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3ÍBUCAS DEUS TE CHAMOU, MAS VOCÊ SABE PARA QUÊ? Você sabe qual a sua vocação? Você sabe qual o seu chamado? Você sabe diferenciar vocação de chamado? Descubra o propósito de Deus na sua vida. Pois é impossível imaginar o desenvolvimento da história relatada nas Escrituras, acerca do que Deus tem realizado no mundo desde a Criação até os dias atuais sem considerarmos as pessoas que o Senhor escolheu para usá-las segundo o seu propósito. Descubra sua vocação. Viva intensamente o que Deus tem preparado para realizar por você e através de você. Pois nada é mais trágico do que viver sem a direção, perdido, sem conhecer o propósito da existência. CB© .JÇÕES 3ÍBLICAS Aluno | 2o Trim estre de 2024 Com entarista: Osiel Gom es SUMARIO A Carreira que Nos Está Proposta O Caminho da Salvação, Santidade e Perseverança para Chegar ao Céu Lição í - O Início da Caminhada 3 Lição 2 - A Escolha entre a Porta Estreita e a Porta Larga 8 Lição 3 - 0 Céu - 0 Destino do Cristão 13 Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada 18 Lição 5 - Os Inimigos do Cristão 23 Lição 6 - As Nossas Armas Espirituais 28 Lição 7 - 0 Perigo daMurmuração 32 Lição 8 - Confessando e Abandonando 0 Pecado 37 Lição 9 - Resistindo à Tentação no Caminho 42 Lição 10 - Desenvolvendo uma Consciência de Santidade 47 Lição 1 1 - A Realidade Bíblica do Inferno 52 Lição 1 2 - A Bendita Esperança: A Marca do Cristão 56 Lição 13 - A Cidade Celestial 60 CB© Presidente da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil José Wellington Costa Junior Presidente do Conselho Administrativo José Wellington Bezerra da Costa Diretor Executivo Ronaldo Rodrigues de Souza Gerente de Publicações Alexandre Claudino Coelho Consultor Doutrinário e Teológico Elienai Cabral Gerente Financeiro Josafá Franklin Santos Bomfim Gerente de Produção Jarbas Ramires Silva Gerente Comercial Cícero da Silva Gerente da Rede de Lojas João Batista Guilherme da Silva Gerente de TI Rodrigo Sobral Fernandes Gerente de Comunicação Leandro Souza da Silva Chefe do Setor de Educação Cristã Marcelo Oliveira Chefe do Setor de Arte & Design Wagner de Almeida Editor Marcelo Oliveira Revisora Cristiane Alves Projeto Gráfico Leonardo Engel I Marlon Soares Diagramação Nathany Silvares Capa Marlon Soares I Nathany Silvares Av. Brasil, 34.401 - Bangu Rio de Janeiro - RJ - Cep 21852-002 TeL: (21) 2406-7373 www.cpad.com.br llÇÕES 3ÍBIICAS Prezado(a) aluno(a), 0 caminho que o cristão faz com Cristo inicia com a experiência do Novo Nas cimento e prossegue até o dia em que ele chegará à cidade celestial. Entre esse início e chegada, o crente se depara com muitos desafios e obstáculos. Para refletir a respeito desse caminho, que se inicia com o Novo Nascimento e seus muitos desafios, neste trim estre, estudarem os a “A Carreira que Nos Está Proposta: 0 Caminho da Salvação, Santidade e Perseverança para Chegar ao Céu”. Nele, refletiremos à luz da Palavra de Deus, assuntos como a realidade do Céu, do Inferno, da Tentação, da bendita esperança. Nosso propósito é que, ao longo deste trimestre, você pense a respeito de sua jornada com Cristo neste mundo. Como cristãos peregrinos, o anseio de encontrar com Cristo deve nortear toda a nossa caminhada. Bom trimestre! José Wellington Bezerra da Costa Presidente do Conselho Administrativo Ronaldo Rodrigues de Souza Diretor Executivo G#0® http://www.cpad.com.br LIÇÃO 1 7 de Abril de 2024 ^ r TEXTO ÁUREO “Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aqueie que não nascer de novo não pode ver 0 Reino de Deus.” (Jo33) \_____________________________ VERDADE PRÁTICA O Novo Nascimento marca 0 início da jornada do crente em Jesus Cristo. ____________________________ ) LEITURA DIÁRIA Segunda - Rm 8.2; 12.2 A nova vida com Cristo por meio do Espírito Terça - Ef 1.3-6 Na nova vida com Cristo temos Deus como Pai Quarta - 1 Co 15.57 Na nova vida com Cristo temos o Filho conosco Quinta - Jo 14.26 Na nova vida com Cristo temos o Espírito Santo, o Consolador Sexta - Jo 16.7-11; Rm 8.5-7 A nova vida com Cristo é uma ação poderosa do Espírito Sábado - 1 Pe 1.23 A nova vida com Cristo é gerada por intermédio da Palavra ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 3 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE João 3 .1-8 1 - E havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, príncipe dos judeus. 2 - Este foi ter de noite com Jesus e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és mestre vindo de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele. 3 - Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nas cer de novo não pode ver o Reino de Deus. 4 - Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer? 5 - Jesus respondeu: Na verdade, na ver dade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus. 6 - 0 que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. 7 - Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. 8 - 0 vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO Neste trim estre, estudarem os a Jornada do Cristão. Para iniciarmos a os nossos estudos, temos o propósito de compreender o início de nossa ca minhada com Cristo e o quanto somos agraciados com a presença da Santíssima Trindade nessa trajetória. Conceitua remos também o Novo Nascimento e 0 estudaremos como uma experiência proveniente do Espírito Santo, conforme as Escrituras nos apresentam. Final mente, m ostrarem os a im portância do Novo Testamento no início dessa jornada de fé. 1 - A CAMINHADA COM CRISTO 1. Compreendendo os dois cam i nhos. Na história humana, temos dois caminhos: o da vida natural e o da vida com Cristo. a) Vida humana. A primeira se ini cia no momento do nosso nascimento natural. Ela poderá ser longa ou curta, mas não eterna. Essa trajetória huma na é marcada pelas fases da infância, adolescência, juventude, vida adulta e velhice. Também é caracterizada por dois momentos: o nascimento e a morte. É a esse tipo de jornada da vida que Jesus se refere quando diz: “ O que é nascido da carne é carne” (Jo 3.6). b) Vida com Cristo. A vida humana pode se tornar uma jornada maravilho sa quando convidamos o Senhor Jesus para fazer parte dela. A nova vida com Cristo é o começo de uma nova história, de felicidade verdadeira e de plenitude no Espírito (Rm 8.2). Nessa vida há novos propósitos, novos pensamentos e novas esperanças (Rm 12.2). Afinal, nos tornamos um(a) filho(a) de Deus. Esse tipo de jornada de vida que nosso Senhor se refere quando diz: “O que é nascido do Espírito é espírito” (Jo 3.6). 2. Os três companheiros da nossa cam inhada. Quando recebemos Je- 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO ABRIL ■ MAIO ■ JUNHO 2024 sus como Salvador, Deus passa a ser o nosso Pai (Ef 1.3-6). Agora somos cuidados, instruídos e fortalecidos por Ele. Temos um relacionamento de pai e filho. Além do Pai, temos também o seu Filho como aquEle que nos concede a vitória contra o pecado e toda a sorte de males (1 Co 15.57); e, por nos amar, nos concedeu a sua vida (Jo 3.16) e nos conduz em segurança para o seu reino celestial (Cl 2.6,7). Finalmente, temos agora o terceiro membro da trindade, o Espírito Santo como nosso auxiliador e consolador (Jo 14..26). Pelo intermédio dEle, Deus operou o milagre do Novo Nascimento, transformando a nossa natureza caída e nos tornando em seus legítim os filhos. Tudo isso significa nascer do Espírito ou Novo Nascimento (Jo 3.6; Jo 1.13; 1 Co 15.50). II - 0 NOVO NASCIMENTO 1. Por que precisamos do Novo Nas cimento? No início do diálogo entre Jesus e Nicodemos, o termo “homem” se destaca. Esse substantivo masculino do grego ãnthrõpos, que significa “ho mem” , tem um uso genérico no textoe, por isso, seu sentido inclui todos os seres humanos (Jo 3.4.). Assim, o Senhor Jesus afirmou que Nicodemos precisava nascer de novo, um novo nascimento vindo diretamente do céu. Como homem, ele estava na con dição caída de todos os seres humanos “porque todos pecaram” (Rm 3.23). Nesse sentido, todo ser humano precisa passar pelo processo de regeneração, experi mentar uma ação divina no interior, ou seja, nascer de novo (Jo 3.5; 20.22; 15.5; 2 Co 5.17). 2. A religião não faz nascer de novo. Nicodemos era um príncipe dos judeus. A inclusão do termo “ fariseu” no relato evidencia que era um homem bem en- Pelo intermédio dEle, Deus operou o milagre do Novo Nascimento, transformando a nossa natureza caída e nos tornando em seus legítimos filhos.” raizado na religião judaica. Ele conhecia profundamente Deus, segundo a tradição monoteísta do judaísmo, os ensinos da Lei e dos Profetas e a história do seu povo. Mas ao que se nota, sua tradição não oferecia o que sua alma precisava. Por isso Nicodemos foi ao encontro de Cristo, identificando nEle o real poder de Deus, conforme podemos comprovar nestas suas palavras: “ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes” (Jo 3.2). Conhecendo bem o coração desse príncipe dos ju deus, Jesus foi direto ao ponto: “Aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (Jo 3.3). Portanto, a nova vida que Nicodemos precisava só seria encontrada diretamente na ação poderosa do Espírito Santo (Jo 16.7-11; Rm 8.5-7). 3.0 Novo Nascimento e seu processo. A expressão “de novo” , que significa “do céu” (Jo 3.31; Gl 6.15; 1 Jo 3.9), mostra que a nova vida com Cristo, isto é, a vida eterna, gerada por intermédio da Palavra (1 Pe 1.23), vem de cima, de Deus e de mais ninguém (Jo 1.13). Para explicar esse processo de nascer de novo, nosso Senhor fez uso de dois termos: “água” e “ Espírito” . Com a água, de acordo com o contexto do Evangelho de João, pode-se referir à Antiga Lei e, simboli ABRIL ■ MAIO ■ JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 5 camente, ao seu sentido (Jo 1.33; 4..7-14.; 738 ,39). Ora, nosso Senhor cumpriu a Lei (Mt 5.17), de modo que ao falar da velha ordem, a representação da água era assegurada; mas por intermédio da nova ordem, a Nova Aliança, por meio obra do Espírito Santo, a água iria jorrar para a vida eterna (Jo 4.14). Com o Espírito, nosso Senhor faz o uso analógico do vento, do grego pneuma (espírito, vento). Ninguém pode vê-lo nascer, nem para onde vai, mas pode senti-lo. Semelhantemente, a vida com Cristo se inicia pela regeneração (gennao - ser nascido) como obra do Espírito Santo que transforma pessoas pela fé em Cristo. Esse processo é um milagre do alto, um mistério da fé. III - 0 NOVO TESTAMENTO E A CAMINHADA DE FÉ DO CRISTÃO 1 . 0 Novo Testamento. O conceito de Novo Testamento como Escritura é um processo gradual na vida da Igreja. No início, ele não era visto pela Igreja como um livro, mas como uma unidade que fazia a diferença entre a Antiga Aliança (a Lei) e a Nova Aliança (o Evangelho) com o cumprimento pleno em Cristo (Gl 4.4). Esse entendimento deriva das raízes bíblicas (2 Co 3.6). Nesse contexto, a palavra “aliança” ganha relevância. Traduzida pela Septuaginta, da palavra grega áiathéke, de acordo com Jeremias 31.31, ela tem o sentido de ordenação, dispensação e economia da salvação. Do latim, o termo testamentum traz essa mesma força descritiva do termo diathéke. Assim, do ponto de vista canônico, o Antigo e o Novo Testamentos formam as Escrituras Sagradas do cristão. 2. O tem a principal do Novo T es tam ento . O tem a cen tra l do Novo Testamento é a pessoa de Jesus Cristo. Há diversos personagens apresentados nesse documento sagrado, mas todos ganham relevância apenas quando estão relacionados à sombra de nosso Senhor. Tudo se volta para a pessoa de Cristo, posto que seu m inistério tem uma ênfase salvífica cujo interesse maior é o de reconciliar o mundo com Deus (Mt 1.21,23; Jo 1.14; íTm 2.5). 3. A importância do Novo Testamen to na caminhada do cristão. O Antigo Testamento tem grande importância para o povo de Deus. O Senhor Jesus o dividiu, evidenciando três categorias que apontavam para sua pessoa: Lei, Profetas e Escritos (Lc 24.44). Contudo, o cristão deve começar sua jornada de fé pelo Novo Testamento. Este documento sagrado reflete o desenvolvimento da revelação divina, envolvendo a vida e o ministério de nosso Senhor Jesus Cristo, no qual se desdobra todo o plano arquitetado por Deus a respeito da nossa salvação. No Antigo Testamento temos a promessa; no Novo, o seu cumprimento (Hb 1.1,2). Nesse testamento, temos a consumação do plano do Pai em Jesus para que o ser humano fosse reconciliado com Ele e iniciasse uma nova jornada de fé (2 Co 5.19). CONCLUSÃO A jornada com Cristo tem início com o Novo Nascimento. Ela se estende por meio de uma longa peregrinação espiri tual até o relacionamento perfeito com Jesus (Mt 16.24). Nessa peregrinação, os que começaram a nova vida com Cristo podem contar com a presença do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Assim , seremos guiados pelas palavras do Novo Testamento que tratam da vida, morte e ressureição do Senhor Jesus, em quem a nossa fé está fundamentada. 6 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO ABRIL ■ MAIO ■ JUNHO 2024 REVISANDO O CONTEÚDO 1. O que é a nova vida com Cristo? 2. Quais os três companheiros da cam inhada cristã? 3. Explique o termo “ homem” , de acordo com a lição. 4. O que a expressão “ de novo” significa e, ao mesmo tempo, demonstra? 5. Por que o cristão deve começar sua jornada de fé pelo Novo Testamento? VOCABULÁRIO Monoteísta: adepto do monoteísmo; doutrina que ensina a existência de uma única divindade Analógico: relativo à analogia; relação de semelhança entre coisas ou fatos. Septuaginta: Antiga tradução em grego do Antigo Testamento hebraico. LEITURAS PARA APROFUNDAR O B Râ CSMP1STA IHCÜJINDO A PC RS6HS O Peregrino Ura dos maiores clássicos da literatura cristã. Escrita no século XVII, esta obra fala sobre a caminhada de Cristão, um homem que deixou a Cidade da Destruição rumo à Cidade Celestial. The CH O SEN O S E S C O L H I D O S E U T E C H A M E I P E L O N O M E JERRY B. JENKINS TheChosen Baseado na aclamada série de vídeos The Chosen, a história mais incrível já contada sobre a vida de Jesus ganha uma nova narrativa do autor best-seller do New York Times Jerry B. Jenkins. ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 7 LIÇÃO 2 14 de Abril de 2024 A ESCOLHA ENTRE A PORTA ESTREITA E A PORTA LARGA TEXTO ÁUREO “Porfiai por entrar pela porta estreita, porque eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão.” (Lc 13.24) V__________________________________ VERDADE PRÁTICA A porta estreita não é uma opção, mas a única alternativa disponível para 0 crente entrar no Céu. LEITURA DIÁRIA Segunda - Pv 15.24 A ideia da “ porta estreita” presente no AT Terça - Mt 5.39,48 Princípios celestiais da “ porta estreita” Quarta - Mt 16.24; Rm 6.6; Gl 5.24 Renúncia e a glória progressiva da “ porta estreita” Quinta - 1 Co 6.9,10; Gl 5 19 -2 1 A recompensa de quem entra pela “ porta larga” Sexta - Is 1.15,16; 55-75 Jr 7-3-7 A “ porta estreita” é um chamado ao arrependimento Sábado - Pv 28.13; 1 Jo 1.7 A “ porta estreita” é um caminho de confissão e de perdão 8 LIÇÕES BÍBLICAS ■ ALUNO ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Mateus 7.13,14; 3.1-10. Mateus 7 13 - Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, 0 caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; 14 - £ porque estreita é a porta, e aper tado, 0 caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem. Mateus 3 1 - E, naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judeia 2 - e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado 0 Reino dos céus. 3 - Porque este é 0 anunciado pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto:Preparai 0 caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. 4 - £ este João tinha a sua veste de pelos de camelo e um cinto de couro em torno de seus lombos e alimentava-se de ga fanhotos e de mel silvestre. 5 - Então, ia ter com ele Jerusalém, e toda a Judeia, e toda a província adjacente ao Jordão; 6 - e eram por ele batizados no rio Jor dão, confessando os seus pecados. 7 - E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? 8 - Produzi, pois, frutos dignos de ar rependimento 9 - e não presumais de vós mesmos, di zendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que mesmo destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão. 10 - E também, agora, está posto 0 ma chado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO Nesta lição, estudaremos 0 símbolo da porta estreita e da larga, do caminho apertado e do espaçoso. Nosso propósito é pontuar algumas razões que nos mos tram porque devemos escolher a porta estreita e, do ponto de vista bíblico, como entrar pelo caminho apertado. Nesse sentido, veremos que 0 início da nossa jornada deve levar em conta 0 caminho que nos conduz ao Céu. I - PORTAS E CAMINHOS 1. A porta estreita. A ideia de uma “ porta estreita” como caminho para a vida está presente tanto na literatura judaica quanto na cristã. Por exemplo, essa concepção é encontrada no Antigo Testamento (Pv 15.24). Sabemos que a porta é uma entrada existente em um edifício ou 0 muro de uma cidade, algo muito comum nos tempos antigos, em que a cidade era toda murada e, ao re dor de todo 0 edifício, havia uma porta estreita. Era por meio dessa porta que todos entravam e saíam da cidade. 2.0 caminho apertado. Quando fa lamos de caminho apertado, apontamos para a conduta, a maneira de viver que evidencia salvação ou perdição. Nesse sentido, a linguagem figurada do “ ca minho apertado” , conforme Mateus 7, aponta para os que desejam a vida eterna. Não por acaso, a palavra “aper- ABRIL • MAIO • JUNHO 2 0 2 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 9 tado” vem do verbo grego thlíbõ que significa “prensar como uvas, espremer, pressionar com firmeza, caminho com primido, contraído; metaforicamente, aborrecer, afligir, angustiar” . Assim, o caminho apertado é o que nos leva a praticar os ensinamentos de Jesus de modo bem concreto: amar os inimigos, não praticar a hipocrisia, acumular tesouros no céu dentre outros prin cípios celestiais ensinados no Sermão do Monte (Mt 5.39,48). 3. Porta larga e caminho espaçoso. A porta larga e 0 caminho espaçoso simbolizam uma vida sem compromisso com Cristo, segundo 0 padrão do Mundo. Essa porta recebe muitas pessoas que expressam crenças e valores segundo a sua vã maneira de viver. Um caminho que tem seduzido muitos por meio da busca irrefreada do prazer e das idéias que negam a Bíblia como nossa única regra de fé e conduta. Tratam-se, pois, de uma porta e de um caminho em que entram pessoas que vivem segundo suas próprias idéias (Jz 21.25) e que não desejam ajustar-se aos ensinos das Escrituras Sagradas (Jo 7.38). II - POR QUE ENTRAR PELA PORTA ESTREITA É DIFÍCIL 1. Uma porta aberta, porém, difícil. A porta para a entrada na pátria ce lestial está aberta. Porém, há muitos impedimentos para que a alma humana a atravesse: 0 egoísmo, 0 ego inflado, a idolatria, dentre outros. Contudo, nosso Senhor ensinou que para tomar o caminho do céu é preciso negar a si mesmo, deixar morrer 0 que somos para viver a vida com Ele a fim de que resulte uma glória progressiva e indizível (Mt 16.24; Rm 6.6; G1 5.24). 2. As oportunidades da porta larga são atraentes. Para muitos, 0 caminho AMPLIANDO O CONHECIMENTO “ PORTAS DA CIDADE No mundo antigo, as portas desempenhavam um papel crítico nas defesas de uma cidade. As portas geralmente eram 0 ponto mais fraco nos muros de uma cidade e, portanto, muitas vezes 0 ponto de ataque dos exércitos sitiantes. Para uma cidade ser forte, não bastavam muros maciços; tinha de ter portas fortes. As portas da cidade também eram 0 local dos tribunais judiciais, bem como o local onde os impostos eram recolhidos. Jeremias 38.7 indica que 0 rei realizou a corte em uma das portas de Jerusalém. Quando os profetas do AT atacam a injustiça, eles frequentemente se referem às portas da cidade como lugar de justiça (Am 5.15).” Amplie mais 0 seu conhe cimento, lendo 0 Dicionário Bíblico Baker, editado pela CPAD, p.400. 10 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 f l da porta estreita não é atraente, pois a porta larga oferece uma jornada de prazeres, deleites e libertinagem. En tretanto, os que andam nesse caminho são dominados pelas ilusões da vida, enredando-se numa sedutora fantasia. É um caminho de apego prazeroso ao mundo e de desprezo a Deus (1 Jo 2.15,16). Tragicamente, todos os que amam 0 mundo não terão direito a entrar nos céus (l Co 6.9,10; G1 5.19-21). Por isso, 0 cristão comprometido com 0 Evangelho de Cristo sabe que “0 mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (1 Jo 2.17). 3. As razões das exigências. Dife rentemente da porta larga e do caminho espaçoso, a porta estreita e 0 caminho apertado requerem uma transformação interior, uma decisão pessoal e uma disposição em seguir na contramão da maioria. Só começa a trilhar pelo cami nho da porta estreita quem se reconhece em Cristo como um pecador (2 Co 12.9) e com disposição de viver uma vida dirigida por Ele como um novo começo (2 Co 5.17). A partir dessa jornada, o Evangelho nos faz caminhar em santidade, seguir os passos de Cristo e andar como Ele andou (1 Jo 2.6). Então, estaremos prontos para criar raízes e enfrentar os obstáculos de nossa jornada cristã (Lc 8.13,14). III - ENTRANDO PELA PORTA E PELO CAMINHO DO CÉU 1. Arrependimento de pecados. Por meio das palavras do arauto divino, João Batista (Mt 3.1-10), a mensagem pregada por ele para entrar no Reino de Deus é 0 Arrependimento. João é uma voz que ecoa entre a Antiga e a Nova Alianças, confirmando as palavras dos profetas do Antigo Testamento, pois sua mensagem de arrependimen- D iferentem ente da porta larga e do cam inho espaçoso , a porta estre ita e o cam inho apertado requerem um a tran sform ação in terior, um a decisão p essoal to era a mesma pregada por Isaías e Jeremias (Is 1.16,15; 55-7; Jr 73- 7)- Por essa razão, é importante ponderar que 0 arrependimento bíblico não é uma questão meramente emocional, mas uma disposição para mudar de ideia e um exercício que envolve 0 aspecto mental e moral do pecador. Por meio da pregação e da aceitação do Evangelho, mediante a ação regeneradora do Espírito Santo, 0 pecador renuncia ao pecado, reorienta a vida e firma uma resolução de deixar 0 caminho espaçoso para tomar 0 caminho que conduz para a vida eterna. 2. Confissão de pecados. O m inis tério de João Batista foi impactante, de modo que iam ter com ele toda Judeia e a província do Jordão (Mt 3.5). Os que iam até João confessavam os seus pecados para serem batizados. Ora, a Bíblia diz que todos pecaram e separados estão da glória de Deus (Rm 3.23). Sem que 0 homem reconheça que é pecador, jamais compreenderá que precisa de um Salvador. Nesse aspecto, a confissão pessoal dos pecados é uma perspectiva nova que aparece com 0 ministério de ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 11 v v Assim, quando o homem reconhece em confissão que é um pecador, ele recebe o perdão de seus pecados.” João Batista. Em Israel, a confissão era nacional e se dava em dia especial como no Dia da Expiação (Nm 5.7). Por meio do modelo de vida de João Batista, a confissão de pecados passou a fazer parte da tradição cristã. Desse modo, a pessoa confessa os seus pecados (SI 32.5) e afirma que crê em Deus Poderoso e Salvador (Rm 10.9,10). Assim, quando0 homem reconhece em confissão que é um pecador, ele recebe 0 perdão de seus pecados (Pv 28.13; 1 Jo 1.7). 3. Produzindo frutos de arrepen dimento. Para João Batista, 0 batismo e a confissão somente não seriam as provas verdadeiras da mudança de vida. Era preciso apresentar frutos na vida como a marca de um arrependimento sincero. Em Lucas, podemos contem plar frutos concretos que João Batista esperava de quem se arrependesse: honestidade, misericórdia, respeito às autoridades, dentre outros (Lc 3.11-14). Isso era a prova de que a natureza da pessoa havia sido verdadeiram ente transform ada. Portanto, uma pes soa que teve um encontro verdadeiro com Jesus produzirá frutos dignos de arrependimento, uma nova forma de pensar e agir, um novo estilo de vida (Mt 3.2; 21.29; Mc 1.15). CONCLUSÃO No momento que inicia sua jor nada com Cristo, 0 cristão deve ter a consciência de que escolheu o caminho estreito e a porta apertada para trilhar o caminho do céu. Isso significa que precisamos renunciar ao eu, nossos pensamentos e desejos, para que Cristo apareça (2 Co 5.17). Isso só é possível por meio de um verdadeiro arrependimento, confissão de pecados e a experiência do perdão. REVISANDO O CONTEÚDO 1. O que significa dizer “ caminho apertado”? 2. O que a “ porta larga” e 0 “ caminho espaçoso” simbolizam? 3. O que 0 Senhor Jesus ensinou a respeito de fazer 0 caminho da “ por ta estreita”? 4. O que a “ porta estreita” requer da pessoa? 5. Que tipo de disposição deve haver no arrependimento bíblico? 12 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO ABRIL • MAIO • JUNHO 2 0 2 4 ^ r TEXTO ÁUREO “Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo.” (Fp 3.20) V______________ • VERDADE PRÁTICA O crente deve viver a vida cristã com a mente voltada para 0 céu como sua legítima esperança. LEITURA DIÁRIA Segunda - Gn 1.1; Mt 3.2; Ap 21.10 A maravilhosa realidade bíblica do Céu Terça - 1 Ts 4.17; cf. Ef 1.3,20; 2.6 Estaremos para sempre com o Senhor no Céu Quarta - 1 Co 9.24; 2 Tm 4.8 Há um prêmio a ser alcançado: 0 Céu Quinta - Hb 12.23; G14.26; Fp 3.20 Céu: morada de Deus e pátria dos santos Sexta - Jo 14.3 A promessa de que estaremos com Cristo no Céu Sábado - 1 Co 15.26,54; Is 61.3; 65.19 Uma nova realidade experimentada no Céu ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 1 3 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Filipenses 3 .13 ,14 ,20 ,2 1; Apocalipse 2 1 .1 -4 Filipenses 3 13 - Irmãos, quanto a mim, não julgo que 0 haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim, 14 - prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. 20 - Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos 0 Salvador, 0 Senhor Jesus Cristo, 21 - que transformará 0 nosso corpo abatido, para ser conforme 0 seu corpo glorioso, segundo 0 seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas. Apocalipse 21 1 - E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já 0 primeiro céu e a primeira terra passaram, e 0 mar já não existe. 2 - E eu, João, vi a Santa Cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para 0 seu marido. 3 - E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui 0 tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e 0 mesmo Deus estará com eles e será 0 seu Deus. 4 - E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO Ao homem natural é im possível discernir as coisas espirituais, visto que elas só podem ser discernidas espiritualmente (l Co 2.14). Por isso, a sabedoria humana apresenta diversas concepções enganosas a respeito do céu, a ponto de negar a sua existên cia. Contudo, ao cristão é garantido a gloriosa promessa de desfrutar do céu como sua morada na vida eterna com Deus (Jo 11.25,26; 14.2,3; At 1.11). Em vista disso, 0 nosso propósito é 0 de mostrar 0 céu como destino glorioso de todo cristão peregrino. I - CÉU: O ALVO DE TODO CRISTÃO l . D efinindo céu. A palavra h e braica shamayim, que significa céu, céus (Gn 1.1), aparece 419 vezes no Antigo Testam ento. O termo grego ouranós, céu (Mt 3.2; Ap 21.10), aparece 280 vezes no Novo Testamento com dois sentidos: 1) como firmamento, universo, atmosfera; 2) céus siderais e estrelados, região acima dos céus siderais, sede da ordem das coisas eternas e perfeitas onde Deus e cria turas celestes habitam. Nas traduções da Bíblia em língua portuguesa, a palavra shamayim foi traduzida por “ altura” ; e ouranós, como “algo elevado” . Ambas as palavras são usadas para se referir a três locais dis tintos: 1) céu atmosférico (Dt 11.11,17); 2) universo ou firmamento dos céus (Gn 1.14; 15.5; Hb 1.10); 3) morada de Deus (Is 63.15; Mt 7-11,21; Ap 3.12). Dos três locais aplicados à palavra céu, 0 mais 1 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 v v N esse sentido, o poder que está em sua vida vem do céu e o habilita a vencer a cada d ia .” importante para o ctistão é o terceiro, a morada de Deus. 2.0 céu conforme o ensino de Paulo. O apóstolo Paulo foi arrebatado até o terceiro céu. Não por acaso, esse céu está enfatizado nas cartas do apóstolo como lugar celestial, o lar dos salvos em Cristo Jesus, onde temos um destino assegurado: o de estar para sempre com o Senhor (t Ts 4.17; cf. Ef 1.3,20; 2.6). Por isso, vivendo em Cristo, 0 crente desenvolve um relacionamento na esfera do reino, de modo que, ainda que não tenha ido para o céu, toda a sua vocação é celestial no presente momento de sua vida. Dessa forma, 0 poder que está em sua vida vem do céu e 0 habilita a vencer a cada dia. 3. 0 alvo do cristão. Depois de salvo, não pertencemos mais a este mundo. Por isso, Paulo ensina que prossegue para 0 alvo, isto é, a linha de chegada que 0 atleta alcança 0 prêmio (1 Co 9.24; 2 Tm 4.8). Assim, 0 apóstolo persegue 0 prêmio com determinação, liberdade, empenho e com os olhos fixos no Autor da Salvação (Hb 12.2). Igualmente, 0 cristão passa a ter 0 céu como alvo por causa da soberana vocação, que vem de cima, isto é, de Deus por meio de Jesus Cristo. O seu alvo revela o resultado de uma nova vida e, por isso, 0 crente se volta para as coisas do céu (Cl 3.2). A expressão a “ nossa pátria está nos céus” sintetiza bem essa nova realidade (Fp 3.20). Ao mencionar essa expres são, 0 apóstolo mostra que temos uma cidadania celestial (Ef 2.19). Para viver a plenitude dessa cidadania, 0 cristão peregrina para algo perfeito, absoluto, em que finalmente terá o corpo abatido transformado conforme 0 corpo glorioso de Jesus Cristo (1 Co 15.44; 1J0 3.2). II - A DESCRIÇÃO DO CÉU SEGUNDO O LIVRO DO APOCALIPSE 1. O novo céu e a nova terra. Depois da abertura dos sete selos, conforme Apocalipse 6, em que predominaram a desordem, a tribulação e 0 juízo, o quadro revelado na sequência é 0 de um novo estado eterno. O apóstolo João diz que 0 primeiro céu e a primeira terra passaram, o mar não existe mais; esse céu (também ouranós) é 0 espaço astro nômico, não se trata da habitação eterna de Deus. Então, o apóstolo contempla um novo céu e uma nova terra (Ap 21.1). O adjetivo grego kainós (novo), que aparece no texto, traz a ideia de novo com respeito à forma; fresco, recente, não usado. Nesse sentido, 0 novo céu é um lugar sem precedente, incomum e desconhecido. Isaías profetizou a criação de novos céus e nova terra (Is 65.17); o apóstolo Pedro confirmou essa espe rança (2 Pe 3.13). Esse lugar é 0 destino do cristão, um novo lar completamente redimido, sem qualquer semelhança com 0 mundo antigo, pois “eis que faço novas todas as coisas” (Ap 21.5). 2. A linda cidade como nossa nova morada. No versículo 2 (Ap 21), o após tolo João faz menção à descida da Cidade Santa e somente a partirdo versículo 9 que ele começa a descrever a beleza dessa cidade. Por meio de passagens ABRIL • MAIO • JUNHO 202Z, LIÇÕES BÍBLICAS ■ ALUNO 1 5 do Novo Testamento, a Nova Jerusalém pode ser descrita como a morada de Deus, a pátria dos salvos, lugar em que os santos habitarão (Hb 12.23; Gl 4.26; Fp 3.20). Assim, cremos e afirmamos que essa linda cidade será um lugar em que Deus e 0 Cordeiro são 0 seu templo; a glória de Deus a iluminará, e o Cordeiro será a sua lâmpada (Ap 21.22,23). Na Nova Jerusalém não haverá dor, tristeza ou sofrimento (Ap 21.4). Além disso, depois da ressureição (Ap 20.4), e quando todas as coisas forem consumadas, essa Jerusalém Celestial descerá do céu e ficará para sempre na nova terra. O apóstolo João descreve a Nova Jerusalém Celestial como 0 lugar de redimidos que habitam a gloriosa Cidade. Portanto, para nós, a visão descrita em Apocalipse 21 refere-se ao Céu como a eternidade, a Nova Jersusalém como a Nova Cidade, 0 nosso novo lar criado sem pecado, onde a bem-aventurança eterna será desfrutada pelos santos para todo o sempre. III - CÉU: O FIM DA JORNADA CRISTÃ 1. Estarem os onde Deus está. Em Apocalipse 21, há uma concretização da jornada cristã em que 0 crente estará onde Deus habita, conforme 0 nosso Senhor disse que viria e nos levaria para estarmos com 0 Pai (Jo 14.3). Nesse lugar, habitaremos com Deus em seu tabernáculo, pois nós seremos 0 seu povo e Ele 0 nosso Deus (Ap 21.3). Tudo isso se tornará realidade no futuro, remos no céu é a de que Deus enxugará de nossos olhos todas as lágrim as. Essas lágrimas simbolizam a tristeza, 0 sofrimento, as tragédias humanas e outros diversos males que não terão lugar nessa nova realidade de vida, pois todas as primeiras coisas são passadas (1 Co 15.26,54: Is 61.3; 65.19). Tudo isso será possível porque haverá também uma transformação no mundo físico, de modo que ele será inteiramente transformado e liberto da corrupção, como Paulo esclareceu a respeito da redenção do mundo ma terial (Rm 8.21). 3. O Céu como repouso eterno. A expressão “ repouso” nada tem a ver com tédio, pois no Céu haverá cons tante atividades: adoração (Ap 19.1-8); serviço (Ap 22.3); ilimitada aprendi zagem (l Co 13.12). Trata-se de uma dimensão completamente distinta do que conhecemos atualmente. Por isso, quando afirmamos que 0 Céu será um lugar de repouso ou de descanso é pelo fato de que 0 crente descansará de suas fatigas, cansaço e exaustão presentes hoje (Ap 14.13); estaremos plenamente satisfeitos em comunhão uns com os outros e com 0 nosso Senhor (Mt 8.11; Ap 19.9). Esse lugar de repouso é 0 fim de nossa jornada cristã, é a experi mentação da morada dos redimidos. Portanto, toda nossa vida cristã atual deve ser vivida com a mente voltada para a realidade eterna do Céu como verdadeira esperança (Cl 3-2). CONCLUSÃO Para se viver a esperança celestial é quando nossa união com Deus se dara sem impedimento, cumprindo toda a expectativa tanto do Antigo quanto do Novo Testamentos (Lv 26.11-12; Ez 43.7; 2C0 6.16; Ap 7.15). 2. As lágrim as cessarão. Uma das mais gloriosas bênçãos que desfruta- preciso nascer de novo, viver em Cristo e transformar a mente. É preciso ter uma nova natureza (Jo 3.12). Sem isso, é impossível crer nas coisas espirituais, pois estas só podem ser discernidas 1 6 LIÇÕES BÍBLICAS - ALUNO ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 espiritualmente (1 Co 2.14). Portanto, Cristo, conforme as regras d ivinas prossigamos a nossa jornada para 0 estabelecidas na Palavra de Deus (1 Co Céu de glória, o alvo de todo salvo em 9.24; 2 Tm 4.8). REVISANDO O CONTEÚDO 1. Dos três locais aplicados à palavra Céu, qual 0 mais importante para o cristão de acordo com a lição? 2. O que 0 apóstolo mostra com a expressão a “ nossa pátria está nos céus”? 3. Segundo a lição, como o apóstolo João descreve a nova Jerusalém? 4. Cite uma das m ais gloriosas bênçãos que desfrutaremos no Céu. 5. De acordo com a lição, como a nossa vida cristã atual deve ser vivida? LEITURAS PARA APROFUNDAR ROBERTJ. MORGAN ■ OS 5 0 g ACONTECIMENTOS 1 FINAIS N A l HISTÓRIA DA HUMANIDADE Os 50 Acontecimentos Finais na História da Humanidade Apocalipse são as palavras finais da Bíblia sobre os últimos dias do mundo. A chave é entender sua sequência simples dos cinquenta eventos finais da história mundial. Estudos sobre o Apocalipse Em busca de respostas às questões escritas no livro de Apocalipse, nesta obra você encontrará uma solene advertência a todos os cristãos que se preocupam em preparar-se para o breve retorno de Cristo. ABRIL • MAIO • JUNHO 2 0 2 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 1 7 COMO SE CONDUZIR NA CAMINHADA TEXTO ÁUREO “Andai com sabedoria para com os que estão de fora, remindo o tempo." (Cl 4 -5) ^____________________________ ( VERDADE PRÁTICA A jornada para Céu deve ser feita com prudência e sabedoria num contexto de oposição a nossa maneira de viver. ___________ J LEITURA DIÁRIA Segunda - Jo 13.15 Quinta - Pv 9.9,10 0 Senhor Jesus como nosso modelo A necessidade da prudência na de vida caminhada Terça - Jo 4 34 ; 6.38; 17-4 Sexta - Ef 2.2,3 Fazendo a vontade do Pai na Não podemos trilhar 0 caminho caminhada dos néscios na jornada Quarta - 1 Co 9.24-27 Sábado - Cl 4.5 A jornada espiritual semelhante à Remindo 0 tempo ao longo da de um atleta caminhada L __________________________________ ____________________________ J 18 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO ABRIL • MAIO • JUNHO 2 0 2 4 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Efésios 5 .15 - 17 15 - Portanto, vede prudentemente como 17 - Pelo que não sejais insensatos, mas andais, não como néscios, mas como sábios, entendei qual seja a vontade do Senhor. 16 - remindo 0 tempo, porquanto os dias são maus. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO Na jornada da vida cristã 0 Pai Ce lestial estabelece 0 padrão de conduta para a vida eterna. Ele sinaliza como devemos agir ao longo desse caminho para 0 Céu. Por isso, como evidência do seu amor e cuidado, preparando tudo para que trilhemos bem o caminho da verdade, 0 Pai nos corrige em nossa jornada cristã. Por isso, nesta lição, estudaremos a respeito de como de vemos nos conduzir pelo caminho que nos leva ao Céu. I - O PADRÃO DE CONDUTA NA CAMINHADA CRISTÃ 1. Jesus como nosso padrão de con duta. Antes de analisarm os 0 texto bíblico de Efésios 5, cabe-nos refletir a respeito de um padrão geral de con duta para fazer a vontade do Pai nesta caminhada cristã. Há um padrão que 0 Senhor Jesus espera de seus discípulos para fazer a vontade de Deus nesta vida? A palavra “padrão” expressa uma norma determinada por consenso, ou por uma autoridade oficial, que se torna base de comparação consagrada como modelo a ser seguido. O Senhor Jesus ensinou 0 seguinte: "Porque eu vos dei exem plo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” (Jo 13.15). Ora, esse texto expressa que Ele é 0 nosso modelo de conduta, 0 nosso padrão de vida. Sim, há um padrão de conduta que tem como base 0 nosso Senhor e quem deseja fazer a vontade de Deus neste mundo deve olhar para Jesus, 0 autor e consumador da nossa fé (Hb 12.2). 2. Fazendo a vontade de Deus. Como Filho de Deus, Jesus procurou agradar ao Pai na jornada desta vida, fazendo sempre a sua vontade (Jo 4.34; 6.38; 17.4). Não por acaso, nosso Senhor nos incentivou a buscar a vontade do Pai na oração que Ele ensinou aos discípulos, o “ Pai Nosso” (Mt 6.10; cf. Mt 26.39,42). Aos olhos humanos, parece muito difícil andar no padrão divino de Cristo. Entretanto, isso é possível quando buscamos 0 auxílio do alto, conforme oração ensinada por Ele (Mt 6.9-13). Logo, 0 cristão que deseja ir para 0 céu procura fazer a vontade de Deus, deixando de lado 0 caminho do egoísmo, do orgulho e da vaidade; procurando se aproximar e praticar a “ Lei de Ouro” ensinada pelo nosso Senhor: “ tudo 0 que vós quereis que os homens vos façam fazei-lho também vós” (Mt 7.12; cf. Rm 13.8,10). 3. Uma vida cristã bem-sucedida.A respeito da vida cristã, o apóstolo Paulo disse que estamos numa “competição espiritual” e, por isso, devemos procurar ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 1 9 VI [...] O cristão que deseja ir para o Céu procura fazer a vontade de Deus, deixando de lado o cam inho do egoísm o, do orgulho e da vaidade.” o caminho certo para nos acharmos qualificados (1 Co 9.24-27). Dessa forma, 0 cristão possui um padrão que 0 levará a uma vida espiritual bem-sucedida. Sabemos que pessoas bem-sucedidas procuram espelhar-se em outras pes soas ilustres, equilibradas e resilientes (cf. 1 Co 11.1). Ora, em Cristo Jesus temos esse padrão e modelo. Ele foi resiliente, equilibrado e ilustre até a morte, de modo que 0 apóstolo Paulo escreveu sobre o nosso Senhor, exortando que 0 imitássemos: “De sorte que haja em vós 0 mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Fp 2.5; cf. Mt 11.29). II - FAZENDO A CAMINHADA COM PRUDÊNCIA E SABEDORIA 1 .0 que é prudência? Podemos dividir 0 capítulo 5 de Efésios em três partes: 1) a caminhada do cristão em amor (Ef 5.1-14); 2) uma caminhada sábia (Ef 5.15-17); 3) uma trajetória cheia do Espírito Santo (Ef 5.18-33). Aqui, nos deteremos na segunda parte. Em Efésios 5, o apóstolo Paulo ensina a respeito da caminhada do cristão neste mundo. Neste capítulo, a palavra “ prudência” se destaca. De acordo com 0 Antigo Testamento, a palavra “ prudência” tem conotação de compreensão, discernimento (Pv 9.9). Em provérbios 9.10, quando se diz que 0 justo “ crescerá em prudência” , o termo traz a ideia de ensino, instrução e capacidade para ensinar. No Novo Testamento, a palavra remete a algo que Deus derramou sobre nós, ou seja, “ toda a prudência” , entendimento, co nhecimento e amor à vontade de Deus (Ef 1.8). Então, podemos conceituar prudência como virtude que nos permite agir com cuidado e moderação diante de situações desafiadoras; é uma razão prática que nos permite discernir entre as escolhas mais adequadas para fazer 0 bem (Pv 16.16; cf. Tg 5.17). 2. Não andeis como néscios! Após tolo Paulo diz que não devemos andar como néscios (Ef 5.15), cujo adjetivo asophos, traz a ideia de alguém in sensato, tolo, ignorante e embotado (Lc 24.25); mas como “ sábios”, ou seja, diligente, cuidadoso e sábio, cheio do Espírito Santo para fazer a vontade do Senhor. Ser néscio reflete uma vida de ignorância espiritual, ausência de sabedoria e desprovida de luz divina; significa estar imerso numa jornada de pecado (Ef 2.2,3). Por isso, 0 apelo do apóstolo Paulo para 0 crente é: “ vede prudentemente como andais”. Em outras palavras: seja prudente. O apóstolo deixa claro que os que vivem na carnalidade jamais agradarão a Deus (Rm 8.8). 3. Andeis como sábios! O adjetivo que Paulo usa para qualificar quem caminha para 0 céu é “ sábio” , do grego sophós, uma pessoa hábil, perita. Esse adjetivo descreve em essência a vida do cristão dirigida pelo Espírito Santo. Ora, os que andam no Espírito, caminham na luz, na santidade e tem sabedoria (Ef 1.8; Cl 4.5). Por meio da luz divina, que habita 0 crente, seu andar é com discernimento, a sabedoria realmente 0 20 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 faz distinguir entre o que deve ou não fazer. Há um compromisso de jamais voltar a conduta antiga do mundo. Con tudo, é relevante compreender que essa sabedoria não é humana, não surge de cursos acadêmicos; ela é espiritual, vem de cima. Por meio dessa sabedoria, andamos em santidade (Hb 12.14) e nos tornamos semelhantes a Jesus (1 Jo 3.2; Gl 3.26). III - VENCENDO OS DIAS MAUS 1. Remindo o tempo. O versículo 16 de Efésios 5 apresenta 0 verbo remir como tradução do grego exagorázõ. Ele possui dois sentidos: 1) redimir, resgatar do poder de outro pelo paga mento de um preço; 2) comprar para uso próprio. Então, podemos dizer que remir é uma expressão usada para se referir à sabedoria dos compradores que esperavam 0 momento certo para comprar de acordo com 0 melhor preço oferecido pelo mercado. Com a expressão “ remindo 0 tempo”, 0 apóstolo Paulo se refere ao cristão que se conduz de maneira proveitosa e sábia no contexto deste mundo (Ef 5.16; cf. Cl 4.5). 2. Remindo 0 tempo e a Volta do Senhor. Quando se falava a respeito de remir 0 tempo entre os cristãos primiti vos, estes tinham em mente a iminência da segunda vinda do Senhor Jesus, ou seja, esse esperado acontecimento poderia acontecer a qualquer momento (l Co 15.51)- Por isso, os cristãos eram incentivados a procurar sabiamente aproveitar todas as oportunidades, em especial, no sentido de se prepararem espiritualmente para aquele dia. Assim, a perspectiva da iminente volta do nos so Senhor faz com que não percamos tempo com coisas banais; antes, nos exorta a viver de maneira sábia, santa e piedosa, pois 0 Senhor Jesus pode voltar a qualquer momento (1 Ts 4.15). vv A perspectiva da im inente vo lta do nosso Senhor faz com que não percam os tem po com coisas b an a is .” 3. Os dias são maus. Outra expres são que chama atenção é “ os dias são maus” (Ef 5.16). Ela revela que estamos inseridos numa sociedade dominada pelo pecado, que pode tomar o nosso tempo e nos levar a prática do mal. Não podemos nos conformar com essa possibilidade, não podemos ser insen satos a tal ponto, mas entender “qual seja a vontade de Deus” (Ef 5.17). Desse modo, a vontade de Deus tem a ver com, como cristãos, aproveitarmos o tempo para fortalecer nossa vida espiritual, praticar 0 bem para com os outros, ler a Bíblia, orar, se consagrar e congregar (Gl 6.10; Hb 10.25). CONCLUSÃO Em nossa caminhada para as man sões ce lestia is precisam os segu ir 0 padrão divino, isto é, as normas determinadas pelo Pai, que estão in seridas em sua Palavra (2 Tm 3.16). É preciso viver sábia e prudentemente, aproveitando bem as oportunidades de fazer 0 bem, e não deixarmo-nos dominar pelos dias maus, na certeza de que a Vinda do Senhor se aproxima e, isso, nos incentiva de maneira santa (Hb 12.14). ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 2 1 REVISANDO O CONTEÚDO 1. O que a palavra “ padrão” expressa? 2. Como o capítulo 5 da Carta aos Efésios pode ser dividido? 3. De acordo com a lição, conceitue as palavras “ prudência” e “ néscio” . 4. Explique a expressão “ rem ir” . 5. O que a expressão “ os dias são m aus” revela? W E A V E R Descanse em Deus Em Descanse em Deus, Joanna Weaver, autora best-seller de Como ter 0 Coração de Maria no Mundo de Marta, compartilha sua própria jornada e convida você a uma confiança mais profunda em Deus. Graça Diária Devocionais diários que irão falar ao seu coração. Nesta obra você encontrará excelentes reflexões para aplicação ávida diária, que utilizam exemplos para visualizar e entender melhor a graça de Deus. AN EX 2 2 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO ABRIL • MAIO • JUNHO 2 0 2 4 LIÇÃO 5 5 de Maio de 2024 OS INIMIGOS DO CRISTÃO TEXTO ÁUREO “Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito. Não sejamos cobiçosos de vanglorias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros.” (Gl 5.25,26) \ ___________________________ í VERDADE PRÁTICA Na jornada da fé há inimigos que tentam nos atrapalhar: 0 Diabo, a Carne e 0 Mundo; mas em Cristo somos mais que vencedores. LEITURA DIÁRIA Segunda - Mt 13.39; Lc 11.18 A realidade bíblica do Inimigo de nossas almas Terça - Mt 4.1-12 Como tentador, o Diabo atua para desestabilizar 0 crente Quarta - Gl 5.19; 6.8 A realidade bíblica da Carne como inimiga da jornada Quinta - 1 Jo 2.16 Concupiscência da carne, dos olhos e soberba da vida Sexta - Jo 12.31; 15.18 O mundo como sistema que procurar oprimir 0 crente Sábado - Tg 5.7 É preciso sujeitar-se a Deus e resistir 0 Diabo ABRIL • MAIO • JUNHO 2 0 2 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 2 3 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Rom anos 6 .1 1- 14 ; 1 João 2 .15 - 17 Romanos 6 11 - Assim também vós considerai-vos como mortos para 0pecado, mas v i vos para Deus, em Cristo Jesus, nosso Senhor. 12 - Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências; 13 - nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça. 14 - Porque 0 pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça. 1 João 2 15 - Não ameis 0 mundo, nem 0 que no mundo há. Se alguém ama 0 mundo, o amor do Pai não está nele. 16 - Porque tudo 0 que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. 17 - E 0 mundo passa, e a sua concupis cência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO Na jornada da vida cristã nos de paramos com perigos que ameaçam a trajetória do nosso caminho para o céu. Nela, encontraremos três ini migos que buscam nos atrapalhar: o Diabo, a carne e o mundo. O Diabo e mundo estão do lado externo de nossa trajetória; a carne, porém, está do lado de dentro: é a nossa natureza pecam inosa. Por isso, nesta lição, estudaremos esses três inimigos da Jornada da Vida Cristã. I - O PRIMEIRO INIMIGO DO CRISTÃO: O DIABO 1. O Diabo é real. A existência do Diabo como pessoa é descrita desde 0 primeiro livro da Bíblia. No Antigo Testamento, as ações de Satanás são descritas em Gênesis, 1 Crônicas, Jó, Salmos, Isaías, Ezequiel e Zacarias. O Novo Testamento mostra a atuação do Diabo por cerca de 25 vezes das 29 passagens dos Evangelhos em que Jesus o menciona. Em seu ministério, nosso Senhor atesta a realidade de Satanás (Mt 13.39; Lc 11.18). 2. A descrição de Satanás. As Escri turas Sagradas descrevem Satanás como um ser espiritual que pertencia a uma ordem angelical dos querubins, sendo 0 m ais exaltado deles (Ez 28.12,14). Em Judas 9, por ele pertencer a uma ordem elevada, está registrado que o Arcanjo Miguel contendeu com Satanás a respeito do corpo de Moisés, mas não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele. De fato, Satanás é 0 chefe dos anjos caídos. Ele possui poder, porém, suas ações estão limitadas, mas é visto como 0 deus deste século, o príncipe da potestade do ar (2 Co 4.4; Ef 2.2). Também podemos afirmar que Satanás 2 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO ABRIL • MAIO • JUNHO 2 0 2 4 é um ser que possui personalidade, ou seja, ele tem inteligência (2 Co 11.3), raiva (Ap 12.17), desejos (Lc 22.31) e vontade própria (Is 14.13,14; 2 Tm 2.26). Nosso Senhor considerava Satanás como uma pessoa e, por isso, usou pronomes pessoais para se referir a ele (Mt 4.1-12; cf. Jó 1.6-12; 2.1-4). 3. A identidade do Inim igo. Po demos conhecer 0 Inimigo por meio dos nomes que a Bíblia usa para des- crevê-lo: Serpente, refere-se a sua sagacidade e astúcia (Gn 3.1; Ap 12.9); Satanás, mencionado 52 vezes, adversário ou opositor (Zc 3.1; Mt 4.10; Ap 20.2); Diabo, aparece 35 vezes, acusador (Mt 4.1; Ef 4.27); Maligno, revela 0 seu caráter (1 Jo 5.18,19); Dragão Vermelho, revela sua ferocidade (Ap 12.3,7,9,10); Tentador, ação tentadora no campo da mentira e da imoralidade (At 5.3; 1 Co 7.5); Enganador (Ap 12.9; 20.2,3); Belzebu, chefe dos demônios (Lc 11.15); Belial, pessoa má, sem valor (Jz 19.22; 1 Sm 30.22; 2 Co 6.15). Esses nomes revelam uma natureza cruel, perversa e destruidora do nosso Inimigo. II - O SEGUNDO INIMIGO DO CRISTÃO: A CARNE 1. Conceito bíblico de carne. Há qua tro definições para a palavra “ carne” na Bíblia: 1) o tecido muscular do corpo humano e dos animais (Gn 2.21); 2) 0 corpo humano inteiro (Êx 4.7); 3) 0 ser humano segundo a sua fragilidade e mortalidade (SI 78.39); 4) a natureza humana pecam inosa (G1 5.19; 6.8). Dentre muitas perspectivas da palavra carne na Bíblia, a expressão “concupis- cência da carne” tem grande relevância (1 Jo 2.16). Quando 0 apóstolo João usa esse termo, ele se refere à satisfação carnal em todas as suas dimensões: glutonarias, sensualidade, bebedeira, relações sexuais ilícitas. A expressão revela que não há critério ou norma moral num contexto em que a busca AMPLIANDO O CONHECIMENTO “ Como é que Deus, como o Senhor so berano, permitiría a existência de tamanha oposição? [...] Na estratégia da redenção, a tolerância divina quanto à oposição satânica é só provisória; não faz parte do processo da redenção da humanidade. Pelo contrário: a vontade de Deus é que todos triunfemos sobre a oposição satânica. Deus não está secreta mente por trás das obras de Satanás, embora possa obrigar tais obras a concorrerem para a redenção do homem. Mas não há nada em comum entre Satanás e Deus.” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal, editado pela CPAD, pp.208-10. ABRIL • MAIO ■ JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 2 5 IV A carne o p õ e-se a Deus e aos seus propósitos, pois ela tenciona cam inhar de m odo independente do A ltíssim o; seu desejo e vontade estão fo ra dos p lanos d ivinos, ela faz com que o ser hum ano aja com o se fo sse o próprio D eus.” pelo prazer individual dita a tendência. É o egoísmo em grau elevado. 2. A Carne no Novo Testam ento. Na perspectiva do Novo Testamento, o termo grego sdrx, isto é, “ carne” , é uma referência direta à totalidade da natureza humana pecaminosa, à parte de Deus, degradada, sem a presença do Espírito Santo. Em suas cartas, o apóstolo Paulo evidencia o que uma natureza dominada pela carne pode produzir (G1 5.19-21; Cl 3-5,9). A carne opõe-se a Deus e aos seus propósitos, pois ela tenciona caminhar de modo independente do Altíssimo; seu desejo e vontade estão fora dos planos divinos, ela faz com que 0 ser humano aja como se fosse 0 próprio Deus. 3. A perspectiva doutrinária da pala vra carne. Doutrinariamente, a “carne” é a natureza humana depois da queda de Adão. Como vimos, a expressão “carne” pode ser usada para se referir ao corpo humano (1 Co 15.39), mas também à natureza pecaminosa (Rm 8 .6). Nesse sentido, embora uma mesma palavra possa trazer sentidos diferentes, não há razão de confundir-se entre “carne” como corpo e “carne” como natureza pecaminosa, pois 0 que é produzido pela natureza pecaminosa, logo, é reconhe cido; como por exemplo: a idolatria é uma obra da carne,ou seja, da natureza humana pecaminosa (G1 5.20). III - O TERCEIRO INIMIGO DO CRISTÃO: O MUNDO 1. Perspectivas bíblicas da palavra “ mundo” . Há cinco conotações bíblicas para a palavra mundo: 1) a terra (SI 24.1); 2) 0 conjunto das nações conhecidas (1 Rs 10.23); 3) a raça humana (SI 9.8; Jo 3.16); 4) 0 universo (Rm 1.20); 5) os que se opõem a Deus. Esses têm 0 Diabo como chefe e vivem na impiedade (Jo 12.31; 15.18). De modo geral, a Bíblia usa a palavra “ mundo” para descrever duas grandes realidades: a) 0 plane ta Terra em que habitamos (SI 19-4); b) as pessoas que vivem de maneira independentes de Deus. A passagem de 1 João 2.15, quando diz para “ não amarmos 0 mundo”, a ideia é a de uma sociedade separada de Cristo e que se manifesta contrariamente a Deus, pois está dominada pelos vícios mais infa mes, e cujas ações não condizem com a vontade de Deus. Na epístola, esses vícios são classificados em três níveis: concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e a soberba da vida. 2. Três níveis de vícios infames. As concupiscências da carne, dos olhos e a soberba da vida são níveis de vícios infames que todo cristão encontrará diante de sua jornada: a) A concupiscência da carne. A con cupiscência da carne tem a ver com 26 LIÇÕES BÍBLICAS ■ ALUNO ABRIL • MAIO • JUNHO 2 0 2 4 a natureza humana completamente dominada pelo pecado, corrompida, decaída, todo ato do corpo para fins maléficos e imorais. b) A concupiscência dos olhos. A concu- piscência dos olhos tem a ver com tudo o que envolve a mente e a imaginação. Ela cria odesejo pelas coisas pecami nosas oferecidas pela mídia, música, filmes, literatura, a arte para ceder aos desejos carnais. c) A soberba da vida. Esse nível de vício expressa a autoglorificação do homem no pecado, denotando seu egoísmo, vangloria e ateísmo. É o homem da atualidade desprezando o Criador em oposição deliberada. 3. Vencendo o mundo. Há um sis tema carnal que age sob 0 controle do Maligno, que busca nos remover do caminho que leva ao céu por meio de ideologias anticristãs, estilos de vidas que não glorificam a Deus e formas contrárias aos valores do Evangelho. Para vencer essas investidas é preciso ter uma vida cheia do Espírito (Ef 5.18). É preciso também viver plenamente em Cristo Jesus, fazendo a vontade de Deus (Mt 7.21). Sendo assim , precisam os nos sujeitar a Ele, resistir ao Diabo, pois temos a sublime promessa: “ ele fugirá de vós” (Tg 5.7). CONCLUSÃO O apóstolo Pedro nos adverte a respeito do plano do Inimigo em nos tragar (1 Pe 5.8) com 0 objetivo de destruir a obra realizada por Cristo em nossas vidas. Ele quer enfraquecer a nossa caminhada rumo aos céus. A ação diabólica é feita mediante aos ataques do Inimigo. Então, para não ceder aos seus ardis, precisamos viver constantemente sob a presença do Es pírito Santo, preparados e fortalecidos em Deus (G1 5.16; Ef 6.10). REVISANDO O CONTEÚDO 1. O que 0 Senhor Jesus atestou em seu ministério? 2. Cite ao menos três nomes em que podemos conhecer o Inimigo na Bíblia. 3. O que a expressão “ concupiscência da carne” revela? 4. Qual a perspectiva do Novo Testamento em relação a palavra grega sárx, ou seja, carne? 5. De acordo com a lição, quais são os três níveis de vícios infames? ABRIL ■ MAIO • JUNHO 2 0 2 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 2 7 "A r TEXTO ÁUREO VERDADE PRÁTICA “Porque as armas da nossa Diante da batalha milícia não são carnais, mas, espiritual, temos poderosas sim, poderosas em Deus, para armas espirituais a nossa destruição das fortalezas.” disposição: a Palavra de (2 Co 10.4) Deus, a Oração e o Jejum. J LEITURA DIÁRIA Segunda - Ef 6.1,2 As armas do crente são espirituais e devem ser usadas na jornada Terça - 1 Pe 5.8 0 Inimigo apresenta diversas estratégias contra nós Quarta - Mt 4 -4 ; 1 Pe 2.2 A Palavra de Deus, uma poderosa arma espiritual Quinta - SI 5517; Ef 6.18 A Oração, uma arma espiritual indispensável Sexta - Mt 4.1-4; At 13.2,3 O Jejum, um instrumento espiritual indispensável na caminhada Sábado - 2 Tm 3 16 ; Jo 17.9,20-22; At 1 4 2 3 Estudando a Palavra, orando e jejuando 28 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO ABRIL • MAIO • JUNHO 2 0 2 4 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Lucas 4 .1-4 ,16-20 Lucas 4 l - E Jesus, cheio do Espírito Santo, vol tou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto. 2 - E quarenta dias foi tentado pelo diabo, e, naqueles dias, não comeu coisa alguma, e, terminados eles, teve fome. 3 - E disse-lhe 0 diabo: Se tu és 0 Filho de Deus, dize a esta pedra que se trans forme em pão. 4 - E Jesus lhe respondeu, dizendo: Escrito está que nem só de pão viverá 0 homem, mas de toda palavra de Deus. 16 - E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, se gundo 0 seu costume, na sinagoga e levantou-se para ler. 17 - E fo i-lhe dado 0 livro do profeta Isaías; e, quando abriu 0 livro, achou 0 lugar em que estava escrito: 18 - 0 Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebran- tados do coração, 19 -a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os opri midos, a anunciar 0 ano aceitável do Senhor. 20 - E, cerrando 0 livro e tornando a dá-lo ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO Na lição anterior, estudamos a res peito de três opositores que se mostram como obstáculos de nossa jornada: 0 Diabo, a Carne e o Mundo. Nesta lição, enfatizaremos três armas, isto é, re cursos espirituais em que todo crente precisa lançar mão diante dos obstáculos da jornada: a Palavra de Deus, a Oração e 0 Jejum. Desde 0 início de nosso andar com Cristo, estamos diante de uma batalha espiritual que só terá fim com 0 Arrebatamento da Igreja para o céu. I - AS ARMAS DO CRENTE 1. As armas. De modo geral, podemos classificar as armas como instrumentos de ataque e de defesa. Nas Escrituras, os principais instrumentos de ataque são: espada (1 Sm 17.45); vara (SI 23.4); funda (1 Sm 17.40); arco e flecha (2 Rs 13.15); lança (Js 8.18); e dardo (2 Sm 18.14). Os de defesa são: escudo (Ef 6.16), capacete (iSm 17.5), couraça (1 Sm 17.5) e caneleiras (1 Sm 17.6). Essas armas eram usadas pelos exércitos antigos, bem como pelo exército de Israel, com a diferença de que este era instado a colocar a sua confiança no Senhor (SI 20.7). Entretanto, para os cristãos, “armas” aqui tem um sentido metafórico, pois nosso combate não é de corpo a corpo com outra pessoa, mas contra 0 mal encabeçado pelo Diabo e seus demônios, que se valem do Mundo e da Carne. 2. As estratégias do Inimigo. Não podemos desprezar o conhecimento a respeito da força do Inimigo de nossas almas. O Novo Testamento revela 0 que 0 Diabo é capaz de fazer para ludibriar as pessoas: arrebatar a boa Palavra do coração (Mt 13.19); buscar altas posições com mentiras (At 5.3); usar pessoas para trair (Lc 22.3,4); escravizar (2 Tm 2.26); enfraquecer a fé do crente (Lc 22.32); en- ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 2 9 ganar com doutrinas demoníacas (1 Tm 4.1). Não por acaso, 0 apóstolo Pedro nos alertou a respeito da sagacidade do Inimigo: “ Sede sóbrios, vigiai, porque 0 diabo, vosso adversário, anda em der- redor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pe 5.8). 3. O chefe de toda força do mal. O apóstolo Paulo escreve claramente que 0 Diabo é 0 chefe de todos os poderes das trevas que batalham contra nós (Ef 6.11; Rm 13.12). Até mesmo 0 apóstolo dos gentios foi por vezes impedido pelo Inim igo por meio de instrum entos humanos (1 Ts 2.18). Essa é uma das razões que 0 apóstolo cunha Satanás como 0 “ príncipe da potestade do ar” (Ef 2.2). Destacando ainda sua força e autoridade na hierarquia do mal, o Diabo é denominado de “ 0 deus deste sécu lo” (2 Co 4.4). Portanto, não podemos ignorar que 0 Inimigo tem um reino organizado com seus servos, emissários, principados e potestades (Lc 11.17-22). II - AS TRÊS ARMAS ESPIRITUAIS DO CRISTÃO 1. A Palavra de Deus. O Senhor Jesus disse que não vivemos apenas de pão, mas de toda a Palavra de Deus (Mt 4.4). Dessa maneira, 0 apóstolo Pedro acon selha que “desejemos afetuosamente” 0 “leite racional” para o desenvolvimento da nossa salvação, isto é, 0 estudo perse verante da Palavra de Deus para o nosso crescimento espiritual (1 Pe 2.2). Uma vez nutrido e solidificado com a Palavra, estamos firmados em Deus para resistir às influências malignas, às armadilhas de Satanás e demais estratégias (Mt 7.24,25). Logo, quem se rende à Palavra de Deus experimenta a influência frutífera da verdade divina (Jo 17.17). 2. A Oração. Aliada ao estudo da Pa lavra, a oração é uma das mais impor tantes armas espirituais que 0 crente tem ao longo de sua jornada para o Céu (Sl 55.17). Prestemos atenção para a seguinte declaração: “orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito” (Ef 6.18). Note que 0 apóstolo Paulo não insere a oração como uma peça da armadura, pois na verdade, é como se ela trouxesse um ajuste ou alinhamento para a armadura toda. Nesse aspecto, essa imagem traz uma ideia de que a oração fortalece todas as esferas da nossa vida. 3. 0 Jejum. Aliado à Palavra de Deus e à oração, a prática do jejum é uma terceira arma espiritual do crente du rante a jornada para 0 Céu. Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, 0 jejum é uma prática presente. Esse ato é usado no contexto de busca de uma orientação divina (Êx 34.28; Dt 9.9; 2 Sm 12.16-23). No Novo Testamento, 0 SenhorJesus jejuou (Mt 4 -1-4) e disse que seus discípulos também 0 fariam (Mt 9 .14- 17; Lc 533- 39). A Igreja Pri mitiva observava a prática do jejum, buscando orientação divina para 0 envio de obreiros (At 13.2,3; 14.23). O apóstolo Paulo também jejuava por ocasião de seu ministério (2 Co 6.5; 11.27). Logo, 0 jejum tem um valor glorioso para a vida do crente, pois é um ato que nos auxilia a ter mais intimidade com Deus. III - JESUS CRISTO: O NOSSO MAIOR MODELO 1. Vencendo o Diabo com a Palavra. Há dois episódios im portantes que relatam 0 destaque especial que 0 Se nhor Jesus deu à Palavra em Lucas 4. O primeiro enfatiza que 0 Senhor Jesus venceu 0 Tentador com a Palavra de Deus (Lc 4.4; cf. Dt 8.3). No segundo, Ele leu uma passagem do profeta Isaías na sinagoga em Nazaré e tomou para si 0 cumprimento do texto lido (Lc 4.16-20; 3 0 LIÇÕES BÍBLICAS - ALUNO ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 cf. Is 61.1,2). Nosso Senhor deixou claro nesses episódios que os princípios da Palavra de Deus devem estar presen tes em nossa vida na batalha contra o Maligno. Por isso, nessa contenda, 0 apóstolo Paulo aconselha-nos a tomar a espada do Espírito, ou seja, a Palavra de Deus, a única arma de ataque na armadura do crente (Ef 6.17), uma arma poderosa e eficaz que provém do Espírito Santo de Deus (2 Tm 3.16). 2. Vivendo em oração. O evangelista Lucas mostra que Jesus se retirava para os lugares desertos para orar (Lc 5.16; 6.12; 9.28). Ele orava pelos apóstolos e pela Igreja (Jo 17.9,20-22), pelos seus algozes (Lc 23.34), por Simão (Lc 22.31,32), pelos que se encontravam junto ao túmulo de Lázaro (Jo 11.41,42). Ele sabia bem do valor da oração e, por isso, gastava muito tempo falando com Deus. Nesse sentido, nosso Senhor conta conosco para que nos dedi quemos à prática da oração, selecionando um local reservado, horário e prioridade para buscar a Deus em súplicas (Mt 6.6). 3. Vivendo em jejum. Além de medi tar na Palavra e perseverar em oração, 0 Senhor Jesus jejuava (Lc 4.2). Ora, Ele também espera que 0 imitemos, jejuando. Infelizmente, há quem ensine que não precisamos jejuar. Exceto os que têm problemas de saúde, por isso é muito importante estarmos sob orien tação médica, todo seguidor de Cristo é estimulado pela Bíblia a jejuar. Ademais, quando aliamos 0 estudo da Palavra e a oração ao jejum, aprofundamos a nossa intimidade com Deus e nos tornamos m ais sensíveis à sua voz, conforme acontecia com a liderança e os membros da igreja antiga que jejuavam como 0 Senhor Jesus (At 9.9; 13.2,3). CONCLUSÃO O nosso Inimigo é ardiloso e perver so. Por isso, não podemos ignorar suas estratégias. Contra ele, lutaremos com armas espirituais: Palavra, Oração e Jejum. Essas armas promovem crescimento e fortalecimento para nossa vida ao longo de nossa jornada espiritual. Assim, segundo 0 modelo de vida do nosso Senhor Jesus, que fez uso dessas armas, podemos vencer as estratégias do Maligno. REVISANDO O CONTEÚDO 1. De acordo com a lição, qual é 0 sentido que devemos considerar a palavra “ arm a”? 2. Cite ao menos três estratégias do Inimigo para ludibriar as pessoas. 3. Cite as três arm as espirituais do crente. 4. O que acontece quando aliamos estudo da Palavra, Oração e Jejum? 5. O que a Palavra de Deus, o Jejum e a Oração promovem em nossa jornada espiritual? ABRIL ■ MAIO • JUNHO 2 0 2 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 3 1 0 PERIGO DA MURMURAÇÃO * \ r TEXTO ÁUREO “E não murmureis, como também alguns deles murmuraram e pereceram pelo destruidor.” (1 Co 10.10) VERDADE PRÁTICA A prática da murmuração enfraquece a vida espiritual, acaba com a comunhão da igreja local e nos impede de desfrutar das promessas de Deus. LEITURA DIÁRIA Segunda - Êx 16.11 A murmuração dos israelitas nos dias de Moisés Terça - Lc 15.2; At 6.1 A murmuração nos dias de Jesus e dos apóstolos Quarta - 1 Ts 5.12,13; Hb 13.17 Devemos evitar a murmuração contra a liderança Quinta - Hb 4.16 Devemos chegar a Deus com confiança, não com murmuração Sexta - l Co 10.10 A prática da murmuração e a morte espiritual Sábado - Mt 12.25; cf. Lc 1.17-22 A murmuração traz divisão e separação 3 2 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO ABRIL • MAIO • JUNHO 2 0 2 4 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Exodo 16.1-7; 1 Coríntios 10.10.11 Êxodo 16 1 - E, partidos de Elim, toda a congre gação dos filhos de Israel veio ao deserto de Sim, que está entre Elim e Sinai, aos quinze dias do mês segundo, depois que saíram da terra do Egito. 2 - E toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e contra Arão no deserto. 3 - Eos filhos de Israel disseram-lhes: Quem dera que nós morréssemos por mão do Senhor na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne, quando comíamos pão até far tar! Porque nos tendes tirado para este deserto, para matardes de fome a toda esta multidão. 4 - Então, disse 0 Senhor a Moisés: Eis que vos farei chover pão dos céus, e 0 povo sairá e colherá cada dia a porção para cada dia, para que eu veja se anda em minha lei ou não. 5 - E acontecerá, ao sexto dia, que pre pararão 0 que colherem; e será 0 dobro do que colhem cada dia. 6 - Então, disse Moisés e Arão a todos os filhos de Israel: Â tarde sabereis que 0 Senhor vos tirou da terra do Egito, 7 ~ e amanhã vereis a glória do Senhor, porquanto ouviu as vossas murmurações contra 0 Senhor; porque quem somos nós para que murmureis contra nós? 1 Coríntios 10 10 - E não murmureis, como também alguns deles murmuraram e pereceram pelo destruidor. 11 - Ora, tudo isso lhes sobreveio como figu ras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO É verdade que há ações maléficas que vêm direto do Inimigo, mas também é verdade que há as que são produzidas dentro de nós como obras da carne. Uma delas é o pecado da Murmuração. Esse pecado é tão perigoso em nossa jornada que pode nos levar à queda. Ele não acontece instantaneamente, pois geralmente sucede a incredulidade. Sim, incredulidade e murmuração andam juntas. Por isso, nesta lição, estudare mos os perigos da murmuração à luz da recomendação do apóstolo: “Fazei todas as coisas sem murmurações” (Fp 2.14). I - A MURMURAÇÃO NA BÍBLIA 1 . 0 que é murmurar? As principais palavras para murmuração na Bíblia são as seguintes: do hebraico, o verbo liyn, “ resmungar”, “ reclamar” e “ mur m urar” (Nm 14.36); e 0 substantivo higgayown, “ m editação” , “ m úsica solene”, “ pensamento” , “conspiração” (Lm 3-62); do grego, o verbo goggúzõ, “ murmurar”, “ resmungar”, “queixar- - se ” , “ dizer algo contra em um tom baixo” , “ dos que confabulam secreta mente” (Jo 7.32). De acordo com essas palavras, 0 murmurador tem 0 espírito dominado pelo descontentamento, de sacordo, ira, queixas e oposição. Nem Deus escapa dele, pois basta lembrar do que foi feito contra Moisés e Arão (Êx 15.24; 17.3; Nm 14.27; 16.41). 2. O comportamento dos murmu- radores. De acordo com os dois testa mentos da Bíblia, 0 mal da murmuração ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 3 3 estava no meio do povo Deus, entre os israelitas dos dias de Moisés (Êx 16.11); nos dias de Jesus Cristo com os escribas e fariseus (Lc 15.2); na igreja em Jerusa lém, no início (At 6.1). Esse mal revela um comportamento inconveniente, um temperamento inquieto, indiretas sarcásticas. O com portam ento dos murmuradores é tão sério que chegou a ameaçar a unidade da Igreja em Atos, se não fosse o cuidado dos apóstolos (At 6 .1-7). Por isso, precisam os ter toda cautela com esse comportamento, pois o pecado da murmuração, além de enfraquecer a nossa vida espiritual, também altera negativamente a nossa saúde emocional e física. 3. O crente murmurador. Quem se diz salvo em Cristo e tem 0 Espírito Santo em sua vida não pode natura lizar a prática da murmuração. Não é normal um crente cheio do Espírito Santo se entregar a esse pecado. Nesse sentido, estão presentesa indisciplina e 0 descuido com as virtudes do Es pírito (G1 5.16). Quando um crente se torna um murmurador, ele passa a ser um instrumento do Maligno contra a obra de Cristo no mundo, permitindo ao Diabo dominá-lo e usá-lo de todas as maneiras. Assim, não é possível o crente murmurador ser alegre, bondoso e agradável por meio de sua atitude, visto que sua alma está doente, pois 0 corpo só será luminoso se os olhos forem bons (Mt 6.22,23). II - MURMURAÇÃO: IMPEDI MENTO DA PRIMEIRA GERA ÇÃO À TERRA PROMETIDA 1. A murmuração contra os líderes escolhidos por Deus. Deus escolheu Moisés e seu irmão, como seu auxi- liador, para libertar 0 povo de Israel da escravidão de Faraó e conduzi-lo à Terra Prometida (Êx 7-1,2). Após expe rimentar grande livramento, esse povo passou a murmurar contra a liderança de Moisés e Arão de maneira sistemática, alegando que 0 Legislador 0 conduzia para morrer em pleno deserto (Êx 16.3). Nesses relatos, percebemos que a mur muração sucede à incredulidade. Há uma ausência de fé e se passa escolher 0 que é mau: a prática da murmuração. Logo, não se pode esperar mais atitudes de bondade, sinceridade e verdade de quem submerge na murmuração, mas, sim de impaciência, ingratidão e desrespeito à liderança bíblica (1 Ts 5.12,13; Hb 13.17). 2. A murmuração contra Deus. O Senhor Deus respondeu às murmurações do povo, dizendo que faria cair “ pão dos céus” (Êx 16.4). Entretanto, 0 Senhor deixou claro que contemplou as suas “ murmurações” , mas tratou 0 povo com piedade e compaixão (Êx 16.12). Ora, 0 Senhor Deus contempla todas as nossas ações, sabe do que precisamos e necessitamos. Por isso, diante de uma circunstância difícil, é muito melhor nos dirigirmos a Ele de maneira humilde, graciosa e amorosa do que nos ache- garmos a Ele com ingratidão, queixas e murmuração (Hb 4.16). 3. Por que é perigoso murmurar? A Palavra de Deus diz: “quem se endu receu contra ele [Deus] e teve paz?” (Jó 9.4). À luz desse texto, podemos dizer que a murmuração configura um ato de impiedade extrem a contra Deus. Ela se torna perigosa porque, além de revelar uma ausência de fé, limita a nossa capacidade de enxergar as ações de Deus em nossas vidas e no contexto em que estamos. Por conseguinte, a murmuração cega-nos diante de Deus. Não lembramos mais das grandes obras do Senhor em nossa vida. Não por acaso, 0 apóstolo Paulo reúne os episódios de 34 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO ABRIL • MAIO • JUNHO 2 0 2 4 murmuração dos israelitas para que os crentes da atualidade tenham cuidado e não pratiquem esse pecado a fim de não serem destruídos (1 Co 10.10,11; Rm 15.4). III - MURMURAÇÃO: UM PECA DO QUE NOS IMPEDE DE EN TRAR NA CANAÃ CELESTIAL 1 .0 fim dos israelitas murmuradores. Examinando os textos de Números 14.29 e 16.41-49, percebemos que, por causa da murmuração, os israelitas daquela geração não entraram na terra da pro messa, foram mortos e sepultados no deserto (Nm 14.29). A peregrinação de Israel pelo deserto nos serve de exemplo e advertência em nossa jornada para que não adotemos seu comportamento murmurador. Devido a esse pecado, os israelitas perderam de vista os pro pósitos divinos e não alcançaram 0 cumprimento da promessa. 2 .0 destino dos murmuradores. À luz dos relatos do livro de Números, 0 apóstolo Paulo faz uma séria adver tência ao povo da Nova Aliança: “ E não murmureis, cómo também alguns deles murmuraram e pereceram pelo destruidor” (1 Co 10.10). Isso significa que um crente que vive praticando a murmuração já se encontra espiritual mente morto, perdeu a comunhão com 0 Senhor e não tem mais 0 prazer nas coisas espirituais. Logo, 0 seu destino é a morte, que, à luz do Antigo Testa mento, infelizmente, tem caráter físico e espiritual. A murmuração é um perigo ao longo da nossa trajetória cristã. 3. Os m ales da m urm uração. Há muitos males que a murmuração pode provocar. Por exemplo, na vida da igreja local a murmuração pode trazer desâni mo espiritual, contendas comunitárias, rebeldias espirituais e divisões ministe riais. Esse processo acaba com a vida de v v Por isso , diante de um a circunstância difícil, é m uito, é m uito m elhor nos d irig irm os a Ele de m aneira hum ilde comunhão da igreja local. Além disso, o nosso Senhor disse que 0 reino dividido contra si mesmo é “devastado” e não “ subsistirá” (Mt 12.25; cf. Lc 1.17-22). Há também 0 mal de caráter espiritual. Por exemplo, a murmuração também resulta em mentiras e calúnias, portanto, 0 Espírito Santo não habita uma vida que é dominada por esse tipo de obras carnais (Ef 4.30; G1 5.19-21). Por isso, afirmamos que quem se entrega a tal prática acaba atraindo outros pecados para a sua vida, tais como: idolatria, rebelião, adultério, blasfêmias contra Deus. Como consequência acaba pres tando serviço ao Inimigo e estacionando no meio do trajeto celestial. CONCLUSÃO Nesta lição, vimos 0 quanto a prática da murmuração é perigosa e destruido- ra tanto para a vida espiritual quanto para a vida comunitária na igreja local ao longo da nossa jornada cristã. Não devemos, pois, ignorar a advertência da Palavra de Deus quanto ao pecado da murmuração (Rm 15.4). Ora, a vontade de Deus é a de que participemos de suas promessas. Portanto, evitemos 0 mal da murmuração em nossas casas, igrejas e em qualquer lugar que nos relacionemos com 0 próximo. ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 3 5 REVISANDO O CONTEÚDO 1. De acordo com a lição, o murmurador tem o espírito dominado pelo quê? 2. Por que precisamos ter cautela com o comportamento murmurador? 3. Como 0 Senhor Deus respondeu à murmuração dos israelitas? 4. O que percebemos ao exam inar os textos do livro de Números? 3. O que Paulo traz à Igreja à luz do exemplo do livro de Números? VOCABULÁRIO Cautela: preocupação para evitar transtorno e perigo; cuidado; prudência. Naturalizar: passar a ter como próprio; adaptar-se; adotar. Imerge: o que afunda, mergulha. DA BÍBLIA Comentário Devocional da Bíblia Essa obra traz os índices de assuntos, esboço do conteúdo de cada livro da Bíblia, guia para leitura, panorama geral do capítulo, compreensão do texto, devocional, aplicação pessoal, citações importantes e índice remissivo. Comentário Beacon Antigo Testamento O Comentário Bíblico Beacon traz uma interpretação abrangente da Bíblia Sagrada elaborada por 40 teólogos evangélicos conservadores. São 10 volumes, cinco para o Antigo Testamento e cinco para 0 Novo. COMENTÁRIO I DEVOCIONAL 3 6 LIÇÕES BfBUCAS • ALUNO ABRIL • MAIO • JUNHO 2 0 2 4 'N TEXTO ÁUREO “ O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia.” (Pv 28.13) VERDADE PRÁTICA Para desfrutar um caminho de restauração e reconciliação com Deus, precisamos confessar 0 pecado e abandoná-lo de uma vez por todas. LEITURA DIÁRIA Segunda - SI 32.5 Confessando as nossas transgressões ao Senhor Terça - Rm 3,10-12 Reconhecendo a nossa natureza pecaminosa diante dc Deus Quarta - Gn 3.8,14-19 O pecado de nossos primeiros pais, Adão e Eva Quinta - 2 Sm 12 .1-4 ,7-9 O pecado do rei Davi, 0 ungido do Senhor Sexta - Mt 6.12 Em primeiro lugar, nos dirigimos a Deus para 0 perdão dos pecados Sábado - 2 Co 5.18 Deus investiu homens para 0 ministério da reconciliação ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 3 7 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Salmos 51.1-12; 1 João 1.8-10 Salmos 51 1 - Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias. 2 - Lava-me completamente da minha iniquidade e purifica-me do meu pecado. 3 - Porque eu conheço as minhas trans gressões, e 0 meu pecado está sempre diante de mim. 4 - Contra ti, contra ti somente pequei, efiz 0 que a teus olhos é mal, para que sejas justificado quando falares e puro quando julgares. 5 - Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado
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