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Picada de insetos
Introdução
Picada de insetos pode causar prurigo-estrófulo e reação alérgica. O prurigo-estrófulo é uma síndrome de caráter exsudativo, mais comum em crianças na faixa etária de 4 meses a 6 anos, decorrente de picada de mosquitos, pernilongos, borrachudos, mutucas, muriçocas, pulgas e percevejos.
Manifestações clínicas
Prurigo-estrófulo
•Inicialmente, lesões eritematosas; em seguida, pápulas que evoluem para microvesículas (Figura 66.1)
•Espontaneamente ou pela coçadura, as microvesículas se rompem, originando lesões crostosas
•Como sequelas, podem ficar manchas pigmentadas ou hipocrômicas. Infecção secundária é frequente.
Reação alérgica ao veneno de abelhas, marimbondos e formigas
Reações imediatas:
•Lesões locais: lesões eritematosas, papulares e pruriginosas, que permanecem de 48 horas a 1 semana. Infecção secundária é frequente
Figura 66.1 Picada de inseto. Lesões eritematosas e papulares (prurigo-estrófulo).
•Manifestações sistêmicas: urticária, angioedema, broncospasmo, dispneia, náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia, incontinência urinária, queda da pressão arterial (choque anafilático), ansiedade.
Reações tardias:
•Doença do soro, lesões renais, encefalopatia, neurites e vasculites.
Diagnóstico diferencial
Prurigo-estrófulo
•Dermatite herpetiforme
•Varicela
•Urticária
•Escabiose.
Alergia ao veneno de abelhas, marimbondos e formigas
•Urticária e angioedema por outros fatores (substâncias inaláveis, alergia alimentar)
•Choque anafilático: outros tipos de choques.
Exames complementares
•Testes cutâneos de leitura imediata (risco de anafilaxia durante os testes)
•Pesquisa de IgE específica no soro.
Comprovação diagnóstica
•Dados clínicos
•Testes cutâneos de leitura imediata têm mais valor preditivo que a pesquisa da IgE específica (10 a 15% dos pacientes com testes positivos podem apresentar IgE específica negativa ou baixa).
Complicações
•Infecção bacteriana secundária
•Choque anafilático
•Falência de múltiplos órgãos.
Tratamento
•Se houver história de alergia ou intoxicação grave, tratamento de emergência (risco de vida)
•Remover o ferrão com pinça ou raspando-o (não espremê-lo)
•Aplicar gelo no local da picada
•Manter vias respiratórias livres (intubação, traqueostomia) nos casos graves
•Oxigenoterapia: 4 a 6 ℓ/min
•Imunoterapia específica (hipossensibilização): indicada para diminuir a sensibilidade aos venenos, principalmente de abelhas, marimbondos e formigas. Utilizar extratos padronizados e doses individualizadas para cada paciente por um período de 3 a 5 anos. Podem ocorrer reações adversas; por isso, o médico deve estar bem preparado e orientar adequadamente o paciente.
 Tratamento medicamentoso
•Tratamento tópico: hidrocortisona a 1% ou betametasona a 0,1% em creme ou pomada
•Tratamento sistêmico: anti-histamínicos: hidroxizina – adultos e crianças acima de 12 anos, 25 a 50 mg, VO, 6/6 h ou 12/12 h. Crianças 0,5 a 1 mg/kg/dia; ou difenidramina – adultos, 25 a 50 mg, VO, 6/6 h. Crianças, 5 mg/kg/dia, 6/6 h; ou prometazina VO. Adultos, 25 mg, 6/6 h. Crianças: xarope, 0,125 mg/kg, 6/6 h; IM. Adultos (ampolas de 2 mℓ), 25 a 50 mg, repetir após 2 h, se necessário. Crianças: 0,125 mg/kg, IM, repetir após 2 h, se necessário; ou loratadina, VO, adultos e crianças acima de 12 anos, 10 mg/dia. Crianças de 2 a 12 anos com peso abaixo de 30 kg, 5 mg/dia, acima de 30 kg usar 10 mg/dia; ou desloratadina, VO, adultos e crianças acima de 12 anos, 5 mg/dia; ou cetirizina, VO, adultos e crianças acima de 12 anos: 1 comprimido ou 10 mℓ, 1 vez/dia. Crianças de 6 a 12 anos: meio comprimido ou 5 mℓ, 1 vez/dia. Crianças de 2 a 6 anos: 2,5 mℓ, 1 vez/dia; ou fexofenadina, VO, adultos e crianças acima de 12 anos, 180 mg/dia. Crianças de 6 a 11 anos, 30 mg, 12/12 h; ou epinastina VO, adultos, 20 mg/dia; ou dicloridrato de levocetirizina, VO, adultos e crianças acima de 6 anos, 1 comprimido, 1 vez/dia
•Casos graves: prednisona, VO, adultos e crianças, 1 mg/kg de peso/dia; ou hidrocortisona, IV, adultos, 100 a 500 mg, 6/6 h. Crianças: 4 mg/kg/dose (6/6 h); ou epinefrina milesimal, IM (na região lateral coxa), casos refratários: adultos, 0,2 a 0,3 mℓ, IM; crianças, 0,01 mℓ/kg, IM
•Protocolo para casos graves (anafilaxia): epinefrina milesimal, IM, na região lateral da coxa – adultos 0,2 a 0,3 mℓ; crianças 0,01 mℓ/kg; hidrocortisona: crianças – IV, 4 mg/kg/dose, 6/6 h, ou 16 mg/kg/dia, dividida em 4 doses); adultos – IV, 100 a 500 mg, 6/6 h.
Evolução e prognóstico
•Prurigo-estrófulo: na maioria dos casos, pode apresentar melhora espontânea após vários surtos
Para saber mais
Kit de emergência alérgica
Pacientes que já apresentaram reações alérgicas graves por picada de abelhas, marimbondos e formigas devem portar um “kit de emergência alérgica” para anafilaxia, composto de epinefrina milesimal, prometazina ou difenidramina e hidrocortisona (injetáveis).
•Imunoterapia específica abrevia a evolução da doença, sendo indicada nos casos mais intensos
•Reações graves podem ser fatais.
Prevenção
•Diminuir as áreas expostas do corpo, usando camisas de manga longa, calças compridas, bonés
•Colocar telas nas portas e janelas
•Evitar manter água parada
•Evitar acúmulo de lixo
•Imunoterapia específica.
Atenção 
•É importante ter em mente as reações não alérgicas a picadas de insetos. São reações tóxicas que podem ser locais ou sistêmicas. As primeiras caracterizam-se por dor, edema, prurido e calor, desaparecendo espontaneamente. As reações tóxicas sistêmicas ocorrem após inoculação de carga alta de veneno por grande número de insetos, caracterizando-se por vômitos, diarreia e dor abdominal (risco de vida)
•Choque anafilático tem início imediato após contato com o agente desencadeante (10 a 15 minutos) com sensação de mal-estar, prurido generalizado, dispneia, sudorese, hipotensão arterial e perda dos sentidos. Náuseas, vômitos e dores abdominais podem fazer parte do quadro clínico. O tratamento tem de ser imediato
•A observação do paciente deve ser por um período mínimo de 24 horas, porque os sintomas podem recrudescer (curso bifásico). Em pacientes em uso de betabloqueador, deve-se adicionar glucagon intravenoso na dose de 5 a 15 mg/min.
FONTE: Clínica médica na Prática diária. Porto.

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