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Infrações Penais e Administrativas no ECA

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Estatuto da Criança 
e do Adolescente
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Reinaldo Zychan de Moraes
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Crimes e Infrações Administrativas
• Infrações Penais Previstas no ECA;
• Infrações Administrativas Previstas no ECA;
• Disposições Finais e Transitórias.
 · Conhecer as disposições finais do Estatuto da Criança e do Adoles-
cente, em especial, as infrações penais e as administrativas criadas por 
essa norma. Essas infrações foram criadas para dar maior efetividade 
aos direitos das crianças e dos adolescentes, estabelecendo sanções 
para uma série de condutas ilegais e que não se compatibilizam com 
os preceitos dessa norma. Tudo isso faz com que o Estatuto se firme 
como uma norma de grande importância dentro do cenário social de 
nosso país, pois apresenta farta regulação sobre as relações entre a 
família, a sociedade e o Estado, sempre com o objetivo de buscar dar 
maior proteção a uma parcela tão importante de nossa população.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Crimes e Infrações Administrativas
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você 
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Crimes e Infrações Administrativas
Infrações Penais Previstas no ECA
Considerações Iniciais
Além de criar uma série de normas protetivas no texto do ECA, também foram 
construídos alguns tipos penais especificamente voltados para tipificar condutas 
praticadas contra crianças e adolescentes:
ECA
Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra a criança 
e o adolescente, por ação ou omissão, sem prejuízo do disposto na 
legislação penal.
É certo que há infrações penais que somente estão previstas no Estatuto, 
contudo, elas não afastam a incidência de outras normas penais, nas quais crianças 
e adolescentes possam ser sujeitos passivos, bem como circunstâncias em que essa 
situação especial acaba por gerar agravantes ou causas de aumento, tal como 
ocorre, por exemplo, nas seguintes situações:
• O crime de homicídio (Artigo 121 do Código Penal) pode ter como sujeito 
passivo qualquer pessoa, sendo que, em alguns casos, essa conduta pode 
vitimar crianças e adolescentes;
• Nesse mesmo crime, se o ofendido é menor de 14 anos, haverá a incidência de 
uma causa de aumento de pena em um terço – Artigo 121, §4º, do Código Penal;
• Em qualquer caso, o crime praticado contra criança tem uma agravação 
genérica prevista na alínea “h” do Inciso II do Artigo 61 do Código Penal:
Código Penal
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não 
constituem ou qualificam o crime:
(...)
II - ter o agente cometido o crime:
(...)
h) contra criança, [...]
Dessa forma, podemos afirmar que o ECA aumentou, sob o enfoque penal, a pro-
teção às crianças e aos adolescentes, sem excluir a aplicação de outras normas penais.
Apuração
O ECA não criou qualquer procedimento de apuração próprio para essas infra-
ções penais, razão pela qual devem ser utilizados aqueles previstos na Legislação 
Processual Penal:
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• Termo Circunstanciado: se o crime puder ser enquadrado na categoria de 
Infração Penal de menor potencial ofensivo, ou seja, aqueles cuja pena máxima 
é de até dois anos;
• Inquérito Policial: para os demais crimes.
O Estatuto autoriza que o Poder Público crie Delegacias de Polícia especializadas 
no atendimento de crianças e adolescentes vítimas de violência, contudo, essa 
criação não é obrigatória.
Há, contudo, duas importantes particularidades criadas pela Lei n.º 13.431/17, 
ou seja, a escuta especializada e o depoimento especial.
Escuta especializada
A escuta especializada é um procedimento de entrevista da criança ou ado-
lescente sobre situações de violência que tenha presenciado ou tenha sido vítima, 
sendo realizada perante órgão da rede de proteção.
Tanto a escuta especializada como o depoimento especial devem ser realiza-
dos em local apropriado e ambiente acolhedor, com infraestrutura e espaço físico 
que garantam a privacidade da criança ou do adolescente.
Nesses procedimentos, não será permitido qualquer tipo de contato, ainda que 
visual, com o suposto autor ou acusado, ou, ainda, com qualquer pessoa que repre-
sente ameaça, coação ou constrangimento.
Depoimento especial
Já o depoimento especial é o procedimento de oitiva de criança ou adolescente 
vítima ou testemunha de violência perante autoridade policial ou judiciária.
Esse depoimento deve ser regido por protocolos que busquem resguardar os 
direitos da criança ou do adolescente e, sempre que possível, deve ser feito em uma 
única vez, sem prejuízo de se garantir ao acusado ou ao investigado o respeito a 
seus direitos. 
Somente pode ser realizado novo depoimento especial se ficar demonstrada a 
sua imprescindibilidade e houver a concordância da vítima ou da testemunha, ou 
de seu representante legal. 
O depoimento especial seguirá o Rito Cautelar de antecipação de prova: 
• Quando a criança ou o adolescente tiver menos de 7 (sete) anos; 
• Em caso de violência sexual. 
Na realização do depoimento especial, deve ser adotado o seguinte procedimento: 
• Profissionais especializados devem esclarecer a criança ou o adolescente 
sobre a tomada do depoimento especial, informando-lhe os seus direitos e os 
procedimentos a serem adotados e planejando sua participação, sendo vedada 
a leitura da denúncia ou de outras peças processuais; 
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UNIDADE Crimes e Infrações Administrativas
• É assegurada à criança ou ao adolescente a livre narrativa sobre a situação 
de violência, podendo o profissional especializado intervir quando necessário, 
utilizando técnicas que permitam a elucidação dos fatos; 
• No curso do Processo Judicial, o depoimento especial será transmitido em 
tempo real para a sala de audiência, preservado o sigilo; 
• Após a narrativa, o juiz, depois de consultar o Ministério Público, o Defensor e 
os Assistentes Técnicos, avaliará a pertinência de perguntas complementares, 
as quais serão organizadas em bloco; 
• O profissional especializado poderá adaptar as perguntas à linguagem de 
melhor compreensão da criança ou do adolescente; 
• O depoimento especial será gravado em áudio e vídeo. 
Pode, contudo, a vítima ou testemunha de violência prestar depoimento direta-
mente ao juiz,se assim este o entender. 
Durante a realização do depoimento, o profissional especializado deve comunicar 
ao juiz o fundado receio, se for o caso, de que a presença, na sala de audiência, do 
autor da violência pode prejudicar o depoimento especial ou colocar o depoente em 
situação de risco, situação em que poderá o magistrado determinar o afastamento 
do acusado desse ato processual.
Competência para julgamento
Os crimes praticados contra as crianças e adolescentes não são julgados pelas 
Varas da Infância e da Juventude, mas por Varas Criminais Comuns.
Contudo, podem ser criados órgãos judiciais especializados em crimes contra 
crianças e adolescentes:
Lei n.º 13.431/17
Art. 23. Os órgãos responsáveis pela organização judiciária poderão 
criar juizados ou varas especializadas em crimes contra a criança e o 
adolescente. 
Parágrafo único. Até a implementação do disposto no caput deste Artigo, 
o julgamento e a execução das causas decorrentes das práticas de violência 
ficarão, preferencialmente, a cargo dos juizados ou varas especializadas 
em violência doméstica e temas afins.
Mudanças no Código Penal provocadas pelo ECA
Quando o Estatuto entrou em vigor, ocorreram algumas mudanças no Código 
Penal, sendo elas estabelecidas no Artigo 263 do ECA, que buscou trazer maior 
harmonização dessas normas, bem como ressaltar a importância da proteção penal 
dos direitos das crianças e dos adolescentes.
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Aplicação do Código Penal e do Código de Processo Penal
Nos crimes previstos no ECA, deve ser aplicada a Parte Geral do Código Penal 
e as normas do Código de Processo Penal:
ECA
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas da Parte 
Geral do Código Penal e, quanto ao processo, as pertinentes ao Código 
de Processo Penal.
Ação penal
Todas as infrações penais previstas no ECA são de Ação Penal Pública Incondicionada:
ECA
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicionada
Isso faz com que o início da apuração dos crimes se faça sem que haja a vontade 
de quem quer que seja. Assim, havendo a notícia de que essas condutas ilícitas 
ocorreram, o Poder Público deve apurá-las, mesmo que não haja a concordância 
dos pais, responsáveis ou qualquer outra pessoa.
Dos crimes em espécie
Para facilitar a nossa análise, vamos agrupar as infrações previstas no Estatuto 
levando em considerações alguns elementos comuns.
Crimes ligados aos cuidados com o neonato
Nos crimes contra neonatos, o que se observa, em especial, é que o Legislador 
teve destacada preocupação com a falta de adequado registro sobre ele e sua 
mãe nos estabelecimentos de saúde, bem como com a entrega dos documentos 
necessários para o Registro Civil da criança:
 ECA
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de 
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de manter registro das 
atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 desta Lei, 
bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da 
alta médica, declaração de nascimento, onde constem as intercorrências 
do parto e do desenvolvimento do neonato:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
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UNIDADE Crimes e Infrações Administrativas
Também é considerada infração penal a conduta de não identificar corretamente 
o neonato (para evitar a sua troca), bem como, a falta de realização dos exames 
obrigatórios – tais como o conhecido “exame do pezinho” (Inciso III do Artigo 10):
ECA
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento 
de atenção à saúde de gestante de identificar corretamente o neonato e 
a parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos 
exames referidos no art. 10 desta Lei:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
Crimes ligados à liberdade de ir e vir de crianças e adolescentes
Nos Artigos 230, 231, 234 e 235 do Estatuto, vamos encontrar infrações penais 
voltadas à proteção da liberdade de ir e vir de crianças e adolescentes, sendo que, 
nesse particular, há preocupações de duas ordens: 
• Realização de apreensões sem que haja flagrante ou ordem judicial;
• Falta de obediência às formalidades para que as apreensões ocorram, bem 
como o pleno respeito aos direitos das crianças e adolescentes privados da 
liberdade de ir e vir:
ECA
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo 
à sua apreensão sem estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo 
ordem escrita da autoridade judiciária competente:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão 
sem observância das formalidades legais.
ECA
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de 
criança ou adolescente de fazer imediata comunicação à autoridade judici-
ária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
ECA
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a 
imediata liberação de criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimento 
da ilegalidade da apreensão:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
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ECA
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em 
benefício de adolescente privado de liberdade:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Crime ligado ao respeito moral de crianças e adolescentes
No Artigo 232, vamos encontrar uma infração penal criada para punir condutas 
que acarretem desrespeito moral à criança ou adolescente. O que se veda é a 
submissão deles a vexames e constrangimentos:
ECA
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou 
vigilância a vexame ou a constrangimento:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Crime ligado à atuação dos órgãos protetivos
No Artigo 236, vamos encontrar uma infração penal que se refere à conduta de 
quem impede ou embaraça a atuação dos órgãos protetivos, ou seja, da autoridade 
judiciária, dos membros de Conselho Tutelar ou do Representante do Ministério 
Público, quando eles estejam exercendo as competências definidas no ECA:
ECA
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro 
do Conselho Tutelar ou representante do Ministério Público no exercício 
de função prevista nesta Lei:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Crimes ligados ao exercício do poder familiar
Nos Artigos 237, 238 e 239, encontramos a descrição de graves condutas que 
afrontam os deveres inerentes ao exercício da guarda, tutela ou poder familiar 
sendo que, dentre outras formas, essas infrações penais buscam reprimir a ação 
daqueles que:
• “Vendem” ou “prometem vender” filho ou pupilo;
• Subtraem criança ou adolescente para colocá-los em lar substituto;
• Enviam criança ou adolescente ao exterior sem o pleno respeito às prescrições 
do ECA:
ECA
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob 
sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação 
em lar substituto:
Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.
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UNIDADE Crimes e Infrações Administrativas
ECA
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, 
mediante paga ou recompensa:
Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a 
paga ou recompensa.
ECA
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de 
criança ou adolescente para o exterior com inobservância das formalidades 
legais ou com o fito de obter lucro:
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente 
à violência.
Crimes com conteúdo sexual e relativos à pedofilia
No Estatuto, foram criados diversos crimes que buscam reprimircondutas 
voltadas para a exploração sexual de crianças e adolescentes, sendo que podemos 
destacar as seguintes:
• A posse de fotografias (e imagens em geral – ainda que na forma de arquivos 
magnéticos ou eletrônicos) de cenas de sexo envolvendo crianças e adolescentes;
• Uma série de condutas paralelas à anterior, tais como a venda, a exposição 
dessas imagens etc.;
• A realização de cenas ou simulações de conteúdo sexual envolvendo crianças 
e adolescentes – mesmo sob a forma de montagens;
• Aliciamento com o fim de praticar atos libidinosos;
• Submeter crianças ou adolescente à prostituição ou qualquer outra forma de 
exploração sexual:
ECA
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por 
qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo crian-
ça ou adolescente: 
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou 
de qualquer modo intermedeia a participação de criança ou adolescente nas 
cenas referidas no caput deste Artigo, ou ainda quem com esses contracena. 
§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime: 
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I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la; 
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de 
hospitalidade; ou
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo ou afim até 
o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador 
da vítima ou de quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, 
ou com seu consentimento. 
ECA
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro 
que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança 
ou adolescente: 
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. 
ECA
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar 
ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática 
ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de 
sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: 
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. 
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: 
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, 
cenas ou imagens de que trata o caput deste Artigo; 
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às 
fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste Artigo.
§ 2º As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1o deste Artigo são 
puníveis quando o responsável legal pela prestação do serviço, oficialmente 
notificado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata o 
caput deste Artigo. 
ECA
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, 
vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou 
pornográfica envolvendo criança ou adolescente: 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena 
quantidade o material a que se refere o caput deste Artigo. 
[...]
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UNIDADE Crimes e Infrações Administrativas
O Artigo 241-B tipifica a conduta daquele que possui fotografias, vídeos ou 
qualquer outra forma de registro (tais como arquivos de vídeos ou fotos digitais) de 
cenas de sexo explícito ou pornográfica que envolvam crianças ou adolescentes.
Ocorre, contudo, que há organizações (públicas e privadas) criadas com o 
específico objetivo de reprimir essas práticas, sobretudo na Internet e nas Redes 
Sociais, sendo que a conduta dos integrantes delas (ou qualquer outra pessoa) de 
gravar esse tipo de material para entregá-los à autoridade competente poderia 
gerar a discussão de que eles também estariam praticando essas infrações penais. 
Para afastar essa discussão, o §2º do Artigo 241-B deixa claro que esse tipo de 
proceder não caracteriza a prática dessa infração penal:
Art. 241 B (...)
§ 2º Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de 
comunicar às autoridades competentes a ocorrência das condutas descritas 
nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando a comunicação for 
feita por: 
I – agente público no exercício de suas funções; 
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre 
suas finalidades institucionais, o recebimento, o processamento e o 
encaminhamento de notícia dos crimes referidos neste parágrafo;
III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de 
acesso ou serviço prestado por meio de rede de computadores, até o 
recebimento do material relativo à notícia feita à autoridade policial, ao 
Ministério Público ou ao Poder Judiciário. 
§ 3º As pessoas referidas no § 2o deste Artigo deverão manter sob sigilo 
o material ilícito referido. 
Reforçando o combate a esses crimes, a Lei nº 13.441/17, criou a possibilidade 
da infiltração de agentes de polícia na Internet com o fim de investigá-los. 
Nessas situações, esses agentes, igualmente, não estarão praticando crimes:
ECA
 Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena 
de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou 
modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação 
visual:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, 
disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qualquer meio, adquire, 
possui ou armazena o material produzido na forma do caput deste Artigo. 
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ECA
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio 
de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso: 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: 
I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena de sexo 
explícito ou pornográfica com o fim de com ela praticar ato libidinoso;
II – pratica as condutas descritas no caput deste Artigo com o fim de 
induzir criança a se exibir de forma pornográfica ou sexualmente explícita. 
O Artigo 241-E é o que se chama de norma penal explicativa, pois busca 
esclarecer, para aplicação da Lei Penal, o conteúdo de determinada expressão, no 
caso “cena de sexo explícito ou pornográfica”.
ECA
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena 
de sexo explícito ou pornográfica” compreende qualquer situação que 
envolva criança ou adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou 
simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente 
para fins primordialmente sexuais. 
ECA
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no 
caput do art. 2º desta Lei, à prostituição ou à exploração sexual:
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da perda de bens e 
valores utilizados na prática criminosa em favor do Fundo dos Direitos da 
Criança e do Adolescente da unidade da Federação (Estado ou Distrito 
Federal) em que foi cometido o crime, ressalvado o direito de terceiro de 
boa-fé.
§ 1º Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o responsável 
pelo local em que se verifique a submissão de criança ou adolescente às 
práticas referidas no caput deste Artigo. 
§ 2º Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de 
localização e de funcionamento do estabelecimento. 
A questão da prostituição de crianças e adolescentes também é objeto de outra 
norma penal específica, nesse caso o Artigo 218-B do Código Penal, cuja redação 
é a seguinte:
Código Penal
Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de 
criança ou adolescente ou de vulnerável. 
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UNIDADE Crimes e Infrações Administrativas
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma 
de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por 
enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento 
paraa prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. 
§ 1º Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, 
aplica-se também multa. 
§ 2º Incorre nas mesmas penas: 
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém 
menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita 
no caput deste Artigo; 
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se 
verifiquem as práticas referidas no caput deste Artigo. 
§ 3º Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito obrigatório da 
condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do 
estabelecimento.
É importante destacar que essa norma prevista no Código Penal é considerada 
um crime hediondo:
Lei dos Crimes Hediondos – Lei n.º 8.072/90
Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados 
no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, 
consumados ou tentados:
(...)
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração 
sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e 
§§ 1º e 2º).
Crimes ligados às normas de prevenção
O Título III do ECA estabelece diversas formas de prevenção especial para que 
sejam evitadas condutas que possam causar lesão ou ameaça de lesão aos direitos 
de crianças e adolescentes.
Nos Artigos 242 a 244, encontramos a caracterização de crimes ligados ao 
desrespeito dessas normas de prevenção em casos mais graves, tais como a venda 
de armas, munições e explosivos, bem como qualquer forma de fornecimento de 
substâncias que possam causar dependência em crianças e adolescentes:
ECA
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de 
qualquer forma, a criança ou adolescente arma, munição ou explosivo:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. 
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ECA
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratui-
tamente, de qualquer forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica 
ou, sem justa causa, outros produtos cujos componentes possam causar 
dependência física ou psíquica:
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não 
constitui crime mais grave.
ECA
Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de 
qualquer forma, a criança ou adolescente fogos de estampido ou de 
artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam incapazes 
de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida:
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.
Crime de corrupção de crianças e adolescentes
No Artigo 244-B, encontramos a descrição do crime daquele que corrompe 
ou facilita a corrupção de criança ou do adolescente, sendo que essa conduta se 
caracteriza:
• Quando o adulto pratica crime junto com a criança e o adolescente.
• Quando o adulto induz criança ou adolescente para a prática de crimes:
ECA
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) 
anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 
§ 1º Incorre nas penas previstas no caput deste Artigo quem pratica 
as condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, 
inclusive salas de bate-papo da internet. 
§ 2º As penas previstas no caput deste Artigo são aumentadas de um 
terço no caso de a infração cometida ou induzida estar incluída no rol do 
art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990. 
Infrações Administrativas Previstas no ECA
Considerações iniciais
Outra forma específica de repressão a condutas graves que ameaçam ou causam 
efetivo prejuízo para os direitos das crianças e dos adolescentes foi criada pelo ECA 
ao estabelecer diversas infrações administrativas.
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UNIDADE Crimes e Infrações Administrativas
O Estatuto prevê algumas formas de sanção, sendo a mais comum a de multa.
Apuração
A apuração dessas condutas se dá, em especial, pelo Ministério Público (Artigo 
201, incisos VI e VII), sendo que, muitas vezes, o início da apuração ocorre em 
razão da atuação dos Conselhos Tutelares (Art. 136, IV).
Competência
A competência para a aplicação das sanções administrativas pertence ao Juiz da 
Infância e da Juventude – inciso V do Artigo 148.
Infrações em espécie
Infração ligada à prevenção de maus tratos
A infração administrativa do Art. 245 está voltada à prevenção de maus tratos 
contra crianças e adolescentes e busca sancionar aquele que tem o dever de 
comunicar a suspeita de sua ocorrência para autoridades competentes mas que, de 
forma omissiva, deixa de fazê-lo:
ECA
Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento 
de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de 
comunicar à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, 
envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou 
adolescente:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro 
em caso de reincidência.
Infração ligada ao respeito aos direitos de adolescente privado de liberdade
Esta infração administrativa está voltada a proteger direitos de adolescentes 
privados de liberdade. Não pode haver exasperação das medidas aplicadas contra 
eles, pois eles conservam, nessa situação, todos os demais direitos não afetados 
pela medida a que estão submetidos:
ECA
Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade de atendimento 
o exercício dos direitos constantes nos incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 
124 desta Lei:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro 
em caso de reincidência.
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Infração ligada à vedação de divulgação de informações
de criança ou adolescente envolvido em ato infracional
Nesse caso, veda-se a indevida divulgação de dados de crianças e adolescentes 
envolvidos na prática de infrações penais:
ECA
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devida, por 
qualquer meio de comunicação, nome, ato ou documento de procedimento 
policial, administrativo ou judicial relativo a criança ou adolescente a que 
se atribua ato infracional:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro 
em caso de reincidência.
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcialmente, fotografia 
de criança ou adolescente envolvido em ato infracional, ou qualquer 
ilustração que lhe diga respeito ou se refira a atos que lhe sejam atribuídos, 
de forma a permitir sua identificação, direta ou indiretamente.
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou emissora de rádio 
ou televisão, além da pena prevista neste Artigo, a autoridade judiciária 
poderá determinar a apreensão da publicação. (Expressão declara incons-
titucional pela ADIN 869-2).
Infração ligada à proteção de adolescente empregado doméstico
No Artigo 248, está prevista uma infração administrativa voltada à proteção 
de adolescente que realiza o trabalho de empregado doméstico – historicamente, 
eles sempre foram alvo de muito desrespeito; assim, o legislador buscou criar um 
mecanismo de ampliação do controle de seus direitos:
ECA
Art. 248. Deixar de apresentar à autoridade judiciária de seu domicílio, 
no prazo de cinco dias, com o fim de regularizar a guarda, adolescente 
trazido de outra comarca para a prestação de serviço doméstico, mesmo 
que autorizado pelos pais ou responsável:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro 
em caso de reincidência, independentemente das despesas de retorno do 
adolescente, se for o caso.
Infração ligada ao descumprimento de deveres
inerentes ao poder familiar, guarda e tutela
No Artigo 249, encontramos a previsão da infração administrativa daquele 
que, de forma dolosa ou culposa, descumpre com seus deveres inerentes ao poder 
familiar, guarda ou tutela:
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UNIDADE Crimes e Infrações Administrativas
ECA
Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ao 
poderfamiliar ou decorrente de tutela ou guarda, bem assim determinação 
da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar: 
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro 
em caso de reincidência.
Infrações ligadas ao respeito às normas de prevenção
O desrespeito às normas de prevenção acarretam a caracterização de uma série 
de infrações administrativas – Artigos 250 a 258:
ECA
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos pais ou 
responsável, ou sem autorização escrita desses ou da autoridade judiciária, 
em hotel, pensão, motel ou congênere: 
Pena – multa. 
§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa, a autoridade 
judiciária poderá determinar o fechamento do estabelecimento por até 15 
(quinze) dias. 
§ 2º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30 (trinta) dias, 
o estabelecimento será definitivamente fechado e terá sua licença cassada. 
ECA
Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer meio, com 
inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e 85 desta Lei:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro 
em caso de reincidência.
ECA
Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo público de 
afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local de exibição, 
informação destacada sobre a natureza da diversão ou espetáculo e a 
faixa etária especificada no certificado de classificação:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro 
em caso de reincidência.
ECA
Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer representações ou 
espetáculos, sem indicar os limites de idade a que não se recomendem:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicada em caso de 
reincidência, aplicável, separadamente, à casa de espetáculo e aos órgãos 
de divulgação ou publicidade.
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ECA
Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo em horário 
diverso do autorizado ou sem aviso de sua classificação:
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada em caso de 
reincidência a autoridade judiciária poderá determinar a suspensão da 
programação da emissora por até dois dias.
ECA
Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere classificado 
pelo órgão competente como inadequado às crianças ou adolescentes 
admitidos ao espetáculo:
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na reincidência, a 
autoridade poderá determinar a suspensão do espetáculo ou o fechamento 
do estabelecimento por até quinze dias.
ECA
Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de programação em 
vídeo, em desacordo com a classificação atribuída pelo órgão competente:
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de reincidência, a 
autoridade judiciária poderá determinar o fechamento do estabelecimento 
por até quinze dias.
ECA
Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79 desta Lei:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicando-se a pena em 
caso de reincidência, sem prejuízo de apreensão da revista ou publicação.
ECA
Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o empresário de 
observar o que dispõe esta Lei sobre o acesso de criança ou adolescente 
aos locais de diversão, ou sobre sua participação no espetáculo: 
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de reincidência, a 
autoridade judiciária poderá determinar o fechamento do estabelecimento 
por até quinze dias.
Infrações ligadas ao descumprimento de criação
e manutenção de cadastros para a adoção
O desrespeito do dever de criar e manter o cadastro de crianças e adolescente 
que estão em condições para serem adotados, bem como das pessoas interessadas 
na adoção, também gerou a criação de infração administrativa específica:
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UNIDADE Crimes e Infrações Administrativas
ECA
Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de providenciar a instalação 
e operacionalização dos cadastros previstos no art. 50 e no § 11 do art. 
101 desta Lei: 
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais). 
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autoridade que deixa de 
efetuar o cadastramento de crianças e de adolescentes em condições de 
serem adotadas, de pessoas ou casais habilitados à adoção e de crianças e 
adolescentes em regime de acolhimento institucional ou familiar. 
Infração ligada ao encaminhamento de gestante 
ou mãe interessada em entregar filho para adoção
Por fim, no Artigo 258-B, temos a descrição da infração administrativa praticada 
por aqueles que não efetuam o encaminhamento para a autoridade competente de 
gestante ou mãe interessada em entregar o seu filho para adoção:
ECA
Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento 
de atenção à saúde de gestante de efetuar imediato encaminhamento 
à autoridade judiciária de caso de que tenha conhecimento de mãe ou 
gestante interessada em entregar seu filho para adoção: 
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais). 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário de programa 
oficial ou comunitário destinado à garantia do direito à convivência familiar 
que deixa de efetuar a comunicação referida no caput deste Artigo. 
Disposições Finais e Transitórias
Já no seu final, o Estatuto revogou a Lei n.º 4.513/64 e o antigo Código de 
Menores (Lei n.º 6.697/79):
ECA
Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964, e 6.697, de 10 de ou-
tubro de 1979 (Código de Menores), e as demais disposições em contrário.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Leitura
Estatuto da Criança e do Adolescente
https://goo.gl/9ULiJB
Constituição Federal
https://goo.gl/zaRrL
Código Penal
https://goo.gl/t0Tjp
Código de Processo Penal
https://goo.gl/YQWRv
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UNIDADE Crimes e Infrações Administrativas
Referências
CUNHA, Rogério Sanches; LÉPORE, Paulo Eduardo; ROSSATO, Luciano Alves. 
Estatuto da criança e do adolescente comentado. 5.ed. São Paulo: Editora 
Revista dos Tribunais, 2013.
CURY, Munir. Estatuto da Criança e do Adolescente Comentado. 12.ed. São 
Paulo: Malheiros, 2013.
ISHIDA, Valter Kenji. Estatuto da Criança e do Adolescente. 15.ed. São Paulo: 
Atlas, 2014.
TAVARES, José de Farias. Comentários ao estatuto da criança e do adolescente. 
8.ed. Rio de Janeiro: Forense, 2012.
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