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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI REFLEXÕES SOBRE A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO ESPECIAL Izana Cabral SANTA CRUZ DO ARARI-PA 2024 1 CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI REFLEXÕES SOBRE A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO ESPECIAL Izana Cabral SANTA CRUZ DO ARARI-PA 2024 Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso Educação Especial e Inclusiva do Centro Universitário UNIFAVENI, como requisito parcial para obtenção do grau de latu sensos. 2 DEDICO ESTE TRABALHO A MEUS PAIS QUE COM TANTO AMOR E CARINHO ME DERAM TODA EDUCAÇÃO QUE UMA CRIANÇA PRECISAVA TER. 3 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado a oportunidade de chegar a mais esta etapa da vida. Agradeço aos meus pais que com amor e carinho me ensinaram a viver a vida decentemente e baseada nos valores éticos e morais. Agradeço à minha família pelo incentivo que até agora me tem dado. Agradeço também aos meus amigos que contribuem com a minha formação ao longo desse processo. Agradeço ao meu esposo que sempre está do meu lado me dando todo apoio possível quando mais preciso. Agradeço aos professores da Faveni que contribuem com a minha formação acadêmica. 4 “O coração da criança recebe e acolhe as diferenças com mais naturalidade, afinal ninguém é igual”. Ricardo V. Barradas 5 RESUMO O presente artigo aborda a questão da avalição dos alunos com necessidades educacionais especiais, tendo como base as estratégias de ensino que são utilizadas, a fim de que aconteça um processo de inclusão desses alunos que precisam de um espaço acolhedor dentro da sala de aula. Existem políticas educacionais que de fato inserem os alunos com necessidades educacionais especiais e cuidam para que eles recebam uma educação comum, com materiais adaptados, de modo que aconteça uma avalição mais próxima da realidade educacional de cada aluno. Os alunos são sujeitos de aprendizagem e carecem de uma atenção maior, visando o acolhimento dele como ele é, sem tentar moldar a sua vida. As práticas pedagógicas devem ser feitas de maneira coletiva, de modo que possam sanar os problemas relacionados à inclusão desses alunos. A presença de alunos com deficiência na escola causa uma ´serie de reflexões que precisam de análises profundas, garantindo que todos tenham acesso a uma educação de qualidade. Palavras-chave: Avaliação; Alunos; Deficiência; Práticas. 6 SUMÁRIO Sumário 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................7 2. DESENVOLVIMENTO.....................................................................................8 3. UM POUCO DA HISTÓRIA ACERCA DA EDUCAÇÃO DE ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS................................................9 4. AVALIAÇÃO E SEUS DESAFIOS DENTRO DA ESCOLA............................................................................................................12 5. OS EDUCANDOS DENTRO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL SENDO INCLUÍDOS DENTRO DO ENSINO REGULAR..........................................................................................................15 6. ENFRENTANDO OS DESAFIOS E INCLUINDO A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM DENTRO DAS ESCOLAS REGULARES............................15 7. CONCLUSÃO................................................................................................18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................19 7 1. INTRODUÇÃO A escola é um espaço que recebe todos os alunos, sendo que dentre eles estão aqueles que são portadores de alguma deficiência educacional ou física. Ela é a porta de entrada para que esses alunos sejam acolhidos, de modo que pode oferecer uma educação que seja realmente inclusiva e que tenha métodos de avaliação pertinentes à realidade educacional de cada aluno, indo ao encontro das suas necessidades. Os alunos que adentram na escola são dotados de diferenças e carregam dentro de si anseios diferentes. Por isso, a escola precisa se adaptar aos alunos com necessidades educacionais especiais, ofertando um ensino que vá ao encontro desses alunos, ajudando cada um deles a se sentirem acolhidos, amados e respeitados. Alguns anos atrás os alunos com algum tipo de deficiências tinham que frequentar outras escolas denominadas de especiais, cercadas de especialistas. Hoje em dia esse cenário mudou e surge a necessidade de ter alunos dentro das classes regulares de ensino, sendo que eles são pessoas como qualquer outra, sendo que carecem de uma atenção diferenciada. Ainda existem discussões acerca desse tema, pois muitas escolas ainda não estão preparadas para fazer uma avalição da aprendizagem desses alunos ou não contam com o auxílio de profissionais qualificados para que possam atender as demandas que surgem da vida desses alunos. A pesquisa justifica-se pela necessidade de se debater o tema na sociedade, priorizando os alunos que apresentam alguma necessidade especial, fazendo uma reflexão acerca da avaliação da aprendizagem desses sujeitos que merecem toda atenção possível. O objetivo geral é identificar aspectos da avaliação da aprendizagem dos alunos que estão inseridos no contexto da educação especial, visando uma aproximação com as práticas pedagógicas que são utilizadas dentro da sala de aula, mostrando que é possível uma educação especial que seja de fato coerente com a realidade de cada aluno. Os objetivos específicos são os seguintes: analisar a importância da avaliação para a aprendizagem dos alunos com necessidades educacionais especiais, de modo que sejam inseridos 8 dentro de práticas educativas diversas; pesquisar acerca da avaliação dos alunos com necessidades educacionais espaciais, mostrando que é preciso inovar dentro da sala de aula; descrever a importância do acolhimento desses alunos dentro da sala de aula, de modo que se sintam responsáveis pelo seu próprio conhecimento. A metodologia utilizada para a realização dessa pesquisa foi qualitativa, isto é, por meio da consulta em livros e materiais disponíveis em PDF na internet, fundamentando de maneira clara acerca do tema abordado. O trabalho tem relevância cientifica, sendo que as faculdades e alunos podem se valer do tema para aprofundar os conhecimentos, visando sempre o debate cientifico acerca da temática pesquisada. O lado social também poderá ter acesso a essa pesquisa, pois o tema é amplo e exige debates que sejam de fato eficazes para uma convivência dentro da sociedade. A avaliação da aprendizagem na educação especial carece de reflexões importantes, trazendo para a realidade escolar um debate que ajude a sanar os problemas enfrentados dentro da sala de aula. Os alunos precisam de aulas que de fato ajude a ter o conhecimento necessário e de profissionais que estejam atentos e aptos para fazer o atendimento adequado desses alunos. 2. DESENVOLVIMENTO As reflexões acerca da avaliação da aprendizagem dos alunos com necessidades educacionais especiais devem antes de tudo, passar por um processo de colaboração entre os profissionais da escola. Os autores apresentados nesse trabalho querem justamente debater o tema, tornando-o mais acessível a todos, de modo que conheçam mais acerca desse tema que é muito importante para inserção desses alunos dentro da sala de aula. 9 3. UM POUCO DA HISTÓRIA ACERCA DA EDUCAÇÃO DE ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAISESPECIAIS Durante muito tempo esse tema tem causado debates entre especialistas que se dedicam a esse estudo, visando uma educação especial mais inclusiva e que atendesse as necessidades dos alunos dentro da sala regular de ensino. Nesse sentido, pedagogos, psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, médicos e profissionais da educação especial, vêm juntando forças para ajudar sanar o problema da inclusão dentro das escolas em terras brasileiras. De acordo com Ribeiro (2006, p.54): [...] resultantes da ação de forças e agentes sociais novos, como as classes sociais em luta, os Estados Nacionais e seus interesses em promover a escolarização, a aceleração das mudanças produtivas, a importância do conhecimento científico, a valorização da escola como promotora da educação de trabalhadores, a luta emancipatória da mulher, a descoberta da criança e da pesquisa psicológica. Nem por isto, a escola e a escolarização têm significado uma experiência exitosa e isenta de crise. Sabe-se que esse processo de inclusão nem sempre foi bem aceito, sendo que nos tempos passados os alunos com NEE não eram bem vistos, pois ficavam sempre para traz e muitas vezes eram abandonadas em praça pública, simplesmente porque tinham algum tipo de deficiência seja ela física ou intelectual. A valorização de alunos assim aconteceu após lutas históricas, fruto da união entre profissionais que queriam uma educação mais inclusiva e que valorizasse todos os alunos. Em terras brasileiras houve uma segregação das pessoas que não tinham condições financeiras, de modo que eram totalmente excluídas da sociedade e não tinham também acesso à educação de qualidade. Um pretexto racista da época era que as famílias dos alunos que eram culpadas pela falta de inclusão deles dentro das escolas, pois não tinham meios financeiros para custear a educação de suas proles (PATTO, 1993). Por isso, verifica-se a importância da educação especial, pois ela poderia representar uma alternativa para atender os alunos que eram considerados incapazes de aprender porque eram pobres ou tinham alguma deficiência. É possível trazer presente que a educação especial tenha surgido da Europa, em meados do século XVIII, sendo que esse trabalho começou a ser feito pelas instituições de alunos surdos e cegos, garantindo a educação de 10 alunos portadores de alguma deficiência e lutavam pelos direitos iguais, tendo como argumento que todos eram da raça humana. A partir desse século é possível perceber que o privilégio da nobreza chega ao fim e alunos com NEE começam adentrar as escolas, mas de forma limitada, sendo que eram ainda separados em instituições próprias. Bueno (1993, p.27) diz que: [...] a história nos mostra que a Educação Especial não nasceu para dar oportunidade a crianças que, por anormalidades específicas, apresentavam dificuldades na escola regular. A Educação Especial nasceu voltada para a oferta de escolarização a crianças cujas anormalidades foram aprioristicamente determinadas como prejudiciais ou impeditivas para sua inserção em processos regulares de ensino. Com a expansão da educação especial no Brasil em meados do século XX, se abriu oportunidades para que os alunos com NEE pudessem fazer parte da educação, sendo valorizados, amados e respeitados, garantindo um acesso inovador dentro das escolas, sendo que a grande maioria desses alunos era proveniente de famílias carentes. Com isso, as escolas públicas passaram selecionar os alunos, incluindo apenas os alunos considerados sem deficiência e deixando de lado os alunos portadores de alguma NEE. Nos anos 60 já havia altos índices de exclusão de alunos dentro das escolas, talvez pelas suas características, sejam elas orgânicas, emocionais ou até mesmo culturais. Os alunos que porventura fracassassem na escola eram visto como portadores de alguma NEE e que não competia a escola sanar o problema. Surgem então no Brasil na década de 70 as classes especiais nas escolas comuns, que eram destinadas aos alunos com deficiência mental leve, ou seja, os alunos que poderiam ter a possibilidade de estarem adquirindo aprendizado através do repasse dos conteúdos. Por outro lado, conforme os estudos de Schneider (1974), Paschoalick (1981), Cunha (1988) e Machado (1994) os alunos que eram atendidos não eram de fato incluídos, pois os problemas eram amenizados em parte. Nesse sentido, as famosas classes especiais estavam preocupadas com os atendimentos, deixando de lado o processo de integração desses alunos, valorizando um aprendizado de qualidade. Surge então na década de 60 na Europa o movimento de integração, que veio justamente para propor que os alunos com NEE fossem incluídos em escolas regulares, colocando frente a frente a educação especial e a educação 11 regular. No Brasil esse movimento veio ganhar força a partir dos anos 80, mas antes disso a educação especial já estava a caminho com alguns documentos elaborados nos 70 (MENDES, 1994). Esses documentos ainda excluíam os alunos com deficiência, mas aos poucos essa discussão foi avançando. A partir dos anos 90, em 1994, surge a divulgação da Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994), trazendo a inclusão como ponto de debate, evidenciando que todos os alunos com NEE ou não deveriam ser incluídos dentro das escolas regulares. Com isso, as escolas tinham que passar por mudanças significativas, possibilitando o acesso desses alunos dentro das classes regulares de ensino. Os discursos feitos em favor dos alunos com NEE aos poucos vão ganhando espaço dentro das escolas, passando a ser debatido pelos acadêmicos. Com isso surgiram algumas leis no Brasil, dentre elas está a LDB (Lei nº 9.394/96), a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008), que apresenta a educação especial de modo mais concreta, ajudando a sanar o problema da exclusão dentro das escolas públicas. De acordo com Brasil (2008, p.6): A educação especial se organizou tradicionalmente como atendimento educacional especializado substitutivo ao ensino comum, evidenciando diferentes compreensões, terminologias e modalidades que levaram a criação de instituições especializadas, escolas especiais e classes especiais. Essa organização, fundamentada no conceito de normalidade/anormalidade, determina formas de atendimento clínico terapêuticos fortemente ancorados nos testes psicométricos que definem, por meio de diagnósticos, as práticas escolares para os alunos com deficiência. Por isso, a educação especial passa a ser de caráter complementar e os alunos passaram a adentrar a sala comum. Entra em cena o Atendimento Educacional Especializado que passa acompanhar esses alunos, contando com profissionais qualificados que ajudam a ter uma educação de qualidade. Segundo Brasil (2008, p.16): O atendimento educacional especializado identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando as suas necessidades específicas. As atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado diferenciamse daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à escolarização. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela. 12 Pode-se dizer que a educação especial conta com um programa de atendimento eficaz e que tem contribuído com a formação de muitos profissionais, garantindo que todos possam fazer um atendimento de qualidade, acolhendo bem os alunos com NEE. O AEE deve garantir a participação efetiva dos alunos dentro da sala de aula regular, de modo que possam conviver com os demais alunos. 4. AVALIAÇÃO E SEUS DESAFIOS DENTRO DA ESCOLA Sabe-se que existem muitas políticas ligadas à educação,que englobam também a educação especial em uma perspectiva de inclusão dos alunos com NEE. As estratégias de ensino ainda são poucas, sendo que esses alunos devem ser acolhidos de maneira coerente e participativa dentro da sala de aula. Quando se faz uma acolhida de qualidade, logo convém destacar que esses alunos devem ser acolhidos como indivíduos que querem aprender. Porém, em muitas escolas isso ainda não acontece na prática. As escolas devem sempre levar em consideração que os alunos com NEE precisam aprender através das interações com os colegas. Por isso, o processo de transmissão de conhecimentos deve sempre acontecer de forma coletiva, sem excluir ninguém. Quando acontece esse processo de interação dentro da sala de aula, os alunos tendem a evoluir em termos de aprendizado. O convívio escolar possibilita esses alunos a terem uma aproximação melhor até com os membros de suas famílias e demais grupos sociais. Para que isso aconteça os docentes devem estar atentos a isso. Os sistemas de ensino ainda apresentam muitas falhas com relação a esse processo de interação social dentro da sala de aula, pois a falta de qualificação profissional tem levado muitos educadores à ruína no que diz respeito ao acolhimento desses alunos portadores de deficiências. Faltam métodos para que aconteça uma avaliação da aprendizagem mais coerente com a realidade dos alunos, pois ainda não se observa uma avalição da aprendizagem que atinja realmente os alunos que precisam dela. 13 As exigências feitas pelas políticas de inclusão são muitas e carecem de práticas pedagógicas que atendam as necessidades dos alunos com NEE, visando sempre uma avalição consistente e que traga benefícios para todos eles (CARNEIRO, GARCIA E MICHELS, 2011). As propostas educativas devem de fato incluir esses alunos, garantindo que todos possam conviver bem dentro da sala de aula, se ajudando mutuamente. O AEE deve fazer um atendimento que priorize os alunos, fazendo um diagnóstico que os levem a uma educação em conjunto aprendendo de forma igualitária dentro da sala de aula. Deve existir sempre um diálogo que deve ser baseado sempre nas maneiras de se transmitir uma aprendizagem de qualidade. Os professores devem sempre buscar alternativas para aplicar avalições que façam sentido para a vida dos alunos, mostrando que os caminhos educativos são diversos. É preciso que as escolas contenham salas de recursos multifuncionais, de modo que favoreça uma inclusão mais eficaz, dando a possibilidade de uma educação fundamentada e sempre baseada na acessibilidade dos alunos com NEE. Os professores devem sempre atentar para fazer as adaptações das atividades desenvolvidas dentro da sala de aula, buscando sempre estratégias que facilite o aprendizado desses alunos. Segundo Michels e Garcia (2010, p.15: A ideia de processo de ensino desapareceu do debate. Por outro lado, o termo aprendizagem é amplamente mencionado, mas definido como atividade individual para a qual devem ser organizados ambientes e recursos além da composição de grupos heterogêneos. É preciso que cada atividade seja desenvolvida de acordo com a necessidade do educando, de modo que garanta um aprendizado que seja eficaz e que priorize uma avaliação humanizada, superando os desafios que ainda existem dentro da sala de aula. Ferreira e Ferreira (2004, p.42) dizem o seguinte: Na aparência das formulações curriculares os objetivos gerais identificam-se com os da educação regular, mas ao olharmos os objetivos desenvolvidos em sala de aula, estes se afastam da área acadêmica ou escolar, ficando mais centrados em atividades de natureza prática, repetitivas e de pouco significado cultural, bastante distante daquilo que está proposto para todos os alunos na escola regular. Outro desafio que ainda existe dentro das escolas é quando os alunos percebem que não estão se enquadrando na escola regular, pois nem sempre 14 as escolas estão preparadas para atender essas demandas e muitas delas não estão preocupadas com esses alunos. Esses educandos precisam participar de todas as atividades que são desenvolvidas dentro do espaço escolar, para que possam aprender de maneira significativa. Outro desafio que é comum encontrar em algumas escolas é a contratação de profissionais que são pagos para auxiliar os professores dentro da sala de aula, sendo que estes muitas vezes não são qualificados para atender essas demandas. Na prática dos professores acabam não incluindo esses alunos, deixando para esse profissional a responsabilidade de transmitir o conhecimento. Esses profissionais acabam sendo auxiliares dos alunos. Dessa forma, de que adianta o aluno com NEE está matriculado se não consegue interagir com seus colegas dentro da sala de aula? A contratação de monitores está prevista na Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008, p.17) prevendo o seguinte: Cabe aos sistemas de ensino, ao organizar a educação especial na perspectiva da educação inclusiva, disponibilizar as funções de instrutor, tradutor/intérprete de Libras e guia intérprete, bem como de monitor ou cuidador aos alunos com necessidade de apoio nas atividades de higiene, alimentação, locomoção, entre outras que exijam auxílio constante no cotidiano escolar. É preciso manter uma organização que realmente valorize os alunos com NEE, garantindo que haja um diálogo dentro da sala de aula que traga benefícios para os alunos, inserindo-os dentro de um sistema de aprendizagem coerente com a realidade escolar. Convém falar de outro desafio que ainda é comum encontrar que se trata da resistência de algumas escolas no processo de inclusão dos alunos com NEE e quando acolhem não garantem uma avaliação da aprendizagem que traga benefícios para a vida desses alunos. Alguns educadores não estão preocupados em acolher esses alunos talvez pela falta de qualificação ou porque ignoram esses alunos como se não fizessem parte do cotidiano escolar. Alguns educadores conseguem dar abertura para esses alunos, fazendo um lindo acolhimento dentro da sala de aula, garantindo um processo de aprendizagem pautado na convivência com os colegas e com os materiais devidamente adaptados. O trabalho deve ser sempre em conjunto, de modo que esses alunos possam estar inseridos dentro da sala de aula e contar com profissionais preparados e humanizados. 15 5. OS EDUCANDOS DENTRO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL SENDO INCLUÍDOS NO ENSINO REGULAR Ainda existem inúmeras barreiras dos alunos com deficiência quando se trata de inclusão escolar. Professores, famílias e alunos muitas vezes não sabem a quem recorrer quando a escola não está aberta para o acolhimento desses alunos. Às vezes os alunos com NEE se sentem incomodados em viver dentro de algumas escolas regulares, pois nem sempre conseguem ter uma acolhida eficaz. Para que esses alunos consigam ter boas relações pessoais dentro das escolas é preciso que os professores sejam qualificados. Cabe destacar que é nas escolas regulares que os alunos conseguem se desenvolver de forma eficaz, tendo um aprendizado de qualidade em todas as áreas da vida. Os estudos que vem surgindo nos tempos atuais às vezes são a favor e às vezes contra a educação especial. Mas, por outro lado esse estudo quer contribuir com a inclusão de alunos com NEE, de modo que todos se sintam bem acolhidos dentro da sala de aula, garantindo que haja um ensino que ajude transformar a vida desses alunos. 6. ENFRENTANDO OS DESAFIOS E INCLUINDO A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM DENTRO DAS ESCOLAS REGULARES A educação especial só se efetivará dentro das escolas regulares de ensino a partir do momento em que os educadores trabalharem coletivamente, garantindo que todos os alunos tenham uma experiência de aprendizado que dure por toda vida. O professor regente deve terantes de tudo uma formação adequada, de modo que consiga perceber as deficiências que aparecem dentro da sala de aula, trabalhando para que todos os alunos possam fazer uma experiência rica em termos de conhecimento. É preciso que todos os profissionais envolvidos na educação mantenham o foco em ajudar esses alunos a terem uma aprendizagem que realmente faça sentido para a vida deles. Os professores têm como principal missão o ato de ensinar e devem fazer isso sem fazer qualquer espécie de discriminação, acolhendo todos os 16 alunos, mesmo que sejam portadores de alguma deficiência. O plano de ensino deve sempre priorizar a formação de todos os alunos, garantindo que haja adaptações para os alunos portadores de alguma deficiência, seja ela física, emocional, intelectual, etc. As estratégias de ensino dentro da sala de aula devem abarcar todos os alunos, garantindo uma educação de qualidade. Portanto, a avaliação da aprendizagem deve ser um momento de conhecimento dos alunos, visando o aprendizado que tiveram durante os percursos formativos que fazem. O tema da avalição ainda causa polêmicas no meio educacional, pois muitas vezes eles são desfocados e não atinge o objetivo que é fornecer uma aprendizagem de qualidade dentro das escolares regulares, acolhendo os alunos portadores de algum tipo de deficiência. Avaliar com notas ou conceitos muitas vezes atrasa o desenvolvimento dos alunos, principalmente quando são portadores de alguma NEE. A avaliação não deve se resumir apenas com a prática dos conteúdos dentro da sala de aula, pois dispersaria os alunos em um mundo estranho e sem participação coletiva. Esteban (2010, p.11) diz que a avaliação é um: Processo intencional e sistemático de coleta, análise e interpretação de informações sobre conhecimentos, capacidades, atitudes e processos cognitivos dos sujeitos, em que se estima o valor ou mérito desses processos e/ou resultados, com a finalidade de produzir conhecimento para orientar a tomada de decisões relativas ao processo educacional ou a políticas educacionais. Diretamente relacionada à dinâmica pedagógica, entrelaça-se a questões de poder, mantendo fortes vínculos com demandas sociais e com políticas públicas. Termo polissêmico, seu estudo, formulação e prática estão em permanente tensão, traz marcas dos diálogos que estabelece com diferentes contextos, ideologias, culturas e perspectivas teóricas. As avaliações devem sempre se preocupar com o aprendizado de todos os alunos, fazendo adaptações para aqueles alunos portadores de alguma deficiência. Às vezes os docentes se preocupam mais com o aspecto quantitativo, se esquecendo de que os alunos são seres humanos e que precisam de uma educação que seja verdadeira e coerente. A avaliação da aprendizagem tem como objetivo central introduzir os alunos no mundo do conhecimento, levando em consideração todos os alunos, independentemente de quem sejam. O professor, cujo papel é o de educar, 17 sendo mediador do conhecimento, deve sempre estar atento para que esse processo de avaliação inclua todos os alunos. Os alunos com deficiência devem receber toda atenção possível quando são avaliados, de modo que os professores devem ser especialistas nesse tipo de educação, a fim de que avaliem de forma coerente com a necessidade que os alunos trazem consigo. Alguns professores acham que não são capazes de fazer avaliações, sendo que carecem de profissionais qualificados que acompanhe esse processo dentro da sala regular de ensino. Os professores devem ter o cuidado ao preparar avaliações, sendo que elas devem ser adaptadas, para melhor avaliação. Os instrumentos de avalição devem ser os amis diversos possíveis, pois para que um professor avalie um aluno surdo é preciso que se façam avaliações específicas para esse aluno, sendo que o docente deve também ter conhecimento de LIBRAS. Esses ajustes devem ser feitos ao longo do caminho educativo, de modo que os alunos se sintam sempre amparados e acolhidos durante o processo da avaliação da aprendizagem. Outra questão importante é quando se prepara avaliações para os alunos que são portadores de deficiência intelectual, pois não tem o domínio da escrita e carecem de outros instrumentos de avaliação. O uso de imagens, informações adicionais, apoio de um ledor, etc, devem fazer parte das ferramentas utilizadas pelos docentes durante esse processo de avaliação. 18 7. CONCLUSÃO O presente trabalho trouxe algumas reflexões acerca da avaliação da aprendizagem na educação especial, contribuindo com professores e demais profissionais que estuam o tema, de modo que saibam atuar dentro das escolas regulares com mais liberdade e autonomia. Foi possível conhecer a história resumida da educação dos alunos com necessidades educacionais especiais, dando uma volta no seu contexto histórico, de modo que ficou claro algumas questões do passado, olhando como os alunos portadores de NEE eram excluídos da sociedade naquela época. Enfatizou-se que ainda nos tempos atuais algumas escolas não conseguem se adaptar a esses alunos e acabam entrando em um processo de seleção desses alunos, segregando-os e deixando-os para traz porque não tem profissionais qualificados para atender essas demandas, que carecem um olhar atento. A avaliação da aprendizagem ainda tem seus desafios dentro das escolas, pois nem sempre ela acontece visando o conhecimento que os alunos adquirirem no decorrer da caminhada escolar, mas prezam apenas pelo quantitativo, o que torna ainda mais claro o processo de exclusão de alunos com NEE. Os alunos com NEE devem ser incluídos dentro das escolas regulares, pois existem leis que amparam esses sujeitos, sendo que os educadores devem estar sempre em consonância com essas leis para que a educação especial faça parte de todas as escolas. Excluir não resolve o problema, pois é preciso que todos lutem por uma educação que de fato possa olhar para esses alunos com um olhar diferenciado. Para enfrentar os desafios é preciso que todos os professores trabalhem unidos, ofertando um ensino de qualidade e fazendo adaptações no processo de avaliação da aprendizagem, garantindo que esses alunos possam usufruir de um sistema educativo que acolhe e que contribui com uma educação melhor. Para que ocorra uma inclusão humana, solidária e fraterna, os docentes devem ser humanos e menos preconceituosos. 19 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília, 2008. Disponível em: portal.mec.gov.br . Acesso em: 10 mar. 2024 BUENO. J. G. S. A educação do deficiente auditivo no Brasil: situação atual e perspectivas. Em Aberto, Brasília, (60), p. 25-36, out./dez. 1993. CARNEIRO, M. S. C., GARCIA, R. M. C.; MICHELS, M. H. Implicações da diversificação na dinâmica das salas multimeios na rede municipal de Florianópolis: o caráter conservador da perspectiva inclusiva na educação especial. 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