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SUMÁRIO Dedicatória Prefácio Capítulo 1 A Dimensão Mais Profunda Capítulo 2 A Dupla Dinâmica Capítulo 3 Um Relacionamento Íntimo e Pessoal Com o Espírito Santo Capítulo 4 O Segredo da Força Duradoura Capítulo 5 Jesus Fez Uma Promessa Capítulo 6 O Espírito Santo, Nosso Consolador Capítulo 7 O Treinador Celestial Capítulo 8 Guiado Pelo Espírito Santo Capítulo 9 Aventuras Diárias Com O Espírito Santo Capítulo 10 O Espírito Santo Nos Consola e Habita Dentro de Nós Capítulo 11 O Espírito Santo Ensina, Lembra e Testifica Capítulo 12 O Espírito Santo Convence e Traz Convicção Capítulo 13 O Espírito Santo Guia, Revela e Nos Ajuda a Adorar Capítulo 14 O Ciúme do Espírito Santo Capítulo 15 O Espírito Santo Pode se Entristecer Capítulo 16 Um Inquilino Permanente Capítulo 17 O Amante Divino Capítulo 18 O Desejo do Espírito Santo Oração Para ser Cheio Com o Espírito Santo Lista de Livros de Referência Rhema Brasil Publicações Rua Izabel Silveira Guimarães, 172 58.410-841 - Campina Grande - PB Fone: 83.3065 4506 www.rhemabrasilpublicacoes.org.br editora@rhemabrasilpublicacoes.org.br Todos os direitos em língua portuguesa reservados por Rhema Brasil Publicações. Direção: Samir Ferreira de Souza Supervisão: Ministério Verbo da Vida Tradução: Maria Lucia Godde Cortez Revisão e copidesque: Idiomas & Cia Prova de revisão: Idiomas & Cia Capa: Filipi Rodrigues Diagramação: DIAG Editorial Publicado no Brasil por Rhema Brasil Publicações com a devida autorização de Harrison House Tulsa, OK 74133 Esta é uma tradução da 1a edição do título original e a primeira edição em língua portuguesa Título original: The Holy Spirit and You: Working Together as Heaven’s Dynamic Duo (anteriormente The Dynamic Duo) Copyright © 2017 por Rick Renner Copyright © 2018 Rhema Brasil Publicações Todos os direitos reservados As citações bíblicas, exceto quando indicado em contrário, foram extraídas da Bíblia Sagrada, Almeida Edição Revista e Atualizada, © 1993, Sociedade Bíblica do Brasil. Outras versões utilizadas: Almeida Corrigida Fiel (ACF). Proibida a reprodução, de quaisquer formas ou meios, eletrônicos ou mecânicos, sem a permissão da editora, salvo em breve citações, com indicação da fonte. 1a Edição DEDICATÓRIA Dedico este livro com carinho a todos aqueles que o Senhor usou para me conduzir a um entendimento mais pleno do Espírito Santo. PREFÁCIO O livro que você tem em mãos traz a chave para os mistérios de Deus, o poder de Deus, a revelação da Palavra e a comunhão do Espírito Santo. O poder que transformará você não está nas palavras que escrevi neste livro, mas sim Naquele sobre quem escrevi. Este livro é sobre o Espírito Santo e o Seu relacionamento com você. A maioria dos cristãos vive e morre sem conhecer a comunhão e o companheirismo do Espírito Santo. Eles ouviram falar sobre o Espírito Santo e podem até conhecer respostas doutrinárias sobre a Terceira Pessoa da Divindade. Mas saber sobre o Espírito Santo e conhecê-lo pessoalmente na comunhão diária são duas coisas muito diferentes. Na Igreja Primitiva, não havia um Novo Testamento ao qual os cristãos pudessem recorrer em busca de direção, orientação e respostas. Quando os cristãos se reuniam, podia haver ensinamento ou leituras do Antigo Testamento ou de uma epístola apostólica. Mas, em sua maior parte, os primeiros crentes dependiam completamente do Espírito Santo. No primeiro século, a Igreja vivenciou demonstrações do poder de Deus, dos milagres, das curas, do evangelismo em massa, da ampla operação dos dons dos cinco ministérios e dos dons do Espírito com uma abundância impressionante. Todos nós olhamos para trás, para a Igreja Primitiva, com admiração, ansiando ver o poder de Deus se manifestar naquele mesmo nível — e além daquele nível — na nossa geração. Hoje, somos privilegiados por termos continuamente à disposição não apenas a presença do Espírito Santo habitando em nós, bem como a Palavra de Deus — uma combinação invencível no arsenal que a Bíblia chama de “as armas da nossa milícia” (ver 2 Coríntios 10:4-5). Então, por que não vemos o mesmo nível de poder de Deus de ressurreição e de glória que a Igreja Primitiva experimentou manifestos de forma consistente na nossa época? Embora possa haver muitas respostas a essa pergunta, ao menos uma é certa: muitos cristãos hoje passaram a depender do próprio entendimento e das suas capacidades intelectuais deixando de consultar o Espírito Santo para ter a Sua direção na vida. Eles presumem que já sabem o que Ele quer que eles façam. E por não dependerem da liderança do Espírito Santo e não se renderem a ela como a Igreja Primitiva fazia, eles perdem uma oportunidade atrás da outra de ver Seu poder ser liberado em suas vidas. Não existe substituto para a Palavra de Deus — para o verdadeiro poder do Evangelho (ver Romanos 1:16). Mas também não existe substituto para a obra sobrenatural do Espírito Santo na Igreja. Na verdade, esses dois andam juntos como um só. Se a presença e o poder do Espírito forem removidos, tudo o que resta são ortodoxia e obras religiosas. Mas a religião nunca ressuscitará os mortos, nunca expulsará demônios, nunca curará os enfermos, nem fará cidades e nações se voltarem para Jesus Cristo! Na minha vida e no meu ministério continuo a aprender mais claramente todos os dias o quanto é imperativo manter a intimidade e a comunicação com o Espírito Santo a cada momento, por mais conhecimento que eu tenha da Palavra de Deus. Se eu não tivesse cultivado um relacionamento profundo e sólido com o Espírito Santo durante os primeiros anos de ministério viajando pelos Estados Unidos, eu teria sido extremamente cético e poderia ter desobedecido quando Ele me chamou para me mudar com a minha família para a antiga União Soviética. Sem a ajuda, a orientação e o consolo do Espírito Santo, Denise e eu não temos dúvidas de que seríamos vítimas das crises da nossa jornada durante aqueles primeiros anos na Letônia e nas viagens pela União Soviética, atual Rússia. Além do mais, observamos perplexos Seu poder se movendo através do nosso ministério para impactar eternamente a vida de milhões de pessoas — salvando-as, curando-as, realizando milagres e libertando-as do cativeiro de Satanás. O Espírito Santo se manifestou de maneiras que apenas havíamos sonhado antes da nossa aventura na antiga União Soviética começar. Por exemplo, desde que chegamos aqui, em 1991, Ele nos permitiu alcançar milhões de almas através de um programa de televisão semanal; fundar três igrejas na Letônia, na Rússia e na Ucrânia; lançar uma escola bíblica para treinar líderes para uma multidão de igrejas; e fazer cruzadas e reuniões nas várias regiões para edificar e fortalecer as obras locais. A chave para mim foi aprender a trabalhar com a Palavra de Deus enquanto fluía simultaneamente com o Espírito Santo. Esse é um processo de aprendizado que cada um de nós precisa buscar a fim de crescer em Deus e cumprir Seu propósito para nossa vida. E podemos confiar no Espírito Santo nesse processo. Ele nunca nos direciona contrariamente à Palavra de Deus; em vez disso, Ele a confirma e apoia. Afinal, Ele é Aquele que inspirou a Palavra a ser escrita (ver 2 Timóteo 3:16)! Com a Bíblia em nossas mãos e em nosso coração — e com os ouvidos espirituais abertos para ouvir o que o Espírito Santo está dizendo — estamos equipados com o que precisamos para nunca fracassar. Nenhum povo e nenhuma geração foram tão abençoados quanto os que vivem nesta gloriosa Era da Igreja! Estou feliz por você ter este livro em suas mãos hoje. Creio que lê-lo dará início a uma maravilhosa nova aventura e jornada espiritual para você. O cumprimento dos desejos concebidos por Deus com os quais você tem sonhado e que o seu coração tem ansiado está diante de você, escondido nas chaves que estão dentro destas páginas. Leia este livro com o coração aberto, e peça ao Pai Celestial para revelar a você o ministério do Espírito Santo. À medida que você agir com base no que aprendeu e se render à Sua obra transformadora, você se colocarádiretamente no caminho que leva à realização dos seus sonhos! — Rick Renner Q CAPÍTULO 1 A DIMENSÃO MAIS PROFUNDA uando eu era adolescente, meu coração começou a buscar uma caminhada mais profunda com Cristo. Fui criado em uma igreja denominacional e havia sido salvo ainda muito pequeno. Viver a vida cristã não era novo para mim ou para minha família. E cada vez mais, eu começava a pensar: Certamente deve haver mais na vida cristã do que estou experimentando! Era como se houvesse um buraco no meu estômago e eu ansiava preenchê-lo com Deus. Eu procurava aqui e ali, em busca de alguém que pudesse me ajudar a encontrar esse lugar mais profundo em Deus pelo qual meu coração ansiava. Um momento fundamental nessa jornada ocorreu em 1973, quando ouvi um pregador, na mensagem gravada que minha tia estava ouvindo, falando sobre o ministério do Espírito Santo. Eu já havia começado a buscar antes daquele dia, mas nos dias e semanas que se seguiram, comecei a fazer mais perguntas sobre ser cheio com o Espírito Santo. Eu estava ficando cada vez mais faminto. Então, em janeiro de 1974, quando fui batizado no Espírito Santo, fui apresentado ao poder de Deus de uma forma maravilhosa; uma experiência verdadeiramente gloriosa. Mas mesmo depois daquele momento marcante, eu soube no meu coração que existia algo mais do que o que eu já havia descoberto sobre o Espírito Santo e uma dimensão mais profunda na minha caminhada com Deus. Meses depois, nessa busca por mais de Deus, enquanto eu percorria as estações de rádio encontrei um programa inusitado que cativou minha atenção. Ouvi uma mulher chamada Kathryn Kuhlman falando sobre milagres e sobre um relacionamento com o Espírito Santo. Ela prendeu minha atenção. Eu havia ouvido falar de Kathryn anteriormente durante essa busca contínua. Mas naquele dia, sentado na cozinha perto do rádio, meus ouvidos estavam sintonizados com cada palavra enquanto ela descrevia um relacionamento íntimo e sempre crescente com o Espírito Santo. Meu coração batia tão forte que quase saiu do meu peito! Fiquei muito empolgado ao ouvir alguém falar sobre aquele lugar mais profundo em Deus pelo qual eu ansiava tão desesperadamente. Nas semanas seguintes, eu sintonizava no programa de rádio de Kathryn Kuhlman todos os dias. Ela falava tão naturalmente sobre o Espírito Santo e seu relacionamento com Ele! Kathryn falava dele como se fosse uma Pessoa real — um Amigo íntimo com quem ela compartilhava suas manhãs, suas tardes e suas noites. Ela testificava sobre milagres que ocorriam nos cultos que dirigia pelos Estados Unidos. Toda sexta-feira, resumos reais desses cultos de milagres eram transmitidos no seu programa de rádio. FOME ESPIRITUAL E ENCONTROS COM DEUS Todos os que estão destinados a crescer em Deus acabam chegando a um lugar de insatisfação na vida espiritual. Esse é o ponto onde um novo nível de intimidade com Deus pode começar. Como Jesus disse: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos” (Mateus 5:6). Essas pessoas são bem-aventuradas porque sua fome e sua sede espiritual as levam a trilhar um caminho que leva a um novo encontro com Deus — e à medida que elas se rendem a esse encontro, Ele as enche. Entretanto, o período de fome e sede espiritual que precede esse enchimento pode ser um dos períodos mais desconfortáveis e insatisfatórios que uma pessoa pode experimentar. Surpreendentemente, é esse estado de miséria espiritual que leva uma pessoa a uma posição na qual Deus pode se revelar a ela de uma maneira mais significativa, pessoal e poderosa. Doutrinária e intelectualmente, entendo muito sobre a obra do Espírito Santo neste momento da minha vida. Na nossa igreja, aprendemos a verdade sobre o trabalho dele para produzir o caráter de Deus e o fruto do Espírito em nós, nos conformando à imagem de Jesus Cristo. Esse ensinamento foi excelente, mas ele foi ensinado e recebido principalmente na esfera da mente. Ele nunca me colocou em contato com o poder do Espírito Santo de uma maneira real. Enquanto eu ouvia o programa de rádio de Kathryn Kuhlman soube que essa mulher tinha um relacionamento com o Espírito Santo que eu jamais havia experimentado. Fiquei completamente hipnotizado com o que estava ouvindo da srta. Kuhlman. Eu nunca havia ouvido ninguém falar com o Espírito Santo como ela falava. Eu falava com Jesus e com o Pai Celestial regularmente, tendo comunhão com Eles de todo o coração. Mas agora um novo pensamento atingiu meu coração com a força de um raio: Eu devia me relacionar com a Terceira Pessoa da Trindade da mesma maneira que essa mulher de Deus se relacionava? Meu coração foi capturado pelo que eu estava ouvindo sobre realmente ter a experiência de um relacionamento com o Espírito Santo. Eu queria experimentar a intimidade com Ele que Kathryn Kuhlman obviamente conhecia e vivia. O DESEJO MAIS PROFUNDO DO CORAÇÃO HUMANO A maioria dos crentes anseia por conhecer um lugar mais profundo em Deus. Há multidões de cristãos que realmente amam a Deus, mas não têm alegria porque não experimentaram esse lugar mais profundo nele. Esforçando-se por agradar a Deus e por fazer o que é certo, eles vão à igreja semana após semana se perguntando por que se sentem tão impotentes e tão vazios como cristãos. Mas eles mantêm o ritmo fielmente, esperando que de algum modo, algum dia, tudo comece a dar certo para eles. Enquanto isso, esses cristãos se sentem culpados pela maneira como se sentem e não ousam compartilhar isso com ninguém. Eles guardam suas frustrações para si mesmos e se agarram à esperança de que talvez, um dia, tudo comece a fazer sentido. Se já está nesse estado, você sabe que não há nada que nos faça sentir mais infelizes e derrotados que ser um cristão que está tentando sinceramente viver uma vida cristã sem realmente conhecer a alegria e o poder do Espírito Santo. Por isso que escrevi este livro. Não pretendo que seja uma obra profunda e erudita. Em vez disso, é um livro destinado a conduzir pessoas espiritualmente famintas como você a um novo lugar em Deus, a um lugar secreto que Ele tem esperado que você encontre há muito, muito tempo. Esse é o mesmo lugar nele que os primeiros cristãos descobriram — e essa foi a razão pela qual eles puderam experimentar uma profunda alegria, mesmo em meio às horas terrivelmente escuras da perseguição. Mas agora Deus está nos chamando à frente para desenvolver um relacionamento prático de atuação com o Espírito Santo. Eventualmente chegamos a esse momento de decisão — um momento em que o coração não está mais satisfeito e busca por mais. É então que o Espírito de Deus nos chama para nos aproximarmos, para entrarmos em um lugar mais profundo de intimidade com Ele. Nos capítulos que estão por vir, você verá que durante os dias que Jesus viveu como homem na terra, Ele vivia em comunhão constante com o Espírito Santo. Jesus conhecia a intimidade, a parceria e a responsabilidade do Espírito Santo não meramente como doutrina teórica, mas como realidades constantes e diárias. O relacionamento dele com o Espírito Santo era Sua fonte de poder, Seu veículo de revelação divina e Sua força para lidar com as multidões de pessoas que o procuravam para serem ministradas por Ele. Se o clamor do seu coração é andar como Jesus andou e conhecer o poder do Espírito Santo como os discípulos conheciam no livro de Atos, você escolheu o livro certo. Agora continue lendo e veja como você também pode passar a conhecer pessoalmente a intimidade, a parceria e a responsabilidade do Espírito Santo. Uma dimensão totalmente nova em Deus espera por você! PENSE NISTO Que voz na terra é mais familiar a você? Como você descreveria a jornada que levou essa voz humana a se tornar tão familiar? O Espírito Santo quer que você passe a conhecer a voz Dele melhor do que você conhece qualquer voz humana. E Ele sempre tem um novo nível ou uma nova dimensão espiritual para a qual Ele o está chamando à medida que você cresce na sua caminhada com Deus. Para o coração faminto nunca há um lugar nele que seja “longeo bastante”. À medida que você reflete sobre o padrão único dos caminhos do Espírito Santo na sua vida, você pode identificar o que o ajuda a continuar prosseguindo mais fundo e para mais adiante no seu relacionamento com Ele? Onde você está atualmente na sua jornada com o Espírito Santo? Quais são algumas das distrações que podem tirar você da rota nessa busca se você não tomar cuidado ao lidar com elas corretamente? J CAPÍTULO 2 A DUPLA DINÂMICA amais esquecerei o dia em que eu estava sintonizando o rádio esperando encontrar alguém que pudesse responder às minhas perguntas. De repente, ouvi um lindo som de piano. A música me atraiu e parei para ouvir. O anunciante disse: “E aqui está ela, aquela que vocês estão esperando — Kathryn Kuhlman!”. Então ouvi as primeiras palavras de Kathryn: “Olá! Vocês estavam esperando por mim?”. Embora essa fosse sua maneira usual de se dirigir aos ouvintes todos os dias, parecia que aquela mulher estava falando comigo pessoalmente. Ela continuou: “Hoje quero falar com vocês sobre a comunhão do Espírito Santo”. Enquanto eu ficava ali sentado ouvindo o ensino de Kathryn, percebi que finalmente havia encontrado a pessoa que eu estava procurando para me ajudar em uma caminhada mais profunda com o Espírito de Deus. Fiquei cativado com o ensino dessa mulher e com a maneira como ela falava sobre o Espírito Santo. E quando ela anunciou que estaria dirigindo um culto de milagres em Tulsa, eu soube que tinha de estar lá. Uma nova esperança agitou-se em meu coração. “POR FAVOR, NÃO PERMITA QUE ELES SE DECEPCIONEM” A reunião seria realizada no auditório Mabee Center, no campus da Universidade Oral Roberts (UOR). Naquele domingo eu pedi licença para sair um pouco mais cedo da escola dominical da nossa igreja e atravessei a cidade de Tulsa de carro até a UOR para me preparar para o culto de milagres daquela noite. Quando cheguei, não pude acreditar no que meus olhos viam! As pessoas estavam de pé ao redor do enorme Mabee Center. As ruas e os estacionamentos estavam lotados de ônibus e carros cheios de pessoas que haviam dirigido centenas e até milhares de quilômetros para chegar àquele culto. Eu nunca havia visto nada igual. Fiquei grato por minha tia ter me convencido a cantar no coral de Kathryn Kuhlman, porque os membros do coro eram levados diretamente para o auditório através de uma entrada nos fundos para podermos começar a ensaiar para o culto. Quando entrei, eu me perguntei: Por que todas essas pessoas vieram de tão longe para ouvir esta mulher pregar? Não demoraria muito para que eu entendesse a razão. A metade final do andar térreo do auditório havia sido dividida para as pessoas com doenças graves e doentes terminais. Uma enorme multidão estava de pé do lado de fora, mas os introdutores estavam permitindo que os que estavam debilitados entrassem nessa área especial para que não tivessem de lutar para serem vistos em meio a tantas pessoas. De onde estava sentado eu podia ver cadeiras de rodas, balões de oxigênio, soros intravenosos, muletas, pessoas deitadas em macas, assim como médicos e enfermeiras sentados atendendo aos que estavam enfermos. Parecia que uma ala de hospital inteira havia sido esvaziada e levada ao culto! Alguns dos que estavam gravemente enfermos foram transportados pelos membros da família. Outros estavam tão perto da morte que haviam sido levados à reunião de ambulância. Uma hora antes de o culto começar, as portas principais do auditório foram abertas. A multidão entrou tão depressa quanto seus pés conseguiam levá-la. Parecia que um mar de pessoas havia sido liberado de uma só vez! Elas procuravam aqui e ali, cada uma tentando conseguir um bom lugar, o mais próximo possível da frente do palco. Logo o auditório estava cheio, de modo que as pessoas que permaneceram do lado de fora foram encaminhadas para uma sala anexa onde podiam assistir ao culto pela transmissão de tevê que estava sendo feita. Um ar de empolgação e fé inundava o auditório. Eu não podia evitar olhar para a seção reservada às cadeiras de rodas e macas. As pessoas ali estavam muito enfermas. Eu sabia que muitas delas haviam ido à reunião devido ao desespero. Aquela era a última esperança delas. Eu me vi orando silenciosamente: “Oh, Senhor, por favor, não permita que eles se decepcionem hoje”. Os introdutores andavam para cima e para baixo nos corredores oferecendo pequenos livretos que continham testemunhos daqueles que haviam recebido milagres confirmados medicamente em outros cultos de milagres com Kathryn Kuhlman. Estendi a mão e escolhi três dos livretos e os li enquanto esperava que o diretor do coro subisse ao palco. Que testemunhos impressionantes! Quando terminei de ler o terceiro livreto, pude sentir minha fé aumentando a um ponto que eu nunca havia sentido antes. MILAGRES REALMENTE ACONTECEM! Momentos antes de o culto começar, um porta-voz da cruzada foi até o microfone e anunciou que já haviam ocorrido milagres mesmo enquanto as pessoas estavam sentadas ali, esperando que o culto começasse. Mais uma vez pude sentir minha fé e a fé coletiva daquela enorme congregação crescer ainda mais. A expectativa naquele lugar era tão forte que parecia poder tirar o prédio do chão! Então o diretor do coro apareceu diante de nós pedindo que ficássemos de pé para cantar. A enorme multidão de pessoas levantou-se conosco enquanto cantávamos e adorávamos o Senhor. Milhares de vozes — batistas do sul, metodistas, católicos, episcopais, presbiterianos, luteranos, ortodoxos gregos, pentecostais e carismáticos — todos estavam se unindo em louvor e adoração. Todos começaram a cantar o hino “Quão Grande És Tu”. Enquanto cantávamos, Kathryn Kuhlman apareceu na plataforma para se juntar a nós. Era a primeira vez que eu a via. Em um longo vestido branco, ela se movia graciosamente de um lado para o outro no palco. Em sua voz profunda de contralto, cantava: “Então minha alma canta a Ti Senhor; quão grande és Tu, quão grande és Tu!”.1 Quando a música e os instrumentos pararam, a senhorita Kuhlman deu as boas-vindas às pessoas e depois nos conduziu enquanto cantávamos: “Aleluia”. Lembro-me de pensar: O céu deve ser assim. Depois de mais algumas músicas, Kathryn Kuhlman aproximou-se do púlpito e disse: “Vou lhes falar apenas por alguns minutos hoje”. Uma hora depois Kathryn ainda estava falando, e a multidão estava tão concentrada no que ela estava dizendo que ninguém percebeu quanto tempo havia se passado. Era como se todos tivéssemos sido convidados a observar publicamente o relacionamento particular, dinâmico e íntimo entre essa mulher e o Espírito de Deus. Ali estava um ser humano em comunhão íntima com o Espírito Santo bem diante de nós. Embora eu tivesse crescido na igreja a vida inteira e tivesse sido salvo quando criança, eu nunca havia visto, experimentado ou mesmo ouvido sobre o que estava testemunhando naquele dia. A mensagem foi boa, mas vê-la se relacionar com o Espírito Santo foi mais impactante que qualquer mensagem que jamais pudesse ser pregada. Foi a coisa mais comovente que eu já havia visto em toda a minha vida. Era tão maravilhoso que não havia palavras para descrever. Interrompendo a própria pregação, Kathryn atravessou o palco, apontou o dedo para uma sessão de assentos na parte de cima do auditório e disse: “Alguém lá em cima acaba de receber um milagre. Levante-se e reivindique seu milagre!”. Um redemoinho de poder passou pelo auditório, e milagres de cura começaram a acontecer naquele recinto. Logo as pessoas estavam fazendo fila próximo ao palco para testemunhar sobre o que havia acontecido em seu corpo. Cadeiras de rodas eram esvaziadas; pessoas paralíticas se levantavam das macas e andavam; olhos cegos eram abertos; ouvidos surdos ouviam; e os mudos agora estavam falando. Durante cerca de três horas, observei perplexo enquanto o poder sobrenatural de Deus continuava em plena demonstração. Tudo o que eu já havia sonhado, tudo em que eu havia desejado crer, estava acontecendo bem diante dos meus olhos. VENDO UM RELACIONAMENTOVIVO Minhas perguntas sobre o poder de Deus na operação de milagres se dissolveram completamente enquanto eu observava aquelas cadeiras de rodas sendo esvaziadas e as pessoas que haviam sido levadas em macas andando e até correndo de uma extremidade do palco à outra. Logo, toda a parte da frente do auditório e os corredores do andar térreo estavam lotados de pessoas que haviam ido à frente para entregar sua vida a Cristo. Que reunião poderosa foi aquela! Não apenas vi múltiplos milagres no corpo humano, como também vi milagres de salvação do espírito humano! Todo o ensinamento batista que tive sobre milagres não ocorrerem mais havia desaparecido até o final daquele culto. E ninguém podia acusar Kathryn Kuhlman de receber a glória para si mesma. Ninguém recebeu a glória naquele dia a não ser Jesus Cristo. Mas o que abalou meu coração mais do que qualquer coisa, ainda mais que as curas e os milagres, foi o relacionamento vibrante e íntimo entre o Espírito Santo e um ser humano que testemunhei durante aquelas três horas. Era algo que eu havia apenas sonhado ser possível. Como era notável ver Kathryn fluir nos dons do Espírito e responder à direção graciosa e suave do Espírito Santo. Sem dúvida Deus havia me levado àquele lugar para ver o tipo de relacionamento que Ele queria que eu tivesse com o Espírito Santo. Quando o culto terminou, olhei para o relógio e fiquei chocado ao ver como era tarde. Quando estava dirigindo para casa depois da reunião naquela noite, uma coisa havia se tornado muito clara para mim: Aquela mulher conhecia um lugar em Deus que eu não conhecia. Não foi sua mensagem ou seu estilo que produziu aquele poder. Aquele poder era um resultado — um transbordamento, um derramamento — do seu relacionamento diário com o Espírito Santo. Comecei a entender: Se é possível para Kathryn Kuhlman conhecer o Espírito Santo desse modo, deve ser possível para mim também, já que Deus declarou que Ele não faz acepção de pessoas (ver Atos 10:34). Naquela tarde, minha perspectiva acerca das coisas espirituais mudou e entrou em um foco mais claro. Daquele momento em diante, a paixão do meu coração era que o Espírito Santo e eu nos tornássemos amigos íntimos, cheios de afeição. Meu coração e minha alma ansiavam por descobrir o lugar secreto em Deus que eu havia testemunhado naquele domingo à tarde no campus da Universidade Oral Roberts. Eu queria conhecer a comunhão do Espírito Santo na vida real. PENSE NISTO A demonstração inegável do poder de Deus de operar milagres destrói as dúvidas e os questionamentos. Mas há uma lei espiritual que precisa ser ativada para que esse poder seja liberado no seu pleno potencial — e essa lei é uma comunhão pessoal cada vez mais profunda com o Espírito Santo. E quanto a você? Você tem o desejo de se aproximar mais do Espírito Santo em íntima comunhão? Os milagres por si só poderiam eventualmente deixar uma pessoa se sentindo oca e vazia. Mas a comunhão com o Espírito Santo produz uma realização profunda que permanece. Considere os passos específicos que você pode dar, a partir de hoje, para cultivar essa caminhada mais profunda com o Espírito. 1 Hino original “How Great Thou Art”, de Stuart K. Copyright © 1953. Renovado em 1981 por Manna Music Inc., 35255 Brooten Rd., Pacific City, OR97135. Direitos autorais internacionais garantidos. Todos os direitos reservados. Uso mediante permissão. Q CAPÍTULO 3 UM RELACIONAMENTO ÍNTIMO E PESSOAL COM O ESPÍRITO SANTO uando se referia ao Espírito Santo, Jesus sempre usava um pronome pessoal. Ele chamava o Espírito Santo de “Ele”. Jesus nunca se referia ao Espírito Santo como “isso” ou “isto” ou como “um sentimento” (ver João 14-16). Por exemplo, em João 14:26, Jesus disse: “Mas o Conselheiro, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, Ele lhes ensinará todas as coisas”. Jesus se referia ao Espírito Santo com um pronome pessoal porque Ele se relacionava com o Espírito Santo como uma Pessoa real, e não como uma entidade invisível, intangível, misteriosa e desconhecida. Por que isso é tão importante? Porque isso nos diz que como a Terceira Pessoa da Divindade, o Espírito Santo possui os atributos de personalidade, assim como o Pai e o Filho. Fomos criados à imagem de Deus e, portanto, compartilhamos desses atributos. Isso significa que somos capazes de nos relacionar com a personalidade do Espírito Santo. Se ele fosse uma “coisa”, seria difícil desenvolver um relacionamento com Ele. Mas o Espírito Santo veio para habitar dentro de nós, e Ele compartilha das mesmas características de personalidade com as quais já estamos familiarizados. Ele está trabalhando em nós para nos ajudar a entendê-lo, a conhecê-lo e a nos relacionarmos e a cooperarmos com Ele, desfrutando de comunhão com Ele. Que tipos de características de personalidade o Espírito Santo tem? Ele tem todas as características que nós temos, mas sem a natureza pecaminosa. O Espírito Santo sente e dá alegria (ver Atos 8:8; Gálatas 5:22), amor (ver Romanos 5:5; Gálatas 5:22) e Ele sente tristeza (ver Efésios 4:30). E em João 14 a 16, lemos sobre uma série de coisas que Ele faz que qualquer pessoa poderia fazer, como ajudar, encorajar, consolar, treinar, etc. Você verá mais dessas coisas nos últimos capítulos deste livro. Ninguém que nasceu nesta terra conhecia o Espírito Santo melhor que Jesus. Afinal, Jesus: • Estava com o Espírito Santo na criação do universo. • Foi concebido pelo Espírito Santo no ventre da virgem Maria. • Foi batizado pelo Espírito Santo no rio Jordão. • Foi revestido de poder para ministrar pelo Espírito Santo. • Foi crucificado no poder do Espírito Santo. • Foi ressuscitado dos mortos pelo poder do Espírito Santo. Quando Jesus ressuscitou dos mortos e subiu ao céu, a primeira coisa que Ele fez foi derramar o Espírito Santo sobre a Igreja. Jesus conhecia o Espírito Santo por dentro e por fora, e se relacionava com o Espírito Santo de uma maneira pessoal. É imperativo que aprendamos a fazer o mesmo. É crucial para nós entendermos que o Espírito Santo tem os atributos de uma personalidade. Esses atributos são a base para todos os aspectos da comunhão e do relacionamento que podemos desfrutar com Ele. A liderança da Igreja Primitiva estava muito familiarizada com a personalidade do Espírito Santo. Quando eles precisaram tomar uma decisão crucial com relação aos convertidos gentios, eles disseram: “Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além destas coisas essenciais” (Atos 15:28). Os primeiros cristãos conheciam o Espírito Santo tão bem que ainda que eles não recebessem uma palavra específica dele, eles eram capazes de tomar decisões acertadas porque sabiam pessoalmente o que “parecia bem” a Ele porque eles tinham mais do que um conhecimento intelectual sobre Ele. Aqueles cristãos compartilhavam uma comunhão real com o Espírito Santo. Quando conhece bem certas pessoas na sua vida — cônjuge, filhos, amigos íntimos —você nem sempre tem de perguntar a eles o que eles pensam. Algumas vezes você já sabe! Você pode saber o que pensam simplesmente olhando para eles. Você andou com eles por tempo suficiente para conhecer sua personalidade e suas reações a diferentes situações. Se eu fico irritado, minha mulher sabe disso sem que eu diga a ela, porque ela me conhece. Se eu fico empolgado com alguma coisa, não preciso dizer a Denise porque ela me conhece bem o suficiente para saber quando estou empolgado. Ela me conhece porque passou tempo comigo, viveu comigo, falou comigo, orou comigo. Denise me conhece melhor do que ninguém. Do mesmo modo, ninguém conhece Denise como eu. Reconhecemos facilmente os relacionamentos humanos porque podemos ver as pessoas que fazem parte de nossa vida com nossos olhos e tocá-las com nossas mãos. Naturalmente, esses relacionamentos parecem mais palpáveis para nós que o nosso relacionamento com o Espírito Santo porque Ele é invisível aos nossos olhos naturais e é impossível de ser tocado com as mãos. Não obstante, o convite do Espírito Santo de nos tornarmosintimamente familiarizados com Sua personalidade nos garante que essa é uma possibilidade muito real. Mas cabe a nós aceitar esse convite divino — assim como os primeiros cristãos fizeram— e então começar a buscar de todo o coração um novo nível de comunhão com o Espírito de Deus. Precisamos fazer com que nossa maior prioridade seja conhecer o Espírito Santo da mesma maneira profunda que Jesus conhecia. DESENVOLVENDO O ROMANCE DIVINO Para conhecer mais intimamente o Espírito Santo, não podemos ignorar o que Jesus disse em Mateus 6:6: “Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará”. O que Jesus quis dizer com “entra no teu quarto”? A palavra “quarto” foi extraída da palavra grega tameion, uma antiga palavra que era usada primeiramente para descrever um lugar secreto onde uma pessoa esconderia seus bens mais valiosos. O que você faria com um quarto assim? Você o manteria a portas fechadas. Você não deixaria um quarto como esse aberto para qualquer um entrar e perambular em meio aos seus bens mais preciosos. Com o tempo, a palavra tameion passou a significar um lugar seguro para se colocar dinheiro ou tesouro. Em nosso contexto moderno, essa palavra poderia descrever algo como um depósito feito em um banco. Na época do Novo Testamento, porém, a palavra guardava um significado ainda mais profundo. Ela era usada para descrever um quarto de dormir. O quarto de dormir é um lugar privado onde acontece a intimidade do relacionamento precioso entre marido e mulher. Por trás das portas fechadas, seus momentos mais íntimos são compartilhados somente um com o outro. Você poderia realmente traduzir esse versículo deste modo: “Quando orares, entra no teu quarto de dormir”. Jesus usou a palavra tameion para transmitir a ideia de intimidade com o Espírito Santo. Simbolicamente, Jesus estava dizendo: “Assim como o marido e a esposa entram no seu quarto de dormir e fecham a porta para poderem desnudar seus corações e suas almas um com o outro em intimidade, você também deve ter um relacionamento com o Espírito Santo que é tão terno, tão especial e tão íntimo que seja compartilhado somente entre você e Ele — e ninguém mais.” Isso, é claro, não significa literalmente que você precisa orar no seu quarto. O conceito de quarto é usado apenas para transmitir a ideia de um lugar separado, isolado e solitário. Jesus estava descrevendo a atitude e o ambiente adequados para a oração. Quando entramos em oração, isso deve ser feito em um lugar e em um momento no qual não sejamos interrompidos para que o Espírito Santo possa falar aos nossos corações e possamos desnudar nosso coração para Ele. Deve ser uma fusão do espírito humano com o Espírito divino em doce comunhão. Nossa prioridade máxima diária deve ser garantir que separemos tempo na nossa agenda para desfrutar uma íntima comunhão com a Divindade através do Espírito Santo. Não importa onde façamos isso, mas deve ser em particular. Durante esse tempo especial todos os dias, devemos deixar tudo o mais de lado e nos concentrarmos somente nele. Esse é um momento sagrado. Os evangelhos relatam que Jesus costumava orar cedo pela manhã quando os outros discípulos estavam dormindo, muitas vezes no alto de uma montanha ou no deserto (ver Mateus 14:23; Lucas 6:12). Não havia nada de santo na hora do dia ou nesses locais em particular. Mas naquelas primeiras horas da manhã, Jesus encontrava o isolamento e a tranquilidade com Deus, e em uma montanha ou no deserto Ele podia orar sem interferência ou interrupção por parte de outros. Seu lugar secreto pode ser no seu carro quando você está dirigindo para o trabalho sozinho todas as manhãs. Pode ser cedo pela manhã quando todos os outros na casa ainda estão dormindo. Talvez seja tarde da noite, depois que os outros foram dormir. O ponto é que você precisa ter um lugar e um momento tranquilo quando você possa se dedicar inteiramente à comunhão com o Espírito Santo. UMA QUESTÃO DE ESCOLHA Você poderia dizer: “Sim, sei que preciso passar um tempo de qualidade com o Senhor. Mas minha agenda é tão ocupada que é difícil eu encontrar um tempo para fazer isso”. Por favor, seja sincero consigo mesmo. Você sabe no seu coração que encontrará tempo para o que é importante para você. • Você tem tempo para entrar na internet? • Você tem tempo para assistir ao noticiário? • Você tem tempo para ir ao cinema? • Você tem tempo para outras formas de lazer? Você sempre encontrará tempo para o que é importante para você. Se você realmente deseja ter um relacionamento íntimo e pessoal com o Espírito Santo, você separará tempo para isso. Isso deve se tornar uma prioridade bem como uma questão de escolha. Minha esposa e eu temos viajado e ensinado a Bíblia juntos há anos. Quando nossos filhos eram muito pequenos, eu sempre achava um desafio encontrar um lugar tranquilo para orar e estudar. Quando chegávamos ao nosso quarto de hotel, as crianças estavam sempre tão ávidas por sair do carro que parecia que elas tinham virado o quarto do hotel de cabeça para baixo em cinco minutos! Eram crianças comuns, cheias de energia que se cansavam de andar dentro de um carro por horas seguidas. Enquanto estávamos arrumando o quarto de um lado, eles o estavam bagunçando de novo do outro! Denise e eu tínhamos uma rotina típica que seguíamos nessas viagens ministeriais com nossos pequenos. Depois do café da manhã, era hora de colocá-los para tirar uma soneca. Denise e eu usávamos esse tempo para estudar e meditar na Palavra de Deus. Depois, tínhamos uma reunião com o pastor no final da manhã, e então íamos almoçar. Logo depois era hora de colocar as crianças para tirar outra soneca. Enquanto eles estavam dormindo, estudávamos novamente, e nos preparávamos para o culto da noite. A essa altura, estávamos tão esgotados por administrar o ministério e o tempo em família com nossos filhos que nós mesmos também tentávamos descansar um pouco. Depois da reunião da noite, jantávamos tarde e caíamos na cama, esperando que as crianças dormissem a noite inteira sem problemas. Depois de um longo tempo nessa rotina na estrada, tanto Denise quanto eu ficávamos desesperados por ter algum tempo de verdade a sós com o Senhor. Tentávamos nos levantar cedo, mas tinha de ser muito cedo porque crianças pequenas tendem a se levantar com o nascer do sol. Nós nos revezávamos usando o banheiro do hotel como nosso quarto de oração. Às vezes orávamos tão baixinho para não acordar as crianças que nos perguntávamos se Deus podia nos ouvir! E quando orávamos com autoridade contra os ataques de Satanás em nossa vida, nossa oração era tão suave e calma que parecia que estávamos apenas sussurrando para o diabo. Finalmente, Denise e eu tomamos uma decisão difícil. Nós decidimos tornar nossa comunhão com o Espírito Santo a prioridade máxima em nossa vida, independentemente de qualquer circunstância externa. Isso exigiu que fizéssemos mudanças na nossa agenda com relação ao itinerário de pregações que eram difíceis de lidar financeiramente. Mas ao fazer essas mudanças, estávamos garantindo que nós dois pudéssemos ter um tempo diário de qualidade com o Senhor. E nos anos seguintes, vimos grandes recompensas em todas as áreas da nossa vida e do nosso ministério por causa da nossa obediência em manter as prioridades em ordem. Muita coisa se passou desde aqueles primeiros dias de ministério itinerante pelos Estados Unidos. Nossa família se mudou para a antiga União Soviética logo depois da queda da Cortina de Ferro,2 e um conjunto de circunstâncias externas totalmente novas começou a competir pela nossa atenção e pelo nosso tempo. Hoje, nossa vida é muito mais produtiva com a missão global. Ainda estamos nos movendo na velocidade da luz! E agora, além de três filhos maravilhosos, somos privilegiados por ter três noras russas adoráveis e nossos netos! Assim, mesmo depois de todos esses anos, Denise e eu ainda temos de reservar tempo para estar com o Senhor — como uma questãode escolha — ou isso simplesmente não aconteceria. Geralmente separamos tempo para fazer o que queremos na vida. Em outras palavras, se alguma coisa é importante para nós, encontramos tempo para isso. Nosso relacionamento com o Espírito Santo é o relacionamento mais importante deste mundo. Aprendi que se meu relacionamento com Ele for forte, isso torna o relacionamento com minha esposa e com meus filhos bom e forte. Por outro lado, se eu não passar tempo tendo comunhão com o Espírito Santo, isso afeta todos os meus outros relacionamentos. Aprendi que sem Ele, eu realmente não tenho nada a oferecer. Também aprendi que quando estou tendo uma comunhão íntima com o Espírito Santo, Ele compensa as fraquezas em minha vida. No próximo capítulo, veremos como o Espírito Santo fazia isso na vida de Jesus também. PENSE NISTO Você pode conhecer o Espírito Santo tão bem quanto deseja. É sua escolha aceitar o convite dele e tomar a decisão de colocar tudo o mais que possa distraí-lo de lado para poder entrar em um tempo diário de comunhão com Ele. Ao avaliar sua agenda diária, que ajustes você pode fazer para separar um tempo específico que seja focado unicamente em cultivar um nível mais profundo de intimidade com o Espírito Santo? 2 Cortina de Ferro foi uma expressão usada para designar a divisão da Europa em duas partes, a Europa Oriental e a Europa Ocidental como áreas de influência político-econômica distintas, no pós-Segunda Guerra Mundial, conhecido como Guerra Fria. Fonte: Wikipedia. (N. da T.) M CAPÍTULO 4 O SEGREDO DA FORÇA DURADOURA uitas vezes me perguntei: “Como Jesus tinha força física para ministrar a multidões de pessoas sem desmoronar de tanto estresse e pressão?”. Creio que a resposta está na consistência de Jesus em se afastar e iniciar Suas manhãs sozinho com o Pai em oração, quando Ele podia adquirir e sustentar a força espiritual e física que necessitava para ministrar às massas. Esse tipo de força duradoura também era evidente na vida do apóstolo Paulo. Ele enfrentava um ataque contínuo de duras provas, mas nunca parecia esmorecer na sua força ao enfrentar cada uma delas com coragem e sair vitorioso. Qual era o segredo desse poder prolongado? Paulo nos dá a resposta em Filipenses 1:19: “Porque estou certo de que isto mesmo, pela vossa súplica e pela provisão do Espírito de Jesus Cristo, me redundará em libertação” (grifo nosso). A frase “pela provisão do Espírito de Jesus Cristo” é um dos segredos da força inquebrantável de Paulo. A palavra “provisão” foi extraída da palavra grega epichoregeo. A primeira parte da palavra, epi, significa “em favor de”; e a segunda, choregeo, é a palavra grega para coro ou apresentação de um coral. É de onde tiramos a palavra “coreografia”. Assim, epichoregeo é uma palavra antiga que significa literalmente em favor do coro. Que palavra importante para entendermos! Há milhares de anos, na Grécia clássica, um imenso coral e uma companhia dramática ensaiavam interminavelmente para uma apresentação teatral imensa e importante. Depois de dedicarem tempo, esforço, energia e treino, finalmente chegou a hora de o show ir para a estrada. Mas havia um problema: eles ficaram sem dinheiro! Aquelas pessoas haviam dedicado a vida a essa produção. Entregaram tudo o que tinham para garantir que a apresentação fosse bem-sucedida. Mas por terem esgotado seus recursos, o show havia terminado — era o fim! Eles foram derrotados antes mesmo de o show começar oficialmente. Em todos os aspectos, era o fim da estrada para eles e seu sonho. Você já se sentiu assim? Você já se dedicou a alguma coisa tão completamente que achou que não tinha nada mais para dar? Você já se dedicou tanto, e tão profundamente, que no fim achou que não tinha força humana para terminar seu compromisso embora seu desejo fosse cumpri-lo? Todos nós chegamos a um momento em nossa vida espiritual em que parece que não temos mais nada para dar. Começamos a esmorecer física e mentalmente. Até as pessoas que têm boas intenções e um desejo forte eventualmente chegam a um desses becos sem saída em sua vida. Foi isso que aconteceu com o coro nesse relato grego clássico; eles haviam chegado a essa situação. Se não havia dinheiro, não havia show! Parecia que toda aquela energia, aqueles ensaios, e todo aquele comprometimento haviam sido gastos em vão. Ao que tudo indicava, era o fim do sonho deles. Mas, na verdade, esse beco sem saída na vida deles era o começo de uma parte ainda não escrita da sua história. Naquele exato momento, um homem rico entrou em cena. Ele ouviu falar do comprometimento deles. Ele ouviu dizer o quanto eles haviam trabalhado nesse projeto por tanto tempo. E pelo fato de esse homem rico ter ficado tão impressionado com a dedicação deles, interveio na situação e fez uma contribuição enorme em benefício do coro. Essa contribuição “proveu” tudo o que o coro necessitava para voltar à ativa! Na verdade, a oferta que o homem fez era tão imensa que era mais do que eles necessitavam ou sabiam como gastar! A contribuição daquele homem foi enorme, abundante, transbordante e avassaladora. É daqui que tiramos a palavra “provisão” em Filipenses 1:19: “Porque estou certo de que isto mesmo, pela vossa súplica e pela provisão do Espírito de Jesus Cristo, me redundará em libertação”. Com base nisso, Filipenses 1:19 poderia ser interpretado deste modo: “Estou certo de que esta situação finalmente sofrerá uma reviravolta e resultará na minha libertação. Estou certo disso — primeiramente, porque vocês estão orando por mim e, em segundo lugar, por causa da contribuição especial do Espírito que Jesus Cristo está doando para a minha causa atual”. Isso significa que quando sua energia se esgota, quando você empregou seus melhores esforços e não sente que tem mais nenhuma gota de energia para dar, quando parece que seus recursos se esgotaram e você é incapaz de dar mais um passo a não ser que alguém entre em cena para ajudá-lo — esse é exatamente o momento em que Jesus Cristo se torna seu Benfeitor pessoal! Como o homem rico da história mencionada, Jesus entra na sua vida nesse momento para doar uma enorme quantia, avassaladora e generosa da graça e do poder do Espírito para sua causa! TEMPO DE RECEBER Todos nós passamos por esses momentos em que parece que chegamos a um beco sem saída em algumas áreas de nossa vida. Em geral, esse é o momento em que temos a oportunidade de realmente aprender a viver. Quando não nos resta mais nada para dar, Jesus Cristo começa de onde paramos através do ministério e do poder do Espírito Santo. À medida que contamos com Ele com uma fé simples, Ele faz uma contribuição avassaladora do Espírito em nosso favor, preparando o caminho para terminar o que Ele começou em nós. Filipenses 1:6 diz: “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus”. Entretanto, podemos eliminar essa contribuição sobrenatural deixando de separar tempo de qualidade regularmente para estar com o Senhor para podermos receber Sua infusão divina de poder como um suprimento contínuo. Se você se comprometer a separar tempo todos os dias para ter comunhão com o Espírito Santo e permitir que Ele se torne seu Parceiro e Amigo valioso, Ele o encherá com a força que você necessita em todas as situações. É por isso que seu tempo diário com o Senhor é tão vital. Você precisa aprender a desfrutar a comunhão com o Espírito Santo a fim de que Seu poder esteja livre para operar em você e através de você, sustentando-o em meio aos momentos mais difíceis. Eu o encorajo a reavaliar seu relacionamento com o Espírito Santo. Ele é uma “coisa” para você — apenas uma parte invisível e desconhecida de Deus? Você se relaciona com o Espírito Santo de acordo com a maneira como Ele faz você se sentir ou como seus sentidos físicos são afetados pela Sua presença? Enquanto sua resposta a qualquer dessas perguntas for sim, você achará difícil desfrutar Sua parceria. Mas sua maneira de ver o Espírito Santo pode mudar; os atributos e a personalidadedele são revelados na Palavra. Nos capítulos a seguir, você aprenderá mais sobre como desenvolver sua comunhão com o Espírito Santo para que Ele possa se tornar seu Parceiro de confiança. Quando essa verdade básica for estabelecida em sua vida, você experimentará uma vida sobrenatural no poder de Deus! PENSE NISTO Naqueles momentos em que parece que você despendeu toda a sua energia e os seus recursos para realizar o que lhe cabe fazer, é útil avaliar seu relacionamento com o Espírito Santo. Ele foi designado para sua vida como seu Mestre, Ajudador, Fortalecedor e Guia contínuo. Então, é bom avaliar: você tem estado aberto e disponível ao Espírito Santo para receber a plenitude da Sua provisão quando mais precisa dela? Ou você tem contato, pelo menos até certo ponto, com a própria força, experiência e recursos naturais para realizar o trabalho? A maneira como você reajusta suas prioridades e sua “maneira de fazer as coisas” é a chave para garantir que você esteja em posição de receber o suprimento sobrenatural de sabedoria, força e provisão do Espírito em todas as situações. S CAPÍTULO 5 JESUS FEZ UMA PROMESSA e alguém entendia de parceria com o Espírito Santo, esse alguém era o Senhor Jesus Cristo. O ministério terreno de Jesus dependia completamente do Espírito Santo. Desde o nascimento de Jesus, nada que Ele fazia e nada que acontecia em linha com o propósito divino em Sua vida ocorria separado do poder do Espírito Santo. Além do mais, a primeira coisa que Jesus fez quando se sentou à destra do Pai no céu foi enviar aos cristãos o dom do Espírito Santo. O ministério de Jesus e o ministério do Espírito Santo são inseparáveis. Considere estes fatos importantes sobre Jesus e o Espírito Santo: • Jesus foi concebido pelo Espírito Santo no ventre da virgem Maria (ver Mateus 1:18, 20; Lucas 1:35). • A concepção de Jesus no ventre de Maria foi confirmada por Isabel, irmã de Maria, quando Isabel foi cheia do Espírito Santo (ver Lucas 1:41-45). • A dedicação de Jesus quando bebê no templo foi acompanhada pela manifestação sobrenatural do Espírito Santo quando Simeão, o sacerdote, e Ana, a profetiza, profetizaram sobre Ele (ver Lucas 2:25- 38). • A chegada de Jesus em Israel como o Messias foi anunciada por João Batista. Sob a unção do Espírito Santo, João declarou que Jesus era Aquele que batizaria com o Espírito Santo e com fogo (ver Mateus 3:11; Lucas 3:16; João 1:33; Atos 11:16). • Jesus falou sobre o batismo no Espírito Santo e ordenou que Seus discípulos ficassem em Jerusalém até que tivessem recebido esse revestimento especial de poder (ver Lucas 24:49; Atos 1:4-5). • Jesus foi revestido de poder pelo Espírito Santo no rio Jordão quando foi batizado nas águas por João Batista (ver Mateus 3:16; Marcos 1:10; Lucas 3:22; João 1:32). • Jesus recebeu a plenitude do Espírito sem medida (ver João 3:34). • Jesus era dirigido pelo Espírito Santo (ver Mateus 4:1; Marcos 1:12; Lucas 4:1). • Jesus retornou do deserto no poder do Espírito Santo (ver Lucas 4:14). • Jesus afirmou publicamente que Seu ministério era resultado do poder do Espírito Santo (ver Lucas 4:18). • Jesus advertiu sobre o perigo de blasfemar contra o Espírito Santo (ver Mateus 12:31-32; Marcos 3:28-29; Lucas 12:10). • Jesus ensinou sobre a obra e o ministério do Espírito Santo (ver Mateus 10:20; Marcos 13:11; Lucas 11:13, 12:12; João 7:39; 14:16-17; 15:26; 16:7-15). • Jesus proclamou que precisamos nascer de novo pelo Espírito Santo (ver João 3:5-8). • Jesus, o Cordeiro de Deus sem mancha ou mácula ofereceu-se sobre a cruz pelo poder do Espírito Santo (ver Hebreus 9:14). • Jesus foi ressuscitado dentre os mortos pelo poder do Espírito Santo (ver Romanos 8:11). • Jesus soprou o Espírito Santo sobre os discípulos depois da Sua ressurreição (ver João 20:22). • Depois que Jesus foi exaltado à destra de Deus, Ele derramou o Espírito Santo sobre a Igreja no Dia de Pentecostes (ver Atos 2:1-4, 33). • Jesus instruiu os discípulos através do ministério do Espírito Santo (ver Atos 1:2). Jesus e o Espírito Santo estavam sempre juntos enquanto Jesus esteve na terra. Se Jesus precisava desse tipo de parceria contínua com o Espírito Santo para exercer Seu papel divino na terra, você precisa ter essa parceria também. Jesus enviou o Espírito Santo para dar a você tudo o que precisa para ser um filho de Deus vitorioso, bem-sucedido, cheio de fé e vencedor neste mundo. Com o Espírito Santo ao seu lado, você está equipado para todas as situações na vida. Pelo fato de ninguém jamais ter conhecido o Espírito Santo melhor que Jesus, precisamos procurar conhecer o que Jesus tinha a dizer sobre a personalidade, o poder, os dons e o caráter do Espírito Santo Em João 14-16, Jesus nos deu instruções importantes sobre como desenvolver nossa própria parceria com o Espírito Santo. JESUS NOS FEZ UMA PROMESSA Imagine como deve ter sido difícil para os discípulos descobrir que Jesus iria deixá-los, principalmente depois de andarem com Ele por mais de três anos e de vê-lo realizar um milagre após o outro. Era natural que eles se sentissem pesarosos quando Jesus anunciou que em breve estaria voltando para o céu. Para os discípulos, deve ter parecido que eles estavam enfrentando o fim do seu maravilhoso encontro com o Senhor e com o poder de Deus. Viver e andar com Jesus era mais do que eles haviam esperado neste mundo. Com Ele ao seu lado, suas vidas haviam sido cheias de aventura, empolgação, alegria, vitória, poder, curas e milagres. Como seria a vida sem Jesus? Ela poderia voltar a ser a mesma? Seria esse o fim do sonho deles? Ter sentimentos de insegurança e incerteza teria sido uma reação normal para qualquer pessoa na posição dos discípulos. Eles haviam se tornado dependentes da presença física e visível de Jesus, algo que nunca experimentamos e, portanto, não podemos compreender totalmente. Depois que Jesus partiu, eles provavelmente foram tentados a se sentirem abandonados espiritualmente. Em meio a esses temores, Jesus prometeu aos Seus discípulos: “Não vos deixarei órfãos...” (João 14:18, ACF). A palavra “órfãos” foi extraída da palavra grega orphanos. Na época do Novo Testamento, a palavra orphanos descrevia os filhos que eram deixados sem pai; ou podia descrever alunos abandonados pelo seu professor. Em ambos os casos, é a imagem de pessoas mais jovens, menos instruídas, menos sábias sentindo-se abandonadas por aqueles em quem confiavam e com quem contavam para ter orientação. Jesus era um pai espiritual para os discípulos e sabia que eles dependiam totalmente dele. Eles não podiam vencer sozinhos no mundo sem Jesus. Foi por isso que Ele lhes prometeu: “Não os deixarei como órfãos”. Dois versículos antes, Jesus disse: “E Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco” (João 14:16). A palavra “rogar” é a palavra grega erotao, uma palavra do vocabulário jurídico que geralmente é usada nos evangelhos para descrever a vida de oração de Jesus. Essa palavra específica de oração indica que o envio do Consolador era tão crucial para a sobrevivência dos discípulos que Jesus ia ao Pai para apresentar Sua causa por eles, quase como se Ele estivesse defendendo-os e os seus direitos legalmente. Essa causa era tão concreta, clara e inconfundível que o Pai atenderia o forte pedido de Jesus enviando o Consolador, ou o Espírito Santo, para ajudar a todos aqueles que clamassem pelo nome de Jesus. Também é importante observar que Jesus disse: “E Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará...”. O Espírito Santo era o presente do Pai à Igreja. Pedro falou sobre o “dom do Espírito Santo” em Atos 2:38. Esse foi o presente do Pai, gratuito e sem custo, a todos os que declaram Jesus Cristo como o Senhor de sua vida. Mas o Espírito Santo foi dado em resposta ao pedido de Jesus pelos discípulos e por nós. OUTRO CONSOLADOR Era óbvio para os discípulos que este Consolador não era uma pessoa normal que eles poderiam ver, ouvir e tocar com suas mãos. Você pode imaginar as perguntas que devem terpassado pela mente deles naquele momento? Foi por isso que Jesus tomou tanto cuidado para usar palavras-chave quando falou com eles sobre a vinda do Espírito Santo. Observe especialmente que Jesus usou a palavra “outro” neste versículo. Ele disse: “E Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador”. Essa palavra grega transmite uma forte mensagem sobre o Espírito Santo. O versículo poderia ser traduzido deste modo: “Eu rogarei ao Pai, e Ele vos enviará Alguém que é exatamente como Eu de todas as maneiras. Ele será idêntico a Mim na maneira de falar, na maneira de pensar, na maneira de atuar, na maneira de ver as coisas, e na maneira de fazer as coisas. Quando Ele estiver presente, será exatamente como se Eu estivesse presente porque nós pensamos, nos comportamos e agimos de modo igual”. Anteriormente em João 14, vemos esse mesmo conceito refletido no relacionamento entre o Filho e o Pai. Filipe disse a Jesus: “Mostra-nos o Pai, e isto nos basta” (João 14:8). A resposta de Jesus a Filipe foi essencial: “Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: ‘Mostra-nos o Pai?’” (João 14:9). Jesus é a imagem exata de Deus Pai. Hebreus 1:3 declara: “Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser...”. Jesus reflete o caráter de Seu Pai celestial em todos os aspectos. Assim, se você visse Jesus quando Ele andava por esta terra, você via o Pai. Jesus deu este testemunho sobre Si mesmo: “Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz. Porque o Pai ama ao Filho, e lhe mostra tudo o que faz...” (João 5:19-20). Isso significa que Jesus fazia somente o que Ele via o Pai Celestial fazer. Consequentemente, uma das melhores maneiras de discernir a vontade de Deus para certas situações é olhar para como Jesus reagia a situações similares. As pessoas costumam perguntar: “Como posso saber se Deus quer curar os enfermos hoje?”. Olhe para Jesus para ter sua resposta, porque Ele é a perfeita expressão da natureza e vontade do Pai. Quando Jesus curava alguém, isso era uma demonstração da vontade do Pai de curar. Ele nunca teria agido sozinho ou em desacordo com a vontade do Pai. Quando Jesus expulsava demônios e libertava os oprimidos por demônios, isso era mais uma vez uma demonstração da vontade do Pai de libertar os cativos. Todas as pessoas oprimidas por demônios que iam a Jesus encontravam libertação. E Jesus jamais teria agido por Si mesmo ou feito algo contrário à vontade de Deus. A vida, as palavras, as atitudes e os atos de Jesus durante Sua caminhada terrena eram a manifestação absoluta da vontade e da natureza de Deus. O Pai e o Filho estão em unidade na natureza, no caráter, no pensamento e na ação. Foi por isso que Jesus disse: “Quem me vê a Mim, vê o Pai” (João 14:9). Quando Jesus estava ensinando aos discípulos sobre o Espírito Santo, Ele levou essa verdade um passo além e usou a palavra allos para defender esse ponto. A palavra allos significa um da mesma espécie. Assim como Jesus é a expressão perfeita e a própria imagem da natureza do Pai, a palavra allos nos diz que o Espírito Santo representa perfeitamente a vida e a natureza de Jesus Cristo. No ministério terreno de Jesus, Ele não apenas fazia o que via o Pai Celestial fazer. Do mesmo modo, o Espírito Santo, como representante de Cristo na terra, faz somente o que Ele vê Jesus fazer. O Espírito Santo nunca agirá por Si mesmo ou em desacordo com a vontade de Jesus Cristo. Muitas vezes ouvi cristãos perguntarem: “Eu gostaria de saber como deve ter sido andar com Jesus. Não seria maravilhoso andar com Ele, falar com Ele e ouvir a Sua voz?”. Mas, ao fazerem essa pergunta, eles estão deixando de considerar a razão pela qual Jesus enviou o Espírito Santo em primeiro lugar. Sua missão é ser o Ajudador que nos traz a vida de Jesus Cristo. Jesus disse a Filipe: “Quem me vê a Mim, vê o Pai”. Do mesmo modo, Jesus nos diz: “Apresentei Minha causa ao Pai, e Ele lhes deu outro Ajudador que é exatamente como Eu em todos os aspectos possíveis. Se vocês o têm, vocês têm a Mim”. Recebemos a presença do Espírito Santo habitando dentro de nós no novo nascimento. Agora cabe a nós abrir o coração para o Espírito Santo e permitir que Ele seja nosso Ajudador e traga a vida de Jesus a todas as áreas de nossa vida diariamente e de forma progressiva. Além da presença do Espírito Santo habitando dentro de nós, vemos a demonstração da Sua obra de encher vidas no livro de Atos. É evidente que aqueles primeiros cristãos operavam em grande poder porque eram batizados no Espírito Santo. A ausência física de Jesus não impediu a Igreja Primitiva de realizar milagres, de ressuscitar os mortos, de expulsar demônios, de curar enfermos ou de levar multidões ao conhecimento de Jesus Cristo para salvação. Na verdade, o ministério de Jesus foi multiplicado através da Igreja porque o Espírito Santo estava com eles, dentro deles e operando através deles. O Espírito Santo representava Jesus perfeitamente para a Igreja Primitiva em todos os aspectos. Portanto, não olhe para trás, para o que você perdeu, porque você não vivia há dois mil anos quando Jesus andou sobre a terra. Comece a abrir seu coração para a obra do Espírito Santo agora. Ele quer representar Jesus para você, sua igreja, sua família e sua cidade — assim como Ele fez no livro de Atos. O Espírito Santo e Sua missão nunca mudaram. Fomos nós que mudamos. Nós o limitamos com nossa incredulidade e nossa falta de entendimento. Que hoje seja o dia em que você começará a permitir que o Espírito Santo faça o que Ele foi enviado para fazer: ajudar você em todas as áreas da sua vida enquanto Ele lhe traz a vida de Jesus Cristo na sua dimensão mais completa. PENSE NISTO Algumas coisas no nosso passado e no nosso presente provavelmente seriam diferentes se tivéssemos conhecido o Espírito Santo mais intimamente e nos rendido à Sua direção mais completamente ao longo dos anos. Nós nos alinhamos para receber o melhor plano do Pai para nossa vida quando aprendemos a permitir que o Espírito Santo nos guie a cada passo do caminho sem limitá-lo com nossas concepções prévias, com nossas escolhas erradas e com nossas preferências equivocadas. De que formas você pode ajudar seu futuro a se parecer com o plano do Pai para sua vida? Que passos você pode dar para aprender a se render mais completamente à condução do Espírito Santo quando Ele fala ao seu espírito? J CAPÍTULO 6 O ESPÍRITO SANTO, NOSSO CONSOLADOR esus chamou o Espírito Santo de Consolador (ver João 14:16). Ele também usou esse nome em João 14:26; 15:26 e 16:7. É significativo o fato de Jesus chamar o Espírito Santo repetidamente de Consolador por quatro vezes no curto espaço de três capítulos. Está bem evidente que esse aspecto do ministério do Espírito Santo a nós era muito importante para Jesus. A palavra “consolar” pode ter muitas nuances de significado nos momentos individuais e únicos dependendo da época que enfrentamos em nossa vida. Por exemplo, se você está cansado de trabalhar por longas horas, consolo para você pode ser a oportunidade de relaxar por um tempo no seu sofá todas as noites depois do trabalho. Se seu coração está partido por causa da desilusão em um relacionamento, consolo pode significar falar com um amigo que ouvirá suas mágoas sem julgar ou dar conselhos que você já conhece. Talvez você se sinta como se as pressões da vida estejam se acumulando em cima de você e você não sabe o que fazer ou a quem recorrer. Consolo pode significar ter um amigo que observe sua situação para orar com você e ajudá-lo a pensar em meio a essa dificuldade a fim de determinar os passos necessários que Deus gostaria que você desse em seguida. Se alguém que você amava acaba de morrer, consolo pode ser algo tão simples quanto alguém abraçá-lo e talvez ficar com você em meio a esse tempo tão difícil de adaptação. O ponto é este: o que “consolo”significa para cada um de nós muitas vezes depende do que estamos passando na vida em dado momento. Isso torna ainda mais importante descobrirmos exatamente o que a palavra “consolo” realmente significa na Bíblia. Não devemos cometer o erro de interpretar o que Jesus disse sobre o Espírito Santo à luz da nossa experiência humana, que varia de pessoa para pessoa. Em João 14:16, a palavra “consolador” é extraída da palavra grega parakletos. Ela era usada primeiramente no sentido jurídico a fim de denotar alguém que defendia uma causa em favor de outra pessoa em um tribunal. Ela descrevia um ajudador ou um assistente que estava sempre pronto e em espera para ajudar, assistir e fortalecer. Parakletos também era usada de tempos em tempos para denotar um conselheiro ou consultor pessoal. Essa é a imagem de um treinador que instrui seus alunos e aprendizes nos assuntos da educação, dos negócios ou da vida. Assim como o treinador interage com seus alunos, o parakletos se aproxima dos que estão sob seus cuidados para encorajá-los, exortá-los, incentivá-los, aconselhá-los e ensiná-los a fazer um trabalho melhor. A Amplified Bible pode traduzir melhor a palavra “consolador” com suas nuances variadas de significado. João 14:16 diz: “E Eu pedirei ao Pai, e Ele lhes dará outro Consolador (Conselheiro, Ajudador, Intercessor, Advogado e Fortalecedor), para que Ele possa permanecer com vocês para sempre”. O ESPÍRITO SANTO FICA AO NOSSO LADO Agora que vimos o significado da palavra grega parakletos, traduzida por “Consolador”, vamos ver as partes que compõem essa palavra: para e kaleo. A palavra para significa simplesmente ao lado de. Ela também traz consigo a ideia de proximidade ou localização geográfica. Ela fala especificamente de estar muito próximo de ou ao lado de alguém ou de alguma coisa. O uso da palavra para nesse versículo traz consigo a ideia de se aproximar tanto quanto possível de alguém. Você nunca usaria essa palavra para descrever sua proximidade com um estranho. A palavra para seria usada para descrever seus relacionamentos mais íntimos. Por exemplo, minha esposa Denise está para de mim. Ela vive comigo, fala comigo, faz compras comigo, viaja comigo, prega na nossa igreja comigo e ora comigo. Ela está sempre para de mim. Estamos lado a lado, muito próximos e ao lado um do outro o tempo todo. Quando as pessoas estão próximas umas das outras desse modo, elas afetam uma à outra. Elas podem até começar a assumir algumas das atitudes, dos sentimentos, das características de personalidade, dos hábitos e dos gestos da outra pessoa. Depois de algum tempo, elas se conhecem tão bem que quase não precisam perguntar à outra pessoa o que ela está pensando. Agora que vimos o que a palavra para significa, vamos ver como isso se aplica à primeira parte da palavra grega parakletos, traduzida como “Consolador” em João 14:16. A primeira coisa que isso nos diz sobre o Espírito Santo é que Ele está perto de nós e ao nosso lado em todo o tempo. Não há nada distante no relacionamento dele conosco, de modo que nunca temos de pedir ou suplicar para que Ele nos ajude. O Espírito Santo está sempre conosco, onde quer que estejamos. No momento da nossa salvação, o Espírito Santo vem morar em nós (ver Efésios 1:13). Embora Ele viva dentro de nós, nossa experiência é a de que o Espírito Santo fica ao nosso lado para nos ajudar nos assuntos da vida e para trazer a realidade de Jesus Cristo para cada situação que encontramos — se crermos e estivermos abertos para isso. Praticamente falando, desde o momento em que nascemos de novo até o restante de nossa vida nesta terra, o Espírito Santo está disponível a nós para recorrermos à Sua parceria a cada minuto do dia. O ESPÍRITO SANTO TEM UMA MISSÃO ESPECÍFICA A segunda parte da palavra “Consolador” é a palavra kaleo, que significa convocar ou chamar. Por exemplo, Paulo usou uma forma dessa palavra em Romanos 1:1 quando ele disse que era “... chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus”. Essa não é a imagem de alguém gritando ou chamando para fins de comunicação verbal. O tipo kaleo de chamado tem propósito, intenção e um senso de direção. Por exemplo, Deus nos chama à comunhão com Ele, e Ele chama os incrédulos ao arrependimento e à salvação (Mateus 9:13). Além disso, tanto Paulo quanto Pedro usaram a palavra kaleo para descrever o chamado de Deus à salvação e para ministrar a eles mesmos e a outros (ver Romanos 1:1; 8:30; 9:11, 24; 1 Coríntios 1:9; 7:15; Efésios 4:1, 4; 1 Tessalonicenses 2:12; Hebreus 9:15; 1 Pedro 1:15; 2:9). Paulo usou especificamente a palavra kaleo para descrever seu chamado ao ministério apostólico (ver 1 Coríntios 15:9; Gálatas 1:15; 2 Timóteo 2:9). Quando ele ouviu o chamado do céu, esse chamado divino lhe deu um senso de direção, propósito e definição para sua vida. Assim, vemos que a palavra kaleo traz consigo a ideia de uma convocação para fazer alguma coisa muito específica com relação a propósito ou destino. Por exemplo, somos chamados à salvação. Somos chamados ao serviço na igreja local. E podemos até ser chamados ao ministério. O chamado é sempre para alguma coisa que aponta para uma intenção específica. O chamado de Deus com relação ao rumo específico de uma pessoa na vida dá a esse indivíduo discernimento do propósito, do plano e do projeto divino para sua existência. Quando uma pessoa sabe em seu coração que o Pai a convocou para executar uma missão específica a Seu pedido, isso muda tudo. Pelo fato de a palavra kaleo ser a segunda parte da palavra grega traduzida por “Consolador” também podemos saber que o Espírito Santo não assumiu acidentalmente Seu papel em nossa vida. Assim como Deus chamou Paulo e Pedro para serem apóstolos — e assim como cada um de nós recebeu uma atribuição específica — Ele chamou o Espírito Santo para fazer algo muito específico neste mundo. Esse chamado divino deu ao Espírito Santo propósito e direção. Poderíamos dizer que deu a Ele uma descrição de cargo. Além do mais, o Espírito Santo precisa fazer Seu trabalho fielmente, sabendo que Ele responderá ao Pai que lhe deu a missão. Então o que o Pai chamou o Espírito Santo para fazer? O Espírito de Deus foi chamado para ser nosso Ajudador neste mundo. Esse é o propósito principal e a responsabilidade do Espírito Santo nesta terra. TRÊS CARACTERÍSTICAS DO CONSOLADOR Este capítulo descreveu três verdades importantes que podemos extrair da palavra “Consolador” (parakletos). Poderíamos resumir essas verdades como a seguir. 1. O Espírito Santo permanece perto de nós Doutrinariamente entendemos que o Espírito Santo habita dentro de nós e sela cada cristão no momento da salvação (ver Efésios 1:13). Mas quando Jesus se referiu ao Espírito Santo como “Consolador” em João 14:16, Ele não estava falando teologicamente. Jesus estava se referindo ao relacionamento prático que podemos desfrutar diariamente com o Espírito Santo. Não precisamos suplicar e implorar para que o Espírito Santo se aproxime porque Ele está sempre por perto. Na verdade, Seu lugar ao nosso lado é tão permanente que Jesus disse que Ele permaneceria conosco para sempre (ver João 14:16). Finalmente, aprendendo a aceitar essa maravilhosa comunhão com o Espírito de Deus e a participar dela seremos continuamente impactados e transformados de uma forma poderosa pela Sua presença em nossa vida. Começaremos a adquirir e a produzir o fruto do Espírito Santo em nós. 2. O Espírito Santo tem um chamado Assim como Paulo e Pedro foram chamados especificamente para serem apóstolos no Corpo de Cristo, o Espírito Santo recebeu um “chamado” específico de Deus Pai para realizar um trabalho específico neste mundo. O Espírito de Deus foi “chamado” (kaleo) especificamente para estar “ao lado” (para) de cada cristão a todo o tempo. • Ele está com você quando você está no fundo do poço e Ele está com você quando as coisas estão indo bem. • Ele está com você quando você vai se deitar à noite e Ele está com você quando você se levanta de manhã. • Ele está com você ao longodo dia. • Ele está com você quando você ora e Ele está com você quando você não ora. • Ele está com você quando você se comporta de forma madura e Ele está com você nos seus momentos de imaturidade. • Ele está com você quando você vai trabalhar, vai à igreja, vai ao mercado, vai ao salão de beleza, vai ao jogo de bola, vai ao cinema, etc. — onde quer que você vá! Onde quer que você vá, o Espírito Santo vai também. Se você é um filho de Deus, Ele está com você a todo o tempo, em todas as circunstâncias. Esse é o chamado dele! 3. O Espírito Santo tem um trabalho a fazer O trabalho do Espírito Santo é nos ajudar! Essa ajuda pode incluir nos convencer do pecado, nos revestir de poder para a obra do ministério, transferir dons espirituais, curar outras pessoas através de nós e assim por diante. Mas essas operações do Espírito em nossa vida, por mais maravilhosas que sejam, representam partes de um quadro maior. O quadro maior é o Espírito Santo cumprindo Seu papel como nosso Ajudador. Todas as outras funções mencionadas são simplesmente diferentes manifestações da Sua ajuda. O Espírito Santo é responsável por executar Sua missão celestial, não de acordo com nossas exigências, nossos desejos, nossas preferências ou nossas necessidades humanas, mas de acordo com a vontade de Deus — Aquele que nos chamou e enviou o Espírito Santo a nós em primeiro lugar. Isso significa que você e eu podemos ter certeza de que o Espírito Santo nunca falhará no Seu trabalho no que diz respeito a nossa vida. Seja qual for a forma de ajuda que precisemos em qualquer momento, o Espírito de Deus está sempre dentro de nós e ao nosso lado para ser a ajuda que precisamos, bem na hora que precisamos dela! PENSE NISTO Você tem acesso à riqueza interminável do Espírito Santo para ajudá-lo em seus momentos de necessidade. Há muito mais disponível a você do que você já teve acesso, e tudo o que é preciso para você receber esse “mais” é que você diga de coração: “Sim, Espírito Santo”. Considere como poderia ser a “ajuda” do Consolador para você em uma série de situações ou desafios. Pergunte ao Senhor que ajustes você precisa fazer em meio a essas situações para poder receber o que você precisa do Espírito Santo mais livremente. C CAPÍTULO 7 O TREINADOR CELESTIAL reio que a melhor maneira de traduzir a oração de Jesus em João 14:16 é esta: “E Eu orarei ao Pai e Ele lhes dará outro TREINADOR”. Por que a palavra “treinador” é a minha tradução favorita para a palavra “Consolador”? Imagine-se como um dos discípulos. Você acabou de ver Jesus subir de volta ao céu, e você está parado ali, olhando para o céu, pensando em como era andar com Ele na terra durante os três últimos anos. Jesus era seu Líder, Professor, Mentor, Revelador, Profeta, Operador de Milagres, Operador de Curas, Pastor e Senhor. Você não fazia nada sem Ele, e Ele lhe mostrou como fazer tudo. Ele foi o centro da sua vida e o ponto central da sua atenção. Jesus foi Aquele que enviou você para pregar e o instruiu sobre que matéria pregar. Ele lhe deu autoridade para expulsar demônios. Ele lhe disse como falar aos demônios— e quando não falar aos demônios. Ele lhe ensinou como impor as mãos sobre os enfermos. Jesus lhe mostrou como lidar com líderes religiosos e como se conduzir como um ministro do Evangelho. Ele lhe ensinou a fazer cruzadas e como construir um ministério. Ele até o ensinou a lidar com dinheiro no ministério (ver Mateus 10:5-14). Durante três anos, você seguiu atentamente as ordens do Mestre e não ousou dar um passo sem consultá-lo primeiro. No sentido literal da palavra, Jesus foi o seu Treinador. Mas depois da ascensão ao céu, de repente Jesus se foi. • Quem vai direcionar você agora? • Quem vai guiar você agora? • Quem vai lhe mostrar como orar? • Quem vai lhe mostrar como ministrar? • Quem vai conduzi-lo como Jesus o conduzia? • Quem vai treinar você nas suas decisões diárias? Estamos na mesma situação com relação a Jesus que os discípulos estavam quando Ele subiu ao céu. Não temos Jesus aqui fisicamente para recorrermos a Ele. Não podemos buscá-lo face a face para que Ele nos aconselhe. É claro que temos o benefício da Palavra de Deus, que revela a vida e o caráter de Jesus; Seus caminhos e Seu modo de pensar; Suas verdades e ordens básicas. Entretanto, com relação aos detalhes da vida — por exemplo, como orar por determinada situação ou que emprego aceitar — não podemos marcar uma reunião para discutir com Ele face a face. Uma razão pela qual ansiamos pelo céu com tanta expectativa é o nosso desejo de finalmente olhar nos olhos do nosso Salvador. Mas, graças a Deus, podemos nos encontrar com Jesus a qualquer momento que quisermos nesta vida através do Espírito Santo em oração! CRISTÃOS RECÉM-NASCIDOS PRECISAM DE RESPOSTAS Quando chegamos a Cristo como bebês recém-nascidos, vindos diretamente de um mundo de pecado e morte espiritual, sabemos muito pouco espiritualmente — se é que sabemos alguma coisa (ver 1 Pedro 2:2). Alguns de nós nascemos no Reino de Deus em tamanha ignorância que nem sequer sabíamos que anteriormente fazíamos parte do reino de Satanás! Independentemente do quanto sejamos instruídos em questões naturais e intelectuais, somos imaturos espiritualmente quando nascemos de novo. A verdadeira maturidade espiritual leva tempo para se desenvolver em nossa vida. A Igreja Primitiva era composta de pessoas que haviam sido pagãs. Elas também sabiam muito pouco sobre a obra de Cristo e as coisas do Espírito. Não obstante, a ignorância delas não as impedia de encontrar seu lugar em Cristo e se tornarem membros fiéis da igreja as quais Deus podia usar. O resultado foi que a Igreja Primitiva se tornou rapidamente uma usina geradora espiritual que iluminou aquele período sombrio da história humana. A boa notícia é que o Espírito Santo veio para nos ensinar tudo o que precisamos saber. Uma provisão ilimitada de sabedoria e revelação está disponível com relação ao plano de Deus para nossa vida e a como nos encaixamos no Seu plano maior para o homem — se ouvirmos o Espírito Santo, se cooperarmos com Ele, e se permitirmos que Ele faça o que foi enviado para fazer por nós. Não importa realmente o que você sabe ou não sabe quando recebe Cristo. Você acaba de receber um Parceiro que reside no seu coração e sabe todas as respostas para suas perguntas. O “Treinador Celestial” do seu time tem tanto o plano vencedor para o jogo quanto a provisão de força e coragem que você necessitará para alcançar a vitória. Agora, você precisa aprender a cooperar com a Terceira Pessoa da Divindade. Essa cooperação é o início da parceria com o Espírito Santo sobre a qual escrevi anteriormente. Infelizmente, muitas pessoas que têm conhecido o Senhor há anos não sabem disso. Elas têm a presença do Espírito Santo habitando dentro delas há muito tempo, mas não sabem como desenvolver esse relacionamento dinâmico em sua vida. Deus quer que você conheça o Espírito Santo de uma maneira pessoal. Ele quer que você comece a depender desse relacionamento do mesmo modo que Jesus dependia quando Ele andou nesta terra. Se Jesus precisava da parceria do Espírito Santo, você pode ter certeza de que você certamente precisa dela também. Mas como você pode desenvolver esse relacionamento? Como um ser humano começa a se relacionar com o Espírito Santo? Lembre-se, o Espírito Santo é como um treinador para nós. Então, o que um treinador faz? Se for um treinador de beisebol, ele ensina a correr de uma base à outra, a usar a luva para pegar a bola e manejar o bastão e a fazer contato com a bola. O treinador diz: “Segure o bastão na base com as mãos ao redor dele assim, e quando aquela bola se aproximar, você bate o mais forte que puder!”. Se for um treinador de atores, essa pessoa ensina a se tornar um ator ou a ser um ator melhor. Ele o ensinará como se tornar mais convincente, mais dramático e mais cômico. Ele até ensina a chorar quando as lágrimas forem necessárias para determinada cena. Se for um treinador vocal, essa pessoa ensinará a cantar — a fazercada respiração durar mais tempo e a empurrar o diafragma para fazer o som sair mais forte, a cantar no tom, e a cantar de uma maneira que realmente represente o conteúdo emocional da música. Um treinador ensina, aconselha, corrige, instruiu, treina, monitora, guia, dirige e prepara você para sua missão futura. Se você é novo no que está fazendo, o treinador poderá incluir um pouco de persuasão enquanto você desenvolve sua confiança. Um treinador irá encorajá-lo enquanto mostra o que você fez de errado da última vez e depois diz como fazer certo da próxima vez: “Faça um pouco diferente aqui; pressione um pouco mais ali; não use tanta força ali; esforce-se mais aqui”, e assim por diante. Um treinador não está lá para rebater a bola para você, fazer a cena por você ou cantar aquela nota por você. Ele está ali para treiná-lo a fim de que você possa rebater a bola, fazer a cena ou cantar a nota da melhor maneira possível. Como um mestre artesão ensinando a um aprendiz uma nova habilidade, o Espírito Santo o direcionará e o guiará. Ele lhe mostrará o que é necessário. Ele abrirá seus olhos, trará uma impressão à sua mente com uma direção sobrenatural e o levantará quando você tropeçar. Ele desenvolverá você, promoverá seu crescimento, cultivará seus dons, e lhe ensinará sobre as coisas de Deus e sobre a vida. Em 1 João 2:27 lemos: “Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas...”. Esse versículo não está nos encorajando a rejeitar a instrução de bons líderes. Mas ele está nos dizendo alegremente que embora seja importante receber instrução dos líderes e pastores que Deus coloca sobre nós, antes de qualquer coisa precisamos ter o Espírito Santo para nos ensinar. Nunca somos deixamos na ignorância! Foi por isso que Paulo pôde deixar a Igreja de Tessalônica com o coração descansado depois de ter estado com a congregação por apenas três semanas ministrando a eles. Ele sabia que o Espírito Santo começaria a ensiná-los de onde ele havia parado e que eles continuariam a crescer sem ele. O ESPÍRITO DA VERDADE Precisamos aprender a manter nossos ouvidos espirituais continuamente sintonizados com o conselho do Espírito Santo e segui-lo implicitamente, ouvindo as dicas que vêm dele. Ele deve se tornar o nosso Treinador Celestial, e precisamos aprender a aceitar a Sua liderança. Isso significa que a partir do momento em que sabemos que ouvimos a voz do Espírito Santo, precisamos estar dispostos a nos render e a aceitar Sua orientação divina sem objeções. Você pode estar pensando: Mas espere um instante! Seguir a direção do Espírito Santo é algo totalmente novo para mim. Parece-me um pouco assustador me entregar completamente à liderança do Espírito Santo. Não posso sequer vê-lo, por isso parece difícil me render totalmente à Sua direção. Qual é a minha garantia de que o Espírito Santo não irá me guiar de forma errada ou me fazer desviar? Foi por isso que Jesus chamou o Espírito Santo de “o Espírito da verdade” por três vezes (ver João 14:17; 15:26; 16:13). Em outras palavras, Ele estava dizendo: “Você pode confiar na liderança do Espírito Santo. Ele não foi enviado para conduzir você pelo caminho errado, para fazer você tomar uma decisão errada, ou para lhe dar uma orientação que seja demoníaca ou má. Ele é santo. E Ele é o Espírito da verdade”. Você pode ter certeza de que quando o Espírito Santo coloca um pensamento na sua mente, é um pensamento certo. Quando Ele planta uma ideia no seu coração, é uma ideia correta. Quando Ele incomoda você no seu espírito para fazer isso ou aquilo, Ele tem sempre uma razão correta para isso. Ele vê e sabe alguma coisa que você não sabe e está tentando guiar e direcionar você de acordo com a sabedoria. Ele é sempre o Espírito da verdade, e como o Espírito da verdade, você pode contar com o fato de que Ele nunca o conduzirá mal. Pense no que Jesus ensinou em Sua última mensagem aos Seus discípulos antes de morrer na Cruz. Durante três capítulos inteiros — João 14, 15 e 16 — Jesus ensinou sobre o Espírito Santo a fim de aliviar os temores dos discípulos sobre confiar nele. Jesus considerava o relacionamento com o Espírito Santo importante o bastante para dedicar Seu último tempo de comunhão com eles falando em detalhes sobre esse assunto. A questão principal aqui é esta: se quisermos ir além do nosso medo do desconhecido e experimentar uma vida cristã real e sobrenatural, precisamos chegar ao ponto de nos rendermos ao Espírito Santo. Nesse ato de entrega, damos a Ele permissão para ser nosso Treinador Celestial. A verdade é que o Espírito Santo está sempre tentando nos treinar e dirigir, mesmo quando não estamos ouvindo. Ele está sempre ao nosso lado. Ele está sempre falando conosco, nos direcionando, nos encorajando e tentando nos ajudar a tomar as decisões corretas e a fazer as escolhas corretas na vida. Quer o ouçamos ou não, Ele está ali porque essa é a atribuição que Ele recebeu de Deus Pai. Se vamos nos beneficiar desse Treinador Celestial ou não, isso depende de nós. Temos de escolher ouvi-lo e seguir Seu conselho. Um treinador de beisebol não pode ajudar um atleta a menos que o atleta escolha seguir suas instruções. Um treinador de atores pode falar até ficar rouco, mas isso não terá utilidade alguma a não ser que o ator esteja disposto a ouvir e executar as instruções do treinador. Um treinador vocal pode ver potencial na voz de uma pessoa e tentar instruir esse vocalista de várias formas que o façam cantar melhor. Entretanto, se o aluno se recusar a ouvir e escolher cantar como deseja, o treinador não poderá gerar os melhores resultados. Do mesmo modo, precisamos dar ao Espírito Santo a autoridade suprema em nossa vida, aprender a confiar na Sua liderança e fazer o que Ele nos instrui a fazer. Ele é o Consolador enviado por Deus para ajudar a tornar a plenitude da vida de Jesus uma realidade na nossa experiência diária. Entretanto, para que o auxílio divino do Espírito Santo em nossa vida seja eficaz, Ele requer nossos ouvidos, nossos corações, nossa confiança e nossa obediência. Qualquer coisa menos que isso produzirá resultados inferiores à vida sobrenatural que realmente desejamos. Ele está ali para nos ajudar, mas precisamos deixar que Ele nos ajude. A INADEQUAÇÃO QUALIFICA VOCÊ PARA A AJUDA DO ESPÍRITO Vamos falar sobre contar aos incrédulos acerca de Jesus. A maioria dos cristãos fica aterrorizada em testemunhar. A própria ideia de compartilhar Cristo com alguém os faz tremer internamente. Muitas vezes eles têm medo de dizer alguma coisa errada ou de não saber como responder a uma pergunta. O Espírito Santo foi enviado para testemunhar sobre Jesus, o que significa que Ele sabe como fazer esse trabalho (ver João 15:26; Atos 1:8). Se permitirmos que o Espírito Santo nos guie, Ele nos mostrará como testemunhar aos nossos amigos e vizinhos. Ele sabe como testemunhar! Orar pelos enfermos é outra tarefa difícil para a maioria dos cristãos. Muitos sabem muito pouco sobre cura, o que muitas vezes se torna uma desculpa para explicar por que eles nunca fazem nada a respeito. “Não posso orar pelos enfermos porque não sei como fazer isso”. Quando o pastor os exorta a se envolverem mais no ministério aos enfermos, eles pensam: O que você quer dizer, pastor? Pensei que VOCÊ devesse fazer esse tipo de coisa. Eu não sabia quando vim para esta igreja que você iria me pedir para orar pelos enfermos. Eu não sei fazer isso! Sinto-me totalmente inadequado. Mas o Espírito Santo sabe. Ele sabe exatamente por que as pessoas estão enfermas e por que elas não estão sendo curadas. Ele sabe se há amargura ou falta de perdão no coração delas, impedindo-as de serem curadas. Ele vê e sabe tudo. Assim, Ele precisa simplesmente de um vaso disposto através do qual Ele possa liberar Seu poder curador. O Espírito Santo sabe como curar os enfermos! A inadequação não é desculpa no Reino de Deus. A inadequação simplesmente qualificavocê para receber a ajuda do Espírito Santo. Quanto mais cedo você entender suas fraquezas e inadequações, mais cedo você buscará a ajuda sobrenatural que o Espírito Santo quer lhe dar. Esse reconhecimento leva à próxima revelação: o Espírito Santo precisa se tornar seu Fortalecedor e seu Guia. Não importa se você é treinado ou não. Você tem um Treinador celestial na sua vida que sabe como testemunhar e como curar. Se ouvi-lo, ler Sua Palavra e permitir que Ele ocupe Seu lugar de direito na sua vida, você descobrirá que Ele é um Parceiro ao seu lado, mostrando como testemunhar e como orar pelos enfermos. Quando ainda era um jovem em minha igreja, antes de ser batizado no Espírito Santo, eu não sabia como testemunhar. Eu ficava aterrorizado diante da ideia de fazer isso. “Como assim, bater nas portas? Oh não, o que vou dizer se alguém abrir a porta?”. De acordo com Atos 1:8, eu sabia que o Espírito Santo devia nos dar poder para sermos testemunhas, mas eu raramente havia experimentado esse poder pessoalmente, se é que já havia feito isso, sempre que eu tentava testemunhar de Cristo. Cada semana eu ia de porta em porta com uma frustração interior maior, sempre dando um enorme suspiro de alívio quando nossa tarefa estava concluída até a próxima semana. Na nossa igreja, era nosso desejo sermos as melhores testemunhas do mundo inteiro. O problema era que queríamos o poder para testemunhar, mas não queríamos que o Espírito Santo nos desse uma experiência como a de Atos 2:1-4! Na essência, estávamos dizendo: “Sim, queremos o poder do Espírito Santo, mas nos nossos termos”. Como cristãos, deveríamos treinar, estudar e nos preparar tanto quanto possível para nos instruirmos melhor a fim de testemunhar. Mas é tudo em vão a não ser que o Espírito Santo esteja trabalhando ao nosso lado. Jesus nos disse: “Recebereis poder, depois que descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas...” (Atos 1:8, NKJV, tradução livre). Em João 15:26, Jesus também disse: “... o Espírito da verdade, que dele [do Pai] procede, esse dará testemunho de mim” (grifo nosso). Na verdade, o assunto favorito do Espírito Santo é Jesus Cristo. Testemunhar do fundo do coração é algo natural para o Espírito Santo. Se isso é algo natural e fácil para o Espírito Santo, por que quando o fizemos algumas vezes nos pareceu tão difícil, tão trabalhoso e tão destituído de alegria? A resposta óbvia é porque estamos fazendo isso sem a parceria do Espírito Santo. Quando Ele é capaz de trabalhar através de vasos rendidos — cristãos que abriram o coração para Ele — o Espírito Santo derrama Sua alegria, Seu entusiasmo, Sua vitalidade e o poder da Sua ressurreição sobre os perdidos, e eles são salvos. Se estivermos realmente ouvindo o Treinador Celestial, testemunhar é fácil! Por outro lado, testemunhar sem reconhecer a ajuda do Espírito Santo pode não resultar em nada além de um exercício de frustração. Quando não estamos rendidos a Ele para que Ele possa testemunhar sobrenaturalmente através de nós, costumamos nos voltar para programas pré-planejados de evangelismo que podem acabar impedindo a plena liberação do poder do Espírito — e nos colocar em cativeiro enquanto testemunhamos. Entretanto, creio que aqueles não são cheios do Espírito Santo e não pretendem aprender como fluir na Sua vida sobrenatural, provavelmente deveriam trabalhar com esses programas pré-planejados de evangelismo. E a verdade é que esses programas podem ser úteis para aqueles que testemunham sobre Jesus aos outros, inclusive aqueles que são cheios do Espírito. Eles ajudam a formar uma estrutura na mente das pessoas para ajudá-las a dar início ao assunto quando estão testemunhando. Mas, sem a ajuda do Espírito Santo, a pessoa é deixada completamente à mercê das próprias habilidades para realizar o trabalho. E ela descobrirá que é muito difícil, se não impossível, suas habilidades e seus talentos mentais despertarem aqueles que estão espiritualmente mortos. Não é de admirar que as pessoas se sintam tão derrotadas quando testemunham sem recorrer à direção e ao poder do Espírito Santo. Graças a Deus, há um caminho mais elevado e melhor. Encontramos esse caminho mais elevado no livro de Atos. Esse relato registra o tipo de testemunho e de testificação que transformou cidades e abalou nações! Os primeiros cristãos não tinham programas ou cursos de evangelismo para aprender a testemunhar, mas eles mudaram a história. Por quê? Porque eles tinham um relacionamento vital com o Espírito Santo, que é a maior Testemunha e o maior Testificador de Jesus na terra! O resultado foi um grande sucesso. O Espírito Santo ainda quer falar ao mundo sobre Jesus hoje. Ele ainda anseia por liberar Seu poder através da Igreja para virar o mundo de cabeça para baixo com o Evangelho de Jesus Cristo. Esse é o tipo de poder que o Espírito Santo, nosso Treinador, pode liberar através de nós se pegarmos as dicas que Ele nos dá e fizermos o que Ele nos disser para fazer! PENSE NISTO O Espírito Santo não nos dá uma pedra quando pedimos pão (ver Lucas 11:11-13). Seja o que for que necessitemos — consolo, sabedoria, descanso, força sobrenatural, conselho, etc. — está disponível para recebermos a qualquer momento. Todos os dias, em todas as situações, o Pai espera que confiemos nele para Sua provisão através do ministério do Espírito Santo a nós. Devemos recorrer à força e à sabedoria do Espírito Santo, ouvir Sua direção e nos rendermos imediatamente a fazer o que Ele nos impulsiona a fazer. Procure situações na sua vida em que uma maneira de pensar limitada dominou você e o manteve longe de uma parceria vital com o Espírito Santo. Você precisa parar e passar tempo com o Espírito Santo para descobrir Suas “formas mais elevadas” de fazer as coisas nessas situações? À CAPÍTULO 8 GUIADO PELO ESPÍRITO SANTO s vezes apenas seguimos a programação do dia e perdemos o que o Espírito Santo está tentando dizer e fazer através de nós. Parece que nos tornamos tão programados em todas as esferas da vida que é impressionante que Ele sequer seja capaz de falar conosco! Muitas vozes falam conosco através de livros, gravações de áudio, da internet, de pregações, etc. Com tudo isso enchendo nossa mente, podemos ser tentados a viver com toda a informação que acumulamos sem consultar o Senhor a respeito. Essa informação, porém, pode não conter uma única palavra com a qual o Espírito Santo quer que corramos nossa corrida pessoal! Informação não é o mesmo que revelação divina. Pode ser difícil aceitarmos a afirmação a seguir, mas ela ainda assim é verdadeira: grande parte do que realizamos na vida, na verdade, foi iniciado por nós e não pelo Espírito Santo. Depois que já estamos com a bola rolando “do nosso jeito”, oramos e pedimos a Deus para abençoar o que nós iniciamos, supondo que era a vontade dele porque foi uma boa ideia. Não é de admirar que tenhamos resultados tão ruins! Precisamos aprender a pisar no freio, a parar por um tempo e a esperar diante do Senhor até que o Espírito Santo fale claramente ao nosso coração sobre as decisões que devemos tomar ou a direção que devemos seguir. Embora possa parecer que essa maneira de fazer as coisas demora mais, os resultados serão mais recompensadores e duradouros quando Ele fala e nós obedecemos. Além do mais, evitaremos ciladas que poderiam nos custar muito tempo e esforço mais cedo ou mais tarde. APRENDA QUANDO ESPERAR Precisamos permitir que o Espírito Santo nos direcione em todas as áreas da vida. Veja o assunto de ministrar cura, por exemplo. Talvez você tenha dito em algum momento na sua caminhada com Deus: “Vou orar pela próxima pessoa que eu encontrar em uma cadeira de rodas, e essa pessoa não vai precisar dessa cadeira de rodas quando eu terminar de orar!”. Quando você terminou de orar, nada mudou no estado da pessoa. Se você passou por esse tipo de situação, ou por uma experiência semelhante, você pode ter se sentido constrangido, impotente e derrotado. Mas espere um instante. Deus não queria curar aquela pessoa? É claro quesim. Porém a unção pode não ter estado presente naquele exato momento para curar daquela maneira específica. Ou aquela pessoa poderia não estar pronta para receber a cura com a própria fé. Ser sensível ao Espírito Santo o ajudará a saber quando orar e quando esperar — e como orar em particular sobre uma situação enquanto você espera. Um exemplo clássico de “esperar versus não esperar” pode ser encontrado no relato dos dois mendigos cegos em Mateus 9:27-31. Aqueles dois mendigos ouviram Jesus passar, mas Ele não parou para curá-los. A Bíblia diz que eles “... seguiram-no... clamando: ‘Tem compaixão de nós, Filho de Davi!’”. A palavra “seguiram” é a palavra grega akoloutheo, que significa seguir alguém ou alguma coisa de uma maneira muito determinada e resoluta. Embora aqueles mendigos fossem cegos e não pudessem ver para onde estavam indo, eles estavam decididos a seguir Jesus até ter a Sua atenção. Veja o que esses mendigos cegos fizeram para chamar a atenção de Jesus. O versículo diz que eles estavam “clamando”. A palavra clamar é a palavra krazo, e significa gritar, bradar, exclamar ou clamar. Em outras palavras, eles estavam gritando em alta voz para chamar a atenção de Jesus! Esse é um quadro muito dramático. Pense nisso. Eis dois homens cegos, querendo desesperadamente ser curados, que estavam gritando e bradando para chamar a atenção de Jesus. Mas Ele simplesmente continuou andando como se eles não estivessem ali. Perseguindo Jesus incansavelmente, os mendigos tateavam pelo caminho, em meio às trevas de sua cegueira, ainda gritando, bradando e clamando para que Ele os curasse. Ele não poderia ter deixado de ouvi-los por que eles estavam gritando muito alto. Mas Jesus não parou. Enquanto isso, eles estavam gritando o mais alto que podiam, insistentemente: “Tem compaixão de nós! Tem compaixão de nós! Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de nós!”. Durante anos, essa passagem da Bíblia me deixou perplexo. Por que Jesus não se dirigiu àqueles dois mendigos cegos? Por que Ele não os curou? Eles estavam tão determinados a chamar a atenção dele que o seguiram por todo o caminho até a casa onde Ele estava hospedado, clamando “Filho de Davi, tem compaixão de nós!”. Finalmente, Jesus voltou-se e perguntou a eles: “Credes que Eu posso fazer isto?” (v. 28). Eles responderam: “Sim, Senhor”. Então Jesus tocou os olhos dos dois mendigos e disse: “Faça-se conforme a vossa fé”. (v. 29). Por que Jesus não parou e os curou quando os viu pela primeira vez? Por que Ele não se voltou imediatamente para curá-los quando soube do estado de cegueira deles? E por que Ele lhes respondeu: “Faça-se conforme a vossa fé”? Evidentemente Jesus não sentiu a unção de cura naquele momento; do contrário, Ele teria parado para fazer isso. Entretanto, isso não impediu os mendigos de receberem a cura pela qual seus corações estavam clamando. Foi como se Jesus dissesse: “Não sinto a unção do Espírito Santo para curar agora, então vocês terão de receber isso pela própria fé! Faça-se conforme a sua fé”. A única razão pela qual Jesus não quis parar para curar aqueles dois homens cegos foi porque o Espírito Santo não o estava direcionando para curar naquele momento. A boa notícia é que eles podiam usar a própria fé para serem curados mesmo assim. E eles o fizeram — e foram curados! Quando o Espírito Santo direcionava Jesus a pessoas que desejavam ser curadas, Jesus as curava com cem por cento de sucesso. Vemos isso em Lucas 6:19: “E todos da multidão procuravam tocá-lo, porque dele saía poder; e curava todos” (grifo nosso). Outro exemplo está em Lucas 5:17, quando Jesus estava ensinando a Palavra de Deus e Ele sentiu que “... o poder do Senhor estava com Ele para curar”. Seguindo a direção do Espírito Santo, Ele ministrou à multidão e curou um paralítico. Esta era a chave do sucesso de Jesus no ministério: Ele seguia a direção do Espírito Santo — sempre. Não podemos fazer nada menos que isso se quisermos ser a mão de amor de Jesus estendida nas situações que encontramos na vida. APRENDA A SEGUIR O LÍDER Lucas 4:1 diz que Jesus foi “guiado pelo mesmo Espírito, no deserto”. Lucas 4:14 diz que Ele “no poder do Espírito, regressou [do deserto]” (grifo nosso). Jesus era guiado pelo Espírito em tudo o que fazia. Ele dependia totalmente do Espírito para guiá-lo. Quando eu era pequeno, minhas duas irmãs e eu costumávamos brincar de um jogo chamado “Siga o Líder”. Eu queria ser o líder, mas minha irmã mais velha sempre acabava ficando com esse papel tão cobiçado. O líder nos dizia o que fazer, as brincadeiras que faríamos, quem limparia a casa e assim por diante. Basicamente, tínhamos de fazer tudo o que o líder nos dissesse para fazer. Não é de admirar que minha irmã mais velha quisesse sempre ser a líder! Sempre penso nisso quando leio Romanos 8:14. Ali diz: “Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus”. Em grego, a estrutura da frase é ao contrário, de modo que diz: “Pois todos os que pelo Espírito de Deus estão sendo guiados, são eles os filhos de Deus”. Essa forma coloca o Espírito Santo em primeiro lugar no versículo, e nós somos colocados atrás dele — como as crianças que brincam de Siga o Líder! A palavra grega para “guiar” é ago, que significa simplesmente conduzir. Essa palavra também forma a raiz da palavra grega agon, que descreve um conflito intenso, como uma luta em um campeonato ou um esforço da vontade humana. Essa descrição enfatiza que o Espírito Santo deseja nos guiar continuamente, mas nossa vontade humana não gosta da ideia de ser guiada. Assim, quando escolhemos andar no Espírito e deixar que Ele dite os passos da nossa vida, Sua liderança sobre nós gera uma luta na nossa vontade — a escolha entre ouvir nosso homem espiritual ou nos rendermos à carne. Se formos mais orientados pela carne, muitas vezes teremos medo de confiar no Espírito Santo. É da natureza da carne querer seguir o próprio caminho e não confiar na instrução de outro. Quando brincávamos de Siga o Líder, eu não gostava de ser guiado pela minha irmã nem que me dissessem o que fazer. Eu preferia estar no comando da minha vida e tomar as próprias decisões! Entretanto, como filhos de Deus, precisamos ficar no nosso lugar com Ele, o que nunca é o papel do líder, mas sempre o papel do seguidor. Não devemos estar na frente direcionando o Espírito Santo! É sempre nosso lugar nos posicionarmos atrás dele, seguindo Sua liderança, Sua direção e Sua orientação. A marca de um cristão maduro é a sua capacidade de sentir para onde o Senhor o está direcionando e depois seguir essa direção — ainda que a direção seja ficar parado! O simples fato de saber que a palavra grega para “guiar” é a mesma raiz da palavra “luta” nos enche de sabedoria para a batalha que se seguirá! Deus está nos preparando para lidarmos com a carne à medida que prosseguimos em direção a uma vida guiada pelo Espírito. A carne quer ter o controle, de modo que precisamos mortificar (ou derrotar) a carne e permitir que o Espírito Santo faça as coisas do Seu modo (ver Romanos 8:13; Colossenses 3:5). Independentemente de o quanto a luta pareça grande, o processo de mortificação e a confiança na direção do Espírito Santo são as únicas formas de viver uma vida cristã sobrenatural. Em certo sentido, deveríamos ter como alvo sermos seguidores inseparáveis do Espírito Santo. Deveríamos estar sempre buscando entender o que o Espírito Santo está fazendo, onde Ele está indo e como Ele está direcionando. Então, uma vez que saibamos o que Ele quer que façamos, devemos seguir Sua direção cegamente. Era assim que Jesus se relacionava com o Pai. Tudo que Jesus via o Pai fazer era isso que Ele fazia. Do mesmo modo, precisamos ser sensíveis para ver o que o Espírito Santo está fazendo, e para onde Ele está nos direcionando e depois seguirmos Suas pistas. Isso é ser “guiado pelo Espírito”, que é tanto nossa responsabilidade quanto o beneficio de que desfrutamos como filhos de Deus. Para nos tornarmos os cristãos maduros que Deus quer que sejamos, precisamoster esse relacionamento prático e vital com o Espírito Santo. Muitas vezes o Espírito Santo dirige sua vida lhe dando uma percepção ou mesmo um cutucão para tomar determinada atitude. A direção dele também pode ser mais dramática, como através de uma profecia ou visão; ou simplesmente como uma voz mansa e suave falando ao seu ser interior com uma clareza que muitas vezes permite que você realmente repita o que Ele disse. Independentemente da maneira como o Espírito Santo escolha guiar você em determinada situação, sua busca por Ele deve permanecer constante. Como um filho de Deus, aprender a conhecer Sua voz e a ser guiado por Ele deve ser um dos objetivos principais da sua vida como filho de Deus. PENSE NISTO Às vezes a coisa mais espiritual que você pode fazer acerca de uma situação é “nada” — pelo menos, nada que seja discernível exteriormente. Esse “nada” pode ser um ato de sabedoria enquanto você espera diante do Senhor e o busca ativamente para saber qual é a Sua direção, para receber a Sua sabedoria, etc. Olhe para todas as áreas da sua vida e avalie o quanto você tem seguido a direção do Espírito Santo em cada uma delas. Pense nas situações em que você saiu na frente e seguiu um plano projetado por você mesmo. Compare os resultados dessas situações com os das vezes em que você sabia ter recebido a direção do Espírito Santo e seguiu em frente fazendo o que Ele lhe disse para fazer. O CAPÍTULO 9 AVENTURAS DIÁRIAS COM O ESPÍRITO SANTO Espírito Santo vê o que não podemos ver e sabe o que não podemos saber naturalmente, e Ele pode estar em todos os lugares o tempo todo. Como seres humanos, estamos limitados ao que podemos ver, ouvir e saber. Assim, para ministrarmos com êxito, precisamos ouvir o Espírito Santo e permitir que Ele direcione nossos pensamentos, nossas palavras e nossos atos. Tenho um exemplo simples da maneira como o Espírito Santo nos treina e nos guia. Denise e eu estávamos fazendo compras em um grande supermercado. Quando passamos pela seção das frutas, minha esposa ficou com um olhar inquisidor. — Rick — ela disse — o Espírito Santo acaba de colocar no meu coração que eu vá testemunhar àquela mulher ali. Creio que Ele me deu algo específico que devo dizer a ela. — Então é melhor obedecer ao Senhor — falei. — Voltarei em um instante — ela disse. Denise foi até a mulher: — Senhora, entendo que não me conhece, mas o Espírito de Deus me disse para vir até aqui e lhe dizer uma coisa. Ele disse que você pode pensar que Deus não a ama mais e que Ele jamais poderia amá-la novamente. Mas Ele a ama e quer que você saiba disso. A mulher olhou para Denise como se fosse esbofeteá-la ali mesmo. Sua expressão facial dizia: “Saia do meu caminho, sua fanática religiosa!”. Depois dessa reação, Denise voltou sentindo-se um fracasso total, como se houvesse entendido mal o que deveria fazer. — Rick, talvez eu estivesse errada sobre a palavra que dei àquela mulher — ela me disse. — Ela não pareceu ficar muito feliz em ouvir aquilo. — Querida, vire-se. Aquela mulher está andando na sua direção agora. Quando Denise se virou, ela viu a mulher andando em direção a ela com lágrimas descendo pelo seu rosto. A mulher disse: — Acabo de passar por um divórcio, e alguém me disse que Deus nunca mais me amaria. Eu nem conheço Deus! Você poderia orar comigo para que eu o conheça? Ali mesmo, na seção de frutas do supermercado, minha esposa conduziu aquela mulher preciosa a receber Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador. A salvação dela foi o resultado da parceria da minha esposa com o Espírito Santo! Ele é o Treinador Celestial que foi chamado para estar ao nosso lado para ajudar-nos no nosso testemunho ao mundo. A HORA DO TREINADOR Posso ver por que o Espírito Santo é chamado de Consolador, porque é tão consolador saber que Ele está sempre ao nosso lado, principalmente quando Ele nos pede para fazermos alguma coisa que é diferente do que estamos acostumados a fazer. Por exemplo, foi uma revelação quando descobri que os dons do Espírito Santo não estavam limitados aos cultos da igreja! Os dons do Espírito devem operar em qualquer lugar, assim como eles operavam no livro de Atos. O dom de milagres deve estar operando através dos cristãos nas ruas das nossas cidades. Os cristãos devem levar as pessoas a serem curadas e libertas, assim como em Atos 3:1-8 quando o aleijado foi curado nas escadarias do templo! Se ouvirmos nosso Treinador Celestial, Ele nos tocará para testemunharmos quando for a hora certa. Ele colocará uma palavra em nosso coração, uma “palavra de conhecimento” (ver 1 Coríntios 12:8), que falará sobrenaturalmente ao coração de alguém necessitado. Certo dia, enquanto eu estava comendo em um restaurante, uma garçonete foi até a minha mesa para pegar o pedido. O Espírito Santo me impulsionou em meu espírito para que ministrasse a ela, de modo que quando ela saiu, perguntei: “Senhor, o que Tu queres que eu diga a esta mulher quando ela voltar?”. Enquanto eu estava ali, sentado tranquilamente, pensamentos se formaram no meu espírito. Comecei a entender o que Ele queria que eu dissesse à garçonete. Em meu espírito, ouvi o Espírito Santo — meu Parceiro e meu Treinador celestial — me dar uma palavra de conhecimento muito específica sobre a situação que aquela mulher estava vivendo. Ela era tão específica que pensei: Ou isto está muito certo ou está muito errado! Ouvi o Espírito Santo me dizer: “Esta mulher é uma mãe solteira que se mudou para cá há três semanas. Ela tem três filhos, e não sabe como vai pagar as contas. Ela está muito preocupada. Quero que você diga a ela que estou com ela todos os dias, principalmente agora, e que tudo vai dar certo para ela. Ela precisa que a Minha paz seja ministrada à sua mente perturbada, portanto fale com ela agora”. Quando aquela mulher retornou para colocar mais café na minha xícara, eu disse: — Perdoe-me, posso ter uma palavrinha com você? — Sim, o que é? — Quando você se afastou há alguns minutos, Deus falou ao meu coração para lhe dizer uma coisa. Há três semanas você se mudou para esta cidade com muito pouco dinheiro. Você tem três filhos e não sabe como vai pagar as contas. Você está se sentindo como se estivesse completamente só neste mundo, mas, como você pode ver, Deus está trabalhando na sua vida. Ele está com você, principalmente agora, e disse que tudo vai dar certo para você. Ele a conhece tão bem que me pediu para dizer isso a você justo hoje, para que você tenha consciência do fato de que Ele está ao seu lado. Então fique em paz, você não está só! Lágrimas começaram a descer pelo rosto da garçonete. Cada palavra estava correta. O Espírito de Deus havia suprido a necessidade dela porque Ele encontrou em mim um vaso através de quem podia falar. Naquele dia, a parceria com o Espírito Santo ajudou uma mulher que estava sofrendo a ter uma experiência com a vida de Jesus Cristo. (E você pode apostar que deixei uma gorjeta substancial para aquela garçonete naquele dia! Deus estava deixando muito claro o quanto Ele a amava.) DEVEMOS NOS RENDER E COOPERAR Se ouvirmos, o Espírito Santo também falará conosco de formas talvez menos espetaculares, mais ainda assim, transformadoras. Por exemplo, Ele nos dirá quando ficar quietos em casa e pararmos de implicar com nossos cônjuges! Ele nos dirá para sermos mais encorajadores. Ele nos exortará a amar nossos cônjuges de formas mais expressivas. Ele nos mostrará como sermos melhores pais e avós. Ele nos mostrará como sermos fiéis no pagamento das nossas contas. Se você está pensando: nunca vivi nada assim antes, seu problema pode ser o fato de você não estar ouvindo o Espírito Santo. Ele provavelmente está falando com você o tempo todo, tentando orientá-lo a fazer certas coisas. Talvez você ignorasse quem estava lhe falando, ou talvez você não estivesse ouvindo. Provavelmente Ele está constantemente plantando pensamentos e ideias no seu coração, mas você não está consciente de que é o Espírito Santo tentando guiar e direcionar você. O Espírito Santo o moldará à imagemde Jesus Cristo à medida que você ler Sua Palavra e procurar desenvolver Sua parceria divina na sua vida. Ele já habita em você. Agora você precisa aprender a desfrutá-lo e a cooperar com Ele na sua vida prática diária. Ele quer usar você para ministrar a outros e falar com você sobre sua vida. Mas lembre-se: um treinador de nada adianta a não ser que você o ouça! Os seres humanos geralmente têm medo do desconhecido. Como já vimos, foi por isso que Jesus nos disse por três vezes que o Consolador era o “Espírito da verdade” (ver João 14:17; 15:26; 16:13). O Senhor sabia que poderíamos ficar assustados em seguir alguém que não podemos ver. Afinal, se fizermos papel de bobos, não podemos dizer: “A culpa é dele”, e apontar para alguém que está ao nosso lado e que ninguém pode ver! Além de ter esse obstáculo para vencer, também temos de lidar com o medo natural de sairmos do normal e nos tornarmos fanáticos religiosos que vivem em um mundo imaginário. Mas o Espírito Santo é o “Espírito da verdade” — e não o espírito do erro ou do engano! Ele não vai guiar você de forma errada. Nem irá guiá-lo a alguma coisa errada ou que seja destrutiva para seu testemunho como um pensador e um cristão sadio. Você pode manter uma mente equilibrada e ser guiado sobrenaturalmente ao mesmo tempo. Se o Espírito Santo colocar um pensamento na sua mente de fazer alguma coisa, há uma razão pela qual Ele quer que você faça isso. Se Ele lhe disser que alguma coisa vai funcionar, ela vai funcionar. Se Ele lhe der instruções, o objetivo dele é ajudar você. Ele não foi enviado para magoá-lo ou para que você faça papel de bobo. Ele foi enviado para tornar você melhor e mais produtivo — uma testemunha poderosa e estável de Jesus Cristo. Ao ler isso, você pode estar dizendo no seu coração: Quero conhecer o Espírito Santo deste modo. Eu realmente desejo vencer meus medos e minhas lutas internas e deixar que Ele se torne o meu Líder. Nesse caso, eu o encorajo a fazer esta oração: “Espírito Santo, quero aprender a confiar mais em Ti. Quero discernir Tua direção em minha vida e permitir que Tu me guies, me dirijas e me direcione. Isso é novo para mim, então, por favor, continua falando comigo, me instruindo, me tocando e me impulsionando até que eu me liberte dos meus temores e aprenda a confiar em Ti”. PENSE NISTO Em um sentido muito real, o Espírito Santo atua como o Oleiro divino, nos moldando e formando até nos conformarmos à imagem de Jesus pela vontade e pelo desejo do Pai. Mas para que esse processo seja totalmente eficaz, temos primeiro de confiar nas mãos do Oleiro sobre nossa vida. Nossa confiança é o requisito para nos rendermos à Sua obra de nos moldar e formar, mesmo quando isso é desconfortável e não familiar. Por confiarmos nele, podemos descansar, sabendo que Ele está trabalhando somente para o nosso bem e para o cumprimento do propósito que foi ordenado por Deus para nós na terra. Você confia suficientemente no Espírito Santo para se render ao processo de mudança que Ele precisa fazer em você, por mais desconfortável que esse processo possa ser algumas vezes? N CAPÍTULO 10 O ESPÍRITO SANTO NOS CONSOLA E HABITA DENTRO DE NÓS os próximos capítulos, vamos considerar dez aspectos da obra do Espírito Santo em nossa vida que Ele faz por nós pessoalmente. Elas podem ser resumidas como se segue: 1. O Espírito Santo nos consola (João 14:16). 2. O Espírito Santo habita dentro de nós (João 14:17) 3. O Espírito Santo nos ensina (João 14:26). 4. O Espírito Santo nos faz lembrar (João 14:26). 5. O Espírito Santo testifica conosco (João 15:26). 6. O Espírito Santo nos traz convicção (João 16:9). 7. O Espírito Santo nos convence (João 16:10). 8. O Espírito Santo nos guia (João 16:3). 9. O Espírito Santo nos revela (João 16:13). 10.O Espírito Santo nos ajuda a adorar (João 16:14). As duas primeiras responsabilidades listadas representam a obra que o Espírito Santo faz no nosso coração. Começaremos revendo o que Jesus ensinou sobre o Espírito Santo como Consolador. 1. O Espírito Santo nos Consola E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco. — João 14:16 Jesus usou o nome “Consolador” quatro vezes para descrever o Espírito Santo — mais que qualquer outro nome dado ao Espírito de Deus. Quando uma verdade é repetida vez após vez na Bíblia, isso é feito para enfatizar uma ideia. A palavra “Consolador” vem da palavra parakletos, que descreve alguém que vem para ajudar, assistir, exortar, encorajar, aconselhar, avisar e fortalecer. Ela também transmite a ideia de um amigo que entra em uma situação difícil para defender você de algo ruim ou nocivo. Jesus ensinou tão extensamente sobre o Espírito Santo porque Ele queria atenuar quaisquer temores ou preocupações que os discípulos pudessem ter sobre Aquele a quem eles não podiam ver. Acima de tudo, Jesus queria que eles soubessem que podiam confiar no Espírito Santo. Nos anos que estavam por vir, os discípulos descobriram que as palavras de Jesus haviam sido bastante precisas. O Espírito Santo se tornou o Amigo mais precioso e o Conselheiro pessoal mais próximo. O Espírito Santo também é o nosso Consolador hoje. Tudo o que Ele fazia por Jesus — e tudo o que Ele fazia pelos discípulos e a Igreja Primitiva — Ele ainda deseja fazer hoje. Dois mil anos depois, Seu nome, Seu comportamento, Sua obra e Seu ministério não mudaram. Enquanto você passa pelas circunstâncias da vida, o Espírito Santo está bem ao seu lado (para) para ajudá-lo, assisti-lo, defendê-lo, ensiná-lo, aconselhá-lo e fortalecê-lo a cada passo que você der. (Recomendo enfaticamente que você releia o Capítulo 6 a fim de garantir o entendimento da obra do Espírito Santo como nosso Consolador.) 2. O Espírito Santo Habita Dentro de Nós O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós. — João 14:17 Em João 20:22, Jesus soprou sobre os discípulos e lhe disse: “Recebei o Espírito Santo”. A palavra “receber” vem da palavra grega lambano, que significa receber alguma coisa agora. O fato de a palavra lambano ser usada aqui nos diz algo muito importante. A palavra lambano significa que Jesus estava transmitindo o dom do Espírito Santo aos discípulos naquele exato momento. O Antigo Testamento estava chegando ao fim forçadamente, e o Novo Testamento estava sendo iniciado quando o Espírito de Deus veio para morar dentro dos corações dos homens pela primeira vez na história humana. Até aquele momento, somente Jesus havia conhecido a habitação permanente do Espírito Santo dentro dele. No passado, o Espírito Santo viera temporariamente sobre as pessoas para revesti-las de poder para o ministério e o serviço, mas Ele nunca havia vivido permanentemente dentro de um ser humano. Até os profetas, os sacerdotes e os reis do Antigo Testamento nunca tiveram esse privilégio glorioso. Eles conheciam a presença do Espírito Santo apenas de uma forma temporária. Quando necessário, Ele vinha sobre eles para fazer alguma coisa especial, mas depois Ele se elevava deles até a próxima vez que eles precisassem ser especialmente revestidos de poder para o serviço. Assim, quando Jesus disse que o Espírito Santo habitaria dentro dos discípulos (ver João 14:17), Ele estava fazendo a declaração mais radical que qualquer judeu poderia fazer. Ele estava declarando que pela primeira vez na história, o Espírito de Deus estaria presente no coração do povo de Deus permanentemente. Em grego, a palavra “habitar” é a palavra meno. Ela significa ficar ou permanecer. Essa é a imagem de uma pessoa que decidiu que nunca mais vai se mudar. Ela encontrou o lar dos seus sonhos e está decidida a ficar ali. Ela não vai se mexer, se mover, recuar ou ser obrigada a se mudar. Jesus nos disse que a vinda do Espírito Santo marcaria um novo tempo para a humanidade quando o Espírito Santo viria para habitar permanentemente no coração de todos os cristãos. Habitar no coração dos homens não seriaalgo temporário ou passageiro como Sua presença no Antigo Testamento. Seria uma nova aliança, fundamentada em melhores promessas (ver Hebreus 8:6). O Espírito Santo nunca se mudaria, nunca hesitaria e nunca faria as malas para ser transferido para outro local. Seu coração não foi feito para ser um hotel! Deus nunca pretendeu que o Espírito Santo fosse apenas um hóspede. Se o Espírito Santo fosse apenas um visitante, você não poderia desenvolver uma parceria íntima com Ele — um relacionamento de intimidade, de conhecimento e de confiança profundos. Mas porque o Espírito Santo veio para ficar como um Inquilino permanente no seu coração, esse é um relacionamento que vale muito o seu tempo e a sua energia. Esse Parceiro está com você pelo resto da sua vida. Essa é outra maravilhosa razão pela qual você deve decidir levar a sério a decisão de cultivar sua parceria com o Espírito Santo a partir de hoje! PENSE NISTO Desenvolver uma parceria com o Espírito de Deus não é uma questão banal, e isso não pode ser feito de vez em quando de acordo com nosso horário preferido ou com o que consideramos ser conveniente. O Espírito Santo é o selo do nosso relacionamento de aliança com o Deus Todo- Poderoso. Essa é uma transação eterna que fizemos voluntariamente sem devolução. O Espírito Santo se mudou para o nosso “templo” e Ele não tem planos de se mudar. Mas às vezes é possível entristecê-lo e deixá-lo desconfortável com as escolhas que fazemos. Quando você olha para trás, para seu relacionamento passado com o Espírito Santo, que tipo de “anfitrião” da Sua presença você diria que tem sido? O quanto você tem deixado esse Parceiro divino confortável na Sua casa, que é você? Você muitas vezes o tem relegado a uma “sala de estar nos fundos”, onde Ele tem esperado que você venha e desfrute de momentos de intimidade e de íntima comunhão com Ele? Ou o Espírito Santo tem recebido o melhor de tudo que você poderia oferecer a Ele — inclusive sua busca por conhecer Seu coração, por dar a Ele as primícias do seu tempo e por agradá- lo em tudo o que você faz? N CAPÍTULO 11 O ESPÍRITO SANTO ENSINA, LEMBRA E TESTIFICA o último capítulo, estudamos duas obras do Espírito Santo na vida dos cristãos na terra hoje: 1. O Espírito Santo nos consola 2. O Espírito Santo habita dentro de nós Os três próximos pontos que veremos são coisas que o Espírito Santo faz para nos ajudar a amadurecer espiritualmente e a ministrar com mais eficácia aos outros. O Espírito Santo permanece na terra para os propósitos que já enumerei. Mas essa obra do Espírito Santo de dentro para fora inclui transformar nossa vida se nos rendermos enquanto Ele nos ensina, nos faz lembrar e testifica conosco. 3. O Espírito Santo nos Ensina Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito. — João 14:26 Jesus nos dá mestres humanos que são muito úteis para nos equipar com a verdade de que necessitamos para crescer nas coisas de Deus. Antes de mais nada, Ele nos dá o Mestre que nunca falhará conosco nem nos fará desviar — o Espírito Santo. Jesus disse: “não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido... há de receber do que é Meu e vo-lo há de anunciar” (João 16:13, 15). O papel do Espírito Santo como Mestre é falar por Jesus Cristo e não falar em nome de si mesmo. Assim como Jesus não fazia nada a não ser o que via o Pai fazer, do mesmo modo o Espírito Santo faz o que Ele vê Jesus fazer. Ele executa o senhorio de Jesus Cristo na Igreja. Até os dons do Espírito Santo declaram o testemunho de Jesus Cristo. Foi isto o que Paulo disse aos Coríntios: “Porque, em tudo, fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento; assim como o testemunho de Cristo tem sido confirmado em vós” (1 Coríntios 1:5-6). A Igreja de Corinto era grandemente cheia de dons espirituais (ver 1 Coríntios 1:7). Paulo diz que eles eram “enriquecidos” por eles. A palavra “enriquecido” é a palavra grega ploutizo, que significa tornar extremamente rico. No vocabulário de hoje, poderíamos chamar isso de “trilhardário”. Paulo disse que os cristãos de Corinto eram particularmente ricos em “palavra e conhecimento” — e, realmente, eles não ficavam para trás em nenhum dom (ver 1 Coríntios 1:5-7). Paulo afirmou que a abundância desses dons confirmava o testemunho de Cristo entre eles. Antes de seguirmos em frente, vamos ver as palavras “confirmado” e “testemunho”. A palavra “confirmado” é a palavra grega bebaioo, que significa tornar firme, concreto, estável ou sólido. A palavra “testemunho” é a palavra grega marturion, que descreve uma testemunha ou um testemunho pessoal tão forte e válido que poderia resistir ao escrutínio em um tribunal de justiça e passar no teste com louvor. A Igreja de Corinto conhecia Jesus Cristo como um Fazedor de Milagres e um Agente de Cura porque eles haviam visto o Espírito Santo ministrar Seu poder milagroso no meio deles. Esse testemunho em primeira mão confirmava e tornava esse aspecto de Jesus concreto no coração e na mente dos cristãos de Corinto. O testemunho de Jesus como Profeta não era difícil de ser captado por eles também porque eles haviam tido experiência com o dom de profecia — palavras do céu ditas pelo Espírito para encorajar, exortar e edificar — muito regularmente no meio deles. Os dons do Espírito Santo confirmam a Pessoa e a obra de Jesus Cristo. Esses dons dão testemunho do fato de que Ele ainda está vivo, ainda está curando e ainda está operando milagres hoje. Por esses dons maravilhosos, o Espírito Santo ensina sobre Jesus Cristo e fala em nome dele. O Espírito Santo também nos traz a mente de Cristo e a vontade de Deus. Com relação a essa responsabilidade divina, Paulo escreveu: “... nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam. Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus... Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo” (1 Coríntios 2:9-10, 16). Paulo iniciou esse versículo falando sobre a incapacidade do homem de entender as coisas profundas de Deus por si mesmo. Podemos traduzir esse versículo deste modo: “O coração do homem nunca poderia sonhar, imaginar ou trazer à mente as coisas que Deus preparou para aqueles que o amam”. O coração humano não poderia imaginar — ainda que nos seus sonhos mais loucos — a maravilha das bênçãos a serem experimentadas ao longo do caminho que Deus preparou para Seus filhos. Então como podemos conhecer e experimentar essas bênçãos? Paulo respondeu a essa pergunta assim: “Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito...” (1 Coríntios 2:10). A palavra “revelou” é a palavra apokalupto, que significa desvendar, revelar ou descobrir. Essa é realmente uma imagem de alguma coisa que está velada ou escondida, e então de repente seu véu — ou cobertura — é removido. Em resultado, o que estava oculto por tanto tempo agora passa a ser totalmente visto. E Deus faz tudo isso pelo Seu Espírito. O Espírito Santo levanta a cobertura e remove o véu que bloqueia nossa visão das promessas de Deus para nós. À medida que Ele abre os olhos do nosso espírito para verdades anteriormente veladas, Ele continua a nos ensinar a Palavra de Deus, que no final das contas testifica do senhorio de Jesus Cristo em nossa vida. Além do mais, o Espírito Santo é Aquele que inspirou a Bíblia. Em 2 Timóteo 3:16 lemos: “Toda a Escritura é inspirada por Deus...”. A palavra grega para “inspirada” é theopneustos, que significa literalmente soprado por Deus, inspirado por Deus ou soprado para dentro por Deus. O Espírito Santo foi o Agente divino que proporcionou o pronunciamento inspirado do coração do Pai aos corações daqueles que foram chamados para escrever as palavras. A obra do Espírito Santo de inspirar e direcionar a escrita da Bíblia não diz respeito somente ao Novo Testamento. Em 2 Pedro 1:21vemos que o Espírito Santo ungiu e inspirou os escritores do Antigo Testamento também: “Porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (grifo nosso). Como o Inspirador e Autor do Antigo e do Novo Testamento, o Espírito Santo também se torna o Mestre por excelência. Ninguém conhece melhor a Bíblia. Ninguém pode ensiná-la melhor que Aquele que a inspirou e a transmitiu aos corações e às mentes dos homens para que ela pudesse ser registrada ou escrita. E Ele ainda a está transmitindo aos corações e às mentes dos homens hoje. Esse é o Espírito Santo, nosso grande Mestre! 4. O Espírito Santo nos Faz Lembrar Esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito. — João 14:26 Você já se perguntou: Como os discípulos se lembravam de tudo o que Jesus lhes ensinou? Pense nisso! Com todas as milhares e até milhões de palavras que os discípulos ouviam Jesus dizer, como eles se lembravam de todas elas corretamente? Isso exigiria um intelecto incrível e uma memória notável — ou alguém que gravasse tudo que Jesus dizia, da maneira que Ele dizia, quando Ele estava nesta terra. Isso nos leva à quarta responsabilidade que Deus deu ao Espírito Santo — trazer à nossa memória todas as coisas que Jesus dizia, fazia e ensinava. A Bíblia dá um exemplo da obra do Espírito Santo de nos lembrar das coisas na entrada triunfal de Jesus em Jerusalém quando o povo estava proclamando alegremente: “... Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor e que é Rei de Israel!” (João 12:13). No momento em que isso estava acontecendo, os discípulos não perceberam que aquela passagem do Antigo Testamento estava sendo cumprida diante dos olhos deles. João 12:16 continua dizendo: “Seus discípulos a princípio não compreenderam isto; quando, porém, Jesus foi glorificado, então, eles se lembraram de que estas coisas estavam escritas a respeito dele e também de que isso lhe fizeram”. Assim, quando João mais tarde sentou-se para escrever este evangelho, ele teve a inspiração e o discernimento de citar Zacarias 9:9: “Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta” (João 12:14-15). Depois que o Espírito Santo foi derramado sobre os apóstolos e os outros no Pentecostes, uma das maneiras como ele os ensinava sobre Jesus era ligando a passagem do Antigo Testamento aos eventos que eles haviam vivenciado com Jesus. Muitas coisas que não estavam claras ou que não haviam feito sentido para eles enquanto Jesus estava na terra estavam sendo explicadas e definidas enquanto o Espírito Santo os levava aos versículos do Antigo Testamento. E à medida que Ele inspirava os apóstolos a escrever o Novo Testamento, Ele esclarecia e revelava a eles o significado do Antigo Testamento com relação ao que estava acontecendo diante dos olhos deles. Hoje tudo já está escrito, e, de acordo com Apocalipse 22:18-19, não há nada que possamos acrescentar à Palavra de Deus. Não haverá novas revelações sobre a vida de Cristo. Tudo que o Espírito Santo quer que saibamos sobre isso Ele já nos disse. Isso não significa que esgotamos e entendemos tudo da Bíblia que há para captar. Significa simplesmente que a Sagrada Escritura nos foi apresentada na sua totalidade. Não haverá “novas” revelações na vida de Cristo fora dos limites do que foi escrito. Uma das coisas mais notáveis sobre a Igreja Primitiva foi a fantástica capacidade dos quatro escritores dos evangelhos de lembrar o que Jesus disse e fez. Mas alguns estudiosos eruditos modernos tentam desacreditar os evangelhos declarando que eles são meramente um produto da memória imperfeita dos discípulos. Eles argumentam que os evangelhos não contêm as verdadeiras palavras de Jesus. Eles esqueceram que um aspecto da obra do Espírito Santo era e ainda é lembrar aos seguidores de Jesus tudo o que Jesus disse e fez. O que temos nos evangelhos é exatamente o que Jesus disse e fez. Eles foram escritos enquanto o Espírito Santo fazia os escritores dos evangelhos se lembrarem. Como é verdadeiramente maravilhoso e fantástico ver como o Espírito Santo iluminou a mente deles para se lembrarem dos detalhes vívidos da vida e do ministério de Jesus! É por causa desta maravilhosa obra do Espírito Santo que temos os livros de Mateus, Marcos, Lucas e João em nossa Bíblia hoje. Nunca podemos dar como desculpa a ignorância para fazermos o que é errado, esquecermos o que devemos fazer ou não conhecermos as Escrituras. O Espírito Santo habita dentro de nós, e Seu propósito é nos dar exatamente o que precisamos quando precisamos. Ele está sempre pronto para nos ajudar a pensar e a fazer o que é certo o tempo todo. Quando nossa parceria com o Espírito Santo é forte, podemos contar com Ele no momento em que nossa memória falha porque é responsabilidade dele nos lembrar da Palavra de Deus. Poderíamos estar no meio de uma situação na qual não sabemos o que fazer. Mas o Espírito Santo está sempre ao nosso lado para buscar na Palavra de Deus, iluminar o versículo exato ou a verdade exata de que necessitamos ou para fazer lembrar-nos dele no momento exato. Talvez essa responsabilidade do Espírito Santo seja mais bem ilustrada nas partes do mundo onde a Bíblia é proibida. Os governos comunistas proibiram estritamente a impressão e distribuição da Palavra de Deus por anos, mas os cristãos escondidos naquelas nações conhecem bem as Escrituras. Em muitas nações do mundo, a Bíblia ainda é ilegal, mas você também pode ter certeza de que os cristãos daquelas nações conhecem a Palavra de Deus. Durante mais de um quarto de século, minha família e eu temos vivido na antiga União Soviética, que atualmente é a Rússia. Até a queda da Cortina de Ferro, a Bíblia havia sido proibida ali por mais de setenta anos. Quando passei a viver nesta região do mundo, fiquei perplexo com líderes e congregações inteiras que conheci que sobreviveram à União Soviética e que só haviam possuído uma Bíblia ao longo dos anos. Às vezes era uma versão copiada a mão com páginas rasgadas e danificadas devido a décadas de uso. Aquelas páginas amareladas e esfarrapadas da Palavra de Deus significavam tudo para eles. Que respeito aqueles cristãos tinham pela Palavra de Deus! Não ter a Bíblia os fez valorizá-la ainda mais. Aqueles que realmente possuíam Bíblia as mantinham perto do seu coração. Eles nunca colocavam uma Bíblia no chão, nunca colocavam algo em cima dela, como uma xícara de café — e nem mesmo as deixavam sobre uma cadeira sem proteção. É algo tremendamente incrível ver pessoas que tiveram acesso limitado à Bíblia e, no entanto, a conhecem tão bem. Elas podem citá-la e se lembrarem dela melhor que as pessoas nos países livres que possuem diversas Bíblias em casa e têm a oportunidade de lê-las todas as manhãs e todas as noites! (A partir disso, creio que aqueles que foram abençoados com inúmeras Bíblias em suas casas, mas não conhecem a Palavra de Deus precisam refletir seriamente sobre sua vida.) Há somente uma explicação para essa incrível retenção da Palavra de Deus no coração dos cristãos nos países fechados: o Espírito Santo. Ele está fazendo exatamente o que Jesus disse que Ele faria — fazendo aqueles cristãos lembrarem a Palavra de Deus. Essa é uma das responsabilidades do Espírito Santo como nosso Parceiro neste mundo. 5. O Espírito Santo Testifica Conosco Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim. — João 15:26 Como mencionei anteriormente, quando eu era jovem, não gostava de testemunhar. Eu amava Jesus de todo o coração, mas sair e bater nas portas para falar com pessoas que eu nunca havia visto antes na minha vida — e depois ler para elas um folheto de dez páginas que elas não estavam interessadas em ouvir — não era a minha ideia de diversão! Outros membros da igreja devem ter tido o mesmo problema,porque nosso pastor tinha constantemente de implorar e insistir com nossa congregação para participarem das visitas e do evangelismo na escola dominical. Ainda assim, eu sabia que devia testemunhar sobre Cristo. O problema era que ser uma testemunha não era o que eu era — era um trabalho que eu fazia. Lembro-me de que nos amontoávamos no carro do meu professor da escola dominical para procurar a lista de nomes que devíamos visitar. Lembro-me claramente da sensação de desânimo que eu tinha por dentro enquanto pensava em bater em todas aquelas portas. Eu me sentia tão impotente, derrotado e sem alegria quando íamos cumprir o dever de testemunhar... Embora muitos cristãos jamais queiram admitir isso, eles se sentiram da mesma maneira com relação a testemunhar. A verdade é que não existe testemunho sem a obra do Espírito Santo. Os cristãos devem ter a ajuda do Espírito Santo enquanto testemunham. Foi por isso que Jesus nos deu o quinto ponto sobre a responsabilidade do Espírito Santo: “... este dará testemunho de Mim...” (João 15:26). O testemunho do Espírito Santo pode ser uma maneira de lhe dar uma nova revelação de Jesus Cristo para seu próprio crescimento espiritual e para ministrar à necessidade específica de outra pessoa enquanto Ele o guia. Ou Ele pode direcionar você a pessoas que estão perdidas e depois dar as palavras de que você necessita para compartilhar com elas sobre a obra redentora de Jesus. De uma forma ou outra, o Espírito Santo ama testemunhar sobre Jesus por causa do Seu profundo amor, Sua adoração e Sua afeição por Ele. Quando Jesus disse aos discípulos para ficarem em Jerusalém, Ele estava dando a eles a estratégia divina a ser seguida que os equiparia para servirem a Ele. Jesus disse: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (Atos 1:8). Observe que Jesus disse que os discípulos seriam testemunhas “depois” que o Espírito Santo descesse sobre eles. Para testemunhar e testificar poderosamente sobre o Cristo ressurreto é preciso ter poder sobrenatural. Por conseguinte, sem a assistência do Espírito Santo, é quase impossível testemunhar com essa confiança sobrenatural sobre Jesus Cristo. Antes do Dia de Pentecostes, os discípulos eram semelhantes a muitos cristãos hoje. Em vez de avançarem de modo poderoso sobre o mundo, eles estavam se escondendo atrás de portas fechadas. Diferentemente do grande exército espiritual que eles deveriam ser, eles estavam simplesmente existindo e “hibernando” no Cenáculo. Jesus disse que o Espírito Santo veio para testificar, mas até Atos 2 os discípulos não compreenderam a grandeza da capacidade do Espírito para fazer isso. O testemunho de Jesus Cristo literalmente explodiu de suas bocas quando eles ganharam as ruas de Jerusalém, totalmente rendidos à Pessoa do Espírito Santo. Além de declararem sobrenaturalmente “as obras maravilhosas de Deus” em outras línguas (Atos 2:11), os cento e vinte proclamaram a Palavra de Deus inteligentemente na própria língua a um povo de quem eles haviam tido medo no dia anterior! Depois que Pedro foi cheio com o Espírito Santo, ele proclamou com ousadia: “Varões israelitas, atendei a estas palavras: Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus diante de vós com milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou por intermédio dele entre vós... como vós mesmos sabeis; sendo este entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos... Exaltado, pois, à destra de Deus...” (Atos 2:22-23, 33). Essa foi uma proclamação sobrenatural! Isso foi evangelismo sobrenatural! Ora, não há nada de errado no evangelismo programado, com visitação de porta em porta ou com os programas evangelísticos que ensinam os princípios básicos do testemunho. Mas quando esses programas substituem a presença e o poder do Espírito Santo, eles negam o que Deus pretendeu que o testemunho fosse. O verdadeiro testemunho bíblico envolve nos rendermos à direção e ao poder do Espírito Santo para impactar eternamente uma vida com a verdade de Jesus Cristo. Assim, o testemunho que ocorre separadamente desse poder se torna uma obra religiosa seca e não gratificante. O verdadeiro testemunho ou testificação de Jesus Cristo só pode ser feito em relação ao poder da ressurreição. É a isso que Atos 4:33 se refere quando diz: “Com grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça”. Mesmo sob a Velha Aliança, o povo de Deus entendia que eles não podiam cumprir tarefas espirituais por meios naturais. Por exemplo, Zacarias 4:6 diz: “Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos”. Então por que depender do próprio entendimento no que se refere a testemunhar? Por que reduzir o poder da ressurreição a um mero programa? O Espírito Santo foi enviado para testificar de Jesus. Ninguém sabe como testificar melhor que Ele! Se você tem medo de testemunhar como eu tinha, abra seu coração para a parceria com o Espírito Santo e deixe que Ele assuma a responsabilidade por testemunhar sobre Jesus através de você. À medida que você rende seu coração e sua mente ao controle do Espírito, testemunhar passará de um trabalho penoso e estressante para uma aventura alegre, recompensadora e empolgante! PENSE NISTO Quando Jesus deu aos discípulos o mandato deles, deu a eles uma sequência divina a seguir (ver Atos 1:4, 8): eles deveriam aguardar em oração em Jerusalém; o Espírito Santo viria sobre eles; eles receberiam poder; e depois seriam Suas testemunhas. Os caminhos mais altos de Deus muitas vezes não fazem sentido para a mente natural do homem. Ele é um Deus estratégico que vê o fim desde o começo e ordena nossos passos para nos encaixarmos no quadro maior do Seu grande plano para a humanidade. Então Ele dá ao Espírito Santo a incumbência de revelar Seus caminhos mais elevados a nós. Isso significa que você receberá orientação do Espírito de Deus em momentos que parecem ilógicos ou pelo menos “fora de sequência” de acordo com seu modo de pensar. Esses em geral são os momentos-chave em que você precisa dar ouvidos ao direcionamento do Espírito Santo e simplesmente obedecer. Pense em um exemplo desses momentos na sua vida e considere sua reação ao “direcionamento ilógico” do Espírito Santo. Como sua reação afetou o resultado dessa situação? O CAPÍTULO 12 O ESPÍRITO SANTO CONVENCE E TRAZ CONVICÇÃO Espírito Santo tem um ministério complementar à nossa consciência, tanto nos trazendo convicção de pecado quanto nos convencendo da justiça (ver João 16:8-10). Neste capítulo, veremos esses dois aspectos cruciais da obra do Espírito Santo e da Sua responsabilidade para conosco. 6. O Espírito Santo nos Traz Convicção Quando ele vier, convencerá o mundo [...] do pecado, porque não creem em Mim. — João 16:8-9 Você se lembra de quando era criança e fazia algo errado, mas pensava que ninguém estava vendo? Então você era apanhado. Você se lembra de como se sentiu, ao perceber que alguém estava observando você o tempo todo? Que sensação horrível ser apanhado com a boca na botija! Você não podia mentir para se safar da situação, porque alguém estava observando você o tempo todo. Você era inconfundivelmente culpado e não podia escapar de encarar seu pecado. Você se lembra de como foi sentir-se tão exposto? É isso que os pecadores sentem na primeira vez que o Espírito Santo os convence do pecado. É impressionante por quanto tempo os pecadores podem viver sem convicção ou tristeza pelo seu comportamento — quase anestesiados para seus atos errados. A Bíblia diz que o pecado os tornou endurecidos de coração, espiritualmente cegos e insensíveis (ver Efésios 4:18-19). Some-se a isso o fato de que eles estão espiritualmente mortos e, portanto, insensíveis e não receptivos a Deus, e você então descobre por que as pessoas perdidas podem fazer algumas das coisas terríveis que fazem insistentemente.Mas aquele estado espiritual entorpecido e endurecido de coração pode mudar instantaneamente quando o Espírito Santo toca a alma humana e expõe sua condição pecaminosa. Despertado pelo Espírito para ver seu verdadeiro estado espiritual, o pecador sente-se exposto, nu, constrangido e confrontado. Jesus disse que o Espírito Santo convenceria as pessoas no mundo do pecado deste modo a fim de levá-las ao conhecimento da salvação em Jesus Cristo. A palavra “reprovar” é a palavra grega elegcho. Ela significa expor, convencer ou investigar com o propósito de trazer convicção, como se faz com alguém que transgride a lei em um tribunal. Quando o Espírito Santo capacita o pecador para verdadeiramente ouvir a Palavra de Deus pela primeira vez, essa Palavra é tão afiada que penetra sua alma até que ele se sinta como se estivesse sendo interrogado em um banco de testemunhas. Finalmente, a sessão é encerrada, o veredicto é anunciado e ele é declarado culpado. Essa é a manifestação da obra do Espírito Santo convencendo pecadores do seu estado de perdição. O mundo inteiro é culpado diante de Deus (ver Romanos 3:19), mas o mundo inteiro não percebe que é culpado. Jesus ensinou: “Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer” (ver João 6:44). Essa atração em direção ao Pai é alcançada através da obra do Espírito Santo. Jesus nos lembrou dessa verdade quando disse: “Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado...” (João 16:8). Sem a obra do Espírito Santo para expor nossa condição pecaminosa, ainda estaríamos em trevas hoje, eternamente perdidos e sem Deus. É frustrante compartilhar Cristo com a família e os amigos e nos sentirmos como se estivéssemos “batendo em uma parede de tijolos”. Você compartilha, fala e implora para que eles recebam Cristo, mas parece que eles simplesmente não conseguem ouvir o que você está dizendo. Embora saibam que são pecadores, eles não parecem ter convicção de seus pecados em resultado desse conhecimento. Ignorando o resultado do seu estado espiritual perigoso, eles seguem em frente — ou entorpecidos ou ignorando o grau de decadência espiritual de sua vida. A Bíblia diz que a pessoa perdida está morta em “... delitos e pecados” (Efésios 2:1). Pessoas mortas não sentem nada! Elas não sentem principalmente a convicção de pecado. É preciso uma obra especial e sobrenatural do Espírito Santo para despertar a consciência humana para a realidade do seu estado pecaminoso. Como se pode fazer um homem cego ver? É impossível, pois ele está morto. Como se pode fazer um homem morto sentir? Como se pode convencer um homem espiritualmente morto de que ele precisa mudar? É impossível um homem morto reagir. Mas o que é impossível ao homem é possível para Deus (ver Lucas 18:27)! Graças ao chamado do Espírito Santo, que tocou nossa alma, fomos despertados para nossa pecaminosidade e o Espírito nos chamou a Cristo. A partir do momento em que fomos trazidos a este lugar de convicção inegável e reconhecemos que éramos pecadores, o Espírito Santo então nos convidou para virmos a Deus. Naquele momento divino, nossa alma o ouviu dizer, com efeito: “Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará” (Efésios 5:14). Que milagre o fato de Deus ter ressuscitado nossos espíritos da morte espiritual para a vida espiritual! Não existe milagre maior! Essa obra de convicção do Espírito Santo é a primeira coisa que o Espírito Santo faz em nossa vida — mas certamente não é a última. O Espírito Santo continua Sua obra de convicção em nossa vida como cristãos, nos fazendo saber quando erramos o alvo. Então cabe a nós como responder a Ele. E precisamos saber o quanto é importante respondermos ao Espírito Santo quando Ele nos convence. É possível violarmos nossa voz interior da consciência em certas áreas e anularmos a voz do Espírito Santo em nosso coração a ponto de não sermos mais sensíveis à Sua obra de convicção nessas áreas. Mas as coisas não têm de ser assim em nossa vida como cristãos. É sempre uma questão de escolha. 7. O Espírito Santo nos convence Quando ele vier, convencerá [...] da justiça [...] porque vou para o Pai, e não me vereis mais. — João 16:8, 10 Antes de prosseguirmos com o ministério do Espírito Santo de nos convencer, vamos rever os seis aspectos preciosos da obra do Espírito Santo em nossa vida que já abordamos: 1. O Espírito Santo nos consola. 2. O Espírito Santo habita dentro de nós. 3. O Espírito Santo nos ensina. 4. O Espírito Santo nos faz lembrar. 5. O Espírito Santo testifica conosco. 6. O Espírito Santo nos traz convicção. Nos versículos de João 8 e 10, Jesus disse sobre o Espírito Santo: “Quando ele vier, convencerá... da justiça... porque vou para o Pai, e não me vereis mais”. Nesta seção, vamos falar sobre o poder de convencimento e o ministério do Espírito Santo. Você já elogiou alguém que depois discutiu com você, rejeitando seu elogio e questionando o que você disse? Por exemplo, em vez de lhe agradecer depois de você ter dito que a pessoa parecia ter perdido peso, ela respondeu lhe dizendo o quanto está gorda. “Bem, ganhei muito peso e estou muito gorda agora. Eu gostaria que você tivesse me visto há três meses quando eu estava muito bem! Não estou tão bem agora”. Isso equivale a jogar o elogio de volta no seu rosto. Seria muito mais educado ser gentil e dizer: “Obrigada. Fico feliz por você ter observado. Aprecio que você diga que minha aparência está melhor”. Eis outro exemplo. Alguém canta um solo durante um culto na igreja que mexe profundamente com seu coração. No final do culto, você abre caminho em meio à congregação para encontrar a solista e dizer o quanto aquela música ministrou ao seu coração. Ela responde: “Obrigada pelo elogio, mas acho que fiz um péssimo trabalho esta noite. Não posso acreditar que cantei tão mal. Não sei como você conseguiu receber alguma coisa disso”. É rude responder desse modo a um elogio. É rejeitar o amor, a admiração e a apreciação que Deus está expressando através de outra pessoa para encorajar você. É o mesmo que dizer: “Aprecio seu elogio, mas você e eu sabemos que isso não é verdade, de modo que você não precisa dizer isso”. Na verdade, você está dizendo à pessoa que o está elogiando que ela é uma mentirosa! É claro que se você já fez isso, provavelmente não pretendia ser mal educado. Ainda assim, você precisa aprender a aceitar um elogio. Quando alguém elogiar você, não tente convencê-lo do quanto sua aparência ou seu desempenho é ruim. E eis a parte irônica: fazemos isso com Deus todos os dias! Foi por isso que Jesus nos falou sobre uma responsabilidade muito especial que o Espírito Santo tem com relação a nossa vida: o Espírito Santo veio para nos convencer da justiça. Em 2 Coríntios 5:21 lemos: “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus”. Que obra maravilhosa Deus fez por nós! Ele enviou Jesus para morrer no nosso lugar e para levar nosso pecado sobre Si. Ele exerceu todo o Seu grandioso poder para ressuscitar Jesus dentre os mortos e depois o fez sentar-se à Sua destra. Então Ele enviou o Espírito Santo para viver dentro de nós para que pudéssemos nos tornar “a justiça de Deus nele” (2 Coríntios 5:21)! Mas se existe um assunto na Bíblia que os cristãos gostam de discutir, é a questão da justiça. A maioria dos cristãos é tão consciente da sua velha natureza pecaminosa (que ainda habita na carne deles, mas não no seu espírito recriado e inteiramente novo) que eles não conseguem abraçar a verdade de que foram declarados justos. Diga a eles que eles são bons, e eles respondem lhe dizendo o quanto são maus. A natureza pecaminosa sempre se apega ao que é pior e mais negativo. Ela sempre gravitará no sentido descendente e nunca no ascendente. Essa é a natureza da mente que não está sob o controle do Espírito Santo. É por isso que as pessoas perdidas podem fazer coisas tão desumanas. Mesmo para o incrédulo, a carne pecaminosa — se não for mortificada pelo poder santificador do Espírito Santo — finalmenteseguirá suas inclinações negativas até o túmulo. Se você se entregar à carne, nunca acreditará em uma boa notícia, nunca acreditará que Deus está fazendo uma boa obra em você e sem dúvida nunca acreditará que se tornou “a justiça de Deus em Cristo”. O modo de pensar negativo, de baixo nível e pecaminoso tem feito parte da nossa humanidade por tanto tempo que é necessário uma obra especial de convencimento por parte do Espírito Santo para nos fazer entender a obra maravilhosa que Deus forjou em nós. Essa obra especial do Espírito Santo de nos convencer da nossa posição como justificados diante de Deus é crucial. Do contrário, quando Deus diz: “Você é Meu filho. Eu o tornei justo. Você é lindo para Mim”, nossa mente e nossas emoções carregadas negativamente retrucarão: “Não é assim! Sou indigno. Não sou santo. Sou digno de pena!”. Isso é como jogar o “elogio” de volta na face de Deus! Imagine: Ele fez Sua melhor obra para nos redimir e para fazer de nós “novas criaturas”, mas nós frequentemente não temos nada de bom a dizer sobre nós mesmos em honra a essa obra (ver 2 Coríntios 5:17). A Bíblia nos diz que somos “feitura dele, criados em Cristo Jesus” (Efésios 2:10). Outra tradução desse versículo poderia ser: “Somos um produto exclusivamente Seu, maravilhosamente criados em Cristo Jesus — isto é, criados sob a influência e o controle do Seu divino poder”. Essa é uma verdade poderosa e transformadora, mas é necessário o Espírito Santo para levá-la da mente do cristão para o seu coração. Assim como o Espírito Santo precisa trazer convicção ao pecador sobre seu estado de perdição, Ele também precisa convencer o cristão da sua nova posição como justificado diante de Deus. Somos tão negativos sobre nossa velha natureza carnal que é preciso uma obra sobrenatural de Deus para fazer com que verdadeiramente compreendamos nossa nova condição em Cristo Jesus. Esse entendimento é simplesmente tão sobrenatural quanto o momento em que nosso homem espiritual não regenerado reconheceu que estava perdido. Com a diferença de que, desta vez, estamos sendo despertados para o fato de que somos justos! Lembro-me de quando o Espírito Santo me despertou para essa verdade há muitos anos. Dirigindo pela rua, sentindo-me totalmente injusto, eu estava ouvindo um ensino em áudio sobre a justiça. De repente, minha mente começou a captar o que eu estava ouvindo. Foi como se alguém tirasse as vendas dos meus olhos e os tampões dos meus ouvidos. Pela primeira vez, eu estava vendo e ouvindo a verdade sobre minha nova justiça em Cristo Jesus. Essa verdade estava indo diretamente ao meu coração pelo poder do Espírito Santo! Eu a estava ouvindo. Eu a estava entendendo. Meu homem interior saltou de alegria quando o Espírito de Deus iluminou meu entendimento sobre a justiça. Ele me convenceu da verdade e fui liberto! Se está lutando contra sua autoimagem e contra sentimentos de condenação, você precisa que o Espírito Santo faça uma obra de convencimento na sua vida. Somente Ele pode abrir seus olhos para ver quem você se tornou eternamente em Cristo Jesus. Quando seus olhos forem abertos e você realmente entender o fato de que Deus o vê como justo, você nunca mais lançará a verdade de volta na face dele ou discutirá com Ele. Daquele momento em diante, quando o Espírito Santo lembrar-lhe de que você foi declarado justo, você gritará de alegria: “Obrigado! É exatamente isso que sou!”. Você não tem de continuar sendo negativo sobre si mesmo o tempo todo. Você não precisa bater na cabeça, dizendo constantemente a si mesmo o quanto você é indigno. Na verdade, você insulta o poder da obra redentora de Jesus quando faz isso! Jesus Cristo o tornou digno quando Ele foi para a Cruz em seu favor e derramou o próprio sangue precioso. Ele o tornou justo! Ele o tornou uma nova criatura nele. Por que isso é tão importante? Porque se você não entender essa justiça dada por Deus, que é a única base para uma boa autoimagem, você nunca saberá quem você realmente é nele e qual é o seu verdadeiro propósito na vida. Além do mais, uma autoimagem negativa inibirá sua capacidade de orar com confiança e confiar que Deus lhe responderá. Isso o impedirá de viver uma vida livre de culpa e de condenação. Um falso entendimento da justiça é o de que ela só é concedida depois que você for para o céu, mas que ela não tem parte na sua vida na terra. Esse entendimento errôneo faz com que uma nuvem de culpa e condenação paire sobre você pelo restante de sua vida, impedindo sua capacidade de andar na alegria e na vitória do Senhor. Talvez você possa ver melhor agora por que a obra de convencimento do Espírito Santo não é uma opção para aqueles que querem progredir como cristãos maduros. O Espírito Santo leva essa responsabilidade a sério por uma boa razão. Ela é uma necessidade absoluta. PENSE NISTO Muitas vezes nós nos permitimos ficar presos em um padrão familiar de pensamentos de insegurança e autocondenação sem considerar como isso afeta o Espírito Santo, que habita dentro de nós. O próprio Salvador, que Ele foi enviado para exaltar em nossa vida, é Aquele cuja obra redentora estamos insultando quando permitimos que o inimigo nos atormente com esse padrão de pensamento destrutivo. Você consegue pensar em momentos na sua vida em que pensamentos assim bombardearam sua mente? Você tomou a decisão consciente de reservar tempo para ter comunhão com o Espírito Santo e com a Palavra de Deus? Toda vez que você escolher fazer disso a sua resposta ao ataque do inimigo sobre sua mente, o Espírito Santo o ajudará a substituir esses pensamentos fundados no medo pelos pensamentos do Pai a seu respeito. E à medida que decidir fazer dessa a sua resposta contínua toda vez que pensamentos de insegurança e autocondenação tentarem vir à tona novamente, você abrirá caminho para o Espírito Santo convencê-lo totalmente de quem você é em Cristo, a fim de que possa andar na plenitude de tudo o que Ele o criou para ser. N CAPÍTULO 13 O ESPÍRITO SANTO GUIA, REVELA E NOS AJUDA A ADORAR o Capítulo 10, apresentei dez aspectos do ministério do Espírito Santo que estão disponíveis a nós como cristãos. Nos últimos três capítulos abordaremos a obra do Espírito Santo através dos nossos atos, com base em João 14 a 16. Vamos estudá-los com atenção, pois eles são aspectos específicos da obra do Espírito Santo em nossa vida e elementos-chave para cultivar a intimidade com Ele enquanto Ele trabalha em nós para nos ajudar a cumprir o nosso destino ordenado por Deus. 8. O Espírito Santo nos Guia Você já se perguntou: O que devo fazer com a minha vida? Que direção devo tomar? Como posso saber com certeza que estou fazendo o que Deus quer que eu faça? Essas às vezes são perguntas difíceis de responder, e todos nós já as fizemos vez ou outra. Embora a Bíblia contenha a revelação de Deus acerca de Si mesmo para o homem, ela nem sempre responde às perguntas específicas sobre os detalhes da vida diária — por exemplo, que emprego devemos aceitar ou com quem devemos nos casar. A Bíblia nos dá princípios orientadores para as escolhas na vida, como nos abstermos da aparência do mal (ver 1 Tessalonicenses 5:22) ou não entrarmos em jugo desigual com os incrédulos (ver 2 Coríntios 6:14). A partir desses princípios, podemos tomar as decisões de não aceitar um emprego de atendente de bar, por exemplo, e de não nos casarmos com uma pessoa que não tenha entregado a vida a Jesus Cristo. Devemos nos dedicar a estudar e memorizar a Palavra de Deus, escondendo-a em nosso coração para que não pequemos contra Deus (ver Salmo 119:11). Então, porque somos guiados pela Palavra de Deus cometeremos menos erros nas nossas escolhas à medida que seguimos em frente na vida. Não obstante, por mais maravilhosos e santos que esses princípios orientadores sejam, eles não nos dizem especificamente que emprego aceitar ou com quem devemos nos casar! Eles não nos dizem em que cidade devemos morar — ou até em que país — e eles não nos dizem em que igreja devemos nos envolver e que ministérios devemos apoiare sustentar. Às vezes precisamos de direção, de orientação e de respostas que não estão na Bíblia, e Jesus disse que o Espírito Santo nos daria esse tipo de orientação: “... Ele vos guiará a toda a verdade...” (João 16:13). A orientação divina em nossa vida diária é um dos maiores desafios que enfrentamos na vida cristã. Assim, foi-nos dada outra tremenda responsabilidade do Espírito Santo — nos dizer o que fazer e quando fazer a cada passo do caminho. Essa obra de orientação do Espírito Santo foi crucial para a Igreja Primitiva. Os primeiros cristãos confiavam na liderança do Espírito Santo para guiá-los na formação da doutrina, na seleção de líderes, sobre onde ministrar, sobre a quem enviar em determinadas jornadas missionárias, etc. É interessante notar que antes do Espírito Santo ser derramado sobre os discípulos em Atos 2, eles tentaram tomar uma grande decisão sem a ajuda dele. Eles decidiram escolher um substituto para Judas, que havia se suicidado depois de ter traído Jesus. Eles haviam reduzido a questão a dois homens: “... José, chamado Barsabás, cognominado Justo, e Matias” (Atos 1:23). Lembre que Jesus, logo antes de ascender, os havia instruído a irem diretamente para Jerusalém e ali ficarem até que o Espírito Santo descesse sobre eles (ver Lucas 24:49). Na essência, Ele estava dizendo: “Vão para Jerusalém e não façam uma única coisa nem tomem nenhuma decisão que seja até que sejam revestidos de poder do Espírito Santo!”. Os discípulos foram para Jerusalém e esperaram, mas depois eles pareceram ficar um pouco impacientes e começaram a procurar alguma coisa para fazer. Pedro tinha a noção de que alguém deveria substituir Judas. Depois de sugerirem dois candidatos, eis o que aconteceu: E, orando, disseram: “Tu, Senhor, que conheces o coração de todos, revela- nos qual destes dois tens escolhido para preencher a vaga neste ministério e apostolado, do qual Judas se transviou, indo para o seu próprio lugar”. E os lançaram em sortes, vindo a sorte recair sobre Matias, sendo-lhe, então, votado lugar com os onze apóstolos. — Atos 1:24-26 A Bíblia diz que eles “lançaram sortes” para decidir entre os dois homens. Em outras palavras, eles tomaram a decisão jogando dados! Compare esse caso em que os discípulos de Jesus estavam em busca de direção com os que ocorreram depois que o Espírito Santo foi dado no Dia de Pentecostes, e você encontrará uma diferença incrivelmente significativa. Em primeiro lugar, nunca mais os apóstolos usaram “a sorte” para tomar uma decisão. Vamos ver alguns desses exemplos no livro de Atos. Você verá que além de nos guiar à verdade da Bíblia, o Espírito Santo também tem o poder de nos orientar em nossos assuntos diários se permitirmos que Ele ocupe esse lugar em nossa vida. Em Atos 13:2, lemos: “E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: ‘Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado’”. Isso marcou o ponto em que o apóstolo Paulo foi enviado em sua primeira jornada missionária. Ele devia acompanhar Barnabé, que havia passado os últimos anos discipulando-o. Em Atos 15, o apóstolo e os presbíteros em Jerusalém enviaram Paulo e Barnabé a Antioquia com uma carta contendo a seguinte mensagem: “Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além destas coisas essenciais” (v. 28). Naquela época, havia grande disputa doutrinária acontecendo na Igreja, com relação a quanto da Lei do Antigo Testamento deveria ser aderida pelos cristãos gentios — como a circuncisão, a guarda do Sábado, e assim por diante. Nessa carta, os presbíteros deram aos santos em Antioquia as conclusões às quais haviam chegado em concordância com o Espírito Santo. Apenas pouco tempo depois, Paulo estava planejando viajar para vários lugares diferentes a fim de pregar o Evangelho, mas o Espírito Santo lhe disse para não ir. “E, percorrendo a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na Ásia, defrontando Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não o permitiu” (Atos 16:6-7). Todos esses relatos no livro de Atos dizem algo muito importante para nós: Não podemos saber o que fazer, aonde ir, com quem ir e quando ir sem a direção e a orientação do Espírito Santo. Também vemos que o Espírito Santo pode nos orientar de duas maneiras: dizendo sim ou dizendo não! Ele tentará nos impedir de fazer alguma coisa que parece boa, mas ou é uma armadilha do inimigo ou não é a vontade de Deus. Em contrapartida, Ele abrirá uma porta de oportunidade e nos dará paz total para entrar por ela, mesmo em meio à adversidade. Que alívio e segurança isso nos dá, sabermos que Deus Pai deu ao Espírito Santo a responsabilidade de nos guiar, de nos orientar, e até de nos advertir contra certas pessoas, lugares e situações. Esse é o trabalho dele. E se o ouvirmos e obedecermos ao que Ele nos disser para fazer, finalmente cumpriremos nosso chamado divino e executaremos nossa parte nos planos e propósitos de Deus. 9. O Espírito Santo nos Revela Porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir. — João 16:13 Já discutimos como uma das responsabilidades do Espírito Santo é representar Jesus para nós e ser nosso elo de comunicação com Ele. Jesus disse que o Espírito Santo não diria ou faria nada que Ele não ouvisse ou visse de Jesus, assim como Jesus não dizia nem fazia nada que Ele não ouvisse ou visse do Pai. O Espírito Santo na maioria das vezes revelará coisas a nós durante os momentos de oração. E tudo o que o Espírito Santo nos revelar, podemos ter certeza de que vem diretamente da sala do trono de Deus. Podemos confiar no que Ele está nos dizendo, quer tenha a ver com a maneira como estamos vivendo nossa vida, com que emprego devemos aceitar, com quem devemos nos casar, com como lidar com nossos filhos ou com a natureza do nosso chamado e propósito divino. Um dos versículos mais citados sobre o envolvimento do Espírito Santo na oração, e um dos meus favoritos, é Romanos 8:26: “Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém”. Esse versículo está cheio de pérolas do grego que afiarão nosso entendimento sobre o papel ativo do Espírito Santo em revelar o que precisamos saber em nossa vida diária. Você já passou por um período em que não sabia pelo que orar por si mesmo ou por outra pessoa? Ou você já esteve em um dilema terrível, e não sabia como sair dele? Talvez você tenha dito: “Senhor, o desejo do meu coração é tão profundo, mas minha mente está tão confusa. Nem tenho certeza se sei qual é realmente o desejo do meu coração! Senhor, por favor, ajuda-me a orar”. Esses são momentos em que somos especialmente gratos a Deus por Romanos 8:26. Este versículo mostra a responsabilidade do Espírito Santo em nos revelar a vontade ou a sabedoria de Deus para nossa vida através da oração. A coisa mais importante a ser entendida é que a oração não é algo que fazemos sozinhos. Oração é uma conversa de mão dupla entre nós e o Senhor, um desenvolvimento e uma manifestação da intimidade e da parceria que compartilhamos com Ele. Durante esse momento íntimo de comunicação, o Espírito Santo revela a perspectiva de Jesus sobre certas situações e o que Ele quer que nós façamos ou não façamos. A primeira parte de Romanos 8:26 diz: “Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste...”. O que isso significa? A palavra grega para “assiste” é uma palavra composta. A primeira parte da palavra significa fazer alguma coisa em conjunto com outra pessoa. A segunda parte significa receber. Juntas elas transmitem o significado de tomar posse de alguma coisa com outra pessoa. A palavra “assiste” transmite a ideia de uma verdadeira parceria e cooperação entre dois indivíduos que estão trabalhando juntos para o mesmo fim. Não é a ideia de uma pessoa fazendo uma parte do trabalho e outra pessoa fazendo outra parte. Em vez disso, ela traz consigo a ideia de dois amigos ou parceiros íntimos juntosdando todos os seus recursos em conjunto para resolver um problema, para vencer um obstáculo, derrotar um inimigo, lidar com uma situação difícil ou entender um dilema. Nesse tipo de parceria na oração, você e o Espírito Santo, juntos, alcançarão aquela paz sobrenatural que excede todo entendimento. Ele lhe revelará como pensar, o que dizer e o que fazer a respeito de um assunto. Vamos continuar com Romanos 8:26: “Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza...”. A palavra “fraqueza” é uma palavra grega que descreve pessoas que estão fracas, doentes ou dilapidadas no corpo, na mente ou nas emoções. Frequentemente, ela é usada para descrever aqueles que perderam o senso de bem-estar e força espiritual, muitas vezes sem mesmo saber o motivo. O Espírito Santo revelará suas fraquezas e o ajudará com elas. Algumas coisas são óbvias, mas até os problemas óbvios podem conter algo oculto que somente o Espírito Santo conhece. É por isso que você precisa depender da direção e da orientação do Espírito Santo em todas as coisas, assim como Jesus fazia durante Seu ministério na terra. Por exemplo, o Espírito Santo pode estar advertindo você de um ataque financeiro futuro por parte do inimigo. Ele pode estar tentando lhe dizer qual é a razão pela qual você não foi curado de uma doença para que você possa fazer alguns ajustes e ser curado. Ele pode querer mostrar que você foi dominado por um erro, como um vício ou uma obsessão, e que você precisa ser liberto. Ele pode estar estimulando você a deixar de lado algumas coisas que são pesos em sua vida e que o estão impedindo de cumprir seu destino. Seja o que for que o Espírito Santo esteja revelando, você pode ter certeza de que Ele cumprirá com Sua responsabilidade. Ele ficará ao seu lado e lhe dirá tudo o que você precisa saber para transformar seu problema em vitória! “Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém”. No grego literal, essa última parte significa simplesmente: “Não temos o know-how no que se refere à oração”. Os intercessores mais habilidosos e experimentados são aqueles que, seja qual for a situação, se voltam imediatamente para seu mais íntimo Parceiro e Amigo, o Espírito Santo, e se certificam de que estão no caminho certo na oração. Todos nós ocasionalmente somos confrontados com uma crise ou com uma decisão sobre a qual não sabemos como orar. Isso faz parte da nossa condição humana limitada e é essa “fraqueza” que o Espírito Santo vem para remover. Ele vem para nos dar a habilidade de que precisamos. Ele compensa aquilo que nos falta. “... Porque não sabemos o que havemos de pedir como convém” (ACF). Nessa versão da Bíblia, a expressão “o que” é uma palavra interessante em grego. Ela significa a coisa exata. Não sabemos os pontos, os detalhes ou a verdadeira causa do problema com o qual estamos lidando. Simplesmente não somos capazes de ver todos os fatos ou de ter uma visão abrangente. Mas o Espírito Santo tem uma visão muito precisa e exata. Por exemplo, precisamos da direção e da ajuda divinas para localizar e lidar com todos os detalhes dos dardos inflamados com os quais o inimigo nos bombardeia. Precisamos da mente de Cristo para lidar com eles — e a mente de Cristo é o que recebemos quando confiamos no nosso Parceiro em oração, obedecendo às Suas instruções, dizendo o que Ele diz e fazendo o que Ele faz. Sou muito grato por Deus ter dado ao Espírito Santo essa responsabilidade de nos ajudar a orar, já que cada um de nós é um ser humano imperfeito que possui curvas abruptas e pontos cegos. Sempre que estivermos no escuro, nosso primeiro e principal Parceiro de oração nos revelará tudo o que precisamos saber para o que quer que estejamos passando. 10. O Espírito Santo nos Ajuda a Adorar Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar. — João 16:14 Nesse versículo da Bíblia, Jesus está nos dizendo que uma das responsabilidades do Espírito Santo é glorificá-lo. O Espírito Santo é um Espírito invisível, e o vaso que Ele escolhe para glorificar Jesus através dele é aquele onde Ele vive — você! Como o Espírito Santo cumpre Sua responsabilidade de glorificar Jesus Cristo através de você? Em primeiro lugar, Ele pode curar os enfermos, expulsar demônios e levar as pessoas perdidas ao conhecimento da salvação em Jesus Cristo através de você. Esses atos certamente glorificam a Jesus de uma forma magnífica. Mas quando estamos falando sobre desfrutar a comunhão com o Espírito Santo, chegamos a outra maneira mais íntima e igualmente importante pela qual o Espírito Santo glorifica Jesus através de você: nos atos de louvor e adoração. Lembro-me da primeira reunião de oração carismática da qual participei quando era adolescente, que era realizada na casa de um cristão carismático. Eu não entendi tudo o que aconteceu naquela noite, mas o que me cativou e finalmente me atraiu a continuar com o movimento carismático foi o louvor e a adoração. Durante aquele período de louvor e adoração entre os que estavam cheios do Espírito Santo, experimentei a presença do Senhor mais do que havia experimentado antes. Foi como se Ele estivesse tão perto que eu pudesse sentir Sua respiração no meu rosto e o calor do Seu corpo. Nesse tempo íntimo e pessoal levantando nossas mãos e nossos corações a Deus, fiquei “embriagado” com a presença de Jesus. Quando saí daquela reunião, eu me vi pensando em louvar e adorar o Senhor e em criar melodias em meu coração para Ele. Eu era como uma criança que havia acabado de provar um sorvete pela primeira vez — eu queria mais e mais e mais. Eu queria que cada aspecto de Jesus fosse derramado sobre mim de uma maneira totalmente nova, poderosa e pessoal. Quando olho para trás agora, para aquela experiência, posso ver porque tudo em que eu conseguia pensar e ansiar era por mais de Jesus. Eu estava cheio com o Espírito Santo, e isso é tudo em que Ele pensa e tudo o que Ele anseia! Tudo o que o Espírito Santo quer fazer é magnificar, exaltar, elevar e glorificar Jesus. Essa é uma responsabilidade do Espírito Santo, sempre grandiosa e gloriosa, totalmente agradável aos cristãos que permitem que Ele se mova assim na sua caminhada com Deus. Adorar o Senhor em comunhão com o Espírito Santo é o que torna Jesus Cristo real na vida diária do cristão. Nada mais realiza e satisfaz tão profunda e completamente o espírito e a alma do homem. PENSE NISTO A maior alegria do Espírito Santo é tornar Jesus real para você e revelar cada vez mais da natureza, dos pensamentos e dos desejos de Jesus com relação a você e ao Seu plano e propósito para sua vida. A adoração é a chave para a obra do Espírito Santo de revelar um entendimento mais profundo de Cristo. Como você pode cultivar uma atmosfera de adoração contínua na sua vida diária que facilite para o Espírito de Deus executar essa obra reveladora na Sua capacidade máxima? C CAPÍTULO 14 O CIÚME DO ESPÍRITO SANTO Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes? — Tiago 4:4-5, ACF onsiderando que estamos estudando como desenvolver um relacionamento mais íntimo e pessoal com o Espírito Santo, esses versículos de Tiago 4 são particularmente importantes para nós. Neles, Tiago — inspirado pelo próprio Espírito Santo — realmente acusa um grupo de cristãos de adultério! Essa é uma acusação especialmente forte quando consideramos que ele estava escrevendo a cristãos judeus moralistas. Antes mesmo de se tornarem cristãos, eles nunca haviam sonhado em cometer adultério. Os adúlteros e as adúlteras eram apedrejados até a morte sob a lei judaica. Tiago não poderia ter dito nada mais chocante, mais ofensivo, ou mais ultrajante àqueles cristãos em Jesus Cristo! Para um judeu, nada era mais insultante que isso. Mas como eles eram pessoas moralistas que nunca realmente cometeriamadultério, por que Tiago os chamou de adúlteros e adúlteras? A resposta está no que Tiago disse em seguida: “... Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constituir-se-á inimigo de Deus...”. Aqueles cristãos haviam sido atraídos a um relacionamento impróprio com o mundo. Para chamar a atenção deles e colocar esse ponto tão sério no coração deles, Tiago os chamou de adúlteros e adúlteras. A versão King James menciona tanto “adúlteros quanto adúlteras”. Mas a versão grega do Novo Testamento simplesmente diz “vós, adúlteras”. Mais adiante neste capítulo, eu mostrarei por que isso é importante. A palavra “adultério” tem todo tipo de conotações, como infidelidade, impureza e violação de um compromisso com o casamento, para citar apenas algumas. Normalmente associamos o adultério com um cônjuge que se envolve em um relacionamento sexual fora do casamento. Quando essa traição à aliança de casamento é descoberta, o cônjuge violado sente uma mágoa tão profunda que nada mais no mundo pode ser comparado a ela. Até a morte de um cônjuge pode ser mais fácil de processar que a traição de um cônjuge que cometeu adultério. Sentimentos de rejeição e a mágoa de ser vítima de uma mentira, de ser enganado e traído podem ameaçar consumir emocionalmente uma pessoa nessa situação. Essas são apenas algumas das emoções terrivelmente fortes e dolorosas que o cônjuge sente quando a santidade e a segurança do casamento foram jogadas fora de forma impulsiva pelo adúltero ou pela adúltera. Quando Denise e eu nos casamos, éramos os pastores dos adultos solteiros em uma grande igreja da denominação Batistas do Sul. Desenvolvemos um programa para ajudar os que eram recém-divorciados. Aprendemos que a maioria dessas pessoas se sentia como párias na igreja. Quando abrimos nosso coração para ministrar a elas e fizemos da “vida após o divórcio” uma ênfase bem conhecida do nosso ministério, as pessoas recém-divorciadas nos procuravam vindas de todo lugar. Em um ano, ministramos a aproximadamente oitocentas pessoas que haviam passado por um divórcio. Foi um dos períodos de ministério mais gratificantes, porém mais problemáticos que já vivenciamos. Era gratificante ver pessoas que haviam sido tão rejeitadas e feridas sendo curadas pelo amor de Jesus Cristo. Mas era difícil para Denise e eu ouvirmos com tanta frequência o derramar das emoções agonizantes que aquelas pessoas preciosas estavam passando em resultado de serem traídas por alguém em quem confiavam. Dia após dia, nós nos sentávamos e ouvíamos enquanto cada uma nos falava sobre sua história. Dentre centenas de casos, mais de dois terços deles pareciam idênticos — tão idênticos que se eu quisesse, poderia eventualmente terminar a maioria das histórias deles antes mesmo determinarem de contá-las. Repetidamente, aquelas pessoas queridas e emocionalmente destruídas diziam coisas do tipo: “Simplesmente não sei como ele pôde ter feito isso comigo! Depois de todos aqueles anos sendo fiel a ele, criando nossos filhos com ele, e trabalhando para ajudá-lo enquanto ele estudava — como ele pôde fazer isso comigo? Dediquei minha vida a ele da melhor maneira que pude. Como ele pode me deixar de lado e ir atrás de outra pessoa?”. Ou ouvíamos: “Como ela pôde fazer isso comigo depois de eu ter lhe dado tanto? Eu dei a ela meu amor, minha atenção — eu dei tudo o que eu podia dar! Como ela pôde fazer isso?”. Em praticamente todas as sessões, Denise e eu ouvíamos as pessoas tentando expressar suas emoções intensas. Vez após vez, ouvíamos coisas do tipo: “Sinto-me como se meu coração tivesse sido rasgado e pisoteado!”. Ou ouvíamos: “Sinto-me como se tivesse sido chutada no estômago e todo o ar tivesse sido retirado de mim”. Chegamos à conclusão de que a traição por parte de um cônjuge é possivelmente a pior traição de todas na experiência humana. Nada parece ferir mais, cortar mais fundo, ou durar por mais tempo que esse tipo de trauma emocional. Anteriormente eu disse que explicaria por que o grego diz apenas “adúlteras”, em vez de “adúlteros e adúlteras”. Tiago escreveu seu livro para os membros da Igreja, que é a Noiva de Cristo. De alguma forma que Tiago não descreve, esse grupo de cristãos havia saído do seu relacionamento com Cristo para encontrar realização e companheirismo com outra pessoa ou com outra coisa. Assim, eles haviam sido infiéis ao seu “Esposo”, Jesus Cristo, e haviam se tornado adúlteras. O pecado nos afeta não apenas individualmente, mas também a habitação do Espírito Santo dentro de nós. Ele realmente se sente ferido e triste, como um esposo violado. Quando essa verdade se tornar uma revelação para o nosso coração, ela mudará nossa atitude permissiva com relação ao pecado e fará com que tenhamos vidas mais consagradas para Jesus Cristo. Tiago chamou esses cristãos bons e moralistas de “adúlteras” porque eles procuravam encontrar realização fora do seu casamento com Cristo. Eles estavam entregando suas mentes, seus corações e suas vidas a coisas mundanas. Eles haviam cometido adultério espiritual. O QUE É A AMIZADE COM O MUNDO? A palavra “amizade” vem da palavra phileo. Essa palavra traz consigo a ideia de uma afeição intensa que é desenvolvida entre pessoas que apreciam a companhia umas das outras. Ela descreve o amor entre os membros da família assim como outros relacionamentos humanos. Ela fala de duas ou mais pessoas que se conhecem, que têm afeição umas pelas outras, e que estão ficando mais profundamente envolvidas na vida umas das outras. Geralmente a palavra phileo transmite a ideia de um amigo com quem você deseja ter um relacionamento mais profundo. Em certo sentido, essa atração é tão grande que leva a pessoa a se preocupar com alguém ou com alguma coisa. Ela envolve dar atenção, tempo, devoção e amor a essa pessoa. É isso que a amizade requer se for um relacionamento a ser mantido ao longo dos anos. Esse é exatamente o estado sobre o qual Tiago estava falando quando disse: “Quem quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tiago 4:4). Ele não estava julgando aqueles cristãos por terem gostos dispendiosos, trabalharem em bons empregos, desejarem boas casas ou dirigirem belos carros. A expressão “amigo do mundo” não tinha a ver com possuir coisas; em vez disso, tinha a ver com estar obcecado ou preocupado com as coisas deste mundo. Àqueles a quem Tiago escreveu essa epístola estavam ficando enredados no pensamento, no comportamento e nos bens materiais do mundo. Uma razão pela qual sabemos que eles estavam tendo dificuldades com a tendência ao mundanismo está nos versículos anteriores. Ali, Tiago disse que as orações deles não estavam sendo respondidas porque eles estavam pedindo a Deus as coisas com as motivações erradas. Em vez de desejarem as coisas para poder ajudar aos outros, eles queriam egoisticamente cada vez mais coisas para si mesmos. Tiago lhes disse: “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites” (Tiago 4:3). Aquelas pessoas eram cristãos judeus que haviam sempre vivido vidas santas — mas na época em que isso foi escrito, parece que aqueles cristãos estavam sendo seduzidos pelas coisas do mundo. Esse processo de sedução havia progredido a ponto de eles estarem sendo atraídos para o mundo, de estarem obcecados por ele e preocupados com ele. Essa atração já havia se tornado tão grande que eles haviam entrado em uma amizade com o mundo. Eles haviam saído do seu relacionamento com Cristo para dedicar o coração e a mente deles a outra coisa. Eles haviam cometido adultério espiritual. Tiago não estava ensinando que ter bens que sejam bons é errado. Em vez disso, ele estava nos dizendo que é errado ficar tão obcecado e preocupado com as coisas do mundo a ponto de não ter tempo ou desejo de pensar em nada mais. Flertar com o mundo eventualmente levará a uma conexão não santa com as coisas do mundo. Estar tão envolvido com o modo de vida da sociedade que o cerca a ponto de pensar como ela pensa, agir como ela age e buscar as mesmas coisas que ela busca é adultério espiritualpara com o Senhor Jesus Cristo. Ter bens materiais, status social e assim por diante, na sua mão é uma coisa, mas ter essas coisas no seu coração é outra. Quando as coisas do mundo entram no seu coração e você passa a estar preocupado com elas, você cruzou uma linha muito séria. CONVENCENDO-SE A PECAR Tiago continua dizendo no versículo 4: “... Portanto, quem quiser ser amigo do mundo...”. Quero que você observe especialmente as palavras “quiser ser” nessa frase. Elas foram extraídas da palavra grega boulomai, que significa aconselhar ou decidir. A palavra boulomai poderia descrever uma sessão de aconselhamento ou buscar o conselho de outra pessoa. Usada nesse versículo, a palavra boulomai não descreve um conselheiro ouvindo você e aconselhando-o. Desta vez o conselheiro é você! Você está aconselhando a si mesmo. Isso apresenta uma imagem de um cristão que está sendo seduzido pelo mundo. Em vez de dizer um não firme à impiedade, como Tito 2:12 instrui, ele opta por se aproximar mais do mundo para dar uma olhada mais de perto. Na essência, isso é “flertar” com o pecado, o que eventualmente leva à prática dele. Esse cristão sente a carne sendo atraída pelo mundo. Mesmo sentindo a advertência do Espírito Santo para se retirar da situação e andar em santidade, ele ignora os apelos do Espírito para dar ouvidos à carne. Antes que essa pessoa se dê conta, ela está se convencendo a fazer o que sabe que é errado. Ela pode pensar consigo mesma: Bem, eu provavelmente não deveria, mas apenas um pouco não vai fazer mal... Sei que isso provavelmente entristecerá o Espírito Santo, mas Deus me perdoará... Não posso acreditar que estou fazendo isto, e sei que não deveria. Mas vou fazer somente desta vez... O cristão literalmente se convence (em outras palavras, se “aconselha”) a fazer o que sabe que é errado. Esse é o processo do pecado na alma. Ele é sedutor e enganador. Ele tenta seduzir a alma a deixar de lado as convicções piedosas e a seguir os ditames da carne para ceder aos prazeres carnais que duram apenas por um instante. A TENTAÇÃO DO MUNDANISMO Tiago estava falando a cristãos que haviam se aconselhado a fazer o que eles nunca haviam sonhado em fazer antes. Na essência, ele estava dizendo: “Se vocês se tornaram amigos do mundo, eis a razão: vocês fizeram tantas pequenas exceções para si mesmos que agora o que os incomodava não os incomoda mais. Na verdade, ao longo de certo tempo, vocês se tornaram cristãos mundanos com um pensamento mundano e um comportamento mundano!”. O mundanismo tenta nos envolver com seus braços. Nenhum de nós está isento da sua atração sedutora. Separe um instante para avaliar honestamente a si mesmo. Pense simplesmente nas coisas que você tolera na sua vida hoje e que você nunca teria tolerado há dez anos. • Você assiste a programas de televisão ou a filmes hoje que há dez anos consideraria pecado? • Você é mais permissivo no seu modo de pensar sobre o pecado hoje do que costumava ser? • Existem áreas na sua vida que costumavam estar mais incendiadas de amor por Deus e nas quais você fazia menos concessões anteriormente do que hoje? • Você ora e testemunha tanto quanto costumava fazer? Você deve ser sincero com Deus porque Ele conhece seu verdadeiro estado espiritual de qualquer modo. Você não pode enganá-lo dizendo: “Bem, eis a razão pela qual não obedeci ao Senhor. Eu teria feito o que Tu dissestes, mas...”. Se o Espírito Santo apontou uma área na sua vida na qual você é mundano, simplesmente concorde com Ele e diga: “Sim, Senhor, vejo que tenho sido mundano nessa área. Por favor, perdoa-me e ajuda-me a mudar. Como um ato da minha obediência e fé, eu me comprometo voluntariamente contigo e com a Tua Palavra para que possa ocorrer uma mudança genuína”. Ser honesto com Deus o posicionará corretamente para que Ele então possa trabalhar no seu coração e ajudá-lo. Quando reconhecer sua culpa e admiti-la, você voltará a ser honesto com Deus e poderá crescer novamente. Todos nós poderíamos admitir uma tendência ao mundanismo em alguma área da vida. Mas se não lidarmos com essas áreas como o Espírito Santo nos direcionar, com o tempo nos tornaremos mais conformados com o mundo do que com Jesus Cristo. Ser um amigo do mundo não acontece da noite para o dia. Isso leva tempo. Muito lenta, sedutora e metodicamente nosso modo de pensar, nosso comportamento e nossa percepção da vida pode passar a ficar cada vez mais semelhante ao mundo que a Jesus. Foi isso que Tiago quis dizer com: “Quem quiser ser amigo do mundo...”. Essas palavras “quiser ser” são muito importantes para você e para mim. Elas indicam que nosso pecado é responsabilidade nossa. Não podemos culpar o ambiente, os amigos ou qualquer outra coisa pelo nosso comportamento. Se perdermos o fogo espiritual que deve arder continuamente em nosso coração, podemos ter certeza de que nós nos aconselhamos a acreditar que o pecado é aceitável quando não é. Estamos vivendo o resultado do nosso próprio engano. PENSE NISTO Muitas vezes definimos “mundanismo” pelos vícios óbvios que sabemos que devemos evitar como cristãos. Mas o espírito do mundo pode atuar como um “monóxido de carbono” espiritual — vapores tóxicos invisíveis que permeiam a atmosfera e envenenam os desavisados. Através das várias formas de mídia, das conversas com outras pessoas e assim por diante invariavelmente ouviremos palavras todos os dias que são contrárias ao que Deus diz. Essas palavras muitas vezes trazem consigo o poder da morte que se infiltra em nossa alma através da invasão lenta da concessão. Dedique algum tempo para avaliar como você tem se saído como o atalaia junto às “portas” da sua vida — seus olhos, seus ouvidos e sua boca. Você é aquele que decide o que entra e o que sai. Você tem sido fiel ao seu posto? Você é rápido em dizer “Entrada proibida — não ultrapasse!” a qualquer coisa que possa atraí-lo à amizade com o mundo em detrimento da sua comunhão com o precioso Espírito Santo? E CAPÍTULO 15 O ESPÍRITO SANTO PODE SE ENTRISTECER fésios 4:30 nos diz como todas essas pequenas exceções que fazemos quando nos “aconselhamos” a pecar afetam o Espírito Santo: “E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção”. Se quisermos desenvolver comunhão íntima com o Espírito Santo, a última coisa que queremos fazer é entristecê-lo. A palavra “entristecer” vem da palavra grega lupete. Essa era uma palavra muito especial. Ela era usada para denotar as emoções de um cônjuge traído, semelhante às emoções que descrevi no capítulo anterior. Sentir-se traído, enganado, magoado, ferido, e abusado, tudo isso retrata claramente as emoções de um cônjuge que descobriu que seu(sua) parceiro(a) foi infiel. Agora vemos que a palavra lupete é usada por Paulo em Efésios 4:30 para descrever como afetamos o Espírito Santo que habita dentro de nós quando tendemos para o mundanismo. Paulo não deixa dúvida com relação ao que ele está nos dizendo. Quando deixamos de fazer do nosso relacionamento com o Espírito Santo a prioridade máxima em nossa vida e permitimos que outras coisas tomem o lugar que lhe pertence por direito, isso o fere da mesma maneira que um cônjuge fica ferido quando sabe que seu(sua) parceiro(a) foi infiel. Jesus é Senhor, mas o Espírito Santo é Aquele que vive em nós, nos guia, nos orienta, nos ensina, nos faz lembrar, nos consola, nos sela, nos santifica, nos reveste de poder e trabalha para produzir o caráter de Cristo em nós. O Espírito de Deus foi enviado para revelar a vontade de Deus, que é a mente de Cristo, e para fazer com que andemos na vitória que Jesus conquistou através da Sua morte e ressurreição. O Espírito Santo está aqui por nós. Foi por isso que Ele foi enviado. Assim, quando o ignoramos, fazemos ouvidos moucos para Ele ou desobedecemos consistentemente o que Ele nos impulsiona a fazer, tudo isso o entristece. Mas vamos ser mais específicos quanto ao que entristece o Espírito Santo. Nos versículos que estão ao redor de Efésios 4:30, Paulo deu os seguintes exemplos:• Mentir (v. 25). • Deixar o sol se pôr sobre a sua ira (v. 26). • Dar lugar ao diabo (v. 27). • Roubar (v. 28). • Permitir que palavras torpes saiam da sua boca (v. 28). • Não deixar de lado toda amargura, cólera, ira, gritaria, blasfêmias e malícia (v. 31). Todos esses são atos carnais que entristecem o Espírito Santo. E é importante lembrar que Paulo estava falando a cristãos quando escreveu esses versículos. Infelizmente, isso significa que os cristãos estavam cometendo esses pecados! Aqueles “templos do Espírito Santo” estavam mentindo, se apegando ao rancor e à cólera; dando lugar ao diabo, roubando, blasfemando uns para os outros e uns contra os outros; dando lugar à amargura em seus corações e se permitindo ficarem irados e serem maliciosos uns com os outros. Não é de admirar que o Espírito Santo estivesse entristecido! Ele havia vindo para gerar santidade nos cristãos de Éfeso, mas o mundanismo estava dominando a vida deles, e eles o estavam apagando. Ele estava sendo excluído de forma muito semelhante a um cônjuge que havia sido traído. O fato de Paulo ter usado a palavra “entristecer” nos diz que o Espírito Santo se sentiu ferido com o comportamento e as atitudes erradas de certos cristãos na igreja de Éfeso. Ele se sentiu como um cônjuge que estava sendo arrastado pela lama por um parceiro infiel. Depois de tudo o que Ele havia feito na vida desses crentes para ajudá-los a crescer e tornarem-se mais semelhantes a Jesus, como eles podiam agora colocar o Espírito Santo de lado e ceder à sua carne dessa maneira? Precisamos pensar antes de falar e de agir. Precisamos lembrar que alguém vive dentro de nós, cujo nome é o Espírito Santo. A razão pela qual Ele é chamado de Espírito Santo é porque Ele é santo. Romanos 1:4 o chama de “o espírito da santidade”. É isso que Ele é, e isso é o que Ele veio para gerar em nossa vida. Você nunca pensaria em jogar lama e lixo sobre uma linda catedral. Sua consciência não suportaria a culpa de saber que você havia profanado o prédio de uma igreja finamente decorada. Mas você vale muito mais que essa catedral! O Espírito Santo não vive em prédios. Ele vive em você. Apesar disso, jogamos lama e lixo na nossa vida o tempo todo, sem pensar em como isso deve entristecer o Espírito de santidade que vive dentro de nós. Nós o arrastamos pela lama da nossa vida toda vez que pecamos — principalmente quando fazemos isso deliberadamente. É claro que a tristeza que o Espírito Santo sente quando pecamos não exclui Sua ternura quando nos arrependemos do comportamento errado. O Espírito Santo vem depressa em nosso socorro quando estamos verdadeiramente arrependidos para nos restaurar ao nosso lugar de íntima comunhão com o Senhor. De acordo com Efésios 4, os pecados que os cristãos acham mais difíceis de resistir não são geralmente os pecados mais óbvios como a embriaguez ou a impureza sexual. Os pecados com os quais temos de lidar com mais frequência são as atitudes internas erradas que todos nós podemos tender a abrigar, como a falta de perdão, a amargura, o ressentimento, a ira ou a malícia. Não deveríamos permitir que essas atitudes permaneçam em nós por nenhuma razão uma vez que elas entristecem o Espírito Santo. Mas, além disso, essas atitudes também podem dar ao inimigo uma base de apoio para ter acesso a nossa vida, nos deixando mais suscetíveis a sermos tentados por esses pecados “externos” que acabamos de mencionar (ver Hebreus 12:15- 16). Na próxima vez que você for tentado a abrigar ressentimento no seu coração por alguém, faça esta pergunta a si mesmo: “Se eu mantiver esta atitude, vou entristecer o Espírito Santo que está na minha vida?”. Se simplesmente ficarmos mais conscientes da presença do Espírito Santo habitando dentro de nós, isso nos fará refletir constantemente sobre nossa maneira de pensar e viver. Isso definitivamente nos ajudará a pensar antes de falar e agir. Lembre-se, o Espírito Santo vive dentro de você. O que você faz na sua vida hoje, você faz a Ele também. Aonde você vai hoje, você o leva com você. Se você vai assistir a um filme duvidoso, Ele vai com você. Se você opta por pecar, você o está arrastando com você a esse ato desprezível. Você quer realmente entristecer o Espírito Santo? É claro que não! O Espírito Santo vive dentro de você e merece sua máxima reverência e respeito. UM CRISTÃO PODE SE TORNAR UM INIMIGO DE DEUS? Viver como um cristão mundano é coisa séria! É por isso que Tiago 4:4 diz: “Qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”. Observe a palavra “constitui-se”. Ela é a palavra kathistemi, que significa constituir ou tornar. Os cristãos que optam por tomar um caminho mundano se colocam em oposição ao caminho piedoso que Deus deseja para eles. Em resultado da própria escolha, eles se tornaram ou se constituíram inimigos de Deus. A palavra “inimigo” em Tiago 4:4 vem da palavra grega echtros, que descreve uma atitude extremamente oposta ao amor e à amizade. Ao passo que amor e amizade significam cordialidade, compromisso e relacionamento, a palavra echtros significa hostilidade extrema, desrespeito intenso e ódio absoluto. Tiago estava nos dizendo: “Se vocês escolherem a cordialidade e a amizade com o mundo, isso os colocará em oposição direta a Deus”. Esse não é um bom lugar para se estar. Romanos 8:31 declara: “... Se Deus é por nós, quem será contra nós?”. Do mesmo modo, se Deus é contra nós, quem pode ser por nós? Se Deus está contra nós, estamos “acabados” nas próprias buscas e podemos contar com o fato de que a frustração está no nosso futuro. Entretanto, se escolhermos a amizade com Deus, nós nos colocamos em oposição direta à amizade com o mundo. Essa oposição é tão forte que nos torna inimigos do mundo. E lembre-se, a palavra “inimigo” traz consigo a ideia de ódio. Em outras palavras, o mundo — seu sistema e sua maneira de pensar e de se comportar — nos odeia pela nossa amizade com Deus. Jesus usou a palavra “odiar” quando disse: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom” (Mateus 6:24, ACF). De acordo com Jesus, é impossível que nós, como cristãos, entreguemos nosso coração simultaneamente a dois senhores. Precisamos escolher a quem vamos servir: a Deus ou a Mamom. Mamom era uma expressão usada pela comunidade judaica daquela época para expressar a ideia de mundanismo. A palavra “servir” vem da palavra doulos. É de onde tiramos a palavra para um servo ou escravo. Essa palavra era usada para denotar um servo que havia se entregado inteiramente a outra pessoa ou coisa. Essa pessoa era um escravo para toda a vida. Esse escravo servia a alguma coisa ou a alguém com quase toda a sua atenção, todo o seu tempo e toda a sua energia. Em outras palavras, esse escravo fornecia ao seu senhor cada desejo, cada vontade ou cada exigência. Ele estava ali para ajudar, assistir e cumprir os desejos e as necessidades do seu senhor e não tinha tempo para nada mais. Quando você compra um carro, uma máquina de lavar, ou mesmo uma casa, eles precisam dos seus cuidados para ser mantidos em operação. Essas coisas funcionarão por algum tempo sem a sua atenção, mas, com o tempo, você precisará dar a atenção a eles a fim de mantê-los em bom estado operacional. Se você possui uma casa, você sabe que uma casa exige seu tempo, sua atenção, sua energia e seu dinheiro. Do mesmo modo, se você quer que sua caminhada espiritual com Deus permaneça em bom estado de funcionamento, isso não acontecerá por acaso. Isso exigirá esforço e tempo. Quando Jesus disse: “Não podeis servir a Deus e a Mamom”, Ele estava nos dando essa importante verdade. Tanto Deus quanto Mamom vão exigir um investimento do seu tempo, da sua energia e do seu dinheiro de todo o coração. Não há o suficiente de você para servir a Deus e ao mundanismo na sua vida. Por conseguinte, você precisa escolher a quem vai servir. Servir a Deus significa passar tempo com Ele, aprender a conhecer Sua voz e desenvolverum padrão de obediência na sua caminhada diária. Isso exigirá que você sirva a Deus com toda a sua vida por todos os seus dias — mesmo enquanto você está ocupado com a família, o trabalho ou a carreira e com os assuntos da vida diária. Viver para Deus exigirá sua máxima atenção. Uma vida vivida para Ele precisa ser servida continuamente com oração, obediência, arrependimento e adoração. Eis a boa notícia: Jesus prometeu que se falássemos com Ele primeiro, Ele garantiria que tudo o que precisássemos no aspecto material nos seria acrescentado (ver Mateus 6:33). Isso é vida sobrenatural! Servir a Mamom (o mundo) significa dar toda a sua atenção à busca por coisas materiais. Se você for bem-sucedido de acordo com os padrões do mundo, não terá espaço para mais nada em sua vida. Você certamente não terá tempo para ler a Palavra de Deus, orar e dedicar tempo apenas para adorar e estar diante do Senhor. Servir a Mamom exigirá todo o seu tempo, atenção, energia e dinheiro. Foi por isso que Jesus disse que devemos ser fiéis a um senhor e amar um senhor, e devemos odiar e desprezar o outro. E se algum dia cairmos na armadilha de amar o senhor errado por algum tempo, precisamos nos arrepender — mudar — e começar a servir a Jesus de todo o coração mais uma vez! A QUEM VOCÊ SERVE? Deixe-me fazer algumas perguntas: a que você está servindo na sua vida agora? O que exige mais do seu tempo e da sua atenção? Você pode dizer verdadeiramente que está dando a Deus sua máxima atenção e que a prioridade máxima da sua vida é servir a Ele e obedecer-lhe? Ou você deve admitir que as buscas mundanas, os bens mundanos e o sucesso no mundo corporativo consomem demais da sua atenção e das suas energias? Se você está obcecado por Deus, essas outras coisas têm um lugar inferior a Ele na sua lista de prioridades. Mas se você está obcecado pela amizade com o mundo, as coisas materiais dominarão a paisagem da sua mente. Simplesmente pare e pergunte a si mesmo: Em que eu penso mais do que qualquer outra coisa na vida? Sua resposta provavelmente lhe dirá a quem você está servindo com seu tempo e seus talentos. Deus se oporá ao cristão que está fora da vida que Ele planejou para ele. É por isso que Tiago 4:6 diz: “... Deus resiste aos soberbos...”. A palavra “resiste” é a palavra grega antisteste de anthistemi, e ela significa ficar contra, se opor ou tomar uma posição contra outra pessoa. Um cristão que escolheu seguir o próprio caminho escolheu tomar uma posição contra Deus. Se esse cristão não se arrepender e voltar para onde Deus quer que ele esteja, Deus se oporá a ele e tomará posição contra ele. Esse cristão pode repreender o poder do diabo o dia inteiro, mas isso de nada valerá. O problema dessa pessoa não é o diabo. O problema é que ela virou as costas para Deus e para o plano dele em sua vida. Não consigo imaginar nada pior que um cristão a quem Deus está fazendo oposição. As coisas simplesmente não parecem dar certo ou sair como deveriam. O caminho do mundanismo é um caminho duro para um cristão trilhar. Se Deus está contra nós, nossos planos fracassarão, nossos sonhos afundarão e nada na vida terá êxito. Frustração, preocupação, ansiedade e sentimentos de fracasso são apenas algumas das emoções negativas que experimentaremos se Deus estiver bloqueando nosso caminho. Essa resistência da parte de Deus, por mais terrível que possa parecer, é um ato da Sua graça. Bloqueando nosso caminho e resistindo às nossas escolhas, o precioso Espírito Santo de Deus se esforça para nos trazer a um ponto de doce quebrantamento no qual o pecado seja confessado e a comunhão com Ele seja restaurada. PENSE NISTO Desde o momento em que você recebeu Jesus como seu Senhor e Salvador e o Espírito Santo se mudou como Residente permanente no seu homem interior, Ele tem sido seu Companheiro constante. Ele tem sido uma testemunha íntima de cada ato seu, de cada palavra sua e de cada pensamento seu. Quanto mais consciente você está da presença contínua do Espírito Santo na sua vida, mais seu desejo de nunca o entristecer aumentará — e mais fácil se tornará para você se render a Sua instrução e reconhecer o que Ele está dizendo no seu coração. O que você pode fazer para cultivar uma consciência crescente da presença do Espírito Santo dentro de você? Como você pode ter acesso efetivamente à Sua assistência que está continuamente disponível a você em todas as áreas da sua vida? CAPÍTULO 16 UM INQUILINO PERMANENTE “Ou supondes que em vão afirma a Escritura: É com ciúme que por nós anseia o Espírito, que ele fez habitar em nós?” (Tiago 4:5). Esse versículo explica por que Deus reage tão fortemente aos cristãos que se envolvem no mundanismo em vez de se envolverem com o Espírito Santo. Estou convencido de que é a falta de entendimento que permite que os cristãos façam as coisas erradas que fazem. Se eles tivessem uma amizade íntima com Aquele que vive dentro deles e entendessem verdadeiramente Sua natureza santa, eles não seriam capazes de tolerar feri-lo ou entristecê-lo. É por isso que precisamos de mais ensinamentos sobre a Pessoa e a obra do Espírito Santo! Entender a obra interna do Espírito Santo em nossa vida é crucial para sermos salvos, santificados e revestidos de poder para o serviço diário. Como podemos pensar no poder de Deus sem este fundamento básico estabelecido adequadamente? Esse conhecimento fundamental não é opcional — ele é uma necessidade. A luz da verdade dessa presença do Espírito Santo habitando dentro de nós, vamos ver o que Tiago quis dizer quando escreveu: “Ou supondes que em vão afirma a Escritura: É com ciúme que por nós anseia o Espírito, que ele fez habitar em nós?”. Há três palavras-chave que precisamos considerar neste versículo: 1) “habitar”; 2) “anseia” e 3) “ciúme”. Primeiramente, vamos ver a palavra “habitar”. No Capítulo 10, vimos que o Espírito Santo vem habitar em nós no nosso novo nascimento. Ele não vem apenas para uma visita — Ele vem para ser um Inquilino permanente. A palavra “habitar” usada em João 14:17, que discutimos anteriormente, é meno, que significa habitar ou morar permanentemente. Mas em Tiago 4:5, a palavra habitar foi extraída da palavra grega katoikizo. Essa palavra é composta pelas palavras kata e oikos. A palavra kata significa de acordo com, e oikos é a palavra grega para casa. Quando unidas, a nova palavra significa fixar residência ou habitar em uma casa. Essa palavra traz consigo a ideia de residir permanentemente. Em outras palavras, essa palavra nunca descreveria um alguém que está de passagem ou que veio apenas para morar temporariamente em um lugar. Ela retrata a imagem de uma pessoa que nasceu e foi criada e que se casou, trabalhou, teve filhos, se aposentou, morreu e foi enterrada na mesma cidade. Essa pessoa nunca quis se mudar e viver em outro lugar. Aquele lugar havia sido seu lar, e ela queria que ele continuasse sendo seu lar por toda a vida. Em outras palavras, quando o Espírito Santo veio morar dentro de você, não foi por um breve período de tempo. Ele veio para ficar. Daquele momento em diante, Ele fez do seu coração o Seu lar. Ele, por assim dizer, pendurou Seus quadros nas paredes do seu coração, colocou os tapetes no chão, mudou os móveis para dentro e se instalou em uma grande e confortável cadeira. Ele não tem nenhuma intenção de sair para morar em outro lugar. O Espírito Santo veio para ser um Inquilino permanente no seu coração. Seu coração não é um hotel onde Ele vai passar as férias. Seu coração é o lar dele. Ele é Aquele que mora dentro de você e nunca sai. UMA CATEDRAL PARA O ESPÍRITO No sentido figurado, eu disse que o Espírito Santo veio pendurar quadros na parede do seu coração, colocar tapetes no chão e se instalar em uma cadeira confortável. Mas Ele fez muito mais. No novo nascimento, Ele pegou nosso espírito, que estava morto em transgressões e pecados, e o elevou a uma nova vida, recriando-o para se tornar o maravilhoso templo de Deus. Obviamente, o que o Espírito Santo realizou na sua salvação não foi apenas um trabalhode decoração. Ele criou um lugar de habitação dentro de você tão maravilhoso e tão incrível que o próprio Deus — na Pessoa do Espírito Santo — dispôs-se a fazer dele o Seu lar. Paulo se referiu a essa obra miraculosa quando escreveu: “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (1 Coríntios 6:19-20. ACF). A palavra “templo” nessa passagem foi extraída da palavra naos, que sempre descreve um santuário altamente decorado. A palavra “santuário” retrata a imagem de uma linda catedral que possui tetos altos abobadados, colunas de mármore, assoalhos de granito, obras esculpidas em madeira revestidas de ouro e prata, lustres de cristal, castiçais de prata e incenso queimando diante do altar. Criado como um Batista do Sul, eu estava acostumado ao interior de uma igreja batista. Tínhamos bancos, um batistério, um belo tapete e um pesado púlpito de carvalho. Esse era o nosso estilo de decoração na igreja. Ele era bonito, porém moderado e simples. Na primeira vez que entrei em uma catedral, quase desmaiei. Eu era apenas um garotinho quando participei do casamento de meu tio em uma grande igreja católica da nossa cidade. Lembro-me de entrar pelo corredor daquela igreja, simplesmente maravilhado com a altura dos tetos e com a beleza das estátuas e pinturas. Nas minhas jornadas de uma extremidade à outra da antiga União Soviética, muitas vezes paro para ver os grandes prédios da igreja ortodoxa russa. A arte da arquitetura, o mármore incrustado, as pinturas, os ícones, o ouro, a prata e as pedras preciosas — tudo o que vejo é tão belo que não posso sequer imaginar o nível de talento exigido para criar essas coisas. Alguns desses prédios são quase inacreditáveis em termos de tamanho, beleza e intensidade de esplendor. Dizer que eles são espetaculares é subestimar sua beleza. Foi exatamente isso que Paulo quis dizer com sermos templos do Espírito Santo. É caloroso e aconchegante pensar no Espírito Santo sentindo-se à vontade na nossa casa espiritual. Pessoalmente gosto de meditar na sensação de permanência que resulta de sabermos que o Espírito Santo se sente em casa dentro de nós. Mas porque Paulo usou a palavra naos (“templo”) em 1 Coríntios 6:19 para nos descrever, ele estava pintando uma imagem muito diferente da imagem de uma casa calorosa e aconchegante. O Espírito Santo fez o milagre por excelência quando veio habitar em nosso coração. Ele tomou nosso espírito, que estava morto em transgressões e pecados (ver Efésios 2:1) e nos deu vida juntamente com Cristo (ver Efésios 2:5). Naquele momento milagroso, Ele criou nosso espírito para ser semelhante a Deus em justiça e verdadeira santidade (ver Efésios 4:24). Essa obra dentro de nós foi tão gloriosa e perfeita que, quando foi concluída, o Pai declarou que éramos feitura dele, criados em Cristo Jesus (ver Efésios 2:10). Do começo ao fim, fomos tomados por Ele, regenerados por Ele, e moldados e adaptados por Ele para sermos o templo do Espírito de Deus. Isso faz da salvação o maior milagre de todos. A mudança na nossa natureza espiritual anteriormente morta é verdadeiramente milagrosa. O Pai ressuscitou nossa natureza e a encheu de glória, poder, revelação, santidade, esplendor, justiça; encheu-nos também do fruto do Espírito, dos dons do Espírito e da vida e do caráter de Cristo. Ele adornou nosso homem interior de maneira extravagante até que, espiritualmente falando, nos tornamos um santuário valiosíssimo para a glória de Deus. Interiormente somos tão linda e magnificamente criados que o Deus Todo- Poderoso, através do Seu Espírito, dispôs-se a fixar residência permanente dentro de nós. Que tipo de lar você acha que Deus exigiria? Um casebre surrado feito de terra e paus? Não! Ele construiu para Si mesmo um tempo extravagante dentro do nosso coração. O QUE VOCÊ VÊ NÃO É O QUE VOCÊ TEM! Muitos de nós temos uma autoimagem negativa. Nós nos vemos como casebres indignos feitos de lama e paus. Certamente não nos vemos como santuários do Espírito Santo altamente decorados. E, naturalmente, somos bastante fracos como seres humanos. Paulo também estava consciente disso. Foi por isso que ele escreveu: “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós” (2 Coríntios 4:7, ACF). Paulo usou várias palavras-chave nesse texto. Primeiramente, ele disse: “Temos, porém...”. A palavra grega usada aqui para “temos” é echomen, e ela também pode ser traduzida por “contemos” ou “possuímos”. Isso concorda com a expressão “vasos de barros” que é a palavra grega ostrakinos, que descreve potes de cerâmica pequenos, baratos e facilmente quebráveis. Esse tipo específico de vasos de cerâmica era considerado fraco, frágil e de valor irrisório. Mas usando a palavra echomen ligada com ostrakinos, Paulo estava fazendo uma afirmação forte com relação à nossa verdadeira condição espiritual. Ele afirmou que nós contemos, incluímos ou possuímos uma espécie de tesouro em vasos que são pequenos, baratos, facilmente quebráveis e sem nenhum valor real. Foi assim que ele descreveu nosso corpo físico. Paulo estava certo. O corpo humano é frágil. Uma dieta errada pode matá- lo; trabalhar demais pode quebrá-lo; pressão demais pode danificá-lo. E mesmo depois de cuidarmos carinhosamente dele por toda a nossa vida, ele ainda morre. As maiores mentes, os inventores mais criativos, os intelectos mais elevados, os escritores mais interessantes e os políticos mais talentosos, todos eles morrem. Eventualmente o corpo humano se quebra sob o estresse da idade, e o vaso que carregava um talento e um potencial tão incrível é reduzido ao pó irreconhecível, totalmente destituído de valor. Alguns vasos humanos quebram mais cedo, outros duram mais, mas eventualmente todos eles se quebram, todos eles desabam e todos eles voltam ao pó. Eis a parte incrível: esses nossos “vasos de barro” contêm ou possuem algo que Paulo chamou de tesouro. A palavra “tesouro” é a palavra thesauros. Ela descreve um tesouro tão rico e tão imenso que jamais poderia ser gasto. Esse seria o maior sonho de um caçador de tesouros, porque a nós também foi dado o mapa do tesouro! Como sempre, o “X” marca o local do tesouro escondido, e desta vez a Bíblia escreveu o “X” em nós. Somos o local escondido de Deus para indicar o tesouro secreto. A partir da aparência natural, podemos parecer fracos, frágeis e destituídos de verdadeiro valor. Certamente não parecemos ser um lugar onde Deus esconderia Seu maior tesouro. Mas Paulo escreveu esse versículo quase com uma sensação de assombro: “Temos este tesouro imenso, incrivelmente rico, inesgotável nesse corpo humano que é tão facilmente quebrado e gasto!”. Se você fosse Deus e tivesse um tesouro tão infinitamente grandioso, você o colocaria dentro de alguma coisa tão pouco confiável quanto seu corpo físico? Você provavelmente teria de dizer não. Mas foi isso que Deus fez — e isso é parte do milagre da salvação. O que vemos com nossos olhos naturais é uma demonstração da humanidade fraca. Mas contido no nosso corpo carnal, de curta duração, está o mesmo poder que criou o universo e ressuscitou Jesus dentre os mortos! O Espírito Santo nos recriou em Cristo Jesus, transformando nosso espírito anteriormente morto em um templo tão maravilhoso que Ele se dispôs a habitar nele permanentemente como o maior tesouro de Deus dado à humanidade. O Espírito Santo colocou todas as Suas energias e investiu todas as riquezas do céu em nós para fazer um lugar de habitação digno para o próprio Deus. Ele nos chamou, nos selou, nos santificou e nos encheu com Sua santidade. Dentro do nosso espírito humano, somos o santuário do Deus Todo-Poderoso altamente decorado. Assim, depois de todo esse esforço divino gerado pelo Seu amor incondicional, você acha que o Espírito Santo vai simplesmente ir embora e deixar Seu investimentopara trás? Eu lhe garanto que não! Foi por isso que Paulo seguiu em frente advertindo os cristãos de Corinto dizendo: “Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo... e no vosso espírito” (1 Coríntios 6:20, ACF). Nas versões mais antigas desse versículo em grego, Paulo os advertiu a glorificarem a Deus no corpo e não no corpo e no espírito. Isso porque o corpo é a questão nesse versículo, e não o espírito do homem. Nosso homem espiritual é habitado pelo Espírito Santo. Nosso problema não é com o espírito humano, onde o Espírito Santo habita. Nosso problema diz respeito ao que fazemos com nosso corpo, que abriga nosso espírito humano recriado. Estamos sendo terrivelmente hipócritas quando servimos como o templo do Espírito Santo que habita dentro de nós e nos adorna interiormente com Sua glória e Seu poder, mas exteriormente nos misturamos com o mundo através dos nossos sentidos físicos e da nossa vida mental. Quando Paulo escreveu aos cristãos de Corinto sobre glutonaria, imoralidade sexual e mundanismo, ele lhes disse: “Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo? E eu, porventura, tomaria os membros de Cristo e os faria membros de meretriz? Absolutamente, não. Ou não sabeis que o homem que se une à prostituta forma um só corpo com ela? Porque, como se diz, serão os dois uma só carne. Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele” (1 Coríntios 6:15-17). Então ele concluiu com a afirmação que estávamos examinando: “... Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo...” (v. 20). O versículo 20 expressa o propósito que deve motivar cada pensamento, cada palavra, e cada ato na sua caminhada com Deus nesta terra: você deve glorificá-lo. Como se pode ver, uma vez que você entregou sua vida a Jesus Cristo e pediu a Ele para ser o Senhor da sua vida, Ele fez o que você pediu. Ele enviou Seu Espírito para criar você de novo e para morar no seu coração. Agora você não é mais seu. Paulo disse que você foi “comprado por um preço”. Jesus comprou você com o próprio sangue precioso. Agora você pertence a Ele — espírito, alma e corpo. É por isso que o Espírito Santo se entristece tanto quando voltamos para o mundo ou adotamos uma atitude mundana que começa a governar nossos pensamentos, nossas palavras e nossos atos. Nós o arrastamos para o meio de uma situação ímpia e nos tornamos ofensivos à santidade de Deus. Sempre que misturamos nosso corpo e nossa mente com o mundo, Paulo diz que é o mesmo que pegarmos os membros de Cristo e uni-los a uma prostituta. Imagine uma esposa dizendo a seu marido: “Amo você, e quero ficar casada com você para sempre. Mas tenho autoridade sobre meu corpo, sobre minha vontade e minhas emoções, e quero ter um caso com outro homem”. Para cristãos em Jesus Cristo essa atitude é completamente inaceitável! Como uma esposa ousa violar seus votos de casamento de uma maneira tão detestável e contaminar a aliança com seu marido? E o mesmo acontece se o cônjuge que tiver a atitude ímpia for o marido! Mas é isso que os cristãos costumam fazer ao Senhor Jesus Cristo. Eles declaram seus votos e entrega e obediência a Ele no momento em que o chamam de Senhor. Então, em algum momento da sua caminhada com Jesus, eles violam a aliança com Ele voltando a se unir com o espírito do mundo. E você? O Espírito Santo vai aonde você vai e vê o que você vê. Você o está levando a lugares aos quais Ele jamais o levaria? Quando entendermos que o Espírito Santo vive em nós, isso mudará nossa maneira de vermos a nós mesmos e a maneira como agimos na vida. Isso mudará nossa maneira de pensar, falar e de nos comportar. Que honra ser o lugar da habitação do Espírito Santo! Simplesmente pare e pense nisso mais uma vez — o Deus Todo-Poderoso preparou para Si mesmo um lar no seu coração! Que honra maior pode haver do que essa? Se você precisa de um impulso na sua autoimagem, pare e medite nesse fato. Todas as riquezas e tesouros de Jesus Cristo habitam permanentemente dentro de você (ver Colossenses 2:3). Precisamos lembrar que somos membros de Cristo e que o que fazemos a nós mesmos, fazemos a Ele também. Ele habita dentro de nós através da Pessoa do Espírito Santo. Precisamos aprender a honrar e a respeitar a presença de Deus em nossa vida. PENSE NISTO Você é um portador da presença do Espírito Santo, e a sua principal atribuição nesta vida é aprender a se render à direção dele em todas as situações. Aonde quer que vá você leva o tesouro da Sua glória, e Ele deseja manifestar essa glória através de você. Dedique tempo para revisar sua última semana. Percorra toda a série de motivos que fizeram com que você fizesse o que fez e dissesse o que disse. Se houve alguma motivação errada, arrependa-se e livre-se dela. Depois avalie as coisas que você disse e fez com as motivações certas e observe o fio que liga tudo isso — glorificar Jesus. Sempre que você encontrar aquele desejo puro de glorificar a Deus, alimente-o intensificando sua comunhão com o Espírito Santo. Ele é a origem desse desejo no coração, assim como o Facilitador que garante sua realização. N CAPÍTULO 17 O AMANTE DIVINO o último capítulo, vimos a palavra “habitar” em Tiago 4:5: “... É com ciúme que por nós anseia o Espírito, que ele fez habitar em nós...”. A próxima palavra que precisamos considerar é a palavra “anseia”. A tradução em inglês usa a palavra “lust” (desejo), a qual tem uma conotação muito negativa na nossa mente. Pensamos nela como um desejo sexual, por exemplo, algo que precisa ser erradicado da nossa vida. Pensamos em uma forma de desejo mesquinho, como um desejo excessivo por bens materiais. Referindo-se a uma forma de luxúria, é algo que não queremos confessar orgulhosamente como parte da nossa vida. Queremos nos livrar. Mas Tiago escreveu que o Espírito Santo tem uma espécie de desejo ou anseio! Por ser Ele o Espírito de santidade (ver Romanos 1:4), o desejo do Espírito Santo deve ser um tipo de desejo saudável e santo. Esse ponto sobre o desejo do Espírito Santo é tão importante que devemos parar e ver exatamente o que Tiago está nos dizendo aqui. A palavra “anseia” foi extraída da palavra grega epipothei, que é composta por duas palavras gregas, epi e pothei. A palavra epi significa “para” e a palavra pothei significa um desenho ou anseio intenso. Quando essas duas palavras são unidas como as encontramos em Tiago 4:5, a nova palavra resultante descreve um anseio intenso, além do normal, e excessivo. Geralmente essa palavra é usada para indicar algo que é moralmente errado ou pecaminoso. Por exemplo, essa palavra poderia ser usada adequadamente para retratar um viciado em drogas. Todos os dias o viciado precisa de uma nova dose de drogas para levá-lo até o dia seguinte. Quando a última dose se esgota e seu corpo está clamando desesperadamente por uma nova infusão de elementos químicos, ele está praticamente encurvado pela dor — ansiando, se angustiando e clamando pela próxima “dose”. Tudo nele está focado para conseguir essa substância. Ele está consumido pela necessidade de mais. A palavra epipothei poderia ser descrita por esse tipo de anseio. Por que Tiago usaria essa palavra para descrever o Espírito Santo? O Espírito Santo realmente sente desejo? Sim, mas é um tipo positivo de desejo! A palavra grega para “anseia” nesse versículo pode querer dizer: “O Espírito que habita em nós tem um anseio intenso, excessivo, além do normal...”. Então, o que esse versículo quer dizer? Pelo que o Espírito Santo está ansiando tão apaixonadamente? O que o Espírito Santo deseja possuir tão intensamente? VOCÊ É O ALVO DO AMOR E DO AFETO DO ESPÍRITO SANTO Depois de tudo o que o Espírito Santo fez em nós, não deveria ser um grande choque descobrir que o Espírito Santo é apaixonado por nós. O fato de Ele ver nossa mistura e nosso envolvimento com o mundo como adultério deveria nos alertar para o amor e o afeto intensos que Ele tem por nós. O Espírito Santo foi enviado para ser nosso Ajudador e Consolador. Embora Ele faça muitas outras coisas, Sua função primordialé nos ajudar a receber Jesus Cristo, nos ajudar a crescer como cristãos, nos ajudar a testemunhar, nos ajudar a adorar, nos ajudar a entender a Palavra de Deus e assim por diante. O Espírito Santo é Aquele que habita em nós, que nos sela, que nos santifica, Ele é nosso Poder e a Fonte da nossa nova vida em Cristo. Sua obra, Sua atenção, Seus dons, Seu poder e Sua Palavra, tudo isso é direcionado a nós. Nós somos o alvo do Seu amor e do Seu afeto. Como um Amante divino que vive dentro de nós, o amor e o afeto do Espírito Santo estão voltados exclusivamente para nós. Ele anseia apaixonadamente por cumprir com Sua responsabilidade perante o Pai de nos ajudar, nos ensinar, nos guiar e nos revestir de poder. Tiago usou a palavra epipothei para descrever o desejo intenso do Espírito Santo de nos possuir e de nos encher. A palavra epipothei significa enfaticamente que o Espírito Santo deseja cada vez mais de nós. No que se refere a você e a mim, Ele nunca se satisfaz. Tenho andado com Deus desde que eu era garoto. Ao longo dos anos, aprendi uma verdade muito importante sobre meu relacionamento com Ele: não importa o quanto eu me entregue ao Seu poder santificador hoje, amanhã Ele vai estar me pedindo para entregar mais. A cada segundo, a cada minuto, a cada hora, a cada dia, a cada semana e a cada ano que passa, meus olhos são iluminados para novas áreas da minha vida que nunca foram entregues e Ele me pede para entregar essas áreas ao Seu controle. Durante o apelo quando fui salvo, a congregação estava cantando “Tudo Entregarei”. Desde aquela época, entrei em uma jornada de entregar tudo à medida que o Espírito Santo me convence e me mostra áreas que nunca entreguei completamente. Eu chamei Jesus de “Senhor” quando era um menino, há muitos anos, mas ainda estou aprendendo a aceitar Seu senhorio em várias áreas da minha vida. Não importa o quanto eu pense que entreguei ou o quanto eu pense que estou rendido, há sempre algo mais a entregar e mais que Ele deseja possuir da minha vida. Do mesmo modo, o Espírito Santo deseja possuir você — por inteiro. Esse desejo é tão intenso que comparado ao desejo humano natural ele parece quase excessivo. Ele está focado em transformar você, em revesti-lo de poder, em conformar você à imagem de Jesus Cristo, e em ajudar você a cumprir o plano de Deus para sua vida. O impressionante é que o Espírito Santo está em mim e está pensando em mim, e Ele está em você e está pensando em você ao mesmo tempo. Ele se concentra em cada um de nós como se cada um de nós fôssemos Seu único foco. Ele está sempre à procura de maneiras de nos ajudar na nossa jornada espiritual. Os cristãos judeus a quem Tiago escrevia estavam obcecados pelo desejo por bens mundanos. E o Espírito Santo estava obcecado pelo desejo ardente, forte e apaixonado de encher aqueles cristãos judeus com Seu amor e Sua afeição. É por isso que era tão doloroso para o Espírito de Deus quando eles o deixavam de lado e mantinham sua atenção em outras coisas. BONDADE E GRAÇA DURADOURAS Embora o Espírito Santo possa se entristecer, Ele não se ofende nem se fere facilmente, Ele não é tão frágil assim. O Espírito Santo conhece nossa estrutura e sabe que somos pó (ver Salmos 103:14). Sua misericórdia é grande para com aqueles que o temem (ver Salmos 103:11). Como um pai tem compaixão dos seus filhos, assim o Senhor tem compaixão daqueles que o temem (ver Salmos 103:13). O Espírito Santo é cheio de amor e bondade eternos. Seria preciso alguma coisa muito grande para insultar Aquele cujo nome é “o Espírito da graça”. Mas a Bíblia nos ensina claramente que quando o descartamos, o ignoramos e tratamos Sua Palavra como algo sem importância em nossa vida, isso o entristece e eventualmente insulta o Espírito da graça. Insultar o Espírito Santo é coisa séria! É quase como se o Espírito Santo dissesse: “Depois de tudo o que fiz por você... Eu lhe dei Meu amor. Eu lhe dei um novo nascimento. Eu selei você, santifiquei você e o revesti de poder para o serviço. Depois que fiz tudo isso por você, como você pode Me rejeitar tão facilmente e entregar seu corpo, sua mente e sua alma a outras coisas?”. É isto que entristece o Espírito Santo. Em que área da sua vida Deus está tratando com você neste instante? Que área da sua vida você precisa submeter ao Espírito Santo? Sua língua está sob o controle dele? Como estão suas atitudes? Você tem entregado seus pensamentos ao Senhor? E quanto às suas finanças? Seus hábitos com seus gastos e suas ofertas estão sob o controle do Espírito Santo? A resposta a todas essas perguntas pode ser: “Sim, estou fazendo tudo o que posso para me submeter à direção do Espírito Santo nessa área”. É assim que deve ser. Então você simplesmente continua andando em íntima comunhão com Ele. Não demorará muito até que Ele fale ao seu coração e revele outra área que precisa ser submetida à Sua presença santificadora. Há grande bênção em sustentar uma atitude de completa submissão ao cuidado e à atenção vigilante do Espírito Santo. Deixe o Espírito Santo amar você! Deixe que Ele o controle! Deixe que Ele exerça autoridade na sua vida! Deixe que Ele inunde você com Seu desejo divino! Cada intenção que Ele tem para você é boa, santa e pura. Verdadeiramente não existe nenhum aspecto negativo na decisão de submeter sua vida — sua mente, seu corpo, sua família, seu cônjuge, seu negócio, seu ministério, seus atos e seu comportamento — ao Espírito Santo. O Espírito Santo “habita” em você e Ele “anseia” por você. Medite no que você aprendeu sobre essas duas palavras gregas e você passará a entender de uma maneira mais profunda por que o Espírito de Deus nunca se satisfará com uma comunhão rasa entre você e Ele. Ele mora permanentemente em você e anseia apaixonadamente por ter comunhão com você, por ajudá-lo, ensinar-lhe, guiá-lo e revesti-lo de poder. O Espírito Santo deseja ter uma comunhão verdadeira com você, e Ele o ama demais para permitir que você se satisfaça com qualquer coisa menos que isso. PENSE NISTO O diabo fará qualquer coisa para causar um curto circuito no poder da união de um cristão com o Espírito Santo. Satanás sabe por experiência própria que o homem e o Espírito Santo trabalhando em sincronia com o propósito do céu é a combinação divina a qual nenhum inimigo pode resistir. Mas há um inimigo potencialmente maior que o diabo contra a força da sua união com o Espírito Santo: você. Como isso é possível? Se você ignorar os apelos do Espírito Santo com relação às coisas que Ele quer que faça ou a áreas da sua vida que Ele quer que mude, você provoca um curto-circuito na sua comunhão íntima com Ele. E se você continuar a ignorar esses apelos, com o tempo a dureza de coração e o autoengano podem ser instalar. Olhando continuamente no espelho da Palavra de Deus e permitindo que o Espírito Santo lhe mostre áreas onde a mudança é necessária, sua caminhada espiritual não será impedida ou diminuída. Mas se você se recusar a olhar, você se tornará seu pior inimigo. Você já tomou a decisão de ouvir atentamente e de fazer mudanças imediatas quando o Espírito Santo lhe revelar o que é necessário para continuar crescendo nele? O que você pode fazer para manter essa posição dia após dia e permanecer sensível a Ele? Uma chave pode ser encontrada na sua comunhão com os outros cristãos que tomaram a mesma decisão determinada com relação ao relacionamento com o Espírito Santo. O encorajamento mútuo ajuda todos os envolvidos a cultivarem uma união íntima com o Espírito Santo que nenhum demônio ou oposição terrena podem tocar. T CAPÍTULO 18 O DESEJO DO ESPÍRITO SANTO iago continuou escrevendo: “... É com ciúme que por nós anseia o Espírito” (Tiago 4:5). Nos dois últimos capítulos, vimos como o Espírito Santo habita em nós e anseia por nós. Agora vamos ver a profundidade extra de significado que a palavra “ciúme” acrescenta a esse versículo. A palavra “ciúme” vem da palavra grega phthonos, que é usada frequentemente na literatura do período do Novo Testamento. A palavra phthonos significa ciúme,má intenção ou hostilidade. Trata-se de uma inveja tão forte que tende para a hostilidade e gera ciúme. O jovem que perdeu sua amada sente ciúme, desejando que seu antigo relacionamento seja restaurado, e muito provavelmente abrigará a hostilidade no seu coração contra o bandido romântico. Ele tem ciúme desse relacionamento e o quer ter de volta. A esta altura, Tiago 4:5 deveria estar claro para nós. O Espírito Santo é um Amante. Ele está preocupado conosco. Ele quer nos possuir totalmente e deseja que nossos afetos também estejam voltados para Ele. Quando andamos e falamos como incrédulos e dedicamos a vida a outras coisas, o Espírito Santo se sente como um Amante que foi roubado. Ele sente ciúme e quer que Seu relacionamento conosco seja restaurado. Ele sente uma hostilidade divina com relação ao mundanismo que usurpou Seu papel em nossa vida. E ele está cheio de ciúme desejando ver as coisas voltarem ao modo como deveriam ser. Quando você une essas três palavras — habitar, ciúme e anseia — temos um quadro e tanto. O Espírito Santo não é um parceiro passivo. Ele persegue você e a mim de forma determinada e ativa. Ele deseja ardentemente ter mais de nós! Quando entregamos qualquer parte de nós ao controle de alguma outra coisa ou de outra pessoa, Ele quer tomar essa parte de volta e colocá-la novamente sob Seu controle divino. Ele abriga até uma hostilidade com relação a nossa preocupação com outras coisas. Vivemos no mundo, trabalhamos no mundo e funcionamos como seres humanos no mundo. Não há como nos esquivarmos disso. Jesus não orou para que fôssemos retirados do mundo, mas para que fôssemos guardados da influência do mundo (ver João 17:15). Não há nada de errado em trabalhar, comprar uma casa, comprar um carro novo ou desfrutar de roupas novas. Essas coisas são ótimas e muito necessárias neste mundo. Elas não são erradas a não ser que consumam e preocupem nossos pensamentos. Devemos nos lembrar do fato de que qualquer coisa pode ocupar nossos pensamentos. Até o ministério pode ocupar tanto nossa cabeça que raramente pensamos no Espírito Santo ou no nosso relacionamento com Ele! Sim, isso parece uma contradição, mas é muito possível estarmos tão envolvidos em boas obras que nunca passamos tempo com o Senhor, nunca lemos a Sua Palavra ou nunca ouvimos o que Seu Espírito quer dizer ao nosso coração. Às vezes são simplesmente as ocupações da vida que nos afastam do Espírito Santo. Podemos ficar tão ocupados — tão comprometidos em fazer tantas coisas — que isso deteriora nossa vida espiritual. Por mais incrível que pareça, até as coisas boas da vida, se levadas ao extremo, podem se tornar adúlteras aos olhos do Senhor. Somente o Espírito Santo sabe como nos equilibrar. E a única maneira de Ele poder falar conosco e nos manter equilibrados é se abrirmos nosso coração e nossos ouvidos espirituais para ouvi-lo. Isso não acontecerá se não estivermos separando um tempo especial para passarmos com Ele todos os dias. Esta é a minha pergunta para você: Em que seus pensamentos estão focados na maior parte do tempo? No seu trabalho? No seu ministério? Em uma pessoa específica? No seu passatempo favorito? Nas suas tarefas domésticas? Em cuidar do seu jardim ou do quintal? Em redecorar a casa? A resposta a esta pergunta provavelmente lhe dirá o que o consome mais na vida. Você pode trabalhar sem perder o profundo afeto e a sensibilidade ao Espírito Santo. Não minta para si mesmo e diga que não pode porque seu coração sabe que você pode. Você pode ser um ótimo cônjuge e um pai ou uma mãe dedicado(a) e simultaneamente crescer no seu relacionamento com o Espírito Santo. Você sabe que sim. Nunca diga a si mesmo que você tem coisas demais para fazer e que não pode passar tempo com o Senhor. A verdade é que a maioria das pessoas faz o que quer na vida. Se ter comunhão com o Espírito Santo é prioridade máxima na sua vida, você encontrará tempo para Ele. Se a comunhão com Ele não for prioridade máxima, você não encontrará esse tempo. Simples assim. À luz do que discutimos, poderíamos traduzir Tiago 4:5 deste modo: “O Espírito, que veio se estabelecer, fazer Seu lar e habitar permanentemente em nós tem o desejo absoluto, crescente, apaixonado, excessivo de nos possuir — e Ele tem ciúme e está cheio de hostilidade contra qualquer coisa ou pessoa que tente tomar Seu lugar em nossa vida.” Creio que isso diz tudo. COMO ACERTAR SEU CORAÇÃO COM O ESPÍRITO SANTO Talvez você esteja lendo este livro e pensando: Tenho muito a aprender sobre o Espírito Santo. Eu não sabia que devia ter esse nível de comunhão com Ele. Eu não conhecia a extensão do que significa depender dele como meu consolador. Eu não entendia a gravidade de entristecê-lo com minhas atitudes e prioridades equivocadas. Eu simplesmente não entendia o quanto meu relacionamento com a Pessoa do Espírito Santo é importante! Se essa pessoa é você, você está em uma situação incrível hoje. Você está no limiar de uma dimensão de Deus inteiramente nova na sua vida. Neste instante, a humildade é o nome do jogo para você. É por isso que Tiago nos diz: “Antes, ele dá maior graça; pelo que diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes... Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros...” (Tiago 4:6, 8). O cristão orgulhoso que se recusa a ouvir a Deus ou a se aproximar dele com um coração humilde e arrependido terá uma estrada pedregosa à sua frente. Como aprendemos no Capítulo 15, Deus se opõe ao cristão mundano. Para essa pessoa, não há nada a não ser frustração no futuro. Deus bloqueará seu caminho a fim de frustrá-lo e de levá-lo de volta ao bom senso. Essa reação divina tem o potencial de eventualmente produzir muito fruto, mas é uma maneira difícil e dolorosa de crescer no Senhor. Mas Deus dá “graça aos humildes”. A palavra “humildes” em grego é a palavra tapeinos, e ela descreve aqueles que são modestos e humildes de mente, e estão dispostos a receber correção e a mudar. Esse é o extremo oposto da pessoa que é altiva, autoconfiante, independente e sem arrependimento. A graça de Deus flui livremente para a pessoa que possui a qualidade da humildade. Além do mais, Tiago promete que se nos aproximarmos de Deus, Ele se aproximará mais de nós. Deus e um coração arrependido se atraem como os lados opostos de dois imãs inevitavelmente são atraídos um ao outro. À medida que o cristão humilde reconhece a necessidade de mudar e se aproxima de Deus, o próprio Deus se aproxima dessa pessoa. O Espírito Santo vem para ficar uma vez que Ele habite no coração. Nós não nos “aproximamos” para ter o Espírito Santo — nós já o temos dentro de nós. O aproximar-se de Deus é o nosso primeiro passo para entrarmos em uma comunhão íntima com Ele através do Espírito Santo. Não posso evitar me perguntar quantos cristãos morrerão e irão para o céu apenas para descobrir tudo o que perderam porque nunca experimentaram a comunhão com o Espírito Santo. Não permita que essa seja a sua história! O apóstolo Paulo orou: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós. Amém” (2 Coríntios 13:14, ACF). Esse “amém” em grego significa assim seja! Paulo não estava apenas fazendo uma oração doce sem conteúdo destinada apenas a ser encaixada no final de uma epístola. Não, o apóstolo realmente falava sério quando orou! Assim, ele concluiu tudo o que havia escrito pelo Espírito na sua epístola dizendo: “Amém! Assim seja!”. Do mesmo modo, minha oração por você é que seu espírito seja movido a ir mais fundo e a subir mais alto no seu relacionamento com Deus. Oro para que você passe a conhecer a intimidade, a parceria e a responsabilidade do Espírito Santo na sua vida. Esse é o lugar secreto em Deus que comecei a descobrir em 1974, depois de participar daquele culto de milagres com Kathryn Kuhlman no campus da Universidade Oral Roberts. Posso olhar para trás e dizer que aquele foi meu ponto de partida para um novo e maravilhoso relacionamento com o Espírito de Deus. Se você ainda precisa embarcar nessa mesmajornada, oro para que este livro seja seu ponto de partida. Amém! Assim seja na sua vida! A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós. Amém. — 2 Coríntios 13:14 PENSE NISTO Jesus disse: “Negociai até que eu volte” (Lucas 19:13). Antes que você possa cumprir essa comissão divina no mundo que o cerca, o primeiro território que você precisa possuir e ocupar é a sua própria vida. Sua vida pode ser cheia de muitos objetivos bons. Mas se você está preocupado com qualquer outro foco além de Jesus, você corre o risco de lotar o espaço que cabe somente a Ele ocupar. O Espírito Santo habita dentro de você para revelar Jesus a você e para conformá-lo à Sua imagem. Ele é totalmente fiel em fazer a parte que lhe cabe. Sua parte é eliminar as distrações e permitir que Ele ocupe totalmente o lugar que lhe é de direito na sua vida. Dedique tempo para avaliar honestamente qual tem sido o foco dominante dos seus pensamentos e da sua atenção durante os últimos meses e até anos. Faça o que precisa fazer nos dias que se seguirão para realizar os ajustes necessários enquanto você busca uma comunhão mais profunda com o Espírito Santo. Essa é a maneira segura e a única maneira de garantir que sua vida seja uma demonstração prolongada de bênção e frutificação sobrenatural à medida que ela passa a ser comandada por Ele. ORAÇÃO PARA SER CHEIO COM O ESPÍRITO SANTO O batismo no Espírito Santo é um dom gratuito para todos os que fizeram de Jesus o Salvador e o Senhor de suas vidas (ver Atos 2:39). Depois que você fez de Jesus seu Senhor no momento do novo nascimento, o Espírito Santo veio morar dentro de você e seu velho espírito não regenerado tornou-se completamente novo. Esse dom subsequente é o “batismo no” ou uma imersão no Espírito Santo. O batismo no Espírito Santo supre o poder sobrenatural de Deus para testemunhar sobre Cristo, para desfrutar um relacionamento mais profundo e mais íntimo com o Espírito Santo e para uma vida cristã vitoriosa e poderosa. Receber esse dom precioso é fácil. Antes de orar para recebê-lo, você pode querer ler e meditar nas referências bíblicas que ofereço na página a seguir. Depois tenha expectativa de receber no momento em que você orar! Se você deseja ser batizado no Espírito Santo e falar em novas línguas (ver Atos 2:4), simplesmente faça a seguinte oração e depois aja com base nela! Senhor, Tu deste o Espírito Santo à Tua Igreja para nos ajudar a cumprir a Grande Comissão. Eu Te peço com fé por esse dom gratuito e recebo agora mesmo o batismo com o Espírito Santo. Creio que Tu me ouves enquanto oro, e Te agradeço por me batizar no Espírito Santo com a evidência de falar com uma nova língua sobrenatural. Amém. Depois de fazer essa oração, sua vida nunca mais será a mesma! Você terá o poder de Deus operando através de você para testemunhar, operar nos dons do Espírito Santo e experimentar a vitória de Jesus como uma realidade viva todos os dias. Rick Renner Referências bíblicas para estudo e revisão: Marcos 16:17; Lucas 24:39; Atos 1:4-5, 8; 2:4, 39; 10:45-46 LISTA DE LIVROS DE REFERÊNCIA 1. How to Use New Testament Greek Study Aids, por Walter Jerry Clark (Loizeaux Brothers). 2. Strong’s Exhaustive Concordance of the Bible, por James H. Strong. 3. The Interlinear Greek-English New Testament, por George Ricker Berry (Baker Book House). 4. The Englishman’s Greek Concordance of the New Testament, por George Wigram (Hendrickson). 5. New Thayer’s Greek-English Lexicon of the New Testament, por Joseph Thayer (Hendrickson). 6. The Expanded Vine’s Expository Dictionary of New Testament Words, por W. E. Vine (Bethany). 7. New International Dictionary of New Testament Theology (DNTT), por Colin Brown, editor (Zondervan). 8. Theological Dictionary of the New Testament (TDNT), por Geoffrey Bromiley; Gephard Kittle, editor (Eerdmans Publishing Co.). 9. The New Analytical Greek Lexicon, por Wesley Perschbacher, editor (Hendrickson). 10.The Linguistic Key to the Greek New Testament, por Fritz Rienecker; Cleon Rogers (Zondervan). 11.Word Studies in the Greek New Testament, por Kenneth Wuest,4 Volumes (Eerdmans). 12.New Testament Words, por William Barclay (Westminster Press). Dedicatória Prefácio Capítulo 1 A Dimensão Mais Profunda Capítulo 2 A Dupla Dinâmica Capítulo 3 Um Relacionamento Íntimo e Pessoal Com o Espírito Santo Capítulo 4 O Segredo da Força Duradoura Capítulo 5 Jesus Fez Uma Promessa Capítulo 6 O Espírito Santo, Nosso Consolador Capítulo 7 O Treinador Celestial Capítulo 8 Guiado Pelo Espírito Santo Capítulo 9 Aventuras Diárias Com O Espírito Santo Capítulo 10 O Espírito Santo Nos Consola e Habita Dentro de Nós Capítulo 11 O Espírito Santo Ensina, Lembra e Testifica Capítulo 12 O Espírito Santo Convence e Traz Convicção Capítulo 13 O Espírito Santo Guia, Revela e Nos Ajuda a Adorar Capítulo 14 O Ciúme do Espírito Santo Capítulo 15 O Espírito Santo Pode se Entristecer Capítulo 16 Um Inquilino Permanente Capítulo 17 O Amante Divino Capítulo 18 O Desejo do Espírito Santo Oração Para ser Cheio Com o Espírito Santo Lista de Livros de Referência