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30 Direito financiero aula 3

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AULA 3 - 13/03/2020
Quando estamos falando de orçamento público base legal, nós estamos falando do sistema orçamentário, nós não estamos falando só de uma lei, então a constituição de 1988, no artigo 6º, que trata da tributação do orçamento, tem-se lá o capitulo 2 que trata das finanças públicas, esse capitulo é bem importante que se leia a respeito das finanças públicas. 
Estas normas da constituição são de caráter geral e devem ser observadas por todos os entes da federação. Outra legislação que é importante para esse tema é a lei de responsabilidade fiscal, que é a lei complementar nº 101 de 2000. Essa lei é muito importante pelo princípio que ela traz que é o da responsabilidade fiscal, o maior cuidado com o gasto público.
É uma lei bastante criteriosa a respeito da despesa publica, vai regulamentar a partir do artigo 163 da constituição federal, estabelecendo as normas orientadoras das finanças públicas. Nós temos no direito financeiro duas normas que são muito importantes: lei de normas do direito financeiro e a lei de responsabilidade fiscal. Essas duas leis são complementares, a CF diz que a legislação é o instrumento legal para tratar de finanças públicas, será a lei complementar.
A Lei que estabelece as normas de Direito Financeiro, ela na verdade é uma lei ordinária que foi recepcionada como lei complementar, visa o controle dos orçamentos e os balanços da união, dos estados e dos municípios e do DF. Essa legislação estabelece um maior controle.
O conhecimento do orçamento público não é um conhecimento só jurídico, necessita de conhecimentos contábeis, financeiros, essa norma é tipo uma norma de introdução do direito financeiro, carrega as normas gerais para o planejamento, orçamento, controle, o princípio da transparência também é muito claro nessa lei e na lei de responsabilidade fiscal. 
O decreto lei 200 de 67, trata da organização da administração pública federal, mas também traz normas que interessam para o direito financeiro, especialmente o artigo 7º. Mas, basicamente, o que vai interessar mesmo é o artigo 165 da Constituição Federal que vai falar sobre as três leis orçamentarias, vamos começar pelo plano plurianual, porque quando falamos de leis orçamentarias existe uma ideia de que o sistema seria uma pirâmide: O Plano Plurianual estaria na base da pirâmide, depois viria a lei de diretrizes orçamentarias e depois a lei orçamentaria anual. 
De acordo com o artigo 165 da CF, a iniciativa do projeto de lei orçamentaria é do poder executivo, o inciso I trata do plano plurianual e o paragrafo primeiro vai dizer o conteúdo do plano plurianual que é um planejamento estratégico de médio prazo (4 anos), descreve as diretrizes para que a administração pública cumpra as metas e objetivos.
O PPA é como se fosse um programa daquele governo, cada governo apresenta na candidatura o plano de governo, que quando o candidato é eleito, ele vai se transformar no plano plurianual que vai nortear todos os 4 anos, inclusive se o Presidente da República realiza despesas que não foram previstas nessas diretrizes e que não tenha autorização legal, ele responde crime de responsabilidade, então é fundamental esse plano, pois ele estabelece essas diretrizes, metas e objetivos para os 4 anos.
Com isso, ele instrumentaliza o projeto apresentado nas eleições, continuando o artigo, temos dois tipos de despesa, a de capital e a de custeio. A despesa de custeio é tudo que faz funcionar a máquina pública: material de expediente, de consumo, pagamento de servidores, aquelas despesas recorrentes ao Estado, em que o mesmo não tem ganho depois, a não ser o próprio serviço que o servidor presta, essa não tem que está no PPA. 
Quem tem que está no PPA é a despesa de capital, aquelas despesas que surgem quando o Estado adquire um imóvel, quando o estado faz um investimento, chamada de capital. Outra despesa que tem que está no PPA são despesas que tem duração continuada, quando ultrapassam dois exercícios financeiros, ou seja, a despesa de um contrato que ultrapassam dois anos, tem que esta lá no PPA, porque está ultrapassando exercício financeiro. 
A lei de diretrizes orçamentarias também está prevista no artigo 165 da CF inciso 2. “§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento”, isto é, ela vai estabelecer metas e prioridades, a LDO vai pegar essas metas e prioridades que estão lá no PPA, mas que vão ser realizadas no próximo ano, pois lá no PPA diz respeito aos 4 anos e aqui na LDO vai puxar só aquela do próximo ano, sempre aprovada em um ano anterior.
A professora entende essa lei como uma introdução a lei orçamentaria anual, porque ela estabelece essas metas e prioridades para aquele ano, então a LOA vai beber na fonte da LDO, ela sempre vai olhar para a LDO, a LDO que vai fixar essas metas e prioridades que já estão no PPA, mas que agora vão ser voltadas para o ano, por exemplo, o de 2020, vai pensar só esse ano; a mais operacional de todas é a LOA, a LDO estabelece diretrizes para a LOA, toda a LDO tem anexos, o de previsão de arrecadação, de fixação de gastos; 
OBS: Quando estivermos falando de despesas de gastos vamos sempre lembrar que o orçamento deve fixar gastos e o termo previsão a gente vai utilizar sempre pra receita, para aquilo que o Estado vai arrecadar, por uma medida mesmo de cuidado, pois imagina a gente faz uma previsão de determinada arrecadação e faz uma previsão fora da orbita total dos gastos, porque os gastos ele são a concretização das políticas públicas, o Estado na medida que ele está gastando significa que ele está realizando as suas finalidades de prestar serviços públicos de saúde, saneamento, educação. Ainda cerca do artigo no que dispõe sobre as alterações na legislação tributária, a alteração da lei tributaria tem que está previsto na LDO. 
 As agencias financeiras de fomento, são agencias criadas pelo poder público para incentivar determinadas atividades, como por exemplo, o BNDS, esse banco promove o desenvolvimento econômico social, esse ponto tem que está na LDO, o que vai ser priorizado por essas agencias. 
O artigo 165 também vai falar da lei orçamentaria anual, essa lei tem 3 partes, que é o orçamento fiscal, o orçamento de investimento e a seguridade social; a seguridade envolve a saúde, previdência e assistência social esse é o orçamento da seguridade, “§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá: 
“I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público”; esse orçamento da seguridade do governo federal tem que abranger a administração direta da união (Chefe do executivo e os ministros) e indireta da União, (pessoas jurídicas, que são as empresas estatais, autarquias, Fundações de direito público e privado, Inss, Incra, Caixa econômica Federal). 
Artigo 165, 5º II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; então foi falado que o Estado ganha dinheiro, através da arrecadação (principal forma), mas o mesmo também realiza investimento, explora a atividade econômica pelas suas estatais, EX: CEF, PETROBRAS. Quando essas empresas não dependerem de financiamento público como a Petrobras que é de economia mista, o orçamento de investimento dela não se mistura com o orçamento fiscal, é como se ela fosse autossustentável. 
Orçamento fiscal é o orçamento referente aos poderes da União, seus fundos, órgãos entidades da administração Direta e Indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, tudo de orçamento da união, o orçamento do poder judiciário, legislativo, das autarquias, fundações, também estão os fundos no orçamentofiscal, o Estado pode criar fundos específicos, esse fundo tem uma conta especifica, outra conta é como se ele fosse quase uma pessoa jurídica. 
Ex: Fundo dos Direitos difusos, que recebem dinheiro, por exemplo, de um dano ambiental e a empresa é multada, pra onde vai esse dinheiro? Pode ir pra esse fundo, desde que tenha uma legislação específica falando sobre isso. 
QUESTÃO: Se o orçamento do INCRA, onde ele se localiza? 
RESPOSTA: No orçamento fiscal, pois ele é uma pessoa jurídica da administração indireta e vinculado ao ministério da reforma agrária, é uma autarquia. 
Portanto aquelas empresas que não necessitam de recursos fiscais de governo para manter suas atividades, EX: Banco do Brasil, Petrobras, CEF ... estas são independentes e não precisam do orçamento fiscal, essas empresas possuem um orçamento próprio, isto significa que elas tem quase a mesma coisa do orçamento fiscal. 
Prazos, em cada uma dessas leis nós temos um prazo para iniciativa pelo executivo, ou seja, o executivo elabora o projeto, recebe as propostas de todos os órgãos, elabora e transforma em projeto de lei encaminha, então são dois momentos: a união tem um prazo para encaminhar para o congresso e no caso dos Estados tem que encaminhar para a assembleia e o congresso tem prazo para devolver. 
O PPA para ser encaminhado do executivo para o congresso a data está em 31 de agosto, isso significa que são 4 meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e tem que ser devolvida para passar pela aprovação do Presidente da República até 22 de Dezembro, se o congresso não devolver tem consequências pois eles não podem entrar em recesso enquanto não devolverem essa lei. A LOA também tem esse mesmo prazo. 
A LDO tem que ser aprovada antes, pois ela vai ser a lei que vai estabelecer as metas para a elaboração da LOA, prazo de encaminhamento tem que ser ate 8 meses antes do encerramento do exercício financeiro, isso vai da 15 de abril e 17 de julho de cada ano para devolver.

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