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T . L . O S B O R N POR QUE? Tragédia Trauma Triunfo POR QUE? Tragédia Trauma Triunfo T. L. OSBORN PORQUÊ? Tragédia Trauma Triunfo In tern atio n al d ist r ibu t o r o f Osborn Books. ACCESS INTERNATIONAL P. O. Box 700143, TULS A, OK 74170-0143 USA FRENCH DISTRIBUTORS Assoe. IMPACT PLEIN EVANGIÍE 32140 Panassac, France □ O Q VIEABONDANTE, B. P. 241 03208 Vichy, Cedex France GERMANPUBLISHER SHALOM— VERLAG Pachlinger Stnasse 10 D-93486 Runding, CHAM, Germany ❖ -$■ SPA NISH PUBLISHER LIBROS DESAFIO, Apdo. 29724 Bogotá, Colombia PORTUGVESE PUBLISHER GRAÇA EDITORIAL Caixa Postal 1815 Rio de Janeiro — RJ — 20001-970, Brasil POR tUE? Tragédia Trauma Triunfo Coleção G RAÇA DE DEUS PORQUÊ? — TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO OUTUBRO, 1998 ORIGINAL: "WHY? — TRAGEDY— TRAUMA — TRIUMPH" OSFO International Box 10 — Tulsa OK 74102 USA EDIÇÃO: GRAÇA EDITORIAL Caixa Postal 1815 Rio de Janeiro— RJ— 20001-970 Tel.: (021) 594-0375 Fax: (021) 591-2344 Tradução: Dra. M aria Eugênia da Silva Fernandes Revisão: Magdalena Bezerra Soares Eber Cocareli Editoração: lim a M arlins de Souza Capa: Almir Pereira Gomes AA4 Digitalização: S am ek O cbnas, 2021 m tiã A $ CITAÇÕ ES BÍBU CA S seguem a Tradução em P ortuguês d e João Ferreira d e A lm eida, E dição R evista e C orrigida (SB B ), salu o algum as exceções m encionadas. Todas a s referên cias estão in clu ídas. À s oezes a s citaçães são person alizadas, parafraseadas ou resum idas, para filc itita r a clareza e en corajar a ap licação in div idu al. Tom am os a lib erd ad e d e adap tar a estru tu ra, na pessoa e no tem po verbal, para fa z er a aplicação. O autor índice D EDICATÓRIA — EM M EM ÓRIA D E D A ISY ...............................6 APÓS O FALECIMENTO DE DAISY..........................................................10 INTRODUÇÃO— DISPONIBILIZANDO NOVOS RECURSOS...........11 POEMA— "SUSTENTA-ME, SENHOR!".................................................15 1. CRÔNICA DE NOVOSSIBIRSK, SIBÉRIA............................................17 2. CONFIANDO NA BONDADE DE DEUS............................................ 29 3 .0 ADEUS FINAL................................................................................41 4. COMEMORAÇÃO...................................................................................65 5. RECONCILIANDO-ME COM A REALIDADE................................. 117 6. TESTEMUNHAS ESCOLHIDAS DE DEU S...................................... 143 7. MULHER DE CORAGEM.................................................................... 165 8. RETORNO DA RÚSSIA.........................................................................173 9. A MENSAGEM DE DEUS NAS FLORES.......................................... 205 1 0 .0 MONUMENTO— O EPITÁFIO..................................................... 219 1 1 .0 LEGADO DE DAISY.......................................................................... 225 SEÇÃO DE FOTOS................................................................................ 242 12. LIÇÕESPARA VIVER........................................................................... 281 13. DAISY VAI PARA A CA SA .................................................................. 311 14. UMA TOCHA ELEVADA.....................................................................315 15. "MAS MAMÃE O FEZ"!....................................................................... 321 16. NA TUA PRESENÇA HÁ ABUNDÂNCIA DE ALEGRIAS.......... 325 £>/í Memória (De: (M in h a esposa m aravilhosa e cheia de am or p or quase cinquenta e quatro anos} M inha paciente com panheira e aliada de equipe na oéra do Senhor, desde a data do nosso casam ento, em S de a t r il de 1942; M inha colega con fiáv ele associada na evangelização em m assa com m ilagres, em setenta e quatro nações do ttptndo; M inha colaíoradora corajosa e in fatigável na obra n 1 de D eus, de m inistrar Amor ao nosso mundo sofredor; M inha confidente e conselheira esp ecia l em todas as fa s e s e em preendim entos dos nossos m inistérios mundiais p ara m ilhões; M inha am iga m ais estim ada e am orosa; M inha am ada íntim a e fie l, e A única e m ais esp ecia l mulher de minha vida, ‘Daisy Marie ‘Washímrn Osôortt APÓS O FALECIMENTO DE DAISY E sta c r ô n ic a f o i c o n c eb id a d u ran te n o ssa s c o n fe r ên c ia s n as rep ú b lic a s d a ex -U n iS o S o v ié tica . ♦ COMECEI ESTES ANAIS EM MURMANSK, RÚSSIA, ACIMA DO ClRCULO POLAR; ♦ CONTINUEI REGISTRANDO ESTES EVENTOS EM MINSK, BELARUS; ♦ PROSSEGUI ANOTANDO AS OCORRÊNCIAS EM ALMA ATA, CAZAQUISTÀO; ♦ ESBOCEI OS EVENTOS DO ANO PASSADO EM BISHKEK, QUIRGUISTÂO; COMECEI A ESCREVER ESTAS MEMÓRIAS EM NO VOSSIB1RSK, SIBÉRIA, RÚSSIA; ♦ CONTINUEI AS CRÔNICAS DOS EVENTOS EM PERM, NOS URAIS, RÚSSIA; ♦ PROSSEGUI COM O DIÁRIO DAS REMINISCÊNCIAS EM KHARKOV, UCRÂNIA; ♦ TERMINEI DE CATALOGAR E REGISTRAR ESTAS LIÇÕES E RECORDAÇÕES EM MOSCOU, RÚSSIA, UPPSALA, SUÉCIA, THIRSK, INGLATERRA, HELSINQUE, FINLÂNDIA, BANCOC, TAILÂNDIA, OSLO, NORUEGA, M EDELIN, COLÔMBIA E NO MEU ESTÚDIO — BIBLIOTECA EM TULSA, OK, ESTADOS UNIDOS. INTRODUÇÃO DISPONIBILIZANDO NOVOS RECURSOS D e c id i COMPARTILHAR algumas experiências signi ficativas que ocorreram desde o falecimento de minha amada esposa, Daisy. Esta crônica é muito pessoal para ser publicada, exceto pelo fato de que a tragédia e a per da são universais, e uma parte significante da vida con siste em se aprender a crescer na adversidade. O maior trauma possível é perder a fé e a esperança. Se essas chamas são extintas, então a pessoa está morta, embora o coração dele ou dela ainda bata. O lado emocional do caos pode aparecer de maneiras inesperadas e em momentos imprevisíveis. Uma perda calamitosa pode resultar de morte, inundação, incên dio, tempestade, divórcio, ou como resultado de muitos outros eventos traumáticos. A angústia e a dor podem oprimir. Tenho lutado com minhas emoções, procurando des cobrir quem é este homem, T.L. Osbom. Eu sei quem são T.L. b Daisy. Mas T.L. — sozinho, sem outra pessoa— estou tendo de me acostumar com ele. i i POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO ASSUMINDO O COMANDO Em meio à dor e à agonia da perda, a memória exerce um papel significativo. A cada ataque furioso da sensa ção de vazio, eu aprendi a assumir o comando de mi nhas emoções, a analisar qual é e onde está a dor e, então, a examinar meus sentimentos e a guardar meu equilíbrio mental. Eu questiono: "Estou sendo indulgente com aauto- piedade? Existe mesmo dor real no meu corpo? Se sim, onde está ela? O que a está provocando?" Então, sempre, volto à premissa: O pesar é induzido pe los próprios pensamentos da pessoa. Temos o poder de alterar nossa maneira de pensar. Não quero que minhas lembranças de Daisy se dissi pem. A reflexão sobre nossas vidas e nosso amor juntos é um tesouro para mim. Mas preciso visualizar minhas lem branças através de uma nova perspectiva — com grati dão e não com remorso. Devo aceitar os fatos da vida e descobrir a beleza do meu cenário alterado. CONFORMANDO-ME COM A MUDANÇA Eu nunca tinha morado sozinho antes. Assim, preci so aprender a valorizar a vida e a exercer atividade — sem Daisy, aceitando o fato que a vida terrena dela ter minou. 12 DISPONIBILIZANDO NOVOS RECURSOS Não posso mais sentir sua presença física. Sua mente brilhante, seu conselho, a sabedoria dela não me são mais acessíveis. Eu preciso me resignar com a vida da maneira que ela é. Minha vida como um homem casado terminou. Preciso encarar isso. DELEITE EM VEZ DE PESAR Devo modificar minha maneira de pensar e reconside rar minhas lembranças de Daisy com deleite, no lugar de remorso. Os anos junto com ela são plenos de recordações inestimáveis que constantemente fazem reacender minha coragem e inspiração. É mais fácil falar do que colocar em prática esta filoso fia de coragem, mas eu estou fazendoisso, porque sou uma das testemunhas vivas de Cristo (At 532). Minha vida tem um propósito. Faço parte de um mundo sofredor. Deus e Sua graça curadora se refletem por meio de mim. Sou vital para o Seu plano de Amor pelas pessoas. Escrevi este livro para compartilhar algumas das lições que aprendi desde o falecimento de Daisy, na esperança de que outros possam descobrir, como eu, o quanto ainda existe de razão para se continuar vivendo. Se este livro curar alguma dor e tomar claras algumas respostas, se ajudar as pessoas a valorizarem a vida — 13 POR QUÊ?— TRAGÉDIA — TRAUMA— TRIUNFO mesmo quando o cenário muda — e se ele motivar uma aceitação nova das recordações por intermédio de uma perspectiva positiva, induzindo a uma refocalização no Amor milagroso de Deus, terão valido a pena todas as lá grimas que eu derramei enquanto escrevia estas páginas. 14 Oração de T. L. “SUSTENTA-ME, SENHOR!” S e n h o r , estendo a mão para Te alcançar, Existe mesmo tanto para ser feito. Quando o pesar me sobrevier, Minha força precisará vir de Ti. E u liberei minha querida Daisy, Ela está contigo aí em cima. Ela sempre caminhou ao meu lado, Minha companheira a quem amo. Sinto-m e tão perdido e só, E, contudo, creio, Que preciso de Ti, Senhor, para me segurar, Para me ajudar a não me lamentar. 15 POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO P o r favor, dá-me força e coragem, Senhor, para suportar o que preciso suportar. Quando a solidão me assaltar, Eu me lembrarei que Tu estás aí. D á combustível de esperança para os meus amanhãs, Eu sei que a vida precisa continuar. Estou crendo que minha escuridão Será seguida pelo amanhecer de um novo dia. T u nos conduziste por todo o mundo, De praia em praia distante. Sustenta-me, Senhor, até que eu supere isso E esteja forte, mais uma vez. T. L. Osborn— 5 de julho de 1995 CAPÍTULO PRIMEIRO CRÔNICA DE NOVOSSIBIRSK, SIBÉRIA E s TOU AQUI na terceira cidade da ex-União Soviética, Novossibirsk. Esta é a capital cultural e econômica da vas ta região da Sibéria. Estou sozinho no meu pequeno quar to de hotel. Mede 2,3 x 3,7 m e tem um espaço de 1,4 x 1,8 m para uma privada, uma pia e uma banheira minúscula — apenas com água fria. Tenho umas poucas horas antes que nosso avião parta, então decidi começar esta crônica. A NOITE DAS NOITES Foi apenas há um ano que passei pelo evento mais traumático da minha vida. Minha querida esposa e com panheira de equipe, Daisy Marie, dava seu último sus piro, transcendendo a mortalidade terrestre, penetran do no véu que nos separa do mundo invisível, para es tar eternamente com o Senhor. 17 POR QUÊ7— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO A filha LaDonna e as netas Daneesa e LaVona estive ram conosco por duas noites. (Nossa querida amiga e assistente, Karen Anaya, ficou com Daisy e eu numa vigília.) AS HORAS FINAIS Uma nossa conhecida especial, a enfermeira chefe do Hospital Oral Roberts, tinha ouvido Daisy pregar no Centro Mabee. Sabedora de nossa crise, ela veio direta mente do hospital para a nossa casa, depois de um dia lotado de trabalho, para nos dar assistência. Ela ficou a noite inteira e voltou ao seu posto de direção sem dor mir. Depois de um outro dia de serviço do hospital e, ainda, sem descansar, ela veio novamente do trabalho para estar conosco. Como uma profissional da área médica, ela estava ciente, mais do que nós, do que esta va acontecendo. Às 2h53 da manhã de 27 de maio de 1995, minha que rida Daisy deu o último suspiro, enquanto eu estava me debruçando sobre ela, meio-ajoelhado, segurando-a, fitan do seu rosto que tinha dado sorrisos tão responsivos e me trazido tanta felicidade por quase cinqüenta e quatro anos. Seu espírito lindo escapou para estar etemamente com ELE, a quem ela tão fielmente serviu. 18 CRÔNICA DE NOVOSIBIRSK, SIBÉRIA NÓS TÍNHAMOS SID O UM. AGORA, EU ERA UMA MEIA-PESSOA Pareceu que uma grande parte de mim morrera com ela. Eu estava atordoado por uma confusão aterradora, emocionalmente arrasado. Como podería continuar a vi ver com o melhor de mim machucado? Foi uma amputa ção chocante de tudo que me era vital. Tínhamo-nos encontrado e casado muito jovens. Prati camente crescemos juntos. Nós nos amávamos. Éramos um. Como eu podería sobreviver sendo metade de uma pessoa? Senti que eu estava sendo aspirado para o vácuo de um vazio assustador. O corpo de Daisy não estava respirando — não tinha movimento. Aquela pessoa linda, dinâmica, que ilumi nou minha vida por quase cinqüenta e quatro anos, esca pou para longe do meu alcance. Ela já não existia mais. Segurei seu corpo inerte até onde podiam os meus braços. Eu não a podia deixar ir. Ela foi a minha vida, minha ale gria, meu mundo. Cenas do começo do nosso relaciona mento apareceram na tela da minha mente. A GAROTA QUE EU ENCONTREI EM ALMO Vi a garota de dezesseis anos de idade que apareceu na pequena igreja de Almo, Califórnia, onde o Rev. Ernest Dillard e eu dirigíamos uma reunião de aviva- 19 CRÔNICA DE NOVOSIBIRSK, SIBÉRIA mento. Lá em Oklahoma, meu pai permitiu que eu fos se com ele quando eu só tinha dezesseis anos, para to car nas reuniões de avivamento. Um amigo nos convi dou para conduzirmos uma série de reuniões especiais na sua pequena igreja de Almo. Trinta e dois quilômetros a oeste de lá ficava Los Banos. Daisy vivia numa fazenda ali perto. Ela e alguns amigos da igreja tinham ouvido falar dos reavivalistas de Oklahoma e vieram para as reuniões. Reparei nela quando entrou no prédio: loira, bonita, serena, ativa, inteligente. E ela ficou impressionada com a minha música, meu testemunho e compromisso com o ministério de evangelização. Eu sabia que precisava encontrar essa jovem crente especial e notável. Um cavalheiro mais velho nos apre sentou. Tudoem mim vibrou com vida, quando eu mirei nos seus olhos e nos cumprimentamos. Essa era a dama — sem sombra de dúvida— com a qual eu desejava com partilhar a minha vida. EU ME DECLAREI A DAISY Devido à nossa programação de avivamento, e não ten do mais dinheiro meu, Daisy e eu conseguimos, com gran de dificuldade, nos ver apenas três ou quatro vezes antes do Rev. Dillard decidir voltar para Oklahoma. 21 POR QUÊ?— TRAGÉDIA — TRAUMA — TRIUNFO Durante nossa última breve visita a uma igreja em Turlock, me declarei a ela. Eu compreendia que a minha proposta era abrupta, mas não havia alternativa. Estáva mos indo embora do Estado. Graças a Deus, Daisy aceitou minha proposta impulsiva, acreditando no meu compro misso com ela. Arriscou-se, apaixonando-se por um jovem pregador itinerante, apesar das predições ridículas e ne gativas dos companheiros do colégio. NAMORANDO POR CORRESPONDÊNCIA Nosso namoro de que ser por correspondência. Eu não tinha dinheiro para telefonemas, então escrevíamos car tas. Um ano depois, nos casamos na pequena igreja do Evangelho Quadrangular de Los Banos. Emprestei um temo do meu cunhado e incluí, no orçamento dos meus preciosos e escassos dólares, um buquê branco para Daisy e flores para a minha lapela. Para completar, consegui uma carona de Oklahoma para a Califórnia, com um casal que estava indo para o oeste. Porém, a minha condução pa rou a uns cento e sessenta quilômetros de Los Banos, en tão eu tive que ir pedindo carona na etapa final da minha jornada. Um dia após o nosso casamento, iniciamos nossa via gem de volta para Sand Springs, Oklahoma, onde eu ti 22 CRÔNICA DE NO VOSIBIRSK, SIBÉRIA nha um emprego. Chegamos com sessenta centavos. Eu tinha contado meus dólares com muito cuidado. Eu estava morrendo de vontade de voltar para o mi nistério de evangelização. Troquei minhas únicas posses, uma vaca e um bezerro da fazenda de meu pai, por um Ford cupé modelo 1930. Com vinte dólares do meu irmão, Lonnie, nós revisamos o motor e, com trinta e cinco dóla res do irmão da Daisy, Bud, conseguimos voltar para a Califórnia. Então, vendemos o carro para termos dinhei ro vivo e começamos nossa carreira de pregaçãonuma igreja em Campbell, Califórnia, cujo pastor nos convida ra para conduzir um avivamento. D epois daquela e de outras tantas reuniões na Califórnia, fomos a Portland, Oregon, para estabelecer mos uma nova igreja. De lá, fomos à índia como missio nários, mas retomamos sem sucesso. Após dez meses, es távamos de volta a Portland, onde aprendemos sobre os milagres. Com nossos novos conhecimentos sobre mila gres, e com a fé renovada, fomos ao estrangeiro novamen te — desta vez, com grande sucesso. Aquele sucesso se repetiu em setenta e três nações durante mais de meio século de evangelização em massa com milagres, que afe tou as missões no exterior e as regras da evangelização em todo o mundo. 23 PO RQ UÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO SEU OTIM ISMO INCANSÁVEL Nada daquilo teria acontecido sem a inspiração e o encorajam ento dinâm ico da m aravilhosa Daisy, a galante mulher de Deus, que foi minha esposa. Nunca tivemos nenhuma briga em nossos quase cinqüenta e quatro anos juntos. Eu nunca a ouvi falar ou fazer alu são a uma palavra ou pensamento negativos. Nunca a vi hesitar, em circunstâncias envolvendo risco de vida. Essa dama vivaz me animou, encorajou-me, creu co migo no ministério e foi uma fonte de otimismo cons tante e incansável, de consolo e de tranqüilizadora es perança. Ela era indômita no espírito, incansável na co ragem, dinâmica na atitude, positiva no planejamento, incrivelmente generosa no dar, poderosa no testemu nho e no ministério, inspiradora na vida, dedicada em servir às pessoas, determinada nas cruzadas, fiel no amor. Agora, eu estava segurando nos meus braços os res tos físicos dessa tão amada companheira. Seu espírito se fora. Sua casa mortal de barro estava vazia. Sua exis tência se cumpriu. Não se mexia. Eu não podia com preender a vida sem o companheirismo estimulante de Daisy. 24 CRÔNICA DENOVOSIBIRSK, SIBÉRIA A PERGUNTA ATORMENTADORA— POR QUÊ? Eu sabia que tinha de liberá-la. Ela não estava respi rando. Sua figura não tinha vida. Ela sempre fora tão ati va, radiante com sorrisos, responsiva, encantadora, vigo rosa. Agora, seus lábios estavam estáticos. Eles não sorri riam mais. Seus olhos nunca mais piscariam a sua res posta de amor para mim outra vez. Eu estava paralisado pelo espanto. Como o impacto do trovão na terra, todo o meu ser re- verberava com o clamor uivante de "POR QUÊ? POR QUÊ? POR QUÊ?" "NÃO! Não minha amada Daisy! NÃO! É muito cedo na vida. Ela só tem setenta. NÃO! Por favor, ó Deus! NÃO! Não este anjo de luz, esta mensageira de amor! NÃO! Não pode ser!" Mas o seu templo de barro estava sem vida. Ela se fora. Segurei seu corpo, mas estava vazio. Não respondia. Em minha desconcertante agonia, forcei as respostas. Na minha procura desesperada por equilíbrio mental, racioci nei: "Não posso perguntar POR QUÊ? Perguntar POR QUÊ? não é pedir uma resposta, é querer um raciocínio. Eu não posso fazer isso. Preciso liberar de volta para Deus o tesou ro mais querido que já conhed". 25 POR QUÉ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO Mas, no meu esforço de trazer meus pensamentos ca tivos, as reverberações atormentadoras continuavam a m e impactar "POR QUÊ? POR QUE Daisy foi arranca da do meu lado? O que posso fazer? Que direção to m ar?" Eu sabia que a minha sobrevivência dependia de eu me encarregar pessoalmente das minhas emoções. A morta lidade de Daisy era uma realidade. Eu tinha de encarar os fatos. COROAÇÃO FINAL Chorando, eu declarava: "Querido Senhor Jesus, rece be o espírito de Daisy. Ela chega a ti, agora. Obrigado por quase cinqüenta e quatro maravilhosos anos juntos. Ago ra, ela pode descansar para sempre. Suas labutas termi naram. A missão dela está completa. Sem mais trabalho pesado— sem mais lágrimas. Esta é a coroação final pela sua vida preciosa e radiante." Oh! o vácuo que senti sabendo que ela não estava mais naquele templo de barro que tinha abrigado seu lindo es pírito por mais de setenta anos e que tinha me trazido tanto companheirismo e amor. Seu precioso corpo estava imóvel! 26 CRÔNICA DE NOVOSIBIRSK, SIBÉRIA SÓ E APAVORADO Um vazio tal me engolfou que eu nunca soube que exis tisse. Algo em mim pareceu morrer com Daisy. O que eu podia fazer? Que direção tomar? O que era a vida sem minha companheira? Ela significou tudo para mim. Foi a minha alegria, meu amor, minha inspiração. Fui captura do por um medo aterrador. Sabia que enfrentava o maior desafio da minha vida. Pareceu-me que uma grande par te dela e da minha esperança morreram naquela noite. Por causa de nossa filha, LaDonna, e das nossas netas extraordinárias, LaVona e Daneesa, lutei para me recom por. Demorei-me com Daisy tanto quanto consegui. Eu podia sentir o calor de seu corpo temo se desvanecer. Sua linda forma de barro estava lá, mas seu espírito es plêndido se fora. Tudo estava vazio. O espírito que tinha aconselhado, encorajado e me inspirado por mais de meio século fora embora. Fiquei abandonado no vale profundo da devastação emocional— sozinho. 27 CAPÍTULO SEGUNDO CONFIANDO NA BONDADE DE DEUS M in h a PUBLICAÇÃO DESTAS memórias, incluin do reflexões dolorosas sobre o trauma que experimentei, é uma tentativa de compartilhar algumas das lições apren didas com o falecimento de minha esposa e da conseqüen- te solidão. Tentei examinar, sensatamente, ã crônica de eventos, e registrar para outros algumas das curas emocionais que ocorreram nas minhas horas mais negras, que expandi ram minha alma e alargaram minha vida. A tragédia ou o trauma chegam de muitas formas dife rentes — a morte é só uma delas. No meu caso, atingiu- me na perda da minha namorada e companheira de uma vida, por quase cinqüenta e quatro anos. Foi sentida como o colapso de um enorme dique, permitindo que uma parede brutal de dor me arrastasse além do controle, anu lando tudo que era lindo, deixando-me só e espantado com a paisagem violada. 29 POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA — TRIUNFO Para outros, a desgraça séria pode vir da perda de um negócio,deumlar,deumaposição.Acalamidadeeaaflição podem ser devidos a uma inundação, um incêndio, uma tempestade devastadora, uma revolta, uma insurreição, à açãom ilitaroupolicial— ou à anarquia pública. Desgos to e eventos traumáticos ocorrem. Eles golpeiam sem avi sar. Podem ser assustadores. São universais e dolorosos. Não podemos evitar esses tempos duros na vida, mas podemos controlar nossa reação para com eles. Muito freqüentemente, as pessoas acusam a Deus por permitir que eles aconteçam quando, na realidade, Ele não tinha nada a ver com isso. CULPAR DEUS NÃO É A SOLUÇÃO Podemos gritar com os céus: "POR QUÊ, Deus? POR QUE Tu deixaste isso acontecer? POR QUE Tu nos aban donaste? POR QUE nós precisamos sofrer esta perda? POR QUE não te importas?" Mas esses gritos de dor só exacer bam a agonia. A amargura e o remorso nunca curam feri das nem resolvem dilemas. Porque tantas pessoas feridas estão sofrendo e afun dando nesse pântano emocional, eu intitulei este livro de "PO R QUÊ?". Eu próprio tinha sentido dor tão profunda que eu, também, estava perdido na bruma sufocante de uma frustração ambígua e enigmática. 30 CONFIANDO NA BONDADE DE DEUS MUDAR O FOCO DA MEMÓRIA PARA SUPERAR A TRAGÉDIA Mas descobri um segredo sereno e bíblico para triunfar sobre a devastação do desespero e da dor. Percebi uma nova perspectiva capaz de me abrir os olhos, que refocaliza a memória, supera a tragédia e elucida o valor de VIVER — mesmo num ambiente não familiar e com uma agenda reescrita. Quero compartilhar esse novo conceito de cura com qualquer pessoa traumatizada ou ferida por algum tipo de perda. Para fazer isso, tentei analisar cada etapa difí cil da minha odisséia por esse vale escuro da devastação. PAISAGEM ALTERADA Ao compartilhar minha perda e algumas das lições que trouxeram renovação e crescimento à minha vida, é mi nha esperança que estas páginas inspirem força em tem pos difíceis, que aliviem a dor em períodosde pesar, que sem eiem coragem para nunca desistir, que impilam para um a estratégia de pensam ento criativo, que motivem a decisão renovada de reagir, que estimulem coragem nova para recomeçar, que coloquem em foco o milagre do po d er do A m or infalível de Deus, que criem a confiança de que vale a pena viver — mesmo quando a mudança fo i im posta e a paisagem, alterada. 31 POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO A FÉ QUE TRIUNFA. ELE É UM DEUS BOM Existe uma fé em Deus que transcende esses eventos desmoralizadores. Disto podemos estar certos, Deus não é o autor da devastação e do caos. A humanidade é a descendência de Deus. Temos um inimigo que a Bíblia chama de Satanás. Ele é aquele que ntto vem sendo a rou bar, a matar e a destruir (Jo 10.10). DEUS É UM DEUS BOM. Ele nunca manda o mal, ou a calamidade, ou o desastre. Essas são as obras do destrui dor— do Brutal. Deus criou Adão e Eva e então plantou um jardim no Éden, da banda do Oriente, e pôs ali o homem que tinha fo r mado. E o Senhor Deus fez brotar da terra toda árvore agra dável à vista e boa para comida... e ...o ouro dessa terra ê bom; ali há o bdêlio e a pedra sardônica [rios e tesouros de todos os tipos] (Gn 2.8-12). Ele criou só bondade e beleza para a humanidade desfrutar. PEGANDO PÓ DA TERRA PARA A BELEZA Quando Adão e Eva foram separados dEle pela desobe diência, suas vidas se tomaram dominadas pelo Maligno — o Assassino— o Destruidor. O resultado: E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda 32 CONFIANDO NA BONDADE DE DEUS imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continu amente. Então, arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra, e pesou-lhe em seu coração (Gn 6.5,6). Mas, mesmo na agonia da angústia de Deus por cau sa da desobediência e da escravidão da humanidade a Satanás, Ele não os abandonou. Ele providenciou re denção por meio da dádiva de Seu Filho que assumiu nossa culpa e suportou nosso julgamento para que pu déssemos VIVER. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mun do fosse salvo por ele (Jo 3.16,17). AGONIA E CONFUSÃO Deus não nos manda pestilência, doença, calamidade e destruição. Na agonia da confusão e da perda, as pesso as olham para cima e acusam a Deus: "PÔR QUE Tu fizes te isso? PÔR QUE tu permitiste que esse dilema, essa tragé dia ocorresse?" Mas Ele não é o Destruidor. Ele é o Curador, o Salva dor, o Provedor, o Doador da VIDA. Sua vontade nunca é a de mandar desolação e praga. Ele dá a cura e a recu 33 POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO peração. Ele não é o autor da doença e da morte. É ele que perdoa todas as tuas iniqüidades e sara todas as tuas enfermidades (SI 103.3). A BONDADE DE DEUS A benignidade de Deus [que] te leva ao arrependimento (Rm 2.4). Quando a tragédia começa, embora não com preendamos as razões nem as implicações, podemos CON FIAR NELE naquilo que a Sua Palavra nos fala, e deixar nas Suas mãos o que não podemos entender, estando cer tos de que a BONDADE de Deus permanece continuamente (SI 52.1). Não posso compreender por que minha querida Daisy foi tirada do meu lado, mas p osso anunciar abundantemen te a memória da SUA BONDADE, e posso cantar a Sua justi ça (SI 145.7). PROCLAMANDO A SUA BENIGNIDADE Daisy e eu demos cinqüenta e três anos das nossas vidas juntos, proclamando por todo o mundo as benignidades do Senhor mencionarei e os muitos louvores do Senhor, consoante tudo o que o Senhor nos concedeu, e a grande BONDADE... se gundo a multidão das suas benignidades (Is 63.7). Devotamos toda a nossa vida de casados a sermos va sos comprometidos com a Sua BONDADE, intérpretes do 34 CONFIANDO NA BONDADE DE DEUS Seu AMOR, portadores da Sua MENSAGEM, associados dEle na Sua missão de dar VIDA às pessoas. Nossa proclamação de Cristo foi um nome de alegria, de louvor e de glória, entre todas as nações da terra que ouvirem todo o bem que Ele tem feito por elas; e [milhões] se espantar- se-ão e perturbar-se-ão por causa de todo o BEM e por causa de toda a paz que o Senhor lhes deu (fr 33.9). A despeito da solidão traumática de estar separado de Daisy, meu coração trombeteia com o profeta bíblico Zacarias: Porque quão grande é a sua BONDADE! E quão grande é a sua FORMOSURA! (Zc 9.17). Não foi à toa que Davi exclamou quatro vezes: Louvem ao Senhor pela sua BONDADE e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens! (SI 107.8,15,21,31). Mesmo no meu confuso dilema, ainda posso confiar ple namente na BONDADE incomensurável de Deus, saben do que todas as coisas contribuem juntamente para o bem da queles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto (Rm 8.28). (Eu sou um dos "chamados", envolvi dos no "seu decreto".) O GRANDE LADO FAVORÁVEL DA BALANÇA Quando os "POR QUÊS?" dolorosos avolumam-se dentro de mim, em vez de questionar sobre Daisy não 35 POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO ter ressuscitado para continuar comigo pela vida, eu penso novamente, com júbilo, sobre as dezenas de mi lhares de pessoas que foram ressuscitadas em nosso ministério. Eu olho para o lado favorável da balança que está re pleta com multidões de orações respondidas, de triun- fos, de vitórias, de curas, de milagres. O lado aparente mente negativo da balança que eu vejo, com os seus per plexos "POR QUÊS?" causados pelo falecimento de Daisy, podem ser submetidos com dignidade e consolo à SUA FIDELIDADE. Essa oração aparentemente não respondida não pode ser pesada com justiça contra as dezenas de milhares de ora ções respondidas que Daisy e eu experimentamos. Eu pos so CONFIAR na bondade de Deus. Estou certo de que mesmo este único caso de oração aparentemente não respondida, será eventualmente mos trado no grande lado FAVORÁVEL da balança, embora seja doloroso para mim agora. Eu posso descansar em Sua fidelidade. Ele não precisa me explicar os “POR QUÊS?". Estou consolado. Estou satisfeito. Estou no descanso do meu espírito. Meus "POR QUÊS?" têm-se inclinado em reverência profunda diante da BONDADE amorosa de Deus. 36 CONFIANDO NA BONDADE DE DEUS Sim, tragédias existem, há eventos traumáticos na vida. Podem vir de muitas formas. Mas, por meio da fé em Cris to, sempre existe o TRIUNFO (2 Co 2.14; Rm 8.31,37). A VITÓRIA DO CRER Diante do meu desespero, grito com o apóstolo Paulo: Onde está, 6 morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória? ...Mas graças a Deus, que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, [eu posso estar] firme, e cons tante, sempre abundante na obra do Senhor, sabendo que o nosso trabalho não é vão no Senhor (1 Co 1555-58). Q uando dou uma olhada no panorama não fam i liar da minha jornada solitária daqui para a frente, sou diariam ente lembrado de que a terra está cheia da BONDADE de Deus (SI 33.5). No dia em que eu te mer, hei de CONFIAR em ti (SI 56.3). Ele nunca deixa rá que eu seja confundido (SI 71.1). Ele [foi e] é minha ESPERANÇA, [e] minha CONFIANÇA desde a minha m ocidade (SI 71.1-5). Direi do Senhor: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele CONFIAREI (SI 91.2). E isso me faz como o monte Sião, que não se abala, mas permanece para sempre (SI 125.1) [porque] a BONDADE de Deus permanece continua mente (SI 52.1). 37 POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO MINHA M ISSÃ O — A BONDADE DE DEUS Apesar de minha tristeza e do sentimento doloroso de perda, a vida deve continuar porque as pessoas precisam da ajuda de Deus e eu, como qualquer crente, sou um “es colhido" como um dos Seus comunicadores. Minha mis são épublicar abundantemente a memória da tua grande BON DADE e cantar a tua JUSTIÇA (SI 145.7). Estou decidido que me fartarei da BONDADE de Deus (Jr 31.14) [que] me fez digno desta vocaçãopara cumprir todo desejo da sua BON DADE e a obra da f é com poder (2 Ts 1.11). Ao continuar minha missão sem Daisy, estou crescendo na consciência da presença dEle comigo. Minha oração con tínua é: Faze-me ouvir a tua benignidade pela manhã, pois em ti CONFIO; faze-me saber o caminho que devo seguir, porque a ti levanto a minha alma (SI 143.8). [Tu és] o meu lugar forte, e o meu libertador; o meu Deus, a minha fortaleza, em quem CON FIO; o meu escudo, a força da minha salvação, e o meu alto refu gio (SI 18.2). Eu decidi CONFIAR no Senhor... en ãom e estri- bar no meu próprio entendimento (Pv 35). Mesmo nas minhas horas mais negras, eu tenho tido segurança profunda e falo decidido como fez Jó, sem hesitação: Ainda que ele me mate, nele ESPERAREI (Jó 13.15), porque eu sei e estou convencido de que nenhum dos que nele CONFIAM será [jamais] condenado (SI 34.22). CONFIANDO NA BONDADE DE DEUS LUZ NO VALE Não, eu não estou desolado. Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, [como eu andei}, não temería mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam (SI 23.4). Tenho andado em minha sinceridade; te nho CONFIADO também no Senhor... tenho andado na tua verdade... para publicar com voz de louvor e contar todas as tuas maravilhas... andarei em minha sinceridade... meu pé está posto em caminho plano; nas [grandes] congregações [do mun do] LOUVAREI AO SENHOR (SI 26). O Senhor é a minha lu z ea minha salvação... ainda que um exército me cercasse, o meu coração não temeria... porque no dia da adversidade me esconderá no seu pavilhão; por-me-á sobre uma rocha... perecería sem dúvida, se não cresse que ve ria os BENS do Senhor na terra dos viventes... [e] ele fortale ceu o meu coração (SI 27). 39 CAPÍTULO TERCEIRO O A D E U S FIN A L N aq u ela noite angustiante em que Daisy partiu desta vida, a funerária foi chamada e logo chegou pela nossa entrada lateral. O casal encarregado esperou silenciosa mente. Seu comportamento foi paciente e gentil. Eles deram à filha LaDonna, às netas LaVona e Daneesa, e a mim tempo para ficar um pouco mais com nossa querida mãe, avó e esposa. FIN AUDADE ASSUSTADORA Eu finalmente me recompus o suficiente para sair da cama numa espécie de pânico confuso. Tudo dentro de mim perguntava: "POR QUÊ, Daisy? POR QUE você teve de me deixar? Tudo no nosso ministério dependia tanto da sua habilidade". Todos os dias, durante a luta física de Daisy, eu esperei que ela aparecesse na porta do quarto com seus braços levantados, anunciando "Querido, estou curada!" No 41 POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO meu espírito, eu visualizava aquilo. Ela sempre tinha sido milagrosamente curada todas as vezes em que alguma doença nos assaltava em nossas jomadas. Houve inúme ras vezes no exterior em que experimentamos ataques fí sicos sérios. Sempre confiamos em nosso GRANDE MÉ DICO que prometeu: Se ouvires atento a voz do Senhor, teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, ne nhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o Senhor, que te sara (Êx 15.26). E servireis ao Senhor, vosso Deus, e ele abençoará o vosso pão e a vossa água; e eu tirarei do meio de ti as enfermidades (Êx 23.25). Jesus, Ele mesmo, confiava nas Escrituras como o fun damento para a Sua vida e para o Seu ministério de curar pessoas feridas. Nós sempre colocamos nossa fé nas pro messas de Deus. Ele sempre confirmou a Sua Palavra quando nós confiamos nEle. SATANÁS TENTOU MATÁ-LA EM TOGO Daisy quase morreu em Togo, África Ocidental. Nunca ficávamos em hotéis, porque o custo era sempre elevado, 42 O ADEUS FINAL e não podíamos garantir que nosso alimento e a água es tivessem limpos. Nós sempre conseguimos usar uma casa particular. Lá, podíamos ferver nossa água, preparar nos sas próprias frutas e vegetais e manter alguma semelhan ça com a vida no lar. Em Lome, Togo, a casinha que nós adquirimos era pri mitiva . Tinha uma cozinha fora, e pegávamos nossa água de um poço, com a corda e um balde, fervendo-a em se guida. Durante nossas cruzadas, Daisy sempre saía cedo, en contrava os pastores e dirigia as reuniões. Então, assenta va-se com os pastores enquanto eu pregava, exposta a mosquitos por toda a noite. UMA FORMA MORTAL DE MALÁRIA Nós éramos sempre mordidos por mosquitos nas cru zadas ao ar livre mas, em Lome, eles portavam uma for ma mortal de malária. Daisy, pela primeira e única vez, havia sido atingida pela malária e ficou mortalmente doente, de cama, inca paz de freqüentar as reuniões. Foi doloroso deixá-la só na casinha enquanto saíamos a ministrar para a multidão já reunida. 43 POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO O TRIUNFO DE DAISY Daisy era uma crente. Embora atingida, ela nunca re cuou. E a presença de Deus a visitava enquanto nós está vamos na cruzada. Quando voltamos, ela estava em pé, vestida, totalmente curada e vibrante outra vez. Ela sempre recebeu cura milagrosa quando foi atingi da . POR QUE NÃO DESTA VEZ? Sua linda figura estava agora sem vida. Nós estivemos confiantes de que ela se levantaria e estaria bem. Mas, por que, desta vez, ela es capou além do nosso alcance? Nós nunca questionamos se ela seria restaurada. Estávamos confiantes. A CRISE P Ó S— JAVA & VITÓ RIA Alguns anos antes, quando retornávamos da Ásia, uma infecção mortal invadiu a garganta e os pulmões de Daisy. O corpo dela ardia de febre. Estava acamada e, às vezes, delirava, mas nunca desistiu. Um dia, eu voltei do escritório para casa. Daisy estava vestida, bem , rejubilando-se, completamente curada. Nós choramos e demos graças a Deus, como sempre fazíamos. Mas desta vez, Daisy não passou pela porta com suas mãos levantadas, anunciando: "Querido, estou curada! Jesus me renovou inteiramente! Estou bem agora!" Para meu desapontamento e confusão, ela foi enfraquecendo 44 OADEÜS FINAL lentamente e escapou além da vida, através do véu da mortalidade, para a presença do nosso Senhor. POR QUE ESTA PERDA? Lembranças das vitórias corriam pela minha mente, en quanto eu larguei seu precioso corpo. Estava vazio ago ra. Eu tinha de encarar a realidade. O corpo de Daisy exigia uma certa preparação. A filha LaDonna e suas filhas, LaVona e Daneesa, fariam o que era necessário. Então, o casal da funerária entrou e, gentilmente, trans feriu aquele físico fragilzinho da nossa cama para o cai xão, cobrindo tudo, exceto sua face, que eles perceptivel- mente deixaram à vista para nós. COMPANHEIROS INSEPARÁVEIS AGORA DESUNIDOS Então, eles tiraram o corpo de Daisy do quarto pela porta de fora. Saímos por aquela porta tantas vezes, com pratos de frutas ou saladas para comer lá fora onde esta va fresco, ou para ler nossas Bíblias e orarmos juntos, ou com cartas de nossos parceiros pelos quais orávamos, ou com mapas, papel e lápis para planejar cruzadas ou se minários. 45 PO RQ U Ê?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO Essa era a nossa última saída juntos. O espírito lindo e vibrante de Daisy se fora. Nossa unidade foi desfeita. Me tade de mim tinha morrido. Eu abracei aquela forma, mas ela não estava lá. Foi uma amputação brutal de mim mes mo — daquilo que era mais querido para mim. Quando saímos de casa, a cobertura estava gentilmente colocada sobre o rosto bonito de Daisy, por causa da garoa. Eu fiquei próximo do seu corpo, enquanto o empurráva- mos pelo caminho da garagem; então parei por um último momento para estar perto dela. Quando juntei forças para retomar, eles escorregaram o caixão para dentro do carro funerário, fechando a porta com cuidado. O clique da fechadura reverberava nos meus ouvidos como o ressoar alto de uma cadeia. Eu estava trancado, distante da figura física da minha querida. A amputa ção terminara. Eu estava só metade vivo. SEM M A IS CAMARADAGEM Ela nunca mais andaria comigo para embarcarmos em outro avião. Nuncamais passaríamos pelo controle de algum aeroporto estrangeiro. Nunca mais estaria lá com igo para cum prim entar os preciosos nacionais, acrescentando charme, graça e vibração àquelas nos sas recepções. 46 0 ADEUS FINAL Nunca mais ela me precedería em nações estrangeiras, encontrando pastores, oficiais do governo e a imprensa, para levar adiante os detalhes complexos da preparação para uma cruzada nacional de evangelização. ESPIRITUALMENTE SENSIBILIZADA Havia uma unção especial sobre a sua vida. Ela foi agraciada divinamente. Aqueles talentos espirituais sem pre se tomaram ativos quando ela chegava a uma nação para começar a delicada seqüência de trabalho de prepa ração da cruzada. Ela se tomaria espiritualmente sensibilizada por estra tégias, processos, métodos de operação, sistemas, progra mas, táticas, manobras, fórmulas, concepções locais e na cionais. Tinha cinqüenta e três anos de experiência em lutar com a intriga e as complicações de diversos governos, na cionalidades, tradições, culturas e posturas religiosas. Eu a vi subitamente anunciar, sentada à mesa ou tra balhando na escrivaninha: "Os livros estão aqui. Passa ram pela alfândega". Ou: "Nossa autorização foi conce dida. Os papéis estão assinados". Ou: "Eu sei para onde fazer o pedido. Deus me mostrou". Somente pelo poder do Espírito Santo na vida de Daisy ela podería ter esse 47 POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO conhecimento e tal direção sobrenatural. Fazia parte dela quando estava no estrangeiro. A EMBAIXADORA EM AÇÃO Numa certa cidade, Daisy foi despertada de manhã cedo com o conhecimento de que um oficial da fronteira esta va obstruindo a entrada do nosso caminhão cheio d e Fer ramentas para Evangelismo que nós iríamos apresentar aos pastores e evangelistas nacionais. Ela simplesmente se vestiu, saiu, tomou um táxi e rodou noventa e seis quilô metros por uma estrada difícil até a fronteira. Havia centenas de enormes veículos de carga aguar dando inspeção. O nosso estava sendo ignorado. O ofi cial da fronteira sabia que se ele conseguisse retê-lo, eventualmente recebería um bom dinheiro para liberar aquela carga especial. No calor extremo e na poeira, Daisy procurou de bar raco em barraco, e de caminhão em caminhão, até que ela encontrou o oficial encarregado, encarou-o, apre sentou-se e prosseguiu, dizendo-lhe exatamente o que fazer. Ele respondeu como um sujeito que se conforma com as ordens da Rainha. O material entrou no país, sem imposto ou gorjeta, e nosso prazo crítico foi cum prido. 48 0 ADEUS FINAL O PLANO MORTAL FOI ABORTADO Às quatro horas da manhã, numa outra nação, Daisy se sentou subitamente na cama num abrigo de viajantes, onde ela encontrara um quarto. Ela ouviu uma voz dizer: "Saia deste lugar sem demora!" Ela estava lá para uma conferência com os pastores na cionais. Eles tinham vindo das províncias na floresta para encontrar Mama Daisy. Seu governo comunista instruiu soldados para encontrá-los e prendê-los, porque eles ti nham de ser eliminados. Eles poderíam evitar a prisão e continuar a ministrar nas regiões florestais onde eles estariam protegidos pelo povo das aldeias e pela densidade da floresta. Mas tinham arriscado a vir para a capital, secretamente, crendo que estariam a salvo com Mama Daisy. Quando Daisy recebeu essa mensagem, imediatamen te alertou seu guarda cristão para informar ao pastor prin cipal e aos pregadores, dizendo que voltassem à floresta sem demora, que suas vidas estavam em perigo, e que ela fora avisada numa visão noturna para deixar o local. Daisy se vestiu e chamou seu anfitrião pregador nacio nal. Com a mala na mão, saíram pela praça do mercado tenuamente iluminada, arranjaram um velho táxi em 49 POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO frangalhos e pediram ao motorista que levasse Daisy para a fronteira. O chefe de polícia tinha sido notificado que os prega dores nacionais estavam na cidade para algum evento e tinha programado uma ronda para as oito horas da ma nhã. O fanático governo comunista estava determinado a eliminá-los. Foi passada a informação para o escritório do presidente de que eles estavam na cidade para se en contrarem com uma pregadora americana. Mas Daisy estava a salvo e os pregadores escaparam para continuar seus ministérios nas províncias da flores ta. (Uma nota posterior: Aquele presidente, cuja mente era dirigida pelo maligno, desde então abraçou a Cristo como seu Salvador pessoal e me persuadiu a ir à sua na ção para um seminário nacional e cruzada evàngelística, patrocinados pelo seu governo.) ELA ESCREVEU SEU PRÓPRIO CONTRATO A unção sobre a vida de Daisy surpreendia a todos que estavam perto dela. Numa certa cidade, ela tentou garan tir o uso do terreno de um estádio para uma cruzada evangelística. Várias tentativas de localizar o diretor de esportes e sua comissão falharam. 50 O ADEUS FINAL A situação era delicada, porque três forças armadas estavam se degladiando para o controle do governo. Sob essa anarquia de perigo constante, os oficiais não podiam trabalhar normalmente. Qualquer um que se movesse à noite era geralmente morto no lugar. Não era racional ten tar uma cruzada ali. Contudo, nós tínhamos ficado clara mente impressionados pelo Senhor para irmos daquela vez. Daisy estava na cidade, preparando o evento. Nossas reuniões seriam pela manhã e à tarde, de tal forma que as pessoas pudessem voltar para suas casas ou aldeias antes do anoitecer. Mas ela não tinha sido capaz de encontrar um local que servisse. Uma madrugada, ela acordou com instruções claras. "Le vante-se, coloque seu dinheiro na cesta (a moeda local es tava tão desvalorizada que um monte de dinheiro represen tava apenas umas poucas centenas de dólares) e vá agora para o grande estádio fora da cidade. Leve papel e caneta. Você escreverá seu próprio contrato. Ande rápido." Daisy chamou um motorista, pegou sua cesta de dinhei ro, foi para o estádio, passou pelo portão grande do muro de três metros de altura que circundava o campo, andou pelo vasto terreno sozinha, divisou um estranho barraquinho e sentiu que deveria ir lá. O diretor e três 51 PO RQ UÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO membros do comitê do estádio estavam numa reunião secreta, por causa do perigo existente na área. Daisy entrou na cabana como se fosse a dona do lugar. Ela os cumprimentou, expressando sua gratidão por eles terem vindo tão cedo para se encontrarem com ela. Eles estavam chocados, mas tão impressionados com o seu destemor que a ouviram. Ela simplesmente lhes contou o que ela queria e convenceu-os de que Deus iria abençoar a sua nação. Expôs sua proposta e fez sua oferta. Em princípio, o diretor pôs objeções— e, naturalmen te, ele não tinha contratos disponíveis. Daisy simples mente puxou seu bloco de papel e lhes disse que ela es crevería o contrato ali mesmo. Porque precisavam de dinheiro, e ela estava com o dinheiro, eles concorda ram nos detalhes, e Daisy escreveu o contrato. Ela for malmente o assinou, mostrou onde o Diretor deveria assinar e, então, o passou para os membros do comitê assinarem como testemunhas. Todos eles fizeram exa tamente como ela os instruiu. Aquela cruzada naquele campo tomou-se um dos mai ores triunfos dos nossos cinqüenta e três anos de evange- lização em massa com milagres, por setenta nações. Eu nunca deixei de me maravilhar com a unção de Daisy e de como os dons do Espírito Santo operavam nela e por 52 O ADEUS FINAL meio dela em lugares no exterior onde a necessidade espi ritual das pessoas era sempre tão urgente. A CRIANÇA MORTA FOI RESTAURADA Em outra nação, Daisy estava liderando uma Confe rência Nacional de Mulheres num grande Salão de Con ferências do governo. Após encontrar o Chefe do Esta do, dirigiu-se a todo o gabinete governamental que ti nha vindo recebê-la e falou à nação pela televisão naci onal. Às seis horas da manhã, Daisy foi despertada e ouviu especificamente: "Vá ao Salão de Conferênciasagora". Ela conseguiu um táxi e foi para o salão. Estranhamente, a grande porta de entrada estava entreaberta. Daisy entrou, percorreu o auditório vazio, pensou no que fazer, então decidiu pegar o seu lugar no pódio de preletores e aguar dar instruções. Depois de alguns minutos, uma mulher suja e frustra da entrou pela porta aberta, apertando um embrulho es farrapado em seus braços, gemendo angustiada. Daisy se pôs de pé e a pobre mulher a viu. Ela se arrastou na dire ção da plataforma, resmungando incoerentemente. Agar rou Daisy, murmurando no seu dialeto, então empurrou o embrulho esfarrapado nos braços dela. Era o seu bebê— e a criança estava morta. 53 POR QUÊ?— TRAGÉDIA — TRAUMA— TRIUNFO Enquanto a mãe caía no chão angustiada, Daisy abraçou o bebê sem vida contra seu peito, acalentando-o lentamen te para trás e para a frente, imaginando o que fazer, oran do por direção. Então, subitamente, do profundo do seu es pírito, ela comandou: "Ó morte, eu te ordeno, solta esta crian ça. Eu comando que o seu espírito volte para este corpo!" Daisy continuou a se mover por ali, lenta, calmamen te, com confiança, segurando o bebê. De repente, ela sen tiu o corpinho tremer, e sabia que ele tinha revivido. Con tinuou a segurar a criança no seu peito, até que o corpo ficasse quente e macio, então ela chamou a mãe: "M a mãe, aqui está o seu bebê. Está tudo bem agora. Jesus res taurou a sua vidinha". Ela puxou os farrapos sujos descobrindo o rosto dele para a mamãe ver, e, quando ela olhou, ela saltou para trás de susto, gritando. Daisy tentou acalmá-la, mas ela estava admirada. Finalmente, ela foi capaz de contar a Daisy que o bebê tinha nascido só com um olho. Agora, dois lindos olhos estavam mirando para cima daqueles farrapos. O Espírito Santo, ministrando através da serva de Deus, não apenas restaurou a vida à criança, como tam bém realizou um milagre criativo. Daisy era uma ministra com dons. Eu podería recontar inúmeros incidentes nos quais o Espírito Santo se moveu 54 0 ADEUS FINAL em sua vida, promovendo acontecimentos maravilhosos para o bem de pessoas necessitadas. A FILHA DO JUIZ D A SUPREMA CORTE COM DOENÇA TERMINAL— NUM COMA Um outro exemplo: Daisy estava com um grupo de pas tores numa certa cidade, procurando por um lugar po tencial para a nossa cruzada. Um homem, correndo, se intrometeu com um apelo desesperado. A filha de um Juiz da Suprema Corte, que estava no hospital como doente terminal, tinha entrado num coma profundo, em morte iminente. Os pregadores rechaçaram o mensageiro. Eles estavam num importante negócio com a Dra. Daisy, e ela não podia ser interrompida. Daisy fez uma pausa por um momento, pensativa, em oração, então falou calmamente e com autoridade: "Leve- me até ela ". Eles correram pela cidade e levaram Daisy até o quarto de hospital. Ela andou tranquilamente até a cama, impôs suas mãos sobre a mulher, orou silenciosa mente, então levantou a voz com autoridade e disse: "Fi lha, abra seus olhos. Você está curada”. A filha do Juiz foi restaurada naquela mesma hora e freqüentou a cruzada com seu pai, para testemunhar da cura milagrosa de Cristo. 55 POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO DAISY CONFRONTA O FEITICEIRO Numa nação primitiva, Daisy estava novamente ten tando arrumar um lugar adequado para a cruzada. Os pastores lhe mostraram vários locais. Então, passando por uma certa área, eles se viraram para visitar o mais repu tado médico feiticeiro da região. Ele governava o povo supersticioso dali, através do seu medo por grandes ser pentes que eles adoravam, e com as quais praticava sua magia pagã. O médico bruxo ficou intrigado pela visita de uma m ulher branca de aparência tão d istin ta. E le veio cumprimentá-la com uma Boa constrictor enorme enrola da no seu corpo. Os pregadores queriam impressionar Daisy com o poder e a influência espiritual desse deter minado feiticeiro, para enfatizar a necessidade de uma demonstração milagrosa do Evangelho. UMA LIÇÃO PARA OS PREGADORES: BRUXARIA NÃO É PÁREO PARA O ESPÍRITO SANTO Daisy aproveitou a ocasião para impressionar os pre gadores com o fato de que nenhum poder pode resistir à presença e à unção do Espírito Santo. Ela lhes ensinava que, como líderes, eles deviam compreender que o poder do Senhor é supremo e que eles deviam ensinar isso ao 56 0 ADEUS FINAL seu povo, para que fosse convertido do paganismo e de bruxaria para a fé em Jesus Cristo. Subitamente, Daisy teve uma inspiração para provar àqueles pregadores que nenhuma mágica daquele bruxo podia prevalecer na presença de crentes no Cristo ressus citado. Ela andou na direção daquele médico feiticeiro e orde nou: “Dê-me essa cobra!". Ele ficou chocado diante da sua audácia, e os pregadores ficaram atônitos. Ele atirou a Boa nas mãos de Daisy e, quando tocou nela, a serpente enrijeceu como um bastão nas suas mãos. Ela a segurou, enquanto advertia aqueles pregadores sobre o poder de Deus e como o Seu Espírito Santo era superior a qualquer magia negra ou feitiçaria. DAISY FEZ O IMPENSÁVEL Então ela fez o impensável: ela foi de pregador em pre gador ordenando que eles pegassem a serpente em suas m ãos e a segurassem como prova de que nenhum vuduísmo poderia governar na presença de um crente cheio do Espírito. Depois que aqueles pregadores empalidecidos tiveram a sua vez, ela pegou a constrictor e, calmamente, a devol veu para o médico bruxo com uma mensagem para ele, 57 POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO sobre o amor e o poder de Jesus Cristo. Tão logo a serpen te tocou as mãos do feiticeiro, imediatamente se enrolou de volta ao redor do corpo dele. Isto pode parecer um caso extremo, mas Daisy era uma veterana no ministério do Evangelho. Ela nunca fez uma coisa dessas antes, ou desde então, mas aquele era um momento que pedia por uma prova de que Jesus Cristo está vivo no Seu povo, e de que o poder do Espírito Santo prevalece onde a bruxaria é exuberante. ESTRATÉGIA PARA O SUCESSO NACIONAL O sucesso nacional de todas as cruzadas evangelísticas que conduzíamos era atribuído à diplomacia, percepção, sabedoria e habilidade espirituais de Daisy. Ela percebeu desde o começo que, para as cruzadas evangelísticas de massa afetarem as nações, precisavam ser planejadas com o conhecimento e aprovação do governo nacional. Sempre que possível, Daisy começava por encontrar o Presidente daquela nação. Ela achava que, como visitan te estrangeira, deveria lhe apresentar uma perspectiva geral do nosso propósito em ir àquela nação. Depois, ela negociava com outros oficiais do governo, associações de pastores e os meios de comunicação. Então, ela começava o trabalho de campo de inspirar cristãos nacionais a se 58 0 ADEUS FINAL tomarem mensageiros da esperança de Deus para a sua população não-cristã, espalhando as notícias sobre a cru zada para cidades e aldeias por toda a nação. Mas agora, a experiência e liderança dessa mulher va lorosa no evangelismo mundial tinham terminado. Sua voz vibrante foi silenciada. A sabedoria dela não estava mais disponível. Sua energia espiritual não seria mais sen tida por pastores e ministros do Evangelho. Ela não mais ajudaria e influenciaria presidentes, primeiros-ministros, oficiais de estados e províncias para aprovarem o Evan gelho no meio do seu povo. EU SENTI A ANGÚSTIA DE MILHÕES Fiquei ali em pé, com o som da porta daquele carro fu nerário retinindo nos meus ouvidos. Suas reverberações se misturavam com os gritos de um mundo perdido im plorando por compaixão, misericórdia e compreensão na liderança. Daisy foi esse tipo de líder. Eu podia ouvir os pedidos de milhões necessitando de graça e de uma doçu ra amorosa e curadora. Daisy ministrava com essa espé cie de dinamismo no tato e na sensibilidade. Agora, seu estilo de liderança talentosa e sábia ter minara. POR QUÊ? POR QUE ela havia morrido? Ela foi bastante corajosa, comprometida, desejosa de dar 59 POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA—TRIUNFO tudo para ajudar, levantar, abençoar, salvar e curar mi lhões de vidas. ELA SEGURAVA O MUNDO EM SEU CORAÇÃO. ELA ERA UMA VOZ "POR QUÊS" atormentadores me atacaram com suas su gestões demolidoras e destrutivas. O mundo precisava de Daisy. As nações se tomaram melhores pela sua presença e pelo seu competente ministério. Ela segurava o mundo em seu coração. Olhava as pessoas com a compaixão de Cris to. Sua força diplomática, contudo dinâmica, elevava os ne cessitados a novos níveis de dignidade. As mulheres do mundo precisavam de Daisy. Ela lhes dissera: "Eu sou uma voz que anuncia que a sua redenção che gou, que seu redentor está aqui, que a sua emancipação já fo i declarada, que o seu resgate já fo i pago, e eu estou anunciando isso ousadamente para mulheres e homens de todas as cores, raças e nacionalidades". POR QUE seu espírito intrépido e valente desapareceu deste mundo que precisava dela tão desesperadamente? POR QUE esta mensageira das Boas Novas de Deus apa rentemente "terminou seu percurso"? Enquanto eu ficava ali atrás daquele carro preto, sen tia a angústia de milhões que tinham sofrido perda, que 60 O ADEUS FINAL viviam em confusão, apanhados em dor devido a alguma calamidade, dureza, infortúnio ou tragédia, atrapalhados e aturdidos pela selvageria dos POR QUÊS? Agora, eu era um daqueles em pé naquela areia move diça de confusão. Eu tinha perdido o tesouro mais querido da minha vida. Sua figurinha de barro escapou da minha vista, além do meu alcance e toque, para a concha negra daquele carro mórbido. Ela estava só. Eu estava só. A porta se fechou entre nós. Nossa separação era final. Nossa união estava rompida. Nós ainda éramos um, mas minha melhor metade estava morta. O que eu podería fazer? POR QUE aconteceu essa cruel separação? Quando a porta daquele carro fúnebre se fechou, senti a influência gélida da morte. Eu estava entorpecido e ator doado. O CARRO FÚNEBRE SOME NA ESCURIDÃO LEMBRANÇAS DAS DESPEDIDAS Fiquei de pé atentando para o carro enquanto ele saía do nosso caminho e, lentamente, se movia na escuridão, levando minha preciosa companheira de toda a vida. Eu nunca tocaria seu corpo cálido novamente. Sozinho no escuro, permanecí quase transpassado, lá grimas escorrendo pelo meu rosto. Fiquei de pé naquela 61 POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO entrada de casa tantas vezes, com orgulho e prazer, aju dando Daisy a entrar no seu carro com livros e papéis que ela manusearia no escritório. Eu lhe acenava com beijos, enquanto ela tirava o carro da nossa garagem, e sempre respondia com um gesto de amor enquanto partia. DAISY NÃO VOLTARIA Mas essa era a última vez que eu a veria partir. Ela nunca mais voltaria para mim, neste mundo. Eu estava com medo, confuso, desconcertado. Minha esperança e minha vida pareceram dissipar enquanto aquele carro preto, carregando minha amada, desaparecia na noite. Como eu podia reentrar na casa? Tentei me recupe rar. Fiquei em pé parado, analisando as árvores, as flo res, os arbustos que Daisy e eu plantamos e desfruta mos juntos. A garoa tinha parado. Lá estava o pátio com as adoráveis cadeiras brancas onde Daisy e eu nos sen- távamos, conversávamos, líamos nossas Bíblias e orá- vamos juntos tantas vezes. Eu olhei para a mesa e as cadeiras do pátio onde tão freqüentemente tomávamos café e almoçávamos. Levou um tempo para eu conseguir entrar. Eu sabia que tinha de me recompor. LaDonna, LaVona e Daneesa esta vam lá. Também sofriam. E a enfermeira-chefe precisa 62 0 ADEUS FINAL va sair. Eu queria lhe expressar minha gratidão. Mas não conseguia falar. Minha garganta estava travada pelo so frimento. Não sairía palavra alguma. 63 CAPÍTULO QUARTO COMEMORAÇÃO D e u s escolhe pessoas que são de boa reputação, cheias do Espírito Santo e de sabedoria (At 6.3). A Bíblia fala que Estêvão era cheio de f é e do Espírito Santo... cheio de f é e de poder, [que] fez prodígios e grandes sinais entre o povo (At 6. 5,8). Após o martírio de Estêvão, varões piedosos foram enterrá-lo e fizeram sobre ele grande pranto (At 8.2), No caso da Dra. Daisy Washbum Osbom, pode ser re gistrado que *mulheres piedosas foram enterrá-la e fizeram sobre ela grande demonstração de regozijo". Houve lágrimas, mas eram lágrimas de gratidão. O LOCAL O culto em memória à vida e ministério de Daisy foi realizado no lindo auditório do prédio que Daisy e eu erigimos há décadas atrás, como a sede internacional dos nossos ministérios globais. 65 POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO A Pastora Superintendente Sênior, LaDonna Osbom oficiou na cerimônia. O santuário estava lotado. Ami gos e ministros do Evangelho vieram de todos os Estados Unidos e do mundo. DERRAMAMENTO DE AMOR O ataúde de Daisy foi colocado em meio a uma ban cada exuberante de flores. Até os funcionários da fune rária comentaram que nunca tinham visto tal cena co- piosa de esplendor floral. Um arranjo de 1,20 m de altura de cravos brancos e verm elhos, dos M issionários Bud e Fay Sckler de Mombasa, Quênia, foi designado para representar o con tinente africano. Firmado num cavalete ao lado do ataú de de Daisy, demonstrava o amor da África por sua vida e ministério. Ramalhetes maravilhosos, coroas, plantas, ornamen tos, buquês, perfumes e todos os tipos de deslumbrante magnificência floral ornamentavam o largo palco com seu caleidoscópio de cores e fragrâncias em profusão. Vieram de muitos ministérios nacionais tais como os dos Roberts, Hagins, Copelands, Osteens, Schambachs, Freda lindsay, Crouches, Hickeys e de centenas de outros amigos granjeados nos Estados Unidos e por todo o mundo. 66 COMEMORAÇÃO PASTORA LADONNA OFICIA NO MEMORIAL DE SUA MÀE (ROTEIRO PARCIAL DO SERMÃO) N ó S ESTAMOS AQUI não apenas para comemorar a vida de minha amada mãe, Daisy Osbom, mas para celebrar a volta para a casa de uma santa de Deus. E nós estamos aqui para sermos confortados— através das lembranças, das canções, das expressões de amor, e por estarmos junto de amigos valiosos. Também, estamos aqui para comissionar aqueles que foram receptores das sementes que a Dra. Daisy semeou. Além disso, estamos aqui para consagrar nossas vidas como crentes, de maneira que Deus receba a glória atra vés do nosso viver. A Dra Daisy se foi. Nossa jornada não terminou. Refletir hoje sobre o seu exemplo motivará a renovação de nosso compromisso para levarmos a tocha do Evangelho àqueles que ainda estão nas trevas. CARTA DE EVELYN ROBERTS PARA T.L. Nossa família tem tido um relacionamento duradouro e prezado com tantos de nossos amigos hoje aqui. Quan do Oral e Evelyn Roberts receberam a notícia do faleci mento de mamãe, Evelyn escreveu a meu pai esta precio sa carta. 67 POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA — TRIUNFO Ela disse que tinha refletido sobre a sua profunda ami zad e com D aisy e com o suas v idas estiveram entrelaçadas. Disse que o Senhor ministrou para ela, sus surrando, que Daisy estava cansada, que ela nunca aban donaria o trabalho, então agora ela havia entrado no descanso de suas obras no ministério. Eu estava analisando os anos, as viagens de avião, os corredores, as cruzadas, as viagens, as reuniões, os pro blemas, as soluções, as críticas, as tarefas, as longas noi tes, as gravações, os livros, as câmeras e tudo o que faz andar a vida de um ministério. Minha preciosa mãe me rece um descanso! Chorei quando li as palavras de Evelyn porque eu ti nha ajoelhado ao lado da cama de mamãe durante seus últimos momentos. Eu fiquei dizendo: "Descanse; só des canse, mamãe! Você tem trabalhado tanto. Você nos ensi nou como fazer o trabalho. Você nos mostrou o caminho. Você tem sido paciente e amorosa, forte e perseverante. Agora, mamãe, só descanse. É a nossa vez de carregar a tocha, e nós o faremos. Sim, mamãe, nós o faremos". A FORÇA DOS AMIGOS Nós honramos a vocês que vieram para esta cerimô nia. Há tantas pessoas importantes de partes distantes do 68 COMEMORAÇÃOmundo. Nós sentimos a sua força e eu lhes agradeço em nome de meu pai e de nossa família. Vocês são queridos e preciosos para nós. Estes ramalhetes de flores representam apenas uma fração daqueles que nós recebemos. Nossos lares estão repletos. A tumba já está adornada. Obrigada. Todas as flores, cada botão, refletem este amor derramado em profusão. OS ORADORES Hoje, diferentes pessoas falarão para nós. O Arcebis po Silas Owiti, de Kisumu, Quênia, será o primeiro. Ele empreendeu uma longa viagem para homenagear sua amiga especial, a Dra. Daisy, com a qual trabalhou tão próxim o em muitas cruzadas nacionais, servindo como Coordenador da maior parte das Cruzadas Osbom na África Oriental. Então a Dra. Margaret Idahosa, esposa do Arcebispo Benson Idahosa, da Nigéria, falará em nome das mulhe res do mundo cujas vidas foram impactadas pela vida e pelo ministério da Dra. Daisy. O Pastor John Osteen da renomada Lakewood Church, em Houston, Texas, está aqui com sua esposa e compa nheira de equipe, Irmã Dodie. Ele está entre os melhores 69 POR QUÊ?— TRAGÉDIA — TRAUMA— TRIUNFO exemplos de liderança na Igreja de hoje, um pastor ver dadeiramente apostólico com uma visão mundial e pai xão por milhões de pessoas desesperadas neste mundo conturbado. O Pastor Osteen compartilhará sua mensa gem conosco. Então meu filho mais velho, o Missionário Evangelista Tommy 0 'D e ll, falará, representando a familia e ele mesmo, dividindo conosco seu próprio tributo à sua avó. Ele é o primeiro neto dela. Depois do tributo de Tommy, minha filha mais velha, LaVona Thomas, lerá um poema que ela compôs depois do falecimento de sua avó. Agora, o Arcebispo Silas Owiti do Quênia. ARCEBISPO SILAS OWITI A DRA. DAISY Osbom revolucionou minha vida e o meu ministério. Conheço T.L. e Daisy Osbom desde 1955. Voei para Tulsa para encontrá-los. Tivemos uma con versa amorosa sobre como alcançar minha nação e con tinente para Cristo. Eu lhes pedi para trazer o Evangelho de milagres para o meu povo e eles aceitaram. 70 COMEMORAÇÃO TRABALHO DE PREPARAÇÃO DA CRUZADA A Dra. Daisy chegou para começar o trabalho de cam po. Ela me designou como Coordenador. Eu nunca encon trei uma mulher que trabalhasse tanto. Ela pregava quase todas as noites durante as semanas das reuniões pré-cruzada, alcançando todas as igrejas da província. Nós escrevíamos cartas, pedimos autori zações, visitamos Comissários Provinciais e dos Distri tos, membros de conselho das cidades, rádio, TV e im prensa. A Irmã Daisy Osbom se comportava com notável sa bedoria, dignidade, amor, humildade. Ela era uma diplo mata feita. Eu a levei ao topo dos líderes, incluindo meu amado Presidente— mais do que uma vez— cujo cora ção os Osbom conquistaram completamente. A S PESSOAS ESPERAVAM MILAGRES Eu estou aqui hoje representando o povo da minha nação. Qualquer hora que anunciávamos uma Cruzada Osbom, as pessoas esperavam grandes milagres trans formadores de vida e irrefutáveis. Elas sabiam que cadeiras de roda voltariam vazias, que muletas, bengalas e coletes seriam atirados no estádio da 71 POR QUÊ?— TRAGÉDIA — TRAUMA— TRIUNFO cruzada e ao longo das estradas, por causa da pregação desta mulher e de T.L., e por causa do poder do amor curador de Deus. Nas noites de abertura, 100.000 ou mais pessoas po diam estar presentes. Deve haver mais almas no céu vindas áa África do que de qualquer outra parte do mundo, por causa das cruzadas dos Osborns. Eles dizem às pessoas: "Jesus Cristo morreu e reviveu. Nós não pedimos que você O aceite a menos que você faça as coisas que Ele fez quando Ele estava aqui. Quando você testemunhar que Ele faz o mesmo hoje, então você O re ceberá na fé como seu Salvador. Você vai fazer isso? E a multidão sempre respondia com um ecoante SIM!". MÍRIAM GARE, A LEPROSA Fosse a Dra. Daisy ou o Dr. T.L. pregando, Deus sempre confirmava. Uma noite, eu me recordo de uma mulher, Miriam Gare, que se escondeu debaixo de uma árvore no canto de úma multidão para evitar que fosse vista, por que ela não era somente uma leprosa, mas também para lítica e tinha que se arrastar no chão. Seus pés e mãos quase já tinham ido embora por causa da hanseníase. Naquela noite, os Osborns oraram somente para os sur dos ouvirem. Mas o amor de Deus não podia ser limitado. 72 COMEMORAÇÃO Ele veio até Minam embaixo daquela árvore e Seu gran de poder curador a fez inteira de novo. Na manhã seguinte, as pessoas vieram gritando na mi nha porta: "Silas, Silas. Venha ver !" Eu corri com meu carro até o Mercado do Jubileu. Uma grande multidão cir cundava esta mulher que foi curada de lepra e paralisia. Ela estava andando na rua para mostrar ao povo como ela foi curada. Andou até ficar exausta. Eu corri no meio daquele povaréu e tomei-a nos braços até o meu carro, livrando-a da multidão. Ela estava an dando sem medir limites. Depois do seu milagre, a Irmã Miriam Gare sempre freqüentou nossa igreja e tem sido uma grande testemunha de que Cristo hoje não mudou. OBRIGADO, AMÉRICA! Meus amigos americanos, eu tenho dito muitas ve zes, eu os saúdo porque vocês têm produzido homens e mulheres maravilhosos para compartilhar o Evangelho com todo o mundo. Hoje, nós homenageamos esta mulher excepcional, a Dra. Daisy. Você sabia que ela ministrou para mais pes soas do que qualquer outra mulher na História? Obriga do por enviá-la ao Quênia. Ela e seu marido conquista ram os corações da África. 73 POR QUÊ7— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO Milhares de pessoas se acotovelavam nas suas reu niões. Você pode imaginar vinte mil pessoas, ou mais, dando suas vidas para o Senhor em uma reunião? Eu testemunhei isso em minha nação. EU SOU UMA TESTEMUNHA VIVA Vi milagres acontecendo— o cego, o surdo, o mudo e o paralítico foram feitos de novo. Ninguém pode me con fundir, dizendo que Jesus não faz mais milagres. Eu sou um crente em milagres, não só porque testemu nhei tantos deles, como também porque eu, eu mesmo, sou um milagre vivo, ambulante. Eu tive um acidente terrível. Minha amada esposa foi morta. Eu estive paralisado. Deus me levantou e vocês me vêem hoje. Estou bem pelo Seu poder. QUANDO EU ESTAVA MORRENDO... Perdoem-me por chorar. Meu Senhor chorou quando Ele encontrou Seu amigo Lázaro morto (Jo 11.35). Mas o meu choro de hoje são lágrimas de alegria, porque eu es tou achando que foi uma missão de amor, que a Dra. Daisy realizou, que salvou minha vida. Quando minha esposa morreu e fiquei paralítico, as notícias chegaram até a América. A Dra. Daisy voou 74 COMEMORAÇÃO imediatamente para o Quênia para assistir ao funeral da minha esposa, que era sua amiga querida. (Eu não podia estar presente porque eu estava morrendo no hospital.) No dia em que mamãe Daisy aterrisou no Aeroporto In ternacional de Nairobi, depois de voar por mais de vinte horas, ela não se instalou num hotel. Ela sabia no seu es pírito que não havia tempo a perder. Foi impelida a pegar um táxi e ir diretamente com suas malas até o hospital onde eu estava. Eu tinha acabado de voltar da sala de cirurgia. Quan do recobrei a consciência e abri meus olhos, segundo meus amigos, eu estava olhando diretamente nos olhos de mamãe Daisy Osborn. Eles estavam faiscantes, ungi dos e cheios de compaixão. Eu a vi e chorei como um bebê. E ela chorou também. EXPRESSANDO AMOR Eu estava com uma dor terrível. As duas pernas esta vam quebradas. Meus braços se quebraram três vezes. E eu estava paralisado. Mas eu não estava chorando por causa dessas coisas. Eu estava chorando por causa do amor desta mulher expresso através do seu vôo da outra parte do mundo para estar ao meu lado. 75 POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO Ela se aproximou e perguntou: "Silas, você pode me ouvir?" Eu disse: "Sim, mamãe". Ela falou: "Deus me mandou até você. Ele me disse na América que se eu não viesse, você morrería. Existe alguma coisa no seu tórax que vai matá-lo". No acidente, fui atirado ao longe e batí o peitonuma pedra enorme, quebrando minhas costelas e lesando a coluna. Era terrível para respirar. Os médicos tiraram raio-X, mas eu estava partido em tantos lugares que eles não conseguiram ver que meus pulmões estavam perfu rados. Eu sabia que eu estava morrendo, mas eu estava muito fraco para lhes dizer. ELA TOCOU NO PONTO Deus falou para Daisy na América, ela ouviu Sua voz e veio até mim sem demora. Quando ficou ao lado da minha cama, ela estendeu sua mão e a colocou no ponto preciso onde o estrago era insuportável — nos exatos seis centímetros quadrados. Então ela comandou que a dor desaparecesse no Nome de Jesus. O poder de Deus me percorreu. Eu testemunho para vocês, aqui e agora, que fui instantaneamente cura do e não tive mais dor naquela área do meu corpo, des de aquele momento abençoado. 76 COMEMORAÇÃO Deixe-me compartilhar com vocês que tipo de senhora é esta cuja vida viemos aqui homenagear. Na Cruzada de Mombasa, a Dra. Daisy estava pregando para a multidão. Eu me sentei lá me maravilhando com o poder e unção de Deus que se moviam através desta mulher. Quando ela convidou não-crentes a aceitar a Cristo, li teralmente milhares responderam. Ela orou e depois os ajudou a receber a salvação. Então ela lhes falou que o Único que perdoava pecados também lhes curaria os cor pos doentes. SIN AIS DE MILAGRES E PRODÍGIOS QUANDO DAISY PREGAVA A PALAVRA Daisy ficava lá como um anjo de luz e orava com fé para a cura das pessoas naquela multidão. Eu vigiava enquanto os milagres aconteciam. Paralíticos atiravam suas muletas. Vi cadeiras de roda levantadas como testemunho de que aqueles que senta vam ali estavam andando. Eu vi pessoas atirando coletes, bengalas e bastões. Cegos recuperavam a visão e surdos ouviam. Eu lhes digo, estamos pagando tributo a uma gran de mulher de Deus que terminou sua caminhada terrestre e partiu para receber uma recompensa muito grande. Depois daquela reunião em Mombasa, o poder de Deus era tão forte. Nós passávamos com nosso carro no meio 77 POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA— TRIUNFO de pessoas que estavam cantando e se rejubilando. Vimos uma mulher se mexendo apoiada em suas nádegas, para lisada, incapaz de andar. CURADA NA RUA Alguns crentes lhe perguntaram: "Por que você ainda está se arrastando com seu quadril enquanto muitos es tão andando? Por quê?" E eles estavam tão cheios de fé que começaram a louvar a Deus com aquela mulher. En tão, o poder de Deus veio sobre ela e, para surpresa das pessoas na rua, ela se levantou e começou a andar. Eu tes temunhei esse milagre pessoalmente. A Dra. Daisy tinha pregado tão poderosamente que todos tinham sido afeta dos pela mensagem— e o Senhor Jesus estava confirman do a Sua palavra. Aqui está diante de nós esta grande mulher, esta serva de Deus, esta Embaixadora — uma diplomata, uma missionária, uma pioneira. Se ela estivesse sendo velada na África, havería de cem a duzentas mil pessoas come morando sua vida. Eu lhe digo, Dra. Daisy Osbom, minha querida e ama da amiga "Descanse em paz. Obrigado por sua vida e seu exemplo". 78 c o m e m o r a ç ã o DRA. M ARGARETIDAHOSA E s TOU AQUI hoje para saudar mamãe Daisy, por causa do que ela significa para as vidas de homens e mulheres em minha nação, a Nigéria, e no mundo inteiro. Esta grande mulher é um General, uma legenda do nos so tempo, uma mulher destemida, cheia de amor, digni dade e integridade. Eu a encontrei alguns anos atrás e ela nunca mudou. Eu sou a esposa do Arcebispo Benson Idahosa. Quando encontrei mamãe Daisy pela primeira vez, nós éramos pastores de uma pequena igreja. Mulheres tinham que ser submissas— vistas, mas não ouvidas— no fundo, princi palmente produzindo bebês. MAMÃE DAISY ME ACHOU Quando a Dra. Daisy Osbom e o Dr. T.L. vieram à mi nha cidade para uma grande cruzada, eu geralmente me sentava no fundo da nossa igreja, porque não havia lugar para eu ministrar e, mesmo antes da bênção, eu já ia em bora. Então, esta mulher e seu marido chegaram. Cem mil pessoas vieram para escutá-los. Parece irreal, mas é verdade. Durante a cruzada deles em nossa cidade, a Dra. Daisy disse ao meu marido: "Benson, onde está a sua mulher?" E ele respondeu: "Ela está em algum lugar". 79 POR QUÊ?— TRAGÉDIA— TRAUMA — TRIUNFO Não havia cadeiras na cruzada. As pessoas ficavam em pé, ouviam, criam e recebiam seus milagres. As reuniões terminavam muito tarde. Noite após noite, eu corria de volta para casa, depois que as reuniões terminavam. EU ERA UMA NINGUÉM NUNCA SOUBE QUE TINHA DONS Uma noite, depois que a Dra. Daisy terminou de minis trar na cruzada, ela fez com que o motorista a trouxesse até a minha casa, determinada a me encontrar. Ela ficou lá fora e bradou: "Onde está a esposa de Benson?" Eu a ouvi e fiquei com medo, mas saí e disse: "Sim, mãe. Sou eu". Então ela falou: "Quero ver vocl amanhã". E ela foi embora. Meu coração martelava. Por que essa mulher estava tão determinada a me ver? Na manhã seguinte, fui ao seu hotel. Ela se sentou comigo e conversou por um longo tem po. Suas palavras e seu amor transformaram a minha vida. A Dra Daisy era minha mentora. Ela me encontrou quando eu não era ninguém, levou-me bem lá em cima, até o púlpito e como líder mundial entre as mulheres. Eu nunca soube que tivesse dons e talentos. Eu nunca soube que podia pregar e que Deus me confirmaria com milagres da mesma maneira que Ele confirma meu mari COMEMORAÇÃO do. Eu nunca soube que eu tinha algum valor ou fosse bonita. Eu nunca soube que tinha alguma coisa para ofe recer à minha geração. EU TIVE UM NOVO COMEÇO Mas foi esta mulher, a Dra. Daisy, que se sentou e con versou comigo por mais de duas horas. Desde então, se eu tivesse um problem a, se eu ficasse d esap ontad a, desencorajada, tudo que eu tinha a fazer era chamar M a mãe Daisy. Nós a chamamos Mamãe Daisy. Seu nome é um nome familiar em meu pais. Em qualquer lugar, mesmo nas al deias mais remotas, eles sabem sobre a Dra. Daisy e T.L. Mesmo que ela não esteja mais conosco hoje, as semen tes que ela plantou na África — e na minha vida — viverão e continuarão a produzir fruto para sempre. Daisy vive em mim. Ela não se foi para mim. Ela vive em minha casa. Seu ministério continua através de mim — e através de milhares de outras mulheres. ELES ME ORDENARAM PARA O M IN ISTÉRIO A Dra. Daisy e T.L. me ordenaram para o ministério quando fazer isso era tabu na África. Quando eu voltei para casa, com meu lindo Certificado de Ordenação, as pes soas — e alguns líderes— ficaram chocados. 81 PO RQ U Ê?— TRAGÉDIA — TRAUMA — TRIUNFO Logo depois, meu marido e eu começamos a ordenar mulheres para o ministério. Agora, mulheres africanas estão construindo igrejas, pastoreando, evangelizando e fazendo tudo o que qualquer ministro do Evangelho pode fazer, em pelo menos setenta nações do nosso con tinente. A V ISÃ O — O ENCORAJAMENTO DE DAISY Há alguns anos, recebi uma visão de Deus para as mulheres da África. Eu compartilhei aquela visão com Mamãe Daisy. Ela disse: "M argaret, corra atrás dela!" Nós todas nos encontramos e ela se tornou nossa conselheira internacional da União Internacional de Mu lheres Cristãs. Temos agora capítulos em setenta nações na África e em outras nações pelo mundo. Hoje Mamãe Daisy não está conosco, mas sua semente viverá para sempre. A Bíblia diz: Fazei sobre isto uma narração a vossos f i lhos, e vossos filhos, a seus filhos, e os filhos destes, à outra geração (J11.3). NÓS CONTAREMOS PARA N O SSO S FILHOS Eu lhe digo hoje, Mamãe Daisy (porque acho que você está me ouvindo): a semente que você plantou em mim e nas vidas das mulheres e homens na África, continuarão 82 COMEMORAÇÃO a produzir fruto. Nós contaremos isso para nossos filhos, e nossos filhos contarão para seus filhos, e seus filhos con tarão para a próxima geração. Eu a saúdo, Mãe. Você significou tanto para nós — para mim, meu marido, nossos filhos. Você está descan sando do seu
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