Buscar

Radiofrequência em Região Genital Feminina


Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

0 
 
 
Programa de Pós-Graduação em Medicina e Saúde Humana 
 
 
 
Radiofrequência em Região Genital Feminina: um 
Ensaio Clínico Randomizado 
 
 
 
Dissertação de Mestrado 
 
 
 
 Mariana Robatto Dantas Leal 
 
 
 
 
Salvador-Bahia 
2014 
 
 
 
 
1 
 
 
 
Programa de Pós-Graduação em Medicina e Saúde Humana 
 
 
 
 
 
Radiofrequência em região Genital Feminina: um 
Ensaio Clínico Randomizado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Salvador-Bahia 
2014 
 
 
 
Dissertação apresentada ao curso de 
Pós-graduação em Medicina e Saúde 
Humana da Escola Bahiana de 
Medicina e Saúde Pública para 
obtenção do título de mestre em 
Medicina e Saúde Humana. 
 
Autor: Mariana Robatto Dantas Leal 
 
Orientador: Profª Dra. Patrícia V. S. Lordêlo 
Garboggini 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ficha Catalográfica elaborada pela 
Biblioteca Central da EBMSP 
 
 
L433 Leal, Mariana Robatto Dantas 
 
 Radiofrequência em Região Genital Feminina: um Ensaio 
Clínico 
 Randomizado./ Mariana Robatto Dantas Leal. – Salvador. 2014. 
 53f. il. 
 Dissertação (Mestrado) apresentada á Escola Bahiana de 
Medicina e Saúde Pública. Programa de Pós-Graduação em Medicina e Saúde 
Humana. 
 Orientadora: Profª Drª Patrícia Virgínia Silva Lordêlo Garboggini 
 Inclui bibliografia 
 1. Radiofrequência. 2. Flacidez Cutânea. 3. Grandes Lábios. Título. 
 CDU: 618.16/. 17 
 
 
 
3 
 
FOLHA DE APROVAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nome: LEAL, Mariana Robatto Dantas 
Título: Radiofrequência em região genital feminina: um ensaio clínico randomizado 
 
Dissertação apresentada à Escola Bahiana de Medicina e Saúde 
Pública para obtenção do título de Mestre em Medicina e 
Saúde Humana. 
 
Aprovado em: 28.03.2014 
Banca Examinadora 
 
Profª. Drª. : Nilma Antas Neves 
Titulação: Doutora em Imunologia 
Instituição: Universidade Federal da Bahia 
 
Prof. Dr. : Ubirajara de Oliveira Barroso Júnior 
Titulação: Livre-Docência 
Instituição: Universidade Federal da Bahia 
 
Prof.Dr. : Bruno Gil de Carvalho Lima 
Titulação: Doutor em Saúde Pública (Epidemiologia) 
Instituição: Universidade Federal da Bahia 
 
 
 
 
Prof. Dr. : 
Titulação: 
Instituição: 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esse trabalho a minha família, especialmente a minha mãe, minha maior 
incentivadora e meu maior exemplo de honestidade e lealdade. 
 
 
 
 
5 
 
Instituições Envolvidas 
 
EBMSP- Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública 
 
CAFIS- Clínica Avançada em Fisioterapia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EBMSP- Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública 
 
CAFIS- Clínica Avançada em Fisioterapia 
6 
 
EQUIPE 
 
Mariana Robatto, mestranda. 
Juliana Menezes, mestranda em Tecnologias em Saúde pela EBMSP, participou da coleta de 
dados, bolsista FAPESB. 
Cristina Brasil, graduanda em Fisioterapia, participou da coleta de dados, bolsista 
PIBIC/FAPESB. 
Maria Clara Pavie, graduanda em Fisioterapia, participou da coleta de dados, bolsista 
PIBIC/FAPESB. 
Patrícia Lordêlo, orientadora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço imensamente a minha orientadora, Dra. Patrícia Lordêlo, pela confiança, disposição 
em ajudar e orientar, pelas palavras de conforto e carinho nos momentos mais difíceis e pela 
oportunidade de ingresso no mestrado. 
À minha mãe, a quem dedico este trabalho, por todo amor, incentivo e por estar ao meu lado 
em todos os momentos. 
Ao meu pai, por despertar em mim o amor pela docência. 
Ao meu irmão, pela amizade e cumplicidade. 
A minha madrinha Taninha, por todo amor e força ao longo deste período. 
Ao meu noivo Ricardo, por todo amor e companheirismo. 
A Clara, minha grande amiga, pela disposição em sempre ajudar, pelos ensinamentos e 
valiosa amizade. 
A Juliana Menezes, Cristina Brasil, Maria Clara Pavie e Daniela Minas, por sermos 
verdadeiramente uma equipe; pela amizade que se consolidou nestes dois anos e que levarei 
comigo para sempre. 
A Dra. Elza Brasil, Dr. Eutímio Brasil, Maria Luiza Veiga, Selena Dubois, Verinha e Vanusa, 
pela disponibilidade em ajudar. 
Aos pacientes, que tornaram essa pesquisa possível. 
A todos os colegas do mestrado em Medicina e Saúde Humana, em especial a Adriana Bruno 
e Amanda Araújo, pelo incentivo e ensinamentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
SUMÁRIO 
 
 
1.INTRODUÇÃO 14 
2.REVISÃO DA LITERATURA 16 
 2. 1 CIRURGIAS PLÁSTICAS GENITAIS FEMININAS 16 
 2. 2 ANATOMIA E HISTOLOGIA DOS GRANDES LÁBIOS 17 
 2. 3 HISTOLOGIA DA PELE 17 
 2. 4 CONCEITO DE FLACIDEZ CUTÂNEA 18 
 2. 4.1 TRATAMENTO CIRÚRGICO DA FLACIDEZ 
CUTÂNEA DE GRANDES LÁBIOS 
18 
 2. 4.2 MÉTODOS NÃO CIRÚRGICOS UTILIZADOS NO 
TRATAMENTO DA FLACIDEZ CUTÂNEA FACIAL E CORPORAL 
 2. 4.3 TRATAMENTO NÃO INVASIVO: 
RADIOFREQUÊNCIA 
18 
 
19 
3. OBJETIVOS 26 
 3. 1 OBJETIVO GERAL 26 
 3. 2 OBJETIVO ESPECÍFICO 26 
4. METODOLOGIA, MATERIAIS E MÉTODOS 27 
 4. 1 ANÁLISE ESTATÍSTICA 29 
 4. 2 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS 30 
5. RESULTADOS 32 
 5. 1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA 33 
 5. 2 RESPOSTA CLÍNICA DA RADIOFREQUÊNCIA 34 
 5. 3 ANÁLISE DE CONCORDÂNCIA 38 
6. DISCUSSÃO 40 
7. CONCLUSÃO 45 
Referências 46 
Anexos 49 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
1 Aparelho de Radiofrequência 21 
2 Eletrodo ativo da Radiofrequência 22 
3 Eletrodo passivo da Radiofrequência 
 
23 
4 Termômetro infravermelho 
 
24 
5 
6 
Fluxograma da randomização recomendada pela Consort 
Grandes lábios de pacientes do grupo controle antes e após 
Radiofrequência 
32 
35 
7 Grandes lábios de pacientes do grupo estudo antes e após 
Radiofrequência 
37 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
1 Principais recursos não invasivos, características e efeitos colaterais 20 
2 Características clínicas e sócio-demográficas dos grupos estudo e 
controle 
 
33 
3 Avaliação das pacientes e profissionais em relação a melhora clínica da 
flacidez cutânea dos grupos estudo e controle 
 
34 
 
4 Análise de concordância inter-avaliadores utilizando o Teste de Kappa 
 
39 
5 Análise de concordância entre pacientes e avaliadores utilizando o Teste 
de Kappa 
 
 
39 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OMS ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE 
ISAPS INTERNATIONAL SOCIETY OF AESTHETIC 
PLASTIC SURGERY 
RF RADIOFREQUÊNCIA 
FDA FOOD AND DRUG ADMINISTRATION 
CEP COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA 
CAFIS CLÍNICA AVANÇADA EM FISIOTERAPIA 
LEE LABORATÓRIO DE EPIDEMIOLOGIA E 
ESTATÍSTICA 
SPSS STATISTICAL PACKAGE FOR THE SOCIAL 
SCIENCES 
IMC ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA 
LASER LIGHT AMPLIFICATION BY STIMULATED 
EMISSION RADIATION 
12 
 
RESUMO 
 
RADIOFREQUÊNCIA EM REGIÃO GENITAL FEMININA: UM ENSAIO CLÍNICO 
RANDOMIZADO. 
 
 
 
Introdução: A flacidez dos grandes lábios vulvares é uma das principais queixas de mulheres 
que se submetem às cirurgias plásticas genitais, podendo apresentar impacto na função sexual. 
A Radiofrequência (RF) é um procedimento não invasivo, eficaz no tratamento da flacidez 
cutânea facial e corporal, porém não há relatos da sua utilização em grandes lábios vulvares.Objetivo: Avaliar a resposta clínica da RF em grandes lábios. Tipo de estudo: Ensaio clínico 
randomizado, cego. Material e Métodos: Amostra de 43 mulheres com queixa de flacidez 
cutânea em grandes lábios, sendo 21 participantes do grupo estudo e 22 do grupo controle. O 
protocolo consistiu de 8 sessões de RF, 1x/semana. Como instrumentos de avaliação, foram 
utilizadas fotografias realizadas antes da primeira sessão e oito dias após o término da última 
sessão, que foram avaliadas pelas próprias pacientes e três profissionais de saúde, através da 
escala de Likert de 3 pontos (insatisfeita, inalterada, satisfeita) e (piorou, inalterado, 
melhorou) respectivamente. A satisfação das pacientes foi determinada pelos Testes Qui-
Quadrado e Binomial na comparação inter-grupo e intra-grupo, respectivamente. A avaliação 
dos profissionais foi avaliada pelo Teste Qui-Quadrado. Resultados: Em relação à resposta 
clínica da RF, 76% das pacientes do grupo estudo e 27% do grupo controle relataram 
satisfação com o resultado do tratamento (p=0,001). Este resultado foi ratificado pela 
avaliação dos profissionais (p=0,007; p=0,009; p=0,010). Conclusão: A RF é uma alternativa 
de tratamento não invasiva, eficaz no tratamento da flacidez cutânea de grandes lábios, 
inclusive na percepção pessoal. 
 
 
Palavras - Chave: Radiofrequência, flacidez cutânea, grandes lábios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
RADIOFREQUENCY IN THE FEMALE GENITAL REGION: A RANDOMIZED 
CLINICAL TRIAL 
 
Introduction: Flaccidity of the labia majora, which may affect sexual function, constitutes 
one of the major complaints of women requesting genital plastic surgery. Radiofrequency 
(RF) is a non-invasive, effective procedure for the treatment of skin flaccidity of the face or 
body; however, to the best of our knowledge, no reports have been published on its use to 
treat the labia majora. Objective: To evaluate clinical response to radiofrequency administered 
to the labia majora. Type of study: A blinded, randomized clinical trial. Material and 
Methods: A sample of 43 women complaining of skin flaccidity of the labia majora was 
recruited and allocated to two groups: an intervention group of 21 women and a control group 
of 22 women. The protocol consisted of 8 sessions of RF, once a week. Photographs taken 
prior to the first session and eight days after the final session were used as an evaluation 
instrument and were assessed by the patients themselves and by three healthcare professionals 
using a 3-point Likert-type scale: patients - dissatisfied, unchanged, satisfied and healthcare 
professionals - worse, unchanged, improved. Patient satisfaction was determined using the 
chi-square test and the binomial test to compare inter-group and intra-group differences, 
respectively. The evaluations of the healthcare professionals were assessed using the chi-
square test. Results: In relation to the women’s clinical response to RF, 76% of the patients in 
the study group and 27% in the control group reported being satisfied with the results of the 
treatment (p = 0.001). This result was confirmed by the evaluation of the three healthcare 
professionals (p=0.007; p=0.009; p=0.010). Conclusion: RF represents an effective, non-
invasive option for the treatment of skin flaccidity of the labia majora. Patient satisfaction 
with this method is high. 
 
Key words: radiofrequency; skin flaccidity; labia majora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece a saúde sexual como parte 
integral na saúde do indivíduo e com grande influência na qualidade de vida, e a define como 
um estado de bem estar físico, emocional, mental e social ligado à sexualidade, sendo 
influenciada por fatores biológicos e psicológicos
1
. 
As características anatômicas e funcionais da genitália externa feminina podem 
interferir no comportamento da mulher, independentemente da sua idade e nível sócio-
cultural
2
. Quando estas características estão fora dos padrões estabelecidos, problemas 
psicológicos podem surgir, interferindo de forma significativa na sua atividade sexual, 
levando a mulher muitas vezes a buscar um tratamento reparador
2
. 
Em um estudo de Goodman et al (2010) foi demonstrado que entre mulheres 
submetidas a tratamentos reparadores na vulva, devido, entre outras razões, ao 
descontentamento com a sua aparência, 46% consideraram sua vida sexual insatisfatória antes 
da cirurgia
3
. Os mesmos autores relatam que entre mulheres sexualmente ativas, o 
desconforto com o aspecto da sua genitália foi traduzido em ansiedade e inibição durante a 
atividade sexual por medo de uma avaliação negativa do parceiro
3
. 
Segundo dados da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS), em 
2011, último ano avaliado pela instituição, o Brasil é líder em cirurgias plásticas genitais 
femininas, com 9 mil mulheres operadas
4
. Dentre estas, a labioplastia é a mais frequente
2
 e 
envolve o tratamento da flacidez cutânea dos grandes lábios
5
, que é resultado da redução de 
colágeno e elastina, elementos responsáveis pela sustentação e elasticidade da pele
6
. Este 
procedimento cirúrgico consiste na injeção de gordura autóloga ou materiais sintéticos nessa 
região, podendo haver complicações
5
 e a necessidade de cuidados no pós-operatório
2
. 
15 
 
Atualmente, há um interesse crescente por intervenções não invasivas, com o objetivo 
de rejuvenescer a pele de uma forma segura, eficaz
7
 e com um mínimo de efeitos colaterais 
e/ou adversos
8
. Os métodos não cirúrgicos têm sido um atrativo devido a um baixo risco de 
efeitos indesejáveis
7
. Dentre estes recursos, destacam-se a radiofrequência, os lasers não 
ablativos e outros sistemas à base de luz, que destinam-se a produzir alterações favoráveis, 
tais como a neo produção de colágeno e organização das fibras elásticas
7
. 
 A RF, uma radiação do espectro eletromagnético, tem sua ação baseada na geração 
de calor nas camadas cutâneas, com retração imediata do colágeno existente e 
neocolanogênese ao longo do tempo
9
. Este recurso tem sido muito utilizado em pacientes com 
flacidez cutânea de face, tronco e membros, com melhora significativa do quadro
7
, porém não 
existem relatos na literatura da sua utilização em região de grandes lábios. 
Sabendo que alterações na genitália externa feminina podem levar a problemas 
psicológicos, interferindo na atividade sexual da mulher; que as únicas alternativas de 
tratamento são métodos invasivos que possuem um risco maior de complicações e a carência 
de achados na literatura quanto ao uso da radiofrequência nesta região, justifica-se portanto, 
um estudo com o objetivo de avaliar o efeito da radiofrequência na flacidez de grandes lábios 
vulvares. 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
2. REVISÃO DA LITERATURA 
 
2. 1. CIRURGIAS PLÁSTICAS GENITAIS FEMININAS 
As cirurgias plásticas genitais femininas são cirurgias que envolvem a vagina e/ou 
vulva, com finalidade estética ou funcional, objetivando a melhora da autoestima e satisfação 
sexual das pacientes
5
. Os procedimentos cirúrgicos em casos de patologias nos órgãos genitais 
femininos já foram aceitos e estão bem estabelecidos na literatura, no entanto, a modificação 
da aparência física da vulva para funções estritamente estéticas e com objetivo de aumentar a 
satisfação sexual das mulheres é ainda relativamente nova, quando comparada com outras 
cirurgias plásticas populares, como a mamoplastia e a rinoplastia
10
. 
As cirurgias plásticas mais comuns na região genital feminina são classificadas em 
labioplastia, perineoplastia, vaginoplastia, plastia de clitoris e himenoplastia
5
, e existem 
inúmeras razões que levam as mulheres a se submeterem a esses procedimentos cirúrgicos
2,11
. 
Felicio
 
(2011) relata que muitas pacientes buscam na cirurgia a solução estética e auto-
confiança para se exporem nas suas atividades diárias
2
.Alter
 
(2008), em um estudo com 407 
pacientes submetidas a labioplastia, descobriu que 93% das entrevistadas queriam melhorar a 
autoestima e 71% gostariam de melhorar a vida sexual
11
. 
A labioplastia é o procedimento cirúrgico mais comum dentre as cirurgias plásticas 
genitais femininas
2
, cujo objetivo é a redução do tamanho dos lábios vulvares
5
. Embora 
normalmente esta cirurgia envolva a redução dos pequenos lábios, ela também envolve a 
reconstrução dos grandes lábios, após lesão obstétrica ou trauma na vulva e ainda o 
preenchimento destes, através da injeção de materiais sintéticos ou gordura autóloga
5
. 
Felicio (2011), em sua experiência de duas décadas com cirurgias realizadas na região 
do púbis e genitália externa, operou 513 pacientes com disfunções nestas regiões, sendo 
17 
 
91,42% pacientes do sexo feminino
2
. Dentre as alterações mais frequentes, estavam a flacidez 
dos grandes lábios, correspondente a 6,04% das cirurgias realizadas, ficando apenas atrás da 
hipertrofia dos pequenos lábios e clitóris enclausurado
2
. 
2. 2 ANATOMIA E HISTOLOGIA DOS GRANDES LÁBIOS 
Os grandes lábios, duas pregas cutâneas longitudinais, proeminentes, que se estendem 
caudal e dorsalmente desde o monte do pubis e formam os limites laterais da vulva, são 
formados por duas faces: interna e externa
12
. A primeira tem estrutura histológica semelhante 
à dos pequenos lábios. A segunda é revestida por pele
13
. 
2. 3 HISTOLOGIA DA PELE 
A pele é composta por duas camadas: a epiderme e a derme. A epiderme é formada 
por epitélio estratificado queratinizado
13
. Na derme, há a presença de fibras colágenas, que 
são constituídas por uma glicoproteína denominada colágeno. Esta é a proteína mais 
abundante do corpo humano e é formada por três cadeias peptídicas enroladas em hélice 
(cadeias alfa), unidas entre si por pontes de hidrogênio
14,15
. Os colágenos constituem uma 
família de proteínas sintetizados por diversas células, dentre eles, os fibroblastos. Mais de 
uma dúzia de colágenos já foram descritos, sendo o tipo I o principal constituinte da pele, 
seguido do colágeno tipo III
15
. 
A função do colágeno é fornecer resistência e integridade estrutural a diversos 
tecidos
9
. Além disso, proporciona a força tênsil dos ferimentos na fase de cicatrização
6
. 
As fibras elásticas, estruturas também presentes na derme, são sintetizadas pelos 
fibroblastos, sendo constituídas principalmente pela proteína elastina. Esta proteína tem como 
função atribuir elasticidade à pele
9
. Portanto, as fibras de colágeno e elastina são as principais 
responsáveis pelo grau de firmeza e elasticidade do tecido cutâneo
16
. 
18 
 
2.4 CONCEITO DE FLACIDEZ CUTÂNEA 
Com o envelhecimento, a pele sofre alterações na sua estrutura: as fibras colágenas 
tornam-se mais grossas e reduzidas
6,9,15 
com diminuição da sua síntese pelos fibroblastos
7,16
. 
Além disso, a elastina perde a sua elasticidade natural, devido a redução do número de fibras 
elásticas
9
. Essas alterações contribuem para o envelhecimento da pele, com aparecimento da 
flacidez cutânea
6,15
. 
2.4.1 TRATAMENTO CIRÚRGICO DA FLACIDEZ CUTÂNEA EM GRANDES LÁBIOS 
Segundo Felicio (2011), o tratamento para flacidez cutânea dos grandes lábios é feito 
através da lipoenxertia seletiva, com volume injetado variando de 10 a 30 ml. Esta cirurgia é 
realizada em hospital ou clinica, com internamento, sob sedação e anestesia local. As 
pacientes devem fazer uso de antibiótico e anti-inflamatório no pós-operatório e evitar 
atividades esportivas e sexuais por 40 dias. Além disso, os cuidados no pós-operatório 
incluem drenagem linfática manual durante 15 dias e uso de bolsas geladas por 7 dias 
consecutivos
2
. Alguns efeitos adversos foram relatados neste tipo de cirurgia, tais como a 
formação de cicatrizes, risco de infecção, hipersensibilidade e hiposensibilidade
5
. 
2.4.2 MÉTODOS NÃO-CIRÚRGICOS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DA FLACIDEZ 
CUTÂNEA FACIAL E CORPORAL 
O tratamento padrão ouro para a flacidez cutânea durante muitos anos foi a cirurgia 
plástica. No entanto, com uma demanda cada vez maior de pacientes que desejam alcançar 
uma melhoria na aparência da pele com um mínimo de riscos e recuperação rápida, foram 
desenvolvidos inúmeros recursos não cirúrgicos que rejuvenescem a pele de uma forma 
segura e eficaz
7,17
. Tradicionalmente, a maioria dos métodos não-cirúrgicos têm se centrado 
em torno daqueles que destroem a epiderme, causando uma ferida cutânea, com posterior 
remodelação do colágeno dérmico. No entanto, proporcionam pós-operatório prolongado e 
19 
 
uma alta taxa de efeitos colaterais. Esses métodos incluem os lasers ablativos e os lasers 
ablativos fracionados
7
. 
Recentemente, a popularidade do laser ablativo diminuiu, e a procura por 
procedimentos minimamente invasivos cresceu, devido ao baixo risco e menor tempo de 
inatividade
7
. Dentre estes procedimentos, destacam-se a radiofrequência não ablativa, os 
lasers não ablativos e a luz intensa pulsada, que têm em comum o mesmo objetivo: 
remodelação do colágeno existente e neoformação de fibras colágenas e elásticas, com 
preservação da epiderme
7
. 
É muito comum a utilização de todos esses procedimentos em região cutânea facial
6
, 
porém há carência de estudos do uso destes recursos em região genital. A Tabela 1 mostra os 
principais recursos não invasivos, principais características e efeitos colaterais mais 
frequentes
8,18,19,20,21,22
. 
2. 4.3 TRATAMENTO NÃO INVASIVO: RADIOFREQUÊNCIA 
A RF, uma radiação eletromagnética com frequência entre 30KHz e 300 MHz, é 
utilizada há mais de um século para uma variedade de aplicações médicas
23
. Foi incorporada 
na Medicina na modalidade ablativa para o tratamento de tumores cancerígenos e dor 
crônica
9,14
, porém, agora tem-se utilizado também para produzir rejuvenescimento cutâneo, 
através da produção de fibras colágenas e elásticas, com reorganização das suas fibras
7
. O 
tratamento para flacidez de pele foi um dos primeiros usos na dermatologia, onde foi 
empregado como uma alternativa ou complemento ao laser não-ablativo
17
, sendo aprovado 
inicialmente pela Food and Drug Administration (FDA) em 2002 para o tratamento de rugas 
periorbitais
7,15
 e no restante da face em 2004
17
. Seu uso em tronco e membros somente foi 
aprovado em 2006
14
. É muito utilizada no tratamento da flacidez cutânea facial e corporal
7
, 
com sucesso no rejuvenescimento
17
 (Ilustração 1). 
20 
 
Tabela 1- Principais recursos não invasivos, características e efeitos colaterais 
Recursos Principais características Efeitos colaterais mais 
comuns 
Lasers ablativos Destroem de forma sucessiva 
as várias camadas da pele 
(epiderme e derme), estímulo 
à produção de colágeno. 
 Edema e exsudação 
intensos (até 1 
semana) 
 Prurido (3 a 21 dias) 
 Eritema (1 mês) 
 Dor (1 dia) 
 Descamação da pele 
 Formação de crostas 
 
Lasers fracionados ablativos São os lasers ablativos, 
porém dotados de um sistema 
fracionado. Isso permite 
deixar ilhotas de pele 
íntegras entre áreas de pele 
tratadas, facilitando a 
reepitelização dessas áreas. 
Redução dos efeitos 
colaterais quando 
comparado ao laser 
ablativo: 
 Edema (1 semana) 
 Prurido (até 21 dias) 
 Descamação da pele 
 
 
Lasers não ablativos Preservação da epiderme, 
com estímulo à produção de 
colágeno na derme. 
 Dor 
 Eritema (24 horas) 
 Hiperpigmentação 
pós inflamatória 
 
Luz Intensa Pulsada 
 
Estímulo à produção de 
colágeno sem ablação da 
epiderme 
Duração de 15 a 21 dias: 
 Eritema 
 Prurido 
 Crostas 
 Sensação de ardência 
 
Radiofrequência 
 
Estímulo à produção de 
colágeno, com preservação 
da epiderme 
Edema e hiperemia leves 
não superiores a 24 horas 
 
 
 
 
21 
 
 Ilustração 1 - Aparelho de Radiofrequência 
 
 
A RF gera calor por conversão, promovendo um aquecimentodérmico profundo 
volumetricamente distribuído, levando à nutrição e oxigenação do tecido cutâneo
9
. A 
conversão é gerada principalmente pela vibração iônica, que ocorre quando a RF atravessa os 
tecidos, gerando um atrito iônico que irá resultar numa produção de calor muito eficaz
9
. Além 
disso, os tecidos geram uma resistência com a passagem desta corrente, ocorrendo então, 
aumento de temperatura
7,9,15,16
. 
Os efeitos térmicos da RF promovem a desnaturação do colágeno, com contração 
imediata das suas fibras e posterior ativação dos fibroblastos com neocolanogênese das fibras 
colágenas ao longo do tempo, devido a uma resposta de cicatrização secundária e subsequente 
remodelação do tecido cutâneo
7,9,17
. 
A retração imediata do tecido ocorre devido a quebra das pontes de hidrogênio das 
fibras colágenas. A temperatura na derme de 57°C a 61°C é citada como a temperatura ideal 
para que ocorra a contração das fibras, dependendo da duração da exposição
7,17
. 
Primeiramente, o calor rompe as ligações de hidrogênio, alterando a estrutura molecular da 
22 
 
tripla hélice do colágeno, resultando na retração deste. Secundariamente, uma retração mais 
gradual é observada devido a cicatrização da ferida. Este processo de remodelamento do 
tecido leva de 2 a 6 meses
17
. 
A RF pode ser classificada de acordo com a quantidade de eletrodos em: monopolar, 
bipolar ou tripolar. A configuração monopolar consiste no uso de um único eletrodo inserido 
no circuito, com o paciente funcionando como terra. Na bipolar são utilizados dois eletrodos: 
um ativo, onde ocorre o aumento de temperatura e consequentemente os efeitos térmicos; e o 
eletrodo passivo, que fecha o circuito da corrente
24
 (Ilustrações 2 e 3). Os efeitos celulares de 
ambos são idênticos, diferindo apenas na profundidade de penetração e nos efeitos 
colaterais
14
. Na configuração monopolar, a profundidade de ação é maior e os efeitos 
colaterais são maiores quando comparada ao dispositivo bipolar
16
. Dentre as possíveis reações 
adversas causadas pelo dispositivo monopolar, pode-se citar: edema e dor na área tratada 
superiores a um período de 24 horas
8
. 
 Ilustração 2- Eletrodo ativo da Radiofrequência 
 
 
 
 
 
23 
 
 Ilustração 3- Eletrodo passivo da Radiofrequência 
 
As configurações de RF bipolares são frequentemente associadas a outras tecnologias, 
como os sistemas baseados em luz, ao sistema de vácuo e a chamada RF fracionada, que 
consiste em um dispositivo minimamente invasivo em que a RF bipolar é entregue entre pares 
de eletrodos de microagulhas. O objetivo em todos eles é o mesmo: lesão dérmica com 
posterior neocolanogênese
14,23,25,26
. 
A configuração tripolar ou multipolar é baseada em 3 ou mais eletrodos
27
, onde um 
eletrodo funciona como polo positivo e os demais como polo negativo. Geralmente a 
penetração é mais superficial quando comparada aos demais dispositivos monopolar e 
bipolar
25
. 
A RF é indicada principalmente para pacientes com flacidez cutânea leve a 
moderada
6,17,22
. Indivíduos de todos os fototipos cutâneos podem ser beneficiados com este 
recurso, já que a energia da RF é independente da interação cromóforo especifica e portanto, a 
melanina existente na epiderme não corre o risco de ser destruída
6,15,16
. Seu uso é contra-
indicado em pacientes que fazem uso de marcapasso
9
, peeling quimicos, gestantes
14
 e 
neoplasias
9
. 
24 
 
 Durante a sessão, o profissional deve fazer uso de um termômetro infravermelho, que 
mede a temperatura da pele durante toda a aplicação da RF
24
 (Ilustração 4). É necessário 
também o paciente informar ao profissional, a sensação de calor durante a sessão, devendo 
tolerar a temperatura como quente, porém sem extremo desconforto. Com isso, evita-se o 
superaquecimento da derme
28
. 
 Ilustração 4- Termômetro infravermelho 
 
 
Em geral, a incidência de efeitos colaterais é baixa. Aqueles relatados incluem eritema 
leve e edema transitórios pós-tratamento
17
. WEISS et al (2006) em um estudo com revisão de 
prontuários de mais de 600 tratamentos com o uso da RF monopolar para flacidez leve a 
moderada em face e pescoço, demonstraram que os efeitos mais comuns imediatos foram 
eritema e edema leve com duração inferior a 24 h
8
. 
 A literatura é ainda bastante divergente em relação à dosimetria utilizada, frequência 
das aplicações e número total de sessões que se devem utilizar para estimular a produção de 
colágeno e consequentemente melhorar a flacidez cutânea
9
. Carvalho et al (2011) realizaram 
um estudo experimental com vinte ratos em que a RF foi utilizada no dorso dos animais por 
um tempo de 2 minutos após atingir a temperatura de 37°C, que variou até 41°C. A análise 
25 
 
histológica demonstrou que houve neocolanogênese com até 7 dias após as aplicações. Depois 
de 15 dias não houve alterações importantes na estrutura do colágeno, porém foi detectada a 
formação de novas fibras elásticas, que também esteve presente na análise de 21 dias
9
. 
Domyati et al (2010), em um estudo prospectivo com 6 mulheres que desejavam 
melhoria na flacidez cutânea e nas rugas faciais, utilizaram a RF Monopolar, durante 3 meses 
(6 sessões com intervalo de 2 semanas). Um dos objetivos era avaliar a resposta da pele com o 
uso da RF através do estudo histológico cutâneo. Para isso, foram feitas biópsias antes, ao 
final e 3 meses depois de finalizado o tratamento. Ao fim do tratamento e 3 meses após a 
finalização deste, houve um aumento na produção de colágeno tipo I ( p=0,034 e p=0,001) e 
na produção de colágeno tipo III (p=0,028 e p=0,001)
15
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
3. OBJETIVOS 
3.1 OBJETIVO GERAL 
Avaliar a resposta da radiofrequência em queixa clínica de flacidez de grandes lábios 
vulvares. 
3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO 
Testar a concordância inter-avaliadores e entre avaliadores e pacientes na avaliação da 
resposta da radiofrequência na queixa clínica de flacidez cutânea de grandes lábios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
4. METODOLOGIA, MATERIAL E MÉTODOS 
 
Trata-se de um ensaio clínico randomizado, cego, em mulheres com queixa clínica de 
flacidez em grandes lábios vulvares. A seleção das pacientes foi por demanda espontânea, 
com divulgação do estudo através de cartazes e redes sociais. O tratamento foi realizado na 
Clinica Avançada em Fisioterapia da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (CAFIS) 
cuja coleta foi realizada no período de outubro de 2012 a novembro de 2013. 
Este estudo faz parte de um projeto maior, que engloba além da avaliação da resposta 
da RF na flacidez cutânea de grandes lábios, proposta por esta pesquisa, a avaliação da função 
sexual e da qualidade de vida desta mesma amostra. 
Foram incluídas mulheres com queixa clínica de flacidez cutânea em grandes lábios, 
com idade entre 18 e 60 anos. Como critérios de exclusão foram considerados: uso de 
marcapasso, cosméticos na região genital, diagnóstico e/ou suspeita de neoplasias ou 
grávidas. Todas que concordaram em participar do estudo assinaram o Termo de 
Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 1). 
O estudo foi composto por 43 mulheres, divididas aleatoriamente através de uma 
tabela randômica gerada no programa disponivel no site: www.random.org em dois grupos: 
um grupo estudo formado por 21 mulheres e um grupo controle composto por 22 
participantes. A randomização foi sendo feita a medida que as pacientes eram recrutadas. 
Todas as participantes foram submetidas a uma entrevista para a obtenção de dados 
clínicos (climatério, uso de terapia hormonal, uso de anticoncepcional hormonal, cirurgia em 
região abdominal e pélvica, atividade sexual) e sócio-demográficos (idade, índice de massa 
corpórea-IMC, raça e escolaridade) (Anexo 2) por uma pesquisadora diferente da que 
executou o procedimento. O protocolo de tratamentodo grupo estudo teve um total de oito 
sessões, uma vez por semana, totalizando dois meses de tratamento. A paciente ficava em 
28 
 
uma maca, apenas com a região genital desnuda, em decúbito dorsal, com membros inferiores 
abduzidos e flexionados. 
 O aparelho de RF utilizado foi na forma de transferência elétrica capacitiva, 
configuração bipolar, modelo Tecathera-VIP da marca VIP Eletromedicina, que possui dois 
eletrodos: um ativo, que foi colocado em contato com a região cutânea dos grandes lábios, 
com gel hidrossolúvel, onde ocorreu aumento de temperatura, e outro eletrodo, dispersivo, 
acoplado ao dorso da paciente, que funcionou como terra. A temperatura foi medida através 
de um termômetro digital com infravermelho até alcançar 41°C, que foram mantidos por mais 
2 minutos em cada um dos lados dos grandes lábios. O tempo de duração da sessão era em 
torno de 20 minutos. Durante toda a sessão, a paciente informou à pesquisadora a sensação de 
calor na região dos grandes lábios. A aplicação foi realizada no sentido caudo-cranial com 
movimentos constantes e eletrodo levemente pressionado. Com uma espátula de madeira, os 
grandes lábios foram separados dos pequenos. 
 Ao término de cada sessão, o eletrodo era esterilizado em autoclave. O protocolo de 
tratamento para o grupo controle foi idêntico, diferindo apenas em relação ao aparelho, que 
estava desligado, porém foi utilizado o gel hidrossolúvel, aquecido por um resistor, 
impedindo a paciente de saber a qual grupo pertencia. Apenas a fisioterapeuta que executou o 
procedimento sabia a qual grupo pertenciam as pacientes. 
As fotografias foram feitas pela pesquisadora antes da sessão inicial e oito dias depois 
de finalizado o tratamento. Para registro fotográfico, a paciente posicionava-se sentada em 
uma maca, com membros inferiores abduzidos e flexionados. A distância entre os pés era de 
30 cm e a distância entre os joelhos também era de 30 cm, medidas por uma régua. A câmera 
fotográfica (Nikon, 12 megapixel, no modo captura inteligente, sem flash) estava posicionada 
a 20 cm de distância da região genital e fixada em um tripé de 10 cm. As fotografias foram 
tiradas sempre no mesmo local, com a mesma iluminação. 
29 
 
A resposta clínica foi avaliada pela própria paciente através da análise de fotografias 
tiradas antes da 1° sessão e oito dias após o término do tratamento, que julgou o tratamento 
numa escala de Likert de 3 pontos em: 1) satisfeita, 2) inalterada ou 3) insatisfeita. Esta 
investigação foi realizada por uma pesquisadora que não conhecia a alocação das pacientes 
nos grupos. A resposta clínica também foi avaliada por três profissionais da área de saúde: 
ginecologista, dermatologista e fisioterapeuta especialista em urologia e ginecologia, que não 
tiveram conhecimento de a qual grupo pertenciam as pacientes. Eles avaliaram o resultado do 
tratamento numa escala de Likert de 3 pontos em: 1) melhorou, 2) inalterado ou 3) piorou. Os 
parâmetros utilizados para afirmar uma melhora na flacidez cutânea foram: diminuição das 
pregas cutâneas e enturgecimento dos grandes lábios. 
 
4.1 ANÁLISE ESTATÍSTICA 
O estudo apresenta as seguintes hipóteses: 
- Nula: Não há diferença entre os grupos estudo e controle no tratamento da flacidez 
cutânea de grandes lábios utilizando a RF. 
- Alternativa: Há diferença entre os grupos estudo e controle no tratamento da flacidez 
cutânea de grandes lábios utilizando a RF. 
A variável independente foi a aplicação da técnica de RF na flacidez cutânea de 
grandes lábios e a variável dependente foi a resposta clinica da RF. 
O cálculo amostral foi realizado pela calculadora do Laboratório de Epidemiologia e 
Estatística (LEE), considerando uma diferença absoluta de 50%, com uma hipótese bicaudal, 
baseado na experiência clínica do grupo, sendo necessários 14 pacientes em cada grupo para 
se obter um poder estatístico de 80% com nível de significância de 5%. 
Foi realizado o teste de normalidade de Shapiro-Wilk e as variáveis numéricas: idade e 
IMC foram representadas em média e desvio-padrão e utilizado o Teste t na comparação entre 
30 
 
os grupos. As variáveis categóricas foram representadas em frequência absoluta e 
porcentagem, sendo utilizados na comparação inter-grupo, os testes Qui-Quadrado para as 
variáveis: raça, climatério, cirurgia, uso de anticoncepcional hormonal, avaliação dos 
profissionais e satisfação das pacientes e Exato de Fisher para as variáveis: escolaridade, 
atividade sexual e uso de terapia hormonal. O teste Binomial foi utilizado na avaliação de 
satisfação das pacientes (intra-grupo). Foi utilizado o Teste Kappa para estimar a 
concordância inter- avaliadores e entre avaliadores e pacientes na avaliação das fotografias. 
Os parâmetros utilizados pelas pacientes e profissionais na avaliação das fotografias 
foram dicotomizados respectivamente em: 1) satisfeita, 2) inalterada ou insatisfeita e 1) 
melhorou, 2) inalterado ou piorou. 
A análise dos dados foi feita através do programa Statistical Package for the Social 
Sciences (SPSS) for windows versão 14.0. O nível de significância estabelecido para este 
trabalho foi de 5%. Os resultados obtidos foram apresentados de forma descritiva em tabelas 
formuladas em Microsoft Word. 
 
4.2 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS 
Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas (CEP) da Escola 
Bahiana de Medicina e Saúde Pública, onde recebeu o seguinte número de CAAE: 
03449212.3.0000.5544 (Anexo 3) 
As participantes foram informadas sobre a pesquisa, seu objetivo, os possíveis riscos 
e benefícios. Foi esclarecido às pacientes que os possíveis danos psicológicos e físicos seriam 
ao máximo evitados, através de condutas seguidas pelas pesquisadoras. Foi explicado que o 
questionário sócio-demográfico seria respondido em uma sala privativa, assim como o 
tratamento, que seria realizado em um consultório fechado, sem janelas, por uma 
fisioterapeuta do sexo feminino, que as acompanharia durante todo o tratamento. As pacientes 
31 
 
foram informadas também que ficariam apenas com a região genital desnuda durante toda a 
sessão e que as fotografias seriam feitas apenas desta região, com a mesma profissional que 
estaria fazendo a aplicação da RF; portanto o risco de constrangimento seria diminuído. Foi 
ressaltado que as fotografias realizadas seriam de natureza confidencial, utilizadas unicamente 
para fins de pesquisa. As fotos seriam enumeradas de forma aleatória, sem identificação do 
nome e guardadas em HD externo. 
Ainda assim, foi explicado que elas poderiam receber um tratamento psicológico 
gratuito, caso houvesse necessidade, ocasionada pela situação de tolhimento e que os 
possíveis danos físicos causados pela aplicação da RF seriam tratados por um urologista ou 
dermatologista, sem ônus. 
Foi esclarecido que neste estudo as participantes seriam divididas aleatoriamente, sem 
interferência das pesquisadoras, em dois grupos: um grupo estudo e um grupo controle e que 
as pacientes do grupo placebo que ao final do estudo ficassem insatisfeitas com o resultado do 
tratamento, caso quisessem, poderiam realizar sessões de RF utilizando o mesmo protocolo do 
grupo intervenção. 
As voluntárias da pesquisa também foram informadas que poderiam sair da pesquisa a 
qualquer momento, tendo sua privacidade preservada. As mulheres que aceitaram participar 
do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
Avaliados para elegibilidade 
(n=43) 
5. RESULTADOS 
A amostra foi composta por 43 mulheres; 7 não concluíram o tratamento, sendo 5 do 
grupo estudo e 2 do grupo controle, totalizando 36 participantes que finalizaram o tratamento: 
16 do grupo estudo e 20 do grupo controle. 
 Fluxograma 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Não houve diferença estatís 
Ilustração 5- Fluxogramada randomização recomendada pela Consort. 
 
Excluídos (n=0) 
 
Analisados (n= 21) 
 
Intervenção descontinuada devido: 
1. Intransigência do cônjuge (2) 
 2. Falta de tempo (n= 3) 
Alocação para a intervenção: grupo estudo 
(n=21 ) 
 
 
 
 Intervenção descontinuada devido: 
 1. Insatisfação com o tratamento (2) 
Alocação para a intervenção: grupo 
controle (n=22) 
 
 
 
Analisados (n=22) 
 
Alocação 
Análise 
Seguimento 
Randomizados (n=43) 
Inclusão 
33 
 
5.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA 
Não houve diferença entre os grupos tratamento e controle, considerando as variáveis 
clínicas e sócio-demográficas (Tabela 2). 
Tabela 2: Características clínicas e sócio-demográficas dos grupos estudo e controle. 
Variável Estudo (N=21) 
 
Controle (N=22) 
 
p valor 
 Idade (anos) 41,71 (±8,53) 46,68 (±8,60) 0,065 
 IMC (kg/m
2
) 25,23 (±4,08) 27,04(±3,01) 0,116 
Climatério 7 (33,3%) 13 (59,1%) 0,091 
Uso de terapia 
Hormonal 
1 (4,8%) 4 (18,2%) 0,345 
Uso de 
anticoncepcional 
7 (33,3%) 3 (13,6%) 0,126 
Atividade sexual 17 (81,0%) 17 (77,3%) 1 
Cirurgia 12 (57,1%) 12 (54,5%) 0,864 
Raça 
Branca 4 (19%) 6 (27,3%) 
Parda 8 (38,1%) 9 (40,9%) 0,710 
Amarela 0 (0%) 0 (0%) 
Negra 9 (42,9%) 7 (31,8)% 
Escolaridade 
Fundamental 2 (9,5%) 0(0%) 
Médio 11 (52,4%) 15 (68,2%) 0,569 
Superior 
Incompleto 
 2 (9,5%) 2 (9,1%) 
Superior Completo 6 (28,6%) 5 (22,7%) 
*p ≤0.05 - Variáveis categóricas expressas em frequência absoluta e porcentagem- Variáveis 
numéricas expressas em média e desvio padrão 
34 
 
5.2 RESPOSTA CLÍNICA DA RADIOFREQUÊNCIA 
Em relação a avaliação da melhora clínica da flacidez cutânea de grandes lábios, a 
diferença entre os grupos estudo e controle foi de 49%, considerando a avaliação das 
pacientes sobre a aparência dos grandes lábios após analise das fotos , com p= 0,001, sendo 
ratificado pela avaliação dos profissionais (Tabela 3). 
Tabela 3: Avaliação das pacientes e dos profissionais em relação a melhora clinica da 
flacidez cutânea dos grupos estudo e controle. 
Avaliação (melhora 
clinica) 
Estudo (N=21) 
 N (%) 
Controle (N=22) 
 N (%) 
p valor 
Satisfação das 
pacientes 
16 (76%) 6 (27%) 0,001* 
Dermatologista 17 (81%) 9 (41%) 0,007* 
Ginecologista 15 (71%) 7 (32%) 0,009* 
Fisioterapeuta 14 (67%) 6 (27%) 0,010* 
*p≤0.05 
 
Na avaliação da melhora clínica do grupo controle, das 20 pacientes que concluíram o 
tratamento, 6 (30%) ficaram satisfeitas, com p valor=0,115. Ao se fazer a análise das 22 
pacientes que iniciaram o tratamento, 6 (27%) permaneceram satisfeitas, com p valor=0,052 
(Ilustração 6). Na avaliação da melhora clínica do grupo estudo, das 16 pacientes que 
concluíram o tratamento, 100% ficaram satisfeitas (p≤0,001). Analisando as 21 pacientes que 
iniciaram o tratamento, 16 (76%) ficaram satisfeitas, com significância estatística (p= 0,027) 
(Ilustração 7). 
 
 
35 
 
 Ilustração 6 - Pacientes do grupo controle 
 
 Antes da RF Depois da RF 
 
 
 
36 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 Ilustração 7 - Pacientes do grupo estudo 
 
 Antes da RF Depois da RF 
 
 
 
38 
 
 
 
 
 
5.3 ANÁLISE DE CONCORDÂNCIA 
Ao realizar a análise de concordância entre os avaliadores em relação a melhora 
clínica da flacidez cutânea de grandes lábios, através do Teste Kappa, percebe-se que houve 
uma forte concordância entre eles, com Kappa > 0,60 (Tabela 4). 
 
39 
 
Tabela 4- Análise de concordância inter-avaliadores utilizando o Teste Kappa. 
Avaliação Kappa 
Dermatologista/Ginecologista 0,72 
Ginecologista/Fisioterapeuta 0,72 
Dermatologista/Fisioterapeuta 0,63 
Ho: Kappa=zero; Ha: Kappa≠zero 
 
Na análise de concordância entre avaliadores e pacientes, utilizando o Teste Kappa, 
percebe-se que houve uma moderada concordância entre eles, com Kappa variando entre 0.44 
e 0,58 (Tabela 5). 
Tabela 5- Análise de concordância entre avaliadores e pacientes utilizando o Teste Kappa. 
Avaliação Kappa 
Paciente/Dermatologista 0,53 
Paciente/Ginecologista 0,44 
Paciente/Fisioterapeuta 0.44 
Ho: Kappa=zero; Ha: Kappa≠zero 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
6. DISCUSSÃO 
 
Este estudo é pioneiro na avaliação da resposta clínica da RF em flacidez cutânea de 
grandes lábios vulvares, mostrando ser eficaz nesta proposta. A sua utilização com o objetivo 
de tratar a flacidez cutânea facial e corporal também vem demonstrando uma resposta clínica 
positiva
15,29,30,31,32,33
, no entanto, há na literatura uma carência de ensaios clínicos 
randomizados em relação ao uso deste recurso na frouxidão tissular. 
No presente estudo, 76% das pacientes do grupo intervenção que iniciaram o 
tratamento referiram satisfação com a aparência da sua genitália pós-tratamento com a RF, 
enquanto todas que concluíram, também perceberam melhora desta região. Este resultado 
pode ser explicado pela turgescência associada à diminuição das pregas cutâneas dos grandes 
lábios. A produção de novo colágeno e retração das fibras colágenas existentes, promovida 
pela RF, promoveu um melhor aspecto à pele
7,9,17
. Além disso, a produção de fibras elásticas, 
responsáveis pela elasticidade cutânea e redução da flacidez tissular, também contribuiu para 
uma melhor aparência dos grandes lábios
9
. 
 Possíveis alterações na autoestima e na função sexual também podem ter influenciado 
no aumento da satisfação destas mulheres. Trichot et al (2011), em um estudo descritivo, 
relataram que das 18 pacientes que realizaram labioplastia, 17 (94%) afirmaram satisfação 
com a aparência da sua genitália pós-cirurgia e todas referiram melhora na função sexual
34
. 
Alter (2008), em um estudo com mulheres submetidas às cirurgias plásticas genitais, relatou 
que a média do grau de satisfação das pacientes após a cirurgia em uma escala de 1 a10, foi de 
9,2 e que 93% das pacientes relataram melhora da autoestima e 71% referiram melhora na 
função sexual
11
. 
41 
 
Na análise de satisfação do grupo controle em relação à aparência dos grandes lábios, 
percebe-se que 30% ficaram satisfeitas com o resultado do tratamento, quando analisadas as 
pacientes que o concluíram; ao avaliar todas que iniciaram o tratamento, uma resposta de 27% 
foi detectada. 
 Estes resultados podem ter sido devido ao efeito hawthorne, que consiste no fato de 
que quando os indivíduos acreditam que estão sendo submetidos a uma intervenção, referem 
satisfação com as respostas terapêuticas
35
. Além disso, pode ser explicado pela hidratação da 
região, já que foi utilizado nestas mulheres, um gel hidrossolúvel aquecido. Muitas pacientes, 
também, com o tratamento, podem ter passado a perceber mais a sua genitália, resultando em 
satisfação com a sua aparência. 
Essa modificação positiva também foi verificada quando avaliada a resposta por meio 
das imagens pelos profissionais. O aumento de volume dos grandes lábios associado a 
diminuição das pregas cutâneas, determinou, na visão dos avaliadores, uma resposta positiva 
da aparência da genitália do grupo estudo quando comparada com o grupo controle. Este 
resultado deve-se a retração do colágeno existente, a neocolanogênese e neoelastogênese ao 
longo do tempo
9,15,33
. 
Ainda em relação a resposta clínica na percepção dos avaliadores, constata-se que o 
dermatologista observou um resultado melhor no grupo estudo com o tratamento quando 
comparado ao grupo controle, resultando em um p valor=0,007, seguido do ginecologista 
(p=0,009) e fisioterapeuta (p=0,010). Uma hipótese para um melhorresultado na visão do 
dermatologista é que este é especialista em pele e suas afecções, portanto ele faz uma análise 
criteriosa do seu aspecto. Já o ginecologista, ao contrário do dermatologista, faz uma inspeção 
da anatomia da vulva e suas disfunções, sendo mais generalista na avaliação. E em relação ao 
42 
 
fisioterapeuta, este profissional provavelmente tem uma visão mais funcional, sendo neste 
estudo, o que menos observou melhora clínica dos grandes lábios. 
Cihantimur et al (2013), em um estudo com mulheres submetidas a cirurgias plásticas 
genitais, incluindo 124 pacientes que realizaram o aumento de volume dos grandes lábios, 
demonstraram através da avaliação de fotografias por 2 profissionais de saúde, que houve 
melhora da aparência em mais de 95% das mulheres operadas um ano após a cirurgia
36
, 
evidenciando, assim como no presente estudo, o uso de imagens fotográficas como 
instrumento de avaliação para procedimentos estéticos em região genital. 
O resultado positivo na visão dos profissionais do presente estudo corrobora o 
resultado obtido no estudo de Sharad (2011), que utilizou a RF na flacidez de face e pescoço 
de 100 pacientes, onde foram utilizadas fotografias na avaliação por dois profissionais. Houve 
uma melhora na aparência da pele em toda face e pescoço, exceto na dobra glabelar. Os 
autores justificam o resultado positivo devido à desnaturação do colágeno com posterior 
neocolanogênese e subsequente remodelação ao longo do tempo
32
. 
 Já Armenakas et al (2008), ao utilizarem um dispositivo de RF bipolar e outro 
unipolar em cada uma das hemifaces de 10 indivíduos com frouxidão cutânea facial, 
observaram que houve uma melhora da flacidez, porém esta não foi significativa. Os autores 
justificam a melhora na frouxidão facial devido a uma retração imediata do colágeno com 
neocolanogênese progressiva, porém afirmam que a melhora não foi significante devido ao 
pequeno tamanho da amostra e também devido à manutenção da temperatura em 40°C por 
apenas um minuto
30
, discordando do presente estudo, que utilizou uma temperatura de 41°C 
por 2 minutos. 
Percebe-se que a maioria dos trabalhos envolvendo a RF na flacidez cutânea, objetiva 
verificar a resposta clínica deste recurso na frouxidão tissular e em rugas, através de 
43 
 
fotografias por mais de um observador, porém há uma carência em relação a análise de 
concordância utilizando a estatística Kappa. 
Na avaliação de concordância inter-avaliadores, utilizando o Teste Kappa, percebe-se 
que houve uma forte concordância entre eles, com Kappa variando entre 0,63 e 0,72. Esse 
resultado sugere que os 3 profissionais de saúde tiveram um grande número de respostas 
concordantes na avaliação da resposta terapêutica da RF na flacidez cutânea dos grandes 
lábios, o que torna esta avaliação mais confiável. 
Já em relação ao valor de Kappa na avaliação entre pacientes e avaliadores, o valor foi 
menor, variando entre 0,44 e 0,53. Este resultado propõe que a concordância foi moderada e 
houve uma maior divergência nas respostas, quando comparada com a verificação inter-
avaliadores. 
Sugere-se, a partir dos resultados, que a avaliação dos profissionais é mais técnica, 
enquanto a das pacientes é mais subjetiva e envolve outros fatores, como o efeito hawthorne, 
autoestima, função sexual e satisfação, que podem influenciar na resposta clínica. 
Apesar da amostra ter sido homogênea, percebe-se que a média de idade das 
participantes do grupo estudo era menor e com menos mulheres no climatério quando 
comparadas ao grupo controle. Portanto, estas duas variáveis podem ter influenciado 
positivamente na resposta clínica da RF do grupo intervenção, já que com o envelhecimento, 
há uma redução na síntese de colágeno, com uma perda anual de aproximadamente 1% em 
indivíduos adultos
16
. O climatério também altera a aparência da pele, através da redução das 
fibras colágenas, consequente ao hipoestrogenismo
37
. 
 Entretanto, observa-se que 4x mais mulheres do grupo controle fizeram terapia 
hormonal quando comparada às mulheres do grupo intervenção e um número maior de 
participantes do grupo estudo fizeram uso de anticoncepcional hormonal, variáveis que 
44 
 
podem ajudar a minimizar as diferenças citadas acima, visto que a terapia hormonal, através 
da administração de estrogênio, tende a reverter os sintomas do climatério e o uso do 
anticoncepcional inibe a liberação deste hormônio
38
. 
O presente estudo apresentou como limitações, a realização da pesquisa em uma 
clínica-escola de fisioterapia, que atende pacientes com doenças funcionais, além de um 
grande número de sessões de tratamento, que podem ter levado a um alto número de perdas, 7 
no total. Também, a inexistência de uma escala para avaliação da flacidez cutânea em 
genitália feminina, cujos critérios para avaliação nesta pesquisa foram elaborados pelas 
autoras do estudo, baseados na vivência prática e na fisiopatologia da flacidez cutânea. A 
impossibilidade de coletar informações sobre o tipo de terapia hormonal que as pacientes 
faziam uso foi uma limitação importante da pesquisa. 
Tem-se como perspectivas, a realização de novas pesquisas envolvendo mulheres, cujo 
objetivo seja avaliar a resposta clínica tardia da RF e as possíveis implicações no tratamento 
da flacidez cutânea genital. Essas pesquisas encontram-se em andamento pela mesma equipe 
que realizou o presente estudo. Também, a possibilidade de realização de novos estudos com 
a finalidade de comparação da resposta clínica da RF com a cirurgia para preenchimento de 
grandes lábios no tratamento da flacidez desta região. 
 
 
 
 
 
 
45 
 
VII. CONCLUSÃO 
A RF se mostrou eficaz no tratamento de mulheres com queixa de flacidez cutânea de 
grandes lábios vulvares, principalmente na visão das pacientes, sendo uma alternativa de 
tratamento não invasiva, com uma resposta clínica positiva no rejuvenescimento cutâneo 
genital. 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
REFERÊNCIAS 
 
1. Lara LAS. Sexualidade, saúde sexual e Medicina Sexual: panorama atual. Rev Bras 
Ginecol Obstet. 2009; 31(12): 583-5. 
2. Felicio YA. Plástica do púbis e da genitália externa: duas décadas de experiência. Rev Bras 
Cir Plást. 2011; 26(2): 321-7 
3. Goodman MP, Placik OJ, Benson RHIII, Miklos JR, Moore RD, Jason RA, Matlock DL, 
Simopoulos AF, Stern BH, Stanton RA, Kolb SE, Gonzalez F. A large multicenter outcome 
study of female genital plastic surgery. J Sex Med. 2010; 7: 1565-77. 
4. Hackworth S. ISAPS International Survey on Aesthetic/Cosmetic Procedures Performed in 
2011. www. isaps.org; 2012. [Acesso em 22.01.2014]. Disponível em: 
www.isaps.org/Media/Default/global-statistcs/ISAPS- Results-Procedures-2011.pdf 
5. Goodman MP. Female Genital Cosmetic and Plastic Surgery: A Review. J Sex Med. 2011; 
8(6):1813-25. 
6. Guirro E, Guirro R. Fisioterapia Dermato Funcional. Fundamentos, Recursos, Patologias. 
3° edição. São Paulo: Manole; 2004. 
7. Atiyeh BS, Dibo SA. Nonsurgical Nonablative Treatment of Aging Skin: Radiofrequency 
Technologies Between Aggressive Marketing and Evidence-Based Efficacy. Aesth Plast Surg. 
2009; 33: 283-294. 
8. Weiss RA, Weiss MA, Munavalli G, Beasley KL. Monopolar Radiofrequency Facial 
Tightening: A Retrospective Analysis of Efficacy and Safety in Over 600 Treatments. J Drugs 
Dermatol. 2006; 5(8): 707-12. 
9. Carvalho GF, Silva RM, Filho JJTM, Meyer PF, Ronzio OA, Medeiros JO, Nobrega MM. 
Avaliação dos efeitos da radiofrequência no tecido conjuntivo. Rev Bras Med. 2011; 68: 10-
25. 
10. Goodman M, Fashler S, Miklos JR, Moore RD, Brotto LA. The Sexual, Psychological, 
and Body Image Health of Women Undergoing Elective Vulvovaginal Plastic/Cosmetic 
Procedures: a Pilot Study. The American Journal of Cosmetic Surgery. 2011; 28(4): 219-26. 
11. Alter GJ. Aesthetic labia minora and clitoral hood reduction using extended central wedgeresection. Plast Reconstr Surg. 2008; 122(6): 1780-9. 
12. Gray CH. Gray Anatomia. 29° edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1988. 
13. Junqueira LC, Carneiro JC. Histologia Básica. 8° edição. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan; 1995. 
14. Paasch U, Bodendorf MO, Grunewald S, Simon JC. Skin rejuvenation by radiofrequency 
therapy: methods, effects and risks. J Dtsch Dermatol Ges. 2009; 7(3): 196-203. 
15. El-Domyati M, El-Ammawi, Medhot W, Moawad O, Brennan D, Mahoney MG, Uitto J. 
Radiofrequency facial rejuvenation: Evidence-based effect. J Am Acad Dermatol. 2010; 
64(3): 524-35. 
47 
 
16. Elsaie ML. Cutaneous remodeling and photorejuvenation using radiofrequency devices. 
Indian J dermatol. 2009; 54(3): 201-5. 
17. Elsaie ML, Choudhary S, Leiva A, Nouri K. Nonablative radiofrequency for skin 
rejuvenation. Dermatol Surg. 2010; 36(12): 577-89. 
18. Costa FB, El Ammar ABPC, Campos VB, Kalil CLVP. Complicações com o uso de 
lasers: Parte II: laser ablativo fracionado e não fracionado e laser não ablativo fracionado. 
Surg Cosmet Dermatol. 2011; 3(2): 135-46. 
19. El Ammar ABPC, Costa FB, Kalil CLVP, Campos VB. Complicações com o uso de 
lasers. Parte I: lasers não ablativos não fracionados. Surg Cosmet Dermatol. 2011; 3(1): 47-53 
20. Catorze MG. Laser: fundamentos e indicações em dermatologia. Med Cutan Iber Lat Am. 
2009; 37(1): 5-27. 
21. Patriota RCR. Laser um aliado na dermatologia. Rev Med (São Paulo). 2007; 86(2):64-70. 
22. Pirola FM, Giusti HHKD. Luz Intensa Pulsada. In: In: Borges FS. Modalidades 
Terapêuticas nas Disfunções Estéticas. 2° edição. São Paulo: Phorte; 2010. 629-52. 
23. Lolis SM, Goldberg DJ. Radiofrequency in Cosmetic Dermatology: A review. Dermatolol 
Surg. 2012; 38(11): 1765-76. 
24. Ronzio O, Meyer PF. Radiofrequência. In: Borges FS. Modalidades Terapêuticas nas 
Disfunções Estéticas. 2° edição. São Paulo: Phorte; 2010. 609-26. 
25. Krueger N, Sadick NS. New Generation Radiofrequency Technology. Cutis. Acesso em 
janeiro/2013; 91(1): 39-46. Disponível em: www.cutis.com. 
26. Sadick N. Bipolar Radiofrequency for Facial Rejuvenation. Facial Plast Surg Clin North 
Am. 2007; 15(2): 161-7 
27. Shapiro SD, Eros Y, Abrahami Y, Leviav A. Evaluation and Efficacy of the Tripollar 
Technology for Treatments of wrinkles. Lasers Surg Med. 2012; 44(6): 453-8. 
28. Hodgkinson DJ. Clinical Applications of Radiofrequency: Nonsurgical Skin Tightening 
(Thermage). Clin Plast Surg. 2009; 36(2): 261-8. 
29. Sekiguchi Y, Utsugisawa Y, Azekosi Y, Kinjo M, Song M, Kubota Y, Kingberg SA, 
Krychman ML. Laxity of the vaginal introitus after childbirth: nonsurgical outpatient 
procedure for vaginal tissue restoration and improved sexual satisfaction using low-energy 
radiofrequency thermal therapy. J Womens Health. 2013; 22(9): 775-81. 
30. Alexiades-Armenakas M, Dover JS, Arndt KA. Unipolar versus bipolar radiofrequency 
treatment of rhytides and laxity using a mobile painless delivery methody. Lasers Surg Med. 
2008; 40(7): 446-53. 
31. Alster TS, Tanzi E. Improvement of neck and cheek laxity with a nonablative 
radiofrequency device: a lifting experience. Dermatol Surg. 2004; 30(4): 503-7. 
32. Sharad J. Nonablative facelift in indian skin with superpulsed radiofrequency. Indian 
Dermatol Online J. 2011; 2(1):6-9. 
48 
 
33. Fritz M, Counters JT, Zelickson BD. Radiofrequency treatment for middle and lower face 
laxity. Arch Facial Plast Surg. 2004; 6(6): 370-3. 
34. Trichot C, Thubert T, Faivre E, Fernandez H, Deffieux X. Surgical reduction of 
hypertrophy of the labia minora. Int J Gynaecol Obstet. 2011; 115(1): 40-3. 
35. Coombs SJ, Smith ID. The Hawthorne effect: Is it a help or a hindrance in social science 
research? Change: Transformations in education. 2003; 6(1): 97-111. 
 
36. Cihantimur B, Herold C. Genital beautification a concept that offers more than reduction 
of the labia minora. Aesth Plast Surg. 2013; 37 (6): 1128-33. 
 
37. Fonseca AM, Sauerbrann AVD, Bagnoli VR. Terapia de Reposição Hormonal. In: Piato 
S. Tratado de Ginecologia. São Paulo: Artes Médicas; 1997. 509. 
 
38. Guyton AC, Hall JE. Tratado de Fisiologia Médica. 10° ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan; 2002. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
 
ANEXOS 
 
ANEXO 1. Termo de consentimento livre e esclarecido 
 
TíTULO DO PROJETO DE PESQUISA: RADIOFREQUÊNCIA EM REGIÃO GENITAL FEMININA: UM ENSAIO 
CLÍNICO 
Pesquisadora responsável: Patricia Lordêlo 
 
A senhora está sendo convidada para participar, como voluntária, de uma pesquisa. Após ser 
esclarecida sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao 
final deste documento, que está em duas vias. Uma via ficará com a senhora e a outra ficará 
com a pesquisadora. Em caso de recusa, você não será penalizada de forma alguma. 
A senhora foi escolhida por apresentar queixa de flacidez em região de grandes lábios (região 
íntima), que consiste principalmente na redução de colágeno, uma substância encontrada na 
pele, tornando-a "frouxa" e pouco estética. Trata-se de uma pesquisa que tem como objetivos: 
testar o efeito do uso da radiofreqüência na região de grandes lábios, assim como seu impacto 
na satisfação sexual e na qualidade de vida. É importante deixar claro que existem estudos 
que comprovam os efeitos positivos do uso da radiofreqüência para o tratamento de flacidez 
de pele na região de rosto, porém o estudo em região íntima não existe, e essa pesquisa é 
pioneira. Acredita-se no resultado positivo, pois há comprovações de que a pele da região do 
rosto apresenta constituição igual à pele da região de grandes lábios vaginais. 
É importante esclarecer que neste estudo as participantes serão divididas em dois grupos. Um 
deles denomina-se grupo de estudo, neste o aparelho de radiofreqüência estará ligado e 
funcionando normalmente; o outro grupo chama-se grupo controle no qual o aparelho estará 
desligado. A senhora, enquanto participante da pesquisa, pode compor qualquer um dos 
grupos, que será definido através de sorteio, sem interferência de nenhuma das pesquisadoras. 
Caso seja integrante do grupo controle, a senhora poderá, ao final do estudo, realizar o 
tratamento seguindo o mesmo protocolo utilizado para o grupo de estudo, oito sessões, uma 
vez por semana, com o aparelho de radiofreqüência ligado. 
Inicialmente, a senhora ficará em uma sala fechada com apenas uma profissional 
fisioterapeuta e responderá a um questionário, onde deverá informar seus dados pessoais 
(idade, ocupação, escolaridade) além de algumas perguntas, como por exemplo, se apresenta 
alergia a algum produto utilizado na pele, para que seja possível verificar se a senhora 
apresenta alguma contra-indicação em relação ao tratamento. Caso não apresente nenhuma 
contra-indicação, a senhora será avaliada pela mesma fisioterapeuta para confirmação da 
flacidez de grandes lábios. Confirmando, a senhora então, responderá a dois outros 
questionários: um que se propõe avaliar a resposta sexual da senhora; e outro com perguntas 
sobre a qualidade de vida da senhora. As perguntas serão, por exemplo: "Nas últimas 4 
50 
 
semanas com que frequência (quantas vezes) você sentiu desejo ou interesse sexual?", "nas 
últimas 4 semanas, qual foi sua dificuldade em manter a lubrificação vaginal ("vagina 
molhada") até o final da atividade ou ato sexual?", "em geral você diria que a sua saúde é 
como?", " quanto tempo você tem se sentindo cheio de vigor, de vontade, de força?" Esta 
etapa durará cerca de 20 minutos. 
Após esta etapa, será iniciado o tratamento. A senhora ficará sentada em uma maca, em uma 
sala reservada, com o quadril levemente aberto e joelhos dobrados, onde a sua região genital 
será fotografada no inicio (antes da primeira sessão do tratamento) e oito dias depois de 
finalizadas as oito sessões do tratamento por uma fisioterapeuta do sexo feminino. Depoisda 
sua região genital ter sido fotografada, a senhora ficará deitada em uma maca, de barriga para 
cima e utilizará um roupão com abertura apenas na região genital, na mesma sala privativa, 
acompanhada pela mesma fisioterapeuta. Esta mesma profissional acompanhará a senhora em 
todas as sessões do tratamento. Em seguida, será iniciada a aplicação da radiofrequência, que 
consiste em um aparelho que emite ondas e que pode provocar um aquecimento na pele. Esse 
aparelho é composto de dois eletrodos. Um dos eletrodos fica acoplado a uma pistola plástica 
e este é o responsável pelo aquecimento ou não da pele; é de uso individual e o outro é um 
eletrodo metálico que ficará em contato com as suas costas. Esse segundo eletrodo não 
provocará nenhuma sensação na pele da senhora, ele tem função apenas de permitir o 
funcionamento do aparelho. A pistola será segurada pela profissional e com esse equipamento 
serão feitos movimentos de baixo para cima na região de grandes lábios vaginais. Desta 
forma, durante a sessão, a senhora poderá sentir aquecimento e calor no local dos grandes 
lábios. O tratamento terá um total de oito sessões, sendo que irá acontecer uma sessão por 
semana, totalizando dois meses de tratamento. A sessão terá duração média de 20 minutos. 
Os possíveis riscos são: aquecimento da região dos grandes lábios, porém o máximo a ser 
alcançado nesta região será de 41°C, medido por um termômetro infravermelho durante toda a 
sessão. Seus grandes lábios poderão ficar levemente inchados e um pouco vermelhos, 
desaparecendo esses sinais em poucas horas. Qualquer incômodo deverá ser avisado para a 
profissional para que seja suspenso o tratamento e para que a senhora seja encaminhada a uma 
médica dermatologista e/ou médico urologista. Esses médicos prestarão atendimento sem 
custos à senhora; sendo que primeiro será feita uma avaliação para confirmar se existe 
alteração na região de grandes lábios vaginais, e se essas alterações foram realmente causadas 
pela aplicação da radiofrequência. Caso isto seja confirmado, os médicos farão o 
procedimento necessário e orientarão a senhora sobre todo o tratamento, inclusive arcando 
com as despesas que forem necessárias. Além dos riscos citados, pode haver ainda a situação 
de constrangimento, onde a senhora pode se sentir incomodada ou envergonhada em 
participar do estudo devido à exposição da região genital. Nesse caso, a senhora pode também 
parar o tratamento sem sofrer nenhuma punição por isso. É importante esclarecer que o risco 
de constrangimento será diminuído, pois todas as fases do estudo, incluindo a aplicação dos 
questionários, a avaliação, as sessões de tratamento e realização das fotos serão feitas em uma 
sala fechada, sem nenhuma janela ou área de vidro, de modo que outras pessoas não possam 
ver o interior da sala, nem entrar nela. Além disso, as sessões do tratamento serão feitas por 
51 
 
uma única profissional fisioterapeuta, do sexo feminino, que acompanhará a senhora durante 
todo o tratamento, que já atua na área e tem grande experiência. 
É importante ressaltar que caso haja algum tipo de necessidade de encaminhamento a terapia 
psicológica ocasionada por constrangimento durante qualquer fase do estudo, incluindo a 
aplicação dos questionários, durante o tratamento, ou após as oito sessões de radiofrequência, 
a senhora será encaminhada para o Serviço de Psicologia da Escola Bahiana de Medicina e 
Saúde Pública (EBMSP) para que possa ter um acompanhamento, sendo que este será 
gratuito, sem nenhum custo para a participante. 
Ressaltamos que não haverá identificação dos seus dados pessoais, pois serão de natureza 
confidencial, usados unicamente para fins de pesquisa. As fotografias serão guardadas sob 
sigilo e somente utilizadas para divulgação dos resultados em congressos e artigos científicos, 
sem divulgação do nome da participante. O material fotográfico não será identificado com o 
nome das pacientes, as fotos serão enumeradas de forma aleatória (randomizada), sendo 
impossível saber a qual participante uma determinada foto pertence. Além disso, as 
fotografias serão feitas exclusivamente da região genital, sem nenhuma possibilidade de foto 
do rosto ou de outra parte do corpo das pacientes. As fotografias serão guardadas num 
equipamento eletrônico de segurança, em HD externo protegido por senha, ao qual somente a 
pesquisadora responsável terá acesso. 
Estamos à disposição para esclarecer qualquer dúvida. A senhora pode sair da pesquisa a 
qualquer momento, sendo sua privacidade preservada e nenhum dano irá acontecer por isso. 
Asseguramos que seu tratamento será mantido mesmo que a senhora desista de permanecer no 
estudo, mas queira continuar fazendo as sessões de tratamento. 
Eu, ________________________________________________, declaro que entendi os 
objetivos, riscos e benefícios da pesquisa e autorizo minha participação, bem como 
divulgação das fotografias realizadas, para fins de pesquisa, sem divulgação da minha 
identidade. 
Salvador, ___de __________ de 20___. 
 
_____________________________________ 
Participante da Pesquisa 
 
Impressão Digital 
52 
 
 
 
 
 
Responsável pela Pesquisa 
 
 
Em caso de denúncia ou dúvida, entrar em contato com: 
Comitê de Ética em Pesquisa – Bahiana 
Endereço: Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública- Fundação Bahiana para o 
Desenvolvimento das Ciências 
Av. Dom João VI, 275, Pav. II, 2° andar. CEP: 40.290-000, Salvador/Ba. 
Telefone: (71) 3276-8200 
 
Pesquisadora responsável: Patricia Lordêlo: (71) 9972-0687 ou e-mail 
pvslordelo@hotmail.com ou pelo endereço: Av. Dom João VI, n°275, Brotas. Cep: 40.290-
000. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
mailto:pvslordelo@hotmail.com
53 
 
ANEXO 2. Questionário clínico e sócio-demográfico 
 
Nome: 
__________________________________________________________________________________ 
Data de Nascimento: __/__/__ Idade: __________ 
Altura: ______________ Peso: ___________ IMC:_______________ 
Cor: ( ) Branca ( ) Parda ( ) Amarela ( ) Negra 
Profissão: ________________________ Ocupação:______________________ 
Escolaridade: ( ) Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio ( ) Ensino Superior Incompleto ( ) 
Ensino Superior Completo 
Estado civil: solteira ( ) Casada ( ) Viúva ( ) Divorciada ( ) Separada ( ) 
Sexualmente ativa: ( ) Sim ( ) Não 
Climatério: ( ) Sim ( ) Não 
Se sim, há quanto tempo: _______________ Terapia hormonal: ( ) Sim ( ) Não 
Uso de ACO: ( ) Sim ( ) Não 
Uso de cosmético na região perineal: ( ) Sim ( ) Não Se sim, qual: 
___________________________ 
Cirurgia na região: ( ) Sim ( ) Não 
Se sim, ( ) Abdome e pelve ( ) Abdome ( ) Pelve ( ) Períneo 
G: __ P: __ A: __  Parto: ( ) Vaginal ( ) Cesário ( ) Fórceps 
Tipo de depilação que utiliza na região genital: 
( ) Lâmina ( ) Cera quente ( ) Cera fria ( ) Laser 
Realiza fisioterapia uroginecológica: ( ) Sim ( ) Não 
Uso de marcapasso? ( ) Sim ( ) Não 
Gestante: ( ) Sim ( ) Não 
Apresenta algum tipo de neoplasia? ( ) Sim ( ) Não Se sim, qual? 
_________________________ 
Faz uso de medicamento? ( ) Sim ( ) Não Se sim, 
qual?........................................................................... 
54 
 
ANEXO 3- Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa

Mais conteúdos dessa disciplina