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Tema: Enfrentamento aos desafios do letramento racial na sociedade brasileira. Pontuação: 960. A Organização das Nações Unidas, ao firmar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, incluiu ao plano de metas uma educação que contemple a formação cultural de indivíduos. Tal propósito, contudo, quando comparado à realidade brasileira, não foi atingido, visto que o letramento racial na sociedade brasileira ainda enfrenta desafios. Nessa perspectiva, esse cenário, que deriva da herança colonial em consonância com o atual modelo educacional do país, precisa ser combatido. Em primeira análise, é inegável como o passado do Brasil Colônia inviabiliza a adoção de práticas pedagógicas sobre questões raciais; a imposição do eurocentrismo sobre os africanos escravizados resultou em um processo histórico de invisibilização das culturas desses povos, o qual não foi enfrentado com a abolição da escravatura e ainda é visível — seja pela maioria negra nas prisões, seja por eles serem a maior parte de analfabetos. Sob essa ótica, o historiador Harari discorre sobre a urgência do estudo da história para a compreensão do presente, o que evidencia como o passado escravocrata brasileiro é relevante até a atualidade, uma vez que o desconhecimento desses fatos resulta em indivíduos alheios ao racismo estrutural do país. Sendo assim, é inadmissível que a herança colonial continue vigente, pois esta continua a submeter indivíduos a situações desiguais de acesso e tratamento. Outrossim, constata-se que a predominância de um sistema de educação tenicista contribui para a não conscientização do sujeito sobre a existência do racismo no país. Sob esse viés, o filósofo Paulo Freire defende a supressão do atual modelo de educação bancário — que se preocupa apenas em repassar informações para o aluno — pelo crítico, em que o educando e o educador trabalham juntos para a construção de um conhecimento que possa transformar o mundo, ou seja, que o processo educativo deixe de ser técnico e seja social, para abordar questões contemporâneas, como o racismo. Dessa maneira, configura-se como necessário a adoção da pedagogia freiriana em prol da ampliação de debates sobre discriminação racial nas escolas e, enfim, a conscientização de estudantes. Infere-se, destarte, que as barreiras ao letramento racial do corpo social brasileiro precisam ser mitigadas. Para tanto, o Ministério da Educação, responsável pela formação sociocultural dos cidadãos do Brasil, deve aliar-se a instituições educacionais para promover feiras culturais que, por meio de palestras e rodas de conversa com especialistas, discutam o racismo estrutual do país. Dessa maneira, a comunidade escolar deve ser instigada a refletir sobre a discriminação racial e adotar práticas para combatê-las, como denunciar tais situações e adotar paradidáticos escritos por pessoas negras. Assim, em médio e longo prazo, o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável sobre educação de qualidade será atingido.
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