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CASSAMALI - CARACTERIZAÇÃO DE POÇAS DE MARÉ E LEVANTAMENTO TAXONÔMICO DE MACROBENTÔNICOS NA PRAIA COSTA AZUL, EM IRIRI-ES

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XX Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XVI Encontro Latino Americano de Pós-Graduação e VI 
Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba. 
 
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CARACTERIZAÇÃO DE POÇAS DE MARÉ E LEVANTAMENTO TAXONÔMICO 
DE MACROBENTÔNICOS NA PRAIA COSTA AZUL, EM IRIRI-ES 
 
Annie da Silva Cassamali1, Luan de Oliveira Cerqueira1, Erika Takagi Nunes1, 
Adriane Araújo Braga1 
 
1Universidade Federal do Espírito Santo/Centro de Ciências Exatas, Naturais e da 
Saúde/Departamento de Biologia, anniecassamali@hotmail.com 
 
Resumo- Estudos envolvendo poças de maré são bem escassos, e em sua maioria são relacionados 
à ictiofauna destes lugares. Nesse sentido, o presente trabalho visou caracterizar os diferentes tipos 
de poças de maré quanto aos fatores abióticos, bem como, verificar os organismos macrobentônicos 
presentes em duas poças (PA, PB) do costão rochoso, localizado na Praia Costa Azul, em Iriri - ES. 
Para coleta foi utilizado um quadrante de 15x15 cm, o qual foi lançado no começo, meio e fim de 
cada poça. Foram realizadas três coletas (abril, junho e agosto/2016). A partir dos dados gerados 
pelo Programa Past, foi possível observar que a poça de maré A possui maior diversidade e 
equidade, enquanto que a poça B possui maior abundância e riqueza de indivíduos da fauna 
macrobentônica. 
 
Palavras-chave: Fauna, macroalgas, costão rochoso, diversidade. 
Área do Conhecimento: Zoologia 
 
Introdução 
 
Dos ecossistemas presentes na região entremarés, os costões rochosos são considerados um dos 
mais importantes, por conter uma grande riqueza de espécies com grande importância ecológica e 
econômica, como ostras, mexilhões, crustáceos, bem como uma variedade de peixes. Os costões 
rochosos são locais de alimentação, reprodução e crescimento de um grande número de espécies, e 
esta ampla variedade de organismos e o fácil acesso, tornaram os costões rochosos um dos 
ecossistemas marinhos mais bem estudado (COUTINHO; ZALMON, 2009). 
Os costões rochosos são basicamente divididos em três zonas (supralitoral, médiolitoral e 
infralitoral), caracterizados pelos tipos de organismos que ali habitam. A supralitoral compreende a 
região mais superior, e nesta parte os indivíduos são molhados pelos borrifos das ondas 
(COUTINHO; ZALMON, 2009), os indivíduos que ali se encontram devem estar preparados para 
suportar a exposição ao ar. A região médiolitoral é uma faixa estreita na costa, e se encontra 
submersa durante a maré alta e exposta durante a maré baixa (CASTRO; HUBER, 2012). A zona 
infralitoral se expande desde o limite inferior do médiolitoral até o desaparecimento das algas, 
apresentando de 10 a 15 metros de profundidade (COUTINHO; ZALMON, 2009). 
Quando a maré baixa, os organismos do médiolitoral ficam expostos ao ar, como consequência 
sofrem dessecação, para evitar isso, quando a maré baixa, os bentônicos se fecham, ou se 
locomovem para algum lugar úmido, como fendas nas rochas, e esperam até a maré subir 
novamente. As poças de maré são cavidades nas rochas e retêm a água do mar quando a maré 
baixa, por este motivo são usadas como esconderijos por muitos organismos (CASTRO; HUBER, 
2012), possuindo a função de berçário para muitas espécies (DIAS, 2013). 
As poças de maré por serem rasas e estarem diretamente expostas a irradiação solar apresentam 
variações de fatores ambientais, tais como, temperaturas e salinidades extremas devido a 
evaporação, ou até mesmo, quando chove, a salinidade é reduzida pela diluição, assim, muitos dos 
organismos pelágicos ou bentônicos, encontrados neste local, como peixes e caramujos são capazes 
de tolerar essas variações ambientais (CASTRO; HUBER, 2012). 
Os estudos envolvendo o ambiente costão rochoso são bem amplos, porém pesquisas 
relacionadas a poças de maré em relação à diversidade biológica encontrada no local são bem 
escassas, sendo apenas trabalhos relacionados com a ictiofauna encontrada nas poças. Estas 
depressões são ambientes frágeis e vulneráveis a muitos fatores ambientais e ação antrópica, como 
pisoteamento e deposição de lixo, por parte dos turistas. Por este motivo, conhecer a biodiversidade 
 
 
 
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deste local é de extrema importância para a construção de práticas de conservação e educação 
ambiental, facilitando o processo de manutenção desses lugares. 
Este estudo teve por objetivo o levantamento taxonômico de macrobentônicos em duas poças de 
maré, localizadas no costão rochoso da Praia Costa Azul, em Iriri-ES. Além de verificar os fatores 
abióticos e índices ecológicos, fazendo assim um comparativo entre estas duas poças. 
 
Metodologia 
 
O trabalho foi realizado no costão rochoso da praia Costa Azul, localizada no balneário de Iriri, 
município de Anchieta, litoral sul do Espírito Santo (Sob autorização Sisbio/ICMBio N°29413-1). 
Foram escolhidas duas poças de maré no costão rochoso, sendo uma distante dos batimentos das 
ondas, denominada Poça de maré A (PA) (20°49’59.9”S; 040°41’33.9”W) e outra próxima aos 
batimentos das ondas, possuindo um estreito contato com a maré, possibilitando assim uma troca de 
água constante, denominada Poça de maré B (PB) (20°49’58.9”S; 040°41’33.0”W), sendo que para 
cada poça foi amostrado três pontos, compreendendo o começo (1), meio (2) e fim (3), com intuito de 
abranger uma maior área. A PA foi dividida em A1, A2 e A3 e PB em B1, B2 e B3 representado na 
Figura 1. 
Realizaram-se três coletas bimestrais (abril, junho e agosto/2016), durante a maré baixa (cerca de 
0,0 ou 0,1). Cada poça foi mensurada, com um auxílio de uma trena, obtendo a largura, comprimento 
e profundidade, sendo essa última medida no começo, meio e fim. Além disso, foram analisados os 
fatores abióticos, como: concentração de oxigênio e temperatura utilizando-se um oxímetro digital e 
termômetro de mercúrio, respectivamente. Amostras de água foram coletadas em cada poça e 
acondicionadas em um recipiente para serem transportadas até o Laboratório de Zoologia, onde 
foram realizadas as mensurações de salinidade, pH e turbidez, com o auxílio do refratômetro, 
pHmetro e turbidímetro, respectivamente. As medidas dos dados abióticos foram realizadas, obtendo 
três repetições, para uma melhor precisão dos resultados. 
Para a coleta de organismos foi utilizado um quadrante de 15x15 cm, o qual foi lançado 
aleatoriamente nos três pontos pré determinados de cada poça de maré, em cada lance foi realizada 
a identificação e contagem da fauna macrobentônica, durante aproximadamente 15 minutos. Em 
seguida, um exemplar de cada representante, bem como os vágeis avistados próximo ao quadrante 
foram coletados, separados e levados em sacos plásticos para o laboratório de Zoologia do Centro de 
Ciências Exatas, Naturais e da Saúde (CCENS) - Campus de Alegre, para pesagem em balança 
analítica (gr), identificação até o menor nível taxonômico possível, e em seguida, acondicionados em 
frascos contendo álcool 70% e etiquetados, e assim, farão parte da coleção científica. Os organismos 
formadores de colônias e macroalgas foram quantificados qualitativamente (presença ou ausência). 
Para a identificação da fauna macrobentônica foi utilizada a referência Amaral et al., (2005) e Brusca 
e Brusca (2005). Para as algas foi utilizada a referência Nassar (2012). 
 
Figura 1 – Esquema da poça de maré A (PA) com os pontos A1, A2 e A3, e poça de maré B (PB) com 
os pontos B1, B2 e B3 onde são lançados os quadrantes para observação dos macrobentônicos. 
 
A partir da abundância de cada representante da fauna macrobentônica, foi possível obter os 
índices ecológicos com o auxílio do Programa Past (HAMMER; HAPPER; RYAN, 2001), sendo estes: 
diversidade, quanto maior o número, maior é a diversidade; abundância, número de indivíduos 
contados e coletados; riqueza, número de representantes encontrados e equidade, quanto mais 
próximode um, mais homogênea é a amostra. 
 
Resultados 
 
A poça de maré B apresenta maiores profundidade e comprimento, enquanto que a poça A 
apresenta maior largura evidenciados na Tabela 1. Os fatores abióticos (temperatura, concentração 
 
 
 
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de oxigênio e salinidade) foram maiores no mês de abril, em ambas as poças de maré, como mostra 
a Tabela 2. 
 
Tabela 1 - Análise descritiva das características estruturais das duas poças de maré, localizadas no 
costão rochoso de Iriri, sul do Espírito Santo. (Profundidade medida no começo, meio e fim com 
média ± desvio padrão. Maior largura e maior comprimento registrados). 
Fatores abióticos Poça de maré A Poça de maré B 
Profundidade (cm) 13±2,8 40,4±5,9 
Largura (m) 5,9 3,2 
Comprimento (m) 13,1 14,2 
Fonte: o autor. 
 
Tabela 2 – Análise descritiva (Média ± desvio padrão) dos fatores abióticos coletados nas duas poças 
de maré localizadas no costão rochoso de Iriri, litoral sul capixaba. 
Poça de maré Temperatura 
(°C) 
Concentração de 
oxigênio (%) 
Salinidade pH Turbidez 
(ntu) 
PA - Abril 26,7±0,6 35,5±1,4 43±0,0 6,4±0,0 5,9±2,3 
PA - Junho 
PA - Agosto 
23,3±0,3 
25,7±0,6 
19,1±3,8 
22,4±0,2 
40,3±0,6 
25±0,0 
6,3±0,0 
8,4±0,0 
6,7±2,3 
4,1±1,0 
PB - Abril 27±0,0 35,8±2,3 42,7±0,6 6,2±0,1 3,7±0,7 
PB - Junho 
PB - Agosto 
23,9±0,1 
24,7±0,6 
17,3±0,6 
32,0±0,5 
38,3±0,6 
38,7±0,6 
6,5±0,0 
7,8±0,0 
0,5±0,9 
27,6±2,1 
Fonte: o autor. 
 
Os organismos coletados foram identificados até a Classe. Foi amostrado um total de 310 
indivíduos da fauna macrobentônica, sendo distribuídos em quatro Filos, oito Classes e dez 
representantes. Os mexilhões foram os mais abundantes, seguidos de cracas, anêmonas e 
caranguejos, que pertencem às classes Bivalvia, Cirripedia, Anthozoa e Malacostraca, 
respectivamente. O pepino do mar (Holothuroidea) foi registrado apenas uma vez, visto na Tabela 3. 
 
Tabela 3 – Abundância das classes identificadas da fauna macrobentônica nas duas poças de maré 
localizadas no costão na Praia Costa Azul, Iriri - ES (P.A = Poça de maré A e P.B = Poça de maré B). 
Filos Classes Representantes P.A P.B Total 
Cnidaria Anthozoa Anêmonas 0 16 16 
Mollusca 
Gastropoda Caramujos 2 2 4 
Bivalvia 
Ostras 0 4 4 
Mexilhões 16 185 201 
Arthropoda 
Cirripedia Cracas 6 47 53 
Malacostraca 
Caranguejos 3 12 15 
Ermitões 6 6 12 
Echinodermata 
Echinoidea Ouriços do mar 0 2 2 
Holothuroidea Pepinos do mar 0 1 1 
Crinoidea Lírios do mar 0 2 2 
 
Total 33 277 310 
Fonte: o autor. 
 
 
 
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Os organismos formadores de colônias (poríferos e corais) foram amostrados qualitativamente, 
sendo esponjas e coral pétreo registrado nas duas poças de maré, observados na Tabela 4. 
 
Tabela 4 – Representantes de organismos formadores de colônias nas poças de maré (- = ausente; + 
= presente até cinco colônias; ++ = presente em grande quantidade, mais de cinco colônias) 
localizadas no costão rochoso da Praia Costa Azul, Iriri – ES. 
Filos Classes Representantes Poça de maré A Poça de maré B 
Porifera Demospongiae Esponja + + 
Cnidaria Anthozoa 
Coral mole + + 
Coral pétreo ++ - 
Fonte: o autor. 
 
Um total de 11 espécies de macroalgas foi coletado, sendo a Ulva rigida, Padina gymnospora e 
Sargassum ramifolium encontradas nas duas poças de maré, enquanto que Codium intertextum foi 
apenas na PB e Corallina panizzoi na PA, representado na Tabela 5. 
 
Tabela 5 – Espécies de macroalgas encontradas nas duas poças de maré amostradas em costão 
rochoso de Iriri/ES (x = presente na poça de maré). 
Filo Espécie Poça de maré A Poça de maré B 
Chlorophyta 
Ulva rigida x x 
Codium intertextum 
 
x 
Heterokontophyta 
Padina gymnospora x x 
Dictyopteris plagiogramma x x 
Sargassum ramifolium x x 
Canistrocarpus cervicornis x x 
Rhodophyta 
Ceratodictyon variabile x 
 Jania adhaerens 
 
x 
Amphiroa rigida x x 
Gelidium floridanum x 
 Corallina panizzoi x 
 Fonte: o autor. 
 
A poça de maré A apresentou maiores diversidade e equidade, enquanto que a poça de maré B foi 
registrada as maiores abundância e riqueza, observado na Tabela 6. 
 
Tabela 6 – Índices ecológicos nas poças de maré localizadas na Praia Costa Azul, Iriri – ES. 
Índices ecológicos Poça de maré A Poça de maré B 
Diversidade (H’) 1,35 1,14 
Abundância(A) 33 277 
Riqueza (S) 5 10 
Equidade (J’) 0,84 0,49 
Fonte: o autor. 
 
Discussão 
 
Com base nos resultados obtidos quanto aos fatores abióticos, foi possível observar que a poça 
de maré A possui uma maior largura e apresentou a maior salinidade e pH, os valores da salinidade 
 
 
 
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nesta poça podem estar relacionados com a pequena profundidade, facilitando a evaporação e 
aumento deste fator abiótico, já na última coleta realizada, devido a chuva, apresentou a menor 
salinidade registrada. Já a poça B possui maior profundidade e comprimento e apresentou a maior 
temperatura, concentração de oxigênio e turbidez, a oxigenação nesta poça pode estar relacionada 
com a proximidade dos batimentos das ondas. 
Levando em consideração os organismos formadores de colônia, foi possível notar a presença de 
esponjas e de coral mole nas duas poças de maré. Já o coral pétreo foi visualizado na poça de maré 
A e em grande quantidade. A presença de esponjas (ZAMPROGNO, 1989; MORAES et al., 2003; 
DANTAS, 2013) e corais (DANTAS, 2013) nestes ambientes pode estar relacionada a sua baixa 
tolerância a dessecação, buscando assim locais que estejam sempre cobertos por água, mesmo em 
período de maré baixa. 
Foram encontradas nove espécies de algas na poça de maré A e oito na B, sendo seis presentes 
em ambas. Dentre as espécies, duas pertencem ao Filo Chlorophyta (algas verdes), quatro 
Heterokontophytas (algas pardas) e cinco Rhodophytas (algas vermelhas). Nunes (1998) em seu 
trabalho com Rodofícias marinhas bentônicas encontrou em poças de maré dois gêneros (Amphiroa e 
Gelidium), e uma espécie (Jania adhaerens), enquanto Näser (1997) registrou quatro gêneros (Jania, 
Corallina, Sargassum e Ulva) e uma espécie (Codium intertextum). A alta diversidade de macroalgas 
registrada no presente estudo demonstra que o costão rochoso amostrado apresenta condições 
ambientais favoráveis para o estabelecimento, manutenção e desenvolvimento dessas espécies, e 
que medidas de conservação e educação ambiental são importantes para a preservação deste 
ambiente, uma vez que abriga uma grande riqueza dessas algas que são fundamentais para o 
estabelecimento e proteção de uma variedade de fauna acompanhante. 
Em relação aos organismos da fauna macrobentônica, os resultados obtidos foram semelhantes 
aos observados por Näser (1977) e Camargo (2012) em seus estudos em poças de maré, onde 
também encontram grande representatividade de gastropodes, mexilhões, cracas, anêmonas e 
ouriços, já Dantas (2013) registrou apenas ouriços, constatando que esses animais são comuns em 
ambientes de poças de maré, uma vez que buscam alimentação, ou até mesmo, abrigo e proteção, 
principalmente em período de maré baixa. 
Em análises acerca da alimentação de peixes de poças de maré realizada por Zamprogno (1989) 
e Pimentel (2012) estes perceberam a partir do conteúdo estomacal, que alguns se alimentam de 
algas do gênero Ulva e Mollusca (ZAMPROGNO, 1989) e Malacostraca (Anomura, Brachyura) 
(ZAMPROGNO, 1989; PIMENTEL, 2012), macrobentônicos estes que também foram avistados nas 
duas poças de maré deste estudo. Lima e Fernandes (2009) estudando os Echinodermata em poçasde maré encontraram espécies de Ophiuroidea e Asteroidea, diferentemente do observado neste 
trabalho, na qual foi registrada a presença de Echinoidea, Holothuroidea e Crinoidea. 
Por meio das análises de índices ecológicos foi possível notar que a poça de maré A possui maior 
diversidade e equidade, enquanto que a poça B possui maior abundância e riqueza. Estes resultados 
estão relacionados com a grande quantidade de representantes e indivíduos encontrados na poça B, 
porém a maior abundância é de mexilhões, fazendo com que a amostra não fique homogênea como 
observado na poça A. Considerando que a poça B apresenta uma maior profundidade e 
comprimento, estas características podem possibilitar uma maior disponibilidade de nutrientes e 
concentração de oxigênio devido ao seu contato com as ondas, estes fatores podem ser 
responsáveis pelas maiores abundância e riqueza, uma vez que ocorrerá menos competição por 
território e alimentos. 
 
Conclusão 
 
A poça de maré B possui uma maior abundância e riqueza de espécies quando comparada com a 
poça de maré A, isto pode ser devido a fatores como, a proximidade com os batimentos das ondas, 
fazendo com que ocorra uma troca de água constante, além de uma maior disponibilidade de 
nutrientes e oxigenação, além disso, a PB apresentou uma maior profundidade e comprimento, 
possibilitando uma menor competição por espaço e alimentação, bem como, condições favoráveis 
para várias espécies macrobentônicas. 
 
 
 
 
 
 
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