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Primeiros Socorros
Suporte Emergencial 
à Vida e Atendimento 
Pré-Hospitalar
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
ALESSANDRA VANESSA FERREIRA DOS SANTOS
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
MARCOS RODOLFO DA SILVA
AUTORIA
Marcos Rodolfo da Silva
Olá! Sou graduado em Enfermagem, pós-graduado em 
Enfermagem do Trabalho, técnico em Radiologia e instrumentador 
cirúrgico pelo Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos 
(Unifeob), em 2010, 2012 e 2008, respectivamente. Além disso, ao longo 
de minha carreira, participei de cursos na área de urgência e emergência 
e atuei como enfermeiro supervisor no Pronto Socorro Municipal Dr. 
Oscar Pirajá Martins, em São João da Boa Vista, São Paulo, entre 2011 
e 2014. Atualmente, sou acadêmico do 5° ano do curso de Medicina no 
Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino (Unifae), em 
São João da Boa vista/SP. Além disso, desenvolvo materiais didáticos 
como professor conteudista nas áreas de saúde pública, saúde do idoso, 
direito à saúde e a elas correlatas. Sou apaixonado pelo que faço e adoro 
transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas 
profissões. Por isso fui convidado pela Editora Telesapiens a integrar seu 
elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você 
nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento 
de uma nova 
competência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando necessárias 
observações ou 
complementações 
para o seu 
conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas 
e links para 
aprofundamento do 
seu conhecimento;
REFLITA:
se houver a 
necessidade de 
chamar a atenção 
sobre algo a ser 
refletido ou discutido;
ACESSE: 
se for preciso acessar 
um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de 
autoaprendizagem 
for aplicada;
TESTANDO:
quando uma 
competência for 
concluída e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Introdução aos Primeiros Socorros ..................................................... 12
Conceitos Básicos ........................................................................................................................... 12
Direitos do Paciente no Atendimento ................................................. 21
Os Direitos ............................................................................................................................................. 21
Prescrições do Cuidado no Atendimento Emergencial ..............30
Avaliação Padrão ............................................................................................................................ 30
Suporte Básico à Vida ...............................................................................39
Suporte Básico à Vida (SBV) ................................................................................................... 39
9
UNIDADE
01
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar
10
INTRODUÇÃO
Você sabia que a área de atendimento de primeiros socorros é uma 
das mais importantes no atendimento imediato hospitalar e é responsável 
pela grande quantidade de pacientes que possuem a chance de dar 
entrada em hospitais conseguirem atendimento adequado e especializado 
quando da necessidade. Sua principal responsabilidade é assegurar que 
as equipes de profissionais de primeiros socorros possuam conhecimento 
e experiência suficientes para garantir atendimento de qualidade e 
segurança em momentos de pânico e acidentes. Dentro dessa área, 
podemos citar vários aspectos que possuem muita importância, como: 
direitos, suportes, entre outros. Esses são encarregados de melhorar e 
fornecer mais recursos para a realização do atendimento de primeiros 
socorros. E, sabendo da importância, iremos mergulhar a fundo no tema 
e entender por que é necessário preparação para executar os serviços. 
Entendeu? Ao longo desta unidade letiva, você vai mergulhar neste 
universo! Animado? Vamos juntos! 
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar
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OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso objetivo é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o 
término desta etapa de estudos:
1. Identificar os conceitos básicos sobre atendimento de primeiros 
socorros.
2. Conhecer as premissas dos direitos do paciente no atendimento.
3. Avaliar as prescrições padrões fundamentais durante o 
atendimento emergencial.
4. Compreender como atua o suporte básico de saúde.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Espero que, nesta unidade, você seja capaz de absorver 
o máximo possível do que será transmitido e alcance cada vez mais 
conhecimento e sabedoria, tornando-se um profissional capacitado! Ao 
trabalho!
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar
12
Introdução aos Primeiros Socorros
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de entender 
como funcionam e como identificar os conceitos básicos 
sobre atendimento de primeiros socorros. Isso será 
fundamental para o exercício de sua profissão. As pessoas 
que tentaram compreender como funciona o atendimento 
de primeiros socorros, sem a devida instrução, tiveram 
problemas ao tentar colocar em prática. E então? Motivado 
para desenvolver essa competência? Então, vamos lá. 
Avante!
Conceitos Básicos
Os primeiros socorros são os cuidados realizados de forma imediata, 
oferecidos à vítima de trauma, acidente ou, ainda, de mal súbito, com a 
finalidade de conservar as funções e evitar a piora da situação do paciente 
diante de suas condições até a chegada do suporte avançado.
Qualquer indivíduo que for treinado pode oferecer os atendimentos 
de primeiros socorros, realizando-os com serenidade, clareza e confiança. 
Manter a calma, a sensatez e a concentração na situação é indispensável.
É de fundamental também que exista diálogo entre o profissional 
e o paciente. Então, em muitos casos, a ação de esclarecer ao indivíduo 
acidentado sobre seu estado, sua evolução e também como se encontra 
o quadro em que ele está, deve ocorrer com discernimento, para não 
gerar ansiedade ou pavor desnecessário, que pode até causar pânico na 
situação.
O termo “primeiros socorros” é utilizado para destacar um conjunto 
de procedimentos empregados com a finalidade de resguardar vidas sob 
risco urgente e em situações que se classifiquem como de urgência ou 
emergência. Esses processos são executados geralmente por pessoas 
comuns, com princípios teóricos e práticos embasados nas técnicas 
utilizadas.
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar
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São técnicas e processos de emergência/urgência que devem ser 
empregados no socorro a uma pessoa que tem em perigo a sua vida, 
objetivando manter os sinais vitais e tornejando o agravo do quadro, até 
que ela receba assistência definitiva para seu tipo de atendimento.
As decisões e estratégias tomadas no atendimento de primeiros 
socorros devem ser reconhecidas e de fácil conhecimento a todos que se 
fazem presentes, a fim de ser manter o lado funcional das técnicas. Isso 
porque, quando acontece algum tipo de acidente, a situação de medo 
e pânico é muito grande e visível nas vítimas. Em alguns casos, também 
está presente em quem está realizando o atendimento de primeiro 
socorro, podendo atrapalhar bastante o atendimento. Essa situação é 
muito comum em casosde profissionais que ainda não estão totalmente 
habituados com esse tipo de pressão.
 Figura 1 – Atendimento de primeiros socorros
Fonte: Freepik 
O processo de aprendizado do treinamento sendo realizado 
repetidas vezes subordinará o profissional socorrista à execução bem feita 
e bem utilizada em cada caso, transformando aquele tempo limitado em 
minutos bem gastos com a sequência correta e eficiente de ideias, que, 
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar
14
na maioria das vezes, são o que determinam o resultado final do quadro 
do paciente e também o limite entre a vida e a morte. 
Todo indivíduo que tem a função de executar os atendimentos 
de primeiros socorros deve ter como objetivo e regra manter o cuidado 
com sua própria segurança no local de atendimento. Esses profissionais 
devem ter em mente que suas atividades desempenham uma evolução 
muito importante no quadro do paciente em questão. Não pode haver 
frequência de desentendimentos quando nos referimos a erros cometidos 
no local durante o processo de atendimento.
Dessa forma, deve ser evitado que a pessoa acidentada seja 
apresentada irrelevantemente e muito exposta. Além disso, deve existir 
o sigilo sobre as informações características do quadro e também das 
informações pessoais que são informadas ao profissional, durante ou 
depois do atendimento. 
Sabemos da importância e da necessidade do atendimento de 
primeiros socorros, na figura a seguir você pode observar algumas dessas 
situações.
Figura 2 – Situações de primeiros socorros
Fonte: Elaborada pelo autor (2022).
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar
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São diversas as situações em que os atendimentos de primeiros 
socorros podem ser realizados. Nos exemplos do diagrama, ainda podem 
ser encaixadas inúmeras outras situações que se enquadram nesse tipo 
de atendimento. Muitos casos de atendimentos de primeiros socorros 
acontecem em pessoas que sofrem ou passam por determinada situação, 
por exemplo, ataque cardíaco. 
Primeiros socorros é um termo que podemos associar aos 
procedimentos utilizados e realizados de maneira básica e necessária, 
com o intuito de manter a condição de vida de um paciente até que este 
chegue a um centro hospitalar, um médico profissional ou uma equipe 
multiprofissional médica. Isso com a finalidade de conseguir oferecer 
tratamento específico ou que se enquadre nas necessidades de cada 
paciente que dá entrada.
VOCÊ SABIA?
Jean Henry Dunant, em 1859, foi o responsável por 
fundar e iniciar os procedimentos de primeiros socorros. 
A prática surgiu com a necessidade de oferecer cuidado 
e atendimento àqueles que faziam parte da guerra e, 
consequentemente, sofriam algum tipo de trauma ou 
ferimento durante esse período. Ainda que o atendimento 
fosse feito, muitas pessoas não conseguiam chegar ao 
menos a centros de atendimento ou à presença de uma 
equipe médica mais especializada. Diante disso, com o 
passar do tempo, as técnicas de primeiros socorros foram 
aprimoradas (CRUZ VERMELHA, 2002).
Existem alguns conceitos que fazem parte do que conhecemos 
como atendimento de primeiros socorros, são eles:
 • Socorrista.
 • Urgência.
 • Emergência. 
 • Primeiros socorros.
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar
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 • Acidentes.
 • Sintoma. 
 • Sinal.
 • Incidente.
Agora, vamos entender melhor o conceito de cada um deles. 
Socorrista é o profissional que passa por um treinamento mais específico 
e amplo que uma pessoa prestadora de socorro. Essa profissão já é 
regulamentada pelo Ministério da Saúde (MS), com base na Portaria n° 
824, de 24 de junho de 1999.
A urgência é o que conhecemos como casos que precisam de 
atendimento muito rápido, quase que imediato. A sua finalidade é tentar 
evitar complicações e dor. São exemplos casos de cólicas renais, que são 
bastante relatados.
Emergência é quando temos algum caso ou situação que promove 
risco à vida, podendo ser de sofrimento bem forte ou risco de trauma 
permanente. Assim, existe a necessidade de tratamento quase que 
imediato de uma equipe médica. Podemos citar como exemplos de 
emergências: hemorragias, infartos que podem causar danos ao indivíduo 
e também a parada cardíaca.
Os primeiros socorros são procedimentos e técnicas imediatas 
realizados em uma pessoa que se encontra com seu estado físico em 
perigo, com risco muito sério de morte. O objetivo é entender suas funções 
vitais e condições no momento, para, assim, evitar o agravamento de seu 
quadro até que receba assistência médica especializada ou de equipe 
multiprofissional.
Acidentes são casos ou situações em que pessoas sofrem algum 
tipo de lesão grave ou não, podendo chegar ao óbito. Sintoma faz parte 
das informações dadas pelo paciente; ele fala o que sente. Sinal é a 
conclusão e informação a que se chega a partir do que a vítima relata que 
está sentindo.
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar
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Por fim, o incidente é algum caso ou situação em que, ao contrário 
do acidente, não resulta em nenhum ferimento grave ou óbito, entretanto, 
pode causar algum dano futuro ao indivíduo.
Confira a seguir um diagrama exemplificando esses conceitos para 
melhor memorização.
Figura 3 – Conceitos
Fonte: Elaborada pelo autor (2022). 
Durante a realização do atendimento de primeiros socorros, o 
profissional deve entender que o paciente que está em atendimento 
possui direitos. Em situações que envolvam pacientes adultos, o direito 
deve existir quando eles possuírem consciência e clara percepção sobre 
a situação em que está inserido. 
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar
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Isso ocorre devido à variação de realidades, seja ela cultural, social 
ou de qualquer outra vertente. Por exemplo: um paciente que não confia 
plenamente no atendimento prestado pelo profissional tem o total direito 
de querer não ser atendido por ele, por motivos de confiança.
Em casos em que a vítima esteja impossibilitada de se comunicar 
devido ao acidente – como pacientes com trauma na boca –, mas que 
consiga demonstrar por meio de sinais que não quer o atendimento, 
mostrando uma negativa com a cabeça, a situação deve ser resolvida 
conforme o quadro subsequente. 
Quadro 1 – Resolução das situações
A vítima não deve ser questionada.
O diálogo pode ser realizado para manter a calma.
Não pode existir discussão.
Não pode existir toque na vítima.
É necessária a presença de testemunhas.
No caso de crianças sem responsáveis, deve haver testemunhas do local.
Consentimento formal de atendimento de primeiros socorros.
Fonte: Elaborado pelo autor (2022).
Em casos em que, devido a algum ferimento muito grave, a vítima 
não tenha condições suficientes de sinalizar ou interferir de alguma forma 
para que seja dado o consentimento, a legislação compreende que a 
vítima daria o consentimento, caso existisse as condições de pronunciar-
se o seu desejo de receber o atendimento de primeiros socorros.
O consentimento implícito pode ser empregado também em 
casos de acidentes ou traumas que se enquadrem e envolvam pacientes 
menores e desacompanhados dos pais ou responsáveis legais. Da mesma 
maneira, a legislação compreende que o consentimento seria dado pelos 
pais, caso eles estivessem presentes no local do acidente.
Encostar em algum paciente sem seu consentimento pode ser 
compreendido como uma invasão de privacidade e você pode até mesmo 
ser processado. Antes de tocar em uma vítima consciente, pergunte a ela 
se com seu consentimento poderá tocá-la.
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar
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Para entender como funciona a questão do consentimento, 
podemos dividi-la em dois tipos, são esses:
 • Consentimento expresso: pode ser alcançado em casos de 
vítimas conscientes por meio de gestos, com a responsabilidade 
de assumir sua decisão. Pacientes idosos, menores de idade e 
pessoas com deficiência mental não podem responder pelosseus 
atos.
 • Consentimento implícito: pode ser alcançado em casos de 
atendimento a pacientes inconscientes, sabendo que sua vida 
possui risco grave. Em casos de pacientes crianças, idosos ou 
pessoas com deficiência mental, assuma esse consentimento 
como implícito se no local não estiver uma pessoa responsável 
por eles.
Os problemas citados podem trazer bastantes consequências 
negativas se não realizadas de forma coerente com o que o paciente 
deseja, assim como quando os atendimentos não são executados com 
eficácia e não seguem o protocolo exigido, há muitos pontos negativos 
que surgem devido à negligência. Conheça a seguir formas ou exemplos 
de negligência.
 • Ausência de atendimento no momento necessário.
 • Não obedecer ao protocolo de atendimento.
 • Piorar o quadro do paciente.
É de extrema importância que os profissionais especialistas em 
atendimentos de primeiros socorros prestem os serviços o mais rápido 
possível, uma vez que é muito comum que em situações de acidentes ou 
que necessitem de atenção e cuidado médico de primeiros socorros, as 
pessoas presentes no local tentem ajudar. 
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar
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RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
que os atendimentos de primeiros socorros são uma área 
que exige dos profissionais grande atenção e empenho, 
uma vez que serão os responsáveis por estabilizar o 
quadro do paciente. Existem diversos conceitos dentro 
do que conhecemos por primeiros socorros, como: 
urgência, emergência, acidente, incidente, primeiros 
socorros, sintomas e outros. Esses conceitos nos ajudam 
a entender mais clara e amplamente que os serviços de 
primeiros socorros precisam ser estudados e levados em 
consideração, visto que são os princípios de como esses 
atendimentos funcionam. Além disso, vimos que, para 
que o profissional execute qualquer tipo de atendimento 
e técnica, é necessário que haja o consentimento do 
paciente, para que, então, possa seguir o protocolo que 
impõe regras e modelos de como os serviços devem ser 
realizados, claro, sem negligência.
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar
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Direitos do Paciente no Atendimento
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de entender 
como funcionam e como identificar os conceitos básicos 
sobre atendimento de primeiros socorros e os direitos 
dos pacientes que recebem esses atendimentos. Isso 
será fundamental para o exercício de sua profissão, pois é 
preciso compreender melhor como se aplica o direito do 
paciente durante os primeiros socorros. E então? Animado? 
Vamos juntos mergulhar nesse assunto e descobrir. Avante!.
Os Direitos
Sabendo como acontecem os primeiros socorros e de alguns 
de seus principais conceitos, devemos entender também que aqueles 
pacientes que recebem os atendimentos e serviços oferecidos possuem 
direitos.
Um desses direitos é o poder de escolha. O indivíduo pode optar 
por receber o atendimento ou não. Então, podem ser levados em 
consideração outros fatores que fariam parte do conjunto de aspectos 
para a melhora e garantia de bom serviço oferecido ao cidadão.
O profissional de socorro deve ter em mente que a vítima tem o 
direito de não aceitar o atendimento. Em casos de pacientes adultos, esse 
direito existe em situações em que eles possuam consciência e clareza 
do que está acontecendo. Dessa forma, confira na figura a seguir por que 
isso pode acontecer. 
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar
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Figura 4 – Direitos do paciente
Fonte: Elaborada pelo autor (2022).
Em casos como esses, a vítima não deve nem pode ser forçada 
a receber os atendimentos de primeiros socorros. É necessário, então, 
garantir que o atendimento de primeiros socorros particular e de escolha 
do paciente foi requerido.
Ainda que o paciente não deseje receber o atendimento do 
profissional, é necessário que o socorrista continue monitorando a vítima 
e aplicando métodos de diálogo que conquistem a confiança do paciente.
Figura 5 – Equipamento de treinamento de atendimento a primeiro socorro
Fonte: Wikimedia commons
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar
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A finalidade da lei é o acolhimento à vida e à saúde, e a penalidade 
prevista é de encarceramento de um a seis meses de multa. No caso de a 
decorrência de omissão resultar em lesão grave, a pena será duplicada e, 
ainda, se o quadro do paciente chegar a óbito, a pena deve ser triplicada.
VOCÊ SABIA?
Confira o que diz o Código Penal a esse respeito.
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível 
fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou 
extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo 
ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses 
casos, o socorro da autoridade pública:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se 
da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e 
triplicada, se resulta em morte. (BRASIL, 1940, online)
Sabendo da complexidade e importância da prática de atendimento 
em primeiros socorros, podemos citar algumas orientações do protocolo 
de cuidado no atendimento, são elas (FIOCRUZ, 2003):
 • Deslocar a vítima da fonte de perigo, seja ela corrente elétrica, 
água, incêndio.
 • Analisar a reação pupilar e o nível da voz ou tato. 
 • Estabelecer se a vítima está consciente; e quando não estiver 
claramente consciente, analisar via aérea, respiração e circulação 
de maneira sistemática.
 • Quando acontecer de a vítima estar inconsciente ou ter sofrido 
traumatismo craniano bastante evidente ou preocupante, 
considerar caso de lesão da coluna e estabelecer a técnica própria 
e especializada para isso.
 • Retirar a vestimenta da vítima para buscar por feridas ou lesões 
cutâneas.
 • Requerer ajuda o mais rápido possível.
 • Ajudar com o transporte e avaliação e cuidados.
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar
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 • Estar ciente de que a intervenção imediata é necessária para 
condições de:
 • Respiração cansada. 
 • Sangramento.
 • Parada respiratória.
 • Vias aéreas entupidas.
Segundo Silveira e Moulin (2003): 
deixar de prestar socorro significa não dar nenhuma assistência 
à vítima. A pessoa que chama por socorro especializado, por 
exemplo, já está prestando e providenciando socorro. Qualquer 
pessoa que deixe de prestar ou providenciar socorro à vítima, 
podendo fazê-lo, estará cometendo o crime de omissão 
de socorro, mesmo que não seja a causadora do evento, 
a omissão de socorro e a falta de atendimento de primeiros 
socorros eficiente são os principais motivos de mortes e danos 
irreversíveis nas vítimas de acidentes de trânsito. (SILVEIRA; 
MOULIN, 2003, p.84)
Ainda relacionado ao que vimos, Silveira e Moulin (2003) reafirmam: 
O consentimento para o atendimento de primeiros socorros pode 
ser formal, quando a vítima verbaliza ou sinaliza que concorda com 
o atendimento, após o prestador de socorro ter se identificado como 
tal e ter informado à vítima de que possui treinamento em primeiros 
socorros, ou implícito, quando a vítima esteja inconsciente, confusa 
ou gravemente ferida a ponto de não poder verbalizar ou sinalizar 
consentindo com o atendimento. Neste caso, a legislação infere que a 
vítima daria o consentimento, caso tivesse condições de expressar o seu 
desejo de receber o atendimento de primeiros socorros. O consentimento 
implícito pode ser adotado também no caso de acidentes envolvendo 
menores desacompanhados dos pais ou responsáveis legais. Do mesmo 
modo, a legislação infere que o consentimento seria dado pelos pais ou 
responsáveis, caso estivessem presentes no local. (SILVEIRA; MOULIN, 
2003, p.84)
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar
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Figura 6– Profissional socorrista
Fonte: Pixabay 
Sabendo que o cuidado especial é necessário para pacientes 
que sofrem lesão ou acidente e precisam de atendimento de primeiros 
socorros, mas esse cuidado deve vir de um profissional, essas são as 
atitudes que, segundo o protocolo de atendimento, uma pessoa não 
profissional pode fazer:
Figura 7 – Atitudes de uma pessoa não profissional
Fonte: Elaborada pelo autor (2022).
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Para que o local em que aconteceu o acidente não piore, é 
necessário notificá-lo para não cheguem a acontecer novos acidentes e 
até mesmo atropelamentos. Deve-se acionar o pisca-alerta de veículos 
próximos ao local ou sinalizar o carro de alguma maneira; estabelecer 
determinada distância para melhor fixação do triângulo; distribuir pelo 
local algumas folhas ou galhos de árvores; e desligar a chave de ignição 
e/ou cabos da bateria dos veículos acidentados.
Além disso, a pessoa que está no local do acidente pode auxiliar:
 • Mantendo a calma.
 • Tentando não provocar aglomeração no local.
 • Acionar ambulância.
 • Juntar-se com algumas outras pessoas para formar barreira no 
local, evitando, assim, novos traumas.
Um problema bastante recorrente em algumas realidades no país é 
a falta de cuidados médicos ou a extrema demora, em alguns casos, até 
mesmo a não chegada de equipe médica ou ambulância no local. Isso vai 
totalmente contra o princípio que garante saúde a todos.
A Constituição Federal de 1988, em seu art. 196, dispõe que:
A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido 
mediante políticas sociais e econômicas que visem à 
redução do risco de doença e de outros agravos e ao 
acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua 
promoção, proteção e recuperação. (BRASIL, 1988, online)
É de responsabilidade do governo oferecer a todos os cidadãos 
uma ótima qualidade de saúde, associada a isso serviços que englobem a 
assistência total de diversos tipos de atendimento aos cidadãos, de modo 
igual e sem exceção. 
O direito à saúde, que é estabelecido pela legislação vigente, 
tem como finalidade assegurar a todas as pessoas que sofreram crime 
de omissão de atendimento de primeiro socorro a devida restauração 
das inutilizações, assim como a repreensão dos responsáveis pela ação 
praticada. 
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar
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Os profissionais de saúde possuem a responsabilidade de proteger 
e preservar a vida e a saúde dos pacientes. Dessa maneira, têm a 
responsabilidade de atender o indivíduo que busca o atendimento médico 
em uma unidade de saúde, seja ele qual for.
O profissional de saúde deve se concentrar e assumir as 
responsabilidades, assim como praticar o correto respeito à vida 
das pessoas. Demonstrar afeto e cuidado ao outro é uma prática de 
humanidade e dever de todos.
Por isso, torna-se tão importante que todos os profissionais de 
saúde se façam disponíveis a aprender e cooperar, para que exista melhor 
dinâmica de como funcionam os atendimentos, assim como pode ocorrer 
a melhora do paciente. Isso porque a forma que o serviço é oferecido 
influencia nessa melhora e recuperação do paciente.
O que entendemos por atendimento humanizado vai muito além 
do que manter uma relação harmoniosa. O atendimento humanizado 
compreende o entendimento e a escuta das  necessidades e 
reclamações de qualquer paciente, com respeito, hospitalidade e empatia. 
Essa concepção está cada dia mais presente e exposta nas organizações 
e instituições hospitalares, pois o  atendimento humanizado  auxilia na 
integração da construção da relação que existe em um serviço de saúde.
Figura 8 – Atendimento humanizado
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar
28
Fonte: Freepik
No ambiente hospitalar, exercer suas atividades com a empatia é de 
extrema importância para que a saúde emocional do indivíduo esteja em 
equilíbrio, e também auxilia na melhora, evitando a geração de conflitos com 
o seu tratamento. Quando aliamos empatia e atendimento humanizado, 
o paciente possui muito mais chances de demonstrar  melhora durante 
o período de tratamento, pois seu psicológico não sofreu tanto abalos 
durante o tratamento.
Figura 9 – Processo do atendimento humanizado
Fonte: Elaborada pelo autor (2022).
O diagrama anterior mostra, em três passos, a expectativa de modo 
geral para o processo do atendimento humanizado.
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar
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RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
que, aliados aos procedimentos que são realizados durante 
os atendimentos de primeiros socorros, existem direitos que 
pertencem aos pacientes. Há muitos critérios que podem 
ser levados em consideração quando um paciente não 
aceita que seja feito o procedimento de primeiros socorros, 
seja por questões culturais ou porque ele não aceita ser 
atendido por aquele profissional. Em seguida, você viu que, 
caso não exista o consentimento, há um protocolo a ser 
seguido, que deve ser realizado da maneira mais rápida 
possível, para que o paciente possa ser encaminhado. Por 
fim, você viu que a realidade mostra muitos obstáculos e, 
consequentemente, torna-se necessário rever a questão 
da saúde para todos e como alguns tipos de tratamento, 
como o atendimento humanizado, auxiliam no quadro de 
melhora dos pacientes e influenciam de maneira positiva 
para todos que fazem parte.
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar
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Prescrições do Cuidado no Atendimento 
Emergencial
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de entender 
como funcionam e como avaliar as prescrições padrão 
fundamentais durante o atendimento emergencial. As 
pessoas que procuram entender melhor como funciona a 
avaliação das prescrições conseguem desempenhar sua 
profissão com mais êxito. E, então? Animado para mergulhar 
a fundo no assunto? Vamos nessa! Avante!.
Avaliação Padrão
Depois de compreender os conceitos básicos sobre primeiros 
socorros e os direitos que fazem parte desse atendimento aos pacientes, 
devemos voltar nossa atenção para como funciona o padrão de 
atendimento emergencial e como ele é colocado em prática.
Inicialmente, devemos levar em consideração alguns aspectos 
de avaliação padrão, isso porque o profissional deve ter em mente que, 
assim que chegar ao local, deve ser feito um procedimento padrão que irá 
avaliar e verificar como está o quadro de saúde do paciente.
Figura 10 – Avaliação padrão
Fonte: Freepik 
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar
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Adiante está um diagrama que exemplifica, de maneira mais fácil 
para memorização, alguns aspectos que são levados em consideração 
na hora da avaliação.
Figura 11 – Aspectos que devem ser considerados na avaliação
Fonte: Elaborada pelo autor (2022).
O profissional que primeiramente encontra e tem contato com esse 
paciente deve estar pronto para qualquer tipo de intervenção necessária. 
Por exemplo: muitos indivíduos acabam sofrendo parada cardíaca, 
insuficiência respiratória e até mesmo hemorragias.
É imprescindível um comportamento meticuloso e detalhado para 
a avaliação de um paciente emergencial. Com assiduidade, a lesão mais 
importante e que chama atenção não é a mais grave. 
As avaliações são classificadas em tipos. As avaliações primária e 
secundária configuram uma abordagem organizada e sistemática para 
auxiliar a reconhecer e escolher as necessidades do paciente.
A avaliação primária pode ser dividida em duas etapas. A inicial é 
chamada de avaliação inicial rápida e tem como finalidade reconhecer 
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os problemas e quadros que têm risco de morte. Quando essa avaliação 
inicial é feita de modo muito ágil, rapidamentesão detectadas as causas 
e em seguida já pode ser feita a fase secundária. O primeiro grau na 
avaliação primária é estabelecer se a vítima está consciente. Caso o 
paciente esteja consciente, a avaliação pode ter início.
Essa regra pode ser aplicada nos seguintes casos/aspectos:
 • Se a vítima se encontra acordada e conversando, consideramos 
que há respiração e circulação.
 • Se a vítima estiver consciente, também representa que a sua 
circulação está boa e que possui a quantidade suficiente de 
sangue para que circule e chegue ao cérebro.
 • Caso contrário do que foi citado, se a vítima não estiver totalmente 
consciente, o profissional deve seguir o protocolo e dar 
continuidade ao passo a passo de avaliação. 
É evidente que não se encontram apenas casos leves e fáceis de 
serem tratados. Ocorrem e são registrados diversos acidentes graves. 
Para essas situações, o profissional socorrista deve estar preparado para 
seguir as instruções de atendimento. 
O profissional deve questionar e observar se o paciente possui 
lesão exposta, se suas vias respiratórias estão funcionando, o nível de 
consciência, como está a respiração, se o paciente possui pulso, presença 
ou ausência de hemorragia. A seguir está um diagrama que mostra de 
forma resumida os passos.
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Figura 12 Passos a serem seguidos
Fonte: Elaborada pelo autor (2022).
É preciso evitar ao máximo aglomerações e grande quantidade de 
movimento que possa ocasionar danos mais graves. O profissional deve 
ter uma ideia bastante correta do que vai fazer, para que, assim, não exista 
exposição desnecessária do paciente, demonstrando se há presença 
de alguma ferida com o cuidado de não causar muita movimentação e 
estresse no local.
Em seguida, o profissional deve realizar um teste nas partes do corpo. 
Caso o paciente esteja com consciência e seja capaz de se comunicar, é 
importante questionar por áreas no corpo que estejam causando dor e 
inabilidade funcional de mobilização. 
O exame realizado no corpo inteiro tem como objetivo procurar de 
modo geral e rápido alguma lesão ou parte que esteja com ferimento. O 
exame deve ser feito seguindo o sentido da cabeça aos pés. Hemorragia, 
ferimentos e lesões são os alvos dos profissionais durante o exame.
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O paciente deve ser reavaliado diversas vezes, sendo sempre 
verificados seu pulso, consciência, respiração. Isso porque deve haver a 
garantia de que a vítima continue com os sinais vitais estáveis.
Figura 13 – Procedimento de avaliação 
Fonte: Freepik
Quando nos referimos à avaliação secundária, estamos falando 
de um exame meticuloso e organizado, mas que é realizado de maneira 
bem rápida na vítima, da cabeça aos pés. O objetivo é detectar as lesões, 
tornando-as prioridade, e encontrar sinais de condições clínicas que já 
estavam presentes.
No momento do exame, devem ser realizadas perguntas que vão 
nortear o encontro do foco. Veja:
 • Quando apareceram os primeiros sintomas?
 • Quanto tempo o paciente levou até a entrada no hospital?
 • Quais medicamentos são ingeridos?
 • Possui algum tipo de alergia?
 • Qual o histórico de doença do paciente?
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 • Passou por algum tratamento antes de dar entrada?
 • Houve momento de inconsciência? Se sim, quanto tempo durou?
 • Quais lesões ou motivos da entrada do paciente?
Após esse questionário, o profissional pode ter uma visão ampla de 
como começar a tratar o paciente que deu entrada, claro, com auxílio de 
outros métodos.
Outro passo indispensável é o monitoramento dos sinais vitais do 
paciente:
 • Temperatura.
 • Nível de dor.
 • Respiração.
 • Pressão.
 • Saturação.
Depois de realizar as perguntas iniciais e verificar os sinais vitais, é 
possível que a equipe médica possua uma ideia mais acertada do quadro 
clínico e quais vão ser as primeiras estratégias de tratamento.
As duas últimas etapas da avaliação secundária incluem processos 
de avaliação do corpo por completo: cabeça, membros superiores, 
membros inferiores, ouvidos. Por último, ocorrem a avaliação e análise 
completa de todas informações, para que se possa chegar a uma 
conclusão acerca da avaliação secundária.
O atendimento de primeiros socorros começa ainda no momento 
e no local em que ocorre o acidente ou incidente. Com isso, é preciso 
entender como as etapas funcionam e cada detalhe delas; chamamos 
esse processo de etapas ou fases do socorro. Vamos entender melhor 
como funciona e como é compreendido cada detalhe de onde os serviços 
de atendimento em primeiros socorros acontecem.
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As prestações desse tipo de serviço podem ser por duas causas 
principais: 
 • Clínicas, que se resumem a episódios de alguma doença que o 
paciente desenvolve, por exemplo, ataque cardíaco. 
 • Trauma, que são acidentes ou situações inesperadas, como 
atropelamento, incêndios, entre outros.
Quando falamos de casos de trauma, a atitude inicial que deve 
ser tomada no momento do acidente é analisar os riscos que poderiam 
ocasionar perigo ao profissional que presta serviços de primeiros socorros. 
Caso o local esteja bastante afetado pelo acidente e chegue a gerar perigo 
também aos profissionais dos primeiros socorros, devem ser acionados 
outros profissionais que tomem medidas especializadas.
Dessa forma, quando os processos de primeiros socorros começam, 
devem ser feitos os seguintes procedimentos:
 • Manter a vítima em posição confortável.
 • Procurar por vestígios de lesões ou ferimentos expostos.
 • Não dar à vítima nenhum tipo de medicamento ou líquido até que 
seja detectado o quadro clínico.
 • Demonstrar confiança.
 • Verificar sinais vitais.
 • Solicitar unidade móvel de atendimento, se for necessário.
 • Manter como prioridade casos mais graves, que envolvam 
hemorragia ou desregulação da frequência cardíaca ou respiratória.
 • Garantir que a equipe médica esteja ciente de todas as informações 
colhidas no local acerca da vítima.
 • Garantir que a vítima esteja fora de risco de outros tipos de 
agravamento no local, seja por mais incidentes no local ou pela 
piora do quadro clínico.
Essas etapas devem ser seguidas com total rigidez. para que não 
haja negligência no processo de primeiros socorros.
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Para que exista uma segurança maior do local e com a finalidade 
de evitar que ocorra a piora ou agravamento dos acidentes e riscos, é 
necessário que o local passe pela avaliação das etapas elencadas na 
figura que se segue.
Figura 13 – Etapas da avaliação
Fonte: Elaborada pelo autor (2022).
No que se refere à segurança, é fundamental analisar se o local é 
seguro, para, então, ser averiguado e transformado em ambiente próprio 
para o atendimento. Em situações de acidentes de trânsito, é preciso 
procurar remediar um espaço de forma a mudar o trânsito de veículos, 
passando a mostrar o ocorrido aos carros que estão vindo no sentido do 
local do acidente ocorrido.
A cinemática tem o objetivo de analisar como ocorre o acidente ou 
a situação enfrentada pelo paciente, de forma a questionar a vítima, se 
estiver consciente, ou as testemunhas que se fazem presentes. O apoio é 
a procura por ajuda de indivíduos que se encontram perto ao local, com 
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o intuito de auxiliar no espaço necessário para realizar os atendimentos 
e solicitar quase que instantaneamente os serviços especializados e 
adequados. Por último, na bioproteção, é preciso buscar formas de evitar 
prováveis infecções por meio do contato com o sangue das vítimas no 
local, utilizando materiais de segurança ou higiene. Em alguns casos, não 
é permitido que o procedimento de primeiros socorros seja interrompido 
pela ausência de materiaisde proteção.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
que existem diversos procedimentos que são realizados 
no processo de atendimento de primeiros socorros e que 
todos devem seguir um padrão, de acordo com o processo 
em questão. Vale ressaltar que, em todos, a prioridade é 
manter a segurança da vítima e do profissional que irá 
prestar o atendimento, visto que os locais de acidente 
podem apresentar riscos à saúde. A avaliação de padrões 
de atendimento possui várias fases, sempre prezando por 
manter todos informados acerca dos sinais vitais e possíveis 
lesões causadas pelo acidente, tendo em mente, claro, 
que a segurança do local também é imprescindível para 
manter o resto da equipe e das outras pessoas no local em 
segurança.
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Suporte Básico à Vida
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de compreender 
como funciona e o que é o suporte básico à vida. Aqueles 
que procuraram se aprofundar nessa temática conseguiram 
desempenhar suas funções com mais eficácia. E você, o 
que acha de mergulhar com tudo nesse assunto? Vamos 
nessa? Avante!
Suporte Básico à Vida (SBV)
O enorme progresso tecnológico em todos os aspectos da realidade 
mundial expõe a população a mais vulnerabilidade a acontecimentos 
traumáticos de grande relevância. Da mesma maneira, também tem 
colaborado para resgatar muitas vidas com o auxílio de profissionais que 
contribuam para o desenvolvimento de descobertas no âmbito da saúde.
O suporte básico à vida (SBV) é a soma de competências intelectuais 
e mentais designadas à continuidade, assistência ou restauração da 
oxigenação, ventilação e movimentação em pacientes com quadros 
clínicos caracterizados por parada cardíaca, parada respiratória ou as 
duas.
O SBV compreende inúmeros aspectos, que vão desde critérios 
de precaução relacionados de maneira direta à parada cardiorrespiratória 
(PCR) até a organização do suporte avançado à vida (SAV). A providência de 
provocações demonstra resistente consequência na mortalidade. Assim, 
pode ser analisada uma relevante conexão da cadeia de supervivência. 
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SAIBA MAIS:
Cadeia de sobrevivência é o prosseguimento de 
manifestações que têm como finalidade precaver 
situações inevitáveis. A cadeia de sobrevivência tem seu 
início pela providência em pacientes nas crianças e pelo 
reconhecimento instantâneo da parada cardiorrespiratória e 
a ativação da ocupação de emergência no paciente adulto, 
e prossegue com interferências preocupantes efetuadas 
tanto no ambiente pré-hospitalar como no hospitalar. A 
cadeia de sobrevivência estabelece as prevalências na 
abordagem à vítima.
O SBV é estabelecido como a primeiro tratamento da vítima e 
compreende o desimpedimento das vias aéreas, circulação artificial, 
ventilação, entre outros.
Figura 15 – Suporte básico à vida
Fonte: Freepik
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Em pacientes adultos, na PCR verificada, a causa mais identificada é 
a arritmia cardíaca. Desse modo, a solicitação do serviço de atendimento 
de urgência/emergência deve ser considerada prioridade e de extrema 
importância. 
Em casos de paciente adulto e vítima de trauma ou clínica, com 
evidência de intoxicação ou afogamento, as operações de reanimação 
cardiorrespiratória (RCR) devem ser executadas por cerca dois minutos ou 
antes do processo de atendimento do médico.
Em casos de pacientes crianças, constantemente, a parada 
cardíaca é a consequência final de danificação respiratória e também 
circulatória, reconhecida pela diminuição das taxas de oxigênio no ar, no 
sangue arterial ou nos tecidos, presença de doses excessivas de dióxido 
de carbono no sangue, seguida de diminuição na frequência cardíaca e 
parada cardíaca. Por isso, a cadeia de sobrevivência tem como prioridade 
as decisões preservativas, a rápida RCR e a ativação da equipe médica 
especializada. 
É de extrema importância que tenhamos conhecimento de como 
funcionam os elos, os quais serão explicados a seguir. 
O primeiro elo tem como principais causas de óbito em crianças: 
 • Trauma.
 • Septicemia.
 • Choque.
 • Parada cardiorrespiratória.
 • Síndrome da morte súbita.
As medidas preventivas de acidentes, sejam eles de qualquer 
origem, devem ser de cuidado de todos os profissionais de saúde e pessoas 
envolvidas. Como cidadão e profissional de saúde, sua responsabilidade é 
assumir padrões seguros em todos os ambientes.
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As medidas que impõem padrões seguros são:
 • Necessidade de evitar exposição a produtos tóxicos, que podem 
estar ao alcance das crianças.
 • Precaução de lesões por queimaduras.
 • Precaução de traumas relacionados à utilização das vias públicas.
 • Diminuição de traumas relacionados a acidentes automobilísticos.
 • Diminuição do risco de síndrome de morte súbita do lactente 
(SMSL).
 • Precaução de obstrução de vias aéreas por corpo estranho.
 • Precaução de afogamento e acidentes aquáticos.
Em adultos, é importante que se tenha reconhecimento imediato 
de casos de PCR, para que alguma medida de emergência seja tomada. 
Na maioria dos casos de paradas que acontecem em adultos, estas são 
presenciadas por outros indivíduos, acontecem de maneira súbita e têm 
como causa fibrilação e ausência de pulso.
O profissional de primeiros socorros tem de analisar o paciente de 
forma rápida, verificando, por meio de análise visual, o quadro clínico de 
consciência e, se for o caso, identificar a falta ou dificuldade de respiração 
e presença de respiração cansada ou irregular. Em casos como esse, o 
profissional de primeiros socorros tem de ativar a equipe médica capaz de 
solucionar o problema ou pedir que alguém faça isso por ele.
Em casos de não haver a presença de alguém que possa solicitar 
o SAMU ou alguma equipe médica capaz de solucionar o problema, ou 
até mesmo transportar o paciente, o socorrista deve ser capaz de aplicar 
suas técnicas e conhecimentos a respeito do quadro e da situação. Na 
maior parte dos casos, há sempre uma equipe já especializada e pronta 
para o serviço. Os elementos críticos para a sobrevida são apresentados 
na Figura 16.
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Figura 16 - Elementos críticos para a sobrevida
Fonte: Elaborada pelo autor (2022).
Quando falamos de segundo elo, referimo-nos à ressuscitação 
cardiopulmonar precoce (RCP), com o enfoque nas compressões 
torácicas.
As técnicas de reanimação cardiorrespiratória (RCR) precisam ser 
realizadas de modo muito rápido, além de serem executadas de maneira 
concreta e com alta qualidade. Uma qualidade boa de RCR significa:
 • Manobras e técnicas imediatas, rápidas e de alta qualidade, que são 
fatores críticos no resultado final da reanimação cardiorrespiratória.
 • A profundidade das compressões deve ser de 5 cm em adultos e 
crianças.
 • A profundidade das compressões deve ser de 4 cm nos lactentes.
 • Compressões torácicas com força.
 • 100 compressões.
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Figura 16 – Dores características
Fonte: Freepik 
Agora iremos falar a respeito do terceiro elo. Na faixa de idade de 
crianças e lactentes, o terceiro elo é composto pela rápida solicitação do 
SAMU ou algum outro serviço de urgência ou emergência que atenda de 
forma muito rápida e eficiente, quando a PCR não aconteceu na presença 
de alguma pessoa ou não é súbita. 
Em lactentes e crianças com causas suspeitas de arritmias em 
parada cardiorrespiratória súbita e que foi testemunhada, o uso do 
atendimento mais eficiente possível deve ser o melhor.
Já quando falamos de adultos, a desfibrilação antecipadaé hoje 
uma das causas mais críticas e de teor decisivo na recuperação nos 
pacientes de parada cardíaca súbita. Isso se deve aos seguintes aspectos:
 • O tempo é necessário e fundamental.
 • Para cada minuto passado entre o acontecimento e a desfibrilação, 
as taxas de recuperação nas vítimas em fibrilação ventricular (FV) 
são reduzidas em 7 a 10%.
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 • A FV pode evoluir para a incapacidade de o coração realizar uma 
sístole completa em poucos minutos.
 • A fibrilação ventricular é o ritmo de parada mais causada nas para 
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O desfibrilador é um equipamento muito utilizado e essencial no 
processo, mas, é preciso saber a fundo como funciona.
Figura 17 – Procedimento cardíaco
Fonte: Freepik 
É um aparelho prático, que pode ser portátil, computadorizado, e 
utilizado por todos que têm treinamento suficiente para manuseá-lo. Sua 
principal finalidade é o tratamento da fibrilação ventricular e da taquicardia 
ventricular quando não há pulso.
O desfibrilador consegue analisar o ritmo cardíaco do paciente 
para demonstrar se está presente um ritmo “fora do normal”. Por meio 
de informações de voz e orientação, o operador segue as instruções nas 
atividades a serem realizadas, bem como mostra o choque, se esse for 
indicado.
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar
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Para recém-nascidos, é preferível o uso de um desfibrilador manual 
e, caso este não exista ou não esteja disponível, prefira um desfibrilador 
portátil equipado com carga pediátrica e com pás pediátricas.
Para pacientes que possuem e fazem uso de dispositivo implantado, 
como marca-passo, é preferível não utilizar as pás do desfibrilador sobre 
o local. Para pacientes com excesso de pelos, em que possa ocorrer 
erro ou interferência na aplicação do choque, o próprio desfibrilador vai 
comunicar por um comando automático. Assim, você precisa retirar os 
pelos com barbeador ou com a própria pá.
Se a região torácica estiver úmida ou molhada, o paciente precisa 
secar bastante rápido. Isso porque a água pode interferir na passagem da 
corrente elétrica.
O quarto elo ocorre quando a equipe médica ou SAMU realiza 
manobras e técnicas avançadas no estado clínico do paciente, para que 
ele possa reagir e ser notada uma melhora.
O quinto elo diz respeito aos cuidados pós-parada cardiorrespiratória 
completos e que são de extrema importância para a recuperação sem 
qualquer tipo de sequelas dos pacientes. 
O correto é que exista uma conexão integral entre os serviços 
de atendimento de urgência e emergência, participação de equipe 
multiprofissional, fazendo parte também o equipamento de suporte 
cardiorrespiratório e neurológico, com disponibilidade de serviço e 
atendimento de terapia intensiva, monitoramento e cuidado intensivo 
com os pacientes.
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Figura 18 – Monitoramento
Fonte: Freepik
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
que o suporte básico à vida consiste em compreender 
inúmeros aspectos que vão desde critérios de precaução 
relacionados de maneira direta à parada cardiorrespiratória 
até a organização do suporte avançado à vida. Além disso, 
conferiu a variedade de casos e suportes que podem ser 
oferecidos em casos de parada cardíaca e como funcionam 
o procedimento e processos de atendimento, desde o 
momento do episódio até os momentos e métodos de 
recuperação. Esses atendimentos devem existir e ser 
conhecidos por profissionais de primeiros socorros, uma vez 
que existe a necessidade de possuir aprofundamento em 
casos que precisem de sua atuação. Ainda podemos dizer 
que, mesmo com diversas faixas etárias, o suporte básico à 
saúde presta atendimento adequado e especializado.
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar
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REFERÊNCIAS
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República 
Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, 
[1988]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicao.htm Acesso em: 13 de jun. 2020.
BRASIL. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código 
Penal. Diário Oficial da União. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm. Acesso em: 13 de jun. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 824, de 24 de junho de 
1999. Disponível em: https://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/files/ssaude/
pdf/ap-portaria-824-19990624.pdf. Acesso em: 9 jun. 2022.
CRUZ VERMELHA, Origens, [s.d.]. Disponível em: http://www.
cruzvermelha.org.br/pb/movimento-internacional/origens. Acesso em: 9 
jun. 2022.
FIOCRUZ, Fundação Oswaldo Cruz. Manual de primeiros socorros, 
2003. Disponível em: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/
biosseguranca/manualdeprimeirossocorros.pdf. Acesso em: 9 jun. 2022.
SILVEIRA, E. T.; MOULIN, A. F. V. Socorros de Urgência em 
Atividades Físicas, 2006. Disponível em: https://www.confef.org.br/
confef/comunicacao/revistaedf/3730. Acesso em: 9 jun. 2022.
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
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http://www.cruzvermelha.org.br/pb/movimento-internacional/origens
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http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/biosseguranca/manualdeprimeirossocorros.pdf
http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/biosseguranca/manualdeprimeirossocorros.pdf
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