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Sistema Digestório

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Sistema Digestório
Anatomia Humana
1. Introdução
Os alimentos são essenciais para a vida e fornecem os nutrientes para nossa subsistência.
Porém, para que os nutrientes cheguem até as células, é necessário que o alimento sofra
alterações mecânicas e químicas, funções estas realizadas pelo sistema digestório.
O sistema digestório é formado pelo trato gastrointestinal (GI) e alguns órgãos acessórios da
digestão. Pode- se dizer que o trato gastrointestinal é um tubo contínuo, com início na boca e
término no ânus, passando pelas cavidades torácica, abdominal e pélvica. Seu comprimento
é variável, de 5 a 7 m e pode ser dividido em trato gastrointestinal e órgãos digestórios
anexos (VAN DE GRAAFF, 2003).
 As estruturas que formam o trato GI são a boca, a faringe, o esôfago, o estômago, o intestino
delgado e o intestino grosso. Os órgãos digestórios anexos são os dentes, a língua, as
glândulas salivares, o fígado, a vesícula biliar e o pâncreas (TORTORA; NIELSEN, 2017).
O sistema digestório apresenta seis funções básicas, de acordo com Van de Graaff (2003):
Ingestão: é quando o alimento ou líquido é introduzido na boca;
Mastigação: realizada pelos dentes e gengivas, para reduzir o tamanho do alimento e
misturar com a saliva;
Deglutição: realizada em associação com a língua, que empurra o alimento para a
faringe, depois esôfago;
Absorção: é quando as moléculas e íons, produtos da digestão, passam pela túnica da
mucosa do intestino delgado para o sangue ou sistema linfático para sua distribuição
para as células do corpo;
Peristaltismo: são as contrações rítmicas do tecido muscular liso do trato GI para a
condução do alimento da boca até o ânus;
Defecação: os resíduos, substâncias que não são digeridas, bactérias, células descamadas
do revestimento do trato GI são eliminados pelo ânus e são chamados de fezes.
2. Camadas do Trato GI
As paredes do trato GI, do esôfago até o canal anal, são formadas por quatro camadas. No
sentido do profundo para superficial, são denominadas de: túnica mucosa, túnica
submucosa, túnica muscular e túnica serosa/adventícia (TORTORA; NIELSEN, 2017).
Túnica mucosa 
A túnica mucosa é o revestimento interno do trato GI, formada por uma camada de células
epiteliais em contato íntimo com o alimento; uma camada de tecido conjuntivo frouxo e
uma camada delgada de músculo liso. O epitélio da região da boca, do esôfago e do canal
anal é formada por células epiteliais estratificadas não queratinizadas, com função de
proteção. No estômago e intestino, há o epitélio simples colunar, com funções de secreção e
absorção. Entre as células de absorção existem algumas células exócrinas, que secretam
muco e líquido para a luz do trato GI, e células enteroendócrinas, que secretam hormônios.
A camada de tecido conjuntivo frouxo é denominada lâmina própria e contém vasos
sanguíneos e linfáticos que transportam os nutrientes absorvidos para os outros tecidos do
corpo. É a camada de sustentação do epitélio e contém a maioria das células do tecido
linfóide associado à mucosa (MALT), que está presente em todo o trato GI, principalmente
nas tonsilas, no intestino delgado, apêndice e intestino grosso, sendo responsável pelas
respostas imunes contra micro-organismos estranhos. A lâmina muscular da mucosa é
responsável pelas pregas no interior de estômago e intestino delgado, para aumentar a área
de superfície de exposição ao conteúdo do trato GI, aumentando a sua absorção. Além disso,
as contrações dessas células permitem o deslocamento da linfa dessa região (TORTORA;
NIELSEN, 2017). 
Túnica submucosa 
A segunda túnica é chamada de túnica submucosa. É constituída por tecido conjuntivo
frouxo e é muito vascularizada. Nesta túnica encontra-se o plexo submucoso ou plexo de
Meissner, uma parte do sistema nervoso autônomo, denominada de sistema nervoso
entérico (SNE). O plexo submucoso contém neurônios sensitivos e motores, além de fibras
pós ganglionares simpáticas e parassimpáticas, que regulam o movimento da mucosa e a
constrição dos vasos sanguíneos (vasoconstrição), além de controlar a atividade secretora
das glândulas mucosas (TORTORA; NIELSEN, 2017). 
Túnica muscular 
A terceira túnica, chamada de túnica muscular possui composição diferente ao longo do
trato GI. Na região da boca, na faringe e nas partes superior e média do esôfago, a túnica
muscular é formada por tecido muscular esquelético, que é responsável pela deglutição
voluntária, além do esfincter externo do ânus, também de controle voluntário da defecação.
Nas demais partes  do trato GI, a túnica muscular é composta por tecido muscular liso e suas
contrações involuntárias auxiliam no processo de decomposição mecânica do alimento
junto com as secreções da digestão e impulsionam por todo o trajeto do trato GI. É nesta
túnica que é encontrado o plexo mioentérico, ou plexo de Auerbach, que contém neurônios
entéricos que controlam a motilidade do trato GI, além da intensidade e frequência das
contrações desta túnica muscular (TORTORA; NIELSEN, 2017). 
Túnica serosa 
A última túnica, chamada de túnica serosa, é a túnica mais externa, formada por tecido
conjuntivo frouxo. A camada superficial, mais externa, é denominada serosa ou peritônio
visceral, que envolve todos os órgãos suspensos na cavidade peritoneal e apresenta um
líquido seroso, lubrificante, para proteção contra atritos do tubo digestório. O esôfago é o
único órgão do trato GI que não apresenta a túnica serosa, mas um tecido conjuntivo frouxo
chamado de túnica adventícia (TORTORA; NIELSEN, 2017). 
Sistema digestório.
3. Peritônio
O peritônio é uma membrana serosa do corpo, formada por uma camada de epitélio simples
pavimentoso (mesotélio), dividido em peritônio parietal, que reveste a cavidade abdominal
e pélvica, e o peritônio visceral, que recobre alguns órgãos localizados nestas cavidades.
Entre as camadas do peritônio, na cavidade peritoneal, existe um líquido seroso
lubrificante, possibilitando que as vísceras se movam umas sobre as outras sem atrito, além
de conter leucócitos e anticorpos que resistem à infecção (MOORE et al, 2011).
Pregas peritoneais 
Existem cinco pregas peritoniais: omento maior, omento menor, ligamento falciforme,
mesentério e mesocolo. O omento maior fica pendurado sobre o colo transverso e as alças
do intestino delgado; apresenta uma quantidade considerável de células adiposas, podendo
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2019/03/aula_anahum_top07_img1.jpg
aumentar muito de tamanho quando o indivíduo aumenta seu peso. Apresenta macrófagos e
plasmócitos que produzem anticorpos para conter infecções do trato GI.  
O omento menor sustenta o estômago e duodeno, contém vasos que entram no fígado, a veia
porta, ducto colédoco e artéria hepática comum.  
O ligamento falciforme serve para fixação do fígado à parede anterior do abdome e ao
diafragma.  
O mesentério une o jejuno e o íleo à parede posterior do abdome, tem a forma de leque.
Possui grande quantidade de tecido adiposo e contribui para o abdome volumoso nos
indivíduos obesos.  
Por último, o mesocolo une o colo transverso e o colo sigmóide à parede abdominal
posterior. Contém vasos mesentéricos superiores, inferiores e vasos linfáticos que chegam
ao intestino. Mesentério e mesocolo mantém a posição do intestino, mesmo com os
movimentos das alças intestinais (TORTORA; NIELSEN, 2017). 
4. Estruturas do trato GI
 
4.1. Boca
A cavidade oral ou boca é formada pelas bochechas, lábios, palato duro, palato mole e
língua. A região entre os lábios e os dentes é conhecida como vestíbulo da boca. Os lábios
são órgãos carnosos, muito móveis, com função associada à fala. São formados pelo músculo
orbicular da boca, revestido externamente pela pele,  internamente por mucosa e fixados à
gengiva pelo frênulo do lábio.  As bochechas constituem as paredes laterais da cavidade
oral. São formadas pelos músculos bucinadores e terminam nos lábios. Externamente, as
bochechas são recobertas por pele e internamente, por epitélio estratificado pavimentoso
não queratinizado (VANDE GRAAFF, 2003). 
O palato forma o teto da cavidade oral, divide-se em palato duro e palato mole e a separa da
cavidade nasal. O palato duro é formado pelos processos palatinos do osso maxila e pelas
lâminas horizontais do osso palatino, recoberto por mucosa. Posteriormente, há o palato
mole, que é um arco muscular coberto com membrana, forma a divisão muscular entre a
orofaringe e a nasofaringe. Medianamente, encontra-se a úvula, que pende da borda livre
do palato mole. Durante a deglutição, o palato mole e a úvula são elevados, fechando a
passagem para a nasofaringe e impedindo que o alimento e líquidos sigam para a cavidade
nasal. Lateralmente à úvula, existem duas pregas musculares, sendo a anterior chamada de
arco palatoglosso, conectando o palato à raiz da língua; e o arco palatofaríngeo,
comunicando o palato à faringe. As tonsilas palatinas estão localizadas entre os
arcos(TORTORA; NIELSEN, 2017). 
4.2. Língua
A língua é um órgão acessório da digestão, que auxilia na movimentação do alimento na
boca. É formada por músculo esquelético revestido de mucosa, constituindo o assoalho da
boca. Os músculos extrínsecos da língua têm sua origem fora da língua e se inserem nos
tecidos conjuntivos da língua, sendo eles: M. hioglosso, M. genioglosso e M. estiloglosso,
responsáveis pelos movimentos de um lado para outro, para dentro e fora da cavidade oral;
além de manter a língua na posição e auxiliar na fala (VAN DE GRAAFF, 2003). 
Os músculos intrínsecos da língua se originam e se inserem no tecido conjuntivo da língua,
com função de modificar o tamanho e formato da língua para a deglutição e fala. São eles:
M. longitudinal superior, M. longitudinal inferior, M. transverso da língua e M. vertical da
língua (TORTORA; NIELSEN, 2017). 
A face inferior da língua está fixada ao assoalho da boca através do frênulo da língua, com a
função de auxiliar na sua limitação do movimento posterior. No dorso e região lateral da
língua, encontram- se as papilas. Em muitas das papilas, encontram-se receptores da
gustação, chamados de calículos gustatórios, que respondem a vários estímulos químicos,
como doce, azedo, salgado, amargo. As papilas estão dispersas em toda a superfície da
língua, sendo elas papilas fungiformes, filiformes (mais numerosas e contém receptores
táteis, aumentando o contato entre a língua e o alimento), circunvaladas (distribuídas na
superfície posterior da língua à frente do sulco terminal da língua), e as papilas folhadas
(localizadas nas laterais da língua). Ainda no dorso da língua, as glândulas linguais secretam
a lipase lingual, que só é ativada no estômago e digere os triglicerídeos. 
Estruturas da cavidade oral.
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Você Sabia?
Apesar do esmalte do dente ser a substância mais dura do corpo humano, bactérias na cavidade
oral, assim como o refluxo ácido do estômago e vômitos constantes, como na bulimia nervosa,
contribuem para a formação de cáries dentais.
4.3. Faringe
Como já vimos anteriormente no tópico do sistema respiratório, a faringe conecta as
cavidades nasal e oral com o esôfago e a laringe. É dividida em três partes: nasofaringe,
localizada posteriormente a cavidade nasal; orofaringe, localizada no final da cavidade oral;
e larigofaringe, posterior à laringe. Sua função é conduzir o alimento até o esôfago. É
formada por músculo esquelético revestida por mucosa.  Participa da deglutição, que é o
deslocamento do alimento da boca para o estômago, através de contrações musculares (VAN
DE GRAAFF, 2003).
4.4. Esôfago
É um tubo muscular, revestido de mucosa, localizado posterior à traqueia, com início na
região inferior da laringofaringe; atravessa o diafragma pelo hiato esofágico e termina na
porção superior do estômago chamada cárdia. O alimento é empurrado para o esôfago pelas
contrações involuntárias do esôfago, contrações estas chamadas de peristalse, com
movimentos semelhantes a ondulações. O muco produzido pelas glândulas esofágicas
auxilia a lubrificar e reduzir o atrito durante o trânsito do alimento pelo esôfago. Na porção
inferior do esôfago, acima do diafragma, ocorre um afunilamento do esôfago, que é
conhecido como esfíncter esofágico inferior ou esfíncter gastroesofágico, que relaxa durante
a deglutição e possibilita a entrada do alimento no estômago (TORTORA; NIELSEN, 2017).
4.5. Estômago
O estômago é a parte que apresenta maior distensibilidade do trato GI, em formato de “J”,
localizado à esquerda no abdome, logo abaixo do diafragma. O estômago funciona como um
misturador e reservatório dos alimentos; tem como função a digestão enzimática, onde
continua a digestão do amido e dos triglicerídios que iniciou na boca e inicia a digestão de
proteínas. No estômago, as secreções gástricas convertem gradualmente o alimento sólido
em material pastoso chamado de quimo, que gradativamente será liberado para o duodeno
(MOORE et al, 2011).
O estômago, anatomicamente, apresenta quatro partes: cárdia, fundo gástrico, corpo
gástrico e piloro. A região cárdia é a região que fica localizada na parte superior do
estômago, onde o esôfago encontra o estômago. Lateralmente a esta região, está o fundo
gástrico, em formato de cúpula superiormente e em contato direto com o diafragma. O
corpo gástrico é a região central do estômago e o piloro é a região terminal do estômago,
em formato de funil, onde está o esfíncter pilórico, que tem a função de regular a liberação
do quimo para o duodeno (VAN DE GRAAFF, 2003).
O estômago também possui duas curvaturas: curvatura maior, localizada na parte convexa e
a curvatura menor, na parte côncava do estômago. Sobre a curvatura menor, pende o
omento menor e, na curvatura maior, está fixado o omento maior (TORTORA, NIELSEN,
2017).
A parede do estômago é constituída pelas mesmas camadas do trato GI, apresentando uma
modificação na túnica mucosa onde são observadas as pregas gástricas, que permitem a
distensão da parede do estômago, aumentando seu tamanho. Na mucosa do estômago,
também estão presentes células especializadas em secretar o muco, ácido clorídrico e
pepsinogênio, que é uma forma inativa da pepsina, responsável pela digestão de proteínas;
reguladores autócrinos; a lipase gástrica e hormônio gastrina, que é eliminado no sangue.
Além desses produtos, também é responsável pela secreção do fator intrínseco, responsável
pela absorção de vitamina B no intestino delgado (VAN DE GRAAFF, 2003).
O suprimento arterial do estômago é realizado pelo tronco celíaco e seus ramos.O
funcionamento autônomo do estômago é realizado pelo plexo celíaco e os neurônios
parassimpáticos do nervo vago.
12
Estômago - estruturas internas
Sabia que...
O vômito, ou êmese, é a expulsão forçada do conteúdo do estômago e, às vezes, do duodeno pela
boca. Estímulos, como irritação e distensão do estômago, imagens desagradáveis, tonturas e
fármacos podem desencadear o vômito. O vômito prolongado em lactentes e idosos pode ser
grave, causando desidratação e lesão no esôfago e nos dentes.
Entenda um pouco mais sobre a relação do refluxo gastroesofágico, obesidade e apnéia obstrutiva
do sono, lendo o artigo abaixo:
Clique aqui
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2022/08/Screenshot_1-6.png
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-86942014000100005
4.6. Intestino delgado
O intestino delgado tem cerca de 3 m de comprimento e apresenta três partes: duodeno,
jejuno e íleo. O duodeno inicia no esfíncter do piloro e termina no jejuno; é a porção mais
curta do intestino, aproximadamente 25 cm. O duodeno é retroperitoneal; recebe a bile do
fígado e da vesícula biliar pelo ducto colédoco e o suco pancreático pelo ducto pancreático
(VAN DE GRAAFF, 2003). 
O jejuno e o íleo apresentam estruturas histológicas semelhantes, sem diferenças
anatômicas. Nas paredes do íleo, estão presentes as placas mesentéricas ou placas de Peyer,
que são nódulos linfáticos (já explicados anteriormente, no sistema circulatório). Fixando o
jejuno e o íleo à paredeabdominal posterior, temos o mesentério, que é uma prega do
peritônio e permite os movimentos do intestino delgado, mas impede que ele sofra
distorções (MOORE et al, 2011). 
O intestino delgado tem sua inervação realizada pelo plexo mesentérico superior, que
contém fibras sensitivas, simpáticas pós-ganglionares e fibras parassimpáticas pré-
ganglionares. Seu suprimento arterial é realizado pela artéria mesentérica superior e a
drenagem venosa, pela veia esplênica, que formará a veia porta para levar os nutrientes
para o fígado (VAN DE GRAAFF, 2003). 
Na mucosa do duodeno, estão presentes vários tipos de células responsáveis por digerirem e
absorverem os nutrientes no intestino delgado; células secretoras de hormônios secretina e
colecistoquinina; peptídeo insulinotrópico glicose-dependente; e lisozima, uma enzima
bactericida que regula a população microbiana no intestino delgado (TORTORA; NIELSEN,
2017). 
A túnica muscular do intestino delgado apresenta alterações estruturais, formando pregas
circulares, vilos intestinais e microvilos, com função de aumentar a superfície de absorção
de nutrientes (MOORE et al, 2011). 
 As células epiteliais do intestino delgado produzem várias enzimas para digestão de
carboidratos: α-dextrinase, maltase, sacarase e lactase; enzimas para digestão de proteínas:
peptidases (aminopeptidase e dipeptidase) e enzimas que digerem os nucleotídeos:
nucleosidades e fosfatases (TORTORA; NIELSEN, 2017). 
As funções do intestino delgado são: misturar o quimo com os sucos da digestão e colocar o
alimento em contato com a mucosa para absorção, através dos movimentos peristálticos;
completar a digestão de carboidratos, proteínas e lipídios e ácidos nucleicos; absorver cerca
de 90% de nutrientes e água. A passagem destes nutrientes digeridos no trato GI para o
sangue ou linfa é conhecida como absorção e ocorre por difusão, difusão facilitada, osmose
e transporte ativo. O material que não foi digerido ou absorvido pelo intestino delgado
seguirá para o intestino grosso. 
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2022/09/intestino-save-copy-1-768x1656.jpg
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2022/09/intestino-save-copy-1-768x1656.jpg
4.7. Intestino grosso
É a porção terminal do trato GI; está dividido em quatro partes: ceco, colos, reto e canal
anal. Os colos ascendente e descendente são retroperitoniais; as outras partes estão fixadas
à parede posterior do abdome pelo mesocolo, que é uma dupla camada do peritônio que une
o peritônio parietal e visceral, contendo a inervação e irrigação nele (TORTORA; NIELSEN,
2017). 
O intestino grosso inicia na papila ileal (ou valva ileocecal), que é uma prega da túnica
mucosa e impede o refluxo do quimo para o intestino delgado. A primeira parte do intestino
grosso é o ceco, uma pequena bolsa suspensa que tem fixado um tubo espiralado de 8 cm
aproximadamente, denominado apêndice vermiforme. Esta estrutura possui alta
concentração de nódulos linfáticos e controla a entrada de bactérias no intestino grosso,
produzindo respostas imunes. 
O colo apresenta quatro partes: colo ascendente, colo transverso, colo descendente e colo
sigmóide. O colo ascendente inicia no ceco, à direita do abdome, curva-se abaixo do fígado,
formando a flexura cólica direita; atravessa o abdome para a esquerda formando o colo
transverso; curva-se sob o baço, com a flexura cólica esquerda e desce para a crista ilíaca
esquerda com o colo descendente. Depois, projeta-se medialmente, formando o colo
sigmóide, que segue medialmente e, no nível da terceira vértebra sacral, termina no reto
(VAN DE GRAAFF, 2003).
O reto é a parte terminal do intestino grosso, ficando à frente do sacro e cóccix, e os últimos
3 cm forma o canal anal. O ânus é o óstio externo do canal anal formado por dois
esfíncteres: esfíncter interno, composto por fibras musculares lisas; e o esfíncter externo,
formado por fibras musculares esqueléticas. A túnica mucosa do canal anal é altamente
vascularizada.
A parede do intestino grosso apresenta as mesmas túnicas do intestino delgado com
algumas alterações: não apresenta os vilos intestinais, pregas circulares e nem
microvilosidades. A túnica muscular apresenta uma camada muscular longitudinal,
chamada de tênias do colo, sendo encontrada em toda a extensão dos colos do intestino
grosso. As paredes do intestino apresentam saculações ou haustros em toda a sua extensão
e, fixados às tênias, estão os apêndices omentais, que são pequenas bolsas de gordura.
O suprimento sanguíneo é realizado pelas artérias mesentéricas superior e inferior e seus
ramos. O retorno venoso ocorre pelas veias mesentéricas superior e inferior, que drenam
para a veia porta. Apresenta inervação simpática (plexos mesentéricos superior e inferior,
plexo celíaco) e a inervação parassimpática é realizada pelo par de nervos esplâncnicos
pélvicos e nervo vago.
O intestino grosso apresenta três tipos de movimentos: as contrações haustrais, peristalse e
peristalse de massa. As contrações haustrais ocorrem quando as saculações permanecem
relaxadas e distendidas enquanto se enchem e, desta forma, empurram o conteúdo para a
próxima saculação. O peristaltismo é igual ao que ocorre no intestino delgado, mas de forma
mais lenta. A peristalse da massa é uma onda mais forte de peristaltismo, que ocorre em
torno de 3 a 4 vezes ao dia, durante ou após uma refeição; chama-se reflexo gastrocólico, e
tem como objetivo empurrar o conteúdo do colo transverso para o reto (TORTORA; NIELSEN,
2017).
No intestino grosso, ocorre o estágio final da digestão. Nessa região, existem bactérias que
auxiliam na preparação do quimo, por meio da fermentação de carboidratos remanescentes
e a liberação de gases hidrogênio, dióxido de carbono e metano, responsáveis pela
ocorrência de flatos. A função do intestino grosso é absorver água e eletrólitos como sódio
(Na ) e potássio (K ). O quimo permanece por 3 a 10 horas no intestino grosso, quando se
torna sólido ou semissólido, formando as fezes. Os movimentos peristálticos de massa
empurram as fezes para o reto, onde inicia-se o reflexo de defecação, pelo aumento da
pressão retal, que associado às contrações voluntárias de músculos abdominais e diafragma
associado à estimulação parassimpática, abre o esfíncter interno. O esfíncter externo é
dependente de controle voluntário (VAN DE GRAAFF, 2003).
+ +
Intestino delgado e grosso.
5. Órgãos acessórios do sistema digestório
 
5.1. Pâncreas
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O pâncreas é conhecido como uma glândula mista, apresentando função endócrina e
exócrina. A função exócrina é a secreção do suco pancreático, produzido pelos ácinos. O
suco pancreático é constituído por água, sais, bicarbonato de sódio e enzimas: amilase
pancreática, responsável pela digestão do amido; tripsina, quimiotripsina,
carboxipeptidase e elastase, responsáveis pela digestão de proteínas e transformação em
peptídeos; lipase pancreática, que realiza a digestão de triglicerídeos nos adultos e
ribonuclease e desoxirribonuclease, responsáveis pela digestão de ácido ribonucleico
(RNA) e o ácido desoxirribonucleico (DNA) em nucleotídeos. O ducto pancreático conduz o
suco pancreático até o duodeno (TORTORA; NIELSEN, 2017).
5.2. Fígado e vesícula biliar
O fígado é o maior órgão interno do corpo humano, pesando aproximadamente 1,4 Kg no
indivíduo adulto. Está localizado abaixo do diafragma, à direita do abdome, de coloração
avermelhada por sua grande vascularização. Anatomicamente, apresenta quatro lobos: lobo
direito, lobo caudado, lobo quadrado e lobo esquerdo. Possui dois ligamentos de suporte que
são o ligamento falciforme, que separa o lobo direito do esquerdo; e o ligamento redondo do
fígado, que une o ligamento falciforme ao umbigo.  Este ligamento é um remanescente da
veia umbilical do feto (MOORE et al, 2011).
A vesícula biliar é um pequeno órgão de forma sacular, fixada na parte inferior do fígado. É
responsável pelo armazenamento da bile.
Dentre os componentesdo fígado, os hepatócitos são as células funcionais do fígado
responsáveis pela secreção da bile de forma contínua. Os hepatócitos são organizados em
fileiras chamadas de lâminas hepáticas, com espaços entre elas, contendo canalículos
biliares, responsáveis por drenar a bile produzida. As lâminas hepáticas são organizadas em
unidades anatômicas e funcionais chamadas de lóbulo hepático, lóbulo portal e ácino
hepático (VAN DE GRAAFF, 2003).
A bile é um líquido amarelo amarronzado secretado pelos hepatócitos, composto de água,
sais biliares (principalmente ácido colico e ácido quenodesoxicólico), que atuam na
emulsificação de lipídios e na absorção de lipídios digeridos (TORTORA; NIELSEN, 2017).
O fígado apresenta outras funções além da secreção da bile. Atua no metabolismo de
carboidratos e mantém o nível sanguíneo de glicose. Os hepatócitos atuam no
metabolismo de lipídios, armazenam triglicerídeos; decompõem ácidos graxos para gerar
ATP; pela síntese de lipoproteínas (HDL, LDL, VLDL) que transportam triglicerídeos, ácidos
graxos, colesterol; sintetiza o colesterol e usam o colesterol para produzir os sais biliares.
Também sintetizam proteínas plasmáticas (alfa e betaglobulinas, albumina, protrombina
e fibrinogênio); processamento de fármacos e hormônios (inativa os hormônios
tiroidianos, os estrogênios e a aldosterona); excreta a bilirrubina, que é derivada de
células envelhecidas e é absorvida no fígado e secretada na bile; síntese de sais biliares
(usados pelo intestino delgado para a emulsificação e a absorção de lipídios, colesterol,
lipoproteínas; armazenamento de glicogênio, vitaminas A, B , D, E, K, de minerais como
ferro e cobre; fagocitose de hemácias e leucócitos envelhecidos e ativação da vitamina D
(síntese da forma ativa de vitamina D).
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Fígado, vesícula biliar, pâncreas e passagem da bile.
Você Sabia?
A hepatite é uma inflamação do fígado, que pode ser causada por vírus, fármacos e substâncias
químicas; e que pode ser transmitida pela contaminação fecal e por contato sexual. Existem vários
tipos de hepatite viral: A, B, C, D e E.
5.3. Glândulas salivares
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A saliva, produzida pelas glândulas salivares, é liberada dentro da cavidade oral em
quantidade suficiente para umedecer a mucosa da boca e limpar dentes e gengivas. Na
presença de alimento na boca, ocorre um aumento da secreção da saliva para auxiliar na
deglutição, sendo composta por 99,5% de água e 0,5% de solutos, pH levemente ácido (6,35 a
6,85). Entre os solutos, encontra-se a lisozima, enzima que destrói bactérias; amilase salivar
(inicia o processo de decomposição do amido) e lipase lingual (TORTORA; NIELSEN, 2017).
As glândulas salivares maiores são as glândulas parótidas (localizadas anteriormente às
orelhas), sendo a saliva conduzida até a cavidade oral pelo ducto parotídeo; as glândulas
submandibulares, encontradas no assoalho da cavidade oral, sob a base da língua; e as
glândulas sublinguais, localizadas logo acima das submandibulares. As glândulas salivares
são inervadas tanto pelo sistema nervoso simpático como o parassimpático; sendo que o
sistema simpático reduz a produção de saliva; e o parassimpático aumenta sua produção.
Estas respostas podem ocorrer quando o indivíduo vê, sente o cheiro, o gosto ou mesmo
quando só imagina o alimento, origem da expressão “água na boca” (VAN DE GRAAFF, 2003).
5.4. Dentes
Os dentes são órgãos acessórios da digestão e apresentam três regiões principais: coroa
(parte visível do dente, acima da gengiva); raízes, fixadas nos alvéolos e colo (junção estreita
da coroa e da raiz, próximo à gengiva). O ser humano apresenta duas dentições ao longo da
vida: os dentes decíduos, que irrompem a partir dos 6 meses de idade e os permanentes, que
irrompem entre os 6 anos e a idade adulta. A dentição é composta por dentes incisivos
centrais e laterais, mais adaptados para cortar os alimentos; a seguir vem os caninos, usados
para dilacerar e cortar o alimento. Posteriormente, tem os molares, que trituram e amassam
o alimento, preparando-o para a deglutição (TORTOR; NIELSEN, 2017).
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