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AULA 5 AULA TEÓRICA 5 GESTÃO DA ARMAZENAGEM DE MATERIAIS

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LOGÍSTICA EMPRESARIAL 
AULA 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Sérgio Luiz Pirani 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
A gestão de armazenagem de materiais, embora não agregue valor ao 
produto, é um dos mais importantes elos da cadeia logística, uma vez que é 
responsável pelo recebimento, conferência, guarda ou estocagem de materiais, 
atendimento de pedidos, expedição, distribuição e transporte de itens solicitados 
no processo de armazenagem. 
Esse elo é responsável por inúmeros processos que dão suporte às 
vendas, produção e atendimento aos clientes. Para que a administração desses 
processos seja eficaz, um armazém deve ter suporte de tecnologia de ponta, 
como um sistema integrado de gestão de armazém, equipamentos sofisticados 
de movimentação, pois a precisão é fator decisivo para o sucesso da gestão e 
nível de serviço da empresa. 
A gestão de armazém pode se apoiar em alguns princípios que, se não 
existirem em seus processos, podem ser pontos que evidenciarão problemas 
futuros no processo de armazenagem, assim, a gestão de armazenagem deve 
ter em seus princípios: 
• O planejamento da gestão do armazém 
• A padronização de processos e atividades 
• Se preocupar com a ergonomia 
• Ter uma política bem definida de configuração de cargas para guarda e 
transporte dos materiais 
• Utilização otimizada do espaço horizontal, vertical e de profundidade 
• Automação de todos os processos possíveis 
• Se apoiar em um sistema de gestão de armazém automatizado 
Podemos ver com esses princípios que a tarefa de gestão de um armazém 
deve ser realizada por um especialista, pois não é tarefa para amadores, uma 
vez que as atividades geradas dentro do armazém se não forem bem 
administradas impactam negativamente inúmeros setores de uma organização, 
como o setor de marketing que poderá ter informações erradas da quantidade 
de estoques real e faltar produtos na entrega quando vendidos, o setor de 
produção, finanças, compras etc. Então vamos ver como funciona um armazém 
e suas atividades? 
 
 
 
3 
TEMA 1 – GESTÃO DA ARMAZENAGEM DE MATERIAIS 
Quando falamos da gestão da armazenagem de materiais, temos que ir 
direto ao ponto de manuseio de materiais, pois é o manuseio, movimentação, 
guarda, cuidados e controle dos materiais, quando recebidos de terceiros e de 
produtos acabados quando fabricados, entram outros processos que é 
armazenagem, estocagem, classificação e endereçamento dos materiais para 
estocagem e posterior distribuição é que entra o processo de gestão de todos 
esses processos. 
Pode-se assim perceber que o manuseio de materiais dentro de um 
armazém incorpora uma infinidade de equipamentos manuais, automatizados, 
semiautomatizados e sistemas de gestão, como o Warehouse Management 
System (WMS), ou sistema de gerenciamento de armazéns que sustentam a 
logística na cadeia de abastecimento por meio de comando automatizados 
integrados a todos os processos da organização. 
A gestão de armazém é apoio para as previsões de demanda, pois 
fornecem um histórico preciso de giro de materiais, auxilia o setor financeiro na 
alocação de recursos, atende direta ou indiretamente o planejamento da 
produção e o fluxo dos processos, pois as informações dos materiais são 
advindas do sistema de armazenagem, gestão e controle de estoques, entrega 
de produtos aos clientes e o suporte pós-vendas para estes. 
Assim, a gestão de materiais está ligada diretamente ao processo de 
atendimento ao cliente interno e externo, visando a redução de estoques e 
trabalhar com altos giros, diminuir o tempo de entrega e suprimir custos 
desnecessários em processos de armazenamento, fabricação, distribuição e 
transporte dos bens. 
Dessa forma, os investimentos em tecnologias que são voltadas a 
máquinas autônomas já é uma realidade na logística e muito usada na 
armazenagem de materiais, muitas dessas máquinas operam sem a intervenção 
humana direta, como os transelevadores, drones para entregas de mercadorias, 
veículos autônomos, como os Automatic Vehicle Guide (AVG), as prateleiras 
inteligentes, sistemas de picking automatizados – separação de materiais, 
sistemas integrados de compras como Eletronic Data Interchange (EDI), ou troca 
de dados eletrônica de dados de forma padronizada e é o que iremos ver a 
seguir. 
 
 
4 
1.1 Atividades realizadas em um armazém logístico 
As atividades logísticas dentro de um armazém dependem diretamente 
para que o armazém é destinado, há os destinados a distribuição de materiais 
que são os Centros de Distribuição (CD), os armazéns de produção que são 
responsáveis por armazenar produtos acabados das indústrias e os armazéns 
de contrato, que são destinados para armazenamento temporários como para 
produtos sazonais, por exemplo, ovos de Páscoa, produtos natalinos etc. 
Respeitando essas características, os armazéns de produção dão 
destinados a armazenamento de matérias-primas, produtos semiacabados e 
acabados atendendo às necessidades de uma organização, é a logística 
empresarial. Uma das principais funções aqui é o controle de estoques para 
equalizar a oferta e a procura e atender prontamente as necessidades dos 
clientes. 
Em relação aos armazéns de contrato, existe um acordo legal entre o 
contratante e o contratado e o armazém pode ser destinado a duas funções, na 
primeira, as operações logísticas pode ser da própria empresa e geralmente 
esses armazéns se destinam a produtos sazonais para curto período, em torno 
de seis meses, ou ainda pode ser um contrato para serviços terceirizados de 
armazenagem e logística, iremos abordar esse assunto com maior profundidade 
a seguir. 
As atividades inerentes ao armazenamento de materiais estão 
relacionadas às especificações dos produtos e o ramo de atividade de cada 
empresa, assim uma indústria química terá um armazém muito diferente de uma 
empresa que trabalha com secos e molhados, logo o número e a variedade de 
materiais a serem armazenados mudam as atividades dentro de um armazém, 
mas as atividades básicas ilustradas na Figura 1 permanecem a todos os tipos 
de armazém, ou seja, receber, guardar, armazenar, embalar e despachar. 
Podemos inferir que atividades relacionadas à logística tem sua gênese 
no processamento de um pedido, que pode estar ligado diretamente ao 
departamento comercial da empresa, quando são solicitados materiais de 
terceiros, ou ainda ser um pedido interno de um algum setor da empresa, como 
o de produção e esse então é atendido pelo armazém. 
Em seguida, há o recebimento e checagem do material solicitado e inicia-
se a movimentação desses materiais dentro do armazém, este envolve a 
 
 
5 
organização do material dentro do depósito, obedecendo a classificação dos 
materiais para que o endereçamento seja feito de forma correta, pois quando for 
solicitado qualquer tipo de produto, este será localizado de forma imediata. 
Quando requisitado um produto externa ou internamente, há a expedição 
de materiais, o produto deverá ser retirado da prateleira, conferido, dado baixa 
no estoque e só assim será expedito ao solicitante, esse último processo está 
ligado diretamente ao controle de estoques (iremos ver com mais detalhe mais 
a frente). Veja que estamos falando diretamente sobre a logística empresarial, 
ou seja, as movimentações se concentram internamente a uma organização, 
veja a Figura 1. 
Figura 1 – Processos na logística empresarial: processos internos 
 
Fonte: Sérgio Luiz Pirani, 2021. 
O ciclo de atividades dentro de um armazém parece ser simples, não? 
Agora imagine esse ciclo movimentando centenas de milhares de itens, para se 
ter uma ideia do que estou falando, um carro tem aproximadamente 36 mil itens, 
logo, quando for solicitada a fabricação de 100 carros, serão movimentados 3,6 
milhões de itens, conseguindo compreender agora a complexidade que é a 
movimentação de materiais dentro de um armazém? 
É por isso que existe inúmeras atividadese que justifica a padronização 
dessas atividades para que os operadores saibam o que fazer em cada momento 
que for solicitado o seu serviço. 
 
 
6 
1.2 Recebimento de materiais 
O recebimento de material é uma atividade que envolve o transporte 
externo de materiais, pois é por meio deste que as mercadorias chegam e devem 
ser descarregadas, conferidas e endereçadas, ou seja, deve-se obedecer a uma 
programação para as atividades de descarga do caminhão. 
O endereçamento consiste na arrumação dos materiais conforme suas 
classificações, essa atividade exige o manuseio, verificação da localização e 
colocação do produto em seu respectivo local, iremos ver sobre essa atividade 
com maiores detalhes no Tema 4. 
Essas atividades, assim como tantas outras, podem ser divididas em 
subatividades que resumidamente podem ser definidas como: 
• o recebimento que envolve a gestão de docas para alocação dos 
caminhões conforme programação das descargas; 
• armazenamento que compreende o a destinação do material da área de 
recebimento para o endereçamento de estoque; 
• apuração e triagem de pedidos se refere à conferência de quantidades 
certas de produtos em relação ao que foi pedido pelos clientes, além da 
conferência do endereço da remessa; 
• frete, uma vez separados os pedidos, deve-se escolher o melhor meio de 
distribuição, se por van, caminhão, carreta etc. e definir as embalagens 
necessárias para os transportes de entrega que se refere ao tempo de 
translado do armazém ao seu destino. 
1.3 Configuração de cargas 
As configurações de cargas para a armazenagem de materiais é um 
processo importantíssimo, pois é realizada para dar maior aproveitamento aos 
espaços destinados à armazenagem de materiais, como também oferecer 
segurança nas movimentações trazendo estabilidade nas cargas na hora da 
movimentação. Vamos ver três tipos que são os mais usuais a seguir: 
• Empilhamento cruzado – Essa configuração traz maior estabilidade na 
horizontal da carga, porém como se apoia em lugares com menor 
resistência compromete a resistência vertical da embalagem, pois a maior 
 
 
7 
resistência se concentra nas arestas das caixas, veja o exemplo na Figura 
2. 
Figura 2 – Configuração cruzada de carga 
 
Créditos: Dmitry Kalinovsky/Shutterstock. 
• Paletização de cargas – A paletização de cargas pode ser configurada 
com filme plástico ou por fitas de alta resistência, como pode ser 
observado na Figura 3. Essa configuração facilita a movimentação e 
armazenagem dos materiais em prateleiras ou no solo e agiliza 
consideravelmente o tempo de movimentação, carga e descarga. 
Figura 3 – Carga paletizada sendo movimentada por uma empilhadeira 
 
Créditos: 101akarca/Shutterstock. 
• Empilhamento em colunas ou colunar – Essa configuração oferece maior 
resistência para empilhamentos, pois se apoio nas arestas, por outro lado, 
 
 
8 
não podem ser altas, pois isso traz instabilidade na carga e traz perigo em 
sua movimentação. 
Figura 4 – Configuração colunar de carga 
 
Créditos: doomu/Shutterstock. 
Segundo a Tondo Embalagens (2021), a característica de resistência 
mais usada nas especificações dos usuários de embalagem de papelão 
ondulado é a Resistência à Compressão, veja as informações na Figura 5. Para 
definir esse índice, são considerados diversos fatores tais como manuseio, 
paletização, tempo de estocagem, umidade relativa e outros, que exercem 
grande influência na resistência. Alguns exemplos práticos: 
• Situações críticas de manuseio podem diminuir a resistência da 
embalagem em até 40%. 
• O empilhamento colunar mantém todo o potencial da embalagem, 
enquanto o cruzado retém apenas 50%. 
• Um mês de estocagem faz com que a embalagem perca 40% de sua 
resistência inicial. 
• Umidade relativa da ordem de 80% gera uma perda de 32%. 
 
 
 
9 
Figura 5 – Fatores de influência sobre a perda de resistência na embalagem 
 
Fonte: Tondo Embalagens, 2021. 
1.4 Consolidação e unitização de cargas 
Segundo a Receita Federal do Brasil (2021), a consolidação de cargas é 
a informação prestada por um transportador (inclusive empresas de transporte 
expresso internacional, agentes de carga e Correios) sobre o agrupamento de 
diferentes cargas, que tenham um mesmo destino, final ou para redistribuição, 
no exterior. 
A unitização de cargas é juntar cargas diversas ou separadas em um só 
volume, como pode ser percebido na Figura 6. Tem a função de estabilizar a 
carga para manuseio e facilitar a sua colocação nas prateleiras do armazém, na 
embalagem externa estão contidas todas as informações necessárias sobre a 
carga e essas informações devem ficar do lado externo das prateleiras para 
facilitar a leitura pelos aparelhos leitores de códigos. 
 
 
 
10 
Figura 6 – Ilustração de uma carga unitizada 
 
Créditos: Aleksandar Malivuk/Shutterstock. 
Acredito que tenha percebido que esse processo, embora na sua 
visualização seja simples, este exerce uma função importantíssima dentro do 
processo de movimentação de materiais na logística e extrapola a segurança e 
aproveitamento de espaços no armazém, pois com esses fatores mencionados 
os acidentes ficam próximo de zero, trazendo, assim, economia em tempo e de 
reposição de materiais por avarias. 
TEMA 2 – TIPOS E CLASSIFICAÇÃOES DE ARMAZÉNS POR PROCESSOS 
LOGÍSTICOS 
Os tipos e classificações de armazéns ocorrem pelo ramo de atividade de 
produção ou atividade logística de uma empresa, mas, independentemente do 
ramo, todos têm o propósito principal que é de realizar a distribuição dos 
materiais com os menores custos e menor tempo de entrega possíveis. 
As classificações se dão em relação às funções que são exercidas pelas 
instalações dos armazéns, assim, por exemplo, os armazéns destinados a 
logística de compras são armazéns destinados a produtos de alto giro, logo deve 
ser projetado para esse fim. Entra nesse contexto aqueles armazéns destinados 
a produtos de manufatura, como matérias-primas e componentes, e são 
destinados a atender indústrias. 
Centros de distribuição (CD) são armazéns projetados para a distribuição 
de produtos acabados e podem obedecer a várias configurações como a 
configuração cross docking – Figura 7 –, que não é destinada a armazenamento 
 
 
11 
de materiais, e sim o de cruzamento de cargas. A configuração desses armazéns 
deve prever docas de ambos os lados do armazém, de um lado ou de ambos os 
lados são recebidas cargas consolidadas que são então desconsolidadas 
(fragmentadas) e consolidadas (unidas) novamente e destinada a doca para o 
carregamento. 
Figura 7 – Armazém com uma configuração cross docking 
 
Créditos: Gorlov-KV/Shutterstock. 
Por exemplo, um caminhão chega com uma carga consolidada de 
geladeiras e outro caminhão com outra carga de fornos de micro-ondas, cada 
um vindo de pontos diferentes, essas cargas são desconsolidadas e novamente 
consolidadas com as respectivas quantidades de fornos de micro-ondas e 
geladeiras, sendo agrupados em lotes conforme destino e carregado em outros 
caminhões que farão a entrega final, ou seja, as cargas de ambos somente 
cruzam o centro de distribuição que está localizado em ponto estratégico. 
Para armazenamento sazonal, entram nesse perfil os armazéns alugados 
e são destinados para bens vendidos em certas épocas do ano. Como produtos 
para Páscoa, Natal, Carnaval e, principalmente, produtos do agronegócio em 
períodos de grandes colheitas. 
 
 
 
12 
Figura 8 – Armazém infláveis, geralmente utilizados para produtos sazonais ou 
armazenamento temporário 
 
Créditos: Shark9208888/Shutterstock. 
A Figura 8 ilustra um armazém inflável, que é extremamente versátil e 
pode atender às mais variadas necessidades, podendo ser refrigerado ou não e 
pode chegar a quilômetros, em casos de construções civis em locais chuvosos 
e que precisam de proteção para as construções e armazenamento de materiais 
ao longo da obra.2.1 Classificação por condições de armazenamento 
Essa metodologia de classificação se sustenta na capacidade que o 
armazém tem de corresponder as necessidades em relação a temperaturas 
internas, tem-se assim: 
• Sem aquecimento – Obedece ao clima das estações, mas há uma 
temperatura média já prevista na construção com materiais que permitem 
uma certa constância na temperatura interna. 
• Aquecido – Armazéns capazes de controlar a temperatura aquecida 
durante todo o ano com equipamentos especiais para aquecimento; 
especiais. 
 
 
13 
• Frio – São armazéns destinados a armazenar alimentos que exijam 
temperaturas baixas ou abaixo de zero. Com isso, produtos que 
necessitam ser refrigerados, como iogurte e derivados de leite, a 
temperatura pode ser regulada para tal fim e, se for necessário congelar 
carnes, por exemplo, pode também ser regulado para temperatura 
negativas. 
• Temperaturas híbridas – São armazéns dotados de áreas para 
armazenamento de mercadorias em diferentes condições de temperatura. 
Pode-se ajustar as temperaturas em cada área conforme a necessidade 
do produto. 
2.2 Tipos de armazéns em condomínios logísticos 
Os condomínios logísticos são empreendimentos imobiliários que se 
destinam a construções prontas ou dispõem de áreas livres para construções 
por uma empresa contratante com a finalidade de atender o armazenamento de 
produtos em operações logísticas. Esses empreendimentos dispõem de modo 
geral de uma infraestrutura bastante completa, com sistema de comunicação, 
refeitórios, bancos etc. 
Na atualidade, existe uma grande tendência na terceirização de 
processos logísticos como também na locação de armazéns com finalidades 
logísticas com o intuito de gerar agilidade com investimentos mais acessíveis. 
Os condomínios logísticos está sendo uma boa alternativa para empresas que 
pretendem utilizar esses serviços, pois as empresas que constroem esses 
condomínios se tornaram especializadas e constroem esses empreendimentos 
em locais estratégicos em vários locais no país. 
Esses condomínios em vários locais permitem que as empresas 
coloquem seus serviços em pontos estratégicos com investimentos bem 
menores que se tivessem de investir com recursos próprios. Esses condomínios 
oferecem uma diversidade de configurações para atender plenamente as 
necessidades das empresas e diminuir os gargalos logísticos dessas empresas 
com investimentos mais acessíveis. 
De acordo com as necessidades das empresas, foram criados vários tipos 
de condomínios que obedecem a uma classificação em relação a sua aplicação 
em serviços logísticos e é dividido em duas categorias: 
 
 
14 
• Flex – São galpões projetados para atender vários perfis de necessidades 
das empresas, assim há uma concentração de empresas que atuam em 
diversos ramos logísticos e isso é um ponto positivo para a troca de 
conhecimentos e utilização de serviços de outra empresa que podem 
estar dentro do mesmo condomínio, criando, assim, uma rede de 
relacionamentos. O perfil dessa modalidade de projeto é realizado por 
investidores que dispõem esses empreendimentos sem uma garantia de 
locação antecipada. 
• Monousuário – São empreendimentos personalizados que obedecem às 
exigências de um único locador, ou seja, o condomínio se ajusta à 
demanda de um único cliente, num perfil built-to-suit ou construído para 
se adequar ao que cabe bem em relação ao seu conceito, mas é uma 
modalidade pouco flexível e deve ser bem pensada antes da tomada de 
decisão. 
Figura 9 – Vista aérea de um condomínio logístico 
 
Créditos: Pro Aerial Master/Shutterstock. 
 
A Figura 9 demonstra a concentração de barracões que sugerem um 
condomínio logístico, onde várias empresas ocupam o mesmo “quintal”. 
 
 
15 
2.2.1 Classificação dos condomínios logísticos em relação a sua utilidade 
Aqui são apresentadas as classificações dos condomínios quanto a sua 
empregabilidade para as empresas. Essas padronizações são importantes, pois 
na hora de uma pesquisa para decisões uma empresa interessada pode fazer a 
melhor opção sem margem de erro. Vamos lá: 
• Armazéns – Esse modelo é direcionado para armazenagem de grandes 
volumes de mercadorias ou materiais diversos, são construídos 
obedecendo normas das medidas de paletes, pois as prateleiras são 
destinadas a esse tipo de armazenagem, são procurados geralmente por 
grandes atacadistas e operadores logísticos, ver Figura 10. 
Figura 10 – Armazém que representa uma rede atacadista 
 
Créditos: Pressmaster/Shutterstock. 
• Cross docking – Essa modalidade não tem a finalidade de armazenagem, 
mas, sim, de cruzamento de cargas e são utilizados geralmente por 
operadores logísticos que trabalham cargas consolidadas e 
desconsolidação de cargas para distribuição – Figura 11. 
 
 
 
16 
Figura 11 – Tipo de armazém que sugere uma operação cross docking 
 
Créditos: Peteri/Shutterstock. 
• Híbridos – Empreendimentos destinados há vários perfis de operações 
logísticas e processos produtivos tanto para estocagem ou para 
movimentação de cargas estão dentro de perfil de centros de distribuições 
conforme ilustra a Figura 12. São construídos geralmente perto de 
grandes centros produtores e consumidores, próximos a rodovias 
principais para fácil visualização, recebimento e expedição de 
mercadorias. 
Figura 12 – Imagem que sugere um centro de distribuição com várias empresas 
instaladas 
 
Créditos: NetVideo/Shutterstock. 
 
 
17 
• Plug and play – São empreendimentos totalmente customizados às 
necessidades das empresas, assim como a própria definição sugere, é o 
mesmo que “chegar e usar”, pois estará tudo pronto conforme o que foi 
especificado no contrato de locação. São geralmente utilizados por 
concentrações industriais. 
Esses empreendimentos oferecem inúmeras vantagens, daí ser uma 
tendência em várias nações e a segurança e a alta qualidade da infraestrutura 
oferecida é um dos grandes atrativos – veja na Figura 13 – de serviços 
encontrados em condomínios logísticos classificados com A ou A+, os que 
oferecem serviços de alto padrão de qualidade. 
Figura 13 – Exemplos de serviços oferecidos em condomínios logísticos 
 
Fonte: Fleury apud Ilos, 2021. 
Como esses empreendimentos têm o conceito de condomínios, os custos 
de manutenção com a infraestrutura, jardinagem, refeitório, clínica médica etc. 
são rateados entre os locatários, o que dilui bastante os custos. 
Outras vantagens podem ser a diminuição do empate de capital na 
aquisição de terrenos, facilidade de expansão no local ou em outros locais da 
mesma empresa ou de outras empresas que oferecem os mesmos serviços, as 
localizações são muito bem estudadas pelos investidores, tirando essa 
incumbência do locatário, equipe interna de atendimento, como central de fretes 
e serviços administrativos especializado em emissão de documentos e trâmites 
aduaneiros etc. 
 
 
18 
TEMA 3 – EQUIPAMENTOS PARA MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM DE 
MATERIAIS 
Há uma variedade de equipamentos e tecnologias manuais, 
semiautomatizados e automatizados de manuseio de materiais disponíveis para 
auxiliar na movimentação, proteção, armazenamento e controle de materiais e 
produtos durante a fabricação, distribuição, consumo e descarte. Estes incluem: 
• Sistemas automatizados de armazenamento e recuperação 
• Veículos guiados automaticamente (AGVs) 
• Identificação automática e coleta de dados 
• Transportadores e equipamento de doca 
• Equipamento de içamento e robôs industriais 
• Sistemas integrados de manuseio de materiais 
• Sistemas de atendimento de pedidos de itens 
• Empilhadeiras, Monotrilhos e guindastes de estação de trabalho 
Estas são as tecnologias utilizadas dentro e fora de um armazém para a 
movimentação de materiais e como são muitas tecnologias iremos selecionar as 
mais utilizadas no momento para ilustrar essa situação. 
3.1 Tecnologias utilizadas na gestão de armazéns 
Os aplicativose sistemas de informação tiveram o início de suas 
aplicações em 1960 com o primeiro pacote de controle de estoque, em 1970 é 
iniciado o uso do Material Requirements Planning (MRP I), ou Planejamento da 
Requisição de Materiais, em 1980, houve a vinculação de muitas outras tarefas 
nesse sistema e surge o Manufacturing Resources Planning (MRP II), ou 
Planejamento de Recursos para Fabricação e, em 1990, surgiu o Enterprise 
Resource Planning (ERP), ou Planejamento dos Recursos Empresariais que 
integram todos os processos descritos anteriormente. 
No ano de 2000, houve uma nova atualização do ERP para o ERP 
estendido, ou ERP II, com essa atualização, agrega-se o relacionamento com os 
clientes, saindo da fronteira organizacional o Custumer Relationship 
Management (CRM), essa integração abarca o ciclo de fornecimento de toda a 
 
 
19 
cadeia logística numa gestão integrada dos processos internos e externo da 
organização. 
Em 2010, houve outra atualização mais profunda que recebeu o título de 
Alternate ERP Solutions, ou Soluções Alternativas dadas pelo ERP, essa 
evolução abarcou inúmeros processos além dos anteriores aqui citados como: 
• Business Intelligence (BI) – São dados coletados por um big data capaz 
de organizar as informações, realizar sua análise, fazer o monitoramento 
dessas informações para que deem suporte para a alta administração 
para tomadas de decisões em seus negócios. 
• Business-to-business (Be-to-Be) – É a gestão de negócios entre 
empresas. 
• Business-to-custumer (Be-to-C) – É a gestão de negócios entre empresas 
e clientes, nessa modalidade, a negociação é direta entre empresa e 
cliente. 
• Manufacturing Execution System (MES) – Sistema de controle da 
fabricação é a integração da operação fabril no chão de fábrica qual 
monitora de forma integral o trabalho em execução. 
• Advanced Planning and Scheduling (APS) – É a integração do 
planejamento e programação avançada de produção é capaz de 
gerenciar máquinas distintas na linha de produção. 
• Workflow (WFM) – Sistema de acompanhamento dos fluxos de processos 
e trabalhos em uma operação, é voltada para a gestão de restrições nos 
processos produtivos, os gargalos, trazendo maior eficiência na produção 
industrial. 
Essas tecnologias, como vimos, são todas integradas na gestão da 
empresa e logicamente que se estendem aos equipamentos automatizados e 
que iremos ver em seguida. 
3.2 Equipamentos manuais 
Os equipamentos manuais são bastante utilizados em armazéns para 
pequenos volumes, esse equipamento é comumente chamado de paleteira e 
permite que o operador movimente com segurança pesos que não seria capaz 
de movimentar com a própria força, veja a Figura 14 um exemplo. 
 
 
20 
Figura 14 – Paleteira manual 
 
Créditos: Ljupco Smokovski/Shutterstock. 
3.3 Equipamentos robotizados 
Os equipamentos robotizados trabalham de forma integrada com todos os 
sistemas da organização, mas isso não quer dizer que todos tenham acesso a 
essas tarefas, as informações chegar aonde devem chegar, ou seja, somente 
para a equipe responsável pelos processos inerentes ao armazém, como o setor 
financeiro e compras por exemplo. 
Os veículos guiados automaticamente, Automatica Vehicle Guide (AVG), 
já são bastante comuns em grandes empresas, são utilizados em sistemas 
produtivos como em sistema de armazenagem de materiais. Os modelos 
anteriores aos exibidos na Figura 15 tinham uma pista no chão, o que limitava 
seus movimentos, esses novos faz a leitura do ambiente em 360º por meio de 
ondas rádiofrequência, permitindo maior independência e agilidade nos 
processos de movimentação. 
Figura 15 – Automatic Vehicle Guide (AVG) – Veículos guiados automaticamente 
 
Créditos: Phonlamai Photo/Shutterstock. 
 
 
21 
Os transelevadores (retrieval system) são robôs que trabalham de forma 
integrada com os recursos da empresa, inclusive têm capacidade de receber 
informações de fora da empresa, por exemplo, se há um vendedor da empresa 
em uma determinada região, a cada venda fechada, as informações são 
passadas para a gestão do armazém e essas informações vão direto para o 
transelevador que, numa ordem lógica de recebimento, irá organizar a retirada 
do item solicitado. 
Figura 16 – Retrieval system: transelevadores 
 
Créditos: Juice Flair/Shutterstock. 
Essas máquinas podem atingir uma altura de até 28m, o que proporciona 
um aproveitamento cúbico imenso em uma área do armazém, pode operar em 
total escuridão, pois as leituras dos códigos de barras ou QR code, são 
realizadas por luz infravermelha, pode operar em temperaturas negativas sem 
comprometer seu rendimento que chega a atender até 250 pedidos por hora com 
total eficiência. Dentro dessa mesma tecnologia, estão os miniloads, que são 
mini robôs com o mesmo propósito do transelevador na automação de entrada 
e saída de materiais, proporcionando grande aproveitamento cúbico, uma vez 
que pode atingir até 20m de altura com corredores com largura de apenas 
800mm, esses miniloads são também conhecidos como transelevadores de 
caixas. 
Ainda dentro desse contexto, há as prateleiras inteligentes, as separações 
de pedidos automatizadas os pick by light, separação de pedidos totalmente 
automatizados por carrossel. 
 
 
22 
Saiba mais 
Para saber mais sobre esse assunto e visualizar essas tecnologias 
acesse: <https://www.kardex-remstar.pt/pt.html>. Acesso em: 22 jul. 2021. 
Para que essas máquinas realizem corretamente suas tarefas, estas 
devem estar integradas com o sistema de endereçamento de materiais precisos 
e forneça todas as informações necessárias para que não exista margem de 
erros. 
TEMA 4 – ESPECIFICAÇÃO, CODIFICAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS 
MATERIAIS 
A especificação de materiais e a descrição minuciosas das características 
de cada item de uso de uma organização, além das informações sobre o produto 
devem ser claras e não gerar ambiguidade, evitando, assim, confusões com 
materiais com características parecidas. 
As normas internas de uma organização devem fazer a especificação do 
material, partindo da característica geral para a característica particular, o que o 
diferencia de todos os outros materiais similares, evitando excesso de 
informações que não agregam facilidades de manuseio, endereçamento e 
compras, e a terminologia deve seguir um padrão para evitar equívocos nas 
especificações dos materiais. 
 
4.1 Classificação dos materiais 
A classificação de materiais segue alguns princípios como a catalogação 
dos produtos, obedecendo uma norma de como o material será empregado 
dentro dos processos de transformação, por exemplo. 
A catalogação consiste na ordenação de materiais de estoques e obedece 
ao princípio de facilitar a sua operacionalização, leitura do código por meio 
humano ou de máquinas facilitando assim a requisição e atendimento de forma 
rápida e exata do produto solicitado pelo cliente, seja esse interno ou externo. 
A normalização está fortemente relacionada à padronização de 
processos, serviços e atividades, ou seja, é a uniformização de um método 
considerado o melhor para realizar determinadas tarefas e a padronização deve 
ser democrática, de fácil compreensão e confiável. 
 
 
23 
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2021), 
Norma é o documento estabelecido por consenso e aprovado por um 
organismo reconhecido, que fornece regras, diretrizes ou 
características mínimas para atividades ou para seus resultados, 
visando à obtenção de um grau ótimo de ordenação em um dado 
contexto. 
4.2 Codificação de materiais 
A codificação de materiais é o método utilizado por uma organização na 
atribuição de números e letras conforme a classificação dos produtos utilizados 
por ela. O objetivo da codificação é o de facilitar o endereçamento por 
agrupamento de materiais por origem, como metais e seus subgrupos como 
alumínio, chumbo, ferro carbono etc. 
A codificação de materiaisdeve conter informações que permitam a 
uniformização das classificações, permitindo a informatização mais fácil e 
precisa dos itens, isso facilitará as operações logísticas de recebimento, 
endereçamento e expedição, como também irá facilitar a reposição desses 
materiais pelo setor de compras e de produção. 
As informações na codificação devem evidenciar os custos, a utilização, 
os meios corretos de armazenagem, a criticidade do uso na linha de produção 
como também se é um produto de fácil ou difícil aquisição, se a aquisição é 
nacional ou não. 
Vamos a um exemplo segundo Francischini e Gurgel: 
Figura 17 – Exemplo de codificação de material (modificado) 
 
Fonte: Francischini; Gurgel, 2002, p.128. 
 
 
24 
• O número do grupo, composto por dois algarismos, representa 
agrupamentos de materiais afins. 
• O número de classe, composto por quatro algarismos, representa 
agrupamentos de materiais com características físicas relativamente 
homogêneas, pertencente ao mesmo grupo. 
• Número de estoque é composição de todos os números que define o 
produto e seu local no endereçamento. 
4.3 Endereçamento de materiais 
O endereçamento de materiais pode ser comparado a um endereçamento 
de ruas, apartamentos e andares para o endereçamento e localização dos 
materiais, é como um código de endereçamento com postal único, veja que na 
Figura 18 é feito essa analogia, em que se tem o número das ruas, os níveis 
onde os materiais se encontram na estante é representado pelos andares do 
prédio, e as colunas representam os números dos apartamentos. Uma vez o 
material codificado, este deve obedecer a algumas regras em relação a sua 
empregabilidade. 
Materiais pesados, por exemplo, devem ficar no solo ou o mais baixo 
possível, materiais de alto giro, tanto na comercialização como para a produção, 
devem ficar próximos aos locais onde sempre são solicitados, produtos que 
exalam odores devem ficar em locais apropriados e ventilados. 
 
 
 
25 
Figura 18 – Analogia do endereçamento de materiais com endereços de 
residências 
 
Fonte: Sérgio Luiz Pirani, 2021. 
Então podemos perceber com essas observações que mesmo tendo todo 
o cuidado na catalogação e classificação cada empresa deve estabelecer a sua 
norma de utilização de cada material em relação a sua empregabilidade, 
periculosidade e criticidade em relação a produção. 
TEMA 5 – EMBALAGENS, UTILIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO 
As embalagens na logística têm como principal função a de proteger os 
produtos em suas movimentações e transporte aos seus destinos, mas existem 
outras funções que as compõem até que chegue a essa última função que é a 
de proteção, pois o tipo de embalagem a ser utilizada pode trazer implicações 
que ultrapassam a fronteira de proteção. 
A dimensão da embalagem, assim como o material de sua confecção e 
seu desenho, afetam os custos inerentes ao armazenamento e transporte dos 
materiais, mas, mesmo sendo aqui uma embalagem destinada à proteção, 
qualquer cliente gosta de receber seus produtos dentro de embalagens que 
tenham uma aparência agradável de se olhar, isso traz confiança para quem 
recebe, pois percebe a preocupação com a integridade dos produtos. Após 
cumprir seu papel, a embalagem de forma geral é um item descartável, tendo 
 
 
26 
algumas exceções, nas embalagens de proteção e transportes de produtos a 
granel que são retornáveis. 
5.1 Classificação das embalagens 
Vimos que as embalagens, além da função de proteção, há outras funções 
em relação às suas classificações, assim a classificação da embalagem está 
relacionada à sua aplicação na rede logística, indústria e comércio. 
As embalagens primárias são as embalagens de contenção, ou seja, são 
aquelas que têm contato direto com o produto, como uma garrafa de refrigerante, 
por exemplo. Esse tipo de embalagem se destina à menor fração de consumo, 
destinando-se, assim, ao comércio varejista. 
Figura 19 – Exemplo de embalagem de contenção e fração comercial 
 
 
Créditos: Sensvector/Shutterstock; Kzenon/Shutterstock 
Essas embalagens devem conter as seguintes informações: identificação 
do produto de acordo a legislação em vigor, instruções de uso, prazo de validade 
e composição do conteúdo e cuidados a serem tomados. 
As embalagens secundárias têm a função de conter as embalagens 
primárias, agrupando os itens em lotes de venda por unidades, 12 unidades, 24 
unidades, por exemplo, podendo também ser utilizadas para realizar o transporte 
como mostrado na Figura 20. 
 
 
 
27 
Figura 20 – Embalagem secundária 
 
Créditos: Photographee.eu/Shutterstock. 
A embalagem secundária deve compor as seguintes características: ser 
resistente a empilhamentos e indicar o máximo de sobreposição uma à outra, 
deve ser resistente ao manuseio, deve ser dimensionada para conter uma 
quantidade destinada ao comércio, conforme a especificidade do produto e, 
quando destinada ao consumo final, deve ter estética para atrair os olhares dos 
consumidores. 
As embalagens terciárias acondicionam as embalagens primárias e 
secundárias e têm a função de proteção no transporte, como também a de 
possibilitar a unitização de cargas maiores, os paletes e contêineres são padrões 
de acondicionamento para essas embalagens, ou seja, devem ser projetadas 
conforme as medidas de uso de cada modalidade de acondicionamento. 
Figura 21 – Paletes e uma carga unitizada num palete 
 
Créditos: Atlantist Studio/Shutterstock; AlexLMX/Shutterstock. 
As embalagens quaternárias têm a função de unitização de cargas e 
trazer estabilidade na movimentação de materiais para o armazenamento e 
 
 
28 
carregamento de cargas, essa modalidade de embalagem deve cumprir as 
funções de estabilizar a carga para movimentação e armazenagem em 
prateleiras ou solo e ser dimensionada para aproveitamento máximo dos locais 
disponíveis para armazenagem. 
Figura 22 – Embalagens quaternárias com cargas unitizadas para movimentação 
e estocagem 
 
Créditos: Alexandros Michailidis/Shutterstock; urfin/Shutterstock. 
Num pensamento voltado para a logística, a unitização de carga é fator 
importante, pois é dimensionada e agrupada de acordo com as necessidades 
básicas da empresa para o acondicionamento de seus materiais e isso pode ser 
observado na Figura 22. Essas cargas podem ser agrupadas de paletes, caixas 
de papelão, madeira, plástico, contêineres, tambores, bobinas, big-bags, por 
exemplo. 
E, por fim, temos a embalagem do quinto nível, que é destinada para 
transporte de materiais em longa distância por transportes hidroviário de interior 
e naval – Figura 23 e transporte rodoferroviário de cargas. 
 
 
 
29 
Figura 23 – Contêineres sendo transportados por navio 
 
Créditos: ESB Professional/Shutterstock. 
5.2 Razões que determinam a escolha de embalagens 
Existem algumas preocupações que devem ser levadas em conta na 
escolha da embalagem e não só se resume aos seus custos diretos, relativos 
aos materiais de confecção que devem ser voltados ao gerenciamento de 
resíduos sólidos em consonância com as leis vigentes de nosso país e dos 
países em que as mercadorias irão ser exportadas. O processo de embalagem, 
seu manuseio, armazenamento e perdas por danos estão compostos nos custos 
indiretos e devem ser bem administrativos para que sejam os menores possíveis. 
As observações devem se voltar as características físico-químicas dos 
produtos, pois os materiais e dimensionamento das embalagens serão voltadas 
a essas características, pois deverão levar em conta o peso, o volume, a 
fragilidade, a periculosidade, o valor do conteúdo, a perecibilidade etc. 
As embalagens devem prever as condições de manuseio de transporte, 
que são os mais variados, e o armazenamento, ou seja, qual é o empilhamento 
máximo suportado pela embalagem, tempo destinado ao armazenamento dos 
materiais, se será embalagem retornável ou não, resistência a intempéries etc. 
São medidas importantes,pois prolongam a vida útil de embalagens retornáveis 
e as não retornáveis garantem a qualidade do produto a ser entregue, ou seja, 
vale o investimento para retornos futuros. 
 
 
30 
5.3 Os sete princípios do Desenho Universal: considerações para os 
leiautes de armazéns 
As embalagens são fatores que determinam os processos de 
movimentação e armazenagem de materiais e, para as movimentações de 
materiais dentro de um armazém, devemos considerar que são realizadas boa 
parte da movimentação por seres humanos, assim deve-se considerar na planta 
de leiaute do armazém os sete princípios do Desenho Universal, pois existirão 
pessoas trabalhando no local que podem ter necessidades especiais e 
problemas para locomoção, como cadeirantes ou pessoas cegas, por exemplo. 
O Desenho Universal deve prever a composição de um ambiente de forma 
que possa ser acessado, compreendido e utilizado o máximo possível por todas 
as pessoas, independentemente de sua idade, tamanho ou deficiência conforme 
ilustrado na Figura 24. Isso inclui locais públicos no ambiente construído, como 
prédios, ruas ou espaços aos quais o público tenha acesso; produtos e serviços 
fornecidos nesses locais; e sistemas que estão disponíveis, incluindo tecnologia 
da informação e comunicação (TIC) (Disability Act, 2005). 
Figura 24 – Os Sete Princípios do Desenho Universal 
 
Créditos: vstock24/Shutterstock. 
Os Sete Princípios do Desenho Universal foram desenvolvidos em 1997 
por um grupo de trabalho de arquitetos, designers de produto, engenheiros e 
pesquisadores de design ambiental, liderado pelo falecido Ronald Mace, na 
Universidade Estadual da Carolina do Norte – EUA. O objetivo dos Princípios é 
orientar o design de ambientes, produtos e comunicações. 
 
 
31 
De acordo com o Center for Universal Design, em NCSU, os Princípios 
"podem ser aplicados para avaliar projetos existentes, orientar o processo de 
design e educar designers e consumidores sobre as características de produtos 
e ambientes mais utilizáveis." (NDA, 2021). 
Os Sete Princípios do Desenho Universal são: 
1. Uso equitativo: o desenho deve ser útil e comercializável para pessoas 
com habilidades diversas, obedecendo a diretriz de fornecer o mesmo 
meio de uso equitativo a todos os usuários, ou seja, idênticos e quando 
não possível, deve-se trabalhar com outro equivalente. Jamais deve-se 
isolar ou fazer qualquer tipo de julgamento de qualquer usuário e as 
provisões de privacidade, segurança e proteção deve ser igualitária para 
todos os usuários do ambiente. O desenho para essas sinalizações 
devem ser não só informativos, mas também atraentes, justamente para 
chamar a atenção. 
2. Flexibilidade de uso: o desenho deve demonstrar claramente uma ampla 
opção de preferências e habilidades individuais, logo, deve oferecer 
opções de como utilizar determinado equipamento, prever o uso de 
equipamentos para destros e canhotos, facilitando, assim, a 
adaptabilidade do usuário ao equipamento ou ferramenta. 
Figura 25 – Exemplo de aplicação do Desenho Universal – adaptabilidade – 
Stephen Hawking 
 
Créditos: pantid123/Shutterstock. 
 
 
32 
3. Uso simples e intuitivo: o uso do desenho deve ser fácil de entender, 
independentemente da experiência do usuário, conhecimento, 
habilidades linguísticas ou nível de concentração atual. Assim o desenho 
deve eliminar qualquer complexidade desnecessária na sua consecução 
e prever as necessidades de acordo com as expectativas e intuição do 
usuário. Deve dispor de variedade de habilidades de alfabetização e 
linguagem e deve fornecer a possibilidade de contribuição do usuário para 
melhoras dando informações após a consecução da tarefa. Para suprir 
essa necessidade, foram criados os manuais de instruções animados, 
com isso não é preciso nenhuma leitura e somente a visualização de 
como deve ser feito a tarefa. 
Saiba mais 
Para saber mais acesse: <https://medium.com/@mkbusiness/manual-
animado-a-nova-vida-dos-manuais-de-instru%C3%A7%C3%A3o-
67f0c5fe9bf8>. 
4. Informação perceptível: o desenho comunica as informações necessárias 
de forma eficaz ao usuário, independentemente das condições ambientais 
ou das habilidades sensoriais do usuário. O desenho deve informar e 
fornecer a compatibilidade com uma variedade de técnicas ou dispositivos 
usados por pessoas com limitações sensoriais. Os elementos que 
compõem o desenho devem ser diferenciados de modo que possam ser 
descritos e facilitem as orientações e instruções aos usuários. Veja um 
exemplo de uma informação perceptível na Figura 26. 
Figura 26 – Exemplo de uma informação perceptível 
 
Créditos: Lars Christensen/Shutterstock. 
 
 
33 
5. Tolerância ao erro: o desenho deve ilustrar como minimizar os riscos e as 
consequências adversas de ações acidentais ou não intencionais com o 
uso de ferramentas. Deve-se organizar os elementos para minimizar 
riscos e erros: elementos mais usados, mais acessíveis; elementos 
perigosos eliminados, isolados ou protegidos. Deixar em evidência avisos 
de perigos e erros e os equipamentos deve fornecer recursos a prova de 
falhas. 
Saiba mais 
Assista ao vídeo a seguir, que demonstra um sistema de segurança eficaz 
em uma serra circular em: <https://www.youtube.com/watch?v=mfAuCU7jGi0>. 
6. Baixo esforço físico: o desenho pode ser usado de forma eficiente e 
confortável e com um mínimo de fadiga, assim deve-se permitir que o 
usuário mantenha uma posição corporal neutra e que utilize forças 
operacionais razoáveis para minimizar o esforço físico e as ações 
repetitivas devem ser evitadas. 
7. Tamanho e espaço para abordagem e uso: tamanho e espaço 
apropriados são fornecidos para abordagem, alcance, manipulação e uso, 
independentemente do tamanho do corpo do usuário, postura ou 
mobilidade. 
Figura 27 – Previsão de utilização e espaço adequado aos necessitados 
 
Créditos: cve iv/Shutterstock. 
O desenho deve se preocupar com a linha de visão para elementos 
importantes para qualquer usuário sentado ou em pé, ilustrado na Figura 27, 
 
 
34 
tornando o alcance de todos os componentes confortável para qualquer usuário 
sentado ou em pé. Deve acomodar variações no tamanho da mão e do punho, 
como fornecer espaço adequado para o uso de dispositivos auxiliares ou 
assistência pessoal. 
Como podemos perceber, a aplicação do Desenho Universal nos leiautes 
de armazém pretende atender às necessidades de tornar nossa sociedade mais 
universalmente acessível e utilizável em todos os espaços, seja privado ou 
público, ambiente de trabalho ou lazer. 
O ambiente de trabalho nos armazéns deve procurar abordar os princípios 
do Desenho Universal justamente para fazer a inclusão de profissionais com 
habilidades comprometidas e que possam executar tarefas úteis num ambiente 
de trabalho que deve se tornar igualitário, assim, a compreensão dessa 
necessidade deve estender a sua utilização em todos os espaços possíveis no 
intuito de facilitar a vida de todos. 
FINALIZANDO 
Nesta aula, abordamos o importante assunto sobre a gestão da 
armazenagem de materiais em logística no Tema 1, em que vimos as atividades 
realizadas em um armazém, como o recebimento de materiais, configuração de 
cargas e a consolidação e unitização de cargas. 
Em seguida, no Tema 2, vimos sobre os tipos e classificações de 
armazéns por processos logísticos, por condição de armazenamento 
condomínios logísticos e suas classificações conforme a sua utilidade. No Tema 
3, abordamos sobre os equipamentos para a movimentação e armazenagem de 
materiais, as tecnologias empregadas nesse processo, além de equipamentos 
manuais e robotizados. Na continuidade, no Tema 4, a especificação, 
codificação e classificação dos materiais foi o tema abordado, assim como a 
classificação, codificação dos materiais e endereçamento de materiais. 
Fechando com o assunto sobre embalagens, sua utilização e 
classificação no Tema 5, além de vermos sobreas razões que determinam a 
escolha de embalagens e suas finalidades e finalizando com os Sete Princípios 
do Desenho Universal, fator importante a ser considerado na construção dos 
armazéns e movimentação de materiais. 
Tenha um bom estudo. 
 
 
 
35 
REFERÊNCIAS 
ABNT. Normalização: definição. Disponível em: 
<http://www.abnt.org.br/normalizacao/o-que-e/o-que-e>. Acesso em: 7 jul. 2021. 
ABREU, C. Coordenadora de Pesquisa industrial. Com nova tecnologia, 
Buildings permite a análise mais clara do mercado. Disponível em: 
<https://revista.buildings.com.br/classificacao-de-galpoes-industriais-e-
logisticos/>. Acesso em: 7 jul. 2021. 
BRASIL. Receita Federal. Consolidação e desconsolidação de cargas. 
Disponível em: 
<https://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/exportacao-
portal-unico/copy_of_outras-funcionalidades-do-modulo-cct/consolidacao-da-
carga>. Acesso em: 7 jul. 2021. 
FLEURY, P. Análise dos condomínios logísticos no Brasil. Disponível em: 
<https://www.ilos.com.br/web/analise-dos-condominios-logisticos-no-brasil/>. 
Acesso em: 7 jul. 2021. 
FRANCISCHINE, P. G.; GURGEL, F. do A. Administração de materiais e do 
patrimônio. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002. 
NDA. Os sete princípios do desenho universal. Disponível em: 
<http://universaldesign.ie/What-is-Universal-Design/The-7-Principles/>. Acesso 
em: 7 jul. 2021. 
TONDO EMBALAGENS. Fatores de influência sobre a perda de resistência 
na embalagem. Disponível em: 
<https://www.tondoembalagens.com.br/userfiles/empresa/DicasdeEstocagem.p
df>. Acesso em: 7 jul. 2021. 
	Conversa inicial
	FINALIZANDO
	REFERÊNCIAS

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