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A saúde no sistema prisional brasileiro é um tema complexo e desafiador

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A saúde no sistema prisional brasileiro é um tema complexo e desafiador. As condições 
de saúde nas prisões brasileiras são preocupantes, com muitos detentos sofrendo de doenças 
infecciosas que se espalham rapidamente em ambientes fechados e superlotados. A Lei 8080 
de 1990, conhecida como Sistema Único de Saúde (SUS), afirma que a saúde é um direito do 
cidadão e dever do Estado. No entanto, há uma grande incongruência entre o direito 
posi�vado e a aplicabilidade prá�ca. 
A Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN) é responsável por coordenar 
ações, planos, projetos e programas que visem à prestação de assistência integral à saúde das 
pessoas presas e em cumprimento de alternativas penais, promovendo ações em apoio aos 
Estados e ao Distrito Federal. A SENAPPEN articula esse processo juntamente com o Ministério 
da Saúde, a fim de instituir pontos da rede de atenção à saúde do Sistema Único de Saúde nos 
estabelecimentos penais, através da implementação e do acompanhamento da Política 
Nacional de Atenção Integral à Pessoa Privada de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP). 
 
A PNAISP foi instituída por meio da Portaria Interministerial nº 1, de 2 de janeiro de 
2014, com o objetivo de ampliar as ações de saúde do SUS para a população privada de 
liberdade. Desde o ano de 2006, o Depen está executando a ação de aparelhamento de 
unidades básicas de saúde no sistema prisional brasileiro, de forma que foram aparelhados 
937 Unidades Básicas de Saúde em Estabelecimentos Penais. 
 
O perfil demográfico da população prisional brasileira é um reflexo da marginalização 
histórica da relação cidadão versus Estado, da falta de políticas públicas inclusivas, da baixa 
escolaridade, da pouca perspectiva de futuro e da cultura da violência. 
 
O sistema prisional brasileiro mantém sob custódia mais de 607 mil pessoas, sendo 
75% jovens, negros, 67% com baixa escolaridade e 41% são de presos provisórios. A maioria 
dos presos (30,5%) tem entre 18 e 24 anos. O crescimento populacional foi de 575% em 24 
anos. Em 2022, o Brasil tinha mais de 909.061 pessoas vivendo em prisões. São Paulo lidera a 
lista com a maior população carcerária do país. 
 
A cor dos presidiários brasileiros é majoritariamente negra. Até 2021 eram 429,2 mil 
pessoas negras em cárcere, representando 67,5% do total. Esse número vem aumentando ano 
a ano, enquanto a população carcerária branca tende a diminuir, em 2021 representavam 
184,7 mil, o que seria 29% do total. 
 
A situação da maioria dos presídios é de superlotação, pouca verba e infraestrutura 
insuficiente. As unidades prisionais sofrem com superlotação, insalubridade, falta de serviços 
básicos (água, luz do sol, medicamentos, profissionais de saúde). Essas restrições mostram 
uma violação de direitos fundamentais da população em cárcere. 
 
O perfil da população prisional brasileira é um reflexo da marginalização histórica da 
relação cidadão versus Estado, da falta de políticas públicas inclusivas, da baixa escolaridade, 
da pouca perspectiva de futuro e da cultura da violência. 
 
Segundo o levantamento, são 832.295 pessoas no sistema prisional. Do total de 
presos, 621.608 foram condenados, enquanto 210.687 estão presos provisórios, aguardando 
julgamento. Ou seja: a cada quatro pessoas presas, uma não foi julgada e teve pena definida 
pela Justiça brasileira. 
 
A maioria dos presos (30,5%) tem entre 18 e 24 anos. A cor dos presidiários brasileiros 
é majoritariamente negra. Até 2021 eram 429,2 mil pessoas negras em cárcere, representando 
67,5% do total. Esse número vem aumentando ano a ano, enquanto a população carcerária 
branca tende a diminuir, em 2021 representavam 184,7 mil, o que seria 29% do total. 
 
A situação da maioria dos presídios é de superlotação, pouca verba e infraestrutura 
insuficiente. As unidades prisionais sofrem com superlotação, insalubridade, falta de serviços 
básicos (água, luz do sol, medicamentos, profissionais de saúde). Essas restrições mostram 
uma violação de direitos fundamentais da população em cárcere. 
 
A saúde é um direito fundamental garantido pela Constituição Brasileira, mas a 
realidade do sistema de saúde do país muitas vezes não reflete essa premissa. A oferta efetiva 
de assistência médica é um desafio que o Brasil enfrenta há décadas, e a solução para esse 
problema passa por uma série de medidas estratégicas. 
 
Primeiramente, é necessário investir na infraestrutura dos hospitais e postos de saúde. 
Muitas unidades de saúde carecem de equipamentos básicos e instalações adequadas para 
atender à população. Além disso, a distribuição dessas unidades pelo território nacional é 
desigual, deixando áreas rurais e regiões mais pobres desassistidas. 
Em segundo lugar, a formação e valorização dos profissionais de saúde são 
fundamentais. É preciso investir na educação médica e oferecer condições de trabalho dignas 
para os profissionais. A carreira médica deve ser atraente, com salários justos e boas condições 
de trabalho. 
A gestão dos recursos destinados à saúde precisa ser eficiente e transparente. É 
necessário garantir que os recursos sejam utilizados de maneira eficaz, evitando desperdícios e 
corrupção. 
A participação da população na gestão da saúde é essencial. Os cidadãos devem ser 
incentivados a participar das decisões sobre a saúde em suas comunidades, por meio de 
conselhos de saúde e outras formas de participação social. 
A oferta efetiva de assistência médica no Brasil é um desafio que exige ações em várias 
frentes. Investimentos em infraestrutura, valorização dos profissionais de saúde, gestão 
eficiente dos recursos e participação popular são caminhos que podem levar a um sistema de 
saúde mais justo e eficaz. A saúde é um direito de todos, e garantir esse direito é um dever do 
Estado. 
Para garantir o acesso à saúde às pessoas privadas de liberdade no sistema prisional, o 
Ministério da Saúde habilitou 268 novas equipes de atenção primária prisional (eAPP) somente 
em 2023. Essas equipes são responsáveis pelo cuidado integral e a assistência médica para 
pessoas em cárcere. Além disso, a implementação da Política Nacional de Atenção Integral à 
Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP) em 2014 foi um passo 
importante para ampliar as ações de saúde do SUS para a população encarcerada.

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