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Constrangido pelo Amor - Heidi Baker

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O novo livro de Heidi Baker, Constrangido pelo
Amor, com Shara Pradhan, é um livro
poderosamente comovente que pode lhe causar um
choque cultural sem que você saia de casa. O livro é
baseado nas Bem-Aventuranças vistas através dos
olhos de pastores e missionários enviados para o
terceiro mundo. As histórias de milagres e pobreza,
onde há plenitudede alegria, são lindas e
emocionalmente comoventes. É possível ouvir a voz
de Heidi Baker saindo das páginas deste livro.
Este é um livro que não foi escrito nas torres de
marfim do meio acadêmico, mas a partir de uma
paixão por avivamento. No entanto, para aqueles
que talvez leiam as histórias com dúvida, pensando
que Heidi seja um estereótipo de loira, digo que não
poderiam estar mais longe da verdade. Deus
escolheu revelar Heidi aos Estados Unidos como
alguém frequentemente embriagada pelo Espírito
Santo assim como os apóstolos de Atos 2 que foram
acusados de estarem bêbados. Heidi conquistou o
título de PhD numa das escolas de teologia mais
prestigiadas da Inglaterra.
Constrangido pelo Amor é fiel ao texto grego, e eu
creio que está mais próximo do coração de Jesus do
que a maioria dos livros sobre as Bem-
Aventuranças. Heidi, com a ajuda de Shara,
escreveu um livro muito útil para os cristãos do
Ocidente. Prepare-se para ter um “exame de
coração” realizado pelo Espírito Santo.
- Randy Clark
Bispo Apostólico
 
Se você quiser experimentar uma gama de emoções,
leia Constrangido pelo Amor. Se você quiser uma
dose de convicção profunda, leia Constrangido pelo
Amor. Se você quiser tocar o Amor em Pessoa, leia
Constrangido pelo Amor. Se você quiser ser
transformado para sempre, leia Constrangido pelo
Amor. Eu li.
- Patricia King
Extreme Prophetic
 
Distante da obsoleta teologia de poltrona, onde se
debatem os atos do Espírito Santo para, no final,
desmenti-los, o ministério de Jesus através de
Rolland e Heidi Baker tem capturado o coração
apostólico de Deus para os dias de hoje.
Constrangido pelo Amor não é apenas mais um
grande livro; é uma carta de amor vivida por pessoas
que amam a Palavra e cujos olhos estão fixos em
seu Noivo e Rei –Jesus. Leia, chore, e deixe o seu
coração ser transformado por esses testemunhos de
sacrifício e da grande glória Dele!
- James W. e Michal Ann Goll
Encounters Network e Compassion Acts
Ministries
Autores de Angelic Encounters, Compassion,
Dream Language, e muitos outros livros.
 
Eu não consigo pensar em uma pessoa melhor para
escrever sobre as Bem-Aventuranças do que a minha
grande amiga Heidi Baker. Por quê? Porque ela vive
isso! Este livro pode revolucionar a sua vida, a sua
família, o seu ministério, e o seu trabalho à medida
que você colocar em prática os ensinamentos de
Jesus como apresentados e ilustrados pela vida e
pelo ministério incríveis de Heidi Baker.
- ChéAhn
Pastor Sênior, Harvest Rock Church, Pasadena,
Califórnia Fundador e Presidente do Harvest
International Ministry
Constrangido pelo Amor © 2014 Editora Luz às Nações
Coordenação Editorial | Equipe Edilan Tradução e revisão | Equipe
Edilan Originalmente publicado em inglês nos Estados Unidos com
o título Compelled by Love, de Heidi Baker, por Charisma House,
Charisma Media/Charisma House Book Group, 600 Rinehart Road,
Lake Mary, Florida 32746, Estados Unidos.
Copyright © 2008 Heidi Baker, todos os direitos reservados.
Publicado no Brasil pela Editora Luz às Nações, Rua Rancharia,
62, parte, Itanhangá, 22753-070 Rio de Janeiro, Brasil. Tel. (21)
2490-2551. 1ª edição brasileira: agosto de 2014. Todos os direitos
reservados.
Disponível em outras línguas da Charisma Media, 600 Rinehart
Road, Lake Mary, FL 32746, Estados Unidos; email:
charismahouse@charismamedia.com.
Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida, armazenada
em sistema de recuperação de dados ou transmitida por qualquer
forma ou meio — seja eletrônico, mecânico, fotocópia, gravação
ou outro — sem a autorização prévia da editora.
Salvo indicação em contrário, todas as citações bíblicas foram
extraídas da Bíblia Sagrada Nova Versão Internacional (NVI),
Editora Vida. As outras versões utilizadas foram: Almeida
Corrigida e Revisada Fiel (ACF), SBB; Almeida Atualizada (AA),
SBB; Almeida Revista e Atualizada (ARA), SBB e NTLH (Nova
Tradução da Linguagem de Hoje), SBB.
Por favor, note que o estilo editorial da Edilan inicia com letra
maiúscula alguns pronomes na Bíblia que se referem ao Pai, ao
Filho e ao Espírito Santo, e pode diferir do estilo editorial de
outras editoras. Observe que o nome “satanás” e outros
relacionados não iniciam com letra maiúscula. Escolhemos não
reconhecê-lo, inclusive a ponto de violar as regras gramaticais.
www.edilan.com.br
 
http://www.edilan.com.br/index.php
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
B142c
Baker, Heidi, 1959-
Constrangido pelo amor / Heidi Baker. - 1. ed. - Rio de
Janeiro: LAN, 2015.
4.91Mb ; ePUB
Tradução de: Compelled by love ISBN 978-85-99858-76-
9
1. Cristianismo. 2. Igreja. 3. Missões. I. Título.
14-15797 CDD: 241.5CDU: 27-425
 
Pois o amor de Cristo nos constrange, porque
estamos convencidos de que um morreu por
todos; logo, todos morreram. E Ele morreu por
todos para que aqueles que vivem já não vivam
mais para si mesmos, mas para Aquele que por
eles morreu e ressuscitou.
- 2 Coríntios 5:14-15
grifo do autor
Este livro é para Ti, Senhor Jesus. As nossas
vidas são para Ti. Cada fôlego é para Ti. Que
toda palavra seja uma adoração a Ti. Jesus,
receba a glória, e chame muitos para a
intimidade e o amor pelos pobres.
P RIMEIRAMENTE, QUERO AGRADECER AO MEUMARIDO, Rolland, por caminhar comigonesta jornada de amor desde maio de
1980. Quero agradecer aos meus filhos lindos,
maravilhosos, e cheios do Espírito Santo, Elisha
James e Crystalyn Joy, por dividirem a mãe deles
com tantos outros filhos e por demonstrarem
espíritos tão generosos e amorosos.
Quero agradecer à minha filha espiritual, Shara
Pradhan, por me ajudar a compilar as mensagens e
por passar inúmeras horas debruçada sobre o
material com um coração cheio de compaixão. Ela é
uma cristã exemplar. Sem a Shara, eu não teria
terminado este livro. Ela é simplesmente
maravilhosa!
Também quero honrar algumas das pessoas
talentosas que tornaram esse livro realidade. Muito
obrigada a Bob Ekblad, ThD, e Scott Dolff, PhD,
pela incrível e atenciosa revisão acadêmica que
ofereceram. Eu sou grata a Ania Noster por ajudar
Shara a examinar todas as mensagens a fim de
selecionar as melhores sobre as Bem-Aventuranças.
Obrigada também a Wendy Dermott por transcrever
e editar grande parte do material e a Dominique
Phillips pela assistência. Sou grata a Mary Chico por
reunir muitos dos detalhes de última hora.
Quero reconhecer o trabalho árduo e a ajuda da
Strang Communications. Tenho grande apreço por
Barbara Dycus e Donna Hilton. Por fim, quero
agradecer à nossa família global Iris –
patrocinadores, missionários, e trabalhadores
nacionais, jovens e mais velhos, que vivem
diariamente somente para Jesus.
Sou eternamente abençoada pelo exemplo da
Madre Teresa, que abriu um caminho de amor para
todos seguirem, pela Pastora Surpresa Sithole, pelo
Pastor José Novella, e por todas as nossas crianças
moçambicanas por me ensinarem o caminho do
amor.
SUMÁRIO
Prefácio por Rolland Baker
Prefácio por Bill Johnson
Introdução
 
1 Bem-aventurados os Pobres em Espírito
2 Bem-aventurados os que Choram
3 Bem-aventurados os Humildes
4 Bem-aventurados os que Têm Fome e Sede de
Justiça
5 Bem-aventurados os Misericordiosos
6 Bem-aventurados os Puros de Coração
7 Bem-aventurados os Pacificadores
8 Bem-aventurados os Perseguidos Por Causa da
Justiça
 
Epílogo
Notas
O
Prefácio
 
SERMÃO DA MONTANHA É UMA PASSAGEM
INTIMIDADORA e um padrão de perfeição
que eu costumava ver como irreal e
inalcançável. Provavelmente como a maioria dos
crentes, nunca esperei ver muito cumprimento dele
nas vidas dos líderes e ministros, muito menos no
meu próprio círculo de experiência. Na realidade,
era desencorajador fazer tantas perguntassobre o
Sermão aos professores que eu conhecia, já que
sempre me diziam para ser prático e que esses
ensinamentos não significam bem o que eu achava
que significavam. Talvez nenhum versículo tenha
sido tão diluído quanto esses, tão grandiosa e
gloriosa é a figura que eles pintam da justiça no
poder do Espírito Santo, sustentado pela insaciável e
eterna chama ardente da vida do Próprio Deus.
Eu já havia sido exposto muitas vezes a vislumbres
desse nível de vida em Deus no registro dos muitos
avivamentos da história da Igreja ao redor do
mundo. Devido à minha herança missionária e à
minha experiência de ter crescido na Ásia, eu sabia
sobre o avivamento na China e os testemunhos dos
grandes santos que perseveraram sob uma
perseguição indescritível. Sobretudo, eu fui
influenciado pelo meu próprio avô, cujo livro
Visions Beyond the Veil (Visões Além do Véu)
registrou a escolha graciosa de Deus de Se revelar
radicalmente aos “menores irmãos”, os pequenos
mendigos das ruas de Kunming, na China, onde eu
nasci. Ele verdadeiramente demonstra Sua graça
mais claramente ao ir até os desprezados, os
esquecidos, e os que não têm qualquer influência, e
criar neles as qualidades de Seu próprio caráter para
ensinar ao resto do mundo as riquezas de Sua
bondade.
Ainda assim, pela minha própria experiência, os
voos elevados de espiritualidade sobre os quais eu
havia ouvido e com os quais eu havia sonhado
pareciam fora de alcance. E até anos de
especialização acadêmica em estudos bíblicos e
teologia não pareciam me levar para muito mais
perto de uma esperança de caminhar na gloriosa
liberdade de vida no Espírito, como Jesus descreveu
nos Evangelhos. No meu caso, eu precisava de
encorajamento. Precisava de um exemplo real de
Jesus vivendo em alguém de tal maneira que eu
ficasse inspirado e motivado para considerar viver o
Sermão não só de forma realista, mas também como
a única forma viável de abordar a vida e o ministério
no Senhor.
Sei que o nosso Senhor mostra muitos exemplos de
Sua graça entre Seu povo que está frequentemente
escondido nas distantes esquinas do mundo. Porém,
para mim, aquele encorajamento veio durante o final
da década de 70 quando conheci Heidi numa
pequena igreja carismática em Dana Point,
Califórnia. Ela teve uma criação privilegiada,
morando numa praia particular, e não tinha falta de
nada em relação à educação, conforto, e
oportunidade. Mas mesmo quando ainda era uma
menina, ela pulsava e irradiava com uma sede
intensa por Deus. Radicalmente influenciada por sua
professora do sexto ano que havia sido missionária,
o coração de Heidi se voltou para os pobres e
sofredores de outras culturas. Aquela professora era
minha mãe, e então nossas famílias ficaram
interligadas.
Quando eu a conheci, ela era uma flor pura e
idealista no Espírito, uma adolescente que aos
dezesseis anos de idade já havia sido misticamente
levada ao Céu e comissionada por Jesus para ser
uma missionária e ministra na Ásia, na Inglaterra e
na África. Ela nunca olhou para trás. Com grande
alegria, ela iniciou uma vida de confiança em seu
perfeito Salvador ao pregar e ministrar, a partir de
então, em toda oportunidade possível. A cada hora
que eu escutava seus testemunhos, ela era para mim
o cumprimento do Sermão da Montanha, e
principalmente das Bem-Aventuranças.
Em suas viagens missionárias, ela confiava em
Jesus para tudo, sempre, e esperava sem dúvida que
Ele guiasse e provesse. Ela O adorava por horas
com sua linda voz, muitas vezes ouvindo a voz de
Deus enquanto se perdia na presença Dele. Ela
ansiava sem medida por mais Dele. Seu amor pelas
pessoas, e especialmente pelas pouco atraentes, fluía
naturalmente e sem esforço. Ela tinha seus críticos
cínicos, seus momentos de desencorajamento, e suas
mágoas profundas, mas com um coração puro ela
buscava a Deus como ninguém que eu já houvesse
conhecido.
Imediatamente percebi que ali estava uma pessoa
com quem eu realmente poderia viver o Sermão da
Montanha como sempre havia sonhado, em um
nível que eu jamais poderia ter considerado com
ninguém mais. Ali estava alguém que conseguia não
se preocupar com o amanhã, mas buscar primeiro o
Reino de Deus e Sua justiça sob qualquer
circunstância em qualquer lugar do mundo e, com a
simplicidade de uma criança, buscar o Céu na Terra
–apesar de toda oposição e desencorajamento. E em
harmonia com os desejos do meu coração, Jesus
juntou a Heidi e eu. Nós partimos para o campo
missionário duas semanas após nos casarmos, com
simples instruções Dele, passagens só de ida, e trinta
dólares no bolso.
Agora, vinte e sete anos depois, nós temos visto um
cumprimento das Bem-Aventuranças em nossas
vidas entre os mais pobres e os mais improváveis
que poderíamos encontrar na Terra. Nesses anos,
vimos que na maior parte do tempo não fomos nós
os professores. Ao contrário, em todo esse tempo,
Deus tem nos ensinado o que ainda nos falta, e Ele
tem feito isso através dos vasos obedientes e
humildes que Ele preparou para esse propósito. Por
fim, nesse período de seu chamado em Deus, Heidi
tem reunido, pregado, e escrito as histórias de como,
pelo Espírito do Senhor, Ele tem encarnado as
perfeições e as belezas das Bem-Aventuranças
dentre o povo que Ele escolheu para o chamado dela
–os desamparados da África. Essas histórias irão
provar a realidade de Seu Reino aqui na Terra e
mostrar o caminho adiante para todos que anseiam
pelo mundo Dele, pela perfeição Dele, pelo alívio
Dele, pelas respostas Dele, pelo amor Dele, pela
companhia Dele, e pela vida Dele. Os caminhos
Dele estão em contraste completo com este mundo,
e todos que anseiam por outro mundo –onde a
justiça reina e onde partilhamos da natureza divina –
encontrarão no livro de Heidi uma luz brilhante
iluminando o caminho.
Que nós, juntamente com os pobres e desesperados
do mundo a quem Ele escolheu, não desprezemos
nada, mas tenhamos coragem, nos fortaleçamos
Nele, e apelemos a Ele por uma dimensão de vida
celestial na Terra que excede vastamente todas as
expectativas anteriores. Que os nossos sofrimentos
presentes produzam dentro de nós um apetite pela
glória que será revelada a nós e nos carregará de
forma segura ao longo do caminho para o coração e
o Reino Dele.
 
- Rolland Baker
E
Prefácio
 
U NUNCA CONHECI NINGUÉM QUE TENHA
CAUSADO tamanho efeito sobre uma nação
como Rolland e Baker causaram em
Moçambique; esse efeito continua e está
aumentando. Humildade, amor, e poder são
demonstrados a cada curva na estrada. Por essa
razão, as pessoas se aglomeram nas conferências
onde eles pregam e voam metade do mundo para
estarem com eles em sua base missionária. As
pessoas estão desesperadas para aprender como os
Bakers fazem missões. Como resultado, a influência
deles está se espalhando de nação para nação à
medida que o povo de Deus tem sede do Evangelho
autêntico que eles demonstram.
Um amigo meu foi a Moçambique para passar
duas semanas ajudando os Bakers no ministério
deles. Quando voltou para casa, ele se encontrou
quebrantando-se e chorando sem razão aparente.
Ele então percebeu que estava chorando porque
“sentia saudades de Jesus”. Os dias que havia
passado com Heidi e o ministério dela foram tão
impressionantes, como os dias em que Jesus
caminhou na Terra, que qualquer outro estilo de
vida já não existia para o meu amigo. A percepção
de que ele já não estava mais naquela atmosfera o
fez chorar por aquilo de que estava sentindo falta.
Oh, que houvesse mais lágrimas de desespero pelo
que poderia ser.
Constrangido pelo Amor revela “o segredo”do
avanço contínuo deles. É o Evangelho como Jesus
ensinou, como Jesus viveu. Esse livro é profundo
em sua simplicidade, mas revelações preenchem
cada página. É leitura obrigatória para todos que
desejam ser relevantes enquanto demonstram poder
e pureza.
 
- Bill Johnson
Pastor, Bethel Church,
Redding, Califórnia
Autor de A Presença, Face a Face com Deus e
Quando o Céu Invade a Terra.
 
 
Vendo as multidões, Jesus subiu ao monte e Se
assentou. Seus discípulos aproximaram-se Dele, e
Ele começou a ensiná-los, dizendo:Bem-aventurados os pobres em espírito, pois
deles é o Reino dos Céus.
Bem-aventurados os que choram, pois serão
consolados.
Bem-aventurados os humildes, pois eles
receberão a terra por herança.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de
justiça, pois serão satisfeitos.
Bem-aventurados os misericordiosos, pois
obterão misericórdia.
Bem-aventurados os puros de coração, pois
verão a Deus.
Bem-aventurados os pacificadores, pois serão
chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os perseguidos por causa da
justiça, pois deles é o Reino dos Céus.
Bem-aventurados serão vocês quando, por
Minha causa os insultarem, perseguirem e
levantarem todo tipo de calúnia contra vocês.
Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a
recompensa de vocês nos Céus, pois da mesma
forma perseguiram os profetas que viveram
antes de vocês.
Mateus 5:1-12
 
U
Introdução
 
M TERÇO DE NOSSAS VIDAS É GASTO
VIAJANDO PELO mundo ministrando para
grupos e igrejas e chamando a noiva de
Cristo para participar. Nos outros dois terços de
nossas vidas, vivemos em Moçambique entre os
pobres e necessitados, os famintos e sedentos, e
aqueles que estão desesperados e sedentos de amor
e atenção. Então passamos a entender que as
pessoas que vivem no mundo ocidental não têm o
que nós temos em Moçambique. Acredite se quiser,
as nossas vidas são muito mais fáceis do que as de
vocês.
Isso porque, onde eu moro, os pobres sabem que
são pobres; eles sabem que estão enfermos e feridos;
e então centenas deles vêm e entregam suas vidas a
Jesus toda semana em todo o país. Porém, na nação
de vocês, os seus pobres não sabem que são pobres,
e os seus doentes não sabem realmente que estão
doentes a menos que estejam morrendo de uma
doença e ninguém possa ajudá-los. Eles parecem
confiantes, e estar lidando bem com a situação, mas
talvez não estejam. Portanto, o trabalho de vocês é
muito mais difícil que o nosso.
Deixe-me explicar. Certa vez recebi uma profecia
de um poderoso homem que eu não conhecia na
época, mas que depois se tornou um amigo muito
próximo do meu marido, Rolland, e meu. O nome
dele é Randy Clark. Eu havia ido a uma igreja
enorme, tentando me esconder lá atrás e não ser
reconhecida. Eu não deveria estar ali na verdade,
mas queria ouvir aquele homem pregar.
Ele estava pregando sobre o fogo de Deus, a unção
de Deus, e sobre a fome e a sede que levam a
entregar a vida por Deus, e me lembro de a
mensagem ter sido tão poderosa que eu não
consegui esperar pelo apelo. A verdade é que eu sou
naturalmente um pouco tímida. Então, eu queria ser
boazinha e escutar as regras, e não simplesmente me
empurrar lá para frente quando chegasse a hora.
Mas eu simplesmente não consegui aguentar!
Levantei-me do meio da fileira de trás em que eu
estava e corri imediatamente lá para a frente,
gritando por todo o caminho. Eu fiquei muito
chocada comigo mesma. O homem que estava
pregando não hesitou. Ele estendeu as mãos sobre
mim e disse: “Você quer a nação de Moçambique?
Os cegos irão ver. Os aleijados irão andar. Os surdos
irão ouvir. Os mortos irão ressuscitar, e os pobres
ouvirão as boas novas”.
Eu gritei “Sim!” Então, fiquei totalmente destruída,
devastada. Quando digo devastada, quero dizer
completamente sob a pesada, formidável, e
irresistível glória de Deus. Fiquei sem poder andar
durante dias. As pessoas tiveram que me carregar.
Eu sentia o poder de Deus pulsando através de mim.
Foi verdadeiramente impressionante. Eu nunca me
recuperei daquele dia!
Pouco depois, eu voltei para casa em Moçambique
pensando como, depois daquela profecia, eu iria
carregar aquele glorioso e maravilhoso peso de volta
comigo. Ao invés disso,voltei para encontrar muitas
pessoas atemorizadas pelos disparos de AK-47; 55
de nossos prédios, inclusive todos os lares das
nossas crianças, haviam sido tomados; eu fui
diagnosticada com esclerose múltipla; Rolland
contraiu malária cerebral; e a minha filha, Crystalyn
Joy, estava de cama tremendo-se com malária.
Juntamente com as nossas 320 crianças para quem
províamos abrigo e comida, estávamos sem-teto.
Tivemos que morar em tendas e numa pequena casa
que havíamos usado como escritório em Maputo.
Havíamos perdido tudo.
Sim! Que palavra profética fabulosa. Isso não faz
com que você queira receber uma palavra de Deus
todos os dias? Tudo simplesmente desmoronou.
Nada era o mesmo.
No entanto, eu sabia que eu tinha uma palavra –
uma promessa –de Deus. Sabia que Ele havia dito
que os cegos iriam ver. Então, decidi que eu iria
impor as mãos sobre eles todas as vezes que eu os
visse. Afinal de contas, eles parecem estar por toda
parte em Moçambique. Na verdade, eu me
aproximava deles e os abraçava enquanto impunha
as minhas mãos sobre eles. Depois eu perguntava:
“Você consegue enxergar?”e eles respondiam: “Não,
ainda estou cego”.
Sei que pode soar engraçado agora, mas na hora eu
pensei: “Eu tenho uma palavra profética de Deus, e
ela não está se cumprindo!”
Eu orava por muitas pessoas e elas entregavam o
coração a Jesus, mas ainda permaneciam cegas. Eu
não entendia o que estava acontecendo. Eu conhecia
a Palavra de Deus e cria nela. Quando uma palavra
profética é lançada sobre a sua vida, você deve parar
de orar quando não a vê acontecendo? Não, claro
que não! Você tem que ficar faminto e sedento –
faminto como os pobres que não têm nada –pelas
coisas de Deus.
Conheço pessoas que são muito ricas, mas são
pobres no espírito. E conheço pessoas muito pobres
que não são pobres no espírito. Não importa as
coisas que você tem ou não tem; o que importa é a
atitude do seu coração. Os pobres não são
arrogantes. Os pobres são necessitados –você é?
Você é necessitado? Você é sedento? Você é
faminto? Você é desesperado por Jesus? Você é
alguém que sente como se fosse morrer a menos que
Deus apareça? Ou você tem uma mentalidade como
muitos no mundo ocidental –com um coração tipo
classe média? Você é alguém que pensa: “Ah, tanto
faz. Deus irá fazer ou não, então não importa”?
Nós não podemos viver no “tanto faz”. Temos que
ver o Reino de Deus invadir as nossas cidades, as
nossas nações, as nossas vidas.
Após cerca de um ano orando pelos cegos –e não
tendo bons resultados –nós estávamos em uma de
nossas igrejas em cabana de barro quando uma
senhora que era cega nos abordou. Os olhos daquela
pequena mendiga eram completamente brancos.
Fiquei muito feliz em vê-la porque eu não iria
desistir –eu tinha uma palavra de Deus! Eu estava
pronta para ver uma nação transformada.
Segurei aquela senhora em meus braços, e senti
uma compaixão tremenda por ela. Deus a
transformou completamente com Sua Gloria, e ela
caiu no chão e começou a gritar. Enquanto eu
prestava atenção nos olhos dela, eles começaram a
mudar de branco para cinza e depois para marrom.
Ela podia enxergar! Todos ao nosso redor
começaram a gritar: “Mama Aida pode ver! Mama
Aida pode ver!”
Em Moçambique, o meu nome é Mama Aida, e
agora eles estavam me dizendo que o nome dela
também era Mama Aida. Eu disse a palavra gêmeas
em português, porque é o que sempre dizemos
quando conhecemos alguém com o mesmo nome.
No dia seguinte, eu fui a uma cabana de barro em
Dondo. Lá, eu orei por outra senhora que tinha uns
trinta anos e estava cega desde os oito. Enquanto eu
a segurava e sentia o amor de Deus por ela, ela
começou a gritar: “Você está vestindo uma blusa
preta!” Ela havia visto a minha blusa! Ela podia
enxergar! Então, quando eu a levei para o lado de
fora, na claridade, os outros moradores do vilarejo
ouviram seus gritos e começaram a gritar: “Mama
Aida pode ver! Mama Aida pode ver!”
Pense no seguinte: essas duas senhoras foram as
duas primeiras pessoas por quem eu havia orado que
haviam recebido a visão, e as duas tinham o meu
nome.
No terceiro dia, fui para a cidade de Chimoio para
um prédio que estava literalmente caindo aos
pedaços. Era uma antiga discoteca cor-de-rosa. Eu
estava indo lá para pregar, não para dançar. Quando
digo que o lugar estava caindo aos pedaços, quero
dizer que havia esteiras de vime na área do palco
cobrindo os enormes buracos no chão. Seria comose o púlpito da sua igreja estivesse quebrado, mas ao
invés de consertá-lo, você simplesmente o cobrisse
com um cobertor velho ou uma sobra de tapete. Era
um desastre prestes a acontecer.
Entretanto, não me importei muito com o estado
do prédio. Nós havíamos ido até ali para amar as
pessoas. Duas pessoas nos últimos dois dias haviam
tido a visão restaurada e eu estava empolgada com o
que poderia acontecer depois. Então, com os nossos
amigos e pastores ali assistindo, eu agi de maneira
bem religiosa e gritei: “Tragam-me os cegos!”
Logo em seguida, um garotinho magrinho, vestido
em seus melhores trapos rasgados, entrou, e ele
estava guiando uma senhora cega de rua. Mesmo
antes de pregar, eu a vi e gritei: “Em nome de Jesus,
veja!” E ela imediatamente caiu no chão.
Então eu assisti enquanto os olhos dela mudarem
de branco para cinza e depois para marrom.
Algumas pessoas não acreditarão no que irei contar
a seguir, mas você pode vir para Moçambique e
perguntar para os que estavam lá. Você pode
adivinhar o que irei dizer. Sim, as pessoas
começaram a gritar: “Mama Aida pode ver! Mama
Aida pode ver!”
Uma das minhas amigas da Alemanha estava lá na
época, e ela é do tipo “nada além da realidade”–ela
não gosta de brincar com as coisas de Deus. A
reação dela foi: “Não é possível. Esse não pode ser
o nome dela”.
As respostas das pessoas que conheciam aquela
senhora foram: “O nome dela é Mama Aida. Ela é
cega de nascença. Agora ela pode ver”. E, depois, a
própria senhora disse: “Agora não tenho mais que
mendigar. Posso ir para a floresta e cortar madeira”.
Tudo que eu consegui fazer foi sentar e chorar. Eu
estava soluçando tanto que não tive como pregar. De
qualquer forma, ninguém estaria ouvindo mesmo.
Todos estavam gritando sobre a senhora que era
cega de nascença e agora podia enxergar. Acho que
essa era a mensagem para aquela noite.
Enquanto estava ali ajoelhada, eu chorava e orava:
“Senhor, o que é isso? O que isso significa? Diga-
me”. Eu pensei que talvez Ele estivesse me levando
a uma unção assim como a que Kathryn Kuhlman
tinha. Talvez eu seria uma evangelista de cura agora.
Ao invés disso, Ele me disse: “Você está cega”.
Tentei lembrar a Deus que na verdade eu era uma
missionária, que pregava desde os dezesseis anos de
idade, e que agora vivia com os pobres, mas assim
como as três senhoras cegas que tinham o meu
nome e que foram curadas, Deus me disse três vezes
que eu estava cega. Então, naquele salão de
discoteca cor-de-rosa e caindo aos pedaços, em
Chimoio, Moçambique, coloquei as mãos sobre os
meus olhos e clamei: “Deixe-me ver. Deixe-me ver.
Abra os meus olhos, Deus. Abra os meus olhos”.
Quando abri os meus olhos, vi você–a noiva de
Cristo no mundo ocidental.
Eu vi a Igreja comendo as migalhas da mesa do Pai
enquanto é chamada para comer no Reino celestial
da glória. Vi pessoas subnutridas e vasculhando por
comida em vez de participar do banquete da incrível
comida celestial de Deus. Vi pessoas do lado de fora
que estavam bem vestidas, e percebi que elas não
estavam mesmo vestidas.
Então ouvi Deus dizer: “Muitos estão famintos.
Muitos são pobres. Muitos estão nus. Muitos estão
cegos. Você não irá amá-los também?” Ele disse:
“Eu quero alimentá-los com pão fresco do Céu.
Quero ungir os seus olhos com o Meu colírio para
que possam enxergar”.
Onde quer que você esteja, Deus quer lhe mostrar
os cegos, os doentes, os que estão morrendo, os
aleijados, e os desesperados que estão à sua volta.
No mercado, no shopping, na agência de correios, e
em todos os lugares, existem pessoas que estão
famintas, pobres, nuas, e cegas para as coisas
deDeus. Ele quer liberar atos radicais de amor e
bondade através de você. Ele quer lhe dar olhos
espirituais para vê-las na esfera espiritual.
Antes de aquelas três senhoras cegas chamadas
Mama Aida serem curadas bem na minha frente, eu
trabalhava somente com os mais pobres de todos.
Eu não entendia e não conseguia ver que as pessoas
no mundo ocidental eram pobres e famintas
também, que elas tinham muita fome das coisas de
Deus. Então, Deus abriu os meus olhos.
Através deste livro, permita que Deus abra os seus
olhos. Acredite no seu milagre. Aprenda a viver no
íntimo amor de Deus. Acredite que Deus pode
pegar você que está bem alimentado e bem vestido e
torná-lo faminto, sedento, desesperado, e
completamente dependente do amor do Pai para que
os seus olhos enxerguem aqueles àsua volta que
necessitam de pão fresco do Céu. Se você é aquele
alguém no deserto que irá morrer sem um copo
d’água, Deus pode derramar o Espírito Dele para
que o seu coração seja constrangido pelo amor.
Q
Um
 
Bem-aventurados os Pobres
em Espírito
 
A oração gera a fé, a fé gera o amor,
e o amor gera serviço aos pobres.1
–Madre Teresa
 
UANDO DEUS NOS ENVIOU PARA
MOÇAMBIQUE, AS pessoas estavam
incendiando veículos de socorro após
décadas de guerra. Entramos numa atmosfera de
enchentes, fomes, e dores incalculáveis. Nós
pensávamos que era o lugar perfeito para oferecer
nossas vidas, o lugar perfeito para ver o Reino de
Deus estabelecido.
Rolland e eu chegamos em Moçambique em 1995
para ver o Evangelho sendo provado, para ver a
glória de Deus na escuridão. Chegamos para curar
os enfermos, ressuscitar os mortos, e expulsar
demônios pelo poder do Espírito Santo. Chegamos
para servir a Deus e não ao dinheiro. Chegamos a
fim de parar de nos preocupar com as nossas vidas,
com o que iremos comer, beber e vestir. Chegamos
para ser as mãos de Jesus estendidas aos pobres.
Chegamos para ver justiça, paz e alegria. Chegamos
para algumas das pessoas mais deprimidas e
sofredoras que poderíamos encontrar no mundo,
uma população que havia sofrido décadas de guerra,
doença, e opressão. E chegamos para aprender –
com elas –sobre o Reino de Deus.
Se Deus não estivesse conosco naquele mundo e
ministério desconhecidos, nós não queríamos
continuar. Se Ele não pudesse ser confiável nem
seguido, se o Sermão da Montanha fosse
simplesmente impraticável, se nós não pudéssemos
fazer “coisas ainda maiores” do que Jesus fez (Jo
14:12), então a nossa missão seria –ainda hoje –sem
esperança. Nós não temos nenhum plano B. Não
temos nada além Dele.
Em todo lugar para o qual viajamos no ocidente,
dizemos para as pessoas que Jesus vira as coisas de
cabeça para baixo. Nós temos aprendido isso ao
sentar com as pessoas mais pobres de todas e deixá-
las nos ensinar sobre o Reino de Deus. Jesus ama
mostrar-Se forte para os fracos primeiro, os mais
desprezados, os esquecidos, e os mais humildes de
todos.
Na África, nós temos visto Jesus fazer isso. Pois os
pobres nos atraem para um estilo de vida ainda mais
baixo, nos guiando pela estrada mais baixa –a única
que nos leva adiante –até que tornemos tão
desesperados por Deus assim como os pobres são
pelo pão de cada dia. Quando os nossos visitantes
internacionais deixam Moçambique para retornar às
suas casas, nós sempre oramos para que eles levem
para casa asriquezas dos pobres porque, como
Mateus 5:3 diz: “Bem-aventurados os pobres em
espírito, pois deles é o Reino do Céu”.
Muitos perguntam por que Jesus reserva o Reino
de Deus para os pobres em espírito. Por que é que
povos e culturas mais ricos vivenciam menos
milagres e menos do sobrenatural?
O que significa ser pobre em espírito? Há alguma
coisa nos pobres que agrada o coração de Deus.
Eles são contritos. Eles sabem que têm necessidades.
Mas o que há neles que atrai o Reino de Deus para a
Terra? A resposta para isso está na dependência, na
fome, na necessidade, e no desespero deles.
Dependente Somente de
Deus
Quando eu tinha vinte e poucos anos, Deus me
parou e disse para sentar-me com os pobres. Ele me
escondeu por anos nas favelas, enfiada ali para lidar
com a minha autossuficiência e desfazer qualquer
plano B ou atitude de “eu posso fazer isso sozinho”.
Se você tem essa atitude, Deus o deixará tentar fazer
as coisas sozinho por um tempo.
Depois de Ele me deixar tentar fazer tudo do meu
jeito, Ele me levou até os pobres para que eu
aprendesse. Os pobres me tornaram rica; de muitasformas, eles eram os meus mentores nas coisas do
Espírito. Nós encontramos as piores favelas em que
poderíamos viver, onde tínhamos que subir nove
andares –sem elevador –para chegar em casa. Por
duas vezes a polícia foi ao nosso apartamento para
levar a nossa filha, Crystalyn. Eles pensavam que ela
certamente deveria ter sido vendida para
prostituição, já que nenhum estrangeiro vivia por
vontade própria naquelas condições! Durante anos,
enquanto morávamos ali na Ásia, Jesus vinha a mim
todos os dias através do rosto daqueles pobres.
Jesus é sempre suficiente. Ele morreu para que
todos nós pudéssemos ser adotados por Seu Pai. Eu
sempre oro uma linda frase em Suaíli, Shika Baba,
que quer dizer “Mantenha-se firme no Pai”. Nós
podemos confiar no amor do Pai por nós em meio à
dor e ao sofrimento. Eu O ouvi me chamar para
trazer os perdidos para a casa do meu Pai. Naquelas
favelas, aprendi a fazer exatamente isso e ser
totalmente dependente Dele. Aprendi como me
manter firme no coração do Rei não importa quão
difícil a situação fosse. Eu aprendi que o meu Pai
realmente cuida de mim.
Nenhum Plano B
Desde que nos mudamos para Moçambique, nós
temos aprendido a depender de Deus para tudo. Se
Deus não aparece lá, estamos mortos. Na igreja
ocidental, nós decoramos o altar, cantamos outra
canção maravilhosa, agitamos outra bandeira,
ligamos as luzes coloridas e as máquinas de fumaça,
e sentamos numa cadeira bem confortável. Algumas
dessas coisas podem ser expressões maravilhosas de
criatividade e talento. Elas podem, no entanto, se
tornar um plano B. O que mais necessitamos é ser
totalmente dependentes da aparição de Deus.
Precisamos de Sua pura presença.
Em nossas pobres igrejas moçambicanas de barro,
nós temos que ter a aparição de Deus –e nós temos
que ter comida fresca –ou ninguém irá comparecer.
As pessoas não iriam querer ir à igreja por causa dos
tapetes porque, mesmo se nós os tivéssemos, eles
estariam cheios de terra e insetos! As pessoas vão à
igreja para dançar, se alegrar, cantar, encontrar-se
com Deus, e para serem curadas e libertas.
Se Deus não aparece, ninguém mais aparece. Se
Deus não cura, nós estaremos mortos. Se Deus não
liberta, demônios atormentam as pessoas até a
morte. Nós não temos nenhum plano B para
levantar fundos se Deus não cuidar das nossas
crianças e não prover para as nossas necessidades.
Nós não poderíamos e não iríamos continuar.
A cada dia nós dependemos Dele para o nosso pão
diário para alimentar as multidões. Nós confiamos
em Deus. Em Jesus nós temos tudo que precisamos.
Ele morreu para que houvesse mais do que
suficiente. Nós vemos Deus multiplicar comida para
alimentar as massas, assim como Jesus pegou alguns
peixes e pães para alimentar a multidão. Nós vemos
Deus tocar corações para doar aos necessitados. Nós
tentamos parar por cada enfermo, ferido ou pessoa à
beira da morte que encontramos à nossa frente. Por
meses, durante as enchentes em Moçambique,
alimentamos centenas de milhares de pessoas por
dia. E nós vemos a comida se multiplicar enquanto
as igrejas enchem de pessoas famintas e
necessitadas.
Certa vez, estávamos tendo uma cerimônia de
graduação em Pemba, e queríamos celebrar com um
banquete de frango. Os pastores e os estudantes
internacionais estavam muito empolgados e com
fome, então eles entraram no salão de jantar e
comeram quase todo o frango. Quando eu cheguei
um pouco atrasada, o que não é incomum, algumas
dasminhas crianças vieram até o meu carro
chorando e disseram: “Os estrangeiros devoraram
todo o frango, e não sobrou nada para nos
comermos”. Eu fiquei um pouco aborrecida e fui até
a cozinha para ver o que estava acontecendo.
Percebi que os cozinheiros também estavam
escondendo duas caixas de frango para si mesmos.
(Às vezes os pobres lá não são gentis; eles podem
ser egoístas e esconder coisas, assim como os outros
fazem no mundo rico.)
Eu disse a algumas centenas de crianças e viúvas
que se sentassem. O arroz havia acabado, mas ainda
havia um pouco do nosso pão moçambicano fresco.
Pedi que os cozinheiros passassem o pão enquanto
eu agradecia a Jesus pelo que Ele estava prestes a
fazer. Segurei o frango oleoso pedaço por pedaço e
distribuí para as crianças e as viúvas. Quando
cheguei à última senhora, dei a ela o último pedaço
de frango. Jesus havia multiplicado a comida para
nós mais uma vez, e as crianças ficaram cheias de
alegria. Até os cozinheiros ficaram impressionados.
Apesar de os pobres talvez não terem fé no
milagre, Deus em Sua misericórdia ouve seus
clamores e satisfaz a fome deles. Eu estou
finalmente começando a entender o Reino de Deus
através das crianças e dos pobres. Eles nos ensinam
sobre dependência, humildade, e ser vazio de todo o
resto para que Deus possa nos preencher. Eles
simplesmente não têm mais nada.
Nós sabemos que não temos nenhuma habilidade
por nós mesmos. Não temos apresentações em
PowerPoint para mostrar. Somos gratos se tivermos
eletricidade às vezes! Não existe nenhum folheto
colorido nem nenhuma carta na manga. O que nós
temos é trabalhadores nacionais e estrangeiros
entregando suas vidas como instrumentos de Deus.
E nós apreciamos cada dom e talento que eles
trazem.
Deus ouve o clamor dos pobres mesmo quando
nós não somos completamente puros de coração.
Ele abre os nossos ouvidos para ouvir o clamor das
crianças famintas, e Ele toca nosso coração em
relação a eles –para ajudá-los. Ele honra a nossa fé
Nele e o nosso desespero de fazer o que for
necessário. A compaixão de Deus nos encontra em
nosso desespero.
Ele é Mais Que
Suficiente
Por que Deus se revela com grande poder em
Moçambique? Porque eles são pobres em espírito!
Aqui nós temos Makua e Makonde –amigos que
cantam e dançam em todo culto de domingo pela
manhã–juntamente com muitos outros visitantes de
várias partes do mundo. Em Marcos 16:15-18, Jesus
estabeleceu a seguinte missão para Sua Igreja:
 
“Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a
todas as pessoas. Quem crer e for batizado será
salvo, mas quem não crer será condenado. Estes
sinais acompanharão os que crerem: em Meu
nome expulsarão demônios; falarão novas
línguas; pegarão em serpentes; e, se beberem
algum veneno mortal, não lhes fará mal
nenhum; imporão as mãos sobre os doentes, e
estes ficarão curados”.
 
Por que nós vivenciamos tão pouco da realidade
dessa promessa no ocidente?
Muitas vezes sentimos que temos nos esforçado
muito, e temos a dolorosa consciência da nossa
necessidade de ir mais profundo ainda. Sabemos
que o nosso chamado é passar mais tempo sendo
discípulos de Jesus a essas lindas sementes até que
as árvores se tornem fortes e deem frutos.
Em Moçambique, vemos o Senhor Jesus oferecer
seu Reino aos pobres dia após dia. Juntamente com
todas as nossas bênçãos, nós também vivenciamos
difíceis provações numerosas demais para contar.
Muitas vezes dizemos em nosso ministério que não
temos problemas, somente desastres. Porém, fiel a
essa passagem, Deus nos protege de grandes
oposições assim como Ele prometeu!
Recentemente, uma senhora deu um testemunho
na igreja num domingo de manhã dizendo que
estava cheia de demônios e que seu feiticeiro lhe
disse para comer toda sua família. Ela estava
gravemente doente e não conseguia dormir. Ela
inclusive cortava o braço e bebia seu próprio sangue.
Quando ela veio à igreja, eu a abracei e orei para
que ela conhecesse o amor de Jesus. Depois, um dos
nossos pastores a visitou e queimou todos os feitiços
do feiticeiro dela. Quase que imediatamente ela foi
liberta e cheia da paz de Jesus. O rosto dela estava
radiante de amor, e ela disse: “Ao invés de comer a
minha família, agora me tornei amiga dela!”
Outra senhora contou uma história mais
impressionante ainda, testemunhando a graça e o
poder de Deus para proteger a todos nós. Ela estava
muito doente com asma aguda há dez anos e estava
endemoniada como ninguém que havíamos visto
antes. Seu marido tinha certeza de que ela era
prostituta, e ia se divorciar dela. Porém, quando ela
chegou à nossa igreja em Pemba, Moçambique, foi
curada da asma e instantaneamenteliberta através de
oração e de um abraço cheio do amor de Jesus.
Seu marido ficou maravilhado com a
transformação dela, mas continuou a beber e ter
fortes ataques de raiva. Enquanto eu traduzia o
testemunho dela, pedi algumas vezes que ela
repetisse o que havia dito, pois eu estava muito
impressionada com o que ela estava dizendo. Ela
disse que ficou muito feliz quando seu marido
faleceu, e que o odiava por causa dos anos de abuso
físico que ela havia sofrido dele. Ela achava
maravilhoso não levar uma surra todos os dias.
Então, certo dia, ele teve um ataque demoníaco e
morreu.
Depois que ele foi declarado como morto no
hospital, ela decidiu orar por ele. Em pouco mais de
uma hora ele foi ressuscitado dos mortos –e foi
direto para a igreja para pedir que Jesus entrasse em
seu coração! No mesmo instante em que ele foi
ressuscitado dos mortos, ele também foi liberto dos
demônios que o atormentavam durante anos. Com
um enorme sorriso no rosto, ele recentemente
anunciou que não ingeriu álcool desde aquele dia.
Eu me lembro de outra manhã de domingo em que
dois mendigos cegos vieram à igreja esperando
ganhar algum tipo de presente. Eu cuspi nos meus
dedos e orei pelo primeiro homem, junto com
algumas crianças. Ele foi imediatamente curado! Em
seguida, o próximo homem veio à frente. Duas de
nossas meninas e eu havíamos caminhado com ele
na sexta-feira à tarde, orando por sua cura. Eu
apontei a cabeça dele para o sol e perguntei se ele
podia ver alguma luz. Ele não podia ver nada. Seus
olhos estavam brancos. Sem entender por que, eu
disse: “Volte no domingo, e você será curado”.
Agora ele estava ali de pé na minha frente com
seus olhos brancos. Eu novamente cuspi nos meus
dedos e os coloquei nas pálpebras dele. Junto com
algumas de nossas crianças, orei por um milagre
criativo. Bem ali na nossa frente e na frente de todos
da igreja, os olhos dele ficaram da cor marrom e ele
pôde enxergar. Cheios de alegria, nós montamos
uma caravana com toda a igreja para a praia para
fazermos um batismo. Ele se juntou à fila de espera
para o batismo e recebeu uma nova vida gloriosa em
Jesus.
Interdependência:
Nós Precisamos Uns dos
Outros
Por que o Reino é revelado com tamanho poder
entre os pobres aqui em Moçambique? É porque os
pobres dependem uns dos outros. Eles precisam uns
dos outros. Eles vivem numa comunidade de
interdependência. Eles têm que compartilhar uns
com os outros simplesmente para sobreviver.
Frequentemente, aqueles que têm muito são rápidos
em acumular e lentos para doar. No entanto, aqueles
que têm pouco são rápidos em compartilhar. Eles
muitas vezes dão sem se lembrar; eles recebem sem
esquecer. Os pobres são verdadeiramente ricos pela
simplicidade de sua devoção.
Eu não me mudei para Moçambique com um plano
de ação para salvar o país. Meu objetivo não era
iniciar um avivamento. Minha visão não era
administrar milhares de igrejas. Eu vim para
aprender a amar, e ainda estou no início dessa
jornada hoje. Estou apenas começando a aprender a
amar mais. Creio que esse é o meu objetivo de vida.
Quero amar a Deus com tudo que há dentro de
mim. Quero amar o meu próximo como a mim
mesmo.
Quando Deus me enviou para os pobres, não foi
pelo que eu poderia dar, mas pelo que eu poderia
aprender e pelo que eu poderia receber. Deus não
começou me dizendo para ministrar aos pobres, mas
para ser ministrada por eles.
A Madre Teresa disse:
 
Hoje em dia está na moda falar sobre os pobres. Infelizmente,
não está na moda falar com eles.2
 
Nós precisamos começar a falar com eles. Os
pobres são os meus amigos e a minha família. A
vida no vilarejo é bem simples comparada à cultura
ocidental. Eu adoro acampar nos vilarejos de
cabanas de barro e desfrutar da simplicidade dos
pobres. Nós cantamos e dançamos noite adentro,
adorando o nosso lindo Jesus. Não há
computadores, vídeos, smartphones, nem
eletricidade para nos distrair. É uma simplicidade de
devoção.
Os pobres têm me ensinado que temos que receber
apenas para viver.
Lembro-me de quando Deus me disse para deixar
o passado para trás e viver com os pobres em
Moçambique. Eu liguei para o Rolland, que estava
trabalhando em sua tese de PhD, e perguntei se ele
estava sentado. Ele disse que sim. Então ele me
perguntou por quê. Eu disse a ele que havia ouvido
Deus me dizer para doar tudo o que eu tinha e ir
sentar com os pobres em Moçambique.
Nós pensamos que seria sábio primeiro vender
nosso prédio em Hong Kong e depois usar esse
dinheiro para construir um orfanato em
Moçambique.
No entanto, Deus tinha um plano melhor! Deus
nos disse para doar o prédio.
Dezessete anos antes, nós havíamos iniciado nosso
ministério com uma passagem só de ida para a
Indonésia e trinta dólares. Dezessete anos depois, eu
vim para Moçambique, novamente sem nada, para
sentar na esquina de uma rua sem lugar onde ficar,
sem dinheiro, e quase nenhum contato. Eu
definitivamente não estava pensando: “Aqui estou eu
para salvar Moçambique!” Nós tínhamos um
caminhão antigo que apropriadamente chamávamos
de Lázaro –já que muitas vezes tínhamos que
ressuscitá-lo dos mortos.
Pedi que Deus me ajudasse a entender os pobres.
Ele me disse para ir sentar com as crianças. Lembrei
a Ele que eu tinha um PhD em teologia sistemática,
e disse: “Eu não lido com crianças”. Ele me disse:
“Agora você lida”.
Fé Como a de Uma
Criança
Jesus chamou uma criança, colocou-a na frente
deles e disse: “Eu afirmo a vocês que isto é
verdade: se vocês não mudarem de vida e não
ficarem iguais às crianças, nunca entrarão no
Reino do Céu. A pessoa mais importante no
Reino do Céu é aquela que se humilha e fica
igual a esta criança”.
–Mateus 18:2-4 (NTLH)
 
Ele quer que nós sejamos mais parecidos com
crianças, mais humildes, mais gratos em oração,
para lembrarmos que todos nós pertencemos ao
corpo sobrenatural de Cristo, que está sempre
em oração.3
–Madre Teresa
 
As crianças têm as chaves para o Reino. Elas
confiam mais do que os adultos. As crianças
acreditam em milagres até serem ensinadas por
algum adulto que acreditar em algo invisível é
bobagem. Uma criança de quatro anos de idade em
qualquer cultura tem fé em milagres. Então um
adulto vem e ensina a ela a não acreditar.
Tenho aprendido muito com os meus mentores –os
pobres e as crianças. E eu sinto o amor e o consolo
de Deus através das minhas crianças. Recentemente,
após voltar para casa de uma viagem de ministração,
as crianças fizeram uma serenata para mim num
caminhão de quatro toneladas enquanto eu
desembarcava do avião. Alguns dos outros
passageiros ficaram um pouco irritados com o
engarrafamento enquanto nossas lindas crianças
africanas inundavam o aeroporto para me
cumprimentar. Eu mal conseguia andar com aqueles
tesouros preciosos se pendurando nas minhas pernas
e nos meus braços.
As nossas crianças são a nossa equipe ministerial
para os evangelismos nos vilarejos. Através da fé
delas, milagres estão aumentando. Recentemente,
num vilarejo no interior de Cabo Delgado, centenas
de pessoas estavam entregando suas vidas a Jesus.
Então um de nossos missionários trouxe um menino
surdo para as crianças. Depois que todos nós
oramos, ele foi instantaneamente curado.
Após a mãe do menino dar o testemunho, mais
cinco pessoas surdas foram trazidas a nós, inclusive
uma mulher que não podia ouvir nem falar, e ela
também era completamente fora de si. Juntos, eu e
as crianças impusemos nossas mãos sobre cada
pessoa. Jesus misericordiosamente e gentilmente
curou a todos. A mulher não só pôde ouvir e falar,
mas também teve sua mente totalmente restaurada.
Sim, o Reino de Deus pertence às crianças! O
vilarejo certamente foi virado de cabeça para baixo
pelo amor de Deus (Atos 17). Logo depois, nós
construímos uma igreja naquele vilarejo.
Eu tenho uma sede por Jesus que só é satisfeita ao
encontrarmos mais crianças para abrigar, já que elas
nos ensinam sobre a natureza do nosso Pai.
Recentemente, nós fomos presenteados com três
novos tesouros –crianças que foram dadas a nós
para amarmos e cuidarmos. Enquanto eu via os
nossos missionáriossegurando a Lourdes –nosso
novo bebezinho –senti o intenso prazer de Deus.
Lourdes estava quase morrendo de fome após a
morte de sua mãe. Ela foi um presente de Jesus para
nós. Ela veio no colo de sua avó, com seus braços
balançando e aquelas pernas magrinhas esperneando
no ar. Ela chegou faminta, inocente, necessitada, e
dependente. Ela veio para ensinar a todos nós –com
sua pequena vida dependente –a como amar.
Lourdes veio como nossa professora preciosa, mas
agora está em seu lar na casa do Pai para sempre.
Nós, no ministério Iris, somos muito gratos por esse
presente que o nosso Pai nos permitiu ter por um
curto período.
Em nossa base em Pemba, com essas novas
crianças a quem amamos, centenas de pastores
moçambicanos e estudantes da Bíblia se reúnem no
chão. Eles vestem farrapos e muitas vezes não têm
sapatos, mas o doce Espírito Santo vem dia após dia
e opera transformação na vida deles.
A fome, a humildade, e o desespero dessas pessoas
são irresistíveis para Deus. Enquanto eu orava pela
cerimônia de formatura de um pastor, o doce
Espírito de Deus veio e encheu a nossa simples
igreja ao ar livre. Nem um pastor sequer ficou de pé
enquanto o Espírito enchia a cada um. Nós
realmente não temos uma igreja calma na África,
nem temos apelos típicos nem formaturas
tradicionais. Naquele dia, os nossos alegres e
humildes pastores foram comissionados para serem
transportadores da glória de Deus para os cantos
mais obscuros de Moçambique. Eles estudam a
Palavra e anseiam ver suas províncias
transformadas. Eles têm me ensinado o que são
riquezas verdadeiras. O Reino pertence aos pobres
em espírito.
Após a formatura, nós também tivemos várias
apresentações de bebês e um casamento. Depois de
jantar com os nossos ajudantes e as crianças,
levamos dez das nossas crianças para a nossa casa
para uma noite do pijama. Estamos vendo Jesus
transformar seus pequenos espíritos de órfãos em
espíritos de filhos. Estamos vendo Deus levantar um
exército de pregadores e pastores a partir das ruas e
dos lixões. Essas crianças são a nossa herança na
Terra. Nós as amamos muito. Verdadeiramente o
Reino pertence às crianças!
Desespero Santo
Ao contrário, como servos de Deus,
recomendamo-nos de todas as formas: em
muita perseverança; em sofrimentos, privações
e tristezas; em açoites, prisões e tumultos; em
trabalhos árduos, noites sem dormir e jejuns;
em pureza, conhecimento, paciência e bondade;
no Espírito Santo e no amor sincero; na
palavra da verdade e nopoder de Deus; com as
armas da justiça, quer de ataque, quer de
defesa; por honra e por desonra; por
difamação e por boa fama; tidos por
enganadores, sendo verdadeiros;como
desconhecidos, apesar de bem conhecidos;
como morrendo, mas eis que vivemos;
espancados, mas não mortos; entristecidos,
mas sempre alegres; pobres, mas enriquecendo
a muitos; nada tendo, mas possuindo tudo.
–2 Coríntios 6:4-10
 
Os pobres também me ensinaram o desespero por
Deus através da sede deles. Quando penso em
desespero, penso no Antônio, que é um homem
seriamente aleijado e deformado. A minha assistente
pessoal, Shara, estava dirigindo um Land Rover
cheia de crianças cantando no centro de Pemba. Ali
estava Antônio engatinhando na poeira e na sujeira
das ruas de Moçambique, usando chinelos como
sapatos nas mãos. Shara parou para ele e trouxe-o
para a nossa escola bíblica.
Antes de podermos construir uma casa de barro
para ele e providenciar transporte para que ele
pudesse vir para a escola bíblica, todos os dias ele
engatinhava por horas usando suas mãos. Depois
que os nossos pastores moçambicanos oraram por
ele, ele entregou sua vida a Jesus. Shara o carregou
nas costas até o oceano para batizá-lo. Antônio
levantou daquelas águas azul turquesa com um
sorriso brilhante e radiante de orelha a orelha. Agora
ele leva o Evangelho a todo lugar para o qual
engatinha.
Assim como Paulo escreveu, ao não ter nada, os
pobres possuem todas as coisas porque eles têm
Deus. Através de seus escritos, as palavras da Madre
Teresa nos ajudam a articular o coração de Jesus ao
Seu povo:
Faminto de amor, Ele olha para você.
Com sede de bondade, Ele implora a você.
Nu por lealdade, Ele tem esperança em você.
Doente e aprisionado por amizade, Ele quer mais de você.
Procurando abrigo no seu coração, Ele pede a você.
Você será tudo isso para Ele?4
 
Nós podemos achar a face de Deus nos pobres:
“Em verdade vos digo que quando o fizestes a
um destes Meus pequeninos irmãos, a Mim o
fizestes”. ... Então eles também Lhe
responderão, dizendo: “Senhor, quando Te
vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro,
ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não Te
servimos?” Então lhes responderá, dizendo:
“Em verdade vos digo que, quando a um destes
pequeninos o não fizestes, não o fizestes a
Mim”.
–Mateus 25:40, 44-45 (ACF, grifo do autor)
Nós somente fazemos o que fazemos por Ele, em
Jesus, através de Jesus, com Jesus, para Jesus. Nós
nos tornamos totalmente disponíveis para Ele. Que
alegria entregar a vida por amor!
Ricos versus Pobres
Pobre em espírito significa financeiramente pobre?
Creio que Jesus quis dizer que pobre em espírito é
uma postura do coração em que alguém é totalmente
entregue, completamente rendido, completamente
desesperado, e totalmente dependente de Deus
somente. O Senhor quer fazer com que até os ricos
e os de classe média sejam pobres em espírito e
saibam que têm total necessidade Dele.
Deus muitas vezes me leva desde os mais pobres
de todos até aqueles que possuem recursos
financeiros. Eu sinto, de modo simples, que eu então
levo os tesouros dos pobres para a igreja rica, que
necessita tanto de simplicidade.
Recentemente, Deus falou comigo sobre Seu
desejo por multiplicação e como Ele queria levantar
um exército inteiro de pessoas que amam com o
coração totalmente entregue –que estão dispostas a
entregar tudo pelo amor e o serviço de Deus – que
irão carregar a glória Dele para os confins da Terra.
Jesus falou comigo sobre um movimento de missões
em massa, de estudantes voluntários, para levar o
Evangelho –o verdadeiro amor derramado –para
todas as tribos e línguas. Eu tive uma visão em que
eu ministrava nas universidades Ivy League, então
Ele me enviou para a Universidade de Harvard. Foi
lá onde o primeiro grande avivamento nos Estados
Unidos, o Great Awakening (Grande
Despertamento), tocou o país.
Na Capela Memorial em Harvard, eu fui
direcionada a fazer um apelo para os alunos que se
sentiam órfãos. O Pai falou comigo sobre Seu
coração voltado para curar a juventude dos Estados
Unidos assim como Ele curou nossas crianças
moçambicanas. Os alunos fluíam como rio até o
altar. Assim que nós os abraçávamos, o Espírito
Santo os tocava, e eles começavam a chorar. Os
corredores ficaram cheios de universitários
chorando. Alguns foram salvos. Muitos foram
fisicamente curados. Acima de tudo, Jesus foi
adorado no centro da Universidade de Harvard!
Um jovem estudante ali era verdadeiramente pobre
em espírito, apesar de possuir muito aos olhos do
mundo. Ele veio à frente na nossa reunião e disse:
“Eu quero conhecer o Deus de quem a Heidi fala,
mas a minha mente é forte demais”. Então nós
oramos por ele, para que seu coração se tornasse
maior que sua mente. Chamei um dos líderes da
igreja para vir e abraçá-lo. Deus Pai queria abraçá-
lo. Depois eu o vi adorando a Jesus
apaixonadamente com suas mãos tremendo no ar.
Ele dizia: “Eu sinto Deus! Eu sinto Deus! Ele é tão
forte!” Pobre em espírito é uma postura do coração
em vez de uma posição econômica. De Harvard a
Moçambique, Deus visita aqueles que O querem. Eu
sei que Deus irá lançar esse exército de enviados
obedientes –desde as crianças africanas aos
universitários de Ivy League–que não irão amar suas
próprias vidas até a morte. Eu me lembro da famosa
citação de Jim Elliot: “Não é tolo aquele que abre
mão do que não pode reter para ganhar o que não
pode perder.”5
Nessa viagem, eu voei do piso de mármore e da
riqueza de Ivy League da Universidade Harvard para
a pobreza da cabana de barro de uma de nossas
bases em Moçambique para outraconferência com
os mais pobres dos pobres. Assim como em
Harvard, Deus apareceu de forma extraordinária. Eu
estava chamando pelo Espírito Santo para que
movesse sobre as pessoas quando Ele veio como
redemoinho. As pessoas começaram a rodar e cair
no chão. Naquela noite, foram curadas mais pessoas
do que podíamos contar. Ninguém sequer precisou
tocar nelas.
No final da última reunião da noite, eu pulei na
traseira da nossa caminhonete para ir para casa, e
alguns dos nossos meninos correram para pedir que
eu orasse por um adolescente novo que estava
morando no nosso abrigo. Ele era cego. A presença
de Deus veio sobre ele, e ele foi curado. Os
adolescentes foram abençoados além do que
podíamos acreditar.
Eles gritavam e celebravam dizendo: “Nós
sabíamos que Deus ia fazer isso!” Aqueles meninos
vieram, desesperadamente pobres em espírito e
ansiando para que seu novo irmão pudesse enxergar,
e Deus tão amavelmente abriu os olhos cegos do
menino.
Um Chamado para
Todos:
Todo Mundo é
Convidado
Eu acredito que ser pobre em espírito é uma
escolha –uma decisão –que todos nós temos que
tomar para nos diminuir, completamente
dependentes Daquele que é sempre confiável.
Deus responde a todos nós de acordo com a nossa
fé e a nossa sede, e em cumprimento de Seus planos
por nós que foram estabelecidos antes da fundação
do mundo. Deus deseja que todos os Seus filhos
despertem com compaixão e não recuem em
incredulidade. Rico ou pobre, se você está cansado
de se esconder dos problemas do mundo e quer
participar da natureza de Deus para levar vida aos
mortos, Jesus é mais do que suficiente. Nós
precisamos de Deus, e precisamos uns dos outros.
Deus nos chama para sermos um com Ele e uns
com os outros. Em Pemba, nós temos missionários
de todas as partes do mundo formando uma equipe
com os moçambicanos. Recentemente, nós ouvimos
um relatório encorajador: Durante a temporada do
Ramadã, um dos grupos de pessoas não alcançadas
anunciou na rádio: “Estamos perdendo a batalha
para o Ministério Arco-Íris. Não podemos
acompanhá-los”, eles disseram. “Eles alimentam os
pobres, recebem órfãos, os mortos estão sendo
ressuscitados, os cegos veem, os aleijados andam, e
o surdos ouvem. Estamos perdendo a batalha”.
Deus tem soberanamente nos dado um
derramamento de amor, alegria e refrigério para os
pobres e sofredores da África. Porém, hoje Deus
chama a todos nós –ricos e pobres –para descansar
Nele e amá-Lo com todo o nosso coração, toda a
nossa mente, alma e força, amando o nosso próximo
como a nós mesmos. Foi por isso que Jesus morreu.
Todos nós também somos chamados para
compartilhar e lembrar-nos das necessidades dos
pobres.
Todos nós querermos ver a glória do Senhor cobrir
a Terra assim como as águas cobrem o mar (ver
Habacuque 2:14). Eu oro para que Jesus atraia você
para mais profundo ainda. Oro para que você
descanse, dando e confiando tudo a Ele para que Ele
possa confiar todos a você. E quando você se
levantar, haverá um avivamento –nações inteiras
virão a Ele, prostrando-se com o rosto ao chão. Ele
nos transforma com um piscar de Seus olhos para
que não tenhamos medo de estar completamente
entregues em Seus braços.
Bem-aventurados os pobres
em espírito, pois deles éo Reino do Céu.
Devocional
Eu acho que o trabalho da Igreja neste
hemisfério ocidental rico e desenvolvido é mais
difícil do que em Calcutá, no Iêmen do Sul, e
em outras áreas em que as necessidades das
pessoas são reduzidas a roupas para espantar o
frio, ou um prato de arroz para matar a fome –
qualquer coisa que lhes mostre que alguém as
ama. No ocidente, os problemas que os pobres
têm vão muito mais além; os problemas estão
nas profundezas de seus corações.6
–Madre Teresa
Dois
Bem-aventurados os Que
Choram
Seja gentil e misericordioso. Nunca deixe que
alguém venha até você sem ir embora melhor e
mais feliz. Seja a expressão viva da bondade de
Deus: bondade no seu rosto, bondade nos seus
olhos, bondade no seu sorriso, bondade no seu
cumprimento caloroso. Nas favelas, nós somos a
luz da bondade de Deus para os pobres. Para as
crianças, para os pobres, para todos que sofrem
e estão sozinhos, sempre dê um sorriso feliz –dê
a eles não só o seu cuidado, mas também o seu
coração.7
–Madre Teresa
O
SENHOR ESTÁ CHAMANDO SERVOS QUE AMAM PARA ir
alcançar os desabrigados, que irão até os
cantos obscuros do mundo para obrigá-
los a voltar para casa. E eles voltarão.
Quem irá e deixará sua vida de conforto para
chamar os feridos? Quem irá e será um aprendiz?
Quem irá para o meio daqueles que estão chorando
e entregará sua vida por Jesus? O Senhor quer que
Sua casa esteja cheia. É tempo de irmos aos pobres,
aos feridos, aos desabrigados, aos que estão
morrendo, e aos solitários para chamá-los a Ele.
Milhares e milhares de “enviados” precisam ir aos
lugares mais obscuros, aos lugares mais pobres, aos
lugares esquecidos, porque o banquete do
casamento está prestes a começar. Muitos ainda têm
que ser chamados. Muitos estão chorando e
precisam ser consolados pelo amor do nosso Pai.
Eles Virão
Lancem a foice, pois a colheita está madura
–Joel 3:13
 
Muitos crentes na Igreja estão frustrados porque
não veem uma colheita. Estão desencorajados
porque veem muito pouco fruto sendo produzido;
eles se perguntam por que. Porém, continuam indo
até as mesmas pessoas.
Na parábola do grande banquete em Lucas 14:15-
24, os ricos não quiseram comparecer. Eles estavam
ocupados desfrutando de seu dinheiro e de seus
bens e deram desculpas. Os pobres não podem fazer
essas coisas, e eles ficam ansiosos para ir ao
banquete quando são convidados. Deus diz que não
há desculpas, mas os crentes continuam indo aos
ricos e bem alimentados deste mundo, perguntando-
se por que eles não respondem. Existem também
muitos perdidos nas nações do primeiro mundo,
porém a Igreja muitas vezes não está equipada para
alcançá-los.
Jesus nos desperta para amar, mas a própria Igreja
tem que acordar! Nós ainda não estamos prontos
para ir ao banquete da festa de casamento. A casa
do Pai ainda não está cheia. Nós temos que alcançar
os perdidos, mas primeiro temos que aprender
como. A colheita é abundante, mas os trabalhadores
que carregam o coração Dele são poucos. As nossas
vidas têm que ser encarnações vivas do amor de
Cristo Jesus se quisermos ter um ministério eficaz.
Qual é a sua motivação para o ministério? O
Senhor está buscando servos que amam –pessoas
que são apaixonadas e cheias de amor por Ele,
pessoas que desejam e anseiam pela volta do Noivo,
pessoas que já podem sentir o sabor da festa e
sabem que ela está prestes a começar. Essas pessoas
não aguentam mais ficar em sua zona de conforto.
Elas irão literalmente sair correndo e chamar os
pobres, os aleijados, os cegos, e debilitados. E se
nós sairmos para chamá-los – mostrando-lhes o
amor de Deus – eles virão.
Consolando Aqueles que
Choram
Eu sou uma prisioneira do amor. Tenho dado a
minha vida por amor. É uma alegria inexplicável e
cheia de glória. Está em toda parte da nossa jornada
aqui na Terra. Quando bebês morrem nos nossos
braços, há um choro profundo em nosso espírito,
mas sabemos que os bebês vão direto dos nossos
braços para os braços de Jesus. Os nossos corações
são consolados com essa alegria inexplicável. Ele
simplesmente continua amando os bebês no Céu,
ainda mais do que podíamos amá-los aqui na Terra.
É nisso que encontramos o nosso consolo.
Num período de uma semana, oito dos nossos
pequenospreciosos morreram. Eu me encontrava
exausta. Eu não entendia. Eu os amava tanto. Não
pude evitar ficar me perguntando o porquê.
Simplesmente parecia que eles morriam um após o
outro. A única coisa que eu conseguia fazer era
perguntar a Jesus: “O que faço? O que fazemos?”
Jesus respondeu: “De qualquer forma, você
venceu porque os amou em vida”. Eu vi uma
imagem dos braços Dele abertos para receber
aqueles bebês. Meu luto profundo encontrou um
lugar de consolo em saber que nós havíamos
resgatados aquelas crianças de lugares de desespero
e solidão. Sabíamos que havíamos mostrado a elas o
amor de Deus.
Muitas,muitas perguntas começaram a surgir:
Como nos tornamos as mãos e os pés de Jesus para
uma humanidade que está morrendo? Como levar
consolo? Como se tornar o amor de Jesus numa
cultura que está chorando? Como se tornar a
bondade –a misericórdia –de Jesus numa cultura que
está de luto? E, mais especificamente, como você se
torna uma bênção para os pobres? Tem que ser o
amor encarnado!
Toda cultura tem um denominador comum de
miséria e dor. Desde a Coréia até Moçambique, e
desde o Brasil até os Estados Unidos, toda sociedade
tem uma necessidade que devemos identificar e nos
oferecer para suprir a fim de confortá-la. O trabalho
de um pastor não é simplesmente pregar numa
plataforma, ficar de pé diante de uma multidão de
pessoas enquanto uma grande equipe de mídia grava
o culto. Esse não é o nosso propósito principal.
Nosso trabalho é amar cada pessoa, uma de cada
vez, parar e prestar ajuda todos os dias a cada um
dos que sofrem e estão enfermos.
Alguns dizem: “Nós podemos amar sem dinheiro?”
A resposta é sim. E a maneira mais simples de
demonstrar amor é segurar uma pessoa nos seus
braços, olhar nos olhos dela, e oferecer um sorriso.
Como se tornar boas-novas para os ricos e para os
pobres? Como se tornar o amor manifesto na forma
física e ver o Evangelho se cumprir? Se você é
chamado como missionário –um “enviado”–então
você é chamado para consolar aqueles que choram.
Você é chamado para amar os feridos até que eles
entendam o amor de Deus –um amor que nunca
morre –através de você.
Sim, Deus quer que você faça sinais e maravilhas,
mas o que as pessoas realmente precisam é o amor
de Deus manifesto através de você. Então você tem
que ver a face Dele primeiro. Você tem que se
tornar tão próximo de cada batida do coração Dele
para que você possa sentir o que os outros sentem.
Eu quero viver como se estivesse escondida no
coração Dele, onde Seus pensamentos se tornem os
meus pensamentos e Seus caminhos se tornem os
meus caminhos. É assim que alcançaremos o
mundo.
Constância
Alguns de vocês já sabem que foram chamados
para serem missionários. Outros talvez ainda
queiram descobrir seu chamado. Deixe esse ser o
seu chamado: Consolar uma mulher triste. Consolar
uma criança de luto. Consolar um homem que está
morrendo. Consolar.
A maioria dos meus heróis é de países do terceiro
mundo. Lembro-me do dia em que uma criança de
quatro ou cinco anos que havia sido seriamente
estuprada foi deixada abandonada nas escadas da
nossa padaria. Eu não estava fazendo nenhuma
cruzada nem nenhum evento apostólico para ficar
para a História. Simplesmente olhei para aquela
criança desnutrida e pensei: “Deus, é para isso que
eu fui criada. Fui criada para parar por essa
criança”. Era onde eu estava para dar consolo.
Tudo que a doce Constância fazia era chorar. Ela
não era capaz de falar, então tudo que conseguia
fazer era chorar. Eu me perguntei: “Como é ser
Jesus para essa pessoa, para um grupo de pessoas,
ou para essa nação?”
Mateus 5:4 diz: “Bem-aventurados são os que
choram, pois serão consolados”.
Eu dei consolo. Peguei a Constância como se ela
fosse minha própria filha. Aquela pequena menina
era o luto em pessoa. Eu nunca havia visto tanta
tristeza e tragédia em somente um pequeno vaso
frágil.
Agora, a Constância tem me ensinado quanta bem-
aventurança vem de consolar aqueles que choram.
Bem-aventurança – felicidade, prazer,
contentamento, ou boa sorte – realmente vem
daqueles que choram. No entanto, toda vez que eu
olhava para aquela menina, ainda era como se o
meu coração estivesse partindo. Eu a observava, e
tudo que ela fazia era chorar.
Então, como consolar aqueles que choram? Eu
simplesmente a segurava em meus braços e a
balançava para frente e para trás.
Durante aquela época, a nossa equipe era pequena
em número. Nós tínhamos apenas duas tias e um
voluntário do Reino Unido, mas eu passava dias
segurando as crianças que choravam. Segurava e
balançava uma criança após outra e secava as
lágrimas delas.
Ali estava aquela linda criança abandonada que
havia visto tanta dor que não conseguia falar.
Constância havia vivenciado agonia demais para
falar. Lágrimas silenciosas simplesmente
continuavam a rolar pelo seu rosto. Ela não sabia
sobre avivamento, e eu não tinha ideia do que era
um avivamento. Eu ainda não tinha percebido que o
Sermão da Montanha é a fórmula de Deus para
avivamento. As Bem-Aventuranças são a receita
Dele para que Seu Reino venha e Sua vontade seja
feita na Terra como éfeita no Céu.
Como o consolo deve parecer para Constância e
outros como ela? Eu perguntei a Deus: “Por que há
tanto sofrimento do mundo? Por que há tanta dor e
agonia? E o que consolo significa?”
Entretanto, não ouvi nenhuma resposta de volta.
Então, eu simplesmente segurava aquela menininha
enquanto suas lágrimas silenciosas rolavam. Mas
Deus respondeu minhas orações, sim, e Ele enviou
para Constância uma amiga especial chamada
Beatrice.
Beatrice
Beatrice foi encontrada morrendo debaixo de uma
árvore quando tinha cerca de oito ou nove anos de
idade. Ela tinha olhos muitos vermelhos, uma
barriga inchada, sarna, e piolho. Ela era uma
pequena menina que sofria abuso. E tudo que
conseguia fazer era chorar.
Nós levamos Beatrice para o hospital. Quando os
médicos falaram com a nossa equipe, nos disseram:
“Essa menininha irá morrer”. Lembro-me de olhar
para o rosto dela. Lembro-me de ver seus olhos
através das muitas moscas que estavam presas ao
redor e dentro deles. O rosto dela estava totalmente
deformado pela sarna, e ela tinha feridas abertas.
Lembro-me de olhar fixamente dentro dos olhos
dela. Lembro que ela olhou de volta para mim –e eu
vi Jesus!
Eu segurei Beatriz nos meus braços, e a amei.
Jesus olhou de volta para mim através daquela
pequena menina. Ele disse: “O que você faz a essa
pequenina, você faz a Mim”. Alguns de vocês
talvez pensem que o ministério é uma grande
aventura. O ministério, no entanto, simplesmente
tem a ver com amar a pessoa diante de você. Tem a
ver com parar para alguém e ser a própria fragrância
de Jesus para um mundo perdido e decaído.
É por isso que eu faço o que faço. Eu sou apenas
uma iniciante. Deus sempre me diz: “Heidi, o seu
trabalho é amar. Tudo que você faz aos menores
pequeninos, o faz por Mim”.
Quando eu segurei Beatrice, peguei sarna e piolho.
Mas não importava. Meu único objetivo é amar
mais.
O ministério é você simplesmente amar como Jesus
ama. São as Bem-Aventuranças manifestas através
da sua vida. Missões é quando temos o amor de
Deus para que Ele possa demonstrar Sua própria
vida e natureza através de nós. O objetivo de
missões é ser o Sermão da Montanha praticado na
Terra.
Quando a minha filha Crystalyn viu a Beatrice pela
primeira vez, ela correu para mim. Christy viu Jesus
nos olhos dela também e disse: “Mamãe, a Beatrice
é tão linda. Quero dar o meu melhor vestido para
ela”. (E a Christy só tinha três vestidos!) Mas os
meus filhos são ricos porque eles sabem o que
significa dividir. Eles sabem o que é amar.
Se você encontrar uma pessoa doente, ajude a
levar cura para ela. Se você achar alguém que passa
fome, alimente-o. Se achar alguém que tenha sede,
dê-lhe água para beber. Se encontrar alguém nu,
vista-o. Se encontrar alguém ferido, fraco ou
desgastado, ame-o por inteiro. E se achar alguém
que esteja chorando, console-o.
Quando os médicos nos disseram que a Beatrice
iria morrer, conversei com eles e simplesmente disse:
“A Beatrice irá viver, não morrer”. Vejam, eu
conheço o meu Jesus. Eu acredito na Bíblia! E com
imenso prazer assisti à Beatrice ficar bem. Ela nunca
queria tirar o vestido que Christy lhe havia dado. Ela
não conseguia acreditar que era dela. Ela o usou até
o dia em que ele desfiou na minha mão.
Através dessa menininha, Beatrice, Deus me
ensinou sobre as Bem-Aventuranças. Beatrice tinha
amor. Ela era a minha professora de amor. Beatrice
era um consolador em pessoa para alguém que
estivesse profundamente sofrendo e chorando.
Como Beatrice entendia de sofrimento, ela também
podia entender a nossa pequena, linda, menina
muda,Constância.
Não era complicado. Eu vi Beatrice parar pela
Constância. Após ela ter estado fora do hospital por
apenas algumas semanas, lembro-me de assistir a
primeira vez que Beatrice pegou a Constância no
colo. Eu assistia dia após dia enquanto ela
simplesmente continuava a amar aquela pequena
menina.
Ela não tem um pôster, um livro, um grupo
itinerante, ou uma agenda de pregações. Porém, ela
tem um ministério que leva o coração de Deus ao
coração do homem na Terra. Ela trocou sua tristeza
pela alegria Dele. Ela trocou suas cinzas pela beleza
Dele. Ela aprendeu a amar.
Morrendo para Este
Mundo;
Vivendo para Outro
No dia em que Beatrice e Constância foram ser
batizadas, nós não tínhamos nenhuma água limpa e
clara. No calor daquele dia moçambicano, tínhamos
apenas um tanque de lavar roupa com água verde e
suja. À medida que as pessoas entravam uma por
uma, ele ficava mais sujo ainda porque ninguém
tinha água limpa para tomar banho. Apesar dessas
circunstâncias, a fila para se batizar era muito longa.
Eu de repente vi Constância. Olhei para ela e
comecei a me questionar teologicamente: “Será que
é permitido batizar essa menina? Ela não pode
conversar. Ela não pode falar”.
Falei com ela e perguntei em seu idioma: “Você
sabe o que significa morrer?” Eu disse: “É isso que é
o batismo. Você tem que morrer nesta água e
levantar como uma nova criatura. Sua vida antiga
irámorrer debaixo da água, e você se levantará como
uma nova criatura”.
Então eu a vi, como sempre, com lágrimas
escorrendo pelo seu rosto. Sem usar palavras, ela
apenas balançou a cabeça dizendo que sim. Ela não
tinha pais. Ela não tinha certidão de nascimento.
Ninguém sabia a idade dela. E como havia sido
espancada e abusada tantas vezes, ela ainda não
falava. Peguei aquela pequena criança em meus
braços e, no nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo, coloquei seu corpo frágil e miúdo debaixo
daquela água verde suja. Ela levantou radiante!
Foi um dos melhores dias da minha vida. Depois,
Constância voltou-se para mim e falou as primeiras
palavras que a ouvi dizer: “Mama Aida, eu quero
liderar o coral das crianças”. Para mim, isso é
ministério. Tenho visto, inúmeras vezes, cegos
passarem a enxergar. Quase toda semana eu
testemunho surdos passarem a ouvir. Tenho visto
pessoas cujas pernas eram aleijadas andarem de
novo em total plenitude. Eu vejo milhares correrem
para o meu Jesus. Porém, uma das minhas maiores
alegrias foi ouvir a Constância falar pela primeira
vez! A simplicidade do amor curando um coração éo
que me faz continuar.
Muitas vezes, queremos que o Reino se pareça
com as multidões para fazer a nossa igreja crescer e
fazer com que pareçamos bons. No entanto, o Reino
se parece com uma criança sorrindo de cada vez até
que as nações estejam cheias de pessoas que são
apaixonadas por Deus. Eu olho para Beatrice
amando a Constância de volta à vida, e acho que é
alguém sendo ressuscitado dos mortos! Isso é
ressurreição.
Recentemente conversei com a Constância, que
agora é mãe. Quando seu bebê tinha um mês de
idade, ela teve dificuldades de amamentar. Junto
com sua família adotiva, nós oramos e, ao final da
nossa oração, o bebê já estava mamando. A nova
família dela a consolou. As lágrimas de dor de
Constância se tornaram lágrimas de alegria.
Logo depois disso, eu peguei um voo de volta para
Maputo para fazer o casamento de um dos nossos
filhos moçambicanos que está conosco há catorze
anos. Constância estava lá também. Nós nos
abraçamos. E por muito tempo nós simplesmente
ficamos abraçadas e choramos. Quando nós
vivemos Nele, Deus nos consola.
Dor: O Denominador
Comum
Nós temos que reconhecer que todo sofrimento é
uma dor válida. Nos países ricos, o sofrimento é a
solidão. O sofrimento nos países ricos é uma dor
psicológica interna. É extremamente relevante; é
profunda. As pessoas a sentem, e é tão real como
uma barriga inchada, pessoas morrendo de fome, ou
uma doença ou a morte.
Se nós devemos ser as mãos e os pés de Jesus,
precisamos cuidar das necessidades dos outros –
internamente e externamente. A moeda do amor no
ocidente não é sempre o dinheiro, mas é sempre
tempo e compaixão. Curar um órfão em
Moçambique requer muito amor, um lar,
compaixão, e uma cama com cobertores. É claro,
Coca-Cola e frango são uma bênção para um
banquete! Curar um espírito órfão nos Estados
Unidos requer amor, compaixão, muito tempo, e
atenção total para uns com os outros. As duas
formas são válidas, ambas são reais, e ambas custam
caro.
Existe muito sofrimento em todo o mundo. Nós
podemos usar o nosso sofrimento para nos
tornarmos mais como Jesus, ou podemos deixar que
a amargura apodreça dentro dos nossos corações.
De alguma forma, pela misericórdia de Deus, Ele
nos permite entender a dor dos outros para que nos
tornemos mais como Jesus em nossa compaixão. Ele
pode até usar o sofrimento porque Ele sabe como
transformar tudo para o bem.
Quando você tem experiência com algo você pode
compreender as pessoas que também passam pelo
mesmo. Se você já teve sede, você entende a sede.
Se já se sentiu solitário, entende a solidão. Da
mesma forma, nós também podemos usar os nossos
sofrimentos para consolar aqueles que estão
chorando. Deus pode usar até as piores coisas das
nossas vidas e transformá-las em algo bom, se nós
apenas O permitirmos.
O Fim da História: O
Casamento
Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor
Jesus Cristo, Pai das misericórdias e Deus de
toda consolação, que nos consola em todas as
nossas tribulações, para que, com a
consolação que recebemos de Deus, possamos
consolar os que estão passando por
tribulações.
–2 Coríntios 1:3-4
 
Assim como a noiva de Jesus que é preparada em
provações e tribulações, Beatrice estava
orgulhosamente radiante no centro da nossa base do
sul no dia de seu casamento. Sua celebração especial
era uma ocasião alegre com todos seus amigos,
inclusive Constância. Apesar de estar usando um
dos vestidos de casamento do ministério –com as
miçangas caindo, tendo sido usado por outras noivas
pelo menos já umas vinte e cinco vezes antes –ela
estava deslumbrante. Seu marido segurou seu
pequeno corpo enquanto ela segurava flores nas
mãos e tinha um sorriso brilhante no rosto. Ela
estava radiante em beleza.
Agora ela chama os perdidos para a festa de
casamento dos séculos. Ela está enchendo a casa do
Pai compartilhando Jesus com todos seus amigos.
Isso é o Evangelho. Essa é uma menina que conhece
as bênçãos do choro e as bênçãos do consolo. Ela
sabe como ser o amor encarnado para aqueles ao
seu redor.
Um ministro é simplesmente um enviado. Talvez
você seja enviado somente para o outro lado da rua,
mas isso não importa. Para Deus, seja para um ou
para as massas, é o mesmo – é o amor encarnado.
Abençoados são aqueles que choram,
pois serão consolados.
Devocional
Quando uma pessoa pobre morre de fome, isso
não acontece porque Deus não cuidou dela.
Acontece porque nem eu nem você quisemos
dar àquela pessoa o que ela precisava. Nós
temos nos recusado a sermos instrumentos de
amor nas mãos de Deus para dar aos pobres um
pedaço de pão, oferecer-lhes uma vestimenta
com a qual espantar o frio. Isso acontece porque
não reconhecemos a Cristo quando, uma vez
mais, Ele aparece sob o disfarce da dor,
identificado com um homem paralisado de frio,
morrendo de fome, quando Ele vem em forma
de um ser humano solitário, de uma criança
perdida em busca de um lar.8
–Madre Teresa
Três
Bem-aventurados os
Humildes
 
Eu acho que não existe alguém que precise mais
da ajuda e da graça de Deus quanto eu. Às
vezes me sinto tão desamparada e fraca. Acho
que é por isso que Deus me usa. Porque eu não
consigo depender da minha própria força, eu
conto com Ele vinte e quatro horas por dia. Se o
dia tivesse mais horas, eu precisaria da ajuda e
da graça Dele durante essas horas também.9
–Madre Teresa
 
A
questão não é você – a questão é Ele. A questão não
sou eu – a questão é Ele. Somente Ele é
digno de glória. Às vezes, Ele ofende a
nossa mente para revelar o nosso coração e nos
fazer parecermos bobos.

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