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Mas se à lira lanço a mão,
apagadas esperanças
me apontam cruéis lembranças,
e choro em vez de cantar.
Coletânea – Manuel Maria Barbosa du Bocage
A. Poesia lírica (árcade e pré-romântica)
Poema 01
1.
Olha, Marília, as flautas dos pastores
Que bem que soam, como estão cadentes!
Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes
Os Zéfiros brincar por entre as flores?
Vê como ali beijando-se os Amores
Incitam nossos ósculos ardentes!
Ei-las de planta em planta as inocentes,
As vagas borboletas de mil cores!
Naquele arbusto o rouxinol suspira,
Ora nas folhas a abelhinha pára,
Ora nos ares sussurrando gira:
Que alegre campo! Que manhã tão clara!
Mas ah! Tudo o que vês, se eu te não vira,
Mais tristeza que a morte me causara.
Poema 02
2.
Quantas vezes, Amor, me tens ferido! 
Quantas vezes, Razão, me tens curado! 
Quão fácil de um estado a outro estado 
O mortal sem querer é conduzido! 
Tal que em grau venerando, alto e luzido, 
Como que até regia a mão do Fado, 
Onde o Sol, bem de todos, lhe é vedado, 
Depois com ferros vis se vê cingido.
Para que o nosso orgulho as asas corte, 
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