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 Atualizado em 16/02/2024 
 2ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Dúvidas, sugestões e críticas: 
 Favor enviar para: marcoavtorrano@gmail.com 
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 Legenda dos grifos: 
 AMARELO – DESTAQUE 
 VERDE – EXCEÇÃO, VEDADO ou ALGUMA ESPECIFICIDADE 
 AZUL – GÊNERO, PALAVRA-CHAVE ou EXPRESSÃO 
 LARANJA – SUJEITOS, PESSOAS OU ENTES 
 CINZA – MEUS COMENTÁRIOS DENTRO DO ARTIGO 
  DISPOSITIVO LEGAL MUITO COBRADO EM PROVAS 
 
 
 
SUMÁRIO 
DIREITO CONSTITUCIONAL ...................................................................................................................... 2 
TEORIA DA CONSTITUIÇÃO (HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL) ........................................................... 2 
PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL ...................................................................................................... 2 
MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL ....................................................................................................... 8 
 
 
 
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AUTOR: MARCO TORRANO 
INSTAGRAM: @MARCOAVTORRANO/@PROLEGES 
E-MAIL: PROLEGESMARCOTORRANO@GMAIL.COM 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
TEORIA DA CONSTITUIÇÃO 
(HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL) 
 
PRINCÍPIOS 
DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL 
 
 Contribuição da dogmática alemã! 
Princípios de interpretação constitucional 
1. Princípio da unidade da Constituição. 
2. Princípio da concordância prática (harmonização ou cedência recíproca). 
3. 
Princípio da conformidade funcional (ou critério da correção funcional, “justeza” ou exatidão 
funcional). 
4. Princípio do efeito integrador (ou critério da eficácia integradora). 
5. Princípio da força normativa da Constituição (ou critério de interpretação da força normativa). 
6. Princípio da máxima efetividade (interpretação efetiva ou eficiência). 
7. Princípio da interpretação conforme a Constituição. 
8. 
A doutrina também acrescenta outros princípios, como, por exemplo: 
(i) princípio da razoabilidade/proporcionalidade; 
(ii) princípio da presunção de constitucionalidade das leis e atos do poder público; 
(iii) princípio da supremacia da Constituição. 
O catálogo de princípios de interpretação da constituição, elaborados para interpretar 
e aplicar normas constitucionais, foi uma contribuição da dogmática alemã. Sua 
sistematização se deu graças à pesquisa de Konrad Hesse, que sistematizou os seguintes 
princípios: princípio da unidade da constituição, do efeito integrador, da concordância 
prática, da força normativa, da máxima efetividade e da conformidade funcional. 
“Os elementos clássicos foram originariamente pensados para o direito civil e, 
embora metodologicamente úteis e necessários, nem sempre são suficientes 
para atender satisfatoriamente peculiaridades inerentes às constituições. Tal 
constatação levou juristas alemães a desenvolverem princípios e métodos 
voltados especificamente para a interpretação constitucional” (NOVELINO, Curso de direito 
constitucional..., 2016, p. 135). 
 (Notário TJMG 2019 Consulplan adaptada correta) São princípios constitucionais condicionantes da 
interpretação constitucional: princípio da unidade da Constituição, princípio da interpretação conforme a 
Constituição, princípio da presunção de constitucionalidade das leis e atos do poder público. 
 (Procurador Prefeitura de Bom Jesus/PI COPESE 2015 correta) É possível identificar na doutrina, os 
seguintes princípios da hermenêutica constitucional: unidade, eficiência ou máxima efetividade, 
concordância prático-harmonização, justeza ou conformidade constitucional, princípio da força integradora, 
princípio da força normativa da Constituição, da supremacia da Constituição, da presunção de 
constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público e da razoabilidade e da proporcionalidade. 
 (Delegado PCMG 2008 correta) A hermenêutica, como condição indispensável a que o ato de 
interpretação constitucional se revele em toda a sua extensão e complexidade, tem por base, 
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respectivamente, os seguintes princípios: unidade da Constituição, efeito integrador, máxima efetividade, 
conformidade funcional, concordância prática e força normativa. 
 
1. 
Princípio da unidade da Constituição 
Uma norma constitucional não pode ser interpretada isoladamente, e sim interpretada à vista do 
conjunto de normas de que faz parte (sistema interno unitário). 
“Não se interpreta a Constituição em tiras, aos pedaços. Tenho insistido em que a 
interpretação do direito é interpretação do direito, não de textos isolados, desprendidos do 
direito. Não se interpreta textos de direito, isoladamente, mas sim o direito — a Constituição 
— no seu todo” (voto do Min. Eros Grau, ADI 3685). 
Como ensina Konrad Hesse, todas as normas constitucionais hão de ser interpretadas de tal modo 
que se evitem contradições com outras normas da Constituição. Nessa mesma linha (J. J. Gomes 
Canotilho): 
“A constituição deve ser interpretada de forma a evitar contradições (antinomias, 
antagonismos) entre as suas normas, obrigando‐se o intérprete a considerar a constituição 
na sua globalidade e a procurar harmonizar os espaços de tensão existentes entre as 
normas constitucionais a concretizar” (Direito constitucional e teoria da constituição. 4.ª 
edição. Almedina: Coimbra, 2000, p. 1187). 
Na visão de Luís Roberto Barroso, a unidade harmônica da Constituição advém da ideia de que 
não há hierarquia entre as normas constitucionais. 
Noutras palavras, quer se trate de normas originárias ou derivadas, quer se cuide de direitos 
fundamentais ou não fundamentais, quer versem as normas sobre cláusulas pétreas ou 
cláusulas suprimíveis, todas as normas desfrutam da mesma hierarquia. (FONTELES, Samuel 
Sales. Hermenêutica constitucional. 4. ed. Salvador: Editora JusPodivm, 2021, p. 177). 
 (Promotor MPEMG 2023 Fundep correta) O princípio da unidade hierárquico-normativa da Constituição 
corresponde a princípio da hermenêutica constitucional que impede a interpretação da Constituição em 
tiras, impositivo de solução que sempre concilie as tensões existentes entre normas constitucionais. 
 (Defensor DPEMS 2014 Vunesp correta) O princípio da unidade da Constituição prevê que o intérprete 
deve considerar o texto na sua globalidade de forma a se evitarem contradições e antinomias entre normas 
constitucionais. 
 (Advogado da União AGU 2015 Cespe correta) De acordo com o princípio da unidade da CF, a 
interpretação das normas constitucionais deve ser feita de forma sistemática, afastando-se aparentes 
antinomias entre as regras e os princípios que a compõem, razão por que não devem ser consideradas 
contraditórias a norma constitucional que veda o estabelecimento de distinção pela lei entre os brasileiros 
natos e os naturalizados e a norma constitucional que estabelece que determinados cargos públicos devam 
ser privativos de brasileiros natos. 
 (Promotor MPEMS 2013 correta) O princípio da unidade da Constituição tem o efeito prático de 
harmonizar as normas constitucionais, na medida em que se tem de produzir um equilíbrio, sem negarpor 
completo a eficácia de qualquer delas. 
 (Juiz do Trabalho TRT14R 2012 correta) De acordo com o princípio da unidade da Constituição o conflito 
entre princípios resolve-se pelo método da ponderação. 
 (Analista Câmara de Rio Branco/AC 2016 AOCP correta) Assinale a alternativa que apresenta o princípio 
que consagra a interdependência entre as normas constitucionais: Princípio da unidade da constituição. 
 
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2. 
Princípio da concordância prática 
(harmonização ou cedência recíproca) 
A afirmação de bens jurídicos constitucionalmente protegidos não implica o sacrifício total de outros 
também consagrados na Constituição. Ex.: colisão entre direitos fundamentais. 
Nas palavras de Konrad Hesse: 
“Os bens jurídicos constitucionalmente protegidos devem ser coorndenados de tal modo 
que, na solução do problema, todos eles tenham preservada a sua identidade” (...) Onde 
ocorram colisões não se deve, através de uma precipitada ponderação de bens ou, inclusive, 
de uma abstrata ponderação de valores, realizar um dos bens com o sacrifício do outro” 
(idem, p. 178). 
 (Delegado PCRJ 2022 Cespe correta) Em razão do que preceitua o princípio da concordância prática, pode-
se dizer que, na ocorrência de conflito entre bens jurídicos garantidos por normas constitucionais, o 
intérprete deve priorizar a decisão que melhor os harmonize, de forma a conceder a cada um dos direitos a 
maior amplitude possível, sem que um deles acabe por impor a supressão do outro. 
 (Assistente jurídico CRO/AC 2019 Quadrix correta) O princípio da concordância prática impõe a 
coordenação e a combinação dos bens jurídicos em conflito, de forma a evitar o sacrifício total de uns em 
relação aos outros. 
 (Juiz TJSP 2018 Vunesp correta) Segundo o princípio da concordância prática ou da harmonização, 
eventual conflito entre bens juridicamente protegidos deve ser solucionado pela coordenação e combinação 
entre eles, de modo que o estabelecimento de limites recíprocos evite o sacrifício de uns em relação aos 
outros. 
 (Advogado CREMESP 2011 Vunesp correta) Dentro da hermenêutica constitucional, o princípio de 
interpretação constitucional que exige a coordenação e combinação dos bens jurídicos em conflito de forma 
a evitar o sacrifício total de uns em relação aos outros denomina-se princípio da concordância prática. 
 (Procurador Câmara de Edéia/GO Itame 2015 correta) A doutrina elenca alguns princípios de 
interpretação especificamente constitucionais, nos quais se encarta o princípio da concordância prática, que 
consiste na busca do intérprete e aplicador das normas constitucionais pela coexistência harmônica entre 
bens constitucionalmente protegidos que estejam em uma aparente situação de conflito entre eles, 
evitando-se o sacrifício total de um deles em detrimento do outro. 
 
3. 
Princípio da conformidade funcional 
(ou critério da correção funcional, “justeza” 
ou exatidão funcional) 
A interpretação constitucional deve ser copatível com o modelo organizatório-funcional. Não pode 
alterar a estrutura de repartição de poderes. Não pode alterar competências constitucionais. 
Nas palavras de Konrad Hesse: 
“Se a Constituição regula, de certa maneira, a competência dos agentes de funções estatais, 
o órgão de interpretação deve manter‐se no marco das funções que lhe são atribuídas; esse 
órgão não deverá modificar a distribuição de funções pela forma e resultado dessa 
interpretação” (idem, p. 178). 
 (Procurador Prefeitura de São José do Rio Preto/SP 2019 Vunesp correta) “O intérprete não pode chegar 
a um resultado que subverta ou perturbe o esquema organizatório-funcional estabelecido pelo constituinte. 
Assim, a aplicação das normas constitucionais propostas pelo intérprete não pode implicar alteração na 
estrutura de repartição de poderes e exercício das competências constitucionais estabelecidas pelo 
constituinte originário”. Esse aspecto de interpretação das normas constitucionais diz respeito ao princípio 
da justeza. 
 (Delegado PCMS 2017 FAPEMS correta) O Princípio da Conformidade Funcional impede que o intérprete 
subverta o esquema organizatório-funcional estabelecido pela Constituição. 
 (Advogado CRM/MG 2017 Fundep correta) O princípio da correção funcional também é um critério 
orientador da atividade interpretativa, capaz de conduzir a que não se deturpe, por meio da interpretação 
de algum preceito, o sistema de repartição de funções entre os órgãos e pessoas designados pela 
Constituição. 
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 (Juiz do Trabalho TRT14R 2012 correta) De acordo com o princípio da justeza ou conformidade funcional 
não pode haver subversão do esquema organizatório-funcional constitucionalmente estabelecido. 
 
4. 
Princípio do efeito integrador 
(ou critério da eficácia integradora) 
Favorece a integração social e política e o reforço da unidade política, produzindo um efeito criador 
e conservador da unidade política. 
Assim, “a bússola orientadora do intérprete deve ser a via hermenêutica que conserve a integridade 
federativa, territorial e social, promovendo-se a paz social” (FONTELES, 2021, p. 179). 
Nas palavras de Konrad Hesse: 
“Se a Constituição se propõe a criar e manter a unidade política, isso exige que se dê 
preferência na solução dos problemas jurídico‐constitucionais àqueles pontos de vista que 
promovam e preservem essa unidade” (idem, p. 179). 
Segundo Marcelo Novelino (2016, p. 136), nas raras vezes em que mencionado nas decisões do STF, 
o princípio do efeito integrador atuou como reforço argumentativo, nunca como critério 
interprativo autônomo. 
 (Defensor DPERR 2021 FCC correta) Dentre os princípios de interpretação constitucional, aquele que 
indica a necessidade de se dar preferência aos critérios de interpretação que favoreçam a integração política 
e social e o reforço da unidade política é chamado de princípio do efeito integrador. 
 (Procurador Câmara de Edéia/GO Itame 2015 correta) Em sede de interpretação das normas 
constitucionais, o princípio do efeito integrador é muitas vezes associado ao princípio da unidade da 
constituição, já que, conforme aquele, na resolução dos problemas jurídico-constitucionais, deve-se dar 
primazia aos critérios favorecedores da integração política e social, o que reforça a unidade política. 
 
5. 
Princípio da força normativa da Constituição 
(ou critério de interpretação da força normativa) 
A Constituição é norma jurídica que dispõe de caráter obrigatório e vinculante. 
Ou seja, conferir máxima aplicabilidade ao texto constitucional. 
 (Especialista ARTESP 2017 FCC correta) O princípio da normativa da Constituição, que orienta à 
escolha da interpretação que permita maior eficácia às normas constitucionais. 
 (Especialista ANAC 2016 ESAF correta) Ante a força normativa da Constituição, entre as 
interpretações possíveis, deve ser adotada aquela que garanta maior eficácia, aplicabilidade e 
permanência das normas constitucionais. 
 (Analista TREPE 2011 FCC correta) No tocante à interpretação das normas constitucionais, o 
Princípio da Força Normativa da Constituição determina que: entre as interpretações possíveis, deve 
ser adotada aquela que garanta maior eficácia, aplicabilidade e permanência das normas 
constitucionais. 
Para Luís Roberto Barroso, o neoconstitucionalismo apresenta três principais marcos: 
a) marco histórico: a formação do Estado Constitucional de Direito, cuja consolidação se deu ao longo das 
décadas finais do séc. XX; 
b) marco filosófico: o pós-positivismo, com a centralidade dos direitos fundamentais e a reaproximação 
entre o direito e a ética; 
c) marco teórico: o conjunto de mudanças que incluem a força normativa da Constituição, a expansão da 
jurisdição constitucional e o desenvolvimento de uma nova dogmática da interpretação constitucional, 
inclusive reconhecendo a força normativa dos princípios jurídicos e a valorização da sua importância no 
processo de aplicação do Direito (numa clara releiturada teoria da norma). 
 (Procurador PGM Teresina/PI 2010 FCC correta) O "Princípio da Força Normativa da Constituição" alude 
para a priorização de soluções hermenêuticas que possibilitem a atualização normativa e, ao mesmo tempo, 
edifique sua eficácia e permanência. 
 
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6. 
Princípio da máxima efetividade 
(interpretação efetiva ou eficiência) 
A máxima efetividade simboliza a aproximação, tão íntima quanto possível, entre o dever ser 
normativo e o ser da realidade social – ensina Luís Roberto Barroso. 
Costuma ser invocado no âmbito dos direitos fundamentais, a fim de que seja atribuído aos seus 
dispositivos a maior efetividade possível (= maior efetividade social), mas sem alterar o seu 
conteúdo. 
 (Procurador Federal AGU 2023 Cespe correta) No campo da hermenêutica constitucional, a via de 
interpretação que orienta os intérpretes a buscar a maior concretude possível das normas constitucionais, 
sem lhes alterar o conteúdo, corresponde ao princípio da máxima efetividade. 
 (Defensor DPEMG 2019 Fundep correta) Na interpretação dos direitos fundamentais, o princípio da 
“máxima efetividade das normas constitucionais” orienta o intérprete constitucional à aplicação do sentido 
normativo que confira o maior grau de efetividade social à norma constitucional aplicável ao caso concreto. 
 (Procurador Câmara de Edéia/GO Itame 2015 correta) O princípio da máxima efetividade, invocado no 
âmbito dos direitos fundamentais, determina que lhes seja atribuído o sentido que confira a maior 
efetividade possível, com vistas à realização concreta de sua função social. 
 (Juiz do Trabalho TRT23R 2011 correta) De acordo com o princípio da efetividade, as normas 
constitucionais tem sempre eficácia jurídica, são imperativas e sua inobservância espontânea enseja 
aplicação coativa. A uma norma constitucional, ainda à luz do referido princípio, deve ser atribuído o sentido 
que maior eficácia lhe dê. 
 (Procurador PGM Teresina/PI 2010 FCC incorreta) O "Princípio da Máxima Efetividade" autoriza a 
alteração do conteúdo dos direitos fundamentais da norma com o fim de garantir o sentido que lhe dê a 
maior eficácia possível. 
 
#Relembrando: 
Princípio da força normativa da Constituição Princípio da máxima efetividade 
Máxima aplicabilidade. Aqui, é máxima efetividade. 
 
7. 
Princípio da interpretação conforme a Constituição 
Pressupõe: 
a) constituição rígida; 
b) hierarquia das normas (constitucionais e infraconstitucionais); 
c) princípio da presunção de constitucionalidade. 
“O princípio da interpretação conforme a constituição é corolário [consequência / resultado] 
da supremacia constitucional e da presunção de constitucionalidade” (NOVELINO, 2016, p. 
206). 
O princípio da interpretação conforme a Constituição é tido como técnica de decisão no controle 
de constitucionalidade. 
Em outras palavras, se a norma admite mais de um significado, deve-se dar preferência à 
interpretação compatível com o conteúdo da Constituição (atenda aos preceitos constitucionais). 
 (Advogado CODESP 2010 FGV correta) Segundo o princípio da interpretação conforme a Constituição, 
entre diversas exegeses igualmente constitucionais, deve-se optar por aquela que se orienta para a 
Constituição ou pela que melhor corresponde às decisões do constituinte. 
 (Delegado PCRJ 2022 Cespe correta) O direito constitucional reclama a existência de princípios 
específicos, que compõem a denominada metodologia constitucional, para que a Constituição Federal de 
1988 seja interpretada. Um dos referidos princípios prevê que, sempre que possível, deve o intérprete 
buscar a interpretação menos óbvia do enunciado normativo, fixando-a como norma, de modo a salvar a 
sua constitucionalidade. Trata-se do princípio de interpretação conforme a Constituição. 
 (Promotor MPEMS 2013 incorreta) O princípio da interpretação conforme a Constituição não atua no 
campo do controle de constitucionalidade das leis, porque, declarando o Judiciário que certas aplicações da 
lei não são compatíveis com a Constituição, está ele apenas conservando a lei no sistema jurídico, evitando 
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a sua não continuidade, ainda que com características diferentes, podendo-se, em razão disso, sustentar-se 
a atuação do julgador como legislador positivo. 
 (Juiz TJES 2011 Cespe incorreta) De acordo com o princípio da interpretação conforme a Constituição, em 
face de normas plurissignificativas, o intérprete deve buscar o sentido da norma que mais a compatibilize 
com a CF, ainda que sua interpretação contrarie o texto literal da norma. 
 
8. 
Outros princípios 
A doutrina também acrescenta outros princípios, como, por exemplo: 
(i) princípio da razoabilidade/proporcionalidade; 
(ii) princípio da presunção de constitucionalidade das leis e atos do poder público; 
(iii) princípio da supremacia da Constituição. 
 (Analista TCERJ 2021 Cespe correta) A supremacia constitucional é garantida pela rigidez das normas 
constitucionais e pelo controle de constitucionalidade. 
 (Auditor TCEMS 2013 PUCPR correta) A supremacia formal da constituição decorre da ideia de rigidez e 
da existência de mecanismos de controle de constitucionalidade. 
 (Procurador Câmara de Vinhedo/PR Avança 2020 correta) Do princípio da supremacia da Constituição 
resulta o princípio da compatibilidade vertical das normas do ordenamento jurídico brasileiro. 
 (Analista Prefeitura de Capim/PB 2020 FACET correta) Nos dizeres de José Afonso da Silva, “a 
Constituição se coloca no vértice do sistema jurídico do país, a que confere validade, e que todos os poderes 
estatais são legítimos na medida em que ela os reconheça e na proporção por ela distribuídos. É, enfim, a lei 
suprema do Estado, pois é nela que se encontram a própria estruturação deste e a organização de seus 
órgãos; é nela que se acham as normas fundamentais de Estado, e só nisso se notará sua superioridade em 
relação às demais normas jurídicas”. (José Afonso da Silva, Curso de direito constitucional positivo, p. 47 e 
49.) Ao se referir à Constituição de tal forma, o autor se refere ao: Princípio da supremacia da constituição. 
 (Promotor MPEMS 2013 correta) O princípio da supremacia constitucional é resultado da rigidez 
normativa que ostentam os preceitos de nossa Constituição, impondo ao Poder Judiciário, qualquer que seja 
a sede processual, que se recuse a aplicar leis ou atos estatais reputados em conflito com a Carta Federal. 
 
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MÉTODOS 
DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL 
 
 Contribuição da dogmática alemã! 
Métodos de interpretação constitucional 
1. Método jurídico ou clássico. 
2. Método tópico-problemático. 
3. Método hermenêutico-concretizador. 
4. Método científico-espiritual. 
5. Método normativo-estruturante. 
6. Método concretista da constituição aberta. 
7. Método da comparação constitucional. 
 
1. 
Método jurídico ou clássico 
(jurista alemão Ernst Forsthoff) 
Ernst Forsthoff entende que a Constituição, por ser uma espécie de lei, deve ser 
interpretada com base nos elementos tradicionais desenvolvidos por Savigny, ou 
seja, por meio da aplicação das interpretações histórico, gramatical, lógico e 
sistemático, sem desempenhar juízo de valor ou atividade criativa. 
 Crítica: é insuficiente para as normas constitucionais excessivamente porosas (ex.: 
“devido processo legal”) e casos de maior complexidade (hard case). 
 (Procurador Prefeitura de Novo Hamburgo/RS 2022 AOCP correta) Para o método jurídico, a 
Constituição deve ser encarada como uma lei e, assim, todos os métodos tradicionais de hermenêutica 
deverão ser utilizados na tarefa interpretativa. 
 (Juiz TJDFT 2014 Cespe correta) Conforme o método jurídico ou hermenêutico clássico, a Constituição 
deve ser considerada como uma lei e, em decorrência, todos os métodos tradicionais de hermenêutica 
devem ser utilizados na atividade interpretativa,mediante a utilização de vários elementos de exegese, tais 
como o filológico, o histórico, o lógico e o teleológico. 
 (Juiz TJ/BA 2012 Cespe correta) O método hermenêutico clássico de interpretação constitucional concebe 
a interpretação como uma atividade puramente técnica de conhecimento do texto constitucional e 
preconiza que o intérprete da Constituição deve se restringir a buscar o sentido da norma e por ele se guiar 
na sua aplicação, sem formular juízos de valor ou desempenhar atividade criativa. 
 (Advogado Metrô/DF IADES 2014 correta) No método jurídico, defende-se a identidade entre lei e 
constituição, esta considerada espécie de lei, devendo, portanto, ser interpretada pelas regras tradicionais 
de hermenêutica. 
 (Defensor DPE/SE 2012 Cespe correta) De acordo com o método hermenêutico clássico, devem-se adotar 
os critérios tradicionais relacionados por Savigny como forma de se preservar o conteúdo da norma 
interpretada e evitar que ele se perca em considerações valorativas. 
 (Assessor TCEPI 2014 FCC correta) Método jurídico ou hermenêutico clássico, a Constituição deve ser 
encarada como uma lei e, assim, todos os métodos tradicionais de exegese deverão ser utilizados na tarefa 
interpretativa. 
 (Analista SEPLAG 2009 Funiversa correta) Segundo o método interpretativo hermenêutico-clássico, a 
constituição essencialmente é uma lei e, por isso, há de ser interpretada segundo as regras tradicionais da 
hermenêutica, articulando-se e complementando-se para revelar seu sentido. 
 (Notário TJPI 2013 Cespe incorreta) O método normativo-estruturante, em linhas gerais, parte da 
premissa de que a Constituição, por ser uma espécie de lei, deve ser interpretada pelos mesmos elementos 
tradicionais desenvolvidos por Savigny para a interpretação das leis em geral. 
 
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2. 
Método tópico-problemático 
(jurista alemão Theodor Viehweg) 
É um método hermenêutico prático. Theodor Viehweg publicou em 1953 a obra 
Topik und Jurisprudenz. Segundo ele, o intérprete constitucional: 
(i) inicialmente, analisa o problema do caso concreto em busca da solução mais 
justa; 
(ii) para, depois, procurar no ordenamento jurídico (norma) o seu apoio 
normativo a essa solução. 
Exemplo de como seria a aplicação do método tópico-problemático: 
“Idealizo para o caso concreto a solução mais justa e posteriormente vou ao arcabouço 
normativo, vou à dogmática buscar o apoio” (ex‐Min. Marco Aurélio). 
O foco passa a ser o problema do caso concreto (protagonista) e como efetivar a 
justiça na situação. O intérprete toma a Constituição como um conjunto aberto de 
regras e princípios, de modo que com base nesse conjunto o intérprete escolhe a que 
mais se adequa para a solução do caso concreto. Para atingir esse fim, qualquer 
método pode vir a ser empregado, independentemente do ordenamento e do próprio 
sistema jurídico como um todo, que são meros coadjuvantes na solução do problema, 
porque são meros pontos de vista. 
Resumindo: 
 
Fonte da imagem: Hermenêutica constitucional. Samuel Sales Fonteles. 
Críticas: leva ao decisionismo; o método representa uma anarquia metodológica. 
Contributo: o método tópico-problemático contribuiu para a retomada da tópica (= os topoi) no 
campo jurídico. 
Segundo o filósofo grego Aristóteles (topoi significa “o que a todos, ou à grande maioria ou aos 
doutos se lhes afigurava verdadeiro”). 
Assim, a tópica é considerada uma “técnica do pensamento problemático”, ou seja, são raciocínios 
derivados de premissas aparentemente verdadeiras, elaboradas com base em opiniões amplamente 
admitidas. Alguns exemplos ajudam. 
No Direito Constitucional brasileiro, podemos identificar alguns topoi: 
a) direitos fundamentais são relativos; 
b) direitos fundamentais não podem ser usados para práticas ilícitas; 
c) o corpo não é uma propriedade privada sobre a qual o seu titular exercer soberania absoluta; 
d) a dignidade humana limita a liberdade individual, inclusive, para proteger o ser humano de si 
mesmo. 
Os topoi, portanto, “são formas de argumentos extraídas de princípios gerais, decisões judiciais, 
crenças e opiniões comuns, cuja principal função é intervir, em caráter auxiliar, na discussão em 
torno de problemas concretos a serem resolvidos” (NOVELINO, 2016, p. 141). 
 (Procurador Prefeitura de Novo Hamburgo/RS 2022 AOCP correta) Por meio do método da tópica, parte-
se de um problema concreto para a norma, atribuindo-se à interpretação um caráter prático na busca da 
solução dos problemas concretizados. 
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 (Delegado PJCMT 2017 Cespe correta) O método de interpretação da Constituição que, por considerá-la 
um sistema aberto de regras e princípios, propõe que se deva encontrar a solução mais razoável para 
determinado caso jurídico partindo-se da situação concreta para a norma, é denominado método tópico-
problemático. 
 (Assessor TCEPI 2014 FCC correta) Tópico-problemático, parte-se de um problema concreto para a norma, 
atribuindo-se à intepretação um caráter prático visando à solução dos problemas concretizados. 
 (Juiz TJAL 2008 Cespe correta) O modo de pensar que foi retomado por Theodor Viehweg, em sua obra 
Topik und Jurisprudenz, tem por principal característica o caráter prático da interpretação constitucional, 
que busca resolver o problema constitucional a partir do próprio problema, após a identificação ou o 
estabelecimento de certos pontos de partida. É um método aberto, fragmentário ou indeterminado, que dá 
preferência à discussão do problema em virtude da abertura textual das normas constitucionais. 
 (Analista SEPLAG 2009 Funiversa correta) De acordo com o método tópico-problemático, os 
instrumentos hermenêuticos tradicionais não resolvem as questões emergentes da interpretação 
concretizadora desse novo modelo constitucional, em que a constituição é um sistema aberto de regras e 
princípios. 
 (Defensor DPE/BA 2010 Cespe incorreta) De acordo com o método tópico-problemático, a análise da 
norma constitucional não deve estar embasada na literalidade da norma, mas na realidade social e nos 
valores subjacentes do texto constitucional, razão pela qual a Constituição deve ser interpretada, por esse 
método, como algo em constante renovação, em compasso com as modificações da vida em sociedade. 
 (Juiz STM 2013 Cespe incorreta) De acordo com o método tópico-problemático, a interpretação da 
constituição é concretização, criando-se um processo unitário entre aplicação e interpretação, com primazia 
do texto sobre o problema. 
 (Defensor DPE/SE 2012 Cespe incorreta) Segundo o método tópico-problemático, as normas 
constitucionais são fechadas e determinadas, sem nenhum viés fragmentário. 
 (Notário TJPI 2013 Cespe incorreta) Ernst Forsthoff, com sua obra Topik und Jurisprudenz (1953), foi o 
grande responsável pela retomada da tópica no campo jurídico, de modo que é considerado por muitos o 
pai do método tópico-problemático. 
 (Notário TJPI 2013 Cespe incorreta) Para o método tópico-problemático, a Constituição deve ser 
interpretada como um todo (visão sistêmica), considerados os fatores extraconstitucionais, como a realidade 
social. 
 
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3. 
Método hermenêutico-concretizador 
(jurista alemão Konrad Hesse) 
Aqui, o intérprete vai da norma para o problema (primazia do ordenamento). 
Essa relação entre norma jurídica e problema do caso concreto com a mediação 
criadora do intérprete transforma a interpretação em movimento de ir e vir (círculo 
hermenêutico – nas palavras de Canotilho). 
“Quem é o fio condutor entre esses dois pontos? O intérprete (juiz, membro 
do MP, advogado etc.), com todas as sua pré‐compreensões (juízos forjados 
pela sua biografia). Ele medeia a norma e o problema” (FONTELES, Samuel Sales. 
Hermenêutica constitucional. 4. ed. Salvador: Editora JusPodivm, 2021, p. 186). 
Resumindo: 
 
Fonte da imagem: Hermenêutica constitucional. Samuel Sales Fonteles. 
 (Juiz TJSP 2017Vunesp correta) Leia o texto a seguir: “(…) arranca da ideia de que a leitura de 
um texto normativo se inicia pela pré-compreensão do seu sentido através do intérprete. A 
interpretação da constituição também não foge a esse processo: é uma compreensão de sentido, 
um preenchimento de sentido juridicamente criador, em que o intérprete efectua uma atividade 
prático normativa, concretizando a norma a partir de uma situação histórica concreta. No fundo 
esse método vem realçar e iluminar vários pressupostos da atividade interpretativa: (1) os 
pressupostos subjetivos, dado que o intérprete desempenha um papel criador (pré-compreensão) na 
tarefa de obtenção de sentido do texto constitucional: (2) os pressupostos objectivos, isto é, o 
contexto, actuando o intérprete como operador de mediações entre o texto e a situação a que se 
aplica: (3) relação entre o texto e o contexto com a mediação criadora do intérprete, transformando 
a interpretação em ‘movimento de ir e vir’ (círculo hermenêutico). (…) se orienta não por um 
pensamento axiomático mas para um pensamento problematicamente orientado.” Da leitura do 
texto do constitucionalista J.J. Gomes Canotilho, conclui-se que o autor se refere a que método de 
interpretação constitucional? Método hermenêutico-concretizador. 
Crítica1: o intérprete é limitado pelo texto. 
Crítica2: o método não fornece elementos para extrair um significado seguro desse texto. 
 (Procurador Municipal Prefeitura de Foz do Iguaçu/PR 2019 FAFIPA correta) A espiral hermenêutica, 
criada por Konrad Hesse, pertence ao método hermenêutico-concretizador de interpretação das normas 
constitucionais. 
 (Promotor MPEPI 2019 Cespe correta) Assinale a opção que apresenta o método conforme o qual a 
leitura do texto constitucional inicia-se pela pré-compreensão do aplicador do direito, a quem compete 
efetivar a norma a partir de uma situação histórica para que a lide seja resolvida à luz da Constituição, e não 
de acordo com critérios subjetivos de justiça: hermenêutico-concretizador. 
 (Assessor TCEPI 2014 FCC correta) hermenêutico-concretizador, parte-se da norma constitucional para o 
problema concreto, valendo-se de pressupostos subjetivos e objetivos e do chamado círculo hermenêutico. 
 (Primeiro Tenente Aeronáutica CIAAR 2014 correta) “O pensador alemão Konrad Hesse teorizou o 
método de interpretação constitucional que parte da Constituição para o problema, de modo que há o 
primado do texto constitucional em face do problema. Pelo referido método, a leitura de um texto 
constitucional inicia-se pela pré-compreensão do seu sentido através do intérprete, a quem cabe concretizar 
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a norma para e a partir de uma situação histórica concreta.” Trata-se do método hermenêutico-
concretizador. 
 (Notário TJPI 2013 Cespe correta) O método hermenêutico-concretizador parte do pressuposto de que a 
interpretação constitucional é concretização, entendida como uma norma preexistente na qual o caso 
concreto é individualizado. 
 (Defensor DPE/SE 2012 Cespe incorreta) Uma das características do método hermenêutico-concretizador 
é ignorar a pré-compreensão do intérprete. 
 (Auditor TCEES 2012 Cespe incorreta) De acordo com o método hermenêutico concretizador, elaborado 
com base nos ensinamentos de Konrad Hesse, a norma deve ser interpretada a partir da análise do problema 
concreto, tendo-se a constituição como um sistema aberto de regras e princípios. 
 (Advogado da União AGU 2010 Cespe incorreta) O método hermenêutico-concretizador caracteriza-se 
pela praticidade na busca da solução dos problemas, já que parte de um problema concreto para a norma. 
 (Advogado IDURB 2020 Quadrix incorreta) O método hermenêutico‐concretizador busca combater 
ideologias ou preconceitos, privilegiando uma interpretação abstrata e distanciada do objeto. 
 
#Relembrando: 
Método 
tópico-problemático 
(Theodor Viehweg) 
Método 
hermenêutico-concretizador 
(Konrad Hesse) 
O intérprete vai do problema para a norma (primazia 
do problema). 
O intérprete vai da norma para o problema (primazia 
do ordenamento). 
 
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4. 
Método científico-espiritual 
(jurista alemão Rudolf Smend) 
A Constituição é enxergada como um sistema cultural e de valores de um povo. A 
interpretação é desenvolvida a partir dessa realidade social e dos valores 
subjacentes ao texto constitucional (captação espiritual). 
O método científico‐espiritual refere‐se às ciências do espírito, isto é, cujas 
proposições não podem ter a sua veracidade demonstrada por experimentos 
(físico‐naturais). Daí o método falar em fenômenos culturais. 
Na didática de Marcelo Novelino (Manual de direito constitucional..., 2016, p. 140): 
No método científico-espiritual, idealizado por Rudolf Smend, a interpretação deve ter em 
conta o sistema de valores subjacentes à constituição (elemento valorativo), assim como 
sua importância no processo de integração comunitária (elemento integrativo). Os institutos 
do direito constitucional devem ser compreendidos em sua conexão com o sentido de 
conjunto e universalidade expressos pela constituição, a qual deve ser interpretada como 
um todo (“visão sistêmica”). Também devem ser levados em consideração fatores 
extraconstitucionais, dentre eles, a realidade social captada naquele momento histórico 
(elemento sociológico). 
 (Advogado da União AGU 2023 Cespe correta) (...) representa a tentativa de superar o contraste rígido 
entre norma e fato, deslocando o problema para o debate sobre estática e dinâmica na teoria do Estado. 
Nessa teoria, a Constituição é uma realidade integrante. Paulo Bonavides. Curso de direito constitucional. 
17.ª ed. São Paulo: Editora Malheiros, p. 178 (com adaptações). O fragmento de texto apresentado diz 
respeito ao método interpretativo científico-espiritual. 
 (Procurador Prefeitura de Novo Hamburgo/RS 2022 AOCP correta) De acordo com o método científico-
espiritual, a análise da norma constitucional não se fixa na literalidade da norma, mas parte da realidade 
social e dos valores subjacentes do texto da Constituição. 
 (Assessor TCEPI 2014 FCC correta) Científico-espiritual, a sua análise da norma constitucional não se fixa 
na literalidade da norma, mas parte da realidade social e dos valores subjacentes do texto constitucional. 
 (Procurador Municipal Prefeitura de Foz do Iguaçu/PR 2019 FAFIPA correta) Pelo método científico-
espiritual de Rudolf Smend, análise da Constituição deve basear-se na cultura do povo que se encontra sob 
o seu domínio, fazendo referência aos valores subjacentes que lhe deram origem. 
 (Juiz do Trabalho TRT14R 2012 correta) Pelo método científico-espiritual a análise da forma 
constitucional não se fixa na literalidade da norma, mas parte da realidade social e dos valores subjacentes 
do texto da Constituição. 
 (Analista SEPLAG 2009 Funiversa correta) O método científico-espiritual é marcado por entender a 
constituição em uma perspectiva política e sociológica, enquanto instrumento de regulação de conflitos, e, 
por essa forma, de construção e de preservação da unidade social. 
 (Defensor DPE/SE 2012 Cespe incorreta) Consoante o método científico-espiritual, a interpretação da 
Constituição restringe-se ao campo jurídico-formal, não sendo admitida qualquer perspectiva política ou 
sociológica de construção e preservação da unidade social. 
 (Juiz STM 2013 Cespe incorreta) De acordo com o método científico-espiritual, deve-se priorizar a 
concretização em detrimento da interpretação, que é apenas uma etapa da concretização, visto que é 
impossível isolar a norma da realidade. 
 
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5. 
Método normativo-estruturante 
(jurista alemão Friedrich Müller) 
No método normativo‐estruturante, proposto por Friedrich Müller, o intérprete 
analisa o texto interpretado (= programa normativo) e o contexto social (= 
domínio normativo / âmbito normativo), sendo a norma o resultado do processo 
de concretização.“Portanto, a norma é a resultante da interpretação do texto constitucional, 
contudo, à luz da realidade social sobre a qual incidirá, exatamente por isso 
denominada de âmbito normativo (área ou espaço sobre o qual incide a 
norma)” (FONTELES, Samuel Sales. Hermenêutica constitucional. 4. ed. Salvador: Editora 
JusPodivm, 2021, p. 186). 
Resumindo: 
 
Fonte da imagem: Hermenêutica constitucional. Samuel Sales Fonteles. 
Com isso, percebe‐se a distinção que Müller faz entre (i) norma e (ii) texto normativo. 
Podemos dizer que Eros Grau foi o longa manus dos ensinamentos de 
Müller para o Direito brasileiro. Em sua obra Por que tenho medo dos 
juízes, o Prof. Eros Grau a todo momento diferencia texto e norma, 
orientado pelos ensinamentos de Müller. 
“O texto normativo – observa Friedrich Müller [1993:169] – não 
contém imediatamente a norma. A norma é construída, pelo 
intérprete, no decorrer do processo de concretização do direito; o 
preceito jurídico é matéria que precisa ser “trabalhada”. Partindo 
do texto normativo, no quadro da realidade contemporânea à 
interpretação, alcançamos a norma jurídica, para então 
caminharmos até a norma de decisão, aquela que confere solução 
ao caso. Somente então se dá a concretização do direito. O texto normativo é uma fração da 
norma – aquela absorvida pela linguagem jurídica –, mas não é, ainda, a norma. Pois não se 
reduz à linguagem jurídica. Abrange todos os elementos e situações do mundo da vida, tal 
como se manifestam no momento de sua aplicação. A concretização implica um caminhar 
do texto normativo em direção à norma concreta (a norma jurídica), que não é ainda, 
todavia, o destino a ser alcançado. A concretização somente se realiza no passo seguinte, 
quando é afirmada a norma de decisão, apta a dar solução ao conflito que consubstancia o 
caso concreto” (GRAU, Eros Robert. Por que tenho medo dos juízes. São Paulo: Malheiros, 
2016, p. 35). 
 Vídeo: Palestra – Por que tenho medo dos juízes? (Eros Roberto Grau). Disponível: https://youtu.be/69JhMrSMQkM. 
 (Analista MPCPA 2019 Cespe correta) Se, no julgamento de determinado caso concreto, resolvido à luz 
da ordem constitucional, o magistrado utilizar o método de interpretação que parte do princípio de que a 
norma constitucional não deve ser entendida apenas como texto normativo, uma vez que ela é composta 
principalmente pela realidade social sobre a qual incide, o intérprete estará utilizando o método de 
interpretação denominado pela doutrina como normativo-estruturante. 
https://youtu.be/69JhMrSMQkM
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 (Juiz TJMSP 2016 Vunesp correta) Acerca da hermenêutica constitucional, é possível afirmar que para 
determinado método de interpretação, a realidade normada e os dispositivos constitucionais situam-se tão 
próximos que o caso concreto é regulamentado quando se dá a implementação fática do comando, ocasião, 
por exemplo, em que o juiz aplica a lei ao caso. A normatividade, a que se refere o método, não se esgota 
no texto, como se afirma tradicionalmente, mas vai se exaurir nas situações concretas e até no direito 
consuetudinário, considerando também os textos doutrinários, já que o texto legal seria apenas uma das 
fontes iniciais de trabalho. Para este método não há diferença entre interpretação e aplicação. A 
interpretação não se esgota na delimitação do significado e do alcance da norma, mas inclui, também, sua 
aplicação. Esse método é denominado normativo-estruturante. 
 (Defensor DPEMG 2014 Fundep correta) Diz-se método normativo estruturante ou concretista aquele 
em que o intérprete parte do direito positivo para chegar à estruturação da norma, muito mais complexa 
que o texto legal. Há influência da jurisprudência, doutrina, história, cultura e das decisões políticas. 
 (Procurador Municipal Prefeitura de Foz do Iguaçu/PR 2019 FAFIPA correta) Para Friedrich Muller, texto 
e norma não se confundem, de modo que é possível interpretar as normas constitucionais partindo-se do 
caso concreto sem que se corra o risco de encontrar um vazio jurídico ao subsumir o fato à norma. 
 (Analista TREGO Cespe 2009 correta) Esse método parte da premissa de que existe uma relação 
necessária entre o texto e a realidade, entre preceitos jurídicos e os fatos que eles intentam regular. Para 
Müller, na tarefa de interpretar-concretizar a norma constitucional, o intérprete- aplicador deve considerar 
tanto os elementos resultantes da interpretação do texto (programa normativo), como os decorrentes da 
investigação da realidade (domínio normativo). Isso porque, partindo do pressuposto de que a norma não se 
confunde com o texto normativo, afirma Müller que o texto é apenas a 'ponta do iceberg'; mas a norma não 
compreende apenas o texto, pois abrange também "um pedaço de realidade social", sendo esta talvez a 
parte mais significativa que o intérprete- aplicador deve levar em conta para realizar o direito. Dirley da 
Cunha Júnior. Curso de Direito Constitucional. 2.ª ed. Salvador: Editora Juspodivum, 2008, p. 214. (com 
adaptações). O trecho acima descreve o método de interpretação constitucional denominado método 
normativo-estruturante. 
 (Técnico TRERS 2008 Consulplan correta) O método de interpretação da Constituição segundo o qual o 
intérprete aplicador deve considerar e trabalhar com dois tipos de elementos de concretização: um formado 
pelos elementos resultantes da interpretação do texto da norma e o outro, resultante da investigação do 
referente normativo, é chamado de: Método normativo-estruturante. 
 
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6. 
Método concretista da constituição aberta 
(jurista alemão Peter Häberle) 
Segundo Häberle, há uma necessidade de ampliação do círculo de intérpretes da 
Constituição (ou seja, ampliação dos sujeitos do processo interpretativo‐
constitucional). 
Não apenas os órgãos estatais, mas também os cidadãos e os grupos sociais 
(sindicatos, associações...) estão legitimados ao processo de interpretação 
constitucional. 
Isso fica claro quando estudamos controle de constitucionalidade, no qual 
verificamos alguns instrumentos de abertura da interpretacao constitucional: a figura do amicus 
curiae, a realização de audiencias públicas, permitindo, assim, o amplo processo de interpretação 
constitucional (alargamento da participação da sociedade no processo constitucional). 
Inclusive a Defensoria Pública na figura de custos vulnerabilis é um exemplo de ampliação nos 
moldes de Häberle. 
 Artigo (Conjur): A Defensoria Pública como interveniente: amicus curiae e custos vulnerabilis. 
Disponível: https://bit.ly/3n8qpgo. 
 O que se entende por “reserva de consistência”? Na lição de Peter Häberle, na aplicação da norma, a 
interpretação deve ser transparente e sincera, evitando-se a adoção de uma decisão prévia e o uso da 
retórica da dignidade da pessoa humana como mera forma de justificação da decisao tomada. 
Colocado no tempo, o processo de interpretação é infinito, o constitucionalista é apenas um 
mediador (Zwischenträger). O resultado de sua interpretação está submetido à reserva da 
consistência (Vorbehalt der Bewährung), devendo ela, no caso singular, mostrar‐se adequada e apta 
a fornecer justificativas diversas e variadas, ou ainda, submeter‐se a mudanças mediante alternativas 
racionais. 
Portanto, nessa linha, todo juiz tem o dever de ser consistente, de convencer, de expor as razões de decidir 
e de dar transparência ao processo decisório, através de uma hermenêutica democrática e aberta, tal como 
defendida por Peter Häberle. 
 (Analista STF 2013 Cespe correta) Para Peter Häberle, jurista alemão cujo pensamento doutrinário tem 
influenciado o direito constitucional brasileiro, a constituição deve corresponder ao resultado, temporário e 
historicamente condicionado, de um processo de interpretação levado adiante na esfera pública por parte 
dos cidadãos e cidadãs. 
 (Primeiro Tenente Aeronáutica CIAAR 2012 correta) Peter Häberle propõe um modelo de uma sociedade 
abertados intérpretes da Constituição. No direito brasileiro, são exemplos dessa possibilidade de 
interpretação pluralista e democrática a(s) figura do amicus curiae e das audiências públicas. 
 (Juiz TJRO 2019 Vunesp correta) Peter Häberle adota uma visão da Constituição como um processo 
político, o que conduz à afirmação de que a verdadeira constituição resulta de um processo interpretativo 
conduzido à luz da publicidade. 
 (Defensor DPEPI 2022 Cespe correta) Segundo a fórmula interpretativa de Peter Häberle para a chamada 
reserva de consistência, em sua aplicação aos direitos humanos, a interpretação deve ser transparente e 
sincera, evitando-se a adoção de uma decisão prévia e o uso da retórica da dignidade da pessoa humana 
como mera forma de justificação da decisão tomada. 
 
https://bit.ly/3n8qpgo
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7. 
Método da comparação constitucional 
(jurista alemão Peter Häberle) 
Buscando compreender o moderno Estado constitucional, Häberle defende o 
método de comparação constitucional como um suposto quinto método. Porém, 
na doutrina, o jurista alemão sofre críticas. 
“Alia os métodos gramatical, lógico, histórico e sistemático, propostos por 
Savigny, ao Direito Comparado, de modo a buscar em vários ordenamentos 
jurídicos a melhor direção interpretativa das normas constitucionais de um 
Estado. Assim, ter‐se‐ia um quinto método de exegese (Peter Häberle)” 
(BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de direito constitucional. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2014, p. 
458). 
Crítica: seria forçado considerar a comparação de outros sistemas jurídicos, de dois ou mais direitos 
nacionais, como um método autônomo de interpretação constitucional. 
 (Procurador Prefeitura de Inhapi/AL COPEVE 2015 correta) O método da comparação constitucional alia 
os métodos gramatical, lógico, histórico e sistemático propostos por Savigny, ao Direito comparado, 
formando um quinto método exegético, conforme ensina Häberle. 
 (Defensor DPEMG 2014 Fundep incorreta) Diz-se método da comparação constitucional aquele que prega 
que a constituição deve ser interpretada por todos e em qualquer espaço. 
 (Segundo Tenente CBM/DF 2011 Cespe incorreta) Pelo método da comparação constitucional, o 
intérprete parte de um problema concreto para a norma, atribuindo à interpretação caráter prático na busca 
da solução dos problemas concretizados. 
 
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