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Prévia do material em texto

SUMÁRIO
Dedicatória
Prefácio
Capítulo 1
A Dimensão Mais Profunda
Capítulo 2
A Dupla Dinâmica
Capítulo 3
Um Relacionamento Íntimo e Pessoal Com o Espírito Santo
Capítulo 4
O Segredo da Força Duradoura
Capítulo 5
Jesus Fez Uma Promessa
Capítulo 6
O Espírito Santo, Nosso Consolador
Capítulo 7
O Treinador Celestial
Capítulo 8
Guiado Pelo Espírito Santo
Capítulo 9
Aventuras Diárias Com O Espírito Santo
Capítulo 10
O Espírito Santo Nos Consola e Habita Dentro de Nós
Capítulo 11
O Espírito Santo Ensina, Lembra e Testifica
Capítulo 12
O Espírito Santo Convence e Traz Convicção
Capítulo 13
O Espírito Santo Guia, Revela e Nos Ajuda a Adorar
Capítulo 14
O Ciúme do Espírito Santo
Capítulo 15
O Espírito Santo Pode se Entristecer
Capítulo 16
Um Inquilino Permanente
Capítulo 17
O Amante Divino
Capítulo 18
O Desejo do Espírito Santo
Oração Para ser Cheio Com o Espírito Santo
Lista de Livros de Referência
Rhema Brasil Publicações
Rua Izabel Silveira Guimarães, 172
58.410-841 - Campina Grande - PB
Fone: 83.3065 4506
www.rhemabrasilpublicacoes.org.br
editora@rhemabrasilpublicacoes.org.br
Todos os direitos em língua portuguesa reservados por Rhema Brasil
Publicações.
Direção: Samir Ferreira de Souza
Supervisão: Ministério Verbo da Vida
Tradução: Maria Lucia Godde Cortez
Revisão e copidesque: Idiomas & Cia
Prova de revisão: Idiomas & Cia
Capa: Filipi Rodrigues
Diagramação: DIAG Editorial
Publicado no Brasil por Rhema Brasil Publicações com a devida autorização
de Harrison House Tulsa, OK 74133
Esta é uma tradução da 1a edição do título original e a primeira edição em
língua portuguesa
Título original: The Holy Spirit and You: Working Together as Heaven’s
Dynamic Duo (anteriormente The Dynamic Duo)
Copyright © 2017 por Rick Renner
Copyright © 2018 Rhema Brasil Publicações
Todos os direitos reservados
As citações bíblicas, exceto quando indicado em contrário, foram extraídas da
Bíblia Sagrada, Almeida Edição Revista e Atualizada, © 1993, Sociedade
Bíblica do Brasil. Outras versões utilizadas: Almeida Corrigida Fiel (ACF).
Proibida a reprodução, de quaisquer formas ou meios, eletrônicos ou
mecânicos, sem a permissão da editora, salvo em breve citações, com
indicação da fonte.
1a Edição
DEDICATÓRIA
Dedico este livro com carinho a todos aqueles que o Senhor usou para
me conduzir a um entendimento mais pleno do Espírito Santo.
PREFÁCIO
O livro que você tem em mãos traz a chave para os mistérios de Deus, o
poder de Deus, a revelação da Palavra e a comunhão do Espírito Santo. O
poder que transformará você não está nas palavras que escrevi neste livro,
mas sim Naquele sobre quem escrevi. Este livro é sobre o Espírito Santo e o
Seu relacionamento com você.
A maioria dos cristãos vive e morre sem conhecer a comunhão e o
companheirismo do Espírito Santo. Eles ouviram falar sobre o Espírito Santo
e podem até conhecer respostas doutrinárias sobre a Terceira Pessoa da
Divindade. Mas saber sobre o Espírito Santo e conhecê-lo pessoalmente na
comunhão diária são duas coisas muito diferentes.
Na Igreja Primitiva, não havia um Novo Testamento ao qual os cristãos
pudessem recorrer em busca de direção, orientação e respostas. Quando os
cristãos se reuniam, podia haver ensinamento ou leituras do Antigo
Testamento ou de uma epístola apostólica. Mas, em sua maior parte, os
primeiros crentes dependiam completamente do Espírito Santo. No primeiro
século, a Igreja vivenciou demonstrações do poder de Deus, dos milagres, das
curas, do evangelismo em massa, da ampla operação dos dons dos cinco
ministérios e dos dons do Espírito com uma abundância impressionante.
Todos nós olhamos para trás, para a Igreja Primitiva, com admiração,
ansiando ver o poder de Deus se manifestar naquele mesmo nível — e além
daquele nível — na nossa geração.
Hoje, somos privilegiados por termos continuamente à disposição não
apenas a presença do Espírito Santo habitando em nós, bem como a Palavra
de Deus — uma combinação invencível no arsenal que a Bíblia chama de “as
armas da nossa milícia” (ver 2 Coríntios 10:4-5). Então, por que não vemos o
mesmo nível de poder de Deus de ressurreição e de glória que a Igreja
Primitiva experimentou manifestos de forma consistente na nossa época?
Embora possa haver muitas respostas a essa pergunta, ao menos uma é
certa: muitos cristãos hoje passaram a depender do próprio entendimento e
das suas capacidades intelectuais deixando de consultar o Espírito Santo para
ter a Sua direção na vida. Eles presumem que já sabem o que Ele quer que
eles façam. E por não dependerem da liderança do Espírito Santo e não se
renderem a ela como a Igreja Primitiva fazia, eles perdem uma oportunidade
atrás da outra de ver Seu poder ser liberado em suas vidas.
Não existe substituto para a Palavra de Deus — para o verdadeiro poder do
Evangelho (ver Romanos 1:16). Mas também não existe substituto para a
obra sobrenatural do Espírito Santo na Igreja. Na verdade, esses dois andam
juntos como um só. Se a presença e o poder do Espírito forem removidos,
tudo o que resta são ortodoxia e obras religiosas. Mas a religião nunca
ressuscitará os mortos, nunca expulsará demônios, nunca curará os enfermos,
nem fará cidades e nações se voltarem para Jesus Cristo!
Na minha vida e no meu ministério continuo a aprender mais claramente
todos os dias o quanto é imperativo manter a intimidade e a comunicação
com o Espírito Santo a cada momento, por mais conhecimento que eu tenha
da Palavra de Deus. Se eu não tivesse cultivado um relacionamento profundo
e sólido com o Espírito Santo durante os primeiros anos de ministério
viajando pelos Estados Unidos, eu teria sido extremamente cético e poderia
ter desobedecido quando Ele me chamou para me mudar com a minha família
para a antiga União Soviética.
Sem a ajuda, a orientação e o consolo do Espírito Santo, Denise e eu não
temos dúvidas de que seríamos vítimas das crises da nossa jornada durante
aqueles primeiros anos na Letônia e nas viagens pela União Soviética, atual
Rússia. Além do mais, observamos perplexos Seu poder se movendo através
do nosso ministério para impactar eternamente a vida de milhões de pessoas
— salvando-as, curando-as, realizando milagres e libertando-as do cativeiro
de Satanás.
O Espírito Santo se manifestou de maneiras que apenas havíamos sonhado
antes da nossa aventura na antiga União Soviética começar. Por exemplo,
desde que chegamos aqui, em 1991, Ele nos permitiu alcançar milhões de
almas através de um programa de televisão semanal; fundar três igrejas na
Letônia, na Rússia e na Ucrânia; lançar uma escola bíblica para treinar líderes
para uma multidão de igrejas; e fazer cruzadas e reuniões nas várias regiões
para edificar e fortalecer as obras locais.
A chave para mim foi aprender a trabalhar com a Palavra de Deus
enquanto fluía simultaneamente com o Espírito Santo. Esse é um processo de
aprendizado que cada um de nós precisa buscar a fim de crescer em Deus e
cumprir Seu propósito para nossa vida. E podemos confiar no Espírito Santo
nesse processo. Ele nunca nos direciona contrariamente à Palavra de Deus;
em vez disso, Ele a confirma e apoia. Afinal, Ele é Aquele que inspirou a
Palavra a ser escrita (ver 2 Timóteo 3:16)!
Com a Bíblia em nossas mãos e em nosso coração — e com os ouvidos
espirituais abertos para ouvir o que o Espírito Santo está dizendo — estamos
equipados com o que precisamos para nunca fracassar. Nenhum povo e
nenhuma geração foram tão abençoados quanto os que vivem nesta gloriosa
Era da Igreja!
Estou feliz por você ter este livro em suas mãos hoje. Creio que lê-lo dará
início a uma maravilhosa nova aventura e jornada espiritual para você.
O cumprimento dos desejos concebidos por Deus com os quais você tem
sonhado e que o seu coração tem ansiado está diante de você, escondido nas
chaves que estão dentro destas páginas. Leia este livro com o coração aberto,
e peça ao Pai Celestial para revelar a você o ministério do Espírito Santo. À
medida que você agir com base no que aprendeu e se render à Sua obra
transformadora, você se colocarádiretamente no caminho que leva à
realização dos seus sonhos!
— Rick Renner
Q
CAPÍTULO 1
A DIMENSÃO MAIS PROFUNDA
uando eu era adolescente, meu coração começou a buscar uma
caminhada mais profunda com Cristo. Fui criado em uma igreja
denominacional e havia sido salvo ainda muito pequeno. Viver a vida cristã
não era novo para mim ou para minha família. E cada vez mais, eu começava
a pensar: Certamente deve haver mais na vida cristã do que estou
experimentando! Era como se houvesse um buraco no meu estômago e eu
ansiava preenchê-lo com Deus. Eu procurava aqui e ali, em busca de alguém
que pudesse me ajudar a encontrar esse lugar mais profundo em Deus pelo
qual meu coração ansiava.
Um momento fundamental nessa jornada ocorreu em 1973, quando ouvi
um pregador, na mensagem gravada que minha tia estava ouvindo, falando
sobre o ministério do Espírito Santo. Eu já havia começado a buscar antes
daquele dia, mas nos dias e semanas que se seguiram, comecei a fazer mais
perguntas sobre ser cheio com o Espírito Santo. Eu estava ficando cada vez
mais faminto.
Então, em janeiro de 1974, quando fui batizado no Espírito Santo, fui
apresentado ao poder de Deus de uma forma maravilhosa; uma experiência
verdadeiramente gloriosa. Mas mesmo depois daquele momento marcante, eu
soube no meu coração que existia algo mais do que o que eu já havia
descoberto sobre o Espírito Santo e uma dimensão mais profunda na minha
caminhada com Deus.
Meses depois, nessa busca por mais de Deus, enquanto eu percorria as
estações de rádio encontrei um programa inusitado que cativou minha
atenção. Ouvi uma mulher chamada Kathryn Kuhlman falando sobre
milagres e sobre um relacionamento com o Espírito Santo. Ela prendeu
minha atenção.
Eu havia ouvido falar de Kathryn anteriormente durante essa busca
contínua. Mas naquele dia, sentado na cozinha perto do rádio, meus ouvidos
estavam sintonizados com cada palavra enquanto ela descrevia um
relacionamento íntimo e sempre crescente com o Espírito Santo. Meu coração
batia tão forte que quase saiu do meu peito! Fiquei muito empolgado ao ouvir
alguém falar sobre aquele lugar mais profundo em Deus pelo qual eu ansiava
tão desesperadamente.
Nas semanas seguintes, eu sintonizava no programa de rádio de Kathryn
Kuhlman todos os dias. Ela falava tão naturalmente sobre o Espírito Santo e
seu relacionamento com Ele! Kathryn falava dele como se fosse uma Pessoa
real — um Amigo íntimo com quem ela compartilhava suas manhãs, suas
tardes e suas noites. Ela testificava sobre milagres que ocorriam nos cultos
que dirigia pelos Estados Unidos. Toda sexta-feira, resumos reais desses
cultos de milagres eram transmitidos no seu programa de rádio.
 
FOME ESPIRITUAL E ENCONTROS COM DEUS
Todos os que estão destinados a crescer em Deus acabam chegando a um
lugar de insatisfação na vida espiritual. Esse é o ponto onde um novo nível de
intimidade com Deus pode começar. Como Jesus disse: “Bem-aventurados os
que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos” (Mateus 5:6). Essas
pessoas são bem-aventuradas porque sua fome e sua sede espiritual as levam
a trilhar um caminho que leva a um novo encontro com Deus — e à medida
que elas se rendem a esse encontro, Ele as enche.
Entretanto, o período de fome e sede espiritual que precede esse
enchimento pode ser um dos períodos mais desconfortáveis e insatisfatórios
que uma pessoa pode experimentar. Surpreendentemente, é esse estado de
miséria espiritual que leva uma pessoa a uma posição na qual Deus pode se
revelar a ela de uma maneira mais significativa, pessoal e poderosa.
Doutrinária e intelectualmente, entendo muito sobre a obra do Espírito
Santo neste momento da minha vida. Na nossa igreja, aprendemos a verdade
sobre o trabalho dele para produzir o caráter de Deus e o fruto do Espírito em
nós, nos conformando à imagem de Jesus Cristo. Esse ensinamento foi
excelente, mas ele foi ensinado e recebido principalmente na esfera da mente.
Ele nunca me colocou em contato com o poder do Espírito Santo de uma
maneira real.
Enquanto eu ouvia o programa de rádio de Kathryn Kuhlman soube que
essa mulher tinha um relacionamento com o Espírito Santo que eu jamais
havia experimentado. Fiquei completamente hipnotizado com o que estava
ouvindo da srta. Kuhlman. Eu nunca havia ouvido ninguém falar com o
Espírito Santo como ela falava. Eu falava com Jesus e com o Pai Celestial
regularmente, tendo comunhão com Eles de todo o coração. Mas agora um
novo pensamento atingiu meu coração com a força de um raio: Eu devia me
relacionar com a Terceira Pessoa da Trindade da mesma maneira que essa
mulher de Deus se relacionava?
Meu coração foi capturado pelo que eu estava ouvindo sobre realmente ter
a experiência de um relacionamento com o Espírito Santo. Eu queria
experimentar a intimidade com Ele que Kathryn Kuhlman obviamente
conhecia e vivia.
 
O DESEJO MAIS PROFUNDO DO CORAÇÃO HUMANO
A maioria dos crentes anseia por conhecer um lugar mais profundo em
Deus. Há multidões de cristãos que realmente amam a Deus, mas não têm
alegria porque não experimentaram esse lugar mais profundo nele.
Esforçando-se por agradar a Deus e por fazer o que é certo, eles vão à igreja
semana após semana se perguntando por que se sentem tão impotentes e tão
vazios como cristãos. Mas eles mantêm o ritmo fielmente, esperando que de
algum modo, algum dia, tudo comece a dar certo para eles.
Enquanto isso, esses cristãos se sentem culpados pela maneira como se
sentem e não ousam compartilhar isso com ninguém. Eles guardam suas
frustrações para si mesmos e se agarram à esperança de que talvez, um dia,
tudo comece a fazer sentido.
Se já está nesse estado, você sabe que não há nada que nos faça sentir mais
infelizes e derrotados que ser um cristão que está tentando sinceramente viver
uma vida cristã sem realmente conhecer a alegria e o poder do Espírito Santo.
Por isso que escrevi este livro. Não pretendo que seja uma obra profunda e
erudita. Em vez disso, é um livro destinado a conduzir pessoas
espiritualmente famintas como você a um novo lugar em Deus, a um lugar
secreto que Ele tem esperado que você encontre há muito, muito tempo. Esse
é o mesmo lugar nele que os primeiros cristãos descobriram — e essa foi a
razão pela qual eles puderam experimentar uma profunda alegria, mesmo em
meio às horas terrivelmente escuras da perseguição.
Mas agora Deus está nos chamando à frente para desenvolver um
relacionamento prático de atuação com o Espírito Santo. Eventualmente
chegamos a esse momento de decisão — um momento em que o coração não
está mais satisfeito e busca por mais. É então que o Espírito de Deus nos
chama para nos aproximarmos, para entrarmos em um lugar mais profundo
de intimidade com Ele.
Nos capítulos que estão por vir, você verá que durante os dias que Jesus
viveu como homem na terra, Ele vivia em comunhão constante com o
Espírito Santo. Jesus conhecia a intimidade, a parceria e a responsabilidade
do Espírito Santo não meramente como doutrina teórica, mas como
realidades constantes e diárias. O relacionamento dele com o Espírito Santo
era Sua fonte de poder, Seu veículo de revelação divina e Sua força para lidar
com as multidões de pessoas que o procuravam para serem ministradas por
Ele.
Se o clamor do seu coração é andar como Jesus andou e conhecer o poder
do Espírito Santo como os discípulos conheciam no livro de Atos, você
escolheu o livro certo. Agora continue lendo e veja como você também pode
passar a conhecer pessoalmente a intimidade, a parceria e a responsabilidade
do Espírito Santo.
Uma dimensão totalmente nova em Deus espera por você!
PENSE NISTO
Que voz na terra é mais familiar a você? Como você descreveria a jornada
que levou essa voz humana a se tornar tão familiar? O Espírito Santo quer
que você passe a conhecer a voz Dele melhor do que você conhece qualquer
voz humana. E Ele sempre tem um novo nível ou uma nova dimensão
espiritual para a qual Ele o está chamando à medida que você cresce na sua
caminhada com Deus. Para o coração faminto nunca há um lugar nele que
seja “longeo bastante”.
À medida que você reflete sobre o padrão único dos caminhos do Espírito
Santo na sua vida, você pode identificar o que o ajuda a continuar
prosseguindo mais fundo e para mais adiante no seu relacionamento com
Ele? Onde você está atualmente na sua jornada com o Espírito Santo? Quais
são algumas das distrações que podem tirar você da rota nessa busca se você
não tomar cuidado ao lidar com elas corretamente?
 
J
CAPÍTULO 2
A DUPLA DINÂMICA
amais esquecerei o dia em que eu estava sintonizando o rádio esperando
encontrar alguém que pudesse responder às minhas perguntas. De repente,
ouvi um lindo som de piano. A música me atraiu e parei para ouvir.
O anunciante disse: “E aqui está ela, aquela que vocês estão esperando —
Kathryn Kuhlman!”.
Então ouvi as primeiras palavras de Kathryn: “Olá! Vocês estavam
esperando por mim?”. Embora essa fosse sua maneira usual de se dirigir aos
ouvintes todos os dias, parecia que aquela mulher estava falando comigo
pessoalmente.
Ela continuou: “Hoje quero falar com vocês sobre a comunhão do Espírito
Santo”.
Enquanto eu ficava ali sentado ouvindo o ensino de Kathryn, percebi que
finalmente havia encontrado a pessoa que eu estava procurando para me
ajudar em uma caminhada mais profunda com o Espírito de Deus.
Fiquei cativado com o ensino dessa mulher e com a maneira como ela
falava sobre o Espírito Santo. E quando ela anunciou que estaria dirigindo um
culto de milagres em Tulsa, eu soube que tinha de estar lá. Uma nova
esperança agitou-se em meu coração.
 
“POR FAVOR, NÃO PERMITA QUE ELES SE
DECEPCIONEM”
A reunião seria realizada no auditório Mabee Center, no campus da
Universidade Oral Roberts (UOR). Naquele domingo eu pedi licença para
sair um pouco mais cedo da escola dominical da nossa igreja e atravessei a
cidade de Tulsa de carro até a UOR para me preparar para o culto de milagres
daquela noite.
Quando cheguei, não pude acreditar no que meus olhos viam! As pessoas
estavam de pé ao redor do enorme Mabee Center. As ruas e os
estacionamentos estavam lotados de ônibus e carros cheios de pessoas que
haviam dirigido centenas e até milhares de quilômetros para chegar àquele
culto.
Eu nunca havia visto nada igual. Fiquei grato por minha tia ter me
convencido a cantar no coral de Kathryn Kuhlman, porque os membros do
coro eram levados diretamente para o auditório através de uma entrada nos
fundos para podermos começar a ensaiar para o culto. Quando entrei, eu me
perguntei: Por que todas essas pessoas vieram de tão longe para ouvir esta
mulher pregar? Não demoraria muito para que eu entendesse a razão.
A metade final do andar térreo do auditório havia sido dividida para as
pessoas com doenças graves e doentes terminais. Uma enorme multidão
estava de pé do lado de fora, mas os introdutores estavam permitindo que os
que estavam debilitados entrassem nessa área especial para que não tivessem
de lutar para serem vistos em meio a tantas pessoas.
De onde estava sentado eu podia ver cadeiras de rodas, balões de oxigênio,
soros intravenosos, muletas, pessoas deitadas em macas, assim como médicos
e enfermeiras sentados atendendo aos que estavam enfermos. Parecia que
uma ala de hospital inteira havia sido esvaziada e levada ao culto! Alguns dos
que estavam gravemente enfermos foram transportados pelos membros da
família. Outros estavam tão perto da morte que haviam sido levados à reunião
de ambulância.
Uma hora antes de o culto começar, as portas principais do auditório foram
abertas. A multidão entrou tão depressa quanto seus pés conseguiam levá-la.
Parecia que um mar de pessoas havia sido liberado de uma só vez! Elas
procuravam aqui e ali, cada uma tentando conseguir um bom lugar, o mais
próximo possível da frente do palco.
Logo o auditório estava cheio, de modo que as pessoas que permaneceram
do lado de fora foram encaminhadas para uma sala anexa onde podiam
assistir ao culto pela transmissão de tevê que estava sendo feita. Um ar de
empolgação e fé inundava o auditório.
Eu não podia evitar olhar para a seção reservada às cadeiras de rodas e
macas. As pessoas ali estavam muito enfermas. Eu sabia que muitas delas
haviam ido à reunião devido ao desespero. Aquela era a última esperança
delas. Eu me vi orando silenciosamente: “Oh, Senhor, por favor, não permita
que eles se decepcionem hoje”.
Os introdutores andavam para cima e para baixo nos corredores oferecendo
pequenos livretos que continham testemunhos daqueles que haviam recebido
milagres confirmados medicamente em outros cultos de milagres com
Kathryn Kuhlman. Estendi a mão e escolhi três dos livretos e os li enquanto
esperava que o diretor do coro subisse ao palco.
Que testemunhos impressionantes! Quando terminei de ler o terceiro
livreto, pude sentir minha fé aumentando a um ponto que eu nunca havia
sentido antes.
 
MILAGRES REALMENTE ACONTECEM!
Momentos antes de o culto começar, um porta-voz da cruzada foi até o
microfone e anunciou que já haviam ocorrido milagres mesmo enquanto as
pessoas estavam sentadas ali, esperando que o culto começasse. Mais uma
vez pude sentir minha fé e a fé coletiva daquela enorme congregação crescer
ainda mais. A expectativa naquele lugar era tão forte que parecia poder tirar o
prédio do chão!
Então o diretor do coro apareceu diante de nós pedindo que ficássemos de
pé para cantar. A enorme multidão de pessoas levantou-se conosco enquanto
cantávamos e adorávamos o Senhor. Milhares de vozes — batistas do sul,
metodistas, católicos, episcopais, presbiterianos, luteranos, ortodoxos gregos,
pentecostais e carismáticos — todos estavam se unindo em louvor e
adoração.
Todos começaram a cantar o hino “Quão Grande És Tu”. Enquanto
cantávamos, Kathryn Kuhlman apareceu na plataforma para se juntar a nós.
Era a primeira vez que eu a via. Em um longo vestido branco, ela se movia
graciosamente de um lado para o outro no palco. Em sua voz profunda de
contralto, cantava: “Então minha alma canta a Ti Senhor; quão grande és Tu,
quão grande és Tu!”.1
Quando a música e os instrumentos pararam, a senhorita Kuhlman deu as
boas-vindas às pessoas e depois nos conduziu enquanto cantávamos:
“Aleluia”. Lembro-me de pensar: O céu deve ser assim.
Depois de mais algumas músicas, Kathryn Kuhlman aproximou-se do
púlpito e disse: “Vou lhes falar apenas por alguns minutos hoje”.
Uma hora depois Kathryn ainda estava falando, e a multidão estava tão
concentrada no que ela estava dizendo que ninguém percebeu quanto tempo
havia se passado. Era como se todos tivéssemos sido convidados a observar
publicamente o relacionamento particular, dinâmico e íntimo entre essa
mulher e o Espírito de Deus.
Ali estava um ser humano em comunhão íntima com o Espírito Santo bem
diante de nós. Embora eu tivesse crescido na igreja a vida inteira e tivesse
sido salvo quando criança, eu nunca havia visto, experimentado ou mesmo
ouvido sobre o que estava testemunhando naquele dia.
A mensagem foi boa, mas vê-la se relacionar com o Espírito Santo foi mais
impactante que qualquer mensagem que jamais pudesse ser pregada. Foi a
coisa mais comovente que eu já havia visto em toda a minha vida. Era tão
maravilhoso que não havia palavras para descrever.
Interrompendo a própria pregação, Kathryn atravessou o palco, apontou o
dedo para uma sessão de assentos na parte de cima do auditório e disse:
“Alguém lá em cima acaba de receber um milagre. Levante-se e reivindique
seu milagre!”.
Um redemoinho de poder passou pelo auditório, e milagres de cura
começaram a acontecer naquele recinto. Logo as pessoas estavam fazendo
fila próximo ao palco para testemunhar sobre o que havia acontecido em seu
corpo. Cadeiras de rodas eram esvaziadas; pessoas paralíticas se levantavam
das macas e andavam; olhos cegos eram abertos; ouvidos surdos ouviam; e os
mudos agora estavam falando.
Durante cerca de três horas, observei perplexo enquanto o poder
sobrenatural de Deus continuava em plena demonstração. Tudo o que eu já
havia sonhado, tudo em que eu havia desejado crer, estava acontecendo bem
diante dos meus olhos.
 
VENDO UM RELACIONAMENTOVIVO
Minhas perguntas sobre o poder de Deus na operação de milagres se
dissolveram completamente enquanto eu observava aquelas cadeiras de rodas
sendo esvaziadas e as pessoas que haviam sido levadas em macas andando e
até correndo de uma extremidade do palco à outra. Logo, toda a parte da
frente do auditório e os corredores do andar térreo estavam lotados de
pessoas que haviam ido à frente para entregar sua vida a Cristo.
Que reunião poderosa foi aquela! Não apenas vi múltiplos milagres no
corpo humano, como também vi milagres de salvação do espírito humano!
Todo o ensinamento batista que tive sobre milagres não ocorrerem mais havia
desaparecido até o final daquele culto. E ninguém podia acusar Kathryn
Kuhlman de receber a glória para si mesma. Ninguém recebeu a glória
naquele dia a não ser Jesus Cristo.
Mas o que abalou meu coração mais do que qualquer coisa, ainda mais que
as curas e os milagres, foi o relacionamento vibrante e íntimo entre o Espírito
Santo e um ser humano que testemunhei durante aquelas três horas. Era algo
que eu havia apenas sonhado ser possível. Como era notável ver Kathryn fluir
nos dons do Espírito e responder à direção graciosa e suave do Espírito
Santo. Sem dúvida Deus havia me levado àquele lugar para ver o tipo de
relacionamento que Ele queria que eu tivesse com o Espírito Santo.
Quando o culto terminou, olhei para o relógio e fiquei chocado ao ver
como era tarde. Quando estava dirigindo para casa depois da reunião naquela
noite, uma coisa havia se tornado muito clara para mim: Aquela mulher
conhecia um lugar em Deus que eu não conhecia. Não foi sua mensagem ou
seu estilo que produziu aquele poder. Aquele poder era um resultado — um
transbordamento, um derramamento — do seu relacionamento diário com o
Espírito Santo.
Comecei a entender: Se é possível para Kathryn Kuhlman conhecer o
Espírito Santo desse modo, deve ser possível para mim também, já que Deus
declarou que Ele não faz acepção de pessoas (ver Atos 10:34). Naquela
tarde, minha perspectiva acerca das coisas espirituais mudou e entrou em um
foco mais claro.
Daquele momento em diante, a paixão do meu coração era que o Espírito
Santo e eu nos tornássemos amigos íntimos, cheios de afeição. Meu coração e
minha alma ansiavam por descobrir o lugar secreto em Deus que eu havia
testemunhado naquele domingo à tarde no campus da Universidade Oral
Roberts. Eu queria conhecer a comunhão do Espírito Santo na vida real.
PENSE NISTO
A demonstração inegável do poder de Deus de operar milagres destrói as
dúvidas e os questionamentos. Mas há uma lei espiritual que precisa ser
ativada para que esse poder seja liberado no seu pleno potencial — e essa lei
é uma comunhão pessoal cada vez mais profunda com o Espírito Santo.
E quanto a você? Você tem o desejo de se aproximar mais do Espírito
Santo em íntima comunhão? Os milagres por si só poderiam eventualmente
deixar uma pessoa se sentindo oca e vazia. Mas a comunhão com o Espírito
Santo produz uma realização profunda que permanece. Considere os passos
específicos que você pode dar, a partir de hoje, para cultivar essa caminhada
mais profunda com o Espírito.
1 Hino original “How Great Thou Art”, de Stuart K. Copyright © 1953. Renovado em 1981 por Manna Music Inc.,
35255 Brooten Rd., Pacific City, OR97135. Direitos autorais internacionais garantidos. Todos os direitos reservados.
Uso mediante permissão.
Q
CAPÍTULO 3
UM RELACIONAMENTO ÍNTIMO E PESSOAL COM O
ESPÍRITO SANTO
uando se referia ao Espírito Santo, Jesus sempre usava um pronome
pessoal. Ele chamava o Espírito Santo de “Ele”. Jesus nunca se referia
ao Espírito Santo como “isso” ou “isto” ou como “um sentimento” (ver João
14-16). Por exemplo, em João 14:26, Jesus disse: “Mas o Conselheiro, o
Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, Ele lhes ensinará todas as
coisas”.
Jesus se referia ao Espírito Santo com um pronome pessoal porque Ele se
relacionava com o Espírito Santo como uma Pessoa real, e não como uma
entidade invisível, intangível, misteriosa e desconhecida.
Por que isso é tão importante? Porque isso nos diz que como a Terceira
Pessoa da Divindade, o Espírito Santo possui os atributos de personalidade,
assim como o Pai e o Filho.
Fomos criados à imagem de Deus e, portanto, compartilhamos desses
atributos. Isso significa que somos capazes de nos relacionar com a
personalidade do Espírito Santo. Se ele fosse uma “coisa”, seria difícil
desenvolver um relacionamento com Ele. Mas o Espírito Santo veio para
habitar dentro de nós, e Ele compartilha das mesmas características de
personalidade com as quais já estamos familiarizados. Ele está trabalhando
em nós para nos ajudar a entendê-lo, a conhecê-lo e a nos relacionarmos e a
cooperarmos com Ele, desfrutando de comunhão com Ele.
Que tipos de características de personalidade o Espírito Santo tem? Ele tem
todas as características que nós temos, mas sem a natureza pecaminosa. O
Espírito Santo sente e dá alegria (ver Atos 8:8; Gálatas 5:22), amor (ver
Romanos 5:5; Gálatas 5:22) e Ele sente tristeza (ver Efésios 4:30). E em João
14 a 16, lemos sobre uma série de coisas que Ele faz que qualquer pessoa
poderia fazer, como ajudar, encorajar, consolar, treinar, etc. Você verá mais
dessas coisas nos últimos capítulos deste livro.
Ninguém que nasceu nesta terra conhecia o Espírito Santo melhor que
Jesus. Afinal, Jesus:
• Estava com o Espírito Santo na criação do universo.
• Foi concebido pelo Espírito Santo no ventre da virgem Maria.
• Foi batizado pelo Espírito Santo no rio Jordão.
• Foi revestido de poder para ministrar pelo Espírito Santo.
• Foi crucificado no poder do Espírito Santo.
• Foi ressuscitado dos mortos pelo poder do Espírito Santo.
 
Quando Jesus ressuscitou dos mortos e subiu ao céu, a primeira coisa que
Ele fez foi derramar o Espírito Santo sobre a Igreja. Jesus conhecia o Espírito
Santo por dentro e por fora, e se relacionava com o Espírito Santo de uma
maneira pessoal. É imperativo que aprendamos a fazer o mesmo.
É crucial para nós entendermos que o Espírito Santo tem os atributos de
uma personalidade. Esses atributos são a base para todos os aspectos da
comunhão e do relacionamento que podemos desfrutar com Ele.
A liderança da Igreja Primitiva estava muito familiarizada com a
personalidade do Espírito Santo. Quando eles precisaram tomar uma decisão
crucial com relação aos convertidos gentios, eles disseram: “Pois pareceu
bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além destas
coisas essenciais” (Atos 15:28).
Os primeiros cristãos conheciam o Espírito Santo tão bem que ainda que
eles não recebessem uma palavra específica dele, eles eram capazes de tomar
decisões acertadas porque sabiam pessoalmente o que “parecia bem” a Ele
porque eles tinham mais do que um conhecimento intelectual sobre Ele.
Aqueles cristãos compartilhavam uma comunhão real com o Espírito Santo.
Quando conhece bem certas pessoas na sua vida — cônjuge, filhos, amigos
íntimos —você nem sempre tem de perguntar a eles o que eles pensam.
Algumas vezes você já sabe! Você pode saber o que pensam simplesmente
olhando para eles. Você andou com eles por tempo suficiente para conhecer
sua personalidade e suas reações a diferentes situações.
Se eu fico irritado, minha mulher sabe disso sem que eu diga a ela, porque
ela me conhece. Se eu fico empolgado com alguma coisa, não preciso dizer a
Denise porque ela me conhece bem o suficiente para saber quando estou
empolgado. Ela me conhece porque passou tempo comigo, viveu comigo,
falou comigo, orou comigo. Denise me conhece melhor do que ninguém. Do
mesmo modo, ninguém conhece Denise como eu.
Reconhecemos facilmente os relacionamentos humanos porque podemos
ver as pessoas que fazem parte de nossa vida com nossos olhos e tocá-las
com nossas mãos. Naturalmente, esses relacionamentos parecem mais
palpáveis para nós que o nosso relacionamento com o Espírito Santo porque
Ele é invisível aos nossos olhos naturais e é impossível de ser tocado com as
mãos.
Não obstante, o convite do Espírito Santo de nos tornarmosintimamente
familiarizados com Sua personalidade nos garante que essa é uma
possibilidade muito real. Mas cabe a nós aceitar esse convite divino — assim
como os primeiros cristãos fizeram— e então começar a buscar de todo o
coração um novo nível de comunhão com o Espírito de Deus. Precisamos
fazer com que nossa maior prioridade seja conhecer o Espírito Santo da
mesma maneira profunda que Jesus conhecia.
 
DESENVOLVENDO O ROMANCE DIVINO
Para conhecer mais intimamente o Espírito Santo, não podemos ignorar o
que Jesus disse em Mateus 6:6: “Tu, porém, quando orares, entra no teu
quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que
vê em secreto, te recompensará”.
O que Jesus quis dizer com “entra no teu quarto”? A palavra “quarto” foi
extraída da palavra grega tameion, uma antiga palavra que era usada
primeiramente para descrever um lugar secreto onde uma pessoa esconderia
seus bens mais valiosos. O que você faria com um quarto assim? Você o
manteria a portas fechadas. Você não deixaria um quarto como esse aberto
para qualquer um entrar e perambular em meio aos seus bens mais preciosos.
Com o tempo, a palavra tameion passou a significar um lugar seguro para
se colocar dinheiro ou tesouro. Em nosso contexto moderno, essa palavra
poderia descrever algo como um depósito feito em um banco.
Na época do Novo Testamento, porém, a palavra guardava um significado
ainda mais profundo. Ela era usada para descrever um quarto de dormir. O
quarto de dormir é um lugar privado onde acontece a intimidade do
relacionamento precioso entre marido e mulher. Por trás das portas fechadas,
seus momentos mais íntimos são compartilhados somente um com o outro.
Você poderia realmente traduzir esse versículo deste modo: “Quando
orares, entra no teu quarto de dormir”.
Jesus usou a palavra tameion para transmitir a ideia de intimidade com o
Espírito Santo. Simbolicamente, Jesus estava dizendo: “Assim como o
marido e a esposa entram no seu quarto de dormir e fecham a porta para
poderem desnudar seus corações e suas almas um com o outro em
intimidade, você também deve ter um relacionamento com o Espírito Santo
que é tão terno, tão especial e tão íntimo que seja compartilhado somente
entre você e Ele — e ninguém mais.”
Isso, é claro, não significa literalmente que você precisa orar no seu quarto.
O conceito de quarto é usado apenas para transmitir a ideia de um lugar
separado, isolado e solitário. Jesus estava descrevendo a atitude e o ambiente
adequados para a oração.
Quando entramos em oração, isso deve ser feito em um lugar e em um
momento no qual não sejamos interrompidos para que o Espírito Santo possa
falar aos nossos corações e possamos desnudar nosso coração para Ele. Deve
ser uma fusão do espírito humano com o Espírito divino em doce comunhão.
Nossa prioridade máxima diária deve ser garantir que separemos tempo na
nossa agenda para desfrutar uma íntima comunhão com a Divindade através
do Espírito Santo. Não importa onde façamos isso, mas deve ser em
particular. Durante esse tempo especial todos os dias, devemos deixar tudo o
mais de lado e nos concentrarmos somente nele. Esse é um momento
sagrado.
Os evangelhos relatam que Jesus costumava orar cedo pela manhã quando
os outros discípulos estavam dormindo, muitas vezes no alto de uma
montanha ou no deserto (ver Mateus 14:23; Lucas 6:12). Não havia nada de
santo na hora do dia ou nesses locais em particular. Mas naquelas primeiras
horas da manhã, Jesus encontrava o isolamento e a tranquilidade com Deus, e
em uma montanha ou no deserto Ele podia orar sem interferência ou
interrupção por parte de outros.
Seu lugar secreto pode ser no seu carro quando você está dirigindo para o
trabalho sozinho todas as manhãs. Pode ser cedo pela manhã quando todos os
outros na casa ainda estão dormindo. Talvez seja tarde da noite, depois que os
outros foram dormir. O ponto é que você precisa ter um lugar e um momento
tranquilo quando você possa se dedicar inteiramente à comunhão com o
Espírito Santo.
 
UMA QUESTÃO DE ESCOLHA
Você poderia dizer: “Sim, sei que preciso passar um tempo de qualidade
com o Senhor. Mas minha agenda é tão ocupada que é difícil eu encontrar um
tempo para fazer isso”. Por favor, seja sincero consigo mesmo. Você sabe no
seu coração que encontrará tempo para o que é importante para você.
• Você tem tempo para entrar na internet?
• Você tem tempo para assistir ao noticiário?
• Você tem tempo para ir ao cinema?
• Você tem tempo para outras formas de lazer?
 
Você sempre encontrará tempo para o que é importante para você. Se você
realmente deseja ter um relacionamento íntimo e pessoal com o Espírito
Santo, você separará tempo para isso. Isso deve se tornar uma prioridade bem
como uma questão de escolha.
Minha esposa e eu temos viajado e ensinado a Bíblia juntos há anos.
Quando nossos filhos eram muito pequenos, eu sempre achava um desafio
encontrar um lugar tranquilo para orar e estudar.
Quando chegávamos ao nosso quarto de hotel, as crianças estavam sempre
tão ávidas por sair do carro que parecia que elas tinham virado o quarto do
hotel de cabeça para baixo em cinco minutos! Eram crianças comuns, cheias
de energia que se cansavam de andar dentro de um carro por horas seguidas.
Enquanto estávamos arrumando o quarto de um lado, eles o estavam
bagunçando de novo do outro!
Denise e eu tínhamos uma rotina típica que seguíamos nessas viagens
ministeriais com nossos pequenos. Depois do café da manhã, era hora de
colocá-los para tirar uma soneca. Denise e eu usávamos esse tempo para
estudar e meditar na Palavra de Deus. Depois, tínhamos uma reunião com o
pastor no final da manhã, e então íamos almoçar.
Logo depois era hora de colocar as crianças para tirar outra soneca.
Enquanto eles estavam dormindo, estudávamos novamente, e nos
preparávamos para o culto da noite. A essa altura, estávamos tão esgotados
por administrar o ministério e o tempo em família com nossos filhos que nós
mesmos também tentávamos descansar um pouco.
Depois da reunião da noite, jantávamos tarde e caíamos na cama,
esperando que as crianças dormissem a noite inteira sem problemas. Depois
de um longo tempo nessa rotina na estrada, tanto Denise quanto eu ficávamos
desesperados por ter algum tempo de verdade a sós com o Senhor.
Tentávamos nos levantar cedo, mas tinha de ser muito cedo porque
crianças pequenas tendem a se levantar com o nascer do sol. Nós nos
revezávamos usando o banheiro do hotel como nosso quarto de oração. Às
vezes orávamos tão baixinho para não acordar as crianças que nos
perguntávamos se Deus podia nos ouvir! E quando orávamos com autoridade
contra os ataques de Satanás em nossa vida, nossa oração era tão suave e
calma que parecia que estávamos apenas sussurrando para o diabo.
Finalmente, Denise e eu tomamos uma decisão difícil. Nós decidimos
tornar nossa comunhão com o Espírito Santo a prioridade máxima em nossa
vida, independentemente de qualquer circunstância externa. Isso exigiu que
fizéssemos mudanças na nossa agenda com relação ao itinerário de pregações
que eram difíceis de lidar financeiramente. Mas ao fazer essas mudanças,
estávamos garantindo que nós dois pudéssemos ter um tempo diário de
qualidade com o Senhor. E nos anos seguintes, vimos grandes recompensas
em todas as áreas da nossa vida e do nosso ministério por causa da nossa
obediência em manter as prioridades em ordem.
Muita coisa se passou desde aqueles primeiros dias de ministério itinerante
pelos Estados Unidos. Nossa família se mudou para a antiga União Soviética
logo depois da queda da Cortina de Ferro,2 e um conjunto de circunstâncias
externas totalmente novas começou a competir pela nossa atenção e pelo
nosso tempo.
Hoje, nossa vida é muito mais produtiva com a missão global. Ainda
estamos nos movendo na velocidade da luz! E agora, além de três filhos
maravilhosos, somos privilegiados por ter três noras russas adoráveis e
nossos netos! Assim, mesmo depois de todos esses anos, Denise e eu ainda
temos de reservar tempo para estar com o Senhor — como uma questãode
escolha — ou isso simplesmente não aconteceria.
Geralmente separamos tempo para fazer o que queremos na vida. Em
outras palavras, se alguma coisa é importante para nós, encontramos tempo
para isso.
Nosso relacionamento com o Espírito Santo é o relacionamento mais
importante deste mundo. Aprendi que se meu relacionamento com Ele for
forte, isso torna o relacionamento com minha esposa e com meus filhos bom
e forte. Por outro lado, se eu não passar tempo tendo comunhão com o
Espírito Santo, isso afeta todos os meus outros relacionamentos. Aprendi que
sem Ele, eu realmente não tenho nada a oferecer.
Também aprendi que quando estou tendo uma comunhão íntima com o
Espírito Santo, Ele compensa as fraquezas em minha vida. No próximo
capítulo, veremos como o Espírito Santo fazia isso na vida de Jesus também.
PENSE NISTO
Você pode conhecer o Espírito Santo tão bem quanto deseja. É sua escolha
aceitar o convite dele e tomar a decisão de colocar tudo o mais que possa
distraí-lo de lado para poder entrar em um tempo diário de comunhão com
Ele. Ao avaliar sua agenda diária, que ajustes você pode fazer para separar
um tempo específico que seja focado unicamente em cultivar um nível mais
profundo de intimidade com o Espírito Santo?
2 Cortina de Ferro foi uma expressão usada para designar a divisão da Europa em duas partes, a Europa Oriental e a
Europa Ocidental como áreas de influência político-econômica distintas, no pós-Segunda Guerra Mundial, conhecido
como Guerra Fria. Fonte: Wikipedia. (N. da T.)
M
CAPÍTULO 4
O SEGREDO DA FORÇA DURADOURA
uitas vezes me perguntei: “Como Jesus tinha força física para ministrar
a multidões de pessoas sem desmoronar de tanto estresse e pressão?”.
Creio que a resposta está na consistência de Jesus em se afastar e iniciar Suas
manhãs sozinho com o Pai em oração, quando Ele podia adquirir e sustentar a
força espiritual e física que necessitava para ministrar às massas.
Esse tipo de força duradoura também era evidente na vida do apóstolo
Paulo. Ele enfrentava um ataque contínuo de duras provas, mas nunca parecia
esmorecer na sua força ao enfrentar cada uma delas com coragem e sair
vitorioso. Qual era o segredo desse poder prolongado?
Paulo nos dá a resposta em Filipenses 1:19: “Porque estou certo de que isto
mesmo, pela vossa súplica e pela provisão do Espírito de Jesus Cristo, me
redundará em libertação” (grifo nosso).
A frase “pela provisão do Espírito de Jesus Cristo” é um dos segredos da
força inquebrantável de Paulo. A palavra “provisão” foi extraída da palavra
grega epichoregeo. A primeira parte da palavra, epi, significa “em favor de”;
e a segunda, choregeo, é a palavra grega para coro ou apresentação de um
coral. É de onde tiramos a palavra “coreografia”.
Assim, epichoregeo é uma palavra antiga que significa literalmente em
favor do coro. Que palavra importante para entendermos!
Há milhares de anos, na Grécia clássica, um imenso coral e uma
companhia dramática ensaiavam interminavelmente para uma apresentação
teatral imensa e importante. Depois de dedicarem tempo, esforço, energia e
treino, finalmente chegou a hora de o show ir para a estrada. Mas havia um
problema: eles ficaram sem dinheiro!
Aquelas pessoas haviam dedicado a vida a essa produção. Entregaram tudo
o que tinham para garantir que a apresentação fosse bem-sucedida. Mas por
terem esgotado seus recursos, o show havia terminado — era o fim! Eles
foram derrotados antes mesmo de o show começar oficialmente. Em todos os
aspectos, era o fim da estrada para eles e seu sonho.
Você já se sentiu assim? Você já se dedicou a alguma coisa tão
completamente que achou que não tinha nada mais para dar? Você já se
dedicou tanto, e tão profundamente, que no fim achou que não tinha força
humana para terminar seu compromisso embora seu desejo fosse cumpri-lo?
Todos nós chegamos a um momento em nossa vida espiritual em que
parece que não temos mais nada para dar. Começamos a esmorecer física e
mentalmente. Até as pessoas que têm boas intenções e um desejo forte
eventualmente chegam a um desses becos sem saída em sua vida.
Foi isso que aconteceu com o coro nesse relato grego clássico; eles haviam
chegado a essa situação. Se não havia dinheiro, não havia show! Parecia que
toda aquela energia, aqueles ensaios, e todo aquele comprometimento haviam
sido gastos em vão. Ao que tudo indicava, era o fim do sonho deles. Mas, na
verdade, esse beco sem saída na vida deles era o começo de uma parte ainda
não escrita da sua história.
Naquele exato momento, um homem rico entrou em cena. Ele ouviu falar
do comprometimento deles. Ele ouviu dizer o quanto eles haviam trabalhado
nesse projeto por tanto tempo. E pelo fato de esse homem rico ter ficado tão
impressionado com a dedicação deles, interveio na situação e fez uma
contribuição enorme em benefício do coro.
Essa contribuição “proveu” tudo o que o coro necessitava para voltar à
ativa! Na verdade, a oferta que o homem fez era tão imensa que era mais do
que eles necessitavam ou sabiam como gastar! A contribuição daquele
homem foi enorme, abundante, transbordante e avassaladora.
É daqui que tiramos a palavra “provisão” em Filipenses 1:19: “Porque
estou certo de que isto mesmo, pela vossa súplica e pela provisão do Espírito
de Jesus Cristo, me redundará em libertação”. Com base nisso, Filipenses
1:19 poderia ser interpretado deste modo: “Estou certo de que esta situação
finalmente sofrerá uma reviravolta e resultará na minha libertação. Estou
certo disso — primeiramente, porque vocês estão orando por mim e, em
segundo lugar, por causa da contribuição especial do Espírito que Jesus
Cristo está doando para a minha causa atual”.
Isso significa que quando sua energia se esgota, quando você empregou
seus melhores esforços e não sente que tem mais nenhuma gota de energia
para dar, quando parece que seus recursos se esgotaram e você é incapaz de
dar mais um passo a não ser que alguém entre em cena para ajudá-lo — esse
é exatamente o momento em que Jesus Cristo se torna seu Benfeitor pessoal!
Como o homem rico da história mencionada, Jesus entra na sua vida nesse
momento para doar uma enorme quantia, avassaladora e generosa da graça e
do poder do Espírito para sua causa!
 
TEMPO DE RECEBER
Todos nós passamos por esses momentos em que parece que chegamos a
um beco sem saída em algumas áreas de nossa vida. Em geral, esse é o
momento em que temos a oportunidade de realmente aprender a viver.
Quando não nos resta mais nada para dar, Jesus Cristo começa de onde
paramos através do ministério e do poder do Espírito Santo. À medida que
contamos com Ele com uma fé simples, Ele faz uma contribuição
avassaladora do Espírito em nosso favor, preparando o caminho para terminar
o que Ele começou em nós. Filipenses 1:6 diz: “Estou plenamente certo de
que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de
Cristo Jesus”. Entretanto, podemos eliminar essa contribuição sobrenatural
deixando de separar tempo de qualidade regularmente para estar com o
Senhor para podermos receber Sua infusão divina de poder como um
suprimento contínuo.
Se você se comprometer a separar tempo todos os dias para ter comunhão
com o Espírito Santo e permitir que Ele se torne seu Parceiro e Amigo
valioso, Ele o encherá com a força que você necessita em todas as situações.
É por isso que seu tempo diário com o Senhor é tão vital. Você precisa
aprender a desfrutar a comunhão com o Espírito Santo a fim de que Seu
poder esteja livre para operar em você e através de você, sustentando-o em
meio aos momentos mais difíceis.
Eu o encorajo a reavaliar seu relacionamento com o Espírito Santo. Ele é
uma “coisa” para você — apenas uma parte invisível e desconhecida de
Deus? Você se relaciona com o Espírito Santo de acordo com a maneira
como Ele faz você se sentir ou como seus sentidos físicos são afetados pela
Sua presença? Enquanto sua resposta a qualquer dessas perguntas for sim,
você achará difícil desfrutar Sua parceria. Mas sua maneira de ver o Espírito
Santo pode mudar; os atributos e a personalidadedele são revelados na
Palavra.
Nos capítulos a seguir, você aprenderá mais sobre como desenvolver sua
comunhão com o Espírito Santo para que Ele possa se tornar seu Parceiro de
confiança. Quando essa verdade básica for estabelecida em sua vida, você
experimentará uma vida sobrenatural no poder de Deus!
PENSE NISTO
Naqueles momentos em que parece que você despendeu toda a sua energia
e os seus recursos para realizar o que lhe cabe fazer, é útil avaliar seu
relacionamento com o Espírito Santo. Ele foi designado para sua vida como
seu Mestre, Ajudador, Fortalecedor e Guia contínuo. Então, é bom avaliar:
você tem estado aberto e disponível ao Espírito Santo para receber a
plenitude da Sua provisão quando mais precisa dela? Ou você tem contato,
pelo menos até certo ponto, com a própria força, experiência e recursos
naturais para realizar o trabalho?
A maneira como você reajusta suas prioridades e sua “maneira de fazer as
coisas” é a chave para garantir que você esteja em posição de receber o
suprimento sobrenatural de sabedoria, força e provisão do Espírito em todas
as situações.
S
CAPÍTULO 5
JESUS FEZ UMA PROMESSA
e alguém entendia de parceria com o Espírito Santo, esse alguém era o
Senhor Jesus Cristo. O ministério terreno de Jesus dependia
completamente do Espírito Santo. Desde o nascimento de Jesus, nada que Ele
fazia e nada que acontecia em linha com o propósito divino em Sua vida
ocorria separado do poder do Espírito Santo. Além do mais, a primeira coisa
que Jesus fez quando se sentou à destra do Pai no céu foi enviar aos cristãos o
dom do Espírito Santo. O ministério de Jesus e o ministério do Espírito Santo
são inseparáveis.
Considere estes fatos importantes sobre Jesus e o Espírito Santo:
• Jesus foi concebido pelo Espírito Santo no ventre da virgem Maria (ver
Mateus 1:18, 20; Lucas 1:35).
• A concepção de Jesus no ventre de Maria foi confirmada por Isabel,
irmã de Maria, quando Isabel foi cheia do Espírito Santo (ver Lucas
1:41-45).
• A dedicação de Jesus quando bebê no templo foi acompanhada pela
manifestação sobrenatural do Espírito Santo quando Simeão, o
sacerdote, e Ana, a profetiza, profetizaram sobre Ele (ver Lucas 2:25-
38).
• A chegada de Jesus em Israel como o Messias foi anunciada por João
Batista. Sob a unção do Espírito Santo, João declarou que Jesus era
Aquele que batizaria com o Espírito Santo e com fogo (ver Mateus 3:11;
Lucas 3:16; João 1:33; Atos 11:16).
• Jesus falou sobre o batismo no Espírito Santo e ordenou que Seus
discípulos ficassem em Jerusalém até que tivessem recebido esse
revestimento especial de poder (ver Lucas 24:49; Atos 1:4-5).
• Jesus foi revestido de poder pelo Espírito Santo no rio Jordão quando foi
batizado nas águas por João Batista (ver Mateus 3:16; Marcos 1:10;
Lucas 3:22; João 1:32).
• Jesus recebeu a plenitude do Espírito sem medida (ver João 3:34).
• Jesus era dirigido pelo Espírito Santo (ver Mateus 4:1; Marcos 1:12;
Lucas 4:1).
• Jesus retornou do deserto no poder do Espírito Santo (ver Lucas 4:14).
• Jesus afirmou publicamente que Seu ministério era resultado do poder
do Espírito Santo (ver Lucas 4:18).
• Jesus advertiu sobre o perigo de blasfemar contra o Espírito Santo (ver
Mateus 12:31-32; Marcos 3:28-29; Lucas 12:10).
• Jesus ensinou sobre a obra e o ministério do Espírito Santo (ver Mateus
10:20; Marcos 13:11; Lucas 11:13, 12:12; João 7:39; 14:16-17; 15:26;
16:7-15).
• Jesus proclamou que precisamos nascer de novo pelo Espírito Santo (ver
João 3:5-8).
• Jesus, o Cordeiro de Deus sem mancha ou mácula ofereceu-se sobre a
cruz pelo poder do Espírito Santo (ver Hebreus 9:14).
• Jesus foi ressuscitado dentre os mortos pelo poder do Espírito Santo (ver
Romanos 8:11).
• Jesus soprou o Espírito Santo sobre os discípulos depois da Sua
ressurreição (ver João 20:22).
• Depois que Jesus foi exaltado à destra de Deus, Ele derramou o Espírito
Santo sobre a Igreja no Dia de Pentecostes (ver Atos 2:1-4, 33).
• Jesus instruiu os discípulos através do ministério do Espírito Santo (ver
Atos 1:2).
 
Jesus e o Espírito Santo estavam sempre juntos enquanto Jesus esteve na
terra. Se Jesus precisava desse tipo de parceria contínua com o Espírito Santo
para exercer Seu papel divino na terra, você precisa ter essa parceria também.
Jesus enviou o Espírito Santo para dar a você tudo o que precisa para ser um
filho de Deus vitorioso, bem-sucedido, cheio de fé e vencedor neste mundo.
Com o Espírito Santo ao seu lado, você está equipado para todas as situações
na vida.
Pelo fato de ninguém jamais ter conhecido o Espírito Santo melhor que
Jesus, precisamos procurar conhecer o que Jesus tinha a dizer sobre a
personalidade, o poder, os dons e o caráter do Espírito Santo Em João 14-16,
Jesus nos deu instruções importantes sobre como desenvolver nossa própria
parceria com o Espírito Santo.
 
JESUS NOS FEZ UMA PROMESSA
Imagine como deve ter sido difícil para os discípulos descobrir que Jesus
iria deixá-los, principalmente depois de andarem com Ele por mais de três
anos e de vê-lo realizar um milagre após o outro. Era natural que eles se
sentissem pesarosos quando Jesus anunciou que em breve estaria voltando
para o céu.
Para os discípulos, deve ter parecido que eles estavam enfrentando o fim
do seu maravilhoso encontro com o Senhor e com o poder de Deus. Viver e
andar com Jesus era mais do que eles haviam esperado neste mundo. Com
Ele ao seu lado, suas vidas haviam sido cheias de aventura, empolgação,
alegria, vitória, poder, curas e milagres.
Como seria a vida sem Jesus? Ela poderia voltar a ser a mesma? Seria
esse o fim do sonho deles?
Ter sentimentos de insegurança e incerteza teria sido uma reação normal
para qualquer pessoa na posição dos discípulos. Eles haviam se tornado
dependentes da presença física e visível de Jesus, algo que nunca
experimentamos e, portanto, não podemos compreender totalmente. Depois
que Jesus partiu, eles provavelmente foram tentados a se sentirem
abandonados espiritualmente.
Em meio a esses temores, Jesus prometeu aos Seus discípulos: “Não vos
deixarei órfãos...” (João 14:18, ACF). A palavra “órfãos” foi extraída da
palavra grega orphanos. Na época do Novo Testamento, a palavra orphanos
descrevia os filhos que eram deixados sem pai; ou podia descrever alunos
abandonados pelo seu professor. Em ambos os casos, é a imagem de pessoas
mais jovens, menos instruídas, menos sábias sentindo-se abandonadas por
aqueles em quem confiavam e com quem contavam para ter orientação.
Jesus era um pai espiritual para os discípulos e sabia que eles dependiam
totalmente dele. Eles não podiam vencer sozinhos no mundo sem Jesus. Foi
por isso que Ele lhes prometeu: “Não os deixarei como órfãos”. Dois
versículos antes, Jesus disse: “E Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro
Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco” (João 14:16).
A palavra “rogar” é a palavra grega erotao, uma palavra do vocabulário
jurídico que geralmente é usada nos evangelhos para descrever a vida de
oração de Jesus. Essa palavra específica de oração indica que o envio do
Consolador era tão crucial para a sobrevivência dos discípulos que Jesus ia ao
Pai para apresentar Sua causa por eles, quase como se Ele estivesse
defendendo-os e os seus direitos legalmente. Essa causa era tão concreta,
clara e inconfundível que o Pai atenderia o forte pedido de Jesus enviando o
Consolador, ou o Espírito Santo, para ajudar a todos aqueles que clamassem
pelo nome de Jesus.
Também é importante observar que Jesus disse: “E Eu rogarei ao Pai, e Ele
vos dará...”. O Espírito Santo era o presente do Pai à Igreja. Pedro falou
sobre o “dom do Espírito Santo” em Atos 2:38. Esse foi o presente do Pai,
gratuito e sem custo, a todos os que declaram Jesus Cristo como o Senhor de
sua vida. Mas o Espírito Santo foi dado em resposta ao pedido de Jesus pelos
discípulos e por nós.
 
OUTRO CONSOLADOR
Era óbvio para os discípulos que este Consolador não era uma pessoa
normal que eles poderiam ver, ouvir e tocar com suas mãos. Você pode
imaginar as perguntas que devem terpassado pela mente deles naquele
momento?
Foi por isso que Jesus tomou tanto cuidado para usar palavras-chave
quando falou com eles sobre a vinda do Espírito Santo. Observe
especialmente que Jesus usou a palavra “outro” neste versículo. Ele disse: “E
Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador”.
Essa palavra grega transmite uma forte mensagem sobre o Espírito Santo.
O versículo poderia ser traduzido deste modo: “Eu rogarei ao Pai, e Ele vos
enviará Alguém que é exatamente como Eu de todas as maneiras. Ele será
idêntico a Mim na maneira de falar, na maneira de pensar, na maneira de
atuar, na maneira de ver as coisas, e na maneira de fazer as coisas. Quando
Ele estiver presente, será exatamente como se Eu estivesse presente porque
nós pensamos, nos comportamos e agimos de modo igual”.
Anteriormente em João 14, vemos esse mesmo conceito refletido no
relacionamento entre o Filho e o Pai. Filipe disse a Jesus: “Mostra-nos o Pai,
e isto nos basta” (João 14:8). A resposta de Jesus a Filipe foi essencial:
“Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me
vê a mim vê o Pai; como dizes tu: ‘Mostra-nos o Pai?’” (João 14:9).
Jesus é a imagem exata de Deus Pai. Hebreus 1:3 declara: “Ele, que é o
resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser...”. Jesus reflete o caráter
de Seu Pai celestial em todos os aspectos. Assim, se você visse Jesus quando
Ele andava por esta terra, você via o Pai. Jesus deu este testemunho sobre Si
mesmo: “Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode fazer de si
mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este
fizer, o Filho também semelhantemente o faz. Porque o Pai ama ao Filho, e
lhe mostra tudo o que faz...” (João 5:19-20).
Isso significa que Jesus fazia somente o que Ele via o Pai Celestial fazer.
Consequentemente, uma das melhores maneiras de discernir a vontade de
Deus para certas situações é olhar para como Jesus reagia a situações
similares.
As pessoas costumam perguntar: “Como posso saber se Deus quer curar os
enfermos hoje?”. Olhe para Jesus para ter sua resposta, porque Ele é a
perfeita expressão da natureza e vontade do Pai. Quando Jesus curava
alguém, isso era uma demonstração da vontade do Pai de curar. Ele nunca
teria agido sozinho ou em desacordo com a vontade do Pai.
Quando Jesus expulsava demônios e libertava os oprimidos por demônios,
isso era mais uma vez uma demonstração da vontade do Pai de libertar os
cativos. Todas as pessoas oprimidas por demônios que iam a Jesus
encontravam libertação. E Jesus jamais teria agido por Si mesmo ou feito
algo contrário à vontade de Deus.
A vida, as palavras, as atitudes e os atos de Jesus durante Sua caminhada
terrena eram a manifestação absoluta da vontade e da natureza de Deus. O Pai
e o Filho estão em unidade na natureza, no caráter, no pensamento e na ação.
Foi por isso que Jesus disse: “Quem me vê a Mim, vê o Pai” (João 14:9).
Quando Jesus estava ensinando aos discípulos sobre o Espírito Santo, Ele
levou essa verdade um passo além e usou a palavra allos para defender esse
ponto. A palavra allos significa um da mesma espécie. Assim como Jesus é a
expressão perfeita e a própria imagem da natureza do Pai, a palavra allos nos
diz que o Espírito Santo representa perfeitamente a vida e a natureza de Jesus
Cristo.
No ministério terreno de Jesus, Ele não apenas fazia o que via o Pai
Celestial fazer. Do mesmo modo, o Espírito Santo, como representante de
Cristo na terra, faz somente o que Ele vê Jesus fazer. O Espírito Santo nunca
agirá por Si mesmo ou em desacordo com a vontade de Jesus Cristo.
Muitas vezes ouvi cristãos perguntarem: “Eu gostaria de saber como deve
ter sido andar com Jesus. Não seria maravilhoso andar com Ele, falar com Ele
e ouvir a Sua voz?”. Mas, ao fazerem essa pergunta, eles estão deixando de
considerar a razão pela qual Jesus enviou o Espírito Santo em primeiro lugar.
Sua missão é ser o Ajudador que nos traz a vida de Jesus Cristo. Jesus disse
a Filipe: “Quem me vê a Mim, vê o Pai”. Do mesmo modo, Jesus nos diz:
“Apresentei Minha causa ao Pai, e Ele lhes deu outro Ajudador que é
exatamente como Eu em todos os aspectos possíveis. Se vocês o têm, vocês
têm a Mim”.
Recebemos a presença do Espírito Santo habitando dentro de nós no novo
nascimento. Agora cabe a nós abrir o coração para o Espírito Santo e permitir
que Ele seja nosso Ajudador e traga a vida de Jesus a todas as áreas de nossa
vida diariamente e de forma progressiva.
Além da presença do Espírito Santo habitando dentro de nós, vemos a
demonstração da Sua obra de encher vidas no livro de Atos. É evidente que
aqueles primeiros cristãos operavam em grande poder porque eram batizados
no Espírito Santo.
A ausência física de Jesus não impediu a Igreja Primitiva de realizar
milagres, de ressuscitar os mortos, de expulsar demônios, de curar enfermos
ou de levar multidões ao conhecimento de Jesus Cristo para salvação. Na
verdade, o ministério de Jesus foi multiplicado através da Igreja porque o
Espírito Santo estava com eles, dentro deles e operando através deles. O
Espírito Santo representava Jesus perfeitamente para a Igreja Primitiva em
todos os aspectos.
Portanto, não olhe para trás, para o que você perdeu, porque você não vivia
há dois mil anos quando Jesus andou sobre a terra. Comece a abrir seu
coração para a obra do Espírito Santo agora. Ele quer representar Jesus para
você, sua igreja, sua família e sua cidade — assim como Ele fez no livro de
Atos.
O Espírito Santo e Sua missão nunca mudaram. Fomos nós que mudamos.
Nós o limitamos com nossa incredulidade e nossa falta de entendimento.
Que hoje seja o dia em que você começará a permitir que o Espírito Santo
faça o que Ele foi enviado para fazer: ajudar você em todas as áreas da sua
vida enquanto Ele lhe traz a vida de Jesus Cristo na sua dimensão mais
completa.
PENSE NISTO
Algumas coisas no nosso passado e no nosso presente provavelmente
seriam diferentes se tivéssemos conhecido o Espírito Santo mais intimamente
e nos rendido à Sua direção mais completamente ao longo dos anos. Nós nos
alinhamos para receber o melhor plano do Pai para nossa vida quando
aprendemos a permitir que o Espírito Santo nos guie a cada passo do caminho
sem limitá-lo com nossas concepções prévias, com nossas escolhas erradas e
com nossas preferências equivocadas.
De que formas você pode ajudar seu futuro a se parecer com o plano do Pai
para sua vida? Que passos você pode dar para aprender a se render mais
completamente à condução do Espírito Santo quando Ele fala ao seu espírito?
J
CAPÍTULO 6
O ESPÍRITO SANTO, NOSSO CONSOLADOR
esus chamou o Espírito Santo de Consolador (ver João 14:16). Ele
também usou esse nome em João 14:26; 15:26 e 16:7. É significativo o
fato de Jesus chamar o Espírito Santo repetidamente de Consolador por
quatro vezes no curto espaço de três capítulos. Está bem evidente que esse
aspecto do ministério do Espírito Santo a nós era muito importante para
Jesus.
A palavra “consolar” pode ter muitas nuances de significado nos
momentos individuais e únicos dependendo da época que enfrentamos em
nossa vida.
Por exemplo, se você está cansado de trabalhar por longas horas, consolo
para você pode ser a oportunidade de relaxar por um tempo no seu sofá todas
as noites depois do trabalho.
Se seu coração está partido por causa da desilusão em um relacionamento,
consolo pode significar falar com um amigo que ouvirá suas mágoas sem
julgar ou dar conselhos que você já conhece.
Talvez você se sinta como se as pressões da vida estejam se acumulando
em cima de você e você não sabe o que fazer ou a quem recorrer. Consolo
pode significar ter um amigo que observe sua situação para orar com você e
ajudá-lo a pensar em meio a essa dificuldade a fim de determinar os passos
necessários que Deus gostaria que você desse em seguida.
Se alguém que você amava acaba de morrer, consolo pode ser algo tão
simples quanto alguém abraçá-lo e talvez ficar com você em meio a esse
tempo tão difícil de adaptação.
O ponto é este: o que “consolo”significa para cada um de nós muitas
vezes depende do que estamos passando na vida em dado momento. Isso
torna ainda mais importante descobrirmos exatamente o que a palavra
“consolo” realmente significa na Bíblia. Não devemos cometer o erro de
interpretar o que Jesus disse sobre o Espírito Santo à luz da nossa experiência
humana, que varia de pessoa para pessoa.
Em João 14:16, a palavra “consolador” é extraída da palavra grega
parakletos. Ela era usada primeiramente no sentido jurídico a fim de denotar
alguém que defendia uma causa em favor de outra pessoa em um tribunal.
Ela descrevia um ajudador ou um assistente que estava sempre pronto e em
espera para ajudar, assistir e fortalecer.
Parakletos também era usada de tempos em tempos para denotar um
conselheiro ou consultor pessoal. Essa é a imagem de um treinador que
instrui seus alunos e aprendizes nos assuntos da educação, dos negócios ou da
vida. Assim como o treinador interage com seus alunos, o parakletos se
aproxima dos que estão sob seus cuidados para encorajá-los, exortá-los,
incentivá-los, aconselhá-los e ensiná-los a fazer um trabalho melhor.
A Amplified Bible pode traduzir melhor a palavra “consolador” com suas
nuances variadas de significado. João 14:16 diz: “E Eu pedirei ao Pai, e Ele
lhes dará outro Consolador (Conselheiro, Ajudador, Intercessor, Advogado e
Fortalecedor), para que Ele possa permanecer com vocês para sempre”.
 
O ESPÍRITO SANTO FICA AO NOSSO LADO
Agora que vimos o significado da palavra grega parakletos, traduzida por
“Consolador”, vamos ver as partes que compõem essa palavra: para e kaleo.
A palavra para significa simplesmente ao lado de. Ela também traz
consigo a ideia de proximidade ou localização geográfica. Ela fala
especificamente de estar muito próximo de ou ao lado de alguém ou de
alguma coisa.
O uso da palavra para nesse versículo traz consigo a ideia de se aproximar
tanto quanto possível de alguém. Você nunca usaria essa palavra para
descrever sua proximidade com um estranho. A palavra para seria usada para
descrever seus relacionamentos mais íntimos.
Por exemplo, minha esposa Denise está para de mim. Ela vive comigo,
fala comigo, faz compras comigo, viaja comigo, prega na nossa igreja
comigo e ora comigo. Ela está sempre para de mim. Estamos lado a lado,
muito próximos e ao lado um do outro o tempo todo.
Quando as pessoas estão próximas umas das outras desse modo, elas
afetam uma à outra. Elas podem até começar a assumir algumas das atitudes,
dos sentimentos, das características de personalidade, dos hábitos e dos
gestos da outra pessoa. Depois de algum tempo, elas se conhecem tão bem
que quase não precisam perguntar à outra pessoa o que ela está pensando.
Agora que vimos o que a palavra para significa, vamos ver como isso se
aplica à primeira parte da palavra grega parakletos, traduzida como
“Consolador” em João 14:16. A primeira coisa que isso nos diz sobre o
Espírito Santo é que Ele está perto de nós e ao nosso lado em todo o tempo.
Não há nada distante no relacionamento dele conosco, de modo que nunca
temos de pedir ou suplicar para que Ele nos ajude. O Espírito Santo está
sempre conosco, onde quer que estejamos.
No momento da nossa salvação, o Espírito Santo vem morar em nós (ver
Efésios 1:13). Embora Ele viva dentro de nós, nossa experiência é a de que o
Espírito Santo fica ao nosso lado para nos ajudar nos assuntos da vida e para
trazer a realidade de Jesus Cristo para cada situação que encontramos — se
crermos e estivermos abertos para isso. Praticamente falando, desde o
momento em que nascemos de novo até o restante de nossa vida nesta terra, o
Espírito Santo está disponível a nós para recorrermos à Sua parceria a cada
minuto do dia.
 
O ESPÍRITO SANTO TEM UMA MISSÃO ESPECÍFICA
A segunda parte da palavra “Consolador” é a palavra kaleo, que significa
convocar ou chamar. Por exemplo, Paulo usou uma forma dessa palavra em
Romanos 1:1 quando ele disse que era “... chamado para ser apóstolo,
separado para o evangelho de Deus”.
Essa não é a imagem de alguém gritando ou chamando para fins de
comunicação verbal. O tipo kaleo de chamado tem propósito, intenção e um
senso de direção.
Por exemplo, Deus nos chama à comunhão com Ele, e Ele chama os
incrédulos ao arrependimento e à salvação (Mateus 9:13). Além disso, tanto
Paulo quanto Pedro usaram a palavra kaleo para descrever o chamado de
Deus à salvação e para ministrar a eles mesmos e a outros (ver Romanos 1:1;
8:30; 9:11, 24; 1 Coríntios 1:9; 7:15; Efésios 4:1, 4; 1 Tessalonicenses 2:12;
Hebreus 9:15; 1 Pedro 1:15; 2:9).
Paulo usou especificamente a palavra kaleo para descrever seu chamado ao
ministério apostólico (ver 1 Coríntios 15:9; Gálatas 1:15; 2 Timóteo 2:9).
Quando ele ouviu o chamado do céu, esse chamado divino lhe deu um senso
de direção, propósito e definição para sua vida.
Assim, vemos que a palavra kaleo traz consigo a ideia de uma convocação
para fazer alguma coisa muito específica com relação a propósito ou destino.
Por exemplo, somos chamados à salvação. Somos chamados ao serviço na
igreja local. E podemos até ser chamados ao ministério. O chamado é sempre
para alguma coisa que aponta para uma intenção específica.
O chamado de Deus com relação ao rumo específico de uma pessoa na
vida dá a esse indivíduo discernimento do propósito, do plano e do projeto
divino para sua existência. Quando uma pessoa sabe em seu coração que o
Pai a convocou para executar uma missão específica a Seu pedido, isso muda
tudo.
Pelo fato de a palavra kaleo ser a segunda parte da palavra grega traduzida
por “Consolador” também podemos saber que o Espírito Santo não assumiu
acidentalmente Seu papel em nossa vida. Assim como Deus chamou Paulo e
Pedro para serem apóstolos — e assim como cada um de nós recebeu uma
atribuição específica — Ele chamou o Espírito Santo para fazer algo muito
específico neste mundo. Esse chamado divino deu ao Espírito Santo
propósito e direção. Poderíamos dizer que deu a Ele uma descrição de cargo.
Além do mais, o Espírito Santo precisa fazer Seu trabalho fielmente,
sabendo que Ele responderá ao Pai que lhe deu a missão. Então o que o Pai
chamou o Espírito Santo para fazer? O Espírito de Deus foi chamado para
ser nosso Ajudador neste mundo. Esse é o propósito principal e a
responsabilidade do Espírito Santo nesta terra.
 
TRÊS CARACTERÍSTICAS DO CONSOLADOR
Este capítulo descreveu três verdades importantes que podemos extrair da
palavra “Consolador” (parakletos). Poderíamos resumir essas verdades como
a seguir.
1. O Espírito Santo permanece perto de nós
Doutrinariamente entendemos que o Espírito Santo habita dentro de
nós e sela cada cristão no momento da salvação (ver Efésios 1:13).
Mas quando Jesus se referiu ao Espírito Santo como “Consolador” em
João 14:16, Ele não estava falando teologicamente. Jesus estava se
referindo ao relacionamento prático que podemos desfrutar
diariamente com o Espírito Santo.
Não precisamos suplicar e implorar para que o Espírito Santo se
aproxime porque Ele está sempre por perto. Na verdade, Seu lugar ao
nosso lado é tão permanente que Jesus disse que Ele permaneceria
conosco para sempre (ver João 14:16).
Finalmente, aprendendo a aceitar essa maravilhosa comunhão com o
Espírito de Deus e a participar dela seremos continuamente
impactados e transformados de uma forma poderosa pela Sua presença
em nossa vida. Começaremos a adquirir e a produzir o fruto do
Espírito Santo em nós.
2. O Espírito Santo tem um chamado
Assim como Paulo e Pedro foram chamados especificamente para
serem apóstolos no Corpo de Cristo, o Espírito Santo recebeu um
“chamado” específico de Deus Pai para realizar um trabalho específico
neste mundo. O Espírito de Deus foi “chamado” (kaleo)
especificamente para estar “ao lado” (para) de cada cristão a todo o
tempo.
• Ele está com você quando você está no fundo do poço e Ele está com
você quando as coisas estão indo bem.
• Ele está com você quando você vai se deitar à noite e Ele está com
você quando você se levanta de manhã.
• Ele está com você ao longodo dia.
• Ele está com você quando você ora e Ele está com você quando você
não ora.
• Ele está com você quando você se comporta de forma madura e Ele
está com você nos seus momentos de imaturidade.
• Ele está com você quando você vai trabalhar, vai à igreja, vai ao
mercado, vai ao salão de beleza, vai ao jogo de bola, vai ao cinema,
etc. — onde quer que você vá!
Onde quer que você vá, o Espírito Santo vai também. Se você é um
filho de Deus, Ele está com você a todo o tempo, em todas as
circunstâncias. Esse é o chamado dele!
3. O Espírito Santo tem um trabalho a fazer
O trabalho do Espírito Santo é nos ajudar! Essa ajuda pode incluir nos
convencer do pecado, nos revestir de poder para a obra do ministério,
transferir dons espirituais, curar outras pessoas através de nós e assim
por diante. Mas essas operações do Espírito em nossa vida, por mais
maravilhosas que sejam, representam partes de um quadro maior. O
quadro maior é o Espírito Santo cumprindo Seu papel como nosso
Ajudador. Todas as outras funções mencionadas são simplesmente
diferentes manifestações da Sua ajuda.
O Espírito Santo é responsável por executar Sua missão celestial, não
de acordo com nossas exigências, nossos desejos, nossas preferências
ou nossas necessidades humanas, mas de acordo com a vontade de
Deus — Aquele que nos chamou e enviou o Espírito Santo a nós em
primeiro lugar.
Isso significa que você e eu podemos ter certeza de que o Espírito
Santo nunca falhará no Seu trabalho no que diz respeito a nossa vida.
Seja qual for a forma de ajuda que precisemos em qualquer momento,
o Espírito de Deus está sempre dentro de nós e ao nosso lado para ser
a ajuda que precisamos, bem na hora que precisamos dela!
PENSE NISTO
Você tem acesso à riqueza interminável do Espírito Santo para ajudá-lo em
seus momentos de necessidade. Há muito mais disponível a você do que você
já teve acesso, e tudo o que é preciso para você receber esse “mais” é que
você diga de coração: “Sim, Espírito Santo”. Considere como poderia ser a
“ajuda” do Consolador para você em uma série de situações ou desafios.
Pergunte ao Senhor que ajustes você precisa fazer em meio a essas situações
para poder receber o que você precisa do Espírito Santo mais livremente.
C
CAPÍTULO 7
O TREINADOR CELESTIAL
reio que a melhor maneira de traduzir a oração de Jesus em João 14:16 é
esta: “E Eu orarei ao Pai e Ele lhes dará outro TREINADOR”.
Por que a palavra “treinador” é a minha tradução favorita para a palavra
“Consolador”?
Imagine-se como um dos discípulos. Você acabou de ver Jesus subir de
volta ao céu, e você está parado ali, olhando para o céu, pensando em como
era andar com Ele na terra durante os três últimos anos. Jesus era seu Líder,
Professor, Mentor, Revelador, Profeta, Operador de Milagres, Operador de
Curas, Pastor e Senhor. Você não fazia nada sem Ele, e Ele lhe mostrou como
fazer tudo. Ele foi o centro da sua vida e o ponto central da sua atenção.
Jesus foi Aquele que enviou você para pregar e o instruiu sobre que
matéria pregar. Ele lhe deu autoridade para expulsar demônios. Ele lhe disse
como falar aos demônios— e quando não falar aos demônios. Ele lhe ensinou
como impor as mãos sobre os enfermos.
Jesus lhe mostrou como lidar com líderes religiosos e como se conduzir
como um ministro do Evangelho. Ele lhe ensinou a fazer cruzadas e como
construir um ministério. Ele até o ensinou a lidar com dinheiro no ministério
(ver Mateus 10:5-14).
Durante três anos, você seguiu atentamente as ordens do Mestre e não
ousou dar um passo sem consultá-lo primeiro. No sentido literal da palavra,
Jesus foi o seu Treinador.
Mas depois da ascensão ao céu, de repente Jesus se foi.
• Quem vai direcionar você agora?
• Quem vai guiar você agora?
• Quem vai lhe mostrar como orar?
• Quem vai lhe mostrar como ministrar?
• Quem vai conduzi-lo como Jesus o conduzia?
• Quem vai treinar você nas suas decisões diárias?
 
Estamos na mesma situação com relação a Jesus que os discípulos estavam
quando Ele subiu ao céu. Não temos Jesus aqui fisicamente para recorrermos
a Ele. Não podemos buscá-lo face a face para que Ele nos aconselhe.
É claro que temos o benefício da Palavra de Deus, que revela a vida e o
caráter de Jesus; Seus caminhos e Seu modo de pensar; Suas verdades e
ordens básicas. Entretanto, com relação aos detalhes da vida — por exemplo,
como orar por determinada situação ou que emprego aceitar — não podemos
marcar uma reunião para discutir com Ele face a face. Uma razão pela qual
ansiamos pelo céu com tanta expectativa é o nosso desejo de finalmente olhar
nos olhos do nosso Salvador. Mas, graças a Deus, podemos nos encontrar
com Jesus a qualquer momento que quisermos nesta vida através do Espírito
Santo em oração!
CRISTÃOS RECÉM-NASCIDOS PRECISAM DE RESPOSTAS
Quando chegamos a Cristo como bebês recém-nascidos, vindos
diretamente de um mundo de pecado e morte espiritual, sabemos muito
pouco espiritualmente — se é que sabemos alguma coisa (ver 1 Pedro 2:2).
Alguns de nós nascemos no Reino de Deus em tamanha ignorância que nem
sequer sabíamos que anteriormente fazíamos parte do reino de Satanás!
Independentemente do quanto sejamos instruídos em questões naturais e
intelectuais, somos imaturos espiritualmente quando nascemos de novo. A
verdadeira maturidade espiritual leva tempo para se desenvolver em nossa
vida.
A Igreja Primitiva era composta de pessoas que haviam sido pagãs. Elas
também sabiam muito pouco sobre a obra de Cristo e as coisas do Espírito.
Não obstante, a ignorância delas não as impedia de encontrar seu lugar em
Cristo e se tornarem membros fiéis da igreja as quais Deus podia usar. O
resultado foi que a Igreja Primitiva se tornou rapidamente uma usina geradora
espiritual que iluminou aquele período sombrio da história humana.
A boa notícia é que o Espírito Santo veio para nos ensinar tudo o que
precisamos saber. Uma provisão ilimitada de sabedoria e revelação está
disponível com relação ao plano de Deus para nossa vida e a como nos
encaixamos no Seu plano maior para o homem — se ouvirmos o Espírito
Santo, se cooperarmos com Ele, e se permitirmos que Ele faça o que foi
enviado para fazer por nós.
Não importa realmente o que você sabe ou não sabe quando recebe Cristo.
Você acaba de receber um Parceiro que reside no seu coração e sabe todas as
respostas para suas perguntas. O “Treinador Celestial” do seu time tem tanto
o plano vencedor para o jogo quanto a provisão de força e coragem que você
necessitará para alcançar a vitória.
Agora, você precisa aprender a cooperar com a Terceira Pessoa da
Divindade. Essa cooperação é o início da parceria com o Espírito Santo sobre
a qual escrevi anteriormente. Infelizmente, muitas pessoas que têm conhecido
o Senhor há anos não sabem disso. Elas têm a presença do Espírito Santo
habitando dentro delas há muito tempo, mas não sabem como desenvolver
esse relacionamento dinâmico em sua vida.
Deus quer que você conheça o Espírito Santo de uma maneira pessoal. Ele
quer que você comece a depender desse relacionamento do mesmo modo que
Jesus dependia quando Ele andou nesta terra. Se Jesus precisava da parceria
do Espírito Santo, você pode ter certeza de que você certamente precisa dela
também. Mas como você pode desenvolver esse relacionamento?
Como um ser humano começa a se relacionar com o Espírito Santo?
Lembre-se, o Espírito Santo é como um treinador para nós. Então, o que
um treinador faz? Se for um treinador de beisebol, ele ensina a correr de uma
base à outra, a usar a luva para pegar a bola e manejar o bastão e a fazer
contato com a bola. O treinador diz: “Segure o bastão na base com as mãos
ao redor dele assim, e quando aquela bola se aproximar, você bate o mais
forte que puder!”.
Se for um treinador de atores, essa pessoa ensina a se tornar um ator ou a
ser um ator melhor. Ele o ensinará como se tornar mais convincente, mais
dramático e mais cômico. Ele até ensina a chorar quando as lágrimas forem
necessárias para determinada cena.
Se for um treinador vocal, essa pessoa ensinará a cantar — a fazercada
respiração durar mais tempo e a empurrar o diafragma para fazer o som sair
mais forte, a cantar no tom, e a cantar de uma maneira que realmente
represente o conteúdo emocional da música.
Um treinador ensina, aconselha, corrige, instruiu, treina, monitora, guia,
dirige e prepara você para sua missão futura. Se você é novo no que está
fazendo, o treinador poderá incluir um pouco de persuasão enquanto você
desenvolve sua confiança. Um treinador irá encorajá-lo enquanto mostra o
que você fez de errado da última vez e depois diz como fazer certo da
próxima vez: “Faça um pouco diferente aqui; pressione um pouco mais ali;
não use tanta força ali; esforce-se mais aqui”, e assim por diante.
Um treinador não está lá para rebater a bola para você, fazer a cena por
você ou cantar aquela nota por você. Ele está ali para treiná-lo a fim de que
você possa rebater a bola, fazer a cena ou cantar a nota da melhor maneira
possível.
Como um mestre artesão ensinando a um aprendiz uma nova habilidade, o
Espírito Santo o direcionará e o guiará. Ele lhe mostrará o que é necessário.
Ele abrirá seus olhos, trará uma impressão à sua mente com uma direção
sobrenatural e o levantará quando você tropeçar. Ele desenvolverá você,
promoverá seu crescimento, cultivará seus dons, e lhe ensinará sobre as
coisas de Deus e sobre a vida.
Em 1 João 2:27 lemos: “Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes
permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas,
como sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas...”. Esse versículo
não está nos encorajando a rejeitar a instrução de bons líderes. Mas ele está
nos dizendo alegremente que embora seja importante receber instrução dos
líderes e pastores que Deus coloca sobre nós, antes de qualquer coisa
precisamos ter o Espírito Santo para nos ensinar. Nunca somos deixamos na
ignorância!
Foi por isso que Paulo pôde deixar a Igreja de Tessalônica com o coração
descansado depois de ter estado com a congregação por apenas três semanas
ministrando a eles. Ele sabia que o Espírito Santo começaria a ensiná-los de
onde ele havia parado e que eles continuariam a crescer sem ele.
 
O ESPÍRITO DA VERDADE
Precisamos aprender a manter nossos ouvidos espirituais continuamente
sintonizados com o conselho do Espírito Santo e segui-lo implicitamente,
ouvindo as dicas que vêm dele. Ele deve se tornar o nosso Treinador
Celestial, e precisamos aprender a aceitar a Sua liderança. Isso significa que a
partir do momento em que sabemos que ouvimos a voz do Espírito Santo,
precisamos estar dispostos a nos render e a aceitar Sua orientação divina sem
objeções.
Você pode estar pensando: Mas espere um instante! Seguir a direção do
Espírito Santo é algo totalmente novo para mim. Parece-me um pouco
assustador me entregar completamente à liderança do Espírito Santo. Não
posso sequer vê-lo, por isso parece difícil me render totalmente à Sua
direção. Qual é a minha garantia de que o Espírito Santo não irá me guiar
de forma errada ou me fazer desviar?
Foi por isso que Jesus chamou o Espírito Santo de “o Espírito da verdade”
por três vezes (ver João 14:17; 15:26; 16:13). Em outras palavras, Ele estava
dizendo: “Você pode confiar na liderança do Espírito Santo. Ele não foi
enviado para conduzir você pelo caminho errado, para fazer você tomar uma
decisão errada, ou para lhe dar uma orientação que seja demoníaca ou má.
Ele é santo. E Ele é o Espírito da verdade”.
Você pode ter certeza de que quando o Espírito Santo coloca um
pensamento na sua mente, é um pensamento certo. Quando Ele planta uma
ideia no seu coração, é uma ideia correta. Quando Ele incomoda você no seu
espírito para fazer isso ou aquilo, Ele tem sempre uma razão correta para isso.
Ele vê e sabe alguma coisa que você não sabe e está tentando guiar e
direcionar você de acordo com a sabedoria. Ele é sempre o Espírito da
verdade, e como o Espírito da verdade, você pode contar com o fato de que
Ele nunca o conduzirá mal.
Pense no que Jesus ensinou em Sua última mensagem aos Seus discípulos
antes de morrer na Cruz. Durante três capítulos inteiros — João 14, 15 e 16
— Jesus ensinou sobre o Espírito Santo a fim de aliviar os temores dos
discípulos sobre confiar nele. Jesus considerava o relacionamento com o
Espírito Santo importante o bastante para dedicar Seu último tempo de
comunhão com eles falando em detalhes sobre esse assunto.
A questão principal aqui é esta: se quisermos ir além do nosso medo do
desconhecido e experimentar uma vida cristã real e sobrenatural, precisamos
chegar ao ponto de nos rendermos ao Espírito Santo. Nesse ato de entrega,
damos a Ele permissão para ser nosso Treinador Celestial.
A verdade é que o Espírito Santo está sempre tentando nos treinar e dirigir,
mesmo quando não estamos ouvindo. Ele está sempre ao nosso lado. Ele está
sempre falando conosco, nos direcionando, nos encorajando e tentando nos
ajudar a tomar as decisões corretas e a fazer as escolhas corretas na vida.
Quer o ouçamos ou não, Ele está ali porque essa é a atribuição que Ele
recebeu de Deus Pai. Se vamos nos beneficiar desse Treinador Celestial ou
não, isso depende de nós. Temos de escolher ouvi-lo e seguir Seu conselho.
Um treinador de beisebol não pode ajudar um atleta a menos que o atleta
escolha seguir suas instruções. Um treinador de atores pode falar até ficar
rouco, mas isso não terá utilidade alguma a não ser que o ator esteja disposto
a ouvir e executar as instruções do treinador. Um treinador vocal pode ver
potencial na voz de uma pessoa e tentar instruir esse vocalista de várias
formas que o façam cantar melhor. Entretanto, se o aluno se recusar a ouvir e
escolher cantar como deseja, o treinador não poderá gerar os melhores
resultados.
Do mesmo modo, precisamos dar ao Espírito Santo a autoridade suprema
em nossa vida, aprender a confiar na Sua liderança e fazer o que Ele nos
instrui a fazer. Ele é o Consolador enviado por Deus para ajudar a tornar a
plenitude da vida de Jesus uma realidade na nossa experiência diária.
Entretanto, para que o auxílio divino do Espírito Santo em nossa vida seja
eficaz, Ele requer nossos ouvidos, nossos corações, nossa confiança e nossa
obediência. Qualquer coisa menos que isso produzirá resultados inferiores à
vida sobrenatural que realmente desejamos. Ele está ali para nos ajudar, mas
precisamos deixar que Ele nos ajude.
 
A INADEQUAÇÃO QUALIFICA VOCÊ PARA A AJUDA DO
ESPÍRITO
Vamos falar sobre contar aos incrédulos acerca de Jesus. A maioria dos
cristãos fica aterrorizada em testemunhar. A própria ideia de compartilhar
Cristo com alguém os faz tremer internamente. Muitas vezes eles têm medo
de dizer alguma coisa errada ou de não saber como responder a uma
pergunta.
O Espírito Santo foi enviado para testemunhar sobre Jesus, o que significa
que Ele sabe como fazer esse trabalho (ver João 15:26; Atos 1:8). Se
permitirmos que o Espírito Santo nos guie, Ele nos mostrará como
testemunhar aos nossos amigos e vizinhos. Ele sabe como testemunhar!
Orar pelos enfermos é outra tarefa difícil para a maioria dos cristãos.
Muitos sabem muito pouco sobre cura, o que muitas vezes se torna uma
desculpa para explicar por que eles nunca fazem nada a respeito. “Não posso
orar pelos enfermos porque não sei como fazer isso”. Quando o pastor os
exorta a se envolverem mais no ministério aos enfermos, eles pensam: O que
você quer dizer, pastor? Pensei que VOCÊ devesse fazer esse tipo de coisa. Eu
não sabia quando vim para esta igreja que você iria me pedir para orar
pelos enfermos. Eu não sei fazer isso! Sinto-me totalmente inadequado.
Mas o Espírito Santo sabe. Ele sabe exatamente por que as pessoas estão
enfermas e por que elas não estão sendo curadas. Ele sabe se há amargura ou
falta de perdão no coração delas, impedindo-as de serem curadas. Ele vê e
sabe tudo. Assim, Ele precisa simplesmente de um vaso disposto através do
qual Ele possa liberar Seu poder curador. O Espírito Santo sabe como curar
os enfermos!
A inadequação não é desculpa no Reino de Deus. A inadequação
simplesmente qualificavocê para receber a ajuda do Espírito Santo. Quanto
mais cedo você entender suas fraquezas e inadequações, mais cedo você
buscará a ajuda sobrenatural que o Espírito Santo quer lhe dar. Esse
reconhecimento leva à próxima revelação: o Espírito Santo precisa se tornar
seu Fortalecedor e seu Guia.
Não importa se você é treinado ou não. Você tem um Treinador celestial na
sua vida que sabe como testemunhar e como curar. Se ouvi-lo, ler Sua
Palavra e permitir que Ele ocupe Seu lugar de direito na sua vida, você
descobrirá que Ele é um Parceiro ao seu lado, mostrando como testemunhar e
como orar pelos enfermos.
Quando ainda era um jovem em minha igreja, antes de ser batizado no
Espírito Santo, eu não sabia como testemunhar. Eu ficava aterrorizado diante
da ideia de fazer isso. “Como assim, bater nas portas? Oh não, o que vou
dizer se alguém abrir a porta?”.
De acordo com Atos 1:8, eu sabia que o Espírito Santo devia nos dar poder
para sermos testemunhas, mas eu raramente havia experimentado esse poder
pessoalmente, se é que já havia feito isso, sempre que eu tentava testemunhar
de Cristo. Cada semana eu ia de porta em porta com uma frustração interior
maior, sempre dando um enorme suspiro de alívio quando nossa tarefa estava
concluída até a próxima semana.
Na nossa igreja, era nosso desejo sermos as melhores testemunhas do
mundo inteiro. O problema era que queríamos o poder para testemunhar, mas
não queríamos que o Espírito Santo nos desse uma experiência como a de
Atos 2:1-4! Na essência, estávamos dizendo: “Sim, queremos o poder do
Espírito Santo, mas nos nossos termos”.
Como cristãos, deveríamos treinar, estudar e nos preparar tanto quanto
possível para nos instruirmos melhor a fim de testemunhar. Mas é tudo em
vão a não ser que o Espírito Santo esteja trabalhando ao nosso lado. Jesus nos
disse: “Recebereis poder, depois que descer sobre vós o Espírito Santo, e
sereis minhas testemunhas...” (Atos 1:8, NKJV, tradução livre). Em João
15:26, Jesus também disse: “... o Espírito da verdade, que dele [do Pai]
procede, esse dará testemunho de mim” (grifo nosso).
Na verdade, o assunto favorito do Espírito Santo é Jesus Cristo.
Testemunhar do fundo do coração é algo natural para o Espírito Santo. Se
isso é algo natural e fácil para o Espírito Santo, por que quando o fizemos
algumas vezes nos pareceu tão difícil, tão trabalhoso e tão destituído de
alegria?
A resposta óbvia é porque estamos fazendo isso sem a parceria do Espírito
Santo. Quando Ele é capaz de trabalhar através de vasos rendidos — cristãos
que abriram o coração para Ele — o Espírito Santo derrama Sua alegria, Seu
entusiasmo, Sua vitalidade e o poder da Sua ressurreição sobre os perdidos, e
eles são salvos. Se estivermos realmente ouvindo o Treinador Celestial,
testemunhar é fácil!
Por outro lado, testemunhar sem reconhecer a ajuda do Espírito Santo pode
não resultar em nada além de um exercício de frustração. Quando não
estamos rendidos a Ele para que Ele possa testemunhar sobrenaturalmente
através de nós, costumamos nos voltar para programas pré-planejados de
evangelismo que podem acabar impedindo a plena liberação do poder do
Espírito — e nos colocar em cativeiro enquanto testemunhamos.
Entretanto, creio que aqueles não são cheios do Espírito Santo e não
pretendem aprender como fluir na Sua vida sobrenatural, provavelmente
deveriam trabalhar com esses programas pré-planejados de evangelismo. E a
verdade é que esses programas podem ser úteis para aqueles que
testemunham sobre Jesus aos outros, inclusive aqueles que são cheios do
Espírito. Eles ajudam a formar uma estrutura na mente das pessoas para
ajudá-las a dar início ao assunto quando estão testemunhando.
Mas, sem a ajuda do Espírito Santo, a pessoa é deixada completamente à
mercê das próprias habilidades para realizar o trabalho. E ela descobrirá que é
muito difícil, se não impossível, suas habilidades e seus talentos mentais
despertarem aqueles que estão espiritualmente mortos.
Não é de admirar que as pessoas se sintam tão derrotadas quando
testemunham sem recorrer à direção e ao poder do Espírito Santo. Graças a
Deus, há um caminho mais elevado e melhor.
Encontramos esse caminho mais elevado no livro de Atos. Esse relato
registra o tipo de testemunho e de testificação que transformou cidades e
abalou nações! Os primeiros cristãos não tinham programas ou cursos de
evangelismo para aprender a testemunhar, mas eles mudaram a história. Por
quê? Porque eles tinham um relacionamento vital com o Espírito Santo, que é
a maior Testemunha e o maior Testificador de Jesus na terra! O resultado foi
um grande sucesso.
O Espírito Santo ainda quer falar ao mundo sobre Jesus hoje. Ele ainda
anseia por liberar Seu poder através da Igreja para virar o mundo de cabeça
para baixo com o Evangelho de Jesus Cristo. Esse é o tipo de poder que o
Espírito Santo, nosso Treinador, pode liberar através de nós se pegarmos as
dicas que Ele nos dá e fizermos o que Ele nos disser para fazer!
PENSE NISTO
O Espírito Santo não nos dá uma pedra quando pedimos pão (ver Lucas
11:11-13). Seja o que for que necessitemos — consolo, sabedoria, descanso,
força sobrenatural, conselho, etc. — está disponível para recebermos a
qualquer momento. Todos os dias, em todas as situações, o Pai espera que
confiemos nele para Sua provisão através do ministério do Espírito Santo a
nós. Devemos recorrer à força e à sabedoria do Espírito Santo, ouvir Sua
direção e nos rendermos imediatamente a fazer o que Ele nos impulsiona a
fazer.
Procure situações na sua vida em que uma maneira de pensar limitada
dominou você e o manteve longe de uma parceria vital com o Espírito Santo.
Você precisa parar e passar tempo com o Espírito Santo para descobrir Suas
“formas mais elevadas” de fazer as coisas nessas situações?
À
CAPÍTULO 8
GUIADO PELO ESPÍRITO SANTO
s vezes apenas seguimos a programação do dia e perdemos o que o
Espírito Santo está tentando dizer e fazer através de nós. Parece que nos
tornamos tão programados em todas as esferas da vida que é impressionante
que Ele sequer seja capaz de falar conosco!
Muitas vozes falam conosco através de livros, gravações de áudio, da
internet, de pregações, etc. Com tudo isso enchendo nossa mente, podemos
ser tentados a viver com toda a informação que acumulamos sem consultar o
Senhor a respeito. Essa informação, porém, pode não conter uma única
palavra com a qual o Espírito Santo quer que corramos nossa corrida pessoal!
Informação não é o mesmo que revelação divina.
Pode ser difícil aceitarmos a afirmação a seguir, mas ela ainda assim é
verdadeira: grande parte do que realizamos na vida, na verdade, foi iniciado
por nós e não pelo Espírito Santo. Depois que já estamos com a bola rolando
“do nosso jeito”, oramos e pedimos a Deus para abençoar o que nós
iniciamos, supondo que era a vontade dele porque foi uma boa ideia. Não é
de admirar que tenhamos resultados tão ruins!
Precisamos aprender a pisar no freio, a parar por um tempo e a esperar
diante do Senhor até que o Espírito Santo fale claramente ao nosso coração
sobre as decisões que devemos tomar ou a direção que devemos seguir.
Embora possa parecer que essa maneira de fazer as coisas demora mais, os
resultados serão mais recompensadores e duradouros quando Ele fala e nós
obedecemos. Além do mais, evitaremos ciladas que poderiam nos custar
muito tempo e esforço mais cedo ou mais tarde.
APRENDA QUANDO ESPERAR
Precisamos permitir que o Espírito Santo nos direcione em todas as áreas
da vida. Veja o assunto de ministrar cura, por exemplo. Talvez você tenha
dito em algum momento na sua caminhada com Deus: “Vou orar pela
próxima pessoa que eu encontrar em uma cadeira de rodas, e essa pessoa não
vai precisar dessa cadeira de rodas quando eu terminar de orar!”. Quando
você terminou de orar, nada mudou no estado da pessoa. Se você passou por
esse tipo de situação, ou por uma experiência semelhante, você pode ter se
sentido constrangido, impotente e derrotado.
Mas espere um instante. Deus não queria curar aquela pessoa? É claro quesim. Porém a unção pode não ter estado presente naquele exato momento
para curar daquela maneira específica. Ou aquela pessoa poderia não estar
pronta para receber a cura com a própria fé.
Ser sensível ao Espírito Santo o ajudará a saber quando orar e quando
esperar — e como orar em particular sobre uma situação enquanto você
espera.
Um exemplo clássico de “esperar versus não esperar” pode ser encontrado
no relato dos dois mendigos cegos em Mateus 9:27-31. Aqueles dois
mendigos ouviram Jesus passar, mas Ele não parou para curá-los. A Bíblia
diz que eles “... seguiram-no... clamando: ‘Tem compaixão de nós, Filho de
Davi!’”.
A palavra “seguiram” é a palavra grega akoloutheo, que significa seguir
alguém ou alguma coisa de uma maneira muito determinada e resoluta.
Embora aqueles mendigos fossem cegos e não pudessem ver para onde
estavam indo, eles estavam decididos a seguir Jesus até ter a Sua atenção.
Veja o que esses mendigos cegos fizeram para chamar a atenção de Jesus.
O versículo diz que eles estavam “clamando”. A palavra clamar é a palavra
krazo, e significa gritar, bradar, exclamar ou clamar. Em outras palavras,
eles estavam gritando em alta voz para chamar a atenção de Jesus!
Esse é um quadro muito dramático. Pense nisso. Eis dois homens cegos,
querendo desesperadamente ser curados, que estavam gritando e bradando
para chamar a atenção de Jesus. Mas Ele simplesmente continuou andando
como se eles não estivessem ali.
Perseguindo Jesus incansavelmente, os mendigos tateavam pelo caminho,
em meio às trevas de sua cegueira, ainda gritando, bradando e clamando para
que Ele os curasse. Ele não poderia ter deixado de ouvi-los por que eles
estavam gritando muito alto. Mas Jesus não parou. Enquanto isso, eles
estavam gritando o mais alto que podiam, insistentemente: “Tem compaixão
de nós! Tem compaixão de nós! Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de
nós!”.
Durante anos, essa passagem da Bíblia me deixou perplexo. Por que Jesus
não se dirigiu àqueles dois mendigos cegos? Por que Ele não os curou? Eles
estavam tão determinados a chamar a atenção dele que o seguiram por todo o
caminho até a casa onde Ele estava hospedado, clamando “Filho de Davi, tem
compaixão de nós!”.
Finalmente, Jesus voltou-se e perguntou a eles: “Credes que Eu posso fazer
isto?” (v. 28).
Eles responderam: “Sim, Senhor”.
Então Jesus tocou os olhos dos dois mendigos e disse: “Faça-se conforme a
vossa fé”. (v. 29). Por que Jesus não parou e os curou quando os viu pela
primeira vez? Por que Ele não se voltou imediatamente para curá-los quando
soube do estado de cegueira deles? E por que Ele lhes respondeu: “Faça-se
conforme a vossa fé”?
Evidentemente Jesus não sentiu a unção de cura naquele momento; do
contrário, Ele teria parado para fazer isso. Entretanto, isso não impediu os
mendigos de receberem a cura pela qual seus corações estavam clamando.
Foi como se Jesus dissesse: “Não sinto a unção do Espírito Santo para curar
agora, então vocês terão de receber isso pela própria fé! Faça-se conforme a
sua fé”.
A única razão pela qual Jesus não quis parar para curar aqueles dois
homens cegos foi porque o Espírito Santo não o estava direcionando para
curar naquele momento. A boa notícia é que eles podiam usar a própria fé
para serem curados mesmo assim. E eles o fizeram — e foram curados!
Quando o Espírito Santo direcionava Jesus a pessoas que desejavam ser
curadas, Jesus as curava com cem por cento de sucesso. Vemos isso em
Lucas 6:19: “E todos da multidão procuravam tocá-lo, porque dele saía
poder; e curava todos” (grifo nosso).
Outro exemplo está em Lucas 5:17, quando Jesus estava ensinando a
Palavra de Deus e Ele sentiu que “... o poder do Senhor estava com Ele para
curar”. Seguindo a direção do Espírito Santo, Ele ministrou à multidão e
curou um paralítico.
Esta era a chave do sucesso de Jesus no ministério: Ele seguia a direção do
Espírito Santo — sempre. Não podemos fazer nada menos que isso se
quisermos ser a mão de amor de Jesus estendida nas situações que
encontramos na vida.
 
APRENDA A SEGUIR O LÍDER
Lucas 4:1 diz que Jesus foi “guiado pelo mesmo Espírito, no deserto”.
Lucas 4:14 diz que Ele “no poder do Espírito, regressou [do deserto]” (grifo
nosso). Jesus era guiado pelo Espírito em tudo o que fazia. Ele dependia
totalmente do Espírito para guiá-lo.
Quando eu era pequeno, minhas duas irmãs e eu costumávamos brincar de
um jogo chamado “Siga o Líder”. Eu queria ser o líder, mas minha irmã mais
velha sempre acabava ficando com esse papel tão cobiçado.
O líder nos dizia o que fazer, as brincadeiras que faríamos, quem limparia
a casa e assim por diante. Basicamente, tínhamos de fazer tudo o que o líder
nos dissesse para fazer. Não é de admirar que minha irmã mais velha
quisesse sempre ser a líder!
Sempre penso nisso quando leio Romanos 8:14. Ali diz: “Pois todos os que
são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus”. Em grego, a estrutura
da frase é ao contrário, de modo que diz: “Pois todos os que pelo Espírito de
Deus estão sendo guiados, são eles os filhos de Deus”. Essa forma coloca o
Espírito Santo em primeiro lugar no versículo, e nós somos colocados atrás
dele — como as crianças que brincam de Siga o Líder!
A palavra grega para “guiar” é ago, que significa simplesmente conduzir.
Essa palavra também forma a raiz da palavra grega agon, que descreve um
conflito intenso, como uma luta em um campeonato ou um esforço da
vontade humana. Essa descrição enfatiza que o Espírito Santo deseja nos
guiar continuamente, mas nossa vontade humana não gosta da ideia de ser
guiada.
Assim, quando escolhemos andar no Espírito e deixar que Ele dite os
passos da nossa vida, Sua liderança sobre nós gera uma luta na nossa vontade
— a escolha entre ouvir nosso homem espiritual ou nos rendermos à carne.
Se formos mais orientados pela carne, muitas vezes teremos medo de confiar
no Espírito Santo. É da natureza da carne querer seguir o próprio caminho e
não confiar na instrução de outro.
Quando brincávamos de Siga o Líder, eu não gostava de ser guiado pela
minha irmã nem que me dissessem o que fazer. Eu preferia estar no comando
da minha vida e tomar as próprias decisões!
Entretanto, como filhos de Deus, precisamos ficar no nosso lugar com Ele,
o que nunca é o papel do líder, mas sempre o papel do seguidor. Não
devemos estar na frente direcionando o Espírito Santo! É sempre nosso lugar
nos posicionarmos atrás dele, seguindo Sua liderança, Sua direção e Sua
orientação. A marca de um cristão maduro é a sua capacidade de sentir para
onde o Senhor o está direcionando e depois seguir essa direção — ainda que
a direção seja ficar parado!
O simples fato de saber que a palavra grega para “guiar” é a mesma raiz da
palavra “luta” nos enche de sabedoria para a batalha que se seguirá! Deus
está nos preparando para lidarmos com a carne à medida que prosseguimos
em direção a uma vida guiada pelo Espírito. A carne quer ter o controle, de
modo que precisamos mortificar (ou derrotar) a carne e permitir que o
Espírito Santo faça as coisas do Seu modo (ver Romanos 8:13; Colossenses
3:5). Independentemente de o quanto a luta pareça grande, o processo de
mortificação e a confiança na direção do Espírito Santo são as únicas formas
de viver uma vida cristã sobrenatural.
Em certo sentido, deveríamos ter como alvo sermos seguidores
inseparáveis do Espírito Santo. Deveríamos estar sempre buscando entender
o que o Espírito Santo está fazendo, onde Ele está indo e como Ele está
direcionando. Então, uma vez que saibamos o que Ele quer que façamos,
devemos seguir Sua direção cegamente.
Era assim que Jesus se relacionava com o Pai. Tudo que Jesus via o Pai
fazer era isso que Ele fazia. Do mesmo modo, precisamos ser sensíveis para
ver o que o Espírito Santo está fazendo, e para onde Ele está nos
direcionando e depois seguirmos Suas pistas. Isso é ser “guiado pelo
Espírito”, que é tanto nossa responsabilidade quanto o beneficio de que
desfrutamos como filhos de Deus. Para nos tornarmos os cristãos maduros
que Deus quer que sejamos, precisamoster esse relacionamento prático e
vital com o Espírito Santo.
Muitas vezes o Espírito Santo dirige sua vida lhe dando uma percepção ou
mesmo um cutucão para tomar determinada atitude. A direção dele também
pode ser mais dramática, como através de uma profecia ou visão; ou
simplesmente como uma voz mansa e suave falando ao seu ser interior com
uma clareza que muitas vezes permite que você realmente repita o que Ele
disse.
Independentemente da maneira como o Espírito Santo escolha guiar você
em determinada situação, sua busca por Ele deve permanecer constante.
Como um filho de Deus, aprender a conhecer Sua voz e a ser guiado por Ele
deve ser um dos objetivos principais da sua vida como filho de Deus.
PENSE NISTO
Às vezes a coisa mais espiritual que você pode fazer acerca de uma
situação é “nada” — pelo menos, nada que seja discernível exteriormente.
Esse “nada” pode ser um ato de sabedoria enquanto você espera diante do
Senhor e o busca ativamente para saber qual é a Sua direção, para receber a
Sua sabedoria, etc.
Olhe para todas as áreas da sua vida e avalie o quanto você tem seguido a
direção do Espírito Santo em cada uma delas. Pense nas situações em que
você saiu na frente e seguiu um plano projetado por você mesmo. Compare
os resultados dessas situações com os das vezes em que você sabia ter
recebido a direção do Espírito Santo e seguiu em frente fazendo o que Ele lhe
disse para fazer.
O
CAPÍTULO 9
AVENTURAS DIÁRIAS COM O ESPÍRITO SANTO
Espírito Santo vê o que não podemos ver e sabe o que não podemos saber
naturalmente, e Ele pode estar em todos os lugares o tempo todo. Como
seres humanos, estamos limitados ao que podemos ver, ouvir e saber. Assim,
para ministrarmos com êxito, precisamos ouvir o Espírito Santo e permitir
que Ele direcione nossos pensamentos, nossas palavras e nossos atos.
Tenho um exemplo simples da maneira como o Espírito Santo nos treina e
nos guia. Denise e eu estávamos fazendo compras em um grande
supermercado. Quando passamos pela seção das frutas, minha esposa ficou
com um olhar inquisidor.
— Rick — ela disse — o Espírito Santo acaba de colocar no meu coração
que eu vá testemunhar àquela mulher ali. Creio que Ele me deu algo
específico que devo dizer a ela.
— Então é melhor obedecer ao Senhor — falei.
— Voltarei em um instante — ela disse.
Denise foi até a mulher:
— Senhora, entendo que não me conhece, mas o Espírito de Deus me disse
para vir até aqui e lhe dizer uma coisa. Ele disse que você pode pensar que
Deus não a ama mais e que Ele jamais poderia amá-la novamente. Mas Ele a
ama e quer que você saiba disso.
A mulher olhou para Denise como se fosse esbofeteá-la ali mesmo. Sua
expressão facial dizia: “Saia do meu caminho, sua fanática religiosa!”.
Depois dessa reação, Denise voltou sentindo-se um fracasso total, como se
houvesse entendido mal o que deveria fazer.
— Rick, talvez eu estivesse errada sobre a palavra que dei àquela mulher
— ela me disse. — Ela não pareceu ficar muito feliz em ouvir aquilo.
— Querida, vire-se. Aquela mulher está andando na sua direção agora.
Quando Denise se virou, ela viu a mulher andando em direção a ela com
lágrimas descendo pelo seu rosto. A mulher disse:
— Acabo de passar por um divórcio, e alguém me disse que Deus nunca
mais me amaria. Eu nem conheço Deus! Você poderia orar comigo para que
eu o conheça?
Ali mesmo, na seção de frutas do supermercado, minha esposa conduziu
aquela mulher preciosa a receber Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador. A
salvação dela foi o resultado da parceria da minha esposa com o Espírito
Santo! Ele é o Treinador Celestial que foi chamado para estar ao nosso lado
para ajudar-nos no nosso testemunho ao mundo.
 
A HORA DO TREINADOR
Posso ver por que o Espírito Santo é chamado de Consolador, porque é tão
consolador saber que Ele está sempre ao nosso lado, principalmente quando
Ele nos pede para fazermos alguma coisa que é diferente do que estamos
acostumados a fazer.
Por exemplo, foi uma revelação quando descobri que os dons do Espírito
Santo não estavam limitados aos cultos da igreja! Os dons do Espírito devem
operar em qualquer lugar, assim como eles operavam no livro de Atos. O
dom de milagres deve estar operando através dos cristãos nas ruas das nossas
cidades. Os cristãos devem levar as pessoas a serem curadas e libertas, assim
como em Atos 3:1-8 quando o aleijado foi curado nas escadarias do templo!
Se ouvirmos nosso Treinador Celestial, Ele nos tocará para
testemunharmos quando for a hora certa. Ele colocará uma palavra em nosso
coração, uma “palavra de conhecimento” (ver 1 Coríntios 12:8), que falará
sobrenaturalmente ao coração de alguém necessitado.
Certo dia, enquanto eu estava comendo em um restaurante, uma garçonete
foi até a minha mesa para pegar o pedido. O Espírito Santo me impulsionou
em meu espírito para que ministrasse a ela, de modo que quando ela saiu,
perguntei: “Senhor, o que Tu queres que eu diga a esta mulher quando ela
voltar?”. Enquanto eu estava ali, sentado tranquilamente, pensamentos se
formaram no meu espírito. Comecei a entender o que Ele queria que eu
dissesse à garçonete. Em meu espírito, ouvi o Espírito Santo — meu Parceiro
e meu Treinador celestial — me dar uma palavra de conhecimento muito
específica sobre a situação que aquela mulher estava vivendo. Ela era tão
específica que pensei: Ou isto está muito certo ou está muito errado!
Ouvi o Espírito Santo me dizer: “Esta mulher é uma mãe solteira que se
mudou para cá há três semanas. Ela tem três filhos, e não sabe como vai
pagar as contas. Ela está muito preocupada. Quero que você diga a ela que
estou com ela todos os dias, principalmente agora, e que tudo vai dar certo
para ela. Ela precisa que a Minha paz seja ministrada à sua mente
perturbada, portanto fale com ela agora”.
Quando aquela mulher retornou para colocar mais café na minha xícara, eu
disse:
— Perdoe-me, posso ter uma palavrinha com você?
— Sim, o que é?
— Quando você se afastou há alguns minutos, Deus falou ao meu coração
para lhe dizer uma coisa. Há três semanas você se mudou para esta cidade
com muito pouco dinheiro. Você tem três filhos e não sabe como vai pagar as
contas. Você está se sentindo como se estivesse completamente só neste
mundo, mas, como você pode ver, Deus está trabalhando na sua vida. Ele está
com você, principalmente agora, e disse que tudo vai dar certo para você. Ele
a conhece tão bem que me pediu para dizer isso a você justo hoje, para que
você tenha consciência do fato de que Ele está ao seu lado. Então fique em
paz, você não está só!
Lágrimas começaram a descer pelo rosto da garçonete. Cada palavra estava
correta. O Espírito de Deus havia suprido a necessidade dela porque Ele
encontrou em mim um vaso através de quem podia falar. Naquele dia, a
parceria com o Espírito Santo ajudou uma mulher que estava sofrendo a ter
uma experiência com a vida de Jesus Cristo. (E você pode apostar que deixei
uma gorjeta substancial para aquela garçonete naquele dia! Deus estava
deixando muito claro o quanto Ele a amava.)
DEVEMOS NOS RENDER E COOPERAR
Se ouvirmos, o Espírito Santo também falará conosco de formas talvez
menos espetaculares, mais ainda assim, transformadoras. Por exemplo, Ele
nos dirá quando ficar quietos em casa e pararmos de implicar com nossos
cônjuges! Ele nos dirá para sermos mais encorajadores. Ele nos exortará a
amar nossos cônjuges de formas mais expressivas. Ele nos mostrará como
sermos melhores pais e avós. Ele nos mostrará como sermos fiéis no
pagamento das nossas contas.
Se você está pensando: nunca vivi nada assim antes, seu problema pode
ser o fato de você não estar ouvindo o Espírito Santo. Ele provavelmente está
falando com você o tempo todo, tentando orientá-lo a fazer certas coisas.
Talvez você ignorasse quem estava lhe falando, ou talvez você não estivesse
ouvindo. Provavelmente Ele está constantemente plantando pensamentos e
ideias no seu coração, mas você não está consciente de que é o Espírito Santo
tentando guiar e direcionar você.
O Espírito Santo o moldará à imagemde Jesus Cristo à medida que você
ler Sua Palavra e procurar desenvolver Sua parceria divina na sua vida. Ele já
habita em você. Agora você precisa aprender a desfrutá-lo e a cooperar com
Ele na sua vida prática diária. Ele quer usar você para ministrar a outros e
falar com você sobre sua vida.
Mas lembre-se: um treinador de nada adianta a não ser que você o ouça!
Os seres humanos geralmente têm medo do desconhecido. Como já vimos,
foi por isso que Jesus nos disse por três vezes que o Consolador era o
“Espírito da verdade” (ver João 14:17; 15:26; 16:13).
O Senhor sabia que poderíamos ficar assustados em seguir alguém que não
podemos ver. Afinal, se fizermos papel de bobos, não podemos dizer: “A
culpa é dele”, e apontar para alguém que está ao nosso lado e que ninguém
pode ver! Além de ter esse obstáculo para vencer, também temos de lidar
com o medo natural de sairmos do normal e nos tornarmos fanáticos
religiosos que vivem em um mundo imaginário.
Mas o Espírito Santo é o “Espírito da verdade” — e não o espírito do erro
ou do engano! Ele não vai guiar você de forma errada. Nem irá guiá-lo a
alguma coisa errada ou que seja destrutiva para seu testemunho como um
pensador e um cristão sadio. Você pode manter uma mente equilibrada e ser
guiado sobrenaturalmente ao mesmo tempo.
Se o Espírito Santo colocar um pensamento na sua mente de fazer alguma
coisa, há uma razão pela qual Ele quer que você faça isso. Se Ele lhe disser
que alguma coisa vai funcionar, ela vai funcionar. Se Ele lhe der instruções, o
objetivo dele é ajudar você. Ele não foi enviado para magoá-lo ou para que
você faça papel de bobo. Ele foi enviado para tornar você melhor e mais
produtivo — uma testemunha poderosa e estável de Jesus Cristo.
Ao ler isso, você pode estar dizendo no seu coração: Quero conhecer o
Espírito Santo deste modo. Eu realmente desejo vencer meus medos e minhas
lutas internas e deixar que Ele se torne o meu Líder. Nesse caso, eu o
encorajo a fazer esta oração:
“Espírito Santo, quero aprender a confiar mais em Ti. Quero discernir
Tua direção em minha vida e permitir que Tu me guies, me dirijas e
me direcione. Isso é novo para mim, então, por favor, continua
falando comigo, me instruindo, me tocando e me impulsionando até
que eu me liberte dos meus temores e aprenda a confiar em Ti”.
PENSE NISTO
Em um sentido muito real, o Espírito Santo atua como o Oleiro divino, nos
moldando e formando até nos conformarmos à imagem de Jesus pela vontade
e pelo desejo do Pai. Mas para que esse processo seja totalmente eficaz,
temos primeiro de confiar nas mãos do Oleiro sobre nossa vida. Nossa
confiança é o requisito para nos rendermos à Sua obra de nos moldar e
formar, mesmo quando isso é desconfortável e não familiar. Por confiarmos
nele, podemos descansar, sabendo que Ele está trabalhando somente para o
nosso bem e para o cumprimento do propósito que foi ordenado por Deus
para nós na terra.
Você confia suficientemente no Espírito Santo para se render ao processo
de mudança que Ele precisa fazer em você, por mais desconfortável que esse
processo possa ser algumas vezes?
N
CAPÍTULO 10
O ESPÍRITO SANTO NOS CONSOLA E HABITA
DENTRO DE NÓS
os próximos capítulos, vamos considerar dez aspectos da obra do
Espírito Santo em nossa vida que Ele faz por nós pessoalmente. Elas
podem ser resumidas como se segue:
1. O Espírito Santo nos consola (João 14:16).
2. O Espírito Santo habita dentro de nós (João 14:17)
3. O Espírito Santo nos ensina (João 14:26).
4. O Espírito Santo nos faz lembrar (João 14:26).
5. O Espírito Santo testifica conosco (João 15:26).
6. O Espírito Santo nos traz convicção (João 16:9).
7. O Espírito Santo nos convence (João 16:10).
8. O Espírito Santo nos guia (João 16:3).
9. O Espírito Santo nos revela (João 16:13).
10.O Espírito Santo nos ajuda a adorar (João 16:14).
 
As duas primeiras responsabilidades listadas representam a obra que o
Espírito Santo faz no nosso coração. Começaremos revendo o que Jesus
ensinou sobre o Espírito Santo como Consolador.
1. O Espírito Santo nos Consola
 
E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para
sempre convosco.
— João 14:16
 
Jesus usou o nome “Consolador” quatro vezes para descrever o Espírito
Santo — mais que qualquer outro nome dado ao Espírito de Deus. Quando
uma verdade é repetida vez após vez na Bíblia, isso é feito para enfatizar uma
ideia.
A palavra “Consolador” vem da palavra parakletos, que descreve alguém
que vem para ajudar, assistir, exortar, encorajar, aconselhar, avisar e
fortalecer. Ela também transmite a ideia de um amigo que entra em uma
situação difícil para defender você de algo ruim ou nocivo.
Jesus ensinou tão extensamente sobre o Espírito Santo porque Ele queria
atenuar quaisquer temores ou preocupações que os discípulos pudessem ter
sobre Aquele a quem eles não podiam ver. Acima de tudo, Jesus queria que
eles soubessem que podiam confiar no Espírito Santo.
Nos anos que estavam por vir, os discípulos descobriram que as palavras
de Jesus haviam sido bastante precisas. O Espírito Santo se tornou o Amigo
mais precioso e o Conselheiro pessoal mais próximo.
O Espírito Santo também é o nosso Consolador hoje. Tudo o que Ele fazia
por Jesus — e tudo o que Ele fazia pelos discípulos e a Igreja Primitiva —
Ele ainda deseja fazer hoje. Dois mil anos depois, Seu nome, Seu
comportamento, Sua obra e Seu ministério não mudaram.
Enquanto você passa pelas circunstâncias da vida, o Espírito Santo está
bem ao seu lado (para) para ajudá-lo, assisti-lo, defendê-lo, ensiná-lo,
aconselhá-lo e fortalecê-lo a cada passo que você der. (Recomendo
enfaticamente que você releia o Capítulo 6 a fim de garantir o entendimento
da obra do Espírito Santo como nosso Consolador.)
2. O Espírito Santo Habita Dentro de Nós
 
O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem
o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós.
— João 14:17
 
Em João 20:22, Jesus soprou sobre os discípulos e lhe disse: “Recebei o
Espírito Santo”. A palavra “receber” vem da palavra grega lambano, que
significa receber alguma coisa agora. O fato de a palavra lambano ser usada
aqui nos diz algo muito importante.
A palavra lambano significa que Jesus estava transmitindo o dom do
Espírito Santo aos discípulos naquele exato momento.
O Antigo Testamento estava chegando ao fim forçadamente, e o Novo
Testamento estava sendo iniciado quando o Espírito de Deus veio para morar
dentro dos corações dos homens pela primeira vez na história humana. Até
aquele momento, somente Jesus havia conhecido a habitação permanente do
Espírito Santo dentro dele.
No passado, o Espírito Santo viera temporariamente sobre as pessoas para
revesti-las de poder para o ministério e o serviço, mas Ele nunca havia vivido
permanentemente dentro de um ser humano. Até os profetas, os sacerdotes e
os reis do Antigo Testamento nunca tiveram esse privilégio glorioso. Eles
conheciam a presença do Espírito Santo apenas de uma forma temporária.
Quando necessário, Ele vinha sobre eles para fazer alguma coisa especial,
mas depois Ele se elevava deles até a próxima vez que eles precisassem ser
especialmente revestidos de poder para o serviço.
Assim, quando Jesus disse que o Espírito Santo habitaria dentro dos
discípulos (ver João 14:17), Ele estava fazendo a declaração mais radical que
qualquer judeu poderia fazer. Ele estava declarando que pela primeira vez na
história, o Espírito de Deus estaria presente no coração do povo de Deus
permanentemente.
Em grego, a palavra “habitar” é a palavra meno. Ela significa ficar ou
permanecer. Essa é a imagem de uma pessoa que decidiu que nunca mais vai
se mudar. Ela encontrou o lar dos seus sonhos e está decidida a ficar ali. Ela
não vai se mexer, se mover, recuar ou ser obrigada a se mudar.
Jesus nos disse que a vinda do Espírito Santo marcaria um novo tempo
para a humanidade quando o Espírito Santo viria para habitar
permanentemente no coração de todos os cristãos. Habitar no coração dos
homens não seriaalgo temporário ou passageiro como Sua presença no
Antigo Testamento. Seria uma nova aliança, fundamentada em melhores
promessas (ver Hebreus 8:6). O Espírito Santo nunca se mudaria, nunca
hesitaria e nunca faria as malas para ser transferido para outro local.
Seu coração não foi feito para ser um hotel! Deus nunca pretendeu que o
Espírito Santo fosse apenas um hóspede. Se o Espírito Santo fosse apenas um
visitante, você não poderia desenvolver uma parceria íntima com Ele — um
relacionamento de intimidade, de conhecimento e de confiança profundos.
Mas porque o Espírito Santo veio para ficar como um Inquilino
permanente no seu coração, esse é um relacionamento que vale muito o seu
tempo e a sua energia. Esse Parceiro está com você pelo resto da sua vida.
Essa é outra maravilhosa razão pela qual você deve decidir levar a sério a
decisão de cultivar sua parceria com o Espírito Santo a partir de hoje!
PENSE NISTO
Desenvolver uma parceria com o Espírito de Deus não é uma questão
banal, e isso não pode ser feito de vez em quando de acordo com nosso
horário preferido ou com o que consideramos ser conveniente. O Espírito
Santo é o selo do nosso relacionamento de aliança com o Deus Todo-
Poderoso. Essa é uma transação eterna que fizemos voluntariamente sem
devolução. O Espírito Santo se mudou para o nosso “templo” e Ele não tem
planos de se mudar. Mas às vezes é possível entristecê-lo e deixá-lo
desconfortável com as escolhas que fazemos.
Quando você olha para trás, para seu relacionamento passado com o
Espírito Santo, que tipo de “anfitrião” da Sua presença você diria que tem
sido? O quanto você tem deixado esse Parceiro divino confortável na Sua
casa, que é você? Você muitas vezes o tem relegado a uma “sala de estar nos
fundos”, onde Ele tem esperado que você venha e desfrute de momentos de
intimidade e de íntima comunhão com Ele? Ou o Espírito Santo tem recebido
o melhor de tudo que você poderia oferecer a Ele — inclusive sua busca por
conhecer Seu coração, por dar a Ele as primícias do seu tempo e por agradá-
lo em tudo o que você faz?
N
CAPÍTULO 11
O ESPÍRITO SANTO ENSINA, LEMBRA E TESTIFICA
o último capítulo, estudamos duas obras do Espírito Santo na vida dos
cristãos na terra hoje:
1. O Espírito Santo nos consola
2. O Espírito Santo habita dentro de nós
 
Os três próximos pontos que veremos são coisas que o Espírito Santo faz
para nos ajudar a amadurecer espiritualmente e a ministrar com mais eficácia
aos outros. O Espírito Santo permanece na terra para os propósitos que já
enumerei. Mas essa obra do Espírito Santo de dentro para fora inclui
transformar nossa vida se nos rendermos enquanto Ele nos ensina, nos faz
lembrar e testifica conosco.
3. O Espírito Santo nos Ensina
 
Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse
vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.
— João 14:26
 
Jesus nos dá mestres humanos que são muito úteis para nos equipar com a
verdade de que necessitamos para crescer nas coisas de Deus. Antes de mais
nada, Ele nos dá o Mestre que nunca falhará conosco nem nos fará desviar —
o Espírito Santo.
Jesus disse: “não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido...
há de receber do que é Meu e vo-lo há de anunciar” (João 16:13, 15). O papel
do Espírito Santo como Mestre é falar por Jesus Cristo e não falar em nome
de si mesmo. Assim como Jesus não fazia nada a não ser o que via o Pai
fazer, do mesmo modo o Espírito Santo faz o que Ele vê Jesus fazer. Ele
executa o senhorio de Jesus Cristo na Igreja.
Até os dons do Espírito Santo declaram o testemunho de Jesus Cristo. Foi
isto o que Paulo disse aos Coríntios: “Porque, em tudo, fostes enriquecidos
nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento; assim como o testemunho
de Cristo tem sido confirmado em vós” (1 Coríntios 1:5-6).
A Igreja de Corinto era grandemente cheia de dons espirituais (ver 1
Coríntios 1:7). Paulo diz que eles eram “enriquecidos” por eles. A palavra
“enriquecido” é a palavra grega ploutizo, que significa tornar extremamente
rico. No vocabulário de hoje, poderíamos chamar isso de “trilhardário”.
Paulo disse que os cristãos de Corinto eram particularmente ricos em
“palavra e conhecimento” — e, realmente, eles não ficavam para trás em
nenhum dom (ver 1 Coríntios 1:5-7). Paulo afirmou que a abundância desses
dons confirmava o testemunho de Cristo entre eles.
Antes de seguirmos em frente, vamos ver as palavras “confirmado” e
“testemunho”.
A palavra “confirmado” é a palavra grega bebaioo, que significa tornar
firme, concreto, estável ou sólido. A palavra “testemunho” é a palavra grega
marturion, que descreve uma testemunha ou um testemunho pessoal tão forte
e válido que poderia resistir ao escrutínio em um tribunal de justiça e passar
no teste com louvor.
A Igreja de Corinto conhecia Jesus Cristo como um Fazedor de Milagres e
um Agente de Cura porque eles haviam visto o Espírito Santo ministrar Seu
poder milagroso no meio deles. Esse testemunho em primeira mão
confirmava e tornava esse aspecto de Jesus concreto no coração e na mente
dos cristãos de Corinto. O testemunho de Jesus como Profeta não era difícil
de ser captado por eles também porque eles haviam tido experiência com o
dom de profecia — palavras do céu ditas pelo Espírito para encorajar, exortar
e edificar — muito regularmente no meio deles.
Os dons do Espírito Santo confirmam a Pessoa e a obra de Jesus Cristo.
Esses dons dão testemunho do fato de que Ele ainda está vivo, ainda está
curando e ainda está operando milagres hoje. Por esses dons maravilhosos, o
Espírito Santo ensina sobre Jesus Cristo e fala em nome dele.
O Espírito Santo também nos traz a mente de Cristo e a vontade de Deus.
Com relação a essa responsabilidade divina, Paulo escreveu: “... nem olhos
viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que
Deus tem preparado para aqueles que o amam. Mas Deus no-lo revelou pelo
Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as
profundezas de Deus... Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa
instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo” (1 Coríntios 2:9-10, 16).
Paulo iniciou esse versículo falando sobre a incapacidade do homem de
entender as coisas profundas de Deus por si mesmo. Podemos traduzir esse
versículo deste modo: “O coração do homem nunca poderia sonhar,
imaginar ou trazer à mente as coisas que Deus preparou para aqueles que o
amam”. O coração humano não poderia imaginar — ainda que nos seus
sonhos mais loucos — a maravilha das bênçãos a serem experimentadas ao
longo do caminho que Deus preparou para Seus filhos.
Então como podemos conhecer e experimentar essas bênçãos? Paulo
respondeu a essa pergunta assim: “Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito...”
(1 Coríntios 2:10). A palavra “revelou” é a palavra apokalupto, que significa
desvendar, revelar ou descobrir. Essa é realmente uma imagem de alguma
coisa que está velada ou escondida, e então de repente seu véu — ou
cobertura — é removido. Em resultado, o que estava oculto por tanto tempo
agora passa a ser totalmente visto. E Deus faz tudo isso pelo Seu Espírito.
O Espírito Santo levanta a cobertura e remove o véu que bloqueia nossa
visão das promessas de Deus para nós. À medida que Ele abre os olhos do
nosso espírito para verdades anteriormente veladas, Ele continua a nos
ensinar a Palavra de Deus, que no final das contas testifica do senhorio de
Jesus Cristo em nossa vida.
Além do mais, o Espírito Santo é Aquele que inspirou a Bíblia. Em 2
Timóteo 3:16 lemos: “Toda a Escritura é inspirada por Deus...”. A palavra
grega para “inspirada” é theopneustos, que significa literalmente soprado por
Deus, inspirado por Deus ou soprado para dentro por Deus. O Espírito
Santo foi o Agente divino que proporcionou o pronunciamento inspirado do
coração do Pai aos corações daqueles que foram chamados para escrever as
palavras.
A obra do Espírito Santo de inspirar e direcionar a escrita da Bíblia não diz
respeito somente ao Novo Testamento. Em 2 Pedro 1:21vemos que o
Espírito Santo ungiu e inspirou os escritores do Antigo Testamento também:
“Porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana;
entretanto, homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito
Santo” (grifo nosso).
Como o Inspirador e Autor do Antigo e do Novo Testamento, o Espírito
Santo também se torna o Mestre por excelência. Ninguém conhece melhor a
Bíblia. Ninguém pode ensiná-la melhor que Aquele que a inspirou e a
transmitiu aos corações e às mentes dos homens para que ela pudesse ser
registrada ou escrita. E Ele ainda a está transmitindo aos corações e às mentes
dos homens hoje. Esse é o Espírito Santo, nosso grande Mestre!
4. O Espírito Santo nos Faz Lembrar
 
Esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho
dito.
— João 14:26
 
Você já se perguntou: Como os discípulos se lembravam de tudo o que
Jesus lhes ensinou?
Pense nisso! Com todas as milhares e até milhões de palavras que os
discípulos ouviam Jesus dizer, como eles se lembravam de todas elas
corretamente? Isso exigiria um intelecto incrível e uma memória notável —
ou alguém que gravasse tudo que Jesus dizia, da maneira que Ele dizia,
quando Ele estava nesta terra.
Isso nos leva à quarta responsabilidade que Deus deu ao Espírito Santo —
trazer à nossa memória todas as coisas que Jesus dizia, fazia e ensinava.
A Bíblia dá um exemplo da obra do Espírito Santo de nos lembrar das
coisas na entrada triunfal de Jesus em Jerusalém quando o povo estava
proclamando alegremente: “... Hosana! Bendito o que vem em nome do
Senhor e que é Rei de Israel!” (João 12:13).
No momento em que isso estava acontecendo, os discípulos não
perceberam que aquela passagem do Antigo Testamento estava sendo
cumprida diante dos olhos deles. João 12:16 continua dizendo: “Seus
discípulos a princípio não compreenderam isto; quando, porém, Jesus foi
glorificado, então, eles se lembraram de que estas coisas estavam escritas a
respeito dele e também de que isso lhe fizeram”.
Assim, quando João mais tarde sentou-se para escrever este evangelho, ele
teve a inspiração e o discernimento de citar Zacarias 9:9: “Alegra-te muito, ó
filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e
salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta”
(João 12:14-15).
Depois que o Espírito Santo foi derramado sobre os apóstolos e os outros
no Pentecostes, uma das maneiras como ele os ensinava sobre Jesus era
ligando a passagem do Antigo Testamento aos eventos que eles haviam
vivenciado com Jesus. Muitas coisas que não estavam claras ou que não
haviam feito sentido para eles enquanto Jesus estava na terra estavam sendo
explicadas e definidas enquanto o Espírito Santo os levava aos versículos do
Antigo Testamento. E à medida que Ele inspirava os apóstolos a escrever o
Novo Testamento, Ele esclarecia e revelava a eles o significado do Antigo
Testamento com relação ao que estava acontecendo diante dos olhos deles.
Hoje tudo já está escrito, e, de acordo com Apocalipse 22:18-19, não há
nada que possamos acrescentar à Palavra de Deus. Não haverá novas
revelações sobre a vida de Cristo. Tudo que o Espírito Santo quer que
saibamos sobre isso Ele já nos disse. Isso não significa que esgotamos e
entendemos tudo da Bíblia que há para captar. Significa simplesmente que a
Sagrada Escritura nos foi apresentada na sua totalidade. Não haverá “novas”
revelações na vida de Cristo fora dos limites do que foi escrito.
Uma das coisas mais notáveis sobre a Igreja Primitiva foi a fantástica
capacidade dos quatro escritores dos evangelhos de lembrar o que Jesus disse
e fez. Mas alguns estudiosos eruditos modernos tentam desacreditar os
evangelhos declarando que eles são meramente um produto da memória
imperfeita dos discípulos. Eles argumentam que os evangelhos não contêm as
verdadeiras palavras de Jesus. Eles esqueceram que um aspecto da obra do
Espírito Santo era e ainda é lembrar aos seguidores de Jesus tudo o que Jesus
disse e fez.
O que temos nos evangelhos é exatamente o que Jesus disse e fez. Eles
foram escritos enquanto o Espírito Santo fazia os escritores dos evangelhos se
lembrarem. Como é verdadeiramente maravilhoso e fantástico ver como o
Espírito Santo iluminou a mente deles para se lembrarem dos detalhes
vívidos da vida e do ministério de Jesus! É por causa desta maravilhosa obra
do Espírito Santo que temos os livros de Mateus, Marcos, Lucas e João em
nossa Bíblia hoje.
Nunca podemos dar como desculpa a ignorância para fazermos o que é
errado, esquecermos o que devemos fazer ou não conhecermos as Escrituras.
O Espírito Santo habita dentro de nós, e Seu propósito é nos dar exatamente o
que precisamos quando precisamos. Ele está sempre pronto para nos ajudar a
pensar e a fazer o que é certo o tempo todo. Quando nossa parceria com o
Espírito Santo é forte, podemos contar com Ele no momento em que nossa
memória falha porque é responsabilidade dele nos lembrar da Palavra de
Deus.
Poderíamos estar no meio de uma situação na qual não sabemos o que
fazer. Mas o Espírito Santo está sempre ao nosso lado para buscar na Palavra
de Deus, iluminar o versículo exato ou a verdade exata de que necessitamos
ou para fazer lembrar-nos dele no momento exato.
Talvez essa responsabilidade do Espírito Santo seja mais bem ilustrada nas
partes do mundo onde a Bíblia é proibida. Os governos comunistas proibiram
estritamente a impressão e distribuição da Palavra de Deus por anos, mas os
cristãos escondidos naquelas nações conhecem bem as Escrituras. Em muitas
nações do mundo, a Bíblia ainda é ilegal, mas você também pode ter certeza
de que os cristãos daquelas nações conhecem a Palavra de Deus.
Durante mais de um quarto de século, minha família e eu temos vivido na
antiga União Soviética, que atualmente é a Rússia. Até a queda da Cortina de
Ferro, a Bíblia havia sido proibida ali por mais de setenta anos. Quando
passei a viver nesta região do mundo, fiquei perplexo com líderes e
congregações inteiras que conheci que sobreviveram à União Soviética e que
só haviam possuído uma Bíblia ao longo dos anos. Às vezes era uma versão
copiada a mão com páginas rasgadas e danificadas devido a décadas de uso.
Aquelas páginas amareladas e esfarrapadas da Palavra de Deus significavam
tudo para eles.
Que respeito aqueles cristãos tinham pela Palavra de Deus! Não ter a
Bíblia os fez valorizá-la ainda mais. Aqueles que realmente possuíam Bíblia
as mantinham perto do seu coração. Eles nunca colocavam uma Bíblia no
chão, nunca colocavam algo em cima dela, como uma xícara de café — e
nem mesmo as deixavam sobre uma cadeira sem proteção.
É algo tremendamente incrível ver pessoas que tiveram acesso limitado à
Bíblia e, no entanto, a conhecem tão bem. Elas podem citá-la e se lembrarem
dela melhor que as pessoas nos países livres que possuem diversas Bíblias em
casa e têm a oportunidade de lê-las todas as manhãs e todas as noites! (A
partir disso, creio que aqueles que foram abençoados com inúmeras Bíblias
em suas casas, mas não conhecem a Palavra de Deus precisam refletir
seriamente sobre sua vida.)
Há somente uma explicação para essa incrível retenção da Palavra de Deus
no coração dos cristãos nos países fechados: o Espírito Santo. Ele está
fazendo exatamente o que Jesus disse que Ele faria — fazendo aqueles
cristãos lembrarem a Palavra de Deus. Essa é uma das responsabilidades do
Espírito Santo como nosso Parceiro neste mundo.
5. O Espírito Santo Testifica Conosco
 
Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o
Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim.
— João 15:26
 
Como mencionei anteriormente, quando eu era jovem, não gostava de
testemunhar. Eu amava Jesus de todo o coração, mas sair e bater nas portas
para falar com pessoas que eu nunca havia visto antes na minha vida — e
depois ler para elas um folheto de dez páginas que elas não estavam
interessadas em ouvir — não era a minha ideia de diversão! Outros membros
da igreja devem ter tido o mesmo problema,porque nosso pastor tinha
constantemente de implorar e insistir com nossa congregação para
participarem das visitas e do evangelismo na escola dominical.
Ainda assim, eu sabia que devia testemunhar sobre Cristo. O problema era
que ser uma testemunha não era o que eu era — era um trabalho que eu fazia.
Lembro-me de que nos amontoávamos no carro do meu professor da escola
dominical para procurar a lista de nomes que devíamos visitar. Lembro-me
claramente da sensação de desânimo que eu tinha por dentro enquanto
pensava em bater em todas aquelas portas. Eu me sentia tão impotente,
derrotado e sem alegria quando íamos cumprir o dever de testemunhar...
Embora muitos cristãos jamais queiram admitir isso, eles se sentiram da
mesma maneira com relação a testemunhar. A verdade é que não existe
testemunho sem a obra do Espírito Santo. Os cristãos devem ter a ajuda do
Espírito Santo enquanto testemunham. Foi por isso que Jesus nos deu o
quinto ponto sobre a responsabilidade do Espírito Santo: “... este dará
testemunho de Mim...” (João 15:26).
O testemunho do Espírito Santo pode ser uma maneira de lhe dar uma nova
revelação de Jesus Cristo para seu próprio crescimento espiritual e para
ministrar à necessidade específica de outra pessoa enquanto Ele o guia. Ou
Ele pode direcionar você a pessoas que estão perdidas e depois dar as
palavras de que você necessita para compartilhar com elas sobre a obra
redentora de Jesus. De uma forma ou outra, o Espírito Santo ama testemunhar
sobre Jesus por causa do Seu profundo amor, Sua adoração e Sua afeição por
Ele.
Quando Jesus disse aos discípulos para ficarem em Jerusalém, Ele estava
dando a eles a estratégia divina a ser seguida que os equiparia para servirem a
Ele. Jesus disse: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo,
e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e
Samaria e até aos confins da terra” (Atos 1:8).
Observe que Jesus disse que os discípulos seriam testemunhas “depois”
que o Espírito Santo descesse sobre eles. Para testemunhar e testificar
poderosamente sobre o Cristo ressurreto é preciso ter poder sobrenatural. Por
conseguinte, sem a assistência do Espírito Santo, é quase impossível
testemunhar com essa confiança sobrenatural sobre Jesus Cristo.
Antes do Dia de Pentecostes, os discípulos eram semelhantes a muitos
cristãos hoje. Em vez de avançarem de modo poderoso sobre o mundo, eles
estavam se escondendo atrás de portas fechadas. Diferentemente do grande
exército espiritual que eles deveriam ser, eles estavam simplesmente
existindo e “hibernando” no Cenáculo.
Jesus disse que o Espírito Santo veio para testificar, mas até Atos 2 os
discípulos não compreenderam a grandeza da capacidade do Espírito para
fazer isso. O testemunho de Jesus Cristo literalmente explodiu de suas bocas
quando eles ganharam as ruas de Jerusalém, totalmente rendidos à Pessoa do
Espírito Santo. Além de declararem sobrenaturalmente “as obras
maravilhosas de Deus” em outras línguas (Atos 2:11), os cento e vinte
proclamaram a Palavra de Deus inteligentemente na própria língua a um povo
de quem eles haviam tido medo no dia anterior!
Depois que Pedro foi cheio com o Espírito Santo, ele proclamou com
ousadia: “Varões israelitas, atendei a estas palavras: Jesus, o Nazareno, varão
aprovado por Deus diante de vós com milagres, prodígios e sinais, os quais o
próprio Deus realizou por intermédio dele entre vós... como vós mesmos
sabeis; sendo este entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus,
vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos... Exaltado, pois, à destra
de Deus...” (Atos 2:22-23, 33).
Essa foi uma proclamação sobrenatural! Isso foi evangelismo
sobrenatural!
Ora, não há nada de errado no evangelismo programado, com visitação de
porta em porta ou com os programas evangelísticos que ensinam os
princípios básicos do testemunho. Mas quando esses programas substituem a
presença e o poder do Espírito Santo, eles negam o que Deus pretendeu que o
testemunho fosse.
O verdadeiro testemunho bíblico envolve nos rendermos à direção e ao
poder do Espírito Santo para impactar eternamente uma vida com a verdade
de Jesus Cristo. Assim, o testemunho que ocorre separadamente desse poder
se torna uma obra religiosa seca e não gratificante.
O verdadeiro testemunho ou testificação de Jesus Cristo só pode ser feito
em relação ao poder da ressurreição. É a isso que Atos 4:33 se refere quando
diz: “Com grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do
Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça”. Mesmo sob a Velha
Aliança, o povo de Deus entendia que eles não podiam cumprir tarefas
espirituais por meios naturais. Por exemplo, Zacarias 4:6 diz: “Não por força
nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos”.
Então por que depender do próprio entendimento no que se refere a
testemunhar? Por que reduzir o poder da ressurreição a um mero programa?
O Espírito Santo foi enviado para testificar de Jesus. Ninguém sabe como
testificar melhor que Ele!
Se você tem medo de testemunhar como eu tinha, abra seu coração para a
parceria com o Espírito Santo e deixe que Ele assuma a responsabilidade por
testemunhar sobre Jesus através de você. À medida que você rende seu
coração e sua mente ao controle do Espírito, testemunhar passará de um
trabalho penoso e estressante para uma aventura alegre, recompensadora e
empolgante!
PENSE NISTO
Quando Jesus deu aos discípulos o mandato deles, deu a eles uma
sequência divina a seguir (ver Atos 1:4, 8): eles deveriam aguardar em oração
em Jerusalém; o Espírito Santo viria sobre eles; eles receberiam poder; e
depois seriam Suas testemunhas. Os caminhos mais altos de Deus muitas
vezes não fazem sentido para a mente natural do homem. Ele é um Deus
estratégico que vê o fim desde o começo e ordena nossos passos para nos
encaixarmos no quadro maior do Seu grande plano para a humanidade. Então
Ele dá ao Espírito Santo a incumbência de revelar Seus caminhos mais
elevados a nós.
Isso significa que você receberá orientação do Espírito de Deus em
momentos que parecem ilógicos ou pelo menos “fora de sequência” de
acordo com seu modo de pensar. Esses em geral são os momentos-chave em
que você precisa dar ouvidos ao direcionamento do Espírito Santo e
simplesmente obedecer. Pense em um exemplo desses momentos na sua vida
e considere sua reação ao “direcionamento ilógico” do Espírito Santo. Como
sua reação afetou o resultado dessa situação?
O
CAPÍTULO 12
O ESPÍRITO SANTO CONVENCE E TRAZ CONVICÇÃO
Espírito Santo tem um ministério complementar à nossa consciência,
tanto nos trazendo convicção de pecado quanto nos convencendo da
justiça (ver João 16:8-10). Neste capítulo, veremos esses dois aspectos
cruciais da obra do Espírito Santo e da Sua responsabilidade para conosco.
6. O Espírito Santo nos Traz Convicção
 
Quando ele vier, convencerá o mundo [...] do pecado, porque não creem em
Mim.
— João 16:8-9
 
Você se lembra de quando era criança e fazia algo errado, mas pensava que
ninguém estava vendo? Então você era apanhado. Você se lembra de como se
sentiu, ao perceber que alguém estava observando você o tempo todo? Que
sensação horrível ser apanhado com a boca na botija!
Você não podia mentir para se safar da situação, porque alguém estava
observando você o tempo todo. Você era inconfundivelmente culpado e não
podia escapar de encarar seu pecado. Você se lembra de como foi sentir-se
tão exposto?
É isso que os pecadores sentem na primeira vez que o Espírito Santo os
convence do pecado. É impressionante por quanto tempo os pecadores podem
viver sem convicção ou tristeza pelo seu comportamento — quase
anestesiados para seus atos errados. A Bíblia diz que o pecado os tornou
endurecidos de coração, espiritualmente cegos e insensíveis (ver Efésios
4:18-19). Some-se a isso o fato de que eles estão espiritualmente mortos e,
portanto, insensíveis e não receptivos a Deus, e você então descobre por que
as pessoas perdidas podem fazer algumas das coisas terríveis que fazem
insistentemente.Mas aquele estado espiritual entorpecido e endurecido de coração pode
mudar instantaneamente quando o Espírito Santo toca a alma humana e expõe
sua condição pecaminosa. Despertado pelo Espírito para ver seu verdadeiro
estado espiritual, o pecador sente-se exposto, nu, constrangido e confrontado.
Jesus disse que o Espírito Santo convenceria as pessoas no mundo do
pecado deste modo a fim de levá-las ao conhecimento da salvação em Jesus
Cristo. A palavra “reprovar” é a palavra grega elegcho. Ela significa expor,
convencer ou investigar com o propósito de trazer convicção, como se faz
com alguém que transgride a lei em um tribunal.
Quando o Espírito Santo capacita o pecador para verdadeiramente ouvir a
Palavra de Deus pela primeira vez, essa Palavra é tão afiada que penetra sua
alma até que ele se sinta como se estivesse sendo interrogado em um banco
de testemunhas. Finalmente, a sessão é encerrada, o veredicto é anunciado e
ele é declarado culpado. Essa é a manifestação da obra do Espírito Santo
convencendo pecadores do seu estado de perdição.
O mundo inteiro é culpado diante de Deus (ver Romanos 3:19), mas o
mundo inteiro não percebe que é culpado. Jesus ensinou: “Ninguém pode vir
a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer” (ver João 6:44). Essa atração
em direção ao Pai é alcançada através da obra do Espírito Santo. Jesus nos
lembrou dessa verdade quando disse: “Quando ele vier, convencerá o mundo
do pecado...” (João 16:8). Sem a obra do Espírito Santo para expor nossa
condição pecaminosa, ainda estaríamos em trevas hoje, eternamente perdidos
e sem Deus.
É frustrante compartilhar Cristo com a família e os amigos e nos sentirmos
como se estivéssemos “batendo em uma parede de tijolos”. Você
compartilha, fala e implora para que eles recebam Cristo, mas parece que eles
simplesmente não conseguem ouvir o que você está dizendo. Embora saibam
que são pecadores, eles não parecem ter convicção de seus pecados em
resultado desse conhecimento. Ignorando o resultado do seu estado espiritual
perigoso, eles seguem em frente — ou entorpecidos ou ignorando o grau de
decadência espiritual de sua vida.
A Bíblia diz que a pessoa perdida está morta em “... delitos e pecados”
(Efésios 2:1). Pessoas mortas não sentem nada! Elas não sentem
principalmente a convicção de pecado. É preciso uma obra especial e
sobrenatural do Espírito Santo para despertar a consciência humana para a
realidade do seu estado pecaminoso.
Como se pode fazer um homem cego ver? É impossível, pois ele está
morto. Como se pode fazer um homem morto sentir? Como se pode
convencer um homem espiritualmente morto de que ele precisa mudar?
É impossível um homem morto reagir. Mas o que é impossível ao homem
é possível para Deus (ver Lucas 18:27)! Graças ao chamado do Espírito
Santo, que tocou nossa alma, fomos despertados para nossa pecaminosidade e
o Espírito nos chamou a Cristo. A partir do momento em que fomos trazidos
a este lugar de convicção inegável e reconhecemos que éramos pecadores, o
Espírito Santo então nos convidou para virmos a Deus. Naquele momento
divino, nossa alma o ouviu dizer, com efeito: “Desperta, ó tu que dormes,
levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará” (Efésios 5:14).
Que milagre o fato de Deus ter ressuscitado nossos espíritos da morte
espiritual para a vida espiritual! Não existe milagre maior! Essa obra de
convicção do Espírito Santo é a primeira coisa que o Espírito Santo faz em
nossa vida — mas certamente não é a última.
O Espírito Santo continua Sua obra de convicção em nossa vida como
cristãos, nos fazendo saber quando erramos o alvo. Então cabe a nós como
responder a Ele.
E precisamos saber o quanto é importante respondermos ao Espírito Santo
quando Ele nos convence. É possível violarmos nossa voz interior da
consciência em certas áreas e anularmos a voz do Espírito Santo em nosso
coração a ponto de não sermos mais sensíveis à Sua obra de convicção nessas
áreas.
Mas as coisas não têm de ser assim em nossa vida como cristãos. É sempre
uma questão de escolha.
7. O Espírito Santo nos convence
 
Quando ele vier, convencerá [...] da justiça [...] porque vou para o Pai, e não
me vereis mais.
— João 16:8, 10
 
Antes de prosseguirmos com o ministério do Espírito Santo de nos
convencer, vamos rever os seis aspectos preciosos da obra do Espírito Santo
em nossa vida que já abordamos:
1. O Espírito Santo nos consola.
2. O Espírito Santo habita dentro de nós.
3. O Espírito Santo nos ensina.
4. O Espírito Santo nos faz lembrar.
5. O Espírito Santo testifica conosco.
6. O Espírito Santo nos traz convicção.
 
Nos versículos de João 8 e 10, Jesus disse sobre o Espírito Santo: “Quando
ele vier, convencerá... da justiça... porque vou para o Pai, e não me vereis
mais”. Nesta seção, vamos falar sobre o poder de convencimento e o
ministério do Espírito Santo.
Você já elogiou alguém que depois discutiu com você, rejeitando seu
elogio e questionando o que você disse? Por exemplo, em vez de lhe
agradecer depois de você ter dito que a pessoa parecia ter perdido peso, ela
respondeu lhe dizendo o quanto está gorda. “Bem, ganhei muito peso e estou
muito gorda agora. Eu gostaria que você tivesse me visto há três meses
quando eu estava muito bem! Não estou tão bem agora”.
Isso equivale a jogar o elogio de volta no seu rosto. Seria muito mais
educado ser gentil e dizer: “Obrigada. Fico feliz por você ter observado.
Aprecio que você diga que minha aparência está melhor”.
Eis outro exemplo. Alguém canta um solo durante um culto na igreja que
mexe profundamente com seu coração. No final do culto, você abre caminho
em meio à congregação para encontrar a solista e dizer o quanto aquela
música ministrou ao seu coração. Ela responde: “Obrigada pelo elogio, mas
acho que fiz um péssimo trabalho esta noite. Não posso acreditar que cantei
tão mal. Não sei como você conseguiu receber alguma coisa disso”.
É rude responder desse modo a um elogio. É rejeitar o amor, a admiração e
a apreciação que Deus está expressando através de outra pessoa para
encorajar você. É o mesmo que dizer: “Aprecio seu elogio, mas você e eu
sabemos que isso não é verdade, de modo que você não precisa dizer isso”.
Na verdade, você está dizendo à pessoa que o está elogiando que ela é uma
mentirosa!
É claro que se você já fez isso, provavelmente não pretendia ser mal
educado. Ainda assim, você precisa aprender a aceitar um elogio. Quando
alguém elogiar você, não tente convencê-lo do quanto sua aparência ou seu
desempenho é ruim.
E eis a parte irônica: fazemos isso com Deus todos os dias! Foi por isso
que Jesus nos falou sobre uma responsabilidade muito especial que o Espírito
Santo tem com relação a nossa vida: o Espírito Santo veio para nos
convencer da justiça.
Em 2 Coríntios 5:21 lemos: “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez
pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus”. Que obra
maravilhosa Deus fez por nós! Ele enviou Jesus para morrer no nosso lugar e
para levar nosso pecado sobre Si. Ele exerceu todo o Seu grandioso poder
para ressuscitar Jesus dentre os mortos e depois o fez sentar-se à Sua destra.
Então Ele enviou o Espírito Santo para viver dentro de nós para que
pudéssemos nos tornar “a justiça de Deus nele” (2 Coríntios 5:21)!
Mas se existe um assunto na Bíblia que os cristãos gostam de discutir, é a
questão da justiça. A maioria dos cristãos é tão consciente da sua velha
natureza pecaminosa (que ainda habita na carne deles, mas não no seu
espírito recriado e inteiramente novo) que eles não conseguem abraçar a
verdade de que foram declarados justos. Diga a eles que eles são bons, e eles
respondem lhe dizendo o quanto são maus.
A natureza pecaminosa sempre se apega ao que é pior e mais negativo. Ela
sempre gravitará no sentido descendente e nunca no ascendente. Essa é a
natureza da mente que não está sob o controle do Espírito Santo.
É por isso que as pessoas perdidas podem fazer coisas tão desumanas.
Mesmo para o incrédulo, a carne pecaminosa — se não for mortificada pelo
poder santificador do Espírito Santo — finalmenteseguirá suas inclinações
negativas até o túmulo.
Se você se entregar à carne, nunca acreditará em uma boa notícia, nunca
acreditará que Deus está fazendo uma boa obra em você e sem dúvida nunca
acreditará que se tornou “a justiça de Deus em Cristo”.
O modo de pensar negativo, de baixo nível e pecaminoso tem feito parte da
nossa humanidade por tanto tempo que é necessário uma obra especial de
convencimento por parte do Espírito Santo para nos fazer entender a obra
maravilhosa que Deus forjou em nós. Essa obra especial do Espírito Santo de
nos convencer da nossa posição como justificados diante de Deus é crucial.
Do contrário, quando Deus diz: “Você é Meu filho. Eu o tornei justo. Você é
lindo para Mim”, nossa mente e nossas emoções carregadas negativamente
retrucarão: “Não é assim! Sou indigno. Não sou santo. Sou digno de pena!”.
Isso é como jogar o “elogio” de volta na face de Deus! Imagine: Ele fez
Sua melhor obra para nos redimir e para fazer de nós “novas criaturas”, mas
nós frequentemente não temos nada de bom a dizer sobre nós mesmos em
honra a essa obra (ver 2 Coríntios 5:17).
A Bíblia nos diz que somos “feitura dele, criados em Cristo Jesus” (Efésios
2:10). Outra tradução desse versículo poderia ser: “Somos um produto
exclusivamente Seu, maravilhosamente criados em Cristo Jesus — isto é,
criados sob a influência e o controle do Seu divino poder”.
Essa é uma verdade poderosa e transformadora, mas é necessário o
Espírito Santo para levá-la da mente do cristão para o seu coração. Assim
como o Espírito Santo precisa trazer convicção ao pecador sobre seu estado
de perdição, Ele também precisa convencer o cristão da sua nova posição
como justificado diante de Deus.
Somos tão negativos sobre nossa velha natureza carnal que é preciso uma
obra sobrenatural de Deus para fazer com que verdadeiramente
compreendamos nossa nova condição em Cristo Jesus. Esse entendimento é
simplesmente tão sobrenatural quanto o momento em que nosso homem
espiritual não regenerado reconheceu que estava perdido. Com a diferença de
que, desta vez, estamos sendo despertados para o fato de que somos justos!
Lembro-me de quando o Espírito Santo me despertou para essa verdade há
muitos anos. Dirigindo pela rua, sentindo-me totalmente injusto, eu estava
ouvindo um ensino em áudio sobre a justiça. De repente, minha mente
começou a captar o que eu estava ouvindo. Foi como se alguém tirasse as
vendas dos meus olhos e os tampões dos meus ouvidos.
Pela primeira vez, eu estava vendo e ouvindo a verdade sobre minha nova
justiça em Cristo Jesus. Essa verdade estava indo diretamente ao meu coração
pelo poder do Espírito Santo! Eu a estava ouvindo. Eu a estava entendendo.
Meu homem interior saltou de alegria quando o Espírito de Deus iluminou
meu entendimento sobre a justiça. Ele me convenceu da verdade e fui liberto!
Se está lutando contra sua autoimagem e contra sentimentos de
condenação, você precisa que o Espírito Santo faça uma obra de
convencimento na sua vida. Somente Ele pode abrir seus olhos para ver quem
você se tornou eternamente em Cristo Jesus.
Quando seus olhos forem abertos e você realmente entender o fato de que
Deus o vê como justo, você nunca mais lançará a verdade de volta na face
dele ou discutirá com Ele. Daquele momento em diante, quando o Espírito
Santo lembrar-lhe de que você foi declarado justo, você gritará de alegria:
“Obrigado! É exatamente isso que sou!”.
Você não tem de continuar sendo negativo sobre si mesmo o tempo todo.
Você não precisa bater na cabeça, dizendo constantemente a si mesmo o
quanto você é indigno. Na verdade, você insulta o poder da obra redentora de
Jesus quando faz isso! Jesus Cristo o tornou digno quando Ele foi para a Cruz
em seu favor e derramou o próprio sangue precioso. Ele o tornou justo! Ele o
tornou uma nova criatura nele.
Por que isso é tão importante? Porque se você não entender essa justiça
dada por Deus, que é a única base para uma boa autoimagem, você nunca
saberá quem você realmente é nele e qual é o seu verdadeiro propósito na
vida.
Além do mais, uma autoimagem negativa inibirá sua capacidade de orar
com confiança e confiar que Deus lhe responderá. Isso o impedirá de viver
uma vida livre de culpa e de condenação.
Um falso entendimento da justiça é o de que ela só é concedida depois que
você for para o céu, mas que ela não tem parte na sua vida na terra. Esse
entendimento errôneo faz com que uma nuvem de culpa e condenação paire
sobre você pelo restante de sua vida, impedindo sua capacidade de andar na
alegria e na vitória do Senhor.
Talvez você possa ver melhor agora por que a obra de convencimento do
Espírito Santo não é uma opção para aqueles que querem progredir como
cristãos maduros. O Espírito Santo leva essa responsabilidade a sério por uma
boa razão. Ela é uma necessidade absoluta.
PENSE NISTO
Muitas vezes nós nos permitimos ficar presos em um padrão familiar de
pensamentos de insegurança e autocondenação sem considerar como isso
afeta o Espírito Santo, que habita dentro de nós. O próprio Salvador, que Ele
foi enviado para exaltar em nossa vida, é Aquele cuja obra redentora estamos
insultando quando permitimos que o inimigo nos atormente com esse padrão
de pensamento destrutivo.
Você consegue pensar em momentos na sua vida em que pensamentos
assim bombardearam sua mente? Você tomou a decisão consciente de
reservar tempo para ter comunhão com o Espírito Santo e com a Palavra de
Deus? Toda vez que você escolher fazer disso a sua resposta ao ataque do
inimigo sobre sua mente, o Espírito Santo o ajudará a substituir esses
pensamentos fundados no medo pelos pensamentos do Pai a seu respeito. E à
medida que decidir fazer dessa a sua resposta contínua toda vez que
pensamentos de insegurança e autocondenação tentarem vir à tona
novamente, você abrirá caminho para o Espírito Santo convencê-lo
totalmente de quem você é em Cristo, a fim de que possa andar na plenitude
de tudo o que Ele o criou para ser.
N
CAPÍTULO 13
O ESPÍRITO SANTO GUIA, REVELA E NOS AJUDA A
ADORAR
o Capítulo 10, apresentei dez aspectos do ministério do Espírito Santo
que estão disponíveis a nós como cristãos. Nos últimos três capítulos
abordaremos a obra do Espírito Santo através dos nossos atos, com base em
João 14 a 16.
Vamos estudá-los com atenção, pois eles são aspectos específicos da obra
do Espírito Santo em nossa vida e elementos-chave para cultivar a intimidade
com Ele enquanto Ele trabalha em nós para nos ajudar a cumprir o nosso
destino ordenado por Deus.
8. O Espírito Santo nos Guia
Você já se perguntou: O que devo fazer com a minha vida? Que direção
devo tomar? Como posso saber com certeza que estou fazendo o que Deus
quer que eu faça?
Essas às vezes são perguntas difíceis de responder, e todos nós já as
fizemos vez ou outra. Embora a Bíblia contenha a revelação de Deus acerca
de Si mesmo para o homem, ela nem sempre responde às perguntas
específicas sobre os detalhes da vida diária — por exemplo, que emprego
devemos aceitar ou com quem devemos nos casar.
A Bíblia nos dá princípios orientadores para as escolhas na vida, como nos
abstermos da aparência do mal (ver 1 Tessalonicenses 5:22) ou não entrarmos
em jugo desigual com os incrédulos (ver 2 Coríntios 6:14). A partir desses
princípios, podemos tomar as decisões de não aceitar um emprego de
atendente de bar, por exemplo, e de não nos casarmos com uma pessoa que
não tenha entregado a vida a Jesus Cristo.
Devemos nos dedicar a estudar e memorizar a Palavra de Deus,
escondendo-a em nosso coração para que não pequemos contra Deus (ver
Salmo 119:11). Então, porque somos guiados pela Palavra de Deus
cometeremos menos erros nas nossas escolhas à medida que seguimos em
frente na vida.
Não obstante, por mais maravilhosos e santos que esses princípios
orientadores sejam, eles não nos dizem especificamente que emprego aceitar
ou com quem devemos nos casar! Eles não nos dizem em que cidade
devemos morar — ou até em que país — e eles não nos dizem em que igreja
devemos nos envolver e que ministérios devemos apoiare sustentar. Às vezes
precisamos de direção, de orientação e de respostas que não estão na Bíblia, e
Jesus disse que o Espírito Santo nos daria esse tipo de orientação: “... Ele vos
guiará a toda a verdade...” (João 16:13).
A orientação divina em nossa vida diária é um dos maiores desafios que
enfrentamos na vida cristã. Assim, foi-nos dada outra tremenda
responsabilidade do Espírito Santo — nos dizer o que fazer e quando fazer a
cada passo do caminho.
Essa obra de orientação do Espírito Santo foi crucial para a Igreja
Primitiva. Os primeiros cristãos confiavam na liderança do Espírito Santo
para guiá-los na formação da doutrina, na seleção de líderes, sobre onde
ministrar, sobre a quem enviar em determinadas jornadas missionárias, etc.
É interessante notar que antes do Espírito Santo ser derramado sobre os
discípulos em Atos 2, eles tentaram tomar uma grande decisão sem a ajuda
dele. Eles decidiram escolher um substituto para Judas, que havia se
suicidado depois de ter traído Jesus. Eles haviam reduzido a questão a dois
homens: “... José, chamado Barsabás, cognominado Justo, e Matias” (Atos
1:23).
Lembre que Jesus, logo antes de ascender, os havia instruído a irem
diretamente para Jerusalém e ali ficarem até que o Espírito Santo descesse
sobre eles (ver Lucas 24:49). Na essência, Ele estava dizendo: “Vão para
Jerusalém e não façam uma única coisa nem tomem nenhuma decisão que
seja até que sejam revestidos de poder do Espírito Santo!”.
Os discípulos foram para Jerusalém e esperaram, mas depois eles
pareceram ficar um pouco impacientes e começaram a procurar alguma coisa
para fazer. Pedro tinha a noção de que alguém deveria substituir Judas.
Depois de sugerirem dois candidatos, eis o que aconteceu:
 
E, orando, disseram: “Tu, Senhor, que conheces o coração de todos, revela-
nos qual destes dois tens escolhido para preencher a vaga neste ministério e
apostolado, do qual Judas se transviou, indo para o seu próprio lugar”. E os
lançaram em sortes, vindo a sorte recair sobre Matias, sendo-lhe, então,
votado lugar com os onze apóstolos.
— Atos 1:24-26
 
A Bíblia diz que eles “lançaram sortes” para decidir entre os dois homens.
Em outras palavras, eles tomaram a decisão jogando dados!
Compare esse caso em que os discípulos de Jesus estavam em busca de
direção com os que ocorreram depois que o Espírito Santo foi dado no Dia de
Pentecostes, e você encontrará uma diferença incrivelmente significativa. Em
primeiro lugar, nunca mais os apóstolos usaram “a sorte” para tomar uma
decisão.
Vamos ver alguns desses exemplos no livro de Atos. Você verá que além
de nos guiar à verdade da Bíblia, o Espírito Santo também tem o poder de nos
orientar em nossos assuntos diários se permitirmos que Ele ocupe esse lugar
em nossa vida.
Em Atos 13:2, lemos: “E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o
Espírito Santo: ‘Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os
tenho chamado’”. Isso marcou o ponto em que o apóstolo Paulo foi enviado
em sua primeira jornada missionária. Ele devia acompanhar Barnabé, que
havia passado os últimos anos discipulando-o.
Em Atos 15, o apóstolo e os presbíteros em Jerusalém enviaram Paulo e
Barnabé a Antioquia com uma carta contendo a seguinte mensagem: “Pois
pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além
destas coisas essenciais” (v. 28).
Naquela época, havia grande disputa doutrinária acontecendo na Igreja,
com relação a quanto da Lei do Antigo Testamento deveria ser aderida pelos
cristãos gentios — como a circuncisão, a guarda do Sábado, e assim por
diante. Nessa carta, os presbíteros deram aos santos em Antioquia as
conclusões às quais haviam chegado em concordância com o Espírito Santo.
Apenas pouco tempo depois, Paulo estava planejando viajar para vários
lugares diferentes a fim de pregar o Evangelho, mas o Espírito Santo lhe
disse para não ir. “E, percorrendo a região frígio-gálata, tendo sido impedidos
pelo Espírito Santo de pregar a palavra na Ásia, defrontando Mísia, tentavam
ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não o permitiu” (Atos 16:6-7).
Todos esses relatos no livro de Atos dizem algo muito importante para nós:
Não podemos saber o que fazer, aonde ir, com quem ir e quando ir sem a
direção e a orientação do Espírito Santo.
Também vemos que o Espírito Santo pode nos orientar de duas maneiras:
dizendo sim ou dizendo não! Ele tentará nos impedir de fazer alguma coisa
que parece boa, mas ou é uma armadilha do inimigo ou não é a vontade de
Deus. Em contrapartida, Ele abrirá uma porta de oportunidade e nos dará paz
total para entrar por ela, mesmo em meio à adversidade.
Que alívio e segurança isso nos dá, sabermos que Deus Pai deu ao Espírito
Santo a responsabilidade de nos guiar, de nos orientar, e até de nos advertir
contra certas pessoas, lugares e situações. Esse é o trabalho dele. E se o
ouvirmos e obedecermos ao que Ele nos disser para fazer, finalmente
cumpriremos nosso chamado divino e executaremos nossa parte nos planos e
propósitos de Deus.
9. O Espírito Santo nos Revela
 
Porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos
anunciará as coisas que hão de vir.
— João 16:13
 
Já discutimos como uma das responsabilidades do Espírito Santo é
representar Jesus para nós e ser nosso elo de comunicação com Ele. Jesus
disse que o Espírito Santo não diria ou faria nada que Ele não ouvisse ou
visse de Jesus, assim como Jesus não dizia nem fazia nada que Ele não
ouvisse ou visse do Pai.
O Espírito Santo na maioria das vezes revelará coisas a nós durante os
momentos de oração. E tudo o que o Espírito Santo nos revelar, podemos ter
certeza de que vem diretamente da sala do trono de Deus. Podemos confiar
no que Ele está nos dizendo, quer tenha a ver com a maneira como estamos
vivendo nossa vida, com que emprego devemos aceitar, com quem devemos
nos casar, com como lidar com nossos filhos ou com a natureza do nosso
chamado e propósito divino.
Um dos versículos mais citados sobre o envolvimento do Espírito Santo na
oração, e um dos meus favoritos, é Romanos 8:26: “Também o Espírito,
semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar
como convém”. Esse versículo está cheio de pérolas do grego que afiarão
nosso entendimento sobre o papel ativo do Espírito Santo em revelar o que
precisamos saber em nossa vida diária.
Você já passou por um período em que não sabia pelo que orar por si
mesmo ou por outra pessoa? Ou você já esteve em um dilema terrível, e não
sabia como sair dele? Talvez você tenha dito: “Senhor, o desejo do meu
coração é tão profundo, mas minha mente está tão confusa. Nem tenho
certeza se sei qual é realmente o desejo do meu coração! Senhor, por favor,
ajuda-me a orar”.
Esses são momentos em que somos especialmente gratos a Deus por
Romanos 8:26. Este versículo mostra a responsabilidade do Espírito Santo
em nos revelar a vontade ou a sabedoria de Deus para nossa vida através da
oração.
A coisa mais importante a ser entendida é que a oração não é algo que
fazemos sozinhos. Oração é uma conversa de mão dupla entre nós e o
Senhor, um desenvolvimento e uma manifestação da intimidade e da parceria
que compartilhamos com Ele. Durante esse momento íntimo de comunicação,
o Espírito Santo revela a perspectiva de Jesus sobre certas situações e o que
Ele quer que nós façamos ou não façamos.
A primeira parte de Romanos 8:26 diz: “Também o Espírito,
semelhantemente, nos assiste...”. O que isso significa? A palavra grega para
“assiste” é uma palavra composta. A primeira parte da palavra significa fazer
alguma coisa em conjunto com outra pessoa. A segunda parte significa
receber. Juntas elas transmitem o significado de tomar posse de alguma coisa
com outra pessoa.
A palavra “assiste” transmite a ideia de uma verdadeira parceria e
cooperação entre dois indivíduos que estão trabalhando juntos para o mesmo
fim. Não é a ideia de uma pessoa fazendo uma parte do trabalho e outra
pessoa fazendo outra parte. Em vez disso, ela traz consigo a ideia de dois
amigos ou parceiros íntimos juntosdando todos os seus recursos em
conjunto para resolver um problema, para vencer um obstáculo, derrotar um
inimigo, lidar com uma situação difícil ou entender um dilema.
Nesse tipo de parceria na oração, você e o Espírito Santo, juntos,
alcançarão aquela paz sobrenatural que excede todo entendimento. Ele lhe
revelará como pensar, o que dizer e o que fazer a respeito de um assunto.
Vamos continuar com Romanos 8:26: “Também o Espírito,
semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza...”. A palavra “fraqueza” é
uma palavra grega que descreve pessoas que estão fracas, doentes ou
dilapidadas no corpo, na mente ou nas emoções. Frequentemente, ela é usada
para descrever aqueles que perderam o senso de bem-estar e força espiritual,
muitas vezes sem mesmo saber o motivo.
O Espírito Santo revelará suas fraquezas e o ajudará com elas. Algumas
coisas são óbvias, mas até os problemas óbvios podem conter algo oculto que
somente o Espírito Santo conhece. É por isso que você precisa depender da
direção e da orientação do Espírito Santo em todas as coisas, assim como
Jesus fazia durante Seu ministério na terra.
Por exemplo, o Espírito Santo pode estar advertindo você de um ataque
financeiro futuro por parte do inimigo. Ele pode estar tentando lhe dizer qual
é a razão pela qual você não foi curado de uma doença para que você possa
fazer alguns ajustes e ser curado. Ele pode querer mostrar que você foi
dominado por um erro, como um vício ou uma obsessão, e que você precisa
ser liberto. Ele pode estar estimulando você a deixar de lado algumas coisas
que são pesos em sua vida e que o estão impedindo de cumprir seu destino.
Seja o que for que o Espírito Santo esteja revelando, você pode ter certeza
de que Ele cumprirá com Sua responsabilidade. Ele ficará ao seu lado e lhe
dirá tudo o que você precisa saber para transformar seu problema em vitória!
“Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza;
porque não sabemos orar como convém”. No grego literal, essa última parte
significa simplesmente: “Não temos o know-how no que se refere à oração”.
Os intercessores mais habilidosos e experimentados são aqueles que, seja
qual for a situação, se voltam imediatamente para seu mais íntimo Parceiro e
Amigo, o Espírito Santo, e se certificam de que estão no caminho certo na
oração.
Todos nós ocasionalmente somos confrontados com uma crise ou com uma
decisão sobre a qual não sabemos como orar. Isso faz parte da nossa condição
humana limitada e é essa “fraqueza” que o Espírito Santo vem para remover.
Ele vem para nos dar a habilidade de que precisamos. Ele compensa aquilo
que nos falta.
“... Porque não sabemos o que havemos de pedir como convém” (ACF).
Nessa versão da Bíblia, a expressão “o que” é uma palavra interessante em
grego. Ela significa a coisa exata. Não sabemos os pontos, os detalhes ou a
verdadeira causa do problema com o qual estamos lidando. Simplesmente
não somos capazes de ver todos os fatos ou de ter uma visão abrangente. Mas
o Espírito Santo tem uma visão muito precisa e exata.
Por exemplo, precisamos da direção e da ajuda divinas para localizar e
lidar com todos os detalhes dos dardos inflamados com os quais o inimigo
nos bombardeia. Precisamos da mente de Cristo para lidar com eles — e a
mente de Cristo é o que recebemos quando confiamos no nosso Parceiro em
oração, obedecendo às Suas instruções, dizendo o que Ele diz e fazendo o que
Ele faz.
Sou muito grato por Deus ter dado ao Espírito Santo essa responsabilidade
de nos ajudar a orar, já que cada um de nós é um ser humano imperfeito que
possui curvas abruptas e pontos cegos. Sempre que estivermos no escuro,
nosso primeiro e principal Parceiro de oração nos revelará tudo o que
precisamos saber para o que quer que estejamos passando.
10. O Espírito Santo nos Ajuda a Adorar
 
Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.
— João 16:14
 
Nesse versículo da Bíblia, Jesus está nos dizendo que uma das
responsabilidades do Espírito Santo é glorificá-lo. O Espírito Santo é um
Espírito invisível, e o vaso que Ele escolhe para glorificar Jesus através dele é
aquele onde Ele vive — você!
Como o Espírito Santo cumpre Sua responsabilidade de glorificar Jesus
Cristo através de você? Em primeiro lugar, Ele pode curar os enfermos,
expulsar demônios e levar as pessoas perdidas ao conhecimento da salvação
em Jesus Cristo através de você. Esses atos certamente glorificam a Jesus de
uma forma magnífica.
Mas quando estamos falando sobre desfrutar a comunhão com o Espírito
Santo, chegamos a outra maneira mais íntima e igualmente importante pela
qual o Espírito Santo glorifica Jesus através de você: nos atos de louvor e
adoração.
Lembro-me da primeira reunião de oração carismática da qual participei
quando era adolescente, que era realizada na casa de um cristão carismático.
Eu não entendi tudo o que aconteceu naquela noite, mas o que me cativou e
finalmente me atraiu a continuar com o movimento carismático foi o louvor e
a adoração.
Durante aquele período de louvor e adoração entre os que estavam cheios
do Espírito Santo, experimentei a presença do Senhor mais do que havia
experimentado antes. Foi como se Ele estivesse tão perto que eu pudesse
sentir Sua respiração no meu rosto e o calor do Seu corpo.
Nesse tempo íntimo e pessoal levantando nossas mãos e nossos corações a
Deus, fiquei “embriagado” com a presença de Jesus. Quando saí daquela
reunião, eu me vi pensando em louvar e adorar o Senhor e em criar melodias
em meu coração para Ele. Eu era como uma criança que havia acabado de
provar um sorvete pela primeira vez — eu queria mais e mais e mais. Eu
queria que cada aspecto de Jesus fosse derramado sobre mim de uma maneira
totalmente nova, poderosa e pessoal.
Quando olho para trás agora, para aquela experiência, posso ver porque
tudo em que eu conseguia pensar e ansiar era por mais de Jesus. Eu estava
cheio com o Espírito Santo, e isso é tudo em que Ele pensa e tudo o que Ele
anseia! Tudo o que o Espírito Santo quer fazer é magnificar, exaltar, elevar e
glorificar Jesus.
Essa é uma responsabilidade do Espírito Santo, sempre grandiosa e
gloriosa, totalmente agradável aos cristãos que permitem que Ele se mova
assim na sua caminhada com Deus. Adorar o Senhor em comunhão com o
Espírito Santo é o que torna Jesus Cristo real na vida diária do cristão. Nada
mais realiza e satisfaz tão profunda e completamente o espírito e a alma do
homem.
PENSE NISTO
A maior alegria do Espírito Santo é tornar Jesus real para você e revelar
cada vez mais da natureza, dos pensamentos e dos desejos de Jesus com
relação a você e ao Seu plano e propósito para sua vida. A adoração é a chave
para a obra do Espírito Santo de revelar um entendimento mais profundo de
Cristo. Como você pode cultivar uma atmosfera de adoração contínua na sua
vida diária que facilite para o Espírito de Deus executar essa obra reveladora
na Sua capacidade máxima?
C
CAPÍTULO 14
O CIÚME DO ESPÍRITO SANTO
Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade
contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se
inimigo de Deus. Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que
em nós habita tem ciúmes?
— Tiago 4:4-5, ACF
 
onsiderando que estamos estudando como desenvolver um
relacionamento mais íntimo e pessoal com o Espírito Santo, esses
versículos de Tiago 4 são particularmente importantes para nós. Neles, Tiago
— inspirado pelo próprio Espírito Santo — realmente acusa um grupo de
cristãos de adultério!
Essa é uma acusação especialmente forte quando consideramos que ele
estava escrevendo a cristãos judeus moralistas. Antes mesmo de se tornarem
cristãos, eles nunca haviam sonhado em cometer adultério. Os adúlteros e as
adúlteras eram apedrejados até a morte sob a lei judaica.
Tiago não poderia ter dito nada mais chocante, mais ofensivo, ou mais
ultrajante àqueles cristãos em Jesus Cristo! Para um judeu, nada era mais
insultante que isso. Mas como eles eram pessoas moralistas que nunca
realmente cometeriamadultério, por que Tiago os chamou de adúlteros e
adúlteras? A resposta está no que Tiago disse em seguida: “... Portanto,
qualquer que quiser ser amigo do mundo constituir-se-á inimigo de Deus...”.
Aqueles cristãos haviam sido atraídos a um relacionamento impróprio com
o mundo. Para chamar a atenção deles e colocar esse ponto tão sério no
coração deles, Tiago os chamou de adúlteros e adúlteras.
A versão King James menciona tanto “adúlteros quanto adúlteras”. Mas a
versão grega do Novo Testamento simplesmente diz “vós, adúlteras”. Mais
adiante neste capítulo, eu mostrarei por que isso é importante.
A palavra “adultério” tem todo tipo de conotações, como infidelidade,
impureza e violação de um compromisso com o casamento, para citar apenas
algumas. Normalmente associamos o adultério com um cônjuge que se
envolve em um relacionamento sexual fora do casamento. Quando essa
traição à aliança de casamento é descoberta, o cônjuge violado sente uma
mágoa tão profunda que nada mais no mundo pode ser comparado a ela.
Até a morte de um cônjuge pode ser mais fácil de processar que a traição
de um cônjuge que cometeu adultério. Sentimentos de rejeição e a mágoa de
ser vítima de uma mentira, de ser enganado e traído podem ameaçar consumir
emocionalmente uma pessoa nessa situação. Essas são apenas algumas das
emoções terrivelmente fortes e dolorosas que o cônjuge sente quando a
santidade e a segurança do casamento foram jogadas fora de forma impulsiva
pelo adúltero ou pela adúltera.
Quando Denise e eu nos casamos, éramos os pastores dos adultos solteiros
em uma grande igreja da denominação Batistas do Sul. Desenvolvemos um
programa para ajudar os que eram recém-divorciados. Aprendemos que a
maioria dessas pessoas se sentia como párias na igreja. Quando abrimos
nosso coração para ministrar a elas e fizemos da “vida após o divórcio” uma
ênfase bem conhecida do nosso ministério, as pessoas recém-divorciadas nos
procuravam vindas de todo lugar.
Em um ano, ministramos a aproximadamente oitocentas pessoas que
haviam passado por um divórcio. Foi um dos períodos de ministério mais
gratificantes, porém mais problemáticos que já vivenciamos. Era gratificante
ver pessoas que haviam sido tão rejeitadas e feridas sendo curadas pelo amor
de Jesus Cristo. Mas era difícil para Denise e eu ouvirmos com tanta
frequência o derramar das emoções agonizantes que aquelas pessoas
preciosas estavam passando em resultado de serem traídas por alguém em
quem confiavam.
Dia após dia, nós nos sentávamos e ouvíamos enquanto cada uma nos
falava sobre sua história. Dentre centenas de casos, mais de dois terços deles
pareciam idênticos — tão idênticos que se eu quisesse, poderia
eventualmente terminar a maioria das histórias deles antes mesmo
determinarem de contá-las.
Repetidamente, aquelas pessoas queridas e emocionalmente destruídas
diziam coisas do tipo: “Simplesmente não sei como ele pôde ter feito isso
comigo! Depois de todos aqueles anos sendo fiel a ele, criando nossos filhos
com ele, e trabalhando para ajudá-lo enquanto ele estudava — como ele pôde
fazer isso comigo? Dediquei minha vida a ele da melhor maneira que pude.
Como ele pode me deixar de lado e ir atrás de outra pessoa?”.
Ou ouvíamos: “Como ela pôde fazer isso comigo depois de eu ter lhe dado
tanto? Eu dei a ela meu amor, minha atenção — eu dei tudo o que eu podia
dar! Como ela pôde fazer isso?”.
Em praticamente todas as sessões, Denise e eu ouvíamos as pessoas
tentando expressar suas emoções intensas. Vez após vez, ouvíamos coisas do
tipo: “Sinto-me como se meu coração tivesse sido rasgado e pisoteado!”. Ou
ouvíamos: “Sinto-me como se tivesse sido chutada no estômago e todo o ar
tivesse sido retirado de mim”.
Chegamos à conclusão de que a traição por parte de um cônjuge é
possivelmente a pior traição de todas na experiência humana. Nada parece
ferir mais, cortar mais fundo, ou durar por mais tempo que esse tipo de
trauma emocional.
Anteriormente eu disse que explicaria por que o grego diz apenas
“adúlteras”, em vez de “adúlteros e adúlteras”. Tiago escreveu seu livro para
os membros da Igreja, que é a Noiva de Cristo. De alguma forma que Tiago
não descreve, esse grupo de cristãos havia saído do seu relacionamento com
Cristo para encontrar realização e companheirismo com outra pessoa ou com
outra coisa. Assim, eles haviam sido infiéis ao seu “Esposo”, Jesus Cristo, e
haviam se tornado adúlteras.
O pecado nos afeta não apenas individualmente, mas também a habitação
do Espírito Santo dentro de nós. Ele realmente se sente ferido e triste, como
um esposo violado. Quando essa verdade se tornar uma revelação para o
nosso coração, ela mudará nossa atitude permissiva com relação ao pecado e
fará com que tenhamos vidas mais consagradas para Jesus Cristo.
Tiago chamou esses cristãos bons e moralistas de “adúlteras” porque eles
procuravam encontrar realização fora do seu casamento com Cristo. Eles
estavam entregando suas mentes, seus corações e suas vidas a coisas
mundanas. Eles haviam cometido adultério espiritual.
 
O QUE É A AMIZADE COM O MUNDO?
A palavra “amizade” vem da palavra phileo. Essa palavra traz consigo a
ideia de uma afeição intensa que é desenvolvida entre pessoas que apreciam a
companhia umas das outras. Ela descreve o amor entre os membros da
família assim como outros relacionamentos humanos. Ela fala de duas ou
mais pessoas que se conhecem, que têm afeição umas pelas outras, e que
estão ficando mais profundamente envolvidas na vida umas das outras.
Geralmente a palavra phileo transmite a ideia de um amigo com quem você
deseja ter um relacionamento mais profundo. Em certo sentido, essa atração
é tão grande que leva a pessoa a se preocupar com alguém ou com alguma
coisa. Ela envolve dar atenção, tempo, devoção e amor a essa pessoa. É isso
que a amizade requer se for um relacionamento a ser mantido ao longo dos
anos.
Esse é exatamente o estado sobre o qual Tiago estava falando quando
disse: “Quem quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”
(Tiago 4:4). Ele não estava julgando aqueles cristãos por terem gostos
dispendiosos, trabalharem em bons empregos, desejarem boas casas ou
dirigirem belos carros. A expressão “amigo do mundo” não tinha a ver com
possuir coisas; em vez disso, tinha a ver com estar obcecado ou preocupado
com as coisas deste mundo.
Àqueles a quem Tiago escreveu essa epístola estavam ficando enredados
no pensamento, no comportamento e nos bens materiais do mundo. Uma
razão pela qual sabemos que eles estavam tendo dificuldades com a tendência
ao mundanismo está nos versículos anteriores. Ali, Tiago disse que as
orações deles não estavam sendo respondidas porque eles estavam pedindo a
Deus as coisas com as motivações erradas. Em vez de desejarem as coisas
para poder ajudar aos outros, eles queriam egoisticamente cada vez mais
coisas para si mesmos. Tiago lhes disse: “Pedis, e não recebeis, porque pedis
mal, para o gastardes em vossos deleites” (Tiago 4:3).
Aquelas pessoas eram cristãos judeus que haviam sempre vivido vidas
santas — mas na época em que isso foi escrito, parece que aqueles cristãos
estavam sendo seduzidos pelas coisas do mundo. Esse processo de sedução
havia progredido a ponto de eles estarem sendo atraídos para o mundo, de
estarem obcecados por ele e preocupados com ele. Essa atração já havia se
tornado tão grande que eles haviam entrado em uma amizade com o mundo.
Eles haviam saído do seu relacionamento com Cristo para dedicar o coração e
a mente deles a outra coisa. Eles haviam cometido adultério espiritual.
Tiago não estava ensinando que ter bens que sejam bons é errado. Em vez
disso, ele estava nos dizendo que é errado ficar tão obcecado e preocupado
com as coisas do mundo a ponto de não ter tempo ou desejo de pensar em
nada mais.
Flertar com o mundo eventualmente levará a uma conexão não santa com
as coisas do mundo. Estar tão envolvido com o modo de vida da sociedade
que o cerca a ponto de pensar como ela pensa, agir como ela age e buscar as
mesmas coisas que ela busca é adultério espiritualpara com o Senhor Jesus
Cristo. Ter bens materiais, status social e assim por diante, na sua mão é uma
coisa, mas ter essas coisas no seu coração é outra. Quando as coisas do
mundo entram no seu coração e você passa a estar preocupado com elas, você
cruzou uma linha muito séria.
 
CONVENCENDO-SE A PECAR
Tiago continua dizendo no versículo 4: “... Portanto, quem quiser ser
amigo do mundo...”. Quero que você observe especialmente as palavras
“quiser ser” nessa frase. Elas foram extraídas da palavra grega boulomai, que
significa aconselhar ou decidir.
A palavra boulomai poderia descrever uma sessão de aconselhamento ou
buscar o conselho de outra pessoa. Usada nesse versículo, a palavra
boulomai não descreve um conselheiro ouvindo você e aconselhando-o.
Desta vez o conselheiro é você! Você está aconselhando a si mesmo.
Isso apresenta uma imagem de um cristão que está sendo seduzido pelo
mundo. Em vez de dizer um não firme à impiedade, como Tito 2:12 instrui,
ele opta por se aproximar mais do mundo para dar uma olhada mais de perto.
Na essência, isso é “flertar” com o pecado, o que eventualmente leva à
prática dele.
Esse cristão sente a carne sendo atraída pelo mundo. Mesmo sentindo a
advertência do Espírito Santo para se retirar da situação e andar em santidade,
ele ignora os apelos do Espírito para dar ouvidos à carne. Antes que essa
pessoa se dê conta, ela está se convencendo a fazer o que sabe que é errado.
Ela pode pensar consigo mesma: Bem, eu provavelmente não deveria, mas
apenas um pouco não vai fazer mal... Sei que isso provavelmente entristecerá
o Espírito Santo, mas Deus me perdoará... Não posso acreditar que estou
fazendo isto, e sei que não deveria. Mas vou fazer somente desta vez...
O cristão literalmente se convence (em outras palavras, se “aconselha”) a
fazer o que sabe que é errado. Esse é o processo do pecado na alma. Ele é
sedutor e enganador. Ele tenta seduzir a alma a deixar de lado as convicções
piedosas e a seguir os ditames da carne para ceder aos prazeres carnais que
duram apenas por um instante.
A TENTAÇÃO DO MUNDANISMO
Tiago estava falando a cristãos que haviam se aconselhado a fazer o que
eles nunca haviam sonhado em fazer antes. Na essência, ele estava dizendo:
“Se vocês se tornaram amigos do mundo, eis a razão: vocês fizeram tantas
pequenas exceções para si mesmos que agora o que os incomodava não os
incomoda mais. Na verdade, ao longo de certo tempo, vocês se tornaram
cristãos mundanos com um pensamento mundano e um comportamento
mundano!”.
O mundanismo tenta nos envolver com seus braços. Nenhum de nós está
isento da sua atração sedutora.
Separe um instante para avaliar honestamente a si mesmo. Pense
simplesmente nas coisas que você tolera na sua vida hoje e que você nunca
teria tolerado há dez anos.
• Você assiste a programas de televisão ou a filmes hoje que há dez anos
consideraria pecado?
• Você é mais permissivo no seu modo de pensar sobre o pecado hoje do
que costumava ser?
• Existem áreas na sua vida que costumavam estar mais incendiadas de
amor por Deus e nas quais você fazia menos concessões anteriormente
do que hoje?
• Você ora e testemunha tanto quanto costumava fazer?
 
Você deve ser sincero com Deus porque Ele conhece seu verdadeiro estado
espiritual de qualquer modo. Você não pode enganá-lo dizendo: “Bem, eis a
razão pela qual não obedeci ao Senhor. Eu teria feito o que Tu dissestes,
mas...”. Se o Espírito Santo apontou uma área na sua vida na qual você é
mundano, simplesmente concorde com Ele e diga: “Sim, Senhor, vejo que
tenho sido mundano nessa área. Por favor, perdoa-me e ajuda-me a mudar.
Como um ato da minha obediência e fé, eu me comprometo voluntariamente
contigo e com a Tua Palavra para que possa ocorrer uma mudança genuína”.
Ser honesto com Deus o posicionará corretamente para que Ele então possa
trabalhar no seu coração e ajudá-lo. Quando reconhecer sua culpa e admiti-la,
você voltará a ser honesto com Deus e poderá crescer novamente.
Todos nós poderíamos admitir uma tendência ao mundanismo em alguma
área da vida. Mas se não lidarmos com essas áreas como o Espírito Santo nos
direcionar, com o tempo nos tornaremos mais conformados com o mundo do
que com Jesus Cristo.
Ser um amigo do mundo não acontece da noite para o dia. Isso leva tempo.
Muito lenta, sedutora e metodicamente nosso modo de pensar, nosso
comportamento e nossa percepção da vida pode passar a ficar cada vez mais
semelhante ao mundo que a Jesus.
Foi isso que Tiago quis dizer com: “Quem quiser ser amigo do mundo...”.
Essas palavras “quiser ser” são muito importantes para você e para mim. Elas
indicam que nosso pecado é responsabilidade nossa. Não podemos culpar o
ambiente, os amigos ou qualquer outra coisa pelo nosso comportamento.
Se perdermos o fogo espiritual que deve arder continuamente em nosso
coração, podemos ter certeza de que nós nos aconselhamos a acreditar que o
pecado é aceitável quando não é. Estamos vivendo o resultado do nosso
próprio engano.
PENSE NISTO
Muitas vezes definimos “mundanismo” pelos vícios óbvios que sabemos
que devemos evitar como cristãos. Mas o espírito do mundo pode atuar como
um “monóxido de carbono” espiritual — vapores tóxicos invisíveis que
permeiam a atmosfera e envenenam os desavisados. Através das várias
formas de mídia, das conversas com outras pessoas e assim por diante
invariavelmente ouviremos palavras todos os dias que são contrárias ao que
Deus diz. Essas palavras muitas vezes trazem consigo o poder da morte que
se infiltra em nossa alma através da invasão lenta da concessão.
Dedique algum tempo para avaliar como você tem se saído como o atalaia
junto às “portas” da sua vida — seus olhos, seus ouvidos e sua boca. Você é
aquele que decide o que entra e o que sai. Você tem sido fiel ao seu posto?
Você é rápido em dizer “Entrada proibida — não ultrapasse!” a qualquer
coisa que possa atraí-lo à amizade com o mundo em detrimento da sua
comunhão com o precioso Espírito Santo?
E
CAPÍTULO 15
O ESPÍRITO SANTO PODE SE ENTRISTECER
fésios 4:30 nos diz como todas essas pequenas exceções que fazemos
quando nos “aconselhamos” a pecar afetam o Espírito Santo: “E não
entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da
redenção”. Se quisermos desenvolver comunhão íntima com o Espírito Santo,
a última coisa que queremos fazer é entristecê-lo.
A palavra “entristecer” vem da palavra grega lupete. Essa era uma palavra
muito especial. Ela era usada para denotar as emoções de um cônjuge traído,
semelhante às emoções que descrevi no capítulo anterior. Sentir-se traído,
enganado, magoado, ferido, e abusado, tudo isso retrata claramente as
emoções de um cônjuge que descobriu que seu(sua) parceiro(a) foi infiel.
Agora vemos que a palavra lupete é usada por Paulo em Efésios 4:30 para
descrever como afetamos o Espírito Santo que habita dentro de nós quando
tendemos para o mundanismo. Paulo não deixa dúvida com relação ao que
ele está nos dizendo. Quando deixamos de fazer do nosso relacionamento
com o Espírito Santo a prioridade máxima em nossa vida e permitimos que
outras coisas tomem o lugar que lhe pertence por direito, isso o fere da
mesma maneira que um cônjuge fica ferido quando sabe que seu(sua)
parceiro(a) foi infiel.
Jesus é Senhor, mas o Espírito Santo é Aquele que vive em nós, nos guia,
nos orienta, nos ensina, nos faz lembrar, nos consola, nos sela, nos santifica,
nos reveste de poder e trabalha para produzir o caráter de Cristo em nós. O
Espírito de Deus foi enviado para revelar a vontade de Deus, que é a mente
de Cristo, e para fazer com que andemos na vitória que Jesus conquistou
através da Sua morte e ressurreição.
O Espírito Santo está aqui por nós. Foi por isso que Ele foi enviado.
Assim, quando o ignoramos, fazemos ouvidos moucos para Ele ou
desobedecemos consistentemente o que Ele nos impulsiona a fazer, tudo isso
o entristece.
Mas vamos ser mais específicos quanto ao que entristece o Espírito Santo.
Nos versículos que estão ao redor de Efésios 4:30, Paulo deu os seguintes
exemplos:• Mentir (v. 25).
• Deixar o sol se pôr sobre a sua ira (v. 26).
• Dar lugar ao diabo (v. 27).
• Roubar (v. 28).
• Permitir que palavras torpes saiam da sua boca (v. 28).
• Não deixar de lado toda amargura, cólera, ira, gritaria, blasfêmias e
malícia (v. 31).
 
Todos esses são atos carnais que entristecem o Espírito Santo. E é
importante lembrar que Paulo estava falando a cristãos quando escreveu esses
versículos. Infelizmente, isso significa que os cristãos estavam cometendo
esses pecados! Aqueles “templos do Espírito Santo” estavam mentindo, se
apegando ao rancor e à cólera; dando lugar ao diabo, roubando, blasfemando
uns para os outros e uns contra os outros; dando lugar à amargura em seus
corações e se permitindo ficarem irados e serem maliciosos uns com os
outros.
Não é de admirar que o Espírito Santo estivesse entristecido! Ele havia
vindo para gerar santidade nos cristãos de Éfeso, mas o mundanismo estava
dominando a vida deles, e eles o estavam apagando. Ele estava sendo
excluído de forma muito semelhante a um cônjuge que havia sido traído.
O fato de Paulo ter usado a palavra “entristecer” nos diz que o Espírito
Santo se sentiu ferido com o comportamento e as atitudes erradas de certos
cristãos na igreja de Éfeso. Ele se sentiu como um cônjuge que estava sendo
arrastado pela lama por um parceiro infiel. Depois de tudo o que Ele havia
feito na vida desses crentes para ajudá-los a crescer e tornarem-se mais
semelhantes a Jesus, como eles podiam agora colocar o Espírito Santo de
lado e ceder à sua carne dessa maneira?
Precisamos pensar antes de falar e de agir. Precisamos lembrar que alguém
vive dentro de nós, cujo nome é o Espírito Santo. A razão pela qual Ele é
chamado de Espírito Santo é porque Ele é santo. Romanos 1:4 o chama de “o
espírito da santidade”. É isso que Ele é, e isso é o que Ele veio para gerar em
nossa vida.
Você nunca pensaria em jogar lama e lixo sobre uma linda catedral. Sua
consciência não suportaria a culpa de saber que você havia profanado o
prédio de uma igreja finamente decorada. Mas você vale muito mais que essa
catedral! O Espírito Santo não vive em prédios. Ele vive em você.
Apesar disso, jogamos lama e lixo na nossa vida o tempo todo, sem pensar
em como isso deve entristecer o Espírito de santidade que vive dentro de nós.
Nós o arrastamos pela lama da nossa vida toda vez que pecamos —
principalmente quando fazemos isso deliberadamente.
É claro que a tristeza que o Espírito Santo sente quando pecamos não
exclui Sua ternura quando nos arrependemos do comportamento errado. O
Espírito Santo vem depressa em nosso socorro quando estamos
verdadeiramente arrependidos para nos restaurar ao nosso lugar de íntima
comunhão com o Senhor.
De acordo com Efésios 4, os pecados que os cristãos acham mais difíceis
de resistir não são geralmente os pecados mais óbvios como a embriaguez ou
a impureza sexual. Os pecados com os quais temos de lidar com mais
frequência são as atitudes internas erradas que todos nós podemos tender a
abrigar, como a falta de perdão, a amargura, o ressentimento, a ira ou a
malícia. Não deveríamos permitir que essas atitudes permaneçam em nós por
nenhuma razão uma vez que elas entristecem o Espírito Santo. Mas, além
disso, essas atitudes também podem dar ao inimigo uma base de apoio para
ter acesso a nossa vida, nos deixando mais suscetíveis a sermos tentados por
esses pecados “externos” que acabamos de mencionar (ver Hebreus 12:15-
16).
Na próxima vez que você for tentado a abrigar ressentimento no seu
coração por alguém, faça esta pergunta a si mesmo: “Se eu mantiver esta
atitude, vou entristecer o Espírito Santo que está na minha vida?”.
Se simplesmente ficarmos mais conscientes da presença do Espírito Santo
habitando dentro de nós, isso nos fará refletir constantemente sobre nossa
maneira de pensar e viver. Isso definitivamente nos ajudará a pensar antes de
falar e agir.
Lembre-se, o Espírito Santo vive dentro de você. O que você faz na sua
vida hoje, você faz a Ele também. Aonde você vai hoje, você o leva com
você. Se você vai assistir a um filme duvidoso, Ele vai com você. Se você
opta por pecar, você o está arrastando com você a esse ato desprezível.
Você quer realmente entristecer o Espírito Santo? É claro que não! O
Espírito Santo vive dentro de você e merece sua máxima reverência e
respeito.
 
UM CRISTÃO PODE SE TORNAR UM INIMIGO DE DEUS?
Viver como um cristão mundano é coisa séria! É por isso que Tiago 4:4
diz: “Qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de
Deus”.
Observe a palavra “constitui-se”. Ela é a palavra kathistemi, que significa
constituir ou tornar. Os cristãos que optam por tomar um caminho mundano
se colocam em oposição ao caminho piedoso que Deus deseja para eles. Em
resultado da própria escolha, eles se tornaram ou se constituíram inimigos de
Deus.
A palavra “inimigo” em Tiago 4:4 vem da palavra grega echtros, que
descreve uma atitude extremamente oposta ao amor e à amizade. Ao passo
que amor e amizade significam cordialidade, compromisso e relacionamento,
a palavra echtros significa hostilidade extrema, desrespeito intenso e ódio
absoluto.
Tiago estava nos dizendo: “Se vocês escolherem a cordialidade e a
amizade com o mundo, isso os colocará em oposição direta a Deus”. Esse não
é um bom lugar para se estar.
Romanos 8:31 declara: “... Se Deus é por nós, quem será contra nós?”. Do
mesmo modo, se Deus é contra nós, quem pode ser por nós? Se Deus está
contra nós, estamos “acabados” nas próprias buscas e podemos contar com o
fato de que a frustração está no nosso futuro.
Entretanto, se escolhermos a amizade com Deus, nós nos colocamos em
oposição direta à amizade com o mundo. Essa oposição é tão forte que nos
torna inimigos do mundo. E lembre-se, a palavra “inimigo” traz consigo a
ideia de ódio. Em outras palavras, o mundo — seu sistema e sua maneira de
pensar e de se comportar — nos odeia pela nossa amizade com Deus.
Jesus usou a palavra “odiar” quando disse: “Ninguém pode servir a dois
senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e
desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom” (Mateus 6:24,
ACF).
De acordo com Jesus, é impossível que nós, como cristãos, entreguemos
nosso coração simultaneamente a dois senhores. Precisamos escolher a quem
vamos servir: a Deus ou a Mamom. Mamom era uma expressão usada pela
comunidade judaica daquela época para expressar a ideia de mundanismo.
A palavra “servir” vem da palavra doulos. É de onde tiramos a palavra para
um servo ou escravo. Essa palavra era usada para denotar um servo que havia
se entregado inteiramente a outra pessoa ou coisa. Essa pessoa era um
escravo para toda a vida.
Esse escravo servia a alguma coisa ou a alguém com quase toda a sua
atenção, todo o seu tempo e toda a sua energia. Em outras palavras, esse
escravo fornecia ao seu senhor cada desejo, cada vontade ou cada exigência.
Ele estava ali para ajudar, assistir e cumprir os desejos e as necessidades do
seu senhor e não tinha tempo para nada mais.
Quando você compra um carro, uma máquina de lavar, ou mesmo uma
casa, eles precisam dos seus cuidados para ser mantidos em operação. Essas
coisas funcionarão por algum tempo sem a sua atenção, mas, com o tempo,
você precisará dar a atenção a eles a fim de mantê-los em bom estado
operacional. Se você possui uma casa, você sabe que uma casa exige seu
tempo, sua atenção, sua energia e seu dinheiro.
Do mesmo modo, se você quer que sua caminhada espiritual com Deus
permaneça em bom estado de funcionamento, isso não acontecerá por acaso.
Isso exigirá esforço e tempo.
Quando Jesus disse: “Não podeis servir a Deus e a Mamom”, Ele estava
nos dando essa importante verdade. Tanto Deus quanto Mamom vão exigir
um investimento do seu tempo, da sua energia e do seu dinheiro de todo o
coração. Não há o suficiente de você para servir a Deus e ao mundanismo na
sua vida. Por conseguinte, você precisa escolher a quem vai servir.
Servir a Deus significa passar tempo com Ele, aprender a conhecer Sua voz
e desenvolverum padrão de obediência na sua caminhada diária. Isso exigirá
que você sirva a Deus com toda a sua vida por todos os seus dias — mesmo
enquanto você está ocupado com a família, o trabalho ou a carreira e com os
assuntos da vida diária. Viver para Deus exigirá sua máxima atenção. Uma
vida vivida para Ele precisa ser servida continuamente com oração,
obediência, arrependimento e adoração.
Eis a boa notícia: Jesus prometeu que se falássemos com Ele primeiro, Ele
garantiria que tudo o que precisássemos no aspecto material nos seria
acrescentado (ver Mateus 6:33). Isso é vida sobrenatural!
Servir a Mamom (o mundo) significa dar toda a sua atenção à busca por
coisas materiais. Se você for bem-sucedido de acordo com os padrões do
mundo, não terá espaço para mais nada em sua vida. Você certamente não
terá tempo para ler a Palavra de Deus, orar e dedicar tempo apenas para
adorar e estar diante do Senhor. Servir a Mamom exigirá todo o seu tempo,
atenção, energia e dinheiro.
Foi por isso que Jesus disse que devemos ser fiéis a um senhor e amar um
senhor, e devemos odiar e desprezar o outro. E se algum dia cairmos na
armadilha de amar o senhor errado por algum tempo, precisamos nos
arrepender — mudar — e começar a servir a Jesus de todo o coração mais
uma vez!
 
A QUEM VOCÊ SERVE?
Deixe-me fazer algumas perguntas: a que você está servindo na sua vida
agora? O que exige mais do seu tempo e da sua atenção? Você pode dizer
verdadeiramente que está dando a Deus sua máxima atenção e que a
prioridade máxima da sua vida é servir a Ele e obedecer-lhe? Ou você deve
admitir que as buscas mundanas, os bens mundanos e o sucesso no mundo
corporativo consomem demais da sua atenção e das suas energias?
Se você está obcecado por Deus, essas outras coisas têm um lugar inferior
a Ele na sua lista de prioridades. Mas se você está obcecado pela amizade
com o mundo, as coisas materiais dominarão a paisagem da sua mente.
Simplesmente pare e pergunte a si mesmo: Em que eu penso mais do que
qualquer outra coisa na vida? Sua resposta provavelmente lhe dirá a quem
você está servindo com seu tempo e seus talentos.
Deus se oporá ao cristão que está fora da vida que Ele planejou para ele. É
por isso que Tiago 4:6 diz: “... Deus resiste aos soberbos...”.
A palavra “resiste” é a palavra grega antisteste de anthistemi, e ela
significa ficar contra, se opor ou tomar uma posição contra outra pessoa.
Um cristão que escolheu seguir o próprio caminho escolheu tomar uma
posição contra Deus. Se esse cristão não se arrepender e voltar para onde
Deus quer que ele esteja, Deus se oporá a ele e tomará posição contra ele.
Esse cristão pode repreender o poder do diabo o dia inteiro, mas isso de nada
valerá. O problema dessa pessoa não é o diabo. O problema é que ela virou as
costas para Deus e para o plano dele em sua vida.
Não consigo imaginar nada pior que um cristão a quem Deus está fazendo
oposição. As coisas simplesmente não parecem dar certo ou sair como
deveriam. O caminho do mundanismo é um caminho duro para um cristão
trilhar.
Se Deus está contra nós, nossos planos fracassarão, nossos sonhos
afundarão e nada na vida terá êxito. Frustração, preocupação, ansiedade e
sentimentos de fracasso são apenas algumas das emoções negativas que
experimentaremos se Deus estiver bloqueando nosso caminho.
Essa resistência da parte de Deus, por mais terrível que possa parecer, é um
ato da Sua graça. Bloqueando nosso caminho e resistindo às nossas escolhas,
o precioso Espírito Santo de Deus se esforça para nos trazer a um ponto de
doce quebrantamento no qual o pecado seja confessado e a comunhão com
Ele seja restaurada.
PENSE NISTO
Desde o momento em que você recebeu Jesus como seu Senhor e Salvador
e o Espírito Santo se mudou como Residente permanente no seu homem
interior, Ele tem sido seu Companheiro constante. Ele tem sido uma
testemunha íntima de cada ato seu, de cada palavra sua e de cada pensamento
seu. Quanto mais consciente você está da presença contínua do Espírito Santo
na sua vida, mais seu desejo de nunca o entristecer aumentará — e mais fácil
se tornará para você se render a Sua instrução e reconhecer o que Ele está
dizendo no seu coração.
O que você pode fazer para cultivar uma consciência crescente da presença
do Espírito Santo dentro de você? Como você pode ter acesso efetivamente à
Sua assistência que está continuamente disponível a você em todas as áreas
da sua vida?
CAPÍTULO 16
UM INQUILINO PERMANENTE
“Ou supondes que em vão afirma a Escritura: É com ciúme que por nós
anseia o Espírito, que ele fez habitar em nós?” (Tiago 4:5). Esse versículo
explica por que Deus reage tão fortemente aos cristãos que se envolvem no
mundanismo em vez de se envolverem com o Espírito Santo.
Estou convencido de que é a falta de entendimento que permite que os
cristãos façam as coisas erradas que fazem. Se eles tivessem uma amizade
íntima com Aquele que vive dentro deles e entendessem verdadeiramente Sua
natureza santa, eles não seriam capazes de tolerar feri-lo ou entristecê-lo. É
por isso que precisamos de mais ensinamentos sobre a Pessoa e a obra do
Espírito Santo!
Entender a obra interna do Espírito Santo em nossa vida é crucial para
sermos salvos, santificados e revestidos de poder para o serviço diário. Como
podemos pensar no poder de Deus sem este fundamento básico estabelecido
adequadamente? Esse conhecimento fundamental não é opcional — ele é
uma necessidade.
A luz da verdade dessa presença do Espírito Santo habitando dentro de
nós, vamos ver o que Tiago quis dizer quando escreveu: “Ou supondes que
em vão afirma a Escritura: É com ciúme que por nós anseia o Espírito, que
ele fez habitar em nós?”.
Há três palavras-chave que precisamos considerar neste versículo: 1)
“habitar”; 2) “anseia” e 3) “ciúme”. Primeiramente, vamos ver a palavra
“habitar”. No Capítulo 10, vimos que o Espírito Santo vem habitar em nós no
nosso novo nascimento. Ele não vem apenas para uma visita — Ele vem para
ser um Inquilino permanente.
A palavra “habitar” usada em João 14:17, que discutimos anteriormente, é
meno, que significa habitar ou morar permanentemente. Mas em Tiago 4:5, a
palavra habitar foi extraída da palavra grega katoikizo. Essa palavra é
composta pelas palavras kata e oikos. A palavra kata significa de acordo
com, e oikos é a palavra grega para casa. Quando unidas, a nova palavra
significa fixar residência ou habitar em uma casa.
Essa palavra traz consigo a ideia de residir permanentemente. Em outras
palavras, essa palavra nunca descreveria um alguém que está de passagem ou
que veio apenas para morar temporariamente em um lugar. Ela retrata a
imagem de uma pessoa que nasceu e foi criada e que se casou, trabalhou, teve
filhos, se aposentou, morreu e foi enterrada na mesma cidade. Essa pessoa
nunca quis se mudar e viver em outro lugar. Aquele lugar havia sido seu lar, e
ela queria que ele continuasse sendo seu lar por toda a vida.
Em outras palavras, quando o Espírito Santo veio morar dentro de você,
não foi por um breve período de tempo. Ele veio para ficar. Daquele
momento em diante, Ele fez do seu coração o Seu lar. Ele, por assim dizer,
pendurou Seus quadros nas paredes do seu coração, colocou os tapetes no
chão, mudou os móveis para dentro e se instalou em uma grande e
confortável cadeira. Ele não tem nenhuma intenção de sair para morar em
outro lugar.
O Espírito Santo veio para ser um Inquilino permanente no seu coração.
Seu coração não é um hotel onde Ele vai passar as férias. Seu coração é o lar
dele. Ele é Aquele que mora dentro de você e nunca sai.
 
UMA CATEDRAL PARA O ESPÍRITO
No sentido figurado, eu disse que o Espírito Santo veio pendurar quadros
na parede do seu coração, colocar tapetes no chão e se instalar em uma
cadeira confortável. Mas Ele fez muito mais. No novo nascimento, Ele pegou
nosso espírito, que estava morto em transgressões e pecados, e o elevou a
uma nova vida, recriando-o para se tornar o maravilhoso templo de Deus.
Obviamente, o que o Espírito Santo realizou na sua salvação não foi
apenas um trabalhode decoração. Ele criou um lugar de habitação dentro de
você tão maravilhoso e tão incrível que o próprio Deus — na Pessoa do
Espírito Santo — dispôs-se a fazer dele o Seu lar.
Paulo se referiu a essa obra miraculosa quando escreveu: “Ou não sabeis
que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós,
proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes
comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso
espírito, os quais pertencem a Deus” (1 Coríntios 6:19-20. ACF).
A palavra “templo” nessa passagem foi extraída da palavra naos, que
sempre descreve um santuário altamente decorado. A palavra “santuário”
retrata a imagem de uma linda catedral que possui tetos altos abobadados,
colunas de mármore, assoalhos de granito, obras esculpidas em madeira
revestidas de ouro e prata, lustres de cristal, castiçais de prata e incenso
queimando diante do altar.
Criado como um Batista do Sul, eu estava acostumado ao interior de uma
igreja batista. Tínhamos bancos, um batistério, um belo tapete e um pesado
púlpito de carvalho. Esse era o nosso estilo de decoração na igreja. Ele era
bonito, porém moderado e simples.
Na primeira vez que entrei em uma catedral, quase desmaiei. Eu era apenas
um garotinho quando participei do casamento de meu tio em uma grande
igreja católica da nossa cidade. Lembro-me de entrar pelo corredor daquela
igreja, simplesmente maravilhado com a altura dos tetos e com a beleza das
estátuas e pinturas.
Nas minhas jornadas de uma extremidade à outra da antiga União
Soviética, muitas vezes paro para ver os grandes prédios da igreja ortodoxa
russa. A arte da arquitetura, o mármore incrustado, as pinturas, os ícones, o
ouro, a prata e as pedras preciosas — tudo o que vejo é tão belo que não
posso sequer imaginar o nível de talento exigido para criar essas coisas.
Alguns desses prédios são quase inacreditáveis em termos de tamanho, beleza
e intensidade de esplendor. Dizer que eles são espetaculares é subestimar sua
beleza. Foi exatamente isso que Paulo quis dizer com sermos templos do
Espírito Santo.
É caloroso e aconchegante pensar no Espírito Santo sentindo-se à vontade
na nossa casa espiritual. Pessoalmente gosto de meditar na sensação de
permanência que resulta de sabermos que o Espírito Santo se sente em casa
dentro de nós. Mas porque Paulo usou a palavra naos (“templo”) em 1
Coríntios 6:19 para nos descrever, ele estava pintando uma imagem muito
diferente da imagem de uma casa calorosa e aconchegante.
O Espírito Santo fez o milagre por excelência quando veio habitar em
nosso coração. Ele tomou nosso espírito, que estava morto em transgressões e
pecados (ver Efésios 2:1) e nos deu vida juntamente com Cristo (ver Efésios
2:5). Naquele momento milagroso, Ele criou nosso espírito para ser
semelhante a Deus em justiça e verdadeira santidade (ver Efésios 4:24).
Essa obra dentro de nós foi tão gloriosa e perfeita que, quando foi
concluída, o Pai declarou que éramos feitura dele, criados em Cristo Jesus
(ver Efésios 2:10). Do começo ao fim, fomos tomados por Ele, regenerados
por Ele, e moldados e adaptados por Ele para sermos o templo do Espírito de
Deus.
Isso faz da salvação o maior milagre de todos. A mudança na nossa
natureza espiritual anteriormente morta é verdadeiramente milagrosa. O Pai
ressuscitou nossa natureza e a encheu de glória, poder, revelação, santidade,
esplendor, justiça; encheu-nos também do fruto do Espírito, dos dons do
Espírito e da vida e do caráter de Cristo. Ele adornou nosso homem interior
de maneira extravagante até que, espiritualmente falando, nos tornamos um
santuário valiosíssimo para a glória de Deus.
Interiormente somos tão linda e magnificamente criados que o Deus Todo-
Poderoso, através do Seu Espírito, dispôs-se a fixar residência permanente
dentro de nós. Que tipo de lar você acha que Deus exigiria? Um casebre
surrado feito de terra e paus? Não! Ele construiu para Si mesmo um tempo
extravagante dentro do nosso coração.
 
O QUE VOCÊ VÊ NÃO É O QUE VOCÊ TEM!
Muitos de nós temos uma autoimagem negativa. Nós nos vemos como
casebres indignos feitos de lama e paus. Certamente não nos vemos como
santuários do Espírito Santo altamente decorados. E, naturalmente, somos
bastante fracos como seres humanos.
Paulo também estava consciente disso. Foi por isso que ele escreveu:
“Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do
poder seja de Deus, e não de nós” (2 Coríntios 4:7, ACF).
Paulo usou várias palavras-chave nesse texto. Primeiramente, ele disse:
“Temos, porém...”. A palavra grega usada aqui para “temos” é echomen, e ela
também pode ser traduzida por “contemos” ou “possuímos”. Isso concorda
com a expressão “vasos de barros” que é a palavra grega ostrakinos, que
descreve potes de cerâmica pequenos, baratos e facilmente quebráveis. Esse
tipo específico de vasos de cerâmica era considerado fraco, frágil e de valor
irrisório.
Mas usando a palavra echomen ligada com ostrakinos, Paulo estava
fazendo uma afirmação forte com relação à nossa verdadeira condição
espiritual. Ele afirmou que nós contemos, incluímos ou possuímos uma
espécie de tesouro em vasos que são pequenos, baratos, facilmente
quebráveis e sem nenhum valor real. Foi assim que ele descreveu nosso corpo
físico.
Paulo estava certo. O corpo humano é frágil. Uma dieta errada pode matá-
lo; trabalhar demais pode quebrá-lo; pressão demais pode danificá-lo. E
mesmo depois de cuidarmos carinhosamente dele por toda a nossa vida, ele
ainda morre.
As maiores mentes, os inventores mais criativos, os intelectos mais
elevados, os escritores mais interessantes e os políticos mais talentosos, todos
eles morrem. Eventualmente o corpo humano se quebra sob o estresse da
idade, e o vaso que carregava um talento e um potencial tão incrível é
reduzido ao pó irreconhecível, totalmente destituído de valor. Alguns vasos
humanos quebram mais cedo, outros duram mais, mas eventualmente todos
eles se quebram, todos eles desabam e todos eles voltam ao pó.
Eis a parte incrível: esses nossos “vasos de barro” contêm ou possuem algo
que Paulo chamou de tesouro. A palavra “tesouro” é a palavra thesauros. Ela
descreve um tesouro tão rico e tão imenso que jamais poderia ser gasto. Esse
seria o maior sonho de um caçador de tesouros, porque a nós também foi
dado o mapa do tesouro! Como sempre, o “X” marca o local do tesouro
escondido, e desta vez a Bíblia escreveu o “X” em nós. Somos o local
escondido de Deus para indicar o tesouro secreto.
A partir da aparência natural, podemos parecer fracos, frágeis e destituídos
de verdadeiro valor. Certamente não parecemos ser um lugar onde Deus
esconderia Seu maior tesouro. Mas Paulo escreveu esse versículo quase com
uma sensação de assombro: “Temos este tesouro imenso, incrivelmente rico,
inesgotável nesse corpo humano que é tão facilmente quebrado e gasto!”.
Se você fosse Deus e tivesse um tesouro tão infinitamente grandioso, você
o colocaria dentro de alguma coisa tão pouco confiável quanto seu corpo
físico? Você provavelmente teria de dizer não. Mas foi isso que Deus fez — e
isso é parte do milagre da salvação.
O que vemos com nossos olhos naturais é uma demonstração da
humanidade fraca. Mas contido no nosso corpo carnal, de curta duração, está
o mesmo poder que criou o universo e ressuscitou Jesus dentre os mortos!
O Espírito Santo nos recriou em Cristo Jesus, transformando nosso espírito
anteriormente morto em um templo tão maravilhoso que Ele se dispôs a
habitar nele permanentemente como o maior tesouro de Deus dado à
humanidade. O Espírito Santo colocou todas as Suas energias e investiu todas
as riquezas do céu em nós para fazer um lugar de habitação digno para o
próprio Deus. Ele nos chamou, nos selou, nos santificou e nos encheu com
Sua santidade. Dentro do nosso espírito humano, somos o santuário do Deus
Todo-Poderoso altamente decorado.
Assim, depois de todo esse esforço divino gerado pelo Seu amor
incondicional, você acha que o Espírito Santo vai simplesmente ir embora e
deixar Seu investimentopara trás? Eu lhe garanto que não!
Foi por isso que Paulo seguiu em frente advertindo os cristãos de Corinto
dizendo: “Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no
vosso corpo... e no vosso espírito” (1 Coríntios 6:20, ACF). Nas versões mais
antigas desse versículo em grego, Paulo os advertiu a glorificarem a Deus no
corpo e não no corpo e no espírito. Isso porque o corpo é a questão nesse
versículo, e não o espírito do homem.
Nosso homem espiritual é habitado pelo Espírito Santo. Nosso problema
não é com o espírito humano, onde o Espírito Santo habita. Nosso problema
diz respeito ao que fazemos com nosso corpo, que abriga nosso espírito
humano recriado. Estamos sendo terrivelmente hipócritas quando servimos
como o templo do Espírito Santo que habita dentro de nós e nos adorna
interiormente com Sua glória e Seu poder, mas exteriormente nos misturamos
com o mundo através dos nossos sentidos físicos e da nossa vida mental.
Quando Paulo escreveu aos cristãos de Corinto sobre glutonaria,
imoralidade sexual e mundanismo, ele lhes disse: “Não sabeis que os vossos
corpos são membros de Cristo? E eu, porventura, tomaria os membros de
Cristo e os faria membros de meretriz? Absolutamente, não. Ou não sabeis
que o homem que se une à prostituta forma um só corpo com ela? Porque,
como se diz, serão os dois uma só carne. Mas aquele que se une ao Senhor é
um espírito com ele” (1 Coríntios 6:15-17). Então ele concluiu com a
afirmação que estávamos examinando: “... Agora, pois, glorificai a Deus no
vosso corpo...” (v. 20).
O versículo 20 expressa o propósito que deve motivar cada pensamento,
cada palavra, e cada ato na sua caminhada com Deus nesta terra: você deve
glorificá-lo.
Como se pode ver, uma vez que você entregou sua vida a Jesus Cristo e
pediu a Ele para ser o Senhor da sua vida, Ele fez o que você pediu. Ele
enviou Seu Espírito para criar você de novo e para morar no seu coração.
Agora você não é mais seu. Paulo disse que você foi “comprado por um
preço”. Jesus comprou você com o próprio sangue precioso. Agora você
pertence a Ele — espírito, alma e corpo.
É por isso que o Espírito Santo se entristece tanto quando voltamos para o
mundo ou adotamos uma atitude mundana que começa a governar nossos
pensamentos, nossas palavras e nossos atos. Nós o arrastamos para o meio de
uma situação ímpia e nos tornamos ofensivos à santidade de Deus. Sempre
que misturamos nosso corpo e nossa mente com o mundo, Paulo diz que é o
mesmo que pegarmos os membros de Cristo e uni-los a uma prostituta.
Imagine uma esposa dizendo a seu marido: “Amo você, e quero ficar
casada com você para sempre. Mas tenho autoridade sobre meu corpo, sobre
minha vontade e minhas emoções, e quero ter um caso com outro homem”.
Para cristãos em Jesus Cristo essa atitude é completamente inaceitável! Como
uma esposa ousa violar seus votos de casamento de uma maneira tão
detestável e contaminar a aliança com seu marido? E o mesmo acontece se o
cônjuge que tiver a atitude ímpia for o marido!
Mas é isso que os cristãos costumam fazer ao Senhor Jesus Cristo. Eles
declaram seus votos e entrega e obediência a Ele no momento em que o
chamam de Senhor. Então, em algum momento da sua caminhada com Jesus,
eles violam a aliança com Ele voltando a se unir com o espírito do mundo.
E você? O Espírito Santo vai aonde você vai e vê o que você vê. Você o
está levando a lugares aos quais Ele jamais o levaria?
Quando entendermos que o Espírito Santo vive em nós, isso mudará nossa
maneira de vermos a nós mesmos e a maneira como agimos na vida. Isso
mudará nossa maneira de pensar, falar e de nos comportar.
Que honra ser o lugar da habitação do Espírito Santo! Simplesmente pare e
pense nisso mais uma vez — o Deus Todo-Poderoso preparou para Si mesmo
um lar no seu coração! Que honra maior pode haver do que essa? Se você
precisa de um impulso na sua autoimagem, pare e medite nesse fato. Todas as
riquezas e tesouros de Jesus Cristo habitam permanentemente dentro de você
(ver Colossenses 2:3).
Precisamos lembrar que somos membros de Cristo e que o que fazemos a
nós mesmos, fazemos a Ele também. Ele habita dentro de nós através da
Pessoa do Espírito Santo. Precisamos aprender a honrar e a respeitar a
presença de Deus em nossa vida.
PENSE NISTO
Você é um portador da presença do Espírito Santo, e a sua principal
atribuição nesta vida é aprender a se render à direção dele em todas as
situações. Aonde quer que vá você leva o tesouro da Sua glória, e Ele deseja
manifestar essa glória através de você.
Dedique tempo para revisar sua última semana. Percorra toda a série de
motivos que fizeram com que você fizesse o que fez e dissesse o que disse.
Se houve alguma motivação errada, arrependa-se e livre-se dela. Depois
avalie as coisas que você disse e fez com as motivações certas e observe o fio
que liga tudo isso — glorificar Jesus. Sempre que você encontrar aquele
desejo puro de glorificar a Deus, alimente-o intensificando sua comunhão
com o Espírito Santo. Ele é a origem desse desejo no coração, assim como o
Facilitador que garante sua realização.
N
CAPÍTULO 17
O AMANTE DIVINO
o último capítulo, vimos a palavra “habitar” em Tiago 4:5: “... É com
ciúme que por nós anseia o Espírito, que ele fez habitar em nós...”. A
próxima palavra que precisamos considerar é a palavra “anseia”.
A tradução em inglês usa a palavra “lust” (desejo), a qual tem uma
conotação muito negativa na nossa mente. Pensamos nela como um desejo
sexual, por exemplo, algo que precisa ser erradicado da nossa vida. Pensamos
em uma forma de desejo mesquinho, como um desejo excessivo por bens
materiais. Referindo-se a uma forma de luxúria, é algo que não queremos
confessar orgulhosamente como parte da nossa vida. Queremos nos livrar.
Mas Tiago escreveu que o Espírito Santo tem uma espécie de desejo ou
anseio! Por ser Ele o Espírito de santidade (ver Romanos 1:4), o desejo do
Espírito Santo deve ser um tipo de desejo saudável e santo. Esse ponto sobre
o desejo do Espírito Santo é tão importante que devemos parar e ver
exatamente o que Tiago está nos dizendo aqui.
A palavra “anseia” foi extraída da palavra grega epipothei, que é composta
por duas palavras gregas, epi e pothei. A palavra epi significa “para” e a
palavra pothei significa um desenho ou anseio intenso.
Quando essas duas palavras são unidas como as encontramos em Tiago
4:5, a nova palavra resultante descreve um anseio intenso, além do normal, e
excessivo. Geralmente essa palavra é usada para indicar algo que é
moralmente errado ou pecaminoso.
Por exemplo, essa palavra poderia ser usada adequadamente para retratar
um viciado em drogas. Todos os dias o viciado precisa de uma nova dose de
drogas para levá-lo até o dia seguinte. Quando a última dose se esgota e seu
corpo está clamando desesperadamente por uma nova infusão de elementos
químicos, ele está praticamente encurvado pela dor — ansiando, se
angustiando e clamando pela próxima “dose”. Tudo nele está focado para
conseguir essa substância. Ele está consumido pela necessidade de mais. A
palavra epipothei poderia ser descrita por esse tipo de anseio.
Por que Tiago usaria essa palavra para descrever o Espírito Santo? O
Espírito Santo realmente sente desejo? Sim, mas é um tipo positivo de
desejo! A palavra grega para “anseia” nesse versículo pode querer dizer: “O
Espírito que habita em nós tem um anseio intenso, excessivo, além do
normal...”. Então, o que esse versículo quer dizer? Pelo que o Espírito Santo
está ansiando tão apaixonadamente? O que o Espírito Santo deseja possuir
tão intensamente?
 
VOCÊ É O ALVO DO AMOR E DO AFETO DO ESPÍRITO
SANTO
Depois de tudo o que o Espírito Santo fez em nós, não deveria ser um
grande choque descobrir que o Espírito Santo é apaixonado por nós. O fato
de Ele ver nossa mistura e nosso envolvimento com o mundo como adultério
deveria nos alertar para o amor e o afeto intensos que Ele tem por nós.
O Espírito Santo foi enviado para ser nosso Ajudador e Consolador.
Embora Ele faça muitas outras coisas, Sua função primordialé nos ajudar a
receber Jesus Cristo, nos ajudar a crescer como cristãos, nos ajudar a
testemunhar, nos ajudar a adorar, nos ajudar a entender a Palavra de Deus e
assim por diante.
O Espírito Santo é Aquele que habita em nós, que nos sela, que nos
santifica, Ele é nosso Poder e a Fonte da nossa nova vida em Cristo. Sua
obra, Sua atenção, Seus dons, Seu poder e Sua Palavra, tudo isso é
direcionado a nós. Nós somos o alvo do Seu amor e do Seu afeto.
Como um Amante divino que vive dentro de nós, o amor e o afeto do
Espírito Santo estão voltados exclusivamente para nós. Ele anseia
apaixonadamente por cumprir com Sua responsabilidade perante o Pai de nos
ajudar, nos ensinar, nos guiar e nos revestir de poder.
Tiago usou a palavra epipothei para descrever o desejo intenso do Espírito
Santo de nos possuir e de nos encher. A palavra epipothei significa
enfaticamente que o Espírito Santo deseja cada vez mais de nós. No que se
refere a você e a mim, Ele nunca se satisfaz.
Tenho andado com Deus desde que eu era garoto. Ao longo dos anos,
aprendi uma verdade muito importante sobre meu relacionamento com Ele:
não importa o quanto eu me entregue ao Seu poder santificador hoje, amanhã
Ele vai estar me pedindo para entregar mais. A cada segundo, a cada minuto,
a cada hora, a cada dia, a cada semana e a cada ano que passa, meus olhos
são iluminados para novas áreas da minha vida que nunca foram entregues e
Ele me pede para entregar essas áreas ao Seu controle.
Durante o apelo quando fui salvo, a congregação estava cantando “Tudo
Entregarei”. Desde aquela época, entrei em uma jornada de entregar tudo à
medida que o Espírito Santo me convence e me mostra áreas que nunca
entreguei completamente. Eu chamei Jesus de “Senhor” quando era um
menino, há muitos anos, mas ainda estou aprendendo a aceitar Seu senhorio
em várias áreas da minha vida. Não importa o quanto eu pense que entreguei
ou o quanto eu pense que estou rendido, há sempre algo mais a entregar e
mais que Ele deseja possuir da minha vida.
Do mesmo modo, o Espírito Santo deseja possuir você — por inteiro. Esse
desejo é tão intenso que comparado ao desejo humano natural ele parece
quase excessivo. Ele está focado em transformar você, em revesti-lo de
poder, em conformar você à imagem de Jesus Cristo, e em ajudar você a
cumprir o plano de Deus para sua vida.
O impressionante é que o Espírito Santo está em mim e está pensando em
mim, e Ele está em você e está pensando em você ao mesmo tempo. Ele se
concentra em cada um de nós como se cada um de nós fôssemos Seu único
foco. Ele está sempre à procura de maneiras de nos ajudar na nossa jornada
espiritual.
Os cristãos judeus a quem Tiago escrevia estavam obcecados pelo desejo
por bens mundanos. E o Espírito Santo estava obcecado pelo desejo ardente,
forte e apaixonado de encher aqueles cristãos judeus com Seu amor e Sua
afeição. É por isso que era tão doloroso para o Espírito de Deus quando eles o
deixavam de lado e mantinham sua atenção em outras coisas.
 
BONDADE E GRAÇA DURADOURAS
Embora o Espírito Santo possa se entristecer, Ele não se ofende nem se
fere facilmente, Ele não é tão frágil assim.
O Espírito Santo conhece nossa estrutura e sabe que somos pó (ver Salmos
103:14). Sua misericórdia é grande para com aqueles que o temem (ver
Salmos 103:11). Como um pai tem compaixão dos seus filhos, assim o
Senhor tem compaixão daqueles que o temem (ver Salmos 103:13).
O Espírito Santo é cheio de amor e bondade eternos. Seria preciso alguma
coisa muito grande para insultar Aquele cujo nome é “o Espírito da graça”.
Mas a Bíblia nos ensina claramente que quando o descartamos, o ignoramos e
tratamos Sua Palavra como algo sem importância em nossa vida, isso o
entristece e eventualmente insulta o Espírito da graça. Insultar o Espírito
Santo é coisa séria!
É quase como se o Espírito Santo dissesse: “Depois de tudo o que fiz por
você... Eu lhe dei Meu amor. Eu lhe dei um novo nascimento. Eu selei você,
santifiquei você e o revesti de poder para o serviço. Depois que fiz tudo isso
por você, como você pode Me rejeitar tão facilmente e entregar seu corpo,
sua mente e sua alma a outras coisas?”.
É isto que entristece o Espírito Santo.
Em que área da sua vida Deus está tratando com você neste instante? Que
área da sua vida você precisa submeter ao Espírito Santo? Sua língua está sob
o controle dele? Como estão suas atitudes? Você tem entregado seus
pensamentos ao Senhor? E quanto às suas finanças? Seus hábitos com seus
gastos e suas ofertas estão sob o controle do Espírito Santo?
A resposta a todas essas perguntas pode ser: “Sim, estou fazendo tudo o
que posso para me submeter à direção do Espírito Santo nessa área”. É assim
que deve ser. Então você simplesmente continua andando em íntima
comunhão com Ele. Não demorará muito até que Ele fale ao seu coração e
revele outra área que precisa ser submetida à Sua presença santificadora. Há
grande bênção em sustentar uma atitude de completa submissão ao cuidado e
à atenção vigilante do Espírito Santo.
Deixe o Espírito Santo amar você! Deixe que Ele o controle! Deixe que
Ele exerça autoridade na sua vida! Deixe que Ele inunde você com Seu
desejo divino! Cada intenção que Ele tem para você é boa, santa e pura.
Verdadeiramente não existe nenhum aspecto negativo na decisão de submeter
sua vida — sua mente, seu corpo, sua família, seu cônjuge, seu negócio, seu
ministério, seus atos e seu comportamento — ao Espírito Santo.
O Espírito Santo “habita” em você e Ele “anseia” por você. Medite no que
você aprendeu sobre essas duas palavras gregas e você passará a entender de
uma maneira mais profunda por que o Espírito de Deus nunca se satisfará
com uma comunhão rasa entre você e Ele. Ele mora permanentemente em
você e anseia apaixonadamente por ter comunhão com você, por ajudá-lo,
ensinar-lhe, guiá-lo e revesti-lo de poder. O Espírito Santo deseja ter uma
comunhão verdadeira com você, e Ele o ama demais para permitir que você
se satisfaça com qualquer coisa menos que isso.
PENSE NISTO
O diabo fará qualquer coisa para causar um curto circuito no poder da
união de um cristão com o Espírito Santo. Satanás sabe por experiência
própria que o homem e o Espírito Santo trabalhando em sincronia com o
propósito do céu é a combinação divina a qual nenhum inimigo pode resistir.
Mas há um inimigo potencialmente maior que o diabo contra a força da sua
união com o Espírito Santo: você.
Como isso é possível? Se você ignorar os apelos do Espírito Santo com
relação às coisas que Ele quer que faça ou a áreas da sua vida que Ele quer
que mude, você provoca um curto-circuito na sua comunhão íntima com Ele.
E se você continuar a ignorar esses apelos, com o tempo a dureza de coração
e o autoengano podem ser instalar. Olhando continuamente no espelho da
Palavra de Deus e permitindo que o Espírito Santo lhe mostre áreas onde a
mudança é necessária, sua caminhada espiritual não será impedida ou
diminuída. Mas se você se recusar a olhar, você se tornará seu pior inimigo.
Você já tomou a decisão de ouvir atentamente e de fazer mudanças
imediatas quando o Espírito Santo lhe revelar o que é necessário para
continuar crescendo nele? O que você pode fazer para manter essa posição
dia após dia e permanecer sensível a Ele? Uma chave pode ser encontrada na
sua comunhão com os outros cristãos que tomaram a mesma decisão
determinada com relação ao relacionamento com o Espírito Santo. O
encorajamento mútuo ajuda todos os envolvidos a cultivarem uma união
íntima com o Espírito Santo que nenhum demônio ou oposição terrena podem
tocar.
T
CAPÍTULO 18
O DESEJO DO ESPÍRITO SANTO
iago continuou escrevendo: “... É com ciúme que por nós anseia o
Espírito” (Tiago 4:5). Nos dois últimos capítulos, vimos como o Espírito
Santo habita em nós e anseia por nós. Agora vamos ver a profundidade extra
de significado que a palavra “ciúme” acrescenta a esse versículo.
A palavra “ciúme” vem da palavra grega phthonos, que é usada
frequentemente na literatura do período do Novo Testamento. A palavra
phthonos significa ciúme,má intenção ou hostilidade. Trata-se de uma inveja
tão forte que tende para a hostilidade e gera ciúme. O jovem que perdeu sua
amada sente ciúme, desejando que seu antigo relacionamento seja restaurado,
e muito provavelmente abrigará a hostilidade no seu coração contra o
bandido romântico. Ele tem ciúme desse relacionamento e o quer ter de volta.
A esta altura, Tiago 4:5 deveria estar claro para nós. O Espírito Santo é um
Amante. Ele está preocupado conosco. Ele quer nos possuir totalmente e
deseja que nossos afetos também estejam voltados para Ele.
Quando andamos e falamos como incrédulos e dedicamos a vida a outras
coisas, o Espírito Santo se sente como um Amante que foi roubado. Ele sente
ciúme e quer que Seu relacionamento conosco seja restaurado. Ele sente uma
hostilidade divina com relação ao mundanismo que usurpou Seu papel em
nossa vida. E ele está cheio de ciúme desejando ver as coisas voltarem ao
modo como deveriam ser.
Quando você une essas três palavras — habitar, ciúme e anseia — temos
um quadro e tanto. O Espírito Santo não é um parceiro passivo. Ele persegue
você e a mim de forma determinada e ativa. Ele deseja ardentemente ter mais
de nós! Quando entregamos qualquer parte de nós ao controle de alguma
outra coisa ou de outra pessoa, Ele quer tomar essa parte de volta e colocá-la
novamente sob Seu controle divino. Ele abriga até uma hostilidade com
relação a nossa preocupação com outras coisas.
Vivemos no mundo, trabalhamos no mundo e funcionamos como seres
humanos no mundo. Não há como nos esquivarmos disso. Jesus não orou
para que fôssemos retirados do mundo, mas para que fôssemos guardados da
influência do mundo (ver João 17:15).
Não há nada de errado em trabalhar, comprar uma casa, comprar um carro
novo ou desfrutar de roupas novas. Essas coisas são ótimas e muito
necessárias neste mundo. Elas não são erradas a não ser que consumam e
preocupem nossos pensamentos.
Devemos nos lembrar do fato de que qualquer coisa pode ocupar nossos
pensamentos. Até o ministério pode ocupar tanto nossa cabeça que raramente
pensamos no Espírito Santo ou no nosso relacionamento com Ele! Sim, isso
parece uma contradição, mas é muito possível estarmos tão envolvidos em
boas obras que nunca passamos tempo com o Senhor, nunca lemos a Sua
Palavra ou nunca ouvimos o que Seu Espírito quer dizer ao nosso coração.
Às vezes são simplesmente as ocupações da vida que nos afastam do
Espírito Santo. Podemos ficar tão ocupados — tão comprometidos em fazer
tantas coisas — que isso deteriora nossa vida espiritual. Por mais incrível que
pareça, até as coisas boas da vida, se levadas ao extremo, podem se tornar
adúlteras aos olhos do Senhor.
Somente o Espírito Santo sabe como nos equilibrar. E a única maneira de
Ele poder falar conosco e nos manter equilibrados é se abrirmos nosso
coração e nossos ouvidos espirituais para ouvi-lo. Isso não acontecerá se não
estivermos separando um tempo especial para passarmos com Ele todos os
dias.
Esta é a minha pergunta para você: Em que seus pensamentos estão
focados na maior parte do tempo? No seu trabalho? No seu ministério? Em
uma pessoa específica? No seu passatempo favorito? Nas suas tarefas
domésticas? Em cuidar do seu jardim ou do quintal? Em redecorar a casa? A
resposta a esta pergunta provavelmente lhe dirá o que o consome mais na
vida.
Você pode trabalhar sem perder o profundo afeto e a sensibilidade ao
Espírito Santo. Não minta para si mesmo e diga que não pode porque seu
coração sabe que você pode.
Você pode ser um ótimo cônjuge e um pai ou uma mãe dedicado(a) e
simultaneamente crescer no seu relacionamento com o Espírito Santo. Você
sabe que sim.
Nunca diga a si mesmo que você tem coisas demais para fazer e que não
pode passar tempo com o Senhor. A verdade é que a maioria das pessoas faz
o que quer na vida. Se ter comunhão com o Espírito Santo é prioridade
máxima na sua vida, você encontrará tempo para Ele. Se a comunhão com
Ele não for prioridade máxima, você não encontrará esse tempo. Simples
assim.
À luz do que discutimos, poderíamos traduzir Tiago 4:5 deste
modo:
“O Espírito, que veio se estabelecer, fazer Seu lar e habitar
permanentemente em nós tem o desejo absoluto, crescente,
apaixonado, excessivo de nos possuir — e Ele tem ciúme e está cheio
de hostilidade contra qualquer coisa ou pessoa que tente tomar Seu
lugar em nossa vida.”
Creio que isso diz tudo.
 
COMO ACERTAR SEU CORAÇÃO COM O ESPÍRITO SANTO
Talvez você esteja lendo este livro e pensando: Tenho muito a aprender
sobre o Espírito Santo. Eu não sabia que devia ter esse nível de comunhão
com Ele. Eu não conhecia a extensão do que significa depender dele como
meu consolador. Eu não entendia a gravidade de entristecê-lo com minhas
atitudes e prioridades equivocadas. Eu simplesmente não entendia o quanto
meu relacionamento com a Pessoa do Espírito Santo é importante!
Se essa pessoa é você, você está em uma situação incrível hoje. Você está
no limiar de uma dimensão de Deus inteiramente nova na sua vida. Neste
instante, a humildade é o nome do jogo para você. É por isso que Tiago nos
diz: “Antes, ele dá maior graça; pelo que diz: Deus resiste aos soberbos, mas
dá graça aos humildes... Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros...”
(Tiago 4:6, 8).
O cristão orgulhoso que se recusa a ouvir a Deus ou a se aproximar dele
com um coração humilde e arrependido terá uma estrada pedregosa à sua
frente. Como aprendemos no Capítulo 15, Deus se opõe ao cristão mundano.
Para essa pessoa, não há nada a não ser frustração no futuro. Deus bloqueará
seu caminho a fim de frustrá-lo e de levá-lo de volta ao bom senso. Essa
reação divina tem o potencial de eventualmente produzir muito fruto, mas é
uma maneira difícil e dolorosa de crescer no Senhor.
Mas Deus dá “graça aos humildes”. A palavra “humildes” em grego é a
palavra tapeinos, e ela descreve aqueles que são modestos e humildes de
mente, e estão dispostos a receber correção e a mudar. Esse é o extremo
oposto da pessoa que é altiva, autoconfiante, independente e sem
arrependimento. A graça de Deus flui livremente para a pessoa que possui a
qualidade da humildade.
Além do mais, Tiago promete que se nos aproximarmos de Deus, Ele se
aproximará mais de nós. Deus e um coração arrependido se atraem como os
lados opostos de dois imãs inevitavelmente são atraídos um ao outro. À
medida que o cristão humilde reconhece a necessidade de mudar e se
aproxima de Deus, o próprio Deus se aproxima dessa pessoa.
O Espírito Santo vem para ficar uma vez que Ele habite no coração. Nós
não nos “aproximamos” para ter o Espírito Santo — nós já o temos dentro de
nós. O aproximar-se de Deus é o nosso primeiro passo para entrarmos em
uma comunhão íntima com Ele através do Espírito Santo.
Não posso evitar me perguntar quantos cristãos morrerão e irão para o céu
apenas para descobrir tudo o que perderam porque nunca experimentaram a
comunhão com o Espírito Santo. Não permita que essa seja a sua história!
O apóstolo Paulo orou: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de
Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós. Amém” (2
Coríntios 13:14, ACF). Esse “amém” em grego significa assim seja! Paulo
não estava apenas fazendo uma oração doce sem conteúdo destinada apenas a
ser encaixada no final de uma epístola. Não, o apóstolo realmente falava
sério quando orou! 
Assim, ele concluiu tudo o que havia escrito pelo Espírito na sua epístola
dizendo: “Amém! Assim seja!”.
Do mesmo modo, minha oração por você é que seu espírito seja movido a
ir mais fundo e a subir mais alto no seu relacionamento com Deus. Oro para
que você passe a conhecer a intimidade, a parceria e a responsabilidade do
Espírito Santo na sua vida.
Esse é o lugar secreto em Deus que comecei a descobrir em 1974, depois
de participar daquele culto de milagres com Kathryn Kuhlman no campus da
Universidade Oral Roberts. Posso olhar para trás e dizer que aquele foi meu
ponto de partida para um novo e maravilhoso relacionamento com o Espírito
de Deus.
Se você ainda precisa embarcar nessa mesmajornada, oro para que este
livro seja seu ponto de partida. Amém! Assim seja na sua vida!
 
A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito
Santo seja com todos vós. Amém.
— 2 Coríntios 13:14
PENSE NISTO
Jesus disse: “Negociai até que eu volte” (Lucas 19:13). Antes que você
possa cumprir essa comissão divina no mundo que o cerca, o primeiro
território que você precisa possuir e ocupar é a sua própria vida. Sua vida
pode ser cheia de muitos objetivos bons. Mas se você está preocupado com
qualquer outro foco além de Jesus, você corre o risco de lotar o espaço que
cabe somente a Ele ocupar. O Espírito Santo habita dentro de você para
revelar Jesus a você e para conformá-lo à Sua imagem. Ele é totalmente fiel
em fazer a parte que lhe cabe. Sua parte é eliminar as distrações e permitir
que Ele ocupe totalmente o lugar que lhe é de direito na sua vida.
Dedique tempo para avaliar honestamente qual tem sido o foco dominante
dos seus pensamentos e da sua atenção durante os últimos meses e até anos.
Faça o que precisa fazer nos dias que se seguirão para realizar os ajustes
necessários enquanto você busca uma comunhão mais profunda com o
Espírito Santo. Essa é a maneira segura e a única maneira de garantir que sua
vida seja uma demonstração prolongada de bênção e frutificação sobrenatural
à medida que ela passa a ser comandada por Ele.
ORAÇÃO PARA SER CHEIO COM O ESPÍRITO
SANTO
O batismo no Espírito Santo é um dom gratuito para todos os que fizeram
de Jesus o Salvador e o Senhor de suas vidas (ver Atos 2:39).
Depois que você fez de Jesus seu Senhor no momento do novo nascimento,
o Espírito Santo veio morar dentro de você e seu velho espírito não
regenerado tornou-se completamente novo. Esse dom subsequente é o
“batismo no” ou uma imersão no Espírito Santo. O batismo no Espírito Santo
supre o poder sobrenatural de Deus para testemunhar sobre Cristo, para
desfrutar um relacionamento mais profundo e mais íntimo com o Espírito
Santo e para uma vida cristã vitoriosa e poderosa.
Receber esse dom precioso é fácil. Antes de orar para recebê-lo, você pode
querer ler e meditar nas referências bíblicas que ofereço na página a seguir.
Depois tenha expectativa de receber no momento em que você orar!
Se você deseja ser batizado no Espírito Santo e falar em novas línguas (ver
Atos 2:4), simplesmente faça a seguinte oração e depois aja com base nela!
 
Senhor, Tu deste o Espírito Santo à Tua Igreja para nos ajudar a
cumprir a Grande Comissão. Eu Te peço com fé por esse dom
gratuito e recebo agora mesmo o batismo com o Espírito Santo.
Creio que Tu me ouves enquanto oro, e Te agradeço por me
batizar no Espírito Santo com a evidência de falar com uma nova
língua sobrenatural. Amém.
 
Depois de fazer essa oração, sua vida nunca mais será a mesma! Você terá
o poder de Deus operando através de você para testemunhar, operar nos dons
do Espírito Santo e experimentar a vitória de Jesus como uma realidade viva
todos os dias.
Rick Renner
 
Referências bíblicas para estudo e revisão: Marcos 16:17; Lucas 24:39;
Atos 1:4-5, 8; 2:4, 39; 10:45-46
LISTA DE LIVROS DE REFERÊNCIA
1. How to Use New Testament Greek Study Aids, por Walter Jerry Clark
(Loizeaux Brothers).
2. Strong’s Exhaustive Concordance of the Bible, por James H. Strong.
3. The Interlinear Greek-English New Testament, por George Ricker
Berry (Baker Book House).
4. The Englishman’s Greek Concordance of the New Testament, por
George Wigram (Hendrickson).
5. New Thayer’s Greek-English Lexicon of the New Testament, por
Joseph Thayer (Hendrickson).
6. The Expanded Vine’s Expository Dictionary of New Testament
Words, por W. E. Vine (Bethany).
7. New International Dictionary of New Testament Theology (DNTT),
por Colin Brown, editor (Zondervan).
8. Theological Dictionary of the New Testament (TDNT), por Geoffrey
Bromiley; Gephard Kittle, editor (Eerdmans Publishing Co.).
9. The New Analytical Greek Lexicon, por Wesley Perschbacher, editor
(Hendrickson).
10.The Linguistic Key to the Greek New Testament, por Fritz Rienecker;
Cleon Rogers (Zondervan).
11.Word Studies in the Greek New Testament, por Kenneth Wuest,4
Volumes (Eerdmans).
12.New Testament Words, por William Barclay (Westminster Press).
	Dedicatória
	Prefácio
	Capítulo 1
	A Dimensão Mais Profunda
	Capítulo 2
	A Dupla Dinâmica
	Capítulo 3
	Um Relacionamento Íntimo e Pessoal Com o Espírito Santo
	Capítulo 4
	O Segredo da Força Duradoura
	Capítulo 5
	Jesus Fez Uma Promessa
	Capítulo 6
	O Espírito Santo, Nosso Consolador
	Capítulo 7
	O Treinador Celestial
	Capítulo 8
	Guiado Pelo Espírito Santo
	Capítulo 9
	Aventuras Diárias Com O Espírito Santo
	Capítulo 10
	O Espírito Santo Nos Consola e Habita Dentro de Nós
	Capítulo 11
	O Espírito Santo Ensina, Lembra e Testifica
	Capítulo 12
	O Espírito Santo Convence e Traz Convicção
	Capítulo 13
	O Espírito Santo Guia, Revela e Nos Ajuda a Adorar
	Capítulo 14
	O Ciúme do Espírito Santo
	Capítulo 15
	O Espírito Santo Pode se Entristecer
	Capítulo 16
	Um Inquilino Permanente
	Capítulo 17
	O Amante Divino
	Capítulo 18
	O Desejo do Espírito Santo
	Oração Para ser Cheio Com o Espírito Santo
	Lista de Livros de Referência

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