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Dissertacao_Final-Flavia-Mayara-Soares-Maciel

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FLÁVIA MAYARA SOARES MACIEL 
 
 
 
 
 
USO DA ELETROESTIMULAÇÃO CORRENTES TENS E RUSSA PARA HIPOSSALIVAÇÃO 
EM PACIENTES PÓS RADIOTERAPIA EM REGIÃO DE CABEÇA E PESCOÇO: ESTUDO 
PILOTO 
 
 
 
 
 
“Dissertação de Mestrado Profissional 
apresentado ao Programa de Pós-Graduação da 
Fundação Pio XII – Hospital de Câncer de 
Barretos em associação com a Faculdade de 
Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata 
(FACISB) para obtenção do Título de Mestre. 
 
Área de Concentração: Saúde – Inovação em 
Saúde 
 
Orientador: Prof. Dra. Fabiana de Lima 
Vazquez 
 
 
 
BARRETOS, SP 
 2021 
 
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FLÁVIA MAYARA SOARES MACIEL 
 
 
 
 
 
USO DA ELETROESTIMULAÇÃO CORRENTES TENS E RUSSA PARA HIPOSSALIVAÇÃO 
EM PACIENTES PÓS RADIOTERAPIA EM REGIÃO DE CABEÇA E PESCOÇO: ESTUDO 
PILOTO 
 
 
 
 
“Dissertação de Mestrado Profissional 
apresentado ao Programa de Pós-Graduação da 
Fundação Pio XII – Hospital de Câncer de 
Barretos em associação com a Faculdade de 
Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata 
(FACISB) para obtenção do Título de Mestre. 
 
Área de Concentração: Saúde – Inovação em 
Saúde 
 
Orientador: Prof. Dra. Fabiana de Lima 
Vazquez 
 
 
 
 
BARRETOS, SP 
 2021 
 
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Maciel, Flávia Mayara Soares. 
 
 Uso da eletroestimulação correntes TENS e Russa para hipossalivação em 
pacientes pós radioterapia em região de cabeça e pescoço: estudo piloto/ Flávia 
Mayara Soares Maciel – Barretos, SP 2021. 
 
36 f.: il. 
 
 Dissertação (Mestrado Profissional de Inovação e Saúde) – Fundação Pio XII - 
Hospital de Câncer de Barretos e Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. 
Paulo Prata – Barretos SP, 2021. 
 
 Orientador (a): Prof. Dra. Fabiana de Lima Vazquez 
 
 1. Xerostomia. 2. Hipossalivação. 3. Radioterapia. 4. Estimulação elétrica 
transcutânea. I. Título. 
 
 
 CDD 615.8 
 
 
 
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Ranulpho Prata 
 Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata 
Bibliotecária: Daniele Muriel de Oliveira – CRB8/10634 
S676u 
 
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Esta dissertação foi elaborada e está apresentada de acordo com as normas da Pós-
Graduação do Hospital de Câncer de Barretos – Fundação Pio XII, baseando-se no 
Regimento do Programa de Pós-Graduação em Oncologia e no Manual de Apresentação 
de Dissertações e Teses do Hospital de Câncer de Barretos. Os pesquisadores declaram 
ainda que este trabalho foi realizado em concordância com o Código de Boas Práticas 
Científicas (FAPESP), não havendo nada em seu conteúdo que possa ser considerado 
como plágio, fabricação ou falsificação de dados. As opiniões, hipóteses e conclusões ou 
recomendações expressas neste material são de responsabilidade dos autores e não 
necessariamente refletem a visão da Fundação Pio XII – Hospital de Câncer de Barretos. 
 
Embora o Núcleo de Apoio ao Pesquisador do Hospital de Câncer de Barretos tenha 
realizado as análises estatísticas e orientado sua interpretação, a descrição da 
metodologia estatística, a apresentação dos resultados e suas conclusões são de inteira 
responsabilidade dos pesquisadores envolvidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Dedico este trabalho a minha 
família e namorado, que são meus 
pilares. E especialmente ao 
querido Tio Wagner (in memorian) 
um dos meus grandes exemplos de 
profissional. 
 
 
6 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 As colegas fonoaudiólogas da Santa Casa de Passos, aos colaboradores e pacientes 
do Hospital Regional do Câncer de Passos que tornaram este trabalho possível, em 
especial ao Dr. Rodrigo Calixto Mattar pelo grande auxílio. 
 A Prof. Dra. Fabiana de Lima Vazquez, pela disponibilidade e carinho, com grandes 
ensinamentos e auxílio na condução desta pesquisa. 
 Aos membros da banca de qualificação e defesa, Prof. Dr. Daniel Grossi Marconi e Prof. 
Dra. Flávia Maria Cardoso Consoni, pelas sugestões e críticas preciosas ao longo da elaboração 
desta dissertação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
INCA - Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Gomes da Silva 
CA - Câncer 
RT - Radioterapia 
EENM - Eletroestimulação neuromuscular 
TENS - Neuro estimulação elétrica trasncutanea 
CR - Corrente Russa 
Gy - Gray 
RTOG - Radiation Therapy Oncology Group 
EORT - European Organisation for Research and Treatment of Cancer 
TCLE - Termo de consentimento livre e esclarecido 
PARD - Protocolo de avaliação do risco para disfagia 
HRC - Hospital regional do câncer 
GT - Grupo TENS 
GR - Grupo russa 
VO - Via oral 
mL - Mililitros 
FL - Fluxo salivar 
Hz - Hertz 
s - Segundos 
FLI - Fluxo salivar inicial 
FLF - Fluxo salivar final 
pH – Potencial hidrogênico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 – Caracterização da amostra em relação aos grupos de intervenções TENS (GT) e Russa 
(GR). ............................................................................................................................................. 26 
Tabela 2 – Dados da sialometria, dose média de radiação em glândulas parótidas, toxicidade 
máxima de glândulas salivares segundo RTOG adaptada pelo serviço de radioterapia HRC Passos, 
tempo entre final da RT e início da eletroestimulação. .............................................................. 28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 1 – Média do fluxo salivar estimulado com dados expressos em média de mililitros.. . 27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 – Glândulas parótida, submandibular e sublingual.. ..................................................... 15 
Figura 2 – Representação esquemática do fluxo de trabalho.. ................................................... 20 
Figura 3 – Simulação do posicionamento dos eletrodos para eletroestimulação. ..................... 23 
Figura 4 – Fluxo do protocolo de intervenção. ........................................................................... 23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................................... 14 
1.1 Aspectos epidemiológicos e tratamento dos cânceres de cabeça e pescoço ....................... 14 
1.2 Hipossalivação pós radioterapia ionizante ........................................................................... 15 
1.3 Eletroestimulação neuromuscular ....................................................................................... 17 
2. MATERIAIS E MÉTODOS.......................................................................................................... 20 
2.1 Desenho do estudo .............................................................................................................. 20 
2.2 População do estudo ............................................................................................................ 20 
2.3 Critérios de elegibilidade ...................................................................................................... 21 
2.4 Amostra ................................................................................................................................ 21 
2.5 Intervenção e fluxo da pesquisa ........................................................................................... 21 
2.6Variáveis ............................................................................................................................... 27 
2.7 Análise estatística ................................................................................................................. 27 
2.8 Questões éticas .................................................................................................................... 28 
3. RESULTADOS .......................................................................................................................... 26 
4. DISCUSSÃO ............................................................................................................................. 29 
5. CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 32 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................ . 33 
ANEXOS ...................................................................................................................................... 35 
APÊNDICE ....................................................................................................................................38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
RESUMO 
 
USO DA ELETROESTIMULAÇÃO CORRENTES TENS E RUSSA PARA HIPOSSALIVAÇÃO EM 
PACIENTES PÓS RADIOTERAPIA EM REGIÃO DE CABEÇA E PESCOÇO: ESTUDO PILOTO. 
Trabalho de Dissertação de Mestrado Profissional. Barretos: FACISB; 2021. 
 
JUSTIFICATIVA: A incidência do câncer vem aumentando mundialmente, no Brasil os 
cânceres de cavidade oral e laringe figuram dentre os mais incidentes. A radioterapia é 
um tratamento muito utilizado no tratamento da doença, principalmente em região de 
cabeça e pescoço, e apesar dos bons resultados no combate as células neoplásicas, são 
comuns efeitos colaterais deste tratamento, como a hipossalivação e xerostomia. 
OBJETIVOS: Avaliar se há aumento do fluxo salivar de indivíduos com uso da estimulação 
elétrica transcutânea utilizando as correntes TENS e Russa. Iniciar um levantamento de 
dados para sugerir um protocolo de aplicação da eletroterapia para hipossalivação e 
xerostomia pós radioterapia. MATERIAL E MÉTODOS Estudo piloto, de natureza 
exploratória, com participantes que apresentavam queixa de xerostomia e 
hipossalivação, após radioterapia no tratamento do câncer de cabeça e pescoço em 
ambulatório de um Hospital de Tratamento do Câncer. O fluxo salivar foi medido antes 
da intervenção e ao final da ultima intervenção, afim de mensurar os efeitos da 
eletroestimulação em relação ao fluxo salivar dos participantes. RESULTADOS: 
Observamos um aumento médio do fluxo salivar de 0,55 ml no grupo TENS e de 0,20ml 
no grupo Russa, foram relatados ganhos nos aspectos funcionais da deglutição, mas 
devido ao tamanho da amostra não houve significância estatística. CONCLUSÃO: O uso 
da corrente TENS apresentou melhores resultados em relação a corrente Russa, os 
efeitos benéficos da corrente Russa foram restritos. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Xerostomia, hipossalivação, radioterapia, neoplasias de cabeça e 
pescoço, estimulação elétrica transcutânea, TENS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
 
ABSTRACT 
 
USE OF ELECTROSTIMULATION TENS AND RUSSIAN CURRENTS FOR HYPOSSALIVATION 
IN POST RADIOTHERAPY PATIENTS IN THE HEAD AND NECK REGION: A PILOT STUDY. 
Master Degree Thesis (MDT). Barretos: FACISB; 2021. 
 
BACKGROUND: The incidence of cancer has been increasing worldwide, in Brazil cancers 
of the oral cavity and larynx are among the most incident. Radiotherapy is a widely used 
treatment in the treatment of the disease, especially in the head and neck region, and 
despite the good results in combating neoplastic cells, some side effects of this 
treatment occur, such as hyposalivation and xerostomia. AIM: To evaluate if there is an 
increase in the salivary flow of individuals using transncutaneous electrical stimulation 
using TENS and Russian currents. MATERIAL AND METHODS: Pilot study of exploratory 
character, with volunteers complaining of xerostomia and hyposalivation after 
radiotherapy in the treatment of head and neck cancer in the outpatient clinic of a 
Cancer Hospital. The salivary flow was measured before the intervention and at the end 
of the intervention period, and the effects of electrostimulation under the salivary flow 
of the participants were measured. RESULTS: We observed an average increase in 
salivary flow of 0.55 ml in the TENS group and 0.20 ml in the Russa group, gains were 
reported in the functional aspects of swallowing, but due to the sample size, there was 
no level of statistical significance. CONCLUSIONS: The use of the TENS chain presented 
better results in relation to the Russian chain, the beneficial effects of the Russian chain 
were restricted. 
 
KEYWORDS: Xerostomia, hyposalivation, radiotherapy, head and neck neoplasms, 
transcutaneous electrical stimulation, TENS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
1.1 Aspectos epidemiológicos e tratamento dos cânceres de cabeça e pescoço 
O câncer está entre as doenças mais incidentes no mundo, segundo o Instituto 
Nacional do Câncer (INCA) a estimativa da incidência de câncer no Brasil no período 
2020-2022 é de 625 mil novos casos, apontando o câncer (CA) de cavidade oral em 
11.180 casos novos em homens e 4010 em mulheres, sendo o 5º mais frequente na 
população masculina e 13º na população feminina, sem considerar o câncer de pele. O 
CA de laringe é estimado em 6.479 novos casos em homens e 1.180 em mulheres1. 
Apesar da alta incidência o câncer é uma doença tratável, com possibilidade de 
diferentes abordagens de tratamento: cirúrgico, medicamentoso (quimioterapia), com 
radiação ionizante (radioterapia). Sendo necessário em inúmeros casos associação de 
modalidades de tratamento para controle e cura da doença2. 
A radioterapia tem sido o tratamento usado há mais de 1 século, com 
comprovação no controle de câncer, possibilitando o aumento da sobrevida dos 
pacientes. É o tratamento preconizado em mais da metade dos casos e em alguns, 
prevalecendo sobre todas as outras escolhas terapêuticas³, esta modalidade terapêutica 
utiliza as radiações ionizantes no combate às neoplasias, visando atingir células 
malignas, impedindo sua multiplicação e/ou provocando sua morte de forma localizada 
a fim de atingir a menor porção possível de células sadias. A terapia por irradiação é 
definida por dosagem em gray (Gy), que pode ser utilizado para a cura ou conforto do 
indivíduo, com dose definida conforme avaliação do radioterapeuta4,5. 
 Em casos de câncer de cabeça e pescoço, o tratamento proposto, geralmente 
envolve a combinação de tratamentos, levando a participação de uma equipe conjunta 
de profissionais, cirurgiões, radioterapeutas e oncologistas no tratamento para adequar 
a melhor intervenção e controle da doença, além de proporcionar a sobrevida pós a 
cura, através da preservação funcional do indivíduo. Embora a cura seja alcançada em 
60% dos casos, nem sempre significa satisfação da qualidade de vida devido aos efeitos 
pós tratamento3, fato que contribui para o cenário das discussões sobre aspectos de 
qualidade de vida em oncologia. 
 
 
 
15 
 
 
 
1.2 Hipossalivação pós radioterapia ionizante 
A hipossalivação é a diminuição do fluxo salivar, ou seja, da produção de fluído 
ejetada em cavidade oral. Já a xerostomia, é um sintoma dessa diminuição do fluxo de 
saliva ou mudança da viscosidade, levando a sensação de “boca seca”6, a saliva é uma 
mistura de fluidos que além de manter a humidade do revestimento da boca, a saliva 
facilita a formação do bolo alimentar e inicia sua digestão, contribuindo para a 
percepção do sabor, mantem um pH adequado na cavidade oral, tem ação 
antimicrobiana local, auxilia na manutenção da integridadedental e na fala, facilitando 
a articulação fonatória7. 
 As produção da saliva é realizada por glândulas em resposta a uma gama de 
estímulos sensoriais: gustativos, olfativos e psíquicos, acontece principalmente nas 
glândulas parótida, submandibular e sublingual, mas existem cerca de outras 400 a 500 
pequenas glândulas salivares distribuídas na cavidade bucal, trato aerodigestivo 
superior, laringe e faringe, também secretam saliva, essas glândulas secretam 
aproximadamente de 0,5 litro de saliva por dia em resposta a estimulação do sistema 
nervoso autônomo simpático e parassimpático7,8. 
As glândulas salivares são classificadas em mucosa, serosa ou mista. A parótida 
é a maior glândula salivar e secreta material seroso e proteína (amilase – responsável 
pela digestão inicial dos carboidratos); a submandibular é uma glândula mista, 
responsável pela secreção de mucina e proteínas; a sublingual e as salivares menores 
são mucosas e secretam apenas mucina, secreção mais aquosa7. 
Figura 1. Glândulas parótida, submandibular e sublingual. 
Fonte: Site Freepik 
16 
 
 
 
Apesar da evolução tecnológica, no que diz respeito aos equipamentos de 
radiação ionizante, e dos protocolos que minimizem danos e sequelas previamente 
estabelecidos e monitorados em todas as etapas do tratamento e após a finalização, os 
efeitos colaterais como: lesão de pele, mucosa oral e nasal, glândulas salivares, além de 
anosmia, disgeusia, prejuízo a dentição, periodonto, ossos, músculos e articulações, 
ainda acontecem durante o tratamento6. 
Os efeitos pós-actnícos podem ser agudos, aqueles que aparecem durante o 
tratamento e até três meses após fim da intervenção, ou tardios quando aparecem a 
partir de três meses do fim do tratamento6. Existem escalas para classificar ou designar 
os eventos tóxicos da radioterapia, a classificação de RTOG/EORTC amplamente 
utilizada há mais de duas décadas, foi desenvolvida para pontuar através de critério de 
escore as reações pós-actínias agudas e tardias, identificando grau de 0 a 4 os agudos e 
0 a 5 os tardios, relacionado aos sinais e sintomas em diferentes regiões do corpo, 
dentre elas figuram as reações em derme, mucosa e glândulas salivares, regiões 
afetadas no caso dos pacientes tratados em decorrência de tumor em região de cabeça 
e pescoço9,10. 
A radiação provoca danos diretos às células glandulares, levando a atrofia das 
células, assim como a diminuição da vascularização que gera efeitos indiretos em seu 
funcionamento. Dependendo da dose de irradiação recebida pela glândula parótida, o 
fluxo salivar pode diminuir entre 50-60%. A irradiação nas glândulas submandibulares 
causa xerostomia devido, sua contribuição para o fluxo salivar não estimulado e na 
produção de mucina. Após a radioterapia, ocorre alterações histológicas tardias no 
parênquima das glândulas salivares. As alterações são mais acentuadas nas glândulas 
submandibulares do que nas glândulas parótidas, levando a alterações no volume da 
saliva, mas também na sua composição, devido a agressão a glândula serosa levando a 
diminuição de atividade da amilase e do bicarbonato com o consequente aumento do 
pH e mudança de viscosidade7,11. 
A hipossalivação tem como desfecho inúmeras alterações, prejuízos à 
mastigação, deglutição e paladar, aparecimento de infecções bucais, especialmente 
fúngicas, início de cáries dentárias, alteração no sono pois o indivíduo desperta 
repetidamente durante a noite devido a xerostomia. Alguns estudos descrevem o uso 
de estimuladores tópicos de salivação e saliva artificial, como alternativas para amenizar 
17 
 
 
 
o problema, entretanto estes artifícios funcionam apenas de forma pontual, podendo 
ser consideradas ações paliativas para o problema e não tratamento. Além disso alguns 
indivíduos não se adaptam a estas alternativas devido interação medicamentosa, efeitos 
colaterais, dificuldade ao acesso e custo, tornando-os pouco viáveis em inúmeros 
casos8,12. 
 
1.3 Eletroestimulação neuromuscular 
A eletroestimulação neuromuscular (EENM) é um recurso terapêutico utilizado 
por diversos profissionais, sendo comumente aplicados na acupuntura, auriculoterapia, 
estética, fisioterapia, odontologia e medicina veterinária, empregado para tratar 
diferentes tipos de dor, estimular a função muscular e vasodilatação13. 
Dentro da técnica de EENM existem diversas correntes elétricas, entre elas a 
corrente TENS, nome comercial e popular que se referre a um tipo de corrente 
classificada como de baixa frequência, muito utilizada no controle da dor e descrita com 
bons resultados para estimulação salivar em alguns estudos. Mas apesar de ter se 
popularizado como nome de uma corrente a sigla T.E.N.S. é a abreviatura da 
denominação de uma das abordagens terapêuticas utilizando correntes elétricas, em 
inglês ‘transcutaneous electrical nerve stimulation’ em português estimulação elétrica 
nervosa trasncutanea, que compreende o uso de corrente elétrica através de eletrodos 
posicionados na derme para estimulação neuromuscular. Outra corrente muito 
utilizada, principalmente para ganho de força muscular, é a corrente Russa (CR) 
classificada como corrente elétrica de alta frequência14,15. 
O uso da estimulação elétrica transcutânea através da corrente TENS evidenciou 
resultados favoráveis no que se refere a hipossalivação pós irradiação em região de 
cabeça e pescoço, e um fator importante deste recurso possibilitando a técnica ser 
aplicada em um público bem diverso, havendo poucos e raros efeitos colaterais 
descritos na literatura, pouco invasiva e de custo reduzido16. 
No entanto, a eletroestimulação é contraindicada em alguns casos e situações: 
indivíduos com cardiopatias severas; portadores de marca-passo; indivíduos com 
diagnóstico ou suspeita de epilepsia; em região abdominal de gestantes; indivíduos 
18 
 
 
 
hipertensos ou hipotensos descompensados; sobre região de pele não integra 
(dermatites, ferimentos); sobre os seios carotídeos, em região de tumor15. 
Acredita-se que a EENM com corrente TENS, trabalha na glândula parótida 
estimulando diretamente o nervo auriculotemporal, responsável pelo impulso secretor 
nesta glândula, nervos aferentes transportam esses impulsos para os núcleos salivares 
na medula oblonga, que por sua vez direciona os sinais para a parte eferente do reflexo, 
levando ao início da salivação17. 
 Estudo realizado com 15 pacientes pós radioterapia em região de cabeça e 
pescoço conclui que 100% apresentaram aumento da quantidade de saliva e 80% na 
viscosidade, este estudo utilizou a sialometria para medir o fluxo salivar pré e pós 
aplicação de corrente TENS16. 
 O estudo realizado por Lakshman & Babu sugere que apesar de respostas 
positivas ao uso da TENS, essa técnica tem boas respostas quando o indivíduo tem 
diminuição da função de glândula parótida, porém não foi eficaz quando há ausência de 
função o que contribui para o ensejo de uma técnica que tenha caráter ativador da 
função secretora da glândula salivar17. 
 Com base nos achados com relação a eletroestimulação usando correntes TENS 
e no princípio da estimulação nervosa das glândulas produtoras de saliva, uma 
alternativa ainda não estudada é o uso da eletroestimulação utilizando a CR aplicada 
com objetivo de aumento fluxo salivar. A corrente Russa por ser de média frequência 
atinge estímulos mais profundos, o que sugere que seus efeitos possam ser melhores 
do que a corrente TENS de baixa frequência, como nos estudos descritos. Apesar do uso 
da CR como artificio para respostas neuromusculares ser uma técnica difundida na 
literatura18,19,20, não foram reportados estudos relacionados ao seu uso para 
estimulação de fluxo salivar. 
 Considerando as alterações provenientes da irradiação e a alta demanda de 
pacientes com este perfil, este estudo busca pontuar alternativas que melhorem ou 
amenizem os transtornosde hipossalivação e xerostomia nessa população. A 
estimulação elétrica trascutânea é uma alternativa pouco invasiva, com poucos e raros 
efeitos colaterais, sem interação medicamentosa, apresenta melhor custo/benefício 
19 
 
 
 
que outras alternativas, como os estimulantes salivares e saliva artificial, que são 
medidas paliativas para o problema em questão. 
 O objetivo deste estudo é sinalizar uma alternativa para o tratamento da 
hipossalivação, descrevendo os resultados da eletroestimulação comparando os efeitos 
de duas correntes elétricas, TENS e Russa, em pacientes oncológicos pós radioterapia, a 
fim de gerar subsídios que embasem a difusão da técnica, contribuindo para a melhora 
da qualidade de vida dos indivíduos que passaram por tratamento de câncer de cabeça 
e pescoço através de irradiação e apresentam sequelas salivares. Além de iniciar um 
levantamento de dados para sugerir um protocolo de aplicação da eletroterapia para 
hipossalivação e xerostomia pós radioterapia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
 
2. MATERIAIS E METODOS 
2.1 Desenho do Estudo 
 Trata-se de estudo um estudo clínico, com grupos paralelos, não randomizado, 
de caráter exploratório descritivo. Inicialmente sendo proposto um estudo piloto com 
número reduzido de participantes, para organização e definição dos passos de 
intervenção e realização do cálculo amostral. A representação esquemática do estudo 
piloto está descrita na figura 2. 
 
Figura 2. Representação esquemática do fluxo de trabalho. 
RT= Radioterapia; PARD= Protocolo de Risco para Disfagia; TCLE= Termo de Consentimento Livre e 
Esclarecido. 
 
2.2 População de Estudo 
Foram incluidos no estudo indivíduos voluntários acompanhados pelo setor de 
fonoaudiologia do Hospital Regional do Câncer de Passos, diagnosticados com tumores 
em região de cabeça e pescoço que passaram por tratamento com radioterapia 
ionizante, com queixas de hipossalivação e/ou xerostomia. 
21 
 
 
 
2.3 Critérios de elegibilidade 
2.3.1. Critérios de Inclusão 
- Ser paciente do HRC Passos com tumor em região de cabeça e pescoço tratado; 
- Ter finalizado o tratamento de radioterapia no mínimo há 90 dias; 
- Não ter histórico de tumor em glândulas salivares; 
- Não se aplicar aos fatores de contraindicação da eletroestimulação. 
 
2.3.2. Critérios de exclusão: 
- Indivíduos sem queixa de xerostomia; 
- Diagnosticados com disfagia orofaríngea grave no PARD; 
- Em uso de estimuladores salivares artificiais; 
- Critérios de exclusão para uso eletroestimulação: cardiopatia grave, portador de 
marca-passo, diagnóstico ou suspeita de epilepsia, gestante, hipertensão ou hipotensão 
descompensada; lesões cutâneas e mucosas em região de aplicação (face, pescoço, 
língua e assoalho bucal). 
 
2.4 Amostra 
A amostra do estudo piloto foi definida por conveniência, e composta 
inicialmente por 12 participantes, distribuídos em dois grupos de forma não 
randomizada. A seleção dos grupos aconteceu por demanda espontânea durante a 
triagem de elegibilidade para o estudo e disponibilidade para início da participação na 
pesquisa, sendo os 6 primeiros voluntários alocados no grupo TENS (GT) e os 6 
subsequentes alocados no grupo Russa (GR). Entretanto na amostra final do estudo 
foram elencados 11 participantes, devido exclusão dos dados de 1 participante do GR, 
por não ter concluído o número de sessões propostas para intervenção. 
 
2.5 Intervenção e fluxo da pesquisa 
 Foram coletados dados através de ficha de anamnese própria (apêndice 1) 
avaliação com inspeção oral e classificação da deglutição segundo classificação do 
Protocolo de Avaliação do Risco para Disfagia (PARD) adaptado utilizado pelo serviço de 
fonoaudiologia da instituição (anexo 1). 
22 
 
 
 
 A produção salivar foi mensurado através de sialometria estimulada na primeira 
sessão, antes de realizar a intervenção de eletroestimulação e na última sessão após a 
intervenção. As intervenções do estudo foram incorporadas ao atendimento 
fonoaudiológico e relatas no prontuário dos participantes do estudo. 
 Os participantes do estudo receberam sessão semanal de eletroestimulação pelo 
período de 4 semanas em ambos os grupos, porém dentro do grupo TENS, dois 
participantes receberam mais de 1 sessão semanal, um participante realizou 3 sessões 
na primeira semana e 1 sessão nas semanas seguintes, e o outro participante recebeu 2 
sessões nas 4 semanas de realização do estudo. Essa divergência dentro do grupo 
aconteceu devido a tentativa de avaliar o resultado do estímulo em números variados 
de sessões para mensurar se haveria diferença no resultado, entretanto os voluntários 
apresentaram dificuldade no comparecimento a mais de uma sessão semanal, sendo 
estabelecido apenas 1 sessão por semana para todos os voluntários subsequentes, fato 
que tornou o GR homogêneo quanto ao número de sessões em relação ao GT. 
 
 2.5.1 Sialometria e estimulação elétrica 
 Na primeira sessão de ambos os grupos foi realizado a sialometria estimulada, 
mensurando o fluxo salivar estimulado dos voluntários, que foram orientados a mascar 
1 sialogogo mecânico de látex, por 3 minutos sem deglutir a saliva. Em seguida, foi 
coletada a saliva em um recipiente plástico descartável, e a pesquisadora mensurou com 
uso de seringa descartável 5ml o volume de saliva coletado21. 
A aplicação da estimulação elétrica de ambas as correntes TENS e Russa foram 
realizadas com equipamentos portáteis geradores de correntes excitomotoras Fisio Stim 
e Stim Care da marca HTM, utilizando eletrodos de silicone esterilizáveis e gel condutor, 
eletrodos curvos de estimulação intraoral esterilizáveis de inox e canetas estimuladoras, 
ambos da marca HTM. 
 Os eletrodos de silicone foram posicionados em região de glândulas parótidas e 
submandibulares bilateralmente na face, os eletrodos curvos de inox foram 
posicionados intraoral em assoalho bucal bilateralmente ao frênulo lingual em região de 
glândulas sublinguais, demonstrado na figura 3. 
 
23 
 
 
 
 
Ilustração: Francismar Marcelino Dias 
Figura 3. Simulação do posicionamento dos eletrodos para eletroestimulação. 
 
A aplicação das correntes, descritas de forma esquemática na figura 3, foi 
realizada conforme protocolo da corrente TENS adaptado de outro estudo15, e CR 
idealizado para este estudo. 
Figura 4. Fluxo do protocolo de intervenção. 
GT=grupo TENS, GR=grupo Russa . 
 
Protocolo GT
Sialometria
Primeira sessão:
Pré estimulação __ ml
Ultima sessão:
Pós estimulação __ ml
Tempo de estímulo 10min face 3min 
intraoral
Frequência 50hz
Largura de pulso 250ms
Intensidade tolerada ___ 
(de acordo com cada voluntário)
Protocolo GR
Sialometria
Primeira sessão:
Pré estimulação __ ml
Ultima sessão:
Pós estimulação __ ml
Tempo de estímulo 5min face 
3min intraoral
Ciclo 4ms Frequência 20Hz
Rise 1s Tempo On 5s 
Decay 1s Tempo off 1s 
Intensidade tolerada ___ 
(de acordo com cada voluntário)
24 
 
 
 
A aplicação da eletroestimulação foi realizada com aparelhos Fisio Stim e Stim 
Care, ambos com a mesma programação para estimulação, com 50Hz de frequência e 
largura de pulso de 250ms, sendo ajustado manualmente a intensidade de acordo com 
a tolerância de cada voluntário da pesquisa. O tempo de duração do estímulo foi de 10 
minutos para a aplicação em face. A aplicação intraoral em região sublingual teve 
duração de 3 minutos. O tempo menor de estimulação intraoral, aconteceu em 
decorrência da posição desconfortável com a boca entre aberta e língua na posição 
elevada, a fim de não causar nenhum dano aos participantes. 
A aplicação da corrente Russa foi realizada seguindo os mesmos procedimentos 
relatados anteriormente para a outra corrente, com uso do aparelho Stim Care com 
programação de 4ms de ciclo, 20Hz de frequência, 1s de rise (rampade subida), 5s on 
(tempo de estimulação) e 1s de decay (rampa de descida), 1s off (intervalo de picos), 
com duração de 5 minutos para aplicação em face e em região intraoral com duração de 
3 minutos. 
Na última sessão de intervenção, na quarta semana foi realiza nova sialometria 
ao final da intervenção, seguindo os mesmos procedimentos realizados na primeira 
sessão. O período de coleta de dados com intervenção deste estudo foi de outubro de 
2019 a fevereiro de 2020, sendo todas as coletas diretas com pacientes, realizadas antes 
do início das restrições pela pandemia da COVID-19 no Brasil. Fato que culminou para 
realização de um estudo piloto, tornando inviável a realização de estudo robusto, com 
maior número de participantes no momento. 
 
2.6 Variáveis 
• Variáveis sócio demográficas; 
• Localização especifica do tumor; 
• Dose de irradiação ionizante aplicada durante tratamento oncológico; 
• Intensidade dos sintomas relacionados a diminuição do fluxo salivar. 
• 
2.7 Análise Estatística 
Os dados foram tabulados em planilhas e analisados estatisticamente. 
Inicialmente os dados foram descritos por meio de medidas de tendência central (média 
e mediana), dispersão (desvio padrão, mínimo e máximo), valores absolutos e relativos. 
25 
 
 
 
 Na análise de comparação entre grupos foi utilizado o teste Exato de Fisher e 
Teste Mann-Whitney. Foi adotado nível de significância de 5% em todas as análises. 
2.8 Questões Éticas 
Por se tratar de pesquisa em seres humanos o estudo foi submetido ao Comitê 
de Ética em Pesquisa da Santa Casa Misericórdia de Passos e aprovado CAAE: 
14105919.2.0000.8043. Todos os participantes do estudo foram orientados que as 
intervenções da pesquisa apresentavam riscos mínimos, como desconforto e dor 
localizados apenas durante a intervenção, os métodos utilizados e caso informasse 
desconforto o procedimento seria interrompido. O risco de quebra de sigilo desta 
pesquisa é mínimo, foram tomados todos os cuidados com as informações e dados 
coletados, estes foram avaliados exclusivamente pelos pesquisadores envolvidas no 
projeto, garantindo a preservação do anonimato e estão sendo transferidos para o 
programa REDCap. 
Não foi identificado qualquer intercorrência não prevista durante execução do 
estudo e os participantes seguem em acompanhamento no ambulatório de 
fonoaudiologia da instituição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
 
 
 
3. RESULTADOS 
 
 A amostra final do estudo foi composta por 11 indivíduos, alocados em dois 
grupos denominados: grupo TENS (GT) composto por 6 voluntários e grupo russa (GR) 
com 5 voluntários. Todos os participantes da pesquisa foram submetidos ao tratamento 
por radioterapia pelo método conformacional 3D, com fracionamento convencional 
com dose diária de 1,8 a 2,0 Gy, sendo realizada 1 sessão diária no período de segunda-
feira a sexta-feira com pausas de aplicação apenas no final de semana, a radiação total 
proposta no tratamento foi semelhante entre os participantes, e todos foram 
submetidos a quimioterapia concomitante a radioterapia. 
 A caracterização dos grupos está descrita na tabela 1, aspectos como gênero e 
idade foram semelhantes entre os grupos, houve predomínio do sexo masculino, mas a 
distribuição nos grupos foi simétrica, a média de idade dos participantes foi de 55 anos, 
sendo o mais jovem com 48 anos e o mais velho com 63 anos. Os diagnósticos 
neoplásicos, foram descritos por localização do tumor e classificados em grau conforme 
estadiamento do tumor, bem como dosagem total da radioterapia e consistência 
alimentar tolerada (Tabela 1). 
 
Tabela 1. Caracterização da amostra em relação aos grupos de intervenções TENS (GT) 
e Russa (GR). 
Variável GT (n=6) GR (n=5) p-valor 
Idade (anos) 55,5 ±5,58 55,4 ±5,73 0,926 
Sexo Masculino 83,3% (5) 80% (4) 1 
 Feminino 16,7% (1) 20% (1) 1 
Diagnóstico Neoplasia Nasofaringe 16,7 % (1) 0,0% 1 
 Língua 16,7 % (1) 0,0% 
 Base de língua 16,7 % (1) 20,0% (1) 
 1º oculto meta cervical 33,3% (2) 20,0% (1) 
 Hipofaringe 16,7 % (1) 20,0% (1) 
 Borda de língua 0,0% 20,0% (1) 
 Retromolar 0,0% 20,0% (1) 
Estadiamento do Tumor II 33,3% (2) 60,0% (3) 1 
 III 16,7% (1) 0,0% 
27 
 
 
 
 IV 50% (3) 40,0% (2) 
Dose total proposta RT (Gy) 70 83,3% (5) 60,0% (3) 0,697 
 66 16,7% (1) 20,0% (1) 
 
 68 0,0% 20,0% (1) 
GT= Grupo TENS; GR= Grupo Russa; RT=Radioterapia; Gy= Dose da irradiação em Gray. Dados expressos 
em média ± desvio padrão, frequência absoluta e relativa (%). 
 
 
 Todos os participantes (100%) foram classificados quanto a deglutição segundo 
protocolo PARD, como grau III; 63,6% com via oral de alimentação na consistência geral 
(qualquer textura de alimento); e branda, 36,4% (alimentos macios e/ou picados). 
Todos os voluntários relataram necessidade de adaptação alimentar, com uso de líquido 
durante alimentação, para facilitar o processo de mastigação e deglutição. 
Em relação ao fluxo salivar medido por Sialometria estimulada, foi observado 
discreto aumento na média do fluxo em ambos os grupos. A média inicial no GT foi de 
0,72 ml e GR = 1,40 ml, ao final da intervenção a média do fluxo salivar no GT foi de 1,27 
ml e no GR = 1,60 ml. Observamos um aumento médio de 0,55 ml no GT e de 0,20ml no 
GR (Gráfico 1). O número diferente de sessões de eletroestimulação no GT não 
demonstrou diferença estaticamente significante para aumento do fluxo salivar dos 
indivíduos com mais sessões em relação aos demais. 
 
Gráfico 1. Média do fluxo salivar estimulado com dados expressos em média de 
mililitros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Não foi observado relação entre a dose de irradiação total proposta e o fluxo 
salivar, bem como entre o período de fim do tratamento de radioterapia e início da 
,72
1,40
1,27
1,60
,55
,20
,00
,20
,40
,60
,80
1,00
1,20
1,40
1,60
1,80
TENS RUSSA
INICIAL
FINAL
GANHO
28 
 
 
 
eletroestimulação, como fator de impacto no fluxo salivar dos participantes (Tabela 2). 
O tempo entre as sessões de eletroterapia, início e fim do período de intervenção, GT 
média 30,6 (±9,54) dias e GR 27,6 (±6,19) dias, foi semelhante e não mostrou diferença 
entre os grupos. Com relação a intensidade do estímulo aplicado nas sessões de 
eletroestimulação, tal dado não foi levantado durante a pesquisa e pode ter relação com 
resultados. 
 A dose média de irradiação ionizante em glândulas parótidas e toxicidade 
máxima aguda, em derme e mucosa oral, também descritos na tabela 2, não apontaram 
associação com o fluxo salivar. 
 
Tabela 2. Dados da sialometria, dose média de radiação em glândulas parótidas, 
toxicidade máxima de glândulas salivares segundo RTOG adaptada pelo serviço de 
radioterapia HRC Passos, tempo entre final da RT e início da eletroestimulação. 
Paciente 
Grupo 
Sialometria (mL) 
Início Fim 
Dose média de RT em 
Glândulas Parótidas (Gy) 
Direita Esquerda 
Toxicidade Máxima Aguda 
(Escala RTOG - grau 0 a 4) 
Pele Mucosa 
Intervalo entre 
Fim RT X Inicio 
EENM (dias) 
1 - TENS 1,0 1,0 63,15 63,93 
2 2 540 
2 - TENS 0,1 0,1 * * 
2 2 285 
3 - TENS 0,1 1,0 55,51 43,86 2 2 369 
4 - TENS 1,0 1,5 43,02 45,03 
1 1 549 
5 - TENS 2,0 3,0 48,60 49,05 1 1 207 
6 - TENS 0,1 1,0 60,79 60,36 
2 1 343 
1 - Russa 1,0 1,0 60,80 60,40 2 1 472 
2 - Russa 1,0 1,0 54,80 54,72 
2 2 352 
3 - Russa 1,0 1,0 55,60 43,90 
2 2 477 
4 - Russa 1,0 2,0 59,97 56,30 2 2 307 
5 - Russa 3,0 3,0 63,20 63,09 1 1 311 
*Dado não encontrado. 
ID=identificação do paciente; mL=mililitros; Gy=gray; RTOG=Radiation Therapy Oncology Group; 
RT=radioterapia; EENM=estimulação elétrica neuromuscular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
 
 
4. DISCUSSÃO 
 
 O estudo buscou avaliar os resultados da eletroestimulação utilizando a corrente 
TENS e a Russa no tratamento da hipossalivação sendo a corrente Russa com utilizaçãonão descrita na literatura. 
 A corrente TENS já foi descrita por alguns estudos como eficiente para aumento 
do fluxo salivar16,17. Em um desses estudos a corrente TENS é apontada com ação de 
ativação do nervo na unidade secretomotora das glândulas parótidas a partir da 
estimulação neuromuscular e ativação do nervo auriculotemporal17, com base nesta 
afirmação levantamos a hipótese do uso de corrente de média frequência, neste caso a 
corrente Russa, como instrumento para melhor ativação das glândulas salivares. 
 O uso da CR é comum para estimulação muscular com objetivo de ganho de 
força, utilizado principalmente fisioterapeutas e educadores físicos18,19,20. Considerando 
seus resultados para este fim, e associando os achados do estudo que aponta a 
estimulação muscular para ativação da função excretora da glândula salivar, 
acreditamos que o uso da CR demostraria bons resultados. 
 Conforme o Gráfico 1, neste estudo houve aumento na média de fluxo salivar 
dos voluntários do GT conforme descrevem outros estudos16,17,22,23. Do total de 
participantes (n=6) apenas dois não apresentaram aumento de FS, contudo, um deles 
relatou melhora do paladar, sugerindo mudança na viscosidade da saliva produzida, tal 
fato foi descrito e associado as mudanças bioquímicas da composição da saliva após RT, 
como a concentração de minerais, água e o pH 22. 
 No GR foi observado aumento restrito do fluxo de saliva após intervenção, 
quatro dos cinco voluntários mantiveram o mesmo FS inicial, entretanto três relatam 
melhora do paladar e um da xerostomia, 80% (4) deles relataram diminuição da ingesta 
de líquidos durante alimentação. Tais achados sugerem a mudança na composição 
salivar, como a viscosidade, fator que deve ser analisado em estudo futuro, e que vai de 
encontro aos resultados do estudo realizado por Paim22, em que também houve 
melhora da autopercepção do fluxo salivar e das funcionalidades associada e ele, bem 
como da qualidade vida em relação a hipossalivação pós RT. 
30 
 
 
 
 No que se refere ao levantamento de subsídios que embasem o uso da CR como 
estimulante na função inicial das glândulas salivares, não houve nível de significância 
para tal afirmação. 
 Considerando os aspectos funcionais da deglutição, houve relato de melhora no 
que diz respeito a xerostomia, sensação de boca seca, e do paladar em ambos os grupos. 
Dos 11 participantes da pesquisa alocados nos dois grupos, 81,82% (n=9) apresentaram 
algum desfecho positivo com relação a salivação após a intervenção e dois voluntários 
não apresentaram nenhum desfecho benéfico. 
 Analisando o histórico e os dados da pesquisa não foi possível observar fatores 
divergentes dentro da amostra, que justifique o fato de alguns participantes manterem 
quadro estável após a intervenção. O único dado observado nos grupos deste estudo, 
que não corrobora com os achados na literatura, é o tempo entre o final da RT e o início 
da eletroestimulação, que neste estudo foi em média de 387,33 (±136,34) dias no GT, e 
383,80 (±84,76) dias no GR. Nos relatos da literatura este intervalo é descrito com 
intervalo menor, em média 3 meses (90 dias) 23, 5 a 6 meses (180 dias) 22, ou 
concomitante ao tratamento com radioterapia17. 
 Dois dados que não foram levantados neste estudo, e podem ter influenciado no 
fluxo salivar, a intensidade da corrente elétrica tolerada por cada participante, sendo 
provável a associação entre maior tolerância do estimulo e aumento do fluxo, além da 
toxicidade em glândulas salivares, pois este item na escala RTOG adaptada para uso na 
instituição não é pontuado no protocolo da radioterapia, bem como a toxicidade tardia 
de derme e mucosa, presumindo que o voluntário que manteve ou baixou o grau de 
toxidade na escala pode ter apresentado melhores resultados, e tais dados não puderam 
ser comparados. 
 Considerando o exposto quanto ao intervalo entre o início da intervenção com 
eletroestimulação e fim da RT, percebemos um quadro crônico de hipossalivação. Fato 
que vem de encontro com a possibilidade apontada no início desta pesquisa, do uso da 
CR causar melhores efeitos no aumento do fluxo salivar, considerando seu potencial 
como maior por se tratar de corrente elétrica de média frequência, e assim acenar com 
a possibilidade de melhor resultado em indivíduos que tenham a funcionalidade das 
glândulas mais comprometida. Contudo, não elencamos dados contundentes que 
corroborem com essa hipótese neste estudo, porém a limitação relacionada ao tamanho 
31 
 
 
 
da amostra pode ter influenciado neste desfecho, e novos estudos melhor delineados 
podem apontar resultados promissores. 
 
LIMITAÇÕES 
 
 Este estudo apresentou algumas limitações, dentre elas o número reduzido de 
inclusões devido a pandemia, resultando em um número pequeno na amostra e de 
sessões de intervenção realizadas. Observamos também, a falta de um questionário 
estruturado de qualidade de vida quanto aos aspectos de hipossalivação e xerostomia, 
o acompanhamento das variações de intensidade de estímulo durante as sessões de 
EENM, fator que pode ter influenciado no desfecho com relação ao aumento do fluxo 
salivar de alguns participantes, bem como a toxicidade aguda e tardia em glândulas 
salivares com base na escala RTOG para melhor definir os participantes da amostra. 
 Além da análise dos componentes salivares que descrevam itens como 
viscosidade, pH e outros componentes da saliva para descrever prováveis mudanças do 
fluído, que impactem na qualidade funcional salivar, fator que poderia contribuir com 
uma discussão qualitativa do estudo, principalmente se associado ao questionário de 
qualidade pré e pós intervenção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
 
5. CONCLUSÃO 
 
 O uso da eletroestimulação corrente TENS apresentou resultados promissores, 
sendo observado aumento do fluxo salivar dos pacientes, como já esperado. Com 
relação ao uso da corrente Russa os resultados não foram encorajadores, entretanto a 
amostra restrita pode ter impactado negativamente no desfecho deste grupo no estudo, 
cabendo assim a margem para realização de um estudo com amostra mais robusta para 
apontar um resultado conclusivo sobre tal intervenção. 
 A partir de conteúdo teórico baseado na literatura, e de dados considerados 
importantes no curso da pesquisa, foi elaborado um protocolo inicial de aplicação da 
eletroestimulação para hipossalivação pós radioterapia (Apêndice 2) com base nos 
parâmetros utilizados neste estudo e seus achados. Para finalização do protocolo será 
necessário estudo com um número maior de indivíduos, e posterior validação do 
protocolo, caso o mesmo se mostre efetivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
 
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35 
 
 
 
ANEXOS 
Anexo 1. Protocolo de Avaliação para risco de disfagia 
 
 
 Santa Casa de Misericórdia de Passos 
 CGC (MF) 23.278.898/0001-60 – Inscrição Estadual: Isento 
 (035) 3529-1300 (Geral) – HRC (035) 3529-1439 – Fax: (035) 3529-1341 
 
PROTOCOLO PARD - 2007 
CLASSIFICAÇÃO DO GRAU DE DISFAGIA E CONDUTAS 
Condutas: 
A- Via alternativa de alimentação 
B- Terapia fonoaudiológica, podendo ser direta (com alimento) ou indireta (sem alimento) 
C- Alimentação VO assistida pelo fonoaudiólogo, de acordo com a seleção das consistências. 
Nível I Deglutição normal Normal para ambas consistências. Alimentação VO 
completa 
Conduta C 
Nível II Deglutição funcional Pode estar alterada ou anormal, mas não resulta em 
aspiração ou redução da eficiência da deglutição, sendo 
possível manter adequada nutrição e hidratação por VO. 
Pode despender tempo adicional. 
Conduta C 
Nível III Disfagia orofaríngea 
leve 
Distúrbio de deglutição presente. Necessidade de 
pequenas modificações na dieta; tosse e/ou pigarro 
espontâneos e eficazes; leves alterações orais com 
compensações adequadas. 
Conduta ABC 
Nível IV Disfagia orofaríngea 
leve a moderada 
Risco de aspiração, porém reduzido com o uso de 
manobras e técnicas terapêuticas. Sinais de aspiração e 
restrição de uma consistência; tosse reflexa fraca e 
voluntária forte. 
Conduta ABC 
Nível V Disfagia orofaríngea 
moderada 
Risco significativo de aspiração. Alimentação oral 
suplementada por via alternativa, sinais de aspiração 
para 2 consistências. O paciente pode se alimentar de 
algumas consistências utilizando técnicas específicas 
para minimizar o potencial de aspiração e/ou facilitar a 
deglutição. Tosse reflexa fraca ou ausente. 
Conduta ABC 
Nível VI Disfagia orofaríngea 
moderada a grave 
Tolerância de apenas uma consistência, com máxima 
assistência para utilização de estratégias, sinais de 
aspiração com necessidade de múltiplas solicitações de 
clareamento, aspiração de 2 ou mais consistências, 
ausência de tosse reflexa, tosse voluntária fraca e 
ineficaz. Se o estado pulmonar do paciente estiver 
comprometido, é necessário suspender a alimentação 
por VO. 
Conduta AB 
Nível VII Disfagia orofaríngea 
grave 
Impossibilidade de VO. Engasgo com dificuldade de 
recuperação; presença de cianose ou broncoespasmo; 
aspiração silente para 2 ou mais consistências; tosse 
voluntária ineficaz; inabilidade de iniciar deglutição. 
Conduta AB 
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APÊNCICE 
Anamnese 
 
 
ANAMNESE 
Nome: _______________________________________ Data: ___/____/____ 
Data de nascimento:____/____/____ Idade: ______ Gênero: F ( ) M ( ) 
HD: _______ Estadiamento: ______ Metástase: ( )sim ( ) não _________ 
Cirurgia: sim ( ) não ( ) Onde? Quando? ___________________________ 
RADIOTERAPIA: 
Tipo: ___________ Dosagem: ______________ Sessões: ______________ 
Início: _____________ Término: ______________ 
DEGLUTIÇÃO: 
Classificação da Disfagia segundo Protocolo PARD 2007: _________________ 
INSPESÃO ORAL: 
Mucosite: sim ( ) não ( ) Lesão de derme: sim ( ) não ( ) 
XEROSTOMIA: 
Uso de algum artificio para melhora do sintoma? 
( ) Ingesta de água 
( ) Estimulante salivar 
( ) Saliva artificial 
Sialometria: 1º sessão ______________ 4º sessão ______________ 
 
Avaliado por: ___________________________ 
 Carimbo/Assinatura 
 
 
37 
 
 
 
Anexo 2- Protocolo 
PROTOCOLO DE APLICAÇÃO DA ELETROESTIMULAÇÃO PARA 
HIPOSSALIVAÇÃO E XEROSTOMIA 
 
FLUXO SALIVAR (sialometria)
Primeira sessão 
Pré estimulação ml 
Pós estimulação ml 
Última sessão 
Pré estimulação ml 
Pós estimulação ml 
APLICAÇÃO DO ESTÍMULO 
Corrente Russa 
Tempo de estímulo minutos Tempo On 5s 
Ciclo 4ms Decay 1s 
Frequência 20Hz Tempo off 1s 
Rise 1s Intensidade tolerada 
 
CORRENTE TENS 
Tempo de estímulo minutos 
Frequência 50hz 
Largura de pulso 250ms 
Intensidade tolerada 
 
Data sessão Parâmetros Observação 
 
 
 
 
IDENTIFICAÇÃO 
Nome: 
Idade: Sexo: 
Diagnóstico: 
Tipo de Radioterapia: Nº sessões/Dose: 
Inspeção oral: 
 
CRITÉRIOS DE CONTRAINDICAÇÃO 
1 Doença cardíaca? Sim ( ) Não ( ) Qual: 
 Faz uso de marca-passo? Sim ( ) Não ( ) 
2 Doença epiléptica? Sim ( ) Não ( ) 
3 Hipertensão/Hipotensão? Sim ( ) Não ( ) 
 Faz controle? Sim ( ) Não ( ) 
4 Tumor em glândula salivar? Sim ( ) Não ( ) Qual: 
5 Lesão de pele em região de face e pescoço? Sim ( ) Não ( ) 
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APÊNDICE - CARTA DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA 
 
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