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O novo livro de Heidi Baker, Constrangido pelo Amor, com Shara Pradhan, é um livro poderosamente comovente que pode lhe causar um choque cultural sem que você saia de casa. O livro é baseado nas Bem-Aventuranças vistas através dos olhos de pastores e missionários enviados para o terceiro mundo. As histórias de milagres e pobreza, onde há plenitudede alegria, são lindas e emocionalmente comoventes. É possível ouvir a voz de Heidi Baker saindo das páginas deste livro. Este é um livro que não foi escrito nas torres de marfim do meio acadêmico, mas a partir de uma paixão por avivamento. No entanto, para aqueles que talvez leiam as histórias com dúvida, pensando que Heidi seja um estereótipo de loira, digo que não poderiam estar mais longe da verdade. Deus escolheu revelar Heidi aos Estados Unidos como alguém frequentemente embriagada pelo Espírito Santo assim como os apóstolos de Atos 2 que foram acusados de estarem bêbados. Heidi conquistou o título de PhD numa das escolas de teologia mais prestigiadas da Inglaterra. Constrangido pelo Amor é fiel ao texto grego, e eu creio que está mais próximo do coração de Jesus do que a maioria dos livros sobre as Bem- Aventuranças. Heidi, com a ajuda de Shara, escreveu um livro muito útil para os cristãos do Ocidente. Prepare-se para ter um “exame de coração” realizado pelo Espírito Santo. - Randy Clark Bispo Apostólico Se você quiser experimentar uma gama de emoções, leia Constrangido pelo Amor. Se você quiser uma dose de convicção profunda, leia Constrangido pelo Amor. Se você quiser tocar o Amor em Pessoa, leia Constrangido pelo Amor. Se você quiser ser transformado para sempre, leia Constrangido pelo Amor. Eu li. - Patricia King Extreme Prophetic Distante da obsoleta teologia de poltrona, onde se debatem os atos do Espírito Santo para, no final, desmenti-los, o ministério de Jesus através de Rolland e Heidi Baker tem capturado o coração apostólico de Deus para os dias de hoje. Constrangido pelo Amor não é apenas mais um grande livro; é uma carta de amor vivida por pessoas que amam a Palavra e cujos olhos estão fixos em seu Noivo e Rei –Jesus. Leia, chore, e deixe o seu coração ser transformado por esses testemunhos de sacrifício e da grande glória Dele! - James W. e Michal Ann Goll Encounters Network e Compassion Acts Ministries Autores de Angelic Encounters, Compassion, Dream Language, e muitos outros livros. Eu não consigo pensar em uma pessoa melhor para escrever sobre as Bem-Aventuranças do que a minha grande amiga Heidi Baker. Por quê? Porque ela vive isso! Este livro pode revolucionar a sua vida, a sua família, o seu ministério, e o seu trabalho à medida que você colocar em prática os ensinamentos de Jesus como apresentados e ilustrados pela vida e pelo ministério incríveis de Heidi Baker. - ChéAhn Pastor Sênior, Harvest Rock Church, Pasadena, Califórnia Fundador e Presidente do Harvest International Ministry Constrangido pelo Amor © 2014 Editora Luz às Nações Coordenação Editorial | Equipe Edilan Tradução e revisão | Equipe Edilan Originalmente publicado em inglês nos Estados Unidos com o título Compelled by Love, de Heidi Baker, por Charisma House, Charisma Media/Charisma House Book Group, 600 Rinehart Road, Lake Mary, Florida 32746, Estados Unidos. Copyright © 2008 Heidi Baker, todos os direitos reservados. Publicado no Brasil pela Editora Luz às Nações, Rua Rancharia, 62, parte, Itanhangá, 22753-070 Rio de Janeiro, Brasil. Tel. (21) 2490-2551. 1ª edição brasileira: agosto de 2014. Todos os direitos reservados. Disponível em outras línguas da Charisma Media, 600 Rinehart Road, Lake Mary, FL 32746, Estados Unidos; email: charismahouse@charismamedia.com. Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida, armazenada em sistema de recuperação de dados ou transmitida por qualquer forma ou meio — seja eletrônico, mecânico, fotocópia, gravação ou outro — sem a autorização prévia da editora. Salvo indicação em contrário, todas as citações bíblicas foram extraídas da Bíblia Sagrada Nova Versão Internacional (NVI), Editora Vida. As outras versões utilizadas foram: Almeida Corrigida e Revisada Fiel (ACF), SBB; Almeida Atualizada (AA), SBB; Almeida Revista e Atualizada (ARA), SBB e NTLH (Nova Tradução da Linguagem de Hoje), SBB. Por favor, note que o estilo editorial da Edilan inicia com letra maiúscula alguns pronomes na Bíblia que se referem ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, e pode diferir do estilo editorial de outras editoras. Observe que o nome “satanás” e outros relacionados não iniciam com letra maiúscula. Escolhemos não reconhecê-lo, inclusive a ponto de violar as regras gramaticais. www.edilan.com.br http://www.edilan.com.br/index.php CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ B142c Baker, Heidi, 1959- Constrangido pelo amor / Heidi Baker. - 1. ed. - Rio de Janeiro: LAN, 2015. 4.91Mb ; ePUB Tradução de: Compelled by love ISBN 978-85-99858-76- 9 1. Cristianismo. 2. Igreja. 3. Missões. I. Título. 14-15797 CDD: 241.5CDU: 27-425 Pois o amor de Cristo nos constrange, porque estamos convencidos de que um morreu por todos; logo, todos morreram. E Ele morreu por todos para que aqueles que vivem já não vivam mais para si mesmos, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou. - 2 Coríntios 5:14-15 grifo do autor Este livro é para Ti, Senhor Jesus. As nossas vidas são para Ti. Cada fôlego é para Ti. Que toda palavra seja uma adoração a Ti. Jesus, receba a glória, e chame muitos para a intimidade e o amor pelos pobres. P RIMEIRAMENTE, QUERO AGRADECER AO MEUMARIDO, Rolland, por caminhar comigonesta jornada de amor desde maio de 1980. Quero agradecer aos meus filhos lindos, maravilhosos, e cheios do Espírito Santo, Elisha James e Crystalyn Joy, por dividirem a mãe deles com tantos outros filhos e por demonstrarem espíritos tão generosos e amorosos. Quero agradecer à minha filha espiritual, Shara Pradhan, por me ajudar a compilar as mensagens e por passar inúmeras horas debruçada sobre o material com um coração cheio de compaixão. Ela é uma cristã exemplar. Sem a Shara, eu não teria terminado este livro. Ela é simplesmente maravilhosa! Também quero honrar algumas das pessoas talentosas que tornaram esse livro realidade. Muito obrigada a Bob Ekblad, ThD, e Scott Dolff, PhD, pela incrível e atenciosa revisão acadêmica que ofereceram. Eu sou grata a Ania Noster por ajudar Shara a examinar todas as mensagens a fim de selecionar as melhores sobre as Bem-Aventuranças. Obrigada também a Wendy Dermott por transcrever e editar grande parte do material e a Dominique Phillips pela assistência. Sou grata a Mary Chico por reunir muitos dos detalhes de última hora. Quero reconhecer o trabalho árduo e a ajuda da Strang Communications. Tenho grande apreço por Barbara Dycus e Donna Hilton. Por fim, quero agradecer à nossa família global Iris – patrocinadores, missionários, e trabalhadores nacionais, jovens e mais velhos, que vivem diariamente somente para Jesus. Sou eternamente abençoada pelo exemplo da Madre Teresa, que abriu um caminho de amor para todos seguirem, pela Pastora Surpresa Sithole, pelo Pastor José Novella, e por todas as nossas crianças moçambicanas por me ensinarem o caminho do amor. SUMÁRIO Prefácio por Rolland Baker Prefácio por Bill Johnson Introdução 1 Bem-aventurados os Pobres em Espírito 2 Bem-aventurados os que Choram 3 Bem-aventurados os Humildes 4 Bem-aventurados os que Têm Fome e Sede de Justiça 5 Bem-aventurados os Misericordiosos 6 Bem-aventurados os Puros de Coração 7 Bem-aventurados os Pacificadores 8 Bem-aventurados os Perseguidos Por Causa da Justiça Epílogo Notas O Prefácio SERMÃO DA MONTANHA É UMA PASSAGEM INTIMIDADORA e um padrão de perfeição que eu costumava ver como irreal e inalcançável. Provavelmente como a maioria dos crentes, nunca esperei ver muito cumprimento dele nas vidas dos líderes e ministros, muito menos no meu próprio círculo de experiência. Na realidade, era desencorajador fazer tantas perguntassobre o Sermão aos professores que eu conhecia, já que sempre me diziam para ser prático e que esses ensinamentos não significam bem o que eu achava que significavam. Talvez nenhum versículo tenha sido tão diluído quanto esses, tão grandiosa e gloriosa é a figura que eles pintam da justiça no poder do Espírito Santo, sustentado pela insaciável e eterna chama ardente da vida do Próprio Deus. Eu já havia sido exposto muitas vezes a vislumbres desse nível de vida em Deus no registro dos muitos avivamentos da história da Igreja ao redor do mundo. Devido à minha herança missionária e à minha experiência de ter crescido na Ásia, eu sabia sobre o avivamento na China e os testemunhos dos grandes santos que perseveraram sob uma perseguição indescritível. Sobretudo, eu fui influenciado pelo meu próprio avô, cujo livro Visions Beyond the Veil (Visões Além do Véu) registrou a escolha graciosa de Deus de Se revelar radicalmente aos “menores irmãos”, os pequenos mendigos das ruas de Kunming, na China, onde eu nasci. Ele verdadeiramente demonstra Sua graça mais claramente ao ir até os desprezados, os esquecidos, e os que não têm qualquer influência, e criar neles as qualidades de Seu próprio caráter para ensinar ao resto do mundo as riquezas de Sua bondade. Ainda assim, pela minha própria experiência, os voos elevados de espiritualidade sobre os quais eu havia ouvido e com os quais eu havia sonhado pareciam fora de alcance. E até anos de especialização acadêmica em estudos bíblicos e teologia não pareciam me levar para muito mais perto de uma esperança de caminhar na gloriosa liberdade de vida no Espírito, como Jesus descreveu nos Evangelhos. No meu caso, eu precisava de encorajamento. Precisava de um exemplo real de Jesus vivendo em alguém de tal maneira que eu ficasse inspirado e motivado para considerar viver o Sermão não só de forma realista, mas também como a única forma viável de abordar a vida e o ministério no Senhor. Sei que o nosso Senhor mostra muitos exemplos de Sua graça entre Seu povo que está frequentemente escondido nas distantes esquinas do mundo. Porém, para mim, aquele encorajamento veio durante o final da década de 70 quando conheci Heidi numa pequena igreja carismática em Dana Point, Califórnia. Ela teve uma criação privilegiada, morando numa praia particular, e não tinha falta de nada em relação à educação, conforto, e oportunidade. Mas mesmo quando ainda era uma menina, ela pulsava e irradiava com uma sede intensa por Deus. Radicalmente influenciada por sua professora do sexto ano que havia sido missionária, o coração de Heidi se voltou para os pobres e sofredores de outras culturas. Aquela professora era minha mãe, e então nossas famílias ficaram interligadas. Quando eu a conheci, ela era uma flor pura e idealista no Espírito, uma adolescente que aos dezesseis anos de idade já havia sido misticamente levada ao Céu e comissionada por Jesus para ser uma missionária e ministra na Ásia, na Inglaterra e na África. Ela nunca olhou para trás. Com grande alegria, ela iniciou uma vida de confiança em seu perfeito Salvador ao pregar e ministrar, a partir de então, em toda oportunidade possível. A cada hora que eu escutava seus testemunhos, ela era para mim o cumprimento do Sermão da Montanha, e principalmente das Bem-Aventuranças. Em suas viagens missionárias, ela confiava em Jesus para tudo, sempre, e esperava sem dúvida que Ele guiasse e provesse. Ela O adorava por horas com sua linda voz, muitas vezes ouvindo a voz de Deus enquanto se perdia na presença Dele. Ela ansiava sem medida por mais Dele. Seu amor pelas pessoas, e especialmente pelas pouco atraentes, fluía naturalmente e sem esforço. Ela tinha seus críticos cínicos, seus momentos de desencorajamento, e suas mágoas profundas, mas com um coração puro ela buscava a Deus como ninguém que eu já houvesse conhecido. Imediatamente percebi que ali estava uma pessoa com quem eu realmente poderia viver o Sermão da Montanha como sempre havia sonhado, em um nível que eu jamais poderia ter considerado com ninguém mais. Ali estava alguém que conseguia não se preocupar com o amanhã, mas buscar primeiro o Reino de Deus e Sua justiça sob qualquer circunstância em qualquer lugar do mundo e, com a simplicidade de uma criança, buscar o Céu na Terra –apesar de toda oposição e desencorajamento. E em harmonia com os desejos do meu coração, Jesus juntou a Heidi e eu. Nós partimos para o campo missionário duas semanas após nos casarmos, com simples instruções Dele, passagens só de ida, e trinta dólares no bolso. Agora, vinte e sete anos depois, nós temos visto um cumprimento das Bem-Aventuranças em nossas vidas entre os mais pobres e os mais improváveis que poderíamos encontrar na Terra. Nesses anos, vimos que na maior parte do tempo não fomos nós os professores. Ao contrário, em todo esse tempo, Deus tem nos ensinado o que ainda nos falta, e Ele tem feito isso através dos vasos obedientes e humildes que Ele preparou para esse propósito. Por fim, nesse período de seu chamado em Deus, Heidi tem reunido, pregado, e escrito as histórias de como, pelo Espírito do Senhor, Ele tem encarnado as perfeições e as belezas das Bem-Aventuranças dentre o povo que Ele escolheu para o chamado dela –os desamparados da África. Essas histórias irão provar a realidade de Seu Reino aqui na Terra e mostrar o caminho adiante para todos que anseiam pelo mundo Dele, pela perfeição Dele, pelo alívio Dele, pelas respostas Dele, pelo amor Dele, pela companhia Dele, e pela vida Dele. Os caminhos Dele estão em contraste completo com este mundo, e todos que anseiam por outro mundo –onde a justiça reina e onde partilhamos da natureza divina – encontrarão no livro de Heidi uma luz brilhante iluminando o caminho. Que nós, juntamente com os pobres e desesperados do mundo a quem Ele escolheu, não desprezemos nada, mas tenhamos coragem, nos fortaleçamos Nele, e apelemos a Ele por uma dimensão de vida celestial na Terra que excede vastamente todas as expectativas anteriores. Que os nossos sofrimentos presentes produzam dentro de nós um apetite pela glória que será revelada a nós e nos carregará de forma segura ao longo do caminho para o coração e o Reino Dele. - Rolland Baker E Prefácio U NUNCA CONHECI NINGUÉM QUE TENHA CAUSADO tamanho efeito sobre uma nação como Rolland e Baker causaram em Moçambique; esse efeito continua e está aumentando. Humildade, amor, e poder são demonstrados a cada curva na estrada. Por essa razão, as pessoas se aglomeram nas conferências onde eles pregam e voam metade do mundo para estarem com eles em sua base missionária. As pessoas estão desesperadas para aprender como os Bakers fazem missões. Como resultado, a influência deles está se espalhando de nação para nação à medida que o povo de Deus tem sede do Evangelho autêntico que eles demonstram. Um amigo meu foi a Moçambique para passar duas semanas ajudando os Bakers no ministério deles. Quando voltou para casa, ele se encontrou quebrantando-se e chorando sem razão aparente. Ele então percebeu que estava chorando porque “sentia saudades de Jesus”. Os dias que havia passado com Heidi e o ministério dela foram tão impressionantes, como os dias em que Jesus caminhou na Terra, que qualquer outro estilo de vida já não existia para o meu amigo. A percepção de que ele já não estava mais naquela atmosfera o fez chorar por aquilo de que estava sentindo falta. Oh, que houvesse mais lágrimas de desespero pelo que poderia ser. Constrangido pelo Amor revela “o segredo”do avanço contínuo deles. É o Evangelho como Jesus ensinou, como Jesus viveu. Esse livro é profundo em sua simplicidade, mas revelações preenchem cada página. É leitura obrigatória para todos que desejam ser relevantes enquanto demonstram poder e pureza. - Bill Johnson Pastor, Bethel Church, Redding, Califórnia Autor de A Presença, Face a Face com Deus e Quando o Céu Invade a Terra. Vendo as multidões, Jesus subiu ao monte e Se assentou. Seus discípulos aproximaram-se Dele, e Ele começou a ensiná-los, dizendo:Bem-aventurados os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos Céus. Bem-aventurados os que choram, pois serão consolados. Bem-aventurados os humildes, pois eles receberão a terra por herança. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos. Bem-aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia. Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus. Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos Céus. Bem-aventurados serão vocês quando, por Minha causa os insultarem, perseguirem e levantarem todo tipo de calúnia contra vocês. Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a recompensa de vocês nos Céus, pois da mesma forma perseguiram os profetas que viveram antes de vocês. Mateus 5:1-12 U Introdução M TERÇO DE NOSSAS VIDAS É GASTO VIAJANDO PELO mundo ministrando para grupos e igrejas e chamando a noiva de Cristo para participar. Nos outros dois terços de nossas vidas, vivemos em Moçambique entre os pobres e necessitados, os famintos e sedentos, e aqueles que estão desesperados e sedentos de amor e atenção. Então passamos a entender que as pessoas que vivem no mundo ocidental não têm o que nós temos em Moçambique. Acredite se quiser, as nossas vidas são muito mais fáceis do que as de vocês. Isso porque, onde eu moro, os pobres sabem que são pobres; eles sabem que estão enfermos e feridos; e então centenas deles vêm e entregam suas vidas a Jesus toda semana em todo o país. Porém, na nação de vocês, os seus pobres não sabem que são pobres, e os seus doentes não sabem realmente que estão doentes a menos que estejam morrendo de uma doença e ninguém possa ajudá-los. Eles parecem confiantes, e estar lidando bem com a situação, mas talvez não estejam. Portanto, o trabalho de vocês é muito mais difícil que o nosso. Deixe-me explicar. Certa vez recebi uma profecia de um poderoso homem que eu não conhecia na época, mas que depois se tornou um amigo muito próximo do meu marido, Rolland, e meu. O nome dele é Randy Clark. Eu havia ido a uma igreja enorme, tentando me esconder lá atrás e não ser reconhecida. Eu não deveria estar ali na verdade, mas queria ouvir aquele homem pregar. Ele estava pregando sobre o fogo de Deus, a unção de Deus, e sobre a fome e a sede que levam a entregar a vida por Deus, e me lembro de a mensagem ter sido tão poderosa que eu não consegui esperar pelo apelo. A verdade é que eu sou naturalmente um pouco tímida. Então, eu queria ser boazinha e escutar as regras, e não simplesmente me empurrar lá para frente quando chegasse a hora. Mas eu simplesmente não consegui aguentar! Levantei-me do meio da fileira de trás em que eu estava e corri imediatamente lá para a frente, gritando por todo o caminho. Eu fiquei muito chocada comigo mesma. O homem que estava pregando não hesitou. Ele estendeu as mãos sobre mim e disse: “Você quer a nação de Moçambique? Os cegos irão ver. Os aleijados irão andar. Os surdos irão ouvir. Os mortos irão ressuscitar, e os pobres ouvirão as boas novas”. Eu gritei “Sim!” Então, fiquei totalmente destruída, devastada. Quando digo devastada, quero dizer completamente sob a pesada, formidável, e irresistível glória de Deus. Fiquei sem poder andar durante dias. As pessoas tiveram que me carregar. Eu sentia o poder de Deus pulsando através de mim. Foi verdadeiramente impressionante. Eu nunca me recuperei daquele dia! Pouco depois, eu voltei para casa em Moçambique pensando como, depois daquela profecia, eu iria carregar aquele glorioso e maravilhoso peso de volta comigo. Ao invés disso,voltei para encontrar muitas pessoas atemorizadas pelos disparos de AK-47; 55 de nossos prédios, inclusive todos os lares das nossas crianças, haviam sido tomados; eu fui diagnosticada com esclerose múltipla; Rolland contraiu malária cerebral; e a minha filha, Crystalyn Joy, estava de cama tremendo-se com malária. Juntamente com as nossas 320 crianças para quem províamos abrigo e comida, estávamos sem-teto. Tivemos que morar em tendas e numa pequena casa que havíamos usado como escritório em Maputo. Havíamos perdido tudo. Sim! Que palavra profética fabulosa. Isso não faz com que você queira receber uma palavra de Deus todos os dias? Tudo simplesmente desmoronou. Nada era o mesmo. No entanto, eu sabia que eu tinha uma palavra – uma promessa –de Deus. Sabia que Ele havia dito que os cegos iriam ver. Então, decidi que eu iria impor as mãos sobre eles todas as vezes que eu os visse. Afinal de contas, eles parecem estar por toda parte em Moçambique. Na verdade, eu me aproximava deles e os abraçava enquanto impunha as minhas mãos sobre eles. Depois eu perguntava: “Você consegue enxergar?”e eles respondiam: “Não, ainda estou cego”. Sei que pode soar engraçado agora, mas na hora eu pensei: “Eu tenho uma palavra profética de Deus, e ela não está se cumprindo!” Eu orava por muitas pessoas e elas entregavam o coração a Jesus, mas ainda permaneciam cegas. Eu não entendia o que estava acontecendo. Eu conhecia a Palavra de Deus e cria nela. Quando uma palavra profética é lançada sobre a sua vida, você deve parar de orar quando não a vê acontecendo? Não, claro que não! Você tem que ficar faminto e sedento – faminto como os pobres que não têm nada –pelas coisas de Deus. Conheço pessoas que são muito ricas, mas são pobres no espírito. E conheço pessoas muito pobres que não são pobres no espírito. Não importa as coisas que você tem ou não tem; o que importa é a atitude do seu coração. Os pobres não são arrogantes. Os pobres são necessitados –você é? Você é necessitado? Você é sedento? Você é faminto? Você é desesperado por Jesus? Você é alguém que sente como se fosse morrer a menos que Deus apareça? Ou você tem uma mentalidade como muitos no mundo ocidental –com um coração tipo classe média? Você é alguém que pensa: “Ah, tanto faz. Deus irá fazer ou não, então não importa”? Nós não podemos viver no “tanto faz”. Temos que ver o Reino de Deus invadir as nossas cidades, as nossas nações, as nossas vidas. Após cerca de um ano orando pelos cegos –e não tendo bons resultados –nós estávamos em uma de nossas igrejas em cabana de barro quando uma senhora que era cega nos abordou. Os olhos daquela pequena mendiga eram completamente brancos. Fiquei muito feliz em vê-la porque eu não iria desistir –eu tinha uma palavra de Deus! Eu estava pronta para ver uma nação transformada. Segurei aquela senhora em meus braços, e senti uma compaixão tremenda por ela. Deus a transformou completamente com Sua Gloria, e ela caiu no chão e começou a gritar. Enquanto eu prestava atenção nos olhos dela, eles começaram a mudar de branco para cinza e depois para marrom. Ela podia enxergar! Todos ao nosso redor começaram a gritar: “Mama Aida pode ver! Mama Aida pode ver!” Em Moçambique, o meu nome é Mama Aida, e agora eles estavam me dizendo que o nome dela também era Mama Aida. Eu disse a palavra gêmeas em português, porque é o que sempre dizemos quando conhecemos alguém com o mesmo nome. No dia seguinte, eu fui a uma cabana de barro em Dondo. Lá, eu orei por outra senhora que tinha uns trinta anos e estava cega desde os oito. Enquanto eu a segurava e sentia o amor de Deus por ela, ela começou a gritar: “Você está vestindo uma blusa preta!” Ela havia visto a minha blusa! Ela podia enxergar! Então, quando eu a levei para o lado de fora, na claridade, os outros moradores do vilarejo ouviram seus gritos e começaram a gritar: “Mama Aida pode ver! Mama Aida pode ver!” Pense no seguinte: essas duas senhoras foram as duas primeiras pessoas por quem eu havia orado que haviam recebido a visão, e as duas tinham o meu nome. No terceiro dia, fui para a cidade de Chimoio para um prédio que estava literalmente caindo aos pedaços. Era uma antiga discoteca cor-de-rosa. Eu estava indo lá para pregar, não para dançar. Quando digo que o lugar estava caindo aos pedaços, quero dizer que havia esteiras de vime na área do palco cobrindo os enormes buracos no chão. Seria comose o púlpito da sua igreja estivesse quebrado, mas ao invés de consertá-lo, você simplesmente o cobrisse com um cobertor velho ou uma sobra de tapete. Era um desastre prestes a acontecer. Entretanto, não me importei muito com o estado do prédio. Nós havíamos ido até ali para amar as pessoas. Duas pessoas nos últimos dois dias haviam tido a visão restaurada e eu estava empolgada com o que poderia acontecer depois. Então, com os nossos amigos e pastores ali assistindo, eu agi de maneira bem religiosa e gritei: “Tragam-me os cegos!” Logo em seguida, um garotinho magrinho, vestido em seus melhores trapos rasgados, entrou, e ele estava guiando uma senhora cega de rua. Mesmo antes de pregar, eu a vi e gritei: “Em nome de Jesus, veja!” E ela imediatamente caiu no chão. Então eu assisti enquanto os olhos dela mudarem de branco para cinza e depois para marrom. Algumas pessoas não acreditarão no que irei contar a seguir, mas você pode vir para Moçambique e perguntar para os que estavam lá. Você pode adivinhar o que irei dizer. Sim, as pessoas começaram a gritar: “Mama Aida pode ver! Mama Aida pode ver!” Uma das minhas amigas da Alemanha estava lá na época, e ela é do tipo “nada além da realidade”–ela não gosta de brincar com as coisas de Deus. A reação dela foi: “Não é possível. Esse não pode ser o nome dela”. As respostas das pessoas que conheciam aquela senhora foram: “O nome dela é Mama Aida. Ela é cega de nascença. Agora ela pode ver”. E, depois, a própria senhora disse: “Agora não tenho mais que mendigar. Posso ir para a floresta e cortar madeira”. Tudo que eu consegui fazer foi sentar e chorar. Eu estava soluçando tanto que não tive como pregar. De qualquer forma, ninguém estaria ouvindo mesmo. Todos estavam gritando sobre a senhora que era cega de nascença e agora podia enxergar. Acho que essa era a mensagem para aquela noite. Enquanto estava ali ajoelhada, eu chorava e orava: “Senhor, o que é isso? O que isso significa? Diga- me”. Eu pensei que talvez Ele estivesse me levando a uma unção assim como a que Kathryn Kuhlman tinha. Talvez eu seria uma evangelista de cura agora. Ao invés disso, Ele me disse: “Você está cega”. Tentei lembrar a Deus que na verdade eu era uma missionária, que pregava desde os dezesseis anos de idade, e que agora vivia com os pobres, mas assim como as três senhoras cegas que tinham o meu nome e que foram curadas, Deus me disse três vezes que eu estava cega. Então, naquele salão de discoteca cor-de-rosa e caindo aos pedaços, em Chimoio, Moçambique, coloquei as mãos sobre os meus olhos e clamei: “Deixe-me ver. Deixe-me ver. Abra os meus olhos, Deus. Abra os meus olhos”. Quando abri os meus olhos, vi você–a noiva de Cristo no mundo ocidental. Eu vi a Igreja comendo as migalhas da mesa do Pai enquanto é chamada para comer no Reino celestial da glória. Vi pessoas subnutridas e vasculhando por comida em vez de participar do banquete da incrível comida celestial de Deus. Vi pessoas do lado de fora que estavam bem vestidas, e percebi que elas não estavam mesmo vestidas. Então ouvi Deus dizer: “Muitos estão famintos. Muitos são pobres. Muitos estão nus. Muitos estão cegos. Você não irá amá-los também?” Ele disse: “Eu quero alimentá-los com pão fresco do Céu. Quero ungir os seus olhos com o Meu colírio para que possam enxergar”. Onde quer que você esteja, Deus quer lhe mostrar os cegos, os doentes, os que estão morrendo, os aleijados, e os desesperados que estão à sua volta. No mercado, no shopping, na agência de correios, e em todos os lugares, existem pessoas que estão famintas, pobres, nuas, e cegas para as coisas deDeus. Ele quer liberar atos radicais de amor e bondade através de você. Ele quer lhe dar olhos espirituais para vê-las na esfera espiritual. Antes de aquelas três senhoras cegas chamadas Mama Aida serem curadas bem na minha frente, eu trabalhava somente com os mais pobres de todos. Eu não entendia e não conseguia ver que as pessoas no mundo ocidental eram pobres e famintas também, que elas tinham muita fome das coisas de Deus. Então, Deus abriu os meus olhos. Através deste livro, permita que Deus abra os seus olhos. Acredite no seu milagre. Aprenda a viver no íntimo amor de Deus. Acredite que Deus pode pegar você que está bem alimentado e bem vestido e torná-lo faminto, sedento, desesperado, e completamente dependente do amor do Pai para que os seus olhos enxerguem aqueles àsua volta que necessitam de pão fresco do Céu. Se você é aquele alguém no deserto que irá morrer sem um copo d’água, Deus pode derramar o Espírito Dele para que o seu coração seja constrangido pelo amor. Q Um Bem-aventurados os Pobres em Espírito A oração gera a fé, a fé gera o amor, e o amor gera serviço aos pobres.1 –Madre Teresa UANDO DEUS NOS ENVIOU PARA MOÇAMBIQUE, AS pessoas estavam incendiando veículos de socorro após décadas de guerra. Entramos numa atmosfera de enchentes, fomes, e dores incalculáveis. Nós pensávamos que era o lugar perfeito para oferecer nossas vidas, o lugar perfeito para ver o Reino de Deus estabelecido. Rolland e eu chegamos em Moçambique em 1995 para ver o Evangelho sendo provado, para ver a glória de Deus na escuridão. Chegamos para curar os enfermos, ressuscitar os mortos, e expulsar demônios pelo poder do Espírito Santo. Chegamos para servir a Deus e não ao dinheiro. Chegamos a fim de parar de nos preocupar com as nossas vidas, com o que iremos comer, beber e vestir. Chegamos para ser as mãos de Jesus estendidas aos pobres. Chegamos para ver justiça, paz e alegria. Chegamos para algumas das pessoas mais deprimidas e sofredoras que poderíamos encontrar no mundo, uma população que havia sofrido décadas de guerra, doença, e opressão. E chegamos para aprender – com elas –sobre o Reino de Deus. Se Deus não estivesse conosco naquele mundo e ministério desconhecidos, nós não queríamos continuar. Se Ele não pudesse ser confiável nem seguido, se o Sermão da Montanha fosse simplesmente impraticável, se nós não pudéssemos fazer “coisas ainda maiores” do que Jesus fez (Jo 14:12), então a nossa missão seria –ainda hoje –sem esperança. Nós não temos nenhum plano B. Não temos nada além Dele. Em todo lugar para o qual viajamos no ocidente, dizemos para as pessoas que Jesus vira as coisas de cabeça para baixo. Nós temos aprendido isso ao sentar com as pessoas mais pobres de todas e deixá- las nos ensinar sobre o Reino de Deus. Jesus ama mostrar-Se forte para os fracos primeiro, os mais desprezados, os esquecidos, e os mais humildes de todos. Na África, nós temos visto Jesus fazer isso. Pois os pobres nos atraem para um estilo de vida ainda mais baixo, nos guiando pela estrada mais baixa –a única que nos leva adiante –até que tornemos tão desesperados por Deus assim como os pobres são pelo pão de cada dia. Quando os nossos visitantes internacionais deixam Moçambique para retornar às suas casas, nós sempre oramos para que eles levem para casa asriquezas dos pobres porque, como Mateus 5:3 diz: “Bem-aventurados os pobres em espírito, pois deles é o Reino do Céu”. Muitos perguntam por que Jesus reserva o Reino de Deus para os pobres em espírito. Por que é que povos e culturas mais ricos vivenciam menos milagres e menos do sobrenatural? O que significa ser pobre em espírito? Há alguma coisa nos pobres que agrada o coração de Deus. Eles são contritos. Eles sabem que têm necessidades. Mas o que há neles que atrai o Reino de Deus para a Terra? A resposta para isso está na dependência, na fome, na necessidade, e no desespero deles. Dependente Somente de Deus Quando eu tinha vinte e poucos anos, Deus me parou e disse para sentar-me com os pobres. Ele me escondeu por anos nas favelas, enfiada ali para lidar com a minha autossuficiência e desfazer qualquer plano B ou atitude de “eu posso fazer isso sozinho”. Se você tem essa atitude, Deus o deixará tentar fazer as coisas sozinho por um tempo. Depois de Ele me deixar tentar fazer tudo do meu jeito, Ele me levou até os pobres para que eu aprendesse. Os pobres me tornaram rica; de muitasformas, eles eram os meus mentores nas coisas do Espírito. Nós encontramos as piores favelas em que poderíamos viver, onde tínhamos que subir nove andares –sem elevador –para chegar em casa. Por duas vezes a polícia foi ao nosso apartamento para levar a nossa filha, Crystalyn. Eles pensavam que ela certamente deveria ter sido vendida para prostituição, já que nenhum estrangeiro vivia por vontade própria naquelas condições! Durante anos, enquanto morávamos ali na Ásia, Jesus vinha a mim todos os dias através do rosto daqueles pobres. Jesus é sempre suficiente. Ele morreu para que todos nós pudéssemos ser adotados por Seu Pai. Eu sempre oro uma linda frase em Suaíli, Shika Baba, que quer dizer “Mantenha-se firme no Pai”. Nós podemos confiar no amor do Pai por nós em meio à dor e ao sofrimento. Eu O ouvi me chamar para trazer os perdidos para a casa do meu Pai. Naquelas favelas, aprendi a fazer exatamente isso e ser totalmente dependente Dele. Aprendi como me manter firme no coração do Rei não importa quão difícil a situação fosse. Eu aprendi que o meu Pai realmente cuida de mim. Nenhum Plano B Desde que nos mudamos para Moçambique, nós temos aprendido a depender de Deus para tudo. Se Deus não aparece lá, estamos mortos. Na igreja ocidental, nós decoramos o altar, cantamos outra canção maravilhosa, agitamos outra bandeira, ligamos as luzes coloridas e as máquinas de fumaça, e sentamos numa cadeira bem confortável. Algumas dessas coisas podem ser expressões maravilhosas de criatividade e talento. Elas podem, no entanto, se tornar um plano B. O que mais necessitamos é ser totalmente dependentes da aparição de Deus. Precisamos de Sua pura presença. Em nossas pobres igrejas moçambicanas de barro, nós temos que ter a aparição de Deus –e nós temos que ter comida fresca –ou ninguém irá comparecer. As pessoas não iriam querer ir à igreja por causa dos tapetes porque, mesmo se nós os tivéssemos, eles estariam cheios de terra e insetos! As pessoas vão à igreja para dançar, se alegrar, cantar, encontrar-se com Deus, e para serem curadas e libertas. Se Deus não aparece, ninguém mais aparece. Se Deus não cura, nós estaremos mortos. Se Deus não liberta, demônios atormentam as pessoas até a morte. Nós não temos nenhum plano B para levantar fundos se Deus não cuidar das nossas crianças e não prover para as nossas necessidades. Nós não poderíamos e não iríamos continuar. A cada dia nós dependemos Dele para o nosso pão diário para alimentar as multidões. Nós confiamos em Deus. Em Jesus nós temos tudo que precisamos. Ele morreu para que houvesse mais do que suficiente. Nós vemos Deus multiplicar comida para alimentar as massas, assim como Jesus pegou alguns peixes e pães para alimentar a multidão. Nós vemos Deus tocar corações para doar aos necessitados. Nós tentamos parar por cada enfermo, ferido ou pessoa à beira da morte que encontramos à nossa frente. Por meses, durante as enchentes em Moçambique, alimentamos centenas de milhares de pessoas por dia. E nós vemos a comida se multiplicar enquanto as igrejas enchem de pessoas famintas e necessitadas. Certa vez, estávamos tendo uma cerimônia de graduação em Pemba, e queríamos celebrar com um banquete de frango. Os pastores e os estudantes internacionais estavam muito empolgados e com fome, então eles entraram no salão de jantar e comeram quase todo o frango. Quando eu cheguei um pouco atrasada, o que não é incomum, algumas dasminhas crianças vieram até o meu carro chorando e disseram: “Os estrangeiros devoraram todo o frango, e não sobrou nada para nos comermos”. Eu fiquei um pouco aborrecida e fui até a cozinha para ver o que estava acontecendo. Percebi que os cozinheiros também estavam escondendo duas caixas de frango para si mesmos. (Às vezes os pobres lá não são gentis; eles podem ser egoístas e esconder coisas, assim como os outros fazem no mundo rico.) Eu disse a algumas centenas de crianças e viúvas que se sentassem. O arroz havia acabado, mas ainda havia um pouco do nosso pão moçambicano fresco. Pedi que os cozinheiros passassem o pão enquanto eu agradecia a Jesus pelo que Ele estava prestes a fazer. Segurei o frango oleoso pedaço por pedaço e distribuí para as crianças e as viúvas. Quando cheguei à última senhora, dei a ela o último pedaço de frango. Jesus havia multiplicado a comida para nós mais uma vez, e as crianças ficaram cheias de alegria. Até os cozinheiros ficaram impressionados. Apesar de os pobres talvez não terem fé no milagre, Deus em Sua misericórdia ouve seus clamores e satisfaz a fome deles. Eu estou finalmente começando a entender o Reino de Deus através das crianças e dos pobres. Eles nos ensinam sobre dependência, humildade, e ser vazio de todo o resto para que Deus possa nos preencher. Eles simplesmente não têm mais nada. Nós sabemos que não temos nenhuma habilidade por nós mesmos. Não temos apresentações em PowerPoint para mostrar. Somos gratos se tivermos eletricidade às vezes! Não existe nenhum folheto colorido nem nenhuma carta na manga. O que nós temos é trabalhadores nacionais e estrangeiros entregando suas vidas como instrumentos de Deus. E nós apreciamos cada dom e talento que eles trazem. Deus ouve o clamor dos pobres mesmo quando nós não somos completamente puros de coração. Ele abre os nossos ouvidos para ouvir o clamor das crianças famintas, e Ele toca nosso coração em relação a eles –para ajudá-los. Ele honra a nossa fé Nele e o nosso desespero de fazer o que for necessário. A compaixão de Deus nos encontra em nosso desespero. Ele é Mais Que Suficiente Por que Deus se revela com grande poder em Moçambique? Porque eles são pobres em espírito! Aqui nós temos Makua e Makonde –amigos que cantam e dançam em todo culto de domingo pela manhã–juntamente com muitos outros visitantes de várias partes do mundo. Em Marcos 16:15-18, Jesus estabeleceu a seguinte missão para Sua Igreja: “Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado. Estes sinais acompanharão os que crerem: em Meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal nenhum; imporão as mãos sobre os doentes, e estes ficarão curados”. Por que nós vivenciamos tão pouco da realidade dessa promessa no ocidente? Muitas vezes sentimos que temos nos esforçado muito, e temos a dolorosa consciência da nossa necessidade de ir mais profundo ainda. Sabemos que o nosso chamado é passar mais tempo sendo discípulos de Jesus a essas lindas sementes até que as árvores se tornem fortes e deem frutos. Em Moçambique, vemos o Senhor Jesus oferecer seu Reino aos pobres dia após dia. Juntamente com todas as nossas bênçãos, nós também vivenciamos difíceis provações numerosas demais para contar. Muitas vezes dizemos em nosso ministério que não temos problemas, somente desastres. Porém, fiel a essa passagem, Deus nos protege de grandes oposições assim como Ele prometeu! Recentemente, uma senhora deu um testemunho na igreja num domingo de manhã dizendo que estava cheia de demônios e que seu feiticeiro lhe disse para comer toda sua família. Ela estava gravemente doente e não conseguia dormir. Ela inclusive cortava o braço e bebia seu próprio sangue. Quando ela veio à igreja, eu a abracei e orei para que ela conhecesse o amor de Jesus. Depois, um dos nossos pastores a visitou e queimou todos os feitiços do feiticeiro dela. Quase que imediatamente ela foi liberta e cheia da paz de Jesus. O rosto dela estava radiante de amor, e ela disse: “Ao invés de comer a minha família, agora me tornei amiga dela!” Outra senhora contou uma história mais impressionante ainda, testemunhando a graça e o poder de Deus para proteger a todos nós. Ela estava muito doente com asma aguda há dez anos e estava endemoniada como ninguém que havíamos visto antes. Seu marido tinha certeza de que ela era prostituta, e ia se divorciar dela. Porém, quando ela chegou à nossa igreja em Pemba, Moçambique, foi curada da asma e instantaneamenteliberta através de oração e de um abraço cheio do amor de Jesus. Seu marido ficou maravilhado com a transformação dela, mas continuou a beber e ter fortes ataques de raiva. Enquanto eu traduzia o testemunho dela, pedi algumas vezes que ela repetisse o que havia dito, pois eu estava muito impressionada com o que ela estava dizendo. Ela disse que ficou muito feliz quando seu marido faleceu, e que o odiava por causa dos anos de abuso físico que ela havia sofrido dele. Ela achava maravilhoso não levar uma surra todos os dias. Então, certo dia, ele teve um ataque demoníaco e morreu. Depois que ele foi declarado como morto no hospital, ela decidiu orar por ele. Em pouco mais de uma hora ele foi ressuscitado dos mortos –e foi direto para a igreja para pedir que Jesus entrasse em seu coração! No mesmo instante em que ele foi ressuscitado dos mortos, ele também foi liberto dos demônios que o atormentavam durante anos. Com um enorme sorriso no rosto, ele recentemente anunciou que não ingeriu álcool desde aquele dia. Eu me lembro de outra manhã de domingo em que dois mendigos cegos vieram à igreja esperando ganhar algum tipo de presente. Eu cuspi nos meus dedos e orei pelo primeiro homem, junto com algumas crianças. Ele foi imediatamente curado! Em seguida, o próximo homem veio à frente. Duas de nossas meninas e eu havíamos caminhado com ele na sexta-feira à tarde, orando por sua cura. Eu apontei a cabeça dele para o sol e perguntei se ele podia ver alguma luz. Ele não podia ver nada. Seus olhos estavam brancos. Sem entender por que, eu disse: “Volte no domingo, e você será curado”. Agora ele estava ali de pé na minha frente com seus olhos brancos. Eu novamente cuspi nos meus dedos e os coloquei nas pálpebras dele. Junto com algumas de nossas crianças, orei por um milagre criativo. Bem ali na nossa frente e na frente de todos da igreja, os olhos dele ficaram da cor marrom e ele pôde enxergar. Cheios de alegria, nós montamos uma caravana com toda a igreja para a praia para fazermos um batismo. Ele se juntou à fila de espera para o batismo e recebeu uma nova vida gloriosa em Jesus. Interdependência: Nós Precisamos Uns dos Outros Por que o Reino é revelado com tamanho poder entre os pobres aqui em Moçambique? É porque os pobres dependem uns dos outros. Eles precisam uns dos outros. Eles vivem numa comunidade de interdependência. Eles têm que compartilhar uns com os outros simplesmente para sobreviver. Frequentemente, aqueles que têm muito são rápidos em acumular e lentos para doar. No entanto, aqueles que têm pouco são rápidos em compartilhar. Eles muitas vezes dão sem se lembrar; eles recebem sem esquecer. Os pobres são verdadeiramente ricos pela simplicidade de sua devoção. Eu não me mudei para Moçambique com um plano de ação para salvar o país. Meu objetivo não era iniciar um avivamento. Minha visão não era administrar milhares de igrejas. Eu vim para aprender a amar, e ainda estou no início dessa jornada hoje. Estou apenas começando a aprender a amar mais. Creio que esse é o meu objetivo de vida. Quero amar a Deus com tudo que há dentro de mim. Quero amar o meu próximo como a mim mesmo. Quando Deus me enviou para os pobres, não foi pelo que eu poderia dar, mas pelo que eu poderia aprender e pelo que eu poderia receber. Deus não começou me dizendo para ministrar aos pobres, mas para ser ministrada por eles. A Madre Teresa disse: Hoje em dia está na moda falar sobre os pobres. Infelizmente, não está na moda falar com eles.2 Nós precisamos começar a falar com eles. Os pobres são os meus amigos e a minha família. A vida no vilarejo é bem simples comparada à cultura ocidental. Eu adoro acampar nos vilarejos de cabanas de barro e desfrutar da simplicidade dos pobres. Nós cantamos e dançamos noite adentro, adorando o nosso lindo Jesus. Não há computadores, vídeos, smartphones, nem eletricidade para nos distrair. É uma simplicidade de devoção. Os pobres têm me ensinado que temos que receber apenas para viver. Lembro-me de quando Deus me disse para deixar o passado para trás e viver com os pobres em Moçambique. Eu liguei para o Rolland, que estava trabalhando em sua tese de PhD, e perguntei se ele estava sentado. Ele disse que sim. Então ele me perguntou por quê. Eu disse a ele que havia ouvido Deus me dizer para doar tudo o que eu tinha e ir sentar com os pobres em Moçambique. Nós pensamos que seria sábio primeiro vender nosso prédio em Hong Kong e depois usar esse dinheiro para construir um orfanato em Moçambique. No entanto, Deus tinha um plano melhor! Deus nos disse para doar o prédio. Dezessete anos antes, nós havíamos iniciado nosso ministério com uma passagem só de ida para a Indonésia e trinta dólares. Dezessete anos depois, eu vim para Moçambique, novamente sem nada, para sentar na esquina de uma rua sem lugar onde ficar, sem dinheiro, e quase nenhum contato. Eu definitivamente não estava pensando: “Aqui estou eu para salvar Moçambique!” Nós tínhamos um caminhão antigo que apropriadamente chamávamos de Lázaro –já que muitas vezes tínhamos que ressuscitá-lo dos mortos. Pedi que Deus me ajudasse a entender os pobres. Ele me disse para ir sentar com as crianças. Lembrei a Ele que eu tinha um PhD em teologia sistemática, e disse: “Eu não lido com crianças”. Ele me disse: “Agora você lida”. Fé Como a de Uma Criança Jesus chamou uma criança, colocou-a na frente deles e disse: “Eu afirmo a vocês que isto é verdade: se vocês não mudarem de vida e não ficarem iguais às crianças, nunca entrarão no Reino do Céu. A pessoa mais importante no Reino do Céu é aquela que se humilha e fica igual a esta criança”. –Mateus 18:2-4 (NTLH) Ele quer que nós sejamos mais parecidos com crianças, mais humildes, mais gratos em oração, para lembrarmos que todos nós pertencemos ao corpo sobrenatural de Cristo, que está sempre em oração.3 –Madre Teresa As crianças têm as chaves para o Reino. Elas confiam mais do que os adultos. As crianças acreditam em milagres até serem ensinadas por algum adulto que acreditar em algo invisível é bobagem. Uma criança de quatro anos de idade em qualquer cultura tem fé em milagres. Então um adulto vem e ensina a ela a não acreditar. Tenho aprendido muito com os meus mentores –os pobres e as crianças. E eu sinto o amor e o consolo de Deus através das minhas crianças. Recentemente, após voltar para casa de uma viagem de ministração, as crianças fizeram uma serenata para mim num caminhão de quatro toneladas enquanto eu desembarcava do avião. Alguns dos outros passageiros ficaram um pouco irritados com o engarrafamento enquanto nossas lindas crianças africanas inundavam o aeroporto para me cumprimentar. Eu mal conseguia andar com aqueles tesouros preciosos se pendurando nas minhas pernas e nos meus braços. As nossas crianças são a nossa equipe ministerial para os evangelismos nos vilarejos. Através da fé delas, milagres estão aumentando. Recentemente, num vilarejo no interior de Cabo Delgado, centenas de pessoas estavam entregando suas vidas a Jesus. Então um de nossos missionários trouxe um menino surdo para as crianças. Depois que todos nós oramos, ele foi instantaneamente curado. Após a mãe do menino dar o testemunho, mais cinco pessoas surdas foram trazidas a nós, inclusive uma mulher que não podia ouvir nem falar, e ela também era completamente fora de si. Juntos, eu e as crianças impusemos nossas mãos sobre cada pessoa. Jesus misericordiosamente e gentilmente curou a todos. A mulher não só pôde ouvir e falar, mas também teve sua mente totalmente restaurada. Sim, o Reino de Deus pertence às crianças! O vilarejo certamente foi virado de cabeça para baixo pelo amor de Deus (Atos 17). Logo depois, nós construímos uma igreja naquele vilarejo. Eu tenho uma sede por Jesus que só é satisfeita ao encontrarmos mais crianças para abrigar, já que elas nos ensinam sobre a natureza do nosso Pai. Recentemente, nós fomos presenteados com três novos tesouros –crianças que foram dadas a nós para amarmos e cuidarmos. Enquanto eu via os nossos missionáriossegurando a Lourdes –nosso novo bebezinho –senti o intenso prazer de Deus. Lourdes estava quase morrendo de fome após a morte de sua mãe. Ela foi um presente de Jesus para nós. Ela veio no colo de sua avó, com seus braços balançando e aquelas pernas magrinhas esperneando no ar. Ela chegou faminta, inocente, necessitada, e dependente. Ela veio para ensinar a todos nós –com sua pequena vida dependente –a como amar. Lourdes veio como nossa professora preciosa, mas agora está em seu lar na casa do Pai para sempre. Nós, no ministério Iris, somos muito gratos por esse presente que o nosso Pai nos permitiu ter por um curto período. Em nossa base em Pemba, com essas novas crianças a quem amamos, centenas de pastores moçambicanos e estudantes da Bíblia se reúnem no chão. Eles vestem farrapos e muitas vezes não têm sapatos, mas o doce Espírito Santo vem dia após dia e opera transformação na vida deles. A fome, a humildade, e o desespero dessas pessoas são irresistíveis para Deus. Enquanto eu orava pela cerimônia de formatura de um pastor, o doce Espírito de Deus veio e encheu a nossa simples igreja ao ar livre. Nem um pastor sequer ficou de pé enquanto o Espírito enchia a cada um. Nós realmente não temos uma igreja calma na África, nem temos apelos típicos nem formaturas tradicionais. Naquele dia, os nossos alegres e humildes pastores foram comissionados para serem transportadores da glória de Deus para os cantos mais obscuros de Moçambique. Eles estudam a Palavra e anseiam ver suas províncias transformadas. Eles têm me ensinado o que são riquezas verdadeiras. O Reino pertence aos pobres em espírito. Após a formatura, nós também tivemos várias apresentações de bebês e um casamento. Depois de jantar com os nossos ajudantes e as crianças, levamos dez das nossas crianças para a nossa casa para uma noite do pijama. Estamos vendo Jesus transformar seus pequenos espíritos de órfãos em espíritos de filhos. Estamos vendo Deus levantar um exército de pregadores e pastores a partir das ruas e dos lixões. Essas crianças são a nossa herança na Terra. Nós as amamos muito. Verdadeiramente o Reino pertence às crianças! Desespero Santo Ao contrário, como servos de Deus, recomendamo-nos de todas as formas: em muita perseverança; em sofrimentos, privações e tristezas; em açoites, prisões e tumultos; em trabalhos árduos, noites sem dormir e jejuns; em pureza, conhecimento, paciência e bondade; no Espírito Santo e no amor sincero; na palavra da verdade e nopoder de Deus; com as armas da justiça, quer de ataque, quer de defesa; por honra e por desonra; por difamação e por boa fama; tidos por enganadores, sendo verdadeiros;como desconhecidos, apesar de bem conhecidos; como morrendo, mas eis que vivemos; espancados, mas não mortos; entristecidos, mas sempre alegres; pobres, mas enriquecendo a muitos; nada tendo, mas possuindo tudo. –2 Coríntios 6:4-10 Os pobres também me ensinaram o desespero por Deus através da sede deles. Quando penso em desespero, penso no Antônio, que é um homem seriamente aleijado e deformado. A minha assistente pessoal, Shara, estava dirigindo um Land Rover cheia de crianças cantando no centro de Pemba. Ali estava Antônio engatinhando na poeira e na sujeira das ruas de Moçambique, usando chinelos como sapatos nas mãos. Shara parou para ele e trouxe-o para a nossa escola bíblica. Antes de podermos construir uma casa de barro para ele e providenciar transporte para que ele pudesse vir para a escola bíblica, todos os dias ele engatinhava por horas usando suas mãos. Depois que os nossos pastores moçambicanos oraram por ele, ele entregou sua vida a Jesus. Shara o carregou nas costas até o oceano para batizá-lo. Antônio levantou daquelas águas azul turquesa com um sorriso brilhante e radiante de orelha a orelha. Agora ele leva o Evangelho a todo lugar para o qual engatinha. Assim como Paulo escreveu, ao não ter nada, os pobres possuem todas as coisas porque eles têm Deus. Através de seus escritos, as palavras da Madre Teresa nos ajudam a articular o coração de Jesus ao Seu povo: Faminto de amor, Ele olha para você. Com sede de bondade, Ele implora a você. Nu por lealdade, Ele tem esperança em você. Doente e aprisionado por amizade, Ele quer mais de você. Procurando abrigo no seu coração, Ele pede a você. Você será tudo isso para Ele?4 Nós podemos achar a face de Deus nos pobres: “Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes Meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes”. ... Então eles também Lhe responderão, dizendo: “Senhor, quando Te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não Te servimos?” Então lhes responderá, dizendo: “Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a Mim”. –Mateus 25:40, 44-45 (ACF, grifo do autor) Nós somente fazemos o que fazemos por Ele, em Jesus, através de Jesus, com Jesus, para Jesus. Nós nos tornamos totalmente disponíveis para Ele. Que alegria entregar a vida por amor! Ricos versus Pobres Pobre em espírito significa financeiramente pobre? Creio que Jesus quis dizer que pobre em espírito é uma postura do coração em que alguém é totalmente entregue, completamente rendido, completamente desesperado, e totalmente dependente de Deus somente. O Senhor quer fazer com que até os ricos e os de classe média sejam pobres em espírito e saibam que têm total necessidade Dele. Deus muitas vezes me leva desde os mais pobres de todos até aqueles que possuem recursos financeiros. Eu sinto, de modo simples, que eu então levo os tesouros dos pobres para a igreja rica, que necessita tanto de simplicidade. Recentemente, Deus falou comigo sobre Seu desejo por multiplicação e como Ele queria levantar um exército inteiro de pessoas que amam com o coração totalmente entregue –que estão dispostas a entregar tudo pelo amor e o serviço de Deus – que irão carregar a glória Dele para os confins da Terra. Jesus falou comigo sobre um movimento de missões em massa, de estudantes voluntários, para levar o Evangelho –o verdadeiro amor derramado –para todas as tribos e línguas. Eu tive uma visão em que eu ministrava nas universidades Ivy League, então Ele me enviou para a Universidade de Harvard. Foi lá onde o primeiro grande avivamento nos Estados Unidos, o Great Awakening (Grande Despertamento), tocou o país. Na Capela Memorial em Harvard, eu fui direcionada a fazer um apelo para os alunos que se sentiam órfãos. O Pai falou comigo sobre Seu coração voltado para curar a juventude dos Estados Unidos assim como Ele curou nossas crianças moçambicanas. Os alunos fluíam como rio até o altar. Assim que nós os abraçávamos, o Espírito Santo os tocava, e eles começavam a chorar. Os corredores ficaram cheios de universitários chorando. Alguns foram salvos. Muitos foram fisicamente curados. Acima de tudo, Jesus foi adorado no centro da Universidade de Harvard! Um jovem estudante ali era verdadeiramente pobre em espírito, apesar de possuir muito aos olhos do mundo. Ele veio à frente na nossa reunião e disse: “Eu quero conhecer o Deus de quem a Heidi fala, mas a minha mente é forte demais”. Então nós oramos por ele, para que seu coração se tornasse maior que sua mente. Chamei um dos líderes da igreja para vir e abraçá-lo. Deus Pai queria abraçá- lo. Depois eu o vi adorando a Jesus apaixonadamente com suas mãos tremendo no ar. Ele dizia: “Eu sinto Deus! Eu sinto Deus! Ele é tão forte!” Pobre em espírito é uma postura do coração em vez de uma posição econômica. De Harvard a Moçambique, Deus visita aqueles que O querem. Eu sei que Deus irá lançar esse exército de enviados obedientes –desde as crianças africanas aos universitários de Ivy League–que não irão amar suas próprias vidas até a morte. Eu me lembro da famosa citação de Jim Elliot: “Não é tolo aquele que abre mão do que não pode reter para ganhar o que não pode perder.”5 Nessa viagem, eu voei do piso de mármore e da riqueza de Ivy League da Universidade Harvard para a pobreza da cabana de barro de uma de nossas bases em Moçambique para outraconferência com os mais pobres dos pobres. Assim como em Harvard, Deus apareceu de forma extraordinária. Eu estava chamando pelo Espírito Santo para que movesse sobre as pessoas quando Ele veio como redemoinho. As pessoas começaram a rodar e cair no chão. Naquela noite, foram curadas mais pessoas do que podíamos contar. Ninguém sequer precisou tocar nelas. No final da última reunião da noite, eu pulei na traseira da nossa caminhonete para ir para casa, e alguns dos nossos meninos correram para pedir que eu orasse por um adolescente novo que estava morando no nosso abrigo. Ele era cego. A presença de Deus veio sobre ele, e ele foi curado. Os adolescentes foram abençoados além do que podíamos acreditar. Eles gritavam e celebravam dizendo: “Nós sabíamos que Deus ia fazer isso!” Aqueles meninos vieram, desesperadamente pobres em espírito e ansiando para que seu novo irmão pudesse enxergar, e Deus tão amavelmente abriu os olhos cegos do menino. Um Chamado para Todos: Todo Mundo é Convidado Eu acredito que ser pobre em espírito é uma escolha –uma decisão –que todos nós temos que tomar para nos diminuir, completamente dependentes Daquele que é sempre confiável. Deus responde a todos nós de acordo com a nossa fé e a nossa sede, e em cumprimento de Seus planos por nós que foram estabelecidos antes da fundação do mundo. Deus deseja que todos os Seus filhos despertem com compaixão e não recuem em incredulidade. Rico ou pobre, se você está cansado de se esconder dos problemas do mundo e quer participar da natureza de Deus para levar vida aos mortos, Jesus é mais do que suficiente. Nós precisamos de Deus, e precisamos uns dos outros. Deus nos chama para sermos um com Ele e uns com os outros. Em Pemba, nós temos missionários de todas as partes do mundo formando uma equipe com os moçambicanos. Recentemente, nós ouvimos um relatório encorajador: Durante a temporada do Ramadã, um dos grupos de pessoas não alcançadas anunciou na rádio: “Estamos perdendo a batalha para o Ministério Arco-Íris. Não podemos acompanhá-los”, eles disseram. “Eles alimentam os pobres, recebem órfãos, os mortos estão sendo ressuscitados, os cegos veem, os aleijados andam, e o surdos ouvem. Estamos perdendo a batalha”. Deus tem soberanamente nos dado um derramamento de amor, alegria e refrigério para os pobres e sofredores da África. Porém, hoje Deus chama a todos nós –ricos e pobres –para descansar Nele e amá-Lo com todo o nosso coração, toda a nossa mente, alma e força, amando o nosso próximo como a nós mesmos. Foi por isso que Jesus morreu. Todos nós também somos chamados para compartilhar e lembrar-nos das necessidades dos pobres. Todos nós querermos ver a glória do Senhor cobrir a Terra assim como as águas cobrem o mar (ver Habacuque 2:14). Eu oro para que Jesus atraia você para mais profundo ainda. Oro para que você descanse, dando e confiando tudo a Ele para que Ele possa confiar todos a você. E quando você se levantar, haverá um avivamento –nações inteiras virão a Ele, prostrando-se com o rosto ao chão. Ele nos transforma com um piscar de Seus olhos para que não tenhamos medo de estar completamente entregues em Seus braços. Bem-aventurados os pobres em espírito, pois deles éo Reino do Céu. Devocional Eu acho que o trabalho da Igreja neste hemisfério ocidental rico e desenvolvido é mais difícil do que em Calcutá, no Iêmen do Sul, e em outras áreas em que as necessidades das pessoas são reduzidas a roupas para espantar o frio, ou um prato de arroz para matar a fome – qualquer coisa que lhes mostre que alguém as ama. No ocidente, os problemas que os pobres têm vão muito mais além; os problemas estão nas profundezas de seus corações.6 –Madre Teresa Dois Bem-aventurados os Que Choram Seja gentil e misericordioso. Nunca deixe que alguém venha até você sem ir embora melhor e mais feliz. Seja a expressão viva da bondade de Deus: bondade no seu rosto, bondade nos seus olhos, bondade no seu sorriso, bondade no seu cumprimento caloroso. Nas favelas, nós somos a luz da bondade de Deus para os pobres. Para as crianças, para os pobres, para todos que sofrem e estão sozinhos, sempre dê um sorriso feliz –dê a eles não só o seu cuidado, mas também o seu coração.7 –Madre Teresa O SENHOR ESTÁ CHAMANDO SERVOS QUE AMAM PARA ir alcançar os desabrigados, que irão até os cantos obscuros do mundo para obrigá- los a voltar para casa. E eles voltarão. Quem irá e deixará sua vida de conforto para chamar os feridos? Quem irá e será um aprendiz? Quem irá para o meio daqueles que estão chorando e entregará sua vida por Jesus? O Senhor quer que Sua casa esteja cheia. É tempo de irmos aos pobres, aos feridos, aos desabrigados, aos que estão morrendo, e aos solitários para chamá-los a Ele. Milhares e milhares de “enviados” precisam ir aos lugares mais obscuros, aos lugares mais pobres, aos lugares esquecidos, porque o banquete do casamento está prestes a começar. Muitos ainda têm que ser chamados. Muitos estão chorando e precisam ser consolados pelo amor do nosso Pai. Eles Virão Lancem a foice, pois a colheita está madura –Joel 3:13 Muitos crentes na Igreja estão frustrados porque não veem uma colheita. Estão desencorajados porque veem muito pouco fruto sendo produzido; eles se perguntam por que. Porém, continuam indo até as mesmas pessoas. Na parábola do grande banquete em Lucas 14:15- 24, os ricos não quiseram comparecer. Eles estavam ocupados desfrutando de seu dinheiro e de seus bens e deram desculpas. Os pobres não podem fazer essas coisas, e eles ficam ansiosos para ir ao banquete quando são convidados. Deus diz que não há desculpas, mas os crentes continuam indo aos ricos e bem alimentados deste mundo, perguntando- se por que eles não respondem. Existem também muitos perdidos nas nações do primeiro mundo, porém a Igreja muitas vezes não está equipada para alcançá-los. Jesus nos desperta para amar, mas a própria Igreja tem que acordar! Nós ainda não estamos prontos para ir ao banquete da festa de casamento. A casa do Pai ainda não está cheia. Nós temos que alcançar os perdidos, mas primeiro temos que aprender como. A colheita é abundante, mas os trabalhadores que carregam o coração Dele são poucos. As nossas vidas têm que ser encarnações vivas do amor de Cristo Jesus se quisermos ter um ministério eficaz. Qual é a sua motivação para o ministério? O Senhor está buscando servos que amam –pessoas que são apaixonadas e cheias de amor por Ele, pessoas que desejam e anseiam pela volta do Noivo, pessoas que já podem sentir o sabor da festa e sabem que ela está prestes a começar. Essas pessoas não aguentam mais ficar em sua zona de conforto. Elas irão literalmente sair correndo e chamar os pobres, os aleijados, os cegos, e debilitados. E se nós sairmos para chamá-los – mostrando-lhes o amor de Deus – eles virão. Consolando Aqueles que Choram Eu sou uma prisioneira do amor. Tenho dado a minha vida por amor. É uma alegria inexplicável e cheia de glória. Está em toda parte da nossa jornada aqui na Terra. Quando bebês morrem nos nossos braços, há um choro profundo em nosso espírito, mas sabemos que os bebês vão direto dos nossos braços para os braços de Jesus. Os nossos corações são consolados com essa alegria inexplicável. Ele simplesmente continua amando os bebês no Céu, ainda mais do que podíamos amá-los aqui na Terra. É nisso que encontramos o nosso consolo. Num período de uma semana, oito dos nossos pequenospreciosos morreram. Eu me encontrava exausta. Eu não entendia. Eu os amava tanto. Não pude evitar ficar me perguntando o porquê. Simplesmente parecia que eles morriam um após o outro. A única coisa que eu conseguia fazer era perguntar a Jesus: “O que faço? O que fazemos?” Jesus respondeu: “De qualquer forma, você venceu porque os amou em vida”. Eu vi uma imagem dos braços Dele abertos para receber aqueles bebês. Meu luto profundo encontrou um lugar de consolo em saber que nós havíamos resgatados aquelas crianças de lugares de desespero e solidão. Sabíamos que havíamos mostrado a elas o amor de Deus. Muitas,muitas perguntas começaram a surgir: Como nos tornamos as mãos e os pés de Jesus para uma humanidade que está morrendo? Como levar consolo? Como se tornar o amor de Jesus numa cultura que está chorando? Como se tornar a bondade –a misericórdia –de Jesus numa cultura que está de luto? E, mais especificamente, como você se torna uma bênção para os pobres? Tem que ser o amor encarnado! Toda cultura tem um denominador comum de miséria e dor. Desde a Coréia até Moçambique, e desde o Brasil até os Estados Unidos, toda sociedade tem uma necessidade que devemos identificar e nos oferecer para suprir a fim de confortá-la. O trabalho de um pastor não é simplesmente pregar numa plataforma, ficar de pé diante de uma multidão de pessoas enquanto uma grande equipe de mídia grava o culto. Esse não é o nosso propósito principal. Nosso trabalho é amar cada pessoa, uma de cada vez, parar e prestar ajuda todos os dias a cada um dos que sofrem e estão enfermos. Alguns dizem: “Nós podemos amar sem dinheiro?” A resposta é sim. E a maneira mais simples de demonstrar amor é segurar uma pessoa nos seus braços, olhar nos olhos dela, e oferecer um sorriso. Como se tornar boas-novas para os ricos e para os pobres? Como se tornar o amor manifesto na forma física e ver o Evangelho se cumprir? Se você é chamado como missionário –um “enviado”–então você é chamado para consolar aqueles que choram. Você é chamado para amar os feridos até que eles entendam o amor de Deus –um amor que nunca morre –através de você. Sim, Deus quer que você faça sinais e maravilhas, mas o que as pessoas realmente precisam é o amor de Deus manifesto através de você. Então você tem que ver a face Dele primeiro. Você tem que se tornar tão próximo de cada batida do coração Dele para que você possa sentir o que os outros sentem. Eu quero viver como se estivesse escondida no coração Dele, onde Seus pensamentos se tornem os meus pensamentos e Seus caminhos se tornem os meus caminhos. É assim que alcançaremos o mundo. Constância Alguns de vocês já sabem que foram chamados para serem missionários. Outros talvez ainda queiram descobrir seu chamado. Deixe esse ser o seu chamado: Consolar uma mulher triste. Consolar uma criança de luto. Consolar um homem que está morrendo. Consolar. A maioria dos meus heróis é de países do terceiro mundo. Lembro-me do dia em que uma criança de quatro ou cinco anos que havia sido seriamente estuprada foi deixada abandonada nas escadas da nossa padaria. Eu não estava fazendo nenhuma cruzada nem nenhum evento apostólico para ficar para a História. Simplesmente olhei para aquela criança desnutrida e pensei: “Deus, é para isso que eu fui criada. Fui criada para parar por essa criança”. Era onde eu estava para dar consolo. Tudo que a doce Constância fazia era chorar. Ela não era capaz de falar, então tudo que conseguia fazer era chorar. Eu me perguntei: “Como é ser Jesus para essa pessoa, para um grupo de pessoas, ou para essa nação?” Mateus 5:4 diz: “Bem-aventurados são os que choram, pois serão consolados”. Eu dei consolo. Peguei a Constância como se ela fosse minha própria filha. Aquela pequena menina era o luto em pessoa. Eu nunca havia visto tanta tristeza e tragédia em somente um pequeno vaso frágil. Agora, a Constância tem me ensinado quanta bem- aventurança vem de consolar aqueles que choram. Bem-aventurança – felicidade, prazer, contentamento, ou boa sorte – realmente vem daqueles que choram. No entanto, toda vez que eu olhava para aquela menina, ainda era como se o meu coração estivesse partindo. Eu a observava, e tudo que ela fazia era chorar. Então, como consolar aqueles que choram? Eu simplesmente a segurava em meus braços e a balançava para frente e para trás. Durante aquela época, a nossa equipe era pequena em número. Nós tínhamos apenas duas tias e um voluntário do Reino Unido, mas eu passava dias segurando as crianças que choravam. Segurava e balançava uma criança após outra e secava as lágrimas delas. Ali estava aquela linda criança abandonada que havia visto tanta dor que não conseguia falar. Constância havia vivenciado agonia demais para falar. Lágrimas silenciosas simplesmente continuavam a rolar pelo seu rosto. Ela não sabia sobre avivamento, e eu não tinha ideia do que era um avivamento. Eu ainda não tinha percebido que o Sermão da Montanha é a fórmula de Deus para avivamento. As Bem-Aventuranças são a receita Dele para que Seu Reino venha e Sua vontade seja feita na Terra como éfeita no Céu. Como o consolo deve parecer para Constância e outros como ela? Eu perguntei a Deus: “Por que há tanto sofrimento do mundo? Por que há tanta dor e agonia? E o que consolo significa?” Entretanto, não ouvi nenhuma resposta de volta. Então, eu simplesmente segurava aquela menininha enquanto suas lágrimas silenciosas rolavam. Mas Deus respondeu minhas orações, sim, e Ele enviou para Constância uma amiga especial chamada Beatrice. Beatrice Beatrice foi encontrada morrendo debaixo de uma árvore quando tinha cerca de oito ou nove anos de idade. Ela tinha olhos muitos vermelhos, uma barriga inchada, sarna, e piolho. Ela era uma pequena menina que sofria abuso. E tudo que conseguia fazer era chorar. Nós levamos Beatrice para o hospital. Quando os médicos falaram com a nossa equipe, nos disseram: “Essa menininha irá morrer”. Lembro-me de olhar para o rosto dela. Lembro-me de ver seus olhos através das muitas moscas que estavam presas ao redor e dentro deles. O rosto dela estava totalmente deformado pela sarna, e ela tinha feridas abertas. Lembro-me de olhar fixamente dentro dos olhos dela. Lembro que ela olhou de volta para mim –e eu vi Jesus! Eu segurei Beatriz nos meus braços, e a amei. Jesus olhou de volta para mim através daquela pequena menina. Ele disse: “O que você faz a essa pequenina, você faz a Mim”. Alguns de vocês talvez pensem que o ministério é uma grande aventura. O ministério, no entanto, simplesmente tem a ver com amar a pessoa diante de você. Tem a ver com parar para alguém e ser a própria fragrância de Jesus para um mundo perdido e decaído. É por isso que eu faço o que faço. Eu sou apenas uma iniciante. Deus sempre me diz: “Heidi, o seu trabalho é amar. Tudo que você faz aos menores pequeninos, o faz por Mim”. Quando eu segurei Beatrice, peguei sarna e piolho. Mas não importava. Meu único objetivo é amar mais. O ministério é você simplesmente amar como Jesus ama. São as Bem-Aventuranças manifestas através da sua vida. Missões é quando temos o amor de Deus para que Ele possa demonstrar Sua própria vida e natureza através de nós. O objetivo de missões é ser o Sermão da Montanha praticado na Terra. Quando a minha filha Crystalyn viu a Beatrice pela primeira vez, ela correu para mim. Christy viu Jesus nos olhos dela também e disse: “Mamãe, a Beatrice é tão linda. Quero dar o meu melhor vestido para ela”. (E a Christy só tinha três vestidos!) Mas os meus filhos são ricos porque eles sabem o que significa dividir. Eles sabem o que é amar. Se você encontrar uma pessoa doente, ajude a levar cura para ela. Se você achar alguém que passa fome, alimente-o. Se achar alguém que tenha sede, dê-lhe água para beber. Se encontrar alguém nu, vista-o. Se encontrar alguém ferido, fraco ou desgastado, ame-o por inteiro. E se achar alguém que esteja chorando, console-o. Quando os médicos nos disseram que a Beatrice iria morrer, conversei com eles e simplesmente disse: “A Beatrice irá viver, não morrer”. Vejam, eu conheço o meu Jesus. Eu acredito na Bíblia! E com imenso prazer assisti à Beatrice ficar bem. Ela nunca queria tirar o vestido que Christy lhe havia dado. Ela não conseguia acreditar que era dela. Ela o usou até o dia em que ele desfiou na minha mão. Através dessa menininha, Beatrice, Deus me ensinou sobre as Bem-Aventuranças. Beatrice tinha amor. Ela era a minha professora de amor. Beatrice era um consolador em pessoa para alguém que estivesse profundamente sofrendo e chorando. Como Beatrice entendia de sofrimento, ela também podia entender a nossa pequena, linda, menina muda,Constância. Não era complicado. Eu vi Beatrice parar pela Constância. Após ela ter estado fora do hospital por apenas algumas semanas, lembro-me de assistir a primeira vez que Beatrice pegou a Constância no colo. Eu assistia dia após dia enquanto ela simplesmente continuava a amar aquela pequena menina. Ela não tem um pôster, um livro, um grupo itinerante, ou uma agenda de pregações. Porém, ela tem um ministério que leva o coração de Deus ao coração do homem na Terra. Ela trocou sua tristeza pela alegria Dele. Ela trocou suas cinzas pela beleza Dele. Ela aprendeu a amar. Morrendo para Este Mundo; Vivendo para Outro No dia em que Beatrice e Constância foram ser batizadas, nós não tínhamos nenhuma água limpa e clara. No calor daquele dia moçambicano, tínhamos apenas um tanque de lavar roupa com água verde e suja. À medida que as pessoas entravam uma por uma, ele ficava mais sujo ainda porque ninguém tinha água limpa para tomar banho. Apesar dessas circunstâncias, a fila para se batizar era muito longa. Eu de repente vi Constância. Olhei para ela e comecei a me questionar teologicamente: “Será que é permitido batizar essa menina? Ela não pode conversar. Ela não pode falar”. Falei com ela e perguntei em seu idioma: “Você sabe o que significa morrer?” Eu disse: “É isso que é o batismo. Você tem que morrer nesta água e levantar como uma nova criatura. Sua vida antiga irámorrer debaixo da água, e você se levantará como uma nova criatura”. Então eu a vi, como sempre, com lágrimas escorrendo pelo seu rosto. Sem usar palavras, ela apenas balançou a cabeça dizendo que sim. Ela não tinha pais. Ela não tinha certidão de nascimento. Ninguém sabia a idade dela. E como havia sido espancada e abusada tantas vezes, ela ainda não falava. Peguei aquela pequena criança em meus braços e, no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, coloquei seu corpo frágil e miúdo debaixo daquela água verde suja. Ela levantou radiante! Foi um dos melhores dias da minha vida. Depois, Constância voltou-se para mim e falou as primeiras palavras que a ouvi dizer: “Mama Aida, eu quero liderar o coral das crianças”. Para mim, isso é ministério. Tenho visto, inúmeras vezes, cegos passarem a enxergar. Quase toda semana eu testemunho surdos passarem a ouvir. Tenho visto pessoas cujas pernas eram aleijadas andarem de novo em total plenitude. Eu vejo milhares correrem para o meu Jesus. Porém, uma das minhas maiores alegrias foi ouvir a Constância falar pela primeira vez! A simplicidade do amor curando um coração éo que me faz continuar. Muitas vezes, queremos que o Reino se pareça com as multidões para fazer a nossa igreja crescer e fazer com que pareçamos bons. No entanto, o Reino se parece com uma criança sorrindo de cada vez até que as nações estejam cheias de pessoas que são apaixonadas por Deus. Eu olho para Beatrice amando a Constância de volta à vida, e acho que é alguém sendo ressuscitado dos mortos! Isso é ressurreição. Recentemente conversei com a Constância, que agora é mãe. Quando seu bebê tinha um mês de idade, ela teve dificuldades de amamentar. Junto com sua família adotiva, nós oramos e, ao final da nossa oração, o bebê já estava mamando. A nova família dela a consolou. As lágrimas de dor de Constância se tornaram lágrimas de alegria. Logo depois disso, eu peguei um voo de volta para Maputo para fazer o casamento de um dos nossos filhos moçambicanos que está conosco há catorze anos. Constância estava lá também. Nós nos abraçamos. E por muito tempo nós simplesmente ficamos abraçadas e choramos. Quando nós vivemos Nele, Deus nos consola. Dor: O Denominador Comum Nós temos que reconhecer que todo sofrimento é uma dor válida. Nos países ricos, o sofrimento é a solidão. O sofrimento nos países ricos é uma dor psicológica interna. É extremamente relevante; é profunda. As pessoas a sentem, e é tão real como uma barriga inchada, pessoas morrendo de fome, ou uma doença ou a morte. Se nós devemos ser as mãos e os pés de Jesus, precisamos cuidar das necessidades dos outros – internamente e externamente. A moeda do amor no ocidente não é sempre o dinheiro, mas é sempre tempo e compaixão. Curar um órfão em Moçambique requer muito amor, um lar, compaixão, e uma cama com cobertores. É claro, Coca-Cola e frango são uma bênção para um banquete! Curar um espírito órfão nos Estados Unidos requer amor, compaixão, muito tempo, e atenção total para uns com os outros. As duas formas são válidas, ambas são reais, e ambas custam caro. Existe muito sofrimento em todo o mundo. Nós podemos usar o nosso sofrimento para nos tornarmos mais como Jesus, ou podemos deixar que a amargura apodreça dentro dos nossos corações. De alguma forma, pela misericórdia de Deus, Ele nos permite entender a dor dos outros para que nos tornemos mais como Jesus em nossa compaixão. Ele pode até usar o sofrimento porque Ele sabe como transformar tudo para o bem. Quando você tem experiência com algo você pode compreender as pessoas que também passam pelo mesmo. Se você já teve sede, você entende a sede. Se já se sentiu solitário, entende a solidão. Da mesma forma, nós também podemos usar os nossos sofrimentos para consolar aqueles que estão chorando. Deus pode usar até as piores coisas das nossas vidas e transformá-las em algo bom, se nós apenas O permitirmos. O Fim da História: O Casamento Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai das misericórdias e Deus de toda consolação, que nos consola em todas as nossas tribulações, para que, com a consolação que recebemos de Deus, possamos consolar os que estão passando por tribulações. –2 Coríntios 1:3-4 Assim como a noiva de Jesus que é preparada em provações e tribulações, Beatrice estava orgulhosamente radiante no centro da nossa base do sul no dia de seu casamento. Sua celebração especial era uma ocasião alegre com todos seus amigos, inclusive Constância. Apesar de estar usando um dos vestidos de casamento do ministério –com as miçangas caindo, tendo sido usado por outras noivas pelo menos já umas vinte e cinco vezes antes –ela estava deslumbrante. Seu marido segurou seu pequeno corpo enquanto ela segurava flores nas mãos e tinha um sorriso brilhante no rosto. Ela estava radiante em beleza. Agora ela chama os perdidos para a festa de casamento dos séculos. Ela está enchendo a casa do Pai compartilhando Jesus com todos seus amigos. Isso é o Evangelho. Essa é uma menina que conhece as bênçãos do choro e as bênçãos do consolo. Ela sabe como ser o amor encarnado para aqueles ao seu redor. Um ministro é simplesmente um enviado. Talvez você seja enviado somente para o outro lado da rua, mas isso não importa. Para Deus, seja para um ou para as massas, é o mesmo – é o amor encarnado. Abençoados são aqueles que choram, pois serão consolados. Devocional Quando uma pessoa pobre morre de fome, isso não acontece porque Deus não cuidou dela. Acontece porque nem eu nem você quisemos dar àquela pessoa o que ela precisava. Nós temos nos recusado a sermos instrumentos de amor nas mãos de Deus para dar aos pobres um pedaço de pão, oferecer-lhes uma vestimenta com a qual espantar o frio. Isso acontece porque não reconhecemos a Cristo quando, uma vez mais, Ele aparece sob o disfarce da dor, identificado com um homem paralisado de frio, morrendo de fome, quando Ele vem em forma de um ser humano solitário, de uma criança perdida em busca de um lar.8 –Madre Teresa Três Bem-aventurados os Humildes Eu acho que não existe alguém que precise mais da ajuda e da graça de Deus quanto eu. Às vezes me sinto tão desamparada e fraca. Acho que é por isso que Deus me usa. Porque eu não consigo depender da minha própria força, eu conto com Ele vinte e quatro horas por dia. Se o dia tivesse mais horas, eu precisaria da ajuda e da graça Dele durante essas horas também.9 –Madre Teresa A questão não é você – a questão é Ele. A questão não sou eu – a questão é Ele. Somente Ele é digno de glória. Às vezes, Ele ofende a nossa mente para revelar o nosso coração e nos fazer parecermos bobos.
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