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Universidade de Brasília - FT - EFL 
Conservação de Recursos Naturais - ECL0010 
Professor Carlos Henke de Oliveira 
Ana Maria Rodrigues dos Santos - 19/0097485 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Análise do artigo: 
Como determinar a distribuição potencial de espécies sob uma abordagem 
conservacionista? (Junior et al, 2009) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brasília, 2023 
 
O artigo discute a utilização da modelagem de distribuição potencial (MDP) 
como uma abordagem comum para determinar a extensão geográfica das espécies. Essa 
técnica é amplamente aplicada em diversas áreas, com ênfase na biologia da conservação. 
O crescente uso da MDP nos últimos anos é impulsionado pela disponibilidade 
de métodos estatísticos e técnicas computacionais poderosas, que permitem sua aplicação 
mesmo com dados limitados de presença da espécie. Isso inclui informações coletadas 
em museus, herbários e levantamentos de fauna e flora. Além disso, a disponibilidade de 
dados ambientais em diferentes níveis de resolução e para uma ampla área geográfica 
possibilita a geração de previsões para praticamente qualquer região terrestre do mundo. 
Embora a MDP tenha uma lista extensa e em constante crescimento de 
aplicações, o foco principal do texto é na biologia da conservação. A MDP é uma 
ferramenta valiosa nessa área, ajudando a compreender a distribuição das espécies e 
orientando ações de conservação, como a proteção de habitats adequados e a identificação 
de áreas prioritárias. 
No geral, a MDP tem se mostrado uma abordagem poderosa e amplamente 
utilizada para estimar a distribuição potencial das espécies. Isso é impulsionado pela 
disponibilidade de métodos estatísticos avançados, técnicas computacionais e dados 
ambientais detalhados. 
A MDP se baseia no conceito de nicho ecológico, que representa as condições e 
recursos em que uma espécie pode sobreviver, crescer e reproduzir. Ela busca prever a 
ocorrência das espécies com base nessas condições ambientais. 
No entanto, há confusão em relação ao uso do conceito de nicho ecológico na 
modelagem, especialmente em relação ao nicho realizado, que considera as interações 
entre as espécies. O texto destaca a distinção feita por Soberón (2007) entre o sub-espaço 
de condições (cenopoético) e o sub-espaço de recursos do nicho. Os dados ambientais 
utilizados na modelagem representam apenas o sub-espaço de condições e não o nicho 
completo da espécie. 
É importante reconhecer que os pontos de ocorrência da espécie representam 
áreas favoráveis, mas pode haver outras áreas com condições semelhantes onde a 
presença da espécie é impedida por interações interespecíficas. Essas interações são 
conhecidas como nicho pós-interativo ou nicho realizado e devem ser consideradas na 
modelagem. 
A inclusão das interações ecológicas nos modelos de MDP é uma área de 
pesquisa em desenvolvimento, especialmente quando se trata de prever a ocorrência de 
espécies intimamente relacionadas, como herbívoros e suas plantas hospedeiras. 
Para fundamentar as estratégias de MDP, é necessário levar em consideração a 
teoria do nicho, o que permite uma interpretação mais adequada dos resultados e sua 
discussão dentro de um contexto conservacionista. Por exemplo, os modelos podem 
subestimar a área de ocupação real de espécies exóticas invasoras em novas áreas, uma 
vez que podem experimentar mudanças em seu nicho. Isso pode ocorrer devido ao efeito 
da liberação competitiva ou de outros mecanismos que atuam nas novas populações, 
aproximando-as do nicho real da espécie sem as limitações impostas pelas interações no 
habitat original. 
Existem diversos métodos de modelagem baseados em dados de 
presença/ausência, como regressão logística, modelos lineares generalizados e modelos 
aditivos generalizados. Esses modelos buscam estabelecer uma relação entre a 
presença/ausência da espécie e um conjunto de variáveis ambientais. Além disso, há 
modelos mais complexos, como os baseados em distâncias, que utilizam a lógica do nicho 
ecológico para determinar a adequabilidade do ambiente em diferentes locais. Técnicas 
de análise multivariada, como o ENFA, também são utilizadas para identificar as 
variáveis mais importantes na distribuição da espécie. 
Outros métodos avançados incluem o Maxent, que utiliza aprendizado 
automático para estimar a distribuição de probabilidades mais próxima da distribuição 
uniforme, e o algoritmo GARP, que combina técnicas estatísticas e envelopes 
bioclimáticos para criar um modelo de nicho ecológico. Além disso, são mencionados 
métodos como redes neurais, algoritmos genéticos e SVM (Support Vector Machine). 
A escolha do método de modelagem depende da disponibilidade de dados e da 
natureza do problema. Alguns métodos são mais interpretáveis e adequados quando há 
poucos dados disponíveis, enquanto outros são mais complexos e exigem um grande 
volume de dados. A qualidade dos resultados também depende da qualidade e 
confiabilidade dos dados utilizados. 
Quando dados de presença ou ausência estão disponíveis, é possível determinar 
o limite ótimo considerando a minimização da omissão e da sobre-previsão. No entanto, 
quando apenas dados de presença estão disponíveis, a estratégia mais simples é utilizar 
os métodos de envelopes bioclimáticos, que estabelecem limites com base em uma taxa 
fixa de omissão. 
Uma abordagem híbrida é o uso de pseudo-ausências, como no método Maxent, 
para estimar omissão e sobre-previsão. Isso é feito utilizando a técnica ROC (Receiver 
Operating Characteristics), que avalia a sensibilidade e a especificidade do modelo em 
diferentes valores de limite. A área abaixo da curva ROC (AUC) serve como medida de 
avaliação do modelo, permitindo a escolha do limite ótimo. 
No entanto, o autor Pearson critica os métodos baseados no AUC e argumenta 
que apenas a omissão é informativa nos modelos de distribuição potencial. Segundo ele, 
os falsos-positivos não devem ser considerados na avaliação desses modelos, pois podem 
ser resultado de fatores não incluídos, como contingência histórica e interações 
ecológicas. Pearson propõe uma técnica semelhante ao jackknife, na qual a modelagem é 
repetida excluindo um dos pontos de ocorrência a cada vez, permitindo avaliar o 
desempenho preditivo dos modelos. 
Para espécies raras ou ameaçadas, o critério de escolha do limite para predição 
de ocorrência tem um grande impacto nos resultados da modelagem. Do ponto de vista 
conservacionista, a sobre-previsão da distribuição de uma espécie ameaçada é mais 
preocupante do que a omissão de sua presença. Portanto, o uso de critérios fixos, como o 
menor valor de adequabilidade de habitat em que a espécie ocorreu, pode ser útil na 
modelagem de espécies ameaçadas. 
Em resumo, o artigo destaca a importância da teoria do nicho na modelagem de 
distribuição potencial (MDP) e enfatiza que ela deve ser considerada de forma mais 
formal na interpretação dos resultados. A interpretação das mudanças no padrão de 
distribuição de espécies invasoras e a ocorrência de falsos-positivos devem ser avaliadas 
dentro dessa lógica, reconhecendo as limitações da modelagem baseada apenas no sub-
espaço de condições. 
A escolha das técnicas de modelagem para MDP é um passo crucial, e a 
qualidade e quantidade dos dados de ocorrência da espécie a ser modelada devem ser 
consideradas. Quanto menos dados disponíveis, mais simples deve ser o modelo utilizado.

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