente, esôfago e veia ázigos; e lateralmente com os pulmões, hilos pulmonares, nervos frênicos e vagos. (In: http://www.manuaisdecardiologia.med.br/Anatomia/anatomia.htm) Repare que no plano do conteúdo, assim como no plano de expressão, a palavra “coração” no texto 1 aparece no seu sentido denotativo. Isto é, é tomada em seu sentido mais usual e sempre literal, com valor objetivo e constante. No entanto, leia o Texto 2, letra de uma música de Ivan Lins e, mais uma vez, busque a palavra “coração”. http://www.manuaisdecardiologia.med.br/Anatomia/anatomia.htm) Página 15 Amor (...) Vem me encantar Me tirar dos confins Fazer festa pra mim Vem coração Acender meus balões Minhas paixões (Ivan Lins / Vitor Martins) Vem afastar as assombrações Arejar meus porões Vem acalmar os meus vendavais Meus temores, meus ais (...)(http://mpbnet.com.br/musicos/olivia.hime/letras/desencanto.htm) Perceba que, ao significado de “coração”, são acrescidos outros significados que são resultantes de valores sociais, outras impressões e sentimentos, novas reações afetivas ou psicológicas que a palavra é capaz de evocar. “Coração” tem, no texto, o sentido de uma pessoa querida e, claro, como este sentido é subjetivo, conotativo, é capaz de mudar de uma época para outra e de uma cultura também para outra. Encontre agora, mais uma vez, em uma propaganda do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, a palavra coração. http://mpbnet.com.br/musicos/olivia.hime/letras/desencanto.htm) http://mpbnet.com.br/musicos/olivia.hime/letras/desencanto.htm) Curso Redação Técnica – Módulo 1 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 16 Qual seria a analogia possível neste caso? O fato do coração representar, socialmente, os sentimentos humanos http://www.nossasaopaulo.org.br/nssp.index.asp Repare que no terceiro texto a palavra “coração” exibe um duplo significado. Pode apresentar o sentido denotativo - “colocamos o coração em tudo o que fazemos”: reporta-se ao coração como órgão pois o hospital é uma referência mundial em cardiologia; ou o sentido conotativo, curiosamente na mesma frase “colocamos o coração em tudo o que fazemos” pois alude a atitude de dedicação profunda de todos aqueles que trabalham no hospital. http://www.nossasaopaulo.org.br/nssp.index.asp Curso Redação Técnica – Módulo 1 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 17 Acepções ■ substantivo masculino 1 Rubrica: anatomia geral. órgão muscular oco, na cavidade torácica, que recebe o sangue das veias e o impulsiona para dentro das artérias; é dividido em duas partes (direito ou venoso, e esquerdo ou arterial) por um septo musculomembranoso, e cada metade contém uma câmara receptora (aurícula) e uma câmara ejetora (ventrículo) 2 Derivação: por extensão de sentido. a parte anterior do tórax, onde se sente pulsar o coração; peito Ex.: levar a mão ao c. (...) 6 Derivação: sentido figurado. a parte mais central ou mais profunda de algo; âmagoEx.: <o c. da floresta> <cresceu no c. de Ipanema> <o c. da alcachofra> (...) 9 Derivação: sentido figurado. a parte mais íntima de um ser; o berço dos sentimentos, das emoções, do afeto, do ânimo, da coragem etc. Ex.: <as razões do c. escapam à lógica> <a novata conquistou o c. de todos> 10 Derivação: por extensão de sentido, sentido figurado. lembrança, memória Ex.: aquelas férias ficaram no c. do menino 11 Derivação: sentido figurado. pessoa a quem se ama 12 Derivação: sentido figurado. qualidade de bom, generoso; bondade Ex.: mulher sem c. 13 Derivação: sentido figurado. feitio moral; caráter, índole, temperamento Ex.: tem o c. obstinado dos fortes Gêneros textuais Se formos ao dicionário encontraremos (muitas vezes de forma não tão abrangente) algumas definições distintas para a palavra coração. Veja: Curso Redação Técnica – Módulo 1 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 18 Finalizando esta aula é importante esclarecer que uma das preocupações principais do curso é oferecer elementos para que você possa perceber a diferença entre a escrita geral, a escrita literária e a escrita técnica, pois só assim será capaz de desenvolver os textos técnicos de acordo com os padrões e as normas vigentes. (http://houaiss.uol.com.br/busca.jhtm?verbete=cora%E7%E3o&stype=k http://houaiss.uol.com.br/busca.jhtm?verbete=cora%E7%E3o&stype=k http://houaiss.uol.com.br/busca.jhtm?verbete=cora%E7%E3o&stype=k Curso Redação Técnica – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 1 Módulo 2 - Redação técnica, científica e literária Neste módulo você aprenderá a identificar os elementos do texto técnico, científico, literário e correspondências oficiais, para produzi-los de acordo com as normas e padrões vigentes. Este módulo está dividido em duas aulas: → Aula 1 – O texto técnico e seus elementos → Aula 2 - Correspondência Oficial Aula 1 – O texto técnico e seus elementos Quando você estava ainda na escola deve ter aprendido a elaborar três tipos de textos – os narrativos, os descritivos e os dissertativos. Essa é a classificação tradicional, porém você estudou anteriormente que, a partir da conceituação desses “tipos”, temos uma infinidade de gêneros textuais. Na vida profissional, no entanto, as pessoas se deparam a todo o momento com a necessidade de produzir textos que, muitas vezes, não foram ensinados, outras espécies de composição que, muitas vezes, não ouviram sequer falar nas salas de aula por onde passaram, tais como: um manual de instrução, a descrição do funcionamento de aparelhos, relatórios, resumos e resenhas científicas, artigos, ou seja, outros gêneros de textos mais técnicos e científicos. Muitos autores falam em texto técnico ou científico como se estivessem sempre, aleatoriamente, entre um ou o outro. É possível dizer que: Curso Redação Técnica – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 2 A expressão redação técnica/científica será utilizada neste curso em um sentido mais amplo, pois estará definida apenas pelas características de linguagem e estruturação que lhes são comuns. A “oposição” que será apresentada em relação à redação literária obedecerá ao mesmo princípio de descrição e diferenciação de linguagens. Texto científico é o texto que revela pesquisa e rigor científico e têm como objetivo a publicação em revistas especializadas ou livros. O texto científico é representado pelas monografias, pelas teses, papers, resenhas e artigos científicos. Texto técnico é o texto mais relativo às profissões. É fundamental nas atividades empresariais e é representado pelas atas, memorandos, circulares, requerimentos, relatórios, avisos dentre tantos outros. Redações técnica/científica As redações técnica e científica vão apresentar características que são regidas pelos mesmos princípios básicos que orientam a estruturação de qualquer texto escrito, ou seja: clareza – coesão e coerência - correção, obediência às normas gramaticais, e objetividade. Assim, é possível definir uma “diferenciação” como a que aparece a seguir: Curso Redação Técnica – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 3 Redações técnica e literária As diferenças da redação de um texto técnico/ científico para a redação de um texto literário: Redação técnica/ científica Redação literária Precisão do vocabulário, a exatidão dos pormenores. Vocabulário de expressividade linguística, busca pela tradução da imaginação Imparcialidade e comunicabilidade: eficácia e a exatidão da comunicação Elaboração artística da frase, preocupação estética. Subjetividade e criação da ficção. Objetivo: esclarecer, informar Objetivo: entreter Traduz-se em objetividade Sobrecarrega-se de impessoalidade Abolição de construções dúbias ou que permitam mais de um significado Sentido figurado: uso de metáforas ou de frases que possam ter dupla significação Uniformidade na estrutura, na terminologia e no estilo. Multiplicidade de estruturas, terminologias e estilo. Linguagem denotativa Linguagem conotativa Função referencial Função poética - É importante distinguir as funções da linguagem. Consulte: http://www.brasilescola.com/redacao/as- funcoes-linguagem.htm http://www.brasilescola.com/redacao/as- Curso Redação Técnica – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 4 Parabéns por adquirir um mouse sem fio da Microsoft, que inclui: 1. Mouse sem fio 2. Receptor (versão para desktops ou notebooks, dependendo do seu modelo de mouse) 3. Uma ou mais pilhas para o mouse sem fio, dependendo do seu modelo de mouse. 4. CD com o software de mouse Microsoft IntelliPoint 5. Este Guia de Introdução (In: Guia de Introdução. Produtos de mouse sem fio da Microsoft. p. 18) Os elementos do texto técnico Veja agora os elementos que estão presentes na estruturação de um texto técnico. Os textos técnicos apresentam em sua estrutura dois elementos: A descrição de objeto e a descrição de processo. Veja cada um deles: Descrição de objeto – é uma representação verbal que irá qualificar um elemento apresentando suas características. Observe o exemplo: Descrição de processo – é a representação, também verbal do funcionamento de um elemento. A ênfase é dada na ação que é bem detalhada (no texto literário é a elaboração da narrativa, do suspense). O corpo de quase todos os relatórios técnicos é uma descrição de processo e exige conhecimento do assunto. Observe o exemplo: Curso Redação Técnica – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 5 Exemplo do mouse sem fio (In: Guia de Introdução. Produtos de mouse sem fio da Microsoft. p. 20) A descrição não é um processo exclusivo da estruturação do texto técnico. Com certeza ela pode ser também da literária. No entanto, veja a diferença, a partir da leitura de um fragmento do romance Senhora, de José de Alencar, transcrito abaixo. O que, então, distingue os textos é o objetivo, o estilo e o ponto de vista. A descrição que José de Alencar faz de Aurélia é muito diferente de qualquer outra descrição mais objetiva e informativa. Curso Redação Técnica – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 6 Seriam nove horas do dia. Um sol ardente de março esbate-se nas venezianas que vestem as sacadas de uma sala, nas Laranjeiras. A luz coada pelas verdes empanadas debuxa com a suavidade do nimbo o gracioso busto de Aurélia sobre o aveludado escarlate do papel que forra o gabinete. Reclinada na conversadeira com os olhos a vagar pelo crepúsculo do aposento, a moça parece imersa em intensa cogitação. O recolho apaga-lhe no semblante, como no porte,a reverberação mordaz que de ordinário ela desfere de si, como a chama sulfúrea de um relâmpago. Mas a serenidade que se derrama por toda a sua pessoa, se de alguma sorte desmaia a cintilação de sua beleza, a embebe de um fluido inefável de meiguice e carinho, que a torna irresistível. Seus olhos já não têm aqueles fulvos lampejos, que despedem nos salões, e que, a igual do mormaço crestam. Nos lábios, em vez do cáustico sorriso, borbulha agora a flor d’alma a rever os íntimos enlevos. Sombreia o formoso semblante uma tinta de melancolia que não lhe é habitual desde certo tempo, e que não obstante se diria o matiz mais próprio das feições delicadas. Há mulheres assim, a quem um perfume de tristeza idealiza. As mais violentas paixões são inspiradas por esses anjos de exílio. (In:http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_co mpletas/s/senhora) http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_co Curso Redação Técnica – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 7 O relatório é um documento no qual se expõe o relato de uma ocorrência, da execução de serviços, de fatos da administração pública ou privada, ou ainda o resultado de uma pesquisa ou investigação. Aula 2 - Correspondência oficial Os tipos de correspondência oficial são: relatório, ofício, ata, exposição de motivos, memorando, requerimento, e-mail e despacho, muito utilizado hoje em dia. Nesta aula você ficará sabendo como são elaboradas essas correspondências oficiais. Veja a seguir as características dos tipos de correspondência, começando pelo relatório: Relatório a quem se destina; sua periodicidade (regular ou eventual); e o que se quer comunicar(ocorrência, pesquisa). O texto do relatório, quando necessário, é acompanhado de gráficos, tabelas, ilustrações, mapas, diagramas... Enfim, tudo o que ajude a esclarecer ou detalhar as informações nele contidas. Muitas vezes, é encaminhado como anexo de um ofício a depender dos trâmites internos da instituição. Lembre-se que como aprendeu no módulo 1, você decide o que e como escrever. Por isso, antes de iniciar, planeje o conteúdo de seu relatório, sempre pensando: Um bom relatório traz todas as informações necessárias ao alcance de sua finalidade, que depende de aspectos como: Curso Redação Técnica – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 8 Lancei as informações essenciais para alcançar os objetivos previstos? Os dados são apresentados com correção e fidedignidade? O texto está claro, objetivo e coeso? Os fatos são narrados em ordem cronológica? Há correção textual? A linguagem está adequada ao contexto? A apresentação está adequada? Considerei os aspectos estéticos exigidos? Muito utilizado para os mais diversos fins, traz os assuntos em ordem cronológica, com títulos que orientam os eixos de apresentação. Este pode ser bem sintético ou mais detalhado. Um exemplo de relatório mais detalhado pode ser visto no site da Petrobrás. Confira em: http://www.portacurtas.com.br/relatorios/2007%5F1/ Ao concluir seu relato, releia o texto. Lembre-se da dica de Stephen Kanitz, revise seu texto e verifique: O relatório pode ser apresentado em diferentes formatos: Em tópicos Para quem vou escrever? Qual é o meu objetivo? Que canal de comunicação utilizarei? Qual a melhor forma de comunicar o que quero? http://www.portacurtas.com.br/relatorios/2007_1/ Curso Redação Técnica – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 9 Apresenta o assunto descrito detalhadamente e beneficia a análise profunda e minuciosa do tema relatado. Um exemplo deste tipo de relatório pode ser visto no site do Ministério da Justiça sobre o uso de celulares em presídios. Confira em: http://www.mj.gov.br/main.asp?Team=%7BDFCCBE36%2D4D36%2D4650%2DB6DA%2DE68546 FD1E4E%7D É muito comum o uso de formulários pré estabelecidos para realização de relatórios, principalmente, no caso de relatórios regulares a serem preenchidos por diversos setores. Neste caso, cabe apenas o preenchimento das lacunas disponíveis, observando se as qualidades textuais das quais já falamos anteriormente. Em texto discursivo Partes do relatório As normas técnicas estabelecem como partes do relatório os seguintes itens: 1. Título (identificação clara do relatório). 2. Vocativo (a quem se dirige o relatório). 4. Local e data. 5. Assinatura. 6. Anexos (quando necessário). http://www.mj.gov.br/main.asp?Team=%7BDFCCBE36%2D4D36%2D4650%2DB6DA%2DE68546 Curso Redação Técnica – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 10 Modelo de Relatório Relatório Síntese de Auditoria em Reforma de Prédio Em cumprimento à solicitação de auditoria no Prédio X, os auditores Fulano de Tal e Beltrano de Souza verificaram a veracidade das denúncias realizadas pelos condôminos proprietários dos apartamentos 1204 e 603 no que diz respeito ao desvio de dinheiro de obras realizadas no referido imóvel no período de maio a julho de 2007. No dia 30 de agosto de 2007, foram feitas nas dependências do prédio vistoria detalhada dos ambientes que passaram por reforma, dos projetos de reforma e dos documentos apresentados como comprovação de gastos. A partir desta análise, concluiu-se que: 1 – Houve modificação nos projetos iniciais propostos pelo síndico em reunião no mês de fevereiro de 2007 e aprovados em assembléia. 2 – O material de construção utilizado na obra é nitidamente inferior ao anunciado no projeto aos condôminos. 3 – Os requisitos de segurança, durante a reforma, não foram atendidos, colocando em risco os moradores que circulavam pela área reformada. 4 – A documentação trabalhista dos pedreiros contratados está irregular. 5 – Não há recibos de todo o material comprado e apresentado nas planilhas de custo apresentadas. 6 – Ao ser arguido a respeito do restante da documentação, o síndico recusou-se a prestar esclarecimentos. 7 – Sugiro que sejam tomadas as medidas previstas em Regimento Interno do Condomínio e previstas em lei. 8 – Cópias dos documentos analisados, os demonstrativos de falhas nas planilhas de custo e as análises da vistoria in loco foram encaminhados no próprio dia da visita aos solicitantes da auditoria. Brasília-DF, 10 de setembro de 2007 Fulano de Tal Beltrano de Souza Curso Redação Técnica – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 11 Dentre os tipos de texto técnicos escritos, o ofício é, sem dúvida, um dos mais utilizados seja no serviço público ou em empresas privadas. É utilizado com as mais diversas finalidades, como troca de informações administrativas, solicitações, convites, agradecimentos, felicitações, estabelecimento de uma ordem, entre outras tantas possibilidades. Seu conteúdo é formal, exigindo um registro culto da linguagem. Como, geralmente, é dirigido a autoridades, é imprescindível a observação criteriosa ao tratamento exigido para cada cargo. O ofício pode ser um documento que encaminha anexos. Nesse caso, deve ser o mais objetivo possível, evitando explicações irrelevantes ao contexto. Ofício A carta apresenta as mesmas características de um ofício com a diferença de que é considerada documento semi-oficial. Quando multidirecionados (enviados a mais de uma pessoa) a um público interno e subordinado ao remetente, os ofícios e cartas assumem o caráter de circular. Curso Redação Técnica – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 12 Partes do ofício Partes do ofício 1. Cabeçalho (com timbre ou nome da instituição). Nas repartições e empresas, é muito comum usar papel timbrado. 2. Número de emissão do ofício, seguido de barra oblíqua e o ano da emissão.3. Local e data (o mês vem escrito por extenso). 4. Assunto: sumário do assunto tratado no ofício. 5. Vocativo: deve observar o pronome de tratamento adequado. 6. Texto: dividido em parágrafos numerados à esquerda. 7. Despedida: formal e objetiva. 8. Assinatura: acompanhado do nome completo e do cargo do emissor. 9. Destinatário: nome; cargo; local. No modelo do Manual de Redação da Presidência a seguir, dispensa-se essa parte do ofício Modelo de ofício O modelo a seguir consta do Manual de Redação da Presidência da República. No entanto, ao redigir ofícios e outros documentos técnicos, deve-se sempre verificar se a instituição em que se trabalha segue algum padrão ou manual próprio. Curso Redação Técnica – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 13 [Ministério] [Secretaria/Departamento/Setor/Entidade] 5 cm [Endereço para correspondência] [Endereço - continuação] [Telefone e Endereço de Correio Eletrônico] Ofício n o 524/1991/SG-PR Brasília, 27 de maio de 1991. A Sua Excelência o Senhor Deputado [Nome] Câmara dos Deputados 70.160-900 – Brasília – DF Assunto: Demarcação de terras indígenas Senhor Deputado, 2,5 cm 1. Em complemento às observações transmitidas pelo telegrama n o 154, de 24 de abril último, informo Vossa Excelência de que as medidas mencionadas em sua carta n o 6708, dirigida ao Senhor Presidente da República, estão amparadas pelo procedimento administrativo de demarcação de terras indígenas instituído pelo Decreto n o 22, de 4 de fevereiro de 1991 (cópia anexa). 3 2.Em sua comunicação, Vossa Excelência ressalva a necessidade de que – na definição e demarcação das terras indígenas – fossem levadas em consideração as características sócio-econômicas regionais. 3. Nos termos do Decreto n o 22, a demarcação de terras indígenas deverá ser precedida de estudos e levantamentos técnicos que atendam ao disposto no art. 231, § 1 o , da Constituição Federal. Os estudos deverão incluir os aspectos etno-históricos, sociológicos, cartográficos e fundiários. O exame deste último aspecto deverá ser feito conjuntamente com o órgão federal ou estadual competente. (297 x 210mm) 1 ,5 c m Curso Redação Técnica – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 14 3,5 cm 4. Os órgãos públicos federais, estaduais e municipais deverão encaminhar as informações que julgarem pertinentes sobre a área em estudo. É igualmente assegurada a manifestação de entidades representativas da sociedade civil. 5. Os estudos técnicos elaborados pelo órgão federal de proteção ao índio serão publicados juntamente com as informações recebidas dos órgãos públicos e das entidades civis acima mencionadas. 6. Como Vossa Excelência pode verificar, o procedimento estabelecido assegura que a decisão a ser baixada pelo Ministro de Estado da Justiça sobre os limites e a demarcação de terras indígenas seja informada de todos os elementos necessários, inclusive daqueles assinalados em sua carta, com a necessária transparência e agilidade. Atenciosamente, [Nome] [cargo] Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/index.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/index.htm Curso Redação Técnica – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 15 É o documento que registra de modo objetivo, claro e fidedigno as ocorrências de uma reunião ou assembléia. A ata tem valor administrativo ou legal e, por isso, deve ser redigida de forma a não permitir qualquer modificação posterior. Para tanto, é preciso tomar alguns cuidados: Ata → Se a ata for manuscrita deve ser escrita em livro destinado especificamente a esse fim, o qual deve ter termo de abertura e todas as páginas numeradas. Se for digitada, deve ser arquivada em pasta específica, sendo organizada por data. → Deve ser redigida em linhas corridas sem parágrafos ou alíneas de maneira a ocupar todo o espaço da página, evitando espaços em que possa haver acréscimos ou alteração do texto. → Não deve apresentar rasuras emendas ou uso de corretivo. Se houver erro no momento da redação, deve-se usar a palavra “digo” e apresentar a retificação ou apresentar errata ao final do texto. → Não são admitidas abreviaturas de palavras ou expressões e os números devem vir escritos por extenso. Números extensos devem, ainda, vir em algarismos, entre parênteses. Partes da Ata Título (identifique a reunião). Data (escreva sempre por extenso). Local (indique o local onde está sendo realizada a reunião). Finalidade (diga qual o objetivo da reunião). Presidência (indique quem está presidindo a reunião). Discussão/votação e deliberações (escreva o que foi discutido, votado e aprovado). Curso Redação Técnica – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 16 Ao redigir uma ata, o mais importante é registrar com clareza todas as informações fundamentais discutidas na reunião! Encerramento (finalize a ata). Local, data e assinatura (assinam a ata todos os presentes ou o presidente e o secretário da reunião como seus representantes) Modelo de ata Ata da reunião extraordinária para aprovação de despesa imprevista pela Empresa X Ata da reunião extraordinária para aprovação de despesa imprevista, realizada pela diretoria colegiada e conselho fiscal da Empresa X em nove de março de dois mil e oito, no gabinete da Direção-Geral da empresa, em seu edifício-sede situado em Marília - São Paulo. A reunião foi presidida pelo Diretor-Financeiro, José Luz da Rocha, secretariada por Antônio Meira e contou com a presença do Diretor de Recursos Humanos, Marcelo Firmino, do Diretor de Operações, Afonso Quezada, e de todos os integrantes do Conselho Fiscal da empresa, à exceção do Sr. Rogério Meira, cuja ausência foi previamente justificada. Inicialmente foi lida e aprovada a ata da reunião anterior, à exceção da seguinte ressalva: onde constou ‘vinte mil unidades de matéria-prima’, leia-se ‘trinta mil unidades de matéria-prima’. Em seguida o Diretor- Financeiro solicitou ao Diretor de Operações que apresentasse suas estimativas de necessidade de realização de serviço extraordinário nas unidades fabris do estado do Paraná para o próximo trimestre, sendo atendido na forma de uma apresentação audiovisual que definiu os motivos para a realização de sete mil e duzentas horas extras por um total de mil e duzentos funcionários no período. Os aspectos relacionados à legislação trabalhista foram integralmente aprovados pelo Diretor de Recursos Humanos, e colocou-se em votação aberta junto ao conselho fiscal a disponibilização dos recursos para pagamento desta despesa não incluída no Plano Plurianual da Empresa X, resultando em aprovação unânime e imediata autorização de desembolso concedida ao Diretor-Financeiro. O Conselheiro Aníbal Pinheiro propôs a recomendação de que uma metodologia para estimativa de realização de serviço extraordinário seja incorporada a futuros planos plurianuais, tendo a moção sido aprovada por todos os presentes, e imediatamente incluída na pauta da próxima reunião ordinária da Diretoria Financeira. Nada mais havendo a tratar, foi lavrada por mim, Antônio Meira, a presente ata, assinada por todos os presentes acima nominados e referenciados. (Seguem assinaturas a partir do secretário que lavrou a ata) Curso Redação Técnica – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 17 A exposição de motivos é, originalmente, um texto destinado a iniciar processo legislativo vinculado à elaboração de decretos ou leis, encaminhadas ao Chefe do Poder Executivo. Na exposição de motivos, o assunto deve ser resumido em itens e argumentado; a legislação citada deve ser transcrita e a conclusão deve ser clara e objetiva. Este documentodeve ser redigido a fim de fornecer as informações necessárias a fundamentar a tomada de decisões. Traz um preâmbulo à matéria em análise e não deve conter exposições doutrinais, nem pronunciar- se sobre o que não consta do texto que antecede. Fonte: http://www.efetividade.net/2007/09/13/modelo-de-ata-desempenhe-o- secretariado-de-reunioes-com-efetividade/ Exposição de Motivos Modelos de exposição de motivos - Exposição de Motivos Oficial: EM No 35/MF SUBCHEFIA DE ASSUNTOS PARLAMENTARES Brasília, 15 de março de 2007. Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Tenho a honra de submeter à apreciação de Vossa Excelência o anexo projeto de lei, que regulamenta o parágrafo único do art. 116 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código http://www.efetividade.net/2007/09/13/modelo-de-ata-desempenhe-o- Curso Redação Técnica – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 18 Tributário Nacional (CTN), com a redação dada pela Lei Complementar nº 104, de 10 de janeiro de 2001. 2. O art. 1º prevê a possibilidade de que a autoridade administrativa, para efeitos tributários, desconsidere atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador de tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, excetuado as hipóteses de que trata o inciso VII do art. 149 do CTN. 3. São passíveis de desconsideração os atos ou negócios jurídicos que visem reduzir o valor de tributo, evitar ou postergar o seu pagamento ou ocultar os reais elementos do fato gerador ou a real natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária. 4. Estabelecem os arts. 2º a 5º os procedimentos a serem adotados pela administração tributária no tocante à matéria, suprindo exigência contida no parágrafo único do art. 116 do Código Tributário Nacional, 5. Os arts. 2º, 3º e 4º determinam que a desconsideração do ato ou negócio jurídico será efetuada mediante ato da autoridade administrativa que instaurar o procedimento de fiscalização, fixa prazo para a autoridade administrativa proferir a decisão, bem como para o sujeito passivo recolher os tributos com encargos moratórios na hipótese de desconsideração. 6. O art. 5º submete, na hipótese de desconsideração, o lançamento do crédito tributário ao processo administrativo de determinação e exigência do crédito tributário, estabelecido pelo Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, de forma a preservar o princípio do contraditório e da ampla defesa. 7. Finalmente, prevê o art. 6º a possibilidade de edição por parte da Secretaria da Receita Federal do Brasil de atos normativos necessários à aplicação dos aludidos procedimentos. Respeitosamente, GUIDO MANTEGA Ministro de Estado da Fazenda Curso Redação Técnica – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 19 - Exposição de Motivos – justificativa EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS Caros colegas, Esta coordenação do Curso de Engenharia Civil gostaria de ressaltar algumas mudanças realizadas na estrutura curricular do curso. O curso teve sua carga horária reduzida para 247 créditos e 3.810 horas, sem que tenha havido prejuízo ao curso, pelo contrário, a estrutura curricular está rica em componentes de conhecimentos necessários á atividade do engenheiro. Esta diminuição foi ocasionada em razão de retirada de algumas disciplinas e diminuição da carga horária de outras. Por outro lado, aumentou-se a carga obrigatória mínima para estágio curricular para 150 hs, com 03 créditos. Além disso, o aproveitamento do estágio como disciplina optativa, em complementação da carga obrigatória, ficou com apenas 03 créditos. Isto porque entendemos que era demais o aluno fazer 360 hs de estágio e com isso receber 03 CR como obrigatório e 06 CR como optativa. Em atendimento às recomendações do MEC – Ministério de Educação, inserimos como componente curricular o Trabalho de Conclusão do Curso, com 03 créditos obrigatórios (não houve acréscimos de créditos na estrutura porque usamos os créditos poupados no estágio curricular), inclusive, é bom ressaltar que este foi um ponto de conceito negativo quando na avaliação do curso em novembro de 2004. Outro ponto merecedor de destaque no Projeto Político Pedagógico do curso está no aumento de créditos optativos a serem obrigatoriamente cursados pelos alunos concluintes. Na estrutura vigente, os concluintes teriam que cursar 22 créditos de optativas, agora esta obrigatoriedade cresceu para 26 créditos, pois entendemos que seria lamentável oferecermos várias disciplinas de conteúdo específico do curso e quase nenhum aluno se matricular nelas, em razão da pressa em se formar, perdendo, assim, uma grande oportunidade em aumentar seus conhecimentos. Atenciosamente, Ana Cristina Taigy Coordenadora do Curso de Engenharia Civil Fonte: http://www.ct.ufpb.br/ccgec/material_recebido/ppp/exposicao_de_motivos.htm http://www.ct.ufpb.br/ccgec/material_recebido/ppp/exposicao_de_motivos.htm Curso Redação Técnica – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 20 Documento escrito de uso interno em instituições públicas e empresas que visa à comunicação de decisões, políticas ou instruções. Algumas organizações já trazem o modelo de memorando em impresso próprio. Ao se redigir memorandos, deve-se usar uma linguagem simples, direta e objetiva, sem rebuscamentos, tendo em vista que é dirigida a funcionários e não a autoridades como é o caso do ofício e da carta. O memorando deve ser feito em duas vias para que uma delas seja arquivada com data e assinatura indicativa de ciência. Memorando Partes do memorando Timbre da instituição. Número do memorando. Remetente. Destinatário. Indicação do assunto. Local e data. Texto. Despedida. Assinatura e cargo. Curso Redação Técnica – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 21 Timbre da instituição Modelo de Memorando 4 cm Memorando n.º /07 Local, de de 2007. De: Setor emitente Para: Setor e nome do destinatário Assunto: Modelo de Memorando 2 cm Pronome de tratamento e cargo do destinatário, Memorando Memorando Memorando Memorando Memorando 2 cm 3 cm Memorando Memorando Memorando Memorando Memorando Memorando Memorando Memorando Memorando Memorando Memorando Memorando Memorando Memorando Memorando. Memorando Memorando Memorando Memorando Memorando Memorando Memorando Memorando Memorando Memorando Memorando Memorando. Cordialmente, (Nome do signatário) (Cargo) Órgão – Endereço Eletrônico Endereço 2 cm Curso Redação Técnica – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 22 Documento no qual o interessado, após identificar e se qualificar, apresenta sua solicitação à autoridade competente. O requerimento possui características próprias e pode ser digitado ou manuscrito. Após o vocativo, deixam se aproximadamente dez espaços destinados ao despacho da autoridade competente, finalizando com pedido de deferimento à solicitação. É muito comum encontrar modelos prontos com espaço para o preenchimento apenas do conteúdo da solicitação. O abaixo assinado é um tipo de requerimento feito coletivamente. Mesmo sendo um requerimento, traz um espaçamento menor, tendo em vista que nele vão muitas assinaturas. Requerimento O requerimento, quando necessário, pode trazer outros documentos como anexo. Neste caso, isso deve ser indicado ao final. Partes do Requerimento Vocativo (acompanhado do cargo ocupado pelo destinatário). Texto (identificação do requerente; solicitação e sua justificativa). Encerramento (Nestes termos pede deferimento ou similar). Local e data. Assinaturado requerente. Curso Redação Técnica – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 23 Modelo de Requerimento Ao Sr. Nome do Destinatário Cargo ocupado REQUERIMENTO Nome do requerente, brasileiro, casado, brasiliense, portador do registro de identidade de n° 0X0.0X0 – S e do CPF n° 000.000.000-00, residente e domiciliado na cidade de Brasília, no endereço tal , vem respeitosamente requerer ao senhor que lhe seja concedido ....................................... Nestes termos pede deferimento. Brasília, de de 2007 Nome do requerente Anexo: documento XXXX Curso Redação Técnica – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 24 Despacho É normalmente um texto curto para encaminhamento de processos que traz decisão proferida pela autoridade administrativa sobre questão submetida à sua apreciação, podendo ser favorável ou desfavorável à pretensão solicitada. Se for apresentado à parte do documento de origem (memorando, ofício, etc...) deve ser numerado, e constar número do documento de origem e a referência. Nestes casos, muitas vezes, configura-se mais longo e detalhado, como por exemplo em despachos publicados em Diário Oficial. Para evitar desnecessária emissão de novas comunicações, os despachos normalmente são dados no próprio documento, de forma manuscrita, e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação. Esse procedimento permite formar uma espécie de processo simplificado, assegurando maior transparência à tomada de decisões, e permitindo que se construa um histórico do andamento do assunto tratado. Os despachos configuram-se como atos administrativos e podem constituir-se de uma palavra (Aprovo, Autorizo, Indefiro, etc), de duas palavras (De acordo, etc.) ou de muitas palavras. O fundamental é que esclareça com o que a autoridade está de acordo e qual a consequência disso. Nesse sentido, apresenta-se como: Decisório: apresenta de forma conclusiva a decisão da questão suscitada, em resposta ao pedido formulado; Interlocutório: apresenta encaminhamento da matéria para análise ou para outras providências que o caso concreto requeira. Partes do despacho: Título: Despacho; Texto: teor da decisão; Data (dia, mês e ano); Assinatura: nome e cargo ou função da autoridade que exara o despacho (carimbo). Curso Redação Técnica – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 25 Exemplos de Despacho: Exemplo 1 - Apresenta-se à parte de documento de origem: Fonte: http://www.datadez.com.br/content/legislacao.asp?id=69094 Exemplo 2 - Apresenta-se, de forma manuscrita, no documento de origem: Despacho nº 67/2008 20/8/2008 DESPACHO CONFAZ Nº 67, DE 19 DE AGOSTO DE 2008 DOU 20.08.2008 Torna sem efeito o Despacho do Secretário-Executivo nº 63/08. O Secretário Executivo do Conselho Nacional de Política Fazendária - CONFAZ, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo inciso IX, do art. 5º do Regimento desse Conselho, torna sem efeito o Despacho do Secretário-Executivo nº 63, de 15 de agosto de 2008, que publicou o Protocolo ICMS 76/08, de 14 de agosto de 2008, que estabelece obrigatoriedade da Escrituração Fiscal Digital - EFD para os contribuintes mencionados, publicado no Diário Oficial da União do dia 18 de agosto de 2008, Seção 1, páginas 18 a 88. MANUEL DOS ANJOS MARQUES TEIXEIRA Despacho Ao Departamento Pessoal, Para encaminhamento da solicitação do servidor de adiamento de férias. Em 15 de agosto de 2009. (Assinatura) (carimbo) http://www.datadez.com.br/content/legislacao.asp?id=69094 Curso Redação Técnica – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 26 A revolução eletrônica, embora muitos pensem que não, revalorizou a prática da escrita Um e-mail é rápido. Depois de enviado não é mais possível alterá-lo. E, caso haja erro, esse fica registrado. Os e-mails podem ser impressos, copiados e encaminhados. O que significa que podem se tornar públicos rapidamente. Não há rascunho, é verdade, mas é sempre possível revisá lo. Não há motivos para excluir o dicionário e a prática de revisão e releitura. Pensando nisso, é importante seguir algumas regras. E-mail Regras para a produção de um e-mail: 1. Identifique sempre o assunto do seu e-mail. A linha de assunto deve ser objetiva e sintetizar o que você quer. 2. Escreva sempre o nome de seu interlocutor. Se não fizer isto, a tendência é que ele pense não ser com ele. 3. Combine letras maiúsculas e minúsculas, da mesma forma que na escrita comum. Cartas em papel não são escritas somente com letras maiúsculas; na Internet, escrever em maiúsculas é o mesmo que gritar! 4. É boa prática deixar linhas em branco entre blocos de texto. Dessa forma, o texto fica organizado e mais fácil de ler. 5. A linguagem do e-mail deve ser clara e objetiva. Redija textos sem erros gramaticais. Curso Redação Técnica – Módulo 2 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 27 6. A linguagem do e-mail deve ser adequada ao seu objetivo e ao seu interlocutor. Você usa o "vc", o "qdo", o "abs", “bjus”, “oieeee”, os símbolos "[]s", ":)" etc, quando escreve em situações muito informais. Portanto, não abrevie. 7. A linguagem que você utiliza virtualmente é muito importante. O conteúdo das mensagens, o estilo da linguagem, a apresentação dos e-mails que você envia acabam por refletir qual é a sua imagem. 8. Releia o que escreveu, revise, corrija, e assine antes de enviar. Referência: Manual de Netiqueta ( http://www.icmc.sc.usp.br/manuals/netiqueta.html ) http://www.icmc.sc.usp.br/manuals/netiqueta.html Curso Redação Técnica – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 1 As abreviaturas são formas reduzidas de apresentação de palavras. Ao contrário do que muitos pensam, o uso de abreviaturas segue a uma organização que merece ser observada. Na maior parte das vezes, as abreviaturas são apresentadas com letras maiúsculas, mas isso não ocorre sempre. Módulo 3 - Revisão gramatical Neste módulo você terá a oportunidade de rever pontos principais do estudo da gramática que contribuem para o uso da norma culta em textos oficiais. Este módulo está dividido em 4 aulas: → Aula 1 – Siglas e abreviaturas → Aula 2 – Acentuação gráfica → Aula 3 – Utilização da crase → Aula 4 – Emprego dos pronomes Aula 1 - Abreviaturas e siglas Abreviaturas Eis alguns pontos importantes: As abreviaturas são finalizadas com ponto final: Exemplo: p. (página) pp. (páginas) Exmo. (Excelentíssimo) No geral, abreviamos as palavras, retirando a sílaba inicial e a primeira letra da segunda sílaba: Exemplo: dic. (dicionário) lit. (Liturgia) Se a segunda sílaba iniciar por duas consoantes, escrevem-se as duas. Exemplos: carr. (carroceria) Restr. (restrição) Curso Redação Técnica – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 2 Importante! Em documentos oficiais, não se abrevia quando se dirige ao Presidente da República. Os nomes geográficos de estados e países não vêm acompanhados por ponto e trazem todas as letras maiúsculas. Os nomes dos meses são abreviados com as três letras iniciais, à exceção de maio que não é abreviado. Para saber mais consulte: Veja em: http://www.revisoeserevisoes.pro.br/lng/pt/gramatica_abreviaturas.php No plural, as letras maiúsculas de pronomes de tratamento se dobram: Exemplo: VV. SS. (Vossas Senhorias) SS. MM. (Suas Majestades) Maiúsculas dobradas indicam também o superlativo dos pronomes de tratamento: Exemplo: DD (Digníssimo) MM (Meritíssimo) Os acentos e hífens são mantidos quando são usadas as sílabas em que estão na abreviatura: Exemplo: Clín. (Clínica) m.-q.-perf.(Mais-que-perfeito) Símboloscientíficos dispensam o ponto final e não admitem s indicativo de plural, pois não são considerados abreviaturas: Exemplo: C (Carbono) h (hora ou horas) http://www.revisoeserevisoes.pro.br/lng/pt/gramatica_abreviaturas.php Curso Redação Técnica – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 3 Sigla é a abreviatura formada de iniciais ou primeiras sílabas de expressões que representam instituição, órgão, departamento, setor, associações, etc. Siglas Muitas siglas são tão usadas no cotidiano que substituem de fato o próprio nome da instituição que representam: Exemplos: STF (Supremo Tribunal Federal) OIT (Organização Internacional do Trabalho) IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) No tocante à incorporação da sigla ao cotidiano comunicativo, é curioso observar que já são tratadas como palavra capaz de sofrer flexões de número e grau (na linguagem popular), bem como permite o surgimento de palavras novas, delas derivadas. Veja: Exemplos: APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais): APAES (plural) CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito): CPIzinha (diminutivo pejorativo) PT (Partido dos trabalhadores): petista (palavra derivada). Curso Redação Técnica – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 4 Você sabe o que significam as siglas abaixo? Se não souber, não se preocupe! Há inúmeros dicionários disponíveis para pesquisa de Siglas, tamanha é sua utilidade na comunicação atual. Eis um exemplo: http://www.siglas.com.br/?t=s&s Deve-se observar ainda como se grafam as siglas: Com todas as letras maiúsculas, siglas que têm até quatro letras: Exemplos: CES (Conselho Estadual de Saúde) MJ (Ministério da Justiça) UCB (Universidade Católica de Brasília) Com apenas a letra inicial maiúscula, siglas com cinco ou mais letras: Exemplos: Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Unicamp (Universidade de Campinas) Dirigi-me ao CNPq para declarar meu apoio ao candidato que o Ibope indicou como possível vencedor na disputa proposta pela Unesco e que definiria o responsável por pesquisas em educação no Brasil. Importante! Em geral, ao utilizar uma sigla em um texto qualquer, inclusive no gênero epistolar, como a redação oficial que você estudou aqui, escreve-se inicialmente a expressão por inteiro e, entre parênteses, apresentamos a sigla. A partir da apresentação desta ao leitor do texto, pode-se utilizar, neste mesmo texto, apenas a sigla. http://www.siglas.com.br/?t=s&s http://www.siglas.com.br/?t=s&s Curso Redação Técnica – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 5 O que vale de regra para um, muitas vezes serve de contra-regra para o outro. Acentuam-se oxítonas terminadas na vogal a (cajá), mas não se acentuam as paroxítonas terminadas em a (menina). Você sabe identificar a sílaba tônica das palavras? Como você pronuncia pernicioso? Aula 2 - Acentuação gráfica O português, assim como outras línguas neolatinas, apresenta acento gráfico. Atualmente, usamos apenas o acento agudo (´) e o circunflexo (^). O acento grave (`) restringe-se a marcar a ocorrência de crase. O maior critério utilizado para definir as regras de acentuação é a tonicidade. Lembre-se de que há cinco classificações para as palavras segundo sua sílaba tônica: proparoxítonas; paroxítonas; oxítonas; monossílabas tônicas e átonas. Acento tônico, no entanto, não implica acento gráfico. Para aprender a acentuar, não é necessário decorar qual o acento correto em cada palavra, mas refletir sobre o uso do acento e quando este se faz necessário. Sem dúvida, este é o primeiro passo para acentuar bem. Não decore! Pense! Pernicioso; pernicioso; pernicioso; pernicioso; pernicioso. Acento tônico, no entanto, não implica acento gráfico. Curso Redação Técnica – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 6 De forma geral, acentuam-se as oxítonas que terminam em a, e, o, seguidas ou não de s, bem como as terminadas em em e ens. Dessa forma, não se acentuam as oxítonas terminadas em i e u, e em consoantes: maracujá (s), café (s), você (s), forró (s), paletó (s), armazém, armazéns, urubu, buriti, parar. São acentuados ainda os ditongos abertos eu, ei e oi das palavras oxítonas: troféu; papéis; herói. Classificação das palavras Veja as cinco classificações para as palavras de acordo com a sílaba tônica: Oxítonas (a sílaba tônica é a última) Paroxítonas (a silaba tônica é a penúltima) Acentuam-se as paroxítonas terminadas em: i (s), u (s): biquíni, tênis, bônus. l, n, r, x, ps: notável, hífen, fêmur, tórax, bíceps, fórceps. um, uns: fórum, álbuns. ão (s), ã (s): órfão; órfã, ímã, ímãs ditongo (s): falência, órfãos, pônei, áreas - Não são acentuadas as paroxítonas terminadas nas vogais a, e, o, seguidas ou não de s: carroça; grave; perfeito. - Não são acentuados os ditongos ei e oi da sílaba tônica das paroxítonas: ideia, assembleia e jiboia. - Não são acentuadas as palavras paroxítonas que são homógrafas: para (verbo ou preposição); pela (preposição ou verbo); pelo (substantivo ou verbo); pera (substantivo ou verbo); polo (substantivos). - Não são acentuados os hiatos ee e oo: creem; leem; enjoo e voo. Atenção: Os prefixos anti-, inter-, semi- e super-, embora paroxítonos, não são acentuados graficamente: anti-ibérico, inter-racial, semi-interno, super-requintado. Curso Redação Técnica – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 7 Acentuam-se todas as proparoxítonas: lírico, máquinas, tônicas, fôlego, perdêssemos, etc. Acentuam-se as monossílabas tônicas terminadas em a, e, o, seguidos ou não de s: más; mês; dá-lo e vê-lo. São pronunciadas com menos força e não são acentuadas. Exemplos: de, a, o , e, que, lhe, nos Proparoxítonas Monossílabas Tônicas (a sílaba tônica é a antepenúltima) Monossílabas átonas Outras regras Acentuam-se o i e o u tônicos dos hiatos, quando sozinhos ou seguidos de s: saída, miúdo, faísca. Nas palavras paroxítonas, não são acentuados o i e o u tônicos quando vierem depois de um ditongo: feiura; cheiinho. No entanto, se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final, seguidos ou não de s, tal vogal é acentuada: tuiuiú, tuiuiús, Piauí. Utiliza-se o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3ª pessoa do singular. Pode é a forma do presente do indicativo, na 3ª pessoa do singular. Da mesma forma ocorre com o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição. Exemplos: Marcos pôde contribuir de uma forma que hoje não pode mais. Ele deve pôr seu material no local indicado por mim. Curso Redação Técnica – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 8 Crase é a fusão ou contração de duas vogais idênticas numa só. A crase não aparece na linguagem oral, tendo em vista que apenas uma vogal é pronunciada, mas na linguagem escrita, é indicada pelo acento grave. Aula 3 – Utilização da crase Aqui, você se dedicará a estudar os casos de crase assinalados na escrita com acento grave que acontecem como nos exemplo a seguir: 1 - Vamos à loja? a | prep. +a | art. 2 - Vamos àquela loja? a | prep. +aquela | pronome 3 - Esta é a loja à qual vamos? a | prep. +qual | pronome 4 - Esta loja é próxima à lavanderia da avenida ? a | prep. + a (=aquela) | pronome Em síntese, a crase acontece nos seguintes casos: preposição "a" + artigo feminino "a (s)"; Importante! Os verbos ter e vir recebem acento circunflexo na 3ªpessoa do plural do presente do indicativo: ele tem/ eles têm, ele vem/eles vêm. Os verbos derivados de ter e vir levam acento agudo na 3ª pessoa do singular e acento circunflexo na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo: ele detém/ eles detêm, ele intervém /eles intervêm. Curso Redação Técnica – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 9 Dirigi me à capital da república. Dica: ocorre a crase se os nomes femininos puderem ser substituídos por nomes masculinos, que admitam ao antes deles Exemplo: Vou à sala. Vou ao quarto. preposição "a" + "a" do pronome demonstrativo "aquele (s), "aquela (s)" e "aquilo"; preposição "a" + o "a (s)" de "a qual", "as quais"; preposição "a" + "a (s)" A utilização correta do acento grave depende, portanto, de se reconhecer quando é necessário o emprego de tais elementos (preposição e artigo, principalmente). Analise o enunciado a seguir: A forma verbal dirigir exige preposição, pois quem se dirige o faz a algum lugar. Neste caso, a capital da república, termo que exige o artigo a. Regra geral para o uso da crase Como regra geral, portanto, temos que: usa-se o acento grave diante de palavras femininas determinadas pelo artigo definido a ou as e subordinadas a termos que exigem a preposição a. Curso Redação Técnica – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 10 Casos específicos de uso do acento grave: →Na indicação de horas Estarei lá às nove horas. O relógio deverá ser adiantado à meia-noite. →Quando a palavra moda (ou maneira) estiver implícita Interpretava à Paulo Autran. Vestia-se à Michel Saviani. →Em locuções adverbiais constituídas de substantivo feminino plural Às vezes não sei o que lhe dizer. Disse-lhe às claras que não gostei de sua atitude. →Em locuções prepositivas e conjuntivas constituídas de substantivo feminino Estamos todos à mercê de sua decisão. Aprendemos à proporção que nos dedicamos. À medida que nos aproximávamos do local, mais impressionada ficava. Não se usa acento grave no a que precede: →Palavras no plural, precedidas apenas de preposição, inclusive numerais cardinais Assisti a duas sessões. Não me referia a crianças com estes problemas. Não irei a reuniões inúteis. →Substantivos masculinos Este suco cheira a vinho. Façam seu rascunho a lápis. →Verbos no infinitivo Pôs-se a defender o amigo tão logo iniciaram as acusações. Estou disposta a colaborar com a investigação. →Nomes de lugar que não admite artigo Vou a Roma concluir meu curso. Meus pais chegaram a Curitiba ontem. Curso Redação Técnica – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 11 Atenção: Se houver um modificador (adjunto adnominal), haverá crase: Vou à casa de meus avós. Atenção: haverá crase em qualquer outro caso: Vou à terra natal de meus pais. →O segundo termo de expressões que apresentam substantivos repetidos Estiveram frente a frente e nada resolveram. Revisaram o texto de ponta a ponta. →Artigos indefinidos Dirigiu-se a uma aluna sentada à direita do palco. Referia-me a uma pessoa mais velha. →Pronomes que não admitem artigo (pessoal, de tratamento, demonstrativo, indefinido e relativo): Entreguei a ela o material solicitado. Direi a Vossa Excelência quais são as necessidades da comunidade. Dediquei a esta obra meus melhores dias. Dirija-se a qualquer pessoa que esteja naquele balcão. Rezei a Nossa Senhora, a quem sou devota. Eis o homem a cuja obra admiro. →A palavra casa, quando esta não apresenta adjunto adnominal Retornei a casa para apanhar um agasalho. Voltei a casa, mas nada encontrei lá. →A palavra terra, como antônimo de a bordo Os navegantes foram informados de que estavam quase chegando a terra. Atenção: Se houver um modificador do nome, haverá crase: Vou à Roma dos grandes imperadores. Meus pais chegaram à Curitiba de seus sonhos. Curso Redação Técnica – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 12 Lembre-se de que temos ainda que observar o uso do há, forma verbal do verbo haver. Afora a conjugação comum no sentido de existir, é largamente utilizado para se referir a tempo passado: Há dias enviei tal relatório... Não o recebeste? É facultativo o uso de acento grave no a que precede: Nome próprio feminino não modificado por adjunto adnominal Entregue o envelope à Cecília. Pronome possessivo feminino Ele se referiu à sua redação. Palavra feminina antecedida da preposição até Eles me acompanharam até às duas horas. Curso Redação Técnica – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 13 A formalidade das redações oficiais requer o tratamento cerimonioso, o que não significa dizer rebuscado, erudito. Ao contrário, a tendência atual é a simplicidade. Nesse sentido, por exemplo, é que se dispensa o emprego do superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor. Da mesma forma, não se deve utilizar indiscriminadamente o título de doutor. Deve-se ter o cuidado de usá-lo apenas para aqueles que tenham tal titulação ou, por uma questão cultural, para bacharéis em Medicina e Direito. Aula 4 - Emprego de pronomes Pronomes de Tratamento Entre os pronomes pessoais, encontram-se os pronomes de tratamento, os quais devem ser rigorosamente observados ao se redigir correspondências oficiais. Tais pronomes são escolhidos de acordo com o tratamento dado ao indivíduo a quem se dirige que, de forma geral, pode ser íntimo, respeitoso ou cerimonioso. Pronomes de tratamento Os pronomes de tratamento são considerados pronomes de segunda pessoa, mas a concordância com eles se faz na terceira pessoa: Vossa Excelência comunicou... Já no que diz respeito à concordância de gênero, a concordância considera a pessoa a que o pronome se refere: Vossa Excelência foi designada... (mulher) ou Vossa Excelência foi designado... (homem). Curso Redação Técnica – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 14 Usado para Diretores de Autarquias Federais, Estaduais e Municipais. Civis Vossa Excelência - V. Ex.a Usado para Reitores de Universidade. Usado para Presidente da República, Senadores da República, Ministro de Estado, Governadores, Deputados Federais e Estaduais, Prefeitos, Embaixadores, Vereadores, Cônsules, Chefes das Casas Civis e Casas Militares. Vossa Excelência - V. Ex.a Usado para Oficiais Generais. Pode-se utilizar os pronomes de tratamento, escrevendo-os por extenso ou de forma abreviada. Apesar disso, a forma por extenso indica maior deferência, sendo obrigatória no caso de correspondência dirigida ao Presidente da República. Cabe ressaltar, no entanto, que qualquer forma de tratamento pode ser escrita por extenso, independentemente do cargo ocupado pelo destinatário. Autoridades de Estado Vossa Magnificência - V. M. Vossa Senhoria - V. S.ª Judiciárias Vossa Excelência - V. Ex.a Meritíssimo Juiz - M. Juiz Militares Vossa Senhoria - V. S.a Usado para Juízes de Direito. Usado para Outras patentes militares (até coronéis). Usado para Desembargador da Justiça, curador, promotor. Vossa deve ser usado ao nos dirigirmos diretamente à pessoa: "Vossa Excelência virá à reunião?"; Sua deve ser usado quando falamos a respeito da pessoa: "Sua Excelência estará conosco em breve”. Curso Redação Técnica – Módulo 3 SENASP/MJ - Última atualização em 08/02/2008 Página 15 Veja outros pronomes de Tratamento: Autoridades Eclesiásticas Pronome de tratamento Abreviatura Usado para Vossa Santidade V. S. Papa Vossa Eminência Reverendíssima
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