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GRA Comunicação (2)-10

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19COMUNICAÇÃO
 SUMÁRIO
QUALIDADES DE UM BOM TEXTO
Voltando a falar na produção de textos, a fim de que nossa mensagem seja bem assimi-
lada, é preciso seguir alguns critérios se nosso intuito é garantir a qualidade da comunicação. 
A eficiência do texto estará mais bem assegurada quando este é claro, objetivo e sucinto. Ser 
claro significa ser capaz de evitar mal-entendidos ou dúvidas sobre o conteúdo escrito. Ser 
objetivo que dizer ir direto ao ponto, sem rodeios e delongas. Ser sucinto restringe-se apenas 
àquilo que se quer transmitir em termos de informação. Quanto mais econômica, e, portanto, 
menos complexa a mensagem, mais fácil será para o receptor entendê-la. 
Para garantir a clareza do texto, é necessário, em primeiro lugar, construir frases cur-
tas. Para isso, devemos usar a fórmula básica de elaboração frasal: SUJEITO+VERBO+COM-
PLEMENTO. O sujeito é descoberto perguntando-se ao verbo quem praticou a ação, que está 
indicada pelo próprio verbo. O complemento são as informações posteriores ao verbo, que 
ajudam a esclarecer o que se passou com o sujeito. Então, em vez de escrever “Estudando es-
panhol, Jéssica ficou a tarde inteira”, dá-se preferência à seguinte descrição: “Jéssica ficou 
estudando espanhol a tarde inteira”. Como podemos perceber, quando organizada na sequ-
ência SUJEITO+VERBO+COMPLEMENTO, a estrutura da frase fica compreensível. 
Em segundo lugar, é imprescindível evitar rebuscamento. Por causa disso, o emissor 
pode ser taxado de pedante ou simplesmente não ser compreendido. Confira alguns exemplos: 
• em vez de “passamento”, prefira “morte ou falecimento”;
• em vez de “lograr êxito”, prefira “conseguir seu objetivo”;
• em vez de “educandário”, prefira “colégio ou escola”;
• em vez de “morgue”, prefira “necrotério”.
Em terceiro lugar, deve-se continuamente buscar a precisão vocabular. Um erro muito 
cometido é dizer que, diante de um processo, o juiz “emitiu parecer”. O juiz, na verdade, “de-
cide” ou “sentencia”. A geada não cai, ela se forma. Os municípios estão fisicamente separa-
dos por limites, os Estados por divisas e os países por fronteiras.
Em quarto lugar, não esqueça de articular logicamente as ideias. Se alguém em con-
dições físicas normais sair do UNIFTEC, de Caxias do Sul, e for caminhando até o shopping 
Iguatemi, no outro lado da RS-122, não poderá demorar mais do que meia hora para chegar 
a seu destino, a menos que seja interrompido por alguma conversa ou por algum acidente no 
meio do percurso. Se uma pessoa diz ter visto a cena de um crime e de ser capaz de identificar 
o assassino, caso seja arrolada como testemunha, não poderá no julgamento reconhecer o 
criminoso pelas costas. Tal atitude permite inferir que o suspeito não é inexoravelmente (sem 
sombra de dúvidas) o culpado.
20COMUNICAÇÃO
 SUMÁRIO
Em quinto lugar, para que o texto tenha qualidade, o cuidado com a harmonia é indis-
pensável. A melhor forma existente para desarmonizar o texto é o emprego da redundância 
ou de pleonasmos. Confira no exemplo: “Ele colocou ontem a pasta no mesmo lugar em que 
estava colocada na semana passada” (mesmo verbo utilizado duas vezes na mesma frase). 
Para garantir a harmonia da frase, podemos deixá-la assim: “Ele guardou ontem a pasta no 
mesmo lugar em que estava colocada na semana passada”. Quanto aos pleonasmos, nota-se 
um vício de linguagem em frases como “tive uma surpresa inesperada”, “vou adiar para de-
pois o encontro”, “o texto tem lacunas não preenchidas”, “ela subiu para cima e depois des-
ceu para baixo”. 
Um texto claro, objetivo, sucinto, escrito sem rebuscamentos, mas com frases curtas, 
precisão vocabular, harmonia e ideias logicamente articuladas é muito bem-vindo!
TIPOS DE TEXTO
Antes de nos ocuparmos com as especificidades de alguns gêneros textuais, é primor-
dial sabermos reconhecer suas principais tipologias. Neste caso, cinco ações são as mais co-
mumente praticadas quando escrevemos. Vamos estudá-las mais detalhadamente.
A primeira é a descrição. Descrever é o ato de caracterizar, ou seja, elaboramos um texto 
descritivo quando informamos as características de uma pessoa, um animal, um objeto, um 
sentimento, etc. Exemplos: Esta sala é espaçosa, bem iluminada, tem 50 cadeiras azuis e seis 
ventiladores dispostos em três fileiras; ela tem 20 anos, cabelos compridos e castanhos, um 
metro e sessenta e cinco centímetros, gosta de ler e escrever poemas; explicar a paixão não é 
tarefa fácil, mas podemos dizer que se trata de um sentimento no qual uma pessoa fica sem 
palavras quando se depara com outra, a comunicação sai engasgada, entrecortada e muitas 
vezes desconexa por ser a criatura apaixonada movida por uma emoção especial, uma afetivi-
dade que brota em seu coração e que precisa ser revelada e resolvida, porém, há um mistério 
que a cala, que a encarcera, que a domina. 
A segunda é a narração. Narrar diz respeito a contar uma história. A narração nada mais 
é do que a capacidade humana de narrar ações, e essa propriedade, portanto, está presente no 
texto narrativo. Neste tipo textual marcado pelo registro de fatos, é fundamental a existência 
de personagens, pois são as pessoas que realizam as ações narradas. Além disso, é necessário 
um enredo, que corresponde à trama da história, isto é, como os fatos se desenvolvem, apre-
sentando uma introdução, havendo um conflito e, ao final, uma solução para ele, não importa 
se feliz ou trágica. Exemplo: João saiu de casa às cinco da manhã. Era um sábado. Ele sabia que 
corria perigo. Foi se envolver com a secretária do chefe, e o chefe era bandido. Não deu outra. 
Na esquina anterior à entrada da empresa o pegaram. Três chutes no estômago e dois nas cos-
tas. O mais triste é que ninguém que atravessava a rua se ofereceu para acudi-lo.
A terceira é a argumentação, que corresponde ao ato de defender uma ideia. Para isso, 
nos valemos de argumentos que justifiquem nosso ponto de vista. Estamos falando do texto 
dissertativo-argumentativo. Para escrevê-lo, precisamos escolher um tema que conhecemos 
bem e começar a nos posicionar contra ou favoravelmente, ou ainda apontando os seus prós 
e contras. Por exemplo: A realização da Olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro. Tanto podemos 
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