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1 DIREITO PENAL EXERCÍCIOS: APLICAÇÃO DA LEI PENAL 2 QUESTÕES 01. Sendo o concurso de pessoas operado no território brasileiro, mas o crime sendo integralmente executado no exterior, aplica-se ao partícipe e ao coau- tor: A) Quanto ao coautor o princípio da Ubiquidade, sendo punido pela Lei Brasileira ou pela Lei Estrangeira. B) A Lei Brasileira. C) A Lei estrangeira. D) Irá depender de onde ambos estejam no momento da instrução penal. 02. Com relação a lugar do crime e territorialidade e extraterritorialidade da lei penal, conforme previstos no CP, assinale a opção correta. A) Nos crimes tentados, o lugar do crime será onde o agente pretendia que ti- vesse ocorrido a consumação do delito. B) Nos crimes conexos, não se aplica a teoria da ubiquidade, devendo cada crime ser julgado pela legislação penal do país em que for cometido. C) No concurso de pessoas, o lugar do crime será somente aquele em que ocor- rerem os atos de participação ou coautoria, independentemente do local do re- sultado. D) No crime continuado, somente será aplicada a lei nacional quando todos os fatos constitutivos tiverem sido praticados em território brasileiro, por se tratar de delito unitário. E) Nos crimes complexos, não se aplica a teoria da ubiquidade, mesmo que o de- lito-meio tenha sido cometido em território brasileiro. 03. No que diz respeito ao lugar do crime, o CP adotou a teoria: A) do resultado, ou seja, considera-se praticado o crime no lugar onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. B) da ubiquidade, ou seja, considera-se praticado o crime no lugar em que ocor- reu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. C) da atividade, ou seja, considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte. D) da extraterritorialidade, ou seja, considera-se praticado no Brasil o crime co- metido no estrangeiro contra a vida ou a liberdade do Presidente da República. E) da territorialidade estendida, ou seja, considera-se praticado no Brasil o crime cometido a bordo de embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou privada, onde quer que se encontrem. 3 04. Assinale a alternativa correta sobre a teoria da ubiquidade utilizada no Direito Penal e que trata do lugar do crime. A) Considera-se praticado o delito no local no qual se produziu ou deveria ter sido produzida a ação, ainda que tenha sido outro o lugar do resultado. B) O lugar do crime é aquele onde o resultado se verificou, pouco importando o lugar no qual a ação ou omissão se deu. C) O lugar do crime é aquele no qual se realizou a ação ou a omissão, tanto quanto o lugar onde se realizou ou deveria ter sido realizado o resultado. D) O lugar do crime é aquele onde o agente é capturado em razão da prática do fato tipificado como infração penal. 05. Segundo o Código Penal Brasileiro, nos dispositivos da parte geral que disciplinam a aplicação da lei penal sobre tempo e lugar dos crimes, assinale a alternativa correta. A) Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte. B) Nos delitos dolosos, considera-se praticado o crime tão somente no momento da ação. C) Considera-se praticado o crime no momento da omissão, contanto que seja o mesmo momento do resultado. D) Considera-se praticado o crime no lugar apenas onde se produziu o resultado. E) Nos crimes tentados, o lugar do crime não abrange aquele em que se desen- volveram os atos executórios, mas tão somente abrange aquele em que deveria produzir-se o resultado. 06. Sobre o lugar do crime, considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu: A) a ação ou a omissão, salvo se fora do território nacional. B) ou não, a omissão, no todo ou em parte. C) ou não, a ação, no todo ou em parte, bem como onde deveria, ou não, se pro- duzir o resultado. D) a ação ou a omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu, ou deveria produzir-se, o resultado. E) a omissão, salvo se praticado em aeronave ou embarcação brasileira. 07. Um brasileiro, João, que reside em Buenos Aires, Argentina, decide matar um desafeto, José, que reside na cidade de Alumínio, SP, Brasil. João, em sua residência, fabrica uma “carta-bomba”, no dia 10, e, no mesmo dia, posta o 4 objeto em uma unidade dos correios de Buenos Aires, com destino a Alumí- nio. O artefato é recebido por José, em Alumínio, no dia 20. No dia 25 é aberto, explode e mata José. Com relação à aplicação da Lei Penal, e de acordo com os arts. 4º e 6º do CP, assinale a alternativa que traz, respectivamente, o dia do crime e o local em que ele foi praticado. A) 10; apenas Buenos Aires. B) 10; Buenos Aires ou Alumínio. C) 20; apenas Alumínio. D) 25; apenas Alumínio. E) 25; Buenos Aires ou Alumínio. 08. Acerca da aplicação da lei penal, assinale a opção correta. A) Não ficarão sujeitos à lei brasileira, quando cometidos no estrangeiro, os delitos praticados contra a administração pública por quem está a seu serviço. B) Consideram-se como extensão do território brasileiro as embarcações e aero- naves brasileiras de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras mercantes ou de propriedade privada, onde quer que se encontrem. C) A lei posterior que, de qualquer modo, favorecer o agente se aplicará aos fatos anteriores, desde que estes não sejam abarcados por sentença condenatória transitada em julgado. D) No caso do crime de extorsão mediante sequestro, se, durante o período em que a vítima se encontre sob o poder dos sequestradores, passar a viger norma penal que preveja majoração da pena, será aplicada a lei penal anterior, mais fa- vorável aos autores. E) Considerar-se-á praticado o crime no lugar em que ocorrer a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produzir ou deveria se produzir o resul- tado. 09. O artigo 6° do Código Penal dispõe que "considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado." No aludido artigo, foi adotada a teoria da: A) territorialidade. B) extraterritorialidade. C) atividade. D) ubiquidade. E) anterioridade. 5 10. Carlos, brasileiro em visita ao Paraguai, após uma discussão com um co- merciante local, vem a ser baleado. Ferido, consegue voltar para o Brasil, onde recebe socorro e assim sobrevive. A alternativa que indica se a lei penal brasileira poderá ou não ser aplicada ao caso é: A) não, pois a ação se deu no território de outro país. B) sim, pois se trata de caso de extraterritorialidade da lei penal. C) sim, pois o resultado, caso ocorresse, teria se dado em território nacional. D) não, pois a lei penal brasileira poderá ser aplicada se o agressor ingressar no Brasil. E) não, pois a lei penal brasileira seria aplicável se Carlos tivesse morrido em solo pátrio. 11. A respeito da aplicação da lei penal, julgue o item a seguir. Para fins de valoração do lugar do crime, o Código Penal adota a teoria da ubiquidade. ( ) CERTO ( ) ERRADO 12. Em relação ao direito penal, julgue o item a seguir. No Código Penal brasileiro, adota-se a teoria da ubiquidade, conforme a qual o lugar do crime é o da ação ou da omissão, bem como o lugar onde se pro- duziu ou deveria produzir-se o resultado. ( ) CERTO ( ) ERRADO 13. Julgue o item que se segue, à luz dos dispositivos do Código Penal (CP). Lugar do crime, para os efeitos de incidência da lei penal brasileira, é aquele onde foi praticada a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como aquele onde se produziu ou, no caso da tentativa, teria sido produzido o resultado. ( ) CERTO ( ) ERRADO 14. Considerando os princípios do direito penal e as disposições referentes à aplicação da lei penal no tempo e no espaço, julgue o item a seguir.6 Para efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade pri- vada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. ( ) CERTO ( ) ERRADO 15. Julgue o item seguinte, relativo à teoria da norma penal, sua aplicação temporal e espacial, ao conflito aparente de normas e à pena cumprida no estrangeiro. Considere a seguinte situação hipotética. A bordo de um avião da Força Aérea Brasileira, em sobrevoo pelo território argentino, Andrés, cidadão guatemalteco, disparou dois tiros contra Daniel, cidadão uruguaio, no decorrer de uma discussão. Contudo, em virtude da ina- bilidade de Andrés no manejo da arma, os tiros atingiram Hernando, cidadão venezuelano que também estava a bordo. Nessa situação, em decorrência do princípio da territorialidade, aplicar-se-á a lei penal brasileira. ( ) CERTO ( ) ERRADO 16. Acerca da legislação penal e processual penal, julgue o item a seguir. A lei penal brasileira aplica-se, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, a crime cometido no território nacional. ( ) CERTO ( ) ERRADO 17. A respeito da aplicação da lei penal brasileira e da punibilidade, julgue o item que se segue. Para fins de aplicação da lei penal, consideram-se extensão do território na- cional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou pri- vada, onde quer que se encontrem. ( ) CERTO ( ) ERRADO 18. Acerca dos princípios que regem a aplicação da lei penal, julgue o item a seguir. 7 A lei penal brasileira aplica-se ao crime cometido no território nacional, inde- pendentemente da nacionalidade do agente. ( ) CERTO ( ) ERRADO 19. A respeito da aplicação da lei penal, julgue o item a seguir. Aplica-se a lei penal brasileira aos crimes cometidos em aeronaves estrangei- ras de propriedade privada durante seu sobrevoo no espaço aéreo brasileiro. ( ) CERTO ( ) ERRADO 20. No item seguinte, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada. Laura, funcionária pública a serviço do Brasil na Inglaterra, cometeu, naquele país, crime de peculato. Nessa situação, o crime praticado por Laura ficará sujeito à lei brasileira, em face do princípio da extraterritorialidade. ( ) CERTO ( ) ERRADO QUESTÕES COMENTADAS COMENTÁRIO QUESTÃO 01: Prezado concurseiro, sendo o concurso de pessoas operado no território brasi- leiro, mas o crime sendo integralmente executado no exterior, aplica-se ao partí- cipe e ao coautor a Lei Brasileira. Segundo Cleber Masson: No tocante ao coautor e ao partícipe, operando o concurso de pessoas no terri- tório brasileiro, aplica-se a lei penal nacional, ainda que o crime tenha sido inte- gralmente executado no exterior. (2018, p. 170)." Ainda sobre o tema, importante destacar que para se aferir o local do crime o CP adota a Teoria da Ubiquidade ou mista, sendo o lugar do crime tanto aquele em 8 que praticada a conduta (ação ou omissão) quanto aquele em que se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omis- são, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. GABARITO: LETRA B. COMENTÁRIO QUESTÃO 02: Quanto ao lugar do crime, a previsão está no Código Penal em seu artigo 6º: Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omis- são, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Existem três teorias que busca resolver o conflito de leis no espaço: • Teoria da Ação/Atividade – considera lugar do crime o da conduta crimi- nosa. • Teoria do Resultado/Efeito – considera lugar do crime o do resultado/con- sumação. • Teoria da Ubiquidade/Unidade/Mista – considera lugar do crime tanto o da conduta quanto do resultado. Como vimos, adota-se no Brasil a Teoria da Ubiquidade ou Mista. Mas o que é ubiquidade? Vamos entender o significado desse termo. Segundo o Dicionário Aurélio UBIQUIDADE é o “fato de estar presente em toda a parte ao mesmo tempo”. É um sinônimo de Onipresença. Assim, segundo o cris- tianismo, Deus teria o dom da ubiquidade. A Teoria da Ubiquidade parte da mesma lógica, considera o crime onipresente, ou seja, o crime teria o “dom” da ubiquidade, sendo considerado ocorrido tanto no lugar da ação/omissão quanto no do resultado. No entanto, em alguns casos, não há aplicação da ubiquidade. Veja a lição dou- trinária de Cleber Masson: 9 A teoria da ubiquidade não se aplica nos seguintes casos: a) Crimes conexos: São aqueles que de algum modo estão relacionados entre si. Não se aplica a teoria da ubiquidade, eis que os diversos crimes não constituem unidade jurídica. Deve cada um deles, portanto, ser processado e julgado no pais em que foi cometido. (...) MASSON, Cleber. Direito Penal Esquematizado. volume 1, p. 145-146. Assim, nos crimes conexos, não se aplica a teoria da ubiquidade, devendo cada crime ser julgado pela legislação penal do país em que for cometido. Vamos aos erros das demais alternativas. Letra a) Como visto, considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir- se o resultado. Assim, nos crimes tentados, o lugar do crime será da ação ou omissão, ou onde o agente pretendia que tivesse ocorrido a consumação do delito Letra c) Aplica-se a ubiquidade. Tanto ação, quanto resultado. Letra d) O erro está no termo "somente". Trata-se da lição de Damásio de Jesus: É aplicável a lei nacional quando algum dos fatos constitutivos tenha sido prati- cado em nosso território, porque, na doutrina jurídica, em qualquer dessas for- mas criminosas, trata-se de delito unitário. JESUS, Damásio de. Código Penal Anotado. p. 35. Letra e) O CRIME COMPLEXO é aquele que resultado a junção de dois tipos penais. Por exemplo, ROUBO = FURTO + AMEAÇA. A doutrina não aponta os crimes complexos como exceção a aplicação da teoria da ubiquidade. 10 GABARITO: LETRA B. COMENTÁRIO QUESTÃO 03: Segundo o Dicionário Aurélio UBIQUIDADE é o “fato de estar presente em toda a parte ao mesmo tempo”. É um sinônimo de Onipresença. Assim, segundo o cris- tianismo, Deus teria o dom da ubiquidade. A Teoria da Ubiquidade parte da mesma lógica, considera o crime onipresente, ou seja, o crime teria o “dom” da ubiquidade, sendo considerado ocorrido tanto no lugar da ação/omissão quanto no do resultado. Assim, considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omis- são, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. GABARITO: LETRA B. COMENTÁRIO QUESTÃO 04: De acordo com o Dicionário Aurélio UBIQUIDADE é o “fato de estar presente em toda a parte ao mesmo tempo”. Dessa forma, praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o efeito. GABARITO: LETRA C. COMENTÁRIO QUESTÃO 05: Questão sobre o lugar e tempo do crime, nos crimes consumados e tentados. Para resolvê-la, bastava ao candidato saber o artigo 4º e 6º do CP: Art. 4º, CP - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. Art. 6º, CP - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir- se o resultado. Gabarito: letra A. a) Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte. 11 CORRETA, de acordo com o que já foi explicado. Destaque-se, apenas, que a ex- pressão em parte se relaciona ao crime tentado. b) Nos delitos dolosos, considera-sepraticado o crime tão somente no momento da ação. INCORRETA. Tanto na ação, quanto na omissão: considera-se praticado o crime quando uma ou outra ocorrer. c) Considera-se praticado o crime no momento da omissão, contanto que seja o mesmo momento do resultado. INCORRETA. Ainda que seja outro o momento do resultado, considera-se o crime praticado na ação ou na omissão. d) Considera-se praticado o crime no lugar apenas onde se produziu o resultado. INCORRETA. Quanto ao lugar do crime, aplica-se o princípio da ubiquidade. Art. 6º, CP: Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir- se o resultado. e) Nos crimes tentados, o lugar do crime não abrange aquele em que se desen- volveram os atos executórios, mas tão somente abrange aquele em que deveria produzir-se o resultado. INCORRETA. Abrange um e outro, de acordo com o princípio da ubiquidade. Ar- tigo 6º, CP: Art. 6º, CP: Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir- se o resultado. GABARITO: LETRA A. COMENTÁRIO QUESTÃO 06: A alternativa correta é a D, e consequentemente, pelo mesmo fundamento, as demais estão incorretas. A previsão está no Código Penal em seu artigo 6º: 12 Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omis- são, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. GABARITO: LETRA D. COMENTÁRIO QUESTÃO 07: A alternativa CORRETA é a letra B. DIA DO CRIME: 10 Quando se considera ocorrido um crime? No momento da ação, ou seja, quando alguém “dá um tiro para matar”? No momento do resultado, ou seja, quando a vítima “morre”? O artigo 4º do Código Penal responde isso: Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. No Brasil, portanto, quanto ao tempo do crime, aplica-se da TEORIA DA ATIVI- DADE, ou seja, considera-se ocorrido no momento da ação ou da omissão. Ilus- trando, o tempo do crime seria quando alguém “dá um tiro para matar”. No caso, a carta foi postada dia 10 (DIA DA AÇÃO), logo, esse é o dia do crime, mesmo que o resultado (explosão) tenha ocorrido só no dia 25. LOCAL DO CRIME: BUENOS AIRES ou ALUMÍNIO Na questão, considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação (pos- tagem da carta: Buenos Aires), bem como onde se produziu (explosão: Alumínio). GABARITO: LETRA B. COMENTÁRIO QUESTÃO 08: Acerca da aplicação da lei penal, assinale a opção correta. e) Considerar-se-á praticado o crime no lugar em que ocorrer a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produzir ou deveria se produzir o resul- tado. 13 (CORRETA). Com base na regra do art. 6º do CP, a lei adotou a teoria mista (ubi- quidade), ou seja, o lugar do crime é tanto aquele em que foi praticada a conduta (ação ou omissão) quanto aquele em que se produziu ou deveria produzir-se o resultado. a) Não ficarão sujeitos à lei brasileira, quando cometidos no estrangeiro, os delitos praticados contra a administração pública por quem está a seu serviço. (ERRADA). Na verdade, ficarão sujeitos à lei brasileira, embora praticados no es- trangeiro, os delitos cometidos contra a administração pública por quem está a seu serviço, conforme previsão do art. 7º, inciso I, alínea c, do CP. Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: [...] b) Consideram-se como extensão do território brasileiro as embarcações e aero- naves brasileiras de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras mercantes ou de propriedade privada, onde quer que se encontrem. (ERRADA). Em realidade, as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pú- blica ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto- mar, a teor do art. 5º, § 1º, do CP. § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. c) A lei posterior que, de qualquer modo, favorecer o agente se aplicará aos fatos anteriores, desde que estes não sejam abarcados por sentença condenatória transitada em julgado. (ERRADA). Irá favorecer o agente ainda que haja sentença condenatória transi- tada em julgado, em compasso com o art. 2º, parágrafo único, do CP. Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. 14 d) No caso do crime de extorsão mediante sequestro, se, durante o período em que a vítima se encontre sob o poder dos sequestradores, passar a viger norma penal que preveja majoração da pena, será aplicada a lei penal anterior, mais fa- vorável aos autores. (ERRADA). Na hipótese de delito de extorsão mediante sequestro (crime perma- nente), ainda que a conduta criminosa tenha se iniciado durante a vigência de uma lei (mais favorável aos agentes), e prossiga durante o império de outra, será aplicada a lei nova, ainda que mais severa (gravosa) aos autores do crime, como define a súmula 711 do STF. Súmula 711, STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. GABARITO: LETRA E. COMENTÁRIO QUESTÃO 09: A previsão está no Código Penal em seu artigo 6º: Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omis- são, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Assim, o artigo 6° do Código Penal dispõe que "considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado." No aludido artigo, foi adotada a teoria da ubiquidade. GABARITO: LETRA D. COMENTÁRIO QUESTÃO 10: Carlos, brasileiro em visita ao Paraguai, após uma discussão com um comerciante local, vem a ser baleado. Ferido, consegue voltar para o Brasil, onde recebe so- corro e assim sobrevive. A alternativa que indica se a lei penal brasileira poderá ou não ser aplicada ao caso é: c) sim, pois o resultado, caso ocorresse, teria se dado em território nacional. (CORRETA). A discussão acerca do local do crime tem pertinência somente em relação aos crimes a distância, também conhecidos como crimes de espaço má- ximo, ou seja, aqueles em que a conduta é praticada em um país e o resultado 15 vem a ser produzido em outro (exige-se a pluralidade de países). Em função disso, em relação à tentativa (situação de Carlos que sobreviveu), o lugar do crime abrange aquele em que se desenvolveram os atos executórios, bem como aquele em que deveria produzir-se o resultado. Pela teoria mista ou da ubiquidade, adotada pelo Código Penal, o lugar do crime é tanto aquele em que foi praticada a conduta (ação ou omissão) quanto aquele em que se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Desse modo, a lei penal brasileira poderá ser aplicada ao caso narrado. § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo ante- rior: a) não foi pedida ou foi negada a extradição; b) houve requisição do Ministro da Justiça. a) não, pois a ação se deu no território de outro país.(ERRADA). Vide comentário da alternativa C. b) sim, pois se trata de caso de extraterritorialidade da lei penal. (ERRADA). Tratando-se de extraterritorialidade condicionada, a lei penal brasileira é subsidiária em relação aos crimes praticados fora do território nacional, elenca- dos pelo art. 7º, inciso II, e § 3º, do Código Penal. d) não, pois a lei penal brasileira poderá ser aplicada se o agressor ingressar no Brasil. (ERRADA). Vide comentário da alternativa C. e) não, pois a lei penal brasileira seria aplicável se Carlos tivesse morrido em solo pátrio. (ERRADA). Vide comentário da alternativa C. GABARITO: LETRA C. COMENTÁRIO QUESTÃO 11: Vejamos o item novamente: Para fins de valoração do lugar do crime, o Código Penal adota a teoria da ubiqui- dade. 16 De fato, o Código Penal adota a teoria da ubiquidade para fins de valoração do lugar do crime, consoante a dicção do artigo 6º, in verbis: Lugar do crime Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omis- são, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Dessa maneira, a teoria da ubiquidade expressa que o crime será praticado no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte ou onde se produ- ziu ou deveria produzir-se o resultado. Para fins didáticos, vale a pena conhecer o mnemônico sobre lugar e tempo do crime, qual seja: LUTA Lugar do crime: Ubiquidade = LU Tempo do crime: Atividade = TA Diante do exposto, o presente item foi considerado CERTO. GABARITO: CERTO. COMENTÁRIO QUESTÃO 12: No tocante ao lugar do crime, o Código Penal Brasileiro adotou a teoria da UBI- QUIDADE (e não da atividade), que o considera como o local onde ocorreu a con- duta criminosa, assim como do resultado. GABARITO: CERTO. COMENTÁRIO QUESTÃO 13: O CP brasileiro adotou a teoria da ubiquidade no que se refere ao lugar do crime (com relação à fixação da aplicação da lei brasileira ao caso), tendo por lugar do crime tanto o local em que ocorreu a conduta (ação ou omissão) quanto o lugar em que o resultado ocorreu ou deveria ocorrer. Vejamos o art. 6º do CP: Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omis- são, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) GABARITO: CERTO. 17 COMENTÁRIO QUESTÃO 14: Considerando os princípios do direito penal e as disposições referentes à aplica- ção da lei penal no tempo e no espaço, julgue o item a seguir. Para efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as aero- naves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. (CORRETA). Há no § 1º do art. 5º do CP uma extensão do conceito do território nacional, de forma que também integrarão o conceito de território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, nas seguintes hipóteses: As embarcações e aeronaves brasileiras de natureza pública e as privadas quando a serviço do governo brasileiro, onde quer que se encontrem; As embarcações e aeronaves brasileiras mercantes ou de propriedade privada, que se encontrem em alto-mar ou no espaço aéreo correspondente. Territorialidade Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aero- naves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aque- las em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. GABARITO: CERTO. COMENTÁRIO QUESTÃO 15: Veja o que diz o parágrafo primeiro do artigo 5º do Código Penal: Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as 18 embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. (...) A questão tenta confundir o candidato dizendo que o avião estava sobrevoando a Argentina e que os envolvidos eram de diferentes nacionalidades. Para essa questão, nada disso importa. Importa apenas que o crime ocorre em um avião da Força Aérea Brasileira, logo, em uma aeronave brasileira de natureza pública. Uma aeronave brasileira de natureza pública é considerada, para fins penais, EX- TENSÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL, onde quer que se encontrem. Importante frisar: Em regra, ocorreu no Brasil, aplica-se a lei brasileira. É o princí- pio da TERRITORIALIDADE. Assim, se um crime ocorrer em embarcações e aero- naves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, terá, para fins penais, ocorrido no TERRITÓRIO BRASI- LEIRO (aplica-se a lei penal brasileira), por serem consideradas extensão do terri- tório nacional (Território nacional por FICÇÃO). GABARITO: CERTO. COMENTÁRIO QUESTÃO 16: Acerca da legislação penal e processual penal, julgue o item a seguir. A lei penal brasileira aplica-se, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, a crime cometido no território nacional. (CORRETA). Em relação às exceções ao princípio da territorialidade, as conven- ções, tratados e regras de direito internacional representam a primeira exceção ao princípio-regra da territorialidade. Desse modo, se o Brasil subscrever um tra- tado internacional, renunciando à aplicação do princípio da territorialidade, é possível afastar a incidência do art. 5º do Código Penal. Territorialidade Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. GABARITO: CERTO. COMENTÁRIO QUESTÃO 17: A respeito da aplicação da lei penal brasileira e da punibilidade, julgue o item que se segue. 19 Para fins de aplicação da lei penal, consideram-se extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou privada, onde quer que se encontrem. (ERRADA). Na verdade, para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem. Por sua vez, para os efeitos penais, consideram-se também como extensão do território nacional as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo corres- pondente ou em alto-mar. GABARITO: ERRADO. COMENTÁRIO QUESTÃO 18: Em razão do princípio da territorialidade temperada inserto no artigo 5o do Có- digo Penal, pode-se afirmar que a lei penal brasileira será aplicada a fato ocorrido no território nacional independentemente da nacionalidade do agente. Assim, se, eventualmente, o argentino cometa crime no Brasil a ele será aplicada a lei penal brasileira. Portanto, o item está CERTO. O que é importante observar é que, de acordo com a doutrina, a territorialidade não é absoluta, mas sim temperada, Isso significa dizer que a lei penal brasileira poderá não ser aplicadaa fato ocorrido no território nacional. É o que se dá, por exemplo, quando o fato é praticado por agente diplomático de outro Estado. Nesse caso, em razão da Convenção de Viena, da qual o Brasil é signatário, não se aplicada a lei penal brasileira. Daí, portanto, falar-se em territoridade temperada. GABARITO: CERTO. COMENTÁRIO QUESTÃO 19: Vejamos o item novamente: Aplica-se a lei penal brasileira aos crimes cometidos em aeronaves estrangeiras de propriedade privada durante seu sobrevoo no espaço aéreo brasileiro. Com efeito, o item traz a inteligência extraída do artigo 5º, § 2º do Código Penal, in verbis: 20 Art. 5º § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspon- dente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. Assim, aplicável a lei brasileira aos crimes cometidos em aeronaves estrangeiras de propriedade privada durante seu sobrevoo no espaço aéreo brasileiro. Diante do exposto, o presente item foi considerado CERTO. GABARITO: CERTO. COMENTÁRIO QUESTÃO 20: A questão trata da aplicação da lei penal fora do território nacional (extraterrito- rialidade). Em regra, a lei penal brasileira será aplicada a fatos praticados no terri- tório nacional (territorialidade). Mas, há situações em que a extraterritorialidade é possível. De acordo com o legislador (artigo 7o do CP) há extraterritorialidade incondicionada e condicionada. A questão nos remete há um caso de extraterri- torialidade incondicionada (artigo 7o, I, c, do CP). Então, podemos dizer que a questão está CERTA, pois Lucia, estando a serviço do Estado Brasileiro, cometeu, no estrangeiro, crime contra a administração (pecu- lato artigo 312 do CP). GABARITO: CERTO.
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