Buscar

Biometria e Puberdade Feminina

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

BIOMETRIA E PUBERDADE FEMININA
RAYMOND VICTOR HEGG 1
ROBERTO HEGG 2
Disciplina de Biometria Humana da Escola de Educação Física
da Universidade de São Paulo. Apresentado na 29.a reunião da
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (São Paulo, 1977).
1 Professor Titular de Biometria Humana.
2 Médico Assistente da Clínica Ginecológica do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Aceito para publicação em 10 de dezembro de 1979.
RESUMO
Um grupo de 543 escolares femininas
de 8 a 16 anos, brancas, brasileiras, clinica-
mente sadias, alunas de um colégio religioso
de São Paulo, é analisado em termos de
crescimento e desenvolvimento relacionado
com a puberdade, através das seguintes me-
didas: peso, estatura, comprimento tronco-
cefálico, comprimento dos membros inferio-
res, comprimento do membro superior, seg-
mento superior, segmento inferior, diâme-
tros biacromial e bicrista ilíaca, dobras
cutâneas tricipital, subescapular e supracris-
ta ilíaca. O desenvolvimento pubertário é
visto em números absolutos e em função da
idade através do desenvolvimento mamário,
desenvolvimento piloso pubiano e axilar e
menarca, sendo este último evento adotado
como critério para definir puberdade, classi-
ficando-se as alunas em púberes e não
púberes. Nas idades de 8, 9 e 10 anos todas
as alunas são impúberes; aos 16 anos todas
são púberes; nas idades intermediárias há
os dois grupos, e os valores médios das 12
medidas apresentam-se mais elevados nas
meninas púberes que nas não púberes. A
significância ao nível de 5% através de teste
t é analisada.
Inúmeras são as modificações de ordem
morfofísio e psicológicas que se processam
no organismo humano durante crescimento e
desenvolvimento e diretamente ligadas ao
surto pubertário. Neste estudo transversal
analisamos apenas o comportamento e a va-
riação de algumas medidas biométricas num
grupo de escolares femininas de 8 a 16 anos,
faixa etária dentro da qual se processa habi-
tualmente a puberdade.
Material e métodos
Durante o ano letivo de 1974 medimos 543
alunas do Colégio Pio XII na cidade de São
Paulo, todas caucasóides, brasileiras, perten-
centes à classe sócio-econômica média alta e
clinicamente sadias segundo os padrões habi-
tuais. Deixamos de incluir no total citado 24
escolares pelo fato de 22 estarem sob trata-
mento medicamentoso para correção de ex-
cesso de peso, 1 por apresentar acentuada
escolióse e 1 por seqüela de paralisia infantil
afetando o aparelho locomotor.
Todas as 543 alunas foram medidas e
avaliadas no seu desenvolvimento pelo mes-
mo examinador (R.V.H.) apresentando-se as
INVESTIGAÇÃO
mesmas em trajes sumários; os dados foram
colhidos no período da manhã para as alunas
das 5.as às 8.as séries do 1.° grau, e à tarde
para as alunas das 3.as e 4.as séries do mesmo
grau, contando-se com a colaboração, em cada
período, de uma mãe de aluna para as devi-
das anotações.
O crescimento foi avaliado através das
seguintes medidas: peso, estatura, compri-
mento tronco-cefálico, comprimento dos mem-
bros inferiores (diferença entre estatura e
comprimento tronco-cefálico), segmento infe-
rior (distância púbis-solo), segmento superior
(diferença entre estatura e segmento infe-
rior), comprimento do membro superior, diâ-
metro biacromial e bicrista ilíaca, espessura
das dobras cutâneas tricipital, subescapular e
supracrista ilíaca. O surto pubertário foi ana-
lisado através de desenvolvimento mamario,
desenvolvimento piloso pubiano e axilar se-
gundo padrões dados por Tanner6. As alunas
foram distribuídas em dois subgrupos, não
púberes e púberes, admitindo-se como con-
ceito de puberdade o fato da aluna já ter tido
sua menarca.
Parte do instrumental utilizado foi igual
ao usado na pesquisa de Marcondes & cols.3;
o segmento inferior e o membro superior
foram medidos com antropômetros metálicos
segmentares referidos por Hegg & Luongo1;
o comprimento do membro superior e as três
dobras cutâneas foram obtidos sobre o lado
esquerdo do corpo, sendo as três últimas to-
madas com o Harpenden skinfold caliper obe-
decendo à técnica descrita por Tanner7; os
grupos etários foram constituídos segundo a
data do nascimento com variação de mais ou
menos 6 meses e em função da data da
medida.
Resultados
As medidas tomadas, analisadas em ter-
mos de média aritmética, desvio-padrão e am-
plitude de variação, assim como as variações
condicionadas pela puberdade, são apresenta-
das nas tabelas 1 a 17. O desenvolvimento
pubertário, em freqüência absoluta e relacio-
nado com a idade, é apresentado na tabela 18.
Discussão
Há, de maneira geral e em função da ida-
de, aumento dos valores médios das medidas
sendo mais elevados no subgrupo das alunas
púberes do que nas não púberes.
O peso, por razões técnicas, só foi deter-
minado em 468 escolares (tabela 1) sendo
mais elevado nas púberes que nas não púbe-
res, com significancia ao nível de 5% nas
idades de 11, 12, 13 e 14 anos.
Para um aumento estatural de 30,71cm
(tabela 2) dos 8 aos 16 anos corresponde um
aumento de 14,17cm no comprimento do
membro superior, o qual, em termos de por-
centagem da estatura, apresenta variações
pequenas havendo, contudo, entre as idades
extremas, um maior aumento relativo do
membro superior; por outro lado os maiores
aumentos médios das duas medidas situam-
se nas faixas etárias 9/10, 10/11, 11/12 e
12/13, coincidindo com o surto pubertário que
no sexo feminino tem início geralmente em
torno dos 9/10 anos. O pico da velocidade de
crescimento estatural (PHV) situa-se, na maio-
ria dos casos, na vizinhança da idade de
aparecimento da menarca, precedendo-a po-
rém conforme assinalam Onat & Erten 5, Tan-
ner6 e Marshall & Tanner4.
Os valores médios da estatura (tabela 3)
e do comprimento do membro superior (tabe-
la 4) são mais elevados nas púberes com sig-
nificancia ao nível de 5% aos 11 e 12 anos.
Aos 15 anos ainda há uma aluna não púbere,
porém, com elevada estatura, pois a mesma
ultrapassa 3,80cm a estatura média das púbe-
res de mesma idade.
Os valores médios do comprimento tron-
co-cefálico, em porcentagem da estatura (ta-
belas 5, 6 e 7), diminuem gradativamente dos
8 até os 13 anos aumentando em seguida,
acontecendo o inverso com o comprimento do
membro inferior, de acordo com o padrão de
crescimento estatural. O mesmo se verifica
com relação aos segmentos superior e infe-
rior (tabelas 8, 9 e 10); convém frisar que em
nenhuma idade os valores médios se apresen-
tam iguais predominando ligeiramente, em
porcentagem da estatura, o segmento inferior,
quer seja em todo o grupo, quer seja nos dois
subgrupos.
O diâmetro biacromial aumenta 6,45cm
dos 8 aos 16 anos (tabela 11) porém, em
porcentagem da estatura, ele apresenta pe-
quena variabilidade; os valores médios nas
alunas púberes (tabela 12) são mais elevados
que nas não púberes com significancia ao
nível de 5% aos 11, 12, 13 e 14 anos.
O diâmetro bicrista ilíaca apresenta um
aumento de 6,69cm entre as idades extremas
(tabela 11) sendo que o aumento anual é gra-
dativamente progressivo em porcentagem da
estatura; os valores médios nas alunas púbe-
res (tabela 13) são mais elevados que nas
não púberes com significancia ao nível de 5%
aos 11, 12, 13 e 14 anos.
O aumento progressivo do índice acrô-
mio-ilíaco em função da idade (tabela 11)
mostra de maneira clara o alargamento da
pelve feminina em decorrência do surto pu-
bertário, fato que constitui uma das caracte-
rísticas de diferenciação sexual.
Os valores médios das medidas das três
dobras cutâneas (tabela 14) apresentam varia-
ção irregular nas diversas idades sendo maio-
res nas púberes com significancia ao nível de
5% aos 13 e 14 anos (tabelas 15, 16 e 17).
O desenvolvimento pubertário (tabela 18)
apresenta-se, de maneira geral, dentro dos
padrões definidos por diversos autores, entre
eles Marshall & Tanner4, Lee & cois.2 e Onat
& Erten 5. Na faixa etária de 8 anos há uma
aluna com desenvolvimento mamario no está-
gio 2; uma aluna não púbere de 11 anos apre-
senta apenas pilosidade axilar no estágio 2;
a única alunanão púbere com 15 anos, apesar
de sua elevada estatura, tem ambos os desen-
volvimentos mamario e piloso pubiano no es-
tágio 3 e ausência de pêlos axilares. As 26
alunas púberes de 16 anos têm ambas as pilo-
sidades e o desenvolvimento mamario dis-
tribuído pelos estágios 4 (2 alunas) e 5 (24
alunas). Convém assinalar que nas alunas pú-
beres de mais idade torna-se difícil, às vezes,
a identificação dos diversos estágios das pi-
losidades axilar e pubiana pelo fato das jo-
vens recorrerem à depilação.
SUMMARY
A group of 543 white female studentes
from 8 to 16 years, brazilian, clinically
healthy, from a São Paulo religious school,
is analised concerning growth and develop-
ment relating to puberty throuth the follow-
ing measures: weight, height, sitting-height,
length of inferior limbs, length of superior
limb, superior segment, interior segment,
bi-acromial and supra-iliac skinfolds. The
puberal development is seen in absolute
figures and in function of age through mamal
development, pubic and axilar hair develop-
ment, and menarche, being this last event
adopted as criterion to define puberty, the
students being classified as pubescent and
non pubescent. At the ages of 8, 9 and 10
years, all students are non pubescent; at
16 years all are pubescent; at the inter-
mediate ages there are both the groups,
and the medium values of the 12 measu-
res studied are higher in the pubescent
students than in the non pubescent The
significance at the level of 5% through t
test is analised.
REFERÊNCIAS
1. HEGG, R. & LUONGO, J. — Elementos de Biometria
Humana. São Paulo, Livraria Nobel, 1971.
2. LEE, M. M. C., CHANG, K. S. e CHAN, M. C. —
Sexual maturation of chínese girls in Hong Kong.
Pediatrics 37:389, 1963.
3. MARCONDES, E.; BERQUÓ, E. S.; YUNES, J.;
LUONGO, J.; MARTINS, J. S.; ZACCHI, M. A. S.; LEVY,
M. S. F. & HEGG, R. — Estudo antropométrico de
crianças brasileiras de zero a doze anos de idade.
Anais Nestle n.° 84, 1971.
4. MARSHALL, W. A. & TANNER, J. M. — Variations
in the pattern of pubertal changes in girls. Arch. Dis.
Child., 44:291, 1969.
5. ONAT, T. & ERTEN, B. — Adolescent female height
velocity: relationships to body measurements,sexual and
skeletal maturity. Human Biol. 46:199, 1974.
6. TANNER, J. M. — Growth at adolescence. Oxford,
Blackwell, 1962.
7. TANNER, J. M. — The measurement of body fat in
man. Brit. Nutr. Soc. 78:148, 1959.
Endereço para correspondência:
Rua Abílio Soares, 1.437
São Paulo — SP — CEP = 04005
Brasil
View publication statsView publication stats
https://www.researchgate.net/publication/268031984

Continue navegando