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04 de agosto de 2020 BIOÉTICA E BIODIREITO 1. HISTÓRIA 2. FILOSOFIA 3. CASOS (Macrobioética X Microbrioética) Corona vírus Princípios Direito sanitário Direito médico Direito à morte digna Mistanásia Ortotanásia (testamento vital) Aborto Sexualidade/transexualidade Direito à intimidade genética Direito animal (teste em animais) Bibliografia Débora Diniz e Volnei Garrafa Peter Singer – Ética prática INÍCIO DA 1º AULA – 04 de agosto de 2020 Para entender o que é bioética, se faz necessário relembrar o que é ética. Eu quero que nos afastemos de uma versão errônea que geralmente temos sobre a ética. A ética dos vestibulares é um pouco teorizada, quando conhecemos de fato os autores, começamos a perceber que não necessariamente o que estudamos na escola é verdade. Geralmente na escola aprendemos a diferente de ÉTICA X MORAL. Sendo normalmente a ética descrita como universal, aquilo que é universalmente correto e a moral como algo individual, que seria como se você sozinho aprendesse essa moral e a utilizasse no seu cotidiano. Ter moral por exemplo seria dar ou não dar algum dinheiro para alguém que precisa na rua, se eu entendo que isso é certo e eu faço, isso é moral. A ética para a professora é o campo de estudo da área da filosofia que vai estudar como os homens se comportam e o que eles consideram bom ou ruim, justo ou injusto, correto ou incorreto. Fazendo um recorte temporal, notamos que em 1930 era correto meninas de 14 anos se casarem, mas por exemplo em 2020 já não é algo bem visto, então podemos entender ética e moral como algo que se altera com o tempo. Um conceito bacana de Ética é da autora Judith Butler (filosofa que veio ao Brasil e teve uma série de protestos e manifestações contra ela – isso porque ela escreveu um livro chamado “problemas de gênero” importantíssimo). Butler não diferencia o que é ética e o que é moral, porque na verdade é a mesma coisa, o que é corroborado por diversos autores, como sendo normas que guiam o comportamento humano. Tem a ver com a construção identitária social e cultural do sujeito, sendo muito mais do que eu conscientemente decido fazer em determinado momento. Essas normas não são normas da natureza, como alguns filósofos pensavam, não existe para Butler normas da natureza e sim normas culturais. Por sermos seres que possuem linguagem, é exatamente o que nos separa dos animais não humanos, porque somos capazes de criar coisas e nos guiar por essas regras. Por isso eu digo que não existe ética universal, porque se é uma coisa cultural, depende daquela sociedade. Em alguns países do continente, principalmente os de matriz muçulmana, a pratica da mutilação genital é algo comum. Essa mutilação tem sido um assunto polêmico a bastante tempo, porque de um lado temos organismos de proteção de direitos humanos que tentam proibir que essas práticas sejam realizadas, mas por um outro lado existe uma questão cultural que nós não compreendemos, que não tem a ver apenas com o prazer, mas com o ser mulher dentro daquela sociedade, fazendo até com que a mulher possa ser marginalizada dentro daquele contexto se não realizar o procedimento, em alguns países que foi proibido, alguns mulheres começaram a se matar. Quando se coloca sua cultura no centro do mundo, isso é um agir etnocêntrico. A ideia é que, para um país é errado, mas para um outro país com uma cultura e perspectiva diferente, pode não ser errado, depende da cultura e da história arraigada naquele lugar.
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