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Atividade de sociologia 1

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 
 
 
 
 
 
 
 
MARIA BEATRIZ DA SILVA SOUZA 
 
 
 
 
 
 
 
A RELAÇÃO ENTRE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE 
São Paulo 
2022 
 
 
MARIA BEATRIZ DA SILVA SOUZA 
 
 
 
 
 
 
A RELAÇÃO ENTRE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Ciência Tecnologia e Sociedade 
apresentado ao curso de Análise e 
Desenvolvimento de Sistemas, da 
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 
 
 
 
 
 
 
 
Professor: ANDRE LUIZ RAMOS 
São Paulo 
2022 
 
 
MARIA BEATRIZ DA SILVA SOUZA 
 
 
 
 
 
A RELAÇÃO ENTRE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE 
 
 
 
 
 
Trabalho de Ciência Tecnologia e Sociedade 
apresentado ao curso de Análise e 
Desenvolvimento de Sistemas, da 
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 
 
 
 
 
 
 
São Paulo, __ de __________ de ____ 
BANCA EXAMINADORA 
__________________________________ 
ANDRE LUIZ RAMOS 
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 
 
 
SUMÁRIO 
Sumário 
1 CIÊNCIA .................................................................................................... 4 
2 SOCIEDADE ............................................................................................. 6 
3 TECNOLOGIA........................................................................................... 7 
4 CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE ................................................ 8 
REFERÊNCIAS ....................................................................................... 10 
 
 
4 
 
1 CIÊNCIA 
Ciência representa todo o conhecimento adquirido através do estudo, 
pesquisa ou da prática, baseado em princípios certos. Esta palavra deriva do latim 
scientia, cujo significado é "conhecimento" ou "saber". 
A ciência é um modo de conhecer fundamentado em um método, o método 
científico. O método é o modo de funcionamento das ciências, é fundamentado na 
observação, na experimentação e na produção de teorias e leis. 
As teorias são constantemente testadas, visando sua comprovação ou 
substituição por outra teoria que resista à checagem. 
O objetivo da ciência é explicar, descrever e prever os fenômenos a partir do 
desenvolvimento de procedimentos metodológicos que possam ser constantemente 
verificados e reproduzidos. 
De diversas formas, o ser humano procura apreender a realidade. Tais 
formas, que coexistem, variam conforme contexto histórico, geográfico, cultural etc. 
Uma mesma sociedade pode utilizar o pensamento mítico, o artístico, o religioso e o 
científico para explicar aquilo que acontece em sua volta. Por exemplo, a origem da 
vida na Terra pode ser explicada como uma criação divina (explicação religiosa) ou 
como uma sucessão de fenômenos naturais (explicação científica) – Big Bang, 
fenômenos tectônicos, formação da atmosfera e hidrosfera, até chegar à origem da 
vida, no meio aquático. Desta forma, a ciência é uma destas formas de explicação, 
ou seja, uma representação da realidade (OMNÈS, 1996). As representações 
funcionam como lentes sem as quais não conseguimos observar a realidade. No 
entanto, todas estas lentes, inclusive a ciência, nos distorcem o real, apesar do 
discurso – produzido dentro da academia e permeado de interesses – de que a 
ciência é neutra (BOURDIEU, 1983a). A ciência, discursivamente, procura se 
aproximar ao máximo da realidade e submeter as outras formas de apreensão da 
realidade – mesmo não tendo pretensões de absoluto (ABBAGNANO, 2000). Para 
tal, segundo Omnès (1996), exige uma coerência interna integral, que é 
constantemente interrogada, ou seja, as formulações científicas precisam ser 
validadas, estar em consonância e estabelecer nexos. Desta forma, a verdade 
científica é refutável, o que significa que pode ser substituída por outras que se 
mostrem (mesmo que aparentemente) mais próximas da realidade e mais coerentes 
5 
 
com outros conhecimentos científicos. De acordo com a teoria dos campos de 
Bourdieu (1983b), esta verdade científica, portanto, depende de condições sociais 
de produção, ou seja, das disputas ocorridas no campo científico, que é definido da 
seguinte forma: 
No entanto, podemos apontar algumas características da ciência. O 
conhecimento científico é acumulável, registrável e refutável. Além disto, a ciência 
utiliza uma linguagem própria e se baseia na articulação entre procedimentos 
metodológicos e fundamentos epistemológicos, a fim de manter sua coerência e 
apreender a realidade de forma objetiva. O método pode ser considerado um 
conjunto de técnicas para se chegar ao conhecimento científico ou uma orientação 
de pesquisa (ABBAGNANO, 2000). A primeira concepção é compartilhada por 
Severino (2007, p. 102), que define o método científico como “um conjunto de 
procedimentos lógicos e de técnicas operacionais que permitem o acesso às 
relações causais constantes entre os fenômenos”. A segunda concepção é mais 
empregada nas Ciências Humanas, que admitem maior variedade epistemológica e, 
consequentemente, metodológica. Neste caso, os métodos estão relacionados a 
visões de mundo, como os métodos dialético ou hegeliano. Omnès (1996, p. 272) 
atribui ao método a condição de minimizar a distância entre o conhecimento Apesar 
de admitir variações, sobretudo nas Ciências Humanas, a linguagem científica, 
tradicionalmente, se caracteriza por ser rigorosa, direta e objetiva. Essas questões 
serão aprofundadas no item 1.3. 18 - Curso de Especialização em Ensino de 
Ciências científico e o real: “trata-se, antes de tudo, de regras práticas que permitam 
garantir a qualidade da correspondência entre a representação científica e a 
realidade”. Este autor defende a aplicação universal do método que chama de 
quatro tempos, derivado da Física. Este método consiste no cumprimento de quatro 
etapas: estágio empírico ou exploração (observação dos fatos e estabelecimentos 
de regras empíricas); conceptualização ou concepção (elaboração e seleção de 
conceitos; criação de princípios); elaboração (enumeração das consequências dos 
princípios); verificação (fase em que as hipóteses serão submetidas à refutação). A 
defesa de Omnès (1996) de um único método aplicável a todas as ciências (das 
Naturais às Humanas) deixa transparecer sua “concepção acerca da natureza do 
real e acerca do seu modo de conhecer” (SEVERINO, 2007, p. 107), ou seja, seus 
fundamentos epistemológicos. Neste caso, Omnès parte de pressupostos 
positivistas, de acordo com os quais a ciência é capaz de explicar todos os 
6 
 
fenômenos a partir de regras, leis e princípios. Estes três são estabelecidos a partir 
da experimentação e da quantificação, eliminando-se as interferências subjetivas e 
qualitativas. A postura de Omnès ratifica as afirmações de Bourdieu (1983a) de que 
os conflitos no campo científico são, indissociavelmente, epistemológicos e políticos 
– uma vez que não se trata apenas de se discutir formas de se interpretar a 
realidade, mas também de preconizar sua maior autoridade científica e submeter as 
Ciências Humanas às Naturais, uma vez que aquelas primam pela variedade 
epistemológica e metodológica. 
 
 
 
2 SOCIEDADE 
A etimologia da palavra sociedade remete ao latim, societas, que significa 
associação “amistosa com outros”. Sociedade é uma palavra polissêmica, isto é, 
pode ter variados significados conforme o enfoque, a corrente teórica e mesmo a 
disciplina. O agrupamento humano sob regras e costumes comuns existe desde os 
primórdios da humanidade. 
Como aponta o renomado antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, “a 
sociedade é uma condição universal da vida humana”|1|. Trata-se de uma 
necessidade biológica e simbólica. Biológica porque somos predispostos 
geneticamente à vida em sociedade e ao desenvolvimento de habilidades 
indispensáveis à nossa sobrevivência e que envolvem simultaneamente o físico e o 
intelecto, como a linguagem e a técnica em qualquer tipode trabalho. 
É uma necessidade simbólica porque, além de suprir nossas necessidades 
físicas, precisamos dar sentido a elas, e isso requer o desenvolvimento de um 
arcabouço moral e cognitivo que defina parâmetros de como fazer e por que fazer 
algo, o que passa pela definição de regras, rituais e significados compartilhados com 
nossos semelhantes. Assim, o comportamento humano não é fundado em instintos, 
mas em normas que orientam suas ações e a organização social do seu grupo, as 
quais são acumuladas historicamente e também podem ser modificadas no 
presente. 
7 
 
 Sociedade consiste em um grupo de indivíduos ordenado em uma estrutura 
social. 
Sociedade consiste em um grupo de indivíduos ordenado em uma estrutura 
social. 
Essas normas são aglutinadas em instituições que parametrizam e ordenam 
as relações humanas. As instituições modificam-se no tempo e no espaço, mas a 
existência de regras na socialização humana é invariável, é, em última instância, o 
que nos caracteriza como humanidade, animais sociais, cuja satisfação biológica 
passa inevitavelmente pelo desenvolvimento de capacidades sociais, isto é, que 
requerem trocas cognitivas e morais na interação com os iguais. 
Uma sociedade é um agrupamento humano, em determinado recorte espacial 
e temporal, regido por normas comuns, culturais e/ou escritas, e unido pela 
consciência de pertencimento. Sua organização abrange todas as dimensões da 
vida humana: um sistema econômico que viabilize a produção e distribuição de 
riqueza entre seus membros; um sistema político e jurídico que medeie as relações, 
solucione conflitos, proteja a integridade da vida, concilie as diferentes demandas e 
interesses, determine e delegue as punições a quem infringir as regras; um sistema 
educacional que abarque família, escola, instituições religiosas e culturais, que 
oriente o processo de socialização, inculcando o conteúdo ético e cultural 
característico desse povo e preparando as gerações mais novas para seu ingresso 
no sistema econômico. 
Como afirma Durkheim, as sociedades não são meramente a soma de 
indivíduos, mas um sistema formado pela associação entre indivíduos. Dessa forma, 
há uma organização, com instituições formais e informais, uma estrutura social que 
pode ser hierárquica ou não, e papéis sociais designados aos seus componentes. 
Esse arranjo permite a previsibilidade necessária para uma harmônica convivência 
entre as pessoas, permite também o planejamento e persecução de interesses 
individuais ou comunitários. Estudar como essa organização social é formada, 
operada e modificada é tarefa elementar da sociologia enquanto disciplina. 
 
https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/sociedade.htm 
3 TECNOLOGIA 
8 
 
Tecnologia é um produto da ciência e da engenharia que envolve um conjunto 
de instrumentos, métodos e técnicas que visam a resolução de problemas. É uma 
aplicação prática do conhecimento científico em diversas áreas de pesquisa. 
A palavra tecnologia tem origem no grego "tekhne" que significa "técnica, arte, 
ofício" juntamente com o sufixo "logia" que significa "estudo". 
As tecnologias primitivas ou clássicas envolvem a descoberta do fogo, a 
invenção da roda, a escrita, dentre outras. As tecnologias medievais englobam 
invenções como a prensa móvel, tecnologias militares com a criação de armas ou as 
tecnologias das grandes navegações que permitiram a expansão marítima. As 
invenções tecnológicas da Revolução Industrial (século XVIII) provocaram profundas 
transformações no processo produtivo. 
A partir do século XX, destacam-se as tecnologias de informação e 
comunicação através da evolução das telecomunicações, utilização dos 
computadores, desenvolvimento da internet e ainda, as tecnologias avançadas, que 
englobam a utilização de Energia Nuclear, Nanotecnologia, Biotecnologia, etc. 
Atualmente, a alta tecnologia, ou seja, a tecnologia mais avançada é conhecida 
como tecnologia de ponta. 
As novas tecnologias são fruto do desenvolvimento tecnológico alcançado 
pelo ser humano e têm um papel fundamental no âmbito da inovação. 
Os avanços da tecnologia provocam grande impacto na sociedade. Pelo lado 
positivo, a tecnologia resulta em inovações que proporcionam melhor nível de vida 
ao Homem. Como fatores negativos, surgem questões sociais preocupantes como o 
desemprego, devido à substituição do Homem pela máquina ou a poluição ambiental 
que exige um contínuo e rigoroso controle. 
https://www.significados.com.br/tecnologia-2/ 
4 CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE 
Na sociedade atual, a ciência e, principalmente, a tecnologia possuem grande 
importância na organização das práticas sociais, mas as relações sociais também 
possuem grande importância na produção, aplicações e implicações das tecnologias 
e conhecimentos científi cos. No entanto, Bazzo (2010) adverte quanto à percepção 
geral – induzida por propagandas – de que a ciência e a tecnologia estabelecem 
verdades interessadas e produzem resultados positivos para o progresso humano, 
9 
 
sendo “comum muitos confi arem nelas como se confi a numa divindade”. Esta visão 
tecnocrática se fundamenta no contrato social entre Ciência e Tecnologia (C&T) e 
propõe um modelo linear de progresso. Este modelo indica que o desenvolvimento 
social é uma consequência do desenvolvimento científi co. Este promoveria o 
desenvolvimento tecnológico, que propiciaria o desenvolvimento econômico, o qual, 
finalmente, permitiria o desenvolvimento social. 
Este modelo linear está calcado na perspectiva da neutralidade da C&T. 
Segundo Auler e Delizoicov (2006), esta concepção pouco crítica está alicerçada em 
três pilares: o determinismo tecnológico; a neutralidade das decisões tecnocráticas; 
e a perspectiva salvacionista da C&T. Estes três pilares, ao mesmo tempo em que 
sustentam, são reforçados pelo modelo linear de desenvolvimento. 
O modelo linear pode ser criticado tanto por estabelecer uma relação de 
causalidade entre desenvolvimento científi co e desenvolvimento social quanto pela 
ideia que o serve de base - a de que a C&T é neutra. Comecemos analisando a 
questão da neutralidade científi co-tecnológica. Para Bourdieu (1983a, p. 146), a 
ideia da neutralidade da ciência é uma “fi cção interessada”, pois naturaliza a ciência 
como melhor explicação da realidade social. O discurso da neutralidade científi ca se 
estende à tecnologia e é apresentada somente como forma de suprir necessidades 
individuais e sociais. Entretanto, não há uma dicotomia entre tecnologia e sociedade. 
As tecnologias (e os conhecimentos científi cos) são construídas socialmente – 
dentro de um contexto de sistema de objetos e sistema de ações – assim como 
contribuem para a formação desta sociedade e deste espaço. Assim, as decisões 
tecnocráticas não são neutras e sim políticas, pautadas por interesses – sobretudo o 
de impor a visão de que a C&T é uma panaceia a todos os problemas econômicos e 
sociais. 
Conforme apresentam Angotti e Auth (2001) e Auler e Bazzo (2001), estes 
questionamentos acerca da neutralidade da C&T e de seu modelo de progresso 
levaram, nas décadas de 1960 e 1970, à organização do movimento Ciência, 
Tecnologia e Sociedade (CTS), que trazia uma visão crítica sobre o contrato entre 
C&T, bem como deslocava as discussões técnico-científi cas a um nível político. 
Dimensões sociais, políticas, culturais e econômicas (em uma outra perspectiva) 
foram adicionadas às discussões acerca do conhecimento científi co e das 
tecnologias. Posteriormente, esta nova concepção foi incorporada pela Educação, 
através de formulação de propostas pedagógicas de CTS. 
10 
 
REFERÊNCIAS 
GALLEGO CAMPOS, Fernando Rosseto . Ciência, tecnologia e sociedade. 
Florianópolis, 2010. 85 p. Disponível em: 
https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/206265/2/Esp%2520Ci%25C3%25A
Ancias%2520-
%2520Ci%25C3%25AAncia%2520tecnologia%2520e%2520sociedade%2520-
%2520MIOLO.pdf.Acesso em: 15 nov. 2022. 
 MENEZES, Pedro. O Que é Ciência?. Toda Matéria. 2021. Disponível em: 
https://www.todamateria.com.br/o-que-e-ciencia/. Acesso em: 15 nov. 2022. 
O QUE É TECNOLOGIA. Significados. Disponível em: 
https://www.significados.com.br/tecnologia-2/. Acesso em: 17 nov. 2022. 
OLIVEIRA REZENDE, Milka. Sociedade. Mundo Educação. Disponível em: 
https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/sociedade.htm. Acesso em: 15 nov. 
2022. 
SENO CHIBENI, SILVIO. O QUE É CIÊNCIA? . Disponível em: 
https://www.unicamp.br/~chibeni/textosdidaticos/ciencia.pdf. Acesso em: 15 nov. 
2022.

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