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Tema 1 - Cidadania e direitos humanos

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16/04/2024, 08:43 Cidadania
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00214/index.html?brand=estacio# 1/63
Cidadania
Prof.ª Renata Luzia Feital de Oliveira
Descrição
O sentido de ser cidadão, os aspectos históricos e humanos.
Propósito
Fomentar a cidadania de fato de forma contemporânea no século XXI.
Objetivos
Módulo 1
Conhecendo a cidadania
Empregar criticamente o conceito de cidadania no contexto brasileiro.
Módulo 2
A Constituição de 1988 e sua
grande importância
16/04/2024, 08:43 Cidadania
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00214/index.html?brand=estacio# 2/63
Reconhecer o papel da Constituição de 1988 na ordem jurídica
brasileira e na aplicabilidade dos direitos sociais para população
brasileira.
Módulo 3
Direitos humanos
Definir a importância dos direitos humanos para a prática cidadã.
Módulo 4
O cidadão e a sociedade
Reconhecer a responsabilidade do cidadão para a transformação
socioambiental, a partir da relação entre meio ambiente e sociedade
Introdução
O conceito de cidadania tem data de nascimento e muita história.
Primeiramente, ele dizia respeito ao exercício político e
interessado no âmbito da cidade, mas especificamente das
cidades-Estados gregas. Portanto, a cidadania era destinada
àqueles que compunham e viviam na e da cidade. Ao longo do
tempo, essa noção ganhou tanto alcance como novos atributos,
passando a ser entendida como um conjunto de deveres e direitos
das pessoas vinculadas a uma comunidade, mas também a um
conjunto de aspectos que compõe o que entendemos por
sociedade, pelo menos nos padrões ocidentais.
A cidadania é, portanto, o caminho e o direito que os indivíduos
possuem para participação ativa na sociedade. E do ponto de

16/04/2024, 08:43 Cidadania
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vista democrático é por este caminho que se constitui uma
sociedade justa e igualitária. Para conhecer mais as aplicações
desse conceito em nosso cotidiano, vamos explorar a definição de
cidadania, conhecer as bases históricas e sociais em que ela foi
criada e também explorar a sua relação com os direitos
fundamentais expressos na Constituição brasileira de 1988. Por
fim, evidenciaremos a percepção dos direitos humanos e da
cidadania na construção de novos sujeitos de direito.
1 - Conhecendo a cidadania
Ao �nal deste módulo, você será capaz de empregar criticamente o conceito
de cidadania no contexto brasileiro.
Cidade, cidadão e cidadania
Confira agora a correlação entre espaço, Estado e tempo, para que seja
possível alcançar o que significa o termo cidadania.

16/04/2024, 08:43 Cidadania
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00214/index.html?brand=estacio# 4/63
O conceito e a origem do
termo cidadania
De acordo com o historiador José Murilo de Carvalho (2004), aqui no
Brasil, a palavra cidadania só foi cair no gosto popular depois de 1985,
com o fim da Ditadura Militar.
Atenção!
Isso tem razões óbvias, pois falar sobre cidadania envolve o
reconhecimento de direitos fundamentais, tais como: civis e políticos,
sociais, econômicos, culturais e o respeito à dignidade. Eles devem ser
assegurados pelo Estado. Mas durante o período militar, o que vimos foi
uma total violação desses direitos.
No entanto, se você estudar com atenção, perceberá que o histórico da
cidadania vai acontecer muito antes desse período.
Acrópole de Atenas.
Vamos pegar uma máquina do tempo e dar uma paradinha na Antiga
Grécia, lá pelos idos do século VIII a.C., em uma sociedade na qual os
homens eram considerados livres e iguais e viviam na chamada pólis
grega.
Pólis grega
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https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00214/index.html?brand=estacio# 5/63
Eram as cidades-Estado da Grécia Antiga e foram fundamentais para
o desenvolvimento da cultura grega. Duas das cidades gregas (pólis)
que merecem destaque são Atenas e Esparta.
Nesse início, havia um paradoxo, ser cidadão não era para todos. Apenas
aqueles que possuíam riquezas e propriedades de terra poderiam ser
considerados cidadãos da pólis.
Já é possível perceber uma relação entre cidadão e cidade — sim, tem
tudo a ver. A forma como nos organizamos em sociedade e nas cidades
precisa ser respaldada por direitos e deveres, e isso passa pela nossa
prática cidadã.
Caminhando mais um pouco nessa gênese da cidadania, vamos ver que
na Idade Média, com o feudalismo, a cidadania também encontrou
obstáculos para ser realizada. A Igreja Católica era quem administrava
as cidades, e o exercício desse poder era hierárquico e inquestionável.
Dessa forma, falar sobre cidadania ainda não era possível, pois se entre
os gregos, a cidadania seria a igualdade entre os homens, no
feudalismo, o poder estava centrado nas mãos dos religiosos, e ninguém
poderia contestá-lo.
Avançando no tempo, veremos que, com o Renascimento (séculos XIV e
XVI), a palavra cidadania ganha novos significados. Era considerado
cidadão aquele que se destacava na cidade-Estado, no caso, a elite
dominante. Mas já é possível vislumbrarmos, nesse período, uma
mudança em relação à forma de pensar o mundo. As pessoas não mais
explicavam os fenômenos sociais a partir de uma origem divina, mas o
homem assume um papel central na vida citadina. Nesse período,
saberes como a Ciência, a Literatura, e as Artes ganham espaços e
passam a orientar as visões das pessoas. Estamos na famosa época do
humanismo.
Feudalismo
Organização econômica, política, social e cultural baseada na posse
da terra, que predominou na Europa Ocidental durante a Idade Média.
Renascimento
Um período histórico e um movimento cultural, intelectual e artístico
surgido na Itália, entre os séculos XIV e XVI. Esse termo foi utilizado
para indicar o movimento de retomada da cultura clássica greco-
romana.
16/04/2024, 08:43 Cidadania
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Escola de Atenas, afresco renascentista por Rafael Sanzio, Museu do Vaticano, Itália.
Para explicar a cidadania, traçamos, de forma bem resumida, um
caminho histórico que nos leva à época contemporânea, em que todo
cidadão deve ser reconhecido como uma pessoa plena e igual na
sociedade.
Atenção!
Ser cidadão é conquistar os direitos e cumprir com seus deveres. É com
a cidadania que o indivíduo pode lutar por direitos não apenas para si,
mas para a coletividade em coisas bem simples, mas essenciais, como o
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à propriedade e à fraternidade.
Com a Carta de Direitos das Organizações das Nações Unidas, em
1948, o conceito de cidadania se torna pleno. Nela, está escrito que
todos os homens são iguais perante a lei, independentemente de raça,
credo e etnia. Todos também podem buscar o seu sustento por meio de
um salário digno, ascendendo socialmente pelos estudos. Todos têm
direito à saúde, à moradia digna e, claro, ao lazer.
16/04/2024, 08:43 Cidadania
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Infelizmente, falta muito para que tudo o que foi descrito até aqui
aconteça. Somente por esse resumo, já percebemos que todos os
indivíduos precisam fazer valer seus direitos, questionar, lutar, reivindicar
o tempo todo, quando outros já deixaram registrado ao longo da história.
No entanto, temos de exigir que as normas e as leis, elaboradas e
decididas coletivamente, não se transformem em direitos de uma
minoria. Trata-se de um trabalho árduo, mas necessário.
Voltando aos termos cidade e cidadania, precisamos ressaltar que a luta
pelos direitos sempre se deu no interior de um espaço territorial e
envolveu quem vai tutelar esses direitos. No caso de uma nação,
estamos falando do Estado. Em outras palavras, a relação das pessoas
com o Estado e com a nação vai determinar e muito a extensão da
cidadania. As pessoas se tornam cidadãos na medida em que começam
a se sentir parte de uma nação e de um Estado.Atualmente, a globalização coloca em xeque essa relação entre os
cidadãos e seus países.
Como é possível estabelecer uma identidade de
pertencimento se fazemos parte cada vez mais de
outros locais? Se falamos inglês melhor do que
dominamos nosso idioma? Se conhecemos bem a
cultura de outros locais em detrimento da nossa?
A internacionalização do sistema capitalista — que se intensificou nos
últimos anos, sobretudo com a acessibilidade da tecnologia, encurtando
16/04/2024, 08:43 Cidadania
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nossas distâncias, abrindo fronteiras e facilitando o acesso a outras
culturas — diminuiu consideravelmente o poder local dos Estados e
provocou uma crise nas identidades nacionais.
Todo esse movimento acabou incidindo diretamente nos direitos
políticos e sociais das pessoas. Por isso há tantos tratados
internacionais, leis propostas internacionalmente e decretos
relacionados à demanda global ou viveríamos em uma ilha, sem contato
com o mundo e com direitos locais não sendo respeitados globalmente.
A cidadania é o conjunto de direitos e deveres
exercidos por um indivíduo que vive em sociedade, no
que diz respeito ao seu poder e grau de intervenção no
usufruto de seus espaços e na sua posição em poder
neles intervir e transformá-los.
Mais do que nunca precisamos discutir sobre cidadania, porque isso
afeta nossas vidas, impacta nossa relação com o outro, com credos
diferentes, orientações políticas distintas, orientações sexuais múltiplas,
com mais ou menos renda, preto, branco, indígena ou mestiço, homem
ou mulher, crianças, idosos, todos precisam ser contemplados de forma
igualitária ou teremos falhado no percurso histórico sobre cidadania.
A colonização deixou marcas em nossa história. A dominação de povos,
o extermínio, a guerra, a escravização, a doença dizimando milhões de
indígenas, a forma como a colonização se apresentou, muito
marcadamente de forma comercial, como um empreendimento, que
estabeleceu de pronto relações hierárquicas e desiguais entre senhores
de engenho e indígenas e africanos escravizados.
O passado tem um peso enorme quando discutimos cidadania,
sobretudo aqui no Brasil. É o que vamos discutir agora, com os detalhes
da formação de cidadãos no país!
16/04/2024, 08:43 Cidadania
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00214/index.html?brand=estacio# 9/63
A cidadania no Brasil
Como nos mostra Carvalho (2004), a escravidão foi um fator
extremamente negativo na formação da cidadania no Brasil. Escravidão
e grande propriedade não se transformaram em ambientes propícios à
formação de futuros cidadãos. Os indivíduos escravizados não podiam
ser chamados de cidadãos, pois não tinham direitos civis básicos à
integridade física. Eram tidos como coisas e podiam ser espancados,
mortos, caso a obediência não fosse uma condição nata.
Segundo Carvalho (2004), os senhores também não eram cidadãos,
apesar de livres, de votarem e serem votados, “eram os homens bons do
período colonial” (p. 21). Faltava-lhes, contudo, o sentido da cidadania,
ou seja, a noção de igualdade de todos perante a lei. Mas a eles estavam
destinadas as funções do Estado, sobretudo as funções judiciárias. Isso
significa que os senhores de engenho transformavam a principal
garantia dos direitos civis em instrumento de poder pessoal. Conforme
Carvalho (2004, p. 21), “o poder do governo terminava na porteira das
grandes fazendas”.
Com essa herança colonial tão negativa, já era de se esperar que a
independência não faria grandes mudanças no desenvolvimento da
cidadania no país. A Constituição outorgada de 1824, que regeu o país
até o fim da Monarquia, estabeleceu os três poderes tradicionais:

Executivo

Legislativo

Judiciário
A Constituição acabou regulando os direitos políticos — definiu quem
podia votar e ser votado. Homens a partir dos 25 anos com renda
mínima de 100 mil réis podiam votar. Já as mulheres, os escravizados e
as crianças não eram considerados cidadãos. Os libertos podiam votar e
os analfabetos também.
Comentário
16/04/2024, 08:43 Cidadania
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00214/index.html?brand=estacio# 10/63
Carvalho (2004) mostra que essa Constituição foi considerada pelos
estudiosos da época muito liberal em comparação a de outros países.
Com o passar do tempo, a urbanização evoluiu, e com o surgimento da
classe operária urbana, as discussões sobre a cidadania foram
reeditadas.
A Constituição de 1824 foi suspensa e o Brasil começa a receber
imigrantes, no período de 1884 a 1920, que se dirigiam, inicialmente,
para as fazendas de café de São Paulo e outra parte se fixava na capital,
sendo empregada na indústria e no comércio. Carvalho (2004) nos
mostra que o movimento operário foi importantíssimo para o
desenvolvimento da cidadania. Segundo o autor, o movimento lutava por
direitos básicos, como o de organização, manifestação, escolha de
trabalho e o momento de fazer greve. Os operários lutaram ainda por
uma legislação trabalhista que regulasse o próprio trabalho, o descanso
semanal, as férias, o seguro de acidentes de trabalho e a aposentadoria.
Foi no governo de Vargas que a história da cidadania
no Brasil foi modificada, especialmente no que
relaciona aos direitos do trabalhador, luta já antiga do
trabalhador brasileiro.
Carvalho (2004) afirma que foi a partir de 1930 que as mudanças sociais
e políticas no país começaram a acontecer de forma mais efetiva com
muitos avanços dos direitos sociais. Observe:
 1930
Nesse ano, ocorre a criação do Ministério do
Trabalho, da Indústria e Comércio. A seguir, houve
uma vasta legislação trabalhista e previdenciária.
Já em relação aos direitos políticos, o autor mostra
que ora tínhamos ditaduras, ora regimes
democráticos.
16/04/2024, 08:43 Cidadania
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00214/index.html?brand=estacio# 11/63
 1937
Ocorre o golpe de Vargas, apoiado pelos militares,
inaugurando um período ditatorial que durou até
1945.
 1945
A partir desse ano, uma nova intervenção militar
derrubou Vargas e pudemos experimentar o que
seria uma experiência de fato democrática. O voto
popular ganha peso e também o processo eleitoral.
Esse período foi nomeado como política populista,
um fenômeno que não era circunscrito apenas ao
Brasil, mas atingiu vários países da América Latina.
 1964
Os militares novamente tomam o poder e
implantam a ditadura. Tudo o que o país ganhou
em termos de direitos civis se perdeu. A maioria foi
suspensa, principalmente a liberdade de expressão,
do pensamento e de organização. Incrivelmente, os
militares permitiram alguns movimentos sindicais,
mas evidentemente ligados ao Estado.
 1985
Com o fim da ditadura, voltam os direitos civis em
cena. Carvalho (2004) diz que essa retomada civil
se dá de maneira ordenada e sem retrocessos.
 1988
N C tit i ã it ti d
16/04/2024, 08:43 Cidadania
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00214/index.html?brand=estacio# 12/63
Os problemas econômicos mais sérios, como a desigualdade e o
desemprego não foram resolvidos pela democracia. Perduram os
problemas da área social, sobretudo na educação, nos serviços de saúde
e saneamento, e houve agravamento da situação dos direitos civis no
que se refere à segurança individual.
Saiba mais
Para Carvalho (2004), durante os 21 anos de Ditadura Militar houve
muitos retrocessos em relação à cidadania. Os avanços nos direitos
sociais e a retomada dos direitos políticos não resultaram, no entanto,
em avanços dos direitos civis. Pelo contrário, foram eles os que mais
sofreram durante os governos militares. O habeas corpus foi suspenso
para crimes políticos, deixando os cidadãos indefesos nas mãos dos
agentes de segurança. A privacidade do lar e o segredo da
correspondência eram violados impunemente.
Prisões ocorriam sem mandado judicial e os presos eram mantidos
isolados e incomunicáveis, sem direito à defesa;submetidos a torturas
sistemáticas por métodos bárbaros que não raro levavam à morte. A
liberdade de pensamento era cerceada pela censura prévia à mídia e às
manifestações artísticas, e, nas universidades, pela aposentadoria e
cassação de professores e pela proibição de atividades políticas
estudantis.
Há algum tempo, a democracia se viu novamente em perigo. Grupos de
extrema direita chegaram ao poder no mundo todo, inclusive na América
Latina. Apoiadores desse movimento ideológico se reuniram, pedindo o
fechamento do Supremo Tribunal Federal, do Congresso Nacional e de
outras instituições democráticas. Muitos ocuparam as ruas pedindo o
retorno da Ditadura Militar.
Nasce a Constituição, com muitas garantias de
direitos civis.
 1989
Ocorre a primeira eleição direta para presidente da
República desde 1960. Ainda assim, a estabilidade
democrática não está fora de perigo.
16/04/2024, 08:43 Cidadania
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00214/index.html?brand=estacio# 13/63
Muitos ocupam as ruas pedindo o retorno da Ditadura Militar. Há
retrocessos imensos em termos de direitos sociais que ameaçam os
direitos políticos, estes já sem respaldo por parte da população.
Ação pública no Rio de Janeiro contra o racismo e as violentas operações policiais nas favelas.
O braço violento do Estado entrou nas favelas e periferias atirando e
matando inocentes. Os direitos humanos foram violados, a imprensa
calada. Uma indústria de fake news se apoderou das redes sociais e
passou a informar por meio de mentiras milhares de brasileiros. Uma
epidemia de um vírus, na época sem quaisquer referências médicas,
assolou globalmente o mundo, parando cidades inteiras,
desestabilizando economias e colocando à prova sistemas de saúde.
Pareceu filme de catástrofe, mas foi a nossa realidade em 2020. Mais
uma vez, a democracia foi questionada e, com ela, todos os direitos que
conquistamos até então.
Problemas centrais de nossa sociedade como a violência urbana, o
desemprego, o analfabetismo, a má qualidade da educação, a oferta
inadequada dos serviços de saúde e o saneamento, e as grandes
desigualdades sociais e econômicas continuam sem solução ou se
agravam, ou, quando melhoram, isso acontece em ritmo muito lento..
Comentário
Há uma nova consciência ambiental em curso, já que a ação do homem
vem destruindo o meio ambiente de forma global, visando, sobretudo, ao
lucro e ao consumo mundial. Diante desse quadro, a cidadania também
se transforma e se apresenta como um fenômeno não mais local —
16/04/2024, 08:43 Cidadania
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00214/index.html?brand=estacio# 14/63
nacional —, mas transnacional, com consequências nas mais diversas
esferas da vida social e individual.
Será possível ainda cultivar a cidadania? É o que veremos a seguir!
Os sujeitos de direitos no
mundo globalizado
A globalização mudou a forma de nos relacionarmos no mundo.
Impossível nos mantermos desconectados ou isolados. A tecnologia
aproxima-nos de um modo que nos sentimos sozinhos no meio da
multidão. Fronteiras abertas, uma mobilidade intensa de pessoas que
carregam as mazelas de doenças globais, quebras de economias,
movimentos políticos conservadores que vão tomando corpo nas
sociedades.
A globalização provocou o enfraquecimento do Estado-nação. Como
será possível agora proteger os direitos dos cidadãos? Será que
podemos falar em termos de uma cidadania global?
Resposta
Se pegarmos exemplos como a União Europeia, vamos ver que o
cidadão não é mais da França, da Espanha, da Itália, mas, sim, um
cidadão europeu. Se antes a cidadania estava inteiramente entrelaçada
à questão do território, agora, com fronteiras territoriais totalmente
abertas, novas formas de espaços se articulam para receber esse
cidadão.
Outros desafios são colocados para as pessoas no mundo
contemporâneo. Não se pode mais pensar a cidadania como no século
passado. Os pesquisadores e articuladores de políticas públicas devem
levar em consideração que, para combater a desigualdade social, é
preciso permitir um desenvolvimento social globalizado. Dessa maneira,
o sentido de cidadania tem de ser reconstruído, não mais em bases da
falta, da ausência, como um ser que precisa de proteção, mas como
sujeitos de direitos proativos, pessoas plurais, com várias identidades
que conversam entre si em espaços articulados da sociedade, isto é:
universidades, redes sociais, palanques, congressos etc.
16/04/2024, 08:43 Cidadania
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00214/index.html?brand=estacio# 15/63
Novos espaços são criados, como o ciberespaço, nos quais parte da
nossa vida acontece. Assim, grupos antes excluídos são capazes de
articular movimentos por meio de hashtags e denunciar seus problemas,
a fim de chamar a atenção das pessoas.
A nova cidadania habilita novos aspectos da vida social para o processo
político e reconfigura as formas de atuação das pessoas.
Esse é o caminho no qual os direitos humanos precisam se firmar diante
de uma sociedade global que enfrente o desafio do multiculturalismo, do
respeito às diversidades, sem perder de vista os valores locais das
diversas culturas.
Atenção!
A educação é crítica, política e aumenta a visão de mundo do ser
humano. Por meio dela, é possível formar cidadãos políticos e
conhecedores da política, da economia, da cultura, da ciência, da
história, dos vários campos da vida e transformar a sociedade de acordo
com as suas necessidades.
Cidadania digital
Já ouviu falar em cidadania digital? Neste vídeo, vamos conhecer essa
nova forma de exercer nossos direitos e deveres.

16/04/2024, 08:43 Cidadania
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00214/index.html?brand=estacio# 16/63
Falta pouco para atingir seus objetivos.
16/04/2024, 08:43 Cidadania
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00214/index.html?brand=estacio# 17/63
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
“Se devessem prevalecer os cidadãos passivos, os governantes
acabariam por transformar seus súditos num bando de ovelhas
dedicadas tão somente a pastar o capim uma ao lado da outra (e a
não reclamar, acrescento eu, nem mesmo quando o capim é
escasso” (BOBBIO, 2001, p. 21).
De acordo com esse pensamento, podemos afirmar que
Parabéns! A alternativa C está correta.
A cidadania é proatividade. O cidadão precisa cobrar seus direitos
quando eles forem violados. Precisa se fazer ouvir, denunciar e
cobrar do Estado a prática da cidadania para todos.
Questão 2
Carlos está montando a sua agenda do fim de semana.
A
a cidadania deve ser exercida apenas quando nos
sentimos afetados pelo autoritarismo do poder
público.
B
a cidadania deve ser passiva, pois ela depende do
pasto que é dado às ovelhas.
C
a cidadania deve ser ativa, ou seja, o indivíduo deve
cobrar, propor e pressionar o tempo todo.
D
a cidadania não fica ameaçada diante dessa
passividade, já que ela é mínima.
E
a cidadania deve ser exercida de forma opcional por
quem deseja.
16/04/2024, 08:43 Cidadania
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00214/index.html?brand=estacio# 18/63
“Mainha, sei não, acho que hoje vou na cerimônia de lavagem do
Bonfim. Mais tarde, vou comer naquele restaurante novo japonês e
fechar a noite no show de reggae. Oxe, viu?”
A partir da leitura deste material e a partir dos planos de Carlos,
podemos inferir que
Parabéns! A alternativa A está correta.
A letra A está correta porque o fato de Carlos jantar em um
restaurante japonês e assistir a um show de reggae indica que ele
sofreu influências culturais, devido ao fenômeno da globalização,
apesar de ainda apresentar influências da própria cultura baiana.
A
Carlos foi influenciado por elementos culturais que
ficam acessíveis por intermédio do fenômeno da
globalização.
B
Carlos tem a sua naturalidade questionada, por não
ter um elemento cultural marcante nos termos de
socialização.
C
Carlos não assimilou aspectos da cultura baiana,uma vez que possui interesses diversos desta.
D
a globalização é um fenômeno que atinge apenas
determinados nichos da sociedade.
E
o fenômeno da globalização não atingiu Carlos, pois
sua agenda é formada por eventos na sua cidade.
16/04/2024, 08:43 Cidadania
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00214/index.html?brand=estacio# 19/63
2 - A Constituição de 1988 e sua grande
importância
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer o papel da
Constituição de 1988 na ordem jurídica brasileira e na aplicabilidade dos
direitos sociais para população brasileira.
A euforia da
redemocratização no país
Para iniciar os estudos deste módulo, vamos assistir a um vídeo sobre
um dos assuntos que serão abordados.
Euforia da redemocratização:
a transição entre os regimes
políticos
Confira o contexto de criação da Constituição de 1988.

16/04/2024, 08:43 Cidadania
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00214/index.html?brand=estacio# 20/63
Quem encara, atualmente, as redes sociais para pedir o retorno da
Ditadura Militar ao Brasil desconhece o perrengue que foi viver sob o
domínio de uma ditadura, em que não se podia criticar, emitir opinião, ter
liberdade de ir e vir sem que a Polícia do Exército parasse você na rua e
pedisse explicações. Período obscuro em que nossas liberdades foram
suspensas e muita violência foi usada com o suposto objetivo de
proteger a sociedade.
Confira as imagens do fotógrafo Evandro Teixeira:
O Brasil, antes que a Constituição de 1988 surgisse, estava
tentando sair do regime político, cujo poder esteve nas mãos
das Forças Armadas. Com o objetivo de evitar uma ditadura
comunista no país, em período de Guerra Fria, os militares
deram um golpe de Estado em 1964, que depôs o Presidente
João Goulart. Jango era vice-presidente em 1960 e acabou
assumindo o poder quando Jânio Quadros renunciou em 1961.
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A ditadura vigorou no Brasil com a anuência do empresariado,
sobretudo aqueles ligados aos bancos e às federações
industriais.
Prisões arbitrárias, torturas, estupros e milhares de
assassinatos, repressão aos movimentos dos trabalhadores,
tudo aconteceu nesse período com o aval das forças militares e
policiais do país. Direitos políticos foram cassados, os meios de
comunicação censurados e a cultura artística e literária
suspensa. Os presidentes que governaram o Brasil nessa época
o fizeram sem o Congresso Nacional.
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Paralelo a isso, houve um intenso crescimento econômico,
industrial e agrícola, em decorrência dos investimentos do
Estado no país, mas é preciso dizer que esse crescimento não
veio acompanhado de uma justa distribuição de renda, pelo
contrário, os mais ricos ficaram milionários graças à grande
concentração nas mãos de poucas pessoas privilegiadas.
: Somente a partir de 1974, o Brasil começa a experimentar uma abertura
lenta e gradual com a intenção de restaurar as liberdades políticas
comuns da democracia representativa. Em 1979, foi decretada a anistia
aos presos políticos e exilados, além de ser dada a permissão para a
formação de novos partidos políticos. Explodem as greves em 1978,
principalmente da região do ABC paulista, o que enfraquece ainda mais
o regime militar.
A ruína do regime militar, entretanto, partiu das inúmeras manifestações
nas principais capitais brasileiras. O povo tomou as ruas pedindo a
realização de eleições diretas para presidente da República. O
movimento foi encampado pelos artistas e pela mídia, e ficou conhecido
como Diretas Já.
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Contrariando o interesse popular, os militares não realizaram a eleição
direta. Mesmo com a derrota da emenda Dante Oliveira, em 1984, que
buscava restaurar integralmente o direito ao voto da população,
Tancredo Neves foi eleito presidente do Brasil pelo Colégio Eleitoral. Mas
o Brasil não estava com sorte. Pouco antes da posse, Tancredo Neves foi
internado e morreu, levando José Sarney ao poder, o primeiro presidente
civil do Brasil depois de 21 anos de Ditadura Militar.
Tal processo de transição controlado por parte dos militares, conhecido
como distensão, resultou em algumas medidas importantes, tais como:
o fim da censura prévia, a revogação daquele que se constituiu do mais
violento Ato Institucional, o AI5; o retorno dos partidos políticos e a lei da
Anistia.
Os militares saíram intocados do governo e permaneceram assim até
hoje. Perderam, contudo, prestígio, legitimidade social e estratégia.
Confira!
Não conseguiram manter sob
controle o processo de liberalização
do sistema político e substituir
gradativamente a coerção da
ditatura por um governo civil de tipo
autoritário.
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(SCHWARCZ; STARLING, 2015, p. 471)
Vemos, assim, uma nova República nascendo. O clima de euforia pelos
movimentos sociais era grande, sobretudo a favor das eleições diretas.
A ordem agora era restaurar os direitos dos cidadãos que deixaram de
existir com a ditadura. Com a eleição de 1986, a Assembleia Constituinte
elaborou uma ampla consulta a pesquisadores, especialistas e a vários
setores da sociedade, a fim de elaborar uma nova Constituição.
Schwarcz e Starling (2015) mostram que a Assembleia Constituinte tem
início em fevereiro de 1987, e a Constituição foi promulgada no ano
seguinte, em 5 de outubro de 1988.
Atenção!
A Constituição tinha uma tarefa importante: encerrar a ditadura e
estabelecer, de uma vez por todas, a democracia no país, além de criar
instituições democráticas sólidas para enfrentar as crises políticas e
reestabelecer os direitos e as liberdades dos brasileiros
Nasce uma Constituição
Cidadã
Veja, a seguir, o discurso de apresentação da Constituição de 1988, por
Ulysses Guimarães:
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Durante vários meses, a figura do deputado Ulysses Guimarães entrava
na casa dos brasileiros, proferindo essas palavras pelos vários
telejornais das emissoras de televisão, em 1988. Em uma audiência
histórica no plenário da Câmara dos Deputados, surgia a Constituição
Federal da República Federativa do Brasil.
Saiba mais
A Carta da República de 1988, também chamada de Constituição
Cidadã, é considerada por vários constitucionalistas como uma das
mais modernas e democráticas do mundo, especialmente no que se
refere ao respeito pelos direitos e garantias individuais do cidadão. É
bom que se diga que uma constituição é um pacto social, sobretudo a de
1988, que teve ampla participação popular. De acordo com Schwarcz e
Starling (2015), a Constituição marca uma ruptura com o modelo
anterior, mais individualista. Ela é cidadã porque incorpora os direitos
dos trabalhadores no rol dos direitos fundamentais, dando a condição de
cláusulas pétreas, ou seja, normas intocáveis que serão mantidas
enquanto a Constituição vigorar.
Na Carta, podemos encontrar 250 artigos e 114 disposições
constitucionais transitórias.
A Constituição foi realizada em um momento que os movimentos
sociais clamavam por direitos humanos. Presentes nas pautas dos
parlamentares que fizeram parte das discussões sobre a Constituição
estavam temas como a qualidade de vida da população, mas também o
desenvolvimento social e a distribuição de renda estavam presentes na
pauta dos parlamentares que participaram da Assembleia Constituinte,
eleita 18 meses após o fim oficial do regime militar.
É preciso jamais esquecer do seu preâmbulo:
Nós, representantes do povo
brasileiro, reunidos em Assembleia
Nacional Constituinte, para instituir
um Estado Democrático, destinadoa assegurar o exercício dos direitos
sociais e individuais, a liberdade, a
segurança, o bem-estar, o
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desenvolvimento, a igualdade e a
justiça como valores supremos de
uma sociedade fraterna, pluralista e
sem preconceitos, fundada na
harmonia social e comprometida, na
ordem interna e internacional, com
a solução pacífica das controvérsias,
promulgamos, sob a proteção de
Deus, a seguinte Constituição da
República Federativa do Brasil.
(CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO
BRASIL,1988)
Somente pelo preâmbulo já fica evidente que a Constituição preza pelos
direitos fundamentais, como vimos anunciando aqui. Além disso, a
Constituição de 1988 rompeu de uma vez por todas com o antigo
regime. Nesse sentido, inclui a prática da tortura, tão presente no período
anterior, como um crime inafiançável.
A Constituição é ponto norteador para que todas as normas do
ordenamento jurídico possam ter legitimidade e serem interpretadas,
para que se tornem aplicáveis na sociedade.
A Constituição brasileira está calcada em cinco fundamentos:
 Soberania
 Cidadania
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Segundo Schwarcz (2019), ela trata de vários assuntos, tais como:
direitos e garantias fundamentais, organização do Estado, dos poderes,
defesa do Estado e das instituições democráticas, tributações, ordem
social. No entanto, há um problema sério que a Constituição ainda não
conseguiu resolver, apesar de deixar expresso por meio das suas leis e
normas: a enorme desigualdade social enraizada entre nós. É
desigualdade econômica, racial, regional, social, de gênero, de geração e
de oportunidades presentes nas várias áreas de atuação, saúde,
educação, moradia, transporte e lazer.
O Legado da Constituição de
1988
Não há dúvida de que os direitos sociais são o grande legado da
Constituição de 1988. Mas estamos respeitando a Constituição até hoje?
Golpes de Estado, impeachment e emendas têm aberto fraturas no
processo constituinte que nos fazem questionar se ainda é possível dar
garantias da democracia constitucional e, por tabela, a todos os direitos
nela inclusos.
 Dignidade da pessoa humana
 Valores sociais do trabalho e da
livre iniciativa
 Pluralismo político
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Segundo Schwarcz (2019), a desigualdade tende a aumentar em países
que não investem no trabalho e na geração de renda e que não
estimulam o consumo de bens culturais. Por essa razão, os países
periféricos são os mais atingidos. Embora a pesquisa realizada pelo
IBGE em 2022 indique redução dos números em comparação à pesquisa
feita em 2018, a desigualdade de renda segue como um problema. Além
disso, a pesquisa mostrou que o número de pessoas na pobreza e na
extrema pobreza ainda é elevado no país.
Comentário
Não adianta apenas registrar direitos em um documento oficial, é preciso
que na prática eles aconteçam. É lógico que nosso passado
escravocrata tem muito a ver com isso. O homem é um ser social e
dotado de direitos fundamentais, que o permitem ser ativo na sociedade.
Assim, como agente social que é, deve ter assegurados determinados
direitos, como os políticos, sociais e econômicos, que o transformam em
ator da história de sua cidadania. O país carrega um passado que
transformou esse homem comum em coisa, em objeto, sendo
escravizado e utilizado como servo e, mesmo depois, por meio do
trabalho assalariado, ainda tem vivido uma condição de explorado.
A Constituição de 1988 estabelece um verdadeiro projeto social para o
Brasil. Ao Estado, por meio de seus vários poderes e instâncias, compete
implantar esse conjunto de objetivos, traduzido em políticas, diretrizes e
metas a serem alcançadas.
O exercício dos direitos depende,
necessariamente, da atuação do
Legislativo, na produção de um
ordenamento jurídico justo, de uma
atuação do Executivo que promova
a implementação de políticas
públicas que atendam às demandas
sociais e de que o Poder Judiciário
facilite o acesso à justiça na
resolução dos conflitos. Estas
condições se estendem, no plano da
Federação, à União, aos Estados e
aos Municípios.
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(ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO, s. d., p. 3)
O cidadão do século XXI precisa ser proativo e promover mudanças na
sociedade. É o tempo todo um exercício de direitos e deveres. A prática
da cidadania vincula-se à instauração da democracia, tendo como
suporte todas as regras presentes na Constituição. Ela está
comprometida com a efetivação dos direitos positivados por meio da
cooperação entre indivíduos e grupos. O respeito aos grupos com
matrizes culturais diferentes é uma premissa que vai gerar novos
sujeitos de direitos, a ampliação do espaço participativo e a efetivação
dos direitos humanos.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
No Brasil, a Constituição de 1988 demonstra uma preocupação
mais explícita com os valores de justiça e liberdade. Nesse contexto,
o exemplo de um direito social contemplado na Constituição
brasileira é a garantia de
Parabéns! A alternativa D está correta.
A liberdade de manifestar o pensamento.
B
igualdade entre homens e mulheres em direitos e
obrigações.
C votar para escolher representantes no Legislativo.
D
acesso à educação, à saúde, ao trabalho e à
moradia.
E exercer o direito de ir e vir livremente.
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A Constituição de 1988 garante vários direitos sociais, tais como:
educação, saúde, moradia, trabalho, mobilidade e outros. Esses
direitos estão baseados em princípios como a Liberdade, a
Igualdade e a Fraternidade.
Questão 2
A Constituição de 1988, conhecida como Constituição Cidadã, foi
considerada uma grande conquista democrática após mais de duas
décadas de regimes militares por garantir amplos direitos à
população brasileira, em vários âmbitos da vida social. Dito isso,
aponte, entre as alternativas abaixo, qual direito não está garantido
na Constituição de 1988.
Parabéns! A alternativa D está correta.
Exatamente a fim de combater uma prática do anterior regime
ditatorial e romper de uma vez por todas com ele, a Constituição
proibiu veementemente a prática de tortura, transformando-a crime
inafiançável.
A
Direito de voto a toda a população, incluindo
analfabetos e adolescentes maiores de 16 anos.
B
Direito ao acesso à Previdência Social pelos
trabalhadores do campo.
C
Garantia do direito amplo de greve aos
trabalhadores.
D
Direito de forças policiais praticarem a tortura para
obter confissões.
E Direito ao trabalho.
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3 - Direitos humanos
Ao �nal deste módulo, você será capaz de de�nir a importância dos
direitos humanos para a prática cidadã.
A importância dos direitos
humanos para a prática
cidadã
Neste vídeo, você verá que toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.
Por que é preciso respeitar os
direitos humanos?

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Não é preciso estudar Direito para entender o que sejam os direitos
humanos. Eles se caracterizam por todos os direitos inerentes aos seres
humanos, independentemente do sexo, da raça, nacionalidade, etnia,
idioma, religião ou qualquer outra condição social. Os direitos humanos
incluem ainda o direito à vida e à liberdade, à liberdade de opinião e de
expressão,o direito ao trabalho e à educação. Todas as pessoas no
mundo merecem esses direitos sem discriminação.
Os direitos humanos são expressamente garantidos
pela Lei de Direitos Humanos, que tem a função de
proteger pessoas e grupos contra quem, por meio de
ações, interfira na liberdade e na dignidade humana.
Sem os direitos estabelecidos para as pessoas, não há como viver em
sociedade. Os direitos humanos regem não somente o modo como os
indivíduos interagem entre si, como também a relação que os indivíduos
têm com o Estado e as obrigações que o Estado tem com o seu povo.
Agora que já compreendemos o que significa direitos humanos,
precisamos entender que toda norma traz em si determinadas
características que as definem e as constituem, assim, veja as cinco
características mais importantes:
 1
Os direitos humanos surgiram do respeito pela
dignidade e pelo valor de cada pessoa.
 2
Os direitos humanos são universais, ou seja, são
direcionados de forma equitativa e sem
discriminação a todos os seres humanos.
 3
Os direitos humanos são inalienáveis, ninguém
pode ficar de fora da atuação desses direitos;
t d d t i li l d
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É preciso que se diga que todos os direitos humanos estão expressos em
tratados, ou seja, “conjuntos de princípios e outras modalidades do
Direito” (NAÇÕES UNIDAS, s. d., n. p). Segundo esse mesmo site, a
legislação proposta pelos direitos humanos obriga os Estados a agirem
de uma forma e os proíbem a se envolverem em determinadas questões
específicas. No entanto, é preciso lembrar que a legislação não
estabelece os direitos humanos. Estes são direitos inerentes a cada
pessoa. Os tratados servem, então, para proteger formalmente os direitos
das pessoas ou grupos contra ações ou abandonos dos governantes.
Por essas e outras razões, regularmente, ouvimos nos noticiários
algumas pessoas pedindo ajuda sobre violações de direitos humanos à
ONU, mas para fazer isso é preciso esgotar todos os recursos jurídicos
no país de origem.
É importante frisar que os direitos humanos não são
apenas leis presentes em um documento. Eles dizem
contudo, a doutrina explica que eles podem ser
limitados em situações específicas, por exemplo, o
direito à liberdade pode ser restringido se uma
pessoa for considerada culpada de um crime
perante um tribunal.
 4
Os direitos humanos são indivisíveis, inter-
relacionados e interdependentes, não se pode
respeitar alguns direitos e outros não. Isso significa
que a negação ou violação de um direito pode
afetar o respeito por outros.
 5
Todos os direitos são considerados importantes e
sem hierarquias, mas é preciso ter sempre em mente
a dignidade e o valor de cada ser humano.
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respeito às decisões que tomamos e situações que
vivenciamos cotidianamente.
Por exemplo, se uma pessoa pública fez algo que nos incomoda, a
maioria não hesita em correr para as redes sociais para compartilhar o
péssimo exemplo. Quando fazemos isso, estamos exercendo um direito
humano — o direito à liberdade de expressão.
Não temos conta de quando os direitos humanos são respeitados, eles
passam quase despercebidos. Nenhuma criança, por exemplo, acorda
comemorando o fato de poder ir para a escola. Mas aqueles que moram
em periferias e encontram suas escolas fechadas, sem professor ou sem
merenda, precisam colocar a boca no trombone para terem seus direitos
respeitados.
Diante do tanto que já discutimos aqui, ficou claro para você a relação
entre direitos humanos e cidadania?
Resposta
Enquanto os direitos humanos garantem as liberdades básicas que uma
pessoa deve ter, desde a sua liberdade de opinião, de ter uma religião, de
ir e vir dentro da sua cidade; a cidadania diz respeito ao fato de as
pessoas usufruírem os direitos que o Estado concede. É uma relação
básica.
Direitos humanos X Direitos
fundamentais
Aposto que você já ouviu a expressão direitos humanos e direitos
fundamentais como sinônimos. Não está errado. Apesar de o conteúdo
de ambos serem os mesmos, observe alguns detalhes a seguir.
Direitos humanos
Constituem um conjunto de direitos e garantias do ser humano, estando
relacionado com igualdade e liberdade e estão expressos no Direito
Internacional.
Direitos fundamentais
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Englobam a coletividade, são os direitos humanos incorporados pela
Constituição, no caso do Brasil, da Constituição cidadã de 1988.
Dessa forma, a Constituição Federal dividiu os Direitos e Garantias
Fundamentais em:
São os direitos ligados ao conceito de pessoa humana e à sua
personalidade, tais como o direito à vida, à igualdade, à
dignidade, à segurança, à honra, à liberdade e à propriedade
(artigo 5º e seus incisos).
São os direitos referentes à educação, saúde, ao trabalho, à
previdência social, ao lazer, à segurança, proteção à maternidade
e à infância e assistência aos desamparados. Sua finalidade é a
melhoria das condições de vida dos menos favorecidos,
concretizando, assim, a igualdade social (a partir do artigo 6º).
Ter nacionalidade significa o vínculo jurídico político que liga um
indivíduo a certo e determinado Estado, fazendo com que este
indivíduo se torne um componente do povo, capacitando-o a
exigir sua proteção e, em contrapartida, o Estado sujeita-o a
cumprir deveres impostos a todos.
Permitem ao indivíduo, por meio de direitos públicos subjetivos,
exercer sua cidadania, participando de forma ativa dos negócios
políticos do Estado (artigo 14).
Direitos relacionados à existência, à organização e à participação
em partidos políticos: Garante a autonomia e a liberdade plena
dos partidos políticos como instrumentos necessários e
Direitos individuais e coletivos 
Direitos sociais 
Direitos de nacionalidade 
Direitos políticos 
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importantes na preservação do Estado democrático de Direito
(artigo 17).
Dessa forma, para Oliveira (2010, p. 23):
Os direitos humanos reportam a
categorias normativas destinadas a
assegurar a dignidade da pessoa
humana, com reconhecimento em
âmbito internacional —
independentemente de vinculação a
uma ordem jurídica interna
específica —, e que os direitos
fundamentais se referem a
categorias normativas, tomando em
conta os direitos humanos
acolhidos, expressa ou
implicitamente, na ordem jurídica de
determinado Estado.
(OLIVEIRA, 2010, p. 65)
Declaração Universal dos
Direitos Humanos
Os direitos humanos possuem um documento-chave, um representante
de todas as ideias contidas no sentido atribuído a eles, chamado de
Declaração Universal dos Direitos Humanos.
16/04/2024, 08:43 Cidadania
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00214/index.html?brand=estacio# 38/63
Esse documento foi elaborado por pessoas de diferentes origens
culturais e jurídicas de todo o mundo. A declaração foi proclamada pela
Assembleia Geral das Nações Unidas em Paris, mais precisamente no
dia 10 de dezembro de 1948, por meio da Resolução 217 A (III) da
Assembleia Geral e foi instituída como uma norma comum a ser atingida
por todos os povos e nações.
Pela primeira vez, uma declaração estabelece a proteção universal dos
direitos humanos.
Curiosidade
A Declaração Universal dos Direitos Humanos surgiu depois de toda
violência e dos assassinatos em massa ocorridos depois da Segunda
Guerra Mundial. Os horrores da guerra estavam estampados nas
pessoas que sobreviveram. Era preciso impedir que aquela barbárie
acontecesse, e um novo mundo precisava ser reconstruído. O documento
marcou, assim, um novo caminho para os países que se envolvessem
em conflitos, pois princípios como a dignidade da pessoa humanaprecisavam ser fortalecidos.
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A declaração pode ser apresentada como princípios regulatórios que
abarcam as ações estatais, mas também as ações dos próprios
cidadãos. É possível resumir todo o seu conteúdo em conceitos como:
cidadania, democracia e paz. Infelizmente, depois de muitos anos desde
o seu nascimento, os direitos contidos na declaração ainda precisam ser
efetivados em diversas nações.
É papel de todas as pessoas �scalizarem e
cobrarem pelos direitos que a declaração
propõe.
Direitos humanos é um assunto que diz respeito a todas as pessoas no
mundo, independentemente de suas diferenças.
Comentário
No entanto, há uma tendência, especialmente no Brasil, em
desconsiderar os direitos humanos e mais ainda a desprezá-los e inclui-
los como categorias ideológicas a serem combatidas. Vimos como os
direitos humanos são reconhecidos como um marco da história
humana. No Brasil, o senso comum geralmente atribui como sinônimo
de direitos humanos, impunidade, injustiça e uma forma de não punição
para bandidos. Trata-se, contudo, de um grande engano que precisa ser
corrigido o quanto antes, tendo em vista a importância de garantir
nossos direitos.
São esses direitos que nos permitem construir uma sociedade inclusiva e
justa, são eles que colocam a lei como parâmetro, e desautorizá-los não
vai melhorar em nada a nossa situação.
Direitos humanos e
contemporaneidade
Aposto que você já assistiu Tropa de Elite (2007). O filme do cineasta
brasileiro José Padilha causou muito barulho na época, sendo, inclusive,
comercializado antes da exibição nos cinemas. Ao apresentar uma
violência institucionalizada na Polícia Militar, o filme, mais do que pura
diversão, mostrou, por meio do exaltado Capitão Nascimento, como
anda a questão dos direitos humanos no Brasil. O filme não aborda
apenas a ação dos policiais do Batalhão de Operações Especiais (BOPE)
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nas favelas do Rio de Janeiro, mas deixa claro lógicas que estruturam,
em nosso país, as relações sociais marcadas pela ausência da lei, pela
violência física e simbólica e por hierarquias de poder que delimitam
quem pode ou não ser designado cidadão.
Veja a seguir algumas expressões que se popularizaram quando há um
debate sobre os direitos humanos.
Essa fala não pode ser atribuída apenas ao Capitão Nascimento
no filme. Ela ganhou uma multidão que passou a repeti-la como
um bordão e a mudar as práticas cidadãs em xeque no país.
Bandido bom, na perspectiva apresentada, seria o cidadão,
aquele capaz de ter direitos, direito de defesa, por exemplo, e, em
uma visão maior, direito à própria vida.
A matéria do jornal O Globo, de 2017, mostrou, de acordo com a
pesquisa do Centro de Estudos em Segurança e Cidadania, da
Universidade Cândido Mendes, que, para 37% dos cariocas, a
frase “Bandido bom é bandido morto” está correta e deve ser
seguida. A mesma reportagem apresenta que, apesar da
diminuição de pessoas que seguem essa crença, segundo uma
pesquisadora desse Instituto, a questão dos direitos humanos
acabou sendo mal compreendida nos últimos tempos.
Ainda há outras sentenças piores, como nos lembra o digital
influencer, Cauê Moura, “Direitos humanos para humanos
direitos”, como se fosse possível naturalizar o fato de que
alguém pode decidir quem vive e quem morre, quem pode ou não
ser portador de direitos. Somente não podemos nos esquecer de
que “toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil”
(ART 1º DO CÓDIGO CIVIL).
A mídia, os produtos da indústria cultural, como o cinema, por exemplo,
contribuem de forma decisiva para a construção dessa imagem mental
de que o bandido não tem correção, não tem solução, não tem jeito,
tampouco merece o direito de viver. Filmes como esse, programas
sensacionalistas, reportagens mal apuradas e subjetivadas ajudam a
afastar a noção correta de direitos humanos dos consumidores desses
“Bandido bom é bandido morto” 
“Direitos humanos para humanos direitos” 
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https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00214/index.html?brand=estacio# 41/63
produtos culturais. Desse modo, toda a história da origem dos direitos
humanos, da globalização e internacionalização de seus sentidos e
aplicabilidades caem por terra. E assim, infelizmente, vamos
acompanhando a trajetória de pessoas que entraram no crime,
encarceradas, sem a menor perspectiva de socialização, sendo
devolvidas precocemente à sociedade, sem uma oportunidade para
recomeçar e já condenadas de antemão.
A representação de como os policiais da dita elite corporativa pensam o
bandido, no filme Tropa de Elite, torna-se mais importante que a própria
realidade. No mundo da chamada pós-verdade, a verdade é o que
menos importa. O que se acha dela, o juízo de valor, esse sim, molda e
organiza toda relação com o mundo. As representações do bandido
como lixo, inimigo, totalmente demonizado, acabam prevalecendo e
reverberando em toda sociedade. Assim, o “bandido bom” nunca deverá
ser o cidadão detentor de direitos, mas o inimigo que deve ser abatido,
com licença para ser morto.
Alunos de escola pública em Salvador, Bahia.
Nesse sentido, entre todos os direitos, a Educação é essencial, pois é ela
que ajudará a desenvolver uma consciência crítica que permita mudar
pensamentos e ações como essa. As pessoas precisam entender que
são sujeitos sociais e que podem transformar a sociedade. Portanto, o
direito à Educação se insere como instrumento de mudança social
prevista na Constituição Federal, art. 205 e na Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional.
A educação, direito de todos e dever
do Estado e da família, será
promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando
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ao pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício
da cidadania […]
(LEI Nº 9.394/96)
As crianças não nascem com conhecimento das leis, dos direitos e
deveres, de cidadania, é todo um processo, um aprendizado contínuo que
passa pela socialização e escolarização, e esse processo precisa ser
efetivado.
A educação pública é um dever básico do
Estado com seus cidadãos.
Para modificar tais concepções de vida que excluem, que designam
quem pode ou não ser portador de direitos, só mesmo por meio da
Educação. Isso porque anunciada desde a consolidação da Declaração
dos Direitos Humanos em 1948, a Educação permite o respeito aos
direitos humanos. Segundo Rutkoski (2006), a Educação envolve
princípios de posicionamento político, tanto para que os grupos que
historicamente foram desfavorecidos na sociedade estejam conscientes
de seus direitos e possam lutar coletivamente por eles quanto para
fortalecer a cidadania.
Atenção!
Dessa forma, por meio da Educação, as pessoas precisam acreditar que
os direitos humanos, na contemporaneidade, são fundamentais para um
salutar convívio na sociedade. Só assim esse discurso que viralizou
deslegitimando os direitos humanos poderá se esvaziar e os valores
civis básicos, como o direito à vida e à dignidade de todas as pessoas,
serão de fato respeitados.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão. Esse
direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de
procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer
meios e independentemente de fronteiras.
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Tal princípio está positivado na(o)
Parabéns! A alternativa Cestá correta.
A Declaração dos Direitos Humanos estabelece uma série de
proposições que vai desde o princípio que garante a lei e a liberdade
das pessoas até o direito de se manifestar sobre as questões da
vida.
Questão 2
A questão da cidadania atrelada aos direitos humanos é um dos
aspectos mais marcantes da contemporaneidade. “A noção clássica
que influencia até hoje a discussão sobre o tema, advém de
Marshall (1967), que afirmava que a cidadania é aquele estatuto
que se concede aos membros de pleno direito de uma comunidade.
Os seus beneficiários são iguais no que respeita a direitos e
obrigações” (BERAS, 2013, p. 36).
A partir das informações apresentadas, avalie as afirmações a
seguir:
I) Ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à
igualdade perante a lei, ou seja, é ter direitos civis.
II) Ser cidadão é também possuir direitos políticos, poder votar, ser
votado, e expressar opiniões ideológicas diversas.
III) Ser cidadão é também possuir direitos sociais, que inclui o direito
à educação, ao trabalho, ao salário justo e à saúde.
A Constituição de 1946.
B Convenção Internacional dos Direitos das Pessoas.
C Declaração dos Direitos Humanos.
D Código Civil.
E Código penal.
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É correto o que se afirma em
Parabéns! A alternativa D está correta.
As três asserções estão corretas porque englobam os conceitos
básicos que definem a cidadania e o papel do cidadão: o direito à
liberdade e à igualdade, o acesso aos direitos políticos e aos direitos
sociais.
4 - O cidadão e a sociedade
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a responsabilidade
do cidadão para a transformação socioambiental, a partir da relação entre
meio ambiente e sociedade.
A I, apenas.
B III, apenas.
C I e II, apenas.
D I, II e III.
E I e III, apenas.
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Responsabilidade ambiental
para a formação do cidadão
Confira a relação entre educação ambiental, responsabilidade ambiental,
responsabilidade social e como o respeito a esses processos permite
estruturar e fortalecer a cidadania.
O meio ambiente e a
sociedade
Há algum tempo, tornou-se rotina ligar a TV e encontrar alguma pauta
nos telejornais sobre o meio ambiente, tais como: efeito estufa,
aquecimento global, geleiras derretendo, animais morrendo, alterações
nos climas, garimpos clandestinos destruindo matas, Amazônia em
chamas. Os desastres naturais nunca foram tão discutidos como agora.
Mas qual a relação entre meio ambiente e sociedade, o
que quer dizer sustentabilidade? Será que eu e você
temos alguma culpa em relação a toda essa
destruição? Temos como mudar a situação?
Essas são algumas questões para refletir aqui neste módulo, afinal,
temos uma responsabilidade com o meio ambiente e, é claro, isso passa
pela questão da cidadania.
O que é o meio ambiente?

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Na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, que
aconteceu em Estocolmo em 1972, definiu-se o meio ambiente como “o
conjunto de componentes físicos, químicos, biológicos e sociais,
capazes de causar efeitos diretos e indiretos em um prazo curto ou longo
sobre os seres vivos e as atividades humanas”. Partindo dessa definição,
é preciso diferenciar duas ciências distintas, mas essenciais para se
estudar o meio ambiente:
Ciências ambientais
Campo amplo, que necessariamente inclui o homem na relação
com o meio ambiente, envolvendo sustentabilidade, planejamento
e gestão ambiental, licenciamento ambiental entre outros
assuntos. Nesse contexto, o homem e o meio ambiente seriam
indissociáveis.
Ecologia
É a ciência que diz respeito a como os organismos interagem uns
com os outros e com o meio físico ao seu redor.
Apesar de distintas, essas duas ciências são importantes no estudo do
meio ambiente, pois conhecer os princípios de uma é essencial para se
compreender completamente a outra.
Ambas fornecem conhecimentos importantes sobre o meio ambiente e
como as pessoas podem preservá-lo ou explorá-lo de maneira consciente
e sustentável.
Sustentabilidade
Sustentabilidade é outra palavrinha mágica nessa questão sobre meio
ambiente. E não, isso não é um papo ecochato. Se quisermos viver bem,
com abundância de recursos naturais, temos de dominar esses assuntos
ou em breve não teremos mais lugar nesse mundo.
Atenção!
Sustentabilidade é simples de se compreender: refere-se ao equilíbrio
entre o que precisamos da natureza e o que oferecemos em troca.
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Significa economizar recursos e utilizar melhor o que consumimos, como
água e energia; é reciclar, diminuir resíduos e poluentes, pensar no
destino de tudo o que produzimos e descartamos, e na origem de tudo o
que utilizamos; é tratar o meio ambiente com responsabilidade.
O termo sustentabilidade está ligado diretamente à ideia de utilização de
algo, sem que, com isso, a capacidade de ser consumida por outras
pessoas termine por esgotá-lo. A sustentabilidade ambiental também
tem esse significado, porém, de maneira mais complexa, por estar ligada
ao meio ambiente e a tudo que o engloba. Assim, as próximas gerações
não ficarão sem suprimentos.
É simples: ser sustentável é ter a responsabilidade de
utilizar, mas também cuidar para que não falte ao
próximo que vai utilizar.
Começamos a ouvir falar de sustentabilidade a partir de 1980, ligada ao
desenvolvimento sustentável. A partir dessa data, pesquisadores,
gestores de políticas públicas e organizações não governamentais
começaram a discutir o crescimento e desenvolvimento das nações sem
a extinção dos recursos naturais. Desde essa discussão, as populações
de todo mundo perceberam que a água, por exemplo, um bem natural
cujo fim jamais havia sido cogitado, poderia desaparecer do planeta.
Nossas ações modificam o meio ambiente para o bem ou para o mal. Se
compreendermos que, sem a água, o oxigênio, os minérios, o solo, a
energia e o calor do sol, as florestas e os animais, não conseguiremos
viver, talvez ações sustentáveis passem a fazer parte do dia a dia das
pessoas de forma consciente.
Saiba mais
Desde março de 2020, durante a pandemia do novo coronavírus, as
pessoas tiveram de cumprir isolamentos sociais para evitar a
propagação do vírus. Isso foi o suficiente para que animais silvestres
pudessem ser encontrados em ruas das grandes cidades e para que
baías e rios, antes poluídos, voltassem a ficar limpos e o ar ficasse
menos poluído.
Por isso, consumir produtos orgânicos, evitar o consumo excessivo de
produtos químicos, reutilizar sempre que possível embalagens, separar o
lixo e incentivar a reciclagem, utilizar transportes menos poluentes; são
pequenas ações, mas que podem transformar nosso meio ambiente.
Nesse sentido, a educação ambiental faz toda a diferença, pois ela
começa a ensinar crianças e adolescentes a lidar com a nova cultura.
Para tal, é importante que, além das escolas, as empresas também
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adotem a sustentabilidade ambiental, incorporando ações que resultem
em um crescimento econômico sem prejuízos ao meio ambiente.
Todos esses conceitos estão interligados e fazem parte do nosso meio
social. Vivemos em cidades cada vez maiores e mais populosas, mas
nem sempre nos damos conta dos custos ambientais que essa escolha
gera. Não analisamos o que e como consumimos, ou como descartamos
nossos rejeitos, e a capacidade da terra de repor tudo que precisamos e
reciclar o que rejeitamos. Consumimos mais do que precisamos e
descartamos muito além do que podemos gerenciar. Hoje os resíduos jásão enviados de um país a outro por termos, cada vez mais, espaços
limitados para o seu armazenamento.
O consumo exacerbado de recursos naturais e a falta
de preocupação com os resíduos gerados são duas
causas primordiais por trás dos impactos que o homem
tem causado ao meio ambiente.
Outro problema que precisamos enfrentar também diz respeito aos
resíduos que são gerados pelo consumo dos recursos naturais pela
população humana. O meio ambiente precisa de tempo para que os
recursos naturais renováveis sejam naturalmente repostos e precisa
também de tempo para que os resíduos gerados possam ser
incorporados pelo sistema. Da mesma forma, para que os serviços
ecossistêmicos sejam mantidos, é preciso que os sistemas naturais
sejam mantidos em funcionamento adequado.
Se consumimos e geramos resíduos em uma velocidade acima da que o
ambiente leva para repor recursos e lidar com os resíduos, então, temos
um problema de insustentabilidade. Aliados à insustentabilidade, estão
os problemas adicionais que esses resíduos causam no meio ambiente.
Isso significa que as próximas gerações sofrerão as consequências mais
severas dos problemas que só recentemente reconhecemos.
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Esses problemas são muitos e serão discutidos neste bloco, mas,
basicamente, referem-se a desequilíbrios diversos nos sistemas vivos e
físicos, já descritos.
Comentário
Como dependemos desses sistemas, estamos comprometendo o futuro
da nossa própria espécie. É claro que já estamos sofrendo as
consequências de nossos atos no presente, mas as gerações futuras
serão mais drasticamente afetadas. Alterações de ordem política, social
e econômica decorrentes da escassez de recursos (como solos férteis e
água, por exemplo) são esperadas, agravando ainda mais a crise
mundial.
O consumo consciente
Outra questão que está no cerne dos problemas ambientais atuais é o
padrão de consumo exacerbado. Embora mais pessoas no mundo,
necessariamente, levem a um aumento do consumo de recursos e
utilização de serviços ambientais, uma proporção da população mundial
tem consumido muito mais recursos do que o restante. Basicamente, o
padrão de consumo dessas pessoas é muito alto.
A área média produtiva que um norte-americano requer para prover tudo
que ele precisa é quase 8 vezes maior que a de um indiano e 2,7 vezes
maior que a de um brasileiro (GLOBAL FOOTPRINT NETWORK, s.d.).
Caso toda a população mundial tivesse o mesmo padrão de consumo
dos americanos, precisaríamos de mais de cinco planetas para sustentar
a população atual.
Assim, além do consumo exacerbado, a desigualdade na distribuição
das riquezas é outro problema.
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Há um abismo na distribuição da riqueza entre os países ditos
desenvolvidos e os subdesenvolvidos. Tal abismo se repete também
dentro de cada país, seja ele desenvolvido, no qual o fosso que separa
ricos e pobres é menor, ou subdesenvolvido, em que o abismo é maior.
Segundo declarou a organização não governamental
britânica Oxfam durante o Fórum Econômico Mundial
(Davos, Suíça), cerca de 7 milhões de pessoas que
compõem o grupo dos 1% mais ricos do mundo
concentram 82% de toda riqueza global gerada em
2017. Nessas condições, a vida torna-se uma batalha
diária e a preocupação com o meio ambiente fica em
segundo plano.
Isso é fácil de entender: se você constantemente passasse fome por não
ter dinheiro para comprar alimentos, mas pudesse obter carne caçando
animais silvestres, você deixaria de caçar? Ou se você mal tivesse
dinheiro para comer, teria preocupação em comprar produtos que
agridem menos o meio ambiente?
E no meio de toda essa dificuldade, grande parte dessa população
miserável ainda é bombardeada por propagandas que a instigam a
buscar o inatingível padrão de consumo dos mais ricos. Isso só faz
crescer a demanda por recursos naturais, os impactos ambientais e a
geração de resíduos e poluição.
A educação ambiental para a
transformação social
A educação é um direito de todos os cidadãos e um processo de
transmissão de culturas, saberes e conhecimentos. Por meio da
educação, é possível garantir a nossa socialização, que começa ainda
pela família e se estende de maneira formal pela escola.
A educação traz conhecimento e, portanto,
favorece nosso desenvolvimento social,
econômico e ambiental.
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A educação ambiental, como todo processo educacional, “busca
desenvolver as potencialidades das pessoas, a fim de favorecer uma
melhor relação humano-ambiente, ou seja, com todo o meio que nos
cerca” (ANDRADE; BONFIM, 2018, p.13). Dessa forma, ela representa
uma importante ferramenta para enfrentarmos o desafio imposto pela
questão ambiental.
Uma nova relação entre homem e natureza é proposta no seio da
educação ambiental, em que ambos andam lado a lado, constituindo
uma das bases do desenvolvimento sustentável, que leva a um
envolvimento maior da população nas decisões e ações ambientais. A
população deixa de ser passiva e passa a ser ativa e participativa.
Entendem-se por educação
ambiental, os processos por meio
dos quais o indivíduo e a
coletividade constroem valores
sociais, conhecimentos, habilidades,
atitudes e competências voltadas
para a conservação do meio
ambiente, bem de uso comum do
povo, essencial à sadia qualidade de
vida e sua sustentabilidade.
(LEI Nº 9.795/1999)
Nas escolas, a educação ambiental deverá fazer parte de todos os níveis
de ensino, como tema transversal, ou seja, presente em todas as
disciplinas.
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Aprender sobre o meio ambiente desde pequeno é um dos recursos que
possibilita a sensibilização e a preparação da população para colaborar
na solução dos problemas ambientais que afligem o planeta. Por meio
do estudo, busca-se conscientizar as pessoas a respeito da gravidade
dos problemas ambientais e desenvolver técnicas e métodos que
permitam a ação da sociedade em defesa do meio ambiente.
A partir do momento que a educação ambiental se torna uma realidade
na sociedade, ela fomenta cidadãos mais conscientes, capazes de
desenvolver laços com outros cidadãos, fortalecendo o senso individual
e coletivo a partir das ações em busca de alternativas e soluções para os
problemas ambientais que vivemos. E o compartilhamento de
informações leva os indivíduos a ações, que podem ser desde as mais
simples, como fechar a torneira enquanto estiver escovando os dentes,
até técnicas mais sofisticadas de reutilização de resíduos.
Segundo Marcatto (2002), a Lei nº 9.795/99 é a mais recente e
importante para a educação ambiental, pois define os princípios relativos
que deverão ser seguidos em todo o país. A norma foi regulamentada em
25 de junho de 2002 por meio do Decreto nº 4.281, e estabelece que
todos tenham direito à educação ambiental, sendo esta um dispositivo
fundamental para respaldar e direcionar as ações de educação
ambiental nos diversos espaços de ensino.
Saiba mais
Você já ouviu falar na Rio-92?
A Rio-92, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento e
Meio Ambiente, realizada no Rio de Janeiro, em 1992, foi importante
para estabelecer ações para educação ambiental. A Agenda 21 definiu
2.500 recomendações para o fortalecimento da sustentabilidade e, entre
essas recomendações, a educação ambiental foi incorporada
definitivamente como processo indispensável ao desenvolvimento de
sociedades sustentáveis. Alguns objetivos são:
respeitar e cuidar da comunidade de vida;
integridade ecológica;
justiça social e econômica;
democracia, não violência e paz.
Tais orientações e novos olhares para a natureza direcionam ao
caminho do desenvolvimento sustentável,possibilitando mudanças no
sistema político e social. As mudanças caminham para redução dos
conflitos homem-natureza, levando a uma sociedade mais sustentável. A
nossa forma de agir no mundo ainda se baseia no capitalismo
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selvagem, no consumo desenfreado, na geração de riqueza e na busca
incessante por um progresso que nunca chega.
O problema é que essa postura gera subprodutos que ameaçam a nossa
própria existência. Por isso, precisamos de uma nova ética, para mudar
nossa postura frente ao mundo e frente às pessoas com as quais o
dividimos.
Cidadania e meio ambiente
O que podemos fazer para reverter esse destino e por que não
começamos logo?
Essa é uma questão que exige uma mudança de paradigma que inclui o
nosso modelo de crescimento econômico, mas a mudança requer
também mudanças individuais na maneira como vemos o mundo e o
nosso papel nele.
Muitas pessoas precisam da sensação imediata de perda individual para
reagirem. Infelizmente, não podemos depender somente desse
sentimento. Devemos fazer uso da nossa capacidade diferencial de
prever acontecimentos futuros e da nossa consciência — que, para
muitos, são características que nos diferenciam dos outros animais.
Precisamos ainda de um sentimento coletivo altruísta, de que todos
importam e não somente os que estão aqui e agora ao nosso redor.
Exemplo
A pandemia do novo coronavírus trouxe uma realidade desconhecida.
Primeiro, foi preciso encarar o distanciamento social; em seguida, o uso
de máscaras em ambientes públicos, uma prática comum em países
orientais. Se tivéssemos pensado no outro e mantido as duas ações,
talvez não teríamos perdido tantas vidas. O homem anda muito egoísta
ultimamente.
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Os cientistas têm feito parte do trabalho, estudando os impactos no
meio ambiente e alertando a sociedade para as consequências de todas
as modificações que presenciamos. No entanto, as medidas necessárias
para solucionar os problemas ainda são frágeis. A relação entre a
sociedade e o meio ambiente tem sido bastante discutida em todas as
nações no mundo.
O Brasil possui grande parte dos recursos naturais de todo o Planeta,
com o maior rio do mundo, o Amazonas, e a maior floresta tropical. Por
isso, o cidadão brasileiro precisa desenvolver a consciência de que a
preservação do meio ambiente é garantia de seu bem-estar, de sua saúde
e de sua sobrevivência.
Todos nós somos responsáveis pelo meio que nos cerca. Quando um
cidadão que está no trânsito abre a janela do seu carro para jogar um
copo de plástico na rua, ele precisa ter em mente que o plástico vai
demorar mais de cem anos para se decompor. Esse material vai se
acumular nos bueiros e quando uma chuva em abundância cair, a cidade
ficará submersa, entrando água nas casas das pessoas e provocando
doenças e tragédias.
A natureza anda reclamando das ações
destrutivas do homem...
Tsunamis, furacões, enchentes devastadoras, deslizamentos em áreas
urbanas, calor intenso ou invernos glaciais. Doenças desconhecidas que
nos atormentam acabam sendo o resultado da péssima relação do
homem com os animais, do crescimento das cidades e do aumento das
populações urbanas e das ocupações em lugares de risco.
As soluções para, pelo menos, minimizar esse circuito de destruição do
meio ambiente seriam, por exemplo:
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Utilizar materiais menos agressivos, como embalagens que
facilitassem não somente a reutilização, mas também o
descarte.
A reciclagem, que nada mais é do que o reaproveitamento dos
materiais descartados pelo homem, seja pelo excesso de
consumo, seja pelo fim da mercadoria.
O uso de uma energia alternativa, com a luz solar.
Além disso, a sustentabilidade na produção e no desenvolvimento de
produtos, bem como um planejamento urbano e uma real política de
conservação das matas, florestas e solo. Essas são algumas soluções
capazes de retardar esse processo de degradação do meio ambiente.
Todas essas propostas de ações são possíveis de acontecerem, mas
desde que o cidadão faça a sua parte. O descarte correto do lixo,
saneamento básico e uma economia interplanetária da água é
imprescindível. Dessa forma, o meio ambiente poderá ser preservado e
poderemos sobreviver a um futuro bem próximo.
16/04/2024, 08:43 Cidadania
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
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Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
(Adaptada: FEPESE – 2011) Enchentes devastadoras,
desmoronamento de encostas, destruição de pontes e estradas são
algumas consequências das mudanças climáticas que estamos
vivendo. Dito isso, assinale a alternativa que menciona algumas das
causas desses eventos.
Parabéns! A alternativa D está correta.
O meio ambiente anda reclamando da péssima relação que o
homem tem com o meio em que vive. Há uma falta de
responsabilidade com as ações ambientais, sobretudo por falta de
uma política de planejamento das cidades que permitam um
convívio harmonioso entre o homem e o seu meio.
Questão 2
A
A influência das tempestades solares cada vez mais
violentas.
B
A alteração do eixo de inclinação do planeta,
causando grande movimentação das massas de ar
na atmosfera.
C
A atividade vulcânica, o aumento de furacões e
tornados e a mudança do regime das marés.
D
O crescimento das cidades e da população urbana,
com a consequente alteração do curso dos rios,
ocupação de encostas e locais de risco.
E A erosão causada por rios e mares.
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Uma das práticas a serem adotadas visando à efetiva conservação
da natureza e ao desenvolvimento sustentável é, sem dúvida, a
educação ambiental. Considerando os diferentes aspectos desse
processo, assinale a alternativa incorreta.
Parabéns! A alternativa A está correta.
A lei incentiva que a partir de pequenas ações individuais, o meio
ambiente pode ser transformado, e essas ações ajudarão no
coletivo, pois por meio da educação ambiental, as pessoas serão
multiplicadoras, capazes de se organizarem e organizarem o meio
ambiente.
A
Lei Federal nº 9.795/99, que dispõe sobre a Política
Nacional de Educação Ambiental, estipula que ela
não seja uma prática instituída como disciplina
específica no currículo de ensino.
B
A participação coletiva corresponde a um dos
objetivos fundamentais da educação ambiental na
lei brasileira, sendo incentivada em detrimento da
participação individual.
C
A interdisciplinaridade representa um princípio da
educação ambiental não só no Brasil como também
no cenário internacional.
D
A abordagem participativa integra as populações
locais na conservação de um ambiente, sendo os
insucessos encarados como parte do processo de
aprendizagem.
E
A educação ambiental deve ser ensinada desde os
primeiros anos de escola.
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Considerações �nais
Ter uma constituição é fundamental para a organização da sociedade,
além disso, uma constituição considerada cidadã é essencial para a
construção de um Estado Democrático de Direito. Por esse motivo,
devemos respeitar e defender a nossa Constituição com todas as forças,
pois ela permitirá direitos e garantias fundamentais, de cunho individual
e coletivo.
A Constituição de 1988 externalizou princípios, valores e direitos. Por
essa razão, a cidadania, como atualmente é compreendida, significa a
prática de quem pode usar e fruir

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