Buscar

Por que_Tragédia_Trauma_Triunfo T L Osborn

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 281 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 281 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 281 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

T . L . O S B O R N
POR QUE?
Tragédia Trauma Triunfo
POR QUE?
Tragédia Trauma Triunfo
T. L. OSBORN
PORQUÊ?
Tragédia Trauma Triunfo
In tern atio n al d ist r ibu t o r
o f Osborn Books.
ACCESS INTERNATIONAL 
P. O. Box 700143,
TULS A, OK 74170-0143 USA
FRENCH DISTRIBUTORS 
Assoe. IMPACT PLEIN EVANGIÍE 
32140 Panassac, France
□ O Q
VIEABONDANTE, B. P. 241 
03208 Vichy, Cedex France
GERMANPUBLISHER 
SHALOM— VERLAG 
Pachlinger Stnasse 10 
D-93486 Runding, CHAM, Germany
❖ -$■
SPA NISH PUBLISHER 
LIBROS DESAFIO, Apdo. 29724 
Bogotá, Colombia
PORTUGVESE PUBLISHER 
GRAÇA EDITORIAL 
Caixa Postal 1815
Rio de Janeiro — RJ — 20001-970, Brasil
POR tUE?
Tragédia Trauma Triunfo
Coleção G RAÇA DE DEUS
PORQUÊ? — TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO
OUTUBRO, 1998
ORIGINAL: "WHY? — TRAGEDY— TRAUMA — TRIUMPH"
OSFO International 
Box 10 — Tulsa 
OK 74102 USA
EDIÇÃO: GRAÇA EDITORIAL
Caixa Postal 1815 
Rio de Janeiro— RJ— 20001-970 
Tel.: (021) 594-0375 
Fax: (021) 591-2344
Tradução: Dra. M aria Eugênia da Silva Fernandes
Revisão: Magdalena Bezerra Soares 
Eber Cocareli
Editoração: lim a M arlins de Souza
Capa: Almir Pereira Gomes
AA4 Digitalização: S am ek O cbnas, 2021
m tiã
A $ CITAÇÕ ES BÍBU CA S seguem a Tradução em P ortuguês d e João Ferreira d e A lm eida, 
E dição R evista e C orrigida (SB B ), salu o algum as exceções m encionadas. Todas a s referên cias 
estão in clu ídas. À s oezes a s citaçães são person alizadas, parafraseadas ou resum idas, para 
filc itita r a clareza e en corajar a ap licação in div idu al. Tom am os a lib erd ad e d e adap tar a 
estru tu ra, na pessoa e no tem po verbal, para fa z er a aplicação.
O autor
índice
D EDICATÓRIA — EM M EM ÓRIA D E D A ISY ...............................6
APÓS O FALECIMENTO DE DAISY..........................................................10
INTRODUÇÃO— DISPONIBILIZANDO NOVOS RECURSOS...........11
POEMA— "SUSTENTA-ME, SENHOR!".................................................15
1. CRÔNICA DE NOVOSSIBIRSK, SIBÉRIA............................................17
2. CONFIANDO NA BONDADE DE DEUS............................................ 29
3 .0 ADEUS FINAL................................................................................41
4. COMEMORAÇÃO...................................................................................65
5. RECONCILIANDO-ME COM A REALIDADE................................. 117
6. TESTEMUNHAS ESCOLHIDAS DE DEU S...................................... 143
7. MULHER DE CORAGEM.................................................................... 165
8. RETORNO DA RÚSSIA.........................................................................173
9. A MENSAGEM DE DEUS NAS FLORES.......................................... 205
1 0 .0 MONUMENTO— O EPITÁFIO..................................................... 219
1 1 .0 LEGADO DE DAISY.......................................................................... 225
SEÇÃO DE FOTOS................................................................................ 242
12. LIÇÕESPARA VIVER........................................................................... 281
13. DAISY VAI PARA A CA SA .................................................................. 311
14. UMA TOCHA ELEVADA.....................................................................315
15. "MAS MAMÃE O FEZ"!....................................................................... 321
16. NA TUA PRESENÇA HÁ ABUNDÂNCIA DE ALEGRIAS.......... 325
£>/í Memória (De:
(M in h a esposa m aravilhosa e cheia de am or 
p or quase cinquenta e quatro anos}
M inha paciente com panheira e aliada de equipe 
na oéra do Senhor, 
desde a data do nosso casam ento, 
em S de a t r il de 1942;
M inha colega con fiáv ele associada 
na evangelização em m assa com m ilagres, 
em setenta e quatro nações do ttptndo;
M inha colaíoradora corajosa e in fatigável 
na obra n 1 de D eus, de m inistrar 
Amor ao nosso mundo sofredor;
M inha confidente e conselheira esp ecia l 
em todas as fa s e s e em preendim entos dos 
nossos m inistérios mundiais p ara m ilhões;
M inha am iga m ais estim ada e am orosa; 
M inha am ada íntim a e fie l, e 
A única e m ais esp ecia l mulher de minha vida,
‘Daisy Marie ‘Washímrn Osôortt
APÓS O FALECIMENTO DE DAISY
E sta c r ô n ic a f o i c o n c eb id a 
d u ran te n o ssa s c o n fe r ên c ia s 
n as rep ú b lic a s d a ex -U n iS o S o v ié tica .
♦ COMECEI ESTES ANAIS EM MURMANSK, 
RÚSSIA, ACIMA DO ClRCULO POLAR;
♦ CONTINUEI REGISTRANDO ESTES EVENTOS
EM MINSK, BELARUS;
♦ PROSSEGUI ANOTANDO AS OCORRÊNCIAS
EM ALMA ATA, CAZAQUISTÀO;
♦ ESBOCEI OS EVENTOS DO ANO PASSADO
EM BISHKEK, QUIRGUISTÂO;
COMECEI A ESCREVER ESTAS MEMÓRIAS 
EM NO VOSSIB1RSK, SIBÉRIA, RÚSSIA;
♦ CONTINUEI AS CRÔNICAS DOS EVENTOS
EM PERM, NOS URAIS, RÚSSIA;
♦ PROSSEGUI COM O DIÁRIO DAS REMINISCÊNCIAS 
EM KHARKOV, UCRÂNIA;
♦ TERMINEI DE CATALOGAR E REGISTRAR
ESTAS LIÇÕES E RECORDAÇÕES 
EM MOSCOU, RÚSSIA, UPPSALA, SUÉCIA, THIRSK, 
INGLATERRA, HELSINQUE, FINLÂNDIA,
BANCOC, TAILÂNDIA, OSLO, NORUEGA, 
M EDELIN, COLÔMBIA 
E NO MEU ESTÚDIO — BIBLIOTECA 
EM TULSA, OK, ESTADOS UNIDOS.
INTRODUÇÃO
DISPONIBILIZANDO 
NOVOS RECURSOS
D e c id i COMPARTILHAR algumas experiências signi­
ficativas que ocorreram desde o falecimento de minha 
amada esposa, Daisy. Esta crônica é muito pessoal para 
ser publicada, exceto pelo fato de que a tragédia e a per­
da são universais, e uma parte significante da vida con­
siste em se aprender a crescer na adversidade.
O maior trauma possível é perder a fé e a esperança. 
Se essas chamas são extintas, então a pessoa está morta, 
embora o coração dele ou dela ainda bata.
O lado emocional do caos pode aparecer de maneiras 
inesperadas e em momentos imprevisíveis. Uma perda 
calamitosa pode resultar de morte, inundação, incên­
dio, tempestade, divórcio, ou como resultado de muitos 
outros eventos traumáticos. A angústia e a dor podem 
oprimir.
Tenho lutado com minhas emoções, procurando des­
cobrir quem é este homem, T.L. Osbom. Eu sei quem são 
T.L. b Daisy. Mas T.L. — sozinho, sem outra pessoa— estou 
tendo de me acostumar com ele.
i i
POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO
ASSUMINDO O COMANDO
Em meio à dor e à agonia da perda, a memória exerce 
um papel significativo. A cada ataque furioso da sensa­
ção de vazio, eu aprendi a assumir o comando de mi­
nhas emoções, a analisar qual é e onde está a dor e, então, 
a examinar meus sentimentos e a guardar meu equilíbrio 
mental. Eu questiono: "Estou sendo indulgente com aauto- 
piedade? Existe mesmo dor real no meu corpo? Se sim, onde 
está ela? O que a está provocando?"
Então, sempre, volto à premissa: O pesar é induzido pe­
los próprios pensamentos da pessoa. Temos o poder de alterar 
nossa maneira de pensar.
Não quero que minhas lembranças de Daisy se dissi­
pem. A reflexão sobre nossas vidas e nosso amor juntos é 
um tesouro para mim. Mas preciso visualizar minhas lem­
branças através de uma nova perspectiva — com grati­
dão e não com remorso. Devo aceitar os fatos da vida e 
descobrir a beleza do meu cenário alterado.
CONFORMANDO-ME COM A MUDANÇA
Eu nunca tinha morado sozinho antes. Assim, preci­
so aprender a valorizar a vida e a exercer atividade — 
sem Daisy, aceitando o fato que a vida terrena dela ter­
minou.
12
DISPONIBILIZANDO NOVOS RECURSOS
Não posso mais sentir sua presença física. Sua mente 
brilhante, seu conselho, a sabedoria dela não me são mais 
acessíveis. Eu preciso me resignar com a vida da maneira 
que ela é. Minha vida como um homem casado terminou. 
Preciso encarar isso.
DELEITE EM VEZ DE PESAR
Devo modificar minha maneira de pensar e reconside­
rar minhas lembranças de Daisy com deleite, no lugar de 
remorso. Os anos junto com ela são plenos de recordações 
inestimáveis que constantemente fazem reacender minha 
coragem e inspiração.
É mais fácil falar do que colocar em prática esta filoso­
fia de coragem, mas eu estou fazendoisso, porque sou uma 
das testemunhas vivas de Cristo (At 532). Minha vida 
tem um propósito. Faço parte de um mundo sofredor. Deus 
e Sua graça curadora se refletem por meio de mim. Sou 
vital para o Seu plano de Amor pelas pessoas.
Escrevi este livro para compartilhar algumas das lições 
que aprendi desde o falecimento de Daisy, na esperança 
de que outros possam descobrir, como eu, o quanto ainda 
existe de razão para se continuar vivendo.
Se este livro curar alguma dor e tomar claras algumas 
respostas, se ajudar as pessoas a valorizarem a vida —
13
POR QUÊ?— TRAGÉDIA — TRAUMA— TRIUNFO
mesmo quando o cenário muda — e se ele motivar uma 
aceitação nova das recordações por intermédio de uma 
perspectiva positiva, induzindo a uma refocalização no 
Amor milagroso de Deus, terão valido a pena todas as lá­
grimas que eu derramei enquanto escrevia estas páginas.
14
Oração de T. L.
“SUSTENTA-ME, SENHOR!”
S e n h o r , estendo a mão para Te alcançar, 
Existe mesmo tanto para ser feito. 
Quando o pesar me sobrevier,
Minha força precisará vir de Ti.
E u liberei minha querida Daisy,
Ela está contigo aí em cima.
Ela sempre caminhou ao meu lado, 
Minha companheira a quem amo.
Sinto-m e tão perdido e só,
E, contudo, creio,
Que preciso de Ti, Senhor, para me segurar, 
Para me ajudar a não me lamentar.
15
POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO
P o r favor, dá-me força e coragem, 
Senhor, para suportar o que preciso suportar. 
Quando a solidão me assaltar,
Eu me lembrarei que Tu estás aí.
D á combustível de esperança para os meus amanhãs, 
Eu sei que a vida precisa continuar.
Estou crendo que minha escuridão 
Será seguida pelo amanhecer de um novo dia.
T u nos conduziste por todo o mundo, 
De praia em praia distante. 
Sustenta-me, Senhor, até que eu supere isso 
E esteja forte, mais uma vez.
T. L. Osborn— 5 de julho de 1995
CAPÍTULO PRIMEIRO
CRÔNICA DE 
NOVOSSIBIRSK, SIBÉRIA
E s TOU AQUI na terceira cidade da ex-União Soviética, 
Novossibirsk. Esta é a capital cultural e econômica da vas­
ta região da Sibéria. Estou sozinho no meu pequeno quar­
to de hotel. Mede 2,3 x 3,7 m e tem um espaço de 1,4 x 1,8 
m para uma privada, uma pia e uma banheira minúscula 
— apenas com água fria. Tenho umas poucas horas antes 
que nosso avião parta, então decidi começar esta crônica.
A NOITE DAS NOITES
Foi apenas há um ano que passei pelo evento mais 
traumático da minha vida. Minha querida esposa e com­
panheira de equipe, Daisy Marie, dava seu último sus­
piro, transcendendo a mortalidade terrestre, penetran­
do no véu que nos separa do mundo invisível, para es­
tar eternamente com o Senhor.
17
POR QUÊ7— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO
A filha LaDonna e as netas Daneesa e LaVona estive­
ram conosco por duas noites. (Nossa querida amiga e 
assistente, Karen Anaya, ficou com Daisy e eu numa 
vigília.)
AS HORAS FINAIS
Uma nossa conhecida especial, a enfermeira chefe do 
Hospital Oral Roberts, tinha ouvido Daisy pregar no 
Centro Mabee. Sabedora de nossa crise, ela veio direta­
mente do hospital para a nossa casa, depois de um dia 
lotado de trabalho, para nos dar assistência. Ela ficou a 
noite inteira e voltou ao seu posto de direção sem dor­
mir. Depois de um outro dia de serviço do hospital e, 
ainda, sem descansar, ela veio novamente do trabalho 
para estar conosco. Como uma profissional da área 
médica, ela estava ciente, mais do que nós, do que esta­
va acontecendo.
Às 2h53 da manhã de 27 de maio de 1995, minha que­
rida Daisy deu o último suspiro, enquanto eu estava me 
debruçando sobre ela, meio-ajoelhado, segurando-a, fitan­
do seu rosto que tinha dado sorrisos tão responsivos e me 
trazido tanta felicidade por quase cinqüenta e quatro anos. 
Seu espírito lindo escapou para estar etemamente com 
ELE, a quem ela tão fielmente serviu.
18
CRÔNICA DE NOVOSIBIRSK, SIBÉRIA
NÓS TÍNHAMOS SID O UM.
AGORA, EU ERA UMA MEIA-PESSOA
Pareceu que uma grande parte de mim morrera com 
ela. Eu estava atordoado por uma confusão aterradora, 
emocionalmente arrasado. Como podería continuar a vi­
ver com o melhor de mim machucado? Foi uma amputa­
ção chocante de tudo que me era vital.
Tínhamo-nos encontrado e casado muito jovens. Prati­
camente crescemos juntos. Nós nos amávamos. Éramos 
um. Como eu podería sobreviver sendo metade de uma 
pessoa? Senti que eu estava sendo aspirado para o vácuo 
de um vazio assustador.
O corpo de Daisy não estava respirando — não tinha 
movimento. Aquela pessoa linda, dinâmica, que ilumi­
nou minha vida por quase cinqüenta e quatro anos, esca­
pou para longe do meu alcance. Ela já não existia mais. 
Segurei seu corpo inerte até onde podiam os meus braços. 
Eu não a podia deixar ir. Ela foi a minha vida, minha ale­
gria, meu mundo. Cenas do começo do nosso relaciona­
mento apareceram na tela da minha mente.
A GAROTA QUE EU ENCONTREI EM ALMO
Vi a garota de dezesseis anos de idade que apareceu 
na pequena igreja de Almo, Califórnia, onde o Rev. 
Ernest Dillard e eu dirigíamos uma reunião de aviva-
19
CRÔNICA DE NOVOSIBIRSK, SIBÉRIA
mento. Lá em Oklahoma, meu pai permitiu que eu fos­
se com ele quando eu só tinha dezesseis anos, para to­
car nas reuniões de avivamento. Um amigo nos convi­
dou para conduzirmos uma série de reuniões especiais 
na sua pequena igreja de Almo.
Trinta e dois quilômetros a oeste de lá ficava Los Banos. 
Daisy vivia numa fazenda ali perto. Ela e alguns amigos 
da igreja tinham ouvido falar dos reavivalistas de 
Oklahoma e vieram para as reuniões.
Reparei nela quando entrou no prédio: loira, bonita, 
serena, ativa, inteligente. E ela ficou impressionada com 
a minha música, meu testemunho e compromisso com o 
ministério de evangelização.
Eu sabia que precisava encontrar essa jovem crente 
especial e notável. Um cavalheiro mais velho nos apre­
sentou. Tudoem mim vibrou com vida, quando eu mirei 
nos seus olhos e nos cumprimentamos. Essa era a dama 
— sem sombra de dúvida— com a qual eu desejava com­
partilhar a minha vida.
EU ME DECLAREI A DAISY
Devido à nossa programação de avivamento, e não ten­
do mais dinheiro meu, Daisy e eu conseguimos, com gran­
de dificuldade, nos ver apenas três ou quatro vezes antes 
do Rev. Dillard decidir voltar para Oklahoma.
21
POR QUÊ?— TRAGÉDIA — TRAUMA — TRIUNFO
Durante nossa última breve visita a uma igreja em 
Turlock, me declarei a ela. Eu compreendia que a minha 
proposta era abrupta, mas não havia alternativa. Estáva­
mos indo embora do Estado. Graças a Deus, Daisy aceitou 
minha proposta impulsiva, acreditando no meu compro­
misso com ela. Arriscou-se, apaixonando-se por um jovem 
pregador itinerante, apesar das predições ridículas e ne­
gativas dos companheiros do colégio.
NAMORANDO POR CORRESPONDÊNCIA
Nosso namoro de que ser por correspondência. Eu não 
tinha dinheiro para telefonemas, então escrevíamos car­
tas. Um ano depois, nos casamos na pequena igreja do 
Evangelho Quadrangular de Los Banos. Emprestei um 
temo do meu cunhado e incluí, no orçamento dos meus 
preciosos e escassos dólares, um buquê branco para Daisy 
e flores para a minha lapela. Para completar, consegui uma 
carona de Oklahoma para a Califórnia, com um casal que 
estava indo para o oeste. Porém, a minha condução pa­
rou a uns cento e sessenta quilômetros de Los Banos, en­
tão eu tive que ir pedindo carona na etapa final da minha 
jornada.
Um dia após o nosso casamento, iniciamos nossa via­
gem de volta para Sand Springs, Oklahoma, onde eu ti­
22
CRÔNICA DE NO VOSIBIRSK, SIBÉRIA
nha um emprego. Chegamos com sessenta centavos. Eu 
tinha contado meus dólares com muito cuidado.
Eu estava morrendo de vontade de voltar para o mi­
nistério de evangelização. Troquei minhas únicas posses, 
uma vaca e um bezerro da fazenda de meu pai, por um 
Ford cupé modelo 1930. Com vinte dólares do meu irmão, 
Lonnie, nós revisamos o motor e, com trinta e cinco dóla­
res do irmão da Daisy, Bud, conseguimos voltar para a 
Califórnia. Então, vendemos o carro para termos dinhei­
ro vivo e começamos nossa carreira de pregaçãonuma 
igreja em Campbell, Califórnia, cujo pastor nos convida­
ra para conduzir um avivamento.
D epois daquela e de outras tantas reuniões na 
Califórnia, fomos a Portland, Oregon, para estabelecer­
mos uma nova igreja. De lá, fomos à índia como missio­
nários, mas retomamos sem sucesso. Após dez meses, es­
távamos de volta a Portland, onde aprendemos sobre os 
milagres. Com nossos novos conhecimentos sobre mila­
gres, e com a fé renovada, fomos ao estrangeiro novamen­
te — desta vez, com grande sucesso. Aquele sucesso se 
repetiu em setenta e três nações durante mais de meio 
século de evangelização em massa com milagres, que afe­
tou as missões no exterior e as regras da evangelização 
em todo o mundo.
23
PO RQ UÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO
SEU OTIM ISMO INCANSÁVEL
Nada daquilo teria acontecido sem a inspiração e o 
encorajam ento dinâm ico da m aravilhosa Daisy, a 
galante mulher de Deus, que foi minha esposa. Nunca 
tivemos nenhuma briga em nossos quase cinqüenta e 
quatro anos juntos. Eu nunca a ouvi falar ou fazer alu­
são a uma palavra ou pensamento negativos. Nunca a 
vi hesitar, em circunstâncias envolvendo risco de vida.
Essa dama vivaz me animou, encorajou-me, creu co­
migo no ministério e foi uma fonte de otimismo cons­
tante e incansável, de consolo e de tranqüilizadora es­
perança. Ela era indômita no espírito, incansável na co­
ragem, dinâmica na atitude, positiva no planejamento, 
incrivelmente generosa no dar, poderosa no testemu­
nho e no ministério, inspiradora na vida, dedicada em 
servir às pessoas, determinada nas cruzadas, fiel no 
amor.
Agora, eu estava segurando nos meus braços os res­
tos físicos dessa tão amada companheira. Seu espírito 
se fora. Sua casa mortal de barro estava vazia. Sua exis­
tência se cumpriu. Não se mexia. Eu não podia com ­
preender a vida sem o companheirismo estimulante de 
Daisy.
24
CRÔNICA DENOVOSIBIRSK, SIBÉRIA
A PERGUNTA ATORMENTADORA— POR QUÊ?
Eu sabia que tinha de liberá-la. Ela não estava respi­
rando. Sua figura não tinha vida. Ela sempre fora tão ati­
va, radiante com sorrisos, responsiva, encantadora, vigo­
rosa. Agora, seus lábios estavam estáticos. Eles não sorri­
riam mais. Seus olhos nunca mais piscariam a sua res­
posta de amor para mim outra vez. Eu estava paralisado 
pelo espanto.
Como o impacto do trovão na terra, todo o meu ser re- 
verberava com o clamor uivante de "POR QUÊ? POR 
QUÊ? POR QUÊ?"
"NÃO! Não minha amada Daisy! NÃO! É muito cedo 
na vida. Ela só tem setenta. NÃO! Por favor, ó Deus! NÃO! 
Não este anjo de luz, esta mensageira de amor! NÃO! Não 
pode ser!"
Mas o seu templo de barro estava sem vida. Ela se fora. 
Segurei seu corpo, mas estava vazio. Não respondia.
Em minha desconcertante agonia, forcei as respostas. Na 
minha procura desesperada por equilíbrio mental, racioci­
nei: "Não posso perguntar POR QUÊ? Perguntar POR QUÊ? 
não é pedir uma resposta, é querer um raciocínio. Eu não 
posso fazer isso. Preciso liberar de volta para Deus o tesou­
ro mais querido que já conhed".
25
POR QUÉ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO
Mas, no meu esforço de trazer meus pensamentos ca­
tivos, as reverberações atormentadoras continuavam a 
m e impactar "POR QUÊ? POR QUE Daisy foi arranca­
da do meu lado? O que posso fazer? Que direção to­
m ar?"
Eu sabia que a minha sobrevivência dependia de eu me 
encarregar pessoalmente das minhas emoções. A morta­
lidade de Daisy era uma realidade. Eu tinha de encarar os
fatos.
COROAÇÃO FINAL
Chorando, eu declarava: "Querido Senhor Jesus, rece­
be o espírito de Daisy. Ela chega a ti, agora. Obrigado por 
quase cinqüenta e quatro maravilhosos anos juntos. Ago­
ra, ela pode descansar para sempre. Suas labutas termi­
naram. A missão dela está completa. Sem mais trabalho 
pesado— sem mais lágrimas. Esta é a coroação final pela 
sua vida preciosa e radiante."
Oh! o vácuo que senti sabendo que ela não estava mais 
naquele templo de barro que tinha abrigado seu lindo es­
pírito por mais de setenta anos e que tinha me trazido 
tanto companheirismo e amor. Seu precioso corpo estava 
imóvel!
26
CRÔNICA DE NOVOSIBIRSK, SIBÉRIA
SÓ E APAVORADO
Um vazio tal me engolfou que eu nunca soube que exis­
tisse. Algo em mim pareceu morrer com Daisy. O que eu 
podia fazer? Que direção tomar? O que era a vida sem 
minha companheira? Ela significou tudo para mim. Foi a 
minha alegria, meu amor, minha inspiração. Fui captura­
do por um medo aterrador. Sabia que enfrentava o maior 
desafio da minha vida. Pareceu-me que uma grande par­
te dela e da minha esperança morreram naquela noite.
Por causa de nossa filha, LaDonna, e das nossas netas 
extraordinárias, LaVona e Daneesa, lutei para me recom­
por. Demorei-me com Daisy tanto quanto consegui. Eu 
podia sentir o calor de seu corpo temo se desvanecer. 
Sua linda forma de barro estava lá, mas seu espírito es­
plêndido se fora. Tudo estava vazio. O espírito que 
tinha aconselhado, encorajado e me inspirado por mais 
de meio século fora embora. Fiquei abandonado no vale 
profundo da devastação emocional— sozinho.
27
CAPÍTULO SEGUNDO
CONFIANDO NA 
BONDADE DE DEUS
M in h a PUBLICAÇÃO DESTAS memórias, incluin­
do reflexões dolorosas sobre o trauma que experimentei, 
é uma tentativa de compartilhar algumas das lições apren­
didas com o falecimento de minha esposa e da conseqüen- 
te solidão.
Tentei examinar, sensatamente, ã crônica de eventos, e 
registrar para outros algumas das curas emocionais que 
ocorreram nas minhas horas mais negras, que expandi­
ram minha alma e alargaram minha vida.
A tragédia ou o trauma chegam de muitas formas dife­
rentes — a morte é só uma delas. No meu caso, atingiu- 
me na perda da minha namorada e companheira de uma 
vida, por quase cinqüenta e quatro anos. Foi sentida 
como o colapso de um enorme dique, permitindo que uma 
parede brutal de dor me arrastasse além do controle, anu­
lando tudo que era lindo, deixando-me só e espantado 
com a paisagem violada.
29
POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA — TRIUNFO
Para outros, a desgraça séria pode vir da perda de um 
negócio,deumlar,deumaposição.Acalamidadeeaaflição 
podem ser devidos a uma inundação, um incêndio, uma 
tempestade devastadora, uma revolta, uma insurreição, à 
açãom ilitaroupolicial— ou à anarquia pública. Desgos­
to e eventos traumáticos ocorrem. Eles golpeiam sem avi­
sar. Podem ser assustadores. São universais e dolorosos.
Não podemos evitar esses tempos duros na vida, mas 
podemos controlar nossa reação para com eles. Muito 
freqüentemente, as pessoas acusam a Deus por permitir 
que eles aconteçam quando, na realidade, Ele não tinha 
nada a ver com isso.
CULPAR DEUS NÃO É A SOLUÇÃO
Podemos gritar com os céus: "POR QUÊ, Deus? POR 
QUE Tu deixaste isso acontecer? POR QUE Tu nos aban­
donaste? POR QUE nós precisamos sofrer esta perda? POR 
QUE não te importas?" Mas esses gritos de dor só exacer­
bam a agonia. A amargura e o remorso nunca curam feri­
das nem resolvem dilemas.
Porque tantas pessoas feridas estão sofrendo e afun­
dando nesse pântano emocional, eu intitulei este livro de 
"PO R QUÊ?". Eu próprio tinha sentido dor tão profunda 
que eu, também, estava perdido na bruma sufocante de 
uma frustração ambígua e enigmática.
30
CONFIANDO NA BONDADE DE DEUS
MUDAR O FOCO DA MEMÓRIA 
PARA SUPERAR A TRAGÉDIA
Mas descobri um segredo sereno e bíblico para triunfar 
sobre a devastação do desespero e da dor. Percebi uma 
nova perspectiva capaz de me abrir os olhos, que 
refocaliza a memória, supera a tragédia e elucida o valor 
de VIVER — mesmo num ambiente não familiar e com uma 
agenda reescrita.
Quero compartilhar esse novo conceito de cura com 
qualquer pessoa traumatizada ou ferida por algum tipo 
de perda. Para fazer isso, tentei analisar cada etapa difí­
cil da minha odisséia por esse vale escuro da devastação.
PAISAGEM ALTERADA
Ao compartilhar minha perda e algumas das lições que 
trouxeram renovação e crescimento à minha vida, é mi­
nha esperança que estas páginas inspirem força em tem­
pos difíceis, que aliviem a dor em períodosde pesar, que 
sem eiem coragem para nunca desistir, que impilam para 
um a estratégia de pensam ento criativo, que motivem a 
decisão renovada de reagir, que estimulem coragem nova 
para recomeçar, que coloquem em foco o milagre do po­
d er do A m or infalível de Deus, que criem a confiança de 
que vale a pena viver — mesmo quando a mudança fo i im­
posta e a paisagem, alterada.
31
POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO
A FÉ QUE TRIUNFA.
ELE É UM DEUS BOM
Existe uma fé em Deus que transcende esses eventos 
desmoralizadores. Disto podemos estar certos, Deus não 
é o autor da devastação e do caos. A humanidade é a 
descendência de Deus. Temos um inimigo que a Bíblia 
chama de Satanás. Ele é aquele que ntto vem sendo a rou­
bar, a matar e a destruir (Jo 10.10).
DEUS É UM DEUS BOM. Ele nunca manda o mal, ou a 
calamidade, ou o desastre. Essas são as obras do destrui­
dor— do Brutal.
Deus criou Adão e Eva e então plantou um jardim no 
Éden, da banda do Oriente, e pôs ali o homem que tinha fo r­
mado. E o Senhor Deus fez brotar da terra toda árvore agra­
dável à vista e boa para comida... e ...o ouro dessa terra ê bom; 
ali há o bdêlio e a pedra sardônica [rios e tesouros de todos os 
tipos] (Gn 2.8-12). Ele criou só bondade e beleza para a 
humanidade desfrutar.
PEGANDO PÓ DA TERRA PARA A BELEZA
Quando Adão e Eva foram separados dEle pela desobe­
diência, suas vidas se tomaram dominadas pelo Maligno 
— o Assassino— o Destruidor. O resultado: E viu o Senhor 
que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda
32
CONFIANDO NA BONDADE DE DEUS
imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continu­
amente. Então, arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem 
sobre a terra, e pesou-lhe em seu coração (Gn 6.5,6).
Mas, mesmo na agonia da angústia de Deus por cau­
sa da desobediência e da escravidão da humanidade a 
Satanás, Ele não os abandonou. Ele providenciou re­
denção por meio da dádiva de Seu Filho que assumiu 
nossa culpa e suportou nosso julgamento para que pu­
déssemos VIVER.
Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu 
Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, 
mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao 
mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mun­
do fosse salvo por ele (Jo 3.16,17).
AGONIA E CONFUSÃO
Deus não nos manda pestilência, doença, calamidade 
e destruição. Na agonia da confusão e da perda, as pesso­
as olham para cima e acusam a Deus: "PÔR QUE Tu fizes­
te isso? PÔR QUE tu permitiste que esse dilema, essa tragé­
dia ocorresse?"
Mas Ele não é o Destruidor. Ele é o Curador, o Salva­
dor, o Provedor, o Doador da VIDA. Sua vontade nunca 
é a de mandar desolação e praga. Ele dá a cura e a recu­
33
POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO
peração. Ele não é o autor da doença e da morte. É ele 
que perdoa todas as tuas iniqüidades e sara todas as tuas 
enfermidades (SI 103.3).
A BONDADE DE DEUS
A benignidade de Deus [que] te leva ao arrependimento 
(Rm 2.4). Quando a tragédia começa, embora não com­
preendamos as razões nem as implicações, podemos CON­
FIAR NELE naquilo que a Sua Palavra nos fala, e deixar 
nas Suas mãos o que não podemos entender, estando cer­
tos de que a BONDADE de Deus permanece continuamente 
(SI 52.1).
Não posso compreender por que minha querida Daisy 
foi tirada do meu lado, mas p osso anunciar abundantemen­
te a memória da SUA BONDADE, e posso cantar a Sua justi­
ça (SI 145.7).
PROCLAMANDO A SUA BENIGNIDADE
Daisy e eu demos cinqüenta e três anos das nossas vidas 
juntos, proclamando por todo o mundo as benignidades do 
Senhor mencionarei e os muitos louvores do Senhor, consoante 
tudo o que o Senhor nos concedeu, e a grande BONDADE... se­
gundo a multidão das suas benignidades (Is 63.7).
Devotamos toda a nossa vida de casados a sermos va­
sos comprometidos com a Sua BONDADE, intérpretes do
34
CONFIANDO NA BONDADE DE DEUS
Seu AMOR, portadores da Sua MENSAGEM, associados 
dEle na Sua missão de dar VIDA às pessoas.
Nossa proclamação de Cristo foi um nome de alegria, de 
louvor e de glória, entre todas as nações da terra que ouvirem 
todo o bem que Ele tem feito por elas; e [milhões] se espantar- 
se-ão e perturbar-se-ão por causa de todo o BEM e por causa 
de toda a paz que o Senhor lhes deu (fr 33.9).
A despeito da solidão traumática de estar separado de 
Daisy, meu coração trombeteia com o profeta bíblico 
Zacarias: Porque quão grande é a sua BONDADE! E quão 
grande é a sua FORMOSURA! (Zc 9.17).
Não foi à toa que Davi exclamou quatro vezes: Louvem 
ao Senhor pela sua BONDADE e pelas suas maravilhas para 
com os filhos dos homens! (SI 107.8,15,21,31).
Mesmo no meu confuso dilema, ainda posso confiar ple­
namente na BONDADE incomensurável de Deus, saben­
do que todas as coisas contribuem juntamente para o bem da­
queles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu 
decreto (Rm 8.28). (Eu sou um dos "chamados", envolvi­
dos no "seu decreto".)
O GRANDE LADO FAVORÁVEL DA BALANÇA
Quando os "POR QUÊS?" dolorosos avolumam-se 
dentro de mim, em vez de questionar sobre Daisy não
35
POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO
ter ressuscitado para continuar comigo pela vida, eu 
penso novamente, com júbilo, sobre as dezenas de mi­
lhares de pessoas que foram ressuscitadas em nosso 
ministério.
Eu olho para o lado favorável da balança que está re­
pleta com multidões de orações respondidas, de triun- 
fos, de vitórias, de curas, de milagres. O lado aparente­
mente negativo da balança que eu vejo, com os seus per­
plexos "POR QUÊS?" causados pelo falecimento de Daisy, 
podem ser submetidos com dignidade e consolo à SUA 
FIDELIDADE.
Essa oração aparentemente não respondida não pode ser 
pesada com justiça contra as dezenas de milhares de ora­
ções respondidas que Daisy e eu experimentamos. Eu pos­
so CONFIAR na bondade de Deus.
Estou certo de que mesmo este único caso de oração 
aparentemente não respondida, será eventualmente mos­
trado no grande lado FAVORÁVEL da balança, embora 
seja doloroso para mim agora. Eu posso descansar em Sua 
fidelidade. Ele não precisa me explicar os “POR QUÊS?". 
Estou consolado. Estou satisfeito. Estou no descanso do 
meu espírito. Meus "POR QUÊS?" têm-se inclinado em 
reverência profunda diante da BONDADE amorosa de 
Deus.
36
CONFIANDO NA BONDADE DE DEUS
Sim, tragédias existem, há eventos traumáticos na vida. 
Podem vir de muitas formas. Mas, por meio da fé em Cris­
to, sempre existe o TRIUNFO (2 Co 2.14; Rm 8.31,37).
A VITÓRIA DO CRER
Diante do meu desespero, grito com o apóstolo Paulo: 
Onde está, 6 morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua 
vitória? ...Mas graças a Deus, que nos dá a vitória por nosso 
Senhor Jesus Cristo. Portanto, [eu posso estar] firme, e cons­
tante, sempre abundante na obra do Senhor, sabendo que o nosso 
trabalho não é vão no Senhor (1 Co 1555-58).
Q uando dou uma olhada no panorama não fam i­
liar da minha jornada solitária daqui para a frente, 
sou diariam ente lembrado de que a terra está cheia 
da BONDADE de Deus (SI 33.5). No dia em que eu te­
mer, hei de CONFIAR em ti (SI 56.3). Ele nunca deixa­
rá que eu seja confundido (SI 71.1). Ele [foi e] é minha 
ESPERANÇA, [e] minha CONFIANÇA desde a minha 
m ocidade (SI 71.1-5).
Direi do Senhor: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha 
fortaleza, e nele CONFIAREI (SI 91.2). E isso me faz como o 
monte Sião, que não se abala, mas permanece para sempre (SI 
125.1) [porque] a BONDADE de Deus permanece continua­
mente (SI 52.1).
37
POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO
MINHA M ISSÃ O — A BONDADE DE DEUS
Apesar de minha tristeza e do sentimento doloroso de 
perda, a vida deve continuar porque as pessoas precisam 
da ajuda de Deus e eu, como qualquer crente, sou um “es­
colhido" como um dos Seus comunicadores. Minha mis­
são épublicar abundantemente a memória da tua grande BON­
DADE e cantar a tua JUSTIÇA (SI 145.7). Estou decidido 
que me fartarei da BONDADE de Deus (Jr 31.14) [que] me 
fez digno desta vocaçãopara cumprir todo desejo da sua BON­
DADE e a obra da f é com poder (2 Ts 1.11).
Ao continuar minha missão sem Daisy, estou crescendo 
na consciência da presença dEle comigo. Minha oração con­
tínua é: Faze-me ouvir a tua benignidade pela manhã, pois em 
ti CONFIO; faze-me saber o caminho que devo seguir, porque a 
ti levanto a minha alma (SI 143.8). [Tu és] o meu lugar forte, e o 
meu libertador; o meu Deus, a minha fortaleza, em quem CON­
FIO; o meu escudo, a força da minha salvação, e o meu alto refu­
gio (SI 18.2). Eu decidi CONFIAR no Senhor... en ãom e estri- 
bar no meu próprio entendimento (Pv 35).
Mesmo nas minhas horas mais negras, eu tenho tido 
segurança profunda e falo decidido como fez Jó, sem 
hesitação: Ainda que ele me mate, nele ESPERAREI (Jó 13.15), 
porque eu sei e estou convencido de que nenhum dos que 
nele CONFIAM será [jamais] condenado (SI 34.22).
CONFIANDO NA BONDADE DE DEUS
LUZ NO VALE
Não, eu não estou desolado. Ainda que eu andasse pelo 
vale da sombra da morte, [como eu andei}, não temería mal 
algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me 
consolam (SI 23.4). Tenho andado em minha sinceridade; te­
nho CONFIADO também no Senhor... tenho andado na tua 
verdade... para publicar com voz de louvor e contar todas as 
tuas maravilhas... andarei em minha sinceridade... meu pé está 
posto em caminho plano; nas [grandes] congregações [do mun­
do] LOUVAREI AO SENHOR (SI 26).
O Senhor é a minha lu z ea minha salvação... ainda que um 
exército me cercasse, o meu coração não temeria... porque no 
dia da adversidade me esconderá no seu pavilhão; por-me-á 
sobre uma rocha... perecería sem dúvida, se não cresse que ve­
ria os BENS do Senhor na terra dos viventes... [e] ele fortale­
ceu o meu coração (SI 27).
39
CAPÍTULO TERCEIRO
O A D E U S FIN A L
N aq u ela noite angustiante em que Daisy partiu desta 
vida, a funerária foi chamada e logo chegou pela nossa 
entrada lateral. O casal encarregado esperou silenciosa­
mente. Seu comportamento foi paciente e gentil. Eles 
deram à filha LaDonna, às netas LaVona e Daneesa, e a 
mim tempo para ficar um pouco mais com nossa querida 
mãe, avó e esposa.
FIN AUDADE ASSUSTADORA
Eu finalmente me recompus o suficiente para sair da 
cama numa espécie de pânico confuso. Tudo dentro de 
mim perguntava: "POR QUÊ, Daisy? POR QUE você teve 
de me deixar? Tudo no nosso ministério dependia tanto 
da sua habilidade".
Todos os dias, durante a luta física de Daisy, eu esperei 
que ela aparecesse na porta do quarto com seus braços 
levantados, anunciando "Querido, estou curada!" No
41
POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO
meu espírito, eu visualizava aquilo. Ela sempre tinha sido 
milagrosamente curada todas as vezes em que alguma 
doença nos assaltava em nossas jomadas. Houve inúme­
ras vezes no exterior em que experimentamos ataques fí­
sicos sérios. Sempre confiamos em nosso GRANDE MÉ­
DICO que prometeu:
Se ouvires atento a voz do Senhor, teu Deus, e fizeres o que 
é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos 
seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, ne­
nhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; 
porque eu sou o Senhor, que te sara (Êx 15.26).
E servireis ao Senhor, vosso Deus, e ele abençoará o vosso 
pão e a vossa água; e eu tirarei do meio de ti as enfermidades 
(Êx 23.25).
Jesus, Ele mesmo, confiava nas Escrituras como o fun­
damento para a Sua vida e para o Seu ministério de curar 
pessoas feridas. Nós sempre colocamos nossa fé nas pro­
messas de Deus. Ele sempre confirmou a Sua Palavra 
quando nós confiamos nEle.
SATANÁS TENTOU MATÁ-LA EM TOGO
Daisy quase morreu em Togo, África Ocidental. Nunca 
ficávamos em hotéis, porque o custo era sempre elevado,
42
O ADEUS FINAL
e não podíamos garantir que nosso alimento e a água es­
tivessem limpos. Nós sempre conseguimos usar uma casa 
particular. Lá, podíamos ferver nossa água, preparar nos­
sas próprias frutas e vegetais e manter alguma semelhan­
ça com a vida no lar.
Em Lome, Togo, a casinha que nós adquirimos era pri­
mitiva . Tinha uma cozinha fora, e pegávamos nossa água 
de um poço, com a corda e um balde, fervendo-a em se­
guida.
Durante nossas cruzadas, Daisy sempre saía cedo, en­
contrava os pastores e dirigia as reuniões. Então, assenta­
va-se com os pastores enquanto eu pregava, exposta a 
mosquitos por toda a noite.
UMA FORMA MORTAL DE MALÁRIA
Nós éramos sempre mordidos por mosquitos nas cru­
zadas ao ar livre mas, em Lome, eles portavam uma for­
ma mortal de malária.
Daisy, pela primeira e única vez, havia sido atingida 
pela malária e ficou mortalmente doente, de cama, inca­
paz de freqüentar as reuniões. Foi doloroso deixá-la só na 
casinha enquanto saíamos a ministrar para a multidão já 
reunida.
43
POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO
O TRIUNFO DE DAISY
Daisy era uma crente. Embora atingida, ela nunca re­
cuou. E a presença de Deus a visitava enquanto nós está­
vamos na cruzada. Quando voltamos, ela estava em pé, 
vestida, totalmente curada e vibrante outra vez.
Ela sempre recebeu cura milagrosa quando foi atingi­
da . POR QUE NÃO DESTA VEZ? Sua linda figura estava 
agora sem vida. Nós estivemos confiantes de que ela se 
levantaria e estaria bem. Mas, por que, desta vez, ela es­
capou além do nosso alcance? Nós nunca questionamos 
se ela seria restaurada. Estávamos confiantes.
A CRISE P Ó S— JAVA & VITÓ RIA
Alguns anos antes, quando retornávamos da Ásia, 
uma infecção mortal invadiu a garganta e os pulmões 
de Daisy. O corpo dela ardia de febre. Estava acamada e, 
às vezes, delirava, mas nunca desistiu. Um dia, eu voltei 
do escritório para casa. Daisy estava vestida, bem , 
rejubilando-se, completamente curada. Nós choramos e 
demos graças a Deus, como sempre fazíamos.
Mas desta vez, Daisy não passou pela porta com suas 
mãos levantadas, anunciando: "Querido, estou curada! 
Jesus me renovou inteiramente! Estou bem agora!" Para 
meu desapontamento e confusão, ela foi enfraquecendo
44
OADEÜS FINAL
lentamente e escapou além da vida, através do véu da 
mortalidade, para a presença do nosso Senhor.
POR QUE ESTA PERDA?
Lembranças das vitórias corriam pela minha mente, en­
quanto eu larguei seu precioso corpo. Estava vazio ago­
ra. Eu tinha de encarar a realidade.
O corpo de Daisy exigia uma certa preparação. A filha 
LaDonna e suas filhas, LaVona e Daneesa, fariam o que 
era necessário.
Então, o casal da funerária entrou e, gentilmente, trans­
feriu aquele físico fragilzinho da nossa cama para o cai­
xão, cobrindo tudo, exceto sua face, que eles perceptivel- 
mente deixaram à vista para nós.
COMPANHEIROS INSEPARÁVEIS 
AGORA DESUNIDOS
Então, eles tiraram o corpo de Daisy do quarto pela 
porta de fora. Saímos por aquela porta tantas vezes, com 
pratos de frutas ou saladas para comer lá fora onde esta­
va fresco, ou para ler nossas Bíblias e orarmos juntos, ou 
com cartas de nossos parceiros pelos quais orávamos, ou 
com mapas, papel e lápis para planejar cruzadas ou se­
minários.
45
PO RQ U Ê?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO
Essa era a nossa última saída juntos. O espírito lindo e 
vibrante de Daisy se fora. Nossa unidade foi desfeita. Me­
tade de mim tinha morrido. Eu abracei aquela forma, mas 
ela não estava lá. Foi uma amputação brutal de mim mes­
mo — daquilo que era mais querido para mim.
Quando saímos de casa, a cobertura estava gentilmente 
colocada sobre o rosto bonito de Daisy, por causa da garoa. 
Eu fiquei próximo do seu corpo, enquanto o empurráva- 
mos pelo caminho da garagem; então parei por um último 
momento para estar perto dela. Quando juntei forças para 
retomar, eles escorregaram o caixão para dentro do carro 
funerário, fechando a porta com cuidado.
O clique da fechadura reverberava nos meus ouvidos 
como o ressoar alto de uma cadeia. Eu estava trancado, 
distante da figura física da minha querida. A amputa­
ção terminara. Eu estava só metade vivo.
SEM M A IS CAMARADAGEM
Ela nunca mais andaria comigo para embarcarmos 
em outro avião. Nuncamais passaríamos pelo controle 
de algum aeroporto estrangeiro. Nunca mais estaria lá 
com igo para cum prim entar os preciosos nacionais, 
acrescentando charme, graça e vibração àquelas nos­
sas recepções.
46
0 ADEUS FINAL
Nunca mais ela me precedería em nações estrangeiras, 
encontrando pastores, oficiais do governo e a imprensa, 
para levar adiante os detalhes complexos da preparação 
para uma cruzada nacional de evangelização.
ESPIRITUALMENTE SENSIBILIZADA
Havia uma unção especial sobre a sua vida. Ela foi 
agraciada divinamente. Aqueles talentos espirituais sem­
pre se tomaram ativos quando ela chegava a uma nação 
para começar a delicada seqüência de trabalho de prepa­
ração da cruzada.
Ela se tomaria espiritualmente sensibilizada por estra­
tégias, processos, métodos de operação, sistemas, progra­
mas, táticas, manobras, fórmulas, concepções locais e na­
cionais.
Tinha cinqüenta e três anos de experiência em lutar 
com a intriga e as complicações de diversos governos, na­
cionalidades, tradições, culturas e posturas religiosas.
Eu a vi subitamente anunciar, sentada à mesa ou tra­
balhando na escrivaninha: "Os livros estão aqui. Passa­
ram pela alfândega". Ou: "Nossa autorização foi conce­
dida. Os papéis estão assinados". Ou: "Eu sei para onde 
fazer o pedido. Deus me mostrou". Somente pelo poder 
do Espírito Santo na vida de Daisy ela podería ter esse
47
POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO
conhecimento e tal direção sobrenatural. Fazia parte dela 
quando estava no estrangeiro.
A EMBAIXADORA EM AÇÃO
Numa certa cidade, Daisy foi despertada de manhã cedo 
com o conhecimento de que um oficial da fronteira esta­
va obstruindo a entrada do nosso caminhão cheio d e Fer­
ramentas para Evangelismo que nós iríamos apresentar aos 
pastores e evangelistas nacionais. Ela simplesmente se 
vestiu, saiu, tomou um táxi e rodou noventa e seis quilô­
metros por uma estrada difícil até a fronteira.
Havia centenas de enormes veículos de carga aguar­
dando inspeção. O nosso estava sendo ignorado. O ofi­
cial da fronteira sabia que se ele conseguisse retê-lo, 
eventualmente recebería um bom dinheiro para liberar 
aquela carga especial.
No calor extremo e na poeira, Daisy procurou de bar­
raco em barraco, e de caminhão em caminhão, até que 
ela encontrou o oficial encarregado, encarou-o, apre­
sentou-se e prosseguiu, dizendo-lhe exatamente o que 
fazer. Ele respondeu como um sujeito que se conforma 
com as ordens da Rainha. O material entrou no país, 
sem imposto ou gorjeta, e nosso prazo crítico foi cum­
prido.
48
0 ADEUS FINAL
O PLANO MORTAL FOI ABORTADO
Às quatro horas da manhã, numa outra nação, Daisy 
se sentou subitamente na cama num abrigo de viajantes, 
onde ela encontrara um quarto. Ela ouviu uma voz dizer: 
"Saia deste lugar sem demora!"
Ela estava lá para uma conferência com os pastores na­
cionais. Eles tinham vindo das províncias na floresta para 
encontrar Mama Daisy. Seu governo comunista instruiu 
soldados para encontrá-los e prendê-los, porque eles ti­
nham de ser eliminados.
Eles poderíam evitar a prisão e continuar a ministrar 
nas regiões florestais onde eles estariam protegidos pelo 
povo das aldeias e pela densidade da floresta. Mas tinham 
arriscado a vir para a capital, secretamente, crendo que 
estariam a salvo com Mama Daisy.
Quando Daisy recebeu essa mensagem, imediatamen­
te alertou seu guarda cristão para informar ao pastor prin­
cipal e aos pregadores, dizendo que voltassem à floresta 
sem demora, que suas vidas estavam em perigo, e que ela 
fora avisada numa visão noturna para deixar o local.
Daisy se vestiu e chamou seu anfitrião pregador nacio­
nal. Com a mala na mão, saíram pela praça do mercado 
tenuamente iluminada, arranjaram um velho táxi em
49
POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO
frangalhos e pediram ao motorista que levasse Daisy para 
a fronteira.
O chefe de polícia tinha sido notificado que os prega­
dores nacionais estavam na cidade para algum evento e 
tinha programado uma ronda para as oito horas da ma­
nhã. O fanático governo comunista estava determinado 
a eliminá-los. Foi passada a informação para o escritório 
do presidente de que eles estavam na cidade para se en­
contrarem com uma pregadora americana.
Mas Daisy estava a salvo e os pregadores escaparam 
para continuar seus ministérios nas províncias da flores­
ta. (Uma nota posterior: Aquele presidente, cuja mente 
era dirigida pelo maligno, desde então abraçou a Cristo 
como seu Salvador pessoal e me persuadiu a ir à sua na­
ção para um seminário nacional e cruzada evàngelística, 
patrocinados pelo seu governo.)
ELA ESCREVEU SEU PRÓPRIO CONTRATO
A unção sobre a vida de Daisy surpreendia a todos que 
estavam perto dela. Numa certa cidade, ela tentou garan­
tir o uso do terreno de um estádio para uma cruzada 
evangelística. Várias tentativas de localizar o diretor de 
esportes e sua comissão falharam.
50
O ADEUS FINAL
A situação era delicada, porque três forças armadas 
estavam se degladiando para o controle do governo. Sob 
essa anarquia de perigo constante, os oficiais não podiam 
trabalhar normalmente. Qualquer um que se movesse à 
noite era geralmente morto no lugar. Não era racional ten­
tar uma cruzada ali. Contudo, nós tínhamos ficado clara­
mente impressionados pelo Senhor para irmos daquela 
vez.
Daisy estava na cidade, preparando o evento. Nossas 
reuniões seriam pela manhã e à tarde, de tal forma que as 
pessoas pudessem voltar para suas casas ou aldeias antes 
do anoitecer. Mas ela não tinha sido capaz de encontrar 
um local que servisse.
Uma madrugada, ela acordou com instruções claras. "Le­
vante-se, coloque seu dinheiro na cesta (a moeda local es­
tava tão desvalorizada que um monte de dinheiro represen­
tava apenas umas poucas centenas de dólares) e vá agora 
para o grande estádio fora da cidade. Leve papel e caneta. 
Você escreverá seu próprio contrato. Ande rápido."
Daisy chamou um motorista, pegou sua cesta de dinhei­
ro, foi para o estádio, passou pelo portão grande do muro 
de três metros de altura que circundava o campo, andou 
pelo vasto terreno sozinha, divisou um estranho 
barraquinho e sentiu que deveria ir lá. O diretor e três
51
PO RQ UÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO
membros do comitê do estádio estavam numa reunião 
secreta, por causa do perigo existente na área.
Daisy entrou na cabana como se fosse a dona do lugar. 
Ela os cumprimentou, expressando sua gratidão por eles 
terem vindo tão cedo para se encontrarem com ela. Eles 
estavam chocados, mas tão impressionados com o seu 
destemor que a ouviram. Ela simplesmente lhes contou o 
que ela queria e convenceu-os de que Deus iria abençoar 
a sua nação. Expôs sua proposta e fez sua oferta.
Em princípio, o diretor pôs objeções— e, naturalmen­
te, ele não tinha contratos disponíveis. Daisy simples­
mente puxou seu bloco de papel e lhes disse que ela es­
crevería o contrato ali mesmo. Porque precisavam de 
dinheiro, e ela estava com o dinheiro, eles concorda­
ram nos detalhes, e Daisy escreveu o contrato. Ela for­
malmente o assinou, mostrou onde o Diretor deveria 
assinar e, então, o passou para os membros do comitê 
assinarem como testemunhas. Todos eles fizeram exa­
tamente como ela os instruiu.
Aquela cruzada naquele campo tomou-se um dos mai­
ores triunfos dos nossos cinqüenta e três anos de evange- 
lização em massa com milagres, por setenta nações.
Eu nunca deixei de me maravilhar com a unção de Daisy 
e de como os dons do Espírito Santo operavam nela e por
52
O ADEUS FINAL
meio dela em lugares no exterior onde a necessidade espi­
ritual das pessoas era sempre tão urgente.
A CRIANÇA MORTA FOI RESTAURADA
Em outra nação, Daisy estava liderando uma Confe­
rência Nacional de Mulheres num grande Salão de Con­
ferências do governo. Após encontrar o Chefe do Esta­
do, dirigiu-se a todo o gabinete governamental que ti­
nha vindo recebê-la e falou à nação pela televisão naci­
onal.
Às seis horas da manhã, Daisy foi despertada e ouviu 
especificamente: "Vá ao Salão de Conferênciasagora". Ela 
conseguiu um táxi e foi para o salão. Estranhamente, a 
grande porta de entrada estava entreaberta. Daisy entrou, 
percorreu o auditório vazio, pensou no que fazer, então 
decidiu pegar o seu lugar no pódio de preletores e aguar­
dar instruções.
Depois de alguns minutos, uma mulher suja e frustra­
da entrou pela porta aberta, apertando um embrulho es­
farrapado em seus braços, gemendo angustiada. Daisy se 
pôs de pé e a pobre mulher a viu. Ela se arrastou na dire­
ção da plataforma, resmungando incoerentemente. Agar­
rou Daisy, murmurando no seu dialeto, então empurrou 
o embrulho esfarrapado nos braços dela. Era o seu bebê— 
e a criança estava morta.
53
POR QUÊ?— TRAGÉDIA — TRAUMA— TRIUNFO
Enquanto a mãe caía no chão angustiada, Daisy abraçou 
o bebê sem vida contra seu peito, acalentando-o lentamen­
te para trás e para a frente, imaginando o que fazer, oran­
do por direção. Então, subitamente, do profundo do seu es­
pírito, ela comandou: "Ó morte, eu te ordeno, solta esta crian­
ça. Eu comando que o seu espírito volte para este corpo!"
Daisy continuou a se mover por ali, lenta, calmamen­
te, com confiança, segurando o bebê. De repente, ela sen­
tiu o corpinho tremer, e sabia que ele tinha revivido. Con­
tinuou a segurar a criança no seu peito, até que o corpo 
ficasse quente e macio, então ela chamou a mãe: "M a­
mãe, aqui está o seu bebê. Está tudo bem agora. Jesus res­
taurou a sua vidinha".
Ela puxou os farrapos sujos descobrindo o rosto dele 
para a mamãe ver, e, quando ela olhou, ela saltou para 
trás de susto, gritando. Daisy tentou acalmá-la, mas ela 
estava admirada. Finalmente, ela foi capaz de contar a 
Daisy que o bebê tinha nascido só com um olho. Agora, 
dois lindos olhos estavam mirando para cima daqueles 
farrapos. O Espírito Santo, ministrando através da serva 
de Deus, não apenas restaurou a vida à criança, como tam­
bém realizou um milagre criativo.
Daisy era uma ministra com dons. Eu podería recontar 
inúmeros incidentes nos quais o Espírito Santo se moveu
54
0 ADEUS FINAL
em sua vida, promovendo acontecimentos maravilhosos 
para o bem de pessoas necessitadas.
A FILHA DO JUIZ D A SUPREMA CORTE 
COM DOENÇA TERMINAL— NUM COMA
Um outro exemplo: Daisy estava com um grupo de pas­
tores numa certa cidade, procurando por um lugar po­
tencial para a nossa cruzada. Um homem, correndo, se 
intrometeu com um apelo desesperado. A filha de um Juiz 
da Suprema Corte, que estava no hospital como doente 
terminal, tinha entrado num coma profundo, em morte 
iminente. Os pregadores rechaçaram o mensageiro. Eles 
estavam num importante negócio com a Dra. Daisy, e ela 
não podia ser interrompida.
Daisy fez uma pausa por um momento, pensativa, em 
oração, então falou calmamente e com autoridade: "Leve- 
me até ela ". Eles correram pela cidade e levaram Daisy até 
o quarto de hospital. Ela andou tranquilamente até a 
cama, impôs suas mãos sobre a mulher, orou silenciosa­
mente, então levantou a voz com autoridade e disse: "Fi­
lha, abra seus olhos. Você está curada”.
A filha do Juiz foi restaurada naquela mesma hora e 
freqüentou a cruzada com seu pai, para testemunhar da 
cura milagrosa de Cristo.
55
POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO
DAISY CONFRONTA O FEITICEIRO
Numa nação primitiva, Daisy estava novamente ten­
tando arrumar um lugar adequado para a cruzada. Os 
pastores lhe mostraram vários locais. Então, passando por 
uma certa área, eles se viraram para visitar o mais repu­
tado médico feiticeiro da região. Ele governava o povo 
supersticioso dali, através do seu medo por grandes ser­
pentes que eles adoravam, e com as quais praticava sua 
magia pagã.
O médico bruxo ficou intrigado pela visita de uma 
m ulher branca de aparência tão d istin ta. E le veio 
cumprimentá-la com uma Boa constrictor enorme enrola­
da no seu corpo. Os pregadores queriam impressionar 
Daisy com o poder e a influência espiritual desse deter­
minado feiticeiro, para enfatizar a necessidade de uma 
demonstração milagrosa do Evangelho.
UMA LIÇÃO PARA OS PREGADORES: BRUXARIA 
NÃO É PÁREO PARA O ESPÍRITO SANTO
Daisy aproveitou a ocasião para impressionar os pre­
gadores com o fato de que nenhum poder pode resistir à 
presença e à unção do Espírito Santo. Ela lhes ensinava 
que, como líderes, eles deviam compreender que o poder 
do Senhor é supremo e que eles deviam ensinar isso ao
56
0 ADEUS FINAL
seu povo, para que fosse convertido do paganismo e de 
bruxaria para a fé em Jesus Cristo.
Subitamente, Daisy teve uma inspiração para provar 
àqueles pregadores que nenhuma mágica daquele bruxo 
podia prevalecer na presença de crentes no Cristo ressus­
citado.
Ela andou na direção daquele médico feiticeiro e orde­
nou: “Dê-me essa cobra!". Ele ficou chocado diante da sua 
audácia, e os pregadores ficaram atônitos. Ele atirou a Boa 
nas mãos de Daisy e, quando tocou nela, a serpente 
enrijeceu como um bastão nas suas mãos. Ela a segurou, 
enquanto advertia aqueles pregadores sobre o poder de 
Deus e como o Seu Espírito Santo era superior a qualquer 
magia negra ou feitiçaria.
DAISY FEZ O IMPENSÁVEL
Então ela fez o impensável: ela foi de pregador em pre­
gador ordenando que eles pegassem a serpente em suas 
m ãos e a segurassem como prova de que nenhum 
vuduísmo poderia governar na presença de um crente 
cheio do Espírito.
Depois que aqueles pregadores empalidecidos tiveram 
a sua vez, ela pegou a constrictor e, calmamente, a devol­
veu para o médico bruxo com uma mensagem para ele,
57
POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO
sobre o amor e o poder de Jesus Cristo. Tão logo a serpen­
te tocou as mãos do feiticeiro, imediatamente se enrolou 
de volta ao redor do corpo dele.
Isto pode parecer um caso extremo, mas Daisy era uma 
veterana no ministério do Evangelho. Ela nunca fez uma 
coisa dessas antes, ou desde então, mas aquele era um 
momento que pedia por uma prova de que Jesus Cristo 
está vivo no Seu povo, e de que o poder do Espírito Santo 
prevalece onde a bruxaria é exuberante.
ESTRATÉGIA PARA O SUCESSO NACIONAL
O sucesso nacional de todas as cruzadas evangelísticas 
que conduzíamos era atribuído à diplomacia, percepção, 
sabedoria e habilidade espirituais de Daisy. Ela percebeu 
desde o começo que, para as cruzadas evangelísticas de 
massa afetarem as nações, precisavam ser planejadas com 
o conhecimento e aprovação do governo nacional.
Sempre que possível, Daisy começava por encontrar o 
Presidente daquela nação. Ela achava que, como visitan­
te estrangeira, deveria lhe apresentar uma perspectiva 
geral do nosso propósito em ir àquela nação. Depois, ela 
negociava com outros oficiais do governo, associações de 
pastores e os meios de comunicação. Então, ela começava 
o trabalho de campo de inspirar cristãos nacionais a se
58
0 ADEUS FINAL
tomarem mensageiros da esperança de Deus para a sua 
população não-cristã, espalhando as notícias sobre a cru­
zada para cidades e aldeias por toda a nação.
Mas agora, a experiência e liderança dessa mulher va­
lorosa no evangelismo mundial tinham terminado. Sua 
voz vibrante foi silenciada. A sabedoria dela não estava 
mais disponível. Sua energia espiritual não seria mais sen­
tida por pastores e ministros do Evangelho. Ela não mais 
ajudaria e influenciaria presidentes, primeiros-ministros, 
oficiais de estados e províncias para aprovarem o Evan­
gelho no meio do seu povo.
EU SENTI A ANGÚSTIA DE MILHÕES
Fiquei ali em pé, com o som da porta daquele carro fu­
nerário retinindo nos meus ouvidos. Suas reverberações 
se misturavam com os gritos de um mundo perdido im­
plorando por compaixão, misericórdia e compreensão na 
liderança. Daisy foi esse tipo de líder. Eu podia ouvir os 
pedidos de milhões necessitando de graça e de uma doçu­
ra amorosa e curadora. Daisy ministrava com essa espé­
cie de dinamismo no tato e na sensibilidade.
Agora, seu estilo de liderança talentosa e sábia ter­
minara. POR QUÊ? POR QUE ela havia morrido? Ela 
foi bastante corajosa, comprometida, desejosa de dar
59
POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA—TRIUNFO
tudo para ajudar, levantar, abençoar, salvar e curar mi­
lhões de vidas.
ELA SEGURAVA O MUNDO EM 
SEU CORAÇÃO. ELA ERA UMA VOZ
"POR QUÊS" atormentadores me atacaram com suas su­
gestões demolidoras e destrutivas. O mundo precisava de 
Daisy. As nações se tomaram melhores pela sua presença e 
pelo seu competente ministério. Ela segurava o mundo em 
seu coração. Olhava as pessoas com a compaixão de Cris­
to. Sua força diplomática, contudo dinâmica, elevava os ne­
cessitados a novos níveis de dignidade.
As mulheres do mundo precisavam de Daisy. Ela lhes 
dissera: "Eu sou uma voz que anuncia que a sua redenção che­
gou, que seu redentor está aqui, que a sua emancipação já fo i 
declarada, que o seu resgate já fo i pago, e eu estou anunciando 
isso ousadamente para mulheres e homens de todas as cores, 
raças e nacionalidades".
POR QUE seu espírito intrépido e valente desapareceu 
deste mundo que precisava dela tão desesperadamente? 
POR QUE esta mensageira das Boas Novas de Deus apa­
rentemente "terminou seu percurso"?
Enquanto eu ficava ali atrás daquele carro preto, sen­
tia a angústia de milhões que tinham sofrido perda, que
60
O ADEUS FINAL
viviam em confusão, apanhados em dor devido a alguma 
calamidade, dureza, infortúnio ou tragédia, atrapalhados 
e aturdidos pela selvageria dos POR QUÊS?
Agora, eu era um daqueles em pé naquela areia move­
diça de confusão. Eu tinha perdido o tesouro mais querido 
da minha vida. Sua figurinha de barro escapou da minha 
vista, além do meu alcance e toque, para a concha negra 
daquele carro mórbido. Ela estava só. Eu estava só. A porta 
se fechou entre nós. Nossa separação era final. Nossa união 
estava rompida. Nós ainda éramos um, mas minha melhor 
metade estava morta. O que eu podería fazer? POR QUE 
aconteceu essa cruel separação?
Quando a porta daquele carro fúnebre se fechou, senti 
a influência gélida da morte. Eu estava entorpecido e ator­
doado.
O CARRO FÚNEBRE SOME NA ESCURIDÃO 
LEMBRANÇAS DAS DESPEDIDAS
Fiquei de pé atentando para o carro enquanto ele saía 
do nosso caminho e, lentamente, se movia na escuridão, 
levando minha preciosa companheira de toda a vida. 
Eu nunca tocaria seu corpo cálido novamente.
Sozinho no escuro, permanecí quase transpassado, lá­
grimas escorrendo pelo meu rosto. Fiquei de pé naquela
61
POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO
entrada de casa tantas vezes, com orgulho e prazer, aju­
dando Daisy a entrar no seu carro com livros e papéis que 
ela manusearia no escritório. Eu lhe acenava com beijos, 
enquanto ela tirava o carro da nossa garagem, e sempre 
respondia com um gesto de amor enquanto partia.
DAISY NÃO VOLTARIA
Mas essa era a última vez que eu a veria partir. Ela 
nunca mais voltaria para mim, neste mundo. Eu estava 
com medo, confuso, desconcertado. Minha esperança e 
minha vida pareceram dissipar enquanto aquele carro 
preto, carregando minha amada, desaparecia na noite.
Como eu podia reentrar na casa? Tentei me recupe­
rar. Fiquei em pé parado, analisando as árvores, as flo­
res, os arbustos que Daisy e eu plantamos e desfruta­
mos juntos. A garoa tinha parado. Lá estava o pátio com 
as adoráveis cadeiras brancas onde Daisy e eu nos sen- 
távamos, conversávamos, líamos nossas Bíblias e orá- 
vamos juntos tantas vezes. Eu olhei para a mesa e as 
cadeiras do pátio onde tão freqüentemente tomávamos 
café e almoçávamos.
Levou um tempo para eu conseguir entrar. Eu sabia que 
tinha de me recompor. LaDonna, LaVona e Daneesa esta­
vam lá. Também sofriam. E a enfermeira-chefe precisa­
62
0 ADEUS FINAL
va sair. Eu queria lhe expressar minha gratidão. Mas não 
conseguia falar. Minha garganta estava travada pelo so­
frimento. Não sairía palavra alguma.
63
CAPÍTULO QUARTO
COMEMORAÇÃO
D e u s escolhe pessoas que são de boa reputação, cheias 
do Espírito Santo e de sabedoria (At 6.3). A Bíblia fala que 
Estêvão era cheio de f é e do Espírito Santo... cheio de f é e 
de poder, [que] fez prodígios e grandes sinais entre o povo 
(At 6. 5,8).
Após o martírio de Estêvão, varões piedosos foram 
enterrá-lo e fizeram sobre ele grande pranto (At 8.2),
No caso da Dra. Daisy Washbum Osbom, pode ser re­
gistrado que *mulheres piedosas foram enterrá-la e fizeram 
sobre ela grande demonstração de regozijo". Houve lágrimas, 
mas eram lágrimas de gratidão.
O LOCAL
O culto em memória à vida e ministério de Daisy foi 
realizado no lindo auditório do prédio que Daisy e eu 
erigimos há décadas atrás, como a sede internacional dos 
nossos ministérios globais.
65
POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO
A Pastora Superintendente Sênior, LaDonna Osbom 
oficiou na cerimônia. O santuário estava lotado. Ami­
gos e ministros do Evangelho vieram de todos os Estados 
Unidos e do mundo.
DERRAMAMENTO DE AMOR
O ataúde de Daisy foi colocado em meio a uma ban­
cada exuberante de flores. Até os funcionários da fune­
rária comentaram que nunca tinham visto tal cena co- 
piosa de esplendor floral.
Um arranjo de 1,20 m de altura de cravos brancos e 
verm elhos, dos M issionários Bud e Fay Sckler de 
Mombasa, Quênia, foi designado para representar o con­
tinente africano. Firmado num cavalete ao lado do ataú­
de de Daisy, demonstrava o amor da África por sua vida 
e ministério.
Ramalhetes maravilhosos, coroas, plantas, ornamen­
tos, buquês, perfumes e todos os tipos de deslumbrante 
magnificência floral ornamentavam o largo palco com 
seu caleidoscópio de cores e fragrâncias em profusão.
Vieram de muitos ministérios nacionais tais como os dos 
Roberts, Hagins, Copelands, Osteens, Schambachs, Freda 
lindsay, Crouches, Hickeys e de centenas de outros amigos 
granjeados nos Estados Unidos e por todo o mundo.
66
COMEMORAÇÃO
PASTORA LADONNA OFICIA
NO MEMORIAL DE SUA MÀE 
(ROTEIRO PARCIAL DO SERMÃO)
N ó S ESTAMOS AQUI não apenas para comemorar a vida 
de minha amada mãe, Daisy Osbom, mas para celebrar a 
volta para a casa de uma santa de Deus.
E nós estamos aqui para sermos confortados— através 
das lembranças, das canções, das expressões de amor, e 
por estarmos junto de amigos valiosos.
Também, estamos aqui para comissionar aqueles que 
foram receptores das sementes que a Dra. Daisy semeou.
Além disso, estamos aqui para consagrar nossas vidas 
como crentes, de maneira que Deus receba a glória atra­
vés do nosso viver. A Dra Daisy se foi. Nossa jornada não 
terminou. Refletir hoje sobre o seu exemplo motivará a 
renovação de nosso compromisso para levarmos a tocha 
do Evangelho àqueles que ainda estão nas trevas.
CARTA DE EVELYN ROBERTS PARA T.L.
Nossa família tem tido um relacionamento duradouro 
e prezado com tantos de nossos amigos hoje aqui. Quan­
do Oral e Evelyn Roberts receberam a notícia do faleci­
mento de mamãe, Evelyn escreveu a meu pai esta precio­
sa carta.
67
POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA — TRIUNFO
Ela disse que tinha refletido sobre a sua profunda ami­
zad e com D aisy e com o suas v idas estiveram 
entrelaçadas. Disse que o Senhor ministrou para ela, sus­
surrando, que Daisy estava cansada, que ela nunca aban­
donaria o trabalho, então agora ela havia entrado no 
descanso de suas obras no ministério.
Eu estava analisando os anos, as viagens de avião, os 
corredores, as cruzadas, as viagens, as reuniões, os pro­
blemas, as soluções, as críticas, as tarefas, as longas noi­
tes, as gravações, os livros, as câmeras e tudo o que faz 
andar a vida de um ministério. Minha preciosa mãe me­
rece um descanso!
Chorei quando li as palavras de Evelyn porque eu ti­
nha ajoelhado ao lado da cama de mamãe durante seus 
últimos momentos. Eu fiquei dizendo: "Descanse; só des­
canse, mamãe! Você tem trabalhado tanto. Você nos ensi­
nou como fazer o trabalho. Você nos mostrou o caminho. 
Você tem sido paciente e amorosa, forte e perseverante. 
Agora, mamãe, só descanse. É a nossa vez de carregar a 
tocha, e nós o faremos. Sim, mamãe, nós o faremos".
A FORÇA DOS AMIGOS
Nós honramos a vocês que vieram para esta cerimô­
nia. Há tantas pessoas importantes de partes distantes do
68
COMEMORAÇÃOmundo. Nós sentimos a sua força e eu lhes agradeço em 
nome de meu pai e de nossa família. Vocês são queridos 
e preciosos para nós.
Estes ramalhetes de flores representam apenas uma 
fração daqueles que nós recebemos. Nossos lares estão 
repletos. A tumba já está adornada. Obrigada. Todas as 
flores, cada botão, refletem este amor derramado em 
profusão.
OS ORADORES
Hoje, diferentes pessoas falarão para nós. O Arcebis­
po Silas Owiti, de Kisumu, Quênia, será o primeiro. Ele 
empreendeu uma longa viagem para homenagear sua 
amiga especial, a Dra. Daisy, com a qual trabalhou tão 
próxim o em muitas cruzadas nacionais, servindo como 
Coordenador da maior parte das Cruzadas Osbom na 
África Oriental.
Então a Dra. Margaret Idahosa, esposa do Arcebispo 
Benson Idahosa, da Nigéria, falará em nome das mulhe­
res do mundo cujas vidas foram impactadas pela vida e 
pelo ministério da Dra. Daisy.
O Pastor John Osteen da renomada Lakewood Church, 
em Houston, Texas, está aqui com sua esposa e compa­
nheira de equipe, Irmã Dodie. Ele está entre os melhores
69
POR QUÊ?— TRAGÉDIA — TRAUMA— TRIUNFO
exemplos de liderança na Igreja de hoje, um pastor ver­
dadeiramente apostólico com uma visão mundial e pai­
xão por milhões de pessoas desesperadas neste mundo 
conturbado. O Pastor Osteen compartilhará sua mensa­
gem conosco.
Então meu filho mais velho, o Missionário Evangelista 
Tommy 0 'D e ll, falará, representando a familia e ele 
mesmo, dividindo conosco seu próprio tributo à sua avó. 
Ele é o primeiro neto dela.
Depois do tributo de Tommy, minha filha mais velha, 
LaVona Thomas, lerá um poema que ela compôs depois 
do falecimento de sua avó.
Agora, o Arcebispo Silas Owiti do Quênia.
ARCEBISPO SILAS OWITI
A DRA. DAISY Osbom revolucionou minha vida e o meu 
ministério. Conheço T.L. e Daisy Osbom desde 1955.
Voei para Tulsa para encontrá-los. Tivemos uma con­
versa amorosa sobre como alcançar minha nação e con­
tinente para Cristo. Eu lhes pedi para trazer o Evangelho 
de milagres para o meu povo e eles aceitaram.
70
COMEMORAÇÃO
TRABALHO DE PREPARAÇÃO DA CRUZADA
A Dra. Daisy chegou para começar o trabalho de cam­
po. Ela me designou como Coordenador. Eu nunca encon­
trei uma mulher que trabalhasse tanto.
Ela pregava quase todas as noites durante as semanas 
das reuniões pré-cruzada, alcançando todas as igrejas 
da província. Nós escrevíamos cartas, pedimos autori­
zações, visitamos Comissários Provinciais e dos Distri­
tos, membros de conselho das cidades, rádio, TV e im­
prensa.
A Irmã Daisy Osbom se comportava com notável sa­
bedoria, dignidade, amor, humildade. Ela era uma diplo­
mata feita. Eu a levei ao topo dos líderes, incluindo meu 
amado Presidente— mais do que uma vez— cujo cora­
ção os Osbom conquistaram completamente.
A S PESSOAS ESPERAVAM MILAGRES
Eu estou aqui hoje representando o povo da minha 
nação. Qualquer hora que anunciávamos uma Cruzada 
Osbom, as pessoas esperavam grandes milagres trans­
formadores de vida e irrefutáveis.
Elas sabiam que cadeiras de roda voltariam vazias, que 
muletas, bengalas e coletes seriam atirados no estádio da
71
POR QUÊ?— TRAGÉDIA — TRAUMA— TRIUNFO
cruzada e ao longo das estradas, por causa da pregação 
desta mulher e de T.L., e por causa do poder do amor 
curador de Deus.
Nas noites de abertura, 100.000 ou mais pessoas po­
diam estar presentes. Deve haver mais almas no céu 
vindas áa África do que de qualquer outra parte do 
mundo, por causa das cruzadas dos Osborns.
Eles dizem às pessoas: "Jesus Cristo morreu e reviveu. 
Nós não pedimos que você O aceite a menos que você faça 
as coisas que Ele fez quando Ele estava aqui. Quando você 
testemunhar que Ele faz o mesmo hoje, então você O re­
ceberá na fé como seu Salvador. Você vai fazer isso? E a 
multidão sempre respondia com um ecoante SIM!".
MÍRIAM GARE, A LEPROSA
Fosse a Dra. Daisy ou o Dr. T.L. pregando, Deus sempre 
confirmava. Uma noite, eu me recordo de uma mulher, 
Miriam Gare, que se escondeu debaixo de uma árvore no 
canto de úma multidão para evitar que fosse vista, por­
que ela não era somente uma leprosa, mas também para­
lítica e tinha que se arrastar no chão. Seus pés e mãos quase 
já tinham ido embora por causa da hanseníase.
Naquela noite, os Osborns oraram somente para os sur­
dos ouvirem. Mas o amor de Deus não podia ser limitado.
72
COMEMORAÇÃO
Ele veio até Minam embaixo daquela árvore e Seu gran­
de poder curador a fez inteira de novo.
Na manhã seguinte, as pessoas vieram gritando na mi­
nha porta: "Silas, Silas. Venha ver !" Eu corri com meu 
carro até o Mercado do Jubileu. Uma grande multidão cir­
cundava esta mulher que foi curada de lepra e paralisia. 
Ela estava andando na rua para mostrar ao povo como 
ela foi curada. Andou até ficar exausta.
Eu corri no meio daquele povaréu e tomei-a nos braços 
até o meu carro, livrando-a da multidão. Ela estava an­
dando sem medir limites. Depois do seu milagre, a Irmã 
Miriam Gare sempre freqüentou nossa igreja e tem sido 
uma grande testemunha de que Cristo hoje não mudou.
OBRIGADO, AMÉRICA!
Meus amigos americanos, eu tenho dito muitas ve­
zes, eu os saúdo porque vocês têm produzido homens e 
mulheres maravilhosos para compartilhar o Evangelho 
com todo o mundo.
Hoje, nós homenageamos esta mulher excepcional, a 
Dra. Daisy. Você sabia que ela ministrou para mais pes­
soas do que qualquer outra mulher na História? Obriga­
do por enviá-la ao Quênia. Ela e seu marido conquista­
ram os corações da África.
73
POR QUÊ7— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO
Milhares de pessoas se acotovelavam nas suas reu­
niões. Você pode imaginar vinte mil pessoas, ou mais, 
dando suas vidas para o Senhor em uma reunião? Eu 
testemunhei isso em minha nação.
EU SOU UMA TESTEMUNHA VIVA
Vi milagres acontecendo— o cego, o surdo, o mudo e o 
paralítico foram feitos de novo. Ninguém pode me con­
fundir, dizendo que Jesus não faz mais milagres.
Eu sou um crente em milagres, não só porque testemu­
nhei tantos deles, como também porque eu, eu mesmo, 
sou um milagre vivo, ambulante.
Eu tive um acidente terrível. Minha amada esposa foi 
morta. Eu estive paralisado. Deus me levantou e vocês 
me vêem hoje. Estou bem pelo Seu poder.
QUANDO EU ESTAVA MORRENDO...
Perdoem-me por chorar. Meu Senhor chorou quando 
Ele encontrou Seu amigo Lázaro morto (Jo 11.35). Mas o 
meu choro de hoje são lágrimas de alegria, porque eu es­
tou achando que foi uma missão de amor, que a Dra. Daisy 
realizou, que salvou minha vida.
Quando minha esposa morreu e fiquei paralítico, as 
notícias chegaram até a América. A Dra. Daisy voou
74
COMEMORAÇÃO
imediatamente para o Quênia para assistir ao funeral 
da minha esposa, que era sua amiga querida. (Eu não 
podia estar presente porque eu estava morrendo no 
hospital.)
No dia em que mamãe Daisy aterrisou no Aeroporto In­
ternacional de Nairobi, depois de voar por mais de vinte 
horas, ela não se instalou num hotel. Ela sabia no seu es­
pírito que não havia tempo a perder. Foi impelida a pegar 
um táxi e ir diretamente com suas malas até o hospital 
onde eu estava.
Eu tinha acabado de voltar da sala de cirurgia. Quan­
do recobrei a consciência e abri meus olhos, segundo 
meus amigos, eu estava olhando diretamente nos olhos 
de mamãe Daisy Osborn. Eles estavam faiscantes, ungi­
dos e cheios de compaixão. Eu a vi e chorei como um 
bebê. E ela chorou também.
EXPRESSANDO AMOR
Eu estava com uma dor terrível. As duas pernas esta­
vam quebradas. Meus braços se quebraram três vezes. E 
eu estava paralisado. Mas eu não estava chorando por 
causa dessas coisas. Eu estava chorando por causa do 
amor desta mulher expresso através do seu vôo da outra 
parte do mundo para estar ao meu lado.
75
POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO
Ela se aproximou e perguntou: "Silas, você pode me 
ouvir?" Eu disse: "Sim, mamãe". Ela falou: "Deus me 
mandou até você. Ele me disse na América que se eu não 
viesse, você morrería. Existe alguma coisa no seu tórax 
que vai matá-lo".
No acidente, fui atirado ao longe e batí o peitonuma 
pedra enorme, quebrando minhas costelas e lesando a 
coluna. Era terrível para respirar. Os médicos tiraram 
raio-X, mas eu estava partido em tantos lugares que eles 
não conseguiram ver que meus pulmões estavam perfu­
rados. Eu sabia que eu estava morrendo, mas eu estava 
muito fraco para lhes dizer.
ELA TOCOU NO PONTO
Deus falou para Daisy na América, ela ouviu Sua voz 
e veio até mim sem demora. Quando ficou ao lado da 
minha cama, ela estendeu sua mão e a colocou no ponto 
preciso onde o estrago era insuportável — nos exatos 
seis centímetros quadrados.
Então ela comandou que a dor desaparecesse no Nome 
de Jesus. O poder de Deus me percorreu. Eu testemunho 
para vocês, aqui e agora, que fui instantaneamente cura­
do e não tive mais dor naquela área do meu corpo, des­
de aquele momento abençoado.
76
COMEMORAÇÃO
Deixe-me compartilhar com vocês que tipo de senhora 
é esta cuja vida viemos aqui homenagear. Na Cruzada de 
Mombasa, a Dra. Daisy estava pregando para a multidão. 
Eu me sentei lá me maravilhando com o poder e unção de 
Deus que se moviam através desta mulher.
Quando ela convidou não-crentes a aceitar a Cristo, li­
teralmente milhares responderam. Ela orou e depois os 
ajudou a receber a salvação. Então ela lhes falou que o 
Único que perdoava pecados também lhes curaria os cor­
pos doentes.
SIN AIS DE MILAGRES E PRODÍGIOS 
QUANDO DAISY PREGAVA A PALAVRA
Daisy ficava lá como um anjo de luz e orava com fé 
para a cura das pessoas naquela multidão. Eu vigiava 
enquanto os milagres aconteciam.
Paralíticos atiravam suas muletas. Vi cadeiras de roda 
levantadas como testemunho de que aqueles que senta­
vam ali estavam andando. Eu vi pessoas atirando coletes, 
bengalas e bastões. Cegos recuperavam a visão e surdos 
ouviam. Eu lhes digo, estamos pagando tributo a uma gran­
de mulher de Deus que terminou sua caminhada terrestre 
e partiu para receber uma recompensa muito grande.
Depois daquela reunião em Mombasa, o poder de Deus 
era tão forte. Nós passávamos com nosso carro no meio
77
POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO
de pessoas que estavam cantando e se rejubilando. Vimos 
uma mulher se mexendo apoiada em suas nádegas, para­
lisada, incapaz de andar.
CURADA NA RUA
Alguns crentes lhe perguntaram: "Por que você ainda 
está se arrastando com seu quadril enquanto muitos es­
tão andando? Por quê?" E eles estavam tão cheios de fé 
que começaram a louvar a Deus com aquela mulher. En­
tão, o poder de Deus veio sobre ela e, para surpresa das 
pessoas na rua, ela se levantou e começou a andar. Eu tes­
temunhei esse milagre pessoalmente. A Dra. Daisy tinha 
pregado tão poderosamente que todos tinham sido afeta­
dos pela mensagem— e o Senhor Jesus estava confirman­
do a Sua palavra.
Aqui está diante de nós esta grande mulher, esta serva 
de Deus, esta Embaixadora — uma diplomata, uma 
missionária, uma pioneira. Se ela estivesse sendo velada 
na África, havería de cem a duzentas mil pessoas come­
morando sua vida.
Eu lhe digo, Dra. Daisy Osbom, minha querida e ama­
da amiga "Descanse em paz. Obrigado por sua vida e seu 
exemplo".
78
c o m e m o r a ç ã o
DRA. M ARGARETIDAHOSA
E s TOU AQUI hoje para saudar mamãe Daisy, por causa 
do que ela significa para as vidas de homens e mulheres 
em minha nação, a Nigéria, e no mundo inteiro.
Esta grande mulher é um General, uma legenda do nos­
so tempo, uma mulher destemida, cheia de amor, digni­
dade e integridade. Eu a encontrei alguns anos atrás e ela 
nunca mudou.
Eu sou a esposa do Arcebispo Benson Idahosa. Quando 
encontrei mamãe Daisy pela primeira vez, nós éramos 
pastores de uma pequena igreja. Mulheres tinham que ser 
submissas— vistas, mas não ouvidas— no fundo, princi­
palmente produzindo bebês.
MAMÃE DAISY ME ACHOU
Quando a Dra. Daisy Osbom e o Dr. T.L. vieram à mi­
nha cidade para uma grande cruzada, eu geralmente me 
sentava no fundo da nossa igreja, porque não havia lugar 
para eu ministrar e, mesmo antes da bênção, eu já ia em­
bora. Então, esta mulher e seu marido chegaram.
Cem mil pessoas vieram para escutá-los. Parece irreal, 
mas é verdade. Durante a cruzada deles em nossa cidade, 
a Dra. Daisy disse ao meu marido: "Benson, onde está a sua 
mulher?" E ele respondeu: "Ela está em algum lugar".
79
POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA — TRIUNFO
Não havia cadeiras na cruzada. As pessoas ficavam em 
pé, ouviam, criam e recebiam seus milagres. As reuniões 
terminavam muito tarde. Noite após noite, eu corria de 
volta para casa, depois que as reuniões terminavam.
EU ERA UMA NINGUÉM 
NUNCA SOUBE QUE TINHA DONS
Uma noite, depois que a Dra. Daisy terminou de minis­
trar na cruzada, ela fez com que o motorista a trouxesse 
até a minha casa, determinada a me encontrar. Ela ficou 
lá fora e bradou: "Onde está a esposa de Benson?" Eu a 
ouvi e fiquei com medo, mas saí e disse: "Sim, mãe. Sou 
eu". Então ela falou: "Quero ver vocl amanhã". E ela foi 
embora.
Meu coração martelava. Por que essa mulher estava 
tão determinada a me ver? Na manhã seguinte, fui ao seu 
hotel. Ela se sentou comigo e conversou por um longo tem­
po. Suas palavras e seu amor transformaram a minha vida.
A Dra Daisy era minha mentora. Ela me encontrou 
quando eu não era ninguém, levou-me bem lá em cima, 
até o púlpito e como líder mundial entre as mulheres.
Eu nunca soube que tivesse dons e talentos. Eu nunca 
soube que podia pregar e que Deus me confirmaria com 
milagres da mesma maneira que Ele confirma meu mari­
COMEMORAÇÃO
do. Eu nunca soube que eu tinha algum valor ou fosse 
bonita. Eu nunca soube que tinha alguma coisa para ofe­
recer à minha geração.
EU TIVE UM NOVO COMEÇO
Mas foi esta mulher, a Dra. Daisy, que se sentou e con­
versou comigo por mais de duas horas. Desde então, se eu 
tivesse um problem a, se eu ficasse d esap ontad a, 
desencorajada, tudo que eu tinha a fazer era chamar M a­
mãe Daisy.
Nós a chamamos Mamãe Daisy. Seu nome é um nome 
familiar em meu pais. Em qualquer lugar, mesmo nas al­
deias mais remotas, eles sabem sobre a Dra. Daisy e T.L.
Mesmo que ela não esteja mais conosco hoje, as semen­
tes que ela plantou na África — e na minha vida — 
viverão e continuarão a produzir fruto para sempre. 
Daisy vive em mim. Ela não se foi para mim. Ela vive 
em minha casa. Seu ministério continua através de mim 
— e através de milhares de outras mulheres.
ELES ME ORDENARAM PARA O M IN ISTÉRIO
A Dra. Daisy e T.L. me ordenaram para o ministério 
quando fazer isso era tabu na África. Quando eu voltei 
para casa, com meu lindo Certificado de Ordenação, as pes­
soas — e alguns líderes— ficaram chocados.
81
PO RQ U Ê?— TRAGÉDIA — TRAUMA — TRIUNFO
Logo depois, meu marido e eu começamos a ordenar 
mulheres para o ministério. Agora, mulheres africanas 
estão construindo igrejas, pastoreando, evangelizando 
e fazendo tudo o que qualquer ministro do Evangelho 
pode fazer, em pelo menos setenta nações do nosso con­
tinente.
A V ISÃ O — O ENCORAJAMENTO DE DAISY
Há alguns anos, recebi uma visão de Deus para as 
mulheres da África. Eu compartilhei aquela visão com 
Mamãe Daisy. Ela disse: "M argaret, corra atrás dela!"
Nós todas nos encontramos e ela se tornou nossa 
conselheira internacional da União Internacional de Mu­
lheres Cristãs. Temos agora capítulos em setenta nações 
na África e em outras nações pelo mundo.
Hoje Mamãe Daisy não está conosco, mas sua semente 
viverá para sempre.
A Bíblia diz: Fazei sobre isto uma narração a vossos f i ­
lhos, e vossos filhos, a seus filhos, e os filhos destes, à outra 
geração (J11.3).
NÓS CONTAREMOS PARA N O SSO S FILHOS
Eu lhe digo hoje, Mamãe Daisy (porque acho que você 
está me ouvindo): a semente que você plantou em mim e 
nas vidas das mulheres e homens na África, continuarão
82
COMEMORAÇÃO
a produzir fruto. Nós contaremos isso para nossos filhos, 
e nossos filhos contarão para seus filhos, e seus filhos con­
tarão para a próxima geração.
Eu a saúdo, Mãe. Você significou tanto para nós — 
para mim, meu marido, nossos filhos. Você está descan­
sando do seu

Continue navegando