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ead.faminas.edu.br 1 ead.faminas.edu.br 2 ead.faminas.edu.br 3 Unidade 2: Interface entre Direito e Psicologia Sumário UNIDADE II – INTERFACE ENTRE DIREITO E PSICOLOGIA .................................... 4 OBJETIVOS ................................................................................................................. 4 APRESENTAÇÃO ........................................................................................................ 4 1. Interface entre Direito e Psicologia ........................................................................... 5 2. Contexto histórico da Psicologia Jurídica .................................................................. 7 3. Contribuições da Psicologia para o Direito .............................................................. 11 4. Refletindo sobre a prática ....................................................................................... 13 5. Sugestões de Leitura .............................................................................................. 16 RESUMO .................................................................................................................... 17 ATIVIDADES DE FIXAÇÃO ........................................................................................ 18 GABARITO ................................................................................................................. 19 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 20 file:///N:/Ana%20Carolina/EAD%20-%202020-1/Psicologia%20Juridica/PsicologiaJuridica_Unidade2.docx%23_Toc32315222 file:///N:/Ana%20Carolina/EAD%20-%202020-1/Psicologia%20Juridica/PsicologiaJuridica_Unidade2.docx%23_Toc32315223 file:///N:/Ana%20Carolina/EAD%20-%202020-1/Psicologia%20Juridica/PsicologiaJuridica_Unidade2.docx%23_Toc32315224 file:///N:/Ana%20Carolina/EAD%20-%202020-1/Psicologia%20Juridica/PsicologiaJuridica_Unidade2.docx%23_Toc32315230 file:///N:/Ana%20Carolina/EAD%20-%202020-1/Psicologia%20Juridica/PsicologiaJuridica_Unidade2.docx%23_Toc32315231 file:///N:/Ana%20Carolina/EAD%20-%202020-1/Psicologia%20Juridica/PsicologiaJuridica_Unidade2.docx%23_Toc32315232 file:///N:/Ana%20Carolina/EAD%20-%202020-1/Psicologia%20Juridica/PsicologiaJuridica_Unidade2.docx%23_Toc32315233 ead.faminas.edu.br 4 MÓDULO II Semiliberdade1 Pretendemos que ao final deste livro, sendo este o segundo capítulo, você consiga compreender a importância do diálogo entre as duas disciplinas: Psicologia e Direito. Esse diálogo apresenta pontos de vista distintos, mas com a possibilidade de agregar diferentes abordagens e tomar decisões que decorram de posturas éticas. O objetivo com esse estudo é refletirmos sobre alguns conceitos, visando fundamentar a prática profissional diante de situações complexas que exigem respostas diversificadas, alcançadas por meio de ações contextualizadas e construídas coletivamente. Nesta Unidade, a proposta é a reflexão acerca da interface entre Direito e Psicologia. Conheceremos o contexto histórico da Psicologia Jurídica, bem como as contribuições da Psicologia para o Direito. Refletiremos os pontos teóricos aprendidos, a partir de uma intervenção prática realizada com o coletivo de adolescentes em cumprimento da medida socioeducativa de semiliberdade. Ao final das Unidades, vislumbra-se que seja possível aos alunos conhecerem e descreverem relações entre processos psíquicos e contextos jurídicos, desenvolverem técnicas de raciocínio e de argumentação nos processos de responsabilização jurídica, assim como articularem o conhecimento teórico com a resolução de problemas. 1 A medida de inserção em regime de semiliberdade consiste na restrição da liberdade, devendo o adolescente ficar em uma instituição, sob a tutela do estado. Contempla a realização de atividades externas, conforme o Art. 120 do ECA, devendo a escolarização e a profissionalização serem realizadas utilizando os recursos existentes na comunidade (OLIVEIRA; MOEBUS, 2018, p. 175). OBJETIVOS Problematizar a interface entre Direito e Psicologia apresentando alguns impasses, dificuldades e possibilidades. Apresentar o contexto histórico da Psicologia Jurídica. Apontar algumas contribuições da Psicologia para o Direito. Refletir sobre a prática a partir de uma intervenção no coletivo de adolescentes em cumprimento da medida socioeducativa de UNIDADE II – INTERFACE ENTRE DIREITO E PSICOLOGIA APRESENTAÇÃO ead.faminas.edu.br 5 1. Interface entre Direito e Psicologia Interface? O que isso quer dizer? Sobre a questão da interface, (GARCIA, 2004) nos apresenta a construção de um conceito. A localização e a abordagem da interface diferem da abordagem meramente interdisciplinar ou multidisciplinar. Em nossa proposta, uma vez reconhecida como crucial a vizinhança entre duas disciplinas científicas – cada uma com objeto de estudo e metodologia que lhe são próprios – tal vizinhança levaria à implicação entre elas, abrindo espaço para um novo objeto de estudos (GARCIA, 2004, p.1). Se fôssemos destacar as expressões principais do conceito apresentado, poderiam ser as seguintes: vizinhança entre duas disciplinas científicas; cada uma com seu objeto de estudo e metodologia; implicação (envolvimento, comprometimento) entre elas e novo objeto de estudos. Podemos observar que se trata de um encontro entre duas disciplinas que, mesmo preservando a especificidade de sua metodologia, ambas se implicam em prol de uma situação. É a essa interface que a Psicologia e o Direito são convidados. Aceitam o convite? Por gentileza, respondam isso ao final desta Unidade. Mas para uma melhor compreensão do que o autor nos apresentou, definamos interdisciplinaridade e multidisciplinaridade. A atuação interdisciplinar requer construir uma prática político- profissional que possa dialogar sobre pontos de vista diferentes, aceitar confrontos de diferentes abordagens, tomar decisões que decorram de posturas éticas e políticas pautadas nos princípios e valores estabelecidos nos Códigos de Ética Profissionais (CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL, 2011, p. 27). Dialogar, aceitar pontos de vista diferentes e isso influenciar no meu ponto de vista, vivenciar até mesmo alguns confrontos e tomar decisões balizadas eticamente, considerando a contribuição dessa diferença, eis o desafio desta Unidade. É importante ressaltar que o apontamento para a realização de um trabalho interdisciplinar está ead.faminas.edu.br 6 relacionado à complexidade do objeto de trabalho, sendo que uma disciplina somente não daria conta, requerendo o olhar e intervenções de vários campos do saber, que com uma postura dialógica se aproximam uns dos outros e se deixam afetar por saberes diferentes, construindo, coletivamente, respostas diversificadas e mais qualificadas para as questões apresentadas. Ainda relacionado ao trabalho conjunto de várias disciplinas, no entanto, numa outra vertente, está a multidisciplinaridade, que significa uma associação de disciplinas que trabalham conjuntamente, mas sem que cada disciplina tenha que modificar significativamente a sua própria visão das coisas. Trata-se de uma interação em menor proporção e intensidade que a interdisciplinaridade. Abaixo se encontra um quadro comparativo com as principais características dessas duas formas de articulação entre disciplinas: Interdisciplinaridade Multidisciplinaridade - aproximação de diferentes disciplinas para a solução deproblemas específicos. - aproximação de diferentes disciplinas para a solução de problemas específicos. - compartilhamento de metodologia. - diversidades de metodologias: cada disciplina fica com a sua metodologia. - geração de novas disciplinas após muita cooperação. - os campos disciplinares, embora cooperem, guardam suas fronteiras e ficam imunes ao contato. - intensidade das trocas entre os profissionais e integração real dos conhecimentos dessas diferentes profissões. - tem-se apenas uma simples coexistência, realizando apenas um agrupamento. Apresentados os conceitos de interdisciplinaridade e multidisciplinaridade voltemos à interface. O autor nos disse que ela se difere dos dois outros conceitos, em especial, no que se refere ao nível de implicação, apresentando um nível ainda maior que o da interdisciplinaridade. Compreendido este ponto, passemos para o contexto histórico da Psicologia Jurídica. ead.faminas.edu.br 7 2. Contexto histórico da Psicologia Jurídica Para discorrermos sobre o contexto histórico da Psicologia Jurídica, primeiramente apresentaremos alguns elementos sobre a história da Psicologia. A regulamentação da profissão de psicólogo ocorreu em 1962, através da Lei n.º 4119 de 27 de agosto de 1962. A partir de então, ficou estabelecido que dia 27 de agosto se comemora o dia do psicólogo. Está previsto na referida Lei, no Art. 13, sobre o exercício da profissão de Psicologia que: “§ 2º É da competência do Psicólogo a colaboração em assuntos psicológicos ligados a outras ciências” (BRASIL, 1962). Sendo assim, desde a sua regulamentação, além de delimitar o campo privativo da psicologia, ficou demarcado que ela estabeleceria ligações com outros campos de saber. Para acessar a Lei na íntegra clique em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/l4119.htm Assim que se deu a sua regulamentação, a formação e a atuação do psicólogo estruturavam-se em torno de três principais áreas: a clínica, a escolar e a industrial. Na área clínica, a perspectiva era somente de atendimentos individualizados e curativos, visando o ajustamento do sujeito, sem considerar ou refletir acerca do sofrimento provocado pelo contexto de desigualdade social. Isso acarretou críticas relativas ao caráter elitista e individualista da Psicologia. De acordo com Ribeiro e Guzzo (2014) a principal crítica feita é que a Psicologia tradicional serviu como ferramenta ideológica para a manutenção do modo de produção capitalista e favorecimento da classe dominante, contribuindo para a discriminação, opressão e negligência. As críticas recebidas e as expressivas mudanças no cenário social, dentre elas citemos a promulgação da Constituição brasileira de 1988 e a implementação de diversas políticas públicas no campo da seguridade social, inaugura-se na Psicologia um movimento de abertura aos novos campos de atuação, em contraposição ao modelo clínico tradicional. A preocupação com o contexto histórico e político do país trouxe como consequência não simplesmente a inserção do psicólogo nas políticas sociais, mas a discussão do que realmente a psicologia tem a contribuir nesses novos contextos, obrigando a um compromisso social da profissão. Após a década de 90, constata-se uma inserção crescente do profissional de Psicologia no campo das políticas públicas, em especial o da Assistência Social. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/l4119.htm ead.faminas.edu.br 8 Waclaw Radecki Para saber mais leia: http://www.seer.ufsj.edu.br/index.php/revista_ppp/article/viewFile/837/651 O foco do trabalho do psicólogo passou a ser a subjetividade política dos usuários, deixando de trabalhar somente nos consultórios para intervir em serviços, programas e projetos sociais, de forma interdisciplinar, tendo como diretriz central a garantia dos direitos dos cidadãos e a construção do protagonismo e da autonomia. E quando começou o diálogo da Psicologia com o Direito? Quem nos contará essa história será Sonia Liane Reichert Rovinski (2009). Os dados de história mais remotos divulgados quanto à Psicologia Jurídica restringem-se a profissionais e serviços prestados no Estado do Rio de Janeiro. Neste estado, a história da Psicologia Jurídica aparece vinculada diretamente ao surgimento da Psicologia (p.11). Nessa citação, a autora não nos apresenta uma data, mas na sequência ela relata, a partir da contribuição de Jacó-Vilela (1999), que vários profissionais estrangeiros chegaram ao Brasil e contribuíram para a Psicologia Jurídica. Citemos um deles: Atentemo-nos para a data citada relacionada a iniciativas da Psicologia Jurídica: 1920, anterior à regulamentação da Psicologia em 1962. Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98931982000100001 Chegou ao Brasil em 1920 e criou o laboratório de Psicologia da Colônia de Psicopatas de Engenho de Dentro, no RJ; http://www.seer.ufsj.edu.br/index.php/revista_ppp/article/viewFile/837/651 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98931982000100001 ead.faminas.edu.br 9 Eliezer Schneider Outro importante precursor da Psicologia Jurídica foi Eliezer Schneider, um dos primeiros brasileiros com formação acadêmica em Psicologia. Rovinski (2009) registrou que, após a regulamentação da Psicologia, Eliezer Schneider passou a trabalhar em alguns cursos de formação e sempre procurou inserir na grade curricular a disciplina de Psicologia Jurídica. Além da sua atuação na academia, ele ampliou a concepção que marcou inicialmente a Psicologia Jurídica que consistia na aplicação de testes e estudos de laboratório para identificar a personalidade do autor de um crime. Ele preocupou-se com as influências sociais, culturais e econômicas também. Segundo a autora, algumas iniciativas marcaram o início da Psicologia Jurídica pelo Brasil, após 1962: São Paulo: 1978 ocorreu o 1º concurso público para psicólogos trabalharem no Instituto de Medicina Social e Criminológica. Com formação inicial em Direito, depois dirigiu seu interesse à Medicina Legal e à Psicologia. Em 1941 ele ingressou no Instituto de Psicologia, vinculado à Universidade Federal do Brasil (atual Universidade Federal do Rio de Janeiro). Fonte: https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2015/03/100anos.pdf Quero ainda chamar a atenção de vocês, alunos do curso de Direito, para Eliezer Schneider, inicialmente formado na mesma área de vocês e foi um dos pioneiros na interlocução da Psicologia com o Direito. Essa conversa é antiga e iniciada também pelo Direito, o que mais uma vez justifica a sua importância! https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2015/03/100anos.pdf ead.faminas.edu.br 10 Porto Alegre: 1966, ocorreu o início das atividades junto ao Instituto Psiquiátrico Forense. Paraná: iniciou-se o trabalho com egressos do sistema prisional. Santa Catarina: década de 70, iniciou-se o trabalho com presos adultos e jovens vinculados à Fundação Catarinense de Bem-Estar do Menor. Minas Gerais: 1987, ocorreu a inserção do psicólogo no quadro de oficiais da Polícia Militar. Importante observarmos que as iniciativas foram diferentes em cada estado, mas tiveram como ponto em comum serem em áreas que não estavam relacionadas ao Poder Judiciário, aonde o ingresso dos psicólogos ocorreu um pouco mais tarde. Cita- se como exemplo, em Minas Gerais,em 2001, a oficialização no Tribunal de Justiça do Programa de Atenção Integral ao Paciente Judiciário Portador de Sofrimento Mental Infrator – PAI-PJ, através da Portaria Conjunta nº 25/2001 e regulamentado pela Resolução Nº 633/2010. A discussão do louco infrator será o tema da próxima Unidade. Para saber mais acesse: Resolução 633/2010: http://www8.tjmg.jus.br/institucional/at/pdf/re06332010.pdf Ou o livro sobre o Programa: https://bd.tjmg.jus.br/jspui/bitstream/tjmg/54/4/ISBN_9788598923055.pdf Registrar que as iniciativas de Psicologia jurídica primeiramente ocorreram em diversas instituições para mais tarde se dar o ingresso dos psicólogos no Judiciário é oportuno para diferenciarmos a Psicologia jurídica da Psicologia forense. A última tem lugar nos Fóruns e Tribunais de Justiça e está voltada para as situações que envolvem julgamentos, testemunhos etc. A Psicologia jurídica, por sua vez, tem um leque amplo, indo desde a pesquisa acadêmica e a produção de conhecimento teórico até a intervenção e o trato com autores de ato infracional, pessoas em privação de liberdade, pessoas em situação de violação de direitos, etc. Nos dias atuais, a Psicologia Jurídica já é uma área consolidada de atuação do psicólogo brasileiro, segundo Rovinski (2009). Consta a atribuição do Psicólogo Jurídico na Resolução 013/2007 do Conselho Federal de Psicologia – CFP, da qual citamos um trecho: Atua no âmbito da Justiça, colaborando no planejamento e execução de políticas de cidadania, direitos humanos e prevenção da violência, centrando sua atuação na orientação do dado psicológico repassado não só para os juristas como também aos indivíduos que carecem de tal intervenção, para possibilitar a avaliação das características de personalidade e fornecer subsídios ao processo judicial, além de http://www8.tjmg.jus.br/institucional/at/pdf/re06332010.pdf https://bd.tjmg.jus.br/jspui/bitstream/tjmg/54/4/ISBN_9788598923055.pdf ead.faminas.edu.br 11 contribuir para a formulação, revisão e interpretação das leis (CFP, 2007). Para saber mais, assista o vídeo https://www.youtube.com/watch?v=f48OKJW0qeQ A atribuição do Psicólogo Jurídico definida pelo CFP, órgão responsável por regulamentar, orientar e fiscalizar o exercício profissional da Psicologia, descreve as ações que competem a esse profissional. Importante salientar a responsabilidade e ética que esse profissional deve ter tanto com os juristas com os quais trabalha, como também com os indivíduos que atende e que carecem da intervenção jurídica. Após termos conhecido um pouco mais do contexto histórico da Psicologia jurídica, abordaremos as contribuições que ela pode dar para o Direito. 3. Contribuições da Psicologia para o Direito Conversarmos sobre as contribuições da Psicologia para o Direito, requer refletirmos um pouco sobre a abertura dos profissionais e estudantes de Direito para essa contribuição. Quando os profissionais têm disponibilidade para revisitar e aprimorar suas ações, com base no conhecimento compartilhado com diferentes profissionais, realizam troca de saberes e constroem práticas interdisciplinares mais colaborativas, ricas e flexíveis. Do Juiz não há de se exigir o domínio das diversas áreas do conhecimento humano. No entanto, por possuir o mister de dizer o que tem como certo diante do caso específico, não possuindo conhecimento técnico para a resolução de uma questão, deve buscar elucidação com pessoas que o detêm, a fim de bem decidir a questão conflituosa (PIZZOL, 2009, p. 26). O Código de Processo Civil, Lei n.º 13.105 de 16 de março de 2015, está em consonância com a afirmação acima. Citemos o Art. 465 que menciona sobre a perícia judicial, uma atividade técnica realizada por um especialista que é juntada aos autos, podendo ampliar o campo das provas, contribuindo para a decisão da causa. “O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o prazo para a entrega do laudo”. A perícia pode ser requisitada pelas partes ou pelo Ministério Público também. Conversaremos mais sobre perícia na Unidade 6. https://www.youtube.com/watch?v=f48OKJW0qeQ http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.105-2015?OpenDocument ead.faminas.edu.br 12 Nessa mesma linha de assessoria à Magistratura está o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei 8.069, que em seu Art. 150 estabelece: “Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentária, prever recursos para manutenção de equipe interprofissional, destinada a assessorar a Justiça da Infância e da Juventude” (BRASIL, 1990). Essa legislação salienta ainda a competência da equipe na realização desse trabalho interdisciplinar, destacando que é fornecer subsídios à autoridade judiciária e desenvolver trabalhos, dentre eles, de aconselhamento, orientação, encaminhamento e prevenção. Além das legislações citadas acima, o Magistrado pode buscar fundamentar a sentença com a assistência do Psicólogo em vários campos do Judiciário. Vejamos: Acolhimento familiar ou vítima de violência; Alocação em famílias substitutas; Nas demandas que envolve guarda, tutela ou adoção; Nas varas de família e sucessões; Na justiça do trabalho; Dentre outros. Curiosidade: No Rio de Janeiro, através da iniciativa individual de um Juiz, foi criado o Núcleo de Psicologia na 2ª Vara da Infância e Juventude, a partir do artigo 150 do ECA, segundo Rovinski (2009). Segundo Garcia (2004) “Os juízes que exercem atividades nas varas da Infância e Juventude, nas varas de Família podem solicitar do profissional de Serviço Social, do educador, do psicólogo estudo e intervenção no real do grupo familiar”. Nesse sentido também, o diálogo entre o Direito e a Psicologia é de fundamental importância. Só nesta Unidade, destacamos duas iniciativas de profissionais do Direito (Eliezer Schneider e o Juiz do Rio de Janeiro) que demonstraram abertura e foram propositivos na interface com outros campos do conhecimento, sendo a Psicologia um deles. E você? Qual será o seu posicionamento em relação a essa interface nas situações em que irá trabalhar? Vimos na primeira Unidade que tanto os profissionais do Direito como os da Psicologia, orientados pela Psicanálise, demarcam em suas ações, em alguma medida, ead.faminas.edu.br 13 o campo simbólico. E nesse sentido, o Direito traz uma contribuição fundamental para a nossa sociedade: É para isso que existe o direito. Para nos forçar a trocar a justiça rápida, de Lynch, linchamento, decisão de pedradas, machadadas, pauladas e cacetadas, traumas reais, por traumas simbólicos, traumas de palavras. Em vez da última paulada, teremos, se preciso for, a última palavra, a decisória, a sentença sem mais recursos (SILVA, 2011, p. 257). E a psicanálise? “[...] psicanálise é a cura pela palavra. [...] Se é uma cura pela fala, é preciso falar e dar a isso um tratamento. É, pois, um tratamento do sofrimento de cada um em sua singularidade, de algo que afeta um a um” (SILVA, 2011, p. 252). Rovinsk (2009) concorda com o que foi citado por Silva (2011) e acrescenta que possibilitar que a subjetividade chegue aos autos é um ato ético-político2 do psicólogo. [...] o psicólogo tem a possibilidade de levar aos autos do processo judicial a realidade psicológica da vítima, que, até então, poderia passar despercebida. Deixar desassistidas essas vítimas em relação a uma perícia que retrate suas necessidades é impedir que reivindiquem seus direitos (ROVINSK, 2009, p. 19). Um ponto em comum entre essas duas áreas, então, é trazer a palavra para a cena, intervindo sobre um ato, ou seja, busca-se intervir em algo que se apresentou como um excesso para o sujeito, podendo impactar no seu modo de estabelecer o laço social, inclusive. Assim, propomosuma interlocução entre direito e psicanálise, desafiados por uma ordem simbólica, na qual não há mais muro que barre o gozo3 (CORDEIRO; COHEN, 2012, p. 7). Na sociedade contemporânea vivemos o “tudo é permitido”, sendo assim, fica mais difícil encontrarmos referenciais que nos auxiliem na contenção desse excesso para o sujeito. Vale ressaltar que as intervenções sobre um ato, mencionadas acima, são diferentes em suas concepções quando realizadas pelos profissionais do Direito e da Psicologia: uma embasada no sujeito do direito (se pede que alguém diga tudo, porém, apenas a verdade e nada mais que isso) e a outra no sujeito do desejo (onde o inconsciente e suas manifestações são acolhidos, sendo um material primoroso para o trabalho psíquico). A diferença de concepção, assim como os limites no alcance das intervenções na prática profissional não podem nos fazer perder de vista a potencialidade e a preciosidade desse encontro entre a Psicologia e o Direito, encontro que não se dá sem 2 Uma atuação comprometida com a promoção de direitos, de cidadania, da saúde, com a promoção da vida e que leve em conta o contexto no qual vive a população. 3 Modo de viver. ead.faminas.edu.br 14 alguns desencontros. França (2004) enfatiza que a interface entre a Psicologia e o Direito implica em alguns impasses e dificuldades, mas também em possibilidades. Nessa mesma linha de reflexão, se posicionaram Ramires, Passarini e Santos (2009): [...] as instituições judiciárias trabalham para objetivar o subjetivo, normatizando-o através das regras do Direito. Desta forma, a lei geral é diferente das leis particulares de cada um. Porém, se isso pode significar um impasse ou dificuldade, ao mesmo tempo legitima que exista um campo de interdisciplinaridade entre o Direito e a Psicologia (p. 210). 4. Refletindo sobre a prática Apresentaremos agora uma intervenção que ocorreu com um grupo de adolescentes em cumprimento da medida socioeducativa de Semiliberdade, na interface do Direito com a Psicologia. A experiência que será relatada encontra-se registrada no ebook, volume 1, do 1º Congresso Internacional de Direito e Psicanálise com o tema: A criminologia em questão. Tanto o evento como o ebook foram organizados pela Profa. Andréa Guerra [et. al.]. A experiência refere-se a prática vivenciada e formalizada por mim, Profa. Adriana Timóteo de Oliveira e pela Profa. Thereza Christina Narciso Moebus, Professora das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros - FIP/MOC. ead.faminas.edu.br 15 Segue o registro: A unidade de semiliberdade estava com 13 adolescentes em cumprimento de medida, no ano de 2004, o que significava que todas as vagas disponíveis estavam ocupadas. Salienta-se que a estrutura física da unidade consistia em uma casa dividida em três quartos para os adolescentes, uma sala, uma cozinha, dois banheiros, uma área na parte da frente e dos fundos da casa e o almoxarifado. Havia ainda um outro quarto que se transformara numa sala para a equipe de trabalho. Em determinado dia, num final de tarde em que todos os adolescentes se encontravam na unidade, eles apresentaram uma agitação que consistiu em correr pela unidade batendo nas portas e armários, ativar a válvula do gás de cozinha para que vazasse, além de abrir as torneiras das pias e tanques. Diante das intervenções dos educadores, os adolescentes continuavam apresentando o mesmo comportamento e essa agitação, em certa medida, passou a irritar os profissionais. A equipe propôs a aplicação das sanções previstas no Regime Disciplinar para a infração relacionada à promoção de desordem ou balbúrdia, que, em âmbito coletivo, poderia ser a restrição de algum equipamento eletroeletrônico, por exemplo. A coordenação, orientada pela psicanálise, convidou toda equipe a compreender melhor a situação, buscando fazer uma escuta e leitura do que ocorria. Foi observado que um adolescente, o mais quieto de todos, inclusive, era quem liderava o movimento, sendo que a maioria dos que se mostravam agitados se submetiam aos seus comandos, “iam na pilha”, como disse um educador. A equipe sabia que poderia agir com o “uso da força” simbólica na tentativa de silenciar a agitação, todavia, a intervenção realizada, pautada na contribuição da psicanálise e na proposta metodológica salesiana, foi orientada de outro modo. Buscou-se a tentativa de fazer circular a palavra, a partir de um convite: falar sobre o mal-estar instaurado e denunciado via atuações. Ao invés das sanções, acionamos um dispositivo também previsto no regimento interno, a Assembleia: espaço construtivo e deliberativo que ocorria mensalmente para o estabelecimento de acordos internos que visavam melhorar o funcionamento da unidade possibilitando, assim, a circulação da palavra e o estabelecimento de um compromisso coletivo, tanto na proposição, como na viabilização das deliberações estabelecidas. Nesse momento, foi formada uma Assembleia em caráter extraordinário, com a presença dos adolescentes, da equipe de trabalho e da equipe gestora da semiliberdade” (OLIVEIRA; MOEBUS, 2018, p. 176). Paremos um pouco o relato para apresentar o ponto de vista de (CORDEIRO; COHEN, 2012) que está em concordância sobre a importância da escuta, da palavra e da negociação. Nessas relações ancoradas na violência, a agressão parece ocupar o lugar onde a negociação falha. Em nosso entendimento, “negociar exige uma temporalidade que inclui a resposta do outro, implica, sobretudo que esta resposta seja escutada”. E, quando a escuta parece não ser possível, o ato violento se encarrega de ocupar o lugar de “negociador” dessas relações (CORDEIRO & COHEN, 2012, p. 7). ead.faminas.edu.br 16 Essa foi a nossa aposta: ao invés de inicialmente aplicar as medidas disciplinares previstas no Regimento Interno da Unidade de Semiliberdade, convidamos os adolescentes para falarem e estaríamos atentos, enquanto equipe, para escutá-los. Há momentos em que é possível intervir diante de um ato de formas diferentes que não seja, necessariamente, aplicando uma sanção de imediato, mas chamando o sujeito a responder por seu ato, a dizer sobre ele, podendo se responsabilizar por ele. Dando prosseguimento ao relato: “[...] durante a reunião, denominada como “Assembleia”, os adolescentes relataram que queriam conversar com a Juíza, autoridade responsável pela aplicação da medida socioeducativa imposta, pois, somente ela poderia determinar quando ocorreria a sua finalização. Um dos adolescentes, o que liderava a agitação, verbalizou que achava que somente “aprontando” eles poderiam acessar a Juíza. Ele ainda disse que sabia que a equipe técnica da semiliberdade enviava, periodicamente, relatórios para a Juíza e falava dos progressos que eles apresentavam, mas queria ter acesso a ela, queria falar diretamente com ela. Diante disso, ficou acordado que seria realizado um planejamento entre adolescentes e equipe para que esse convite fosse feito à Juíza e também ao representante da Promotoria de Justiça. A proposta era desse encontro e conversa ocorrerem na unidade de semiliberdade. Os adolescentes, juntamente com a profissional do direito da semiliberdade, elaboraram um documento para convidar as autoridades citadas. O referido documento foi assinado pelos adolescentes. Eles elaboraram a pauta da conversa, escolheram uma música (RAP) para ser tocada no momento do encontro (com letra que convidava a uma reflexão acerca das injustiças sociais) e organizaram o espaço físico da unidade para o dia. A pauta elencava pontos relacionados ao tempo de cumprimento de medida de cada um deles e também a opinião crítica de um adolescente em relação ao modo de administração do Governo, principalmente, no que se refere à segurança pública: “Ao invés do Governo ficar construindo maiscadeias, com muros cada vez mais altos, deveria investir mais na saúde e na educação, para não precisarmos contar com o auxílio das pessoas do tráfico.”. O adolescente continuou: “Nós estamos aqui, na semiliberdade, podendo parar para pensar na nossa vida e nas nossas escolhas, enquanto isso tem vários de nossos irmãozinhos morrendo no morro nesse momento, sem nem ter a oportunidade de parar para pensar!” (OLIVEIRA; MOEBUS, 2018, p. 179). O que podemos aprender com essa experiência? De acordo com o que estudamos, vimos que algo novo é possível surgir quando há a interface entre a Psicologia e o Direito. O espaço da Assembleia já era algo previsto no Regimento Interno da Unidade, todavia, as “construções” e “invenções” em relação ao encontro dos adolescentes com os representantes do Sistema de Justiça foram inéditas e significativa para todos os envolvidos na experiência. É possível apostar nessa interface! ead.faminas.edu.br 17 5. Sugestões de Leitura 5.1 Artigo Eliezer Schneider: um esboço biográfico Um dos principais nomes citados nessa Unidade foi o de Eliezer Schneider, um dos pioneiros da Psicologia Brasileira que teve uma importância ímpar na implantação e reconhecimento da Psicologia Jurídica no Brasil. Sendo assim, sugiro a leitura de um artigo intitulado: “Eliezer Schneider: um esboço biográfico”, que traça o percurso profissional desse grande homem. Acesse: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413- 294X1999000200009 5.2 Ebook O ebook, volume 1, que consta alguns trabalhos que foram apresentados no 1º Congresso Internacional de Direito e Psicanálise com o tema: A criminologia em questão. O ebook foi editado pela Faculdade de Direito da UFMG. O relato da prática no item 4 desta Unidade foi retirado de um dos capítulos desse ebook, momento em que foi possível a formalização dessa experiência que vivenciei. Para acessar clique em: http://www.fafich.ufmg.br/psilacs/wp-content/uploads/2018/10/ebook- 1-PSICAN%C3%81LISE-E-CRIMINOLOGIA-HIST%C3%93RIA- INTERFACES-E-ATUALIDADES.pdf http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-294X1999000200009 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-294X1999000200009 http://www.fafich.ufmg.br/psilacs/wp-content/uploads/2018/10/ebook-1-PSICAN%C3%81LISE-E-CRIMINOLOGIA-HIST%C3%93RIA-INTERFACES-E-ATUALIDADES.pdf http://www.fafich.ufmg.br/psilacs/wp-content/uploads/2018/10/ebook-1-PSICAN%C3%81LISE-E-CRIMINOLOGIA-HIST%C3%93RIA-INTERFACES-E-ATUALIDADES.pdf http://www.fafich.ufmg.br/psilacs/wp-content/uploads/2018/10/ebook-1-PSICAN%C3%81LISE-E-CRIMINOLOGIA-HIST%C3%93RIA-INTERFACES-E-ATUALIDADES.pdf ead.faminas.edu.br 18 Nesta Unidade, apresentamos a interface entre Direito e Psicologia. Definimos interface como o encontro entre dois campos do saber que mesmo respeitando a especificidade de cada metodologia se implicam diante de uma determinada situação, o que pode produzir uma nova forma de olhar para o objeto de estudo. Diferenciamos o conceito de interface dos conceitos de interdisciplinaridade e multidisciplinaridade, havendo uma proximidade maior entre interface e interdisciplinaridade. Apresentamos um pouco da história da Psicologia que foi regulamentada enquanto profissão em 1962 e, desde o seu início, vem repensando e modificando a sua forma de trabalho, atenta às questões de cada época. Discorremos sobre o contexto histórico da Psicologia jurídica, apontando iniciativas que começaram no Brasil por profissionais estrangeiros, antes mesmo da regulamentação da Psicologia. As iniciativas em Psicologia jurídica ocorreram primeiramente em algumas instituições, como na Polícia Militar, no sistema penitenciário, nos manicômios, para mais tarde ocorrer a inserção do psicólogo no Poder Judiciário, vertente da Psicologia Forense. Salientamos artigos do Código de Processo Civil, bem como do Estatuto da Criança e do Adolescente que registram a importância do assessoramento ao Magistrado. Como também, a atuação profissional do Psicólogo Jurídico, descrita em resolução do Conselho Federal de Psicologia, ressalta que além da contribuição do seu trabalho aos Juízes, levando para os autos questões importantes acerca da subjetividade, é também fundamental a orientação às pessoas sobre as questões da justiça. Para concluir a Unidade, apresentamos uma intervenção que ocorreu com um grupo de adolescentes em cumprimento da medida socioeducativa de Semiliberdade, na interface do Direito com a Psicologia. RESUMO ead.faminas.edu.br 19 1. Marque (V) para a alternativa verdadeira e (F) para a falsa, fazendo a correção das alternativas falsas: a) ( ) Multidisciplinaridade significa o encontro de disciplinas que trabalham em conjunto, ocorrendo o compartilhamento de metodologias e geração de novas disciplinas. b) ( ) Interface quer dizer a aproximação entre disciplinas, cada uma com seu objeto de estudo e metodologia, ocorrendo a implicação entre elas e abrindo espaço para um novo objeto de estudo. c) ( ) Interdisciplinaridade pode ser compreendida como a aproximação de diferentes disciplinas, ocorrendo o compartilhamento de metodologias, cooperação e uma integração real. 2. Qual o estado do Brasil foi apontado como o primeiro em que começaram as iniciativas da Psicologia Jurídica? Cite o nome dos autores e as datas. ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 3. Quem foi Eliezer Schneider? Qual a contribuição dele para a Psicologia Jurídica? _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 4. Qual é a contribuição da Psicologia para o Direito? _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ ATIVIDADES DE FIXAÇÃO ead.faminas.edu.br 20 1. a) (F) Multidisciplinaridade significa o encontro de disciplinas que trabalham em conjunto, ocorrendo o compartilhamento de metodologias e a geração de novas disciplinas. (Correção: Multidisciplinaridade significa o encontro de disciplinas que trabalham em conjunto, mas não ocorre o compartilhamento de metodologias e nem a geração de novas disciplinas). b) (V) Interface quer dizer a aproximação entre disciplinas, cada uma com seu objeto de estudo e metodologia, ocorrendo a implicação entre elas e abrindo espaço para um novo objeto de estudo. c) (V) Interdisciplinaridade pode ser compreendida como a aproximação de diferentes disciplinas, ocorrendo o compartilhamento de metodologias, cooperação e uma integração real. 2. Foi o Rio de Janeiro. Waclaw Radecke, em 1920 e Eliezer Schneider, em 1941. 3. Inicialmente formou-se em Direito, depois dirigiu seu interesse à Medicina Legal e à Psicologia. Em 1941 ingressou no Instituto de Psicologia, vinculado à Universidade Federal do Brasil (atual UFRJ). Depois de 1962 passou a trabalhar em alguns cursos de formação em Psicologia e sempreprocurou inserir na grade curricular a disciplina de Psicologia Jurídica. Ele ampliou a concepção que marcou inicialmente a Psicologia Jurídica que consistia na aplicação de testes e estudos de laboratório, considerando as influências sociais, culturais e econômicas. 4. A partir da interface entre a Psicologia e o Direito, numa postura dialógica e colaborativa, se implicando com as questões que chegam para o campo jurídico, o psicólogo, quando realiza um trabalho para o Judiciário, pode levar ao conhecimento do Juiz as questões subjetivas que serão importantes serem consideradas na tomada de decisão. O Psicólogo pode ainda, a partir de uma demanda do Direito, realizar acompanhamento, orientação e encaminhamentos às famílias, dentre outras atividades. GABARITO ead.faminas.edu.br 21 BRASIL. Lei n.º 4.119 de 27 de agosto de 1962. Dispõe sobre os cursos de formação em psicologia e regulamenta a profissão de psicólogo. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/l4119.htm>. Acesso em: 28 de jan. 2020. BRASIL. Lei n.º 8.069 de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm>. Acesso em: 28 de jan. 2020. BRASIL. Lei n.º 13.105 de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015- 2018/2015/Lei/L13105.htm>. Acesso em: 28 de jan. 2020. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, CFP. Resolução n.º 013/2007. Institui a Consolidação das Resoluções relativas ao Título Profissional de Especialista em Psicologia e dispõe sobre normas e procedimentos para seu registro. Disponível em: <https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2008/08/Resolucao_CFP_nx_013- 2007.pdf>. Acesso em: 29 de jan. 2020. CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. Parâmetros para atuação de Assistentes Sociais na Política de Assistência Social. CFESS, Brasília: 2011. (Série: Trabalho e Projeto Profissional nas Políticas Sociais). 38 p. 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