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Aula 08 - contabilidade geral

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CONTABILIZAÇÃO DE INSS A RECOLHER 
 
A empresa deve contabilizar o INSS a pagar, que será composto em parte pela contribuição previdenciária patro-
nal (CPP) e em parte pela contribuição descontada do empregado. 
 
Esses valores a recolher podem ser registrados em uma mesma contra (“INSS a Recolher” ou “INSS a Pagar”). 
 
a) Contabilização da contribuição patronal. 
A contribuição previdenciária patronal deve ser reconhecida como despesa da entidade e ser contabilizada da 
seguinte forma: 
D – Despesa com INSS 
C – INSS a Recolher. 
 
b) Contabilização da contribuição descontada do empregado. 
A contribuição descontada do empregado será contabilizada assim: 
D – Salários a Pagar 
C – INSS a Recolher. 
 
Veja que, nesse caso, não há reconhecimento de despesa pela entidade, porque o ônus é do empregado, uma 
vez que o valor está sendo descontado de sua remuneração. 
 
c) Contabilização do Recolhimento. 
No momento do recolhimento da contribuição patronal e da retida do empregado, o lançamento a ser feito é 
D – INSS a Recolher 
C – Caixa/Bancos 
 
CONTABILIZAÇÃO DE IRRF A RECOLHER 
O IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) dos empregados é contabilizado de forma semelhante ao INSS des-
contado: 
D – Salários a Pagar 
C – IRRF a Recolher 
 
Já no momento do recolhimento, o lançamento a ser feito é 
D – IRRF a Recolher 
C – Caixa/Bancos 
 
CONTABILIZAÇÃO DE FGTS 
O FGTS representa um encargo social para a empresa, assim como a CPP (contribuição previdenciária patronal), 
sendo assim, deve ser reconhecida como despesa da entidade. 
 
Na apropriação: 
D – Despesas com FGTS 
C – FGTS a Recolher 
 
No recolhimento: 
D – FGTS a Recolher 
C – Caixa/Bancos. 
 
EXEMPLO: 
 
Considere que a entidade ABC Ltda tenha um empregado que receba um salário de R$ 5.000,00, que serão pa-
gos em fevereiro, relativos a janeiro. A folha de pagamento é encerrada no último dia de cada mês. Em 20 de 
janeiro, a entidade concedeu um adiantamento no valor de R$ 2.000,00. Considerando ainda que: 
 
• A alíquota do INSS patronal seja de 20%; 
• A alíquota da contribuição do empregado seja de 11%; 
• O percentual a ser recolhido de FGTS seja de 8%; 
• O valor do imposto de renda que deve ser retido é de R$ 360,00, 
 
 
 
 
 
 
 
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Efetue os lançamentos relativos aos meses de janeiro e de fevereiro, não se considerando férias e 13º salário. 
 
Janeiro: 
 
a) Adiantamento de salário: 
D – Adiantamento a Funcionários............... 2.000 
C – Caixa/Bancos......................................... 2.000 
 
b) Apropriação das despesas com salários: 
D – Despesas com Salários.......................... 5.000 
C – Salários a Pagar...................................... 5.000 
 
c) Apropriação das despesas com INSS patronal e FGTS: 
D – INSS………………………………………………..... 1.000 
D – FGTS…………………………………………………. 400 
C – INSS a Recolher..................................... 1.000 
C – FGTS a Recolher.................................... 400 
 
Fevereiro: 
 
a) Acerto do adiantamento: 
D – Salários a Pagar..................................... 2.000 
C – Adiantamento a Funcionários.............. 2.000 
 
b) Desconto do INSS – empregado e IRRF: 
D – Salários a Pagar..................................... 2.090 
C – INSS a Recolher..................................... 550 
C – IRRF a Recolher..................................... 360 
 
c) Pagamento do salário: 
 
D – Salários a Pagar........ 2.090 
C – Caixa/Bancos............ 2.090 
 
CONTABILIZAÇÃO DE 13º SALÁRIO 
 
Embora o 13º Salário via de regra seja pago pela entidade a seus funcionários somente no final de cada ano, deve 
ser feita a apropriação mensal de 1/12 do valor devido como despesa, uma vez que, em caso de rescisão contra-
tual, o empregado terá direito ao pagamento proporcional da gratificação natalina. 
 
Anteriormente, a contabilização do 13º Salário era feito por meio de uma conta denominada “Provisão para 13º 
Salário”. Hoje, no entanto, tal obrigação não deve mais ser reconhecida como uma provisão, de acordo com o 
CPC 25, embora algumas questões de provas ainda falem sobre tal provisão. 
 
Atualmente, a contabilização mensal deve ser feita assim: 
 
D – Despesa com 13º Salário 
C – 13º Salário a Pagar. 
E no momento do pagamento: 
D – 13º Salário a Pagar 
C – Caixa/Bancos 
 
INSS e FGTS sobre 13º Salário 
 
Sobre o 13º Salário, incidem também INSS e FGTS. Sendo assim, também a cada mês, a entidade deve contabi-
lizar o INSS sobre 13º Salário e o FGTS sobre 13º Salário, da seguinte forma: 
D – INSS sobre 13º Salário 
C – INSS sobre 13º Salário a Pagar 
 
 
 
 
 
 
 
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D – FGTS sobre 13º Salário 
C – FGTS sobre 13º Salário a Pagar 
 
INSS descontado do empregado e IRRF sobre 13º Salário. 
 
Assim como ocorre com os pagamentos de salários mensais, também no momento do pagamento do 13º Salário 
a entidade deverá reter o INSS e o Imposto de Renda devidos pelo empregado sobre tal verba. 
 
Desta forma, antes de que seja realizado o pagamento de “13º Salário a Pagar”, devem ser feitos os seguintes 
lançamentos pela entidade: 
 
D – 13º Salário a Pagar 
C – INSS sobre 13º Salário a Pagar 
C – IRRF sobre 13º Salário a Pagar 
 
OBSERVAÇÃO: A legislação trabalhista determina que o pagamento do 13º Salário em até duas parcelas, sendo 
que os descontos deverão ser realizados quando do pagamento da segunda parcela. 
 
CONTABILIZAÇÃO DE FÉRIAS 
 
Ao sair de férias, além de receber o valor dos dias correspondentes, o empregado também deverá receber o adi-
cional de 1/3, previsto na Constituição Federal (adicional de férias). 
 
Assim como ocorre com o 13º Salário, a despesa com férias dos empregados (incluindo o adicional) também deve 
ser reconhecida mensalmente. 
 
Também como ocorre com o 13º Salário, não se fala mais em “provisão para férias”, mas sim em “férias a pagar”, 
embora ainda haja algumas questões de provas tratando de provisão. 
 
Assim, mensalmente deve ser feito o lançamento 
D – Despesa com Férias 
C – Férias a Pagar 
 
E no momento do pagamento: 
D – Férias a Pagar 
C – Caixa/Bancos 
 
Quanto ao INSS devido pela empresa, INSS descontado do empregado, IRRF e FGTS procede-se da mesma 
forma do que com relação ao 13º Salário. 
 
SALÁRIO-FAMÍLIA 
 
O salário-família é um adicional que os empregados de baixa renda recebem em sua remuneração, na forma de 
uma cota para cada filho menor de 14 anos que possuírem. 
 
O benefício é pago pela empresa, mas poderá ser compensado do valor do INSS a Recolher. Por conta disso, não 
deve ser reconhecido como uma despesa para a entidade. 
 
Assim, no caso do salário-família, é feito o seguinte lançamento: 
D – INSS a Recolher 
C – Salários a Pagar 
 
SALÁRIO-MATERNIDADE 
 
O salário-maternidade consiste na remuneração paga à empregada que esteja no gozo de licença-maternidade. 
Assim como o salário-família, é pago pela empresa, mas pode ser compensado do valor do INSS a recolher, não 
podendo, também, ser reconhecido como uma despesa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Assim como no caso do salário-família, é feito o lançamento: 
D – INSS a Recolher 
C – Salários a Pagar 
 
EXEMPLOS DE OPERAÇÕES COM PESSOAL 
 
1) Considere os seguintes fatos contábeis referentes à elaboração da folha de pagamento de uma firma: 
15/3/20X1: adiantamento de salário: R$ 4.200 
31/3/20X1: elaboração da folha de pagamento 
 Salários: R$ 12.600 
 Contribuição previdenciária dos empregados: R$ 1.008 
 Contribuição previdenciária do empregador: R$ 2.520 
 Valor devido ao FGTS: R$ 1.008 
5/4/20X1: liquidação da folha de pagamento 
 
Com base apenas nessas informações, assinale a alternativa que apresenta os lançamentos efetuados na conta 
Salários a Pagar. 
 
a) D – Salários 
 C – Salários a Pagar..... $ 12.600 
 D – Salários a Pagar 
 C – Adiantamento de Salários..... $ 4.200 
 
b) D – Salários 
 C – Salários a Pagar..... $ 12.600 
 D – Salários a Pagar 
 C – Caixaou Bancos..... $ 8.400 
 
c) D – Salários 
 C – Salários a Pagar..... $ 12.600 
 D – Salários a Pagar 
 C – INSS a Recolher..... $ 1.008 
 D – Salários a Pagar 
 C – Adiantamento de Salários..... $ 4.200 
 D – Salários a Pagar 
 C – Caixa ou Bancos..... $ 7.392 
 
d) D – Salários 
 C – Salários a Pagar..... $ 12.600 
 D – Salários a Pagar 
 C – INSS a Recolher..... $ 3.528 
 D – Salários a Pagar 
 C – Caixa ou Bancos..... $ 9.072 
e) D – Salários 
 C – Salários a Pagar..... $ 12.600 
 D – Salários a Pagar 
 C – Adiantamento de Salários..... $ 4.200 
 D – Salários a Pagar 
 C – Caixa ou Bancos..... $ 8.400 
 
2) Dos registros do Departamento de Pessoal da Cia. Bom Patrão, foram selecionados os seguintes dados: 
 
ITENS VALORES (R$) 
Auxilio Maternidade 2.000 
FGTS 16.000 
Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) 6.000 
INSS (empregado) 9.500 
INSS (empregador) 40.000 
 
 
 
 
 
 
 
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Salário Família 500 
Salários Brutos 200.000 
 
Tomando-se como base apenas os dados anteriores, pode-se afirmar que: 
 
O valor total inscrito em salários a pagar é: 
 
a) R$ 250.000,00. 
b) R$ 240.000,00. 
c) R$ 206.000,00 
d) R$ 189.000,00. 
e) R$ 187.000,00. 
 
O total das despesas de pessoal somam: 
 
a) R$ 258.500,00 
b) R$ 258.000,00 
c) R$ 256.500,00. 
d) R$ 256.000,00 
e) R$ 250.500,00. 
 
3) A empresa ABCDE LTDA. solicitou ao contador a elaboração da folha de pagamento do mês de março, com as 
seguintes informações: 
 
- Salários: R$ 32.000,00. 
- Horas extras trabalhadas: R$ 3.000,00. 
- Imposto retido na fonte: R$ 3.500,00. 
- Contribuição para o INSS, empregado: 11%. 
- Contribuição para o INSS, empregador: 20%. 
- Depósito FGTS: 8%. 
 
Ao elaborar a folha de pagamento com base nas informações fornecidas, a empresa vai contabilizar despesas no 
valor total de: 
 
a) R$ 44.800,00. 
b) R$ 48.300,00. 
c) R$ 48.500,00. 
d) R$ 48.320,00. 
e) R$ 51.820,00. 
 
4) Uma das despesas mais usuais em qualquer entidade é a despesa com pessoal. Tomemos como exemplo uma 
atividade realizada por apenas um empregado contratado, o qual tenha demandado gastos mensais com a se-
guinte composição: 
 
salário mensal do empregado .............. R$ 1.000,00 
adiantamento salarial ..............................R$ 250,00 
previdência social, parte patronal .................... 21% 
previdência social, parte do segurado ..............11% 
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço ......... 8% 
 
Considerando que tenha sido este o fato ocorrido, podemos dizer que essa empresa deverá contabilizar uma des-
pesa no valor de: 
 
a) R$ 1.400,00 
b) R$ 1.320,00 
c) R$ 1.290,00 
d) R$ 1.210,00 
e) R$ 1.150,00 
 
 
 
 
 
 
 
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DESCONTO DE DUPLICATAS 
 
CONCEITO: Operação de adiantamento, junto a uma instituição financeira, de valores a receber a prazo de clien-
tes. 
 
OBSERVAÇÕES: 
a) Ao realizar o desconto, a empresa fica responsável pela quitação da duplicata, devendo fazê-lo se o cliente não 
o fizer. 
b) Os juros devem ser apropriados mensalmente, pela regra de competência, mas outros encargos devem ser 
reconhecidos no momento da operação. 
c) As mesmas regras aplicam-se aos descontos de outros títulos, como cheques e notas promissórias. 
 
CONTABILIZAÇÃO 
 
a) No momento da realização da operação de desconto: 
D – Bancos Conta Movimento (ativo) 
D – Juros a Apropriar (retificadora passivo) 
C – Duplicatas Descontadas (passivo) 
 
b) Mensalmente, ao final do mês, para apropriação dos juros: 
D – Juros Passivos (resultado) 
C – Juros a Apropriar (retificadora passivo) 
 
c) Liquidação da Duplicata 
c.1) Se o cliente pagar ao banco: 
 D – Duplicatas Descontadas (passivo) 
 C – Clientes (ativo) 
 
c.2) Se a empresa é que tiver que pagar o banco: 
 D – Duplicatas Descontadas (passivo) 
 C – Bancos (ativo) 
 
EXEMPLO DE CONTABILIZAÇÃO 
 
A empresa Pega Empréstimos Ltda emitiu, em 01/02/X1, uma duplicata contra seu cliente no valor de R$ 
12.000,00, com vencimento em três meses. No mesmo dia, realizou o desconto do título junto a uma instituição 
financeira, sendo cobrados juros simples de 10% para todo o período, mais taxa de abertura de crédito de R$ 
100,00. 
No prazo de vencimento das duplicatas (01/05/X1), o cliente pagou ao banco o valor devido. 
 
Como seria feita a contabilização desses eventos? 
 
BAIXA DE DUPLICATA INCOBRÁVEL 
 
Não paga, pelo sacado ao banco, a duplicata descontada, deverá a empresa cobrar o valor do cliente. No entanto, 
após cobrança infrutífera, poderá chegar um momento em que a empresa tenha que reconhecer a impossibilidade 
de recebimento. 
 
Nesse caso, deverá ela dar baixa na duplicata da conta “Duplicatas a Receber” ou “Clientes”. 
Via de regra, a empresa costuma reconhecer previamente que nem todos os seus clientes pagarão suas duplica-
tas. Isso é feito através do reconhecimento da chamada “Perda Estimada em Créditos de Liquidação Duvidosa” ou 
PECLD, que é uma conta retificadora de “Duplicatas a Receber”, e que vai sendo reduzida conforme as perdas 
venham a se confirmar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PÍLULAS 
 
PERDA ESTIMADA DE ESTOQUES 
 
Muitas vezes, os estoques das empresas estão sujeitas a perdas, seja por quebra, desaparecimento, obsolescên-
cia, etc. 
 
Nesse caso, a entidade pode reconhecer uma perda (anteriormente chamada de provisão), que é a chamada 
“Perda Estimada em Estoques – PEE), a qual, via de regra, não é dedutível para efeitos fiscais (uma exceção é a 
perda de estoques de livros de editores, distribuidores e de livreiros. 
OBSERVAÇÃO: as perdas efetivas são dedutíveis, desde que comprovadas. 
 
TRATAMENTO CONTÁBIL 
 
a) Constituição da Perda Estimada: 
D – Despesas com Perda Estimada de Estoques (resultado) 
C – Perda Estimada de Estoques (retificadora ativo) 
 
b) Realização da perda: 
D – Perda Estimada de Estoques 
C – Estoques 
 
c) Reversão da perda: 
D – Perda Estimada de Estoques (retificadora ativo) 
C – Receita com Reversão de Perdas Estimadas (resultado) 
 
CUSTO DE OPORTUNIDADE 
 
Custo de oportunidade é um conceito de Economia, e não de Contabilidade. 
O custo de oportunidade representa o quanto a empresa deixa de ganhar por se dedicar a uma atividade, ao invés 
de outra. 
Somente interesse para fins de tomada de decisão sobre o que produzir ou comercializar e como não representa 
uma variação no patrimônio da entidade, não é contabilizado nem referido em notas explicativas. 
 
CÁLCULO DE ICMS E IPI A PAGAR 
 
Tanto o ICMS como o IPI são impostos não cumulativos, o que significa que, no momento do pagamento, o con-
tribuinte pode descontar dos valores devidos os créditos que acumulou nas compras de mercadorias ou insumos. 
Contabilmente, a empresa registra seus créditos de ICMS e de IPI em contas como “ICMS a Recuperar” e “IPI a 
Recuperar”, e os valores devidos em cada operação em “ICMS a Pagar” e “IPI a Pagar”. 
No mês seguinte, a fim de recolher os tributos, efetua os seguintes lançamentos: 
 
D – ICMS a Pagar 
C – ICMS a Recuperar 
 e 
D – IPI a Pagar 
C – IPI a Recuperar 
 
Se “sobrarem” créditos de ICMS ou IPI, poderão eles ser utilizados em períodos posteriores, serem repassados a 
outros estabelecimentos ou terem seu ressarcimento solicitado à Fazenda Pública. 
 
A empresa deve manter escrituração adequada, inclusive quanto aos livros fiscais de apuração do ICMS e do IPI, 
na forma estabelecida pelos Fiscos Estaduais e Federal, respectivamente.

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