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Dermatopatias parasitárias - Picada de insetos - Carrapatos e Sarnas

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Alexander H. Werner
Os insetos causam dermatite por meio de picadas, ferroadas ou absorção percutânea de alérgenos
As substâncias alérgenas estão presentes na saliva, nas fezes e em partes do corpo dos insetos, bem como no
veneno
Pacientes atópicos comumente têm reações positivas in vitro aos alérgenos de insetos
Há reatividade cruzada significativa entre os alérgenos de ácaros e insetos e entre os vários alérgenos de insetos
As reações in vivo a esses alérgenos podem ser causadas por irritação direta e/ou lesão tecidual (resposta imune
não imunomediada) ou hipersensibilidade (resposta imunomediada)
As reações a pulgas, aranhas, moscas, mosquitos e himenópteros são de maior importância para o clínico de
pequenos animais.
A FBD e a FBH são as causas mais comuns de doença cutânea pruriginosa em cães e gatos
Pulgas são pequenos parasitas sem asas que dependem da hematofagia para se reproduzir; as pulgas adultas
permanecem no hospedeiro, embora a maioria dos estágios de vida do parasita ocorra no ambiente
Mais de 90% das pulgas encontradas em cães e gatos são Ctenocephalides felis felis; outras espécies em geral
estão associadas a situações ambientais atípicas
FBD: causada por irritação direta no local das picadas
FBH: causada por hipersensibilidade imediata (tipo I), tardia (IV) e cutânea basofílica
A saliva das pulgas contém compostos semelhantes à histamina, vários alérgenos completos e haptenos que se
ligam para formar antígenos completos.
As espécies de importância clínica incluem a aranha­marrom comum (Loxosceles unicolor), a marrom reclusa
(Loxosceles reclusa), a viúva­negra (Latrodectus mactans) e a viúva­ de­patas­vermelhas (Latrodectus bishopi)
As picadas de Loxosceles spp. causam necrose tecidual localizada
As picadas de Latrodectus spp. são mais propensas a causar reações sistêmicas
As picadas de aranhas ocorrem com maior frequência na face e nos membros anteriores.
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Além de exercerem papel como vetores de muitas doenças, as moscas podem causar dermatite significativa por
dano direto e irritação da pele
A dermatite é causada com maior frequência por picadas da mosca­de­estábulo (Stomoxys calcitrans) e da
mosca­negra (Simulium spp.)
A mosca­de­cavalos e a mosca­de­cervos (Tabanus e Chrysops spp.) também podem causar dermatite
A miíase é uma dermatite distinta e separada, causada pela deposição de ovos por dípteros na pele quente e
úmida, com subsequente invasão dos tecidos pelas larvas.
A pelagem confere uma proteção que geralmente impede que cães e gatos sejam picados por mosquitos e
maruins (Culicoides spp.)
Uma síndrome distinta de hipersensibilidade a picada de mosquitos foi documentada em gatos.
Essa ordem inclui formigas, abelhas, vespas, vespões e marimbondos
Apenas algumas espécies de formigas causam reações venenosas
Abelhas e algumas vespas morrem após uma única picada; outros himenópteros podem dar ferroadas várias
vezes
As toxinas liberadas na pele causam inflamação aguda e dor
As reações de hipersensibilidade podem ocasionar sintomas sistêmicos, inclusive anafilaxia e morte.
FBD
Não há predisposição etária, sexual ou racial
Relacionada com a presença de um número significativo de pulgas
FBH: cães
Idade de início em geral entre 3 e 5 anos
Tende mais a desenvolver­se com a exposição intermitente (versus contínua) às pulgas
FBH: gatos
Não há predisposição etária, sexual ou racial.
Não há predisposição etária, sexual ou racial, exceto quando relacionada com a exposição a insetos.
FBD: cães e gatos
As pulgas podem ou não ser evidentes, com base na gravidade da infestação e no comportamento de
autolimpeza
Dermatite papular discreta e desfiamento também discreto dos pelos
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Os dentes incisivos podem ficar desgastados devido à mastigação constante da pelagem (Figura 39.1)
Anemia em animais jovens ou debilitados
Infestação por cestódeo (tênia)
Fezes das pulgas
FBH: cães
Prurido significativo na região lombossacra caudal (mancha triangular), nas pregas da cauda, na parte caudal
das coxas e na região inguinal (Figuras 39.2 e 39.3)
Dermatite piotraumática (dermatite aguda úmida ou “ponto quente”) (Figura 39.4)
Foliculite piotraumática (“ponto quente” profundo) na cabeça e no pescoço em cães jovens das raças São­
Bernardo e Golden Retriever (Figura 39.5)
Nódulos fibropruriginosos (Figura 39.6)
Figura 39.1 Desgaste dos incisivos decorrente da mastigação da própria pelagem.
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Figura 39.2 Dermatite alérgica a pulgas com alopecia acometendo as regiões lombossacra dorsal e caudal das
coxas.
Figura 39.3 Dermatite alérgica a pulgas. Alopecia significativa e liquenificação da região lombossacra dorsal.
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Figura 39.4 Dermatite piotraumática.
FBH: gatos
Dermatite papulocrostosa (dermatite miliar): generalizada ou confinada à região lombossacra caudal ou à
cabeça e ao pescoço (Figura 39.7)
Pelagem desfiada na parte ventral do abdome e na parte caudal das coxas
Lesões do complexo do granuloma eosinofílico.
Cães e gatos (Figuras 39.8 e 39.9)
Loxosceles spp.: eritema local inicial em torno das marcas de punção, causando necrose tecidual e
desprendimento; as lesões são dolorosas
Latrodectus spp.: eritema local inicial em torno das marcas de punção, resultando em nódulos
granulomatosos; efeitos sistêmicos decorrentes da liberação de neurotoxina
Os sinais sistêmicos incluem salivação, vômitos, convulsões e morte.
Cães
Exposição ao ambiente externo, em particular clima quente
Face e orelhas são mais acometidas
As picadas são mais frequentes nas pontas de orelhas eretas e na crista exposta da pele de cães com as
orelhas dobradas (Figura 39.10)
Eritema grave, ulceração e descamação
As lesões em geral são dolorosas.
Gatos
Exposição a ambiente externo, específica da sazonalidade dos mosquitos
Preferência por pelagem e pele mais escuras
Lesões pruriginosas de pápulas e crostas, ocasionando erosões e descamação
As lesões acometem mais frequentemente regiões com menos pelos da parte dorsal do focinho, medial dos
pavilhões auriculares e margens dos lábios (Figuras 39.11 e 39.12)
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Figura 39.5 Lesão de foliculite piotraumática “profunda” no pescoço de um Golden Retriever.
Figura 39.6 Nódulos fibropruriginosos.
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Figura 39.7 Placas eritematosas no dorso de um gato, causadas por picadas de pulgas.
Figura 39.8 Picada de aranha que resultou em cicatriz central e uma zona circundante de despigmentação caudal
à axila.
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Figura 39.9 Placas exsudativas e necróticas na parte dorsal do focinho, secundárias a uma picada de aranha.
Figura 39.10 Alopecia e crosta na margem da orelha em decorrência de picada de mosca.
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Figura 39.11 Lesões faciais de hipersensibilidade a picada de mosquito.
As lesões em geral são bem demarcadas e simétricas
A parte medial dos pavilhões auriculares pode ter aspecto papular e nodular
Acometimento ocasional dos coxins plantares com crostas
As lesões resolvem­se quando o gato fica confinado ou protegido dos mosquitos.
Formigas: cães e gatos
As espécies de formigas­de­fogo (Solenopsis spp.) atacam agressivamente quando os formigueiros são
perturbados
As formigas atacam a pele com suas peças mandibulares e podem ferroar até 10 vezes; durante um ataque,
podem ocorrer centenas de ferroadas
As ferroadas de início podem ser indolores
Ferroadas individuais resultam em urticária pruriginosa e eritematosa e pápulas, formando vesículas estéreis
ou pústulas brancas que podem causar necrose focal (Figura 39.13)
As lesões tendem a ser agrupadas e não foliculares
Choque anafilático é possível
O veneno contém solenopsina D, um alcaloide derivado da piperidina
Há relatos de reação de hipersensibilidade aos alérgenos de formigas (semelhante à causada pelo ácaro da
poeira doméstica) (Figuras 39.14 a 39.16)
Abelhas, vespas, vespões,marimbondos: cães e gatos
A sensibilidade do animal e o número de ferroadas determinam a gravidade da reação
Ferroadas únicas resultam em dor localizada, eritema e edema grave
O veneno pode causar choque anafilático
As ferroadas ocorrem mais frequentemente no focinho e nas extremidades; se no focinho, o angioedema pode
resultar em comprometimento respiratório (Figura 39.17)
Algumas vespas, vespões e marimbondos podem ferroar múltiplas vezes
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Figura 39.12 Descamação da parte dorsal do focinho, causada por hipersensibilidade a picada de mosquito.
Figura 39.13 Lesão focal causada por ferroada de formiga.
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Figura 39.14 Dermatite piotraumática na face, associada à hipersensibilidade à formiga­negra.
Figura 39.15 Exsudação interdigital e inflamação devido à hipersensibilidade à formiga­negra.
O comportamento agitado de cães durante um ataque pode estimular mais agressividade por parte de abelhas
africanas e marimbondos
Ataques graves podem resultar na morte causada diretamente pelo veneno
O veneno contém melitina e fosfolipase A, que age nas membranas celulares, causando hemólise,
rabdomiólise e necrose tubular renal.
Alergia alimentar
Atopia
Sarna sarcóptica ou notoédrica
Queiletielose
Demodicose
Pediculose
Dermatofitose
Foliculite bacteriana
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Dermatite por Malassezia
Complexo do granuloma eosinofílico (gatos).
Mordida de cobra
Traumatismo localizado físico, elétrico, térmico ou químico
Abscedação localizada
Vasculite localizada.
Sarna sarcóptica ou notoédrica
Queiletielose
Demodicose
Pediculose
Figura 39.16 Teste intradérmico do cão das Figuras 39.14 e 39.15. Notar as fortes reações positivas (vergão
urticariano) a múltiplos antígenos de inseto, inclusive da formiga­negra (fileira superior à direita).
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Figura 39.17 Edema da face decorrente de ferroada de abelha.
Pênfigo foliáceo ou eritematoso
Granuloma leproide
Neoplasia.
Alergia alimentar
Atopia
Demodicose
Dermatofitose
Pênfigo foliáceo
Dermatite ulcerativa por herpes­vírus
Pododermatite por plasmócitos
Carcinoma escamocelular
Complexo do granuloma eosinofílico.
Sarna sarcóptica ou notoédrica
Queiletielose
Foliculite bacteriana
Demodicose
Pênfigo foliáceo.
Biopsia: inflamação superficial, perivascular a difusa com eosinófilos e mastócitos
Teste alérgico (intradérmico e/ou sérico) positivo para o antígeno de pulga: não confiável, em especial se
negativo
Eliminação de outras causas de prurido
Identificação fecal de segmentos de Dipylidium caninum
Resposta ao controle adequado das pulgas.
Biopsia: necrose epidérmica e dérmica com inflamação estendendo­se para o tecido subcutâneo; vasculopatia e
infiltrado inflamatório misto
Visualização de marcas de punção
História de exposição a aracnídeos.
Biopsia: hiperqueratose com erosões e crostas serocelulares; fibrose dérmica, em geral com infiltrado
intersticial e perivascular de plasmócitos e eosinófilos
Eliminação de outras causas de lesões
Resposta ao controle apropriado das pulgas.
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Biopsia: infiltrado grave, dérmico superficial e profundo, rico em eosinófilos; focos de desgranulação de
eosinófilos com figuras em forma de chama e foliculite mural eosinofílica
Teste alérgico (intradérmico e/ou sérico) positivo para o antígeno de culicoides: não confiável, em especial se
negativo
Resposta à aplicação de repelentes de insetos ou à colocação do animal em ambiente sem mosquitos.
Biopsia: pústula intraepidérmica neutrofílica com dermatite intersticial dérmica profunda neutrofílica e
degeneração do colágeno
Presença de ferrão(ões) ou formigas aderidos
História de exposição
Teste alérgico intradérmico com antígenos de himenópteros.
Controle
Todos os cães e gatos da casa precisam ser tratados
As medidas para o controle de pulgas devem ser adaptadas à situação individual
Existem vários produtos eficazes disponíveis
A orientação do proprietário é fundamental para o sucesso do controle de pulgas tanto nos animais de
estimação quanto no ambiente
Sprays de corticosteroides tópicos (com ou sem antibióticos) são eficazes nas lesões individuais
Prednisolona (2 a 4 mg/kg a cada 24 h, com redução gradativa da dose)
Antibióticos para a foliculite bacteriana profunda (ver Capítulo 24)
Anti­histamínicos raramente são eficazes para o controle completo dos sintomas.
Infusão local de corticosteroides e/ou lidocaína nas lesões iniciais
Suporte sistêmico com antibióticos, anti­inflamatórios e analgésicos
Tratamento das feridas
Limpeza do ambiente (eliminação de locais externos e aspersão de inseticida).
Evitar a presença desses insetos no ambiente
Aplicação de repelente nas orelhas
Tratamento das feridas
Limpeza do ambiente para eliminar as fontes de criadouros de moscas.
Evitar a presença desses insetos no ambiente
Aplicação de repelente na face e nas orelhas
Sprays de corticosteroides tópicos são eficazes nas lesões individuais
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Prednisolona (2 a 4 mg/kg a cada 24 h, com redução gradativa da dose) ou dexametasona (0,1 mg/kg a cada 24
h, com redução gradativa da dose)
Limpeza do ambiente para eliminar as fontes de criadouros de mosquitos.
Remover o(s) ferrão(ões)
Anti­histamínicos (ver Apêndice A)
Corticosteroides
Sprays de corticosteroides tópicos são eficazes nas lesões individuais
Prednisolona (2 a 4 mg/kg a cada 24 h, com redução gradativa da dose)
Reduzir a exposição
Suporte sistêmico
A hipossensibilização pode ser muito eficiente em pacientes com incidência prévia de anafilaxia
Dispositivos portáteis para administração de epinefrina estão disponíveis para uso pelo proprietário quando a
reexposição é inevitável.
Deve­se ressaltar a importância de impedir a presença de insetos e promover seu controle como método
primário de evitar recorrências
Os sintomas podem ser sazonais e/ou pode haver variação geográfica, dependendo das populações de insetos
Nas situações em que não for possível impedir completamente a presença de insetos, a redução da exposição a
eles irá simplificar e diminuir a necessidade de medicações para controlar os sintomas.
FBD = dermatite causada pela picada de pulgas
FBH = hipersensibilidade à picada de pulgas.
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Karen Helton Rhodes
Doença parasitária de cães e, menos frequentemente, gatos, caracterizada por um grande número de ácaros nos
folículos pilosos, anexos e na superfície da pele, o que em geral acarreta foliculite, furunculose e alopecia
Pode ser localizada ou generalizada
Acomete parte da flora normal da pele; tipicamente presente em pequeno número
A doença se desenvolve quando o número de ácaros excede o tolerado pelo sistema imune. A proliferação inicial
de ácaros pode resultar de um distúrbio genético ou imunológico
Ácaros mortos ou degenerados podem ser encontrados em locais não cutâneos (p. ex., linfonodos, parede
intestinal, baço, fígado, rins, bexiga, pulmões, tireoide, sangue, urina e fezes) e são considerados
representativos da drenagem de sangue ou linfa para essas áreas.
Demodex canis: ácaro mais comum identificado; apresenta­se tipicamente em pequeno número; reside nos
folículos pilosos, sendo raro localizar­se nas glândulas sebáceas da pele (Figuras 40.1 e 40.2)
Figura 40.1 Demodex canis. Raspado de pele. Notar os estágios diferentes do ácaro, incluindo um ovo.
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Figura 40.2 Demodex canis. (Cortesia de Katy Tater.)
Demodex injai: espécie de corpo grande; tende a residir nas glândulas sebáceas; em geral associado a dermatite
seborreica ao longo da linha média dorsal; identificado mais frequentemente nas raças West Highland White
Terrier e Fox Terrier Pelo­de­Arame (Figura 40.3)
Figura 40.3 Demodex injai. (Cortesia de Katy Tater.)
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Figura 40.4 Demodex cornei. (Cortesia de Katy Tater.)
Demodex cornei: espécie decorpo curto; reside nas camadas superficiais da epiderme; apresentação clínica
similar à do problema causado pelo D. canis (Figura 40.4).
Demodex cati: aspecto similar ao do D. canis; reside nos folículos pilosos (Figura 40.5)
Demodex gatoi: similar ao D. corneum; reside na camada do estrato córneo da epiderme; considerado
potencialmente contagioso para outros gatos (Figura 40.6).
Cães e, raramente, gatos
Incidência potencial aumentada nas raças de gatos Siamesa e Birmanesa
Categorizada como de início juvenil ou na idade adulta, bem como localizada vs. generalizada
Figura 40.5 Demodex cati. (Cortesia de Katy Tater.)
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Figura 40.6 Demodex gatoi. (Cortesia de Katy Tater.)
Início juvenil com menos de 18 meses de idade
Localizada: em geral, cães jovens; idade mediana, 3 a 6 meses
Generalizada: tanto animais jovens quanto idosos, em geral acometendo os pés, uma região corporal inteira ou
vários locais remotos, de modo persistente ou em progressão.
Mecanismo imunopatológico exato desconhecido
Estudos indicam que cães com demodicose generalizada têm porcentagem subnormal de receptores de IL­2 em
seus linfócitos e produção subnormal de IL­2
Fatores genéticos, imunossupressão e/ou doenças metabólicas podem deixar o animal predisposto.
Em geral associada a doenças metabólicas (p. ex., FIV, lúpus eritematoso sistêmico, diabetes melito)
O tratamento imunossupressor tanto sistêmico quanto tópico pode desencadear demodicose
O D. gatoi raramente é um marcador para doença metabólica; relatos individuais indicam que pode ser
transmitida de um gato para outro na mesma casa.
Alopecia, descamação, cilindros foliculares (material queratossebáceo aderido à haste do pelo), crosta, eritema,
hiperpigmentação, liquenificação
Foliculite bacteriana e furunculose secundárias em geral são notadas na demodicose canina grave com letargia,
febre, linfadenopatia e dor concomitantes
Demodex corneum e Demodex gatoi podem estar associados a prurido
Otite ceruminosa externa foi associada a ácaros do gênero Demodex em cães e gatos.
Localizada
Lesões: em geral discretas; consistem em eritema e descamação leve
Manchas: várias podem ser notadas; o local mais comum é a face, especialmente em torno dos olhos e nas
áreas peroral e perioculares; também podem ser vistas no tronco e nas pernas
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Generalizada
Pode ser disseminada desde o início, com múltiplas manchas circunscritas de eritema, alopecia e descamação
(Figura 40.7)
À medida que os folículos ficam distendidos com grande número de ácaros, infecções bacterianas
secundárias são comuns, em geral com ruptura resultante do folículo (furunculose) (Figura 40.8)
Com a progressão, a pele pode ficar bastante inflamada, exsudativa e granulomatosa (Figuras 40.9 a 40.12).
O Demodex injai geralmente causa uma tira seborreica ao longo da linha média dorsal
Em geral caracteriza­se por alopecia multifocal parcial ou completa das pálpebras, região periocular, cabeça,
membros anteriores, parte dorsal ou ventral do tronco e pescoço; pode ser generalizada
As infecções por Demodex gatoi geralmente são indistinguíveis da dermatite alérgica e de dermatoses
psicogênicas. Podem acometer vários gatos da mesma casa.
Foliculite ou furunculose bacterianas
Dermatofitose
Dermatite por contato
Pênfigo complexo
Dermatomiosite
Lúpus eritematoso sistêmico.
Dermatite alérgica
Dermatoses psicogênicas.
Pode ser útil para identificar doenças metabólicas subjacentes em cães e gatos
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Figura 40.7 Mancha de alopecia com eritema e descamação secundária a demodicose.
Figura 40.8 Tumefação de dedos causada por demodicose e furunculose secundária.
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Figura 40.9 Demodicose com infecção bacteriana secundária grave das regiões facial e periauricular.
Figura 40.10 Demodicose facial.
Figura 40.11 Notar áreas de escoriação secundária a demodicose generalizada.
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Figura 40.12 Demodicose generalizada difusa grave.
Sorologia para FIV e FeLV: identificar doenças metabólicas subjacentes em gatos
Raspados de pele e/ou tricogramas (com tufos de pelos): diagnósticos ante o achado de grande número de
ácaros na maioria dos casos; a região intraescapular pode ser o local mais produtivo em gatos, porque o animal
tem dificuldade para limpar essa área
Raspados superficiais são melhores para a detecção de D. corneum (em cães) e D. gatoi (em gatos); raspados de
pele ou tricogramas são melhores para detectar D. canis (em cães), D. injai (em cães) eD. cati (em gatos)
Preparações com fita adesiva podem ser empregadas para identificar Demodex corneum e Demodex gatoi
Swabs das orelhas identificam Demodex como a causa de otite externa
Exames fecais podem ser úteis em gatos por causa do comportamento de autolimpeza desses animais
Biopsia cutânea: pode ser necessária quando as lesões são crônicas, granulomatosas e fibróticas (especialmente
nas patas).
Localizada: conservador; a maioria dos casos (90%) resolve­se espontaneamente, sem tratamento
Avaliar as condições gerais de saúde de cães e gatos (perfil bioquímico, hemograma completo, FeLV e FIV,
urinálise, teste para filariose)
Generalizada (cães adultos): problema de tratamento frequente; o gasto e a frustração com a cronicidade
dificultam; muitos casos são controlados clinicamente, mas não curados
Antibioticoterapia em conjunto com tratamento tópico adjuvante (xampu e spray antibacterianos) costuma ser
recomendada para controlar infecções secundárias
Lembrar de tratar por 1 mês após a cura clínica e um raspado de pele negativo.
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Amitraz
Uma formamidina, que inibe a monoamina oxidase e a síntese de prostaglandina; um agonista adrenérgico a2
Aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) para tratar cães com mais de 4 meses de idade
Cães de pequeno porte podem exibir letargia acentuada 12 a 24 h após a aplicação. Pacientes com doença
respiratória ou diabetes não devem usar amitraz
Usar semanalmente (a bula recomenda em semanas alternadas) em meio frasco (5 m�)/4� de água, até a
resolução dos sinais clínicos e até que nenhum ácaro seja encontrado nos raspados de pele; não enxaguar;
deixar secar ao ar
Utilizar por 1 mês após raspado de pele negativo
Aplicar um xampu à base de peróxido de benzoíla antes do banho como tratamento bactericida e aumentar a
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exposição dos ácaros ao acaricida mediante atividade de imersão folicular
A eficácia é proporcional à frequência da administração e à concentração da imersão
Pode ser misturado com óleo mineral (3 m� de amitraz para 30 m� de óleo mineral) para ser aplicado em
áreas focais, como na pododemodicose
O sucesso com a coleira de amitraz a 9% não foi estabelecido, embora haja relatos não comprovados
positivos. Em geral, a coleira não é recomendada
Entre 11 e 30% dos casos não se curam; pode ser necessário tentar um tratamento alternativo ou controle
com banhos de manutenção a cada 2 a 8 semanas
Tratamento local contendo amitraz e metaflumizona: aplicação tópica a cada 2 semanas durante 6 a 8
tratamentos; a eficácia é variável a ainda está sob investigação; amitraz associado a metaflumizona não parece
ser uma opção terapêutica altamente eficaz; efeitos similares ao pênfigo foram associados a essa combinação
Ivermectina
Considerada a melhor opção terapêutica atual, exceto para certas raças
Uma lactona macrocíclica com atividade agonista do GABA. Liga­se aos canais de cloreto no sistema
nervoso do ácaro, causando­lhe paralisia e morte. A segurança em mamíferos deve­se à ausência de canais de
cloreto abertos pelo glutamato no sistema nervoso periférico (protegido pela barreira hematencefálica)
A administração oral da forma injetável de ivermectina é feita na dose de 0,3 a 0,6 mg/kg e é muito eficaz,
mesmo quando o amitraz falha
Iniciar com metade da dose na 1a semana e em seguida aumentar para a dose total até o restante do
tratamento,na tentativa de identificar os cães com sensibilidade ao fármaco
Tratar por 60 dias além da obtenção de raspados de pele negativos (em média, 3 a 8 meses)
A ivermectina é contraindicada para cães das raças Collie, Shetland Sheepdog, Old English Sheepdog e
Pastor­Alemão branco, bem como para outras raças de cães pastores e cruzamentos delas; raças sensíveis
parecem tolerar as dosagens acaricidas de milbemicina. A sensibilidade à ivermectina é derivada de uma
mutação por deleção do gene resistente a múltiplos fármacos (MDRI ou ABCB1), resultando em uma
proteína truncada não funcional denominada glicoproteína P, uma proteína transportadora transmembrana
encontrada na barreira hematencefálica. O teste para essa mutação e, portanto, para a sensibilidade ao
fármaco está disponível no site do Washington State University’s Veterinary Clinical Pharmacology
Laboratory (www.vetmed.wsu.edu.vcpl)
A otite por Demodex pode ser tratada com solução de ivermectina a 0,01%
Milbemicina
Uma lactona macrocíclica com atividade agonista do GABA
A dosagem de 1 mg/kg VO a cada 24 h cura 50% dos casos; 2 mg/kg VO a cada 24 h curam 85% dos casos;
as recomendações para dose oral variam de 1,5 a 3,1 mg/kg/dia
Tratar por 60 dias além de múltiplos raspados de pele negativos
Raças sensíveis à ivermectina em geral toleram a milbemicina
Os efeitos colaterais são semelhantes aos provocados pela ivermectina (depressão, estupor, coma, ataxia,
convulsões)
A principal limitação do fármaco é o custo
A otite por Demodex pode ser tratada com milbemicina oxima tópica a 1%
Moxidectina injetável
Há poucos estudos disponíveis a respeito da eficácia
A forma injetável é administrada por VO na dose de 400 mg/kg/dia
Não usar em raças sensíveis à ivermectina
Produto para aplicação local (spot­on) à base de imidacloprida e mosidectina relatado como efetivo em 87%
dos cães tratados em um estudo recente no qual os cães foram tratados mensalmente com a dose
recomendada de 0,1 m�/kg. Os cães receberam 2 a 4 tratamentos no estudo. A investigação adicional limita a
utilidade desse produto no tratamento da demodicose, exceto nos casos leves
Doramectina
Nova avermectina injetável que está sendo testada como injeções subcutâneas semanais de 600 µg/kg
Não deve ser considerada para raças sensíveis à ivermectina.
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Banhos com enxofre
Tratamento de escolha atual
Banhos com enxofre a 2% são mais seguros e eficazes
Uma vez/semana durante pelo menos 4 a 6 semanas e prosseguindo por 1 a 2 meses após a cura clínica e
raspados negativos
Todos os gatos em contato devem ser tratados nos casos de infestação por Demodex gatoi
Um colar elisabetano deve ser usado para evitar a ingestão até que o animal esteja seco após o banho, para
evitar irritação
Amitraz
As soluções de amitraz aplicadas semanalmente em 4 tratamentos podem levar a boa resolução dos sinais
clínicos, apesar do risco de toxicidade
Doramectina
Relato não comprovado de resolução da infestação por D. cati em 3 gatos tratados com doramectina na dose
de 600 µg/kg SC semanalmente, em um total de 3 injeções
Ivermectina
Relatos não comprovados de eficácia de 300 a 600 µg/kg/dia ou em dias alternados VO
Risco de neurotoxicose e sensibilidade ao propilenoglicol
O uso de ivermectina é desestimulado no momento.
O uso combinado de medicações (amitraz e ivermectina) é fortemente desestimulado e deve ser evitado por
causa da toxicidade potencial
Amitraz
Efeitos colaterais mais comuns: sonolência, letargia, depressão, anorexia em 30% dos pacientes 12 a 36 h
após o tratamento
Outros efeitos colaterais: vômitos, diarreia, prurido, poliúria, polidipsia, midríase, bradicardia,
hipoventilação, hipotensão, hipotermia, ataxia, íleo paralítico, timpanismo, hiperglicemia, convulsões, morte
A incidência e a gravidade dos efeitos colaterais não parecem proporcionais à dose ou à frequência de uso
Seres humanos podem desenvolver dermatite, cefaleias e dificuldade respiratória após a exposição
O uso de antagonistas adrenérgicos alfa­2 pode reverter os sinais de toxicose. O atipamezol, na dose
intramuscular de 0,05 µg/kg, pode reverter os sinais adversos em 10 min e sua administração pode ser
repetida a cada 4 a 8 h
A ioimbina na dose IV de 0,11 µg/kg é um antídoto, administrado lentamente; pode ser repetida a cada 4 a 8
h
Evitar antidepressivos e MAOI, como a selegilina, em cães que estejam recebendo amitraz
Xampu contendo sabão suave para remover o produto tópico (banho ou spot­on)
Ivermectina e milbemicina
Raça: toxicidades relacionadas (ver anteriormente)
Sinais de toxicidade: salivação, vômitos, midríase, confusão, ataxia, hipersensibilidade a sons, fraqueza,
decúbito, coma e morte
A ivermectina não deve ser administrada em conjunto com inibidores da glicoproteína P: antidepressivos
(fluoxetina, paroxetina, erva­de­são­joão), antimicrobianos (eritromicina, itraconazol, cetoconazol), opioides
(metadona, pentazocina), fármacos cardíacos (amiodarona, carvedilol, nicardipino, quinidina, verapamil),
imunossupressores (ciclosporina, tacrolimo), diversos (bromocriptina, clorpromazina, suco de toranja,
tamoxifeno, espinosade)
Tratamento da toxicose: de suporte e sintomático; atropina ou glicopirrolato conforme necessário para tratar a
bradicardia; evitar outros fármacos que estimulem os receptores do GABA (tranquilizantes
benzodiazepínicos).
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Prognóstico (cães): depende muito da genética, do estado imunológico do animal e da presença de doenças
subjacentes
Localizada: a maioria dos casos (90%) resolve­se espontaneamente sem tratamento; menos de 10% progridem
para a forma generalizada
Início na idade adulta (cães): em geral, grave e refratária ao tratamento
Início na idade adulta (gatos): ocorrência súbita em geral associada a doença interna, neoplasia maligna e/ou
doença imunossupressora; aproximadamente 25% dos casos são idiopáticos no período de acompanhamento de
1 a 2 anos
Evitar a reprodução de cães com a forma generalizada de demodicose.
FeLV = vírus da leucemia felina
FIV = vírus da imunodeficiência felina
GABA = ácido gama­aminobutírico
IL­2 = interleucina­2
IV = intravenosa
SC = subcutânea
MAOI = inibidores da monoamina oxidase
VO = via oral.
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Karen Helton Rhodes
Doenças cutâneas parasitárias não sazonais, intensamente pruriginosas e altamente contagiosas de cães e gatos,
causadas pela infestação com os ácaros Sarcoptes scabiei var. canis (em cães – sarna sarcóptica), Notoedres
cati (em gatos – sarna notoédrica), Cheyletiella yasguri (em cães – “caspa andante”), Cheyletiella blakei (em
gatos – “caspa andante”) e Otodectes cynotis (em cães e gatos – ácaros das orelhas).
Os ácaros escavam através do estrato córneo e causam prurido intenso por irritação mecânica, elaboração de
subprodutos irritantes e secreção de substâncias alérgenas que acarretam reação de hipersensibilidade. Esses
ácaros podem acometer transitoriamente outra espécie além das hospedeiras (cães, gatos, coelhos, seres
humanos) via contato direto
O problema é considerado altamente contagioso na espécie hospedeira.
Animais de todas as idades e raças
Exposição a um portador em geral 2 a 6 semanas antes do desenvolvimento de sintomas
Gatis e ambientes domésticos com vários gatos
Animal em ambiente externo
Canis
Idas ao consultório veterinário
Idas a estabelecimentos de tosa
Residência em abrigos de animais
Prurido não sazonal extremamente intenso
Zoonose.
Infestação por Sarcoptes scabiei
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Alopecia e exantema eritematoso: pavilhões auriculares, cotovelos, jarretes, parte ventral do abdome e tórax
(Figura 41.1)
Lesões nas margens das orelhas: variam de descamação quase imperceptível a alopecia ou crostas; os canais
auriculares não são acometidos (Figura 41.2)
Crônica: alopecia periocular e do tronco; crostas secundárias, escoriações e piodermite; erupção papular
difusa
Linfadenopatiaperiférica possível
Cães que tomam banho com frequência geralmente terão prurido crônico com lesões cutâneas mínimas
(“sarnento incógnito”)
Cães: geralmente resposta mínima ou nenhuma a doses anti­inflamatórias de esteroides
Vários cães na mesma casa: mais de um costumam mostrar sinais
Figura 41.1 Cão mestiço jovem mostrando a distribuição típica de lesões cutâneas associadas à infestação
porSarcoptes scabiei por todo o corpo. Alopecia, eritema, pápulas, crostas e descamação são evidentes.
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Figura 41.2 Mesmo cão da Figura 41.1. Lesões clássicas na margem da orelha, consistindo em crostas e
descamação.
Infestação por Notoedres cati
Prurido intenso com dermatite crostosa aderente espessa
As áreas mais acometidas incluem os pavilhões auriculares, a cabeça, a face e o pescoço, embora possa
tornar­se generalizada
Linfadenopatia periférica é comum. Gatos podem exibir anorexia e emaciação se não forem tratados
Infestação por Cheyletiella
Caracteriza­se por descamação excessiva e prurido variável
O tamanho grande do ácaro ajudou a cunhar a expressão “caspa andante”, porque o ácaro às vezes é visível a
olho nu
Cães das raças Cocker Spaniel e Poodle, gatos de pelagem longa e coelhos na mesma casa podem ser
portadores assintomáticos
Animais jovens parecem correr maior risco
A orientação dorsal das lesões (descamação com eritema mínimo) é mais comum
Alguns gatos podem exibir alopecia simétrica e bilateral (Figura 41.3)
Infestação por Otodectes
Prurido e consequentes lesões de escoriação geralmente em torno das orelhas, na cabeça e no pescoço,
embora possam tornar­se generalizadas
Crostas espessas, castanho­avermelhadas ou negras, dentro e em torno do canal auricular.
Alergia alimentar
Atopia
Dermatite por Malassezia
Dermatite alérgica a pulgas
Dermatofitose
Piodermite
Demodicose
Alergia por contato
Dermatite por pelodera
Impetigo pruriginoso
Otite externa e/ou média
Pediculose
Seborreia.
Técnica ELISA: identifica cães infestados com Sarcoptes; a detecção de IgG circulante contra antígenos desse
ácaro está disponível, embora seja alto o índice de resultados positivos falsos em cães tratados com êxito para
sarna e de resultados negativos falsos em cães jovens e naqueles que tenham recebido corticosteroides; não tem
uso amplo
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Figura 41.3 Queiletielose em um gato. Notar a descamação excessiva entranhada na pelagem.
Reflexo auriculopodálico positivo: o examinador esfrega a margem da orelha do animal entre o polegar e o
indicador para induzir o animal a coçar o membro posterior ipsilateral; isso ocorre em 75 a 90% dos casos de
sarna sarcóptica, notoédrica e otodécica, mas não é diagnóstico
Raspados de pele superficiais: sarna sarcóptica e notoédrica (Figura 41.4)
Preparação com fita adesiva e “pente para pulgas”: queiletiela (Figura 41.5)
Swab da orelha em óleo mineral: Otodectes (Figura 41.6)
Flutuação fecal: ocasionalmente revela ácaros ou seus ovos
Resposta favorável ao tratamento escabicida: em geral, um método efetivo para tentar o diagnóstico na
infestação por Sarcoptes
Qualquer cão com prurido não sazonal que responda mal a esteroides deve ser tratado com um escabicida
(mesmo que o raspado de pele seja negativo), para se excluir definitivamente sarna sarcóptica. É mais fácil
encontrar os ácaros felinos do gênero Notoedres em raspados de pele do que os ácaros caninos do gênero
Sarcoptes e, portanto, raramente o tratamento é necessário para excluir o diagnóstico.
Banhos escabicidas: é preciso tratar o cão por inteiro; em geral, o tratamento falha devido à relutância do
proprietário em banhar o paciente na face e nas orelhas; não deixar o paciente úmido entre os tratamentos
Todos os cães, gatos e coelhos em contato devem ser tratados, mesmo aqueles sem sinais clínicos, pois podem
ser portadores assintomáticos
Limpar bem e tratar o ambiente; os ácaros podem sobreviver por até 3 semanas fora de um hospedeiro animal
Podem ser usados corticosteroides simultaneamente ao tratamento acaricida.
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Figura 41.4 Sarcoptes scabiei e seus ovos encontrados em raspados de pele superficiais da margem da orelha.
Figura 41.5 Cheyletiella yasguri (em cão).
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Figura 41.6 Otodectes em um swab de orelha.
Ivermectina: altamente eficaz; 0,2 a 0,4 mg/kg SC a cada 1 a 2 semanas durante 4 tratamentos; não usar em
raças sensíveis a esse fármaco (Collie, Shetland Sheepdog, Pastor­Alemão branco, Pastor­Australiano, Old
English Sheepdog); eficaz para infestação por Sarcoptes scabiei (cães)
Ivermectina tópica: útil na infestação por Otodectes
Selamectina: único tratamento sistêmico liberado para a sarna canina; são obtidos melhores resultados quando o
produto é aplicado por via tópica na dose de 6 a 12 mg/kg a cada 2 semanas durante 3 a 4 tratamentos (cães e
gatos)
Moxidectina: 200 µg/kg VO ou SC a cada 2 semanas durante 2 tratamentos é uma opção menos usada para a
infestação por sarcoptídeos e psoroptídeos
Milbemicina: eficaz quando usada na dose de 0,75 mg/kg VO a cada 24 h; pode ser eficaz na dose de 2 mg/kg
VO semanal por 3 semanas (em cães)
Milbemicina tópica: pode ser útil na infestação por Otodectes
Banho com amitraz: 250 ppm; pode ser eficaz a cada 1 a 2 semanas durante 3 tratamentos; garantir a cobertura
de todo o corpo do animal, incluindo a face e as orelhas (cães)
Solução de enxágue para todo o corpo: solução a 2 a 3% de enxofre aplicada por 5 a 6 semanas; garantir a
cobertura de todo o corpo do animal, incluindo a face e as orelhas (melhor opção de tratamento para gatos;
aprovada para cães e gatos)
Fipronil spray na dose de 3 m�/kg, aplicada em todo o corpo 3 vezes a intervalos de 2 semanas, ou 6 m�/kg
aplicados com esponja 1 vez/semana durante 4 a 6 semanas (sarna canina)
O tratamento antisseborreico tópico em conjunto com o tratamento escabicida ajuda a acelerar a resolução
clínica das lesões
Antibióticos sistêmicos: podem ser necessários por 21 dias ou mais para resolver piodermite secundária
Anti­histamínicos ou glicocorticoides em dose baixa (0,5 mg/kg a cada 12 h na 1a semana de tratamento), se
forem identificados ácaros; pode ajudar a diminuir o prurido mais rapidamente.
A cama do animal deve ser descartada e o ambiente bem limpo e tratado com sprays, fumigadores ou bombas
de parasiticidas (inseticidas para pulgas são eficazes no ambiente)
Ivermectina: usar com extrema cautela nas raças Collie, Shetland Sheepdog, Old English Sheepdog, Pastor­
Australiano, Pastor­Alemão branco e cruzamentos dessas raças; a toxicidade é mais provável nas raças de
pastores em geral
O prurido intenso e os sinais clínicos podem levar até 4 a 6 semanas para serem resolvidos, devido à reação de
hipersensibilidade
Os tratamentos tópicos tendem a falhar, por causa da aplicação incompleta da solução de tratamento
Pode ocorrer reinfecção se o contato com animais infectados continuar
Considerar sempre ácaros como a causa possível de prurido em cães alérgicos que não respondam mais ao
tratamento com esteroide
Aproximadamente 30% dos cães com infestação por Sarcoptes também vão reagir a antígenos dos ácaros da
poeira doméstica. As pessoas que vivem em contato estreito com o animal acometido podem desenvolver
exantema pruriginoso papular nos braços, tórax ou abdome; as lesões em seres humanos em geral são
transitórias e devem resolver­se espontaneamente após o tratamento do animal acometido. Se as lesões
persistirem, os proprietários deverão procurar um dermatologista.
ELISA = ensaio imunossorvente ligado a enzima
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IgG = imunoglobulina G
SC = subcutânea
VO = via oral.

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